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<p>MINISTÉRIO DA DEFESA</p><p>EXÉRCITO BRASILEIRO</p><p>SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS</p><p>3ª INSPETORIA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS DO EXÉRCITO</p><p>Contratos Administrativos</p><p>Módulo Básico</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos – Módulo Básico</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3</p><p>2 COMPETÊNCIAS .................................................................................................3</p><p>3 CONCEITUANDO CONTRATO ADMINISTRATIVO............................................4</p><p>3.1 Cláusulas Exorbitantes.......................................................................................5</p><p>3.2 Outros conceitos.................................................................................................7</p><p>4 DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL ..................................................8</p><p>5 FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ..............................9</p><p>6 CLÁUSULAS ESSENCIAIS ...............................................................................10</p><p>7 GARANTIA CONTRATUAL ...............................................................................11</p><p>8 VIGÊNCIA...........................................................................................................12</p><p>8.1 Prorrogação de prazo .......................................................................................13</p><p>9 ALTERAÇÃO CONTRATUAL............................................................................16</p><p>9.1 Acréscimos ou Supressões .............................................................................18</p><p>10 MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO .......................21</p><p>10.1 Reajuste ...........................................................................................................21</p><p>10.2 Repactuação ....................................................................................................23</p><p>10.3 Revisão.............................................................................................................25</p><p>11 ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA ...........................................................................27</p><p>12 FORMALIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES.............................................................28</p><p>12.1 Aditivo ..............................................................................................................28</p><p>12.2 Apostila ............................................................................................................29</p><p>13 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ........................................................................29</p><p>13.1 Procedimentos para aplicação de sanções administrativas .......................32</p><p>14 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS .........................................................................37</p><p>14.1 Conclusão do contrato ...................................................................................37</p><p>14.2 Rescisão...........................................................................................................38</p><p>14.3 Anulação e Revogação ...................................................................................40</p><p>15 CONCLUSÃO .....................................................................................................41</p><p>3</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Este módulo tem o objetivo de detalhar os principais aspectos relacionados aos</p><p>Contratos Administrativos. Trata-se de um módulo básico e que funciona como um</p><p>guia. Este documento não tem a pretensão de esgotar o assunto. Para isso, o aluno</p><p>deverá consultar outros materiais disponíveis no curso e a legislação pertinente.</p><p>2 COMPETÊNCIAS</p><p>A Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e</p><p>Gestão (SEGES/MPDG) é o órgão responsável pela elaboração de normas sobre</p><p>Contratos Administrativos, no âmbito do Poder Executivo Federal.</p><p>A Secretaria de Economia e Finanças (SEF) é órgão responsável pela</p><p>elaboração de normas sobre Contratos Administrativos no âmbito do Comando do</p><p>Exército. A SEF é o Órgão de Direção Setorial responsável pela execução</p><p>orçamentária, conforme art. 16 do Decreto 5.751/2006.</p><p>A Advocacia-Geral da União (AGU) e suas Consultorias-Jurídicas da União</p><p>(CJU) são os órgãos responsáveis pela emissão de pareceres jurídicos sobre o</p><p>assunto, de acordo com a LC 73/1993.</p><p>O Tribunal de Contas da União (TCU), como órgão de controle externo, tem a</p><p>função de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial</p><p>das unidades dos poderes da União e avaliar os resultados da gestão quanto a</p><p>eficiência e eficácia. Como Tribunal administrativo, também tem poderes de julgar</p><p>contas e aplicar sanções a servidores. Também tem a competência de decidir sobre</p><p>consultas de autoridades competentes, conforme art. 1º da Lei 8.443/1992.</p><p>Por fim, os órgãos do Sistema de Controle Interno são órgãos de</p><p>assessoramento e têm a finalidade de avaliar os resultados da gestão dos</p><p>administradores públicos, conforme o art. 19 da Lei 10.180/2001.</p><p>4</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>3 CONCEITUANDO CONTRATO ADMINISTRATIVO</p><p>A definição de contrato pode considerar o conceito amplo (lato sensu) ou o</p><p>conceito específico (stricto sensu).</p><p>A definição "lato sensu" de contrato administrativo consta no parágrafo único</p><p>do art. 2º da Lei 8.666/1993:</p><p>Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste</p><p>entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares,</p><p>em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e</p><p>a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a</p><p>denominação utilizada.</p><p>O contrato administrativo “stricto sensu” (instrumento de contrato ou termo de</p><p>contrato) consta no art. 62 da Lei 8.666/1993:</p><p>O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e</p><p>de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades</p><p>cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas</p><p>modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a</p><p>Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais</p><p>como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de</p><p>compra ou ordem de execução de serviço.</p><p>Em resumo, o instrumento de contrato (ou termo de contrato) é obrigatório, via</p><p>de regra. Quando o este for dispensado, poderá ser substituído pelos chamados</p><p>contratos administrativos simplificados:</p><p>a. Nota de empenho;</p><p>b. Carta Contrato;</p><p>c. Autorização de serviço; ou</p><p>d. Autorização de fornecimento ou compra.</p><p>Ainda, casos em que os contratos administrativos simplificados podem ser</p><p>utilizados:</p><p>1) Valor da contratação por licitação, dispensa ou inexigibilidade não superar</p><p>o previsto para a modalidade convite; ou</p><p>2) Compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais</p><p>não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.</p><p>A dispensabilidade do termo de contrato está prevista no § 4º do art. 62 da Lei</p><p>8.666/1993:</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>5</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição</p><p>prevista neste artigo, a critério da Administração e</p><p>independentemente de seu valor, nos casos de compra com</p><p>entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não</p><p>resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.</p><p>Os contratos administrativos podem ainda se apresentar na forma verbal,</p><p>conforme o parágrafo único do art. 60 da Lei 8.666/1993:</p><p>Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a</p><p>Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,</p><p>assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por</p><p>cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei,</p><p>feitas em regime de adiantamento.</p><p>Atenção!</p><p>- Acórdão nº 423/2011 – TCU (Plenário):</p><p>Em suas futuras licitações e contratações, abstenha-se de autorizar a</p><p>prestação de serviços sem formalizar o devido termo de contrato,</p><p>infringindo o disposto nos artigos 38, inciso X, 60 e 62 da Lei</p><p>8.666/93.</p><p>- Acórdão nº 1.920/2011 – TCU</p><p>da perda</p><p>da garantia (ex. acionar a seguradora), do desconto dos pagamentos pendentes e,</p><p>se for o caso, pelo encaminhamento dos autos originais para inscrição em dívida</p><p>ativa da União (PGFN);</p><p>b) Providenciar o depósito judicial de quantias em haver através de</p><p>consignação (contencioso da AGU);</p><p>c) Publicar no Diário Oficial da União (DOU) a intimação da decisão</p><p>administrativa referente à rescisão contratual, à pena de suspensão temporária e de</p><p>declaração de inidoneidade;</p><p>d) Realizar o lançamento das penalidades determinadas pela autoridade</p><p>competente no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF.</p><p> 10º Passo: Ocorrendo recurso, decidir, a autoridade competente,</p><p>quanto ao mesmo.</p><p>Caso seja impetrado recurso pelo fornecedor, caberá à autoridade competente</p><p>responsável pela aplicação da penalidade a decisão sobre o recurso, no prazo de 5</p><p>(cinco) dias. Após apreciar as alegações recursais e documentos acostados,</p><p>poderá ela reconsiderar a decisão, dando o trânsito em julgado administrativo, sem a</p><p>necessidade de encaminhar o recurso à autoridade superior; em não sendo</p><p>reconsiderada, só então o recurso será enviado à instância superior.</p><p> 11º Passo: Revisão da decisão da autoridade competente.</p><p>Havendo reconsideração da decisão, publicar despacho revendo a decisão de</p><p>aplicar a sanção, comunicar o fornecedor e arquivar o processo.</p><p>36</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>No caso de manutenção da decisão anterior pela autoridade competente,</p><p>encaminhar à autoridade superior. A autoridade superior, nestes casos, está prevista</p><p>no art. 6º da IG 12-02.</p><p> 12º Passo: Emitir, a autoridade superior, sua decisão.</p><p>Cabe à autoridade superior, baseado na análise processo encaminhado pela</p><p>autoridade competente, concordar ou não com o parecer emitido. Conquanto, em</p><p>qualquer caso, deverá motivar sua posição, que será lavrada em termo próprio.</p><p> 13º Passo: Aplicar a decisão da autoridade superior.</p><p>De acordo com a decisão proferida pela autoridade superior, tomar as devidas</p><p>providências.</p><p> 14º Passo: Informar, ao fornecedor, da decisão administrativa.</p><p>Por fim, informar ao fornecedor sobre a decisão final da administração.</p><p> 15º Passo: Registrar as penalidades.</p><p>Adotar os procedimentos previstos no 9º Passo.