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<p>Gestão de Operações</p><p>de Câmbio</p><p>Professora Ma. Carolina Freitas</p><p>Reitor</p><p>Prof. Ms. Gilmar de Oliveira</p><p>Diretor de Ensino</p><p>Prof. Ms. Daniel de Lima</p><p>Diretor Financeiro</p><p>Prof. Eduardo Luiz</p><p>Campano Santini</p><p>Diretor Administrativo</p><p>Prof. Ms. Renato Valença Correia</p><p>Secretário Acadêmico</p><p>Tiago Pereira da Silva</p><p>Coord. de Ensino, Pesquisa e</p><p>Extensão - CONPEX</p><p>Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza</p><p>Coordenação Adjunta de Ensino</p><p>Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman</p><p>de Araújo</p><p>Coordenação Adjunta de Pesquisa</p><p>Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme</p><p>Coordenação Adjunta de Extensão</p><p>Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves</p><p>Coordenador NEAD - Núcleo de</p><p>Educação à Distância</p><p>Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal</p><p>Web Designer</p><p>Thiago Azenha</p><p>Revisão Textual</p><p>Beatriz Longen Rohling</p><p>Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante</p><p>Kauê Berto</p><p>Projeto Gráfico, Design e</p><p>Diagramação</p><p>André Dudatt</p><p>2021 by Editora Edufatecie</p><p>Copyright do Texto C 2021 Os autores</p><p>Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie</p><p>O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade</p><p>exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-</p><p>tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem</p><p>a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.</p><p>UNIFATECIE Unidade 1</p><p>Rua Getúlio Vargas, 333</p><p>Centro, Paranavaí, PR</p><p>(44) 3045-9898</p><p>UNIFATECIE Unidade 2</p><p>Rua Cândido Bertier</p><p>Fortes, 2178, Centro,</p><p>Paranavaí, PR</p><p>(44) 3045-9898</p><p>UNIFATECIE Unidade 3</p><p>Rodovia BR - 376, KM</p><p>102, nº 1000 - Chácara</p><p>Jaraguá , Paranavaí, PR</p><p>(44) 3045-9898</p><p>www.unifatecie.edu.br/site</p><p>As imagens utilizadas neste</p><p>livro foram obtidas a partir</p><p>do site Shutterstock.</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP</p><p>F866g Freitas, Carolina</p><p>Gestão de operações de câmbio / Carolina Freitas.</p><p>Paranavaí: EduFatecie, 2021.</p><p>68 p.: il. Color.</p><p>1. Câmbio. 2. Economia. I. Centro Universitário UniFatecie.</p><p>II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título.</p><p>CDD : 23 ed. 332.45</p><p>Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577</p><p>AUTORA</p><p>Professora Carolina Freitas</p><p>Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná</p><p>- UNIOESTE (2019). Especialista em Tecnologias Aplicadas ao Ensino à Distância pelo</p><p>Centro Universitário Cidade Verde. Graduada em Ciências Econômicas pelo Centro Univer-</p><p>sitário Cidade Verde (2016). Atualmente é Tutora Educacional T44 do Centro Universitário</p><p>Cidade Verde (UniFCV). Possui experiência na área de Economia Internacional e Desen-</p><p>volvimento Econômico, atuando principalmente nos temas: Investimento Estrangeiro Direto</p><p>e Desigualdade Salarial.</p><p>INFORMAÇÕES RELEVANTES:</p><p>● Graduada em Ciências Econômicas pela Centro Universitário Cidade Verde</p><p>● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino a Distância pelo Centro</p><p>Universitário Cidade Verde</p><p>● Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná</p><p>● Tutora da Centro Universitário Cidade Verde</p><p>● Lattes: http://lattes.cnpq.br/9821590216362576</p><p>APRESENTAÇÃO DO MATERIAL</p><p>Seja muito bem-vindo(a)!</p><p>Prezado(a) aluno(a), na nossa disciplina de Gestão de Operações de Câmbio ini-</p><p>ciamos uma jornada a fim de abrir os nossos horizontes no campo econômico e financeiro,</p><p>seja está ao envolvimento teórico dos modelos cambiais como também, as operações e</p><p>mercado brasileiro. Convido você a construir um maior entendimento das diferentes opera-</p><p>ções de câmbio existentes.</p><p>Neste material abordaremos os conceitos de operações de câmbio. Você pode</p><p>estar se questionando quais são esses conceitos. Esses estão ligados a uma definição</p><p>de câmbio, paridade de poder de compra, modelos de câmbio (fixo e flutuante), o que são</p><p>as minidesvalorizações, quem são os arbitradores e os especuladores. Como também os</p><p>conceitos estão ligados às operações (futuras, prontas, Swap e simbólicas) e as arbitragens</p><p>de câmbio e juros.</p><p>Isto posto, na Unidade I, você estudará uma introdução sobre a taxa de câmbio</p><p>e a moeda. Na Unidade II, vamos compreender os tipos de câmbio existentes e o que os</p><p>agentes de mercado fazem e como agem.</p><p>Na sequência, a Unidade III tem como abordagem as operações de câmbio (ope-</p><p>rações e arbitragens). Na nossa unidade IV finalizaremos com um estudo do mercado de</p><p>câmbio no mercado brasileiro.</p><p>Espero que você aproveite a leitura do material confeccionado com muito cuidado.</p><p>Espero contribuir com o seu conhecimento profissional e também pessoal.</p><p>Bons estudos!</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE I ...................................................................................................... 3</p><p>Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>UNIDADE II ................................................................................................... 20</p><p>Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>UNIDADE III .................................................................................................. 37</p><p>Operações de Câmbio</p><p>UNIDADE IV .................................................................................................. 50</p><p>Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>3</p><p>Plano de Estudo:</p><p>● Oferta e demanda de moedas estrangeiras;</p><p>● Taxa de Câmbio e preços relativos;</p><p>● Moedas Conversíveis;</p><p>● Paridade do Poder de Compra;</p><p>● Definição de Câmbio;</p><p>● Preços Domésticos e Estrangeiros.</p><p>Objetivos da Aprendizagem:</p><p>● Analisar a oferta e demanda de moedas estrangeiras;</p><p>● Entender o que é a taxa de câmbio;</p><p>● Estudar as moedas conversíveis.</p><p>UNIDADE I</p><p>Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>Professora Ma. Caroline de Freitas</p><p>4UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, caro(a) Estudante!</p><p>Seja bem vindo(a) a nossa primeira unidade da apostila, em que veremos conceitos</p><p>importantes para as operações de câmbio. Entre os principais estudos da economia está</p><p>a troca de bens e serviços entre países, que nos levam às funções da moeda, no que diz</p><p>respeito aos meios de troca, reserva de valor e unidade de conta.</p><p>O conhecimento das funções da moeda nos levam a uma compreensão da im-</p><p>portância da existência da taxa de câmbio, como também o que é um preço relativo, visto</p><p>a presença de unidades monetárias diferentes entre países. Além disso, a compreensão</p><p>conceitual da taxa de câmbio nos leva a nos questionar a fundamentalidade das moedas</p><p>conversíveis.</p><p>A partir dos conceitos de taxa de câmbio e moeda, estudaremos também a Parida-</p><p>de de Poder de Compra (PPC) em que aprenderemos através de exemplos a compreender</p><p>esta teoria tão significativa para a economia internacional. Por fim, vamos compreender a</p><p>definição de taxa de câmbio real e nominal, como também a demanda e oferta de preços</p><p>domésticos e estrangeiros.</p><p>Bons estudos!</p><p>5UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>1. OFERTA E DEMANDA DE MOEDAS ESTRANGEIRAS</p><p>Podemos compreender que o surgimento da moeda é composto por três funções:</p><p>meio de troca de valor, conversibilidade da moeda e reserva internacional. Sabemos que</p><p>também cada país possui uma moeda para a economia, sendo necessário um meio de</p><p>transferência de recursos entre países.</p><p>Como citado anteriormente, a moeda como função o meio de troca, entende-se</p><p>como então o intermediário para as transaç��es econômicas, facilitando a aquisição de</p><p>mercadorias e serviços. Com isso, a moeda torna-se parte do nosso dia a dia, seja essa</p><p>nos meios de transações comerciais internas ou externas. (BORGES, 2018).</p><p>Agora que compreendemos que a existência da moeda acontece devido a deter-</p><p>minadas funções, podemos compreender que a taxa de câmbio é o preço de uma moeda</p><p>doméstica para uma unidade de moeda estrangeira. Em outras palavras, a definição de</p><p>taxa de câmbio é o preço de uma moeda nos termos de outra.</p><p>Devido ao fato do arcabouço constituído as funções da moeda e também o que</p><p>é a taxa de câmbio, a mesma possui demanda e oferta assim como os demais produtos.</p><p>Quando a taxa de câmbio é flexível, a demanda e a oferta definirão por um determinado</p><p>período o valor da taxa de câmbio.</p><p>Primeiramente,</p><p>qualquer período, poderia vir a intervir no mercado de dívidas – vendendo ou</p><p>comprando unidades monetárias estrangeiras. É importante ressaltar que o Bacen deixava</p><p>a obrigação de fixar a taxa de câmbio.</p><p>Em 1994, deu-se início a correção da variação de preços através da Unidade Real</p><p>de Valor (URV), em que o preço máximo de venda de cada dólar americano passou a ser</p><p>igual a uma URV. Em outras palavras, o valor da URV passou a ser determinado pelo</p><p>Bacen de forma fixa a paridade máxima de 1URV = US$ 1. A intervenção do mercado de</p><p>divisas advindo do Bacen ocorria no sentido de tentar assegurar a estabilidade à taxa de</p><p>câmbio real, essa operação perdurou a partir de março a junho de 1994.</p><p>A partir de Julho de 1994, com a instauração do Plano Real, a política cambial con-</p><p>seqüentemente sofreu alterações, o Banco Central tomou como decisão abandonar a meta</p><p>da estabilidade à taxa de câmbio real e levando ao mercado decidir a oferta e demanda</p><p>do nível da taxa de câmbio. Sabe-se que no dia 30 de Junho a moeda brasileira era CR$</p><p>2.750,00, com a paridade tornou-se 1URV = CR$ 2.750,00 = R$1,00. Isto posto, o Bacen</p><p>tomou o compromisso formal de vender as dividas no mercado de câmbio no limite máximo</p><p>de paridade R$ 1 = US$ 1 fosse atingido. Contudo, não foi determinado de forma explícita o</p><p>limite mínimo da taxa de câmbio a partir do qual o atuaria no mercado como comprador.</p><p>56UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>3. QUANTO AO PRAZO DE LIQUIDAÇÃO DAS OPERAÇÕES</p><p>Pudemos estudar as operações de câmbio, a modalidade dos câmbios e muitas in-</p><p>formações. Agora vamos entender o que é a liquidação das operações. A mesma é descrita</p><p>como o episódio que ocorre após a realização da compra e venda, ou seja, é o processo no</p><p>qual acontece a transferência da propriedade de títulos e o pagamento ou recebimento do</p><p>montante financeiro acordado.</p><p>Conforme Assaf-Neto (2018) as liquidações das operações de câmbio (compra e</p><p>venda) ocorrem através da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Como</p><p>estudamos anteriormente na Unidade III, as liquidações de câmbio podem ocorrer em ope-</p><p>rações prontas ou em operações futuras. Sendo cada uma dessas presentes características</p><p>e determinadas suas liquidações de câmbio.</p><p>57UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>4. QUANTO À ENTREGA DE MOEDA ESTRANGEIRA</p><p>Conforme pudemos aprender, a taxa de câmbio é a forma de troca de unidade</p><p>monetárias entre países, assim, a moeda estrangeira necessariamente está registrada</p><p>diante aos órgãos reguladores em sua entrada e saída. Segundo o Banco Central do Brasil</p><p>(2021), a entrega de moeda estrangeira é representada pela teletransmissão, em espécie e</p><p>cheques de viagem, cartões pré-pagos, conta de depósito, operações simbólicas, cheques,</p><p>carta de crédito (à vista e a prazo) e títulos e valores.</p><p>Podemos observar abaixo a entrada de moedas estrangeiras no Brasil em 2018</p><p>conforme a Tabela abaixo:</p><p>58UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>VA</p><p>LO</p><p>R</p><p>(U</p><p>SD</p><p>m</p><p>ilh</p><p>õe</p><p>s)</p><p>D</p><p>es</p><p>cr</p><p>iç</p><p>ão</p><p>Ja</p><p>n-</p><p>20</p><p>18</p><p>Fe</p><p>v-</p><p>20</p><p>18</p><p>M</p><p>ar</p><p>-2</p><p>01</p><p>8</p><p>A</p><p>br</p><p>-2</p><p>01</p><p>8</p><p>M</p><p>ai</p><p>-2</p><p>01</p><p>8</p><p>Ju</p><p>n-</p><p>20</p><p>18</p><p>Ju</p><p>l-2</p><p>01</p><p>8</p><p>A</p><p>go</p><p>-2</p><p>01</p><p>8</p><p>Se</p><p>t-2</p><p>01</p><p>8</p><p>O</p><p>ut</p><p>-2</p><p>01</p><p>8</p><p>TO</p><p>TA</p><p>L</p><p>A</p><p>N</p><p>O</p><p>65</p><p>-</p><p>Te</p><p>le</p><p>tra</p><p>ns</p><p>m</p><p>is</p><p>sã</p><p>o</p><p>10</p><p>4.