Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 1
Gerencial II da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária
Este curso tem 
30 horas
©2017. FATECNA - Faculdade CNA a Distância 
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação 
dos direitos autorais (Lei Nº 9.610).
Informações e Contato
SBN – Quadra 1, Bloco FEdifício Palácio da Agricultura – 1º e 2º andar
Asa Norte - Brasília – CEP 70.040-908
Telefone: 061 - 3878 - 9500
Site: www.faculdadecna.com.br/ead/
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Júnior
Entidades integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Agroindústrias / indicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Coordenação de Assistência Técnica e Gerencial
Matheus Ferreira Pinto da Silva
Gerencial II da 
Assistência Técnica 
e Gerencial
Curso da Faculdade de Tecnologia CNA
Sumário
Ponto de Partida! .............................................................................................................. 5
Introdução do módulo ..................................................................................................... 10
Tema 1 | Cálculo de custo de produção I .......................................................................... 13
 Encerramento do tema .................................................................................... 65
 Atividade de aprendizagem ............................................................................. 66
Tema 2 | Cálculo de custo de produção II.......................................................................... 68
 Encerramento do tema .................................................................................. 126
 Atividade de aprendizagem ........................................................................... 127
Tema 3 | Cálculo de Indicadores ..................................................................................... 130 
Encerramento do tema .................................................................................. 169
 Atividade de aprendizagem ........................................................................... 170
Linha de Chegada .......................................................................................................... 172
Gabarito ..................................................................................................................... 174
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 5
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Ponto de Partida! 
Olá! Bem-vindo(a) ao terceiro módulo do curso Assistência Técnica e Gerencial – 
Pecuária, da Faculdade CNA a distância.
Esse curso tem como objetivo principal abordar a dinâmica no campo e o dia a dia 
de um Técnico de Campo, capacitando-o para as diferentes situações que envolvem 
a Assistência Técnica e Gerencial da propriedade rural. 
Vamos relembrar os objetivos de cada um dos módulos que compõem o curso? 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 6
M1 - Metodologia 
de Assistência Técnica 
e Gerencial
Dispor conhecimentos metodológicos para o desem-
penho necessário de ações de Assistência Técnica e 
Gerencial, destacando as competências requeridas 
ao exercício da atividade.
M2 - Gerencial I da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Compreender de forma ampla os conceitos geren-
ciais que envolvem a Assistência Técnica e Gerencial. 
M3 - Gerencial II da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os conceitos gerenciais da Metodolo-
gia de Assistência Técnica e Gerencial.
M4 - Gerencial III da 
Assistência Técnica e 
Gerencial
Contextualizar os conceitos gerenciais da Metodolo-
gia de Assistência Técnica e Gerencial.
M5 – Planejamento de 
propriedade rural
Definir em que consiste o planejamento estratégico 
da propriedade rural assistida pela metodologia de 
ATeG, facilitando sua compreensão e aplicabilidade.
Perceba que os conteúdos a serem trabalhados em cada módulo são interligados e 
complementares entre si. Ao final do curso, sua formação na Assistência Técnica e 
Gerencial será completa.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 7
Para ter um melhor aproveitamento do curso e utilizar com qualidade todos os re-
cursos disponíveis, confira se as configurações do computador atendem as especi-
ficações mínimas para acesso:
• computador com acesso à internet (é recomendado o uso de banda larga);
• navegador Internet Explorer 9, Firefox versão 45 ou Chrome versão 50 (ou 
superiores);
• cookies liberados no navegador;
• plug-in do Flash 10 (ou superior) instalado;
• JavaScript liberado no navegador;
• caixa de som (para ouvir os vídeos ao longo do conteúdo);
• configuração mínima necessária do monitor: 1024 x 768.
Atividades
A navegação pelo conteúdo de cada módulo será linear, ou seja, você deverá aces-
sar o primeiro tema, conferir todos os tópicos e realizar a atividade de passagem 
para, depois, acessar o tema seguinte. Veja os tipos de atividades que teremos ao 
longo dos módulos:
Atividade de passagem
A atividade de passagem será composta por uma questão com o ob-
jetivo de verificar se você teve um bom aproveitamento em relação ao 
conteúdo do tema correspondente. É importante responder à ativida-
de para poder acessar o tema seguinte.
Fórum
O fórum proporciona o debate e a troca de conhecimento entre você e o 
tutor. Haverá um fórum por módulo, que ficará aberto durante todo o seu 
período de estudos nesse módulo, permitindo que você faça a postagem 
de novas percepções, enquanto trilha seu processo de aprendizagem.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 8
Simulado
Ao finalizar o conteúdo, isto é, quando você tiver passado por todos 
os temas do módulo e respondido à última atividade, deverá se pre-
parar para responder ao simulado, que será composto por 17 ques-
tões de múltipla escolha. Você pode respondê-lo de uma a três vezes, 
para se preparar adequadamente para a avaliação.
Avaliação 
A Avaliação é obrigatória e tem caráter avaliativo, tendo como objeti-
vo verificar o seu desempenho em cada módulo. Ela é composta por 
17 questões objetivas, assim como o simulado. Você poderá respon-
dê-la apenas uma vez, depois da conclusão dos 3 temas de estudo e 
após realizar o simulado. 
Estudo de caso 
É obrigatório, com caráter avaliativo. O estudo de caso consiste em 
uma questão reflexiva, relacionada aos temas estudados. No primei-
ro módulo, como resposta para a questão, você deverá gravar um ví-
deo respondendo oralmente à pergunta lançada no estudo de caso. A 
partir do segundo módulo ela será discursiva.
Outra atividade importante para realizar no Ambiente de Estudos é a pesquisa de 
satisfação. Com essa pesquisa, poderemos analisar a qualidade do curso por meio 
das suas respostas e, assim, melhorá-lo cada vez mais.
Composição da nota de cada módulo
A nota do módulo é composta por uma média simples entre a nota 
da Avaliação e o Estudo de caso. A nota pode variar de 0 a 10, sendo 
que na Avaliação a correção é automática e no Estudo de caso você 
receberá a nota junto com o feedback do tutor. Para ser considerado 
aprovado no curso, você precisa alcançar a média final igual ou su-
perior a 6. Ela é obtida por meio de uma média simples de suas notas 
em cada módulo.
Certificado
Ao final do percurso, com o desempenho esperado, você terá seu certificado de con-
clusão do curso. Para obtê-lo, você deverá:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 9
• percorrer o conteúdo dos módulos e seus temas;
• realizar a atividade de passagem de cada tema;
• realizar o simulado de cada módulo;
• realizar a avaliação de cada módulo;
• responderao estudo de caso em cada módulo;
• alcançar um desempenho de 60% na média final do curso.
Agora que você está bem informado, poderá dar início ao seu curso e realizar o 
acesso ao conteúdo. Conte sempre com a ajuda da tutoria e da monitoria caso tenha 
alguma dúvida quanto ao curso ou Ambiente de Estudos. Aproveite a oportunidade 
para participar das atividades propostas, como os fóruns e enquetes.
Lembre-se de que você terá sucesso garantido na busca por crescimento pessoal e 
profissional se mantiver a organização e a dedicação durante esse processo.
Siga em frente e bons estudos!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 10
Neste módulo, iniciaremos o estudo de cálculo de custo de produção e também 
algumas análises econômicas da empresa rural. O primeiro, por ser um assunto 
bastante extenso, está dividido entre os temas 1 e 2 deste módulo. Os principais 
conceitos que serão explanados nesses temas foram previamente introduzidos no 
Módulo 2, ao tratarmos da “Teoria Geral de Custos”. Iremos nos aprofundar em cada 
uma daquelas estruturas de custos previamente citadas com vários exemplos prá-
ticos e em diversas cadeias produtivas. Fique atento!
Objetivos
O objetivo geral deste terceiro módulo é proporcionar uma ampla 
apresentação e discussão das diversas peculiaridades que envolvem 
a identificação dos custos na agropecuária, permitindo que o aluno 
desenvolva uma visão mais crítica para o momento da aplicação em 
seu trabalho prático, devidamente embasado em critérios técnicos, 
de acordo a Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial. Dese-
ja-se que, ao final, este estudo proporcione uma análise econômica 
mais fidedigna da empresa rural.
Introdução do módulo 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
11Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária
Adentrando os custos, o primeiro contato do aluno será com o Custo Operacional 
Efetivo (COE), pois esse é o mais facilmente enxergado pelos empresários rurais de-
vido à necessidade de desembolsos financeiros, conforme será visto. Ao final desse 
tópico, o aluno deverá compreender a correta alocação dessas despesas, dedican-
do-se a investigar o que foi gasto de insumos para a produção de determinado item, 
assim como diferenciar uma simples manutenção de equipamento, maquinário ou 
benfeitoria de uma reforma.
Em seguida, serão abordados itens considerados como custos fixos em nossa me-
todologia. Espera-se que, ao final das duas primeiras etapas deste módulo, o alu-
no seja capaz de estratificar custos operacionais e custo total, alocando apropria-
damente cada elemento de custo, tendo como foco desse trabalho a identificação 
dos fatores de maior impacto e também aqueles limitantes de desenvolvimento da 
atividade, para que possa ser elaborado um planejamento adequado ao final do 
processo. 
Na última etapa deste módulo, espera-se que o aluno defina os conceitos de mar-
gem bruta e lucro, que se fazem muito importantes devido ao fácil entendimento de 
que, via de regra, os produtores têm a margem bruta como sendo o “lucro líquido da 
atividade”. Nesse entremeio, também será vista a conceituação de margem líquida, 
que fornecerá dados essenciais para que o aluno aplique e compreenda a taxa de 
retorno de um investimento. 
Para atingir esses objetivos, o módulo está estruturado em três temas:
• Tema 1: Cálculo de custos de produção I
• Tema 2: Cálculo de custos de produção II 
• Tema 3: Cálculo de indicadores
Mantenha-se focado no estudo deste módulo, que é o cerne da metodologia de cál-
culo de custos de produção, aproveitando ao máximo as explanações. Não deixe de 
realizar e conferir os exercícios propostos. Boa aula! 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 12
Vídeos
Antes de avançar, lembre-se do Marcelo, Técnico de Campo, e do Sr. 
Ariovaldo. Nós os acompanhamos desde o início, construindo jun-
to deles nosso aprendizado. O Marcelo vem trabalhando na Fazenda 
Santa Felicidade, que também já apresentamos a você. O Sr. Ario-
valdo procura aprender ainda mais com a ajuda do Marcelo, fazendo 
diversos questionamentos a ele. 
Ultimamente, o produtor tem se interessado mais em aprofundar 
seus conhecimentos em gestão e gerenciamento rural. E, claro, sem-
pre surgem novas questões, como: “Cálculo de Custos de produção? 
Como fazer? O que é?”; “E esses tais de indicadores?”; Será que Mar-
celo conseguirá responder e auxiliar o Sr. Ariovaldo a ter ainda mais 
sucesso na Fazenda?” 
Saiba mais vendo o vídeo na íntegra, no ambiente de estudos.
Mas antes de prosseguir, pare e reflita por um instante. 
Tome nota
Você chegou ao terceiro módulo do curso de Assistência Técnica e 
Gerencial. Até aqui, aprendeu muitas coisas novas e garantimos que 
irá continuar se aprimorando ainda mais. Porém, também gostaría-
mos de saber sua opinião sobre o curso e quais assuntos você acre-
dita que deverá aprender para auxiliá-lo em seu trabalho.
Escreva aqui: 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 13
Conforme visto no módulo 2, quando foi trabalhado o tópico “Teoria Geral de Cus-
tos”, os custos são divididos em dois grandes grupos, de acordo com sua natureza:
Não apresentam desembolso de capital finan-
ceiro, ou seja, são custos indiretos.Fixos
Tema 1
Cálculo de custo de produção I 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 14
Apresentam desembolso de capital financeiro, 
ou seja, são custos diretos. Variáveis
Estudando com dedicação, você compreenderá todas as possibilidades de aplica-
ção dos custos variáveis, sua dinâmica e a correta apropriação de acordo com os 
diversos cenários e exemplos. Também serão vistos dois, dos três, componentes 
dos custos fixos: a mão de obra familiar e a depreciação.
Ao final deste tema, você será capaz de aplicar corretamente os conceitos que com-
põem o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT), assim 
como estratificar cada elemento de composição deles, com o objetivo de realizar 
propostas de intervenções tecnológicas ou administrativas.
Para atingir o objetivo, este tema está estruturado em cinco tópicos:
Tópico 1: 
Custo operacional 
efetivo
Neste tópico, você compreenderá melhor o conceito de 
“centro de custos” da metododologia de Assistência 
Técnica e Gerencial, com a devida alocação dos custos 
variáveis sob diversos aspectos e com as peculiarida-
des de diversas cadeias produtivas exemplificadas.
Tópico 2: 
Mão de obra familiar
Neste tópico, você estudará os conceitos que funda-
mentam a determinação dos valores deste que é um 
dos mais subjetivos e controversos componentes dos 
custos de produção.
Tópico 3: 
Depreciação
Neste tópico, você poderá ampliar seus conhecimentos 
acerca da conceituação, da aplicação e da importância 
de se calcular a depreciação como parte relevante dos 
custos de produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 15
Tópico 4: 
Custo operacional total
Neste tópico, você estudará a composição do custo 
operacional total, negligenciado em algumas análises 
por não ter grande aplicação em campo, mas que é de 
grande importância na avaliação técnico-econômica da 
propriedade rural.
Tópico 5: 
Aplicação dos conceitos
Neste tópico, que encerra o tema, você verá a aplicação 
prática dos conceitos estudados, de forma detalhada.
Pronto para começar? Então, siga em frente para adquirir todo esse conhecimento. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 16
Tópico 1: Custo operacional efetivo
O Custo Operacional Efetivo (COE) diz respeito a todas as despesas diretas, ou seja, 
desembolsos financeiros, realizadas pelo produtor rural (ou seu administrador) para 
que se possa iniciar, conduzir e concluir o ciclo de produção animal e/ou vegetal. 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Neste tópico, você compreenderá melhor o conceito de “centro de 
custos” com a devida alocação dos custos variáveis, sob diversos 
aspectos e com as peculiaridades de diversas cadeias produtivas 
exemplificadas.
Assim, o que basicamente determina um item de custo como COE é a geração de 
um desembolsoefetivo (que pode ou não ser financeiro). A duração do COE será 
sempre menor ou igual ao ciclo produtivo. De acordo com sua definição conceitual, 
a fórmula matemática para a obtenção do COE é a seguinte:
COE = somatório de todas as despesas diretas
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 17
Dessa forma, tem-se os seguintes exemplos: o imposto sobre o valor da terra (ITR) pode 
não ser variável, pois é cobrado todo ano, mas gera desembolso, então é COE; o aleita-
mento artificial não gera desembolso financeiro, mas é efetivamente um gasto realizado 
na amamentação dos bezerros, de um produto que poderia ser vendido, então é COE. 
Como exemplos de despesas diretas, é possível citar:
• Aquisição de sementes, fertilizantes 
e corretivos
• Medicamentos 
• Aluguel e/ou manutenção de máquinas 
e equipamentos 
• Materiais de ordenha 
• Rações
• Pagamento de mão de obra avulsa (diaristas) 
• Pagamento de mão de obra contratada (CLT) 
• Pagamento de impostos e taxas 
• Arrendamento de terras 
• Pagamento de energia elétrica
CLT
A Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) 
é uma norma legislativa 
de regulamentação das 
leis referentes ao Direito 
do Trabalho e ao Direito 
Processual do Trabalho 
no Brasil, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, 
de 1º de maio de 1943. 
Constitui o principal 
instrumento de regula-
mentação das relações 
individuais e coletivas 
do trabalho. Desde a sua 
criação, sofreu várias 
alterações no sentido de 
criar uma legislação.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 18
Gastos pessoais (dentista, médico, escola etc.) não são itens de despesa da ativi-
dade, portanto não compõem o COE. Quando a energia elétrica, ou qualquer outro 
insumo, for compartilhada entre uso para atividade e pessoal, seu custo deverá ser 
computado separadamente, na proporção das aplicações realizadas. 
Em comum, todos esses elementos listados como exemplos de despesa geram um 
pagamento sistematizado, que irá variar de acordo com o volume e a tecnologia de 
produção que o administrador adotar, estando, portanto, sob o domínio da autono-
mia decisória do produtor, que pode variar suas quantidades usadas. 
Essa afirmação é possível pela seguinte lógica: caso o produtor rural deseje aumen-
tar a área de cultivo, terá de preparar um espaço maior de solo, seja para a implanta-
ção de lavoura, fruticultura, olericultura, ou mesmo de pastagens para seus animais. 
Consequentemente, acarretará necessidade de aquisição de corretivos, sementes, 
fertilizantes, água, defensivos, trabalhadores etc. Isso também é válido para o caso 
de incremento de tecnologias, melhorando a produtividade sem aumentar a área 
destinada à atividade, em um processo chamado de intensificação do cultivo. 
Por outro lado, caso o produtor decida que não irá produzir, ele sequer terá a neces-
sidade de adquirir insumos. Logo, pode-se observar que o COE está diretamente li-
gado à produção desejada, na qual cada acréscimo almejado implicará, geralmente, 
aumentos desse custo ou até poderá ser nulo, caso não haja produção. 
Projeção do COE
Note que o gráfico possui dois eixos: o 
de produção e o de custos, sendo uma 
função direta do outro, cuja resposta é 
traduzida pela linha que representa o 
COE. Observa-se que o COE parte da in-
terseção dos eixos, cujo valor é zero, ou 
seja, caso não haja produção, não ha-
verá despesas diretas, chamadas COE. 
Por outro lado, conforme se aumenta a 
produção, aumenta-se também o custo. 
Anteriormente, foi dito que “geralmente” há uma relação direta entre aumento da 
produção e incremento de custo. Contudo, pode ser que haja ampliação da quanti-
dade produzida sem que haja, necessariamente, um aumento do COE. Tal possibi-
lidade se apoiará no diagnóstico realizado pelo Técnico de Campo na propriedade, 
que poderá identificar algum desperdício de recursos ou má aplicação destes, sendo 
que sua correção/racionalização poderá elevar o patamar produtivo sem alterar as 
estruturas de custos, ou mesmo poderá resultar até mesmo em sua redução.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 19
Ao se analisar a elevação de custos variáveis em função do aumento da produção, é 
fundamental relembrar os conceitos estabelecidos anteriormente no tópico “econo-
mia de escala”. Essa análise é importante para que não se tenha a ideia equivocada 
de que o COE apenas sofrerá aumentos, transmitindo a impressão de que a amplia-
ção do volume produzido - e portanto, do COE - é sinônimo de maiores despesas e 
menores lucros.
Essa elevação de custos é observada somente no COE Total da atividade. Quando se 
analisa o COE por unidade produzida, consegue-se observar sua redução paulatina. 
Isto é possível por meio da obtenção de descontos nos insumos adquiridos devido 
ao volume (compra programada ou coletiva), ou até mesmo à forma de pagamento/
faturamento (faturamento direto na fábrica do insumo em questão) e à diluição dos 
valores de serviços contratados em um maior volume produzido. 
Acompanhe:
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Um produtor que comprar ração ou adubo terá preços diferenciados ao adquirir apenas uma 
unidade do produto comparativamente à aquisição de um volume maior.
Suponha que o custo para uma unidade seja de R$ 70,00/saca, mas que poderá ser reduzido 
para R$ 60,00/saca quando se adquirir maior quantidade. Assim, o custo total estará sempre 
se elevando, pois estarão sendo incrementados mais insumos ao sistema.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 20
Porém, ao se analisarem o valor unitário dos produtos adquiridos e seu reflexo nos custos uni-
tários dos itens produzidos a partir deles, será observada uma redução gradual. 
Este tópico ainda não se refere à redução de custos totais por meio da diluição dos 
custos fixos, obtidos com o aumento da escala de produção. Esse assunto será tra-
tado mais adiante. 
É comum o Técnico de Campo observar que nem sempre quem possui a maior renda 
bruta é quem possui o maior lucro proporcional, da mesma forma que não é válido 
dizer que um COE elevado é sinônimo de prejuízo. 
Em relação ao pagamento de impostos e taxas, ao arrendamento de terras e ao gas-
to com energia elétrica, citados anteriormente como exemplos de despesas diretas, 
consideramos que tais itens estão estreitamente ligados ao ciclo produtivo e que, 
portanto, sua duração será sempre menor ou igual ao ciclo produtivo. Mesmo que 
essas despesas sejam esperadas em intervalos, e até mesmo em valores regulares, 
elas não se configuram como um elemento de custo fixo, mas sim como parte do 
COE. 
Veja o exemplo: 
Em determinada proprie-
dade rural arrendada, o 
produtor possui um fun-
cionário contratado e um 
diarista eventual, ambos 
exclusivos para a pro-
dução. Então, ele resolve 
iniciar um projeto de ir-
rigação com a finalidade 
de melhorar sua produ-
tividade. Isso acarretará 
maior gasto de energia 
elétrica e água, ou seja, 
os custos serão elevados.
Por outro lado, caso o 
produtor deseje encerrar 
por completo a ativida-
de, não haverá motivação 
para despesas elétricas, 
com água e com pessoal, 
podendo dispensá-los no 
momento de sua tomada 
de decisão.
Já no caso do arrenda-
mento, mesmo que este 
seja regido por um con-
trato com prazos estabe-
lecidos, o administrador 
também realiza um de-
sembolso físico de recur-
sos financeiros e detém 
controle absoluto e ime-
diato sobre essa despe-
sa, podendo extingui-la a 
qualquer tempo, mesmo 
que para isso suporte o 
pagamento de eventuais 
multas rescisórias, algo 
também observado na si-
tuação laboral legalmen-
te estabelecida.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 21
Planejado versus realizado
É fundamental para os Técnicos de Campo e administradores rurais o entendimento 
da conceituação exata do COE, conforme foi tratado. O COE é tão somente um cus-
to de produção. Logo, apenas podem-se considerar como custo de produção itens 
que foram efetivamente utilizados para a confecção de determinado produto em 
um ciclo produtivo específico, independentemente do volume de insumos queforam 
adquiridos inicialmente. É o que se chama de relação “planejado versus realizado”. 
Veja na tabela a seguir a exemplificação disso:
Item Unidade Quantidade adquirida
Valor 
unitário Valor Total
Quantidade
utilizada no 
ciclo
COE da 
atividade
Fertilizante 
ureia agrícola
Saco 50 kg 20 R$ 120,00 R$ 2.400,00 16 R$ 1.920,00
Em culturas de produção permanente, como as de leite e de leguminosas, essa de-
finição de ciclo de produção por período determinado geralmente não é aplicável. 
Nesse caso, adota-se um período de referência igual a um ano para poder realizar 
a análise dos indicadores dessas atividades e ter seus comparativos em relação a 
seus próprios exercícios anteriores, ano a ano, assim como compará-las a outras 
propriedades que utilizam a mesma metodologia de cálculo de custos de produção. 
No caso descrito na tabela, é possível observar que o produtor, 
de fato, desembolsou a quantia de R$ 2.400,00 para a aquisição 
do insumo. Porém, esse desembolso é anotado em nossa meto-
dologia como fluxo de caixa, e não como custo de produção — 
afinal, nem todo insumo adquirido foi utilizado. 
Outra separação importante para se fazer em relação aos desembolsos e ao COE é 
se ater ao conceito de que os itens inseridos no COE possuem duração menor ou 
igual ao ciclo produtivo da cultura. Caso o produtor adquira um item que irá perdurar 
mais do que um ciclo produtivo, esse desembolso será classificado como investi-
mento, pois seu uso se dará por tanto tempo quanto sua vida útil permitir.
Exemplos de investimentos:
Aquisição de um macacão para apicultura, um balde para bovinocultura de leite ou um 
regador para olericultura. Esses itens possuem um custo relativamente barato, o que 
leva alguns administradores à tendência de o classificarem como COE. No entanto, 
se durarem mais de um ciclo produtivo, devem ser classificados como investimento. 
Veja mais uma diferença entre COE e investimento: arraste o cursor sobre a imagem 
para a esquerda e para a direita para descobrir essas diferenças.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 22
COE Investimento
Deve ser reembolsado ao 
pagador (produtor rural) ao 
final de cada ciclo, para que 
ele volte a ter capacidade de 
comprar novamente os 
insumos. Deve-se iniciar a 
cada ciclo. 
Não deve ser reembolsado 
logo no primeiro ciclo de sua 
utilização. O retorno será 
dado com a utilização do bem 
adquirido ao longo do tempo.
Para o caso de investimento, a metodologia utilizada pela ATeG dá outro tratamento, 
conforme será visto mais adiante. 
Manutenção versus investimento
A manutenção de máquinas, equipamentos, ferramentas e benfeitorias que são utili-
zadas para a atividade que analisada, seja ela preventiva ou corretiva, é considerada 
COE. É caracterizada como uma despesa que gera desembolso direto e tem sua 
existência atrelada ao ciclo produtivo. 
Entretanto, com o passar do tempo, esses itens tendem a se aproximar do suca-
teamento, necessitando de manutenções mais complexas (caso o proprietário de-
seje permanecer com o bem em pleno estado de utilização), que são chamadas de 
“reforma”.
Na metodologia de ATeG, manutenções serão classificadas como investimento 
sempre que atingirem a representatividade de 30% do valor de mercado atualizado 
do bem que está sendo reformado.
Veja o exemplo a seguir:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 23
Quando novo, um trator custou R$ 180 mil ao 
produtor, mas atualmente está com 12 anos 
de uso, e seu valor atual de mercado é de R$ 
70 mil. Infortunadamente, o trator quebrou. Se 
o produtor resolver realizar uma manutenção, 
que custa R$ 23 mil, ela deverá ser classifica-
da como reforma, portanto um investimento, já 
que R$ 23 mil representa 32,88% do valor de 
mercado do trator.
Fonte: Shutterstock
Aplicando o cálculo para entender se é uma manutenção ou reforma, tem-se o seguinte: 
Representatividade do valor da manutenção = (valor da manutenção ÷ valor de 
mercado) x 100%
= (R$ 23.000,00 ÷ R$70.000,00) x 100% = 32,86%
Assim, pode-se concluir que houve um investimento, pois o valor da reforma (R$ 23 
mil) superou o percentual de 30% do valor de mercado atualizado do bem em ques-
tão (R$ 70 mil), devendo a despesa ser alocada no fluxo de caixa e integrar o total de 
capital imobilizado (empatado) para a atividade, não no COE.
Observe que o exemplo apresenta uma decisão puramente administrativa, pois o 
proprietário optou por reformar um bem já existente em detrimento de adquirir um 
novo. Com um investimento tão vultoso quanto esse, é justo reavaliar esse bem sob 
dois pontos de vista:
Financeiro
Seu valor é atualizado. Para 
isso, basta somar o valor inves-
tido na reforma àquele pelo qual 
o bem foi previamente avaliado 
para se obter sua nova cotação. 
É realizada a soma porque o 
administrador já tem a oportu-
nidade de capital imobilizado 
ou empatado no equipamento 
antes da reforma e, mesmo 
assim, decide empatar mais 
essa quantia financeira. Mesmo 
que a máquina ou equipamento 
não valha esse mesmo valor 
atualizado no mercado, o admi-
nistrador possui esse montante 
imobilizado no bem.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 24
Vida útil
Devido a esse investimento, 
o bem avaliado poderá ser 
utilizado por mais tempo. Re-
comenda-se bastante critério 
no momento de realizar essa 
avaliação, pois irá influen-
ciar diretamente nos custos 
de produção. Como exemplo, 
pode-se supor que o trator do 
caso terá um adicional de 5 
anos de trabalho, ou seja, a vida 
útil residual será alterada de 3 
para 8 anos (5 + 3), distribuindo 
ou diluindo o custo fixo do bem 
(depreciação) por um período 
mais prolongado.
Este é o final do primeiro tópico. No seguinte, você verá o custo de oportunidade e a 
mão de obra familiar. Até lá! 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 25
Tópico 2: Mão de obra familiar
O custo da mão de obra familiar é fixo e indireto, diferentemente de quando ocorre o 
pagamento de funcionários contratados, que representam um custo direto. Confor-
me visto anteriormente, o custo com a mão de obra familiar nada mais é do que a 
análise de custo de oportunidade. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
O objetivo deste tópico é compreender os conceitos que fundamen-
tam a determinação dos valores de custo com mão de obra familiar.
É importante que o Técnico de Campo faça uma avaliação muito cuidadosa desse 
item, uma vez que é um elemento de custo fixo e bastante subjetivo, ou seja, não 
irá se alterar no curto prazo. Além disso, a mão de obra familiar tem participação 
importante no custo de produção das atividades agropecuárias, especialmente em 
pequenas propriedades rurais. 
O procedimento usual para valorar essa mão de obra é considerar o salário de mer-
cado como referência de custo de oportunidade. Sendo assim, é preciso avaliar a ati-
vidade exercida pelos membros da família na propriedade, assim como a disponibili-
dade e as especialidades. Diante disso, as perguntas que devem ser realizadas são:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 26
Quanto receberiam em outra propriedade para 
exercer as mesmas atividades?
Quanto pagariam para que alguém exercesse 
as atividades em seu lugar?
Ambos os questionamentos são importantes para chegar a um balizamento mais 
justo de valores, pois sempre haverá uma tendência de supervalorização de sua 
própria mão de obra. Em geral, isso não é correto e superestima o custo da atividade, 
que indica o uso alternativo do fator de produção — ele poderia ganhar mais ven-
dendo sua capacidade de trabalho para terceiros do que produzindo para si mesmo. 
