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<p>Sumário</p><p>Introdução 2</p><p>Aula 1 – Aspectos Históricos da Polícia Militar. 2</p><p>1. Resumo Histórico 3</p><p>2. Divisão Militar da Guarda Real de Polícia e o 2° Reinado 6</p><p>3. O Corpo de Guardas Municipais Permanente e a Regência 12</p><p>4. Guerra do Paraguai 14</p><p>5. Atividades 8</p><p>Aula 2 – A Polícia Militar na Contemporaneidade. 9</p><p>1. A República e o Corpo Militar de Polícia do Município Neutro 9</p><p>2. República Velha 10</p><p>3. Estado Novo e a Redemocratização 11</p><p>4. A constituição de 1946 13</p><p>5. O Governo Militar 13</p><p>6. A fusão 14</p><p>7. Atividades 15</p><p>Aula 3 – O Início da Polícia Cidadã. 16</p><p>1. Constituição de 1988 16</p><p>2. Nascimento do Sistema Penal Moderno 17</p><p>3. Ordenações Afonsinas e Manuelinas 17</p><p>4. A Constituição de 1824 e o Código Criminal de 1930 18</p><p>5. Atividades 21</p><p>Aula 4 – A Trajetória Democrática no Brasil. 22</p><p>1. Código Criminal de 1890 e a Constituição de 1891 22</p><p>2. As Polícias Militares e a Constituição de 1934. A Lei 192, de 17/01/1936. 23</p><p>3. A Constituição de 1946 e as Policias Militares 25</p><p>4. Constituição de 1967 e 1969. 25</p><p>5. As Polícias Militares e a Constituição Cidadã de 1988 26</p><p>6. Atividades. 28</p><p>REFERÊNCIAS 29</p><p>HISTÓRIA E ORGANIZAÇÃO POLICIAL</p><p>41 | Página</p><p>Introdução</p><p>PRECISO ESTUDAR HISTÓRIA PARA SER POLICIAL MILITAR?</p><p>Inicialmente, pode causar surpresa o estudo desta matéria tão particular como História, em nosso Curso.</p><p>A função Policial Militar em um Estado como o Rio de Janeiro é uma atuação muito especial, pois tudo que aqui acontece repercute de forma vigorosa, nacional, e internacionalmente. Aqui temos o maior carnaval e réveillon do mundo.</p><p>Aqui foi a capital desta nação nos momentos mais importante de sua construção. Conhecer o passado nos favorece no entendimento do presente e nos faz entender que o futuro está em nossas ações.</p><p>Vamos juntos conhecer a origem de nossa profissão e em especial da Corporação Polícia Militar. Não apenas seus heróis, mas, principalmente, a história daqueles que, de forma anônima trabalham, diuturnamente, com o objetivo de proporcionar a sensação de segurança tão importante para a sociedade.</p><p>Este namoro inicial entre você e a PMERJ receberá nas próximas páginas a ação do cupido da História: o conhecimento.</p><p>Certamente, após conhecer a história da Polícia Militar uma paixão definitiva brotará neste jovem profissional que você irá se transformar ao término do curso.</p><p>Aula 1 – Aspectos Históricos da Polícia Militar. 2</p><p>UM RÁPIDO HISTÓRICO DA POLÍCIA NO MUNDO</p><p>“Quando tudo corre bem, pouco se fala da polícia. Mas, em período conturbado, é para ela que se voltam os cidadãos.”</p><p>(John Benyon – Diretor do Centro de Estudos da Polícia da Universidade de Leicester, Inglaterra, fundada em 1957.)</p><p>Polícia é a denominação das corporações governamentais incumbidas da aplicação das leis destinadas a garantir a segurança de uma coletividade, a ordem pública e a prevenção e elucidação de crimes.</p><p>O termo provém do vocábulo grego ("politeia"), donde derivou para o latim ("politia"), ambos com o mesmo significado: governo de uma cidade, administração, forma de governo.</p><p>Presente em todos os países, com funções de prevenção e repressão ao crime e manutenção da ordem pública, através do uso legítimo da força se necessário, fazendo respeitar e cumprir as leis.</p><p>A polícia não se fez necessária em todas as sociedades. Como exemplo, podemos apontar os Nueres do Sudão, um povo da parte do Sul do Sudão (país africano) e na Etiópia. Vem do árabe Nuwayri. Grupo de notáveis com independência socioeconômica, encarregado de ditar as regras e promover soluções para impasses; contudo, não possuíam poder coercitivo, a fim de fazer valer suas decisões. Em caso de fracasso das negociações, a guerra privada era usada.</p><p>GRÉCIA</p><p>É na Europa, mais precisamente na Grécia Antiga, que surge, talvez pela primeira vez na História da Humanidade, os encarregados de fazer respeitar as leis na cidade.</p><p>Os Gregos criavam forças policiais para cada demanda surgida, assim tínhamos as Polícias das Águas, Polícia dos Reservatórios de Cereais, Polícia dos Portos etc.</p><p>Apenas o “Chefe de Polícia” era contratado pelo Estado; a escolha dos policiais e da administração era de competência deste “Chefe de Polícia”. 3</p><p>A polícia já desempenhava uma ação política. Em Atenas, consistia tanto em evitar as fugas e rebeliões de escravos ou impedir que a aristocracia rural, que ocupava, progressivamente, Atenas, conspirasse contra o regime democrático instaurado.</p><p>Como o assunto refere-se a Roma, e o que mais poderia identificar/relacionar, buscou na lendária imagem dos gêmeos, irmãos Rômulo e Remo abandonados quando crianças, foram amamentados por uma loba. Adultos, eles fundaram a cidade de ROMA.</p><p>O conhecido mundialmente Roma, Clube de Futebol italiano tem em seu uniforme essa representatividade histórica.</p><p>ROMA</p><p>Na antiga Roma, entre a publicação da Lei das Doze Tábuas, que foi a primeira legislação escrita em tábuas de bronze por volta de 450 ªC., até meados do século III ªC, cabia ao cidadão com apoio de amigos conduzirem o acusado à presença do magistrado público e à execução da sentença, se fosse o caso, que poderia chegar a pena de morte ou a escravidão do condenado. A Lei das Doze tábuas favoreceu aos judeus que não tinham leis. Constitui uma antiga legislação de origem do direito romano. Escrita e confeccionada em tábuas de carvalho para alguns pesquisadores e em bronze para outros.</p><p>Já com Augusto é criado em Roma o posto de “praefectus urbi” – prefeito da cidade - que ficava responsável por comandar os VIGILES que patrulhavam as ruas, a polícia noturna.</p><p>Esta organização era composta por funcionários nomeados e pagos pela autoridade política central. 4</p><p>Com as transformações ocorridas no evento conhecido como “a Queda de Roma” em 1476, os órgãos especializados de polícia escasseiam em toda a Europa, transformando-se em poderes locais, ficando cada vez mais autônomos.</p><p>“A Gendarmerie é a melhor forma de manter a paz no País”</p><p>Napoleão Bonaparte, líder e militar francês. Nasceu em 1769, morreu em 1821.</p><p>Durante a guerra dos cem anos, (1337-1453) o Rei francês João II, cria a Maréchaussée, para reprimir hordas de desertores do exército francês que cometiam crimes e perturbavam a boa ordem nos territórios recém-conquistados.</p><p>Posteriormente, o rei Francisco I, irá expandir as suas atribuições contra qualquer tipo de autor (inclusive civis) que cometa crimes em território francês.</p><p>Em 1791 a Maréchaussée por ser um símbolo do Poder Real é transformada em Gendarmerie Nationale</p><p>No século XIX, vários países copiam o modelo Francês da Gendarmerie Nationale e criam as suas Polícias Militares.</p><p>Em alguns, a criação será forçada, com a ocupação Francesa nas Guerras Napoleônicas e mantida com a retirada dos Franceses.</p><p>Até o século XXI, veremos países recém-surgidos, criarem suas Gendarmeries</p><p>Holanda, Prússia, Espanha, Grécia, Bélgica e o Brasil aderiram a este modelo, tendo se iniciado em nosso país com a vinda, em 1808, de D. João VI para o Brasil, criando a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia do Rio de Janeiro, nos mesmos moldes da Divisão Militar da Guarda Real de Lisboa, criada oito anos antes</p><p>Encontramos hoje, modelos de polícia MONISTA e PLURALISTA. Como exemplo de polícia pluralista, podemos citar a Holanda com 142 Corpos de Polícia, Grã Bretanha com seus 51 Corpos de Polícia e os EUA com mais de uma centena de Corpos de Polícia, em que convive a polícia federal subordinada ao Ministério de Justiça e as Polícias Municipais subordinadas aos prefeitos; neste universo, está o Brasil com suas Polícias Estaduais e Federais, além de França e Portugal. 5</p><p>Como países que adotam o modelo Monista, podemos citar Israel, Luxemburgo e Japão.