</p><p>25</p><p>8,</p><p>3</p><p>73</p><p>.5</p><p>52</p><p>,9</p><p>10</p><p>2.</p><p>04</p><p>4,</p><p>0</p><p>94</p><p>.7</p><p>65</p><p>,6</p><p>10</p><p>4.</p><p>70</p><p>3,</p><p>8</p><p>99</p><p>.4</p><p>30</p><p>,6</p><p>82</p><p>.3</p><p>49</p><p>,1</p><p>10</p><p>0.</p><p>26</p><p>5,</p><p>8</p><p>77</p><p>.6</p><p>18</p><p>,8</p><p>10</p><p>2.</p><p>32</p><p>9,</p><p>9</p><p>94</p><p>1.</p><p>31</p><p>8,</p><p>8</p><p>20</p><p>-</p><p>C</p><p>on</p><p>ta</p><p>d</p><p>e</p><p>de</p><p>pó</p><p>si</p><p>to</p><p>13</p><p>.5</p><p>91</p><p>,5</p><p>12</p><p>.6</p><p>96</p><p>,7</p><p>14</p><p>.4</p><p>06</p><p>,3</p><p>13</p><p>.8</p><p>79</p><p>,5</p><p>15</p><p>.2</p><p>91</p><p>,0</p><p>13</p><p>.9</p><p>19</p><p>,3</p><p>12</p><p>.1</p><p>08</p><p>,9</p><p>14</p><p>.5</p><p>59</p><p>,5</p><p>9.</p><p>92</p><p>4,</p><p>0</p><p>20</p><p>.3</p><p>44</p><p>,5</p><p>14</p><p>0.</p><p>72</p><p>1,</p><p>2</p><p>90</p><p>-</p><p>Si</p><p>m</p><p>bó</p><p>lic</p><p>a</p><p>5.</p><p>86</p><p>5,</p><p>5</p><p>9.</p><p>34</p><p>7,</p><p>7</p><p>12</p><p>.3</p><p>67</p><p>,1</p><p>9.</p><p>47</p><p>4,</p><p>3</p><p>8.</p><p>34</p><p>8,</p><p>4</p><p>12</p><p>.1</p><p>87</p><p>,2</p><p>15</p><p>.0</p><p>60</p><p>,3</p><p>14</p><p>.5</p><p>24</p><p>,3</p><p>7.</p><p>48</p><p>3,</p><p>5</p><p>16</p><p>.5</p><p>27</p><p>,6</p><p>11</p><p>1.</p><p>18</p><p>6,</p><p>0</p><p>50</p><p>-</p><p>E</p><p>m</p><p>e</p><p>sp</p><p>éc</p><p>ie</p><p>e</p><p>/o</p><p>u</p><p>ch</p><p>eq</p><p>ue</p><p>s</p><p>de</p><p>v</p><p>ia</p><p>ge</p><p>m</p><p>79</p><p>7,</p><p>6</p><p>50</p><p>4,</p><p>9</p><p>55</p><p>1,</p><p>9</p><p>58</p><p>8,</p><p>0</p><p>61</p><p>9,</p><p>8</p><p>59</p><p>1,</p><p>2</p><p>65</p><p>6,</p><p>8</p><p>49</p><p>5,</p><p>8</p><p>41</p><p>8,</p><p>6</p><p>67</p><p>9,</p><p>2</p><p>5.</p><p>90</p><p>3,</p><p>9</p><p>15</p><p>-</p><p>C</p><p>ar</p><p>ta</p><p>d</p><p>e</p><p>cr</p><p>éd</p><p>ito</p><p>-</p><p>a</p><p>pr</p><p>az</p><p>o</p><p>11</p><p>0,</p><p>9</p><p>11</p><p>7,</p><p>8</p><p>14</p><p>8,</p><p>2</p><p>12</p><p>7,</p><p>1</p><p>11</p><p>1,</p><p>0</p><p>85</p><p>,7</p><p>10</p><p>3,</p><p>7</p><p>99</p><p>,8</p><p>11</p><p>5,</p><p>4</p><p>14</p><p>0,</p><p>3</p><p>1.</p><p>15</p><p>9,</p><p>9</p><p>55</p><p>-</p><p>C</p><p>ar</p><p>tã</p><p>o</p><p>pr</p><p>é-</p><p>pa</p><p>go</p><p>80</p><p>,0</p><p>50</p><p>,0</p><p>54</p><p>,0</p><p>56</p><p>,5</p><p>57</p><p>,0</p><p>59</p><p>,2</p><p>62</p><p>,9</p><p>47</p><p>,5</p><p>40</p><p>,6</p><p>53</p><p>,2</p><p>56</p><p>0,</p><p>8</p><p>10</p><p>-</p><p>C</p><p>ar</p><p>ta</p><p>d</p><p>e</p><p>cr</p><p>éd</p><p>ito</p><p>-</p><p>à</p><p>vi</p><p>st</p><p>a</p><p>47</p><p>,9</p><p>34</p><p>,3</p><p>47</p><p>,2</p><p>41</p><p>,0</p><p>39</p><p>,5</p><p>31</p><p>,4</p><p>58</p><p>,5</p><p>65</p><p>,9</p><p>46</p><p>,4</p><p>33</p><p>,7</p><p>44</p><p>5,</p><p>8</p><p>75</p><p>-</p><p>Tí</p><p>tu</p><p>lo</p><p>s</p><p>e</p><p>va</p><p>lo</p><p>re</p><p>s</p><p>12</p><p>,9</p><p>5,</p><p>3</p><p>1,</p><p>8</p><p>6,</p><p>8</p><p>23</p><p>,6</p><p>2,</p><p>4</p><p>15</p><p>,0</p><p>1,</p><p>4</p><p>61</p><p>,6</p><p>3,</p><p>0</p><p>13</p><p>3,</p><p>9</p><p>30</p><p>-</p><p>C</p><p>he</p><p>qu</p><p>e</p><p>4,</p><p>1</p><p>29</p><p>,8</p><p>7,</p><p>0</p><p>9,</p><p>5</p><p>5,</p><p>0</p><p>5,</p><p>2</p><p>4,</p><p>1</p><p>7,</p><p>1</p><p>3,</p><p>6</p><p>5,</p><p>6</p><p>81</p><p>,0</p><p>To</p><p>ta</p><p>l 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QUANTO À LEGALIDADE DAS OPERAÇÕES</p><p>Segundo o regulamento proposto pelo Banco Central do Brasil (2013) e conforme</p><p>a resolução Resolução n° 3.568, de 29.05.2008. Os compromissos das operações no mer-</p><p>cado de câmbio são dados através:</p><p>a) de compra e de venda de moeda estrangeira e as operações com ouro-ins-</p><p>trumento cambial, realizadas com instituições autorizadas pelo Banco Central</p><p>do Brasil a operar no mercado de câmbio, bem como as operações em moe-</p><p>da nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no País e residentes,</p><p>domiciliados ou com sede no exterior;</p><p>b) relativas aos recebimentos, pagamentos e transferências do e para o ex-</p><p>terior mediante a utilização de cartões de uso internacional, bem como as</p><p>operações referentes às transferências financeiras postais internacionais,</p><p>inclusive vales postais e reembolsos postais internacionais. (BANCO CEN-</p><p>TRAL DO BRASIL, 2013, p.1).</p><p>Além disso, tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem optar por comprar e</p><p>vender unidades monetárias de outros países ou realizar transferências internacionais em</p><p>reais, essas são realizadas de qualquer natureza, sem uma especificação de valor limitado.</p><p>Contudo, nas operações, cada agente econômico é autorizado a operar no mercado de</p><p>câmbio levando em consideração a legalidade da transação baseada nos fundamentos e</p><p>responsabilidades econômicas.</p><p>As aplicações de mercado cambial são vinculadas da seguinte maneira:</p><p>60UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>a) as transferências financeiras relativas às aplicações no exterior por insti-</p><p>tuições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco</p><p>Central do Brasil devem observar a regulamentação específica; b) os fundos</p><p>de investimento podem efetuar transferências do e para o exterior relaciona-</p><p>das às suas aplicações fora do País, obedecida a regulamentação editada</p><p>pela Comissão de Valores Mobiliários e as regras cambiais editadas pelo</p><p>Banco Central do Brasil; c) as transferências financeiras relativas a aplica-</p><p>ções no exterior por entidades de previdência complementar devem observar</p><p>a regulamentação específica. (BACEN, 2013, p.1).</p><p>É ressalto que as operações e realização de transferências internacionais estão</p><p>condicionadas ao cumprimento e observação da legislação e regulamentação dos órgãos</p><p>responsáveis governamentais.</p><p>61UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ATUAIS</p><p>Como estudamos anteriormente, com a implementação do Plano Real, as políticas</p><p>das operações de câmbio também sofreram mudanças. Nos primeiros meses do plano foi de-</p><p>cretado como regime de operação o câmbio flutuante, sofrendo uma mudança em março de</p><p>1995 para o regime de bandas cambiais e em 1999 voltando ao regime de câmbio flutuante.</p><p>Em 1999, especificamente no dia 18 de janeiro, o regime de câmbio flutuan-</p><p>te passou</p><p>a prevalecer na economia brasileira, levando consequentemente a uma</p><p>desvalorização da moeda por volta de 60% devido à saída de capitais - gerada pela</p><p>incerteza. (BRUM; ZILIO, 2013).</p><p>O Bacen ao perceber essa situação, tentou intervir para conter a depreciação</p><p>através da venda de moeda estrangeira no mercado cambial, porém o resultado não</p><p>obteve sucesso como esperado. A taxa de câmbio brasileira passou a ceder a partir de</p><p>março do mesmo ano em razão da nova definição da política monetária, juntamente a</p><p>um crescimento significativo dos juros - fato gerado a partir da revisão do acordo com o</p><p>Fundo Monetário Internacional (FMI).</p><p>Sabe-se que a mudança do regime de câmbio para flexibilização no Brasil no final</p><p>da década de 1990 está relacionada a uma circunstância histórica específica e a associação</p><p>de variáveis macroeconômicas, como por exemplo: câmbio, inflação e juros.</p><p>62UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>Essas políticas levaram a aspectos desfavoráveis, como por exemplo: a volatilidade</p><p>do câmbio e da inflação. Contudo, aspectos positivos também surgiram entre eles foram os</p><p>ganhos em termos de sustentabilidade macroeconômica de médio e longo prazo, em uma</p><p>conjuntura do crescimento da mobilidade de capitais entre países e elevação do grau de</p><p>integração econômica.</p><p>O fim do câmbio gerou consequências, entre essas está em 2002 o desempenho</p><p>positivo da balança comercial e em 2004 começou a apresentar crescimento positivo de</p><p>divisas do câmbio, esse comportamento foi favorável ao Brasil. A partir deste momento,</p><p>podemos observar que por grande influência do câmbio foi impulsionado as exportações de</p><p>commodities e indústrias do setor de produtos básicos.</p><p>O câmbio flutuante neste novo contexto levou a uma significativa expressão no mer-</p><p>cado acionário de investimento estrangeiro, consequentemente, diminuindo a fragilidade da</p><p>economia brasileira de forma externa e simultaneamente causando uma sobrevalorização</p><p>do Real. A partir de 2004, o câmbio brasileiro passou a ser constantemente apreciado,</p><p>valorizando cada vez mais o Real, em contrapartida, a economia mundial em suma apre-</p><p>sentou uma forte corrente depreciação da moeda norte-americana, não apenas diante do</p><p>Real, mas também de outras moedas estrangeiras importantes ao mundo.</p><p>Agora você pode estar se questionando o porquê da desvalorização da moeda</p><p>norte-americana. Em suma, a desvalorização do dólar americano ocorreu para favorecer a</p><p>economia estadunidense devido a um desenvolvimento da balança comercial e a rolagem da</p><p>uma expressiva dívida interna, por meio da venda de títulos públicos em dólares. A economia</p><p>brasileira em uma frequente entrada de dívidas – por meio do investimento de renda fixa – foi</p><p>cativada por juros altos, por consequência, estimulando a sobrevalorização do Real.</p><p>Além disso, o histórico econômico mundial foi marcado pela crise financeira de</p><p>2007/2008, esse, levou como conseqüência assomar a sobrevalorização da moeda brasi-</p><p>leira até Julho de 2008, marcando nos meses seguintes uma alta desvalorização do Real.</p><p>É possível compreender o mesmo de como de Julho de 2008 o Real passou de R$1,56 por</p><p>dólar para R$2,44 por dólar. (BRUM; ZILIO, 2013).</p><p>A economia brasileira nos anos seguintes conseguiu passar à frente da crise</p><p>econômica. No período de 2009 a 2011, o Brasil apresentou um aumento expressivo nos</p><p>preços internacionais de commodities, uma preservação da política de juros elevados e a</p><p>dedicação diante da crise financeira mundial juntamente aos países desenvolvidos. Essas</p><p>características levaram a uma entrada significativa e importante de dólares na economia</p><p>brasileira novamente, levando a sobrevalorização do Real nos anos de 2010 e 2011 em</p><p>uma perspectiva da moeda retomar ao seu valor de como apresentava três anos antes.</p><p>63UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>O Bacen, no mesmo período, tomou como decisão a compra de dólares para pre-</p><p>servar o valor da moeda e manter suas reservas. Mesmo com as decisões impostas pelo</p><p>Bacen, houve uma porcentagem de saída de dólares do Brasil – devido a especuladores</p><p>e empresas multinacionais cobrindo suas dificuldades no continente Europeu. Podemos</p><p>compreender que no final de 2011 ao início de 2012 a moeda brasileira retomou a valo-</p><p>res próximos de sua paridade de poder de compra em relação a moeda norte-americana</p><p>(BRUM; ZILIO, 2013).</p><p>64UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro aluno(a), na nossa última unidade pudemos compreender mais sobre o mer-</p><p>cado brasileiro e suas características impostas diante do Banco Central. No nosso primeiro</p><p>tópico pudemos compreender a importância da sua origem e de seu destino, logo depois</p><p>quais os tipos de câmbio existentes no histórico econômico brasileiro.</p><p>Seguimos nossos estudos compreendendo os prazos de liquidação e quanto à</p><p>entrega de moeda estrangeira no Brasil. Por fim, pudemos compreender as principais ca-</p><p>racterísticas econômicas voltadas ao mercado de câmbio no Brasil.</p><p>Esses tópicos são importantes para a nossa compreensão econômica brasileira</p><p>e do mercado internacional, nos fazem refletir como a economia brasileira se comportou</p><p>diante dos marcos econômicos mundiais.