</p><p>A Lei nº 8.666/93 não exige a prévia aplicação de penalidade de menor</p><p>gravidade para, depois, passar a mais gravosa. Assim, não é necessária a</p><p>aplicação da pena de advertência previamente à pena de multa, tampouco desta,</p><p>para chegar à suspensão do direito de licitar e contratar.</p><p>Ainda, as sanções previstas nos incisos I, III e IV do art. 87 da Lei 8.666/93</p><p>podem ser aplicadas conjuntamente com a pena de multa, mas não são</p><p>cumulativas entre si. E, mais, a aplicação dessas penalidades não impede a</p><p>rescisão do contrato, de acordo com a previsão do art. 77 da Lei de Licitações.</p><p>A intimação da decisão administrativa referente à rescisão contratual, à pena</p><p>de suspensão temporária e de declaração de inidoneidade é feita mediante</p><p>publicação na Imprensa Oficial (artigo 109, §1º, da Lei 8.666/93).</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>37</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Caso a garantia contratual apresentada for apólice de seguros, deve-se</p><p>observar a apólice a fim de verificar se a seguradora deve ser comunicada do início</p><p>do procedimento de aplicação de penalidades.</p><p>Atenção!</p><p>- Orientação Normativa nº 48, de 25 ABRIL 2014</p><p>"É COMPETENTE PARA A APLICAÇÃO DAS PENALIDADES</p><p>PREVISTAS NAS LEIS N°S 10.520, DE 2002, E 8.666, DE 1993,</p><p>EXCEPCIONADA A SANÇÃO DE DECLARAÇÃO DE</p><p>INIDONEIDADE, A AUTORIDADE RESPONSÁVEL PELA</p><p>CELEBRAÇÃO DO CONTRATO OU OUTRA PREVISTA EM</p><p>REGIMENTO."</p><p>- Orientação Normativa nº 49, de 25 ABRIL 2014</p><p>"A APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DE IMPEDIMENTO DE LICITAR E</p><p>CONTRATAR NO ÂMBITO DA UNIÃO (ART. 7° DA LEI N° 10.520,</p><p>DE 2002) E DE DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE (ART. 87, INC.</p><p>IV, DA LEI N° 8.666, DE 1993) POSSUEM EFEITO EX NUNC,</p><p>COMPETINDO À ADMINISTRAÇÃO, DIANTE DE CONTRATOS</p><p>EXISTENTES, AVALIAR A IMEDIATA RESCISÃO NO CASO</p><p>CONCRETO."</p><p>14 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>14.1 Conclusão do contrato</p><p>Os contratos administrativos, em regra, se extinguem pelo decurso do prazo</p><p>contratual ou pela execução do objeto. Neste caso, pode-se dizer que houve</p><p>conclusão do contraro.</p><p>Entretanto, a extinção do contrato pode ocorrer de forma prematura nos</p><p>seguintes casos:</p><p>a) Impossibilidade de continuidade do ajuste (rescisão);</p><p>b) Quando constatada ilegalidade na licitação ou no próprio contrato</p><p>(anulação);</p><p>c) Interesse público decorrente de fato superveniente (revogação)</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>38</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>14.2 Rescisão</p><p>Nos termos do art. 77 da Lei nº 8.666/93, a inexecução total ou parcial do</p><p>contrato poderá ocasionar a sua rescisão, com as consequências contratuais e as</p><p>previstas em lei ou regulamento.</p><p>São motivos para rescisão, conforme previsão legal (art. 78 da Lei de</p><p>Licitações):</p><p> Culpa da contratada (inciso I ao XI e XVIII);</p><p> Interesse público (inciso XII);</p><p> Culpa da administração (inciso XII a XVI); e</p><p> Caso fortuito ou de força maior.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/93:</p><p>Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:</p><p>I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,</p><p>projetos ou prazos;</p><p>II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,</p><p>projetos e prazos;</p><p>III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a</p><p>comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do</p><p>fornecimento, nos prazos estipulados;</p><p>IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;</p><p>V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa</p><p>causa e prévia comunicação à Administração;</p><p>VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do</p><p>contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial,</p><p>bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e</p><p>no contrato;</p><p>VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade</p><p>designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como</p><p>as de seus superiores;</p><p>VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas</p><p>na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;</p><p>IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;</p><p>X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;</p><p>39</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura</p><p>da empresa, que prejudique a execução do contrato;</p><p>XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo</p><p>conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade</p><p>da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e</p><p>exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;</p><p>XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou</p><p>compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além</p><p>do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;</p><p>XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da</p><p>Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo</p><p>em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna</p><p>ou guerra, ou ainda por repetidas suspens��es que totalizem o</p><p>mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de</p><p>indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas</p><p>desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao</p><p>contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do</p><p>cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a</p><p>situação;</p><p>XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos</p><p>pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento,</p><p>ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de</p><p>calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,</p><p>assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do</p><p>cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a</p><p>situação;</p><p>XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou</p><p>objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento,</p><p>nos prazos</p><p>contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas</p><p>no projeto;</p><p>XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente</p><p>comprovada, impeditiva da execução do contrato.</p><p>XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem</p><p>prejuízo das sanções penais cabíveis.</p><p>Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente</p><p>motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a</p><p>ampla defesa.</p><p>Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:</p><p>I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos</p><p>casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>40</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no</p><p>processo da licitação, desde que haja conveniência para a</p><p>Administração;</p><p>III - judicial, nos termos da legislação;</p><p>14.3 Anulação e Revogação</p><p>Dispõe a Lei 8.666/93:</p><p>Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do</p><p>procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de</p><p>interesse público decorrente de fato superveniente devidamente</p><p>comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta,</p><p>devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de</p><p>terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.</p><p>§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade</p><p>não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo</p><p>único do art. 59 desta Lei.</p><p>§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato,</p><p>ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.</p><p>§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica</p><p>assegurado o contraditório e a ampla defesa.</p><p>§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do</p><p>procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.</p><p>Dispõe a Lei 9.784/1999:</p><p>Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando</p><p>eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de</p><p>conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.</p><p>Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos</p><p>de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em</p><p>cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo</p><p>comprovada má-fé.</p><p>§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de</p><p>decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.</p><p>§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de</p><p>autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.</p><p>Para a anulação de um ato deve ser dada a mesma publicidade do próprio ato.</p><p>User</p><p>Textbox</p><p>Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.</p><p>Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.</p><p>41</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Os eventos de anulação e revogação devem ser registrados no processo licitatório,</p><p>através do SIAGNET, já os eventos de rescisão e retificação devem ser registrados</p><p>no SICON.</p><p>Todo o contrato que não for anulado ou revogado deve ter um final, que pode</p><p>ser uma rescisão ou conclusão, para isso a UG deve registrar um CONCLUICRO no</p><p>SICON/CRONOGRAMA, para isso deve ser consultado CONCROUASG.</p><p>15 CONCLUSÃO</p><p>A gestão de contratos administrativos é de grande relevância para a</p><p>Administração Pública, pois visa evitar erros e desvios na aplicação dos recursos</p><p>públicos.</p><p>Tenha sempre em mente o disposto no Vade-Mécum de Cerimonial Militar do</p><p>Exército - Valores, Deveres e Ética Militares (VM 10):</p><p>- O militar, por iniciativa própria ou cumprindo programas institucionais, deve</p><p>buscar seu continuado aprimoramento técnico-profissional;</p><p>- Esse aprimoramento é obtido mediante:</p><p>→ grande dedicação pessoal nos cursos, estágios e instruções (vontade de</p><p>aprender);</p><p>→ estudos e leituras diárias sobre assuntos diversos de interesse profissional</p><p>(autoaperfeiçoamento).</p><p>Fim do Módulo</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>contratos administrativos simplificados</p><p>Cláusulas Exorbitantes</p><p>Constituem motivo para rescisão do contrato</p><p>convênios, contratos de repasse e termos deexecução descentralizad</p><p>DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL</p><p>FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>Todo contrato deve mencionar</p><p>Estrutura dos Contrato Adm - Esquema</p><p>CLÁUSULAS ESSENCIAIS</p><p>GARANTIA CONTRATUAL</p><p>VIGÊNCIA</p><p>A duração dos contratos</p><p>Prorrogação de prazo</p><p>Orientação Normativa nº 3-AGU, de 1 ABRIL 2009</p><p>Orientação Normativa nº 10-AGU</p><p>A Administração pode estabelecer a vigência por prazo indeterminado</p><p>Nos contratos de prestação de serviços de natureza continuada</p><p>ALTERAÇÃO CONTRATUAL</p><p>As hipóteses de alteração do contrato administrativo são</p><p>A alteração do contrato por acordo entre as partes poderá ocorrer nasseguintes hipóteses</p><p>art. 65 da Lei 8.666/1993 - Alterações Contratuais</p><p>Acréscimos ou Supressões - 25% e 50%</p><p>MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO</p><p>A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato se dará nasseguintes formas</p><p>Reajuste</p><p>Repactuação</p><p>Revisão</p><p>ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA</p><p>O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o seguinte:</p><p>FORMALIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES</p><p>SANÇÕES ADMINISTRATIVAS</p><p>EXTINÇÃO DOS CONTRATOS</p><p>São motivos para rescisão</p><p>A rescisão do contrato poderá ser</p><p>Dispõe a Lei 9.784/1999</p><p>(1ª Câmara):</p><p>Na formalização dos processos de dispensa de licitação, observe</p><p>com rigor os preceitos da Lei nº 8.666/93, em especial (...), os casos</p><p>em que é obrigatório o instrumento contratual (art. 62, caput), bem</p><p>como os elementos que a instruirão relacionados no parágrafo único</p><p>do art. 26.