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<p>Organização do Poder Judiciário</p><p>Poder judiciário: conceito, objetivo, estrutura, princípios</p><p>O Poder Judiciário é um dos três poderes fundamentais de um sistema democrático, ao lado do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Ele se refere à estrutura organizacional do sistema judicial, e diz respeito à autoridade dos juízes e tribunais para tomar decisões com base na lei, sendo essencial para a manutenção do estado de direito e a administração da justiça em uma sociedade. O objetivo do poder judiciário é tornar efetiva a aplicação da jurisdição na prática, sua principal função é interpretar e aplicar a lei, garantindo que a justiça seja realizada e que os direitos e deveres dos cidadãos sejam protegidos. Geralmente, o poder judiciário é independente dos outros dois ramos do governo (Legislativo e Executivo) para garantir que ele possa atuar de maneira imparcial e proteger os direitos individuais dos cidadãos. Sua independência e imparcialidade são fundamentais para a confiança do público no sistema de justiça.</p><p>A organização judiciária refere-se à estrutura e divisão do sistema judicial de um país ou região para garantir que a justiça seja efetivamente administrada. No Brasil, a estrutura do poder judiciário divide-se em horizontal e vertical. A estrutura jurídica horizontal aborda as jurisdições especializadas e comuns. Na União, as jurisdições especializadas são definidas com base em critérios de matéria, incluindo a Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar. Além disso, no âmbito federal, existe a Justiça Federal, que representa a jurisdição comum da União ou Justiça Comum Federal. A Justiça Federal julga todas as causas da União, a Justiça do Trabalho tem por responsabilidade todas as causas trabalhistas e a Justiça Militar julga crimes militares e a Justiça Eleitoral trabalha apenas com a matéria eleitoral, definida em lei complementar. Entre elas não ocorre hierarquia que ocorre é simplesmente uma alocação de responsabilidades, com a justiça comum assumindo as competências remanescentes.</p><p>Quando se refere a estrutura vertical do poder judiciário existem duas classificações importantes a serem observadas:</p><p>- separação dos órgãos das justiças dos estados dos órgãos das Justiças da União;</p><p>- diferenciação dos órgãos de primeiro grau e de segundo grau e órgãos de cúpula.</p><p>Tratando de órgãos de primeiro e segundo graus existem diferentes situações dadas as suas especialidades :</p><p>- Justiça do Trabalho: o primeiro grau de jurisdição é formado pelos Juízes do Trabalho, podendo a lei atribuir sua jurisdição a juízes da Justiça Estadual Comum, segundo grau e exercido pelos tribunais regionais do trabalho e pelo Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>- Justiça Eleitoral: o primeiro grau e exercido pelas juntas e juízes eleitorais, já o segundo grau e exercido por meio dos tribunais regionais eleitorais e do Tribunal Superior Eleitoral;</p><p>- Justiça Militar: o primeiro grau de jurisdição é formado pelos juízes e tribunais militares instituídos por lei, sendo o segundo grau de jurisdição o Superior Tribunal Militar;</p><p>- Justiça Federal: o primeiro grau e desempenhado por juízes federais, sendo que cada Estado-Membro e o Distrito Federal constituem uma seção judiciária, já o segundo grau e exercido pelos tribunais regionais;</p><p>- Estados-Membros: tem-se na justiça comum, exercido em primeiro grau por meio de juízes dos estados, nos crimes dolosos contra a vida por julgamento do tribunal do júri. O segundo grau e exercido por tribunais de justiça dos respectivos estados.</p><p>Com relação aos denominados órgãos de cúpula:</p><p>- Supremo Tribunal Federal (STF): O STF composto por onze ministros nomeados pelo Presidente da República, é o órgão de cúpula mais importante do Poder Judiciário no Brasil e tem como principal função a guarda da Constituição Federal, sendo responsável por julgar casos que envolvem a constitucionalidade de leis, ações diretas de inconstitucionalidade (ADI), ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) e casos envolvendo autoridades com prerrogativa de foro;</p><p>- Superior Tribunal de Justiça (STJ): O STJ é responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o país, julga recursos contra decisões dos tribunais estaduais, tribunais regionais federais e tribunais regionais eleitorais. Ele é composto por ministros escolhidos dentre os membros de tribunais federais e estaduais, indicados pelo Presidente da República;</p><p>- Órgãos de cúpula específicos: órgãos pertencentes as justiças especializadas da União como, Superior Tribunal Militar, Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Superior Eleitorais.