</p><p>PORTUGAL</p><p>Até o</p><p>início do seculo XIX não existiam instituições policiais militarizadas em Portugal. Em 1801, o Conde de Oyenhausen, Embaixador de Portugal em Viena, apresenta, em Portugal, a sugestão da criação de uma força de segurança interna nos moldes da Maréchauseé (que daria origem à atual Gendarmeria Francesa). A ideia tem o apoio do Intendente de Polícia da Corte e do Reino, D. Diogo Inácio de Pina Manique. Em 10 de dezembro de 1801, é criada pelo Príncipe Regente D. João VI, a Guarda Real de Polícia de Lisboa, com efetivo inicial de 642 homens e 227 cavalos.</p><p>Atualmente, a Guarda Real de Polícia encontra-se renomeada como Guarda Nacional Republicana (GNR) e atua, efetivamente, no policiamento e na segurança interna de Portugal, além de participar da FGE (ou EGF - European Gendarmerie Force) aos moldes da Gendarmeria francesa instiuída em 1791.</p><p>DIVISÃO MILITAR DA GUARDA REAL DA POLÍCIA, NO RIO DE JANEIRO</p><p>O início do século XIX, o Velho Mundo, foi palco de profundas divergências políticas entre França e Inglaterra, levando Napoleão Bonaparte a exigir que todas as nações europeias fechassem seus portos para a Inglaterra, com o chamado histórico Bloqueio Continental.</p><p>Portugal, que já dependia, economicamente, da Inglaterra se viu em uma situação difícil. A diplomacia portuguesa trabalhou um bom tempo, tentando conciliar o seu antigo relacionamento com os ingleses, sem afrontar Napoleão Bonaparte.</p><p>Enquanto negociava com os franceses, a Coroa Portuguesa assinava um acordo secreto com a Inglaterra que lhe garantiria a retirada da família real portuguesa e sua corte para o Brasil, projeto já estudado desde 1750.</p><p>“Este Português foi o único Homem que conseguiu me enganar”</p><p>(Napoleão Bonaparte) 6</p><p>Em 27 de novembro de 1807, a Corte abandona Portugal, atravessando em 36 embarcações o Oceano Atlântico, em direção ao Brasil; primeiro, Salvador e, em 07 de março de 1808, o Rio de Janeiro.</p><p>Para melhor entendimento do que era o Rio de Janeiro, em 1808, vejamos o que diz Luiz Gonçalves dos Santos, o Padre Perereca, em seu livro de memórias:</p><p>“A população desta cidade nos princípios do ano de 1808 chegaria a 60.000 almas, repartidas pelas quatro freguesias: Sé, Candelária, São José e Santa Rita; porém, mais da metade deste numero se compreende na escravatura...”</p><p>Largo do Paço (atual Praça XV) no início do séc. XIX.</p><p>Com a chegada de, aproximadamente, quinze mil pessoas, as acomodações eram muito difíceis. As tensões sociais eram inevitáveis, principalmente, após a solução encontrada pelo Príncipe Regente para instalar seu séquito, que trouxera metade do dinheiro que circulava em Portugal, além de ouro e prata. Ele usou do expediente da desapropriação, ou seja, a casa escolhida por um membro da corte recebia em sua porta a sigla P.R. – Príncipe Regente - e o proprietário deveria abandonar a casa o quanto antes. O povo, debochadamente, dizia que P.R. era “Ponha-se na Rua”.</p><p>Com toda essa riqueza e as tensões sociais instauradas, o Corpo Militar da Guarnição da Cidade não mais atendia às necessidades da Coroa.</p><p>O Príncipe Regente já possuía a experiência de criar, em Portugal, uma Divisão Militar da Guarda Real de Polícia.</p><p>Com esta nova realidade, o Príncipe Regente D. João, atendendo à proposta do desembargador Paulo Fernandes Vianna decretava, em 13 de maio de 1809 - sábado - aniversário do Príncipe Regente, a criação da Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, formada por 218 homens escolhidos, como previa o segundo artigo do decreto de criação, entre os homens do Regimento de Infantaria e Cavalaria de Linha da Guarnição da Corte e os Oficiais e soldados que integravam a Divisão Militar criada em Portugal, que acompanharam D. João.</p><p>D E C R E TO 7</p><p>“SENDO de absoluta necessidade prover á segurança, e tranqüilidade Publica desta Cidade, cuja população, e trafico tem crescido consideravelmente, e se argumentará todos os dias pela affluencia de Negócios inseparável das grandes Capitães; e havendo mostrado a experiência, que o Estabelecimento de huma Guarda Militar de Policia he o mais próprio não só para aquelle desejado fim da boa ordem, e sossego Publico, mas ainda para obstar ás danosas especulações do Contrabando, que nenhuma outra Providencia, nem mais rigorozas Leis prohibitivas tem podido cohibir : Sou Servidor Crear huma Divizão Militar da Guarda Real da Policia desta Corte, com a possível semelhança daquella, que com tão reconhecidas vantagens Estabeleci em Lisboa, a qual se organizará na conformidade do Plano, que com este baixa, assinado pelo Conde de Linhares, do Meu Conselho de Estado dos Negócios Estrangeiros, e da Guerra. O Conselho Supremo Militar o tenha assim entendido, e o faça executar na parte, que lhe toca. Palácio do Rio de Janeiro em treze de Maio de mil oitocentos e nove.” Com a Rubrica do PRINCIPE REGENTE N.S.</p><p>Uniforme da Guarda Real de Polícia da Corte.</p><p>As primeiras unidades foram assim divididas:</p><p>1ª Companhia de Infantaria do Valongo (atual Sacadura Cabral – Saúde).</p><p>2ª Companhia Infantaria de na Prainha (Pça Mauá).</p><p>3ª Companhia de Infantaria na Ajuda (Pça Marechal Floriano Peixoto) e</p><p>1ª Companhia de Cavalaria, no Campo de Santana.</p><p>2ª Companhia de Cavalaria – Quartel de Mata Porco (na Rua Mata Porcos, atual Rua Salvador de Sá). 8</p><p>“O Major Vidigal era o rei absoluto, o árbitro supremo de tudo que dizia respeito a este ramo da administração; era o Juiz que julgava e distribuía a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caça aos criminosos; nas causas da sua imensa alçada não havia testemunhas, nem provas, nem razões, nem processo; ele resumia tudo em si; a sua justiça era infalível; não havia apelação das sentenças que dava, fazia o que queria, e ninguém lhe tomava contas. Exercia enfim uma espécie de inquisição policial. Entretanto façamos-lhe justiça, dados os descontos necessários às idéias do tempo, em verdade não abusava ele muito de seu poder, e o empregava em certos casos muito bem empregado”.(Manoel Antônio de Almeida em “Memórias de um Sargento de Milícias”)</p><p>O Major Vidigal ficou famoso por armar os seus homens, chamados de Quadrilheiros, por patrulhar as quadras “ruas”, com chicotes, pois causavam abalo psicológico aos negros, principalmente, aos alforriados, pelas lembranças das chicotadas como castigo. Os castigos que aplicava com chicotes deixavam o punido com as costas feridas como “teias de camarão”.</p><p>“O DIA DO FICO”</p><p>Em abril de 1821, D. João VI, retorna para Portugal, cedendo a pressões políticas vindas de lá, mas deixa no Brasil o Príncipe herdeiro D. Pedro.</p><p>A presença e permanência do príncipe-herdeiro D. Pedro no Brasil, produzia inquietação nos setores conservadores de Portugal. Temia-se que a sua presença em terras brasileiras fosse um estímulo à Independência da Colônia. Por conta disto, o mesmo recebeu determinação de retornar para Portugal.</p><p>Patriotas brasileiros, membros da Maçonaria, conclamaram o povo a comparecer em massa à casa do Capitão-Mor José Joaquim da Rocha, para assinar um manifesto endereçado ao Príncipe Regente D. Pedro, rogando ao mesmo pela sua permanência.</p><p>Ao tomar conhecimento de tal manifesto, soldados Portugueses da Divisão Auxiliadora (unidade do Exército Português fiel ao Governo de Portugal e aquartelada no Rio de Janeiro), dirigiram-se ao local, com intuito de intimidar os brasileiros e coibir a realização do manifesto. 9</p><p>O Coronel Vidigal, que era Maçom, tomou conhecimento do manifesto e não se fez de rogado: enviou uma patrulha da GRP para a casa do Capitão-Mor, com ordens de garantir o movimento popular. Em seguida, os mesmos escoltaram o abaixo- assinado para ser entregue ao Príncipe Regente. O próprio Vidigal foi um dos que assinaram.</p><p>A consequência</p><p>do manifesto foi a permanência de D. Pedro, selada com a famosa frase: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação estou pronto. Digam ao povo que fico!”. Era 9 de janeiro de 1822, dia que entraria para a história como o “Dia do Fico”.</p><p>A Guarda Imperial da Polícia nos Tempos de D. Pedro I</p><p>Uniforme em 1822.</p><p>Ao proclamar a independência, em 07 setembro 1822, o Príncipe D. Pedro vestia uma farda da polícia.</p><p>A partir da aclamação de D. Pedro I como Imperador, em 12 de dezembro de 1822, a Corporação passa a denominar-se Guarda Imperial da Polícia.</p><p>PRIMEIRO POLICIAL MORTO EM SERVIÇO</p><p>Em 23 de setembro de 1827, o Tenente Joaquim Antônio Ferreira morre em sério entrevero com delinquentes. É o primeiro policial militar a morrer em combate.