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<p>Processo Penal I</p><p>Aula 6 – ANPP e Ação Civil ex delito</p><p>Professor: André Luiz Barbosa Santos</p><p>É o direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional,</p><p>representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. Por meio da ação, tendo em vista a</p><p>existência de uma infração penal precedente, o Estado consegue realizar a sua pretensão de punir o infrator.</p><p>(NUCCI).</p><p>Tipos de Ação Penal:</p><p>•Pública</p><p>•Incondicionada: “Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a</p><p>declara privativa do ofendido.”</p><p>•Condicionada à representação: §1º (...) dependendo, quando a lei o exige, de</p><p>representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.</p><p>•Privada</p><p>•Exclusiva: § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido</p><p>ou de quem tenha qualidade para representá-lo</p><p>•Subsidiária da pública: § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes</p><p>de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.</p><p>•Personalíssima: art. 236 CP não admitindo que sucessores assumam o polo ativo.</p><p>•§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão</p><p>judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge,</p><p>ascendente, descendente ou irmão. – CADI.</p><p>Ação Penal</p><p>Possibilidade jurídica do pedido: no processo penal a análise é positiva - fato típico, antijurídico e</p><p>culpável.</p><p>Interesse de agir: (necessidade + adequação + utilidade):</p><p>•Prescrição virtual/antecipada/in perspectiva = falta de utilidade do processo.</p><p>•Lei 12.234/10 > alteração da 110, §1º CP = prescrição retroativa não pode ser anterior a denúncia/queixa = fulminou o instituo.</p><p>•STJ 438 VEDAÇÃO: é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena</p><p>hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal”</p><p>Legitimidade (ad causam):</p><p>•De ser parte;</p><p>•Vítima em ações privadas atua como substituto processual (= legitimação extraordinária) do Estado que detém o jus puniendi.</p><p>Justa causa (mínimo probatório):</p><p>•Autoria + materialidade;</p><p>•“Justa causa duplicada”: em crimes de lavagem de dinheiro, deve-se provar também a origem ilícita dos bens/valores, §1º do art.</p><p>2 da 9.613/98.</p><p>•Natureza jurídica da justa causa:</p><p>•1ª C: Frederico marques – integra o interesse de agir, se identifica como fumus boni iuris;</p><p>•2ª C: Afrânio Silva Jardim – condição da ação autônoma;</p><p>•3ª C: o CPP traz a justa causa em inciso diverso das “condições da ação”, o que leva ao exegeta analisar como – fenômeno</p><p>distinto das condições da ação, além disso as condições da ação têm base civilista que não comporta este instituto.</p><p>Condições da Ação Penal - art. 267, VI CPC e 395 II CPP</p><p>Condições de procedibilidade: req. Do MJ/rep. Da vítima em ACP cond.;</p><p>Constitucionais: admissão pela câmara dos deputados – crime comum praticado pelo</p><p>Presidente da República.</p><p>• Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente,</p><p>ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:</p><p>• Pena - detenção, de seis meses a dois anos.</p><p>• Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não</p><p>pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença</p><p>que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.</p><p>Especiais legais:</p><p>ex. sentença cível</p><p>no 236 CP.</p><p>• Prática de fato aparentemente criminoso;</p><p>• Punibilidade concreta;</p><p>• Legitimidade de parte;</p><p>• Justa causa.</p><p>Condições da</p><p>ação à luz da</p><p>teoria específica</p><p>do processo</p><p>penal – AURY:</p><p>Condições Especiais da Ação Penal</p><p>Ação Penal Pública Incondicionada:</p><p>• Obrigatoriedade: exceções =</p><p>• Transação penal: para Távora não é exceção pois o MP é obrigado a oferecer a transação quando</p><p>preenchidos os requisitos.</p><p>• Acordo de leniência: (1) demais envolvidos; (2) ajudar na comprovação do fato;</p><p>• Parcelamento do crédito tributário;</p><p>• Termo de ajustamento de conduta em Direito Ambiental;</p><p>• R. Brasileiro: é exceção;</p><p>• Távora: é cível não penal, não há lei, PODE denunciar;</p><p>• Colaboração premiada;</p><p>• Acordo de não persecução penal.</p><p>• Indisponibilidade: 42 c/c 576:</p><p>• “Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal”</p><p>• “Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto”.</p><p>• Aplica-se a ACP sub. da pública: MP retorna na desistência.</p><p>• Sursis do processo: exceção/mitigação.</p><p>• Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não</p><p>por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por</p><p>dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por</p><p>outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena</p><p>Princípios Norteadores da Ação Penal</p><p>• Oficialidade:</p><p>• Autoridade:</p><p>• Oficiosidade:</p><p>• Indivisibilidade: divergência possibilidade de</p><p>desmembrar ação para angariar mais informações,</p><p>aditando a denúncia – precedente do STF.