</p><p>Ainda sobre a estrutura vertical do Poder Judiciário temos os Juizados Especiais e Juizados de Pequenas Causas, Juízes de Paz e os Conselhos de Justiça. Os Juizados Especiais são uma parte importante do sistema judiciário, criados com o objetivo de oferecer uma via mais rápida, acessível e simplificada para a resolução de litígios de menor complexidade.</p><p>Os Juizados Especiais tratam de causas de pequeno valor econômico e são projetados para serem mais informais e menos burocráticos em comparação com os tribunais tradicionais. A principal característica dos Juizados Especiais é a tentativa de promover a conciliação e a solução amigável das disputas. Isso é feito através de audiências de conciliação, nas quais as partes envolvidas no litígio se reúnem com um conciliador para tentar chegar a um acordo. Se não houver acordo, o processo segue para julgamento. Os Juizados Especiais são regidos pela Lei 9.099/95, que estabelece procedimentos simplificados e limites de valor para as ações que podem ser tratadas nesses tribunais.</p><p>Os Juízes de Paz são autoridades judiciais que atuam em âmbito municipal e possuem competências específicas para lidar com questões de menor complexidade e valor econômico. Eles fazem parte do chamado "Juizado de Paz" ou "Justiça de Paz" e têm a responsabilidade de promover a conciliação e resolver conflitos de maneira mais ágil e informal, sendo assim um importante canal para a resolução de conflitos de menor complexidade e na promoção da conciliação em nível municipal. Eles contribuem para a agilidade e a eficiência do sistema judiciário brasileiro, especialmente em questões de menor valor econômico e importância.</p><p>Os Conselhos de Justiça desempenham um papel importante na promoção da transparência, ética e eficiência do Poder Judiciário no Brasil. Eles são responsáveis por garantir que o sistema judicial funcione de forma adequada, seja imparcial e atenda às necessidades da sociedade. Além disso, auxiliam na fiscalização e no controle das atividades dos membros do Judiciário e do Ministério Público. Os principais Conselhos de Justiça no Brasil são, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Conselho Superior da Justiça Federal (CSJF), Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).</p><p>Os princípios gerais de organização do Poder Judiciário incluem diversos aspectos, entre eles a territorialidade e a adequação, que são fundamentais para o funcionamento do sistema judiciário. O princípio da territorialidade estabelece que o Poder Judiciário exerce sua jurisdição dentro de limites geográficos definidos. Isso significa que cada jurisdição, seja ela uma comarca, um estado ou uma nação, tem um território geográfico delimitado no qual seus tribunais têm autoridade para julgar casos e aplicar a lei. O princípio da adequação diz respeito à necessidade de que o tribunal competente para julgar um caso seja aquele mais adequado para fazê-lo. Isso considera fatores como a natureza do litígio, o valor da causa, a complexidade do caso e outras características específicas. Esses princípios são fundamentais para garantir que os casos sejam tratados de maneira adequada e justa, dentro dos limites territoriais e de competência estabelecidos pela lei. Eles contribuem para a eficiência e a transparência do sistema judicial.</p><p>Magistratura: independência política e jurídica, processo, dificuldades e problemas do poder judiciário e da magistratura</p><p>A garantia da independência política e jurídica dos juízes</p><p>é um princípio fundamental para o funcionamento do sistema judiciário no Brasil. Essa independência é crucial para assegurar que os juízes possam tomar decisões imparciais, de acordo com a Constituição e as leis, sem influências externas que possam comprometer a justiça. No que diz respeito a Independência Política dos Juízes citamos o quesito Nomeação e Carreira Estável, os juízes são nomeados após passarem por concursos públicos, uma vez nomeados eles não podem ser demitidos ou transferidos arbitrariamente. Essa estabilidade protege os juízes de pressões políticas externas. Embora a independência política e jurídica dos juízes seja um princípio fundamental no sistema judiciário brasileiro, é importante destacar que essa independência não significa impunidade. Juízes são responsáveis por suas ações e decisões, e existem mecanismos de controle e responsabilização, como o processo disciplinar, para casos de má conduta. No entanto, esses mecanismos são estabelecidos de forma a proteger a independência dos juízes e a garantir um sistema judiciário imparcial e justo.</p><p>O ingresso na magistratura segue critérios específicos e é altamente regulamentado, o processo de seleção para se tornar juiz no Brasil é conhecido por ser rigoroso e competitivo. É importante ressaltar que o sistema de ingresso na magistratura no Brasil é altamente regulamentado e visa selecionar candidatos que demonstrem competência, ética e conhecimento jurídico para exercer a função de juiz de forma imparcial e justa.