</p><p>CORPO DE GUARDAS MUNICIPAIS PERMANENTES</p><p>Em 1831, D. Pedro retorna para Portugal, abdicando de seu trono em favor de seu filho de cinco anos D. Pedro II, gerando o Período Regencial. É o chamado Regência Trina que, posteriormente, passou a ser Regência Una. 10</p><p>O Ministro da Justiça, Padre Feijó, em 10 de outubro de 1831, transforma a Guarda Real de Polícia, no Corpo de Guardas Municipais Permanentes com o seu quartel no convento dos Barbonos (onde é o atual Quartel General – QG, no Centro do Rio de Janeiro).</p><p>O discurso inicial do Padre Feijó é emblemático, marcando sua administração com a sua visão da conduta do Policial Militar, vejamos:</p><p>“...cumprir com o seu dever sem exceção de pessoa alguma, serão com todas prudentes, circunspectos, guardando aquela civilidade e respeito devidos aos direitos do cidadão.” Observação: Você conhecerá mais nas disciplinas Legislação Constitucional e Direitos Humanos.</p><p>Uniformes do Corpo de Guardas Municipais Permanentes.</p><p>GUARDA POLICIAL DA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO</p><p>BRASÃO DA PMRJ.</p><p>Em 1763, a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.</p><p>Em 1834, com o Ato Adicional promulgado pelo Governo Regencial, foi criado o Município Neutro. Assim, a Cidade do Rio de Janeiro ficou separada da Província do Rio de Janeiro com uma população de, aproximadamente, 137.000 habitantes, já a província do Rio de Janeiro passa a ter como sede administrativa, a cidade de Niterói.</p><p>12</p><p>A Província do Rio de Janeiro, mais tarde, passou a ser o antigo Estado do Rio de Janeiro, que pertenceria a todos os municípios depois da Ponte Presidente Costa e Silva, Ponte Rio – Niterói, bem como a Baixada Fluminense, a Costa Verde e a Região Serrana.</p><p>A criação da Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro (Lei nº 16, de 14 abril de 1835, foi o início da outra “raiz” da PMERJ).</p><p>Até o ato de 1834, a segurança pública no município, eventualmente, era feita pelos Corpos Policiais da Corte.</p><p>A Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro foi a instituição responsável pela ordem pública.</p><p>A Guarda Policial fluminense, inicialmente, era composta de um Estado-Maior e três Companhias, sendo duas de Infantaria e uma de Cavalaria, todas comandadas por tenentes. O efetivo, fixado em 241 homens, foi preenchido por voluntários, cidadãos brasileiros com idade entre 17 e 40 anos, “de boa moral”. Os oficiais eram nomeados pelo Presidente da Província dentre os cidadãos aptos para as funções, com as honras e prerrogativas das “patentes”. Os voluntários serviriam por dois anos; os recrutados eram obrigados a servir por quatro, podendo, para ambos, se engajarem por mais tempo. O uniforme era azul, semelhante ao do Corpo de Guardas Municipais Permanentes da capital do Império.</p><p>Por indicação do futuro Duque de Caxias, então comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes, foi da Guarda Policial da Província do Rio de Janeiro, em seus primeiros passos, seu companheiro, o Capitão João Nepomuceno Castrioto, exercendo o cargo de Comandante Geral, por mais de vinte e cinco anos. A Caserna Coronel Castrioto, em Niterói, era o QG da antiga PMERJ. Atualmente, é a sede do 4º CPA.</p><p>Entretanto, com a diminuição do seu efetivo, a Corporação é obrigada a recrutar, às pressas, novos membros, de forma voluntária e temporária, mudando, inclusive, sua denominação para Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro.</p><p>Com a República, recebe nova denominação, agora Força Militar do Estado do Rio de Janeiro, sendo uma das duas corporações policiais a se fazer presente naquele momento (a outra seria sua co-irmã que então era chamada de "Corpo Militar de Polícia do Município Neutro"), com suas tropas estacionadas no Campo de Santana, atual Praça da República, Centro do Município do Rio de Janeiro, de onde partiu o grupo liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889, para proclamar a República. O dia 15 de novembro é feriado nacional. 13</p><p>GUERRA DO PARAGUAI</p><p>Uniforme 12º Corpo de Voluntários.</p><p>A Guerra do Paraguai foi uma página importante na história da Corporação.</p><p>Uniforme do 31º Corpo de Voluntários e Canhão Usado no Conflito (Sala do Museu da PMERJ).</p><p>No início da Guerra 1864/65, o somatório das forças dos Exércitos da Tríplice Aliança era, aproximadamente, de 30 mil a 40 mil homens.</p><p>14</p><p>Com o desenrolar da Guerra, o Governo Imperial lança mão dos Corpos de Voluntários que cada província enviava à sangrenta guerra. Este Corpo de Voluntários era composto, boa parte por policiais e negros, em um total de 51 (cinquenta e um) Corpos de Voluntários, nos coube o 12º TREME TERRA com, aproximadamente, 400 (quatrocentos) praças e o 31º Corpo de Voluntários da Pátria que, com aproximadamente, 510 (quinhentos e dez) praças, além de seus oficiais, partiram em 18 de fevereiro e 10 de julho em 1865, respectivamente.</p><p>Do antigo Estado do Rio de Janeiro, parte o 12º Corpo de Voluntários da Pátria, conhecido como TREME TERRA, sob o Comando do Ten. Cel. João José de Brito que daria origem, durante a guerra, ao 44º Corpo de Voluntários da Pátria, formado por integrantes do Corpo Policial Provisório da Província do Rio de Janeiro. Seria injusto se aqui não fosse citada a participação das coirmãs que, igualmente, enviaram tropas para esta guerra: a PM da Bahia com os 10º/41º de Voluntários; a PM de Pernambuco com os 51/53º de Voluntários; a PM de Alagoas com os 20º/52º de Voluntários; a PM do Maranhão com o 22º de Voluntários; a PM da Paraíba com os 21º/51 de Voluntários; a PM do Pará com o 13º de Voluntários; a PM do Rio Grande do Sul com os 9º/39º de Voluntários; as PM do Ceará, de Sergipe e do Piauí com os 19º/50º de Voluntários, perfazendo um total de 4.600 homens.</p><p>O 31º Corpo de Voluntários hoje é homenageado, na denominação do Centro de Formação e Aperfeiçoamentos 31º de Voluntários da Polícia Militar do Estado do Rio Janeiro, atual CFAP e o 12º Batalhão de Polícia Militar, faz lembrança ao 12º Corpo de Voluntários. O 12° BPM foi criado pelo Decreto 5094, de 27 de novembro de 1962, com a denominação de 5° Batalhão de Polícia. Na década de 1970, houve renumeração dos batalhões, em virtude da fusão dos Estados do Rio de Janeiro e o Estado da Guanabara, em 1975. O batalhão passou a ser 12° BPM, logo, o seu nome foi vinculado ao 12° Corpo de Voluntários – TREME TERRA (Niterói- Rua Jansen de Melo).</p><p>Com o retorno do 31º ao fim da Guerra do Paraguai, o Coronel Assunção que era devoto de Nossa Senhora das Dores, construiu uma capela para essa santa católica, no atual QG PMERJ. O Coronel Assunção, atualmente, é o nome do 5° BPM, na Praça do mesmo nome, no bairro da Saúde, perto do Porto Maravilha.</p><p>Guerra do Paraguai, esta triste página de nosso Continente Sul- americano, que levou irmão as armas teve seu fim em 1870. 15</p><p>Durante a Guerra do Paraguai, em 1866, ocorre nova mudança de nome na Corporação para Corpo Militar da Polícia da Corte, através do Decreto nº</p><p>3.598.</p><p>Os nomes das salas de aula da 1° Companhia/CFAP fazem referência aos nomes das Batalhas da Guerra do Paraguai. Já as ruas de Cordovil, referem-se aos nomes de brasileiros que participaram da referida Guerra: Coronel Camisão; Antônio João; Comandante Coelho, Capitão Cruz e outros, bem como a Praça da Laguna (Batalha).</p><p>O cão “Bruto” Museu da PMERJ.</p><p>Nenhuma outra instituição, na história do Brasil, tem algum animal associado à sua história como ocorre com a PMERJ, em relação ao cão BRUTO.</p><p>O cão BRUTO era um cachorro de rua, tipo mastim, que frequentava o quartel do Corpo Municipal Permanente da Corte e se tornou mascote da tropa.</p><p>Com a eclosão da Guerra do Paraguai e a consequente criação do 31º Corpo de Voluntários da Pátria, o cachorro, voluntariamente, acompanhou os soldados, para a campanha. Era comum, no fragor das batalhas, vê-lo correndo latindo de um lado para o outro, ajudando a localizar Voluntários da Pátria, feridos. Ele mesmo foi ferido uma vez nos combates.</p><p>Sobreviveu à guerra, retornando com o vitorioso 31º. Morreu, posteriormente, envenenado por uma bola de carne, das que era usada pela prefeitura para erradicar os cães vadios. 16</p><p>Aula 2 – A Polícia Militar na Contemporaneidade.