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<p>FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE – FAVENI</p><p>PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PENAL</p><p>DAIANY FREIRE PEREIRA</p><p>COMPLIANCE CRIMINAL</p><p>Trabalho de pesquisa apresentado a título de</p><p>cumprimento do Programa de Pós-graduação</p><p>Stricto Sensu da Faculdade de Venda Nova do</p><p>Imigrante – FAVENI.</p><p>GURUPI-TO</p><p>2021</p><p>COMPLIANCE CRIMINAL</p><p>PEREIRA, Daiany Freire¹. (¹Pós Graduanda da Faculdade de Venda Nova do</p><p>Imigrante – FAVENI).</p><p>RESUMO- A prevenção da corrupção é e deve continuar a ser um dos objetivos da aplicação da lei</p><p>penal. A pesquisa aborda através do fundamento legal a relação entre o compliance criminal e a</p><p>corrupção. Este artigo tem como objetivo analisar o instituto Criminal Compliance como resposta</p><p>às novas necessidades decorrentes da sociedade, e a importância do direito penal e a adoção de</p><p>normas preventivas no combate a novos crimes, procurará analisar o surgimento do criminal</p><p>compliance. Para tanto, será feita uma breve análise do surgimento deste, no Brasil por meio da Lei</p><p>nº. 9.613 / 98, mais conhecida como “Lei da Lavagem de Dinheiro”. O presente trabalho tem como</p><p>técnica de pesquisa a referência bibliográfica e como meio de pesquisas, sites de busca, livros,</p><p>artigos científicos e a norma brasileira. Busca-se apresentar e conceituar o compliance, com a</p><p>intenção de consagrá-lo a um estudo mais profundo pelos acadêmicos e profissionais com a</p><p>intenção.</p><p>Palavras-chave: Compliance Criminal. Crimes. Lavagem de Dinheiro.</p><p>___________________</p><p>1daianyfreire93@gmail.com</p><p>5</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Ao analisar e compreender a definição de uma sociedade global, surgem</p><p>várias questões nas quais o estudo jurídico deve se basear. É importante notar que,</p><p>no campo penal, a complexidade das relações, especialmente as relacionadas com</p><p>a atividade económica e o surgimento de novos métodos tecnológicos, tem</p><p>determinado, ao longo dos anos, um aumento das capitulações típicas,</p><p>especialmente no âmbito empresarial. Os benefícios decorrentes dos avanços</p><p>tecnológicos trouxeram consigo, em decorrência de uma sociedade pós-industrial,</p><p>a noção de riscos, os quais estão vinculados a eventos futuros e previstos,</p><p>potencialmente evitáveis ou mitigáveis.</p><p>Nesse cenário, os defensores da modernização do direito penal defendem a</p><p>ampliação do modelo clássico do crime, com foco no crime individual, para uma</p><p>perspectiva voltada para o crime coletivo, bem como para a proteção dos bens</p><p>jurídicos intangíveis e supra-individuais, como a ordem econômica, que faz parte</p><p>da atividade econômica. Diante de um Estado cujos tentáculos repressivos se</p><p>expandem, há uma clara preocupação, principalmente no âmbito empresarial, em</p><p>prevenir possíveis responsabilidades criminais.</p><p>Neste contexto, é instituído o Instituto de Compliance, que estabelece o</p><p>cumprimento de compromissos por parte das pessoas coletivas, para que estas,</p><p>através da autorregulação regulamentada, assumam a responsabilidade de apurar</p><p>internamente as práticas incorretas ligadas ao seu negócio, prevenindo assim os</p><p>crimes. O Criminal Compliance requer, portanto, uma mudança de paradigma,</p><p>convertendo o Direito Penal predominantemente preventiva, com o objetivo de</p><p>resguardar o cultivo de um crime e de qualquer responsabilidade criminal. Verifica-</p><p>se, que esta é uma área recém discutida no Brasil, à qual tem-se avançado</p><p>lentamente, ainda que recente seja possível constatar a importância do trabalho</p><p>realizado pelo compliance.