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Hard power Em português, é literalmente “poder duro”. Diz respeito ao poder de obrigar alguém a fazer algo, normalmente, por “recompensa, coação ou ameaça”, diz Nye. O cientista político usa em seu artigo um exemplo simples: “Se alguém coloca uma arma contra a sua cabeça, não importa o que você quer ou o que você pensa.” Nas relações entre os países pode equivaler a uma invasão, uma ocupação, um golpe de Estado, uma guerra. Soft power O “poder suave” diz respeito à “habilidade de afetar outros por meio da atração e da persuasão, em vez do ‘hard power’ da coerção e da recompensa. O soft power raramente é suficiente por si só. Mas, quando combinado com hard power, é uma força multiplicada”, diz Nye. Essa estratégia faz uso, por exemplo, de ferramentas culturais para promover um determinado país, como a música, o cinema, o esporte, a língua. Sharp power O sharp power, dizem os autores, “transfixa, penetra ou perfura o ambiente político e informativo dos países alvejados” e se apresenta como mais uma ferramenta de disputa pelo poder entre as grandes potências, somando-se a outros conceitos anteriores. Ele se baseia em estratégias massivas de desinformação com o intuito deliberado de influenciar politicamente países estrangeiros. Uma estratégia antiga, mas renovada O sharp power também pode ser definido, segundo o cientista político, como o “uso pérfido da informação para fins hostis”. Para Nye, “é um tipo de hard power”, não de soft power. A novidade, diz ele, não está na ferramenta em si – cujo emprego foi comum, por exemplo, na Guerra Fria (1945-1991) –, mas “na velocidade com que essa desinformação se espalha e no baixo custo de fazer com que ela se espalhe” nos dias de hoje, sobretudo por meio das redes sociais. Nos anos 1980, a KGB, sigla do serviço secreto soviético, disseminou a informação de que a Aids era um vírus criado pelo governo americano durante experimentos com armas biológicas. O rumor teve início a partir de uma carta anônima enviada a um pequeno jornal da Índia e é, para Nye, um exemplo primitivo do uso do sharp power, em escala analógica. Ele diz que há uma linha tênue entre influência e coação. “Pode ser difícil discernir” soft power de sharp power, diz Nye. A distinção, ele sugere, pode estar no “frame”, na moldura que contém a informação. Por exemplo: quando a agência oficial de informação da China, Xinhua, transmite seu sinal abertamente num determinado país, trata-se de uma estratégia diplomática de soft power. Porém, quando outro órgão de informação chinês, a China Radio Internacional, fornece conteúdo falso e de forma obscura a estações de rádio de outros países, isso é sharp power. No passado, os EUA também cruzaram a linha entre soft e sharp power. Nye cita como exemplos o financiamento americano a partidos anticomunistas ao redor do mundo, durante a Guerra Fria, assim como o apoio da CIA, o serviço secreto americano, à organização anticomunista Congress for Cultural Freedom (Congresso para a Liberdade Cultural), que, no ápice de sua existência, tinha presença ativa em 35 países. Esses são dois exemplos de uso do sharp power pelos EUA. Frequentemente, grandes potências são acusadas de influenciar a política local em outros países por meio do fluxo de informação e, mais recentemente, das redes sociais; ou, de maneira mais direta, financiando organizações locais. Essas acusações aparecem em situações tão diferentes quanto a Primavera Árabe de 2011 e os protestos de 2013, no Brasil. Nenhum dos dois assuntos, no entanto, são mencionados no artigo de Nye. O que chineses e russos têm a ganhar Nye diz que o uso do sharp power pode prejudicar os países alvejados, mas não faz crescer o soft power das nações cujos governos apostam nessa estratégia de desestabilização. Em termos ainda mais simples: o uso de estratégias de sharp power prejudica a imagem de quem recorre às campanhas de desinformação. No ranking chamado “Soft Power 30”, que se propõe a medir o soft power dos 30 países mais influentes do mundo, a China aparece na 25ª posição. A Rússia, na 26ª. “Países [com governos] autoritários, como a China e a Rússia têm problema de gerar seu próprio soft power precisamente por causa de sua incapacidade de dar liberdade aos vastos talentos presentes em suas sociedades civis”, por isso recorrem ao sharp power. Do lado dos países alvejados, Nye alerta que as democracias terão de repensar as ferramentas para responder a esses riscos. Elas devem “assumir postura muito mais assertiva da defesa de seus princípios”, mas não podem responder na mesma moeda, fazendo uso de estratégias semelhantes. “A ideia é não competir com o modelo autoritário do sharp power”, diz Nye, mas seguir promovendo o soft power com base em valores democráticos positivos. Realismo Premissas do realismo: - Natureza humana egoísta (disposição à cooperação apenas quando eu me beneficio mais do que o outro) - Estado centrismo: o Estado é, se não o único, o principal ator das RI- Esfera internacional inerentemente anárquica - Relações entre atores internacionais é um jogo de soma zero - Auto-ajuda Principais autores/livros: - Tucídites (“A história da Guerra do Peloponeso”) - Maquiavel (“O Prncipe”) - Thomas Hobbes (“Leviatã”) - Edward Carr (“20 anos de Crise”) - Hans Morgenthau (“A política entre as nações”) Principais linhas de pensamento de inspiração realista: - Escola Inglesa (chamados também de racionalistas ou liberalismo realista): tenta abarcar tanto premissas realistas, como a anarquia internacional, quanto liberais, como o pluralismo. Argumentam que as ideias (e não a força, como alegam os realistas clássicos) seriam as principais definidores da conduta dos atores nas RI. - Neorealismo/realismo estrutural (livro “Theory of International Politics” (1979) de Kenneth Waltz) aceita a existência de outros atores nas RI que não apenas os Estados, mas defende que a cooperação entre os atores é determinada a partir das capacidades materiais de cada Estado e dos constrangimentos impostos aos Estados pela estrutura internacional. - Realismo defensivo: inspirado na obra de Waltz, entende que os estados promovem políticas de incremento de suas capacidades materiais para manterem sua sobrevivência. - Realismo ofensivo (livro “A tragédia da política das grandes potências (2001) deJohn Measheimer): As políticas internacionais dos Estados visam incrementar suas capacidades materiais não somente para manter a segurança nacional, mas também para aumentar sua capacidade de dominar o sistema internacional. Liberalismo Premissas: - Natureza Humana vista de forma positiva (disposição à cooperação) - Pluralismo de atores (não são apenas os Estados que interagem nas RI) - Anarquia: um mal necessário, diante da impossibilidade prática de estabelecer um ente supranacional - Jogo de soma positiva (vide o comércio internacional). Principais Autores/livros:- Immanuel Kant (“A paz perpétua”) - Hugo Grotius (“Sobre o direito da guerra e da paz”)- Norman Angel (“A grande ilusão”)- Woodrow Wilson (“14 pontos para a paz”) Principais linhas de pensamento de inspiração liberal: - Funcionalismo: a cooperação em temas de “baixa política” (low politics) levaria ao aumento da confiança e à cooperação em temas de “alta política” (high politics). Modelo analítico voltado para interpretação do processo de integração europeu - Neoliberalismo/Liberalismo institucional (livro “power and interdependence” (1977) de Joseph Nye e Robert Keohane): a complexificação da agenda internacional e a crescente interdependência entre os estados e demais atores das RI não permite mais que as questões internacionais sejam resolvidas com base na auto-ajuda e no uso da força - Paz democrática: regimes em que prevalece a