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<p>Do vírus ao suicídio: O panorama dos óbitos por suicídio por região do Brasil no período pandêmico de( 2018-2022).</p><p>Autor: Rodrigo Mendes Moura Honório</p><p>1- Discente do Curso de Medicina pela Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)</p><p>INTRODUÇÃO: O suicídio é um tema heterogêneo que tem atraído a atenção de várias aéreas acadêmicas. Pode ser descrito como o ato de uma pessoa tirar a própria vida intencionalmente. Fatores como pensamentos suicidas, experiências de vida estressantes recentes(ex: período pandêmico, isolamento social, problemas econômicos), transtornos psicológicos e sentimentos de desesperança são vistos como riscos imediatos que podem desencadear o comportamento suicida. Assim, etiologicamente, o suicídio está associado a uma ampla variedade de fatores que incluem aspectos sociológicos, econômicos, políticos e culturais, além de elementos psicológicos, psicopatológicos e biológicos. A grande maioria dos indivíduos que tentam ou cometem suicídio sofrem de algum distúrbio mental, com a depressão sendo o transtorno mais frequente.O suicídio é o ato deliberado de uma pessoa tirar a própria vida, sendo influenciado por múltiplos fatores, incluindo o ambiente e as circunstâncias vivenciadas. OBJETIVO: Analisar quantitativamente como o suicídio se relaciona por região do Brasil, faixa etária, raça/etnia e sexo notificados em funçãono Brasil no do período de 2018-2022o delimitado. MEÉTODOLOGIA: Estudo epidemiológico descritivo, quantitativo e transversal com base em dados coletados pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).. Os dados foram representados por meio do aplicativo TABWIN versão 4.15 desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS ( DATASUS. Para o cálculo das taxas de suicídio esse cálculo, foram considerados óbitos cuja causa básica foi classificada com os códigos X60-X84 (lesões autoprovocadas intencionalmente) e Y87.0 (sequelas de lesões autoprovocadas intencionalmente), da Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão do( CID-10), excluídos menores de 5 anos de idade. Foram calculadas taxas de mortalidade específicas e ajustadas por idade, por ano, segundo sexo e por regiões no periodo de 2018-2022. RESULTADOS: No período estudado houve 71.849 novos casos de suicídio, sendo o ano de 2022 com mais notificação: 16.462(22,63%). As regiões com mais notificação em ordem decrescente foram SE e NE, com respectivamente 26.280(36,57%) e 16.946(23,58%) no período estudado. Dessa forma, nota-se que a maior região brasileira, Sudeste, se sobressai de maneira quantitativa em maior número de notificações, porém de se for analisado proporcionalmente(numero de notificações/habitante), em 2022, nota-se uma equivalência aproximada: NE(0,000070) em relação à SE(0,000071). Destaca-se que, apesar do aumento gradual em todos os anos do período estudado no país, a elevação de 2020-2021 foi a mais significativa, com um salto de 13.835 para 15.499(12% de acréscimo), em comparação com a segunda maior elevação: de 2021-2022, com o salto de 15.499 à 16.492(6% de acréscimo). Além disso, existe uma diferença discrepante entre o numero de notificação no sexo masculino, com o total de 56.438(78,56%), em comparação ao sexo feminino, com o total de 15.411 (21,44%).Ademais, em relação à faixa etária, tem-se uma predominância na faixa dos 20-29 anos com 14.680 pessoas no período. Somado-se à isso, em relação à etnia, tem-se uma prevalência da raça branca 34.400(47,87%).CONCLUSÃO: Assim, observa-se uma significativa predominância de suicidio no sexo masculino, na faixa etária de 20-29 anos e na etnia branca. Apesar de a região sudeste apresentar um maior número absoluto de suicídios, observou-se que proporcionalmente ao número de habitantes, quando comparada ao nordeste, existe uma equivalência matemática. Destaca-se que o maior aumento foi no ano de 2020-2021. Diante disso, cabe-se inferir que o aumento do estresse com o isolamento social, o período pandêmico, o crescente desemprego e decadência econômica podem ter influenciado direta ou indiretamente nesse aumento do número de suicídio. Somado-se à isso, o fato de uma redução do aumento em 2021-2022, que ocorre de maneira concomitante ao fim da pandemia, corrobora com essa hipótese. Dessa forma, os resultados demonstram a crescente relevância do suicídio como questão de saúde pública no Brasil, especialmente entre as faixas etárias mais jovens. Salienta-se a urgência em preparar as estruturas de saúde para oferecer suporte e cuidados com a saúde mental desde a infância até a adolescência. Além disso, enfatiza-se a importância de iniciativas educacionais e de suporte socioemocional que promovam o desenvolvimento de resiliência e capacidade de enfrentamento diante de frustrações e desafios.Considerando os elementos supracitados, é possível inferir que os desdobramentos sociais, econômicos e psicopatológicos decorrentes do período pandêmico(2020-2021) exerceram influência no incremento das taxas de suicídio, afetando principalmente: homens, brancos entre 20-29 anos. Adicionalmente, a observação de uma diminuição desse aumento no período de 2021-2022, coincidindo com o declínio da pandemia, fortalece essa hipótese.</p><p>Palavras-chaves: suicídio; pandêmico; notificação</p>