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<p>9</p><p>UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES</p><p>DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS</p><p>JORDANA PERDONSINI</p><p>IGUALDADE ISONÔMICA E POLÍTICAS PÚBLICAS: UM MECANISMO DE EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DE CIDADANIA DAS MULHERES AGRICULTORAS FAMILIARES</p><p>SANTO ÂNGELO</p><p>2013</p><p>JORDANA PERDONSINI</p><p>IGUALDADE ISONÔMICA E POLÍTICAS PÚBLICAS: UM MECANISMO DE EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DE CIDADANIA DAS MULHERES AGRICULTORAS FAMILIARES</p><p>Trabalho Avaliativo da disciplina de Metodologia Cientifica do Curso de Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões.</p><p>ORIENTADOR: Ms. FÁBIO CÉSAR JUNGES</p><p>SANTO ÂNGELO</p><p>2013</p><p>JORDANA PERDONSINI</p><p>IGUALDADE ISONÔMICA E POLÍTICAS PÚBLICAS: UM MECANISMO DE EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DE CIDADANIA DAS MULHERES AGRICULTORAS FAMILIARES</p><p>Trabalho Avaliativo da disciplina de Metodologia Cientifica do Curso de Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões.</p><p>Santo Ângelo, 13 de setembro de 2013.</p><p>______________________________</p><p>Ms. Fábio César Junges – Orientador – URI</p><p>_________________________________</p><p>Dr. Rosângela Angelin – Leitor – URI</p><p>_________________________________</p><p>Ms. Jacson Roberto Cervi– Leitor - URI</p><p>Dedico este trabalho aos meus pais Jair e Rosana.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Primeiramente, agradeço á Deus, pela minha vida e por me dar força de vontade para alcançar meus sonhos.</p><p>Também aos meus pais, pelo incentivo que sempre me deram.</p><p>“O saber a gente aprende com os mestres e os livros, A sabedoria, se aprende é com a vida e com os humildes.” (Cora Coralina)</p><p>RESUMO</p><p>A igualdade isonômica, como sendo um dos principais fundamentos republicanos apregoados pela Constituição Federal de 1988 é também um princípio norteador do Estado Democrático brasileiro. Com isso, tanto o Estado, quanto Movimentos sociais se ocupam com a efetivação da isonomia, principalmente, através de políticas públicas governamentais. Nesse sentido, se questiona sobre qual a influência das políticas voltadas para mulheres agricultoras, implementadas pelo Governo Federal, a partir da Constituição Federal de 1988, na efetivação de direitos de cidadania das mulheres e na promoção da igualdade isonômica nas relações de gênero. Percebe-se que com o passar do tempo foram obtidas diversas políticas públicas direcionadas às mulheres, que organizadas através de movimentos sociais exigiram a efetivação definitiva da isonomia de gêneros e forçaram o Estado a assumir maior comprometimento no reconhecimento das mulheres como cidadãs. O método de procedimento adotado nesta pesquisa envolve uma abordagem sócio-histórico-analítica, sendo que a metodologia de abordagem é a dedutiva e a técnica da pesquisa abrange documentação indireta.</p><p>Palavras-chave: Igualdade isonômica. Constituição Federal de 1988. Políticas Públicas. Mulheres Agricultoras e Efetivação de Direitos.</p><p>ABSTRACT</p><p>Equality isonomically, as one of the main foundations Republicans touted by Federal Constitution of 1988 is also a guiding principle of the state Democratic Brazil. Thus, both the state, and social movements dealing with the realization of equality, primarily through governmental policies. Accordingly, questions remain about the influence of policies for women farmers, implemented by the Federal Government, from the Constitution of 1988, in the realization of citizenship rights of women and the promotion of equality in gender relations isonomically. It is noticed that with the passage of time were obtained various public policies aimed at women who organized through social movements demanded the ultimate realization of equality of genders and forced the state to assume greater impairment in the recognition of women as citizens. The method of procedure adopted in this research approach involves a socio-historical and analytical, and the methodological approach is deductive and technical research covers indirect documentation.</p><p>Keywords: Equality isonomically; Constitution of 1988, Public Policy, Women Farmers and Enforcement of Rights.</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO.....................................................................................................................