Projeto PUB 1

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<p>1</p><p>Projeto para o PROGRAMA UNIFICADO DE BOLSAS DE ESTUDO PARA APOIO E</p><p>FORMAÇÃO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO (PUB-USP) para QUATRO BOLSAS de</p><p>Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação.</p><p>Título do Projeto: Periferias na Pandemia: gestão de dados em plataforma interativa sobre as</p><p>experiências de (in)segurança humana durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.</p><p>Title: Periphery in Pandemic: data management in an interactive platform about human (in)security</p><p>experiences during the COVID-19 pandemic in Brazil.</p><p>Palavras-Chaves: periferias; pandemia; segurança humana,COVID-19, Brasil.</p><p>Integrado ao projeto guarda-chuva: “As Margens do Estado na Pandemia: experiências e</p><p>narrativas de (in)segurança humana nas periferias brasileiras”.</p><p>Diretor do CCP-NUPRI: Rafael Villa</p><p>Coordenadora/autoria do projeto: Camila Braga; Rafael Villa (supervisão).</p><p>Equipe e coautores do projeto: Ana Maura Tomesani; Joana Ricarte; e Roberta Holanda</p><p>Maschietto.</p><p>Equipe colaboradora da Fundação Perseu Abramo: Paulo Ramos; Victoria Braga.</p><p>Introdução</p><p>Este projeto está vinculado a um projeto mais amplo intitulado “As Margens do Estado na</p><p>Pandemia: experiências periféricas de (in)segurança humana no Brasil”, ao qual solicitamos a</p><p>inclusão de quatro bolsas PUB Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação estarão</p><p>vinculados. A pesquisa busca traçar um diagnóstico da situação das periferias ao longo da pandemia</p><p>de COVID-19 no Brasil a partir de dados primários — em especial testemunhos e documentos de</p><p>imprensa e relatórios — que alimentam um repositório online público, disponível em site previsto</p><p>para ser lançado em junho do corrente ano (Junho/2022).</p><p>Nesse sentido o presente projeto mantém a temática do projeto guarda-chuva e seu objetivo</p><p>geral, conforme expresso a seguir, porém os objetivos específicos foram adaptados às atividades</p><p>dos/as/es bolsistas, considerando, ainda, a fase atual da pesquisa. O projeto original advém de uma</p><p>parceria entre o Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), vinculado ao Núcleo de Pesquisa em</p><p>Relações Internacionais (NUPRI) da Universidade de São Paulo e a Fundação Perseu Abramo (FPA),</p><p>2</p><p>através do Projeto Reconexão Periferias, contando, ainda, com apoio do Center for Human Rights</p><p>and Humanitarian Studies (CHRHS) da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, que financiou</p><p>a construção do site do projeto.</p><p>Sabe-se que a pandemia, em seu primeiro ano, para além das centenas de milhares de mortes,</p><p>causou no Brasil a perda de mais de 11 milhões de postos de trabalho e a queda de 21% na renda do</p><p>trabalhador de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (OIT, 24/01/2021).</p><p>Contudo, os trabalhadores formais e mais qualificados foram menos afetados que os trabalhadores</p><p>menos qualificados e informais, cuja renda foi reduzida em 28%, ainda de acordo com a OIT.</p><p>Relatórios internacionais vêm mostrando que os efeitos da pandemia são sentidos de formas</p><p>diferentes segundo faixas de renda e qualificação.</p><p>A título de exemplo, não é possível ainda avaliar a amplitude do impacto desta crise no ensino</p><p>que, de acordo com a UNICEF (2021), ocasionou que mais de 44 milhões de estudantes do ensino</p><p>fundamental e médio no Brasil fossem privados de pelo menos três quartos do ano letivo desde o</p><p>início da pandemia, posicionando o país como o pior do mundo neste quesito. Contudo, não há</p><p>dúvidas acerca das diferenças vivenciadas pelas famílias com mais e menos condições durante o</p><p>confinamento, visto que as últimas enfrentam desafios acrescidos no que diz respeito ao apoio às</p><p>crianças e jovens, bem como no acesso e condições para o ensino à distância. O aprofundamento das</p><p>desigualdades sociais e de acesso a serviços e bens básicos, que deriva desta situação, afeta</p><p>primordialmente as populações mais vulneráveis.