</p><p>Ação Penal</p><p>Pública</p><p>Incondiconada:</p><p>• Curador é substituto processual e não está</p><p>obrigado a representar;</p><p>• Menor emancipado não pode oferecer</p><p>representação;</p><p>• Requisição do Ministro da Justiça: não há</p><p>prazo decadencial, nem retratação = divergência,</p><p>pois é ato adm. e, portanto, cabe desfazimento,</p><p>segundo Luis Flavio Gomes.</p><p>Ação Penal</p><p>Pública</p><p>Condicionada:</p><p>Princípios Norteadores da Ação Penal</p><p>Ação Penal Privada:</p><p>• Oportunidade:/conveniência:</p><p>• Decadência: omissão. obs. IP não concluído não dilata o prazo.</p><p>• Renúncia: ato incompatível ou declaração expressa.</p><p>• Disponibilidade:</p><p>• Perdão: precisa ser aceito no processo.</p><p>• Perempção: art. 60</p><p>• Indivisibilidade: art. 48 CPP</p><p>• Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo</p><p>de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.</p><p>• Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,</p><p>poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em</p><p>todos os termos subseqüentes do processo.</p><p>• Obs.: posicionamento no sentido de que o MP não pode aditar (para inserir</p><p>corréus) por falta de legitimidade ativa para causa.</p><p>Princípios Norteadores da Ação Penal</p><p>Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,</p><p>será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público</p><p>receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver</p><p>solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito</p><p>à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o</p><p>órgão do Ministério Público receber novamente os autos.</p><p>• 10d Tráfico de Drogas.</p><p>• 10d Código Eleitoral</p><p>• 20d Crimes contra a Economia</p><p>Popular.</p><p>Prazos especiais:</p><p>Prazo para oferecimento da Denúncia</p><p>PROVA</p><p>N1: Do Processo em Geral: Princípios,</p><p>Sistemas e História. Aplicação do</p><p>Direito Processual Penal. Inquérito</p><p>Policial. Ação penal. Ação Civil.</p><p>N2: Jurisdição e Competência. Prova</p><p>e Meios de Prova.</p><p>ANPP – Acordo de Não Persecução Penal</p><p>Art. 28-A. Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e</p><p>circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e</p><p>com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo</p><p>de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do</p><p>crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:</p><p>• I - reparação do dano ou restituição da coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;</p><p>• II - renúncia voluntária a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos,</p><p>produtos ou proveitos do crime;</p><p>• III - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena</p><p>mínima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da</p><p>execução, na forma do art. 46 do Código Penal;</p><p>• IV - pagamento de prestação pecuniária,</p><p>a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a</p><p>entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,</p><p>preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente</p><p>lesados pelo delito;</p><p>• V - cumprimento, por prazo determinado, de outra condição indicada pelo Ministério Público, desde</p><p>que proporcional e compatível com a infração penal imputada.</p><p>§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,</p><p>serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.</p><p>Confissão do acusado como requisito da ANPP</p><p>Aury Lopes</p><p>Primeiro problema que surge é o valor dessa confissão em</p><p>caso de rescisão do acordo.</p><p>•Não poderá ser utilizada contra o réu, devendo ser desentranhada e proibida de</p><p>ser valorada</p><p>•Contaminação do juiz,</p><p>Segundo problema: essa confissão poderá ter efeitos para</p><p>além daquele processo, exemplo cíveis ou administrativos?</p><p>•a confissão efetuada pelo investigado atende meramente à exigência formal para</p><p>concretização do acordo de não persecução penal, até mesmo por ocorrer em ssede</p><p>de investigação preliminar, vedando-se sua utilização em eventual processo</p><p>criminal</p><p>Terceira questão: a confissão precisa ser prévia à proposta</p><p>de acordo?</p><p>•a confissão é exigência para que se formalize o acordo, não um requisito para a</p><p>proposta de acordo.</p><p>ANPP – Acordo de Não Persecução Penal</p><p>Vedações: § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas</p><p>seguintes hipóteses:</p><p>•I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos</p><p>da lei;</p><p>•II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta</p><p>criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais</p><p>pretéritas;</p><p>•III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em</p><p>acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e</p><p>•IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra</p><p>a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.</p><p>Controle Judicial do ANPP:</p><p>•§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no</p><p>acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja</p><p>reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.