</p><p>1. A República e o Corpo Militar de Polícia do Município Neutro</p><p>As conturbações que antecederam o fim do Segundo Reinado aguçaram o desejo de um novo modelo político no Brasil. Com o fim da Guerra do Paraguai, o exército brasileiro ganhou grande relevância. Tornou-se popular nos quartéis a corrente filosófica do Positivismo, que defendia a República como um sistema político superior. O Positivismo, através de Augusto Comte criou o lema da bandeira brasileira: Ordem e Progresso.</p><p>O sucesso do café fez com que parte dos lucros fosse revertida na industrialização do país, e as camadas urbanas passara a ver como retrógrado, os conceitos aristocráticos da época.</p><p>Neste cenário de intensas expectativas e transformações, um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889, instaurou a forma Republicana Federativa Presidencialista do governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do imperador D. Pedro II.</p><p>A POLÍCIA MILITAR E A REPÚBLICA</p><p>Na origem, a palavra república (do latim, res = coisa; pública = do povo) significa governo da coisa do povo, da coisa pública, do bem comum.</p><p>Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama a República, findando a existência do Império Brasileiro. Deodoro foi o primeiro Presidente da República.</p><p>O país mudava a forma de governo sem revolucionar a sociedade: trocava de bandeira, separava a Igreja do Estado (Estado laico), fazia uma nova Constituição, 450 homens da Infantaria do Corpo Militar de Polícia da Corte, juntaram-se aos revoltosos e foram posicionados à esquerda, junto com um contingente da Marinha. 17</p><p>A palavra à esquerda não se refere à ideologia dos partidos políticos, ou seja, de direita ou de esquerda.</p><p>Pelo Decreto nº 14.327, de 25 de agosto de 1920, foi estabelecida a coloração cáqui para a maior parte dos uniformes (alteração que permaneceria por mais de 40 anos), bem como o uso de “cintos-talabartes”, é o cinto cruzado no peito, com botas, com esporas e perneiras.</p><p>Pelo Decreto nº 14.447, de 11 de novembro de 1920, a Brigada Policial da Capital Federal é transformada em Polícia Militar do Distrito Federal. A Corporação começa a adquirir autonomia.</p><p>Automitrailleuse White. 18</p><p>A primazia entre unidades militares de emprego de blindados com rodas no Brasil é da PMDF. Em 1921, ela recebeu dois Automitrailleuse White, de origem francesa.</p><p>Estes blindados eram armados com uma metralhadora HOTCHKISS 7mm, montada em uma torre giratória.</p><p>As décadas seguintes ao século XX são marcadas por grandes conturbações políticas. O ano de 1930 é marcado pelo golpe de Estado promovido por Getúlio Vargas, que era do Rio Grande do Sul, apoiado pela burguesia brasileira que não mais aceitava que o Estado patrocinasse os prejuízos do café. Era a chamada Política Café com Leite, em que São Paulo e Minas Gerais alternavam-se no poder.</p><p>A Polícia do Distrito Federal atuou, também, na revolução constitucionalista ocorrida em São Paulo em 1932, no eixo Parati - Cunha com a Cavalaria.</p><p>Força Pública (PMESP) reforçada por alguns militares do Exército baseados no estado de São Paulo rebelam-se contra o “governo provisório” de Getúlio Vargas e exigem eleição de uma assembleia constituinte.</p><p>Na Constituição de 1934, pela primeira vez, as polícias militares do Brasil são citadas em uma Constituição Federal (Art. 167 e pelo seu Regulamento, a Lei nº. 192, de 17/01/1936, que determinava que as PM se estruturassem, conforme as unidades de infantaria e cavalaria do Exército; porém, as proibia de possuir artilharia e aviação.</p><p>Getúlio Vargas percebeu que até o movimento Constitucionalista, em São Paulo, no ano de 1932, as Polícias Militares Estaduais não sofriam qualquer controle por parte do Governo Federal, não se tinha ideia da quantidade de material bélico ou mesmo de efetivo das corporações militares estaduais. Hoje são reguladas pelos Decretos Leis Federais 667, de 02 de julho de 1969 e 88777, de 30 de setembro de 1983 (R200) e o Decreto Lei RJ 92/75, Organização Básica da PMERJ.</p><p>Para os planos de Getúlio, de continuidade no poder, era assustador esta independência. Medidas de controle foram criadas e como solução para esta situação a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 16 de julho de 1934, passa a garantir à União o direito de ter competência privativa para legislar sobre as organizações Policiais Militares Estaduais, competência que era dos Estados que foram, praticamente, banidos, passando a ter uma corporação militar paga pelos seus cofres, mais com total controle do governo central.</p><p>O controle era total das condições gerais da sua utilização, em caso de mobilização ou de guerra, passando as polícias militares à condição nefasta de força reserva do Exército, levando, definitivamente, as polícias militares estaduais a executar como prioridade as funções de interesses do Estado, pelo Governo Federal, afastando, oficialmente, de um processo de interação com a sociedade. 19</p><p>Mais tarde, após o movimento revolucionário patrocinado pelo Partido Comunista, em 1935 (Intentona Comunista, cujo líder foi o então, Capitão de Exército Luís Carlos Prestes) veio a Lei Federal nº 192, de 17 de janeiro de 1936, que possuía o “curioso” título Reorganização das Polícias Militares - que em seu 6º artigo possibilitou o Comando das Polícias Militares a serem exercidos por Oficiais do Exército, que já consolidavam a formação do soldado -profissional em seus quadros. Em 1926, foi criada a Escola Profissional, que depois passou a chamar-se EsFO, atual Academia de Polícia Militar.</p><p>Este ponto inicial, já em nosso entendimento, explica o porquê Getúlio Vargas em 1933, já com a Chefia de Polícia, tendo à frente a figura do Capitão de Exército Filinto Muller que substitui o Cap. de Exército João Alberto Lins de Barros, criou a 13 de maio de 1933, a Escola de Recrutas da Polícia Militar do Distrito Federal, atual CFAP.</p><p>Com esta iniciativa, Getúlio Vargas teve o controle sobre a Polícia Militar no efetivo já existente, pois ali fariam os Cursos de Aperfeiçoamento e o controle dos novos policiais nos cursos de formação, isto é, no nascedouro do profissional, formando uma nova geração de policiais cada vez mais reprimidos, em que o soldado-cidadão perdia, rapidamente, espaço para o soldado-profissional.</p><p>A Corporação e a 2ª Guerra Mundial</p><p>2º Sargento Max Wolf Filho Herói de guerra.</p><p>O 2º Sargento Max Wolf Filho iniciou sua carreira militar com o seu alistamento voluntário no então 15º Batalhão de Caçadores (Paraná). Foi transferido para</p><p>o Rio de Janeiro, onde ingressou na Polícia Militar do Rio de Janeiro, (à época PMDF). 20</p><p>Em 1944, com o ingresso do Brasil na 2ª Guerra Mundial e a perspectiva do envio de tropas para a Itália, Max Wolf apresentou-se, voluntariamente, para ser enviado para a guerra, tendo sido designado para o 11°Regimento de Infantaria (São João Del Rei).</p><p>Demonstrou grande coragem em combate, tornando-se querido e admirado pelos subordinados e respeitado pelos superiores. Faleceu em combate em 1945, quando a sua patrulha foi emboscada. A Escola de Sargento do Exército, na Vila Militar, Rio de Janeiro em homenagem leva o seu nome.</p><p>RJ CAPITAL E PROVÍNCIA</p><p>Em 1763, o Rio de Janeiro passa ser a capital da Colônia e sede do Vice-Reino do Brasil. Já em 1834, a cidade do Rio de Janeiro foi transformada no Município Neutro da Corte, permanecendo como capital do Império do Brasil, enquanto Niterói passou a ser a capital da província do Rio de Janeiro. Em 1889, a cidade transformou-se em capital da República, o Município Neutro, em Distrito Federal e a Província em Estado.</p><p>Com a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o estado da Guanabara, sendo seu primeiro governador, Carlos Lacerda.</p><p>Após o movimento político de 1964, a Polícia Militar do Estado da Guanabara e a Polícia do Estado do Rio de Janeiro, foram unidas em 1975, através da Lei Complementar 20, de 1974. A fusão dos Estados ocorreu em 15 de março de 1975.</p><p>21</p><p>1565 a 1763</p><p>Rio de Janeiro, simples cidade do litoral sudeste do Brasil.</p><p>1763 a 1808</p><p>Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Vice-Reino do Brasil.</p><p>1808 a 1821</p><p>Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Governo Português.