</p><p>- Acórdão n° 1.162/2005 – TCU (1ª Câmara):</p><p>Devem constar nas notas de empenho, quando estas substituírem o</p><p>contrato, cláusulas que definam os direitos, obrigações e</p><p>responsabilidades das partes, conforme previsto nos arts. 55 e 62, §</p><p>2°, da Lei n° 8.666/93.</p><p>3.1 Cláusulas Exorbitantes</p><p>Além da presença da Administração Pública como uma das partes, os</p><p>contratos administrativos apresentam como característica marcante a presença das</p><p>chamadas cláusulas exorbitantes, que conferem prerrogativas ao Poder Público,</p><p>colocando-o em posição de superioridade perante o contratado, decorrentes da</p><p>supremacia do interesse público sobre o privado.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>6</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>As prerrogativas da Administração, previstas na Lei nº 8.666/93:</p><p>Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por</p><p>esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa</p><p>de:</p><p>I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às</p><p>finalidades de interesse público, respeitados os direitos do</p><p>contratado;</p><p>II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I</p><p>do art. 79 desta Lei;</p><p>III - fiscalizar-lhes a execução;</p><p>IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do</p><p>ajuste;</p><p>V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens</p><p>móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato,</p><p>na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de</p><p>faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão</p><p>do contrato administrativo.</p><p>Há ainda a chamada regra da exceção do contrato não cumprido (exceptio non</p><p>adimpleti contractus). Segundo esta regra, o contratado não pode invocar o</p><p>descumprimento de cláusulas contratuais pela Administração para eximir-se do</p><p>cumprimento de seus encargos. Em outras palavras, pode a Administração deixar de</p><p>cumprir com suas obrigações e cobrar do contratado o pleno cumprimento de seus</p><p>deveres.</p><p>No entanto, essa possibilidade é relativa ou temporária. Isso porque esta regra</p><p>cai quando ocorre o atraso do pagamento pela Administração superior a 90</p><p>(noventa) dias. Outra possibilidade de quebra desta regra é a existência de ordem</p><p>escrita da Administração para suspensão de execução do contrato por mais de 120</p><p>(cento e vinte) dias.</p><p>Em síntese, passados estes prazos, cabe rescisão contratual por culpa da</p><p>Administração. E cabe, ainda, indenização ao particular. Caso contrário, quando o</p><p>atraso de pagamento for inferior a 90 (noventa) dias e a paralisação de obras for</p><p>inferior a 120 (cento e vinte) dias, não pode a contratada deixar de executar o</p><p>contrato, sob pena de aplicação de sanções prevista em contrato. Dispõe o art. 78</p><p>da Lei nº 8.666/93:</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>7</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:</p><p>[...]</p><p>XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da</p><p>Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo</p><p>em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna</p><p>ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o</p><p>mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de</p><p>indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas</p><p>desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao</p><p>contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do</p><p>cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a</p><p>situação;</p><p>XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos</p><p>pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento,</p><p>ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de</p><p>calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,</p><p>assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do</p><p>cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a</p><p>situação;</p><p>Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, essas</p><p>prerrogativas conferidas à administração devem ser interpretadas como um poder-</p><p>dever, assim entendidas como uma obrigação de fazer.</p><p>Cumpre destacar que, no exercício dessas prerrogativas, os atos devem ser</p><p>motivados e o equilíbrio contratual ser preservado. Ainda, quando for o caso, deverá</p><p>haver o estabelecimento do contraditório e da ampla defesa.</p><p>3.2 Outros conceitos</p><p>A seguir estão listados alguns conceitos que podem gerar confusão pelo gestor</p><p>público. Trata-se de outros instrumentos que não se enquadram na definição de</p><p>contratos administrativos, tais como convênios, contratos de repasse e termos de</p><p>execução descentralizada. Estes são celebrados pelos órgãos e entidades da</p><p>administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem</p><p>fins lucrativos.</p><p>Dispõe o Decreto 6.170/2007, alterado pelo Decreto nº 8.180/2013:</p><p>I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que</p><p>discipline a transferência de recursos financeiros de dotações</p><p>consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da</p><p>União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>8</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado,</p><p>órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou</p><p>municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins</p><p>lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo</p><p>a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou</p><p>evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;</p><p>II - contrato de repasse - instrumento administrativo, de interesse</p><p>recíproco, por meio do qual a transferência dos recursos financeiros</p><p>se processa por intermédio de instituição ou agente financeiro</p><p>público federal, que atua como mandatário da União</p><p>III - termo de execução descentralizada - instrumento por meio do</p><p>qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou</p><p>entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social</p><p>da União, para execução de ações de interesse da unidade</p><p>orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no</p><p>programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional</p><p>programática.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993 (Art. 116): “aplicam-se as disposições desta Lei, no</p><p>que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres</p><p>celebrados por órgãos e entidades da Administração”.</p><p>4 DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL</p><p>Dispõe a Constituição Federal de 1988 em seu Art. 167 que é vedada a</p><p>realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os</p><p>créditos orçamentários ou adicionais.</p><p>Há situações em que despesas são realizadas sem cobertura contratual. São</p><p>aqueles serviços executados e materiais entregues em a despesa não é</p><p>previamente empenhada e contratada. Ocorre também quando a licitação é anulada</p><p>ou revogada ou quando o contrato foi rescindido por ato da Administração. Por fim,</p><p>há o caso em que a execução ocorre após o término da vigência do contrato.</p><p>Nesses casos, cabe indenização ao prestador do serviço ou fornecedor do material.</p><p>Atenção!</p><p>- Orientação Normativa 4/2009-AGU:</p><p>A DESPESA SEM COBERTURA CONTRATUAL DEVERÁ SER</p><p>OBJETO DE RECONHECIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR</p><p>NOS TERMOS DO ART. 59, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº</p><p>9</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>8.666, DE 1993, SEM PREJUÍZO DA APURAÇÃO DA</p><p>RESPONSABILIDADE DE QUEM LHE DER CAUSA.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993:</p><p>Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera</p><p>retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,</p><p>ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já</p><p>produzidos.</p><p>Parágrafo único. A nulidade</p><p>não exonera a Administração do dever</p><p>de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data</p><p>em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente</p><p>comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a</p><p>responsabilidade de quem lhe deu causa.</p><p>5 FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS</p><p>Os contratos administrativos devem ser formalizados por escrito, de acordo</p><p>com as exigências da Lei nº 8.666/93 (arts. 60 e 61).</p><p>A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na</p><p>imprensa oficial, condição indispensável para sua eficácia, deverá ser</p><p>providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua</p><p>assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, nos termos do § único,</p><p>art. 61 da Lei de Licitações.</p><p>Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições</p><p>interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e</p><p>registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre</p><p>imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de</p><p>tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.</p><p>Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a</p><p>Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim</p><p>entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite</p><p>estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de</p><p>adiantamento.</p><p>Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus</p><p>representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número</p><p>do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos</p><p>contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.</p><p>Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de</p><p>seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para</p><p>sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do</p><p>mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias</p><p>daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,</p><p>ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.