</p><p>•§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou</p><p>quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.</p><p>•§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da</p><p>necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.</p><p>ANPP – Acordo de Não Persecução Penal</p><p>Justiça</p><p>negociada:</p><p>1º transação</p><p>penal</p><p>2º acordo de</p><p>não</p><p>persecução</p><p>3º suspensão</p><p>condicional do</p><p>processo</p><p>4º acordo de</p><p>delação</p><p>premiada</p><p>Natureza jurídica:</p><p>•STJ não constitui direito subjetivo do investigado,</p><p>assim pode ser proposto pelo Ministério Público conforme as</p><p>peculiaridades do caso concreto, quando considerado</p><p>necessário e suficiente para reprovar e prevenir infrações</p><p>penais” (Jurisprudência em Teses, n. 185/ 2022).</p><p>ANPP – Acordo de Não Persecução Penal</p><p>§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu</p><p>descumprimento.</p><p>§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução</p><p>penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior</p><p>oferecimento de denúncia.</p><p>§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também</p><p>poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não</p><p>oferecimento de suspensão condicional do processo.</p><p>§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de</p><p>certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste</p><p>artigo</p><p>§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente</p><p>decretará a extinção de punibilidade.</p><p>§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não</p><p>persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior,</p><p>na forma do art. 28 deste Código.</p><p>ANPP – Acordo de Não Persecução Penal</p><p>Na sessão desta quarta-</p><p>feira (18), o Plenário do</p><p>Supremo Tribunal Federal</p><p>(STF) decidiu que os</p><p>acordos de não persecução</p><p>penal (ANPP) podem ser</p><p>aplicados também em</p><p>processos iniciados antes de</p><p>sua criação pelo Pacote</p><p>Anticrime (Lei</p><p>13.964/2019), nos casos em</p><p>que ainda não houver</p><p>condenação definitiva e</p><p>mesmo que o réu não tenha</p><p>confessado até aquele</p><p>momento.</p><p>Ação Civil ex Delito</p><p>CONCEITO: Trata-se da ação ajuizada pelo ofendido, na esfera cível, para obter indenização</p><p>pelo dano causado pela infração penal, quando existente. Há delitos que não provocam prejuízos,</p><p>passíveis de indenização – como ocorre nos crimes de perigo, como regra. O dano pode ser</p><p>material ou moral, ambos sujeitos à indenização, ainda que cumulativa.</p><p>Natureza do processo: trata-se de um processo de execução, pois a sentença condenatória</p><p>produz um título executivo (art. 91, I, do Código Penal), que pode ser diretamente cobrado na</p><p>órbita civil, debatendo-se somente o quanto é devido.</p><p>Código Penal – art. 91, I - Art. 91 - São efeitos da condenação:</p><p>•I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime</p><p>Arrependimento posterior art. 16 do CP – causa de diminuição</p><p>•Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o</p><p>recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.</p><p>Atenuante genérica do art. art. 65, III, b</p><p>Ação Civil ex delito</p><p>Previsão Legal – art. 63 do CPP</p><p>• “Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos</p><p>termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração</p><p>do dano efetivamente sofrido” (art. 63, parágrafo único, CPP).</p><p>• No referido art. 387, IV, estabeleceu-se que, na sentença condenatória, o juiz “fixará valor mínimo</p><p>para reparação dos danos causados pela infração considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido”.</p><p>Art. 64 CPP. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para</p><p>ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do</p><p>crime e, se for caso, contra o responsável civil.</p><p>• Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta,</p><p>até o julgamento definitivo daquela.</p><p>Sistemas relativos a separação entre as instâncias:</p><p>• Confusão: sem o Estado;</p><p>• Solidariedade: ações separadas no mesmo processo;</p><p>• Livre escolha: cumulação facultativa, sendo que o juiz cível deve determinar a suspensão até o</p><p>julgamento penal;</p><p>• Independência: ações propostas de maneira independente – CPP adota de forma mitigada.</p><p>Independência entre as instâncias:</p><p>• art. 935 do Código Civil: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo</p><p>questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas</p><p>questões se acharem decididas no juízo criminal.</p><p>Ação Civil ex delito</p><p>Sistemas relativos a separação entre as instâncias:</p><p>•Confusão: sem o Estado;</p><p>•Solidariedade: ações separadas no mesmo processo;</p><p>•Livre escolha: cumulação facultativa, sendo que o juiz cível deve determinar a</p><p>suspensão até o julgamento penal;</p><p>•Independência: ações propostas de maneira independente – CPP adota de</p><p>forma mitigada.