</p><p>1822 a 1831</p><p>Rio de Janeiro, capital do Primeiro Reinado.</p><p>1831 a 1840</p><p>Rio de Janeiro, sede da Regência. Em 1834 surge o Município da Corte ou Neutro.</p><p>1840 a 1889</p><p>Rio de Janeiro, capital do Segundo Reinado.</p><p>1889 a 1960</p><p>Rio de Janeiro, capital da República. Em 1891 transformou-se em Distrito Federal.</p><p>1960 a 1975</p><p>Rio de Janeiro, capital do Estado da Guanabara. Primeiro governador: Carlos Lacerda (voto direto).</p><p>1975 em diante</p><p>Rio de Janeiro, capital do novo Estado do Rio de Janeiro. Transforma-se o Estado da Guanabara em Município do Rio de Janeiro, com a fusão do antigo Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara. A delimitação do atual Município do Rio de Janeiro foi feita em 1834, pelo Ato Adicional, quando se criou o Município da Corte, vulgarmente, chamado de Neutro. Seu primeiro governador, Chagas Freitas.</p><p>A PMERJ surgiu com a fusão das Polícias do Estado da Guanabara (PMEG) cujo RG vai até 28400XX, e da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), RG 1-(um barra) que vai até o RG 15000 inclusive.</p><p>Observação: não existe mais nenhum barra no serviço ativo e tampouco RG 28.000.</p><p>Aula 3 – O Início da Polícia Cidadã.</p><p>1. Constituição de 1988</p><p>Após o Brasil ter passado por um grande período de governo militar, que ocorreu de 1964 a 1985, o país se via em um novo processo para a redemocratização, agora, com a necessidade de devolver ao povo todos os direitos que haviam sido retirados, durante este período de exceção.</p><p>E assim, Decretada e Promulgada, pela Assembleia Nacional Constituinte, em 5 de outubro de 1988, nascia a Constituição da República Federativa do Brasil, que estabelecia o nosso país como um Estado democrático de Direito de estrutura federativa, garantindo que o presidente da república, os governadores dos estados, os prefeitos municipais e os representantes do poder legislativo, fossem eleitos pelo povo, por voto direto e secreto. Devido os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania, 22</p><p>a constituição de 1988, que é a atual Carta Magna, ganhou o apelido de Constituição Cidadã, através do Presidente da Câmara Ulisses Guimarães, por ser considerada a mais completa entre as constituições brasileiras.</p><p>I – PERÍODOS DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL.</p><p>1. Período da Vingança</p><p>Tendo início nos tempos primitivos, nas origens da humanidade, o Período da Vingança prolonga-se até o século XVIII.</p><p>Pode-se distinguir as diversas fases de evolução da vingança penal, como a seguir:</p><p>Fase da vingança privada . "Olho por olho, dente por dente".</p><p>Na denominada fase da vingança privada, cometido um crime, ocorria a reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo), que agiam sem proporção a ofensa, atingindo não só o ofensor, como todo o seu grupo. A inexistência de um limite (falta de proporcionalidade) no revide à agressão, bem como a vingança de sangue foi um dos períodos em que a vingança privada constituiu-se a mais freqüente forma de punição, adotada pelos povos primitivos.</p><p>A vingança privado constituía uma reação natural e instintiva, por isso, foi apenas uma realidade sociológica, não uma instituição jurídica.</p><p>Fase da vingança divina"A repressão ao crime é satisfação dos deuses".</p><p>Aqui, a religião atinge influência decisiva na vida dos povos antigos.</p><p>A repressão ao delinquente nessa fase tinha por fim aplacar a "ira" da divindade ofendida pelo crime, bem como castigar ao infrator.</p><p>A administração da sanção penal ficava a cargo dos sacerdotes que, como mandatários dos deuses, encarregavam-se da justiça.</p><p>Legislação típica dessa fase é o Código de Manu, mas esses princípios foram adotados na Babilônia, no Egito (Cinco Livros), na China (Livro das Cinco Penas), na Pérsia (Avesta) e pelo povo de Israel.</p><p>Fase da vingança pública. "Crimes ao Estado, à sociedade".</p><p>Com uma maior organização social, especialmente com o desenvolvimento do poder político, surge, no seio das comunidades, a figura do chefe ou da assembleia. 23</p><p>A pena, portanto, perde sua índole sacra para transformar-se em um sanção imposta em nome de uma autoridade pública, representativa dos interesses da comunidade.</p><p>Não era mais o ofendido ou mesmo os sacerdotes os agentes responsáveis pela punição, mas o soberano (rei, príncipe, regente). Este exercia sua autoridade em nome de Deus e cometia inúmeras arbitrariedades.</p><p>A pena de morte era uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos que hoje são considerados insignificantes. Usava-se mutilar o condenado, confiscar seus bens e extrapolar a pena até os familiares do infrator.</p><p>Entretanto, essas fases não se sucedem umas às outras com precisão matemática. Uma fase convive com a outra por largo período, até constituir orientação prevalente, para, em seguida, passar a conviver com a que lhe se segue. Assim, a divisão cronológica é meramente secundária, já que a separação é feita por ideias.</p><p>3-Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas</p><p>As Ordenações Afonsinas (1500-1514), aparecidas no século XV foram elaboradas sob os reinados de João I, D. Duarte e Afonso V como o trabalho foi finalizado no reinado de Afonso V, recebeu o nome de Ordenações Afonsinas (1446).</p><p>Compunham-se de cinco livros, compreendendo organização judiciária, competências, relações da Igreja com o Estado, processo civil e comercial. As Ordenações Afonsinas consagraram-se como fonte do direito "nacional" e prevalente, tendo por fontes subsidiárias os direitos romanos e canônico. Dessa forma, observa-se, desde já, que a consolidação das regras nas Ordenações, inclusive costumeiras, enfraqueceram as que não foram incluídas. No entanto, o apreço ao direito romano fica constatado na sua valoração como primeira fonte subsidiária.</p><p>As segundas ordenações, as Ordenações Manuelinas (1514-1603), foi determinada pela existência de vultoso número de leis e atos modificadores das Ordenações Afonsinas. iniciaram seu trabalho em 1501, no reinado do Dom Manuel I e terminaram-no, mais ou menos, em 1514. Apresentavam a peculiaridade de uma duplicidade de edições: a primeira data de 1512-1514 e a segunda de 1521.</p><p>A reforma se deu na parte atinente às fontes subsidiárias, onde após a afirmação da prioridade das leis portuguesas, deveriam ser observados primeiro o direito romano e em segundo lugar o direito canônico. Seguem-se como fontes subsidiárias. 24</p><p>As Ordenações Filipinas, juntamente com as leis extravagantes, tiveram vigência no Brasil de 1603 até 1916. Esta compilação data do período do domínio espanhol, que começaram seus trabalhos no reinado do rei espanhol Felipe I (1581-1598), terminaram-no em 1603, no reinado de Felipe II (1598-1621). Essas ordenações objetivaram a atualização das inúmeras regras esparsas editadas no período de 1521 a 1600, não produzindo grandes alterações nas fontes subsidiárias exceto transformações de cunho formal. Como última norma legal de fontes subsidiárias ao direito português, em ordem sucessiva: o direito romano, o direito canônico (quando a aplicação do direito romano resultasse em pecado).</p><p>Essas ordenações não eram códigos no sentido atual, mas compilações de leis, atos e costumes.</p><p>Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3549&p=2 acesso: 06 de setembro de 2018.</p><p>Adaptado por: Carlos Vieira, em 29 de outubro de 2018.</p><p>4- A Constituição de 1824 e o Código Criminal de 1830.</p><p>O Código Criminal do Império do Brasil foi sancionado pela lei de 16 de dezembro de 1830, substituindo o livro V das Ordenações Filipinas (1603), codificação penal portuguesa que continuou em vigor depois da Independência (1822), seguindo determinação da Assembleia Nacional Constituinte de 1823.</p><p>A Constituição do Império do Brasil, de 1824, determinou que “organizar-se-á o quanto antes um Código Civil, e Criminal, fundado nas sólidas bases da justiça e equidade” (BRASIL. Constituição (1824), art. 179, parágrafo 18). No entanto, se a monarquia brasileira não conseguiu elaborar seu Código Civil, que foi sancionado apenas no período republicano, em 1916, o mesmo não ocorreu com a codificação penal (LARA, 1999, p. 38-9).