</p><p>Vejamos na figura abaixo a estrutura dos contratos administrativos:</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>10</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>6 CLÁUSULAS ESSENCIAIS</p><p>Dispõe o Art. 54 da Lei 8.666/1993:</p><p>§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as</p><p>condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam</p><p>os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em</p><p>conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se</p><p>vinculam.</p><p>As cláusulas essenciais são obrigatórias nos termos de contrato. Nos outros</p><p>instrumentos hábeis aplica-se o que couber. De acordo com o Art. 55 da Lei</p><p>8.666/93, são cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:</p><p>I - o objeto e seus elementos característicos;</p><p>II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;</p><p>III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e</p><p>periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização</p><p>monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do</p><p>efetivo pagamento;</p><p>IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de</p><p>entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o</p><p>caso;</p><p>V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da</p><p>classificação funcional programática e da categoria econômica;</p><p>VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,</p><p>quando exigidas;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>11</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades</p><p>cabíveis e os valores das multas;</p><p>VIII - os casos de rescisão;</p><p>IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de</p><p>rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;</p><p>X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para</p><p>conversão, quando for o caso;</p><p>XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou</p><p>ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;</p><p>XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente</p><p>aos casos omissos;</p><p>XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução</p><p>do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele</p><p>assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas</p><p>na licitação.</p><p>7 GARANTIA CONTRATUAL</p><p>A Administração pode exigir prestação de garantia nas contratações de obras,</p><p>serviços e compras, desde que exista previsão para tanto no instrumento</p><p>convocatório, a qual deverá ser liberada ou restituída após a execução do contrato</p><p>(atualizada monetariamente, se for o caso). Essa garantia está limitada a 5% valor</p><p>do contrato, podendo ser elevada para 10%, em casos de obras, serviços e</p><p>fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos</p><p>financeiros consideráveis.</p><p>Havendo a exigência de garantia, o contratado pode escolher uma das</p><p>seguintes modalidades:</p><p>I – caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;</p><p>II – seguro-garantia;</p><p>III – fiança bancária.</p><p>Dispõe a Lei nº 8.666/93</p><p>Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde</p><p>que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida</p><p>prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e</p><p>compras.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>12</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades</p><p>de garantia:</p><p>I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes</p><p>ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema</p><p>centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco</p><p>Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos,</p><p>conforme definido pelo Ministério da Fazenda;</p><p>II - seguro-garantia;</p><p>III - fiança bancária.</p><p>§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a</p><p>cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas</p><p>mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o</p><p>deste artigo.</p><p>§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto</p><p>envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros</p><p>consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente</p><p>aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto</p><p>no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do</p><p>valor do contrato.</p><p>§ 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída</p><p>após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada</p><p>monetariamente.</p><p>§ 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela</p><p>Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da</p><p>garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.</p><p>8 VIGÊNCIA</p><p>Muitas vezes, o agente da administração considera como vigência apenas o</p><p>prazo de execução. Essa falha conceitual leva o agente a cometer erros quando do</p><p>preenchimento dos dados do contrato no SICON/CRONOGRAMA, pois após a</p><p>execução existe um prazo de medição, pagamento, recebimento parcial e definitivo.</p><p>A duração dos contratos administrativos é o período estipulado para que os</p><p>contratos possam produzir direitos e obrigações para as partes. Como regra, esta</p><p>duração (contratos regidos pela Lei nº 8.666/93) fica restrita à vigência dos</p><p>respectivos créditos orçamentários, sendo vedada a vigência por prazo</p><p>indeterminado.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>13</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>No entanto, o art, 57 da Lei n° 8.666/93 admite algumas exceções, permitindo</p><p>que o prazo de vigência ultrapasse os respectivos créditos orçamentários, a saber:</p><p>Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à</p><p>vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos</p><p>relativos:</p><p>I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas</p><p>estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados</p><p>se houver interesse da Administração e desde que isso tenha</p><p>sido</p><p>previsto no ato convocatório;</p><p>II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,</p><p>que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos</p><p>períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais</p><p>vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;</p><p>IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de</p><p>informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48</p><p>(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.</p><p>V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art.</p><p>24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte)</p><p>meses, caso haja interesse da administração.</p><p>Para a vigência dos contratos pode ser considerada a validade do empenho,</p><p>considerando a possibilidade de inscrição em restos a pagar, até 30 de junho do</p><p>segundo ano subsequente, conforme o art. 68 do Decreto 93.872/1986.</p><p>No caso do Registro de Preços, dispõe o Decreto 7.892/2013, Art. 12:</p><p>§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de Registro de</p><p>Preços será definida nos instrumentos convocatórios, observado o</p><p>disposto no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.</p><p>8.1 Prorrogação de prazo</p><p>Sobre a prorrogação do prazo de vigência, dispõe o art. 57 da Lei n° 8.666/93:</p><p>§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de</p><p>entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do</p><p>contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-</p><p>financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,</p><p>devidamente autuados em processo:</p><p>I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Textbox</p><p>Art 24 (Lei 8.666/93)</p><p>IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento).</p><p>XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994).</p><p>XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).</p><p>XXVI - na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005).</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>14</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à</p><p>vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de</p><p>execução do contrato;</p><p>III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de</p><p>trabalho por ordem e no interesse da Administração;</p><p>IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos</p><p>limites permitidos por esta Lei;</p><p>V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro</p><p>reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à</p><p>sua ocorrência;</p><p>VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,</p><p>inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte,</p><p>diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato,</p><p>sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.</p><p>§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e</p><p>previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o</p><p>contrato.</p><p>§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.</p><p>§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante</p><p>autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do</p><p>caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.</p><p>Atenção!</p><p>- Orientação Normativa nº 3-AGU, de 1 ABRIL 2009:</p><p>Na análise dos processos relativos à prorrogação de prazo,</p><p>cumpre aos órgãos jurídicos verificar se não há extrapolação do atual</p><p>prazo de vigência, bem como eventual ocorrência de solução de</p><p>continuidade nos aditivos precedentes, hipóteses que configuram a</p><p>extinção do ajuste, impedindo a sua prorrogação.</p><p>- Orientação Normativa nº 10-AGU:</p><p>"PARA FINS DE ESCOLHA DAS MODALIDADES LICITATÓRIAS</p><p>CONVENCIONAIS (CONCORRÊNCIA, TOMADA DE PREÇOS E CONVITE),</p><p>BEM COMO DE ENQUADRAMENTO DAS CONTRATAÇÕES PREVISTAS NO</p><p>ART. 24, I e II, DA LEI Nº 8.666/1993, A DEFINIÇÃO DO VALOR DA</p><p>CONTRATAÇÃO LEVARÁ EM CONTA O PERÍODO DE VIGÊNCIA</p><p>CONTRATUAL E AS POSSÍVEIS PRORROGAÇÕES. NAS LICITAÇÕES</p><p>EXCLUSIVAS PARA MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE PEQUENO PORTE</p><p>E SOCIEDADES COOPERATIVAS, O VALOR DE R$ 80.000,00 (OITENTA MIL</p><p>REAIS) REFERE-SE AO PERÍODO DE UM ANO, OBSERVADA A</p><p>RESPECTIVA PROPORCIONALIDADE EM CASOS DE PERÍODOS</p><p>DISTINTOS."</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>15</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>- Orientação Normativa nº 36/AGU, de 13 DEZ 2011:</p><p>A Administração pode estabelecer a vigência por prazo</p><p>indeterminado nos contratos em que seja usuária de serviços</p><p>públicos essenciais de energia elétrica, água e esgoto, serviços</p><p>postais monopolizados pela ECT (Empresa Brasileira de Correios e</p><p>Telégrafos) e ajustes firmados com a imprensa nacional, desde que</p><p>no processo da contratação estejam explicitados os motivos que</p><p>justificam a adoção do prazo indeterminado e comprovadas, a cada</p><p>exercício financeiro, a estimativa de consumo e a existência de</p><p>previsão de recursos orçamentários.