democracia e aposição da opinião pública não entrariam em guerra entre si. Uma vez universalizada a democracia, as guerras acabariam Construtivismo Premissas do Construtivismo: - Interesses e identidades dos atores são construídos socialmente - Interações subjetivas agentes estrutura - Anarquia: existiráenquanto os atores desejarem que ela exista Principal autor/obra: - Alexander Wendt (“Anarchy is what States make of it”) - 1992 Pós-positivismo Principais premissas: - Não existe neutralidade científica nas teorias de RI (discursos socialmente construídos) - influência da Escola de Frankfurt) - Cada corrente teórica propõe um discurso que atende a determinados interesses - As teorias das RI não podem ser teorias de solução de problemas ( problem-solving theories). Elas devem ser teorias críticas. - As discussões em RI não podem ter como base os preceitos da observação empírica das ciências naturais (debate epistemológico) Principais correntes do pós-positivismo: - Teoria crítica (Robert Cox) - Teoria feminista - Teorias vinculadas à questões étnicas - Teorias vinculadas ao colonialismo Realismo defensivo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Nas Relações Internacionais, o realismo defensivo é uma variante do realismo político. O realismo defensivo olha para os Estados como players socializados que são os principais atores nos assuntos mundiais. O realismo defensivo prevê que a anarquia no cenário mundial faz com que os Estados tornem-se obcecados com a sua segurança. Isso resulta em dilemas de segurança nos quais a união de um Estado para aumentar sua segurança pode, porque a segurança é soma-zero, resultar em uma maior instabilidade como aquele oponente do Estado responde as suas reduções resultantes de segurança. Entre as teorias mais proeminentes do realismo defensivo está a teoria ofensiva-defensiva que afirma que existe um equilíbrio inerente à tecnologia, geografia e doutrina que favorece tanto o atacante ou o defensor na batalha. A teoria ofensiva-defensiva tenta explicar a Primeira Guerra Mundial como uma situação em que todos os lados acreditavam que o equilíbrio favorecia a ofensiva, mas estavam enganados. Os realistas estruturais defensivos rompem com o outro ramo principal do realismo estrutural, o realismo ofensivo, sobre a possibilidade ou não dos Estados deverem sempre maximizar o poder relativo à frente de todos os outros objetivos. Enquanto os realistas ofensivos acreditam que este seja o caso, alguns realistas defensivos acreditam que o equilíbrio ofensivo-defensivo pode favorecer o defensor, criando a possibilidade de que um Estado possa garantir a sua segurança.[1] Um arsenal nuclear capaz de contra-atacar é muitas vezes considerado supremo na defesa no equilíbrio ofensivo-defensivo, essencialmente pode garantir a segurança para o Estado que possui isso. No entanto, em um mundo multipolar, a capacidade de contra-ataque não oferece as mesmas garantias que oferecia durante a bipolar Guerra Fria. Alguns realistas defensivos também diferem de seus contrapartes ofensivos na crença de que os Estados podem sinalizar suas intenções nos outros Estados. Se um Estado é capaz de comunicar que suas intenções são benignas para o outro Estado, então o dilema de segurança está superado.[2] Finalmente, muitos realistas defensivos acreditam que a política interna de um Estado pode interferir em sua política externa; os realistas ofensivos tendem a tratar os Estados como "caixas-pretas".[3] Nos tempos modernos, vários grupos econômicos e políticos são conhecidos por se beneficiarem dos efeitos do realismo defensivo, tanto em termos de atividade econômica gerada para entregar recursos quanto a tecnologia necessária para aumentar a própria segurança de um Estado em particular, bem como o feedback positivo causado pela desestabilização percebida como uma adversária para a própria segurança pela observação comparativa. Os realistas defensivos proeminentes são: Stephen Walt, Kenneth Waltz, Stephen van Evera e Charles Glaser. A mais recente tentativa de afirmar o realismo defensivo de forma sistemática e rigorosa é a de Shiping Tang, em seu livro, A Theory of Security Strategy for Our Time: Defensive Realism (Palgrave, 2010), embora Tang negara que ele seja um realista defensivo per se. Realismo ofensivo Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. John Mearsheimer, o arquiteto do realismo ofensivo. Nas Relações Internacionais, o Realismo ofensivo é uma variante do realismo político. Como o realismo, o realismo ofensivo diz respeito aos Estados como os principais atores nas relações internacionais. No entanto, o realismo ofensivo adiciona várias hipóteses ao quadro do realismo estrutural. John Mearsheimer desenvolveu esta teoria em seu livro The Tragedy of Great Power Politics. É fundamentalmente diferente do realismo defensivo, descrevendo as grandes potências como revisionistas na maximização de poder, privilegiando o Buck-Passing sob estratégias de Balancing em seu objetivo final de dominar o sistema internacional. A teoria traz contribuições importantes para o estudo e a compreensão das relações internacionais, mas continua a ser a alvo de críticas. Origens teóricas O realismo ofensivo é uma teoria proeminente das Relações Internacionais pertencente a escola realista de pensamento, que inclui várias sub-tendências caracterizadas pelas diferentes perspectivas de estudiosos representativos como Robert Gilpin, Randall Schweller, Eric J. Labs e Fareed Zakaria.[1][2][3] Entretanto, atualmente, a variante mais importante do realismo é a de John Mearsheimer, totalmente desenvolvida em seu livro, The Tragedy of Great Power Politics. [4] Embora a teoria do realismo ofensivo de Mearsheimer não reitere a construção de certas hipóteses elaboradas por realistas clássicos, que se afastam completamente destes argumentos, usa o positivismo como uma filosofia científica pela adição de um sistema centrado na abordagem do estudo do comportamento do Estado na política internacional baseado na estrutura do sistema internacional.[5][6][7] Principais fundamentos O realismo ofensivo é uma teoria estrutural que, ao contrário do realismo clássico de Hans Morgenthau, acusa o conflito de segurança na anarquia do sistema internacional, e não a natureza humana ou as características de cada uma das grandes potências. Em contraste com outras teorias estruturais realistas, o realismo ofensivo acredita que os Estados não estão satisfeitos com uma determinada quantidade de poder, mas buscam a hegemonia (maximização de sua parcela de poder no mundo), para segurança e sobrevivência. John Mearsheimer resumiu essa visão em seu livro, The Tragedy of Great Power Politics: “ Dada a dificuldade de determinar o quanto de poder é necessário para hoje e amanhã, as grandes potências reconhecem que a melhor maneira de garantir a sua segurança é conseguir a hegemonia agora, eliminando assim qualquer possibilidade de ser desafiada por outra grande potência. Somente um Estado sem capacidade deixaria passar uma oportunidade de ser o poder hegemônico do sistema, pois havia presumido que já possuía poder suficiente para sobreviver. ” Este comportamento é conhecido como "maximização de poder". Neste mundo não há tal coisa como o status quo do poder, pois de acordo com Mearsheimer: “Uma grande potência que tem uma vantagem de poder marcado sobre os seus rivais provavelmente se comportará de forma agressiva, porque tem a capacidade, bem como o incentivo de fazê-la.” Os Estados temem uns aos outros, à medida que assumem que as intenções do outro Estado não são benevolentes. Os Estados possuem vários objetivos, mas a sobrevivência é a mais importante. Sempre que os Estados cooperam, essas iniciativas estão condenadas à serem vencidas ou de curta duração, como o medo um do outro, o desejo de hegemonia e de segurança, impulsionada pela necessidade de sobrevivência, acaba por criar tensões fatais. Como Mearsheimer citou na explicação, o realismo ofensivo segue a partir de um núcleo de pressupostos básicos do realismo. Estes são: O sistema internacional é anárquico Os Estados são racionais Os Estados têm a sobrevivência como principal objetivo Todos os Estados possuem a capacidade de lançar uma ofensiva militar Os Estados nunca podem estar certos das intenções dos outros Estados (isto é, todos os Estados estãobuscando segurança) Como o realismo defensivo, o realismo ofensivo postula um sistema internacional anárquico em que as grandes potências são racionais, possuem incertezas das intenções dos outros Estados e são capazes de realizarem uma ofensiva militar para sobreviverem.