Às vezes, o produtor só sabe fazer o que está fazendo; nesse caso, seu custo de 
oportunidade é muito baixo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 27
Veja o exemplo:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Em uma propriedade que desenvolve as atividades de fruticultura e piscicultura, o produtor 
rural possui formação superior com doutorado, mas trabalha em sua propriedade com ativida-
des básicas, que não necessitam de suaformação acadêmica.
Assim, sua mão de obra deverá ser valorada pelo trabalho que realiza, e não por sua formação 
ou capacidade intelectual. O que deve ser avaliado é a atividade exercida.
Na contabilização do impacto que a mão de obra familiar tem no custo de produção, 
o técnico deverá sempre ter em mente que o produtor rural é um empresário, um 
empreendedor, e não um funcionário.
Nessa condição de empreendedor, seus recebimentos não englobam custos labo-
rais legais, como contribuições compulsórias, pagamento de férias e 13º salário. 
Dessa forma, deve-se calcular apenas a estimativa de renda pelo período analisado, 
sem acréscimos, ou seja, os 12 meses do ano, ciclo produtivo, ou ainda com base no 
valor da diária paga na região para a atividade exercida. 
Caso o produtor conte com a colaboração de mais algum membro da família, o 
técnico deverá contabilizar como mão de obra familiar apenas os que não pos-
suírem retirada de valores sistemáticos da atividade, seja em capital financeiro 
ou em produtos. Caso contrário, deverá ser contabilizado como um funcionário.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 28
Na prática
O Sr. Manoel, produtor de leite, paga a seu filho, Zezinho, a quantia de 
R$ 100,00 por semana para que ele vá à cidade se divertir aos domin-
gos, pois ele o ajuda diariamente na atividade e merece uma folga.
Nesse caso, há uma grande tendência de elencarmos “Zezinho” como 
mão de obra familiar, pois ele é filho do proprietário, além de também 
anotarmos na saída de fluxo de caixa e nos custos de produção o 
pagamento semanal de R$ 100,00. 
Na verdade, o correto é contabilizar Zezinho apenas com o custo se-
manal igual a R$ 100,00 e retirá-lo da caracterização de mão de obra 
familiar, pois ele recebe pagamentos financeiros por seus serviços, 
ou seja, Zezinho possui características de um funcionário comum, 
contratado e pago por semana, mesmo que sua mão de obra esteja 
sendo avaliada de forma modesta pelo Sr. Manoel. 
Caso não haja essa observância no momento de lançamento de dados, 
Zezinho poderá ser contabilizado de forma duplicada nos custos de 
produção: uma como pagamento a terceiros (R$ 400,00/mês) e outra 
como familiar (considerando um salário-mínimo de R$ 880,00/mês). 
Assim, o custo no sistema será praticamente triplicado em relação ao 
custo real que deveria ser contabilizado, passando de R$ 400,00 para 
um superestimado de R$ 1.280,00 (400 + 880). Esse tipo de avalia-
ção errônea pode comprometer a viabilidade do negócio analisado. 
Fica nítido, a partir de agora, que o termo “mão de obra familiar” não deve ser atre-
lado exclusivamente ao fator parentesco, mas assimilado juntamente ao contex-
to de desembolsos, pois também é conhecido como pró-labore do administrador 
(pagamento realizado aos sócios pelos serviços prestados à empresa). Assim, é 
necessário ser um administrador da empresa rural para justificar o recebimento de 
pró-labore, apresentando grau de parentesco ou não, desde que não seja sistemati-
camente remunerado, causando desembolso físico de capital ou produtos. Sempre 
que houver essa situação de pagamentos regulares de familiares ou administra-
dores, eles deverão ser desqualificados dos custos fixos e alocados no COE, pois 
passaram a ser uma despesa direta. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 29
Tome nota
É muito importante destacar que a mão de obra familiar, em alguns 
casos, dedica um esforço maior que a mão de obra contratada, além 
de trabalhar por um período superior à jornada legal de um funcio-
nário. Logo, para dimensionar o valor do trabalho da mão de obra 
familiar, não se deve apenas contar o número de pessoas envolvidas, 
mas sim qual seria o custo para substituí-las, dadas as atividades 
executadas por elas.
Para complementar esse raciocínio, veja mais dois exemplos:
Pai e filho
Um pai e seu filho trabalham sozinhos na propriedade 
rural. Acordam diariamente às 5 h da manhã e encer-
ram sua jornada de trabalho às 19 h, perfazendo 11 
horas de trabalho, descontando-se 3 horas de almo-
ço e descanso. Muito dedicados e concentrados nas 
atividades, são eficientes nas operações que exercem. 
Certa vez, resolveram tirar uma semana de férias com 
toda a família e, para isso, contrataram duas pessoas 
para substituí-los. Porém, já no primeiro dia, notaram 
que os dois contratados, em suas 8 horas de trabalho 
diário, não executaram sequer 50% das tarefas que pai 
e filho realizavam. Dessa forma, tiveram de contratar 
mais duas pessoas para executar o serviço, perfazen-
do quatro contratados. Assim, qual seria a atribuição 
correta de custo dessa mão de obra familiar: o salário 
de mercado de duas ou quatro pessoas? A resposta, 
nesse caso, é a alocação de quatro salários para pai e 
filho como custo fixo de mão de obra familiar, pois eles 
realizam atividades que somente a contratação dessa 
quantidade de funcionários atenderia à demanda.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 30
Caso de família
Um pai, a esposa e seus cinco filhos trabalham na 
propriedade rural. De todos os filhos, o mais velho 
já encerrou os estudos e os restantes fazem cursos 
técnicos no período da manhã. Ao chegarem dos 
cursos, o pai fala sobre a importância da lida do sítio, 
porém a cada dia eles estão menos interessados nas 
atividades rurais, pois acreditam que pequenas pro-
priedades não apresentam perspectivas de melhoria, 
fato corroborado por seus pais ao não deixarem seus 
filhos participarem da administração da propriedade, 
ocultando os resultados alcançados pela família. 
Dessa forma, a participação desses filhos no traba-
lho da propriedade existe, mas está cada vez menor. 
Assim, qual o custo da mão de obra familiar nesse 
caso? Um salário de mercado para cada filho, esposa 
e marido, ou seja, sete pessoas? Não. Nesse caso, o 
custo da mão de obra familiar deveria ser dimensio-
nado com o mesmo critério do exemplo anterior: para 
substituir o trabalho dessa família, quantas pessoas 
seriam necessárias no salário de mercado? Ao avaliar 
o trabalho, concluiu-se que as atividades realiza-
das por essa família seriam substituídas por quatro 
pessoas, por exemplo. Logo, o custo da mão de obra 
familiar seria o valor de quatro salários de mercado 
para essa função, e não de sete.
Remuneração do empreendedor
Caso se tenha em mente que a única fonte de renda para a mão de obra familiar, ou 
administrador/empreendedor, seja seus custos de oportunidade, ou seja, o produtor 
tem acesso somente aos valores discutidos no tópico acima, realiza-se uma análise 
errada e pouquíssimo atrativa ao produtor. 
Deve-se ter em mente que a remuneração do empreendedor acontece em três 
momentos:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 31
Custo de mão de 
obra familiar
Conforme visto no tópico anterior, relembre o conteú-
do do tópico “Custo Operacional”, caso haja dúvidas. 
Custo de oportunidade 
do capital
O custo de oportunidade será tratado de manei-
ra mais aprofundada quando forem discutidos os 
custos totais, no Tópico 1 do Tema 2. De uma forma 
geral, esse item é um componente dos custos fixos, 
pois não há desembolso, e representa também um 
custo de oportunidade de investimento. Nesse caso, 
será avaliado, por exemplo, se compensaria mais o 
empreendedor ter investido R$ 1 milhão de capital 
médio na infraestrutura da atividade ou se teria uma 
melhor remuneração investindo esse mesmo capi-
tal na poupança, um investimento tradicional e com 
rendimento histórico médio de 6% ao ano, e que é 
adotado na Metodologia de Assistência Técnica e 
Gerencial como parâmetro de comparação. Assim, 
esse R$ 1 milhão renderia, na poupança a 6%a.a., a 
quantia de R$ 60 mil/ano. Obrigatoriamente, para ser 
minimamente atrativa, a atividade deveria render a 
partir desse valor. 
Lucro que a atividade 
proporciona ao 
empreendedor
Será tratado de maneira mais aprofundada no Tópico 
1 do Tema 2. De forma conceitual, para entender sua 
alocação nessa etapa de cálculos, basta compre-
ender que o lucro, na verdade, não é diretamentedo 
empreendedor, mas sim do negócio — os custos com 
seu trabalho já foram remunerados. Em muitas em-
presas, o lucro é destinado a diversas finalidades, de 
acordo com o planejamento estratégico da empresa. 
Por exemplo: 10% do lucro destinado para ações de 
marketing; 2% para doações; 20% para investimentos 
em pesquisa; 50% para aquisição de novos negó-
cios e 18% para distribuição de dividendos entre os 
sócios do negócio. Assim, caso não haja destinação 
para investimentos em novas áreas ou destinação 
de recursos para outros setores, o lucro deverá ser 
destinado do negócio ao empreendedor.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 32
Assim, a fórmula para cálculo dessa remuneração do produtor rural/empreendedor será:
CO
custo de oportunidade
Veja o exemplo: 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Ao final da apuração anual dos resultados obtidos por uma propriedade rural, o Técnico de 
Campo do empreendimento encontrou os seguintes valores:
- remuneração mensal do empreendedor igual a R$ 1 mil; 
- custos de oportunidade do capital iguais a R$ 60 mil; 
- lucro anual igual a R$ 20 mil.
Dessa maneira, qual foi a remuneração total do empreendedor no ano analisado pela consultoria?
Aplicando a fórmula, tem-se: 
 
REMUNERAÇÃO = MDOF + CO + LUCRO 
 
REMUNERAÇÃO = (R$ 1.000,00/mês x 12 meses) + R$ 60.000,00 + R$ 20.000,00 
 
REMUNERAÇÃO = R$ 92.000,00
Portanto, a remuneração total do empreendedor será igual a R$ 92 mil ao ano.
Avance para o próximo tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 33
Tópico 3: Depreciação
A depreciação é uma reserva monetária destinada a gerar fundos necessários para 
a substituição de bens ao final de sua vida útil — com o intuito de o produtor rual/
empreendedor se preparar para o momento da troca de bens de produção - equi-
pamentos, máquinas, benfeitorias, forrageiras não anuais (capineira, canavial etc.), 
reprodutores e animais de serviço — quando necessário para manter a capacidade 
produtiva da empresa. A depreciação é um custo fixo que não representa desembol-
so, sendo, portanto, um custo indireto. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
O objetivo a ser alcançado neste tópico será reconhecer a importância 
de calcular a depreciação como parte relevante dos custos de produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 34
Na metodologia de cálculo de custo de depreciação de ATeG, consideram-se o mé-
todo linear e o valor de sucata dos bens sempre iguais a zero. Esse método tem por 
finalidade minimizar a subjetividade do cálculo de custo da agropecuária. Ao optar 
pelo método linear, também ocorre uma estabilização da depreciação ao longo de 
toda a vida útil do bem, necessitando que se realize seu cálculo apenas uma única 
vez, até que ela se encerre. Assim, depreciação é igual a:
Será necessário que o Técnico de Campo resgate o valor de novo do bem (mesmo 
valor da nota fiscal de compra), independentemente de quantos anos de uso possua 
ou seu estado de conservação, desde que esteja dentro de seu prazo de vida útil. 
Na prática
Veja o exemplo: 
Para um trator no valor de novo de R$ 150 mil, com vida útil de 15 
anos, qual será sua depreciação?
d = VN – S
VU
R$ 150.000,00 – 0 = R$ 10.000,00/ano
15 anos
Nesse caso, o custo anual de depreciação do trator é igual a R$ 10 
mil/ano.
Sempre que o bem for adquirido novo e estiver dentro de seu prazo de vida útil, 
a fórmula para calcular a depreciação será igual à do exemplo. Para os casos 
em que o produtor não for o primeiro dono do bem, será visto adiante como 
deve ser realizado o cálculo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 35
A vida útil se refere ao tempo que o bem pode ser usado para desempenhar sua 
função tendo utilidade econômica na empresa rural. Na metodologia utilizada pela 
ATeG, ela é contabilizada em anos, podendo ser subdividida pelo intervalo de tempo 
que o administrador desejar para suas análises pessoais, até mesmo em horas.
Devido ao Brasil ser um país de dimensões continentais, apresentando um grande 
mix de produtos agropecuários, com características edafoclimáticas diversas, e os 
bens sofrerem intensidades de uso e desgaste diferentes, não é possível tabelar 
essa informação de modo que seja aplicável em todo o território nacional. Porém, os 
valores de vida útil podem ser encontrados em tabelas disponíveis em obras espe-
cializadas para agropecuária, que servem de base para o Técnico de Campo realizar 
sua avaliação, de acordo com a realidade local (exemplos: zona litorânea; trabalho 
em solos arenosos em oposição ao trabalho em solos argilosos; regime de chuvas 
na região etc.). É preciso ter muito critério ao realizar tal avaliação, pois os custos 
com depreciação geralmente são “mascarados” ou não “enxergados” pelo produtor 
rural, uma vez que não se realizam desembolsos para seu pagamento.
Itens que sofrem depreciação: 
Benfeitorias (casas do proprietário e dos funcioná-
rios, aprisco, galpão, depósito, caixa de abelha, cer-
cas etc.)
Máquinas e equipamentos (veículos, tratores, balan-
ça, roçadeira, misturador de ração, ferramentas etc.)
edafoclimáticas
Edafoclimáticas são 
características definidas 
por fatores do meio, tais 
como o clima, o relevo, 
a litologia, a temperatu-
ra, a humidade do ar, a 
radiação, o tipo de solo, 
o vento, a composição 
atmosférica e a precipi-
tação pluvial.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 36
Semoventes (animais de serviço, rebanhos não es-
tabilizados etc.)
Forrageiras não anuais
Quando o produtor não realiza cálculo de custos de produção, há a tendência de se 
considerar a depreciação como parte de seus lucros, uma vez que a “reserva” finan-
ceira é algo raro no hábito dos brasileiros. Uma opção viável é realizá-la em investi-
mentos de longo prazo, chamados no mercado financeiro de “renda fixa”.
Sempre que a vida útil do bem for esgotada, o 
cálculo da depreciação não será mais neces-
sário, pois ela será sempre igual a zero, uma 
vez que toda a depreciação já foi paga.
Casos especiais
A) Bens adquiridos usados
Na aquisição de bens já utilizados, porém dentro do prazo de vida útil, o Técnico de 
Campo deverá utilizar como base de cálculo o valor desembolsado pelo produtor 
para adquiri-lo, independentemente de seu valor de mercado. O que está sendo ava-
liado é o custo real, e não a oportunidade, conforme a fórmula a seguir:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 37
A vida útil residual é obtida a partir da subtração da vida útil total estipulada para o 
bem pelo tempo efetivo de seu uso. 
Na prática
Veja o exemplo: 
Uma bomba d’água elétrica, com valor de nova igual a R$ 18 mil e 15 
anos de vida útil. O produtor a comprou por R$ 8 mil e com 11 anos 
de uso. Qual será a depreciação desse bem? 
d =
VC – S
VR
d =
R$ 8.000,00 - 0
(15 - 11) anos
d =
R$ 8.000,00 = R$ 2.000,00
4 anos
Nesse caso, o custo anual de depreciação é igual a R$ 2 mil/ano.
B) Animais de rebanho e animais de serviço
Animais de rebanho e animais de serviço também podem sofrer depreciação. Quan-
do, no cálculo do custo, considera-se todo o rebanho e ele está estabilizado, não é 
feita a depreciação das matrizes, uma vez que as fêmeas mais jovens substituem as 
mais velhas, mantendo-se a mesma idade média da categoria matrizes. 
O custo dessa recria corresponde à depreciação dessas matrizes. Essa situação de 
estabilidade é bem comum em rebanhos de corte de qualquer espécie. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 38
Conheça muito mais
Em um rebanho estável, não há mais modificações numéricas nas 
diversas categorias animais do sistema de produção, embora esse 
rebanho não esteja estático, e sim passando por uma renovação 
anual — reposição.
Entretanto, existem propriedades de produção leiteira que não realizam recria de fê-
meas para reposição, logo serão obrigadas a adquirir novas matrizes. Nesses casos, 
considerando os animais de produção como um bem, o produtor deverá reservar a 
depreciação para que possa substituí-los, de acordo com os índices de descarte 
adotados peloprodutor. 
A mesma analogia deverá ser feita para 
a depreciação de animais de serviço 
(equinos, muares, asininos, cães de 
pastoreio, rufiões, reprodutores ou do-
adoras e fêmeas receptoras). Quando 
não houver um semovente de igual ca-
tegoria apreciado para substituí-lo, 
será preciso realizar a reserva monetá-
ria para tal. 
Em rebanhos de caprinos e ovinos, é bastante comum que o produtor possua em 
seu inventário os reprodutores mais jovens, justamente para realizar essa substitui-
ção dos reprodutores adultos, seja por questões de idade (depreciação física), seja 
por questões de consanguinidade genética. Nesses casos, o técnico deverá realizar 
a estabilização da categoria sob a mesma justificativa da realizada na estabilização 
de matrizes.
Depreciação da lavoura
Toda cultura permanente que produzir frutos será alvo de depreciação. Com o de-
correr dos anos, a lavoura vai perdendo seu potencial produtivo, sofrendo então de-
preciação, sendo preciso receber, em determinados momentos, intervenções, como 
a poda drástica ou, até mesmo, o novo plantio.
A metodologia utilizada para a formação dos custos de depreciação de lavouras 
consiste em dividir o investimento realizado para sua formação pelo número de 
anos de vida útil média de produção, com algumas particularidades a serem descri-
tas a seguir. Conheça a fórmula:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 39
A fórmula é aplicável devido à expectativa de vida útil produtiva que o produtor esti-
ma para sua lavoura, cuja duração deverá ser avaliada caso a caso pelo Técnico de 
Campo, fornecendo a ele a quantificação exata da reserva contábil que deverá reali-
zar em sua propriedade, por hectare, por talhão e até mesmo por planta, para que se 
proceda às intervenções naturalmente necessárias. 
Também é possível encontrar casos em que as intervenções irão ocorrer antes mes-
mo do encerramento da vida útil produtiva esperada para a lavoura em questão. 
Estes serão tratados pela metodologia da seguinte maneira:
A depreciação incide sobre a cultura formada, ou seja, as lavouras em formação e 
em renovação são consideradas investimentos, e, portanto, a depreciação será zero 
durante esse período de análise.
Fonte: Banco de imagens do Senar
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 40
Na prática
Um talhão de 1 ha foi implantado e apresentou gastos com o plantio 
de R$ 5 mil/ha no primeiro ano e R$ 6 mil/ha no segundo ano de for-
mação, com expectativa de 10 anos de vida útil produtiva. Porém, o 
produtor optou por realizar uma intervenção/reforma em sua lavoura 
na oitava safra, com um custo de renovação de R$ 6 mil. Com a inter-
venção/reforma, qual será a depreciação dessa lavoura ao longo do 
período analisado?
Para chegar à resposta, é necessário dividir essa análise em dois mo-
mentos — antes e após a poda.
Análise até o momento da reforma:
d =
VI
VU
d =
R$ 5.000,00 + R$ 6.000,00
= R$ 1.375,00
8
Análise após a reforma:
d =
VR
VU
d =
R$ 6.000,00
= R$ 600,00/ano
10
Do primeiro ao oitavo ano produtivo, o valor de depreciação que de-
verá ser reservado será de R$ 1.375,00 por ano. No entanto, a partir 
da retomada da produção após a reforma, e considerando que não 
mais sofrerá intervenções antecipadas pelo período de 10 anos, a 
nova reserva de depreciação deverá ser de R$ 600,00 por ano.
Observe que, no exemplo, o fato de a intervenção/reforma ter sido realizada antes 
do período previamente programado não alivia os custos com a depreciação; pelo 
contrário, os pressiona, causando uma elevação em sua análise anual. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 41
D) Exaustão da floresta
O conceito de depreciação é aceitável 
contabilmente para a análise de flores-
tas plantadas. Porém, gramaticalmen-
te, na língua portuguesa, utilizar tal ter-
minologia para essa cadeia produtiva 
não faz o menor sentido, uma vez que 
um bem depreciado é aquele que foi 
perdendo sua capacidade produtiva 
(tornou-se obsoleto) ao longo dos 
anos. Nas florestas, o que ocorre é jus-
tamente o contrário. 
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Com o passar dos anos, a floresta vai se tornando cada vez mais valiosa, ganhando 
mais e mais metros cúbicos para extração. A essa extração dá-se o nome de exaus-
tão da floresta, que é como deve-se chamar a depreciação nesse caso. 
A exaustão é o custo de cada período do valor 
referente à parcela consumida da floresta, ou 
seja, representa a porcentagem que foi remo-
vida da floresta para que se possa calcular 
proporcionalmente o investimento realizado 
na implantação e na condução da floresta.
Para isso, primeiramente aplica-se esta fórmula:
% de árvores extraídas: (árvores extraídas ÷ total de árvores) x 100%
Após encontrar essa porcentagem representativa, aplica-se esta outra fórmula para 
realizar a proporcionalização da exaustão:
Exaustão: investimentos x % de árvores extraídas
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 42
Veja o exemplo a seguir:
Na prática
Em um florestamento que envolve 10 mil pés de eucaliptos, cujo cus-
to de formação foi de R$ 56.300,00, foram cortadas 4.800 árvores. 
Calcule sua exaustão. 
Para o cálculo do valor da exaustão, será observado o seguinte cri-
tério: descobrir o percentual de árvores exauridas e aplicá-lo sobre o 
valor investido na formação. 
Cálculo percentual das árvores extraídas:
Assim, o custo com a exaustão da floresta será 48% de R$ 56.300,00 
investidos, ou seja, R$ 27.024,00. Isso significa que, do valor da venda 
das árvores extraídas, R$ 27.024,00 deve ser direcionado para cobrir 
o investimento realizado na formação da floresta.
A depreciação é um fator que precisa ser levado em consideração na administração 
do negócio rural, e as únicas formas de amenizar os impactos desse custo são o uso 
adequado e a conservação pelo devido tempo de qualquer bem ou infraestrutura.
Chegou ao final mais um tópico deste módulo. Siga em frente!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 43
Tópico 4: Custo operacional total 
O Custo Operacional Total (COT) é uma forma de avaliar se uma atividade é susten-
tável no médio prazo. 
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Objetivos
Ao final deste tópico você será capaz de entender a composição do 
custo operacional total, que é de grande importância na avaliação 
técnico-econômica da propriedade rural.
O COT inclui o Custo Operacional Efetivo (COE), o pagamento da mão de obra fami-
liar (pró-labore) e, também, as depreciações de benfeitorias, máquinas, animais de 
serviço e forrageiras perenes. Dessa forma, o COT é calculado da seguinte maneira:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 44
No caso de análise de florestas plantadas, o fator depreciação deve ser trocado pela 
exaustão da floresta, de maneira que a fórmula aplicada fica um pouco diferente, 
como você pode ver a seguir:
exaustão da floresta
No cálculo do COT, também se deve considerar apenas a atividade analisada, e, por-
tanto, todos os demais custos envolvidos em seu cálculo deverão ser rateados pro-
porcionalmente caso haja necessidade. 
Tome nota
Esse conceito de rateio dos custos também se aplica à mão de 
obra familiar e à depreciação, porém estas devem ser rateadas 
proporcionalmente, de acordo com a relação de uso, ou o tempo 
empregado para a atividade, ou ainda com a relação de composi-
ção da renda quando couber.
Veja o exemplo a seguir:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Um produtor divide seu tempo entre a apicultura (30%) e a criação de caprinos (70%), sendo 
justo que o técnico atribua o pagamento do de custo da mão de obra familiar proporcionalmen-
te à cada cadeia produtiva analisada.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 45
Portanto, não é tão simples quanto parece identificar corretamente o COT, pois se devem consi-
derar diversas variáveis dentro de cada item de sua composição.
Devido à grande diversidade de cadeias produtivas atendidas pela metodologia de 
ATeG, à flexibilidade de sistemas de produção e às especificidades de cada uma de-
las, é natural que se tenha que ajustar algunsconceitos para que se possa atender 
de forma satisfatória a todas elas e, assim, se aproximar do custo real das ativida-
des agropecuárias. 
Tome nota
Essa tentativa de “aproximação” com o custo real se dá pela impos-
sibilidade de se controlar totalmente, fora do ambiente experimental 
e laboratorial, as transformações e as inter-relações biológicas ocor-
ridas no campo, que por si sós comprometem a análise econômica 
fidedigna, diferentemente do que acontece em um ambiente indus-
trial, por exemplo. 
Como visto, além do COE existem dois outros custos da propriedade rural que 
são importantes para a identificação do custo operacional total de produção: a 
mão de obra familiar e a depreciação. Avance em seus estudos e conheça cada 
um deles com mais detalhes.
Para iniciar essa discussão, além das características já elencadas sobre o COE, veja 
agora alguns casos especiais para esse item que impactam diretamente o COT. 
Particularidades do cálculo do COE para ativida-
des pecuárias 
A complexidade do cálculo do custo de 
produção da atividade pecuária recomen-
da forte interação do técnico, que está de-
terminando o custo, e o produtor, na bus-
ca de uma interpretação dos resultados 
que mais se aproximem da realidade. 
Muitas das atividades pecuárias pos-
suem produção conjunta, gerando um 
produto principal e outros que podem, ou 
não, ser considerados como subprodutos 
ou atividades secundárias, conforme es-
tudado no tema “composição da renda”.
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 46
Saber operacionalizar corretamente as ferramentas de controle é 
muito importante, porém ainda esbarra-se em subjetividades. Por 
isso, o mais importante em um diagnóstico é ter um critério de jul-
gamento justo com as atividades analisadas. 
Vamos ver um exemplo onde a propriedade tem como foco a bovinocultura leiteira, 
e é somente essa a atividade a ser analisada nessa propriedade:
Na prática
Se, por exemplo, o técnico resgatar a nota fiscal de rações que o pro-
dutor adquiriu e observar apenas o valor total do documento, sem 
verificar que no meio do faturamento estavam elencadas rações para 
seu cão doméstico e também para os porcos cevados, a análise es-
tará errada, pois estariam sendo elencadas despesas que não são de 
competência da atividade leiteira.
O critério é simples: utilizo cães e suínos para produção de leite? Em 
geral, não, a não ser que seja um cão treinado para o pastoreio do 
gado, que então irá compor o rebanho da propriedade na categoria 
“animais de serviço”. Salvo essa exceção, esses animais não têm ab-
solutamente nada a ver com a atividade estudada. Portanto, as des-
pesas relativas a eles não devem ser consideradas no custo do leite.
Agora que o conceito está mais claro, transporte-o para a prática da atividade leitei-
ra, que é uma operação complexa. 
Dentro da atividade leiteira, há um subproduto intrínseco e inevitável, que é a produ-
ção de bezerros e bezerras. Considerando que o rebanho estudado está estabiliza-
do, esse produtor terá de fazer retenções para a reposição de matrizes, ou mesmo 
aumento do rebanho, mas apenas uma parte desses animais nascidos na proprie-
dade de fato permanecerão para compor o estoque de rebanho, e todo o restante 
será comercializado. Essa peculiaridade de venda de animais já foi explicada no 
tópico “variação do inventário animal”.
Você sabia?
A reposição de matrizes consiste na substituição de fêmeas em final 
de fase reprodutiva ou que apresentaram problemas, como infertili-
dade, más-formações congênitas, danos sanitários — a exemplo da 
mastite —, ou mesmo que vieram a óbito. Essa seleção de animais 
que irão repor o estoque de fêmeas é baseada em genótipo, fenóti-
po, idade e condição corporal. Geralmente, ocorre de forma anual em 
uma taxa entre 5% a 20%, a depender dos objetivos da empresa rural.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 47
A venda de animais descartados muitas vezes representa um volume considerável 
de entrada de recursos na propriedade, mas é considerada uma subatividade da 
produção leiteira. Assim, é justo que ela também seja onerada com os custos de sua 
produção. Então, é necessário fazer o rateio proporcional do COE no que compete 
exclusivamente à atividade leiteira, assim como de todos os demais custos de uso 
em comum, seguindo a mesma proporção encontrada na relação renda do leite/
renda da atividade.
A análise a ser realizada é: a atividade necessita da cria para que seja iniciada a 
produção do leite, porém, após o parto, este animal é totalmente desnecessário para 
a produção desse mesmo leite. Portanto, o item “aleitamento artificial” é um custo 
totalmente referente à criação desses animais, e não um custo para a atividade lei-
teira arcar sozinha. Da mesma forma que, para produzir animais para venda, não é 
necessário que esta atividade seja onerada com materiais para ordenha, hormônios 
ou transporte do leite. 
A aplicação de uma fórmula matemática 
específica nos permite descobrir o COE 
do leite de forma bem detalhada, diferen-
temente de outras metodologias que não 
trabalham com centro de custos, nas 
quais o custo é total e a atividade leiteira 
tem de arcar com todas as despesas. 
Fonte: Banco de imagens do Senar
Inicialmente, removem-se os elementos que não são de uso comum para ambas as 
atividades (material de ordenha, hormônios, transporte do leite e aleitamento arti-
ficial), pois as três primeiras são exclusivas do leite, e a última, da venda das crias. 