</p><p>- Orientação Normativa nº 38/AGU, de 13 DEZ 2011:</p><p>Nos contratos de prestação de serviços de natureza continuada</p><p>deve-se observar que:</p><p>a) o prazo de vigência originário, de regra, é de até 12 meses;</p><p>b) excepcionalmente, este prazo poderá ser fixado por período</p><p>superior a 12 meses nos casos em que, diante da peculiaridade</p><p>e/ou complexidade do objeto, fique tecnicamente demonstrado o</p><p>benefício advindo para a administração; e</p><p>c) é juridicamente possível a prorrogação do contrato por prazo</p><p>diverso do contratado originariamente.</p><p>- Orientação Normativa nº 39/AGU, de 13 DEZ 2011:</p><p>A vigência dos contratos regidos pelo art. 57, caput, da lei 8.666, de</p><p>1993, pode ultrapassar o exercício financeiro em que celebrados,</p><p>desde que as despesas a eles referentes sejam integralmente</p><p>empenhadas até 31 de dezembro, permitindo-se, assim, sua</p><p>inscrição em restos a pagar.</p><p>- Acórdão nº 1.084/2009 – TCU (1ª CÂMARA)</p><p>SOMENTE PROCEDA À PRORROGAÇÃO DE CONTRATOS DE</p><p>SERVIÇOS CONTÍNUOS QUANDO COMPROVADA SER</p><p>VANTAJOSA PARA A ADMINISTRAÇÃO, O QUE DEVE SER</p><p>EVIDENCIADO COM A REALIZAÇÃO DE PESQUISA DE</p><p>MERCADO PARA SERVIÇOS SIMILARES, CONFORME</p><p>PRECEITUA O ART. 3º C/C O 57, § 2º, DA LEI Nº 8.666/93.</p><p>- Acórdão nº 1.247/2003 – TCU (PLENÁRIO)</p><p>NÃO CELEBRE TERMO ADITIVO DE CONTRATO, CUJO PRAZO</p><p>DE VIGÊNCIA TENHA EXPIRADO, POR AUSÊNCIA DE PREVISÃO</p><p>LEGAL, OBSERVANDO-SE O DISPOSTO NO ART. 65 DA LEI Nº</p><p>8.666/93;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Textbox</p><p>Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>16</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>9 ALTERAÇÃO CONTRATUAL</p><p>Além das alterações de prazos (prorrogações, vistas anteriormente), os</p><p>contratos firmados pela Administração Pública podem ser alterados, nos termos do</p><p>art. 65 da Lei nº 8.666/93. No entanto, existem pressupostos condicionados a serem</p><p>observados, quais sejam: necessidade da administração, interesse público e</p><p>motivação do ato, o qual tem que ser justificado e aprovado pela autoridade</p><p>competente.</p><p>A alteração contratual deve pressupor alteração efetiva,</p><p>decorrente de fato</p><p>superveniente, na demanda de interesse público que se busca atender com o</p><p>contrato administrativo e não a correção de falhas substanciais provenientes de</p><p>projetos básicos ou de termos de referência deficientes e omissos.</p><p>Desse modo, o planejamento eficiente e adequado das licitações reduz,</p><p>significantemente, as demandas por alterações contratuais. As hipóteses de</p><p>alteração do contrato administrativo são basicamente:</p><p> Alteração unilateral, ocorrida pela Administração;</p><p> Alteração por acordo entre as partes.</p><p>A alteração unilateral (uma das cláusulas exorbitantes dos contratos</p><p>administrativos, já visto anteriormente) é aquela situação em que o contratado é</p><p>obrigado a aceitar a alteração, ainda que garantido o equilíbrio econômico-financeiro</p><p>do contrato. Elas podem ser qualitativas ou quantitativas. Vejamos:</p><p>a. Alteração qualitativa: decorre da necessidade de mudar a característica</p><p>técnica do projeto e das especificações, porém sem alterar o objeto do contrato.</p><p>No entanto, devem ser observados requisitos mínimos para se promover a alteração</p><p>qualitativa do contrato, quais sejam:</p><p> existência de fato superveniente, ou pelo menos de conhecimento</p><p>superveniente, capaz de ensejá-la;</p><p> justificativa técnica adequada e suficiente;</p><p> não transmutação ou desnaturação do objeto; e</p><p> respeito aos direitos do contratado.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>17</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>b. Alteração quantitativa: afeta a dimensão do objeto e se caracteriza pela</p><p>supressão e acréscimo de quantitativo, sem que se modifiquem as especificações</p><p>do contrato e os critérios definidos nas planilhas que o integram.</p><p>Em contrapartida, a alteração por acordo entre as partes ou consensual</p><p>envolve tanto situações de modificação contratual obrigatória quanto situações em</p><p>que se torna facultativa; ou seja, em determinados casos, qualquer das partes tem a</p><p>faculdade de recusar a alteração; já em outros, mesmo que uma das partes se</p><p>manifeste contrária, a modificação se impõe como necessária e inevitável.</p><p>A alteração do contrato por acordo entre as partes poderá ocorrer nas</p><p>seguintes hipóteses:</p><p> substituição da garantia de execução;</p><p> modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do</p><p>modo de fornecimento;</p><p> modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias</p><p>supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação</p><p>do pagamento; e</p><p> restabelecimento da relação que as partes pactuaram inicialmente entre</p><p>os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa</p><p>remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a</p><p>manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato.</p><p>As alterações contratuais estão previstas no art. 65 da Lei 8.666/1993:</p><p>Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as</p><p>devidas justificativas, nos seguintes casos:</p><p>I - unilateralmente pela Administração:</p><p>a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para</p><p>melhor adequação técnica aos seus objetivos;</p><p>b) quando necessária a modificação do valor contratual em</p><p>decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,</p><p>nos limites permitidos por esta Lei;</p><p>II - por acordo das partes:</p><p>a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>18</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra</p><p>ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de</p><p>verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais</p><p>originários;</p><p>c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por</p><p>imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial</p><p>atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao</p><p>cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação</p><p>de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;</p><p>d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente</p><p>entre os encargos do contratado e a retribuição da administração</p><p>para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,</p><p>objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial</p><p>do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou</p><p>previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou</p><p>impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força</p><p>maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica</p><p>extraordinária e extracontratual.</p><p>9.1 Acréscimos ou Supressões</p><p>Os dispositivos legais que indicam os limites permitidos para as alterações</p><p>contratuais são:</p><p>Cabe ressaltar que a Administração deverá ter cautela e prudência,</p><p>lembrando sempre a necessidade de processo licitatório e observando os princípios</p><p>constitucionais, entre eles o da igualdade, da impessoalidade e o da razoabilidade.</p><p>Lembrando, também, que o objeto não pode ser alterado.</p><p>Em consonância ao prescrito no § 1° do art. 65 da Lei de Licitações, pode-se</p><p>extrair duas hipóteses de alterações quantitativas: 25% do valor inicial atualizado do</p><p>19</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>contrato, para o caso de acréscimos ou de supressões em obras, serviços ou</p><p>compras e 50%, para o caso de acréscimos, na hipótese de reforma de edifício ou</p><p>de equipamento.</p><p>Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no</p><p>§1º do art. 65, exceto as supressões resultantes de acordo celebrado entre os</p><p>contratantes (inc. II, §2º do art. 65 da Lei nº 8.666/93)</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993, art. 65:</p><p>§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições</p><p>contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,</p><p>serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor</p><p>inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de</p><p>edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por</p><p>cento) para os seus acréscimos.</p><p>§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites</p><p>estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:</p><p>II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os</p><p>contratantes.</p><p>Dispõe o Decreto 7.892/2013, Art. 12, sobre ata de registro de preços:</p><p>§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata</p><p>de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do</p><p>art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.</p><p>{...]</p><p>§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços</p><p>poderão ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei nº</p><p>8.666, de 1993.</p><p>E quanto às alterações qualitativas, qual o limite a ser observado? Estes</p><p>limites do §1º do art. 65 se aplicam às alterações qualitativas?</p><p>Para dirimir estas questões, deve-se observar o contido no item 8.1 na Decisão</p><p>nº 215/99 – TCU (Plenário), conforme segue:</p><p>"a) tanto em alterações contratuais unilaterais quantitativas – que</p><p>modificam a dimensão do objeto -, quanto as unilaterais qualitativas -</p><p>que mantém intangível o objeto, em natureza e em dimensão -, estão</p><p>sujeitas aos limites preestabelecidos nos § § 1º e 2º do art . 65 da lei</p><p>8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no</p><p>art. 57, I, da mesma Lei, do princípio da proporcionalidade e da</p><p>necessidade de esses limites serem obrigatoriamente fixados em lei;</p><p>b) nas hipóteses de alterações contratuais consensuais, qualitativas</p><p>e excepcionalíssimas de contratos de obras e serviços, é facultado à</p><p>Administração ultrapassar os limites aludidos no item anterior,</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>20</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>observados os princípios da finalidade, da razoabilidade e da</p><p>proporcionalidade, além dos direitos patrimoniais do contratante</p><p>privado, desde que satisfeitos cumulativamente os seguintes</p><p>pressupostos:</p><p>I - não acarretar para a Administração encargos contratuais</p><p>superiores aos oriundos de uma eventual rescisão contratual por</p><p>razões de interesse público, acrescidos aos custos da elaboração de</p><p>um novo procedimento licitatório;</p><p>II - não possibilitar a</p><p>inexecução contratual, à vista do nível de</p><p>capacidade técnica e econômico-financeira do contratado;</p><p>III - decorrer de fatos supervenientes que impliquem em dificuldades</p><p>não previstas ou imprevisíveis por ocasião da contratação inicial;</p><p>IV - não ocasionar a transfiguração do objeto originalmente</p><p>contratado em outro de natureza e propósito diversos;</p><p>V - ser necessárias à completa execução do objeto original do</p><p>contrato, à otimização do cronograma de execução e à antecipação</p><p>dos benefícios sociais e econômicos decorrentes;</p><p>VI - demonstrar-se - na motivação do ato que autorizar o aditamento</p><p>contratual que extrapole os limites legais mencionados na alínea "a",</p><p>supra - que as conseqüências da outra alternativa (a rescisão</p><p>contratual, seguida de nova licitação e contratação) importam</p><p>sacrifício insuportável ao interesse público primário (interesse</p><p>coletivo) a ser atendido pela obra ou serviço, ou seja gravíssimas a</p><p>esse interesse; inclusive quanto à sua urgência e emergência;”</p><p>Atenção!