</p><p>65UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Hedge e Especulação com Derivativos Cambiais: Evidências de Operações Cotidianas</p><p>Autores: João Luiz Guillaumon Lopes, Rafael Felipe Schiozer e Hsia Hua Sheng</p><p>Resumo Este trabalho investiga a dinâmica no uso de derivativos de moedas</p><p>por parte de empresas não financeiras brasileiras a partir de um banco de dados</p><p>único, que contém 29 mil operações de balcão efetivamente contratadas por essas</p><p>empresas junto a um grande banco internacional, entre 2003 e 2011. Embora pes-</p><p>quisas no Brasil (Novaes & Oliveira, 2005; Rossi, 2011) e nos EUA (Géczy, Milton, &</p><p>Schrand, 2007) apontem para a existência de uma conduta especulativa nas decisões</p><p>dos gestores, o efetivo impacto desse tipo de comportamento nas decisões da empre-</p><p>sa ainda é pouco conhecido, bem como suas implicações para a gestão financeira</p><p>de riscos e a governança corporativa. Nossa metodologia compara os retornos de</p><p>contratos que foram mantidos até o vencimento, com os de contratos cuja liquidação</p><p>foi antecipada pelas empresas. Os resultados mostram que, no período de 2003 a</p><p>2008, houve um forte componente especulativo nas decisões cotidianas de tomada</p><p>e desmonte de posições com derivativos cambiais das empresas. Já no período de</p><p>2009 a 2011, não se identifica tal comportamento especulativo, em linha com os</p><p>resultados de Coutinho, Sheng e Lora (2012). Os resultados reforçam a evidência de</p><p>que as grandes perdas com derivativos cambiais em 2008 tenham funcionado como</p><p>um alerta para gestores, conselheiros, investidores e reguladores, que passaram a</p><p>monitorar mais atentamente as operações com derivativos.</p><p>Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/WjmgXphm5LWYw5N8tzbSWNf/abs-</p><p>tract/?lang=pt</p><p>Fonte: HEDGE e especulação com derivativos cambiais: evidências de operações</p><p>cotidianas. SCIELO BRASIL, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rac/a/WjmgX-</p><p>phm5LWYw5N8tzbSWNf/abstract/?lang=pt. Acesso em: 13 set. 2021.</p><p>66UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: A moeda e a lei – Uma história monetária brasileira</p><p>Autor: Gustavo H. B. Franco.</p><p>Editora: Zahar</p><p>Sinopse: Em 1933, na maior parte do mundo, o dinheiro perdeu</p><p>seus vínculos com a natureza, e de moedas de ouro, prata e outros</p><p>metais tornou-se apenas uma convenção social: uma criatura da lei.</p><p>Talvez nenhuma outra inovação, em seus efeitos, melhor caracte-</p><p>rize a noção de “destruição criadora” – senha para a redenção ou</p><p>a danação econômica, dependendo</p><p>da sabedoria de cada país. A</p><p>experiência monetária brasileira nos oitenta anos que se seguiram</p><p>(1933-2013) talvez não tenha paralelo no mundo, seja pelo difícil</p><p>relacionamento de nossa moeda com as de outros países, pelo tu-</p><p>multuado processo de constituição de um banco central com plenas</p><p>funções ou ainda pela longa, intensa e complexa convivência com</p><p>a inflação. Tudo é superlativo nesse trajeto, em que o Brasil teve</p><p>oito padrões monetários, cinco congelamentos, confiscos pequenos</p><p>e grandes, crises sem limite, euforias idem e batalhas épicas para</p><p>ordenar a moeda nacional, evitar abusos fiscais e financeiros bem</p><p>como para estabilizar o seu poder de compra.</p><p>FILME / VÍDEO</p><p>Título: Real: O plano por trás da história</p><p>Ano: 2017.</p><p>Sinopse: Brasília, maio de 1993. Após uma sequência de planos</p><p>econômicos que não surtiram efeito, o país é levado à hiperin-</p><p>flação. Uma seleta equipe econômica, protegida em um bunker</p><p>contra pressões políticas, mergulha na missão de reformar o</p><p>Estado e criar o Plano Real.</p><p>67</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALMEIDA, Clóvis Oliveira, BACHA, Carlos José Caetano. Evolução da política cambial e da taxa de</p><p>câmbio no Brasil, 1961-971. PESQUISA & DEBATE, SP, volume 10, número 2 (16), 5-29, 1999.</p><p>ASSAF-NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. Ed. São Paulo: Atlas, 2018</p><p>BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2021. O que é banco (instituição financeira). Disponível em: https://</p><p>www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/bancoscaixaseconomicas. Acesso em: 07 Jun. 2021.</p><p>BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n° 3.650, de 18.03.2013 - Atualização RMCCI n° 59. 2013.</p><p>Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/cambiocapitais/normas_cambio/</p><p>rmcci/RMCCI-1-01.pdf. Acesso em: 29 jun. 2021.</p><p>BANCO CENTRAL DO BRASIL. Formas de entrega de moeda estrangeira. Disponível em: https://</p><p>www.bcb.gov.br/rex/estat_oper_cambio_feme.asp?frame=1 Acesso em: 29 jun. 2021.</p><p>BANCO CENTRAL DO BRASIL. Voto 196/2017-BCB, de 17 de setembro de 2017. Disponível em:</p><p>https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadVoto.asp?arquivo=/Votos/BCB/2017196/</p><p>Voto_1962017_BCB.pdf. Acesso em: 31 ago. 2021.</p><p>BORGES, Joni Tadeu. Câmbio: mercado e prática. Curitiba: InterSaberes, 2018.</p><p>BRUM, A. L. ZILIO, M. Aspectos da evolução do câmbio no Brasil: 1990 - 2011. PERSPECTIVA,</p><p>Erechim. v.37, n.138, p.69-80, junho/2013.</p><p>DE ALMEIDA, C; BACHA, C. Evolução da política cambial e da taxa de câmbio no Brasil, 1961-</p><p>71. Pesquisa & Debate. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política,</p><p>10(2(16)). 2012.</p><p>FARHI, M. Derivativos financeiros: hedge, especulação e arbitragem. Economia e Sociedade, Cam-</p><p>pinas, SP, v. 8, n. 2, p. 93–114, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/</p><p>ecos/article/view/8643137. Acesso em: 8 jun. 2021.</p><p>KRUGMAN, Paul R. Economia internacional. Pearson Universidades; 10ª edição, 2015.</p><p>SUPLICY, Eduardo Matarazzo. Os efeitos das minidesvalorizações da taxa de câmbio sobre as expor-</p><p>tações brasileiras. Revista de Administração de Empresas [online]. 1974, v. 14, n. 6 [Acessado 4 Junho</p><p>2021] , pp. 33-72. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-75901974000600003. Epub 12 Ago</p><p>2013. ISSN 2178-938X. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0034-75901974000600003. Acesso</p><p>em: 8 jun. 2021.</p><p>68UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>CONCLUSÃO GERAL</p><p>Olá, aluno(a)</p><p>Espero que tenha aproveitado a leitura da apostila da sua disciplina de Gestão</p><p>de Operações de Câmbio. Na nossa apostila pudemos compreender desde o início como</p><p>ocorre a oferta e demanda por moedas estrangeiras, o que é a taxa de câmbio e o que são</p><p>preços relativos, moedas conversíveis, a importância da paridade de poder de compra e os</p><p>preços domésticos e estrangeiros.</p><p>Na segunda unidade, compreendemos o acordo cambial proposto em Bretton</p><p>Woods, esse que provocou forte mudança na economia mundial, além das definições de</p><p>câmbio fixo e câmbio flutuante, as minidesvalorizações, o que são os bancos, especulado-</p><p>res e arbitradores.</p><p>Na terceira unidade estudamos as operações de câmbio em geral, como pudemos</p><p>compreender quem são os especuladores e arbitradores na unidade 2, na nossa terceira</p><p>unidade compreenderemos o que são as operações prontas e futuras, além das operações</p><p>simbólicas e de swap, como também as arbitragens de câmbio e juros.</p><p>A nossa última unidade entendemos sobre o mercado brasileiro na visão cambial,</p><p>quais foram suas características históricas e seus modelos existentes de câmbio, além da</p><p>sua legalidade, importante para o funcionamento do mercado de câmbio no Brasil.</p><p>Até a próxima!</p><p>+55 (44) 3045 9898</p><p>Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro</p><p>CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR</p><p>www.unifatecie.edu.br</p><p>UNIDADE I</p><p>Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>UNIDADE II</p><p>Tipos de Câmbio e Agentes</p><p>no Mercado</p><p>UNIDADE III</p><p>Operações de Câmbio</p><p>UNIDADE IV</p><p>Mercados de Câmbio e</p><p>Mercado Brasileiro</p><p>vamos estudar o lado da oferta em relação a taxa de câmbio:</p><p>6UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>A oferta é dependente do volume de exportações que um país realiza, pois a moe-</p><p>da estrangeira obtida pelas vendas entre países dispõem de troca para a moeda nacional.</p><p>Além disso, as entradas de capitais externos objetivam a troca por moeda nacional.</p><p>Isto posto, podemos concluir que quando um exportador realiza sua venda de bens</p><p>e serviços para outros países, o comprador (importador) irá remeter divisas (na moeda</p><p>internacional), o Banco Central dessa forma ficará com os dólares e pagará ao exportador</p><p>o valor do contrato na moeda nacional.</p><p>Vamos olhar o lado da demanda. A demanda da taxa de câmbio é dependente do vo-</p><p>lume de importações, visto que os importadores precisam do valor da moeda estrangeira para</p><p>pagar suas compras realizadas em outros países. Outro fator importante para a demanda da</p><p>taxa de câmbio são as saídas de capitais externos, que acontecem em forma de amortizações</p><p>de empréstimos, pagamentos dos juros e também remessas de lucros e dividendos.</p><p>Agora, vamos conhecer os preços relativos e a taxa de câmbio?!</p><p>7UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>2. TAXA DE CÂMBIO E PREÇOS RELATIVOS</p><p>Para compreendermos o arcabouço de preços relativos, precisamos que a análise</p><p>possa ocorrer em um mercado isoladamente, levando a uma suposição de que os demais</p><p>mercados são constantes. Em outras palavras, o mercado em análise não é afetado e nem</p><p>poderá afetar outras variáveis.</p><p>Mas, quais são as vantagens ao analisarmos o mercado dessa forma? Assim, é pos-</p><p>sível apurar os efeitos que uma variável pode gerar isoladamente, sem os efeitos que outras</p><p>variáveis podem vir a provocar. O nome dessa hipótese é ceteris paribus, e a mesma nos levam</p><p>a um conhecimento de variáveis que possam vir a influenciar compradores e vendedores.</p><p>Então, o que é um preço relativo? É a análise do preço de um bem em relação a</p><p>outras mercadorias. Vamos seguir um exemplo?</p><p>Caso o preço da margarina caia 20% e também o preço da manteiga venha a de-</p><p>cair 20%, a demanda dessas mercadorias nada iria acontecer (considerando que as outras</p><p>variáveis continuem constantes). Porém, agora vamos considerar se o preço da manteiga</p><p>cair 20% e o da margarina continuar inalterado, e tudo o mais constante, podemos esperar</p><p>um aumento da procura por manteiga.</p><p>8UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>Agora, vamos considerar os preços relativos aplicados a uma taxa de câmbio. Le-</p><p>vamos em consideração que a moeda é a expressão do valor de uma mercadoria, em um</p><p>mundo globalizado e de economias abertas, uma moeda nacional possui um preço quando</p><p>relacionada às demais moedas. Ao pensarmos que a taxa de câmbio é a expressão de</p><p>uma quantidade de moeda para adquirir outra, o câmbio se tornou um instrumento que nos</p><p>permite comparar os preços relativos de moedas diferentes. (KRUGMAN, 2015).</p><p>Isso se dá basicamente por que a taxa de câmbio não pode ser vista de uma forma</p><p>unilateral, dado que a mesma nos leva a uma comparação no valor de duas unidades</p><p>monetárias. Devemos assim realizar a expressão da taxa de câmbio como real/euro, dólar/</p><p>euro, real/dólar e outros e não por “taxa de câmbio americana”.</p><p>Vamos a um exemplo?</p><p>Maria precisa optar quanto gastar em casacos norte americano e quanto gastar em</p><p>biquínis brasileiros, traduzindo os preços de ambas as mercadorias em uma moeda comum</p><p>(dólar) para calcular os preços dos biquínis em termos de casacos. Supõe-se que a taxa de</p><p>câmbio seja US$2,00 por real. Isso significa que Maria paga nos Estados Unidos US$200,00</p><p>por biquíni que custa R$100 no Brasil. O preço de um casaco norte-americano é US$150, o</p><p>preço de um biquíni em termos a um casaco é de US$200,00 (unidade de biquíni)/US$150</p><p>(unidade de casado) = 1,33 biquíni por casaco. Assim, o brasileiro enfrentará um preço</p><p>relativo de R$100,00 (unidade de biquíni)/US$75 (unidade de casaco) = 1,33.</p><p>Conforme Krugman (2015, p. 273)</p><p>com todo o resto igual, uma valorização da moeda de um país aumenta o</p><p>preço relativo de suas exportações e diminui o preço relativo de suas impor-</p><p>tações. De forma contrária, uma depreciação diminui o preço relativo das</p><p>exportações de um país e aumenta o preço relativo de suas importações.</p><p>9UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>3. MOEDAS CONVERSÍVEIS</p><p>Krugman (2015) afirma que uma economia única ao aceitar uma moeda nacional</p><p>vem a eliminar custos. Com o intuito de tornar eficaz o comércio internacional, o Fundo</p><p>Monetário Internacional (FMI) buscou promover as moedas nacionais conversíveis quando</p><p>possível. Então, o que podemos compreender o que é moeda conversível? É aquela moeda</p><p>que pode ser trocada de forma livre por outras moedas estrangeiras, por exemplo, a moeda</p><p>norte-americana (dólar) se tornou conversível em 1945. Outra moeda conversível é a moe-</p><p>da canadense (dólar canadense) em 1945 também.