Então, todo o resto de despesas comuns é rateado proporcionalmente de acordo 
com a relação entre a renda da atividade e a renda total. Ao final, serão integralmen-
te somados os valores que pertencem ao leite, pois o que se pretende descobrir é 
apenas o COE do leite. Assim, tem-se a seguinte fórmula para balizar esses custos:
Clique nos itens para ver o significado das siglas.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 48
Onde:
COE do leite: custo operacional efetivo do leite
COE da 
atividade:
custo operacional efetivo da atividade leiteira
MTO: material de ordenha
HORM:
hormônios (somente aqueles ligados diretamente à produção de 
leite. Exemplo: ocitocina e BST)
TRANSP: transporte do leite (quando houver)
AL: aleitamento artificial
RL renda do 
leite/renda da 
atividade:
proporção da renda bruta do leite sobre a renda bruta da ativi-
dade leiteira
Em outras cadeias da pecuária, geralmente o raciocínio é menos complexo. Nas 
cadeias produtivas de aquicultura, avicultura, ovinocaprinocultura, suinocultura e 
bovinocultura de corte para confinamento (ou terminação), encontra-se a seme-
lhança de que todos os animais pertencem ao COE, uma vez que são tratados como 
insumos. Eles são assim considerados pois se faz necessária sua aquisição sempre 
que um ciclo se encerra e para que se possa iniciar o subsequente.
Tome nota
Nesses casos, os animais criados serão ao mesmo tempo itens que 
necessitam ser adquiridos no início da criação, como também o pró-
prio produto a ser comercializado. Como geram desembolso direto e 
se encerram ao final do ciclo produtivo, compõem o COE. O critério 
é válido mesmo para aqueles animais que apresentam ciclos com 
duração maior que um ano, como a compra de bezerros de desmama 
para engorda ou a criação de pirarucu (Arapaima gigas) em cativeiro, 
uma vez que o termo “ciclo” não é específico ao tempo fixo de um 
ano, mas sim ao período para o desenvolvimento da criação.
Em todos os exemplos de cadeias citadas neste tópico, não será raro o Técnico de 
Campo encontrar situações em que os insumos sejam produzidos no próprio local. 
A metodologia de ATeG considera sempre o centro de custos, ou seja, a 
separação total dos itens para cada seguimento da criação. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 49
No caso de a propriedade ter mais de uma atividade, será sempre como se 
o produtor estivesse vendendo o insumo para ele mesmo pelo preço de 
mercado. Isso se chama “custo de oportunidade”, que representa o que o 
produtorreceberia caso decidisse vender seu produto no mercado, ao invés de usá-lo 
em outra atividade na propriedade. Tal balizamento serve para o administrador avaliar 
qual decisão será financeiramente mais vantajosa para sua empresa. 
Já os rebanhos de matrizes, reprodutores e animais de serviço utilizados 
para a obtenção desses insumos continuarão alocados em outro centro 
de custo, sempre rateando proporcionalmente os custos que eventual-
mente sejam de uso comum a ambas as atividades. 
Este é o final do tópico 4. Siga em frente para aplicar os conceitos aprendidos até aqui. 
Avance!
Tópico 5: Aplicando os conceitos
Chegou a hora de conhecer a aplicação prática dos conceitos estudados de for-
ma detalhada! 
Fonte: Banco de Imagens do Senar
Objetivos
Neste tópico, serão aplicados os conceitos aprendidos, a fim de 
melhorar o entendimento sobre os indicadores de custos e a forma 
como podem ser calculados.
Para começar, pense no custo operacional efetivo.Nele, contabilizam-se apenas as 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 50
despesas de custeio, que envolvem desembolsos inerentes à atividade. Ele está re-
lacionado aos desembolsos do produtor, tais como mão de obra contratada, con-
centrados, fertilizantes, sementes, medicamentos, sais minerais, reparos de benfei-
torias, consertos de máquinas, impostos e taxas, energia elétrica, combustível, 
inseminação artificial e outros dessa natureza. 
No estudo de caso, será analisada a atividade leiteira. Veja, a seguir, a planilha de 
despesas apresentada pelo produtor. 
Despesas de custeio Valor anual
Mão de obra temporária R$ 3.000,00
Manutenção de pastagens R$ 5.750,00
Manutenção de canavial R$ 2.000,00
Manutenção de capineira R$ 200,00
Silagem R$ 14.000,00
Concentrado R$ 42.705,00
Gastos com alimentação da família R$ 11.543,00
Aleitamento artificial R$ 6.086,90
Minerais R$ 3.950,00
Despesas com vestuário da família R$ 500,00
Medicamentos R$ 6.000,00
Hormônios (ocitocina + BST) R$ 800,00
Aquisição de conjunto de ordenha R$ 27.000,00
Material de ordenha R$ 2.300,00
Energia e combustível R$ 2.400,00
Inseminação artificial R$ 2.115,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 51
INSS + Impostos + Contribuição Sindical R$ 4.350,00
Reparos de benfeitorias R$ 1.870,00
Reparos de máquinas e equipamentos R$ 2.350,00
Outros gastos de custeio R$ 1.535,00
Total R$ 139.654,90
Tome nota
O item Aquisição de conjunto de ordenha nada mais é que um con-
junto de equipamentos destinados a realizar a ordenha mecanizada, 
cada vez mais comum na bovinocultura leiteira. Essa aquisição é tra-
tada como um investimento e, portanto, não é um item a ser incluído 
na somatória do COE, assim como o item Despesas com vestuário 
da família.
Apenas os gastos com atividades inerentes à atividade serão utilizados para uma 
avaliação econômica.
COE de um produto da atividade
O COE permite ao administrador avaliar, em separado, cada um dos produtos de uma 
atividade e, com isso, tomar as decisões adequadas na gestão de cada produto ou 
subproduto. Nas atividades agropecuárias, alguns itens de custo são difíceis de ratear 
para cada produto da atividade. Por exemplo: quanto do mineral utilizado na atividade 
foi para as vacas gerarem um novo bezerro e quanto foi para produzir leite? 
Ao mesmo tempo, alguns itens de custos são específicos de um produto. Por exem-
plo: para produzir animais para venda, não é necessário material para ordenha. Com 
essas informações, veja como vamos calcular o COE do leite no estudo de caso.
O primeiro passo é definir quais itens não serão rateados.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 52
Itens que são COE 
apenas do leite
• Material de ordenha:
• pré e pós-dipping;
• produtos de limpeza;
• papel toalha;
• outros itens vinculados à ordenha.
• Transporte do leite.
• Hormônios (ocitocina + BST).
Itens que não participam 
do COE do leite
• Aleitamento das crias.
Os demais itens são rateados em proporção da renda obtida pelo produto do qual 
se deseja separar o custo, ou seja, assume-se que o custo do produto dividido pelo 
custo da atividade é igual à renda do produto dividida pela renda da atividade.
Considera-se a correspondência a seguir:
L
A
=
Logo, para se definir o COE do leite, parte-se do princípio de que:
Para corrigir essa conta, é necessário subtrair do COE da atividade aqueles itens que 
não são proporcionais e adicionar ao final apenas os que são 100% do leite. Veja 
como fica a conta considerando os seguintes valores:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 53
Na prática
Material de ordenha = MO = R$ 2.300,00
Aleitamento = A = R$ 6.086,90
Transporte do leite = TL = 0
Hormônios (ocitocina + BST) = H = 800,00
Renda do leite: R$ 148.807,23
Renda da atividade: R$ 170.807,23
COE da atividade: R$ 101.411,90 (COEA)
Assim, tem-se:
Renda do leite
=
R$ 148.807,23
= 87,11%
Renda da atividade R$ 170.807,23
COEL = { ( COEA – MO – AA – TL- H x ) RL } + MO + TL + HRA
COEL =((R$ 101.411,90 - R$ 2.300,00 - R$ 6.086,90 - 800,000) x 
87,11%) + R$ 2.300,00 + 0 + R$ 800,00
COEL = R$ 80.337,20
Com base nos resultados, observe a grande diferença encontrada (R$ 21.074,70) 
entre o COE total da atividade e o COE específico do leite. Viu como não é justo que 
uma atividade arque sozinha com as despesas de outras? Tal erro poderá compro-
meter a análise de viabilidade da atividade. 
O mesmo raciocínio pode ser adotado em qualquer atividade. Por exemplo: a emba-
lagem do mel é custo só do mel, logo não deve ser rateado com o do própolis. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 54
COEL / litro
Para obter esse indicador, basta dividir o COEL pela produção obtida nos últimos 12 
meses. Veja:
COE do leite (COEL) = R$ 80.337,20
Produção = 114.545 litros
Logo:
COEL / litro =
R$ 80.337,20
= 0,70 reais
114.545 litros
Assim, para a produção total de leite, foi dispendido R$ 0,70 para cada litro de leite.
COEL / preço médio 
A renda do leite representa a receita 
obtida com a venda de leite ao longo do 
período analisado. Sabendo que a ati-
vidade leiteira, quando executada de 
forma racional, é ininterrupta e também 
que, ao longo do ano, devido a diferen-
tes fatores mercadológicos (disponibi-
lidade do produto, demanda, região 
analisada, época do ano etc.), os pre-
ços sofrem diversas alterações, é ne-
cessário investigar o valor médio rece-
bido ao longo do período analisado, 
que será chamado de preço médio.
A forma correta de encontrar esse indicador será demonstrada a seguir, na qual se 
divide o valor total obtido com a venda de leite (exclusivamente) pelo volume to-
tal produzido durante o período compreendido pela análise, independentemente de 
quantas alterações o preço tenha sofrido. Veja: 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 55
Preço médio =
Renda do leite
Produção
Preço médio =
R$ 148.807,23
= R$ 1,30/litro
114.545 litros
Assim, pode-se assumir que o produtor, ao longo do período analisado, recebeu em 
média o valor de R$ 1,30 por cada um dos 114.545 litros que comercializou. Note 
que o destacado é o valor e as quantidades comercializadas, não o produzido (outra 
parte pode ter sido destinada para consumo interno da propriedade ou mesmo ou-
tras atividades, como produção de queijos, iogurtes etc.). 
Tendo o COE do leite por litro, é interessante descobrir, também, quanto representa o 
COE em relação à renda (pode-se assumir que a renda bruta unitária é igual ao preço 
unitário) obtida na comercialização. 
COEL/Preço médio = 0,70/1,30 = 53,85%
De acordo com o resultado obtido, sabe-se que 53,85% do que o produtor recebe (R$ 
1,30) já está comprometido com o pagamento do COE (R$ 0,70/litro). 
Depreciações
Conforme visto, a depreciação consiste em uma reserva monetária contábil, anual, 
para a substituição de um bem ao final de sua vida útil. 
Ela é calculada de forma linear dividindo o valor de novo pela vida útil, conforme a 
fórmula a seguir:
Sendo que o valor de sucata recomendado pela metodologia de ATeG é igual a R$ 
0,00. Issovisa minimizar subjetividades.
Ao final da vida útil do bem, ele é considerado sucata, logo não serão mais contabi-
lizadas depreciações, mesmo que ele ainda possua utilidade.
Você se lembra do inventário de recursos do estudo de caso da Fazenda Santa Fe-
licidade, visto no Módulo 2? Agora é a hora de estudá-lo para compreender melhor 
os conceitos.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 56
As tabelas a seguir mostram uma série de inventários:
Inventário de benfeitorias
Conforme já visto no módulo anterior, a tabela a seguir mostra o inventário 
das benfeitorias:
Item Quant. utilização no leite 
Valor unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil 
(anos) Idade
Pista de alimentação 1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 10
Curral de manejo 1 50% R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 40 15
Sala de ordenha 1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 43
Cercas perimetrais 1.000 50% R$ 12,00 R$ 6.000,00 15 20
Cercas internas 1.000 100% R$ 0,00 R$ 10.000,00 10 8
Bebedouros 4 100% R$ 500,00 R$ 2.000,00 20 5
Bezerreiro 1 100% R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 20 21
Depósito de ração 1 80% R$ 80.000,00 R$ 64.000,00 40 15
Cochos de sal mineral 12 100% R$ 500,00 R$ 6.000,00 15 10
TOTAL       R$ 154.000,00    
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Quant. Utilização no Leite
Valor 
unitário 
novo (R$)
Valor total 
(R$)
Vida útil
(anos) Idade
Ordenhadeira mecânica 1 100% R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 15 5
Irrigação 1 100% R$ 23.000,00 R$ 23.000,00 15 3
Aparelho de cerca 
elétrica
1 100% R$ 200,00 R$ 200,00 5 4
Carroça 1 80% R$ 2.300,00 R$ 1.840,00 10 12
Picadeira 1 80% R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 15 16
Bomba de água 1 100% R$ 500,00 R$ 500,00 10 11
Roçadeira costal 2 100% R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 5 4
Latões 3 100% R$ 200,00 R$ 600,00 15 20
Tanque de resfriamento 1 100% R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 15 8
TOTAL       R$ 52.140,00    
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 57
Inventário de forrageiras
Especificação Área (ha) Custo de formação (R$/ha) Valor total (R$)
Vida útil
(anos) Idade
Canavial 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 5 6
Pasto intensivo de mumbaca 2,3 R$ 3.000,00 R$ 6.900,00 20 5
Área de milho silagem 4   -
Pasto extensivo de 
braquiária
6 R$ 2.500,00 R$ 15.000,00 15 20
Construções e estradas 1,2   -    
Reservas e APP 5,5   -    
TOTAL 20   R$ 26.900,00    
Considerando que o rebanho da Fazenda Santa Felicidade se encontra estabilizado, 
e conforme os conceitos trabalhados anteriormente, não haverá cálculo de depre-
ciação para os animais que compõem o rebanho, conforme a tabela a seguir. 
Inventário de animal
Categoria Un. Valor médio Valor total
Vida 
útil
(anos)
Tempo 
de 
serviço
Vacas em lactação 20 R$ 3.200,00 R$ 64.000,00    
Vacas secas 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00    
Bezerras em aleitamento 3 R$ 800,00 R$ 2.400,00    
Novilhas em recria 10 R$ 1.500,00 R$ 15.000,00    
Novilhas em reprodução 12 R$ 2.500,00 R$ 30.000,00    
Reprodutor 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 4 3
Animais de serviço 1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 10 15
TOTAL 49   R$ 128.900,00    
Agora, identifique nas tabelas anteriores os itens que possuem idade superior à vida útil.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 58
Informação extra
 Agora, vamos descobrir quais os itens que, nas tabelas anteriores, 
possuem idade superior à vida útil:
• Inventário de Benfeitorias
• Sala de ordenha
• Cercas perimetrais
• Bezerreiro 
• Inventário de máquinas e equipamentos
• Carroça
• Bomba de água
• Picadeira
• Latões
• Inventário de forrageiras
• Canavial 
• Pasto extensivo de braquiária
• Inventário animal
• Animal de serviço
Mesmo que bens tenham funcionalidade devido às manutenções realizadas, ao 
final da vida útil eles são considerados sucata, ou seja, vida útil é igual a zero. Ma-
tematicamente, a depreciação passa a não existir, pois qualquer valor atribuído ao 
bem, dividido por zero, possui resultado matemático zero.
Quanto às benfeitorias, é difícil atribuir um valor comercial, logo, para efeito de 
cálculos, deve-se manter o valor de novo, para calcular a depreciação.
Confira:
Depreciação da sala de ordenha =
30.000,00
= 0
0
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 59
Calculando a depreciação 
Antes de partir para os cálculos, veja os valores de depreciação de acordo com os 
inventários da Fazenda Santa Felicidade: 
Inventário de benfeitorias
Item Un. Utilização no leite 
Valor 
unitário 
novo
Valor total
Vida 
útil
(anos)
Idade Depreciação
Pista de 
alimentação
1 100%
R$ 
30.000,00
R$ 30.000,00 40 10 R$ 750,00
Curral de manejo 1 50% R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 40 15 R$ 100,00
Sala de ordenha 1 100%
R$ 
30.000,00
R$ 30.000,00 40 43 Não existe
Cercas 
perimetrais
1.000 50% R$ 12,00 R$ 6.000,00 15 20 Não existe
Cercas internas 1.000 100% R$ 10,00 R$ 10.000,00 10 8 R$ 1.000,00
Bebedouros 4 100% R$ 500,00 R$ 2.000,00 20 5 R$ 100,00
Bezerreiro 1 100% R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 20 21 Não existe
Depósito de 
ração
1 80%
R$ 
80.000,00
R$ 64.000,00 40 15 R$ 1.600,00
Cochos de sal 
mineral
12 100% R$ 500,00 R$ 6.000,00 15 10 R$ 400,00
TOTAL       R$ 154.000,00     R$ 3.950,00
Inventário de máquinas e equipamentos
Item Un. Utilização no leite
Valor 
unitário 
novo
Valor total 
Vida 
útil 
(anos)
Idade Depreciação 
Ordenhadeira 
mecânica
1 100% R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 15 5 R$ 533,33
Irrigação 1 100%
R$ 
23.000,00
R$ 23.000,00 15 3 R$ 1.533,33
Aparelho de cerca 
elétrica
1 100% R$ 200,00 R$ 200,00 5 4 R$ 40,00
Carroça 1 80% R$ 2.300,00 R$ 1.840,00 10 12 Não existe
Picadeira 1 80% R$ 2.500,00 R$ 2.000,00 15 16 Não existe
Bomba de água 1 100% R$ 500,00 R$ 500,00 10 11 Não existe
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 60
Roçadeira costal 2 100% R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 5 4 R$ 800,00
Latões 3 100% R$ 200,00 R$ 600,00 15 20 Não existe
Tanque de 
resfriamento
1 100%
R$ 
12.000,00
R$ 12.000,00 15 8 R$ 800,00
TOTAL       R$ 52.140,00     R$ 3.706,67
Inventário de forrageiras
Especificação Área (ha)
Custo de 
formação (R$/
ha)
Valor total
Vida 
útil
(anos)
Idade Depreciação
Canavial 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 5 6 Não existe
Pasto intensivo 
de mumbaca
2,3 R$ 3.000,00 R$ 6.900,00 20 5 R$ 345,00
Área de milho 
silagem
4   R$ -     Não se aplica
Pasto extensivo 
de braquiária
6 R$ 2.500,00 R$ 15.000,00 15 20 Não existe
Construções e 
estradas
1,2   R$ -     Não se aplica
Reservas e APP 5,5   R$ -     Não se aplica
TOTAL 20   R$ 26.900,00      
Inventário de animal
Categoria Un. Preço médio Valor total
Vida 
útil
(anos)
Tempo de 
serviço Depreciação
Vacas em 
lactação
20 R$ 3.200,00 R$ 64.000,00     Não se aplica
Vacas secas 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00     Não se aplica
Bezerras em 
aleitamento
3 R$ 800,00 R$ 2.400,00     Não se aplica
Novilhas em recria 10 R$ 1.500,00 R$ 15.000,00     Não se aplica
Novilhas em 
reprodução
12 R$ 2.500,00 R$ 30.000,00     Não se aplica
Reprodutor 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 4 3 R$ 1.500,00
Animais de 
serviço
1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 10 15 Não existe
TOTAL 50   R$ 128.900,00      R$ 1.500,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 61
Tome nota
Veja como foram realizados alguns dos cálculos da depreciação:
1) Para começar, aplicamos a fórmula:
Depreciação =
valor de compra - valor de sucata
vida útil
2) Assim, partimos para o cálculo da depreciação do inventário de 
benfeitorias:
Depreciação 
da pista de 
alimentação
=
R$ 30.000,00 - 0
= R$ 750,00
40
Depreciação 
da pista de 
alimentação
=
R$ 8.000,00 - 0
= R$ 533,33
15
3) No inventário de forrageiras, vamos calcular apenas a depreciação 
do pasto intensivo de mumbaca:
Depreciação do 
mumbaca
=
$ 6.900,00 - 0 
= R$ 345,00
20
4) Quando falamos de inventário animal, é importante lembrar que 
atividades que fazem a recria do reprodutor também não depreciam. 
Essa é uma situação pouco comum na bovinocultura de leite mais 
especializada, visando evitar consanguinidade.
Considerando que essa propriedade compra o touro, a deprecia-
ção seria:
Depreciação do 
mumbaca
=
R$ 6.000,00 - 0
= R$ 345,004
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 62
Total das depreciações 
Após aplicar a fórmula com os dados fornecidos na planilha, confira o resultado da 
somatória do total das depreciações. 
Inventário Total de depreciações 
Benfeitorias R$ 3.950,00
Máquinas R$ 3.706,67
Forrageiras R$ 345,00
Animais R$ 1.500,00
Total R$ 9.501,67
Custo da mão de obra familiar
O custo da mão de obra familiar repre-
senta o quanto o empresário rural de-
veria pagar no mercado em que ele 
atua para substituir o trabalho realiza-
do por ele e sua família. Vale lembrar 
que isso não tem nada a ver com os 
gastos pessoais do produtor — é sim-
plesmente o valor de mercado das ta-
refas realizadas pela família.
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 63
Fazenda Santa Felicidade
No estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, o produtor também possui um funcioná-
rio, contratado em carteira, e os dois trabalham juntos, de forma que seus desempenhos são 
muito semelhantes. Ao funcionário, desconsiderando encargos sociais, férias e 13º salário, 
ele paga um salário-mínimo de R$ 937,00/mês. Porém, além dessas atividades, ele também 
realizada a administração de sua empresa e negocia ativamente com seus fornecedores e 
clientes. Portanto, foi avaliada como um valor justo a remuneração dessa mão de obra familiar 
(ou pró-labore do administrador) igual a R$ 1.600,00 por mês.
Logo o custo da mão de obra familiar foi:
R$ 1.600,00/mês x 12 meses = R$ 19.200,00
Custo operacional total da atividade (COTA)
Conforme visto, o custo operacional total da atividade é obtido pela adição da de-
preciação e do custo da mão de obra familiar ao COE. 
Total de depreciações = R$ 9.501,67
Custo da mão de obra familiar (MOF) = R$ 19.200,00
COEA = R$ 101.411,90
custo da mão de obra
Na verdade, esse é um 
custo anual que não irá 
se distanciar muito do 
valor real de custo de um 
funcionário, contratado 
em carteira, quando se 
consideram todas as 
obrigações patronais 
(pagamento de encar-
gos, férias e 13º salário). 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 64
COTA = COEA + Depreciações + MOF
COTA = R$ 101.411,90 + R$ 9.501,67 + R$ 19.200,00 = R$ 130.113,57
Este tópico termina aqui. Avance para a parte final deste tema.
Até lá!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 65
Encerramento do tema
Tema 1: Cálculo de custo de produção I
Neste tema, você pôde conhecer o conceito e comportamento de um dos principais 
custos de produção da metodologia de ATeG, os custos variáveis. Também foi pos-
sível diferenciar outros elemento de custo fixo e uma despesa de valor fixo, como, 
por exemplo, arrendamentos, aluguéis, mão de obra contratada e energia elétrica.
Decompondo os custos fixos com exemplos práticos, a de-
preciação e a contabilização dos valores de mão de obra 
familiar foram estudadas detalhadamente.
Assim, foi possível ver que qualquer empresa rural precisa otimizar seus recursos 
para obter melhores resultados. Para isso, é importante conhecer profundamente os 
custos, ou seja, ter uma anotação detalhada das despesas como uma ferramenta de 
controle dos processos produtivo e administrativo.
Vídeos
O Sr. Ariovaldo, como já sabemos, é um homem curioso, gosta de 
aprender. Sabe que, se houver dedicação e empenho, ele terá tudo 
para continuar a trabalhar em sua empresa rural. Ele preza pelo bom 
crescimento da produção de sua propriedade e, com a ajuda do Mar-
celo, quer aprender a fazer todos os cálculos necessários para o bom 
gerenciamento de sua produção. Agora que você já estudou o primei-
ro tema, conseguiria realizar alguns cálculos mais complexos? As-
sista o vídeo completo em seu ambiente de estudos e descubra mais!
No próximo tema, você estudará mais sobre custos de produção. Até breve!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 66
Atividade de passagem
Chegamos ao final do primeiro tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-
cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
Antes de avançarmos no conteúdo, vamos verificar se você compreendeu todos os 
temas e reforçar os conceitos? 
Leia os itens a seguir e relacione-os com os seguintes elementos:
(COE) Custo Operacional Efetivo; 
(COT) Custo Operacional Total; 
(d) Depreciação; 
(MDOF) Mão de obra Familiar.
( ) Despesas diretas
( ) Reserva contábil
( ) Exige desembolso de capital
( ) Ocorrendo retiradas na forma de “salário fixo”, deixa de ser um Custo 
Fixo, tornando-se COE.
( ) Serve como parâmetro de análise de viabilidade da empresa no curto e 
médio prazos
Atenção!
Você terá três tentativas para realizar a atividade. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 67
Assinale a alternativa que contém a ordem correta:
1. COE / d / COE/ COT / MDOF 
2. COE / d / COE/ COE / MDOF
3. COE / d / COT / MDOF / COE
4. COE / d / COT / COE / MDOF
5. COE / d / COE / MDOF / COT
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 68
Dando continuidade aos estudos, no primeiro tópico trataremos dos custos fixos, 
destacando sua importância no planejamento das atividades agropecuárias. Os 
custos fixos merecem atenção, já que, uma vez gerados, não são diluídos ou re-
duzidos com facilidade. Porém, se evitados, podemos estar limitando a capacida-
de produtiva. Dentro do tópico dos custos fixos, daremos maior ênfase ao custo 
de oportunidade sobre o capital, pelo fato de os outros dois componentes - mão 
de obra familiar e depreciações - já terem sido detalhados dentro do tópico Custo 
Operacional Total, no tema 1. Na sequência estudaremos os custos totais, estes 
que quando conhecidos nos darão condições de analisar com maior precisão a real 
situação econômica da propriedade, nos encaminhando para a tomada de decisões 
mais assertivas. 
Após encerrarmos a análise dos Custos Totais, faremos a avaliação de alguns indica-
dores econômicos, que são a margem bruta e a margem líquida. Aqui começaremos 
a estudar a viabilidade financeira do negócio.
Tema 2
Cálculo de custo de produção II
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 69
Objetivos
Ao final, espera-se que o aluno seja capaz de realizar a análise com-
pleta do panorama de custos de uma empresa, o que lhe permitirá 
compreender que poucos são os negócios verdadeiramente inviáveis, 
mas que são muitos os negócios mal dimensionados para o mercado 
em que atuam e para a infraestrutura que possuem. 
Para atingir esses objetivos, o tema está estruturado em 5 tópicos:
Tópico 1: 
Custos fixos
Nesse tópico você terá o dimensionamento total 
do custo fixo, assim como diversas análises que 
podem ser feitas a partir de sua identificação. 
Tópico 2: 
Custo total
Nesse tópico você aprenderá sobre a determina-
ção do custo total de uma produção agropecuária, 
respeitando as peculiaridades de cada cadeia pro-
dutiva, quando houver.
Tópico 3: 
Margem bruta
Nesse tópico você estudará a margem bruta. Verá 
como calcular, interpretar os resultados e tomar 
decisões. A análise de viabilidade de um negócio 
se inicia por ela. 
Tópico 4: 
Margem líquida
Nesse tópico você estudará a margem líquida. 
Verá como calcular, interpretar os resultados e to-
mar decisões com base nela. Essa análise é fun-
damental para checar a capacidade do negócio de 
se manter no longo prazo, possibilitando verificar a 
coerência entre a estrutura de custos do negócio e 
sua escala de produção.
Tópico 5: 
Aplicando os conceitos
Nesse tópico que encerra o tema, você verá a 
aplicação prática dos conceitos estudados, de 
forma detalhada. 
Agora que você já sabe como será sua trajetória pelo tema 2, siga em frente e sucesso!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 70
Tópico 1: Custos fixos
Vamos iniciar o tema com os custos fixos. A depreciação e a mão de obra familiar já 
foram estudadas no tema 1, portanto, daremos maior ênfase ao terceiro componen-
te - o custo de oportunidadedo capital.
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Objetivos
Nesse tópico você irá compreender a formação dos custos fixos, além 
de algumas análises que são possíveis a partir da sua identificação.
Tome nota
A clássica divisão dos custos em variáveis e fixos muitas vezes é ar-
bitrária e difícil de ser operacionalizada, já que um fator de produção 
pode ser classificado como fixo ou variável, dependendo do tempo 
considerado. O mesmo fator pode ser fixo no curto prazo e variável, 
em longo prazo. 
Em razão dessas dificuldades, existem outros critérios para se classificar os custos, 
que se ajustam melhor às necessidades do empresário rural, tais como despesas 
diretas e indiretas e custos operacionais.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 71
Na metodologia da Assistência Técnica e Gerencial, são considerados custos 
fixos aqueles em que não incorrem em despesas diretas, ou seja, não possuem 
desembolso físico de capital para sua remuneração.
Outras características importantes do custo fixo é que eles tendem a se manter 
inalteráveis em curto e médio prazos (mantendo-se as mesmas estruturas produ-
tivas), que seu valor independe do volume produzido e que jamais será igual a zero. 
Conforme visto, são elementos do custo fixo: 
Mão de obra familiar Depreciação
Custo de oportunidade 
do capital empatado
1 2 3
Temos a seguinte fórmula:
custo fixo 
custo de 
oportunidade mão de obra
depreciação
CF MOF CO
Observe que a fórmula do CF (Custo Fixo) engloba todos os elementos de custos, 
exceto os variáveis (COE). Podemos afirmar também que a somatória de ambos 
elementos resultará no CT (Custo Total).
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 72
Na prática
Vamos calcular o custo fixo de um galpão de máquinas no valor de 
R$ 36.000,00, com vida útil de 30 anos. 