[8][9] Embora inicialmente fora desenvolvido a partir de proposições semelhantes ao realismo defensivo, o realismo ofensivo de Mearsheimer avança drasticamente para diferentes previsões sobre o comportamento dos Estados na busca de poder na política internacional.[10][11] Principalmente, se afasta do realismo defensivo no que diz respeito à acumulação de poder que um Estado precisa possuir para garantir a sua segurança e da estratégia dos Estados de seguirem um nível satisfatório de segurança. Em última análise, o realismo ofensivo de Mearsheimer traça um retrato muito mais pessimista da política internacional caracterizada pela concorrência de segurança entre os Estados que provavelmente levaria a um conflito e a uma guerra.[12][13] Status Quo vs. Maximização de Poder O realismo ofensivo de Mearsheimer pretende o "viés status quo" da teoria do realismo defensivo de Kenneth Waltz.[14][15] Apesar de ambas as variantes realistas argumentarem que os Estados estão principalmente preocupados com a maximização de sua segurança, elas discordam sobre a quantidade de energia necessária no processo. Ao contrário do realismo defensivo segundo o qual os Estados são forças do status quo que buscam apenas preservar suas respectivas posições no sistema internacional, mantendo o prevalecente equilíbrio de poder,[16][17] os realistas ofensivos reivindicam que os Estados são, de fato, maximizadores de poder revisionistas que abrigam intenções agressivas. Na verdade, no realismo ofensivo, o sistema internacional fornece às grandes potências fortes incentivos para recorrerem à ação ofensiva, a fim de aumentar a segurança e garantir a sua sobrevivência.[17] O sistema internacional caracterizado pela anarquia, a ausência de uma autoridade central capaz de impor regras e punir os agressores, de prever as intenções incertas dos Estados e disponibilizar capacidades militares ofensivas, conduz aos Estados constantemente a temerem uns aos outros e recorrerem a mecanismos de auto-ajuda para garantir a sua sobrevivência.[17] A fim de aliviar esse medo de agressão que cada Estado possui do outro, os Estados sempre procuram maximizar o seu poder relativo, definido em termos de recursos materiais. Como Mearsheimer diz: "eles olham para as oportunidades de alterar o equilíbrio de poder através da aquisição de incrementos adicionais de poder à custa de rivais potenciais",[18] pois "quanto maior a vantagem militar que um Estado tem em relação a outros Estados, mais seguro ele é."[19] [17][20] Os Estados procuram aumentar a sua força militar em detrimento de outros Estados criando um sistema de hegemonia, sendo a única grande potência no sistema, este sendo como seu objetivo final.[21] Mearsheimer resumiu este ponto de vista na seguinte forma: "as grandes potências reconhecem que a melhor maneira de garantir a sua segurança é conseguir a hegemonia agora, eliminando assim qualquer possibilidade de ser desafiada por outra grande potência. Somente um Estado sem capacidade deixaria passar uma oportunidade de ser o poder hegemônico do sistema, pois havia presumido que já possuia poder suficiente para sobreviver."[22] Assim, os realistas ofensivos como Mearsheimer acreditam que a melhor estratégia do Estado para aumentar o seu poder em relação ao ponto de alcançar a hegemonia é confiar em táticas ofensivas. Desde que seja racional para que possam agir de forma agressiva, as grandes potências provavelmente iriam continuar suas políticas expansionistas, o que lhes trará mais perto da hegemonia. Enquanto a hegemonia global é quase impossível de se atingir, devido às restrições de projeção de poder através dos oceanos e as forças de retaliação, os melhores Estados no jogo podem esperar alcançar a hegemonia regional, dominando a sua própria área geográfica.[23][24] Esta busca incessante pelo poder inerentemente gera um estado de "competição de segurança constante, com a possibilidade de uma guerra sempre em segundo plano."[25] Somente a hegemonia regional, uma vez alcançada poderiam fazer das grandes potências, Estados no status quo. Balancing vs. Buck-Passing O realismo ofensivo coloca ênfase na hegemonia como sendo o objetivo final dos Estados, em nítido contraste com a crença do realismo defensivo, em que a sobrevivência do Estado pode ser garantida em algum ponto curto de hegemonia. Em uma visão realista defensiva, os incrementos de segurança com a finalidade de acúmulo de poder experimenta retornos decrescentes marginais de onde os custos eventualmente superam os benefícios.[26] Os realistas defensivos postulam que sob a anarquia existe uma forte propensão para os Estados se envolverem em um Balancing, assumindo a responsabilidade para manter o equilíbrio de poder existente, enquanto também, existe o Buck-Passing, o uso da ameaça contra os Estados em busca de poder, que por sua vez, "pode por em risco a própria sobrevivência do Estado maximizado."[27] Este argumento também se aplica ao comportamento do Estado para com o Estado mais poderoso do sistema internacional, como os realistas defensivos notam que uma excessiva concentração de poder é auto-destrutiva, provocando contra medidas de equilíbrio.[28][29][30] No entanto, Mearsheimer desafia essas afirmações, tornando o argumento de que é bastante difícil estimar quando os Estados chegaram a uma quantidade satisfatória de poder de hegemonia, não é o suficiente para contar muito sobre o equilíbrio como um método de poder de verificação eficiente, devido a problemas de ação coletiva.[31][32] De acordo com ele, quando uma grande potência se encontra em uma postura defensiva tentando evitar que seus rivais ganhem poder às suas custas, pode-se optar por envolver-se em um Balancing ou intervir, ou favorecer o Buck-Passing, transferindo a responsabilidade para que outros Estados atuem, permanecendo à margem da situação. A fim de determinar as circunstâncias em que as grandes potências se comportam de acordo uma com a outra, Mearsheimer se baseia no realismo defensivo de Kenneth Waltz, incluindo uma segunda variável geográfica ao lado da distribuição do poder. Por um lado, a escolha entre o Balancing e o Buck-Passing depende se o sistema internacional é anárquico e bipolar, a arquitetura multipolar provavelmente desequilibraria. Por outro lado, a localização geográfica do Estado em termos de partilha de fronteira e recursos naturais também influenciam a preferência estratégica das grandes potências. Combinadas, estas duas variáveis permitem-lhe estabelecer que as grandes potências tendem a favor, ao contrário do realismo defensivo um Buck-Passing mais equilibrado em todas as instâncias da multipolaridade, exceto para aquelas que incluem um hegemon em potencial.