</p><p>09</p><p>1 IGUALDADE ...................................................................................................................</p><p>10</p><p>1.1 Princípios apregoados na Constituição de 1988.......................................................</p><p>10</p><p>1.2 Igualdade formal e material........................................................................................</p><p>10</p><p>2 DESIGUALDADE NAS RELAÇÕES DE GÊNERO.......................................................</p><p>11</p><p>2.1 Relações das famílias rurais.......................................................................................</p><p>11</p><p>2.2 Políticas públicas.......................................................................................................</p><p>12</p><p>CONCLUSÃO....................................................................................................................</p><p>14</p><p>REFERÊNCIAS..................................................................................................................</p><p>15</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>As mulheres a parir de Movimentos Feministas e de Mulheres, se tornaram nas últimas décadas, um destaque no cenário brasileiro, pela audácia de exigir a efetivação da isonomia nas relações de gênero, em diversos âmbitos sociais, e também por demonstrar que é possível a construção de relações de gênero baseadas na equidade, bem como, estas tem forçado o Estado a assumir uma atitude mais contundente no reconhecimento das mulheres como cidadãs. A partir disso, é de importância destacada, pesquisar sobre a influência das políticas voltadas para mulheres agricultoras, implementadas pelo Governo Federal a partir da Constituição Federal de 1988, na busca da efetivação de direitos de cidadania das mulheres e, também na promoção da igualdade isonômica nas relações de gênero.</p><p>Em suma a presente pesquisa tem como objetivos estudar os princípios estabelecidos na Constituição de 1988 referentes à isonomia nas relações de gênero, os objetivos das ações de Movimentos Sociais voltados para as mulheres que vivem na agricultura; elencar as políticas públicas implementadas pelo Governo Federal para as mulheres agricultoras familiares, desde a Constituição Federal de 1988 e, ao mesmo tempo, demonstrar a influência destas políticas públicas na emancipação, no empoderamento, na participação da vida pública destas mulheres da agricultura familiar, bem como sua contribuição para a efetivação da igualdade isonômica nas relações de gênero e no acesso de direitos de cidadania.</p><p>1 IGUALDADE</p><p>No mundo contemporâneo existe uma grande desigualdade entre as classes sociais. Há aqueles que têm muito e aqueles que nada têm, a partir dessa desigualdade, muitos conceituaram a palavra igualdade, enquadrando seus próprios princípios.</p><p>A conceituação da igualdade provoca posições extremadas, os nominalistas defendem a ideia de que o universo tem por característica a desigualdade, e que desta forma a igualdade passa a ser um simples nome, sem significação. De encontro, os idealistas, postulam a igualdade absoluta entre os indivíduos. Também existe a posição realista, que reconhece que as pessoas são desiguais a partir de variados aspectos, mas também descrevê-las como sendo iguais, pois possuem o mesmo sistema de características que proporciona a aptidão para existir. “Aristóteles vinculou a ideia de igualdade à justiça, mas, nela, trata-se de igualdade de justiça relativa que dá a cada um o seu, uma igualdade impensável sem a desigualdade complementar [...]”. (SILVA, 2004, p. 212).</p><p>1.1 Princípio apregoado na Constituição de 1988</p><p>Por ser um fundamento do Estado Republicano, a igualdade foi um dos valores estabelecidos na Constituição Federal de 1988. Deste modo, não pode se vislumbrar a igualdade num sentido individualista, mas sim, deve-se levar em conta</p><p>as diferenças existentes entre grupos sociais, para então, através da ação estatal, propiciar mecanismos que garantam o acesso de grupos vulneráveis aos direitos de cidadania. Neste sentido, as políticas públicas tem se demonstrado bastante eficazes para corrigir problemas sociais diversos que vão desde a seara econômica até a cultural e étnica.</p><p>1.2 Igualdade formal e material</p><p>Em contraposto ao critério de injustiça prevalecente, atualmente, foram ajustadas as concepções de igualdade e justiça. Essas foram classificadas em formal e real ou material. A igualdade formal ou real defende o pensamento de que todos os indivíduos devem ser tratados de forma igualitária, já a material deve se tratar cada indivíduo de acordo com as suas particularidades. (SILVA, 2004, p. 212).