</p><p>- Orientação Normativa nº 50-AGU, DE 25 ABR 14:</p><p>OS ACRÉSCIMOS E AS SUPRESSÕES DO OBJETO</p><p>CONTRATUAL DEVEM SER SEMPRE CALCULADOS SOBRE O</p><p>VALOR INICIAL DO CONTRATO ATUALIZADO, APLICANDO-SE</p><p>A ESTAS ALTERAÇÕES OS LIMITES PERCENTUAIS</p><p>PREVISTOS NO ART. 65, § 1º, DA LEI Nº 8.666, DE 1993, SEM</p><p>QUALQUER COMPENSAÇÃO ENTRE SI.</p><p>- Acórdão nº 749/2010 – TCU (PLENÁRIO)</p><p>PARA EFEITO DE OBSERVÂNCIA DOS LIMITES DE</p><p>ALTERAÇÕES CONTRATUAIS PREVISTOS NO ART. 65 DA LEI</p><p>Nº 8.666/93, DEVE-SE CONSIDERAR AS REDUÇÕES OU</p><p>SUPRESSÕES DE QUANTITATIVOS DE FORMA ISOLADA, OU</p><p>SEJA, O CONJUNTO DE REDUÇÕES E O CONJUNTO DE</p><p>ACRÉSCIMOS DEVEM SER SEMPRE CALCULADOS SOBRE O</p><p>VALOR ORIGINAL DO CONTRATO, APLICANDO-SE A CADA UM</p><p>DESSES CONJUNTOS, INDIVIDUALMENTE E SEM NENHUM TIPO</p><p>21</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>DE COMPENSAÇÃO ENTRE ELES, OS LIMITES DE ALTERAÇÃO</p><p>ESTABELECIDOS NO DISPOSITIVO LEGAL.</p><p>10 MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO</p><p>A previsão da recomposição de preço nos contratos administrativos advém de</p><p>uma disposição constitucional, decorrente da expressão ‘mantidas as condições</p><p>efetivas da proposta’, contida no inciso XXI do art. 37:</p><p>XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,</p><p>serviços, compras e alienações serão contratados mediante</p><p>processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a</p><p>todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações</p><p>de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos</p><p>termos da lei (...) (grifo nosso)</p><p>A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato se dará nas</p><p>seguintes formas:</p><p> Reajuste;</p><p> Repactuação; e</p><p> Revisão.</p><p>Cabe destacar que, para serem executadas, as duas primeiras devem estar</p><p>previstas no contrato, ao contrário da última, que independe de previsão contratual.</p><p>Vejamos cada uma delas.</p><p>10.1 Reajuste</p><p>O reajuste decorre da necessidade de alteração dos valores pactuados, em</p><p>virtude da previsível perda de valor da moeda devido a variações da taxa</p><p>22</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>inflacionária ocorrida em um determinado período. Tais alterações devem ser</p><p>efetivadas, portanto, por meio da utilização de índices específicos (IPCA, IGPM,</p><p>INPC e outros) aplicáveis ao objeto contratado, previamente definido no edital e</p><p>no contrato.</p><p>Atenção! Só pode ocorrer após ultrapassar 12 (doze) meses da data de</p><p>apresentação das propostas (e não da assinatura do contrato).</p><p>O reajuste de preços poderá ser realizado por simples apostilamento.</p><p>Dispõe a Lei 10.192/2001:</p><p>Art. 3º Os contratos em que seja parte órgão ou entidade da</p><p>Administração Pública direta ou indireta da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios, serão reajustados ou corrigidos</p><p>monetariamente de acordo com as disposições desta Lei, e, no que</p><p>com ela não conflitarem, da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.</p><p>§ 1º A periodicidade anual nos contratos de que trata o caput deste</p><p>artigo será contada a partir da data limite para apresentação da</p><p>proposta ou do orçamento a que essa se referir.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993</p><p>Art. 40. O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o seguinte:</p><p>XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do</p><p>custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou</p><p>setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou</p><p>do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do</p><p>adimplemento de cada parcela;</p><p>Art. 65, § 8º A variação do valor contratual para fazer face ao</p><p>reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações,</p><p>compensações ou penalizações financeiras decorrentes das</p><p>condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de</p><p>dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor</p><p>corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser</p><p>registrados por simples apostila, dispensando a celebração de</p><p>aditamento.</p><p>Atenção!</p><p>- Acórdão nº 567/2015 – TCU (PLENÁRIO):</p><p>O MARCO INICIAL, A PARTIR DO QUAL SE COMPUTA O</p><p>PERÍODO DE UM ANO PARA A APLICAÇÃO DE ÍNDICES DE</p><p>REAJUSTAMENTO, É A DATA DA APRESENTAÇÃO DA</p><p>PROPOSTA OU A DO ORÇAMENTO A QUE A PROPOSTA SE</p><p>REFERIR, DE ACORDO COM O PREVISTO NO EDITAL.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>23</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>- Orientação Normativa nº 24-AGU, DE 01 ABR 09.</p><p>O CONTRATO DE SERVIÇO CONTINUADO SEM DEDICAÇÃO</p><p>EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA DEVE INDICAR QUE O</p><p>REAJUSTE DAR-SE-Á APÓS DECORRIDO O INTERREGNO DE</p><p>UM ANO CONTADO DA DATA LIMITE PARA A APRESENTAÇÃO</p><p>DA PROPOSTA.</p><p>10.2 Repactuação</p><p>A repactuação é uma espécie de reajuste. Trata-se de negociação entre a</p><p>Administração e a contratada e visa à adequação dos preços contratuais aos novos</p><p>preços de mercado. Tem periodicidade mínima de 01 (um) ano, exclusivamente</p><p>aplicável aos contratos de prestação de serviços de natureza contínua com</p><p>dedicação exclusiva de mão de obra, cuja cláusula deve estar prevista no contrato.</p><p>Por se tratar de uma espécie de reajuste, também poderá ser realizado</p><p>mediante apostilamento.</p><p>A repactuação está regulada pela IN 05/2017-SEGES/MPDG:</p><p>Art. 53. O ato convocatório e o contrato de serviço continuado</p><p>deverão indicar o critério de reajustamento de preços, que deverá ser</p><p>sob a forma de reajuste em sentido estrito, com a previsão de</p><p>índices específicos ou setoriais, ou por repactuação, pela</p><p>demonstração analítica da variação dos componentes dos</p><p>custos.</p><p>Art. 54. A repactuação de preços, como espécie de reajuste</p><p>contratual, deverá ser utilizada nas contratações de serviços</p><p>continuados com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,</p><p>desde que seja observado o interregno mínimo de um ano das datas</p><p>dos orçamentos aos quais a proposta se referir.</p><p>§ 1º A repactuação para fazer face à elevação dos custos da</p><p>contratação, respeitada a anualidade disposta no caput, e que vier a</p><p>ocorrer durante a vigência do contrato, é direito do contratado e não</p><p>poderá alterar o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos,</p><p>conforme estabelece o inciso XXI do art. 37 da Constituição da</p><p>República Federativa do Brasil, sendo assegurado ao prestador</p><p>receber pagamento mantidas as condições efetivas da proposta.</p><p>§ 2º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto</p><p>forem necessárias, em respeito ao princípio da anualidade do</p><p>reajuste dos preços da contratação, podendo ser realizada em</p><p>momentos distintos para discutir a variação de custos que tenham</p><p>sua anualidade resultante em datas diferenciadas, tais como os</p><p>custos decorrentes da mão de obra e os custos decorrentes dos</p><p>insumos necessários à execução do serviço.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>24</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>§ 3º Quando a contratação envolver mais de uma categoria</p><p>profissional, com datas-bases diferenciadas, a repactuação deverá</p><p>ser dividida em tantos quanto forem os Acordos, Convenções ou</p><p>Dissídios Coletivos de Trabalho das categorias envolvidas</p><p>na</p><p>contratação.</p><p>§ 4º A repactuação para reajuste do contrato em razão de novo</p><p>Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho deve repassar</p><p>integralmente o aumento de custos da mão de obra decorrente</p><p>desses instrumentos.</p><p>Art. 55. O interregno mínimo de um ano para a primeira repactuação</p><p>será contado a partir:</p><p>– da data limite para apresentação das propostas constante do ato</p><p>convocatório, em relação aos custos com a execução do serviço</p><p>decorrentes do mercado, tais como o custo dos materiais e</p><p>equipamentos necessários à execução do serviço; ou</p><p>- da data do Acordo, Convenção, Dissídio Coletivo de Trabalho ou</p><p>equivalente vigente à época da apresentação da proposta quando a</p><p>variação dos custos for decorrente da mão de obra e estiver</p><p>vinculada às datas-bases destes instrumentos.</p><p>Art. 56. Nas repactuações subsequentes à primeira, a anualidade</p><p>será contada a partir da data do fato gerador que deu ensejo à última</p><p>repactuação.</p><p>Art. 57. AS REPACTUAÇÕES SERÃO PRECEDIDAS DE</p><p>SOLICITAÇÃO DA CONTRATADA, acompanhada de</p><p>DEMONSTRAÇÃO ANALÍTICA DA ALTERAÇÃO DOS CUSTOS,</p><p>POR MEIO DE APRESENTAÇÃO DA PLANILHA DE CUSTOS E</p><p>FORMAÇÃO DE PREÇOS ou do novo Acordo, Convenção ou</p><p>Dissídio Coletivo de Trabalho que fundamenta a repactuação,</p><p>conforme for a variação de custos objeto da repactuação.</p><p>§ 1º É vedada a inclusão, por ocasião da repactuação, de benefícios</p><p>não previstos na proposta inicial, exceto quando se tornarem</p><p>obrigatórios por força de instrumento legal, Acordo, Convenção ou</p><p>Dissídio Coletivo de Trabalho, observado o disposto no art. 6º desta</p><p>Instrução Normativa.</p><p>§ 2º A variação de custos decorrente do mercado somente será</p><p>concedida mediante a comprovação pelo contratado do aumento dos</p><p>custos, considerando-se:</p><p>- os preços praticados no mercado ou em outros contratos da</p><p>Administração;</p><p>- as particularidades do contrato em vigência;</p><p>- a nova planilha com variação dos custos apresentada;</p><p>- indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores oficiais de</p><p>referência, tarifas públicas ou outros equivalentes; e</p><p>- a disponibilidade orçamentária do órgão ou entidade contratante.</p><p>§ 3º A decisão sobre o pedido de repactuação deve ser feita no</p><p>prazo máximo de sessenta dias, contados a partir da solicitação e da</p><p>entrega dos comprovantes de variação dos custos.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>25</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>§ 4º As repactuações, como espécie de reajuste, serão formalizadas</p><p>por meio de apostilamento, exceto quando coincidirem com a</p><p>prorrogação contratual, em que deverão ser formalizadas por</p><p>aditamento.</p><p>§ 5º O prazo referido no § 3º deste artigo ficará suspenso enquanto a</p><p>contratada não cumprir os atos ou apresentar a documentação</p><p>solicitada pela contratante para a comprovação da variação dos</p><p>custos.</p><p>§ 6º O órgão ou entidade contratante poderá realizar diligências para</p><p>conferir a variação de custos alegada pela contratada.