[33][34][35] Em resposta à postura defensiva "os realistas se inclinam para com o comportamento do Estado para com o Estado mais poderoso do sistema internacional", Mearseimer acredita que os Estados ameaçados vão relutantemente se envolver em um Balancing contra possíveis hegemonias, mas que as coalizões de Balancing não são suscetíveis de se aliarem contra uma grande potência que tem conseguido a hegemonia regional.[36] Essa falta de equilíbrio é melhor explicada pela hegemonia regional da recém-adquirida posição de status quo, o que decorre das limitações geográficas sobre a sua capacidade de projeção de poder.[37][38] Em vez de depender de ações ofensivas, o hegemon regional encontra-se numa posição defensiva tentando evitar ameaças à sua condição hegemônica, impedindo o surgimento de todos os concorrentes de pares em outras áreas. Como tal, ele vai se comportar como um balanceador, passar a bola para os vizinhos locais do hegemon potencial e engajar-se em um equilíbrio apenas como um último recurso.[24] Contribuições e críticas O realismo ofensivo de Mearsheimerrepresenta uma importante contribuição para a teoria das relações internacionais mas também gerou críticas importantes. Enquanto as entradas e críticas abaixo fornecem uma boa amostra das contribuições da teoria e do tipo de argumentos que foram abordados contra ele, a listagem deve em nenhum caso ser considerada como exaustiva. Entradas teóricas Em primeiro lugar, os estudiosos acreditam que o realismo ofensivo de Mearsheimer fornece um bom complemento para o realismo defensivo de Waltz. A teoria acrescenta ao argumento dos realistas defensivos "que a estrutura do sistema internacional restringe o comportamento do Estado". Configura para corrigir o status quo viés pertencente ao realismo defensivo, argumentando que a anarquia também pode gerar incentivos para que os Estados maximizem a sua quota de poder, enquanto o realismo ofensivo resolve anomalias que a teoria Waltz não consegue explicar. Principalmente, o realismo ofensivo é capaz de fornecer uma explicação para a quantidade de conflitos que ocorrem entre os Estados no sistema internacional. Como Estados, o realismo ofensivo de Mearsheimer, "alarga o âmbito da teoria neorrealista, fornecendo uma justificativa teórica para o comportamento dos Estados revisionistas."[39] Além disso, esta complementaridade pode significar uma inter-relação teórica com as duas teorias que trabalham em alternância para explicar o comportamento dos Estados, permitindo assim uma "teoria realista estrutural mais completa, que pode mais precisamente explicar o comportamento dos Estados tanto defensivamente quanto ofensivamente."[40] Em segundo lugar, esses estudiosos defendem o argumento de que o realismo ofensivo de Mearsheimer contribui significativamente para a teoria política externa e para a teoria da aliança. Mais especificamente, a teoria de Mearsheimer vai um passo além do realismo defensivo estrutural por teorizar com sucesso tanto a política internacional quanto a política externa. Ao contrário da rejeição do realismo defensivo de Kenneth Waltz como uma teoria capaz de explicar a política externa no topo da política internacional,[41][42] o realismo ofensivo inclui explicações de ambos os resultados internacionais relativos ao nível sistêmico de análise e comportamental do Estado individual..[43][44] Além disso, a inclusão de novas variantes, tais como a inserção da Geografia ao lado da distribuição de poder, aumenta o potencial do realismo ofensivo para fazer suposições específicas sobre perseguir de forma agressiva seus objetivos e recorrerem a estratégias de Balancing e Buck-Passing.[45] Realismo neoclássico Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Realismo Neoclássico é uma teoria nas relações internacionais. É uma combinação das teorias do realismo com o neorrealismo (particularmente realismo defensivo). O Realismo Neoclássico sustenta que as ações de um Estado no sistema internacional podem ser explicados por variáveis sistêmicas (como distribuição de recursos de poder entre outros Estados), bem como variáveis cognitivas (como a percepção e percepção equivocada de pressões sistêmicas, as intenções ou ameaças de outros Estados) e váriaveis domésticas (como as instituições do Estado, as elites e os atores sociais dentro da sociedade), que afetam o poder e a liberdade de ação dos tomadores de decisão na política externa. Enquanto mantém o fiel conceito neorrealista de equilíbrio de poder, o realismo neoclássico ainda acrescenta que os Estados "desconfiam e são incapazes de perceber as intenções de outros Estados", incapacidade de mobilizar o poder do Estado, e o apoio público pode resultar em subexpansão ou comportamento em equilíbrio, levando à desiquilíbrios no sistema internacional, a ascensão e queda de grandes potências, e a guerra: Equilíbrio adequado ocorre quando um Estado corretamente percebe as intenções do outro Estado e os resultados em conformidade. Equilíbrio inadequado ou sobrecarregado ocorre quando um Estado incorretamente percebe o outro Estado como uma ameaça, e utiliza muitos recursos para equilibrar. Isto provoca um desiquilíbrio. Underbalancing ocorre quando um Estado percebe incorretamente o outro Estado como uma ameaça, e utiliza muitos recursos para estabelecer um equilíbrio. Isto provoca um desequilíbrio. Nonbalancing ocorre quando um Estado atinge o equilíbrio e evita "passar a bola" ou aliança como formas de fuga. Um Estado pode optar por fazer isso por uma série de razões, inclusive uma incapacidade de equilíbrio.[1] Neorrealismo ou realismo estrutural O Neorrealismo ou realismo estrutural é uma teoria das Relações Internacionais, descrita primeiramente por Kenneth Waltz em seu livro de 1979, Theory of International Politics.[1] Junto com o neoliberalismo, o neorrealismo é uma das mais influentes abordagens contemporâneas nas relações internacionais; estas duas perspectivas têm dominado as teorias das relações internacionais na última década.[2] O neorrealismo surgiu a partir da doutrina estadunidense de ciência política, e reformula a tradição realista de Edward Hallett Carr, Hans Morgenthau e Reinhold Niebuhr. Os realistas em geral argumentam que o poder é o fator mais importante nas relações internacionais. O neorrealismo é subdividido em ofensivo e defensivo. Índice 1 Origens 2 Teoria 3 Debate acadêmico 3.1 O pensamento realista 3.2 Outras escolas de pensamento 4 Neorrealismo vs. Neoliberalismo 5 Neorrealistas notáveis 6 Ver também 7 Referências 8 Bibliografia 9 Ligações externas Origens O neorrealismo descarta o uso de conceitos essencialistas do realismo clássico como a "natureza humana" para explicar a política internacional. Os pensadores neorrealistas acreditam que as restrições estruturais — não a estratégia, o egoísmo, ou a motivação — irão determinar o comportamento dos Estados nas relações internacionais. Teoria O neorrealismo sustenta que a natureza da estrutura internacional é definida pelo seu princípio de primeira ordem — a anarquia — e pela distribuição de recursos (medidos pelo número de grandes potências no sistema internacional). O princípio de ordem anárquica da estrutura internacional é descentralizada, ou seja, não existe nenhum centro formal de autoridade; cada Estado soberano é formalmente igual no sistema. Estes Estados agem de acordo com a lógica da auto-ajuda, ou seja, os Estados buscam os seus próprios interesses em detrimento dos interesses dos outros Estados. Unidos, os Estados querem, no mínimo, garantir a sua própria sobrevivência, pois este é um pré-requisito para perseguir outros objetivos. Esta força motriz da sobrevivência é o principal fator que influencia o seu comportamento e, por sua vez, garante aos Estados desenvolverem recursos para ofensivas militares ou intervencionismo como meios para aumentar o seu poder relativo. Porque os Estados nunca poderão ter certeza das intenções futuras de outros Estados, pois existe