</p><p>Em outras palavras, a moeda conversível significa que uma pessoa que mora no Ca-</p><p>nadá pode adquirir dólar e usá-los para fazer compras nos Estados Unidos, e também pode</p><p>vender a mesma moeda no mercado de câmbio no Canadá ou para o Banco do Canadá.</p><p>Agora você pode se perguntar o que aconteceria se houvesse a inconversibilidade</p><p>da moeda. Caso houvesse uma inconversibilidade, o comércio internacional seria gran-</p><p>demente difícil. Vamos pensar em uma hipótese: um brasileiro pode se recusar a vender</p><p>mercadorias para um argentino em troca de pesos argentinos inconversíveis, pois esses</p><p>pesos poderiam apenas ser utilizados de acordo com as determinações do governo da</p><p>Argentina. Ao olhar brasileiro, sem o mercado em reais conversível, o argentino não é</p><p>capaz de obter a moeda brasileira para então comprar mercadorias brasileiras.</p><p>10UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>Ao compreendermos essa hipótese, a resolução para meios de troca entre países</p><p>seria a do escambo, prática utilizada de troca direta de mercadorias por outras mercadorias.</p><p>Visto os benefícios da moeda conversível, a Europa seguiu o exemplo norte-americano e</p><p>canadense restaurando a conversibilidade até o final 1958 e o Japão em 1964.</p><p>Fatores relevantes para a economia mundial e marco da conversibilidade foi o dó-</p><p>lar norte-americano com a sua posição especial do Sistema de Bretton Woods (veremos</p><p>na nossa Unidade II) e o domínio político do país fez com que o dólar torna-se a moeda</p><p>chave no período pós-guerra.</p><p>Com isto, o comércio internacional seguiu a tendência de faturar em dólares, os</p><p>acordos entre importadores e exportadores aconteciam em dólares, levando ao dólar a uma</p><p>moeda internacional em um meio universal de compra, unidade de conta e reserva de valor.</p><p>Muitos bancos centrais acreditavam na vantagem de manter suas reservas internacionais</p><p>em forma de ativos de dólar remunerados. (KRUGMAN, 2015).</p><p>A partir do momento em que a Europa tomou a restauração da conversibilidade da</p><p>moeda, a natureza das limitações de políticas monetárias começaram a mudar. Quanto mais</p><p>o comércio da moeda se expandia, mais os mercados financeiros em diversos países torna-</p><p>vam-se integrados. Levando ao início da criação do mercado de câmbio dos dias atuais.</p><p>Neste contexto mundial, as oportunidades vieram a crescer para o movimento</p><p>dos fundos através das fronteiras. Além de que, as taxas de juros nacionais se tornaram</p><p>profundamente ligadas umas às outras, como também maior velocidade de mudanças</p><p>políticas para ganhar ou perder reservas internacionais. A partir de 1958, os bancos</p><p>centrais começaram a atentar-se às condições financeiras estrangeiras para que não</p><p>houvesse o risco de perder reservas súbitas (para não ficar sem os recursos necessários</p><p>para atrelar a taxa de câmbio).</p><p>11UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>4. PARIDADE DE PODER DE COMPRA</p><p>Conforme Krugman (2015), a teoria que compõe a Paridade de Poder de Compra</p><p>(PPC) tem como base a confirmação de que a taxa de câmbio entre as unidades monetárias</p><p>de dois países é igual à razão dos níveis de preços desses países.</p><p>Mas antes</p><p>de compreender o que é a paridade de poder de compra entre países,</p><p>vamos compreender o conceito de poder de compra nacional da moeda. O mesmo é refleti-</p><p>do no nível de preços de bens e serviços do país, no preço do dinheiro de uma determinada</p><p>cesta de mercadorias e serviços.</p><p>A PPC prediz que uma quebra do poder de compra da moeda em um país está as-</p><p>sociada a uma depreciação correspondente da moeda no mercado de câmbio estrangeiro.</p><p>De modo inverso, a PPC prevê que um aumento no poder de compra nacional da moeda</p><p>está ligado a uma valorização proporcional da moeda.</p><p>Vamos analisar a PPC através de símbolos, podemos compreender que é o preço</p><p>do real de uma cesta de mercadorias vendida no Brasil e é o preço em dólares dessa</p><p>mesma cesta nos Estados Unidos.</p><p>A paridade de poder de compra visa uma taxa de câmbio através da seguinte expressão:</p><p>12UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>Vamos a um exemplo? Caso essa cesta de mercadoria custe R$500,00 no Brasil e</p><p>nos Estados Unidos custe US$120,00, a PPC irá prever através da fórmula acima uma taxa</p><p>de câmbio Brasil/Estados Unidos de R$4,17 por dólar. (R$500,00/US$120,00).</p><p>Caso o preço da cesta brasileira duplicasse (de R$500,00 para R$1000,00), então</p><p>o preço em real para dólar também duplicaria, a PPC corresponderia então por uma taxa</p><p>de câmbio de R$8,33 (R$1000,00/US$120).</p><p>Em outras palavras, podemos interpretar a equação da seguinte forma:</p><p>A equação acima é uma forma de compreendermos o que é a PPC absoluta. Além</p><p>da PPC absoluta, iremos conhecer também a PPC relativa. A PPC relativa implica que</p><p>a mudança percentual na taxa de câmbio entre duas unidades monetárias entre países</p><p>sobre um período de tempo é igual à diferença entre as mudanças percentuais nos níveis</p><p>nacionais de preços (KRUGMAN, 2015).</p><p>É possível afirmar que a PPC relativa tem como a mudança de preços e taxa de</p><p>câmbio como uma maneira de preservar a relação dos poderes de compra da moeda na-</p><p>cional e estrangeira.</p><p>Vamos a um exemplo?</p><p>Supõe-se que o nível de preços brasileiro sobe em 15% enquanto o do americano</p><p>sobe 10%. A PPC relativa irá prever uma desvalorização de 5% do real em relação ao dólar.</p><p>A depreciação anula os % aos qual a inflação brasileira supera a norte americano, deixando</p><p>o poder de compra relativo nacional e estrangeiro das duas moedas inalteradas. Podemos</p><p>descrever conforme a seguinte equação:</p><p>Em que π corresponde à taxa de inflação, t o período atual e t -1 do período passado.</p><p>13UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>5. DEFINIÇÃO DE CÂMBIO</p><p>Após compreender o conceito que contempla a teoria da Paridade de Poder de</p><p>Compra (PPC), vamos neste tópico compreender o arcabouço que envolve a taxa de câm-</p><p>bio real. Conforme Krugman (2015), a taxa de câmbio real acontece entre duas unidades</p><p>monetárias de dois países, sendo uma medida ampla de resumo dos preços de bens e</p><p>serviços de uma nacionalidade em relação à outra.</p><p>Em suma, a taxa de câmbio real é fundamental para analisar as condições macroe-</p><p>conômicas devido a sua demanda e oferta agregada em economias abertas.</p><p>Para compreendermos o que é a taxa de câmbio real precisamos separar as se-</p><p>guintes informações, temos então PBR como o preço em real de uma cesta básica no Brasil</p><p>(para famílias e empresas no país). Da mesma forma, temos PUSA temos como o preço</p><p>em dólares de uma cesta básica nos Estados Unidos (para famílias e empresas no país).</p><p>Vamos descrever a taxa de câmbio real/dólar será representada por qR$/US$ , como também</p><p>o preço em real da cesta norte-americana em relação à cesta brasileira.</p><p>Podemos representar a taxa de câmbio real como a expressão abaixo:</p><p>14UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>Vamos a um exemplo, imagine que a cesta norte americana custe US$100, a cesta</p><p>brasileira custe R$150,00 e a taxa de câmbio nominal seja = 3,50 por dólar. Então, podemos</p><p>representar a taxa de câmbio real (real/dólar):</p><p>Podemos afirmar que a taxa de câmbio real será de 2,33 cestas brasileiras por uma</p><p>cesta norte-americana. Caso houvesse um aumento na taxa de câmbio real (depreciação</p><p>real do real em relação ao dólar), uma de suas justificativas é a transformação de uma</p><p>queda do poder de compra do real dentro dos Estados Unidos em relação ao poder de</p><p>compra dentro do Brasil.</p><p>De forma reversa, quando acontecer uma valorização real da moeda brasileira</p><p>em relação ao dólar o mesmo indicará uma diminuição do preço relativo das mercadorias</p><p>compradas nos Estados Unidos ou um aumento no poder de compra americano do real</p><p>comparado com o mesmo no Brasil.</p><p>15UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>6. PREÇOS DOMÉSTICOS E ESTRANGEIROS</p><p>Quando os valores de longo prazo da taxa de câmbio real não forem mantidos pela</p><p>PPC, os preços de mercados serão equilibrados pelas condições exigidas da demanda</p><p>e oferta. Porém, ao compreendermos no conceito de taxa de câmbio real que a mesma</p><p>identifica as mudanças de preços das cestas de despesas dos dois países, as condições</p><p>que esses países apresentam são relevantes.</p><p>Com um leque avantajado de opções para a produção de mercado dos países,</p><p>vamos analisar dois casos através de exemplos para compreender as mudanças de valores</p><p>de longo prazo das taxas de câmbio reais.</p><p>Uma mudança na demanda relativa mundial por produtos brasileiros: Suponha</p><p>que o gasto mundial total de bens e serviços na economia brasileira aumentou quando</p><p>comparado ao gasto mundial total de bens e serviços norte-americanos. Essa mudança de</p><p>diversas maneiras, como por exemplo, uma modificação na demanda específica do Brasil e</p><p>distante dos bens e serviços norte-americanos e em direção aos produtos brasileiros. Outro</p><p>exemplo é a transformação semelhante na demanda particular estrangeira em direção aos</p><p>bens e serviços brasileiros ou até mesmo um aumento da demanda do governo brasileiro</p><p>diretamente ligado à produção nacional.</p><p>Podemos afirmar que um aumento na demanda relativa mundial dos produtos</p><p>brasileiros causa um excesso de demanda por eles a uma taxa de câmbio real anterior.</p><p>Para que ocorra o equilíbrio o preço relativo da produção brasileira em termos de produção</p><p>16UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>norte-americana terá que aumentar, de forma que os preços relativos de mercadorias não</p><p>comercializáveis brasileiros se elevaram e os preços comercializáveis produtos no Brasil é</p><p>altamente consumidos no país terão que expandir em relação aos preços dos bens comer-</p><p>cializáveis produzidos nos Estados Unidos. De forma que, mudanças irão trabalhar para a</p><p>que ocorra uma redução de qR$/US$ , que é o preço relativo das cestas norte americanas em</p><p>termos das cestas brasileiras.</p><p>No nosso exemplo I. podemos concluir que um aumento da demanda relativa</p><p>mundial por produção brasileira gera uma valorização real do Real em relação ao dólar</p><p>(decréscimo em qR$/US$ ). Por outro lado, uma queda na demanda relativa mundial por bens</p><p>e serviços brasileira causa uma depreciação real de longo prazo da moeda brasileira em</p><p>relação ao dólar (expansão em qR$/US$ ).</p><p>Uma transformação na oferta de produção relativa por produtos brasileiros: Vamos</p><p>supor que a eficiência de mão de obra e capital no Brasil venha a aumentar. Como os</p><p>brasileiros gastam parte da sua renda expandida em mercadorias internacionais, as ofertas</p><p>de todos os tipos de bens e serviços brasileiros aumentam em relação à demanda, o resul-</p><p>tado será um excesso da oferta relativa da produção de bens e serviços brasileiros a uma</p><p>taxa de câmbio real anterior. Quando houver uma queda no preço relativo de mercadorias</p><p>brasileiro (comercializáveis e não comercializáveis) mudará a demanda em direção aos</p><p>mesmos e eliminará o excesso da oferta. Essa alternância de preços é uma depreciação</p><p>real da moeda brasileira em relação ao dólar (um aumento em qR$/US$ ).</p><p>Em contrapartida, uma expansão relativa da produção brasileira pode causar uma</p><p>depreciação real de longo prazo da moeda brasileira em relação ao dólar (um aumento em</p><p>qR$/US$ ), sendo que uma expansão relativa da produção</p><p>norte-americana pode vir a causar</p><p>uma valorização real de longo prazo do Real perante o dólar (decréscimo em qR$/US$ ).</p><p>17UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), na Unidade 1 da apostila da disciplina de Gestão de Operações</p><p>de Câmbio, estudamos o arcabouço da taxa de câmbio e da moeda. Pudemos compreender</p><p>as três funções da moeda para assim compreender o conceito existente da taxa de câmbio.</p><p>Sendo que, a taxa de câmbio é fundamental para o meio de trocas entre países,</p><p>devido a mudança de unidade monetária e seu preço entre elas, sendo fundamental a</p><p>conversibilidade da moeda. Ao mencionarmos o preço e sua diferença entre países, foi</p><p>possível de compreensão o que é paridade de poder de compra.