</p><p>No parecer da comissão, o livro V das Ordenações Filipinas foi descrito como uma legislação incompleta e bárbara, um conjunto de leis desconexas influenciadas pela superstição e grosseiros juízos draconianos (Sessão de 31 de agosto de 1829 apud MALERBA, 1994, p. 145).</p><p>O Código Criminal possuía quatro partes – dos crimes e das penas; dos crimes públicos, dos crimes particulares e dos crimes policiais – sendo composta cada uma por títulos, capítulos e seções. O documento determinava que nenhum crime fosse punido com penas que não estivessem estabelecidas 25</p><p>nas leis conforme a gradação de máximo, médio e mínimo, em razão das possíveis atenuantes ou agravantes (Código Criminal, art. 33). Foram definidos como criminosos (autores) aqueles que cometiam, constrangiam ou mandavam alguém cometer crimes. Não haveria crime ou delito, palavras sinônimas neste código, sem uma lei anterior que o qualificasse (Código Criminal, art. 1º). Os menores de quatorze anos foram isentos de responsabilidade penal (Código Criminal, art. 10), mas se ficasse provado que haviam cometido crime ou delito, agindo com discernimento, seriam encerrados nas casas de correção, sendo que o período de reclusão não poderia ser estendido após o réu completar dezessete anos (Código Criminal, art. 13).</p><p>A legislação criminal adotada no Império significou uma ruptura em relação às penalidades supliciantes da codificação portuguesa (esquartejamento, amputação, açoites etc.), por privilegiar a aplicação da pena de privação da liberdade (o encarceramento) praticamente inexistente no livro V, mas que foi aplicada predominantemente no Código de 1830 (MORAES, 1923, p. 15), (SALLA, 2006, p. 46). As punições do Antigo Regime eram exemplares e recaíam sobre o corpo do condenado. Nos casos da aplicação da pena de morte podia ocorrer uma combinação de suplícios (açoites e tenazes quentes), além do esquartejamento antes ou depois da morte, de acordo com a condição do criminoso e o tipo de crime (LARA, 1999, p. 22).</p><p>Enquanto a pena de prisão com trabalho não pudesse ser cumprida, o próprio texto do código prescreveu sua comutação pela de prisão simples. Nos casos em que esse recurso foi aplicado, o período da pena de prisão devia ser acrescido do tempo correspondente à sexta parte do estipulado para o cumprimento da pena de prisão com trabalho (art. 49). Para o cumprimento dessas penalidades, as prisões do Império deveriam ser “seguras, limpas e bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos réus, conforme as circunstâncias e natureza dos seus crimes” (Constituição do Império do Brasil (1824) art. 179, parágrafo 21)</p><p>26</p><p>1- As Polícias Militares e a Constituição de 1934. A Lei 192, de 17/01/1936.</p><p>O século XIX é um período de grande transformação em nossa história. Neste contexto, a década de 30, também vai ter destaque. Além das Revoluções de 1930, e da Constitucionalista de 1932, a constituição de 1934 vai complementar todo este processo de mudanças. Nesta conjuntura, as polícias militares de nosso país estarão ligadas a essas mudanças, pois a partir de janeiro de 1934, vemos a ação do Estado e da União, em atribuir os papéis das Forças Militares Estaduais, determinando a sua atuação junto ao Exército, e as funções a serem desempenhadas na Constituição Federal. É o chamado Estado Novo.</p><p>2. A Lei 192, de 17/01/1936.</p><p>Nesta lei, observaremos as atribuições concedidas às Polícias Militares de nossa federação, e aqui destacamos alguns pontos:</p><p>Art. 1º As Polícias Militares serão reorganizadas pelos Estados e pela União. Na conformidade desta Lei, e são consideradas reservas do Exercito, nos termos do art. 167 da Constituição Federal,</p><p>Art. 2º Compete às Polícias Militares:</p><p>a) Exercer as funções de vigilância e garantia da ordem: publica, de acordo com as leis vigentes;</p><p>b) garantir o cumprimento da lei, a segurança das instituições e o exercício dos poderes constituídos;</p><p>c) atender à convocação do Governo Federal em casos guerra externa ou grave comoção intestina (desordem interna, Guerra Civil), segundo a lei de mobilização.</p><p>Em face da análise da Lei nº 192, de 1936, percebe-se a atribuição das Polícias Militares Estaduais, sendo denominadas reservas do Exército, constituindo desempenhos específicos definidos. 27</p><p>Logo, caracterizar as atribuições das Polícias Militares em um período de instabilidade na política nacional possibilitou que as tropas militares estaduais e federais, atuassem de forma harmônica e objetiva, no combate a movimentos tido como subversivos, no governo Vargas.</p><p>E como forma de reação e repressão a estes movimentos, o governo Vargas institui a Lei de Segurança Nacional (atual Lei nº 7170, de 14 de dezembro de 1983), que buscou reprimir estes movimentos de insurreição política-militar, concedendo poderes aos Estados da federação no combate aos subversivos. E, assim, as polícias militares continuaram em sua atuação assídua no cenário nacional, em preservação da legislação em vigor, e na derrocada do Nazi-Fascismo (Alemanha e Itália), na II Grande Guerra Mundial, desempenhando, assim, mais uma vez o seu papel de braço do Estado.</p><p>1. A Constituição de 1946 e as Polícias Militares.</p><p>A Constituição promulgada (votada) em 1946, concedia autonomia política administrativa, para estados e municípios, pois o governo anterior em determinado período, buscou alojar-se no poder, através de uma rígida centralização política. No entanto, com a subida ao poder do General Eurico Gaspar Dutra (1946/1951), foi promulgada a quinta constituição brasileira, concedendo as bases necessárias para a instalação de governos futuros como: Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart.</p><p>Em termos de inovação, a Constituição de 1946 reserva, pela primeira vez, em matéria constitucional, um Título de seu texto, o VII, para as Forças Armadas.</p><p>Nesta Constituição Federal, de 18 de setembro de 1946, vai salientar a atuação da polícia militar como mostra a seguir:</p><p>Art. 183 - As polícias militares instituídas para a segurança interna e a manutenção da ordem nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, são consideradas, como forças auxiliares, reservas do Exército.</p><p>Parágrafo único - Quando mobilizado a serviço da União em tempo de guerra externa ou civil, o seu pessoal gozará das mesmas vantagens atribuídas ao pessoal do Exército.</p><p>28</p><p>Aula 4 – A trajetória Democrática no Brasil.Ao final desta aula você será capaz de:</p><p>Reconhecer as diferentes Constituições Federais Brasileiras.</p><p>1- Código Criminal de 1890 e a Constituição de 1891.</p><p>O Código Penal de 1890 e a Constituição de 1891 faziam parte dos sinais simbólicos da passagem do regime imperial para o republicano. A elaboração do Código de 1890 começa, porém, ainda sob o Império, assim como a história da reforma do código de 1890 começa com a história da discussão sobre a reforma do código criminal imperial de 1830.</p><p>João Vieira havia apresentado um projeto em julho de 1889 –já nos últimos respiros do Império que, decididamente, pretendia ser simplesmente uma consolidação e não uma codificação, isto é, não tinha a pretensão de reformar o direito penal vigente. Surgiu a ideia de elaborar uma "nova edição oficial" do código criminal de 1830, ou seja, o movimento abolicionista e o processo de abolição da escravidão. A partir desse primeiro aspecto será possível identificar uma característica muito particular da proposta: tratava-se de uma consolidação, porém, o seu motor principal não era tanto ordenar o caos da legislação esparsa, e sim eliminar dispositivos revogados do corpo do código. Depois que o projeto de João Vieira é apresentado em 1889, abre-se o debate que acabou sepultando a ideia inicial, ou seja, que desaguou em um novo código penal em 1890.</p><p>2. As Polícias Militares e a Constituição de 1934. A Lei 192, de 17/01/1936.</p><p>O século XIX é um período de grande transformação em nossa história. Neste contexto, a década de 30, também vai ter destaque. Além das Revoluções de 1930, e da Constitucionalista de 1932, a constituição de 1934 vai complementar todo este processo de mudanças. Nesta conjuntura, as polícias militares de nosso país estarão ligadas a essas mudanças, pois a partir de janeiro de 1934, vemos a ação do Estado e da União, em atribuir os papéis das Forças Militares Estaduais, determinando a sua atuação junto ao Exército, e as funções a serem desempenhadas na Constituição Federal. É o chamado Estado Novo.