</p><p>Assim, o objetivo central desta pesquisa é compreender de que forma os populações</p><p>periféricas vêm enfrentando a pandemia de COVID-19. O conceito de periferia é entendido aqui de</p><p>forma ampla, não centrado no escopo territorial urbano, mas sim no sentido de grupos que se</p><p>encontram política, econômica e socialmente marginalizados por ações ou inações do Estado, o que</p><p>leva à criação de uma consciência periférica (D’ANDREA, 2020). Neste sentido, grupos periféricos</p><p>incluem periferias urbanas, mas também grupos vulneráveis em zonas rurais, comunidades indígenas</p><p>e quilombolas, sem-teto, dentre outros. Assim, o produto desta indagação é analisado enfocando os</p><p>efeitos da pandemia e sua relação com problemas enraizados que refletem a negação de direitos e</p><p>liberdades básicas às sociedades que vivem à 'margem do Estado'. Este objetivo, bem como a</p><p>definição ampla do conceito de "periferia", aproximou o Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP),</p><p>parte do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (NUPRI) da Universidade de São Paulo,</p><p>com o Projeto Reconexão Periferias, da Fundamentação Perseu Abramo (FPA).</p><p>A parceria com o Projeto Reconexão Periferias nos permite chegar às lideranças locais com</p><p>quem buscamos nos conectar, uma vez que o “Reconexão” abriga uma rede de mais de 800</p><p>movimentos, projetos e organizações locais, formalizados ou não, distribuídos em todo o território</p><p>nacional. Em sua primeira fase, a pesquisa contou com a realização de uma enquete com 80 atores</p><p>deste universo de 800 organizações periféricas, abordando as reflexões destes atores acerca dos</p><p>efeitos da pandemia em suas comunidades, bem como das respostas oferecidas tanto por atores</p><p>3</p><p>estatais quanto por atores da sociedade civil. Neste momento, o projeto entra em sua segunda fase,</p><p>que inclui o lançamento do site do projeto e o levantamento sistemático de testemunhos de atores</p><p>periféricos para compor um repositório online. Este repositório irá incluir áudios, textos, vídeos e</p><p>fotografias enviados pelos participantes, material que ficará disponível para uso de atores diversos,</p><p>desde acadêmicos, ativistas, agentes do estado, ou mesmo leigos interessados no assunto.</p><p>Os quatro candidatos/as/es à bolsa PUB (2022-2023) realizarão a edição, formatação e</p><p>inclusão dos dados objetivos por fontes primeiras no repositório virtual, sendo responsável pela</p><p>gestão dos dados relacionados a esta e por uma primeira revisão do conteúdo, a fim de verificar que</p><p>o material está de acordo com os princípios éticos que balizam a divulgação de dados e informações</p><p>referentes ao projeto e da própria Universidade de São Paulo. Qualquer material sinalizado fora destes</p><p>padrões será analisado pela equipe sênior do Projeto e, caso necessário, descartado. Os DOIS</p><p>bolsistas selecionados também apoiarão na produção de informes, relatórios e publicações destinadas</p><p>à disseminação do projeto.</p><p>2. Objetivo</p><p>Ao se relacionar a crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19 com a já existente</p><p>crise social da matriz estrutural brasileira, observou-se o aprofundamento da extrema desigualdade</p><p>social que persiste no país. A distribuição desigual de recursos destinados a conter o avanço da</p><p>pandemia em território nacional demarca a existência de periferias concretas e simbólicas às margens</p><p>do Estado. Assim, conforme os tópicos abaixo, este projeto está subdividido em um objetivo geral e</p><p>objetivos específicos do projeto e as metas de ação dos/as/es Bolsistas, referente ao cumprimento dos</p><p>objetivos.</p><p>2.1. Objetivo geral</p><p>Entender os diferentes impactos da pandemia nas diversas periferias, bem como as respostas dadas a</p><p>estes efeitos, tanto pelo Estado, quanto pelas próprias comunidades.</p><p>2.2. Objetivos específicos</p><p>1. Entender como diferentes periferias têm vivenciado a pandemia da COVID-19 deflagrada em</p><p>razão do novo coronavírus a partir de suas narrativas.