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<p>TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) - EIXO: CLÍNICAS</p><p>INTEGRADAS II</p><p>TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO</p><p>TRABALHO DE PARTO</p><p>Professor: Dr. Francílio de Carvalho Oliveira</p><p>Discente: Alisson Torres Fontenele Junior</p><p>Curso: MEDICINA</p><p>Turma: 35</p><p>Teresina, 29 de Setembro de 2024</p><p>2</p><p>TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) - EIXO: CLÍNICAS</p><p>INTEGRADAS II</p><p>Quais os objetivos / propostas da avaliação inicial (primeira etapa do trabalho</p><p>de parto) da gestante em trabalho do parto?</p><p>A priori, o objetivo inicial consiste na realização do diagnóstico do trabalho de parto.</p><p>Clinicamente, o diagnóstico do início real do parto nem sempre será estabelecido</p><p>facilmente. De maneira esquemática, são consideradas (MONTENEGRO et al., 2024):</p><p>•Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo, 2 em 10 min), que se estendem a todo</p><p>o útero e têm duração de 50 a 60 s. Doze contrações por hora (2/10 min) é sinal</p><p>importante de trabalho de parto verdadeiro ou iminente.</p><p>•A fase ativa do parto pode não ter se iniciado com 5 cm de dilatação em multíparas</p><p>e até com dilatação maior em nulíparas.</p><p>•Formação da bolsa das águas.</p><p>•Perda do tampão mucoso, denunciando o apagamento do colo; são subsídios</p><p>diagnósticos a serem discutidos adiante.</p><p>Após o diagnóstico do trabalho de parto, inicia-se a fase de dilatação (primeira fase)</p><p>com as contrações uterinas dolorosas e termina quando a sua ampliação está</p><p>completa (10 cm) (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>Nesse sentido, durante esse primeiro, ocorre a abertura do diafragma</p><p>cervicossegmentário e o canal do parto se forma, a continuidade do trajeto</p><p>3</p><p>uterovaginal, com dois fenômenos a predominar: o apagamento do colo (ou</p><p>desaparecimento do espaço cervical), incorporado à cavidade uterina, e a dilatação</p><p>da cérvice, ao fim da qual as suas bordas limitantes ficam reduzidas a simples relevos,</p><p>aplicados às paredes vaginais. Portanto, o apagamento e a dilatação são fenômenos</p><p>distintos, que, nas primíparas, se processam nessa ordem sucessiva</p><p>(MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>Nas multíparas, ocorre a simultaneidade dos dois: o colo se desmancha em</p><p>sincronismo com a dilatação. O orifício externo do colo vai se ampliando pouco a</p><p>pouco, de modo a criar espaço em que o líquido amniótico será coletado, tumefazendo</p><p>as membranas ovulares (âmnio e cório), descoladas do istmo. A bolsa das águas é o</p><p>polo inferior do óvulo; a princípio, ela se insinua pelo orifício interno do colo, cujos</p><p>lábios transmitem a onda contratural, mantém-se tensa no momento da contração,</p><p>relaxando-se nos intervalos. Ao iniciar-se o 1o período, passa a ter contato cada vez</p><p>mais direto com a cérvice e, à semelhança de cone, interpõe-se entre as bordas</p><p>(MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>A ruptura das membranas é atribuída ao enfraquecimento generalizado, atuando as</p><p>contrações uterinas e o repetido estiramento. Podem ser classificadas como:</p><p>espontâneas, quando ocorrem sem envolvimento médico; provocadas ou artificiais,</p><p>quando decorrem da ação direta do parteiro (utilizando dedo ou instrumentos); e</p><p>intempestivas, quando acarretam prolapsos, procidências ou escape quase total do</p><p>líquido amniótico (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>Qual a propedêutica recomendada nesta etapa?</p><p>-Cuidados iniciais: Serão dispensados cuidados imediatos à parturiente, incluindo</p><p>higiene corporal e fornecimento de vestuário apropriado (MONTENEGRO et al.,</p><p>2024).