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<p>Conteúdo:</p><p>DIREITO DO</p><p>CONSUMIDOR</p><p>Gustavo</p><p>Santanna</p><p>DA PROTEÇÃO</p><p>À SAÚDE E</p><p>SEGURANÇA</p><p>4</p><p>OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>• Reconhecer os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do Código de</p><p>Defesa do Consumidor.</p><p>• Identificar os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços.</p><p>• Aplicar os artigos 8º, 9º e 10º do Código de Defesa do Consumidor ao caso</p><p>concreto.</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>É muito claro que hoje em dia temos no mercado de consumo um número</p><p>incontável de produtos e de serviços que afetam diretamente nossa saúde.</p><p>Para assegurar que o que consumimos é seguro e não nos causará danos, o</p><p>Direito do Consumidor, através do Código de Defesa do Consumidor, elencou,</p><p>em seus dispositivos, regras que garantem a proteção à saúde e à segurança.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer como os dispositivos</p><p>legais incidem na proteção à saúde e à segurança e os tipos de periculosidade</p><p>dos produtos e dos serviços</p><p>DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA</p><p>A proteção à saúde e segurança, previstos como direitos básicos do</p><p>consumidor no art. 6º, inciso I, são tratados mais especificamente no Capítulo</p><p>IV, a partir do art. 8º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, onde</p><p>há referências quanto à qualidade dos produtos e serviços, da prevenção e da</p><p>reparação dos danos.</p><p>Assim, na Seção I do Capítulo IV, o Código de Defesa do Consumidor passou</p><p>a detalhar a proteção à saúde e segurança do consumidor, com observações</p><p>referentes aos cuidados que o fornecedor necessita ter ao colocar os produtos</p><p>e serviços no mercado de consumo.</p><p>No art. 8º, o Código de Defesa do Consumidor prevê que os produtos e serviços</p><p>não devem causar qualquer risco à saúde e segurança dos consumidores:</p><p>5</p><p>Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não</p><p>acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os</p><p>considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e</p><p>fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as</p><p>informações necessárias e adequadas a seu respeito.</p><p>O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou quanto ao artigo 8º em</p><p>diversos julgados, como, por exemplo, na decisão abaixo, em que a Ministra</p><p>Nancy Andrighi salienta a importância da proteção à segurança e saúde dos</p><p>consumidores como decorrência do Princípio da dignidade da pessoa humana:</p><p>CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR</p><p>DANOS MORAIS. CITAÇÃO VÁLIDA. TEORIA DA APARÊNCIA. REEXAME</p><p>DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. CORPO ESTRANHO DENTRO</p><p>DE GARRAFA DE ÁGUA MINERAL. EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR A RISCO</p><p>CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E SEGURANÇA. FATO DO PRODUTO.</p><p>EXISTÊNCIA DE DANO MORAL. VIOLAÇÃO DO DEVER DE NÃO ACARRETAR</p><p>RISCOS AO CONSUMIDOR. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 6º; 8º; 12 DO</p><p>CDC.</p><p>1. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível.</p><p>2. A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior</p><p>corpo estranho, expondo o consumidor ao risco concreto de lesão à sua</p><p>saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão completa de seu</p><p>conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao</p><p>direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da</p><p>dignidade da pessoa humana.</p><p>3. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual</p><p>expõe o consumidor a risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em</p><p>clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º</p><p>do CDC, ensejando a reparação por danos patrimoniais e morais (art. 6º do</p><p>CDC).