</p><p>2. A partir destas narrativas, repensar conceitos que perpassam a discussão sobre segurança</p><p>humana, como desenvolvimento, paz, conflito, empoderamento, emancipação e cidadania</p><p>e/ou outros que surjam a partir dos</p><p>testemunhos.</p><p>3. Aproximar as vozes das periferias dos círculos acadêmicos tanto no Brasil quanto no exterior,</p><p>tanto por meio da produção acadêmica quanto por meio do compartilhamento dos</p><p>testemunhos sem edições significativas no conteúdo.</p><p>4</p><p>4. Fazer com que as vozes da periferia sejam ouvidas pelo poder público, pela imprensa e pela</p><p>população em geral.</p><p>5. Contribuir para a institucionalização e ampliação da capacidade de resposta emergencial à</p><p>crise atual e novas crises sanitárias nestes espaços de profunda vulnerabilidade social. Em</p><p>especial, ao mapear e viabilizar instâncias de fomento às práticas sociais já em vigor nesses</p><p>espaços como respostas locais à emergência sanitária aprofundada com o crescimento do</p><p>contágio comunitário.</p><p>6. Fomentar canais de diálogo e produzir insumos que possibilitem orientar ações de políticas</p><p>públicas para a melhora das condições socioeconômicas das periferias e para a</p><p>representatividade destas na esfera pública.</p><p>Estes objetivos estão distribuídos em fases distintas relativas à execução do projeto, que estão</p><p>delimitadas a seguir, na metodologia.</p><p>2.3. Metas de ação de cada Bolsista</p><p>1. Em relação ao objetivo específico 1, o bolsista acolherá as narrativas que serão produzidas</p><p>em texto ou áudio e organizará o material (edição e formatação) para sua eventual publicação</p><p>em plataforma digital disponível ao público.</p><p>2. Em relação ao objetivo específico 2, o bolsista, como os demais membros da equipe,</p><p>participará das discussões de equipe e análise dos dados;</p><p>3. Em relação ao objetivo específico 3, o bolsista desenvolverá atividades nas duas linhas, sendo</p><p>primeiro responsável pela gestão dos dados que serão incluídos na plataforma e, com o</p><p>desenvolvimento da pesquisa, participará das produções acadêmicas, envolvendo notas de</p><p>pesquisa, working papers e artigos;</p><p>4. Em relação ao objetivo específico 4, o bolsista contribuirá ativamente para a gestão da</p><p>plataforma digital, sendo responsável por manter e atualizar a base de dados relacionadas aos</p><p>arquivos recebidos por parte de organizações e membros de comunidades periféricas;</p><p>5. Em relação ao objetivo específico 5, o bolsista estará ativamente envolvido na organização</p><p>do mapeamento destas atividades, que integrará a base de dados produzida para a plataforma</p><p>digital;</p><p>6. Em relação ao objetivo específico 6, o bolsista contribuirá na organização de eventos previstos</p><p>no cronograma, como workshops regionais e nacionais, seminários e espaços de diálogo</p><p>virtuais.</p><p>3. Metodologia</p><p>Esta é uma pesquisa qualitativa exploratória que visa obter um panorama das experiências</p><p>periféricas da pandemia de Covid-19 por meio das narrativas de atores locais. Sua abrangência é</p><p>ampla, com foco na escala nacional – os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal –, mas a ênfase está</p><p>5</p><p>na profundidade das narrativas e experiências de um número selecionado de organizações e</p><p>movimentos de base em cada estado. Essas narrativas e experiências comporão um dos resultados</p><p>deste projeto, que é o banco de dados digital com os depoimentos colhidos em cada estado.</p><p>Perguntas como: “Como os atores das periferias têm vivenciado a pandemia e seus efeitos?</p><p>Em que medida sentem que sua segurança, em suas múltiplas dimensões, tem sido afetada pela</p><p>situação de pandemia? Quais as principais dificuldades vivenciadas? Quais as soluções encontradas</p><p>para gerir esta crise?” serão abordadas na análise e sugeridas como possíveis temas a serem</p><p>explorados pelos participantes no âmbito dos depoimentos, através da construção de entrevistas semi-</p><p>ou não-estruturadas, ou então, des-estruturadas (refs.), que permitem o aparecimento de questões</p><p>novas que entrevistas muito controladas podem suprimir.