CF = MDOF + d + CO
1° Passo: calcula-se a depreciação
d =
VN – S
VU
d =
R$ 36.000,00 – 0
30
d = R$ 1.200,00
2° Passo: calcula-se o custo de oportunidade:
CO = (
VN - S 
) x i2
CO = (
R$ 36.000,00 - 0 
) x 6% = R$ 1.080,00/ano2
E então, o custo fixo:
CF = MDOF + d + CO
CF = 0 + R$ 1.200,00 + R$ 1.080,00
CF = R$ 2.280,00
Note que, no exercício, a mão de obra familiar foi considerada igual a zero, pois es-
tamos avaliando o custo fixo de um bem - nesse caso, não envolvendo o item mão 
de obra familiar. 
A mão de obra familiar, a depreciação e o custo de oportunidade do capital 
empatado são custos que não geram desembolsos diretos ao produtor rural. Na 
análise da propriedade, você deverá prestar atenção nesses três elementos de 
custos, uma vez que podem informar quanto à capacidade produtiva da em-
presa rural. Ao mesmo tempo em que limita a capacidade produtiva pela falta, 
pode inviabilizar a atividade por ter uma estrutura muito pesada.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 73
Outra observação importante é que deve se realizar o inventário somente de bens 
que compõem a atividade e considerando seu uso efetivo na atividade rural, como 
por exemplo:
Em uma atividade de piscicultura, não deverá ser 
alocado um curral de ordenha para essa atividade, 
mesmo que a propriedade desenvolva ambas.
Quando uma infraestrutura é compartilhada entre 
duas ou mais atividades, seu custo deverá ser ratea-
do proporcionalmente. Se um mesmo galpão é utili-
zado para guardar rações do gado leiteiro e também 
dos peixes, a atividade que for mais representativa 
em uso deverá arcar com uma maior porcentagem 
dos custos fixos desse galpão. 
Outra situação a se observar é o inventário das terras. Quando a propriedade traba-
lha exclusivamente com uma atividade, toda a área deverá ser lançada como sendo 
da atividade. Porém, quando se desenvolve mais do que uma atividade, considera-se 
área da atividade o espaço diretamente utilizado e é feito o rateio das áreas conside-
radas de uso comum, como pátios, estradas, app, reservas etc. 
Uma propriedade com valores de de-
preciação e custo de oportunidade mui-
to elevados nos faz pensar que possui 
uma vasta infraestrutura (benfeitorias, 
máquinas, equipamentos e ferramen-
tas), ou seja, que há uma grande capa-
cidade produtiva instalada.
Fonte: Banco de imagens do Senar
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 74
De outra maneira, quando encontramos propriedades com esses mesmos custos 
muito baixos, podemos supor que têm pouca capacidade produtiva, ou que estão 
operando abaixo da capacidade. 
Em ambos os cenários, a empresa poderá operar em situação de ociosidade, 
normalidade ou até mesmo abaixo da necessidade. Tudo isso só será possível 
de ser analisado quando avaliarmos o negócio como um todo, com a obtenção 
de mais dados, conforme veremos abaixo. 
Mão de obra familiar
Como vimos no tema 1, a mão de obra familiar é contabilizada no custo fixo porque 
geralmente não há um pagamento efetivo – o produtor não paga a si mesmo. Assim, 
esse custo se configura como um custo indireto, não havendo desembolso.
Além disso, é um custo que sempre existirá, a não ser que se interrompa a atividade 
e não haja mais possibilidade de executá-la. Via de regra, as retiradas não são siste-
matizadas, nem uniformes.
Durante todo o ciclo produtivo, o produtor realiza diversas pequenas retiradas de va-
lores para honrar compromissos pessoais geralmente não uniformes, mas de acor-
do com suas necessidades. Essas retiradas devem sair dos ganhos da atividade 
leiteira e não devem ser consideradas como remuneração da mão de obra familiar. 
O valor atribuído à mão de obra familiar deve ter como base os valores praticados 
na região, ou seja, caso o produtor contrate alguém em seu lugar, quanto pagaria 
pelo mesmo serviço. Utiliza-se o mesmo critério para todos os membros da família 
envolvidos na atividade. 
Dois pontos críticos devem ser observados, pois são facilmente solucionados quan-
do se atêm a realidades distintas, mas que podem ocorrer na propriedade:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 75
Incapacidade de trabalho do produtor
O produtor não possui mais condições físicas e/ou 
mentais de realizar trabalho algum, muitas vezes já 
recebendo benefícios de aposentado rural. Nessa si-
tuação, por não haver a oportunidade de venda da sua 
mão de obra, esse custo não deverá ser computado.
Retirada sistemática de valores pelo administrador
Onde o(s) administrador(es) realiza(m) retiradas 
sistemáticas e padronizadas, caracterizando salá-
rio. Sendo assim, este irá compor o COE (pagamento 
da administração), e não o custo fixo. Tal situação é 
mais comum em grandes propriedades rurais, onde 
pode haver até mesmo a existência de vários pro-
prietários (grupos empresariais). 
A mão de obra familiar é tratada como custo fixo também pelo fato de não responder, 
de forma imediata, às variações de escala de produção. 
Note que não estamos dizendo que a aposentadoria rece-
bida anula a contabilização na mão de obra familiar. Renda 
pessoal não possui nexo algum com a renda oriunda da 
atividade rural. Em muitos casos, o produtor é aposentado 
por idade ou tempo de contribuição, mas ainda se encontra 
em pleno gozo de suas faculdades físicas e mentais, ge-
rando uma oportunidade e, portanto, um custo de mão de 
obra familiar.
Depreciação 
Como vimos no tema 1, a depreciação é um custo fixo e consiste em uma reserva 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 76
monetária para que a propriedade tenha condições de substituir os bens duráveis no 
final de sua vida útil, mantendo a capacidade produtiva da empresa. Os principais 
itens geradores desse custo são equipamentos, máquinas, veículos, forrageiras e 
outra culturas não anuais, benfeitorias, animais de serviço e reprodutores.
Na metodologia de cálculo de custos de produção utilizada pela ATeG, aplica-se o 
método linear, ou seja, o valor da depreciação anual é igual em todos os anos du-
rante sua vida útil. 
Para minimizar a subjetividade, a mesma metodologia considera o valor de su-
cata sempre igual a zero.
Veja a fórmula: 
d =
VN – S
VU
d = depreciação
VN = valor de novo
S = sucata (sempre iguala 0)
VU = vida útil
Na prática
Veja, a seguir, um exemplo do cálculo de depreciação anual de um 
tanque de resfriamento de leite.
Valor de novo do tanque (VN) = R$ 12.000,00
Vida útil (VU) = 15 anos
Valor de Sucata (S) = 0
d =
R$ 12.000,00 – 0
15
d = R$ 800,00/ano
A depreciação anual do bem seria de R$ 800,00, valor que o produtor 
deverá reservar para a reposição do bem ao final de sua vida útil.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 77
Para situações em que se adquire máquinas, equipamentos e veículos usados, po-
rém, dentro da vida útil, a metodologia prevê um tratamento diferenciado. Para cal-
cular a depreciação nesses casos, utiliza-se o valor pago pelo bem denominado na 
fórmula chamada (VC) valor de compra. o valor atribuído à sucata será sempre zero, 
e a vida útil, considera-se a residual (VR).
d =
VC – S
VR
D = depreciação
VC = Valor de compra
S = Sucata
Agora, veja um exemplo do cálculo de depreciação de um bem adquirido usado.
Na prática
Supondo que o produtor adquiriu um tanque de resfriamento que vi-
nha sendo utilizado há cinco anos em uma propriedade vizinha, pa-
gou R$ 7.000,00 e a vida total do bem é de 15 anos. 
Valor de compra (VC) = R$ 7.000,00
Valor de sucata (S) = R$ 0
Vida útil residual (VR) = 10 anos
d =
R$ 7.000,00 – 0
10
d = R$ 700,00/ano
Nesse caso, o produtor deverá fazer uma reserva de R$ 700,00 por 
ano para que, ao final da vida útil do bem, tenha condições de fazer 
sua reposição.
Custo de oportunidade do capital 
O custo de oportunidade sobre o capital empatado consiste na remuneração anual 
esperada pelo dono do capital por emprestá-lo à atividade. Se o valor dos bens (in-
vestimento do dono do capital em toda a propriedade) estivesse aplicado na poupan-
ça, por exemplo, daria ao capitalista um retorno de aproximadamente 6% de juros 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 78
ao ano. É o mínimo que se espera que a atividade seja capaz de remunerar pela 
oportunidade de uso do capital. Conforme já introduzido no conteúdo do tema 1, para 
calcular o custo de oportunidade do capital investido sobre bens dentro do prazo de 
vida útil, utiliza-se a fórmula abaixo:
VN S
custo de 
oportunidade sucata 
(sempre igual a “0”)
valor de novo taxa de juros 
(6%a.a.)
CO i
2
O cálculo do custo de oportunidade sobre o capital empatado se apoia no ideal de 
capital médio (divisão do valor de novo por 2), enquanto o bem avaliado ainda está 
dentro do prazo de vida útil. A lógica de se utilizar o capital médio é para que os juros 
sobre esse capital sejam estabilizados (linear) ao longo de toda a vida útil desse bem, 
uma vez que, durante parte desse tempo, a avaliação será mais próxima do valor de 
novo e no restante do período ela se aproximará do valor totalmente depreciado. A 
utilização do capital médio também é justificada por minimizar a subjetividade no mo-
mento do levantamento do valor dos bens, já que para apurar o valor de novo existem 
parâmetros, diferente de estimar o valor atual de um bem usado. 
A avaliação dos itens do inventário deverá ser realizada individual-
mente, item a item, e não uma avaliação genérica de todos os itens 
conjuntamente.
O cálculo precisa ser realizado uma única vez, enquanto o item estiver dentro de seu 
prazo de vida útil. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 79
Na prática
Exemplo: 
Para um trator com valor de novo igual a R$ 150.000,00 e dentro do 
prazo de vida útil, qual será o valor do custo de oportunidade sobre o 
capital empatado?
CO = ( VN - S ) x i2
CO = ( R$ 150.000,00 + 0 ) x 6%a.a 2
CO = R$ 4.500,00/ano
Nesse caso, o custo de oportunidade desse trator será de R$ 4.500,00 
por ano.
A metodologia não considera o cálculo de juros sobre o capital empatado em terras, 
somente sobre benfeitorias, máquinas, equipamentos, ferramentas, pastagens, cul-
turas não anuais e rebanho. 
Informação extra
A metodologia também não considera o cálculo de juros sobre o ca-
pital de giro, pois devem ser observadas, em cada caso, a dimensão e 
a necessidade desse item. A metodologia atende, sob a mesma ótica, 
diversas cadeias produtivas com características individuais diversas, 
o que a torna pouco prática para a realização de uma análise de ca-
pital de giro caso a caso. 
Custo de oportunidade de bens depreciados
Após o encerramento da vida útil dos bens, a forma de se calcular os juros sobre o 
capital empatado é alterada. A justificativa é de que não haverá mais tempo de uso 
desse bem para estabilizarmos o cálculo desses juros no decorrer do período ana-
lisado. Porém, o administrador (produtor rural) ainda detém o bem em sua posse, 
portanto, tem oportunidade de capital implícito, mesmo que esse já não valha mais o 
que valia no início de sua vida útil. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 80
A metodologia prevê particularidades no cálculo do custo de oportunidade dos 
bens depreciados, conforme a categoria a que pertencem: animais, benfeitorias 
e plantações, máquinas, veículos e equipamentos.
Particularidades no cálculo do custo de oportunidade sobre 
o capital empatado em máquinas, veículos e equipamentos 
já depreciados
Nesses casos, deverá ser considerado o valor atual de mercado do bem, a fim de 
valorar quanto se poderia obter de capital ao comercializá-lo. Entretanto, este já não 
será capital médio, e sim integral, de acordo com a fórmula a seguir:
VM S
custo de 
oportunidade sucata 
(sempre igual a “0”)
valor de mercado taxa de juros 
(6%a.a.)
CO i
Uma vez que, ano a ano, todos os bens reduzem paulatinamente seu valor de mer-
cado, será necessária a realização de uma atualização do inventário de bens depre-
ciados anualmente, a fim de se aproximar o máximo possível do custo real.
Na prática
Uma propriedade rural possui em seu inventário um trator, já deprecia-
do, cujo valor era de R$ 120.000,00 quando novo. Atualmente, o valor 
de mercado é R$ 30.000,00. Considerando a taxa de juros médio de 6% 
a.a., vamos calcular o custo de oportunidade do capital investido. Veja:
CO = (VM - S) x i
CO = (R$30.000,00 - 0) x 6%a.a.
CO = R$ 1.800,00 /a.a
Assim, observamos que o custo de oportunidade desse trator é de R$ 
1800,00 ao ano.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 81
Custo de oportunidade sobre benfeitorias e lavouras não anu-
ais já depreciadas
No caso de benfeitorias e lavouras com a vida útil esgotada, o custo de oportunidade 
do capital investido continua sendo calculado com base no capital médio.
Na prática
Uma sala de ordenha com a vida útil já esgotada, com valor de nova de 
R$ 50.000,00 e juros médio de 6% a.a, terá o custo de oportunidade do 
capital calculado da seguinte maneira:
CO = ( VN - S ) x i2
VN = Valor de novo
S = Valor de sucata (sempre igual a zero)
i = Taxa de juros
Assim, temos:
CO = ( R$ 50.000,00 – 0 ) x 6%2
CO = R$ 1.500,00/ ano
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 82
Custo de oportunidade sobre rebanho e animais de serviço
Fonte: Banco de imagens do Senar
O rebanho, como visto anteriormente, é um dos componentes para mensuração da 
riqueza do produtor rural, pois possui valor de mercado. Isso se mostra totalmente 
verdadeiro quando o produtor decide paralisar sua atividade pecuária e se desfazer 
do rebanho. Logo, o mesmo converteria seu inventário de semoventes (animais, re-
banhos) em capital corrente (dinheiro). 
A forma de mensuração desse capital empatado em semoventes se dará pela quan-
tificação do estoque por categoria (inventário de rebanho), multiplicado pelo valor 
médio de mercado local para cada uma das categorias. 
Note que destacamos que o valor considerado deverá ser uma média dos pre-
ços pagos na região, para não corrermos o risco de mascarar os resultados, 
superdimensionando esse capital, ao considerarmos o valor máximo, ou sub-
dimensionando, considerando o valor mínimo.
Uma vez estabelecido o critério de avaliação pelo valor médio, utilizamos a mesma 
base da fórmula de juros anuais sobre bens depreciados: 
VM SCO i
Assistência Técnica e Gerencial- Pecuária 83
Veja o exemplo a seguir:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Em uma propriedade rural que desenvolve a atividade de bovinocultura de corte, e cujo inven-
tário total do rebanho esteja avaliado em R$ 3.850.000,00, qual será o valor dos juros anuais 
sobre capital empatado em rebanho?
CO = (VM + S) x i 
CO = R$ 3.850.000,00 + 0 x 6% = R$ 231.000,00
Conforme observado no exemplo, geralmente será encontrado um grande impac-
to do custo de oportunidade nos rebanhos analisados. Por isso, é fundamental ter 
muito critério no momento dessa análise, pois corre-se o risco de distorcer o custo 
total de produção.
Pare para pensar
Em alguns casos, o capital empatado em animais pode ser elevado, 
impactando os custos fixos na forma de custo de oportunidade sobre 
o capital. O que precisa ser investigado é se o rebanho está desestru-
turado e os motivos dessa desestruturação. Pode ser que a atividade 
esteja sendo ineficiente, com muitos animais improdutivos no reba-
nho, ou os animais podem estar sendo retidos com o propósito de 
aumentar o rebanho e a produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 84
É fundamental entender as motivações do elevado estoque de capital empatado em 
animais, para que se tenha condições de fazer uma boa leitura da situação e, junto 
com o produtor, tomar as decisões mais coerentes. Também para o caso de animais 
de serviço, utiliza-se o valor médio de mercado.
Uma propriedade conta com 10 equinos para manejo do rebanho bovino, que conta 
com 5 reprodutores. Nenhum desses animais é utilizado para lazer ou como animal 
doméstico, apenas para trabalho. Para o cálculo do custo de oportunidade (juros) 
sobre o capital empatado em animais de serviço, estando dentro ou fora da vida útil, 
utiliza-se a seguinte fórmula.
CO= (VM – S) x i
Dessa forma, chegamos à seguinte tabela:
Descrição Qnt. Valor unitário
Vida útil 
(anos) Idade Juros anuais
Equinos 1 1 R$ 600,00 7 9 R$ 36,00
Equinos 2 4 R$ 1.350,00 7 5 R$ 324,00 
Reprodutores 5 R$ 4.500,00 6 3 R$ 1.350,00 
TOTAL R$ 1.710,00 
Juros de financiamento x custos de produção
É importante que o Técnico de Campo e o produtor tenham plena consciência de que 
a atividade em si não necessita de financiamento, apenas de recursos, para que pos-
sa ser executada, não importando a fonte ou as taxas envolvidas em cada uma delas. 
Na prática
Uma produtora de suínos adquiriu um trator financiado com valor de 
novo igual a R$ 120.000,00 e vida útil de 15 anos. A taxa de juros anu-
ais contratada foi definida pela instituição financeira em 8% ao ano, 
que também determinou 3 anos de carência e mais 7 parcelas anuais 
para que seja realizada a quitação do bem, totalizando 10 anos. De 
que maneira deveremos contabilizar a entrada desse bem no sistema 
produtivo, no custo de produção da atividade?
A aquisição dessa máquina resultará em três alterações financeiras na 
propriedade: custo de oportunidade sobre capital empatado, deprecia-
ção do bem e fluxo de caixa. As duas primeiras dizem respeito ao custo 
de produção; a última, apenas ao próprio fluxo de caixa. Vejamos:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 85
Cálculo de depreciação:
d = VN - S
VU
d =
R$120.000,00 – 0
= R$ 8.000,00/ano 
15
Cálculo do custo de oportunidade:
CO = ( VN - S ) x i2
CO = ( R$120.000,00 - 0 ) x 6%2
CO = R$ 3.600,00/ano
Em relação ao fluxo de caixa, temos: 
Valor de novo = R$ 120.000,00
Valor total dos juros contratados = R$ 96.000,00 (R$120.000,00 x 
8%a.a. x 10 anos)
Custo total do bem à produtora = R$ 216.000,00
Valor da parcela anual = R$ 30.857,14 (em 7 parcelas, após 3 anos 
de carência).
Este será o valor (R$ 30.257,14) que irá compor o fluxo de caixa; é 
um pagamento, uma saída de capital da empresa. Não há nenhuma 
relação com o custo de produção.
De acordo com a análise acima, essa máquina irá compor o custo de produção da 
atividade suinocultura da seguinte maneira: depreciação e custo de oportunidade do 
capital empatado. Observe que o valor do equipamento foi aportado no inventário de 
recursos da propriedade, totalmente no início do primeiro ciclo, não tendo ligação al-
guma com seu parcelamento e prazo de carência. O que contabilizamos é seu custo 
(depreciação e custo de oportunidade) durante sua vida útil produtiva. 
Custo fixo médio
O custo fixo médio nos remete ao custo fixo por unidade produzida em determinado 
período analisado, sendo assim calculado:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 86
CFtotal
Produção
CFM
CFM CF total Título
Custo fixo médio Custo fixo total Produção total no período 
analisado (ano, mês etc.)
É importante o Técnico de Campo realizar o cálculo do custo fixo médio por unidade, 
para que possa fazer a análise da eficiência dessa empresa em ofertar seus produtos 
ao mercado. O aumento do custo fixo unitário pode ser um indicativo de ineficiência 
da atividade, porém, isso não é regra, pois é possível que a aquisição dos bens, que 
geram aumento no custo fixo, causem redução no COE. 
Por exemplo, o produtor adquire um novo equipamento e a produção se mantém no 
mesmo patamar, ou seja, ocorre aumento no custo fixo unitário, porém, a máquina 
adquirida permite dispensar um funcionário, reduzindo mais o COE do que aumen-
tou o custo fixo gerado pela aquisição. Referente ao uso dos recursos, devemos ter 
cuidado ao realizar observações, levando em conta o momento que a propriedade 
está atravessando. Veja:
Fonte: Banco de imagens do Senar
Uma fazenda de produção leiteira realizou, de uma só vez, todo o investimento necessário em 
infraestrutura de pastagens, irrigação, currais de ordenha, ordenhadeiras, casa de funcionários 
etc., mas ainda está em fase de formação de rebanho.
Logo, sua análise de custo fixo unitário será altamente prejudicada, uma vez que o cenário 
aponta alto custo fixo, com pouca produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 87
Assim como no exemplo, temos ainda o comportamento do Custo Fixo Médio 
(CFM), que, frente a diferentes volumes anuais de produção de leite (aumen-
tados em uma escala de 200L/dia em cada simulação), mantém inalterada a 
estrutura de Custo Fixo Total (CFT). Veja na tabela:
Simulação Volume (L) CFT CFM
1 73.000
R$ 190.000,00
R$ 2,60
2 146.000 R$ 1,30
3 219.000 R$ 0,87
4 292.000 R$ 0,65
A partir dos dados apresentados, teremos diferentes impactos dos custos fixos totais 
sobre a unidade produzida, de acordo com a escala de produção estabelecida. 
No gráfico a seguir podemos observar que o custo fixo total mantém-se estável ao 
longo de todo o período analisado, independentemente do volume de produção, desde 
que se mantenham estáveis as variáveis que o compõem (mão de obra familiar, de-
preciação e custo de oportunidade). Também podemos observar o comportamento do 
custo fixo médio, que tem tendência de redução por unidade produzida quando a pro-
dução aumenta, podendo chegar a valores irrisórios, porém, jamais será igual a zero.
Produção
Custo Fixo Médio
Custo Fixo Total
R
$
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 88
A terra como fator de custo fixo
Fonte: Banco de imagens do Senar.
A metodologia de cálculo do custo de produção utilizada não considera o va-
lor da terra como componente do custo de produção. São avaliadas todas as 
benfeitorias úteis que estão sobre ela (incluindo poço artesiano, se houver).
Pare para pensar
Se tivéssemos propriedades com a mesma atividade, porém, em re-
giões onde há grande variação no valor da terra, perderíamos a opor-
tunidade de comparação. Isso acontece porque, dessa forma, esta-
ríamos atribuindo menores custos da atividade a quem tem a terra 
com valor menor e maiores custos da atividade a quem tem a terra 
com valor maior.
Os bens são inventariados à parte, onde se apura o estoque de capital médio. Para 
obtermos o valor da terra nua, desconsideraremos todo o inventário realizado, conta-
bilizando somente o tamanho da área multiplicado pelo valor de mercado do hectare 
naquela região. Utilizamos a seguinte fórmula:
Área Valor do HaValor da 
TerraNua 
Na metodologia utilizada, não é contabilizada a remuneração do capital empatado, 
nem a depreciação sobre o valor da terra nua. O capital empatado em terras será 
levado em consideração apenas quando calcularmos a taxa de remuneração do ca-
pital com terra, conforme veremos no tema 3, sobre indicadores. Você chegou ao 
final do tópico 1, onde pôde ver mais detalhadamente os conceitos e as definições 
sobre custo fixo. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 89
Tópico 2: Custo total
Já entendemos os tipos de custos fixos que podem surgir, certo? Vamos entender 
melhor como determinar o custo total, pois não basta apenas somar todos os de-
mais para obtê-lo. Precisamos considerar muitos pontos particulares entre as va-
riadas cadeias produtivas. 
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Objetivos
Nesse tópico, você aprenderá a determinar o custo total de uma 
produção agropecuária, compreendendo as peculiaridades de cada 
cadeia produtiva.
A partir do momento em que conhecemos os custos totais de uma atividade, pode-
mos analisar com maior profundidade a situação em que se encontra, com reais con-
dições de projetar o futuro. Seremos capazes de interpretar questões relacionadas 
à estrutura de produção e à eficiência no uso dos recursos, buscando o equilíbrio de 
todos elementos formadores do custo total.
O custo total engloba todos os custos, tanto variáveis quanto fixos, sendo a soma do 
Custo Operacional Total (COT) com o Custo de Oportunidade (CO) do capital empa-
tado em benfeitorias, máquinas, forrageiras não anuais e animais de rebanho. Sua 
fórmula é a seguinte:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 90
custo total
Custo de 
oportunidade 
custo operacional total
CT COT CO
Além da depreciação e da mão de obra familiar, deve-se contabilizar o custo de opor-
tunidade do capital investido na atividade, que corresponde à remuneração, pelo uso 
do capital, no processo produtivo analisado. É como se todo o dinheiro aplicado na 
atividade estivesse alocado em outro tipo de investimento, sendo que nossa base de 
comparação é a taxa de remuneração da poupança, que paga juros reais de 6% ao 
ano, em média.
O custo de oportunidade do capital investido corresponde, em média, a 6% ao 
ano sobre o somatório dos valores investidos na atividade rural avaliada.
Nesse ponto, é importante dividir o produtor em duas figuras distintas: o empreende-
dor e o capitalista. 
Empreendedor Capitalista
O empreendedor é quem realiza o processo 
produtivo. Para tal, necessita de recursos 
financeiros para executar a atividade de 
sua opção. Porém, o empreendedor é tão 
somente um executor, que não detém re-
cursos financeiros e deve recorrer ao capi-
talista para tomar emprestado os recursos 
necessários.
Capitalista é o dono do capital. Ocorre que, 
na maioria das vezes, o empreendedor e o 
capitalista são a mesma pessoa, ou seja, o 
produtor rural tem recursos próprios, que 
serão empregados na execução da produ-
ção. Em caso de tomada de crédito de cus-
teio e/ou investimentos, ou seja, aquisição 
de dívidas, o dono do capital (capitalista) 
deverá arcar com as parcelas e os juros do 
financiamento. A atividade, representada 
pelo empreendedor, remunera o capitalista 
(dono do capital) pela oportunidade de 
uso do capital, o que na metodologia de 
ATeG chamamos de custo de oportunidade 
sobre o capital empatado. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 91
Quando assumimos que o produtor é, ao mesmo tempo, empreendedor e capitalista, 
nada mais natural do que o capital aplicado/emprestado ser remunerado, que na 
configuração apresentada não irá gerar desembolsos diretos, pois será pago a ele 
mesmo. Além disso, não irá compor o fluxo de caixa, apenas o custo de produção. 
Veja o exemplo
Um produtor de aves financiou a quantia de R$ 50.000,00 junto a uma instituição de crédito 
para compra de rações. A taxa cobrada para esse capital de giro financiado foi de 25% a.a., 
com prazo de pagamento em seis meses. Qual será o valor atribuído ao COE dessa atividade e 
qual será o valor de juros pago pelo mesmo?
Resposta: o valor a ser atribuído ao COE será apenas a quantia de R$ 50.000,00. Isso se dá 
pelo fato de que a atividade necessitava da ração (comprada por esse valor no mercado), e 
não do capital, muito menos dos juros. Devido à metodologia de ATeG não considerar juros 
sobre capital de giro, não incidirão juros sobre o mesmo, portanto, não há inserção no custo 
de produção. 
Como observado, o produtor contratou tal crédito com a taxa de 25% a.a., ou seja, pagará o 
equivalente a 12,5% no período correspondente ao prazo de pagamento (6 meses). 
Calculando o novo valor a ser pago pelo produtor:
R$ 6.250,00 = R$ 50.000,00 x 12,5/100
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 92
Ou seja, apenas a título de juros à instituição credora, o produtor tomador pagará a quantia de 
R$ 6.250,00. Essa quantia não irá compor o custo de produção, somente o fluxo de caixa, uma 
vez que irá, de fato, “sair do caixa”. Esse custo, apesar de efetivo, é debitado ao empreendedor, 
e não à atividade.
Custo total médio
O custo total médio é o resultado da divisão do custo total da atividade pelo volume 
produzido, sendo assim calculado:
Custo total
Produção
Custo total 
Médio 
É fundamental conhecer e analisar o custo total por unidade produzida. Ele nos dará 
condições de analisar a eficiência da empresa, se seus custos e receitas estão equi-
librados e se a escala de produção está adequada em relação à estrutura envolvida. 
O gráfico a seguir nos ajuda a compreender a tendência de comportamento do cus-
to total médio em função da escala de produção. Quando a escala de produção é 
pequena, o custo total médio tende a ser alto por ter poucas unidades produzidas 
para diluir o custo fixo, diluição que vai acontecendo com o aumento da escala de 
produção. Porém, para fazer com que a produção aumente, geralmente elevamos 
os custos variáveis com insumos, mão de obra, serviços de máquinas etc., fazendo 
com que o custo total médio volte a subir.
Produção0 q*
Cu
st
o 
To
ta
l M
éd
io
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 93
O custo total médio pode ser utilizado para diversas unidades comerciais.
Informação extra
Veja exemplos de unidades comerciais:
• Dúzia de ovos
• Animal abatido
• Arroba de boi
• Litro de leite
• Quilo da carne
• Sacas de milho (ou de café, feijão, arroz, trigo, soja)
• Caixa de tomate (ou de laranja, uva, maçã etc)
Custo total por área
O custo total por área é resultado da divisão do custo total da atividade pela área 
utilizada. O cálculo é realizado da seguinte forma:
Custo total
Área da atividade/ha
Custo total 
por área
A análise do custo total por área nos dá elementos para compreender a eficiência do 
uso dos recursos, especialmente da terra, nos permitindo ainda fazer comparações 
entre áreas da propriedade e outras propriedades. Muitos são os empresários rurais 
que se preocupam com os preços dos produtos e poucos são os que gastam tempo 
e energia para conhecer e controlar os custos de produção. Detalhe: são os custos 
que estão sob nosso controle, e não os preços.
Todos os fatores formadores de custos de uma atividade precisam ser conhecidos 
e, a partir daí, administrados. Só dessa forma seremos bem-sucedidos em nossas 
atividades.