</p><p>4. A parte agravante não trouxe, nas razões do agravo regimental,</p><p>argumentos aptos a modificar a decisão agravada, que deve ser mantida</p><p>por seus próprios e jurídicos fundamentos.</p><p>5. Agravo não provido.</p><p>(AgRg no REsp nº 1.454.255/PB, Ministra Nancy Andrighi, julgado em</p><p>21/08/2014).</p><p>6</p><p>Da simples leitura do artigo 8º resta claro que os produtos e serviços não</p><p>poderão ocasionar qualquer dano ou risco ao consumidor, sendo dever do</p><p>fornecedor informar sobre eventuais riscos inerentes da natureza do produto</p><p>ou serviço:</p><p>Assim, da aceitação de uma teoria da qualidade nasceria, no sistema do</p><p>CDC, um dever anexo para o fornecedor, uma verdadeira garantia implícita</p><p>de segurança razoável e de adequação conforme a confiança despertada,</p><p>inclusive incluindo a falha informacional como defeito ou vício do produto</p><p>ou do serviço. O art. 8º é a base da responsabilidade para riscos à saúde e</p><p>segurança de produtos, relacionando-se, assim, com os demais artigos e</p><p>com o recall e sanções administrativas. (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM,</p><p>2010, p. 352)</p><p>Importante salientar, ainda, que o caput do artigo 8º prevê a existência de</p><p>riscos que são esperados pelo consumidor, riscos que se vinculam ao produto</p><p>ou serviço e que, mesmo assim, não dispensam o fornecedor de prestar as</p><p>informações necessárias e adequadas.</p><p>Os produtos e serviços oferecidos no mercado de consumo não poderão</p><p>acarretar riscos à saúde e segurança dos consumidores, salvo aqueles</p><p>que, pela sua própria natureza, apresentam em si um risco inerente –</p><p>considerados pelo código no art. 8º, caput, como “normais e previsíveis”</p><p>(v.g. remédios, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, fogos de artifício, etc.). Uma</p><p>faca de cozinha, por exemplo, se quiser ser eficiente (afiada), terá que ser</p><p>naturalmente perigosa. (GARCIA, 2015, p. 144)</p><p>A previsão contida no parágrafo único do artigo 8º se refere aos produtos</p><p>industrializados, caso em que as informações sobre os riscos devem</p><p>acompanhar os produtos de maneira impressa: “em se tratando de produto</p><p>industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este</p><p>artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto”.</p><p>O parágrafo único acima transcrito se refere tão somente ao dever de</p><p>informação quanto aos produtos (não há referência quanto aos serviços),</p><p>impondo ao fabricante de produtos industrializados “cumprir concretamente</p><p>com este dever de informação através de manuais, impressos, destaques,</p><p>etc.” (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 354).</p><p>7</p><p>Já o artigo 9º preocupa-se com os casos em que os produtos e serviços são</p><p>“potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança” do consumidor,</p><p>salientando que as informações, neste caso, devem se dar de maneira</p><p>OSTENSIVA e adequada:</p><p>Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou</p><p>perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e</p><p>adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da</p><p>adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.