</p><p>Ao mesmo tempo, o projeto também objetiva ações de médio e longo prazo, no sentido de</p><p>conectar estas vozes com agentes públicos e de forma que se pensem linhas de ações conjuntas.</p><p>3.1. Fases da Pesquisa</p><p>No que diz respeito à sua execução, este projeto está dividido em quatro fases principais, que</p><p>estão detalhadas a seguir. Ressalta-se que é transversal a todas as fases do projeto a participação de</p><p>membros do Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP), vinculado ao Núcleo de Pesquisa em</p><p>Relações Internacionais (NUPRI) da Universidade de São Paulo (USP), bem como de membros do</p><p>projeto Reconexão Periferias, da Fundação Perseu Abramo (FPA), parceira desta iniciativa.</p><p>Fase 1: enquete, primeiro levantamento de mídia e construção do site.</p><p>Esta fase vai ser oficialmente concluída em junho deste ano (2022), com o lançamento do site</p><p>do projeto. A enquete foi realizada com 80 participantes, em parceria com a FPA entre outubro de</p><p>2020 e janeiro de 2021 e incluiu seis perguntas (fechadas e abertas) indagando sobre os efeitos da</p><p>pandemia de Covid-19 na comunidade, bem como no funcionamento do movimento/organização de</p><p>base. Os dados foram analisados a partir da identificação de categorias comuns e resultaram na</p><p>elaboração de um capítulo de livro e um artigo. Esta fase possibilitou a identificação de algumas</p><p>tendências relativas aos efeitos da pandemia, que serão exploradas com mais detalhes na fase</p><p>seguinte.</p><p>Nesta fase também teve início a coleta sistemática de notícias de mídia em português,</p><p>espanhol e inglês sobre os efeitos da pandemia nas periferias brasileiras. Este material constitui parte</p><p>do acervo que estará disponível no site do projeto e também entrou na elaboração do capítulo de livro</p><p>publicado em 2022.</p><p>Por fim, neste período foi desenhado e construído o site oficial do projeto, que vai incluir o</p><p>repositório dos testemunhos a serem levantados. A coleta de testemunhos já teve início e inclui relatos</p><p>em audio, texto, vídeo, além de fotografias.Aos participantes é oferecido um breve roteiro de</p><p>possíveis tópicos a serem explorados, apenas para guiar os relatos, porém sem limitá-los ou</p><p>6</p><p>condicioná-los. O referido método das entrevistas ou testemunhos pouco estruturados tem o potencial</p><p>de promover o aparecimento de questões que entrevistas demasiado estruturadas podem suprimir</p><p>(Savin-Baden e Major, 2013), permitindo que as vozes da periferia, suas subjetividades e</p><p>interpretações sobre o contexto recente possam emergir. Como resultado, pretende-se produzir um</p><p>acerto escrito e oral de relatos da crise sanitária associada a COVID-19 nas periferias rurais e urbanas,</p><p>que servirá de base de dados para o futuro, criando uma história oral do tempo presente.</p><p>Fase 2: levantamento de testemunhos, ampliação do acervo e análise dos dados (FASE ATUAL).</p><p>Esta é fase corrente do projeto e responde aos objetivos 1 a 4 do projeto. O lançamento do site</p><p>vai possibilitar a ampla divulgação do projeto, chegando a públicos diversos, tanto da periferia,</p><p>quanto acadêmicos, trabalhadores da área de saúde e de organizações nacionais e internacionais, além</p><p>de quaisquer pessoas interessadas no tema. Esta fase se caracteriza pela intensificação do</p><p>levantamento de dados, tanto no que diz respeito a material de mídia, quanto, em especial, dos</p><p>testemunhos advindos de grupos periféricos. O levantamento de testemunhos se dá, de um lado, pela</p><p>divulgação do site (que contém informações sobre como participar), quanto pela busca ativa de</p><p>participantes, a partir da lista de organizações mapeadas pela instituição parceira, FPA. Já o</p><p>levantamento de mídia será feito pelos pesquisadores e bolsistas associados ao projeto.</p><p>A divulgação e análise de dados terá início nesta fase. À medida em que o material for</p><p>coletado, haverá um processo de preparação e edição para que os testemunhos sejam alocados no site</p><p>para acesso ao público. Ao mesmo tempo, a equipe de pesquisa dará início à análise a partir da</p><p>identificação de temas que surgirem nos testemunhos. Pequenas análises serão realizadas e</p><p>apresentadas no blog do projeto. Esta fase também contempla a produção de working papers para</p><p>discussão com atores diversos em eventos regionais</p><p>e nacionais (ver fase 3).