Encerramos nesse tópico a análise dos custos totais. Nos vemos no próximo tópico, 
onde saberemos mais sobre margem bruta! Até mais!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 94
Tópico 3: Margem bruta
Estamos iniciando o tópico 3, onde você conhecerá melhor a margem bruta.
Esse indicador é muito utilizado de forma empírica pelos produtores. Muitas vezes é in-
terpretado erroneamente como lucro (cujo conceito ainda será estudado nesse módulo).
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Objetivos
Nesse tópico, você aprenderá a definir o conceito de margem bruta 
considerando as variáveis de uma atividade rural.
A margem bruta (MB) é obtida pela subtração dos custos operacionais efetivos da 
renda brutade uma determinada atividade ou de toda a propriedade. 
RB COEMB
Em um reflexo natural, o produtor, ao vender a produção, paga as despesas, analisa 
quanto sobrou e chama de lucro, o que não passa de margem bruta. Foram pagos 
apenas os custos operacionais efetivos, sem considerar a mão de obra familiar, a 
depreciação e o custo de oportunidade do capital.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 95
Tome nota
A margem bruta permite ao gestor analisar aspectos fundamentais 
de sua produção e do seu negócio. A partir da sua apuração é pos-
sível identificar se é suficiente para cobrir os custos fixos, além de 
permitir a análise do quanto essa unidade produtiva é capaz de su-
portar oscilações de mercado, tanto nos preços dos insumos quanto 
no preço de venda dos produtos. 
Para que uma propriedade continue produzindo, precisa de fluxo de caixa positivo, o que 
somente será possível se tivermos margem bruta positiva. Trata-se, portanto, de um 
indicador que nos permite analisar a capacidade operacional da empresa a curto prazo.
Para se calcular a margem bruta corretamente, o gestor precisa realizar os seguin-
tes passos:
1
Levar em consideração a receita produzida pela venda 
dos produtos e subprodutos da atividade. Também é 
convertida em renda a riqueza que foi produzida no 
período analisado, porém, ainda não foi realizada a 
venda. Isso é usado especialmente nas atividades de 
criação animal onde ocorreu uma variação no inventário, 
pois dessa forma o produtor aumentou seu patrimônio 
(rever conceito de variação do inventário animal).
1
Retirar os itens de investimento. Verificar se atendem a 
mais de um ciclo produtivo. Logo, não fazem parte do 
custo operacional efetivo. O gestor deve fazer esse filtro 
antes da análise, pois é muito comum considerar um 
item que foi pago à vista como despesa, mesmo que ele 
possa ser utilizado por mais de um ciclo produtivo. Como 
exemplo, é possível destacar latões de leite, roçadeira 
costal, aparelho de cerca elétrica, entre outros. 
2
Retirar os pagamentos ou recebimentos de empréstimos. 
Estes não são componentes da renda. São apenas 
componentes do fluxo de caixa. Se o dinheiro for 
utilizado como capital de giro, os insumos adquiridos 
entrarão no custo operacional efetivo do produto.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 96
Fazer com que o empreendimento tenha margem bruta positiva e sustentável é a pri-
meira tarefa do gestor, pois qualquer empreendimento com margem bruta negativa, 
se não rever sua estrutura de custos, estará à beira do fechamento. 
Análise da margem bruta
Veja os tipos de margem bruta:
MB < 0
Em uma empresa em situação de margem bruta negativa, a renda 
obtida com a venda da produção não cobre os custos operacionais 
efetivos (desembolsos), criando dificuldades operacionais que 
comprometem o fluxo de caixa, chegando a inviabilizar comple-
tamente a atividade. É preciso muita cautela ao interpretar indica-
dores, que nos dão informações sobre o momento da análise, não 
significando que a situação apresentada seja definitiva. É necessá-
rio um constante acompanhamento de sua evolução.
MB = 0
A empresa que apresentar resultados de margem bruta iguais a 
zero, a renda obtida com a venda da produção é suficiente apenas 
para cobrir os custos operacionais efetivos. Não consegue pagar 
mão de obra familiar, depreciação e custo de oportunidade do ca-
pital empatado. Caso a situação não seja revertida, a tendência é 
de que seus bens venham a se exaurir, já que a empresa não terá 
condições de mantê-los, tampouco substitui-los. A empresa que 
apresentar resultados de margem bruta iguais a zero, a renda ob-
tida com a venda da produção é suficiente apenas para cobrir os 
custos operacionais efetivos. Não consegue pagar mão de obra fa-
miliar, depreciação e custo de oportunidade do capital empatado. 
Caso a situação não seja revertida, a tendência é de que seus bens 
venham a se exaurir, já que a empresa não terá condições de man-
tê-los, tampouco substitui-los.
MB > 0
Quando a margem bruta for maior do que zero, significa que a pro-
priedade é viável no curto prazo, em função de pagar todos os cus-
tos operacionais efetivos, sobrando recursos para pagar toda ou 
parte da mão de obra familiar, da depreciação e custo de oportuni-
dade do capital. 
A empresa que apresenta uma situação de margem bruta positiva, 
porém, com margem líquida negativa, carece de um acompanha-
mento da evolução de seus indicadores, a fim de que se identifique 
os principais gargalos e se realize os ajustes necessários.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 97
Veja o caso a seguir:
Fazenda Jussara
A Fazenda Jussara é uma propriedade de médio porte destinada à produção de bovinocultura 
de corte. O Sr. Claudiomar, seu proprietário, está analisando a viabilidade de sua fazenda a 
curto prazo e quer saber se o negócio é sustentável pelo cálculo da margem bruta. Para isso, 
conta com a ajuda de Joel, o Técnico de Campo. 
Ao analisar os dados da Fazenda Jussara, temos o seguinte quadro:
Renda bruta da produção de bovinos de corte:
Mês Quantidade em arrobas Valor unitário Valor total
Janeiro
Fevereiro
Março 686 R$ 143,00 R$ 98.098,00
Abril
Maio 114 R$ 146,00 R$ 16.644,00
Junho
Julho
Agosto 1015 R$ 152,00 R$ 154.280,00
Setembro
Outubro 622 R$ 149,00 R$ 92.678,00
Novembro
Dezembro 563 R$ 150,00 R$ 84.450,00
Renda bruta total 3000 R$ 446.150,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 98
Planilha de custo operacional efetivo (COE) da produção de 
bovinos de corte
Item Valor (R$)
Mão de obra para manejo do rebanho 43.200,00
Manutenção de pastagens 120.000,00
Silagem 45.000,00
Concentrado 53.000,00
Minerais 35.200,00
Medicamentos 6.500,00
Energia e combustível 10.300,00
Inseminação artificial 3.000,00
Impostos, taxas e serviços 6.200,00
Reparos de benfeitorias 3.450,00
Reparos de máquinas 3.500,00
Outros gastos de custeio 9.580,00
COE TOTAL 338.930,00
Analisando os dados fornecidos nas planilhas, temos:
RB = R$ 446.150,00 
COE = R$ 338.930,00
MB = RB – COE
MB = R$ 446.150,00 - R$ 338.930,00
MB = R$ 107.220,00
Assim, chegamos à conclusão de que, na propriedade, a atividade proporcio-
nou uma margem bruta positiva no valor de R$ 107.220,00/ano.
Dessa forma, o Sr. Claudiomar pode ficar tranquilo, já que a atividade é viável a curto 
prazo, pois cobre os custos operacionais. Mas o Joel já avisou que não podemos 
estender essas informações para longo prazo, já que não há dados sobre os custos 
fixos, podendo ser maiores do que a margem bruta.
Tome nota
Apenas conhecendo a margem bruta da atividade, não podemos con-
cluir a respeito da viabilidade da atividade a médio e longo prazos. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 99
Margem bruta/área
Fonte: Banco de imagens do Senar.
Considerando a manutenção das estruturas de custos fixos, esse indicador pode ser 
utilizado para comparar diversas atividades agropecuárias e decidir qual explorar. 
Vamos voltar no exemplo da Fazenda Jussara.
O Sr. Claudiomar viu que ocupa uma área de 300 hectares da propriedade para a 
produção de bovino de corte. Mais uma vez, com a ajuda do Técnico de Campo Joel, 
realizou o seguinte cálculo:
Atividade: bovinocultura de corte
Margem bruta: R$ 107.220,00 
MB/ha = 107.220,00/300 = R$ 357,40/ha
Assim, eles identificaram que, com a mecanização que tinha disponível e com as ca-
racterísticas de clima e topografia, o Sr. Claudiomar poderia explorar milho na mes-
ma área. Para definir se manteria o gado de corte ou exploraria milho, ele calculou a 
margem bruta/ha projetada para o milho naquele ano agrícola.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 100
Planilha de custo operacional efetivo (COE) da produção de milho, por hectare:
Item Valor (R$)
Semente de milho 461
Corretivo de solo 93
Macronutrientes 899
Micronutrientes 217
Fungicida 85
Inseticida 223
Adjuvante 31
Herbicida 263
Operações mecanizadas 165
Reparos de benfeitorias 124
Reparosde máquinas 161
Operações e aéreas 92
Transporte da produção 240
Beneficiamento 191
Assistência técnica 15
Armazenagem 70
Impostos e taxas 42
Despesas administração 128
COE TOTAL 3.500
Atividade principal: agricultura
COE : R$ 3.500,00/ha
Renda bruta: 
Produção = 120 sacas/ha
Produção = 120 x 300ha = 36.000
Preço = R$ 33,00/saca
Renda bruta = 36.000 x R$ 33,00 = R$ 1.188.000,00
COE da Atividade = R$ 3.500 x 300ha = R$ 1.050.000
MB = R$ 1.188.000,00 – R$ 1.050.000 = R$ 138.000,00
MB/ha = 138.000,00/300 = R$ 460,00/ha
Por fim, eles compararam os resultados:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 101
MB/ha – Bovinocultura de corte: R$ 357,40/ha
MB/ha – Cultura de milho: R$ 460,00/ha
Diante desse cenário, o empresário pode tomar a decisão de explorar a atividade de 
produção de milho. 
Margem bruta por unidade produzida
A margem bruta por unidade produzida, ou margem bruta unitária, é obtida da divisão 
da MB pela quantidade de unidades produzidas. Logo, nesse indicador devemos 
utilizar as unidades comerciais. 
No exemplo da Fazenda Jussara, a margem bruta unitária seria:
MB unitária =
 MB total
Produção
MB unitária =
 R$ 107.220,00
= R$ 35,74/arroba
3.000 arrobas
A margem bruta unitária é utilizada para identificar:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 102
Rendimentos
Quanto do preço do produto sobra ao produtor para pagar seus 
custos fixos e dimensionar seu lucro.
Sustentabilidade
Capacidade daquele negócio de suportar oscilações de preço 
no mercado. 
Uso da margem bruta como ferramenta para di-
mensionar o sistema produtivo
Esse indicador pode ser utilizado para projetar quantas unidades devem ser produzi-
das para alcançar determinada meta financeira. 
Pensando ainda na Fazenda Jussara, onde a margem bruta anual foi de R$ 
107.220,00 e foram abatidos 200 animais no período, vamos verificar a margem bru-
ta da atividade.
MB/cab = R$ 107.220,00/200 cabeças
MB/cab = R$ 536,10 por animal abatido.
Vamos supor que esse produtor solicita que façamos uma estimativa de quantos 
animais precisa terminar para o abate anualmente para cobrir os custos fixos, 
que somam um montante de R$ 45.000,00, e deseja ainda fazer uma retirada de 
R$ 85.00,00.
Meta para margem bruta = Custos fixos de R$ 45.000,00 + retirada de R$ 85.000,00
Meta para a margem bruta anual = R$ 130.000,00
O número de animais a ser vendido é igual à meta financeira/MB por animal.
Número de animais a serem abatidos = R$ 130.000,00 = 243 bois
R$ 536,10
Isso significa que o Sr. Claudiomar precisa elevar sua margem bruta anual de R$ 
107.220,00 para R$ 130.000,00, para cobrir um custo fixo de R$ 45.000,00 e fa-
zer uma retirada anual de R$ 85.000,00. Para isso, deverá vender pelo menos 243 
animais/ano. 
Nesse caso, ele chegou ao resultado de quantos animais deve vender. A dimensão 
do rebanho, no entanto, dependerá de quanto ele intensificar o sistema.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 103
Tome nota
Nas outras cadeias, o mesmo raciocínio pode ser utilizado para:
• Número de matrizes
• Número de vacas em lactação
• Número de vacas no rebanho
• Número de poedeiras
• Número de peixes
Margem bruta em equivalentes 
unidades produzidas
É a conversão do valor financeiro da margem bruta em unidades produzidas. Isso é 
obtido pela margem bruta dividida pelo preço médio de venda.
Veja o cálculo da Fazenda Jussara, de bovinocultura de corte:
MB em equivalentes unidades produzidas = Margem bruta
Preço médio
MBeq =
R$ 107.220,00 = 720,96 arrobas
R$ 148,72
A margem bruta em equivalentes unidades produzidas permite ao gestor:
Comparar sua eficiência com outras regiões onde o preço 
de mercado é diferente, pois a unidade comercializada é a 
mesma nas regiões.1
Conhecer sua margem bruta convertida na unidade de 
comercialização. 2
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 104
Analisar os resultados obtidos em safras ou ciclos produti-
vos diferentes.3
No próximo tópico será trabalhado o cálculo da margem líquida, que permite ao ad-
ministrador saber se a atividade é viável em médio prazo.
Siga adiante e bons estudos!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 105
Tópico 4: Margem líquida
Você sabe a importância de analisar o resultado do cálculo da margem líquida?
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
Nesse tópico você estudará a margem líquida. Verá como calcular, 
interpretar os resultados e tomar decisões com base nela. Essa aná-
lise é fundamental para checar a capacidade do negócio de se man-
ter no longo prazo, verificando a coerência entre a estrutura de custos 
do negócio e sua escala de produção.
A margem líquida (ML) é o resultado da subtração do custo operacional efetivo, da 
depreciação e da mão de obra familiar da renda bruta da atividade (RB), ou seja, é a 
renda bruta menos o custo operacional total.
RB COE Depreciação Mão de obra familiarML
RB COTML
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 106
A análise da margem líquida permite ao administrador identificar se a atividade está 
sendo viável em curto e médio prazos:
Se positiva, sinaliza ao empresário que a estrutura empregada na 
atividade está compatível com a escala de produção.
Se negativa, indica desequilíbrio na estrutura de custos e, muitas 
vezes, elevado estoque de capital empatado na atividade, sem uma 
escala de produção que a justifique.
Análise da margem líquida
Ao analisar a margem líquida e identificar que a mesma é menor que zero, ou seja, 
negativa, devemos investigar em qual das duas situações ela se enquadra: ML nega-
tiva com MB negativa ou ML negativa com MB positiva. Veja as diferenças a seguir:
ML < 0
ML com 
margem bruta 
negativa:
Essa atividade não é sustentável nem mesmo no curto prazo, sen-
do recomendada uma revisão minuciosa na estrutura de custos e 
no sistema de produção. Vale destacar que alguns itens do COE, em 
situações de baixa escala de produção, podem comprometer gran-
de parte da renda, podendo ser diluídos com a escala de produção. 
Ex.: energia elétrica, mão de obra contratada e medicamentos. 
ML com 
margem bruta 
positiva:
Significa que a atividade está cobrindo os custos operacionais efe-
tivos, mas não consegue cobrir todas as depreciações e o custo da 
mão de obra do produtor, além de não pagar o custo de oportunida-
de sobre o capital investido. Analisando economicamente, podemos 
dizer que a atividade é viável apenas no curto prazo. Caso a situação 
de margem líquida negativa persista, levará ao empobrecimento da 
empresa, inviabilizando a atividade, pois a atividade não consegue 
recursos suficientes para renovar seus bens duráveis.
ML = 0
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 107
Em situação de margem líquida igual a 0, essa atividade é considerada viável no mé-
dio prazo, porém, muito sensível às oscilações de mercado e de tecnologia. Pode-se 
dizer também que o negócio não é atrativo, pois não paga o custo de oportunidade 
do capital empatado, com taxa de 6% ao ano, também conhecido como taxa de atra-
tividade mínima.
ML > 0
Quando a margem líquida é maior que 0, significa que essa atividade é viável em médio 
prazo, pois é capaz de cobrir o custo operacional efetivo, as depreciações, o custo da 
mão de obra familiar e ainda sobram recursos para pagar pelo menos parte do custo de 
oportunidade sobre o capital empatado. Porém, não podemos definir se esse negócio é 
atrativo antes de avançarmos para análises econômicas vinculadas ao lucro. 
Tome nota
No meio rural, a margem líquida, apesar de importante, é pouco ana-
lisada pelos produtores e gestores de fazendas, não havendo a de-
vida preocupação com as estruturas geradoras de custos fixos que, 
superdimensionadas e com baixa escala de produção, acabam por 
inviabilizar as propriedades. De maneira geral, é possível afirmar que 
o crédito facilitado é algo positivo, capaz de proporcionar incremen-
to de produção e desenvolvimento das unidades produtivas. Porém, 
infelizmente, muitos produtores têm inviabilizado suas propriedades 
ao buscar crédito einvestir em estrutura sem analisar o impacto des-
sa ação, tendo dificuldades de arcar com seus compromissos diante 
das instituições financeiras.
É muito comum encontrarmos no mercado produto-
res insatisfeitos com os preços dos produtos, porém, 
no período de alta nos preços, também é muito co-
mum identificar os superinvestimentos. Os produto-
res, movidos pela empolgação com períodos de valo-
rização, usam uma sobra de dinheiro e investem em 
bens depreciáveis, sem prever o custo da reposição 
desses itens para manter a eficiência do sistema. 
A margem líquida, assim como os outros indicadores de análise de rentabi-
lidade, é calculada com base em um realizado, ou seja, com dados passados. 
No entanto, se o produtor tem uma margem líquida restrita em sua atividade 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 108
e aumenta seus custos de depreciação sem aumento da renda ou redução do 
COE, corre o risco de inviabilizar sua atividade ou diminuir a eficiência até 
então alcançada. 
Em outras palavras, se um produtor adquire um bem qualquer, que possui depre-
ciação anual superior à sua margem líquida, e esse bem não promoveu redução no 
COE, nem aumento de produção, o produtor pode concluir que, a princípio, esse 
investimento é inviável ou incompatível com suas projeções atuais.
Fonte: Shutterstock
Uma determinada atividade, nos últimos 12 meses, contabilizou uma margem líquida de R$ 
10.000,00. Ao visitar uma feira agropecuária, ofereceram ao produtor rural um trator e imple-
mentos que, juntos, contabilizam uma depreciação de R$ 12.000,00 ao ano. 
Em um primeiro momento, quando o produtor consultou a margem bruta da atividade, de R$ 
35.000,00 nos últimos 12 meses, e viu um programa de financiamento com carências e pres-
tações de R$ 8.000,00, a conclusão foi: “Eu consigo adquirir esse trator”.
De fato, no curto prazo estava tudo certo. Ele conseguiria pagar as prestações, porém, não so-
brariam recursos para pagar o custo extra de depreciação do novo trator. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 109
Ao avaliar que não aumentaria sua produção, pois não tem mercado para isso, o 
produtor calculou qual seria sua nova margem líquida ao adquirir o trator:
Margem líquida 
anterior
depreciação dos novos 
bens adquiridos
ML
ML = R$ 10.000,00 – R$ 12.000,00
ML = - R$ 2.000,00
Dessa forma, no longo prazo, esse seria um investimento inviável para sua atividade.
A margem líquida também é avaliada por unidade e por equivalência em 
unidades produzidas.
Na prática
Agora, vamos aplicar os conceitos com esse exemplo de dados de 
uma propriedade: 
Depreciação anual de R$ 12.000,00
Mão de obra familiar de R$ 15.000,00. 
COE da atividade de R$ 338.930,00 
Renda bruta de R$ 446.150,00
Qual a margem líquida?
COT = COE + Depreciação + Mão de obra familiar
COT = R$ 338.930,00 + R$ 12.000,00 + R$ 15.000,00 
COT= R$ 365.930,00
ML = RB – COT 
ML = R$ 446.150,00 – R$ 365.930,00 
ML= R$ 80.220,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 110
Margem líquida unitária
A margem líquida unitária é representada pela relação entre a margem líquida e a 
quantidade produzida. 
ML
Produção
ML unitária
A margem líquida unitária é utilizada para verificar quanto está sobrando de cada 
unidade por unidade produzida, após pagar COE, depreciação e mão de obra familiar. 
Caso seja positiva, o capital começa a ser remunerado, a essa remuneração chama-
mos de custo de oportunidade do capital investido.
Na prática
Veja o cálculo aplicado ao exemplo do gado de corte que estamos 
trabalhando:
ML= R$ 80.220,00
Produção em arrobas = 3.000
Margem líquida/arroba = R$ 80.220,00
3000
Margem líquida/arroba = R$ 26,74/arroba, 
Significa que esse é o valor que sobra após o pagamento dos custos 
operacionais efetivos, depreciações e custo da mão de obra fami-
liar, ou seja, é o valor que sobra, por arroba vendida, para remunerar 
o capital empatado. 
Essa mesma análise pode ser feita para qualquer atividade. Veja:
Pecuária
• ML/kg de carne
• ML/litro de leite
• ML/dúzia de ovos
• ML/kg mel
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 111
Agricultura
• ML/saca (café, milho e soja)
• ML/tonelada (cana, silagem)
• ML/arroba de fumo
• ML/caixa (hortaliças e frutas)
Margem líquida em equivalentes 
unidades produzidas
É a conversão do resultado financeiro da margem líquida em unidades produzidas. 
Esse valor é obtido da divisão da margem líquida pelo preço de uma unidade do 
produto em questão.
ML
Preço unitário
ML
em equivalentes 
unidades produzidas 
Veja o resultado na apuração da margem líquida equivalente em uma atividade de 
gado de corte:
Produtor A Produtor B
ML da atividade = R$ 80.220,00
Preço = 148,72 R$/arroba
ML equivalente = ML da atividade
Preço unitário
ML equivalente arrobas = R$ 80.220,00
R$ 148,72
ML equivalente arrobas = 539,4 arrobas
Para que possamos analisar a eficiência 
produtiva e econômica pela ótica desse 
indicador, vamos comparar os resultados 
do produtor A desse exemplo, com o que 
chamaremos de produtor B, que hipoteti-
camente utilizam áreas equivalentes. Veja 
a aba a seguir.
ML da atividade = R$ 75.900,00
Preço = 130,00 R$/arroba
ML equivalente = ML da atividade
Preço unitário
ML equivalente = R$ 75.900,00
R$ 130,00
ML em equivalente = R$ 583,84 arrobas
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 112
Qual dos dois ganhou mais dinheiro?
Sem dúvida, foi o produtor A, cuja margem líquida foi de R$ 
80.200,00 para a mesma área.
Qual dos dois foi mais 
eficiente tecnicamente?
O produtor A obteve uma margem líquida da atividade equivalente a 539,4 arrobas.
Já o produtor B obteve uma margem líquida da atividade equivalente a 583,84 arrobas.
Produtor B/583,84 arrobas – Produtor A/539,4 arrobas = diferença de 44,44 arro-
bas a mais para o produtor B.
Assim, observamos que o resultado produtivo do produtor B, explorando uma 
mesma área, foi melhor que o do produtor A em 44,44 arrobas, porém, ele não foi 
economicamente melhor devido ao preço pelo qual comercializou.
Essa informação é rica para os dois produtores, mostrando que um pode comerciali-
zar seu produto melhor e o outro consegue ser mais eficiente tecnicamente.
Pare para pensar
Ao converter o resultado financeiro em unidades produzidas, o pro-
dutor também consegue comparar seus resultados ao longo dos 
anos, podendo avaliar o resultado da aplicação de tecnologias em 
diferentes safras. Esse comparativo anual de resultados é muito im-
portante para visualizar a interação do sistema de produção que o 
produtor tem com o que acontece no mercado. 
Usando do mesmo exemplo, o produtor A de gado de corte obteve, nos últimos 12 me-
ses, sua margem líquida de 539,4 arrobas. Ao buscar em seus registros, no ano 2000, 
antes de implementar diversas tecnologias, sua margem líquida era de 700 arrobas. 
Essa análise permite ao produtor concluir que, para justificar as tecnologias implemen-
tadas, ele precisaria aumentar sua eficiência técnica e sua escala de produção.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 113
Na prática
Veja outro exemplo:
Caso estivéssemos apurando a margem líquida equivalente na cultu-
ra do milho e hipoteticamente a margem líquida da atividade fosse R$ 
80.220,00, a mesma do exemplo da bovinocultura de corte, no caso 
do produtor B e o preço do milho R$ 33,00/saca. 
Qual seria a margem líquida da atividade equivalente em sacas de milho? 
ML da atividade= R$ 80.220,00
Preço da saca = R$ 33,00
ML equivalente sacas =
R$ 80.220,00
R$ 33,00
ML equivalente sacas= 2.430 sacas
O resultado visto no exemplo acima permite comparar a margem líquida com ou-
tros produtores que vendem a preços diferentes, e também comparar a margem 
líquida em épocas diferentes. Dessa forma, a moeda é convertida em produto.
A margem líquida pode ser usada na equivalência com qualquer unidade produzida. 
Veja os exemplos a seguir:
Pecuária
• Equivalente kg de carne
• Equivalente litros de leite
• Equivalente dúzia ou caixa de ovos
• Equivalente kg mel
Agricultura
• Equivalentesacas (café, milho e soja)
• Equivalente toneladas (cana, silagem)
• Equivalente arrobas de fumo
• Equivalente caixas (hortaliças e frutas)
Chegamos ao final desse tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 114
Tópico 5: Aplicando os conceitos
Para fixarmos melhor os conceitos trabalhados nesse tema, iremos finalizá-lo com 
sua aplicação na análise de propriedades rurais.
Fonte: Banco de imagens do Senar
Objetivos
Nesse tópico, vamos aplicar o conceito de custos fixos, custo total, 
margem bruta e líquida nas cadeias produtivas do agronegócio.
É importante manter o foco, pois, ao finalizarmos todas as contabilizações de cus-
tos de produção, faremos a análise dos dois principais indicadores econômicos 
apresentados nesse tema: margem bruta e margem líquida.
Estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade
Custo Fixo
O custo fixo (CF) é o somatório dos custos da mão de obra familiar (MDOF), depre-
ciação (DEP) e custo de oportunidade (CO). 
Para o estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, veja os dados para calcular o 
custo fixo:
CO = R$ 13.919,04
MDOF = R$ 19.200,00
DEP = R$ 9.501,67
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 115
Aplicando a fórmula:
MDOF DEP COCF
Chegamos ao seguinte resultado:
CF = R$ 19.200,00 + R$ 9.501,67 + R$ 13.919,04
CF = R$ 42.620,71
Custo de oportunidade do capital empatado
Vamos utilizar os dados da Fazenda Santa Felicidade vistos em tópicos anteriores 
para ilustrar os conceitos de custos e margens, iniciando pelo custo de oportunidade. 
No caso da ordenhadeira, por exemplo, o custo de oportunidade seria calculado da 
seguinte forma. Observe os dados:
Valor de novo = R$ 8.000,00
Vida útil = 15 anos
Idade = 5 anos
Veja que idade é menor do que vida útil, logo:
CO = ( VN - S ) x 6%2
CO = ( R$ 8.000,00 - 0 ) x 6%2
CO = R$ 240,00
Custo de oportunidade do capital = R$ 240,00
Para o cálculo do custo de oportunidade do capital dos bens da atividade leiteira nas 
tabelas abaixo, seguiu-se o mesmo padrão e fórmula do exemplo da ordenhadeira 
acima apresentado.
Veja as tabelas a seguir:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 116
Forrageiras no período da vida útil
Especificação Área (ha)
Custo de 
formação 
(R$/ha)
Valor total Vida útil Idade
Custo de 
oportunidade
Pasto Mombaça intensivo 2,3 R$ 3.000,00 R$ 6.900,00 20 5 R$ 207,00
Benfeitorias no período da vida útil
Item Unid
Utilização 
na atividade 
leiteira 
Valor 
unitário 
novo
Valor total Vida útil Idade
Custo de 
oportunidade
Pista de 
alimentação
1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 10 R$ 900,00
Curral de 
manejo
1 50% R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 40 15 R$ 120,00
Cercas 
internas
1000 100% R$ 10,00 R$ 10.000,00 10 8 R$ 300,00
Bebedouros 4 100% R$ 500,00 R$ 2.000,00 20 5 R$ 60,00
Depósito de 
ração
1 80% R$ 80.000,00 R$ 64.000,00 40 15 R$ 1.920,00
Cochos de sal 
mineral
12 100% R$ 500,00 R$ 6.000,00 15 10 R$ 180,00
TOTAL R$ 3.480,00
Máquinas e equipamentos no período da vida útil
Item unid
Utilização 
na atividade 
leiteira
Valor 
unitário 
novo
Valor total Vida útil Idade
Custo de 
oportunidade
Ordenhadeira 
mecânica
1 100% R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 15 5 R$ 240,00
Irrigação 1 100% R$ 23.000,00 R$ 23.000,00 15 3 R$ 690,00
Aparelho de cerca 
elétrica
1 100% R$ 200,00 R$ 200,00 5 4 R$ 6,00
Roçadeira costal 2 100% R$ 2.000,00 R$ 4.000,00 5 4 R$ 120,00
Tanque de 
resfriamento
1 100% R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 15 8 R$ 360,00
TOTAL           R$ 1.416,00
No quadro a seguir são apresentados os equipamentos já depreciados. Nesse caso, 
recorremos às particularidades previstas na metodologia, onde, para o cálculo do 
custo de oportunidade do capital, ao invés de capital médio (valor de novo/2), utili-
za-se o valor de mercado do bem.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 117
Tome nota
Veja o exemplo:
Valor de novo da bomba de água = R$ 500,00 
Valor de mercado da bomba de água = R$ 50,00 
Vida útil = 10 anos 
Idade = 11 anos
CO = (VM + VS) x i 
CO = (R$ 50,00 + 0) x 6% 
CO = R$ 3,00
O custo de oportunidade anual da bomba de água é igual a R$ 3,00
Considerando o valor atualizado de mercado dos bens já depreciados, de acordo 
com o que vimos no exemplo da bomba de água, veja como ficou o custo de oportu-
nidade sobre o capital empatado (juros anuais) da Fazenda Santa Felicidade:
Equipamentos já depreciados
Item Unid
Utilização 
na 
atividade 
leiteira
Valor 
unitário 
atualizado 
de mercado
Valor total 
para a 
atividade 
Vida 
útil Idade
Custo de 
oportunidade
Carroça 1 80% R$ 230,00 R$ 184,00 10 12 R$ 11,04
Picadeira 1 80% R$ 250,00 R$ 200,00 15 16 R$ 12,00
Bomba de 
água
1 100% R$ 500,00 R$ 50,00 10 11 R$ 3,00
Latões 3 100% R$ 200,00 R$ 600,00 15 20 R$ 36,00
TOTAL   R$ 62,04
Com base nas particularidades previstas na metodologia, calculamos o custo 
de oportunidade das benfeitorias, tanto as que estão no período de vida útil 
quanto as já depreciadas com base no capital médio (valor de novo/2). 