</p><p>2 DESIGUALDADE NAS RELAÇÕES DE GÊNERO</p><p>Ao abordar a questão da isonomia nas relações de gênero, é importante ter presente que, o que são naturais nas relações de gênero são as diferenças biológicas entre homens e mulheres. Porém, no momento em que estas diferenças são motivos para tratamentos desiguais opressivos e privilegiados se está diante da geração de desigualdades e consequentes opressões. Assim, a naturalização da situação de opressão vivenciada pelas mulheres foi uma construção eficiente, no decorrer dos milênios, desenvolvida também através dos costumes e mitos, que reforçam o papel de submissão imposto às mulheres (MACLAREM, 1997, p. 162-167).</p><p>Ao analisar-se a história da humanidade, percebe-se que as relações de gênero, ou seja, as relações entre homens e mulheres, foram firmadas ao longo dos tempos, configurando-se como construções culturais de identidades masculinas e femininas, envolvendo, para tanto, relações de poder, o que resultou na opressão e submissão das mulheres e na naturalização dessas relações, fazendo com que o reconhecimento das mulheres na sociedade seja um reconhecimento equivocado. (WOLF, 1994, p. 96-98).</p><p>No decurso do tempo, as diferenças biológicas foram sendo motivos de desigualdade nas relações de gênero, aprofundadas pela organização patriarcal da família e da sociedade. Neste contexto, não se pode olvidar o período da Idade Média, onde se vivenciou uma tentativa de extermínio de saberes femininos milenares, fruto de uma massiva campanha realizada pela Igreja, pelo próprio Estado e pela classe dominante contra as mulheres, em especial as camponesas, baseada em uma perseguição de caráter religioso, político e sexual. Assim, intensificou-se, neste período, a dominação masculina.</p><p>2.1 Relações das famílias rurais</p><p>Mesmo diante de um contexto de submissão, a busca por emancipação e do empoderamento das mulheres tem avançado muito nas últimas décadas. A busca por dignidade feminina e por direitos de cidadania ecoou no Brasil, através de Movimentos Feministas e Movimentos de Mulheres influenciados por igrejas cristãs e pastorais sociais, ancoradas na Teologia da Libertação. O Movimento de Mulheres surge embasado por demandas concernentes, principalmente, aos direitos de pequenos grupos de áreas específicas, como, por exemplo, o movimento de mulheres rurais, indígenas, negras e empregadas domésticas. Estes grupos, mesmo lutando por demandas e ações muitas vezes distintas, juntaram-se ao Movimento Feminista, “[...] no final da década de 1970, para lutar por bandeiras comuns envolvendo a busca de direitos para as mulheres”. (ANGELIN, 2010, p. 92)</p><p>Nota-se que, nas relações das famílias rurais, ainda prevalece o conservadorismo patriarcal, onde as mulheres recebem um percentual de trabalho maior do que os homens, sendo responsáveis não somente das tarefas domésticas, como também pelas tarefas das lavouras, entre outros afazeres. A partir disso, pode se perceber que há uma redução significativa na participação, dessas mulheres, na vida pública e também no acesso às políticas governamentais.</p><p>2.2 Políticas Públicas</p><p>O princípio da igualdade material estabelecida pelo Art. 5º caput da Constituição Federal de 1988, engloba a ideia de equiparar as condições entre mulheres e homens, procurando criar uma estratégia para eliminar obstáculos e garantir o acesso das mulheres a determinados bens e espaços do mundo público até então limitados ou negados a elas. Pode-se afirmar que a ideia de que homens e mulheres são iguais em direitos e deveres, deixa de ser consolidada quando é constatada, “[...] em virtude de suas características biológicas e por fatores culturais, a discriminação da mulher no ambiente familiar, social e de trabalho”. Considerando que a positivação jurídica de normas “[...] não é suficiente para a efetivação da dignidade da pessoa humana, percebe-se a necessidade de serem implantadas políticas públicas” que venham corrigir essas situações. (CUSTÓDIO, 2008, P. 248).</p><p>As políticas públicas de ação afirmativa são iniciativas de ordem governamental e não governamental com a finalidade de adotar medidas que visem à equidade de tratamento entre pessoas que ocupam posições desiguais. Essas ações promovem um tratamento diferenciado a certos grupos que estejam em desvantagem de condições e oportunidades sociais em relação a outros grupos. Prevêem, portanto, que seja alcançado o equilíbrio das relações sociais entre os diversos grupos da sociedade, colocando-as em mesmo patamar de igualdade de oportunidades. (CUSTÓDIO, 2008, p. 248).