</p><p>2 COMPLIANCE E LAVAGEM DE DINHEIRO</p><p>Vindo da área de relações internacionais e economia, o termo compliance tem</p><p>conquistado as páginas de notícias e artigos acadêmicos nos últimos anos. Seu</p><p>significado é bastante simples e pode ser definido como conformidade com leis e</p><p>6</p><p>regulamentos conhecidos com programas de compliance relacionados ao sistema</p><p>financeiro e programas anticorrupção.</p><p>O termo compliance surge inicialmente nos EUA em 1950 com o intuito de</p><p>prevenir delitos econômicos e empresariais. O instituto do compliance</p><p>significa estar em conformidade com as regras. O compliance officer é</p><p>caracterizado como o profissional responsável em garantir que todos os</p><p>regulamentos internos e externos sejam cumpridos. As práticas de</p><p>compliance ganharam espaço no mercado financeiro, mas tem se estendido</p><p>para as diversas organizações, já que o compliance se desenvolve no</p><p>ambiente de controle da organização fortalecendo a ética, a integridade, a</p><p>competência, a estrutura organizacional e o suporte da alta administração.</p><p>(NETTO, 2020, p.01).</p><p>Criminal compliance, por sua vez, é o sistema de avaliação contínua das</p><p>condutas praticadas na atividade da empresa com o objetivo de violar as regras do</p><p>direito penal, cometer crimes contra a empresa ou mesmo práticas lesivas do ponto</p><p>de vista criminal. Segundo a Associação Brasileira de Bancos Internacionais</p><p>(ABBI), “compliance é a obrigação de cumprir, cumprir e fazer cumprir as normas</p><p>internas e externas que incidem sobre a atividade da instituição”. Em resumo, pode-</p><p>se dizer que o termo compliance significa adesão a normas e regulamentos internos</p><p>e externos.</p><p>Um dos marcos do compliance criminal no Brasil é a aprovação da Lei de</p><p>Lavagem de Dinheiro. O Criminal Compliance é visto como um instrumento de</p><p>combate a diversos crimes como a corrupção e o branqueamento de capitais, uma</p><p>vez que visa estabelecer uma cultura de adesão às práticas preventivas e eliminar</p><p>a responsabilidade criminal pela prática de atos criminosos (ZANON, 2019).</p><p>A Lei de Lavagem de Dinheiro nº 9.613, de 1998, dispõe: “sobre os crimes de</p><p>lavagem de dinheiro ou ocultação de bens ou valores, a prevenção da utilização do</p><p>sistema financeiro para os crimes previstos em lei e a criação do Conselho de</p><p>Controle Financeiro”. A lei pertinente continha algumas disposições que foram</p><p>modificadas pela Lei nº 12.683 de 2012.</p><p>O cumprimento do direito penal é diferente do direito penal tradicional. O</p><p>direito penal tradicional atua retroativamente, enquanto a aplicação da lei atua</p><p>preventivamente. Ressalta-se que mesmo ações preventivas em conformidade</p><p>com a legislação penal podem acarretar novas sanções, principalmente contra o</p><p>Compliance Officer.</p><p>7</p><p>O Compliance Officer é responsável pela implementação do Programa de</p><p>Integridade conforme estabelecido no artigo 2, IX, do Decreto nº 8.20 de 2015. O</p><p>Compliance Officer deve atuar como auditor interno e supervisor e garantir o</p><p>cumprimento da regulamentação. Esse profissional deve desenvolver controles</p><p>internos para mitigar a incidência de responsabilidade administrativa, civil ou</p><p>criminal.</p><p>Difere muito do direito penal tradicional, que age após a conduta ilícita, para</p><p>apurar os fatos, impor sanções e exigir sanções do Estado. Uma das principais</p><p>funções do compliance criminal é prevenir a ocorrência de um crime, tomar medidas</p><p>preventivas e apurar as medidas que podem impedir o processo criminal contra</p><p>administradores de empresas. Pretende-se uma maior eficiência no combate ao</p><p>crime empresarial, pelo que o objetivo do compliance criminal é reduzir ou prevenir</p><p>a responsabilidade penal através da implementação de controlos internos e</p><p>monitorização constante.