Confira no quadro abaixo os resultados do custo de oportunidade do capital sobre as 
benfeitorias já depreciadas: 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 118
Benfeitorias já depreciadas
Item Unid
Utilização 
na 
atividade 
leiteira 
Valor de 
novo Valor total
Vida 
útil Idade
Custo de 
oportunidade
Sala de 
ordenha
1 100% R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 40 43 R$ 900,00
Cercas 
perimetrais
1000 50% R$ 12,00 R$ 6.000,00 15 20 R$ 180,00
Bezerreiro 1 100% R$ 2.000,00 R$ 2.000,00 20 21 R$ 60,00
TOTAL R$ 1.140,00
Valor do inventário animal 
No cálculo do custo de oportunidade do capital empatado em animais, não se utiliza 
o capital médio, como no caso de benfeitorias, máquinas, equipamentos e lavouras. 
Ao realizar o inventário do rebanho, já se estabelece o valor médio de cada categoria.
Tome nota
Veja o exemplo a seguir:
Capital empatado em vacas secas = 10.000,00
CO = (VN + VS) x i
CO = (R$ 10.000,00 + 0 ) x 6%
CO = R$ 600,00
O quadro abaixo apresenta os resultados do custo de oportunidade apurado em cada 
categoria animal. Observe:
Categoria Unid Preço médio Valor total
Vida 
útil
Tempo de 
serviço
Custo de 
oportunidade
Vacas em lactação 20 R$ 3.200,00 R$ 64.000,00 R$ 3.840,00
Vacas secas 4 R$ 2.500,00 R$ 10.000,00 R$ 600,00
Bezerras em 
aleitamento
3 R$ 800,00 R$ 2.400,00 R$ 144,00
Novilhas em recria 10 R$ 1.500,00 R$ 15.000,00 R$ 900,00
Novilhas em reprodução 12 R$ 2.500,00 R$ 30.000,00 R$ 1.800,00
Reprodutor 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 4 3 R$ 360,00
Animais de serviço 1 R$ 1.500,00 R$ 1.500,00 10 15 R$ 90,00
TOTAL 49          R$ 7.744,00
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 119
Somatório do custo de oportunidade anual 
Inventário Custo de oportunidade
Animais R$ 7.734,00 
Máquinas e equipamentos R$ 1.478,04
Benfeitorias R$ 4.620,00 
Forrageiras não anuais R$ 807,00 
TOTAL R$ 14.639,04
Custo total (CT)
O custo total pode ser obtido pela soma do Custo Operacional Efetivo (COE) ao custo 
fixo ou pela soma do Custo Operacional Total (COT) ao custo de oportunidade sobre 
o capital próprio. Veja a fórmula abaixo:
COT COCT
No estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, veja os dados para calcular o CT:
COT = R$ 130.113,57
CO = R$ 13.919,04
Veja o cálculo:
CT = COT + CO
CT = R$ 130.113,57 + R$ 13.919,04 = 
CT = R$ 144.032,61
Custo total proporcional de um produto
O custo total de um produto pode ser obtido pela soma do COT desse produto com o 
custo de oportunidade proporcional à renda gerada por ele em relação à renda bruta 
da atividade (RA), conforme estudamos no Módulo II.
Fazenda Santa Felicidade
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 120
Veja no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade:
COTL = R$ 108.336,09 
CO = R$ 13.919,04
CT leite = COT do produto + CO
 CT leite= R$ 108.336,09 + (R$ 13.919,04 x 87,11 %) 
CT leite = R$ 120.460,97
Atenção: o custo de oportunidade de R$ 13.919,04 é o total referente aos juros de todos os 
itens que a atividade possui em uso compartilhado por uma ou mais atividades, devendo, por-
tanto, serrateado.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 121
Agora você consegue perceber que não é tão complicado 
determinar um custo de produção de forma correta? No en-
tanto, esse conhecimento exige uma constante visão sistê-
mica do processo, sabendo reconhecer o que pertence ou 
não à atividade, proporcionalizando quando for o caso. Por 
isso é que dissemos logo no começo: ninguém melhor para 
definir os custos de produção do que quem trabalha direta-
mente na atividade (produtores e técnicos). 
Pare para pensar
Com base no que você estudou até aqui, quais dados você precisa ter 
para calcular os custos de oportunidade de uma propriedade? Anote 
sua resposta no campo a seguir:
Margem bruta da atividade
A margem bruta da atividade (MB) é obtida pela diferença entre a Renda Bruta (RB) 
e o Custo Operacional Efetivo (COE), conforme a fórmula abaixo:
RB COEMB
No nosso estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, a renda obtida pelo somató-
rio da venda de leite e dos animais, da variação do inventário animal, do leite utilizado 
para consumo, do aleitamento e da produção de lácteos foi de R$ 170.807,23. O 
custo operacional efetivo foi de R$ 101.411,90.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 122
Os dados podem ser observados mais detalhadamente na tabela:
Produto Valor
Renda do leite R$ 94.757,45
Leite processado na fazenda R$ 47.488,00
Leite utilizado no aleitamento R$ 6.086,90
Leite consumido pela família R$ 474,88
Venda de animais R$ 12.000,00
Variação do inventário animal R$ 10.000,00
TOTAL R$ 170.807,23
A partir da apuração da renda bruta e do COE, podemos calcular a margem bruta:
MB = RB - COE
MB = R$ 170.807,23 – R$ 101.411,90
MB = R$ 69.395,33
Variações na análise da margem bruta da atividade
Fonte: Banco de imagens do Senar
A) Margem bruta unitária
É a margem bruta por unidade produzida. É calculada pela divisão da margem bruta pela pro-
dução. Veja a fórmula abaixo:
MB unitária =
Margem bruta
Produção
Na Fazenda Santa Felicidade, veja os dados:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 123
Produção = 114.545 litros 
Margem bruta = R$ 69.395,33
MB unitária =
R$ 69.395,33
= R$ 0,61
114.545
A margem bruta por unidade produzida na Fazenda Santa Felicidade é de R$ 0,61.
B) Margem bruta em equivalentes unidades produzidas
Consiste em converter o valor da margem bruta em litros de leite, dividindo a margem bruta 
pelo preço do leite. Isso permite comparar o resultado de margem bruta entre as propriedades, 
sem o efeito do preço. Veja a fórmula abaixo:
MB equivalente =
Margem bruta
Preço
Veja o resultado no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade:
MB equivalente =
R$ 69.395,33
= 53.794,83 litros
R$ 1,29
No período analisado, a margem bruta da atividade é de R$ 69.395,33, que equivale a 53.794,83 
litros de leite.
C) Margem bruta por área
É a margem bruta dividida pela área utilizada para a produção. Veja a fórmula abaixo:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 124
MB/área =
MB
A
No estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, seguem os dados:
MB/área =
R$ 69.395,33
= R$ 3.469,77
20
A margem bruta por hectare utilizado para produção foi de R$ 3.469,77.
D) Margem bruta por animal de produção
A margem bruta por animal é utilizada no gerenciamento de uma propriedade para dimensio-
nar o rebanho necessário para atingir uma meta financeira.
Na fazenda de leite, é feita por vaca em lactação (VL). Veja no estudo de caso da Fazenda 
Santa Felicidade:
Vacas em lactação = 20
MB/VL =
R$ 69.395,33
= R$ 3.469,77
20
Neste caso, a margem bruta da atividade corresponde a R$ 3.469,77 por vaca em lactação.
Margem líquida da atividade
Margem Líquida da atividade (ML) é obtida pela diferença entre a Renda Bruta (RB) 
e o Custo Operacional Total (COT), conforme a fórmula abaixo:
RB COTML
No estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, temos:
RB = R$ 170.807,23
COT = R$ 130.113,57
ML = R$ 170.807,23 - R$ 130.113,57 = R$ 40.693,66
Variações na análise da margem líquida da atividade
Veja as variações na análise da margem líquida da atividade:
Margem bruta por 
Animal
Esse indicador não tem 
uma referência padrão, 
pois depende muito do 
sistema de produção em 
que a vaca está inserida. 
Por exemplo, uma vaca 
de alta produção inserida 
em um sistema intensivo 
de larga escala e alta 
tecnificação, tende a ge-
rar uma maior margem 
bruta por animal, porém, 
vacas de produção de 
intermediária a baixa, 
em sistemas intensivos 
de pastagem ou com 
forrageiras que possuam 
alta lotação animal, po-
dem gerar uma margem 
bruta por animal inferior 
ao primeiro caso, porém, 
em sistemas altamente 
viáveis, devido à alta 
lotação animal.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 125
Margem líquida unitária Margem líquida equivalente
É a margem líquida por unidade produzida. 
É calculada pela divisão da margem líquida 
pela produção. Veja a fórmula abaixo:
Margem líquida
Produção
MB unitária
Na Fazenda Santa Felicidade, veja os dados:
Produção = 114.545 litros
Margem líquida = R$ 40.693,66
ML unitária = R$ 40.693,66
20
ML unitária = R$ 0,36
Consiste em converter o valor da mar-
gem líquida em litros de leite, dividindo a 
margem líquida pelo preço do leite. Isso 
permite comparar o resultado de margem 
líquida entre as propriedades, sem o efeito 
do preço. Veja a fórmula abaixo:
Margem líquida
Preço
MB equivalente
Veja o resultado no estudo de caso da 
Fazenda Santa Felicidade:
ML equivalente = R$ 40.693,66
R$ 1,29
ML equivalente= 31.545 litros
Nesse tópico você pôde ver como aplicar todos os conceitos aprendidos, tanto no 
tema 1 quanto no tema 2. 
Falta muito pouco para concluir esse tema.
Nos vemos no próximo tema. Sucesso!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 126
Nesse tema você pôde conhecer os conceitos e aplicações dos principais custos de 
produção por meio da Metodologia de Assistência Técnica e Gerencial tanto os fixos 
quanto os variáveis, além de avaliar o resultado econômico da propriedade por meio 
das margens bruta e líquida.
Os dados de produção, custos, além das receitas, quando devidamente processa-
dos, tornam-se valiosas informações para a administração, possibilitando a avaliação 
econômica do negócio e o planejamento da empresa.
Pudemos elaborar unidades de medida de custos mais claras para o produtor, onde 
os números foram “traduzidos” em produtos. Assim, aprendemos também sobre a 
“visualização” de quanto esforço físico e financeiro está sendo direcionado apenas 
para pagar custos, e não para gerar lucro.
Que tal relembrar os conceitos desse tema? Aperte o play e assista ao vídeo. Ah, e 
não esqueça de fazer as atividades de passagem! 
Vídeos
No início deste Módulo, vimos que um dos questionamentos do Sr. 
Ariovaldo era sobre o cálculo dos custos de produção, pois são mui-
tos fatores a se considerar (e a calcular). Agora, passa a analisar as 
relações entre a renda e os custos, obtendo indicadores como a mar-
gem bruta e a líquida. Tendo em vista que você concluiu os estudos 
do segundo tema, vamos relembrar o que são estes custos e como 
calculá-los? Veja mais no vídeo que preparamos pra você, em seu 
ambiente de estudos!
Agora que finalizamos o estudo dos custos de produção e iniciamos a análise 
de alguns indicadores financeiros, está na hora de nos aprofundarmos em ou-
tros indicadores, pois são eles que nos proporcionam ferramentas para a ges-
tão mais eficiente da empresa rural. Parabéns! Siga em frente!
Encerramento do tema
Cálculo de custo de produção II
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 127
Atividade de passagem
Chegamos ao final do primeiro tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-
cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
A partir do que estudamos no Tema 2, analise a resolução do problema abaixo, 
onde são identificados o Custo Fixo Médio (CFM) e o Custo Total (CT) da atividade: 
• 01 tratornovo financiado, com valor de R$ 150.000,00 e 15 anos de vida útil. 
Pagamento em 8 parcelas, anuais. Juros e taxas à instituição financeira iguais a 
R$ 45.000,00.
• 01 carretinha de arrasto com valor de novo igual a R$ 14.000,00 e 10 anos de vida 
útil. Atualmente, está com 11 anos de uso e valor de sucata igual a R$ 5.000,00.
• Rebanho estabilizado no valor de R$ 223.500,00.
• 01 mão de obra familiar no valor de R$ 1.034,00 ao mês, com um dia de fol ga 
na semana.
• Construções (casa e curral) erguidas na mesma época, 11 anos atrás, e dentro da 
vida útil de 40 anos, totalizando R$ 230.000,00.
• Produção leiteira: 260L/dia, com preço médio de R$ 1,00/L.
• COE total: R$ 37.230,00. 
Atenção!
Você terá três tentativas para realizar a atividade. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 128
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 129
A partir dos dados apresentados, analise as afirmativas abaixo e as classifique em 
verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) A mão de obra familiar, por ter um dia de folga na semana, deveria ter sido 
reduzida.
( ) O custo de bens financiados será integralmente apropriado ao custo de 
produção no momento da disponibilização para uso, sem considerar o tipo 
ou os valores de parcelamento.
( ) Os custos com juros de financiamento deverão ser adicionados ao bem, 
pois, se não houvesse necessidade do bem para produção, não haveria o 
financiamento.
( ) Itens que chegaram ao final de sua vida útil não precisarão mais reservar 
valores relativos à sua depreciação, porém, continuarão a contabilizar cus-
to de oportunidade.
( ) O custo de oportunidade sobre o capital empatado em rebanho é o mais 
representativo dos custos fixos por ser calculado sobre o valor integral, 
porém, é um item indispensável à produção. 
1. F, V, F, V, V. 
2. V, V, F, V, V.
3. F, F, V, V, V.
4. F, F, V, V, F.
5. V, F, V, F, F.
130Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária
Tema 3
Cálculo de Indicadores
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Os cálculos dos custos e da renda são necessários para a análise da rentabilidade, 
que consiste em apurar a margem bruta, a margem líquida e o lucro. Esses dados, 
puros e simples, poucos ajudam o empresário rural. Para uma tomada de decisão 
assertiva, é necessária a interpretação de cada um deles.
Objetivos
Ao final deste tema, espera-se que você saiba calcular e interpretar os 
resultados inerentes ao lucro, verificando a capacidade de um negócio 
se manter no longo prazo. Na sequência, aprenderá sobre a equiva-
lência de produção, assim como o ponto de cobertura total. Por fim, 
entenderá como calcular a taxa de retorno sobre o capital investido, 
indicador importante para o empresário definir a atratividade do negó-
cio e comparar com as opções que ele tem no mercado.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 131
Para atingir o objetivo, este tema está estruturado em 5 tópicos:
Tópico 1: 
Lucro
Nesse tópico você verá como calcular, interpretar os 
resultados e tomar decisões com o lucro. Ele possibi-
lita a análise de atratividade do negócio, pois leva em 
conta o custo de oportunidade do capital empatado no 
empreendimento.
Tópico 2: 
Ponto de cobertura 
(PCOE – PCOT)
Nesse tópico você aprenderá a apurar os indicadores 
PCOE e PCOT em unidades produzidas.
Tópico 3: 
Ponto de cobertura total
Nesse tópico você compreenderá como apurar um dos 
indicadores mais importantes para saber quanto do que 
foi produzido foi comprometido para o pagamento do 
custo total.
Tópico 4: 
Taxa de retorno 
do capital 
Nesse tópico você estudará a taxa de retorno do capi-
tal, verá como calcular essa taxa e seus componentes 
levando em conta o estoque de capital com e sem a 
terra. Esse indicador é muito importante para o em-
presário rural comparar os resultados do seu negócio 
dentro da cadeia em que atua e com outras ativida-
des do mercado.
Tópico 5: 
Aplicando os conceitos
Nesse tópico, que encerra o tema, utilizaremos o estu-
do de caso da Fazenda Santa Felicidade para aplicar 
os conceitos obtidos neste tema. 
Preparado? Vamos em frente, bons estudos!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 132
Tópico 1: Lucro
O lucro (L) é um indicador de atratividade do negócio. No meio rural ele é pouco uti-
lizado, pois muitas vezes os produtores tomam suas decisões de investimento com 
base no lado técnico. Isso ocorre por falha técnica, por impulso de vendedores ou 
simplesmente pela facilidade de acesso ao crédito subsidiado.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Nesse tópico você verá como calcular, interpretar os resultados e to-
mar decisões com o lucro.
O lucro é obtido pela diferença entre a Renda Bruta (RB) e o Custo Total (CT), confor-
me a fórmula abaixo:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 133
Pare para pensar
O Técnico de Campo e/ou empresário rural, quando inicia um traba-
lho de viabilização da propriedade, começa seu desafio aplicando na 
atividade a margem bruta positiva. A partir disso, ele busca atingir 
também a margem líquida positiva, trabalhando a produtividade e o 
aumento da produção para chegar ao lucro naquele negócio. 
Na sua opinião, é realmente necessário seguir esse passo a passo ou 
alguma etapa poderia ser diferente? Escreva aqui.
Se sua resposta anterior foi sim, você está certíssimo! Esse entendimento escalona-
do é fundamental, especialmente para que o desafio de viabilidade de uma proprie-
dade seja suportado pelo empresário rural.
Análise do lucro
Lucro menor que zero
Lucro menor que zero significa que o 
negócio não é atrativo economicamen-
te. Também mostra que se o empresá-
rio, em vez de aplicar o capital que em-
pregou nessa atividade, investisse 
numa poupança ou em aplicações al-
ternativas, obteria um retorno sobre o 
capital empatado maior do que o valor 
do lucro do negócio. 
Vale destacar que, se uma propriedade 
tem lucro negativo, não significa que 
ela não seja atrativa, mas sim que a for-
ma com que o negócio foi dimensiona-
do não está atendendo às expectativas 
para geração de lucro.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 134
Pare para pensar
Uma propriedade produtora de leite apresenta lucro negativo. Isso 
não significa que a atividade de produção de leite não seja lucrativa. 
Como mudar esse cenário? O que você sugeriria para o proprietário 
da fazenda?
Lucro igual a zero
Na economia, o lucro zero também é 
chamado de lucro normal. Muitos ana-
listas do meio agropecuário, apesar de 
tratarem o negócio que obteve lucro 
zero como pouco atrativo, acreditam 
que pode ser feita uma análise mais 
profunda para verificar se o produtor 
deve abandonar ou não a atividade. 
Muitas vezes, o produtor consegue em-
pregar sua família e aumentar o capital 
empatado, remunerando, em média, o 
capital inicialmente investido a 6% ao 
ano. Ou seja, ele consegue se manter 
estável e, em alguns casos, em cresci-
mento, mesmo com lucro zero.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 135
Na prática
Dentro da atividade, um produtor com lucro igual a zero conseguiu 
promover uma grande variação patrimonial que, fora da atividade, tal-
vez não conseguiria. Automaticamente, a mesma taxa de 6% de remu-
neração média, quando submetida a um capital maior, resultará em 
maior retorno ao empresário. 
Fonte: Shutterstock
Isso acontece porque a atividade consegue retornar os investimentos realizados, 
muitos deles feitos por meio de crédito subsidiado. Há também o fator de produção, 
com itens como tratores, implementos, ordenha mecânica etc., que ao entrarem no 
sistema passam a contribuir para a geração de renda, ainda que não tenham sido 
pagos. Com isso, surge uma oportunidade que o produtor não teria, caso o capital 
estivesse na poupança, por exemplo. 
Atuando nesse negócio, o produtor pode planejar seu sistema de produção para um 
maior retorno, porém também está submetido a riscos. Cabe ao produtor, com apoio 
do técnico, definir os melhores caminhos para obter lucro. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 136
Lucro maior que zero
L>0Um resultado de lucro maior que zero 
também é chamado de lucro supranor-
mal. Isso significa que o negócio ava-
liado remunera todos os custos e ainda 
sobra dinheiro ao empresário para reti-
rada, ou aplicação, no próprio negócio 
ou em outros investimentos. 
No meio agropecuário, buscar o lu-
cro maior que zero é o refinamento da 
gestão. Isso ocorre quando o produ-
tor atinge a maturidade gerencial e se 
torna um empresário rural. Enquanto 
o objetivo for puramente produzir, ra-
ramente o produtor conseguirá essa 
margem de lucro. 
Quando o produtor atinge maturidade 
empresarial, o lucro passa a ser uma 
constante. Isso se dá quando ele, com 
sua gestão, consegue dimensionar os 
investimentos, especialmente os que 
se referem ao capital próprio, de forma 
mais coesa. Ele também passa a visar 
redução dos custos e aumento da ren-
da, ou aumento no custo total que seja 
justificado pelo aumento da renda su-
perior ao impacto no custo.
Variações do lucro
A) Lucro unitário
É o lucro por unidade produzida. É calculado pela divisão do lucro pela produção. 
Veja a fórmula abaixo:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 137
Tal indicador pode ser utilizado para verificar se o negócio avaliado tem capacidade 
para suportar variações no preço de venda sem que tome prejuízo. 
Essa análise pode ser feita em qualquer cultura. Veja os exemplos abaixo:
Pecuária:
● Lucro/kg de carne
● Lucro/litro de leite
● Lucro/dúzia de ovos
● Lucro/kg mel
Agricultura:
● Lucro/saca (café, milho e soja)
● Lucro/tonelada (cana, silagem)
● Lucro/arroba de fumo
● Lucro/caixa (hortaliças e frutas)
B) Lucro em equivalentes unidades produzidas
Consiste em converter o valor do lucro pelo preço médio da unidade produzida. Isso 
permite comparar o resultado do lucro entre as propriedades, sem o efeito do preço. 
Veja a fórmula abaixo:
sem o efeito do 
preço
Logicamente, o preço 
recebido vai interferir 
no resultado desse in-
dicador. De acordo com 
a fórmula, se o mesmo 
valor for apurado como 
lucro em duas proprie-
dades e elas receberam 
preços diferentes pelo 
produto, o lucro equiva-
lente será diferente.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 138
O lucro equivalente a unidades produzidas é utilizado para comparação entre pro-
priedades diferentes do mesmo negócio, podendo ser usado para comparar períodos 
diferentes. 
Veja um exemplo:
Uma propriedade A, produtora de suínos, obteve lucro de R$ 100.000,00 no ano, 
comercializando a carne por R$ 4,00/kg. 
Uma propriedade B, corrigida para o mesmo número de matrizes, obteve lucro 
de R$ 110.000,00 e comercializou a carne a R$ 4,50/kg. Economicamente, a pro-
priedade B foi a mais eficiente.
Qual das propriedades acima obteve maior lucro equivalente a quilos de carne? Va-
mos calcular!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 139
Conclui-se que a propriedade A, ainda que com um resultado econômico me-
nor, foi mais eficiente tecnicamente que a propriedade B. Assim, podemos di-
zer que a propriedade A precisa melhorar a qualidade de seu produto ou as 
formas de comercialização para conseguir mais lucros.
Ainda pensando no exemplo apresentado, o gestor da propriedade B, ao ver o re-
sultado da propriedade A, deve analisar as potencialidades de aumentar a produti-
vidade do seu sistema, desde que isso não comprometa a qualidade do produto e, 
consequentemente, os preços de venda.
A propriedade B, ao fazer uma análise histórica, identificou que já conseguiu, em ou-
tros períodos, maior lucro equivalente a quilos de carne. Dessa forma, ela validou que 
pode melhorar sua produtividade. 
Chegamos ao final desse tópico! 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 140
Tópico 2: Ponto de cobertura 
PCOE - Ponto de cobertura operacional efetivo e PCOT - Pon-
to de cobertura operacional total
Esta forma de analisar o custo consiste em converter custos em unidades produ-
zidas. Assim, o empresário e a assistência técnica conseguem definir a parcela da 
produção necessária para cobrir os custos de uma propriedade.
Um jeito bem fácil de calcular o custo equivalente é dividindo o custo que se deseja 
analisar pelo preço de comercialização do produto, para verificar sua conversão. 
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Neste tópico você aprenderá mais sobre o cálculo do ponto de cober-
tura, que ajudará a comparar os resultados de uma propriedade em 
diferentes períodos. Dessa forma, é possível pensar em estratégias 
de gerenciamento e gestão mais assertivas, visando o crescimento e 
o lucro da propriedade.
A conversão do custo em unidades produzidas também permite ao gestor comparar 
seus resultados em diferentes períodos. Essa análise ajuda a avaliar o negócio numa 
série histórica, guiando tomadas de decisão. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 141
Veja um exemplo:
Foi realizada uma análise comparativa do Custo Operacional Efetivo (COE) por 
meio do custo equivalente a unidades produzidas da Fazenda Esperança, pro-
dutora de leite, num período de 2 anos.
Observe os resultados:
A propriedade gastou 100 litros de leite por dia para 
pagar o COE.
A propriedade gastou 120 litros de leite por dia para 
pagar o COE.
Isso significa que, no segundo ano, foi comprometida uma maior parte da produção 
para pagar o COE. 
Podemos dizer, então, que no ano 2 a propriedade foi menos eficiente?
Não! É necessário que o empresário, antes de concluir, associe a análise com a renda 
gerada por essa variação de custo. Veja, por exemplo, as hipóteses que podem justi-
ficar essa variação:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 142
Ponto de cobertura operacional efetivo 
O resultado do PCOE representa o volume da produção necessária para pagar o COE. 
Podemos calculá-lo pela fórmula:
Ponto de cobertura operacional efetivo =
COE
Preço médio
O resultado do PCOE é obtido em unidades produzidas, dependendo da unidade 
que é comercializada o produto, por exemplo:
 • litros de leite por dia;
 • arrobas por ano;
 • quilos de carne por ano;
 • toneladas por ano;
 • sacas por ano.
Veja um exemplo na atividade leiteira:
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 143
Fazenda Cambirela
A Fazenda Cambirela, produtora de leite, produz por dia 500 litros. Essa propriedade comerciali-
za o leite em média a R$ 1,20 o litro. Se foram gastos R$ 120.000,00 no ano em COE, qual seria 
o PCOE dessa propriedade?
Ponto de cobertura operacional efetivo =
COE
Preço médio
PCOE =
R$ 120.000,00
= 100.000 litros/ano
R$ 1,20
No caso específico do leite, cuja produção é diária, para que o número fique mais claro para o 
produtor, dividimos o valor do PCOE anual por 365 dias. 
PCOE = 100.000 litros ÷ 365 dias = 273,97 litros/dia
Isso significa que, dos 500 litros de leite produzidos, essa propriedade compromete 273,97 
litros para pagar o COE.
Esse custo é muito analisado pelos produtores, mesmo de forma empírica, sem con-
siderar alguns pagamentos, como impostos e taxas, entre outros. Muitas vezes, o 
produtor contabiliza apenas as despesas diretamente ligadas à produção. No entan-
to, a interpretação correta desse indicador é o ponto de cobertura operacional efetivo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 144
Na prática
Uma propriedade produtora de gado de corte teve as seguintes des-
pesas no seu COE:
Item Valor (R$)
Mão de obra para manejo do rebanho 43.200,00
Manutenção de pastagens 120.000,00
Silagem 45.000,00
Concentrado 53.000,00
Minerais 35.200,00
Medicamentos 6.500,00
Energia e combustível 10.300,00
Inseminação artificial 3.000,00
Impostos, taxas e serviços 6.200,00
Reparos de benfeitorias 3.450,00
Reparos de máquinas 3.500,00
Outros gastos de custeio 9.580,00
COE TOTAL 338.930,00
Nesse período, a comercialização por arroba de boi estava avaliada 
em R$ 148,72. Vamos calcular seu ponto de cobertura operacional 
efetivo em arrobas?
Ponto de cobertura operacional efetivo =
COE
Preço médio
PCOE =
R$ 338.930,00
R$ 148,72
Ponto de cobertura operacional efetivo equivalente a arrobas = 
2.278,98 arrobas.
Portanto, paracobrir o COE, essa propriedade precisa ter comerciali-
zado pelo menos 2.278,98 arrobas a um preço médio de R$ 148,72.
Análise do ponto de cobertura operacional efetivo 
Ponto de cobertura operacional efetivo maior que a produção
Quando o PCOE supera a produção, vemos que a empresa rural precisa rever a efici-
ência na utilização dos itens do COE. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 145
Na prática
Quando o PCOE supera a produção obtida, temos problemas geren-
ciais graves, pois o empresário precisará buscar recursos próprios ou 
de terceiros para manter o sistema funcionando. Popularmente, dize-
mos que o dinheiro da produção não deu para pagar as contas. 