</p><p>Ou seja, nestes casos em que os produtos e serviços apresentam-se nocivos</p><p>ou perigosos à saúde ou segurança dos consumidores, as informações</p><p>devem chamar a atenção e aparecer aos olhos do consumidor, a fim de</p><p>que a nocividade ou periculosidade do produto ou serviço seja facilmente</p><p>identificada:</p><p>(...) em qualquer hipótese e em decorrência do princípio da informação, o</p><p>legislador garantiu ao consumidor o direito de ser informado, de maneira</p><p>ostensiva e adequada, sobre a periculosidade ou nocividade do que vai</p><p>adquirir. Caso contrário, em decorrência da falta de informação, o produto</p><p>será defeituoso e, se causar qualquer tipo de dano ao consumidor, poderá</p><p>ser pleiteada indenização frente ao consumidor. (GARCIA, 2015, p. 145)</p><p>A necessidade de a informação ser dada de forma clara e adequada é também</p><p>referida nos julgados do Superior Tribunal de Justiça, que salienta a previsão</p><p>constante do Código de Defesa do Consumidor:</p><p>EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR,</p><p>CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CERVEJA COM A</p><p>EXPRESSÃO “SEM ÁLCOOL” NO RÓTULO. PRESENÇA DE TEOR ALCOÓLICO</p><p>DE ATÉ 0,5%. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO DIREITO À INFORMAÇÃO</p><p>CLARA E ADEQUADA. EXISTÊNCIA DE DECRETO REGULAMENTAR QUE</p><p>PERMITE A CLASSIFICAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA</p><p>ACOLHIDOS.</p><p>1. O mero erro no endereçamento dos embargos de divergência não</p><p>gera</p><p>o não conhecimento do recurso, pois não se verificou má-fé da parte</p><p>embargante, tampouco prejuízo ao direito de defesa da embargada.</p><p>Precedentes.</p><p>2. Questão referente à possibilidade de exposição à venda de cerveja que,</p><p>8</p><p>embora classificada em seu rótulo com a expressão “sem álcool”, possua</p><p>teor alcoólico de até 0,5%. Similitude entre os acórdãos embargado e</p><p>paradigma, que trataram da matéria à luz das normas legais vigentes,</p><p>notadamente do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>3. A informação “sem álcool”, constante do rótulo do produto, é falsa e, por</p><p>isso, está em clara desconformidade com o que dispõe o Código de Defesa</p><p>do Consumidor, notadamente em prejuízo do direito à informação clara e</p><p>adequada.</p><p>4. O fato de existir decreto regulamentar que classifica como “sem álcool”</p><p>a cerveja com teor alcoólico de até 0,5% não autoriza que a empresa,</p><p>embargada, desrespeite os direitos mais básicos do consumidor,</p><p>garantidos em lei especial, naturalmente prevalecentes na espécie.</p><p>5. Embargos de divergência acolhidos. Acórdão embargado reformado</p><p>para restabelecer a sentença que julgou procedente a ação civil pública.</p><p>(EREsp nº 1.185.323/RS, Ministra Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016).</p><p>As medidas praticadas pelo fornecedor, com o intuito de informar ao</p><p>consumidor de forma adequada e ostensiva, não impedem que o próprio</p><p>fornecedor se utilize de outras formas cabíveis de demonstrar a nocividade e</p><p>periculosidade dos produtos e serviços:</p><p>O art. 9º, in fine, menciona que a informação não exonera o fornecedor “da</p><p>adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto”, dentre elas a</p><p>retirada do produto ou a cessação do serviço, voluntária ou administrativa.</p><p>(BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 362)</p><p>O artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor estabelece ao fornecedor o</p><p>dever de prevenção e de precaução de danos, na medida em que proíbe que</p><p>produtos e serviços que possam apresentar alto grau de periculosidade ou</p><p>nocividade sejam colocados no mercado:</p><p>Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto</p><p>ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou</p><p>periculosidade à saúde ou segurança.