</p><p>Com o intuito de colaborar para a amplificação das vozes da periferia pelo poder público,</p><p>imprensa e público em geral (objetivo específico 4), assim como promover a aproximação das</p><p>periferias dos circuitos acadêmicos nacionais e internacionais (objetivo específico 3), pretende-se</p><p>produzir não apenas material acadêmico mas, também, um meio de compartilhamento desses</p><p>testemunhos sem edição. Para tal, produzir-se-ão documentários no formato de curta-metragem sobre</p><p>os temas abordados nos relatos que poderão ser disponibilizados para consulta pública em uma</p><p>plataforma online, criada para os efeitos propostos neste projeto.</p><p>Fase 3: diálogos nacionais e regionais (construção de saberes) em âmbito nacional.</p><p>A terceira fase deste projeto foi pensada com o intuito de envolver a academia, lideranças</p><p>sociais das diversas periferias representadas no projeto, especialistas em políticas públicas, bem como</p><p>outros atores da sociedade civil, na análise coletiva e dialógica do conhecimento adquirido. Assim, a</p><p>terceira fase do projeto propõe a promoção de diálogos e planejamento estratégico em políticas</p><p>públicas (planos de ação), a partir da organização de workshops de abrangência nacional, em que se</p><p>7</p><p>organizaram mesas de trabalho com a participação de especialistas de diversas áreas com o objetivo</p><p>de pensar políticas públicas. Os resultados preliminares desses diálogos serão disseminados através</p><p>da produção de artigos científicos. Esta fase, que ressalta o caráter de pesquisa-ação subjacente a este</p><p>projeto, relaciona-se com os objetivos específicos 5 e 6, ao promover atividades com o intuito de</p><p>contribuir para a produção de soluções coletivas e eficazes para contextos diversos, bem como</p><p>produzir planos de trabalho tendo em vista uma conexão positiva e permanente entre a comunidade</p><p>científica e os coletivos e organizações da sociedade civil que representam populações</p><p>marginalizadas. Pretende-se, principalmente, pensar novas formas de contribuição possíveis e</p><p>esperadas para o Centro de Estudos em Conflito e Paz (CCP) e seus parceiros no projeto, fazendo a</p><p>ponte de ligação entre o conhecimento acadêmico desenvolvido no âmbito das universidade e sua</p><p>utilidade pública.</p><p>Fase 4: difusão, impacto e internacionalização dos resultados.</p><p>Por fim, a quarta fase do projeto consiste na promoção de ações e difusão de resultados através da</p><p>implementação dos projetos pensados na terceira fase. Para além de buscar disseminar os resultados</p><p>do projeto nas redes de contato dos parceiros e de promover a sua internacionalização, procurará</p><p>também envolver lideranças sociais e políticas diversas, assim como outras Universidades nacionais</p><p>e internacionais. O objetivo principal é a construção de redes de difusão, apoio e solidariedade aos</p><p>projetos em gestação, assim como dar a conhecer o conhecimento gerado no projeto original. Ou seja,</p><p>esta fase pretende conectar a questão sobre como as comunidades periféricas estão a lidar com a crise</p><p>pandêmica através da construção de soluções e alternativas à ação estatal, mas, também, como isto</p><p>se coaduna com os já existentes problemas sociais e econômicos, de segurança e de saúde pública,</p><p>que afetam essas populações.</p><p>Um dos principais produtos desta fase é a publicação de um livro que sintetize os resultados</p><p>do projeto, tendo por foco os próprios testemunhos dos participantes. Este será amplamente utilizados</p><p>fomentar o diálogo entre atores periféricos, acadêmicos, o setor público e demais atores interessados</p><p>no tema.</p><p>Cronograma (Plano de Atividades do Bolsista)</p><p>Fase do Projeto Atividades do Bolsista Resultados Esperados Período</p><p>Set./2021 – Jul./2022</p><p>Fase 1: enquete, primeiro</p><p>levantamento de mídia e</p><p>construção do site.