Isso pode ocorrer por diversos motivos. Vejamos os mais comuns:
 • mão de obra contratada operando em sistemas de baixa es-
cala de produção e participando excessivamente do custo; 
 • catástrofes naturais que limitam a produção;
 • erros graves de técnica de produção que comprometem a 
produtividade (por exemplo, dieta mal balanceada);
 • problemas sanitários que podem causar alta mortalidade.
Ponto de cobertura operacional efetivo menor que a produção
Com um PCOE menor que a produção, podemos dizer que, pelo menos em curto 
prazo, a propriedade se mantém. Isso porque, ao vender sua produção, ela consegue 
pagar todas as despesas de custeio e ainda sobra dinheiro. 
Na prática
Se um produtor de gado de corte produziu 1.000 arrobas no ano e seu 
PCOE equivalente foi de 400 arrobas, significa que ele será capaz de 
pagar todas as despesas e ainda sobrarão 600 arrobas. 
Esse produtor pode comparar, também, quantas arrobas gastou para 
produzir as mesmas 1.000 arrobas no ano anterior. Se ele gastou 500 
arrobas no ano anterior e apenas 400 neste ano, é possível concluir 
que, economicamente, ele foi mais eficiente. Como isso se justifica? 
Por uma melhoria na eficiência técnica ou por variações no mercado. 
O produtor que pretende obter o máximo da produção deve trabalhar o manejo 
e as tecnologias de forma a comprometer o mínimo possível da produção para 
pagar o COE.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 146
Ponto de cobertura operacional total
O ponto de cobertura operacional total (PCOT) é o resultado da divisão do COT pelo 
preço médio de venda de um produto.
O resultado expressa o COT convertido em unidades produzidas, ou seja, quantas 
unidades foram produzidas para pagar o COT.
Análise do ponto de cobertura operacional total
Ponto de cobertura operacional total maior que a produção 
Esse indicador significa que a produção obtida pelo sistema não foi capaz de pagar 
o COE, mão de obra familiar e depreciações. Nesse cenário, o produtor deve fazer 
algumas verificações:
Verificar se 
o COE da 
propriedade é 
coerente com a 
produção.
É interessante revisar os conceitos de PCOE.
Checar se a 
estrutura da 
propriedade 
é compatível 
com a escala de 
produção.
Os produtores rurais, muitas vezes impulsionados pelo fácil 
acesso ao crédito, ou mesmo pelo dinheiro em caixa, superdi-
mensionam seus sistemas de produção, comprando máquinas e 
construindo benfeitorias. Dessa forma, para ajustar esse indica-
dor é necessário reduzir bens ociosos ou aumentar a escala de 
produção. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 147
Checar se 
o fluxo de 
produção no 
qual a mão de 
obra familiar 
está inserida 
pode ser 
melhorado.
Se o fluxo for adaptado, o recurso humano passaria a produzir 
mais, diluindo esse custo.
Análise do ponto de cobertura operacional total
Ponto de cobertura operacional total menor que a produção
Na situação em que a produção supera o PCOT, dizemos que esse negócio é susten-
tável no médio e no longo prazo, pois além de cobrir o COT, sobram recursos para 
novos investimentos e para compor o lucro do empresário.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 148
Na prática
Vamos relembrar a propriedade de gado de corte que conhecemos no 
estudo do COE equivalente a unidades produzidas. Veja seus dados:
 • COE = R$ 338.930,00.
 • Total de depreciações anuais = R$ 30.000,00.
 • Nessa propriedade o pai e o filho trabalham, com a somatória de 
suas atividades anuais avaliadas em R$ 36.000,00.
 • O preço da arroba comercializada no período foi de R$ 148,72.
Vamos calcular?
COT = COE + DEPRECIAÇÃO ANUAL + MÃO DE OBRA FAMILIAR
COT = R$ 338.930,00 + R$ 30.000,00 + R$ 36.000,00 = R$ 404.930,00
PCOT =
COT
Preço médio
PCOT =
R$ 404.930,00
R$ 148,72
PCOT = 2.722,77 arrobas
Isso significa que essa empresa comprometeu 2.722,77 arrobas de 
sua produção para pagar o COT.
Agora você está entendendo ainda mais sobre os custos, mas ainda temos muito a 
mostrar.
Até o próximo tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 149
Tópico 3: Ponto de cobertura total
Esse é um indicador muito importante! O PCT é obtido ao se converter o custo total 
em unidades produzidas, ou seja, quanto da produção a empresa comprometeu para 
pagar o custo total.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Você aprenderá como calcular o ponto de cobertura total e sua impor-
tância para a gestão da propriedade rural.
Para calcular o PCT é muito simples: basta dividir o custo total pelo preço:
Bem fácil, não é mesmo? Sabemos que você quer muito aprender ainda mais e apli-
car seu conhecimento, então vamos em frente!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 150
Análise do ponto de cobertura total
Ponto de cobertura total maior que produção
Quando o resultado do cálculo do ponto de cobertura total é maior que a produção, 
vemos que a produção não foi suficiente para pagar o custo total. Isso se dá em 
algumas situações, como:
Catástrofes 
naturais que 
comprometeram 
a produção
Dessa forma, o produtor tem o custo integral e apenas parte 
da produção.
Má aplicação 
da técnica de 
produção
Muitas vezes, o produtor reduz a utilização de recursos que in-
fluenciam nos custos de produção. Outras situações podem 
levar o produtor a não atingir o ponto de cobertura total, espe-
cialmente a falta de gestão e a ineficiência no uso dos recursos.
Pare para pensar
Uma propriedade produtora de leite apresenta lucro negativo. Isso 
não significa que a atividade de produção de leite não seja lucrativa. 
Como mudar esse cenário? O que você sugeriria para o proprietário 
da fazenda?
A curto prazo, atitudes como essa produzem redução das despesas e um ajuste de 
fluxo de caixa momentâneo, porém esse tipo de comportamento pode promover uma 
redução da produção, que acaba inviabilizando o negócio. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 151
Assim, para que o produtor eleve a pro-
dução novamente, terá que reinserir na 
atividade aqueles insumos que retirou, 
o que causará uma mudança no custo 
utilizado para obter o PCT. 
Isso explica porque o PCT não é o indica-
dor da produção que representa o lucro, 
mas se trata da parcela da produção uti-
lizada para cobrir o custo total.
Sistema de produção com baixa escala de produção
Muitos sistemas de produção têm alto custo fixo, porém operam em baixa escala 
de produção. O curioso é que, nesses casos, quando calculado o PCT, vemos que o 
resultado apresentado é de alto valor, mesmo com um alto custo fixo e operação em 
baixa escala.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Fonte: Shutterstock
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 152
O que fazer nesse caso? Para aumentar a produção, seria necessário um aumento 
em toda a parcela variável do COE, o que resultaria num CT maior do que o que foi 
usado para o cálculo do PCT. 
Mais uma vez, vemos que não se pode dizer que o PCT indica se a produção terá 
lucro, mas sim qual a parcela da produção que seria necessária para cobrir o custo 
total obtido pelo produtor.
Tome nota
O produtor precisa analisar em qual cenário ele se enquadra, tomando 
as decisões administrativas mais assertivas para que não continue 
produzindo sem lucro. 
Especialmente nos casos de produção animal, em rebanhos de ciclo completo, ao se 
aumentar o rebanho haverá um aumento no estoque de capital, sem existir aumentonas depreciações, uma vez que animais nesses sistemas de criação não depreciam. 
Logo, isso causaria um aumento no custo de oportunidade do capital empatado. 
Esse aumento pode ser justificado pelo crescimento da produção. 
Ponto de cobertura total menor que a produção
Nesse caso, a interpretação é bem simples. O PCT representa a parcela da produção 
comprometida para pagar o custo total. A análise do PCT se fundamenta em compre-
ender se o produtor está alcançando o nível mínimo de produção para pagar todos 
os custos; caso não esteja, devemos procurar saber o que se pode fazer para que ele 
alcance tal patamar de produção.
Esse indicador se torna mais visível quando o produtor usa o valor para comparar 
seus resultados com outros produtores que recebem preços diferentes, podendo di-
zer quem foi mais eficiente em unidades produzidas. Outra forma de usar esse indi-
cador é comparando os resultados da própria empresa rural em períodos diferentes.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 153
Fazenda Morada dos Ipês
Vamos conhecer a Fazenda Morada dos Ipês, produtora de gado para corte. Ela pertence ao Sr. 
Antonio, que vem contando com a ajuda da Renata, Técnica de Campo. 
A propriedade conta com um número expressivo de animais e Renata tem aplicado vários co-
nhecimentos da metodologia ATeG para ajudar a propriedade a crescer. 
Vamos acompanhar o cálculo do PCT nessa fazenda? Primeiro, veja os dados:
• COT = R$ 404.930,00.
• Preço médio da arroba = R$ 148,72.
• Estoque de capital em animais de R$ 1.000.000,00.
• Estoque de capital em forrageiras não anuais, benfeitorias, máquinas e equipamentos de R$ 
350.000,00.
Assim, temos:
Remuneração do capital = (1.000.000 x 6%) + (350.000/2 x 6%)
Remuneração do capital = R$ 70.500,00
CT = R$ 404.930,00 + R$ 70.500,00 = R$ 475.430,00
PCT = CT/preço médio
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 154
PCOT = R$ 475.430,00
R$ 148,72
PCT = 3.196,81 arrobas 
Veja que os cálculos aprendidos até aqui apresentam suas particularidades, mas 
são simples e fáceis de memorizar. Lembre-se da importância e da forma correta de 
aplicar cada um deles. 
Ainda temos muito o que mostrar. Até o próximo tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 155
Tópico 4: Taxa de retorno de capital
Como já vimos, temos uma série de fatores a considerar no momento de realizar 
os cálculos de indicadores. Um deles é a taxa de retorno sobre o capital empatado, 
conhecida como TRC.
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Objetivos
Neste tópico vamos apresentar a taxa de retorno sobre o capital em-
patado (TRC), calculando novamente a margem líquida e consideran-
do os tipos de estoques e demais fatores que contribuem para o cál-
culo correto desse indicador.
A taxa de retorno sobre o capital empatado (TRC) corresponde, em termos percen-
tuais, à capacidade da atividade de remunerar o capital médio que foi aplicado na 
produção. Ela é calculada considerando o estoque de capital com e sem a terra. 
O Técnico de Campo deverá realizar ambas as análises, com e sem terra, para que o 
efeito do “valor da terra” seja posto à parte, conseguindo avaliar apenas a atividade 
em si. Isso é importante especialmente quando o empresário rural não cogita a hipó-
tese de vender a terra, o que é muito comum nesse meio.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 156
A taxa de retorno do capital é calculada com a fórmula abaixo:
Margem líquida
A margem líquida é o resultado da dife-
rença entre a renda bruta e o custo 
operacional total, ou seja, o que sobra 
da renda bruta quando abatido o COE, 
depreciações e custo da mão de obra 
familiar.
Esses custos são inerentes à operação 
e são reais. Por mais que a depreciação 
e a mão de obra familiar não resultem 
em desembolso sistemático, elas são 
custos do sistema que não retornam 
ao empresário.
Tome nota
Com relação à mão de obra familiar, por mais que o desembolso não 
seja sistemático, o trabalho por ela realizado precisa ser valorizado e 
custeado pelo sistema de produção. 
A depreciação ocorre ao longo do tempo e, mais cedo ou mais tarde, haverá neces-
sidade de substituição do bem e o consequente desembolso, ou seja, a estrutura do 
negócio, se não monetizada, não é uma riqueza, e sim um custo.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 157
Uma propriedade de bovinocultura de leite necessita de uma ordenhadeira mecânica no valor 
de R$ 30.000,00, com vida útil de 15 anos. 
Durante o tempo de utilização do equipamento o sistema terá apenas gastos com manutenções, 
porém, ao final da vida útil, precisará dos R$ 30.000,00 para adquirir uma nova ordenhadeira.
Podemos concluir, considerando a depreciação linear, que essa propriedade terá um custo de 
depreciação da ordenhadeira mecânica de R$ 2.000,00/ano.
Não se usa o lucro para calcular a taxa de retorno, porque dele são contabilizados os 
custos de oportunidade sobre o capital empatado e esse custo não se incorpora ao 
produto, sendo apenas analítico. Assim, esse valor também retorna ao empresário. 
O objetivo principal, ao se calcular a taxa de retorno, é justamente identificar se o 
negócio avaliado possui retorno superior a 6%, que constitui a taxa média de remune-
ração do capital, balizada na poupança. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 158
Estoque de capital médio em benfeitorias, forra-
geiras, máquinas e equipamentos (ECM)
O estoque de capital médio consiste em 
calcular a média do capital empatado, 
considerando um determinado bem ao 
longo de sua vida útil. Como na meto-
dologia da ATeG considera-se valor de 
sucata igual a zero, um bem emprega-
do na atividade passará toda a sua vida 
útil nela.
Dessa forma, o bem irá de 100% a 0% 
do capital nele empatado dentro da ati-
vidade. Em média, ao longo da vida útil 
o bem tem 50% do capital investido na 
atividade. Logo, para máquinas, forrageiras não anuais, equipamentos e benfeito-
rias, o capital médio é calculado usando a fórmula abaixo:
Estoque de capital em animais (ECA)
O estoque de capital em animais é tam-
bém chamado de inventário animal, ou 
seja, é o valor do rebanho. Vale desta-
car que, para fazer esse levantamento, 
deve-se definir um valor médio do ani-
mal para cada categoria (e não o valor 
do melhor animal). Em outras palavras, 
se esse rebanho fosse vendido, quanto 
ele valeria no mercado atual?
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 159
Estoque de capital em terra (ECT)
O estoque de capital em terra é o valor da terra nua no mercado em que a proprieda-
de está inserida, multiplicado pela área da propriedade. 
Estoque de capital em terra = Valor da terra nua (R$) x Área (ha)
Vale destacar que, se na propriedade houver mais de uma atividade, devemos ratear 
as áreas de construções, estradas, reservas e outras áreas improdutivas. Esse rateio 
pode ser feito em proporção à área útil utilizada em cada atividade.
Na prática
Uma propriedade de 100 hectares produz café e leite. Do espaço total, 
temos 30 ha destinados a reservas e áreas construídas e 70 ha úteis, 
sendo 28 para leite e 42 para café. 
Participação do leite na área útil = 28/70 = 40%.
O café, por sua vez, participa com 42/70 = 60%.
Logo:
Área de reservas e construções destinadas ao leite = 30 ha x 40% = 12 ha.
Área de reservas e construções destinadas ao café = 30 ha x 60% = 18 ha.
Se o valor da terra nua na região for de R$ 10.000,00/ha, o estoque de 
capital em terra destinado para cada atividade será:
ECT para o leite = (28 ha + 12 ha) x R$ 10.000,00 = R$ 400.000,00.
ECT para o café = (42 ha + 18 ha) x R$ 10.000,00 = R$ 600.000,00.
Simples de calcular!
Taxa de retorno do capital sem a terra (TRCST)
A taxa de retorno do capital sem a terra é utilizada para comparar diferentes sistemas 
de produção. Trata-se de um importante indicador para que o empresário rural, deten-
tor da terra, possa definir qual atividade explorar.
terra nua
Consideramos o valor da 
terra nua, pois as benfei-
torias já estão contabi-
lizadas no inventário de 
recursos.
Assistência Técnica e Gerencial- Pecuária 160
Uma questão importante é que a maio-
ria dos proprietários de terra não estão 
dispostos a vendê-la, portanto, é im-
portante saber o que dá maior retorno 
sobre a terra para a tomada de decisão. 
Além disso, esse indicador é utilizado 
também para casos de arrendatários. 
A taxa de retorno do capital sem terra 
é calculada segundo a fórmula abaixo:
TRCST =
Margem líquida x 100
ECST
Onde:
TRCST = Taxa de retorno do capital sem terra.
ECST = Estoque de capital sem terra, que corresponde à soma do estoque de ca-
pital médio de máquinas, benfeitorias e forrageiras não anuais com o estoque 
de capital em animais.
Vamos entender melhor esse cálculo, aplicado num exemplo prático:
Na prática
Numa fazenda de gado de corte, foi calculada a taxa de retorno do 
capital sem a terra:
Estoque de capital médio em máquinas, equipamentos, benfeitorias e 
forrageiras não anuais = R$ 350.000,00. 
Estoque de capital em animais = 400.000,00.
Margem líquida = R$ 80.220,00.
TRCST =
Margem líquida x 100 
ECST
TRCST =
R$ 80.220,00 x 100 
= 10,69%
R$ 750.000
Fonte: Shutterstock
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 161
Taxa de retorno do capital com terra (TRCCT)
A taxa de retorno do capital com a terra permite ao empresário analisar a capacidade 
que o sistema de produção integrado à terra tem de remunerar o capital. Seu cálculo 
é feito através da seguinte fórmula:
TRCCT =
Margem líquida x 100
ECCT
Onde:
TRCCT = Taxa de retorno do capital com terra.
ECCT = Estoque de capital com terra, que é a soma do estoque de capital sem 
terra com o estoque de capital em terra. 
Interpretação da TRCCT
Veja o que os valores encontrados nesse indicador podem apontar:
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Para definir se a taxa de retorno do capital é atrativa, cada gestor precisa adotar sua re-
ferência. A mais comum é a poupança e outros investimentos de renda fixa assegurada, 
porém cada empresário pode adotar uma taxa mínima de atratividade de acordo com as 
oportunidades que ele tem para o capital.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 162
Vale destacar que a metodologia não calcula a variação do patrimônio em terra, pois con-
sidera a decisão de ter a terra como outra atividade. A especulação imobiliária, ou seja, a 
decisão de ter a terra contando com uma valorização desse patrimônio, aceita uma menor 
taxa de retorno, pois o risco dessa decisão é menor, quando comparado a montar um sis-
tema de produção em qualquer cadeia.
Taxa de retorno do capital inferior a 6%: considera-se que esse negócio não é atrativo. O 
empresário deve revisar o sistema, avaliando se há ganho imobiliário da propriedade ou se 
é possível maior intensificação do sistema de produção, visando maior margem líquida.
Em algumas atividades, como a bovinocultura de corte trabalhada extensivamente, 
o estoque de capital em benfeitorias, máquinas e equipamentos é muito baixo. Isso 
pode causar uma alta TRCST. 
Esse tipo de sistema demanda grandes extensões de terra, pois opera normalmente 
em baixa lotação animal. Dependendo do valor da terra na região, isso resulta em 
baixas taxas de retorno do capital investido.
Dessa forma, podemos afirmar que, em regiões de terra de alto valor, para via-
bilizar e manter a terra é necessário ter uma produção intensiva em qualquer 
atividade agropecuária.
Na prática
Considerando, ainda, uma propriedade produtora de gado para corte 
com as informações abaixo, veja o cálculo da TRCCT.
Valor da terra: R$ 10.000,00/ha.
Área = 300 ha.
Estoque de capital com terra = R$ 10.000,00/ha x 300 ha = R$ 
3.000.000,00.
Estoque de capital médio em máquinas, equipamentos, benfeitorias 
e forrageiras não anuais = R$ 350.000,00. 
Estoque de capital em animais = 400.000,00.
TRCCT = R$ 80.220,00 x 100 = 2,13%
R$ 3.750.000,00
Logo, podemos concluir que é necessário ter uma produção intensi-
va para viabilizar e manter a terra.
Chegamos ao final desse tópico!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 163
Tópico 5: Aplicando os conceitos
Agora vamos aplicar ao estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade os conceitos 
aprendidos neste módulo!
Fonte: Banco de imagens do SENAR
Usaremos todos os valores de custo e renda que foram apresentados no tópico 5 do 
tema 2, no Módulo Gerencial 1.
Objetivos
Neste tópico vamos aplicar o que aprendemos ao longo do módulo no 
estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade. Também vamos relem-
brar alguns conceitos já aprendidos e que o ajudarão a construir seu 
conhecimento.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 164
Vamos refrescar a memória, lembrando o que já aprendemos sobre a Fazenda Santa 
Felicidade? 
A renda bruta da fazenda foi de R$ 170.807,23
O custo operacional efetivo foi de R$ 101.411,90
O custo operacional total foi de R$ 130.113,57
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 165
O custo total foi de R$ 144.032,61
A produção de leite obtida pela fazenda foi de 
114.545 litros por ano.
A produção foi comercializada a um preço médio 
de R$ 1,29 por litro de leite.
Com base nesses dados, a seguir vamos calcular o lucro e os indicadores relaciona-
dos ao lucro, destacando o PCT.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 166
Lucro (L)
O lucro é obtido pela diferença entre a Renda Bruta (RB) e o Custo Total (CT), confor-
me a fórmula abaixo:
Com os dados apresentados, vamos realizar o cálculo do lucro da Fazenda Santa 
Felicidade:
L = RB – CT
L = R$ 170.807,23 – R$144.032,61
L = R$ 26.774,60
Variações do lucro
Lucro unitário
O lucro unitário é aquele obtido por unidade produzida. Conseguimos o seu valor 
calculando a divisão do lucro pela produção. Veja a fórmula abaixo:
Com os dados apresentados, vamos realizar o cálculo do lucro unitário da Fazenda 
Santa Felicidade:
Lucro unitário =
R$ 26.774,60
= R$ 0,23
114.545
Fonte: Shutterstock
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 167
Lucro equivalente a unidades produzidas
Consiste em converter o valor do lucro 
em litros de leite, dividindo esse valor 
encontrado pelo preço do leite. Isso 
permite comparar o resultado de lucro 
entre as propriedades, sem o efeito do 
preço. Veja a fórmula abaixo:
Veja o resultado no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade:
Lucro equivalente =
R$ 26.774,60
= 20.775,5 litros
R$ 1,29
Veja as fórmulas e sua aplicação no estudo de caso da Fazenda Santa Felicidade, 
convertendo os valores dos custos em litros de leite, ou seja, quantos litros de leite 
são necessários para cobrir COE, COT e CT.
COE
PCOE equivalente a litros de leite
Nos dados da Fazenda Santa Felicidade, temos:
COE = R$ 101.411,90.
Preço médio ponderado do leite = R$ 1,29.
PCOE equivalente a litros de leite =
R$ 101.411,90 
= 78.613,87 litros/ano
R$ 1,29
Para entender melhor esses resultados, dividimos esse valor em 
litros por dia, pois, na prática, o que o produtor planeja é sua 
produção diária.
78.613,87 litros/365 dias = 215,38 litros por dia
Assim, a quantidade da produção diária comprometida para pa-
gar o COE foi de 215,38 litros.
efeito do preço
Logicamente, o preço 
recebido vai interferir no 
resultado desse indica-
dor. De acordo com a fór-
mula, se o mesmo valor 
for apurado como lucro 
em duas propriedades e 
estas receberam preços 
diferentes pelo produto, 
o lucro equivalente será 
diferente.
Fonte: Shutterstock
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 168
COT
PCOT equivalente a litros de leite
Considere:
COT = R$ 130.113,57.
Preço médio ponderado do leite = R$ 1,29.
PCOT =
R$ 130.113,57 
= 100.863,23 litros/ano
R$ 1,29
No PCOT faremos a conversão em litros por dia, dividindo o volu-
me anual por 365 dias.
100.863,23 litros/365 dias = 276,34 litros por dia
Portanto, 276,34 litros do leite da produção diária são compro-
metidos para pagar o COT.
CT
Ponto de Cobertura Total (CT equivalente a litros de leite)
Veja agora o custo total:
CT = R$ 144.032,61.
Preço médio ponderado do leite = R$ 1,29.
Para calcular o ponto de cobertura total, temos:
PCT =
R$ 144.032,61 
= 111.653,19 litros/ano
R$ 1,29111.653,19 litros/365 = 305,90 litros por dia. 
Concluindo: a produção diária necessária para pagar todos os 
custos é de 305,9 litros.
Viu só como é simples fazer os cálculos e ter uma visão mais ampla dos custos e 
lucros de uma empresa rural?
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 169
Neste tema, você pôde conhecer como calcular os principais indicadores de 
rentabilidade.
Ao avançar nos estudos sobre o lucro, vimos que ele ajuda a medir a atratividade do 
negócio. O lucro é também um refinamento da gestão por parte do empresário rural; 
ao analisá-lo, o produtor passa a avaliar também o custo de oportunidade do seu 
capital. 
Esse indicador é ainda mais evidente quando calculamos a taxa de retorno do capi-
tal, em que o produtor passa a comparar as oportunidades do mercado, entendendo 
quais são os pontos fortes de sua gestão ou onde deverá mudar, para melhorá-la. 
No próximo módulo, estudaremos mais profundamente os indicadores que nos aju-
dam a medir o desempenho da empresa rural e, assim, tomar decisões mais precisas 
rumo ao sucesso. 
Antes de prosseguir, veja mais um vídeo que preparamos especialmente para você e 
realize as atividades de passagem.
Vídeos
No início deste Módulo, vimos que um dos questionamentos do Sr. 
Ariovaldo era sobre o cálculo dos custos de produção, pois são mui-
tos fatores a se considerar (e a calcular). Agora, passa a analisar as 
relações entre a renda e os custos, obtendo indicadores como a mar-
gem bruta e a líquida. Tendo em vista que você concluiu os estudos 
do segundo tema, vamos relembrar o que são estes custos e como 
calculá-los? Veja mais no vídeo que preparamos para você, em seu 
ambiente de estudos!
Parabéns por chegar até aqui! 
Sucesso!
Encerramento do tema
Tema 3: Cálculo de Indicadores
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 170
Atividade de passagem
Chegamos ao final do primeiro tema. A seguir, você responderá a uma questão rela-
cionada ao conteúdo estudado até aqui. Preparado?
Se você estiver com alguma dúvida quanto ao assunto, retorne ao conteúdo do mó-
dulo ou, se preferir, entre em contato com o tutor.
Questão
Leia o trecho a seguir, retirado do portal da Universidade Federal de Minas Gerais: 
“Atualmente, a cadeia da bovinocultura de corte consiste num segmento do 
agronegócio de elevada concorrência, incertezas e redução continuada das 
margens de ganho. Os sistemas de produção são complexos e diversifica-
dos. Cada produtor deve desenvolver seu sistema de produção, combinando 
suas metas às condições ambientais e mercadológicas, devendo aliar às suas 
capacidades financeiras e recursos humanos, tendo como base as responsa-
bilidades social e ambiental. A capacidade gerencial do administrador, envol-
vendo o planejamento, a direção e o controle dos processos da atividade, bem 
como a alocação dos recursos produtivos de maneira racional, são fundamen-
tais para a eficiência técnica e econômica. A gerência não deve permitir que o 
aumento de custo unitário diminua sua vantagem competitiva. Quando se au-
menta a produtividade, aumenta-se o custo total (principalmente o variável). 
Devido à maior quantidade de produtos gerados (bezerros, kg de peso vivo ou 
carcaça), o custo unitário diminui. Com menor custo unitário de produção e 
mesmo preço médio de venda, ocorre maior receita total, além de aumento do 
lucro total e da rentabilidade do sistema. A produtividade deve ser analisada 
de acordo com a disponibilidade dos fatores de produção (terra, trabalho e ca-
pital), que, sendo mais escassos, tornam-se mais caros. Quando se aumenta 
a produtividade do rebanho, observa-se também o aumento da produtividade 
da terra, do trabalho e do capital. O uso de tecnologias permite aumentar pro-
dutividade e, consequentemente, reduzir o custo médio unitário. É por esse 
motivo que as propriedades mais tecnificadas são mais competitivas.”
Atenção!
Você terá três tentativas para realizar a atividade. 
Fonte: adaptado de http://csr.ufmg.br/pecuaria/portfolio-item/rentabilidade/
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 171
Com base no que você aprendeu nesse Tema do curso, analisando o texto acima, 
classifique as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F):
A. O lucro de uma atividade é produto da diferença entre custos e receitas. 
Quanto maior a eficiência produtiva, melhor é a diluição dos Custos Fixos, 
aumentando o Lucro Unitário. 
B. O Ponto de Cobertura Operacional Efetivo (PCOE) representa um nível de 
produção necessário para cobrir o COE. Portanto, é variável de acordo com 
a produtividade.
C. Uma maior infraestrutura produtiva impacta diretamente no Estoque de 
Capital Médio. Assim, o equivalente em produção do lucro obtido será maior 
quanto maior for este estoque. 
D. A diferença entre a quantidade total de unidades de produtos agropecuá-
rios produzidos e o Ponto de Cobertura Total permite ao produtor conhecer 
seu lucro em equivalente produtos.
E. Uma maior eficiência produtiva melhora as perspectivas de lucro e de Taxa 
de Retorno do Capital. Porém, para encontrarmos a TRC, utilizamos a Mar-
gem Líquida, e não o lucro - este já contabiliza o Custo de Oportunidade do 
Capital Empatado (CO).
 
1. F, F, V, F, F
2. V, F, V, V, V 
3. V, V, F, V, V 
4. V, F, F, V, V 
5. V, F, V, F, F
Desejamos ótimos estudos. 
Voltaremos a nos ver em breve. Até mais!
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 172
Parabéns pelo seu percurso até aqui! Bom, chegamos em mais um momento para 
você aplicar seus conhecimentos! Para finalizar o módulo, você deverá realizar três 
atividades:
Simulado
São 17 questões objetivas sobre os três temas deste módulo. 
Você pode respondê-lo até três vezes. O objetivo é que você se 
prepare bem para a avaliação. A realização dessa atividade é 
obrigatória, porém, não afere nota. Essa é uma ótima oportuni-
dade para verificar o seu conhecimento, estudar e ter uma prévia 
de como será a avaliação.