uma falta de confiança entre os Estados que os obriga a estarem em guarda contra perdas relativas de poder que poderiam permitir que outros Estados ameaçassem a sua sobrevivência. Essa falta de confiança, com base na incerteza, é chamada de "dilema de segurança". Os Estados são considerados semelhantes em termos de necessidades, mas não em recursos para atingi-los. A posição dos Estados em termos de habilidades determina a distribuição de recursos. A distribuição estrutural de recursos limita a cooperação entre os Estados, por meio dos temores de ganhos relativos por outros Estados e a possibilidade de dependência para os outros Estados. O desejo e a capacidade relativa de cada Estado constrange um ao outro, resultando em um "equilíbrio de poder", que molda as relações internacionais. Isto também entra no "dilema de segurança", em que todas as nações se enfrentam. Há duas maneiras em que os Estados podem estabelecer um equilíbrio de poder: o equilíbrio externo e interno. O equilíbrio interno ocorre quando as capacidades dos Estados crescem, aumentando o seu crescimento econômico e/ou despesamilitar. O equilíbrio externo ocorre quando os Estados formam alianças para testar o poder dos outros Estados ou alianças mais poderosas. Os neorrealistas afirmam que existem essencialmente três sistemas possíveis de acordo com as mudanças na distribuição de capacidades, definidos pelo número de grandes potências no sistema internacional. Um sistema unipolar que contém somente uma grande potência, um sistema bipolar que contém duas grandes potências e um sistema multipolar que contém mais de duas grandes potências. Os neorrealistas concluem então que um sistema bipolar é mais estável (menos propenso a uma guerra entre as outras potências e uma mudança no sistema), que um sistema de equilíbrio multipolar, porque só pode haver um equilíbrio interno, não externo, pois não existem outras grandes potências com as quais formar alianças.[3] Porque em um equilíbrio bipolar, há menos chances de erros de cálculo e, portanto, menor chance das grandes potências entrarem em guerra.[4] É uma simplificação teórica ideal. Debate acadêmico O pensamento realista Enquanto os neorrealistas acreditam que a estrutura das relações internacionais é o principal ímpeto na busca de segurança, há discordâncias entre os neorrealistas quanto a afirmação de que os Estados simplesmente desejam sobreviver e maximizar o seu poder relativo.[5][6] Os neorrealistas clássicos defendem as ideias de Kenneth Waltz e do realismo defensivo, enquanto os neorrealistas atuais apoiam as ideias de realismo ofensivo de John Mearsheimer. Outras escolas de pensamento Os neorrealistas concluem que a guerra por ser um efeito da estrutura anárquica do sistema internacional, continuará no futuro. Na verdade, os neorrealistas, muitas vezes, argumentam que o princípio ordenador do sistema internacional não mudou fundamentalmente desde o tempo de Tucídides ao advento da guerra nuclear. A visão de que uma paz duradoura não é suscetível de ser alcançada compõe a maioria das teorias das relações internacionais. Um dos principais desafios para a teoria neorrealista é a teoria da paz democrática e o apoio de novas ideias retiradas do livro Never at War. Os neorrealistas respondem a estes desafios argumentando que os teóricos da paz democrática tendem a escolher uma definição de democracia para obterem um [preconceito] empírico. Por exemplo, a Alemanha do Kaiser Guilherme II, a República Dominicana de Juan Bosch ou o Chile de Salvador Allende não são considerados democráticos e os conflitos não se qualificam como guerras para estes teóricos. Além disso, os teóricos democráticos alegam que guerras entre Estados democráticos tendem a serem evitadas por outros Estados abrangidos pelas causas da teoria da paz democrática.[7] Os defensores da teoria da paz democrática veem a expansão da Democracia como uma ajuda para mitigar os efeitos da anarquia.[8] Com democracias suficientes no mundo, Bruce Russett argumenta que "pode ser possível, em parte, substituir os princípios realistas (a anarquia e o dilema de segurança dos Estados), que têm sido a política empregada pelas grandes potências... pelo menos desde o século XVII".[9] John Mueller acredita que não é a expansão democrática, mas sim, outras condições (por exemplo, o poder), que provoca a democracia e a paz.[10] Confirmando o argumento de Mueller, Kenneth Waltz observa que "algumas das principais democracias como a Grã-Bretanha no século XIX e os Estados Unidos no século XX, têm sido um dos Estados mais poderosos de suas épocas".[10] Neorrealismo vs. Neoliberalismo Atualmente existe um extenso debate entre as escolas neorrealistas e neoliberais, que dividem orçamentos científicos, agendas de investigação e escolas pós-modernas ou refletivistas sobre a alma das relações internacionais, cujo desenvolvimento se evidencia entre o racionalismo e o refletivismo, respectivamente. Exemplificando as diferenças entre o neorrealismo e o neoliberalismo, pode-se recorrer ao esquema de David Baldwin: Os neorrealistas consideram que a anarquia limita mais a atuação do Estado do que os neoliberais acreditam. Os neorrealistas consideram que a cooperação internacional é muito mais difícil de se conseguir e manter, e que isso depende mais do poder do Estado do que pensam os neoliberais. Os neoliberais enfatizam os ganhos absolutos da cooperação internacional, enquanto os neorrealistas o fazem com ganhos relativos. Os neorrealistas se perguntam quem ganhará mais com a cooperação internacional, enquanto que os neoliberais estão concentrados em maximizar o nível total de ganhos de todas as partes. Os neorrealistas assumem que, por causa da anarquia, os Estados tendem a estarem preocupados pelas questões de segurança e pelas causas e efeitos das guerras, enquanto os neoliberais se concentram na economia política internacional e no meio ambiente. Assim, cada um tende a ver as perspectivas da cooperação internacional de maneira diferente: estudam mundos diferentes. Os neorrealistas se concentram nas capacidades antes das intenções, enquanto os neoliberais prestam mais atenção as intenções e percepções do que nas capacidades. Os neorrealistas não acreditam nas instituições internacionais e nos regimes que possam mitigar os efeitos limitadores da anarquia na cooperação internacional, enquanto que os neoliberais acreditam que os regimes e instituições possam facilitar a cooperação. Assim, finalmente, o debate ou, para outros, a síntese entre o neorrealismo e o neoliberalismo criou um núcleo rígido da disciplina das Relações Internacionais desde os anos 1980, onde se há desenvolvido a subdisciplina da economia internacional e tende a se direcionar até uma convergência evidente no que e no como, segundo Robert Keohane. Neorrealistas notáveis Robert J. Art Richard K. Betts Joseph Grieco Robert Jervis Christopher Layne Kenneth Waltz Realismo político O realismo político, a abordagem teórica mais tradicional da Ciência Política e, posteriormente, das Relações Internacionais, articula-se em torno de dois conceitos-chave — o poder e o conflito — e identifica a natureza humana como egoísta, predatória e propensa à conquista.[1] Abrange diversas teorias baseadas no pressuposto de que os indivíduos são primordialmente movidos pelo desejo de poder e segurança. Na busca do próprio interesse, os indivíduos acabariam por organizar-se em Estados, os quais também agiriam na busca do próprio interesse nacional, igualmente definido em termos de poder, tanto militar quanto econômico. No contexto de um sistema internacional anárquico (sem um governo ou parâmetros regulatórios das relações) e inseguro, cada um desses Estados deveria então tratar de conter os demais, procurando manter um certo equilíbrio de poder, de modo a minimizar a insegurança ligada a ameaças externas.