</p><p>Vimos sobre a definição de câmbio (real e nominal) e suas diferenças de com-</p><p>preensão e cálculos. Por fim, pudemos finalizar a nossa unidade compreendendo a oferta</p><p>e demanda de preços domésticos e estrangeiro.</p><p>18UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>Economia internacional e desenvolvimento econômico:</p><p>a RBPI na vanguarda do pensamento brasileiro</p><p>Autor: Paulo Roberto de Almeida</p><p>A despeito do foco primordial inscrito em seu título, que poderia supostamente res-</p><p>tringi-la aos temas vinculados à politologia acadêmica e à diplomacia profissional, a Revista</p><p>Brasileira de Política Internacional tratou intensamente, durante toda a sua existência, de</p><p>questões econômicas, com forte ênfase, como seria óbvio, nos problemas de economia in-</p><p>ternacional em geral, tendo ainda grande atenção — como também seria natural, em razão</p><p>de um certo “determinismo” geográfico — aos diversos aspectos vinculados aos processos</p><p>de desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil, em especial em sua interação com</p><p>discussões e negociações internacionais em curso nos foros econômicos multilaterais e</p><p>regionais.</p><p>Leia mais em: https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt</p><p>Fonte: DE ALMEIDA, Paulo Roberto. Economia internacional e desenvolvimento</p><p>econômico: a RBPI na vanguarda do pensamento brasileiro. SCIELO BRASIL, 2008. Dispo-</p><p>nível em: https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt. Acesso</p><p>em: 10 set. 2021.</p><p>https://www.scielo.br/j/rbpi/a/xGRHbqqNFMhfwpnBHCNYB5b/?lang=pt</p><p>19UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Economia</p><p>Autor: Judas Tadeu Grassi Mendes.</p><p>Editora: Pearson.</p><p>Sinopse: Baseados na premissa de que o ensino atual exige um</p><p>processo flexível de construção do saber, os livros que compõem</p><p>a Bibliografia Universitária Pearson são concisos sem serem rasos</p><p>e simples sem serem simplistas. Para tanto, eles apresentam os</p><p>principais conceitos dos temas propostos em uma estrutura didá-</p><p>tica única, com linguagem dialógica, diagramação diferenciada</p><p>e hipertextos, entre outros elementos. Em Economia, isso não é</p><p>diferente. Nele, tópicos como estrutura organizacional, sistemas</p><p>gerenciais e layout - que, dependendo da abordagem, podem pare-</p><p>cer complicados - são apresentados de um ponto de vista inusitado</p><p>que, ao mostrar como as coisas funcionam na prática, possibilita</p><p>ao leitor um processo intensivo (e real) de aprendizagem.</p><p>FILME / VÍDEO</p><p>Título: Missão: Moedas</p><p>Ano: 2017</p><p>Sinopse: Coin Heist é um filme original do Netflix, escrito e dirigido</p><p>por Emily Hagins, e baseado em um romance de jovens adultos</p><p>escrito por Elisa Ludwig. Foi lançado mundialmente em 6 de janei-</p><p>ro de 2017.</p><p>20</p><p>Plano de Estudo:</p><p>● O modelo cambial de Bretton Woods;</p><p>● Câmbio fixo;</p><p>● Câmbio flutuante;</p><p>● As minidesvalorizações;</p><p>● Bancos;</p><p>● Especuladores;</p><p>● Arbitradores.</p><p>Objetivos da Aprendizagem:</p><p>● Entender o modelo cambial de Bretton Woods;</p><p>● Analisar os modelos de câmbio fixo e flutuante;</p><p>● Estudar o que são os especuladores e arbitradores.</p><p>● Compreender cultura organizacional de uma empresa da hospitalidade;</p><p>● Ampliar o conhecimento sobre os departamentos hoteleiros.</p><p>UNIDADE II</p><p>Tipos de Câmbio e Agentes</p><p>no Mercado</p><p>Professora Ma. Caroline de Freitas</p><p>21UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 21UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, Estudante!</p><p>Bem-vindo(a) a nossa segunda unidade da apostila da disciplina de Gestão de</p><p>Operações de Câmbio. Vamos destacar nesta unidade os tipos existentes de câmbio e</p><p>como se deram, além também dos agentes de mercado (arbitragem e especulação).</p><p>É fundamental a compreensão da importância da moeda norte-americana em cir-</p><p>culação na economia mundial, devido a isso nosso primeiro tópico de estudo será o modelo</p><p>cambial proposto em Bretton Woods. Logo depois, vamos estudar a importância do câmbio</p><p>fixo e flutuante para as economias e como se dão. Além disso, vamos estudar as minides-</p><p>valorizações que ocorrem na economia Brasileira e seu impacto direto nas exportações.</p><p>Para estudarmos os agentes no mercado, vamos compreender qual a relevância</p><p>dos bancos em uma economia e como o mesmo é estruturado. Isto posto, nos últimos tópi-</p><p>cos estudaremos os agentes de mercado, conhecidos como especuladores e arbitradores.</p><p>Espero que aproveite muito a leitura desta unidade!</p><p>Bons estudos.</p><p>22UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 22UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>1. O MODELO CAMBIAL DE BRETTON WOODS</p><p>Na cidade de Bretton Woods (Estados Unidos) em 1944, representantes de 44</p><p>países se reuniram para assinar o estatuto do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses</p><p>países dado as ocorrências históricas dos períodos tinham como planejamento um sistema</p><p>monetário internacional para fomentar o pleno emprego e estabilidade de preços, fazendo</p><p>com que não houvesse restrições ao comércio internacional.</p><p>O sistema fundado pelo acordo de Bretton Woods tinha como intenção requerer</p><p>taxas de câmbio fixa contra o dólar americano e um preço do dólar igual em ouro. Nesta</p><p>intenção, os países membros do acordo continuaram a manter suas reservas internacionais</p><p>oficiais em forma de ouro ou em ativos em dólar, além do direito de vender dólares para a</p><p>Reserva Federal por ouro a preço oficial. (KRUGMAN, 2015).</p><p>Podemos afirmar que o sistema instituído era uma troca de câmbio do padrão-</p><p>-ouro, dispondo o dólar como a principal moeda de reserva. É constatado que os norte-</p><p>-americanos raramente interviriam no mercado de câmbio internacional, usualmente, os</p><p>bancos centrais estrangeiros intercediam quando necessário para fixar taxas de câmbio</p><p>do sistema, sendo que os Estados Unidos possuíam a responsabilidade (em teoria) pela</p><p>fixação do preço do dólar em ouro.</p><p>Agora vamos procurar compreender um pouco quais eram os objetivos e arcabouço</p><p>do FMI. Os mesmos tinham como intenção não repetir os erros cometidos entreguerras,</p><p>além de que uma das bases do acordo era a rigidez na gestão monetária de taxas de câmbio</p><p>23UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 23UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>fixas ao dólar (que ligadas ao ouro), essa rigidez do acordo fazia com o banco central fosse</p><p>impossibilitado de alcançar uma expansão monetária excessiva levando a perdas de reservas</p><p>internacionais conseqüentemente incapazes de manter taxas de câmbio da sua moeda fixa</p><p>ao dólar. Visto que o crescimento exacerbado monetário dos Estados Unidos levaria a uma</p><p>acumulação de dólares pelos bancos centrais estrangeiros, sendo a Reserva Federal em si</p><p>restrita em suas políticas monetárias obrigadas a resgatar aqueles dólares por ouro.</p><p>Segundo Krugman (2015), o preço oficial do ouro no acordo Bretton Woods era de</p><p>US$35 a onça, que servia como um freio adicional para a política monetária dos Estados</p><p>Unidos, contanto que este preço fosse empurrado para cima se houvesse uma multiplicação</p><p>de dólares criados. As taxas de câmbio fixo se exibiam como um dispositivo para instituir</p><p>disciplina monetária no sistema, pois as experiências anteriores dos períodos de guerras</p><p>tinham levado à conclusão aos integrantes do FMI que taxas de câmbio flutuantes eram</p><p>motivo de instabilidade especulativa e prejudicial ao comércio internacional.</p><p>Essa experiência</p><p>anterior também fazia com que acreditassem que governos na-</p><p>cionais não arriscariam a manter-se no livre comércio e taxas de câmbio fixo em virtude</p><p>do desemprego doméstico de longa duração. Entre essas experiências anteriores está a</p><p>Grande Depressão que os governos se viram responsáveis por manter o pleno emprego.</p><p>Podemos assimilar de forma positiva o acordo com o FMI como uma tentativa de agregar a</p><p>flexibilidade o suficiente para permitir que países conseguissem alcançar saldo externo de</p><p>forma organizada, sem prejuízos internos e taxas de câmbio previsíveis.</p><p>Krugman (2015) afirma que duas características do estatuto do FMI ajudaram a</p><p>alavancar a flexibilidade no ajuste externo.</p><p>Primeiro, os membros do FMI contribuíram com suas moedas e ouro para dar</p><p>forma a um pool de recursos financeiros que o FMI poderia emprestar aos</p><p>países em necessidade. Segundo, embora as taxas de câmbio contra o dólar</p><p>fossem fixas, essas paridades poderiam ser ajustadas com a autorização do</p><p>FMI. (KRUGMAN, 2015, p. 436).</p><p>Não é possível encontrar o que é o desequilíbrio fundamental exposto pelo FMI,</p><p>porém o termo foi designado para países que experienciaram mudanças permanentes na</p><p>demanda por seus bens e serviços de maneira que sem a desvalorização possuiriam um</p><p>enfrentamento do desemprego e déficits externos. Entretanto, a taxa de câmbio flexível e</p><p>ajustável não seria um recurso disponível para o dólar americano no sistema de Bretton</p><p>Woods. O acordo Bretton Woods durou até meados da década de 1970.</p><p>24UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 24UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>2. CÂMBIO FIXO</p><p>Como estudamos anteriormente, a economia global no período de 1944 ao início da</p><p>década de 1970 operou através do sistema de taxas de câmbio de dólar fixas por meio do acordo</p><p>de Bretton Woods. Em que os Bancos centrais dos países do acordo negociavam a rotina das</p><p>moedas estrangeiras para conservar suas taxas de câmbio em níveis acordados mundialmente.</p><p>Conforme Krugman (2015), vamos estudar neste tópico quatro razões pela qual a</p><p>taxa de câmbio fixa é tema relevante para a macroeconomia.</p><p>I. Flutuação administrada: os bancos centrais muitas vezes podem vir a intervir</p><p>no mercado monetário para influenciar a taxa de câmbio. Apesar de que as</p><p>taxas de câmbio do dólar das moedas em países industrializados não sejam</p><p>na contemporaneidade fixadas por seus governantes, a mesma não flutua à</p><p>vontade da sua demanda e oferta. Também podemos nos referir a este sistema</p><p>como flutuação suja, a sua diferença da flutuação limpa é de que os governos</p><p>em uma flutuação limpa não procuram intervir ou influenciar diretamente os</p><p>valores da moeda estrangeira. Krugman (2015, p. 389) afirma que “Como o</p><p>atual sistema monetário é um híbrido entre os sistemas de taxa fixa e flutuante</p><p>“pura”, um entendimento das taxas de câmbio fixas nos dá um insight sobre os</p><p>efeitos da intervenção cambial quando ocorre em taxas flutuantes”</p><p>25UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 25UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>II. Regime de moeda regional: Na atualidade podemos observar países que per-</p><p>tencem a uma união cambial (como por exemplo, o Euro na União Européia),</p><p>os membros dessas uniões concordam na correção de suas taxas de câmbio</p><p>mútuas ao autorizar que suas moedas flutuem no valor em comparação às moe-</p><p>das de outros países não membros. Em exemplo podemos citar a Dinamarca,</p><p>que possui sua moeda (Coroa dinamarquesa) ligada ao euro, no âmbito do</p><p>Mecanismo de Taxa de Câmbio da União Européia.</p><p>III. Países em desenvolvimento: Os países industriais que permitem a flutuação</p><p>de suas moedas em relação ao dólar são responsáveis apenas por 1/6 dos</p><p>países no mundo. Isto posto, tem-se a importância de analisar os países em</p><p>desenvolvimento e sua relação cambial, esses países tentam ligar e administrar</p><p>os valores de suas moedas em termos de dólar ou às vezes atrelar em termos</p><p>de uma moeda estrangeira (que não o dólar) ou até mesmo em uma “cesta” de</p><p>moedas escolhidas pelas autoridades governamentais. Um grande exemplo é o</p><p>Marrocos que liga a sua moeda (Dirrã marroquino) a uma cesta ou Senegal que</p><p>atrela sua moeda (Franco CFA ocidental) ao Euro.</p><p>IV. Lições do passado para o futuro: No período da Primeira Guerra Mundial, entre</p><p>1920 e 1931 e também entre 1945 e 1973 as taxas de câmbio eram exibidas de</p><p>forma fixa. No período atual, economistas observam de forma negativa a taxa de</p><p>câmbio flutuante e levam a propostas para novos acordos a fim de ressurgir um</p><p>sistema de taxas de câmbio fixas.