Avaliação
Realizado o simulado, você terá acesso à avaliação. Ela também 
é composta por 17 questões objetivas e contempla todo o con-
teúdo estudado no módulo. Essa atividade é obrigatória e vale 
nota. O seu desempenho nessa atividade será contabilizado na 
sua média. A correção é automática, ou seja, é o LMS que fará a 
correção da atividade.
Linha de Chegada
Fonte: Banco de Imagens do SENAR
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 173
Estudo de caso
Será apresentada uma situação problema (relacionada aos te-
mas estudados no módulo) e você deverá respondê-la fazendo 
uma análise da situação. No Módulo 1, você deverá gravar um 
vídeo de até 3 minutos respondendo à pergunta lançada no es-
tudo de caso. O upload do vídeo deverá ser feito no LMS, dentro 
da atividade estudo de caso. Essa atividade será corrigida pelo 
tutor, que atribuirá uma nota e um feedback. Nos módulos 2, 3, 4 
e 5 você deverá responder ao estudo de caso em forma de texto.
Tanto o simulado quanto a prova são compostos por 17 questões de 
múltipla escolha, que têm como objetivo verificar o seu conhecimen-
to com base no que você estudou durante o curso.
Para acessar essas atividades, clique no menu do seu ambiente de estudos e clique 
em Minhas avaliações.
Como informamos no início do 
curso, o tempo total para encerra-
mento do módulo é 45 dias. Veja 
no seu planejamento quantos dias 
ainda faltam para encerrar o prazo 
e aproveite para estudar e se prepa-
rar para a avaliação do módulo.
Fonte: Shutterstock
A avaliação estará disponível somente depois que você passar pelo simulado. Co-
mece quando se sentir seguro e confiante em seu aprendizado, pois aqui você terá 
somente uma tentativa de acerto.
Não se preocupe se houver uma queda de energia, pois você não perderá o que já 
respondeu! O sistema de avaliações, incluindo o simulado, salva automaticamente 
as suas respostas.
Para obter informações mais detalhadas sobre como acessá-lo ou se tiver qualquer 
dúvida, entre em contato pelo Tira-Dúvidas ou pelo e-mail faleconoscoead@faculda-
decna.com.br, ou ainda via telefone, pelo0800 006 4849, de segunda a sexta-feira, 
das 8h às 12h e das 14h às 18h, no horário de Brasília.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 174
Gabarito
Questão 1
Resposta correta: COE / d / COE / MDOF / COT
Feedback: 
O Custo Operacional Efetivo é variável e exige desembolsos financeiros para 
que a produção ocorra. 
A Depreciação representa a reserva de capital destinada à substituição de itens 
ao final de sua vida útil, desprezando-se os valores de sucata.
Já a mão de obra familiar representa uma despesa de natureza fixa, que não 
exige desembolso de capital financeiro para seu pagamento, pois apenas é um 
levantamento da oportunidade implícita em se vender o trabalho, ao invés de 
trabalhar para si próprio. Ou seja, a atividade se torna obrigada a remunerar 
esse fator de produção, caso contrário, será melhor aplicá-la em outra atividade 
ou lugar. Porém, quando há pagamento sistemático desse trabalho executado 
para si mesmo, a terminologia mais adequada é pró-labore. 
Ao ser identificada essa ocorrência, o aconselhável é remover esse item dos 
custos fixos da propriedade e alocá-lo nos variáveis, pois há, de fato, saída de 
capital.
Por fim, o Custo Operacional Total representa uma somatória do COE, depre-
ciação e MDOF. Caso seja negativo com COE positivo, significa que a atividade 
se mantém no curto prazo. Caso o COT seja nulo, significa que ela poderá se 
manter no médio prazo. Em caso de COT positivo, é necessário dar sequência 
aos estudos e analisar se houve ou não lucro na empresa. 
Diante do exposto, a resposta que melhor completa as informações elencadas 
é “E”.
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 175
Questão 2
Resposta correta: F, V, F, V, V
Feedback: 
Analisando item a item das informações fornecidas:
• Trator: o valor total do bem para o sistema produtivo será seu valor de novo, sem 
taxas ou juros bancários. Portanto, R$ 150mil. Sua vida útil será igual a 15 anos, 
independentemente do número de parcelas do financiamento.
• Carretinha de arrasto: é um bem depreciado, ou seja, não possui mais vida útil. 
Porém, ainda possui valor de mercado, atualmente avaliado em R$ 5.000,00.
• Rebanho estabilizado: não sofre depreciação. Seu valor é contabilizado integral-
mente para cálculo de Custo de Oportunidade.
• A mão de obra familiar não possui acréscimos de obrigações trabalhistas, sen-
do considerado apenas o salário mensal estabelecido, multiplicado pelos 12 me-
ses do ano.
• Foi informado que as construções custaram R$ 230mil quando novas, e este 
será o valor a ser considerado. O fato de já estarem sendo utilizadas há 11 anos, 
frente aos 40 de vida útil total, não irá alterar a forma de se calcular a deprecia-
ção, pois a metodologia utiliza a depreciação linear. O Custo de Oportunidade 
também não será afetado por este uso, uma vez que o importante é saber apenas 
se o bem analisado está ou não dentro do prazo de vida útil.
• Produção leiteira: foi fornecido o volume de produção diária (260L), devendo 
ser encontrado o volume anual.
• Preço do leite: essa informação não será usada para responder ao exercício, 
mas é sempre bom termos em mente o valor recebido por cada unidade co-
mercializada, a fim de agilizarmos diversas análises, como o lucro ou o prejuízo 
unitário.
• COE: esse é valor deverá ser utilizado como referência do COE, sem rateios. 
Identificação dos indicadores de custos: 
Para determinarmos o Custo Fixo Médio, ou seja, o Custo Fixo por litro de leite 
produzido, é necessário que encontremos o Custo Fixo Total, para então dividi-lo 
pelo volume total da produção anual dessa propriedade. 
Custo Fixo será igual à somatória da mão de obra familiar, depreciação e custo 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 176
de oportunidade. 
CF = MDOF + d + CO
CF = 12.408,00 + 15.750,00 + 25.110,00
CF = R$ 53.268,00/ano
Isso significa que a cada R$ 1 ganho na venda de cada litro de leite, esse produtor 
possui R$ 0,56 comprometidos somente em custo fixo. 
Uma vez conhecidos os valores do COE e CF, fica mais fácil determinar o CT. Veja:
CT = COE + CF
CT = 37.230,00 + 53.268,00
CT = R$ 90.498,00/ano
Isso significa que o custo total suportado por esse produtor, para que ele oferte 
seus produtos no mercado, é de R$ 90.498,00 ao ano. 
CFM 
CF
Produção Total
CFM R$ 53.268,00/ano
94.900 L/ano
CFM = R$ 0,56/L
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 177
Questão 3
Resposta correta: V, V, F, V, V
Feedback: 
A afirmativa A é verdadeira, pois lucro é função de renda bruta menos custos 
totais. Relembre a fórmula: L = RB – CT. Nos custos totais, estão inclusos tan-
to os variáveis quanto os fixos. Os primeiros têm por característica aumentar 
conforme se aumenta a produção, sendo pequena sua redução por unidade 
produzida. 
Já os segundos se mantêm constantes, sendo mais impactante sua amortiza-
ção quando se tem maior eficiência produtiva, pelo simples processo da dilui-
ção (distribuição). 
Corroborando com a essa explicação, temos a afirmativa B, que também é ver-
dadeira. Afinal, o COE tanto poderá não existir quanto poderá não ter limite para 
chegar ao seu máximo, sendo dinâmico, em conformidade com a produção 
alcançada ou desejada. 
Para respondermos à afirmativa C, vamos relembrar que o CF é composto pela 
somatória da Depreciação, Custo de Oportunidade do capital empatado na ati-
vidade e Mão de Obra Familiar. Sendo o CF um componente do CT e, confor-
me vimos, a margem de lucro é dependente dos custos, podemos afirmar que 
quanto maior o Estoque de Capital Médio, maior será seu impacto no CF da 
atividade (e CT), podendo comprometer o lucro, reduzindo-o conforme se au-
menta esse estoque e mantendo-se as mesmas expectativas de Renda Bruta. 
Portanto, essa afirmativa é falsa.
A afirmativa D é verdadeira, pois, ao assumirmos que o PCT representa a quan-
tidade de produtos necessários para se cobrir os custos totais de produção, e 
conhecendo o volume total produzido, podemos afirmar que a diferença entre 
eles representa o lucro do produtor em equivalente produto. 
A afirmativa E necessita de uma análise mais profunda. 
Relembre a fórmula da TRC: (Margem Líquida/Estoque de Capital) x 100. 
De fato, utiliza-se a ML para cálculo de TRC, ao invés do lucro. O motivo, con-
forme visto no conteúdo que você estudou, é que o Custo de Oportunidade, já 
embutido na análise do lucro, não se configura um custo operacional, sendo 
apenas analítico. Inserir o lucro nessa fórmula exigiria que a atividade pagasse 
em duplicidade o Custo de Oportunidade. Assim, essa afirmativa também é 
verdadeira. 
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 178
Referências
ARAÚJO, A. J. Fundamentos do Agronegócio. 2ª edição. São Paulo: Atlas S. A. 2007.
ASSIS, L. P. de. Análise técnica e econômica de uma propriedade leiteira em Couto 
de Magalhães de Minas-MG: um estudo plurianual. Diamantina, 2012. Dissertação 
(mestrado) - Pós-Graduação em Zootecnia, UFVJM. 
BAHIA, J. Veja a importância de um bom gerenciamento para a empresa. In Revista 
Gestão em Negócios. Disponível em: http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/arti-
gos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/#. Último 
acesso em 11/01/2017.
BARROS,C.; FERNANDES, M. A. M. Depreciação, um item importante a se conside-
rar! USP ESALQ, 2014. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/
gerenciamento/depreciacao-um-item-importante-a-se-considerar-87142n.aspx.
BERNARDO, L.T., QUEIROZ, A. M. Revista de Economia, Anápolis, v.7, n.2, p. 48-65, 
jul./dez- ISSN: 1809 970-X. 2011. Disponível em: <http://www.nee.ueg.br/seer/index.
php/economia>. Acesso em: 13 out. 2016.
BEZERRA, L. J. F. Análise técnica e econômica de propriedades rurais do munícipio 
de Independência- estado do Ceará. Fortaleza/Ce, 2011. Dissertação (mestrado) – 
UFC, Centro de Ciências Agrárias. 
BORGES, M. S.; GUEDES, C. A. M.; CASTRO, M. C. D. E. Programa de assistência téc-
nica para o desenvolvimento de pequenas propriedades leiteiras em Valença-Rj e 
região Sul Fluminense.EBAPE BR, v. 14, Edição Especial, Artigo 9, Rio de Janeiro, Jul. 
2016. 
BRENZAN, C. K. M.; SOUZA, J.P. de. Coordenação e governança na cadeia produtiva 
de frango: um estudo de caso de uma cooperativa no oeste paranaense. XXXII en-
contro nacional de engenharia de produção. Bento Gonçalves- RS, 2012.
CARVALHO, M. P. de. Economia de escala em produção de leite. Maio, 2000. Dispo-
nível em: https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/gerenciamento/economia-de-
-escala-em-producao-de-leite-8638n.aspx. Acesso em: 13 de out. 2016.
CEPEA/ESALQUE/ USP. Relatório PIB Agro-Brasil. Junho, 2016. 
DALCIN. D ; OLIVEIRA, S.V. ; TROIAN, A. . Gestão rural e a tomada de decisão: estudo 
de caso no setor olerícula. In: SOBER, 2010, Campo Grande. 48ª SOBER- Sociedade 
Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural: tecnologias, desenvolvi-
mento e integração social., 2010.
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
http://revistagestaoenegocios.uol.com.br/artigos/veja-a-importancia-de-um-bom-gerenciamento-para-a-empresa/3016/
https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/gerenciamento/economia-de-escala-em-producao-de-leite-8638n.aspx
https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/gerenciamento/economia-de-escala-em-producao-de-leite-8638n.aspx
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 179
FIGUEIREDO, N. economia industrial. PUC- Campinas. Disponível em: http://ftp-acd.
puc-campinas.edu.br/pub/professores/cea/nelly/%202012_ECONOMIA%20INDUS-
TRIAL/Nota_aula_06_Escala%20e%20escopo.pdf. Acesso em: 13 out. 2016.
FONSECA, J. W. F. da. Mercados de Capitais. Curitiba: IESDE, 2009. 212p.
GOMES, S. T. Cuidados no cálculo do custo de produção de leite. Universidade Fede-
ral de Viçosa. Jan., 1999.
GOMES, S. T. Perguntas e respostas sobre o custo de produção de leite. Disponí-
vel em: http://www.ufv.br/der/docentes/stg/stg_artigos/Art_147%20-%20PERGUN-
TAS%20E%20RESPOSTAS%20SOBRE%20O%20CUSTO%20DE%20PRODU%C7%-
C3O%20DE%20LEITE%20(18-3-2001).pdf. Acesso em: 07 out. 2016.
GUANZIROLI, C. E. Agronegócio no Brasil: perspectivas e limitações. UFF, Niterói/Rj, 
2006. Disponível em: http://www.uff.br/econ/download/tds/UFF_TD186.pdf. Acesso 
em: 03 Out. 2016.
JANK, M.; PESSÔA, A. O modelo brasileiro de agricultura de alta escala. Jornal O es-
tado de S. Paulo. São Paulo, maio 2013. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.
br/noticias/geral,o-modelo-brasileiro-de-agricultura-de-alta-escala-imp-,1029240. 
Acesso em: 24 out. 2016.
LONGHI, E. H.; MEDEIROS, J. X. de. Importância da coordenação nas cadeias produti-
vas: caso do programa de fruticultura do Oeste Goiano. Rev. de Econ. e Sociol. Rural, 
vol. 41, Nº3. Brasília, 2003.
LOPES, P. F.; REIS, R. P.; YAMAGUCH, L. C. T. Custos e escala de produção na pecuária 
leiteira: estudo nos principais estados produtores do Brasil. Rio de Janeiro, vol. 45, 
nº 03, p. 567-590. Agosto, 2017.
LOPES, M. A.; CARVALHO, F. de M. Custo de produção do gado de corte. Lavras-MG: 
UFLA. Boletim técnico, 47p.
PEDROZO, E. Á.; FRANCISCO, D. C. A importância da gestão da informação entre os 
elos da cadeia produtiva de frangos. Disponível em: http://www.sober.org.br/pales-
tra/12/02O086.pdf. Acesso em: 14 nov. 2016.
MATSUNAGA, M. et al. Metodologia de custo de produção utilizada pelo IEA. Boletim 
técnico SOBER e IEA, São Paulo, 1976. 
PADILHA JUNIOR, J. B. O impacto da reserva legal florestal sobre a agropecuária 
paranaense, em um ambiente de risco. Curitiba/PR, 2004. Tese (doutorado na área 
de concentração Economia e Politicas Florestais). Universidade Federal do Paraná. 
PIZZARO, C.; BRESSLAU, S. Custo de produção do leite de cabra. V encontro de 
http://www.ufv.br/der/docentes/stg/stg_artigos/Art_147%20-%20PERGUNTAS%20E%20RESPOSTAS%20SOBRE%20O%20CUSTO%20DE%20PRODU%C7%C3O%20DE%20LEITE%20%2818-3-2001%29.pdf
http://www.ufv.br/der/docentes/stg/stg_artigos/Art_147%20-%20PERGUNTAS%20E%20RESPOSTAS%20SOBRE%20O%20CUSTO%20DE%20PRODU%C7%C3O%20DE%20LEITE%20%2818-3-2001%29.pdf
http://www.ufv.br/der/docentes/stg/stg_artigos/Art_147%20-%20PERGUNTAS%20E%20RESPOSTAS%20SOBRE%20O%20CUSTO%20DE%20PRODU%C7%C3O%20DE%20LEITE%20%2818-3-2001%29.pdf
http://www.uff.br/econ/download/tds/UFF_TD186.pdf
http://www.sober.org.br/palestra/12/02O086.pdf
http://www.sober.org.br/palestra/12/02O086.pdf
Assistência Técnica e Gerencial - Pecuária 180
caprinocultores do Sul de Minas e Média Mogiana. CREUPI- Espirito Santo do Pinhal/ 
SP, 2001.
SILVA, L. C. da. Cadeia produtiva de produtos agrícolas. UFES, Departamento de En-
genharia Rural. 2005. Boletim técnico, 10p.
SILVEIRA, C. M. R. Introdução ao Agronegócio. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes.154p.Montes claros/MG, 2010.
SCHULTZ, G. As cadeias produtivas dos alimentos orgânicos comercializados na fei-
ra da agricultura ecológica em Porto Alegre/RS: lógica de produção e/ou de distri-
buição. Porto alegre, 2001. Dissertação (mestrado em agronegócio). Pós-Graduação 
do CEPAN e UFRGS.
SZUSTER, N. et al. contabilidade geral: introdução à contabilidade societária. 4ª edi-
ção. São Paulo: Atlas, 2013. 363p.
SOUZA, M. P. de. et al. Governança em Cadeias Produtivas Agroindustriais. Disponí-
vel em: http://www.sober.org.br/palestra/2/880.pdf. Acesso em: 14 nov. 2016.
TOP DERIVATIVOS. Mercado de derivativos no Brasil: conceitos, produtos e opera-
ções. 1ª edição. Rio de Janeiro, BM&FBOVESPA- CVM, jan. 2015.
UECKER, G. L., BRAUN, M. e UECKER, A. D. A gestão dos pequenos empreendimentos 
rurais num ambiente competitivo global e de grandes estratégias. In: XLIII Congres-
so Brasileiro de Economia e Sociologia Rural – Anais... SOBER, 2005, Ribeirão Preto-
-SP, 2005.
UNIP. teoria dos custos. Disponível em: http://www.unipvirtual.com.br/material/MA-
TERIAL_ANTIGO/economia_mercado/modulo7/mod_7.pdf.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Potencial de produção a partir do investimento. De-
partamento de economia, administração e sociologia. Disponível em: icepea.esalq.
usp.br/leite/custos/2011/09Set.pdf. Acesso em: 06 out. 2016.
http://www.sober.org.br/palestra/2/880.pdf
http://www.unipvirtual.com.br/material/MATERIAL_ANTIGO/economia_mercado/modulo7/mod_7.pdf
http://www.unipvirtual.com.br/material/MATERIAL_ANTIGO/economia_mercado/modulo7/mod_7.pdf
	_1fob9te
	_3znysh7
	_2et92p0
	_tyjcwt
	_1t3h5sf
	_4d34og8
	_2s8eyo1
	Ponto de Partida! 
	Introdução do módulo 
	Cálculo de custo de produção I 
	Encerramento do tema
	Cálculo de custo de produção II
	Encerramento do tema
	Cálculo de Indicadores
	Encerramento do tema
	Linha de Chegada
	_Hlk481073585
	_1y810tw
	Botão 178: 
	Page 1: 
	Page 51: 
	Page 62: 
	Page 73: 
	Page 84: 
	Page 95: 
	Page 106: 
	Page 127: 
	Page 138: 
	Page 149: 
	Page 1510: 
	Page 1611: 
	Page 1712: 
	Page 1813: 
	Page 1914: 
	Page 2015: 
	Page 2116: 
	Page 2217: 
	Page 2318: 
	Page 2419: 
	Page 2520: 
	Page 2621: 
	Page 2722: 
	Page 2823: 
	Page 2924: 
	Page 3025: 
	Page 3126: 
	Page 3227: 
	Page 3328: 
	Page 3429: 
	Page 3530: 
	Page 3631: 
	Page 3732: 
	Page 3833: 
	Page 3934: 
	Page 4035: 
	Page 4136: 
	Page 4237: 
	Page 4338: 
	Page 4439: 
	Page 4540: 
	Page 4641: 
	Page 4742: 
	Page 4843: 
	Page 4944: 
	Page 5045: 
	Page 5146: 
	Page 5247: 
	Page 5348: 
	Page 5449: 
	Page 5550: 
	Page 5651: 
	Page 5752: 
	Page 5853: 
	Page 5954: 
	Page 6055: 
	Page 6156: 
	Page 6257: 
	Page 6358: 
	Page 6459: 
	Page 6560: 
	Page 6661: 
	Page 6762: 
	Page 6863: 
	Page 6964: 
	Page 7065: 
	Page 7166: 
	Page 7267: 
	Page 7368: 
	Page 7469: 
	Page 7570: 
	Page 7671: 
	Page 7772: 
	Page 7873: 
	Page 7974: 
	Page 8075: 
	Page 8176: 
	Page 8277: 
	Page 8378: 
	Page 8479: 
	Page 8580: 
	Page 8681: 
	Page 8782: 
	Page 8883: 
	Page 8984: 
	Page 9085: 
	Page 9186: 
	Page 9287: 
	Page 9388: 
	Page 9489: 
	Page 9590: 
	Page 9691: 
	Page 9792: 
	Page 9893: 
	Page 9994: 
	Page 10095: 
	Page 10196: 
	Page 10297: 
	Page 10398: 
	Page 10499: 
	Page 105100: 
	Page 106101: 
	Page 107102: 
	Page 108103: 
	Page 109104: 
	Page 110105: 
	Page 111106: 
	Page 112107: 
	Page 113108: 
	Page 114109: 
	Page 115110: 
	Page 116111: 
	Page 117112: 
	Page 118113: 
	Page 119114: 
	Page 120115: 
	Page 121116: 
	Page 122117: 
	Page 123118: 
	Page 124119: 
	Page 125120: 
	Page 126121: 
	Page 127122: 
	Page 128123: 
	Page 129124: 
	Botão 171: 
	Botão 147: 
	Botão 153: 
	Botão 154: 
	Botão 156: 
	Botão 157: 
	Botão 31: 
	Page 5: 
	Page 61: 
	Page 72: 
	Page 83: 
	Page 94: 
	Page 105: 
	Page 126: 
	Page 137: 
	Page 148: 
	Page 159: 
	Page 1610: 
	Page 1711: 
	Page 1812: 
	Page 1913: 
	Page 2014: 
	Page 2115: 
	Page 2216: 
	Page 2317: 
	Page 2418: 
	Page 2519: 
	Page 2620: 
	Page 2721: 
	Page 2822: 
	Page 2923: 
	Page 3024: 
	Page 3125: 
	Page 3226: 
	Page 3327: 
	Page 3428: 
	Page 3529: 
	Page 3630: 
	Page 3731: 
	Page 3832: 
	Page 3933: 
	Page 4034: 
	Page 4135: 
	Page 4236: 
	Page 4337: 
	Page 4438: 
	Page 4539: 
	Page 4640: 
	Page 4741: 
	Page 4842: 
	Page 4943: 
	Page 5044: 
	Page 5145: 
	Page 5246: 
	Page 5347: 
	Page 5448: 
	Page 5549: 
	Page 5650: 
	Page 5751: 
	Page 5852: 
	Page 5953: 
	Page 6054: 
	Page 6155: 
	Page 6256: 
	Page 6357: 
	Page 6458: 
	Page 6559: 
	Page 6660: 
	Page 6761: 
	Page 6862: 
	Page 6963: 
	Page 7064: 
	Page 7165: 
	Page 7266: 
	Page 7367: 
	Page 7468: 
	Page 7569: 
	Page 7670: 
	Page 7771: 
	Page 7872: 
	Page 7973: 
	Page 8074: 
	Page 8175: 
	Page 8276: 
	Page 8377: 
	Page 8478: 
	Page 8579: 
	Page 8680: 
	Page 8781: 
	Page 8882: 
	Page 8983: 
	Page 9084: 
	Page 9185: 
	Page 9286: 
	Page 9387: 
	Page 9488: 
	Page 9589: 
	Page 9690: 
	Page 9791: 
	Page 9892: 
	Page 9993: 
	Page 10094: 
	Page 10195: 
	Page 10296: 
	Page 10397: 
	Page 10498: 
	Page 10599: 
	Page 106100: 
	Page 107101: 
	Page 108102: 
	Page 109103: 
	Page 110104: 
	Page 111105: 
	Page 112106: 
	Page 113107: 
	Page 114108: 
	Page 115109: 
	Page 116110: 
	Page 117111: 
	Page 118112: 
	Page 119113: 
	Page 120114: 
	Page 121115: 
	Page 122116: 
	Page 123117: 
	Page 124118: 
	Page 125119: 
	Page 126120: 
	Page 127121: 
	Page 128122: 
	Page 129123: 
	Page 131124: 
	Page 132125: 
	Page 133126: 
	Page 134127: 
	Page 135128: 
	Page 136129: 
	Page 137130: 
	Page 138131: 
	Page 139132: 
	Page 140133: 
	Page 141134: 
	Page 142135: 
	Page 143136: 
	Page 144137: 
	Page 145138: 
	Page 146139: 
	Page 147140: 
	Page 148141: 
	Page 149142: 
	Page 150143: 
	Page 151144: 
	Page 152145: 
	Page 153146: 
	Page 154147: 
	Page 155148: 
	Page 156149: 
	Page 157150: 
	Page 158151: 
	Page 159152: 
	Page 160153: 
	Page 161154: 
	Page 162155: 
	Page 163156: 
	Page 164157: 
	Page 165158: 
	Page 166159: 
	Page 167160: 
	Page 168161: 
	Page 169162: 
	Page 170163: 
	Page 171164: 
	Page 172165: 
	Page 173166: 
	Page 174167: 
	Page 175168: 
	Page 176169: 
	Page 177170: 
	Page 178171: 
	Page 179172: 
	Page 180173: 
	Botão 32: 
	Page 5: 
	Page 61: 
	Page 72: 
	Page 83: 
	Page 94: 
	Page 105: 
	Page 126: 
	Page 137: 
	Page 148: 
	Page 159: 
	Page 1610: 
	Page 1711: 
	Page 1812: 
	Page 1913: 
	Page 2014: 
	Page 2115: 
	Page 2216: 
	Page 2317: 
	Page 2418: 
	Page 2519: 
	Page 2620: 
	Page 2721: 
	Page 2822: 
	Page 2923: 
	Page 3024: 
	Page 3125: 
	Page 3226: 
	Page 3327: 
	Page 3428: 
	Page 3529: 
	Page 3630: 
	Page 3731: 
	Page 3832: 
	Page 3933: 
	Page 4034: 
	Page 4135: 
	Page 4236: 
	Page 4337: 
	Page 4438: 
	Page 4539: 
	Page 4640: 
	Page 4741: 
	Page 4842: 
	Page 4943: 
	Page 5044: 
	Page 5145: 
	Page 5246: 
	Page 5347: 
	Page 5448: 
	Page 5549: 
	Page 5650: 
	Page 5751: 
	Page 5852: 
	Page 5953: 
	Page 6054: 
	Page 6155: 
	Page 6256: 
	Page 6357: 
	Page 6458: 
	Page 6559: 
	Page 6660: 
	Page 6761: 
	Page 6862: 
	Page 6963: 
	Page 7064: 
	Page 7165: 
	Page 7266: 
	Page 7367: 
	Page 7468: 
	Page 7569: 
	Page 7670: 
	Page 7771: 
	Page 7872: 
	Page 7973: 
	Page 8074: 
	Page 8175: 
	Page 8276: 
	Page 8377: 
	Page 8478: 
	Page 8579: 
	Page 8680: 
	Page 8781: 
	Page 8882: 
	Page 8983: 
	Page 9084: 
	Page 9185: 
	Page 9286: 
	Page 9387: 
	Page 9488: 
	Page 9589: 
	Page 9690: 
	Page 9791: 
	Page 9892: 
	Page 9993: 
	Page 10094: 
	Page 10195: 
	Page 10296: 
	Page 10397: 
	Page 10498: 
	Page 10599: 
	Page 106100: 
	Page 107101: 
	Page 108102: 
	Page 109103: 
	Page 110104: 
	Page 111105: 
	Page 112106: 
	Page 113107: 
	Page 114108: 
	Page 115109: 
	Page 116110: 
	Page 117111: 
	Page 118112: 
	Page 119113: 
	Page 120114: 
	Page 121115: 
	Page 122116: 
	Page 123117: 
	Page 124118: 
	Page 125119: 
	Page 126120: 
	Page 127121: 
	Page 128122: 
	Page 129123: 
	Page 131124: 
	Page 132125: 
	Page 133126: 
	Page 134127: 
	Page 135128: 
	Page 136129: 
	Page 137130: 
	Page 138131: 
	Page 139132: 
	Page 140133: 
	Page 141134: 
	Page 142135: 
	Page 143136: 
	Page 144137: 
	Page 145138: 
	Page 146139: 
	Page 147140: 
	Page 148141: 
	Page 149142: 
	Page 150143: 
	Page 151144: 
	Page 152145: 
	Page 153146:Page 154147: 
	Page 155148: 
	Page 156149: 
	Page 157150: 
	Page 158151: 
	Page 159152: 
	Page 160153: 
	Page 161154: 
	Page 162155: 
	Page 163156: 
	Page 164157: 
	Page 165158: 
	Page 166159: 
	Page 167160: 
	Page 168161: 
	Page 169162: 
	Page 170163: 
	Page 171164: 
	Page 172165: 
	Page 173166: 
	Page 174167: 
	Page 175168: 
	Page 176169: 
	Page 177170: 
	Page 178171: 
	Page 179172: 
	Page 180173: 
	Botão 159: 
	Page 11: 
	Botão 160: 
	Page 11: 
	Botão 162: 
	Page 130: 
	Botão 163: 
	Page 130:

Mais conteúdos dessa disciplina