[2] Segundo alguns autores, o realismo nas Relações Internacionais contrapõe-se ao idealismo[nota 1] e tem sido dominante sobretudo entre os acadêmicos norte-americanos, embora também conte com importantes expoentes na Europa e na América Latina.[3] Índice 1 Origens 2 Notas e referências 2.1 Notas 2.2 Referências Origens A noção de equilíbrio de poder, um dos pilares da teoria realista clássica das Relações Internacionais do século XX, tem suas origens na obra do historiador grego Tucídides (ca. 460 a.C.–ca. 400 a.C.), A Guerra do Peloponeso, um relato da guerra entre as cidades-estado de Esparta (regime autoritário) e Atenas (democracia direta).[1][2] Nessa guerra, que durou 30 anos, ambas as cidades foram destruídas. No âmbito das Relações Internacionais discutem-se as causas dessa guerra em que duas potências mais ou menos equilibradas que desconfiam uma da outra. Atenas queria expandir o seu domínio, pois era imperialista. A obra de Tucídides aborda o funcionamento do mecanismo do equilíbrio de poder, demonstrando as interações e choques entre as cidades gregas.[1] Segundo as concepções do realismo hobbesiano não há forma de se evitar a guerra porque os Estados estão em Estado de Natureza. Comoentidades soberanas, não são submetidos a uma autoridade superior ou a princípios capazes de regular as relações internacionais. O cenário internacional seria, portanto — segundo a análise realista — anárquico, assemelhando-se ao Estado de Natureza de Thomas Hobbes, e a ordem internacional resultaria da dinâmica de competição e choque entre Estados. Mediante um processo de contenção e dissuasão mútuas entre os diferentes Estados produz-se uma condição de estabilidade, evitando-se a ocorrência de guerras constantes. O objetivo seria a estabilidade e não a paz, que é percebida como um objetivo utópico.[1] Maquiavel (século XV) escreve O Príncipe, 25 ensaios em forma de carta, onde conclui-se que os “fins justificam os meios” e, por isso, é preciso utilizar a força quando necessário. Thomas Hobbes diz que os Estados entre si vivem num Estado de Natureza pois lutam para realizarem os seus objetivos (interesses) nacionais. Defende que o Homem está dividido entre desejo e Razão. Dificilmente controlado, o Homem é dominado pelo desejo e a Razão ajuda a controlar esse desejo. O Estado de Natureza pode ser controlado por “Leviatã” (nome do seu livro mais famoso) que é a autoridade. No interior do Estado há uma autoridade que mantém as relações pacíficas entre as pessoas. Segundo Hobbes, nas Relações Internacionais não há “Leviatã”, não há autoridade acima dos Estados. Carl von Clausewitz, general alemão do início do século XIX, escreve “Sobre a Guerra” onde refere que “A guerra é a continuação da política por outros meios”. Escreve que há aqueles que mandam e aqueles que obedecem e que a guerra é um meio para se conseguir obediência, tentativa de se estabelecer essa relação de poder, mas por meio da violência generalizada. “A guerra é um acto Humano”. Reinhold Niebuhr, um padre protestante, escreve “Homem moral e sociedade imoral”, ainda antes da II Guerra Mundial. Tenta-se que a sociedade seja organizada segundo valores morais. Escreve também “Ironia da história Norte-americana” onde diz que a verdadeira razão para a política externa americana são os interesses dos EUA. Nicholas John Spykman, de certa forma o pai da OTAN, é autor do livro “Estratégia Norte-americana na Política Internacional”, de 1942, onde se pode ler que a luta entre Estados é mais ao nível do espaço (território, petróleo, …) para se tornarem mais fortes. Hans Morgenthau, um dos principais teóricos, fundou uma escola sobre política internacional chamada “Power Politics” que é posteriormente seguida por vários políticos norte americanos. Afirma que conquistar é exercer poder. Os Estados lutam pelo interesse nacional ligado aos três elementos centrais do Estado: território, população e governo. Assim, preservar a integridade territorial e assegurar o bem-estar da população são os objectivos principais dos Estados. Morgenthau disse que há uma constante competição pelo poder entre Estados para garantir a segurança e manutenção do território. Assim, os Estados vivem em Estado de Natureza. A confiança entre Estados traduz-se numa cooperação prolongada, uma interrupção da guerra que pode durar mais ou menos tempo. Deve-se procurar o equilíbrio entre os Estados. Após o desaparecimento da URSS, os EUA tornaram-se na única super potência mundial. Raymond Aron, francês intelectual, autor de “Paz e guerra entre Nações”, parte do mesmo pressuposto de todos os realistas. O seu pensamento tem dois elementos distintos mais importantes: Não há lei no mundo que regule as Relações Internacionais, mas há muitas convenções (no entanto, nenhuma delas tem a força de uma lei no interior dos Estados. Existe um Tribunal Internacional que faz parte da ONU que funciona como uma comissão de arbitragem e não como um tribunal. Os Estados que o fundaram não lhe conferiram o poder de um tribunal. Este apenas ouve ambas as partes e dá o seu parecer (opina sobre os conflitos entre Estados). Sendo assim, Raymond Aron diz que não há leis internacionais. A Carta das Nações Unidas é uma espécie de Constituição Mundial que defende que é proibida a utilização de força entre os Estados. A ONU pode utilizar a força de um Estado atacar o outro [reformular sentença] (ex. de Saddam Hussein quando atacou o Kwait). Este pressuposto já foi violado inúmeras vezes e a ONU não pôde fazer nada. O Tribunal de Justiça da UE só julga Estados do território da UE. Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, organismo onde cidadãos de países membros da UE se podem queixar (no Tribunal Internacional só os Estados se podem queixar e não os cidadãos individualmente) Livre recurso à força: só o Conselho de Segurança pode dizer se há agressão ou não. Em Portugal, quem decide se há guerra é o Presidente Da República, chefe das forças armadas. A GNR é comandada pelo Primeiro-ministro. Notas e referências Notas A divisão das vertentes entre realismo e idealismo não é, todavia, consensual na literatura sobre Relações Internacionais, cujas bases se encontram no pensamento do século XV. A classificação aplicada a essas bases acabou por se transmitir ao campo das Relações Internacionais, que só viria a se consolidar como disciplina autônoma no século XX, a partir da ascensão da hegemonia norte-americana.[1] Idealismo (relações internacionais) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Woodrow Wilson, considerado o fundador do idealismo. Na teoria das relações internacionais, o idealismo se refere à escola de pensamento que, na história diplomática dos Estados Unidos, se desenvolveu com base nas ideias de Woodrow Wilson, tanto que é constantemente denominado como wilsonianismo ou idealismo wilsoniano. Teve influência dos pensadores do iluminismo europeu, como Kant, e se contrapõe fortemente ao realismo político. A primeira formulação de uma teoria liberal das relações internacionais ocorreu no imediato pós-Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e foi sintetizada nos 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson, em 1918. O idealismo liberal pretendia entender as causas da guerra e prescrever formas de evitar outro conflito de amplas proporções. Índice 1 Pressupostos 2 Meios de tornar o Sistema Internacional mais cooperativo 3 Os 14 pontos para manutenção da Paz de Woodrow Wilson 4 Referências bibliográficas 5 Ver também Pressupostos Os indivíduos são bons por natureza, seu interesse no bem-estar coletivo estimula o desenvolvimento por meio da cooperação possível. A natureza