</p><p>26UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 26UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>3. CÂMBIO FLUTUANTE</p><p>Diferente do câmbio fixo, que é marcado por uma determinação governamental no</p><p>seu valor, o câmbio flutuante possui um arcabouço marcado pela lei da oferta e demanda</p><p>de mercado. Ou seja, países ao tomarem por opção a taxa de câmbio flutuante têm como</p><p>base as condições da lei da demanda e oferta no seu mercado. (BORGES, 2018).</p><p>Isto acontece quando as autoridades monetárias não buscam estabilizar as taxas</p><p>de câmbio ou amenizar sua variação, sendo levadas pela oferta e demanda de moedas.</p><p>Porém, muitos países que optam pela não intervenção de mercado tomam a decisão da</p><p>intervenção na precificação e controle da moeda estrangeira (seja em alta ou menor inten-</p><p>sidade). Alguns estudiosos como mencionado por Borges (2018) acreditam que na prática</p><p>não há câmbio flutuante totalmente livre de intervenções, pois os governos atuam como</p><p>agentes econômicos nos mercados de divisas para alcançar seus objetivos na economia.</p><p>Conforme Krugman (2015), às reivindicações principais do câmbio flutuante são:</p><p>I. Autonomia da política monetária: Caso os bancos centrais não existissem</p><p>a obrigação de interferir no mercado cambial para fixar as taxas de câmbio,</p><p>os governos poderiam utilizar a política monetária para aproximar o equilíbrio</p><p>interno e externo. Ademais, países não seriam forçados a importar a inflação de</p><p>outros países.</p><p>27UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 27UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>II. Simetria: As assimetrias existentes no acordo Bretton Woods desapareceriam</p><p>ao optar pelo sistema de taxas flutuantes, além de que os Estados Unidos não</p><p>teria sido capaz de definir as condições monetárias do mundo por si mesmo.</p><p>Mas, os Estados Unidos disporiam da mesma oportunidade que outros países</p><p>de influenciar a sua taxa de câmbio em relação a outras moedas estrangeiras.</p><p>III. A taxa de câmbio vista como estabilizador automático: Embora não tenha uma</p><p>política monetária ativa, uma acelerada adaptação das taxas de câmbio proposta</p><p>pelo mercado ajudaria países a manter seu equilíbrio interno e externo devido às</p><p>mudanças na demanda agregada. Krugman (2015, p. 445) afirma que “os períodos</p><p>longos e agonizantes de especulação anteriores aos realinhamentos das taxas de</p><p>câmbio sob as regras de Bretton Woods não ocorreriam com a flutuação”.</p><p>IV. Taxas de câmbio e equilíbrio externo: Quando determinada pelo mercado,</p><p>as taxas de câmbio mudam automaticamente para evitar possíveis altos déficits</p><p>em contas correntes e excedentes.</p><p>28UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 28UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>4. AS MINIDESVALORIZAÇÕES</p><p>Podemos afirmar que a relação da exportação no Brasil, entre custos de produção</p><p>no mercado interno e os preços no mercado mundial foram marcados pela estabilização</p><p>devido ao sistema brasileiro de minidesvalorizações. A relação comercial brasileira com os</p><p>demais países é identificada como uma estrutura de competição perfeita e uma demanda</p><p>altamente elástica. Entre os anos de 1968 a 1990, a economia brasileira experimentou a</p><p>política de minidesvalorizações no câmbio, com orientação relativa a Paridade de Poder de</p><p>Compra (PPC) da moeda. (ALMEIDA e BACHA, 1999).</p><p>Suplicy (1974) identifica que no ano de 1968, o cruzeiro (moeda brasileira da</p><p>época) era desvalorizado a cada 12 a 15 meses, tinha como resultado</p><p>as exportações</p><p>não tradicionais que tinham como resposta preços (em dólares) em média estáveis com o</p><p>preço internacional, sendo assim, o retorno em valor de cruzeiros se mantinham constantes</p><p>por um grande período, além disso, os custos dos insumos e salários tinham crescimento</p><p>abundante. Necessário, políticas cambiais surgiram para corrigir a situação de flutuações</p><p>largas aos lucros de exportações.</p><p>Agora você pode estar se questionando o que são as exportações brasileiras tra-</p><p>dicionais, essas, são identificadas como o café, cacau, algodão e açúcar que se designam</p><p>livremente no mercado mundial. Sabe-se que a suspensão do risco cambial (um dos motivos</p><p>das flutuações nos preços em cruzeiro) era de fundamental relevância nas exportações dos</p><p>produtos citados acima. Suplicy (1974) afirma que as minidesvalorizações beneficiaram</p><p>29UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 29UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>aos níveis de estabilidade os incentivos aos exportadores. Esse sistema juntamente com</p><p>um combo de incentivos fiscais, financeiros e governamentais foi responsável pelo forte</p><p>crescimento das exportações brasileiras no período de 1968 até 1972.</p><p>É notório que as minidesvalorizações em sua época enfática possuíam uma redu-</p><p>ção do risco empresarial, devido a permissão de previsões certeiras de lucratividade no</p><p>campo das exportações. Além de que, a exportação em relação à política cambial brasileira</p><p>era um sinal do arranjo governamental na promoção das exportações, em que a incerteza</p><p>em relação às intenções do governo viriam a se reduzir.</p><p>30UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 30UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>5. BANCOS</p><p>Neste tópico vamos aprender o que são os Bancos, instituição fundamental para o</p><p>arcabouço monetário. Essa instituição financeira é especialista na intermediação do dinhei-</p><p>ro entre os agentes econômicos (poupadores e pessoas que necessitam de empréstimos).</p><p>Além disso, os bancos têm como função guardar o dinheiro de seus clientes, como também</p><p>os serviços financeiros aos seus clientes como: saques, empréstimos e investimentos.</p><p>(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2021).</p><p>Os bancos possuem a supervisão advinda do Banco Central (Bacen) que busca</p><p>e se esforça para que as regras, leis e regulações do Sistema Financeiro Nacional (SFN)</p><p>sejam seguidas. Essa busca pela estabilidade da SFN e da economia do país faz com que</p><p>o sistema bancário passe por regras determinadas pelo regulador.</p><p>31UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 31UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>FIGURA 1 – INFOGRÁFICO DOS BANCOS NO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL</p><p>Fonte: Banco Central do Brasil (2021).</p><p>A estabilidade financeira advinda do Sistema Financeiro provida pelos bancos é um</p><p>dos grandes motivos que garantem o crescimento econômico e bem estar social. Sendo</p><p>necessário manter esse organizado e fiscalizado para que todos os agentes econômicos</p><p>sintam-se protegidos e tenham acesso ao crédito.</p><p>32UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 32UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>6. ESPECULADORES</p><p>Podemos conceituar a especulação como a atividade em que se antecipa o com-</p><p>portamento do mercado, ou seja, os especuladores são agentes que buscam se antecipar</p><p>as previsões de mercados projetando lucro em um determinado período de tempo, tendo</p><p>em motivação as expectativas de ganhos de capitais.</p><p>A definição de especulação ainda pode ser compreendida como a compra e ven-</p><p>da de mercadorias visando a revenda ou recompra em uma data consecutiva, em que a</p><p>motivação acontece com um adiantamento da mudança de preços devida a vantagem em</p><p>resposta da transformação de mercado.</p><p>As expectativas tomadas pela especulação acontecem devido às mudanças nos</p><p>níveis de preços, em que se faz soberania até hoje nas correntes e pensamentos para aná-</p><p>lises econômicas. Farhi (1999) comenta que a especulação juntamente com a volatilidade</p><p>dos níveis de preços de ativos, taxas de juros e taxa de câmbio na segunda metade do</p><p>século XX levaram a uma generalização do “espírito especulativo” devido à metamorfose</p><p>na junção das expectativas sobre o mercado financeiro em uma necessidade indiscutível</p><p>dos agentes econômicos para a condução de suas atividades. Partes das expectativas</p><p>são formadas por famílias, cujo aplicam suas riquezas em fundos. Por fim, as formações</p><p>das expectativas por parte dos agentes econômicos são conduzidas através do mercado</p><p>financeiro ou de derivativos.</p><p>33UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 33UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>7. ARBITRADORES</p><p>Farhi (1999) afirma que a arbitragem são operações compostas por duas pontas</p><p>opostas em um mesmo ativo, porém em tempos diferentes. Os mesmos podem envolver</p><p>derivativos diferentes, isto ainda em ativos distintos, mas com uma categoria de correlação</p><p>nos movimentos de preços. A arbitragem tem como intenção lucrar através das distorções</p><p>nas relações dos preços, porém, quando uma das pontas é liquidada e outra permanece</p><p>em aberto, a operação é chamada de especulativa.</p><p>A importância da arbitragem é dada através dos mercados de ativos financeiros</p><p>e seus derivativos. Podemos comparar o tipo de operação de arbitragem a commodities,</p><p>sendo mais acessível a realização de operações com ativos financeiros devido à acessibili-</p><p>dade ao mercado à vista e amplitude, além de que os preços praticados são confiáveis e o</p><p>custo de estoque é limitado à taxa de juros cometida no mercado monetário no determinado</p><p>período e as taxas de custódia cobradas pelas instituições financeiras credenciadas.</p><p>Uma porcentagem representativa das operações e recursos informáticos das</p><p>instituições financeiras (das conservadoras às liberais) é afamada pelas operações de</p><p>arbitragem. A arbitragem na macroeconomia não deve ser subestimada, devido às suas</p><p>operações se tornarem um dos fundamentais dirigentes para a unificação internacional</p><p>dos preços de ativos financeiros de natureza igual, em um ajuste temporal e transmissão</p><p>de um mercado para outros.</p><p>34UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 34UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro(a) aluno(a), na nossa Unidade 2 da apostila pudemos compreender o forta-</p><p>lecimento do dólar americano diante do cenário mundial, e como isto pode impulsionar o</p><p>câmbio fixo. Além disso, diferente do câmbio fixo, estudamos o câmbio flutuante e suas</p><p>características. Além disso, a importância no histórico brasileiro das minidesvalorizações</p><p>em relação à exportação.</p><p>Vimos também a representação dos bancos e sua importância para o mercado</p><p>financeiro, como também o que é a especulação e arbitragem financeira.</p><p>35UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 35UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>A Crise Econômica Mundial e seus Impactos na Economia Brasileira</p><p>Autores: Wallace da Silva de Almeida e Denílson da Silva Araújo</p><p>Resumo</p><p>Este artigo busca analisar a partir de uma abordagem dialética os efeitos iniciais</p><p>gerados a partir da crise financeira que eclodiu nos Estados Unidos da América no ano de</p><p>2008 e que afetaram, direta ou indiretamente, grande parte dos países do mundo provo-</p><p>cando, desde então, modificações importantes no plano político-econômico internacional.</p><p>Buscar-se-á realizar uma brevemente análise a cerca das ações tomadas pelo governo</p><p>brasileiro a fim de minimizar os efeitos potencialmente negativos que a crise financeira</p><p>poderia - não fosse uma efetiva atuação do Estado - ter gerado aos setores produtivos na-</p><p>cionais, deprimindo o nível de produção, emprego e renda do país. Diante de tal ambiente</p><p>de incertezas criado a partir da conjuntura econômica mundial no período abriu-se espaço</p><p>para que outros atores assumam papéis mais relevantes do plano político e econômico in-</p><p>ternacional. O BRICS é o mais notável exemplo disso. Os países membros do agrupamento</p><p>passaram a assumir um espaço importante no processo de tomada de decisão em âmbito</p><p>internacional. Apesar disto o grupo</p><p>permanece mantendo relações assimétricas entre seus</p><p>componentes, tanto no âmbito comercial como no âmbito dos investimentos, com grande</p><p>predomínio chinês sobre os demais.</p><p>Fonte: ALMEIDA, W. DA S. DE; ARAÚJO, D. DA S. A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL E SEUS</p><p>IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA. Revista de Economia Regional, Urbana e do Trabalho, v. 2, n. 2,</p><p>1 abr. 2016.