</p><p>§ 7º As repactuações a que o contratado fizer jus e que não forem</p><p>solicitadas durante a vigência do contrato serão objeto de preclusão</p><p>com a assinatura da prorrogação contratual ou com o</p><p>encerramento do contrato.</p><p>Art. 58. Os novos valores contratuais decorrentes das repactuações</p><p>terão suas vigências iniciadas da seguinte forma:</p><p>- a partir da ocorrência do fato gerador que deu causa à repactuação,</p><p>como regra geral;</p><p>- em data futura, desde que acordada entre as partes, sem prejuízo</p><p>da contagem de periodicidade e para concessão das próximas</p><p>repactuações futuras; ou</p><p>- em data anterior à ocorrência do fato gerador, exclusivamente</p><p>quando a repactuação envolver revisão do custo de mão de obra em</p><p>que o próprio fato gerador, na forma de Acordo, Convenção ou</p><p>Dissídio Coletivo de Trabalho, contemplar data de vigência retroativa,</p><p>podendo esta ser considerada para efeito de compensação do</p><p>pagamento devido, assim como para a contagem da anualidade em</p><p>repactuações futuras.</p><p>Parágrafo único. Os efeitos financeiros da repactuação deverão</p><p>ocorrer exclusivamente para os itens que a motivaram e apenas em</p><p>relação à diferença porventura existente.</p><p>Art. 59. As repactuações não interferem no direito das partes de</p><p>solicitar, a qualquer momento, a manutenção do equilíbrio econômico</p><p>dos contratos com base no disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de</p><p>1993.</p><p>10.3 Revisão</p><p>A revisão consiste na manutenção das condições de pagamento estabelecidas</p><p>inicialmente no contrato, de maneira que se mantenha estável a relação entre as</p><p>obrigações do contratado e a justa retribuição da Administração pelo fornecimento</p><p>de bem, pela execução de obra ou prestação de serviço.</p><p>Conforme a letra d), inciso II, do art. 65 da Lei nº 8.666/93, será motivado por:</p><p> Fato superveniente imprevisível;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Underline</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Textbox</p><p>preclusão</p><p>substantivo feminino / jurídico (termo)</p><p>impedimento de se usar determinada faculdade processual civil, seja pela não tilização dela na ordem legal, seja por ter-se realizado uma atividade que lhe é incompatível, seja por ela já ter sido exercida.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>26</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p> Fato previsível de conseqüências incalculáveis;</p><p> Retardadores ou impeditivos da execução do ajustado;</p><p> Força maior;</p><p> Caso fortuito; ou</p><p> Fato do príncipe.</p><p>Dependerá de solicitação motivada do fornecedor e será analisado pela</p><p>administração. O mais importante aspecto a ser analisado é no sentido de que seus</p><p>efeitos devem ser concretos na execução e advir de risco extraordinário, o que é</p><p>diferente de risco do negócio.</p><p>Observe a diferença entre risco do negócio e risco extraordinário no quadro a</p><p>seguir.</p><p>Risco do Negócio</p><p>(Álea Econômica Ordinária)</p><p>Risco Extraordinário</p><p>(Álea Econômica Extraordinária)</p><p>Risco relativo à possível ocorrência de</p><p>um evento futuro desfavorável, mas</p><p>previsível ou suportável, por ser usual no</p><p>negócio efetivado.</p><p>Risco futuro imprevisível que, pela sua</p><p>extemporaneidade, impossibilidade de</p><p>previsão e onerosidade excessiva a um dos</p><p>contratantes, desafie todos os cálculos</p><p>feitos no instante da celebração contratual.</p><p>Deverá ser realizada mediante termo aditivo.</p><p>Atenção!</p><p>- Acórdão nº 3.024/2013 – TCU (PLENÁRIO)</p><p>A MERA VARIAÇÃO DE PREÇOS, PARA MAIS OU PARA MENOS,</p><p>NÃO É SUFICIENTE PARA DETERMINAR A REALIZAÇÃO DE</p><p>REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO,</p><p>SENDO ESSENCIAL A PRESENÇA DE UMA DAS HIPÓTESES</p><p>PREVISTAS NO ART. 65, INCISO II, ALÍNEA “D”, DA LEI 8.666/93</p><p>(...). DESTACOU AINDA QUE A OCORRÊNCIA DE PEQUENAS</p><p>VARIAÇÕES ENTRE OS PREÇOS CONTRATUAIS</p><p>REAJUSTADOS E OS PREÇOS DE MERCADO É SITUAÇÃO</p><p>PREVISÍVEL.</p><p>- Acórdão nº 1.729/2014 – TCU (PLENÁRIO)</p><p>SENDO NOTÓRIA A VARIAÇÃO DE PREÇOS DE PRODUTOS</p><p>AGROPECUÁRIOS NA ENTRESSAFRA, NÃO HÁ QUE SE FALAR</p><p>NA MANUTENÇÃO DO REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-</p><p>FINANCEIRO INICIAL (...) (ARTIGO 65, INCISO II, ALÍNEA "D", DA</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>27</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>LEI 8.666/1993). COMO A ATIVIDADE DA EMPRESA É O</p><p>FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES, DEVE CONHECER BEM O</p><p>MERCADO EM QUE ATUA E AS VARIAÇÕES SAZONAIS DOS</p><p>PREÇOS DOS INSUMOS, CUJO IMPACTO DEVE INCORPORAR</p><p>NAS PROPOSTAS APRESENTADAS NAS LICITAÇÕES,</p><p>CONSIDERANDO SEU CUSTO ANUALIZADO.</p><p>- Acórdão nº 2.837/2010 – TCU (Plenário)</p><p>De fato, a mera variação cambial, em regime de câmbio flutuante,</p><p>não configura causa excepcional de mutabilidade dos contratos</p><p>administrativos. A variação diária dos índices não autoriza pleitos de</p><p>recomposição de preços, dada a sua ampla previsibilidade. Caso</p><p>contrário, no regime de câmbio flutuante, todos os processos em que</p><p>houvesse variação positiva poderiam ensejar solicitações de</p><p>recomposição de preços, o que não ocorre. (...)</p><p>11 ATUALIZAÇÃO FINANCEIRA</p><p>A atualização financeira é devida pela Administração quando o pagamento não</p><p>ocorre na data prevista. Cabe salientar que a multa é um tipo de sanção e os juros</p><p>são a remuneração do capital, por isso não é considerada atualização financeira.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993:</p><p>Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações</p><p>terão como expressão monetária a moeda corrente nacional,</p><p>ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da</p><p>Administração, no pagamento das obrigações relativas ao</p><p>fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de</p><p>serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a</p><p>estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo</p><p>quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante</p><p>prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.</p><p>§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores</p><p>corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes</p><p>preservem o valor.</p><p>§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento</p><p>será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas</p><p>dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se</p><p>referem.</p><p>§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes</p><p>de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o</p><p>inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único,</p><p>deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,</p><p>contados da apresentação da fatura.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>28</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Art. 40. O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o seguinte:</p><p>[...]</p><p>XIV - condições de pagamento, prevendo:</p><p>a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir</p><p>da data final do período de adimplemento de cada parcela;</p><p>b) cronograma de desembolso máximo por período, em</p><p>conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;</p><p>c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,</p><p>desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a</p><p>data do efetivo pagamento;</p><p>d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos,</p><p>e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;</p><p>[...]</p><p>§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como</p><p>adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a</p><p>realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem</p><p>como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja</p><p>vinculada a emissão de documento de cobrança.</p><p>12 FORMALIZAÇÃO DAS ALTERAÇÕES</p><p>Toda e qualquer alteração contratual deve ser formalizada por escrito,</p><p>mediante despacho fundamentado da autoridade competente. Para sua</p><p>formalização, a administração pode se fazer valer de 2 (dois) instrumento: aditivo e</p><p>apostila. Vejamos a seguir quando cada um deles deve ser utilizado.</p><p>12.1 Aditivo</p><p>As modificações das cláusulas contratuais devem dar-se mediante a</p><p>celebração de Termo Aditivo, seja esta modificação unilateral ou consensual. Tal</p><p>instrumento deverá ser utilizado, também, em casos como: alteração do nome ou</p><p>denominação empresarial da contratada, alteração do endereço da contratada,</p><p>retificação de cláusula contratual e retificação de dados da empresa contratada</p><p>(quando, por equívoco, ocorrer falha no registro desses dados).</p><p>Submete-se aos mesmos requisitos formais do contrato (análise jurídica,</p><p>publicação etc.)</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>29</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>12.2 Apostila</p><p>O apostilamento destina-se a registrar os resultados da aplicação das</p><p>cláusulas e condições inicialmente ajustadas (já previstas no contrato),</p><p>exclusivamente nas hipóteses previstas no § 8º do art. 65 da Lei nº 8.666/93.</p><p>§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de</p><p>preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações</p><p>ou penalizações financeiras decorrentes das condições de</p><p>pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações</p><p>orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não</p><p>caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por</p><p>simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.</p><p>13 SANÇÕES ADMINISTRATIVAS</p><p>A aplicação de sanções administrativas aos licitantes e contratados da</p><p>Administração tem previsão legal e visa, em última análise, a preservar o interesse</p><p>público quando este é abalado por atos ilícitos cometidos em procedimentos de</p><p>aquisição pública ou na execução de contratos administrativos.</p><p>Qualquer sanção administrativa, mesmo a advertência, somente pode ser</p><p>aplicada através de procedimento administrativo (conforme a Lei 9.784/1999), de</p><p>forma a permitir o contraditório e ampla defesa.</p><p>Dispõe a Lei 8.666/1993 sobre sanções administrativas:</p><p>Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o</p><p>contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento</p><p>convocatório ou no contrato.</p><p>§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a</p><p>Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as</p><p>outras sanções previstas nesta Lei.</p><p>APOSTILA</p><p>Resultado da aplicação</p><p>das cláusulas previstas</p><p>ADITIVO</p><p>Modificação das cláusulas</p><p>inicialmente pactuadas</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>30</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será</p><p>descontada da garantia do respectivo contratado.