anárquica do sistema internacional não é imutável e pode ser amenizada ou extinguida com a formação e fortificação de organizações internacionais e do direito internacional. Estados democráticos não buscam a expansão militar e territorial. Estados com instituições não representativas são dominados por elites autoritárias e agressivas, e essas buscam afirmar e aumentar seu poder. É necessário garantir a liberdade individual e proteger os indivíduos dos abusos de poder que os Estados podem empreender. A guerra pode ser evitada. Meios de tornar o Sistema Internacional mais cooperativo Os Estados democráticos dificilmente entram em conflito bélico, então a expansão desse tipo de governo e a promoção de instituições democráticas nos países e fora deles, segundo o idealismo, diminuiria a probabilidade de guerra. A expansão dos Estados governados democraticamente estimula a criação e sustenta a manutenção de organizações e leis internacionais, o que, por sua vez, facilita a difusão da democracia em âmbito internacional, resultando em um círculo virtuoso. O liberalismo econômico cria laços entre povos e países, por meio de cooperação e de comércio internacional, contribuindo para redução e a expansão do poder bélico até o limite da autodefesa. Quando Estados podem obter ganhos políticos ou econômicos simultaneamente por mais de um agente, o caráter de benefício mútuo promove a cooperação entre eles. Apesar de os interesses de diferentes Estados poderem ser antagônicos e conflituosos em algumas ocasiões, quando esses interesses são negociados por sociedades governadas democraticamente,tendem a buscar um equilíbrio nas negociações, assim como acontece com os interesses individuais no mercado. Quando promovidos os verdadeiros interesses nacionais, é possível, com as instituições internacionais (Organização Mundial do Comércio, por exemplo) e o direito internacional como mediadores, buscar a comunicação e o entendimento entre as partes, resultando na redução de hostilidade e guerra. Os 14 pontos para manutenção da Paz de Woodrow Wilson O discurso do dia 8 de janeiro de 1918 é um dos memoráveis episódios da História da Primeira Guerra Mundial. Nesse dia, o presidente norte-americano Woodrow Wilson apresentou uma proposta consistindo em catorze pontos cardeais do que deveria ser a nova ordem mundial. As interpretações da proposta de Wilson correspondem, de certa forma, às questões vinculadas ao debate "realismo versus liberalismo", já que os primeiros consideravam o presidente Wilson um idealista, enquanto os segundos o consideravam um brilhante precursor duma ordem mundial cooperativa. O décimo quarto ponto das propostas wilsonianas pedia que as nações desenvolvidas formassem uma associação com o objetivo de garantir a integridade territorial e a independência política dos países. Essa foi a fracassada Liga das Nações, que, não obstante, figura hoje como modelo precursor das Nações Unidas e primeira experiência liberal do tipo. Embora Woodrow Wilson tenha se esforçado para convencer a população americana da necessidade de se estabelecer uma Liga das Nações, o presidente acabou sofrendo sérios problemas de saúde, sendo obrigado a se retirar de cena, enquanto um congresso cético rejeitava o seu projeto de paz perpétua. Liberalismo republicano O liberalismo republicano é uma teoria das relações internacionais na qual reivindica que as democracias liberais são mais pacíficas que os outros Estados. Isto é explicado como um resultado da existência de políticas domésticas culturais similares, valores morais comuns, cooperação econômica e interdependência. [1] Teoria da paz democrática A teoria da paz democrática, teoria da paz liberal ou simplesmente a paz democrática é uma teoria e a investigação empírica relacionada em relações internacionais, ciência política e filosofia que sustenta que as democracias ou as democracias liberais nunca ou quase nunca entram em guerra umas com as outras.[1] A teoria original e a investigação acerca das guerras foi seguida de muitas teorias semelhantes e investigação relacionada acerca da relação entre a democracia e a paz, incluindo conflitos menores do que guerras também são raros entre as democracias, e que a violência sistemática é em geral menos comum no interior das democracias. Referências Michael Doyle no seu pioneiro trabalho, "Kant, Liberal Legacies, and Foreign Affairs", Philosophy and Public Affairs (1983) 205, 207–208, aplicou a a teoria àqueles chamados "estados liberais" que definiu como "Estados com alguma forma de democracia representativa, uma economia de mercado baseado em direitos de propriedade privada, e proteção constituicional de deireitos civis e políticos." A teoria é ocasionalmente chamada a "Teoria liberal de Paz" Por exemplo, Clemens Jr., Walter C. Teoria da Complexidade como uma Tool for Understanding and Coping with Ethnic Conflict and Development Issues in Post-Soviet Eurasia. International Journal of Peace Studies.[1] Neoliberalismo (relações internacionais) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. No estudo da teoria das Relações Internacionais, o neoliberalismo diz respeito à escola de pensamento que defende a ideia de interdependência complexa, relações de causa e consequência de interdependência entre os governos e as ONGs e demais atores influentes. Assim, quando os atores dependem uns dos outros, o uso da coerção se torna mais custoso. Essa corrente de pensamento trabalha também com o conceito de ganhos absolutos, em contraposição a ideia de ganhos relativos, que advém da ideia vulgarmente denominada de jogo de soma-zero. Além disso discute-se também a Teoria da Paz Democrática, que pressupõe que duas democracias nunca entram em guerra. Essa teoria é comumente confundida com o neoliberalismo econômico, uma ideologia que apesar de usar instrumentais parecidos, como por exemplo a teoria dos jogos, não podem ser confundidas. Influência No pós-guerra fria, essa teoria teve muita influência. Uma corrente que tem suas origens no idealismo kantiano e mantém a premissa de que os Estados devem cooperar e que esses não são os únicos atores das relações internacionais. No entanto, o neoliberalismo é menos utópico que o idealismo. Alguns autores o chamam de neoidealismo. Os pensadores do neoliberalismo nas relações internacionais frequentemente empregam a teoria dos jogos para explicar a cooperação ou não dos Estados. Em resposta ao neorrealismo, o neoliberalismo nega a anarquia natural do sistema internacional na maneira que os neorrealistas a colocam, subjugando os esforços de cooperação. Segundo o ex-agente da CIA Philip Giraldi, as diferenças entre os neoconservadores e neoliberais são na prática irrelevantes atualmente no campo das relações internacionais.[1] Grandes debates A teoria idealista das relações internacionais foi influenciada pela ideologia política de Woodrow Wilson, também chamada de Wilsonianismo. Na teoria das relações internacionais, os "Grandes Debates" referem-se aos muitos desentendimentos entre os estudiosos de relações internacionais.[1] Ashworth descreve como a disciplina de relações internacionais tem sido fortemente influenciada pelas narrativas históricas e que "nenhuma ideia tem sido mais influente" do que a noção de que existia um debate entre o pensamento utópico e o realista.[2] Índice 1 Primeiro Grande Debate 2 Segundo Grande Debate 3 Debate interparadigmático 4 Quarto Grande Debate 5 Crítica 6 Referências 7 Bibliografia Primeiro Grande Debate Ver artigos principais: Idealismo (relações internacionais) e Realismo político O "Primeiro Grande Debate", também conhecido com o "Grande Debate Realismo-Idealismo"[2] foi a disputa entre os realistas e idealistas ocorrida nas décadas de 30 e 40, fundamentalmente sobre o acordo com a Alemanha Nazista.