</p><p>-Toque vaginal: Trata-se do toque vaginal uni ou bidigital. Para efetuá-lo – e jamais</p><p>dispensando os cuidados prévios de antissepsia e de assepsia da região vulvoperineal</p><p>e das mãos do parteiro, estas corretamente enluvadas –, afastam-se as ninfas e</p><p>introduzem-se na vagina os dedos indicador e médio, ou apenas o primeiro, untados</p><p>em vaselina esterilizada ou sabão líquido. O exame procurará explorar</p><p>sucessivamente: o colo (apagamento, dilatação, orientação e consistência), a bolsa</p><p>das águas e a apresentação (posição, variedade, altura e proporcionalidade à bacia,</p><p>4</p><p>além de outros detalhes como a flexão e o assinclitismo). O número de toques deve</p><p>ser reduzido ao mínimo necessário, sendo difícil estabelecer regras para todos os</p><p>casos. A evolução clínica da parturição ditará a conduta dos exames vaginais e os</p><p>intervalos entre eles. Toques frequentes e sem apuro técnico são traumatizantes para</p><p>os tecidos maternos, provocam edema da cérvice e propiciam a infecção ovular e da</p><p>genitália (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>-Altura da apresentação: No acompanhamento da evolução do parto, é importante</p><p>observar, juntamente com a dilatação cervical, a altura da apresentação. Nas</p><p>primíparas, ao início do trabalho, a apresentação está no nível das espinhas ciáticas</p><p>(nível “0”) e diz-se que está insinuada. Nas multíparas, a insinuação ocorre somente</p><p>no fim da dilatação ou no começo da expulsão; durante a maior parte do trabalho, a</p><p>apresentação permanece alta; e está baixa quando, após ter sofrido a rotação interna</p><p>(sutura sagital no eixo anteroposterior da bacia), tem contato com o períneo, o que</p><p>ocorre no período de expulsão (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>-Bolsa das águas: Em geral, é fácil diagnosticar a ruptura das membranas. A gestante,</p><p>nesse caso, percebe a perda líquida pela vagina, acusando-a, de maneira incisiva,</p><p>quando surge antes do início do trabalho de parto. Empurrando-se levemente a</p><p>apresentação para cima, durante o toque, jorra o líquido amniótico nas amniorrexes</p><p>consumadas; se as membranas estiverem intactas, ele se acumulará entre estas e o</p><p>polo fetal, ficando mais tensas durante as contrações uterinas (MONTENEGRO et al.,</p><p>2024).</p><p>Vitabilidade fetal: A auscultação dos batimentos cardiofetais (BCF) é um procedimento</p><p>indispensável para examinar a vitabilidade durante o trabalho de parto. Os ruídos do</p><p>coração constituem a única manifestação clínica objetiva de funcionamento do</p><p>sistema circulatório do concepto; vigiando-os, será possível diagnosticar o sofrimento</p><p>e instituir as medidas pertinentes. Em geral, para a percepção e a contagem das</p><p>revoluções cardíacas do concepto, empregava-se o estetoscópio de Pinard,</p><p>atualmente em desuso, substituído pelo sonar-Doppler. A ausculta é feita na fase de</p><p>dilatação, 30 s após o término da contração, a cada 30 min. Na pausa intercontrátil, o</p><p>número de ruídos mantém-se, em geral, entre 110 e 160 bpm, em média 140 bpm</p><p>(MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>5</p><p>-Deambulação: A parturiente poderá locomover-se durante o período de dilatação, até</p><p>a ruptura das membranas, e desde que não esteja sob analgotocia. Depois, será mais</p><p>prudente permanecer no leito, em decúbito lateral, para melhoria das contrações</p><p>uterinas e da oxigenação fetal (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>-Ocitocina: Embora acelere o trabalho de parto, aumentando a intensidade e a</p><p>frequência das contrações uterinas, seu uso deve ser limitado aos casos em que está</p><p>hipoativa a dinâmica da matriz. A perfusão venosa é a única a ser utilizada. A resposta</p><p>do útero à ocitocina, no período de dilatação, é quase imediata. Nunca será irrelevante</p><p>insistir sobre a necessidade imprescindível de observação atenta da perfusão,</p><p>repetindo-se periodicamente a contagem do gotejo, a variar constantemente; é</p><p>fundamental averiguar, repetidamente, a frequência das contrações e sua duração,</p><p>bem como auscultar, cuidadosamente, os BCF (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>E a amniotomia? Deve ser realizada?