</p><p>Nos últimos tempos, foram obtidas diversas políticas públicas direcionadas às mulheres agricultoras familiares. O Governo Federal brasileiro busca efetivar de fato os princípios estabelecidos na Constituição Federal de 1988, que visam à efetivação da isonomia entre os gêneros. Porém, percebe-se que existem fatores limitantes para a efetivação desta intenção governamental.</p><p>No mundo rural, tanto a exploração de classe quanto a opressão de gênero, assim como a discriminação racial, foram muito marcantes ao longo da história. Basta lembrar que a legislação trabalhista só atingiu os trabalhadores rurais no início dos anos de 1960, depois de muitas lutas e determinação, encontrando feroz resistência do patronato, que insistia em manter a exploração, o poder e os privilégios inalterados. (LIMA, 2006, p. 101).</p><p>A efetivação da igualdade isonômica vem sendo destaque no cenário brasileiro e também tem sido um tema na pauta de movimentos sociais brasileiros e dos Governos em todas as esferas: de um lado estão os movimentos cobrando a posição do Estado na criação e efetivação de ações estatais capazes de garantir o acesso a diretos de cidadania para grupos minoritários; de outro lado, encontra-se o Estado, buscando cumprir sua função prestativa através da criação de políticas públicas e leis que implementem a isonomia, viabilizando direitos de cidadania.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>No momento em que se propõe a trabalhar as políticas públicas voltadas para as mulheres agricultoras, é de suma importância buscar dados históricos que demonstrem a forma como as mulheres vêm sendo reconhecidas na sociedade, o que tem gerado processo de profunda desigualdade nas relações de gênero, a fim de se demonstrar que a submissão e menosprezo relativo às mulheres não é algo natural, mas sim, um ideologia construída com o passar dos tempos. Para isso, estudar como elas se organizaram e seguem se organizando em Movimentos Sociais para buscar direitos de cidadania no espaço público, revela que a situação humana pode ser sim modificada e que, a busca da equidade nas relações de gênero é possível.</p><p>Deste modo, percebe-se que, diante da vulnerabilidade e do tratamento desigual, das mulheres na sociedade e, a partir do previsto na Constituição Federal de 1988, no inciso I, do Art. 5° que estabelece a igualdade entre os gêneros, as mulheres reivindicam seus direitos e cobram a responsabilidade do Estado de desenvolver políticas públicas que acabem com essa desigualdade.</p><p>Constata-se que, somente através da atuação positiva de movimentos de mulheres e de movimentos feministas foram alcançados, vários direitos de cidadania e acesso à vida pública, que ainda não haviam sido, de fato, efetivados. Porém, ao se</p><p>tratar das mulheres trabalhadoras na agricultura familiar, o que se pode perceber é que o grau de emancipação, empoderamento e participação da vida pública ainda é bastante reduzido, em relação das mulheres que vivem em espaços urbanos. Ao mesmo tempo, é clara a contribuição das políticas públicas governamentais para garantir os direitos de cidadania destas mulheres e inseri-las na vida pública.</p><p>REFÊRENCIAS</p><p>ANGELIN, Rosângela; MADERS, Angelita Maria. A construção da equidade nas relações de gênero e o movimento feminista no Brasil: avanços e desafios. In: Cadernos de Direito. Volume 10 – nº 19 – jul.-dez. 2010. Piracicaba, 2010.</p><p>COSTA, Marli Marlene Moraes da PORTO, Rosane Teresinha Carvalho; REIS, Suzéte da Silva. (Org.). Direito, Cidadania e Políticas Públicas IV. Curitiba: Multidéia, 2010.</p><p>CUSTÓDIO, André Viana; LIMA, Fernanda da Silva. As políticas públicas para a concretização dos direitos de crianças e adolescentes negros no Brasil. In: WOLKMER, Antonio Carlos; VIEIRA, Reginaldo de Souza (Org.). Estado, Política e Direito: relações de poder e políticas públicas. Criciúma, 2008.</p><p>ROSSI, Andrio Dione. Igualdade formal x Igualdade Material. Disponivel em:</p><p>. Acesso em: 16 de set. de 2013.</p><p>SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 23° ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda. 2004.</p><p>PERDONSINI, Jordana. Relações de gênero. Jornal Jurídico, Giruá, p.2-3, mar. 2013.</p><p>INTEGRANTES DO GRUPO: CAROLINE PALHANO, JOÃO PAULO E JORDANA PERDONSINI.</p>

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