</p><p>O dever de prevenção e precaução são oriundos dos princípios estabelecidos</p><p>no Direito Ambiental, como bem refere Leonardo Garcia (2015, p. 147-148):</p><p>9</p><p>Com relação à proteção à saúde e à segurança dos consumidores, vale</p><p>salientar a aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, típicos</p><p>do direito ambiental. (...) as diferenças entre o princípio da prevenção e da</p><p>precaução é que, no primeiro, há conhecimentos sobre a periculosidade</p><p>dos produtos ou serviços, devendo tomar todas as medidas para que não</p><p>ocorram danos à saúde e à segurança dos consumidores, enquanto no</p><p>segundo, (precaução) não se conhece, inteira ou parcialmente, os possíveis</p><p>danos que os produtos ou serviços possam causar. (LEONARDO GARCIA,</p><p>2015, p. 147-148)</p><p>Assim, quando verificado posteriormente à colocação dos produtos e</p><p>serviços no mercado de consumo que há algum vício capaz de afetar a saúde</p><p>ou segurança dos consumidores, caberá ao fornecedor alertar e comunicar o</p><p>fato às autoridades e consumidores, nos termos do § 1º do artigo 10, assim</p><p>previsto:</p><p>§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua</p><p>introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade</p><p>que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades</p><p>competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.</p><p>Esta comunicação feita através de anúncios publicitários tem o intuito de</p><p>atentar o consumidor quanto aos riscos que o produto ou o serviço possa</p><p>ocasionar:</p><p>Por intermédio da observância do disposto neste parágrafo é que se</p><p>procede ao denominado recall (chamar de volta). Quando se descobre que</p><p>um produto, por exemplo, foi posto no mercado de consumo com algum</p><p>defeito de fabricação, deve o fornecedor comunicar a constatação aos</p><p>consumidores, chamando de volta do mercado os produtos imprestáveis</p><p>– nocivos ou perigosos – de modo a possibilitar o conserto do vício e/ou</p><p>ressarcir o consumidor por eventuais danos. (GARCIA, 2015, p.148)</p><p>O parágrafo segundo do artigo 10 trouxe a obrigatoriedade de que os</p><p>anúncios publicitários deverão ser amplamente divulgados, sendo pagos pelo</p><p>próprio fornecedor do produto ou serviço: “os anúncios publicitários a que se</p><p>refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às</p><p>expensas do fornecedor do produto ou serviço.”</p><p>10</p><p>A obrigatoriedade de ampla divulgação referente ao aumento da nocividade</p><p>ou periculosidade dos produtos ou serviços já foi objeto de análise pelo</p><p>Superior Tribunal de Justiça, restando muito bem ementada a decisão:</p><p>DIREITO DO CONSUMIDOR. CONSUMO DE SURVECTOR, MEDICAMENTO</p><p>INICIALMENTE VENDIDO DE FORMA LIVRE EM FARMÁCIAS. POSTERIOR</p><p>ALTERAÇÃO DE SUA PRESCRIÇÃO E IMPOSIÇÃO DE RESTRIÇÃO À</p><p>COMERCIALIZAÇÃO. RISCO DO PRODUTO AVALIADO POSTERIORMENTE,</p><p>CULMINANDO COM A SUA PROIBIÇÃO EM DIVERSOS PAÍSES.</p><p>RECORRENTE QUE INICIOU O CONSUMO DO MEDICAMENTO À ÉPOCA EM</p><p>QUE SUA VENDA ERA LIVRE. DEPENDÊNCIA CONTRAÍDA, COM DIVERSAS</p><p>RESTRIÇÕES EXPERIMENTADAS PELO PACIENTE. DANO MORAL</p><p>RECONHECIDO.</p><p>- É dever do fornecedor a ampla publicidade ao mercado de consumo a</p><p>respeito dos riscos inerentes a seus produtos e serviços.</p><p>(...)</p><p>- O aumento da periculosidade do medicamento deveria ser amplamente</p><p>divulgado nos meios de comunicação. A mera alteração da bula e do</p><p>controle de receitas na sua comercialização não são suficientes para</p><p>prestar a adequada informação ao consumidor.</p><p>(...)</p><p>- Deve ser mantida a indenização fixada, a título de dano moral, para o</p><p>paciente que adquiriu dependência da droga. Recurso especial conhecido</p><p>e provido.</p><p>(REsp nº 971.845/DF, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 21/08/2008).</p><p>Resta claro que a divulgação feita nos termos do artigo 10, §§ 1º e 2º do Código</p><p>de Defesa do Consumidor, não exime o fornecedor da responsabilidade dos</p><p>danos decorrente dos vícios do produto ou serviço:</p><p>O fato de o fornecedor alertar os consumidores através de anúncios</p><p>publicitários ou comunicar o ato imediatamente às autoridades</p><p>competentes não o exime da responsabilidade objetiva sobre os danos</p><p>provenientes dos vícios e defeitos de tais produtos e serviços, devendo</p><p>responder nos exatos termos do art. 12 e ss. do CDC (GARCIA, 2015, p.