</p><p>Em 80% dos casos, a ruptura espontânea, com evasão parcial do conteúdo líquido do</p><p>óvulo, ocorre no final da dilatação ou no início da expulsão. A amniotomia pode ser</p><p>utilizada para induzir o parto especialmente quando o colo é favorável. Empregada</p><p>isoladamente é o pior dos procedimentos, pela possibilidade de longo intervalo entre</p><p>a ruptura e o início das contrações. Sua principal indicação é no DPP com o feto morto</p><p>(MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>A gestante nesta etapa pode se alimentar? Quais as condições?</p><p>No momento do trabalho de parto, os alimentos sólidos ficam proibidos, devido aos</p><p>riscos inerentes às anestesias em tais condições. Nas gestantes de baixo risco,</p><p>poderá ser permitida a ingesta de pequenas quantidades de líquidos claros (água,</p><p>sucos de fruta sem polpa e chás), em comum acordo entre o obstetra e o anestesista.</p><p>Contudo, nos casos com maior risco para cesariana (obesas, diabéticas, com via</p><p>aérea difícil), o jejum parece ser a melhor opção. Se houver necessidade de</p><p>hidratação (dias quentes, muitas horas de trabalho de parto), são utilizadas soluções</p><p>glicosadas a 5 ou 10%, por via venosa. Não há, contudo, evidência que suporte o</p><p>jejum universal nas parturientes (MONTENEGRO et al., 2024).</p><p>Devemos utilizar quimioprofilaxia com antibióticos sistêmicos?</p><p>6</p><p>A quimioprofilaxia com antibióticos sistêmicos durante o trabalho de parto é</p><p>recomendada em situações específicas, como em mulheres que têm risco aumentado</p><p>de infecção ou em casos de ruptura prematura de membranas. É válido salientar que</p><p>o uso indiscriminado pode ocasionar resistência bacteriana (MONTENEGRO et al.,</p><p>2024).</p><p>Correlação teórico-prática</p><p>A correlação teórico-prática pode ser realizada uma vez que na disciplina de Clínicas</p><p>Integradas foi abordado o tema fases do trabalho de parto. Além da fase de dilatação,</p><p>o trabalho de parto engloba as seguintes etapas:</p><p>- Expulsão: Inicia-se quando a dilatação está completa e se encerra com a saída do</p><p>feto. Caracteriza-se, fundamentalmente, pela associação sincrônica às metrossístoles</p><p>da força contrátil do diafragma e da parede abdominal, cujas formações</p><p>musculoaponeuróticas, ao se retesarem, formam cinta muscular forte, que comprime</p><p>o útero de cima para baixo e de frente para trás.</p><p>- Secundamento: também chamado decedura e delivramento, é o estágio da</p><p>parturição que se processa após o nascimento do feto e se caracteriza por</p><p>descolamento (dequitação ou dequitadura), descida e expulsão ou desprendimento</p><p>da placenta e de seus anexos para fora das vias genitais.</p><p>- Período de Greenberg: considera a primeira hora após a saída da placenta um</p><p>importante, o qual é caracterizado que pelos riscos de hemorragia e pelo descuido</p><p>quase universal daqueles que acompanham nossas puérperas. Envolve os</p><p>mecanismos de miotamponamento, trombotamponamento, indiferança uterina e</p><p>contração uterina fixa.</p><p>7</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>1- MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia</p><p>Fundamental, 14ª edição . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. E-book. ISBN</p><p>9788527732802. Disponível em:</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/. Acesso em: 29</p><p>conjuntos. 2024.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527732802/</p>