</p><p>Deve-se notar que não busca buscar mecanismos preventivos para a</p><p>aplicação da ação penal do Estado contra a pessoa jurídica, uma vez que não</p><p>existe. No Brasil, esta opção não está disponível para graduados em Direito (exceto</p><p>na área de meio ambiente). A aplicação da lei criminal visa estimular a disposição</p><p>para obedecer à lei, pois esse é o comportamento correto que todos esperam.</p><p>Sanções e multas servem como resposta às violações e costumam ser severas, de</p><p>modo que podem ser usadas para persuadir o comportamento exigido e exercer</p><p>pressão.</p><p>O papel da Execução Criminal não inclui exclusivamente a tentativa de</p><p>conduta</p><p>relacionada à lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo ou</p><p>corrupção. É também necessária e importante nas mais diversas situações do</p><p>quotidiano e do quotidiano do ambiente empresarial, que nem sempre se destacam</p><p>bem, mas que por vezes podem conduzir à responsabilização criminal dos seus</p><p>representantes ou colaboradores.</p><p>3 COMPLIANCE E LAVAGEM DE DINHEIRO</p><p>A realidade brasileira e seu ordenamento jurídico, em particular o crime de</p><p>lavagem de dinheiro, considera-se o conceito e alcance do termo compliance.</p><p>8</p><p>Inicialmente, cabe destacar que o nome citado tem sua origem no verbo na língua</p><p>inglesa, que significa conformar, satisfazer, obedecer, concordar com algo.</p><p>O conceito emprestado do termo é extremamente abrangente e diz respeito,</p><p>ao nível da empresa, às políticas e procedimentos internos das empresas, visando</p><p>o cumprimento de determinadas regras, de uma forma ampla. Conforme</p><p>mencionado acima, a execução criminal visa prevenir crimes econômicos e</p><p>financeiros em um estágio inicial do processo. Além disso, a base do cumprimento</p><p>penal reside na prevenção de quaisquer medidas judiciais, criminais, investigativas</p><p>ou mesmo judiciais.</p><p>Os primeiros atos jurídicos a respeito estão depositados na Resolução 2.55</p><p>de 1998 do Conselho Monetário Nacional e na Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei</p><p>9.613 / 98), atualmente alterada pela Lei 12.68 /12. De referir que 1 Em setembro</p><p>de 2012, entrou em vigor a Resolução 20 do Coaf (Conselho de Atividades</p><p>Financeiras), órgão criado para o combate ao crime de lavagem de dinheiro e</p><p>recuperação de bens. Dessa forma, será necessário, antes de tudo, comentar</p><p>brevemente o que se entende por reciclagem para, em uma etapa posterior,</p><p>determinar quais são as inovações da Lei 12.683/12, especialmente no que se</p><p>refere às chamadas obrigações de compliance.</p><p>Destarte, observa-se a extensão das atribuições indicadas, para que essas</p><p>mudanças sejam posteriormente analisadas à luz do processo penal e de algumas</p><p>digressões criminológicas necessárias para revelar o horizonte político penal</p><p>brasileiro.</p><p>Vale ressaltar, que as obrigações de compliance surge em conjunto com a</p><p>Lei de Lavagem de Dinheiro. E este não é um relacionamento episódico ou</p><p>acidental. Sendo o crime de lavagem de dinheiro um crime que faz parte da prática</p><p>de auxílio a muitos outros crimes, ou seja, a lavagem de dinheiro corresponde à</p><p>prática de transformar a origem ilícita de certos bens ou valores em aparentemente</p><p>lícitos.</p><p>Para evitar uma modalidade criminosa, seria necessária uma ação do Estado</p><p>que permitisse que a prática fosse detectada em um momento antes de mascarar</p><p>a origem ilícita de tais bens ou valores. A dificuldade de comprovar o crime de</p><p>lavagem de dinheiro e, portanto, de recuperar o patrimônio é enorme.</p><p>9</p><p>Para garantir a eficácia das medidas preventivas dos programas de</p><p>conformidade criminal, seria de particular importância a cooperação entre o sistema</p><p>regulador interno da empresa e as estruturas da autoridade estatal para a</p><p>prevenção de crimes de colarinho branco. Portanto, o Estado obrigaria legalmente</p><p>as empresas a implementar o cumprimento da infração penal em um sistema de</p><p>autorregulação regulado, no qual a cooperação entre os setores público e privado</p><p>seria buscada para melhor prevenir crimes corporativos.