</p><p>Fase concluída no primeiro</p><p>ciclo deste projeto.</p><p>Resultados atingidos:</p><p>enquete, levantamento de</p><p>mídia, análise de dados,</p><p>produção de artigos e</p><p>capítulo de livro,</p><p>construção do site.</p><p>Encerramento em</p><p>junho de 2022, como</p><p>lançamento oficial do</p><p>site</p><p>8</p><p>Fase 2: levantamento de</p><p>testemunhos, ampliação do</p><p>acervo e análise dos dados</p><p>O bolsista acolherá as</p><p>narrativas que serão</p><p>produzidas em texto ou</p><p>áudio e organizará o</p><p>material (edição e</p><p>formatação) para sua</p><p>eventual publicação em</p><p>plataforma digital</p><p>disponível ao público.</p><p>Também irá ajudar na parte</p><p>de levantamento e</p><p>organização de material de</p><p>mídia.</p><p>Produção de materiais para</p><p>o conteúdo da plataforma</p><p>digital, sua manutenção e</p><p>atualização, começo da</p><p>análise de dados para</p><p>produção de working papers</p><p>e material para discussão</p><p>Julho/2022 a</p><p>dezembro/2022</p><p>Fase 3: diálogos nacionais e</p><p>regionais (construção de</p><p>saberes) em âmbito nacional.</p><p>O bolsista contribuirá na</p><p>organização de eventos</p><p>previstos no cronograma,</p><p>como workshops regionais e</p><p>nacionais, seminários e</p><p>espaços de diálogo virtuais.</p><p>Workshops regionais e</p><p>nacionais; seminários</p><p>temáticos (virtuais).</p><p>Janeiro/2023 a</p><p>junho/2023 .</p><p>Fase 4: difusão, impacto e</p><p>internacionalização dos</p><p>resultados.</p><p>O bolsista participará das</p><p>produções acadêmicas,</p><p>envolvendo notas de</p><p>pesquisa, working papers e</p><p>artigos acadêmicos, bem</p><p>como relatórios de avanço</p><p>da pesquisa que poderão ser</p><p>apresentados em simpósios</p><p>e conferências nacionais e</p><p>internacionais.</p><p>Apresentação dos avanços</p><p>da pesquisa em simpósios e</p><p>conferências.</p><p>Apresentar sua produção</p><p>científica sob a forma de</p><p>resumo e apresentação oral</p><p>(em seções e painéis de</p><p>comunicação oral ou em</p><p>exposição de posters) no</p><p>Simpósio Internacional de</p><p>Iniciação Científica e</p><p>Tecnológica da USP –</p><p>SIICUSP.</p><p>Todo o período.</p><p>Referências</p><p>BOURDIEU (2000) Pascalian meditation. Stanford: Stanford University Press.</p><p>9</p><p>BRAGA, C.; TOMESANI, A.M.; RICARTE, J. & MASCHIETTO, R.H. & RUPANI, N. As margens do</p><p>estado na pandemia: experiências periféricas de (in) segurança humana no Brasil, Nota de pesquisa. Sertanias:</p><p>Revista de Ciências Humanas e Sociais, v. 1, n. 1, p. 03-28. Disponível em:</p><p>https://periodicos2.uesb.br/index.php/sertanias/article/view/8272. DOI:</p><p>https://doi.org/10.22481/sertanias.v1i1.8272.</p><p>BRAGA, C.; TOMESANI, A.M.; RICARTE, J. & MASCHIETTO, R.H. Retratos da Sindemia de Covid-19</p><p>no Brasil: (In)Segurança Humana Presença do Estado nas Periferias Brasileiras. In: Aldira G. Duarte e Carlos</p><p>F. D. Avila (orgs.) A Covid-19 No Brasil. Ciência, Inovação Tecnológica E Políticas Públicas. Volume 2.</p><p>Curitiba: Editora CRV, 2022, pp. 171-194.</p><p>CROFT, Stuart; Vaughan-Williams, Nick. 2017. “Fit for Purpose? Fitting Ontological Security</p><p>Studies ‘into’ the Discipline of International Relations: Towards a Vernacular Turn?”. Cooperation</p><p>and Conflict 52(1): 12-30.</p><p>D’ANDREA, TIARAJU. Contribuições para a definição dos Conceitos periferia e sujeitas e sujeitos</p><p>periféricos. Novos estudos CEBRAP, v. 39, p. 19-36, 2020.</p><p>GALTUNG J (1969) Violence, peace and peace research. Journal of Peace Research, 6(3): 167-191.</p><p>GRUFFYDD JONES, Branwen (ed.). 2006. Decolonizing International Relations. Londres: Rowman</p><p>and Littlefield Publishers.</p><p>HUDSON, Heidi. 2018. "Larger than Life? Decolonising Human Security Studies through Feminist</p><p>Posthumanism." Strategic Review for Southern Africa 40 (1): 46-64.</p><p>HYNEK, N.; Chandler, D. (2011) Introduction: emancipation and power in human security. In:</p><p>Chandler, D.; Hynek, N. (eds). Critical Perspectives on Human Security. 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