</p><p>36UNIDADE I Taxa de Câmbio e Moeda 36UNIDADE II Tipos de Câmbio e Agentes no Mercado</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Economia – Michael Parkin</p><p>Autor: Michael Parkin.</p><p>Editora: Pearson Universidades.</p><p>Sinopse: Este livro apresenta as ideias centrais da economia</p><p>por meio de um texto claro e agradável, explicações detalhadas,</p><p>exemplos do mundo real e adaptações à realidade brasileira. Seu</p><p>objetivo é desenvolver o pensamento crítico e o entendimento teó-</p><p>rico d o estudante e ajudá-lo a aprofundar sua visão sobre como</p><p>a economia funciona e como pode funcionar melhor. Escrita pelo</p><p>emérito professor Michael Parkin, a obra proporciona uma cober-</p><p>tura profunda e completa das ciências econômicas, como apoio de</p><p>diversos recursos didáticos. Cada capítulo é aberto por objetivos</p><p>de aprendizado, uma situação do mundo real e uma breve apre-</p><p>sentação.</p><p>FILME / VÍDEO</p><p>Título: Vivendo com um dólar</p><p>Ano: 2013.</p><p>Sinopse: Quatro amigos americanos viajam para a Guatemala</p><p>com o objetivo de viver com um dólar por dia durante dois meses.</p><p>Eles enfrentam fome, parasitas e um forte estresse financeiro</p><p>enquanto tentam sobreviver no limite.</p><p>37</p><p>Plano de Estudo:</p><p>● Operações “prontas”;</p><p>● Operações “futuras”;</p><p>● Arbitragem de câmbio;</p><p>● Arbitragens de Juros;</p><p>● Operações de Swap;</p><p>● Operações Simbólicas.</p><p>Objetivos da Aprendizagem:</p><p>● Compreender o que são as operações prontas e futuras;</p><p>● Analisar a compreensão da arbitragem de câmbio e de juros;</p><p>● Estudar as operações de Swap e Simbólicas.</p><p>UNIDADE III</p><p>Operações de Câmbio</p><p>Professora Ma. Carolina Freitas</p><p>38UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, Estudante!</p><p>Seja bem-vindo(a) a nossa unidade III da apostila da disciplina de Gestão de Ope-</p><p>rações de Câmbio. Nesta nossa unidade vamos destacar conteúdos relevantes para as</p><p>operações de câmbio, entre esses estão as operações prontas e futuras, como também</p><p>a arbitragem de câmbio e arbitragem de juros. Por fim, também vamos nos aplicar aos</p><p>estudos de operações de Swap e operações simbólicas.</p><p>É fundamental que possamos compreender quais são as operações de câmbio</p><p>existentes para então a tomada de decisão, seja ele através de uma operação pronta ou</p><p>futura de câmbio. Além disso, vamos compreender o contexto histórico da arbitragem de</p><p>juros nos anos 2000 entre o Japão e a Austrália.</p><p>Espero que aproveite sua leitura da Unidade três!</p><p>Bons estudos!</p><p>39UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>1. OPERAÇÕES “PRONTAS”</p><p>Neste tópico vamos compreender o que são as operações cambiais conhecidas</p><p>como “prontas” e quais as duas vantagens. Podemos concordar que as transações cambiais</p><p>estrangeiras acontecem quando as duas partes concordam realizar o depósito bancário. De</p><p>forma, podemos conceituar que as operações prontas são transações cambiais de caráter</p><p>internacional que acontecem à vista, ou seja, o acordo é executado de forma imediata.</p><p>Krugman (2015) afirma que o câmbio pronto é uma operação de compra ou de</p><p>venda da moeda internacional à vista e tem como fundamento a possibilidade do fluxo de</p><p>caixa para pagamentos de obrigações ou recebimentos advindos do exterior. Em que se</p><p>pode certificar que é uma operação em modalidade sem o risco de crédito, devido ao fato</p><p>que ocorre por meio da contratação de câmbio para liquidação de no máximo dois dias</p><p>úteis, em sua regulamentação é possui como órgão responsável o Banco Central.</p><p>Agora, você pode estar se perguntando quais seriam as vantagens das operações</p><p>de câmbio “pronto”. As vantagens da opção desta operação é a contratação de câmbio</p><p>pronto que possibilita que as taxas de conversão sejam mais competitivas em prática. Uma</p><p>das maiores vantagens é em que a empresa pode vir a contratar a operação no momento</p><p>que melhor lhe couber, em uma liquidação de até dois dias.</p><p>40UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>2. OPERAÇÕES “FUTURAS”</p><p>Agora que pudemos compreender o que são as operações prontas, podemos com-</p><p>preender o outro lado, ou seja, as operações de transações cambiais futuras. De primeira,</p><p>vamos nos questionar o que é o câmbio futuro.</p><p>O câmbio futuro é uma modalidade de transação de moedas imaginada e atenta</p><p>para muitas empresas que realizam a importação, exportação e prestadoras de serviços em</p><p>geral. Essas operações têm como objetivo proteger as operações de câmbio, congelando</p><p>a taxa no momento exato da contratação. (KRUGMAN, 2015).</p><p>Pode-se dizer que as operações de câmbio futuras garantem o valor integral das</p><p>operações e possíveis oscilações de mercado em uma liquidação superior há dois dias úteis.</p><p>Vamos a um exemplo? Imaginem uma transação entre países futuros de 30 dias, as</p><p>duas partes se comprometem no dia 05 de Julho uma troca à vista de US$50.000,00 por R$</p><p>255.000,00 em 05 de Agosto. A taxa de câmbio futura de 30 dias será de R$5,10 por dólar,</p><p>essa, que geralmente é distinta da taxa spot e das taxas futuras aplicadas em outras datas.</p><p>Ao concordar em vender dólares por reais em uma data futura através de uma taxa</p><p>futura acordada no dia de hoje, você realizou uma venda de “dólares futuros” e comprou</p><p>“reais futuros”. Krugman (2015) afirma que a data futura na qual as unidades monetárias</p><p>quando trocadas são chamadas de data-valor.</p><p>41UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>3. ARBITRAGEM DE CÂMBIO</p><p>Conforme estudamos na nossa Unidade 2, as operações de arbitragem ocorrem</p><p>através de duas pontas opostas, sendo do mesmo ativo ou em um período de tempo di-</p><p>ferente e em lugares diferentes, através de derivativos diferentes. Podemos classificar a</p><p>arbitragem como um ganho ex-ante, ou seja, sob uma expectativa de eventos futuros.</p><p>Compreendemos que as operações de arbitragem no câmbio são motivadas pela</p><p>exploração das mudanças de preços entre dois mercados, e tem como base em duas</p><p>operações sincrônicas, de sentido reverso, um em cada mercado. Em outras palavras,</p><p>a arbitragem é a realização de uma operação de venda ou compra de uma moeda no</p><p>mercado à vista e a sua venda – ou compra – no mercado futuro em valores iguais.</p><p>Em teoria, a arbitragem é um estudo do ajuste da paridade coberta da taxa de juros,</p><p>em que é proposta uma relação de variáveis conhecidas como a taxa de câmbio presente,</p><p>a taxa de câmbio do mercado futuro e taxas de juros internacionais e domésticas. Em que,</p><p>a taxa de câmbio futura representa a taxa de câmbio presente com acréscimo de uma taxa</p><p>correspondente à diferença entre as taxas de juros da moeda nacional e internacional.</p><p>A arbitragem pode resultar na tomada de empréstimos no exterior, levando a uma</p><p>troca de divisas por moeda doméstica no mercado à vista e aplicação dos recursos do-</p><p>mésticos. Quando isso acontecer, tudo ficará mais constante, ocorrerá uma apreciação da</p><p>moeda doméstica. De forma parecida, quando os agentes econômicos compram dívidas</p><p>estrangeiras no mercado futuro, com contratação de câmbio para realizar o pagamento</p><p>no exterior, irá gerar, tudo mais constante, uma depreciação da moeda no mercado em</p><p>períodos seguintesPara compensar o da paridade coberta da taxa de juros – arbitragem,</p><p>essa tenderá a equilibrar-se no longo prazo com preços da taxa de câmbio à vista e futura.</p><p>42UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>4. ARBITRAGEM DE JUROS</p><p>Para compreendermos o que é a arbitragem de juros, vamos conhecer a história</p><p>do Japão e Austrália nos anos de 2000. Segundo Krugman (2015), na década de 2000 a</p><p>moeda japonesa (Iene) tinha sua taxa de juros próxima de zero, em comparação, as taxas</p><p>de juros australianas eram positivas, próximas de 7% a.a. em 2008. De primeira, você</p><p>pode pensar que é interessante pegar emprestado a moeda japonesa e investi-los em</p><p>dólar australiano, Porém, os agentes econômicos no mercado</p><p>realizaram essa estratégia,</p><p>isso moveu um investimento bilionário em dólares australianos, fazendo com que o valor</p><p>da moeda movesse para cima, movimento contrário ao esperado (para baixo), em compa-</p><p>ração ao Iene. Em suma, os investidores internacionais, usualmente, tomam empréstimos</p><p>em moedas com baixas taxas de juros (financiamento) e compram moedas de altos juros</p><p>(investimento) em que visam resultados lucrativos de longo prazo. Nós chamamos essa</p><p>estratégia de arbitragem de juros, ou também carry trade.</p><p>Agora, você pode estar se perguntando se a arbitragem de juros é a prova de que</p><p>a paridade de juros está errada. Segundo Krugman (2015), a paridade de juros usualmente</p><p>não é mantida em prática (devido aos fatores de risco e liquidez), muitos estudiosos procu-</p><p>ram entender se a arbitragem de juros necessita de uma explicação adicional.</p><p>43UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>Um risco a ser considerado do carry trade é de que caso as moedas de investi-</p><p>mento passem por fortes quedas. Em resultado a experiência vivida na década de 2000,</p><p>o investimento na moeda japonesa rendeu pouco, dado que os dólares australianos foram</p><p>compensadores, não apenas por conta da alta taxa de juros mas também por conta da</p><p>tendência do Iene a cair em relação ao dólar australiano no ano de 2008. Mostrando assim</p><p>que a arbitragem de juros é de alto risco.</p><p>De início compreende-se que a arbitragem de juros pode vir a aumentar as moe-</p><p>das de investimento conforme a pilhagem de moedas e a construção de uma depreciação</p><p>da moeda de investimento. Quando essa acontece, ocorre uma queda maior ainda, de</p><p>maneira que os investidores muitas vezes se atropelam no pagamento de seus emprés-</p><p>timos. Em resultado, o carry trade provoca uma forte volatilidade da taxa de câmbio,</p><p>gerando grandes perdas na negociação em mercados de ações, mercados de títulos e</p><p>empréstimos interbancários.</p><p>44UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>5. OPERAÇÕES DE SWAP</p><p>Neste tópico vamos compreender o que é uma operação de Swap, ou seja, um</p><p>Swap cambial estrangeiro. Krugman (2015) afirma que o swap cambial estrangeiro é a</p><p>venda de uma moeda em combinação com uma recompra futura da mesma moeda.</p><p>Vamos compreender através de um exemplo? Considere que a companhia de</p><p>automobilísticos da Fiat tenha recebido o valor de US$3 milhões das vendas realizadas</p><p>no Brasil e terá que pagar esses dólares para um fornecedor do Estado do Paraná a cada</p><p>5 (cinco) meses. O departamento especializado de gestão de ativos da Fiat, em determi-</p><p>nado período de tempo, deseja investir 3 milhões de dólares em títulos de euro. Quando</p><p>essas tomadas de decisão acontecem, um swap cambial de cinco meses de dólares</p><p>por euros pode vir a suceder em menores taxas de corretagem do que ao compararmos</p><p>as duas transações separadas, da venda de dólares por euros e a venda de euros por</p><p>dólares no mercado futuro.</p><p>Podemos compreender dessa forma que com a globalização, as operações de</p><p>Swap possuem uma porcentagem importante e significativa das transações cambiais</p><p>estrangeiras.</p><p>45UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>6. OPERAÇÕES SIMBÓLICAS</p><p>Neste tópico vamos compreender um pouco o que são as operações de câmbio</p><p>simbólico e quais seus benefícios previstos pelo Banco Central.</p><p>Primeiramente, vamos compreender que o conceito empregado às operações de</p><p>câmbio simbólicas é uma operação que acontece por diferentes empresas, em especial por</p><p>empresas cujo possuem operações financeiras em diversos países ou realizam negócios</p><p>internacionais. Essas operações fazem com que as negociações e transações ocorram de</p><p>forma oportunizada e alcançando uma melhor organização das demandas administrativas</p><p>e fiscais de negócio.</p><p>Agora que compreendemos o que é uma operação simbólica de câmbio, podemos</p><p>entender quais os benefícios que essa operação leva a economia. Segundo Banco Central do</p><p>Brasil (2017), as operações simbólicas transformam o Sistema Financeiro Nacional (SFN) em</p><p>um sistema mais eficiente, esse pode ser dado devido alguns fatores, entre eles está:</p><p>A intenção de expandir a eficiência das transações no mercado de câmbio, que tem</p><p>como proposta o aperfeiçoamento das disposições sobre as operações simultâneas de câmbio.