</p><p>149).</p><p>11</p><p>E, por fim, o Código de Defesa do Consumidor traz, no § 3º do art. 10, a</p><p>hipótese em que os Entes Públicos, cientes da periculosidade de produtos</p><p>ou serviços, também possuem a responsabilidade de informar tal fato aos</p><p>consumidores: “sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de</p><p>produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os</p><p>Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.”</p><p>Assim, resta claro que a Proteção à Saúde e Segurança dos Consumidores</p><p>deve ser analisada conjuntamente com os incisos I, III e VI do art. 6º, os quais</p><p>referem da proteção à vida, saúde e segurança do consumidor, do princípio da</p><p>informação e da prevenção e reparação de danos, princípios estes utilizados</p><p>de forma direta e indireta no embasamento da garantia tratada aqui no art. 8º</p><p>e seguintes do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>PROTEÇÃO DA SEGURANÇA FÍSICA DO CONSUMIDOR</p><p>por Viviane Machado</p><p>SAIBA</p><p>MAIS</p><p>TIPOS DE PERICULOSIDADE</p><p>Seguindo a doutrina de Leonardo Garcia (2015, p. 146-147), existem três</p><p>espécies de periculosidade: inerente, adquirida e exagerada. Será inerente</p><p>quando a insegurança presente no serviço ou produto for normal e previsível,</p><p>já esperada pelo consumidor, como, por exemplo, em facas de cozinha,</p><p>botijões de gás, etc. A periculosidade será adquirida quando o produto ou</p><p>serviço torna-se perigoso em razão da existência de um defeito que apresente</p><p>na sua concepção (design, projeto ou fórmula), fabricação ou comercialização</p><p>(insuficiência ou inadequação das informações sobre a sua utilização – nos</p><p>manuais de uso). Caso fosse sanado o defeito, o serviço</p><p>ou produto não</p><p>apresentaria risco além daquele já esperado pelo consumidor. Por fim, há a</p><p>periculosidade exagerada ou “produtos defeituosos por ficção” (GARCIA, 2015,</p><p>12</p><p>p. 147), enquadrando-se, inicialmente, como de periculosidade inerente, mas</p><p>que, mesmo com a informação adequada, os riscos não seriam mitigados. Os</p><p>riscos do produto não compensariam os benefícios trazidos.</p><p>Nesse sentido já se manifestou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande</p><p>do Sul:</p><p>AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS.</p><p>LUCROS CESSANTES. PRODUTO PERIGOSO. MEDICAMENTO PARA TRATAR</p><p>SINUSITE CONHECIDO POR “BUCHINHA DO NORTE”. CONSUMIDORA</p><p>ATRAÍDA PELA PROPAGANDA DO MEDICAMENTO MANIPULADO, DELE</p><p>FAZENDO USO, E CULMINANDO COM VIOLENTA HEMORRAGIA PELO</p><p>NARIZ, CEFALÉIA E QUEIMAÇÃO NA GARGANTA, NECESSITANDO DE</p><p>INTERNAÇÃO HOSPITALAR E POSTERIOR CIRURGIA. NEXO CAUSAL.</p><p>EVIDENCIADO O NEXO CAUSAL ENTRE O USO DO MEDICAMENTO (AGENTE</p><p>QUÍMICO) E O DANO, CONSUBSTANCIADO O AGIR CONTRÁRIO AO DEVER</p><p>NA COLOCAÇÃO DE PRODUTO PERIGOSO À VENDA SEM MAIORES</p><p>ADVERTÊNCIAS, RESTA ASSENTE O DEVER DE INDENIZAR. PRODUTOS</p><p>E SERVIÇOS QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE</p><p>MODO A NÃO ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR</p><p>(UNREASONABLY DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO</p><p>MERCADO DE CONSUMO. INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. PRETENSÃO</p><p>INDENIZATÓRIA ACOLHIDA. DANOS MORAIS FIXADOS EM CONSONÂNCIA</p><p>COM O CASO CONCRETO E ATENTANDO-SE À SUFICIÊNCIA DA</p><p>REPARAÇÃO, DENEGANDO-SE A QUANTIFICAÇÃO INDENIZATÓRIA A</p><p>TÍTULO DE DANOS MORAIS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação</p><p>Cível Nº 70006549745, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,</p><p>Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 27/05/2004).