</p><p>2.1A Lei 192, de 17/01/1936.</p><p>Nesta lei, observaremos as atribuições concedidas às Polícias Militares de nossa federação, e aqui destacamos alguns pontos: 29</p><p>Art. 1º As Polícias Militares serão reorganizadas pelos Estados e pela União. Na conformidade desta Lei, e são consideradas reservas do Exercito, nos termos do art. 167 da Constituição Federal,</p><p>Art. 2º Compete às Polícias Militares:</p><p>a) Exercer as funções de vigilância e garantia da ordem: publica, de acordo com as leis vigentes;</p><p>b) garantir o cumprimento da lei, a segurança das instituições e o exercício dos poderes constituídos;</p><p>c) atender à convocação do Governo Federal em casos guerra externa ou grave comoção intestina (desordem interna, Guerra Civil), segundo a lei de mobilização.</p><p>Em face da análise da Lei nº 192, de 1936, percebe-se a atribuição das Polícias Militares Estaduais, sendo denominadas reservas do Exército, constituindo desempenhos específicos definidos.</p><p>Logo, caracterizar as atribuições das Polícias Militares em um período de instabilidade na política nacional possibilitou que as tropas militares estaduais e federais, atuassem de forma harmônica e objetiva, no combate a movimentos tido como subversivos, no governo Vargas.</p><p>E como forma de reação e repressão a estes movimentos, o governo Vargas institui a Lei de Segurança Nacional (atual Lei nº 7170, de 14 de dezembro de 1983), que buscou reprimir estes movimentos de insurreição política-militar, concedendo poderes aos Estados da federação no combate aos subversivos. E, assim, as polícias militares continuaram em sua atuação assídua no cenário nacional, em preservação da legislação em vigor, e na derrocada do Nazi-Fascismo (Alemanha e Itália), na II Grande Guerra Mundial, desempenhando, assim, mais uma vez o seu papel de braço do Estado.</p><p>4-Constituições de 1967-1969 e a de 1988, esta última Constituição Cidadã, (comentada na aula 3, capitulo 1 e aula 4, capítulo 4).</p><p>As Constituições Federais do Brasil 1967, 1969 e 1988 trazem artigos referentes as Polícias militares, dentre eles, como o de votar e de ser votado, assuntos que poderão ser consultados e debatidos na disciplina Legislação Constitucional.</p><p>Historicamente, antes da Constituição de 05 de outubro de 1988, eram os</p><p>Soldados e Cabos constitucionalmente proibidos de votarem e serem votados.30</p><p>Art. 42. São servidores militares federais os integrantes das Forças Armadas e servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal os integrantes de suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares.</p><p>§ 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados das Forças Armadas, das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.</p><p>§ 2º As patentes dos oficiais das Forças Armadas são conferidas pelo Presidente da República, e as dos oficiais das polícias militares e corpos de bombeiros militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal, pelos respectivos Governadores.</p><p>CAPÍTULO III</p><p>DA SEGURANÇA PÚBLICA</p><p>Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:</p><p>I - polícia federal;</p><p>II - polícia rodoviária federal;</p><p>III - polícia ferroviária federal;</p><p>IV - polícias civis;</p><p>V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.</p><p>§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se a: ...</p><p>§ 4º Às polícias civis,..</p><p>§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública (POPOP); aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.</p><p>§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.</p><p>Bibliografia:</p><p>-Jus.com.br Acesso: 25 de outubro de 2018, 14:10 horas. Adaptado: Carlinhos Vieira.</p><p>-Caderno Conciso- Adriano Passos. Acesso: 23 de outubro de 2018, 09:43 horas. Adaptado: Carlinhos Vieira</p><p>5-As Polícias Militares e a Constituição Cidadã de 1988</p><p>(Parte comentada na aula 3, capítulo 1 e aula 4, capítulo 4). 31</p><p>A Constituição Cidadã, segundo as palavras do presidente da Câmara dos Deputados, Ulysses Guimarães, presidindo a Assembleia Nacional Constituinte, entre 1987 e 1988, é promulgada no dia 5 de outubro de 1988, restabelecendo as garantias dos direitos cassados pelo governo militar, através do Ato Institucional 5 (AI 5) com destaque para os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania.</p><p>Esta Constituição prevê como missão da Polícia Militar, em seu artigo 144:</p><p>“a segurança pública, dever do Estado,</p><p>direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio [...]”.</p><p>E ainda como competência das Polícias Militares, em seu artigo 144, § 5º:</p><p>“Às Polícias Militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública (Sigla POPOP); aos Corpos de Bombeiros Militares, além das atribuições definidas em lei, incumbem a execução de atividades de defesa civil”.</p><p>1982 – NOVOS RUMOS</p><p>“Policiar não significa violentar os direitos dos cidadãos”</p><p>(Carlos Magno Nazareth Cerqueira)</p><p>No ano de 1982, em razão das mudanças políticas que começavam a impulsionar o país rumo à democracia, recebe a PMERJ o Comando do Coronel Carlos Magno de Nazareth Cerqueira que foi Secretário de Estado da Polícia Militar. 32</p><p>Oficial com uma visão muito a frente de sua época, com espírito democrático encaminhou a corporação para uma reaproximação com a sociedade civil.</p><p>A abertura dos portões da Corporação à sociedade civil foi uma marca do Comando do Cel. PM Cerqueira. Não só participou dos eventos patrocinados pela sociedade, como os transcrevia na íntegra, no Boletim da PM, divulgando eventos, como a participação da Polícia Militar, registrada no Boletim da PM, número 25, de 06 de fevereiro de 1984, pág. 18 – 21, da Ata da 3ª Reunião Ordinária do Conselho de Justiça e Segurança Pública e Direitos Humanos.</p><p>QUAL RUMO TOMAR?</p><p>Estudioso e pesquisador na prática do Comando, o Cel. Cerqueira deixa claro que sabia muito bem o rumo que a Corporação precisava seguir para um desempenho mais técnico profissional, sem descuidar do fortalecimento de um espírito democrático essencial para o desempenho da função policial militar.</p><p>O Boletim da PM número 155, de 15 de agosto 1984, pág. 24-28, traz um verdadeiro caminho a ser seguido pela Corporação, vejamos:</p><p>“Assim, a partir das atribuições cometidas à Corporação e em face do Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do Rio de Janeiro, o Comando interpretou a missão e estabeleceu a sua FISOLOSOFIA. Daí o OBJETIVO-SÍNTESE:</p><p>PROMOVER, ADAPTANDO A ESTRUTURA POLICIAL-MILITAR ÀS EXIGÊNCIAS DA SEGURANÇA PÚBLICA, O AJUSTAMENTO COMPORTAMENTAL DA ORGANIZAÇÃO DENTRO DE UMA NOVA CONCEPÇÃO DE ORDEM PÚBLICA, NA QUAL A COLABORAÇÃO E A INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA SEJAM OS NOVOS E IMPORTANTES REFERENCIAIS, O QUE IMPLICA EM UM NOVO POLICIAL E UMA NOVA POLÍCIA''</p><p>“c. A PM É UMA ORGANIZAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS.</p><p>POLICIAMENTO. A melhoria do policiamento não implica necessariamente no aumento dos efetivos. “Buscar-se-á essa melhoria através de avaliações das técnicas utilizadas atualmente, de forma a se construir planejamento mais flexíveis, no sentido de otimizar os resultados...”</p><p>Com estas ideias, fica claro que o trabalho do Cel. PM Cerqueira iniciou uma ponte de real aproximação entre a Corporação e a sociedade.</p><p>Desmistifica o Cel. Cerqueira a concepção de uma polícia como única responsável e capaz de resolver o problema da falta de segurança pública, conclamando o público interno a assumir sua condição de servidor público, e dividindo com a sociedade a construção de alternativas para o campo da segurança pública.</p><p>A marca consagrada de sua primeira gestão foi a inclusão das mulheres (1982); em sua segunda gestão, o Policiamento Comunitário. 33</p><p>158 recrutas policiais militares femininas no CFAP (as 36 mil).</p><p>A primeira PM Fem, no lado esquerdo da foto é Maria de Fátima, hoje Cap PM da Reserva Remunerada do Quadro do Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos ( CHQOA).