</p><p>Algumas operações são solicitadas pela regulamentação para que seja possível</p><p>viabilizar as apurações estatísticas de interesse do Banco Central e também amparar os</p><p>processos de monitoramento do mercado cambial e de capitais externos.</p><p>46UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>Algumas operações são contratadas para liquidação pronta, em outras palavras,</p><p>essas operações ocorrem em até dois dias úteis, em que tem como arcabouço uma operação</p><p>de câmbio de venda de moeda estrangeira e outra operação de compra (essa operação</p><p>possui o mesmo valor, moeda, data de contratação e data de liquidação), quando ambas as</p><p>operações possuem forma de entrega da moeda estrangeira classificada como “simbólica”. É</p><p>importante lembrar que as operações simbólicas são consideradas como operações efetivas</p><p>e devem ocorrer conforme os procedimentos operacionais previstos na regulamentação.</p><p>As operações devem ocorrer no caso de conversão de haveres de não resistentes</p><p>no País em modalidade de capital estrangeiro registrado pelo Banco Central, além das</p><p>transferências entre modalidades de capital estrangeiro registrado e a renovação, repactua-</p><p>ção e assunção de obrigação de operação de empréstimo externo submetido a registro (o</p><p>contrato pode ocorrer de forma direta ou em emissão de títulos no mercado internacional).</p><p>47UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Caro aluno(a), finalizamos mais uma unidade da disciplina de gestão de Operações</p><p>de Câmbio. Nesta Unidade pudemos compreender e analisar o que são as operações pron-</p><p>tas e futuras e quão importantes as duas são para a economia global.</p><p>Além disso, como pudemos estudar na nossa unidade 2 o que são arbitragens, nesta</p><p>unidade pudemos compreender melhor o que é a arbitragem de câmbio e a de juros. Por fim,</p><p>pudemos nos instruir sobre o que são as operações de câmbio simbólicas e de Swap.</p><p>48UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>LEITURA COMPLEMENTAR</p><p>A taxa de câmbio como instrumento do desenvolvimento econômico</p><p>Autores: Lauro Mattei e Thaís Scaramuzzi</p><p>Resumo:</p><p>O artigo discute a importância da taxa de câmbio no processo de desenvolvimento</p><p>econômico. Depois de fazer uma breve discussão do tema, apresenta-se um histórico</p><p>sobre a política cambial brasileira após 1995 no âmbito do programa de estabilização ma-</p><p>croeconômica. Neste caso, discutem-se os efeitos da política cambial sobre a indústria</p><p>do país realçando-se o fato de que existem evidências empíricas que apontam para a</p><p>desindustrialização. este aspecto, em grande medida, é explicado pelo comportamento</p><p>dos dados sobre a intensidade tecnológica dos produtos exportados e importados. recen-</p><p>temente, observou-se uma expansão bastante expressiva dos produtos não industriais na</p><p>pauta do comércio externo do país, indicador que pode estar sinalizando a existência de</p><p>um processo de desindustrialização em curso.</p><p>Disponível em: https://www.scielo.br/j/rep/a/9nNysnDDfSvX8Cg6MZWqYzN/?lang=pt</p><p>Fonte: A taxa de câmbio como instrumento do desenvolvimento econômico. SCIE-</p><p>LO BRASIL, 2021. Disponível em: https://www.tuacarreira.com/consideracoes-finais-tcc/.</p><p>Acesso em: 10 set. 2021.</p><p>https://www.scielo.br/j/rep/a/9nNysnDDfSvX8Cg6MZWqYzN/?lang=pt</p><p>49UNIDADE III Operações de Câmbio</p><p>MATERIAL COMPLEMENTAR</p><p>LIVRO</p><p>Título: Taxa de Câmbio e Política Cambial no Brasil: Teoria, Insti-</p><p>tucionalidade, Papel da Arbitragem e da Especulação</p><p>Autor: Pedro Rossi.</p><p>Editora: FGV Editora.</p><p>Sinopse: este livro busca apresentar ao leitor uma abordagem</p><p>sobre a taxa de câmbio que se debruça sobre seus aspectos</p><p>institucionais. Trata-se de entender o funcionamento do mercado</p><p>de câmbio brasileiro e da política cambial e qualificar o papel do</p><p>capital financeiro. O comportamento da taxa de câmbio no Brasil</p><p>e o impacto de políticas</p><p>cambiais são analisados à luz do qua-</p><p>dro regulatório, da operacionalidade do mercado de câmbio, das</p><p>mediações entre os mercados à vista e futuro, da estratégia de</p><p>investimento dos agentes, dos ciclos especulativos e da existência</p><p>de canais de arbitragem.</p><p>FILME / VÍDEO</p><p>Título: Como ser Warren Buffett</p><p>Ano: 2017.</p><p>Sinopse: Tornando-se Warren Buffett é um documentário de 2017</p><p>sobre Warren Buffett e sua vida. O filme foi feito para a HBO.</p><p>50</p><p>Plano de Estudo:</p><p>● Quanto à origem e ao destino das moedas;</p><p>● Quanto ao tipo de taxa de câmbio;</p><p>● Quanto ao prazo de liquidação das operações;</p><p>● Quanto à entrega de moeda estrangeira;</p><p>● Quanto à legalidade das operações;</p><p>● Principais características atuais.</p><p>Objetivos da Aprendizagem:</p><p>● Entender o tipo de taxa de câmbio no mercado brasileiro;</p><p>● Analisar a legalidade das operações;</p><p>● Compreender as principais características atuais do câmbio no Brasil.</p><p>UNIDADE IV</p><p>Mercados de Câmbio e</p><p>Mercado Brasileiro</p><p>Professora Ma. Caroline de Freitas</p><p>51UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Olá, Estudante!</p><p>Seja bem-vindo(a) a nossa última unidade da nossa disciplina de Gestão e Ope-</p><p>rações de Câmbio. Nesta unidade será pontuado impactos importantes do mercado de</p><p>câmbio e do mercado brasileiro. Primeiramente, iremos estudar quanto a origem e ao des-</p><p>tino das moedas no mercado brasileiro, tópico de ensino fundamental para compreender o</p><p>arcabouço do mercado de câmbio brasileiro.</p><p>Logo depois iremos compreender os tipos de taxa de câmbio que existiram no</p><p>decorrer da economia brasileira nas últimas décadas, afinal, pudemos observar o con-</p><p>turbado histórico brasileiro na década de 1960 aos anos 2000. Fundamental também, a</p><p>análise dos prazos de liquidação das operações, recapitulando os aprendizados na nossa</p><p>Unidade 3 de estudo.</p><p>Indispensável para a compreensão das operações cambiais no mercado brasileiro,</p><p>nesta unidade também estudaremos a legalidade das operações, ou seja, como o Banco</p><p>Central do Brasil lida com a legibilidade das trocas de moedas na economia internacional.</p><p>Por último e muito importante, vamos estudar as principais características da economia</p><p>brasileira voltada para o mercado brasileiro, ou seja, como o Real se comportou diante</p><p>do cenário global.</p><p>Desejo a você bons estudos!</p><p>52UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>1. QUANTO À ORIGEM E AO DESTINO DAS MOEDAS</p><p>Conforme aprendemos nas unidades anteriores, o câmbio tem como arcabouço</p><p>uma operação em que acontece troca – compra ou venda – de moedas de uma economia</p><p>para outra. No caso brasileiro, Borges (DATA), enfatiza que os casos de muitas companhias</p><p>exportadoras brasileiras precisam vender os dólares recebidos dos importadores como</p><p>pagamento pelos bens e serviços, a bancos autorizados a operar em câmbio pelo Banco</p><p>Central do Brasil (Bacen), recebendo em troca os reais correspondentes.</p><p>Também conforme aprendemos anteriormente, as operações de câmbio não são</p><p>simples ou possuem a significância da troca de moeda nacional por estrangeira, é impor-</p><p>tante ressaltar que sua livre realização é proibida no Brasil, devido ao fato do mercado de</p><p>câmbio ser controlado pelo Bacen, acontecendo a troca cambial apenas por estabeleci-</p><p>mentos autorizados por órgãos competentes a operar em câmbio.</p><p>Conforme determinado por lei, no Brasil não é permitido a realização das negocia-</p><p>ções de exportações com a moeda estrangeira, e também a impossibilidade de pagar as</p><p>importações de mercadorias com moeda nacional, sendo então criado o mercado cambial,</p><p>conhecido também como o mercado de dívidas, esses em que ocorre compra e venda de</p><p>moedas. Podemos afirmar então que o mercado de câmbio tem como finalidade facilitar as</p><p>operações de exportações e importações.</p><p>53UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>A expressão de mercado de câmbio ou conhecido também como mercado cambial</p><p>é dada no sentido abstrato, pois possui significado ao contato sistemático entre os com-</p><p>pradores e vendedores que realizam as transações cambiais. Esses contratos cambiais</p><p>podem ser realizados de diversas maneiras, entre elas está o telefone ou até mesmo pela</p><p>internet, evitando o contato físico entre negociadores.</p><p>Podemos pontuar os motivos que levam os agentes econômicos (empresas, go-</p><p>vernos e pessoas físicas) a tomarem a decisão de comprar e vender moedas estrangeiras.</p><p>O motivo primordial é a existência de diferentes moedas dos mais diferentes países, e</p><p>também a regra de aceitação da moeda de um país em outro território. Devemos ressaltar a</p><p>globalização e internacionalização do comércio (importação e exportação de mercadorias)</p><p>e em conjunto a movimentação livre de capitais, como por exemplo: empréstimos interna-</p><p>cionais, investimentos diretos e outros.</p><p>Não somente as regras propostas pelo Bacen são fundamentais para as operações</p><p>cambiais como também as modificações constantes propostas pela Câmara de Comércio</p><p>Internacional, em que são enfatizados diversos tratados internacionais, usos e costumes de</p><p>mercados de câmbio – incluído o brasileiro.</p><p>54UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>2. QUANTO AO TIPO DE TAXA DE CÂMBIO</p><p>Conforme aprendemos na unidade II existem duas formas de câmbio para atuação</p><p>em um país, o câmbio fixo e o câmbio flutuante. No período de 1961 a 1997, a economia</p><p>brasileira apresentou quatro regimes de taxa de câmbio, entre esses está o sistema de taxa</p><p>de câmbio nominal fixa com minidesvalorizações esporádicas, o sistema de minidesvalori-</p><p>zações cambiais, o sistema de taxa de câmbio com flutuação suja e o sistema de taxa de</p><p>câmbio limitadamente flexível.</p><p>Para uma melhor compreensão da separação desses regimes cambiais conforme o</p><p>período, é possível visualizar no Quadro 1 qual regime correspondeu a cada período.</p><p>QUADRO 1 - REGIMES DE CÂMBIO SEPARADOS POR PERÍODO DE 1961 - ATUALIDADE</p><p>REGIME DE CÂMBIO PERÍODO</p><p>Sistema de taxa de câmbio nominal fixa com</p><p>maxidesvalorizações cambiais esporádicas</p><p>Março de 1961 a julho de 1968</p><p>Sistema de minidesvalorizações cambiais</p><p>Agosto de 1968 a fevereiro de</p><p>1990</p><p>Sistema de taxa de câmbio com flutuação</p><p>suja</p><p>Março de 1990 a junho de 1994</p><p>Sistema de taxa de câmbio limitadamente</p><p>flexível</p><p>Julho de 1994 - presente</p><p>Fonte: Elaborado pela autora.</p><p>55UNIDADE IV Mercados de Câmbio e Mercado Brasileiro</p><p>Na história brasileira, em 1961 foi realizada uma reforma de câmbio transformando</p><p>o sistema de taxas múltiplas de câmbio (no caso eram cinco para importações e duas para</p><p>as exportações) para um sistema rígido e unificado. Esse novo sistema teve como definição</p><p>duas taxas de câmbio, ocorrendo uma desvalorização de 100% do cruzeiro (moeda brasi-</p><p>leira da época), uma delas ocorreu para as exportações de café e cacau e outra para as</p><p>demais importações e exportações.</p><p>Logo depois podemos recapitular as minidesvalorizações cambiais, essa que pude-</p><p>mos também compreender na Unidade II. No Brasil, essas medidas tinham como objetivo</p><p>evitar as especulações contra a moeda nacional, em que ocorria até então um estímulo</p><p>pela política de maxidesvalorizações, como também proteger as receitas de exportações</p><p>de mercadorias de uma deterioração. Destacam-se três elementos fortes e característicos</p><p>do período: os intervalos curtos entre as desvalorizações, o baixo percentual em uma das</p><p>desvalorizações e a suspensão e retomadas seguidas. Sabe-se que entre 1968 a 1983</p><p>essas desvalorizações ocorriam entre 3 a 10 dias (ALMEIDA; BACHA, 1999).</p><p>Ainda conforme Almeida e Bacha (1999), a economia brasileira a partir de 1990</p><p>ingressou no sistema de taxa de câmbio com flutuação suja, essa que permaneceu até</p><p>1994. No período foram aplicadas duas taxas de câmbio: a taxa administrada (conhecida</p><p>como dólar comercial) e também a taxa de câmbio flutuante (compra e venda de moeda</p><p>para turismo). Em teoria, o dólar comercial que anteriormente era fixado pelo Bacen passou</p><p>a ser determinado pela demanda e oferta de mercado, contudo, o Bacen sempre que ne-</p><p>cessário, em</p>