</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO MORAL</p><p>CUMULADA COM DANO ESTÉTICO. “FURACÃO NEGRO DAKRON”. PRODUTO</p><p>COLOCADO NO MERCADO NA FINALIDADE DO DESENTUPIMENTO DE PIAS</p><p>E RALOS DOMÉSTICOS. CONSUMIDORA QUE, NÃO OBSTANTE A ADOÇÃO</p><p>DAS PRECAUÇÕES REGULARES, VEM A SOFRER INTENSA QUEIMADURA</p><p>QUÍMICA, COM A CONSEQUÊNCIA DE LESÕES QUE JUSTIFICAM CIRURGIA</p><p>ESTÉTICO-REPARADORA. PRODUTO PERIGOSO. PRODUTOS E SERVIÇOS</p><p>QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE MODO A NÃO</p><p>ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR (UNREASONABLY</p><p>DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO MERCADO DE CONSUMO.</p><p>INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. DANO MORAL. DANO ESTÉTICO. SÃO</p><p>13</p><p>CUMULÁVEIS AS FIGURAS DO DANO MORAL E ESTÉTICO, JÁ QUE O ÚLTIMO</p><p>NÃO CUIDA DE MODALIDADE DO PRIMEIRO, TAMPOUCO É POR AQUELE</p><p>ENGLOBADO. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. EXEGESE DOS ARTIGOS 602 E</p><p>20, § 5º DO CPC. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICO-REPARADORA. DIREITO</p><p>À AMPLA REPARAÇÃO, NA EXEGESE DOS ARTS. 1.538 E 1.539 DO</p><p>CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. DANO MORAL QUANTIFICAÇÃO. AVALIADAS</p><p>AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO, MOSTRA-SE RAZOÁVEL</p><p>INDENIZAÇÃO NO VALOR EQUIVALENTE A 100 SALÁRIOS MÍNIMOS, O QUE</p><p>ENCONTRA RESSONÂNCIA EM ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS</p><p>E DOUTRINÁRIOS PARA CASOS ANÁLOGOS. APELO PARCIALMENTE</p><p>PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70003095759, Nona Câmara Cível, Tribunal</p><p>de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado</p><p>em 27/11/2002)</p><p>SERVIÇOS PÚBLICOS E O CÓDIGO DE DEFESA</p><p>DO CONSUMIDOR</p><p>Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, estes não podem ser</p><p>interrompidos ou paralisados, devendo ser prestados de forma contínua.</p><p>Nesse sentido, afirma o artigo 6º, § 1º da Lei nº 8.9.87/95 ao afirmar que</p><p>o serviço adequado é aquele que satisfaz, dentre outras condições, a de</p><p>continuidade. É claro que “o princípio da continuidade do serviço público” não</p><p>impede que em determinados momentos o serviço público não possa ser</p><p>interrompido ou suspenso, como ocorre no caso do artigo 6º, § 3º, da Lei nº</p><p>8.987/95 (SANTANNA, 2015, p. 201).</p><p>§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção</p><p>em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:</p><p>I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;</p><p>e</p><p>II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.</p><p>O artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos</p><p>públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob</p><p>qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços</p><p>adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Contudo,</p><p>esse artigo deve ser lido conjuntamente com o artigo 6º, § 3º, da Lei 8.987/95</p><p>e, havendo prévio aviso, pode ocorrer a interrupção mesmo, então vejamos:</p><p>14</p><p>ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO CONCEDIDO – ENERGIA ELÉTRICA</p><p>– INADIMPLÊNCIA ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO</p><p>DE ÁGUA. USUÁRIO INADIMPLENTE. POSSIBILIDADE.</p><p>1. Nos termos do art. 22 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do</p><p>Consumidor), “os órgãos públicos, por si ou suas empresas concessionárias,</p><p>permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são</p><p>obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto</p><p>aos essenciais, contínuos”.</p><p>2. A Lei nº8.987/95, por sua vez, ao dispor sobre o regime de concessão</p><p>e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da</p><p>Constituição Federal, em seu Capítulo II (“Do Serviço Adequado”), traz a</p><p>definição, para esse especial objeto de relação de consumo, do que se</p><p>considera “serviço adequado”, prevendo, nos incisos I e II do § 3º do art.