</p><p>A fragmentação de evidências é praticamente comum em crimes de lavagem</p><p>de dinheiro, tornando difícil para as autoridades montar o "quebra-cabeça", o crime</p><p>de lavagem de dinheiro também é cometido por meio do uso do mercado financeiro,</p><p>por meio de operações em “cascata”, ou seja, por meio de uma cadeia de</p><p>transações aparentemente jurídicas que, muitas vezes, ocorrem em diversos</p><p>países.</p><p>Nesse diapasão, a cooperação judiciária internacional acaba sendo</p><p>necessária, com obstáculos de toda ordem à celeridade e eficácia das provas</p><p>encontradas. Não raro, a lavagem de dinheiro é praticada com o auxílio de</p><p>empresas que desenvolvem atividades lícitas e também com a comissão de</p><p>valores, inclusive de natureza jurídica, o que dificulta a demonstração da introdução</p><p>de valores decorrentes da prática criminosa dentro dessas cadeias de transações</p><p>financeiras.</p><p>Obviamente, há dificuldades em separar os valores provenientes de</p><p>transações ilegais daqueles que têm a sua sede social, por ser crime que admite</p><p>apenas a figura maliciosa, a prova do elemento subjetivo da espécie, porque não</p><p>admite qualquer interpretação que atenua o princípio da legalidade.</p><p>Verifica-se, a assunção de determinadas obrigações por parte de agentes e</p><p>empresas que atuam no mercado financeiro e econômico está estritamente ligada</p><p>aos esforços desenvolvidos para prevenir o crime de lavagem de dinheiro. A</p><p>adoção de obrigações de compliance pela própria lei de combate à lavagem de</p><p>dinheiro especifica essa ideia, com o Estado atuando diretamente nas operações</p><p>suspeitas ou mesmo naquela categoria de operações que comumente servem à</p><p>prática desse crime.</p><p>O Brasil regulamentou pela primeira vez o crime de lavagem de dinheiro no</p><p>sistema de justiça criminal com a aprovação da Lei 9.613/98. O crime de lavagem</p><p>10</p><p>de dinheiro requer a prática de um crime antecedente que foi previamente incluído</p><p>em uma série de crimes básicos. Assim, se a primeira lei contra a lavagem de</p><p>dinheiro deixasse o crime anterior relacionado ao narcotráfico e as leis de terceira</p><p>geração renunciassem à lista fechada para que a lavagem de dinheiro caísse em</p><p>qualquer conduta criminosa (leis de terceira geração) que a Lei 9.613/98 permitisse</p><p>de certa categoria de crime para autorizar a lavagem.</p><p>[...] o conjunto de regras jurídicas que impõe aos sujeitos expressamente</p><p>nelas elencados duas obrigações em essência: I) a de instituir filtro sem suas</p><p>atividades cotidianas, consistentes em controles sobre movimentação</p><p>financeira, de bens e serviços, de seus clientes, funcionários e sócios, de</p><p>modo a perceber indícios do uso de sua profissão ou indústria para a</p><p>transformação de bens econômicos de origem ilícita em bens econômicos</p><p>aparentemente lícitos; II) a de comunicar às autoridades responsáveis a</p><p>ocorrência desses indícios. LIMA, 2013, p.61, apud, NETO; CORDEIRO;</p><p>PAES, 2018, p. 92)</p><p>Na redação original da Lei 9.613/98, para que existisse o crime de lavagem</p><p>de dinheiro, era necessário que o crime anterior, cujo produto se pretendia ocultar</p><p>ou mesmo mudar de natureza, viesse da prática: a) ilícito tráfico de entorpecentes</p><p>ou drogas afins; b) terrorismo; c) financiamento do terrorismo; c) contrabando ou</p><p>tráfico de armas, munições ou materiais destinados à sua fabricação; d) extorsão</p><p>por meio de sequestro; e) crimes contra a administração pública; f) Crimes contra</p><p>o sistema financeiro nacional.