</p><p>Independência entre as instâncias:</p><p>•art. 935 do Código Civil: A responsabilidade civil é independente da criminal, não</p><p>se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem</p><p>seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo</p><p>criminal.</p><p>Lei do juizados especiais criminais – 9.099/95</p><p>•A</p><p>composição dos danos civis, homologada pelo juiz, valendo como título a</p><p>ser executado no cível (art. 74 da referida Lei). Tratando-se de infrações</p><p>sujeitas à representação da vítima ou de iniciativa privada, o acordo homologado</p><p>provoca a renúncia à queixa ou ao direito de representação.</p><p>Ação Civil ex Delito</p><p>Fixação de indenização na sentença condenatória.</p><p>•Art. 63 e Art. 387, IV, do Código de Processo Penal, passou a permitir que o juiz criminal</p><p>fixasse a indenização para a reparação do dano decorrente da infração penal, na sentença</p><p>condenatória</p><p>Ausência de fase de apuração do dano e “mínimo” indenizatório.</p><p>•Possibilidade de ingressar com ação na seara cível para apuração do dano real.</p><p>•Liquidação: Não mais se discutirá se esta é devida (an debeatur), mas tão somente o quanto</p><p>é devido pelo réu (quantum debeatur).</p><p>Espécies de Ação Cível ex delito:</p><p>•Ação de execução ex delicto: art. 63 com base na sentença transitada que forma título</p><p>executivo;</p><p>•Ação civil ex delicto: art. 64 – embora haja divergência – a suspensão do processo cível, face</p><p>a propositura da ação penal, não é obrigatório.</p><p>Suspensão do processo cível:</p><p>•1ª Corrente: 1 ano com base no art. 313, §4º CPC; (§ 4º O prazo de suspensão do processo</p><p>nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista</p><p>no inciso II)</p><p>•2ª Corrente: essa regra não se aplica ao art. 64 pois em um ano o processo penal não será</p><p>encerrado.</p><p>Ação Civil ex Delito</p><p>Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o</p><p>ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito</p><p>cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.</p><p>• O art. 188 do Código Civil que, “não constituem atos ilícitos: I – os praticados em legítima defesa ou no</p><p>exercício regular de um direito reconhecido; II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a</p><p>lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será</p><p>legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os</p><p>limites do indispensável para a remoção do perigo.</p><p>Estado de necessidade defensivo x ofensivo - ação regressiva.</p><p>• Tratando-se do estado de necessidade agressivo, ou seja, voltar-se contra pessoa, animal ou coisa de</p><p>onde não provém o perigo atual, mas cuja lesão torna-se indispensável para salvar o agente do fato</p><p>necessário, é cabível falar em indenização</p><p>Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação</p><p>civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente,</p><p>reconhecida a inexistência material do fato.</p><p>Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:</p><p>• I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;</p><p>• II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;</p><p>• III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.</p><p>Questões Diversas</p><p>Sentença absolutória imprópria: MAJOR = não é</p><p>condenação, não é capaz de formar título executivo.</p><p>Absolutória no júri: não faz coisa julgada no cível, face a</p><p>intima convicção.</p><p>Arquivamento do IP: art. 67, I = não impende a ação cível.</p><p>Transação penal – não impende pois não tem efeitos civis.</p><p>Graça anistia e indulto: só repercutem sobre os efeitos</p><p>penais – persiste o dever de indenizar.</p><p>Prescrição: não impede a propositura da ação cível, se for da</p><p>pretensão executória só prejudica a aplicação da pena.</p><p>Questões Diversas</p><p>Perdão judicial: natureza declaratória, conforme STJ não subsiste qualquer efeito condenatório.</p><p>Legitimidade de parte: Se o ofendido quiser buscar a reparação do responsável legal e não do acusado,</p><p>deverá ingressar com ação cível, pois o terceiro não pode ser atingido pelo processo do qual não participou.</p><p>Podendo o terceiro rediscutir toda a matéria objeto do processo penal que gerou o dever de indenizar.</p><p>Revisão criminal: desconstitui o título executivo, impede a propositura da ação ou impõe a sua</p><p>paralisação, caso já tenha sido executada cabe ação de restituição, onde se poderia então debater a culpa</p><p>do pretenso autor de ato ilícito.</p><p>Necessidade de pedido da parte: doutrina não há necessidade de pedido, não há violação ao</p><p>contraditório e ampla defesa, pois o art. 91, I do CP já trata como efeito automático da decisão o dever de</p><p>reparar o dano ≠ STJ 5ª turma = deve haver pedido.</p><p>Natureza do dano: embora haja divergência, a major e juris entendem ser possível o arbitramento de</p><p>danos morais e materiais, desde que o juiz se sinta apto para tanto.</p><p>Vítima Pobre:</p><p>• Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da</p><p>sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo</p><p>Ministério Público.</p>