</p><p>6º, duas hipóteses em que é legítima a sua interrupção, em situação de</p><p>emergência ou após prévio aviso: (a)</p><p>por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por</p><p>inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.</p><p>3. Tem-se, assim, que a continuidade do serviço público assegurada pelo</p><p>art. 22 do CDC não constitui princípio absoluto, mas garantia limitada pelas</p><p>disposições da Lei 8.987/95, que, em nome justamente da preservação</p><p>da continuidade e da qualidade da prestação dos serviços ao conjunto</p><p>dos usuários, permite, em hipóteses, entre as quais, o inadimplemento, a</p><p>suspensão no seu fornecimento. Precedentes da 1ª Turma: REsp 591.692/</p><p>RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 14.03.2005; REsp 691.516/RS,</p><p>Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 24.10.2005; REsp 337.965/MG, Rel.ª</p><p>Min.ª Eliana Calmon, 2ª Turma, DJ de 20.10.2003.</p><p>4. Recurso especial a que se dá provimento.</p><p>(REsp nº 898.769/RS, Ministro Relator Teori Albino Zavascki, julgado em</p><p>01/03/2007).</p><p>No EREsp nº 845.982/RJ, julgado em 24/06/2009, tendo como Ministro</p><p>Relator Luiz Fux, Primeira Seção do STJ, restou pacificado o entendimento</p><p>que se o usuário inadimplente presta serviço público essencial como escolas,</p><p>creches, prontos-socorros, por exemplo, o serviço não pode ser interrompido.</p><p>PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA</p><p>EM RECURSO ESPECIAL. ENERGIA ELÉTRICA. UNIDADES PÚBLICAS</p><p>ESSENCIAIS, COMO SOEM SER HOSPITAIS; PRONTO-SOCORROS;</p><p>15</p><p>ESCOLAS; CRECHES; FONTES DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA E ILUMINAÇÃO</p><p>PÚBLICA; E SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA. INADIMPLÊNCIA.</p><p>SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO. SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL.</p><p>1. A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária,</p><p>em razão de inadimplemento de unidades públicas essenciais - hospitais;</p><p>prontos-socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d’água,</p><p>iluminação pública; e serviços de segurança pública, como forma de</p><p>compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse</p><p>da coletividade.</p><p>2. É que resta assente nesta Corte que: “O princípio da continuidade</p><p>do serviço público assegurado pelo art. 22 do Código de Defesa do</p><p>Consumidor deve ser obtemperado, ante a exegese do art. 6º, § 3º, II da Lei</p><p>nº 8.987/95 que prevê a possibilidade de interrupção do fornecimento de</p><p>energia elétrica quando, após aviso, permanecer inadimplente o usuário,</p><p>considerado o interesse da coletividade. Precedentes de ambas as Turmas</p><p>de Direito Público (...) “ RESP 845.982/RJ.</p><p>3. Deveras, não se concebe a aplicação da legislação infraconstitucional,</p><p>in casu, art. 6.º, § 3.º, II, da Lei 8.987/95, sem o crivo dos princípios</p><p>constitucionais,</p><p>dentre os quais sobressai o da dignidade da pessoa</p><p>humana, que é um dos fundamentos da República como previsto na</p><p>Constituição Federal.</p><p>4. (...)</p><p>5. Embargos de Divergência rejeitados.</p><p>ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO</p><p>FORNECIMENTO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA</p><p>COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.</p><p>1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, nos casos de inadimplência</p><p>de pessoa jurídica de direito público, é inviável a interrupção indiscriminada</p><p>do fornecimento de energia elétrica.</p><p>2. Não há que se proceder à suspensão da energia elétrica em locais como</p><p>hospitais, escolas, mercados municipais, bem como em outras unidades</p><p>públicas cuja paralisação seja inadmissível, porquanto existem outros</p><p>meios jurídicos legais para buscar a tutela jurisdicional, como a ação de</p><p>cobrança.