</p><p>§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada,</p><p>além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a</p><p>qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela</p><p>Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.</p><p>Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração</p><p>poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes</p><p>sanções:</p><p>I - advertência;</p><p>II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no</p><p>contrato;</p><p>III - suspensão temporária de participação em licitação e</p><p>impedimento de contratar com a Administração, por prazo não</p><p>superior a 2 (dois) anos;</p><p>IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a</p><p>Administração Pública enquanto perdurarem os motivos</p><p>determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação</p><p>perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será</p><p>concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos</p><p>prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada</p><p>com base no inciso anterior.</p><p>§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,</p><p>além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença,</p><p>que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela</p><p>Administração ou cobrada judicialmente.</p><p>§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão</p><p>ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia</p><p>do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias</p><p>úteis.</p><p>§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de</p><p>competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual</p><p>ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no</p><p>respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista,</p><p>podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua</p><p>aplicação.</p><p>Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior</p><p>poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais</p><p>que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>31</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios</p><p>dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;</p><p>II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da</p><p>licitação;</p><p>III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a</p><p>Administração em virtude de atos ilícitos praticados.</p><p>O impedimento aplicado por um órgão da União só impede a contratação com a</p><p>União. A suspensão temporária é aplicada apenas dentro do órgão conforme o art.</p><p>6º da Lei 8.666/1993:</p><p>XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de</p><p>direito privado sob controle do poder público e</p><p>das fundações por ele</p><p>instituídas ou mantidas;</p><p>XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela</p><p>qual a Administração Pública opera e atua concretamente;</p><p>Dispõe a Lei 10.520/2002, que trata do Pregão:</p><p>Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua</p><p>proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar</p><p>documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento</p><p>da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou</p><p>fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou</p><p>cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a</p><p>União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será</p><p>descredenciado no SICAF, ou nos sistemas de cadastramento de</p><p>fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo</p><p>prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em</p><p>edital e no contrato e das demais cominações legais.</p><p>As UG devem observar a dosimetria da pena, que deve estar prevista no</p><p>edital, de forma a evitar a aplicação de critérios subjetivos e desproporcionais.</p><p>Dispõe a Lei 9.784/1999:</p><p>Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos</p><p>princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,</p><p>proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,</p><p>segurança jurídica, interesse público e eficiência</p><p>[...]</p><p>VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de</p><p>obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas</p><p>estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>32</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Antes de realizar a aplicação de sanções administrativas, recomenda-se a</p><p>leitura do Caderno de Logística - Sanções Administrativas em Licitações e Contratos</p><p>do MPDG.</p><p>13.1 Procedimentos para aplicação de sanções administrativas</p><p> 1º Passo: Determinar a realização de procedimento administrativo.</p><p>Caberá à autoridade competente, ao tomar conhecimento da prática de atos</p><p>em desconformidade com as cláusulas contratuais, por parte do fornecedor,</p><p>determinar a realização de procedimento administrativo para aplicação de sanção.</p><p> 2º Passo: Notificar o contratado, abrindo o prazo para defesa.</p><p>A notificação deverá ser enviada pelo correio, com Aviso de Recebimento, ou</p><p>entregue ao fornecedor mediante recibo, ou em caso de mudança de endereço ou</p><p>recusa de recebimento, publicada no Diário Oficial, quando começará a contar o</p><p>prazo para apresentação de defesa.</p><p>A notificação deverá conter:</p><p>- a identificação da pessoa física ou jurídica;</p><p>- a sua finalidade;</p><p>- o prazo e o local para manifestação do intimado;</p><p>- a necessidade de o intimado atender à notificação pessoalmente ou a</p><p>possibilidade de se fazer representar;</p><p>- a continuidade do processo independentemente da manifestação do intimado;</p><p>- a indicação dos fatos que originaram o processo (inexecução contratual) e os</p><p>fundamentos legais pertinentes;</p><p>- a sanção a ser aplicada e sua gradação, nos termos da Lei 8.666/93 e/ou da</p><p>Lei 10.520/02.</p><p>O fornecedor será notificado para apresentar defesa no prazo de 5 (cinco)</p><p>dias úteis, a contar do recebimento da notificação, no caso de aplicação das</p><p>sanções de multa, advertência, suspensão temporária ou impedimento de licitar.</p><p>33</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>Caso haja indícios suficientes para aplicação da sanção de declaração de</p><p>inidoneidade, conforme o art. 87, § 3º da Lei nº 8.666/93, o prazo para a defesa será</p><p>10 (dez) dias a contar do recebimento da notificação.</p><p> 3º Passo: Receber a defesa da contratada, se ela o fizer.</p><p>Caso não o faça, declarar, por termo, que escoou o prazo legal sem que o</p><p>fornecedor apresentasse a defesa.</p><p> 4º Passo: Emitir um parecer, elaborando o relatório.</p><p>Ainda que o fornecedor não tenha apresentado resposta às imputações que</p><p>lhes foram dirigidas, é importante que a Administração disponha das provas que</p><p>induzem à responsabilidade do fornecedor nos autos do processo.</p><p>Já nos casos em que o fornecedor oferece resposta, compete à Administração</p><p>analisar a tempestividade da defesa, as razões deduzidas e confrontá-las com os</p><p>fatos apurados e com as regras legais, editalícias e/ou contratuais aplicáveis a fim</p><p>de chegar à conclusão sobre o parecer que será emitido à autoridade competente.</p><p>No relatório final dessa apuração, o servidor designado para presidi-la deverá</p><p>considerar o comportamento do contratado, a natureza e a gravidade do ato ou da</p><p>omissão, os danos causados ao serviço público, etc, sempre pautado nos princípios</p><p>da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade.</p><p>O parecer emitido pelo responsável do procedimento administrativo servirá de</p><p>base para a decisão administrativa a ser exarada pelo Ordenador de Despesa.</p><p> 5º Passo: Enviar o relatório à autoridade competente.</p><p>Sendo assim, os documentos que devem compor o processo administrativo a</p><p>ser enviado à autoridade competente, para amparar sua decisão, são os seguintes:</p><p>- Intimação do contratado, dando-lhe ciência da falta cometida e da abertura do</p><p>prazo legal para que apresente defesa prévia;</p><p>- Defesa prévia do contratado, empresa ou profissional, quando apresentada,</p><p>ou a declaração, por termo, de que escoou o prazo legal sem que a apresentasse;</p><p>- Termos de declarações do denunciante, do denunciado e de testemunhas, se</p><p>for o caso;</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>34</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p>- Pareceres técnicos e/ou jurídicos emitidos sobre o assunto, se for o caso;</p><p>- Relatório ou parecer conclusivo sobre a procedência ou improcedência do</p><p>fato denunciado, da aplicabilidade ou inaplicabilidade da sanção e o enquadramento</p><p>legal previsto.</p><p>- Demais provas ou diligências juntadas ou promovidas pela Administração ou</p><p>pela defesa, necessárias para a apuração dos fatos.</p><p> 6º Passo: Emitir, a autoridade competente, sua decisão.</p><p>Cabe à autoridade competente, baseada no relatório emitido, concordar ou não</p><p>com o parecer. Conquanto, em qualquer caso, deverá motivar sua posição, que será</p><p>lavrada em termo próprio.</p><p>A autoridade competente para aplicação das penalidades de advertência, multa</p><p>e suspensão temporária de participação em licitação (art. 87, inc. III, da Lei</p><p>8.666/93) e impedimento de contratar com a Administração (art. 7º da Lei</p><p>10520/2002) é o Ordenador de Despesas. No caso da aplicação da Declaração de</p><p>inidoneidade (art. 87, inc. IV, da Lei 8.666/93), a competência é de autoridade</p><p>equivalente a Ministro de Estado, que é exercida, no contexto do Exército, pelo</p><p>Comandante da Força. Nesse caso o Ordenador de despesas fará transitar o</p><p>processo pela cadeia de comando, devidamente instruído com a proposta de</p><p>penalidade a ser aplicada, até o despacho dessa autoridade.</p><p>Em que pese a aplicação das referidas sanções serem de competência das</p><p>autoridades acima citadas, impende considerar que, embora guarde uma relação de</p><p>discricionariedade na sua mensuração, as mesmas devem se submeter aos</p><p>princípios da razoabilidade e proporcionalidade. A motivação do ato é que</p><p>legitimará a decisão da autoridade.</p><p>Por oportuno, anota-se que, em face do princípio da indisponibilidade do</p><p>interesse público, se comprovados o fato e a autoria, a absolvição só poderá ocorrer</p><p>em face de força maior, caso fortuito ou motivo legalmente justificável. Assim,</p><p>comprovados o fato (a ilicitude) e a autoria (o responsável por sua ocorrência), à</p><p>autoridade caberá, tão somente, a gradação da penalidade a ser imposta em face</p><p>das circunstâncias apuradas.</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>User</p><p>Highlight</p><p>35</p><p>Gestão e Fiscalização de Contratos Administrativos</p><p> 7º Passo: Informar ao fornecedor da decisão administrativa.</p><p>Aplicada a penalidade, o fornecedor será intimado por ofício, acompanhado da</p><p>decisão administrativa, tendo o prazo de 5 (cinco) dias úteis para interpor recurso.</p><p> 8º Passo: Aguardar o prazo do recurso.</p><p> 9º Passo: Caso não ocorra recurso, aplicar as penalidades.</p><p>Adotar os seguintes procedimentos:</p><p>a) Cobrar a multa, através do recolhimento por GRU, da execução</p>