</p><p>Estas são as infrações antecedentes que podem levar à prática do crime de</p><p>lavagem de dinheiro. Com a entrada em vigor da Lei 12.683 /12, foi revogada a lista</p><p>de crimes anteriores na legislação (lei de terceira geração). No que se refere às</p><p>obrigações de cumprimento estabelecidas na Lei 9.613 de 1998, deve-se destacar</p><p>que a referida legislação foi considerada objeto de controle de atividades e,</p><p>cumulativamente, tinha o dever de informar as autoridades sobre o</p><p>acompanhamento de eventual situação financeira.</p><p>A Lei 12.683 /12 amplia e modifica as pessoas com obrigações de compliance.</p><p>Neste sentido, a maior alteração introduzida pela nova legislação refere-se, em</p><p>primeiro lugar, ao alargamento das pessoas protegidas, que deixaram de estar</p><p>sujeitas à regra de que neste contexto apenas se incluem as pessoas coletivas,</p><p>salvo raras excepções.</p><p>11</p><p>4 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Este artigo tentou conceituar compliance e, em particular, compliance criminal.</p><p>Entende-se, que compliance se refere ao cumprimento de uma obrigação</p><p>regulatória e nada mais é do que o cumprimento de normas legais e oficiais. Do</p><p>ponto de vista doutrinário criminal,</p><p>entende-se por compliance o cumprimento legal</p><p>a que estão sujeitas as instituições financeiras.</p><p>Em particular na abordagem aqui apresentada, compliance significa o</p><p>necessário cumprimento das regras de prevenção e combate ao branqueamento</p><p>de capitais. Uma breve análise histórica mostrou que o surgimento da repressão</p><p>criminal foi inicialmente resultado da guerra contra o crime organizado decorrente</p><p>do tráfico de drogas e, posteriormente, atraiu mais atenção pela observação de que</p><p>dinheiro sujo também era usado para financiar terroristas.</p><p>Por fim, a nível nacional, ficou demonstrado que o compliance foi</p><p>implementado através da adoção da Lei n.º 9.613/98, alterada pela Lei n.º</p><p>12.683/12, embora os bancos que operam em território nacional já tenham</p><p>implementado ações preventivas e de combate ao branqueamento de capitais, em</p><p>atendimento à Resolução nº 255/98 do Banco Central.</p><p>Embora tenha sido banido quase que excl0usivamente nos setores financeiro</p><p>e econômico, ainda temos um déficit nas consequências da política penal de seu</p><p>desenvolvimento, especialmente após o julgamento da ação penal nº 70 (caso</p><p>Mensalão). O que se pode dizer, porém, é que se acreditarmos no crescimento do</p><p>país e acabarmos com a era de corrupção institucionalizada em que entramos, o</p><p>compliance criminal é fundamental para o combate à lavagem de dinheiro.</p><p>Por fim, conclui-se que sistemas de compliance como mecanismos de</p><p>prevenção ao crime no ambiente empresarial surgiram da posição do legislador na</p><p>definição das chamadas obrigações de compliance e da discussão técnica desses</p><p>sistemas no âmbito da lei o direito penal comercial à configuração do que se</p><p>convencionou chamar de criminal compliance, e os discursos que o circundam</p><p>procuram, em grande parte, examinar sua capacidade de isentar as pessoas</p><p>jurídicas de qualquer forma de responsabilidade penal.</p><p>12</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>NETTO, Thaís. Compliance, lavagem de dinheiro e corrupção. Instituto de</p><p>Direito Real, mai. 2020. Disponível em:</p><p>.</p><p>Acesso em: 02 set. 2020.</p><p>ALENCAR, M. de. Os programas de criminal compliance como instrumento</p><p>de proteção do empregado na responsabilidade penal empresarial. São</p><p>Paulo: LiberArs, 2015.</p><p>VENTURA, Leonardo Henrique de Carvalho. Introdução ao criminal</p><p>compliance. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n.</p><p>5512, 4 ago. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/67296. Acesso</p><p>em: 31 out. 2021.</p><p>NASCIMENTO, Juliana Oliveira Eiró do. Criminal compliance: prevenção penal</p><p>privada dos crimes de lavagem de dinheiro no Brasil. Revista Jus Navigandi,</p><p>ISSN 1518-4862, Teresina, ano 25, n. 6385, 24 dez. 2020. Disponível</p><p>em: https://jus.com.br/artigos/85869. Acesso em: 31 out. 2021.