</p><p>3. In casu, o Tribunal a quo salientou que na Municipalidade, “dada a</p><p>16</p><p>precariedade de suas instalações, em um único prédio, funcionam várias</p><p>Secretarias e até mesmo escolas”, a suspensão do fornecimento de energia</p><p>iria de encontro ao interesse da coletividade. Agravo regimental improvido.</p><p>(STJ AgRg no REsp nº 1.142.903/AL, Ministro Relator Humberto Martins,</p><p>julgado em 13/12/10).</p><p>Há entendimento, ainda, do Superior Tribunal de Justiça no EDcl no AgRg no</p><p>Ag 466.122/MS, que, nos casos de miserabilidade, os serviços públicos não</p><p>poderiam ser interrompidos, uma vez que feririam a dignidade da pessoa</p><p>humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, art. 1º, III,</p><p>da Constituição da República.</p><p>EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO</p><p>ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. CORTE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA</p><p>ELÉTRICA. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. LEGALIDADE.</p><p>(...)</p><p>3. Não obstante, ressalvo o entendimento de que o corte do fornecimento</p><p>de serviços essenciais - água e energia elétrica – como forma de compelir o</p><p>usuário ao pagamento de tarifa ou multa, extrapola os limites da legalidade</p><p>e afronta a cláusula pétrea de respeito à dignidade humana, porquanto o</p><p>cidadão se utiliza dos serviços públicos postos essenciais para a sua vida,</p><p>curvo-me ao posicionamento majoritário da Seção.</p><p>4. Hodiernamente, inviabiliza-se a aplicação da legislação infraconstitucional</p><p>impermeável aos princípios constitucionais, dentre os quais sobressai o da</p><p>dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República,</p><p>por isso que inaugura o texto constitucional, que revela o nosso ideário</p><p>como nação.</p><p>5. Em segundo lugar, a Lei de Concessões estabelece que é possível o</p><p>corte considerado o interesse da coletividade, que significa interditar</p><p>o corte de energia de um hospital ou de uma universidade, bem como o</p><p>de uma pessoa que não possui condições financeiras para pagar conta</p><p>de luz de valor módico, máxime quando a concessionária tem os meios</p><p>jurídicos legais da ação de cobrança. A responsabilidade patrimonial, no</p><p>direito brasileiro, incide sobre o patrimônio do devedor e, neste caso, está</p><p>incidindo sobre a própria pessoa.</p><p>6. Outrossim, é voz corrente que o ‘interesse da coletividade’ refere-se</p><p>aos municípios, às universidades, hospitais, onde se atingem interesses</p><p>plurissubjetivos.</p><p>17</p><p>7. Destarte, é mister analisar que as empresas concessionárias ressalvam</p><p>evidentemente um percentual de inadimplemento na sua avaliação de</p><p>perdas e os fatos notórios não dependem de prova (notoria nom egent</p><p>probationem), por isso que a empresa recebe mais do que experimenta</p><p>inadimplementos.</p><p>8. Esses fatos conduzem a conclusão contrária à possibilidade de corte</p><p>do fornecimento de serviços essenciais de pessoa física em situação de</p><p>miserabilidade, em contrapartida ao corte de pessoa jurídica portentosa,</p><p>que pode pagar e protela a prestação da sua obrigação, aproveitando-se</p><p>dos meios judiciais cabíveis.</p><p>9. Embargos de declaração providos, com efeitos infringentes.</p><p>18</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BENJAMIN, Antonio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno.</p><p>Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 3.ed. São Paulo: Editora</p><p>Revista dos Tribunais, 2010.</p><p>GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do consumidor: código comentado e</p><p>jurisprudência. 11.ed. Bahia: JusPodivum, 2015.</p><p>SANTANNA, Gustavo da Silva. Direito administrativo. 4.ed. Porto Alegre:</p><p>Verbo Jurídico, 2015.</p><p>http://3.ed/</p><p>http://11.ed/</p><p>http://4.ed/</p><p>Conteúdo:</p>

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