[3][4] Os estudiosos realistas enfatizaram a natureza anárquica das políticas internacionais e a necessidade da sobrevivência do estado. Os Idealistas enfatizaram a possibilidade da existência de instituições internacionais, como a Liga das Nações. Entretanto, alguns argumentam que a definição do debate entre o realismo e o idealismo, em termos de um grande debate, é uma caricatura enganosa, assim descrevem o "grande debate" como um mito.[5][6] Segundo Grande Debate O Segundo Grande Debate foi entre os estudiosos das "relações internacionais científicas" que procuram aperfeiçoar os métodos científicos de pesquisa na teoria das relações internacionais, e aqueles que insistiam em uma abordagem mais histórica/interpretativa da teoria das relações internacionais. O debate é denominado de "realismo versus behaviorismo" ou "tradicionalismo versus cientificismo".[7] Debate interparadigmático Por vezes o debate interparadigmático é considerado como sendo um grande debate. Foi um debate entre o liberalismo, realismo e teorias radicais das relações internacionais.[8] O debate é também descrito como sendo entre o realismo, institucionalismo e o estruturalismo.[9] Quarto Grande Debate O Quarto Grande Debate é um debate entre as teorias positivistas e as teorias pós-positivistas das relações internacionais. Confusamente, ele é frequentemente descrito como o "Terceiro Grande Debate" em virtude daqueles que rejeitam a descrição do debate interparadigmático como um Grande Debate.[10] Este debate preocupa-se com a epistemologia latente das escolas de relações internacionais, bem como é descrito como um debate entre os racionalistas e reflexivistas.[11] O debate foi iniciado por Robert Keohane em um debate na Associação Internacional de Estudos em 1988, e pode ser considerado um debate epistemológico em vez de um ontológico,[12]o que significa dizer, um debate sobre o que podemos afirmar conhecer. Crítica Steve Smith argumenta que as posições divergentes tem ignorado uma a outra, assim não faz muito sentido falar em "debates" entre os quadros teóricos rivais.[13] Realpolitik Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Question book-4.svg Esta página ou secção cita fontes fiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a verificabilidade (desde janeiro de 2011). Por favor, insira mais referências no texto. Material sem fontes poderá ser removido. —Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico) Realpolitik (do alemão real "realístico", e Politik, "política") refere-se à política ou diplomacia baseada principalmente em considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas. O termo é frequentemente utilizado pejorativamente, indicando tipos de política que são coercitivas, imorais ou maquiavélicas. Pensadores como Maquiavel e Nietzsche defendem a Realpolitik como um tipo de realismo político segundo o qual as relações de poder tendem a solapar todas as pretensões de fundamentação moral, num tipo de ceticismo moral análogo ao do argumento de Trasímaco na República de Platão.[1] Henry Kissinger conceitua Realpolitik como sendo "política exterior baseada em avaliações de poder e interesse nacional".[2] Índice 1 Origem e uso do termo 2 Realpolitik em contraste com políticas de ideologia 3 Realpolitik e realismo político 4 Referências 5 Bibliografia Origem e uso do termo O termo foi colocado por Ludwig August von Rochau, escritor e político alemão do século XIX, seguindo a idéia de Klemens Wenzel von Metternich de achar caminhos para equilibrar as relações de poder imperialista ao nível europeu. Equilibrar tal poder para manter a pentarquia européia era o meio de manter a paz, e cuidadosos praticantes de Realpolitik tentaram evitar corridas armamentistas. Na sua acepção estadunidense, o termo é geralmente similar a Machtpolitik, enquanto na Alemanha, Realpolitik descreve políticas mais modestas (realistas), opondo-se a políticas "superprotetoras", mas geralmente irrealistas, apesar de ser associado ao nacionalismo do século XIX. O mais famoso adepto alemão da Realpolitik foi Otto von Bismarck, Chanceler do Reino da Prússia (1862 - 1870) de Guilherme I. Bismarck utilizou Realpolitik para assegurar maioria da Prússia na Alemanha, manipulando questões políticas como a de Schleswig-Holstein e a candidatura de Hohenzollern, em antagonismo com outros países, possivelmente com intenções bélicas. Uma característica da ação política de Bismarck era a ação quase maquiavélica, sem dar muita importância a questões éticas, morais ou legais. O movimento aparentemente ilógico da Prússia de não requerer território de uma Áustria derrotada - uma ação que posteriormente levou à unificação da Alemanha - é um dos exemplos mais citados de Realpolitik. De modo análogo, no Partido Verde Alemão, pessoas que procuram acordos são chamadas de Realos(realistas), enquanto os opositores são os Fundis(fundamentalistas ou ideologistas). Realpolitik em contraste com políticas de ideologia A Realpolitik foi formalmente introduzida na Casa Branca no governo de Nixon por Henry Kissinger. Nesse contexto, a política significava lidar com outras nações poderosas de uma maneira prática, em detrimento de uma base de política doutrinária ou ética - por exemplo, as ações diplomáticas de Nixon com a República Popular da China, apesar de a doutrina estadunidense ser contrária ao comunismo e apesar da política de contenção do expansionismo soviético, formulada por George F. Kennan.[3] Outro exemplo é a "política de sonda" de Kissinger, na guerra entre árabes e israelitas de 1973, quando ele persuadiu os israelitas a se retirarem do Sinai em respeito à conjuntura internacional derivada da crise do Petróleo. A Realpolitik é distinta da política ideológica por não seguir um número prefixado de regras, tendendo a ser orientada a resultados e limitada somente por exigências práticas. Como a Realpolitik é direcionada através dos mais práticos mecanismos de assegurar interesses nacionais, pode às vezes requerer que o sacrifício de princípios ideológicos. Por exemplo, os EUA, nas administrações Nixon e Reagan, frequentemente apoiavam governos que violavam os direitos humanos, para assegurar o interesse nacional norte-americano de estabilidade regional. Opositores freqüentemente classificavam estas atitudes como imorais, enquanto situacionistas replicavam com o argumento de que estariam apenas operando dentro dos limites práticos. Mais recentemente, o ex-embaixador estadunidense Dennis Ross associou essa idéia à política internacional, em seu livro de 2007 Statecraft: And how to restore America's standing in the world. Em oposição à Realpolitik, políticas ideológicas tendem a favorecer princípios ideológicos acima de outras considerações. Tais grupos (teoricamente) rejeitam compromissos que, a seu ver, vão contra os seus ideais e, então, sacrificam ganhos políticos de curto prazo em favor de suas idéias. Realpolitik e realismo político Uma política externa guiada pelos princípios de Realpolitik também pode ser descrita como uma política externa realista. Realpolitik pode ser considerada como um de seus fundamentos do realismo político. Ambos implicam power politics mas Realpolitik seria como um guia prescritivo para a formulação de políticas (a exemplo da política externa), enquanto o Realismo é um paradigma que inclui uma grande variedade de teorias que descrevem, explicam e predizem as Relações Internacionais. Realpolitik também visa o equilíbrio de poder entre estados-nações, o que também é um assunto central do Realismo. Ambos implicam operações políticas, de acordo com a crença de que a política é baseada na perseguição, posse e aplicação do poder. Por isso, corre um risco de cometer crimes em tempos de guerra.