</p><p>Ao longo do seu segundo comando (1991 - 1994) o Coronel Nazareth Cerqueira tentou implantar a filosofia de Polícia Comunitária na PMERJ. A iniciativa, pioneira para época, era muito avançada e não foi entendida, havendo considerável resistência à estas ideias. Apesar disto, a PMERJ foi pioneira na implantação de um programa efetivo de Polícia Comunitária. Hoje, a filosofia de Policiamento Comunitário é o cerne para se pensar em Polícia, no Rio de Janeiro e no Brasil.</p><p>O Coronel Nazareth Cerqueira criou, também, o Programa de Erradicação e Resistência as Drogas – PROERD. Já era Oficial da Reserva quando, por duas vezes, volta ao serviço ativo para ser Secretário de Estado de Polícia Militar, nos dois governos de Leonel Brizola. A Ronda Ostensiva Coronel Nazareth Cerqueira – RONAC tem esse nome em sua homenagem. Originário do então, GETAM. 34</p><p>A LENDÁRIA FAZENDA DOS AFONSOS</p><p>Fonte d’agua no CFAP 31 Vol. retratando a Fazenda dos Afonsos em 1906, funcionou até 1992.</p><p>Não fugindo ao que era comum nos séculos que vieram, após o domínio português das terras tupiniquins, a fazenda na Freguesia de Irajá era parte de uma sesmaria de propriedade do português nascido em Lisboa, em 1670, João AFONSO de Oliveira que veio para o Brasil, casando-se com uma brasileira e pai de catorze filhos. Freguesia de Irajá era uma extensão de Irajá até Campo Grande. Os nomes dos bairros surgiram depois.</p><p>Apesar de faltar provas materiais, acredita-se que parte desta sesmaria, conhecida como Fazenda dos Afonsos, foi adquirida mais tarde por Carlos José de Azevedo Magalhães.</p><p>No ano de 1906, o Ministério da Justiça adquiriu a “Fazenda dos Afonsos” que passou a servir como Invernada para o Regimento de Cavalaria da Polícia Militar do Distrito Federal. A compra destas terras que totalizavam 3.189,629m² (três milhões cento e oitenta e nove mil e seiscentos metros quadrados) realizou-se em 31 de março de 1906, pela importância de 40.000$00 (quarenta contos de réis).</p><p>Foram outorgantes vendedores os menores, filhos herdeiros do Coronel Carlos José de Azevedo Magalhães. A escritura definitiva para a então Brigada Policial foi em 07 de outubro de 1907, por escritura lavrada no livro 471, do 2º Ofício de Notas.</p><p>Em 1912, foram cedidos 725.00m² ao então Aéreo Clube Brasileiro e, no ano seguinte, mais 390.000m²; em seguida, mais 970.000m² cedidos agora, ao Ministério da Guerra, da parte leste da fazenda, a atual Escola de Aeronáutica. 35</p><p>SEÇÃO DE TERRA AO EXÉRCITO</p><p>“Art. 1º: A Polícia Militar cede ao Ministério da Guerra mais a faixa de terra que fica ao norte do Campo e que está situada a leste da Invernada, entre esta e o Campo compreendendo 1.071,340m².</p><p>Art. 2º: O Ministério da Guerra obrigar-se-á:</p><p>a) A desviar a linha de bonde;</p><p>b) A cercar com moirões de ferro, revestidos de cimento e cinco ordens de arame farpado, a faixa de terreno que dá para Invernada;</p><p>c) A ceder 500 espadas com bainhas, para praça, do modelo em uso no Exército, modificadas para o tipo adotada na Polícia Militar e dois fuzis metralhadoras “MADSEN”, com respectivos acessórios;</p><p>d) A tomar providências para evitar que continuem a cair, na parte edificada da Invernada, os projéteis que procedem de uma linha de tiro existente próximo, utilizada pelos corpos aquartelados na Vila Militar.</p><p>1933 - ESCOLA DE RECRUTAS</p><p>Em 1933, o país governado há três anos por Getúlio Vargas, o Distrito Federal (atual Município do Rio de Janeiro - Capital do Estado RJ) sofre importantes transformações na área de Segurança Pública, como a substituição do titular do Ministério da Justiça e Negócio Interiores Cap. do Exército João Alberto Lins de Barros é substituído pelo Capitão do Exército Filinto Müller que inaugura, em 13 de maio de 1933, um sábado, a Escola de Recrutas da Polícia Militar do Distrito Federal, o atual CFAP.</p><p>INAUGURAÇÃO DA ESCOLA DE RECRUTAS 36</p><p>Fachada da Escola de Recrutas.</p><p>Em 08 de abril de l933, a Escola de Recrutas, que funcionava no 4º Batalhão de Infantaria, é transferida para a Invernada dos Afonsos.</p><p>Com o comando do Cap. Alfredo Monteiro Cavalcante e um número muito pequeno de oficiais e praças teve início os preparativos para a formação de uma nova turma de recrutas que incorporaram, no dia 15 de abril de l933. Esta turma era composta de 120 alunos e a seleção feita por apenas um exame físico/médico.</p><p>Turma de Formandos de 1937. 37</p><p>SÍNTESE HISTÓRICA DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RJ</p><p>Até a chegada de D. João VI ao Brasil, os vice-reis enfeixavam nas mãos, não só as funções administrativas, mas também as policiais, juntamente, com os ouvidores gerais. Com a chegada do monarca, o sistema policial experimentou, com a criação da Intendência Geral de Polícia da Corte do Estado do Brasil, uma fase de efetivo progresso.</p><p>Pelo Alvará de 10 de maio de 1808, Dom João VI criou com as mesmas atribuições que tinha em Portugal - o cargo de Intendente Geral de Polícia da Corte, nomeando para exercê-lo o Desembargador e Ouvidor da Corte, Paulo Fernandes Viana, iniciando, assim, uma nova fase para a vida da cidade, e grandes modificações no organismo policial.</p><p>Com a queda do Império tivemos entre 1902 a 1916, o período áureo, que surgiu com o advento da Lei nº 947, de 29 de dezembro de 1902, que reformou a organização policial. O Chefe de Polícia tinha de ser formado em Direito, obrigatoriedade extinta no governo de Artur Bernardes. O Decreto nº 22.332, de 1933, que autorizou o Chefe de Polícia a criar a Escola de Polícia, sem ônus para o Tesouro Federal.</p><p>Um marco na história da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro surgiu nos anos 90, do século XX, com as Delegacias Legais que possuem, além de um sistema de informatização avançado e melhores instalações físicas, uma característica fundamental no oferecimento de um serviço cada vez mais profissional, por parte da Polícia Civil que é o de não abrigar presos, condenados ou não, em suas dependências.</p><p>Nos dois governos de Leonel Brizola, passou a ser Secretaria de Polícia Civil. 38</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Manoel Antônio de. Memórias de um Sargento de Milícias. Porto Alegre. L&PM, 1997.</p><p>AZEVEDO, Luiz Fernando Santos de. A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro na Defesa Social: Uma visão sobre serviços prestados à comunidade segundo a percepção de seus componentes. Niterói. Dissertação de Mestrado em Administração – Faculdade de Economia e Administração/UFF, 1998.</p><p>CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth. Remilitarização da Segurança Pública e a operação Rio. Discursos Sediosos – Crime, Direito e Sociedade, ano 1. Rio de Janeiro. Relume & Dumará, 1996.</p><p>CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República do Brasil. São Paulo Companhia das Letras, 1990.</p><p>DEBRET, Jean Baptiste. Viagem pitoresca ao Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1989.</p><p>DORATIOTO, Francisco Fernando Monteoliva. Maldita guerra: a nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.</p><p>FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2002.</p><p>FURTADO, Celso. A formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2003.</p><p>GOMES, Ângela de Castro. (org.). A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: CPDOC, 2002.</p><p>GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.</p><p>HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.</p><p>MACEDO, Joaquim Manuel de. Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1991.</p><p>SILVA, Jorge. Criminologia Crítica - Segurança e Polícia - 2ª Edição - Jorge da Silva. Forense. 39</p><p>Ao final desta aula você deverá:</p><p>Perceber as circunstâncias em que se estabeleceu o modelo de policiamento no Brasil.</p><p>Ao final desta aula você deverá:</p><p>Entender o papel da polícia nas transformações da sociedade brasileira nos séculos XIX e XX.</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.png</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.jpeg</p><p>image7.jpeg</p><p>image8.jpeg</p><p>image9.jpeg</p><p>image10.png</p><p>image11.jpeg</p><p>image12.jpeg</p><p>image13.jpeg</p><p>image14.png</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.jpeg</p><p>image18.jpeg</p><p>image19.jpeg</p><p>image20.png</p><p>image21.png</p><p>image22.png</p><p>image23.png</p>