</p><p>TRIVINO, Aline Melsone Marcondes. SANTOS, Verônica Martin Batitsta.</p><p>Compliance criminal: contextualizações. Migalhas, jan. 2020. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 10 set. 2021.</p><p>ANSELMO, Márcio Adriano. Criminal compliance e a investigação de crimes</p><p>contra a empresa. Revista Consultor Jurídico, fev. 2017. Disponível em: . Acesso em: 31 set.2021.</p><p>PAGOTTO, L. Temas de anticorrupção e Compliance. São Paulo: Martins</p><p>Fontes Paulista, 2013.</p><p>PESSÔA, U; Ramalho, D. Criminal compliance e o Dirieto Penal Econômico:</p><p>a prevenção da responsabilidade penal no âmbito corporativo. In: Ulisses</p><p>Pessôa. (Org). Reflexões sobre Direito Penal econômico. 1. Ed. Belo Horizonte:</p><p>Editar, 2018, v.1, p. 93-102.</p><p>SAAVEDRA, G. A. Compliance e prevenção à lavagem de dinheiro: sobre os</p><p>reflexos da Lei nº 12.683/2012 no mercado de seguros. Revista de Estudos</p><p>Criminais, Sapucaia, v. 12, n. 54, p. 165-180, jul./set. 2014.</p><p>SÁNCHEZ RIOS, R.; ANTONIETTO, C. Criminal compliance: prevenção e</p><p>minimização de riscos na gestão da atividade empresarial. Revista Brasileira de</p><p>Ciências Criminais, São Paulo, v. 114, p. 341-376, mai./jun. 2015.</p><p>GLOECKNER, R. J.; DA SILVA, D. L. Criminal compliance, controle e lógica</p><p>atuarial: a relativização do ’nemo tenetur se detegere’. Direito.UnB - Revista de</p><p>https://direitoreal.com.br/artigos/compliance-lavagem-de-dinheiro-e-corrupcao</p><p>https://jus.com.br/artigos/67296/introducao-ao-criminal-compliance</p><p>https://jus.com.br/artigos/67296/introducao-ao-criminal-compliance</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018/8/4</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018/8/4</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018/8/4</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018/8</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2018</p><p>https://jus.com.br/artigos/85869/criminal-compliance</p><p>https://jus.com.br/artigos/85869/criminal-compliance</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2020</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2020/12/24</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2020/12/24</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2020/12</p><p>https://jus.com.br/revista/edicoes/2020</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/319529/compliance-criminal--contextualizacoes</p><p>https://www.migalhas.com.br/depeso/319529/compliance-criminal--contextualizacoes</p><p>https://www.conjur.com.br/2017-fev-08/criminal-compliance-investigacao-crimes-empresa</p><p>https://www.conjur.com.br/2017-fev-08/criminal-compliance-investigacao-crimes-empresa</p><p>13</p><p>Direito da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 147–172, 2014.</p><p>Disponível em:</p><p>https://periodicos.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/24626. Acesso</p><p>em: 31 out. 2021.</p><p>NETO, L.P.C; CORDEIRO, N.; PAES, J.E.S. Criminal Compliance anti-</p><p>lavagem: prevenção penal por agentes privados e o direito ao</p><p>silêncio. Revista da Faculdade de Direito. UFPR, Curitiba, PR, Brasil, v.64, n.2,</p><p>p. 89-110, maio/ago. 2019. Disponível em:</p><p>https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/63741> Acesso em: 06/07/2020.</p><p>BRASIL, Lei 9.613, de 3 de março de 1998. Dispõe sobre o crime de “lavagem”</p><p>ou ocultação de bens, direitos e valores. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 20 set. 2021.</p><p>BONACCORSI, Daniela Vilani. A atipicidade do crime de lavagem de dinheiro.</p><p>Análise crítica da Lei 12.684/12 a partir do emergencialismo penal. 1 Ed.</p><p>Lumen Juris, 2013.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm</p>

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