</p><p>A Constituição Federal estabelece a participação de juízes temporários, que não fazem parte da Justiça Eleitoral, bem como de juízes oriundos do Ministério Público e da advocacia, em quantidades previamente definidas por ela. Além disso, há também juízes militares do Supremo Tribunal Militar, que são selecionados pelo Presidente da República entre os oficiais-generais das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e não necessariamente da carreira magistratural.</p><p>Os magistrados têm um papel fundamental no sistema jurídico e, como tal, têm uma série de ônus (responsabilidades) e deveres a cumprir durante o processo jurídico. Os magistrados devem ser imparciais e não tomar partido em um caso. Eles devem decidir com base nas evidências apresentadas, na lei e nos princípios de justiça, independentemente de suas próprias opiniões pessoais; devem buscar a equidade e a justiça em suas decisões, garantindo que todas as partes sejam tratadas de maneira justa e igual perante a lei; devem aplicar a lei de forma estrita e consistente, seguindo os códigos e regulamentos legais relevantes; ser independentes e não sujeitos a pressões políticas, econômicas ou sociais; respeitar e proteger as garantias constitucionais dos cidadãos, incluindo os direitos humanos fundamentais, ser íntegros e éticos em todas as suas interações e decisões; os magistrados devem possuir conhecimento e competência técnica para julgar os casos que lhes são atribuídos; devem garantir que os procedimentos legais sejam justos, transparentes e acessíveis a todas as partes envolvidas no processo; motivar suas decisões por escrito, explicando os fundamentos legais e fáticos que levaram à sua conclusão; os magistrados devem tomar medidas para garantir a eficiência e a celeridade do processo judicial, sem comprometer a qualidade das decisões; manter o sigilo de informações sensíveis relacionadas ao processo quando necessário para proteger os interesses das partes ou a integridade do processo; e por fim as decisões dos magistrados são finais e devem ser respeitadas e cumpridas por todas as partes envolvidas no processo.</p><p>Por último, são abordados problemas estruturais de longa data associados ao sistema judiciário, os quais têm um impacto direto no acesso à justiça. Entre essas questões, destacam-se a lentidão na entrega dos serviços judiciários, a escassez de recursos disponíveis, o nepotismo e a presença de corrupção entre os membros do judiciário, entre outros. No âmbito desses desafios, é notável a dependência em relação aos outros ramos do governo no que diz respeito à formação de tribunais locais e superiores. Quanto a essa questão, observa-se que a nomeação de parte dos membros do judiciário pelo poder executivo pode comprometer a imparcialidade e a independência política do sistema.</p><p>Em seguida, mencionamos os critérios para avançar na carreira; um dos primeiros critérios que merece destaque é o fato de que a promoção por mérito ocorre exclusivamente através da aprovação dos tribunais de segunda instância, o que coloca os juízes de primeira instância na posição de terem que seguir as orientações das cortes de segunda instância para progredir em suas carreiras, o que pode comprometer sua independência política.</p><p>Estes dois principais desafios mencionados anteriormente resultam na emergência de um terceiro impasse, que é a insuficiência dos órgãos de controle existentes, que não possibilitam um acompanhamento mais próximo por parte da sociedade. Atualmente, no Brasil, o judiciário detém um poder absoluto em relação à sociedade, sem que sejam disponibilizados mecanismos eficazes para que esta possa fiscalizá-lo de maneira efetiva.</p><p>Na busca pelo acesso à justiça e pela restauração da cidadania e do controle da sociedade sobre o Estado, torna-se imprescindível adotar três medidas fundamentais em relação ao poder judiciário:</p><p>- Estabelecer critérios mais transparentes e legítimos para a seleção, pelo Poder Executivo, de parte dos membros dos tribunais e, na totalidade, dos órgãos de cúpula. Compreendemos que o problema não reside no procedimento em si, mas sim nos processos estabelecidos para determinar os indicados;</p><p>- A reformulação da atual estrutura de concursos públicos, retirando do poder judiciário a prerrogativa de selecionar seus próprios membros, apresenta uma contradição fundamental em relação aos outros poderes. Enquanto no Executivo e no Legislativo é a sociedade que, por meio do voto, elege seus representantes, no poder judiciário é o próprio judiciário que realiza essa escolha.</p><p>- Adicionalmente, é fundamental estabelecer órgãos de controle externo para supervisionar as atividades administrativas e normativas do poder judiciário, com a participação ativa da sociedade civil.Sem um sistema judiciário que seja independente, eficiente, devidamente equipado, e com um corpo de servidores técnicos-administrativos e magistrados devidamente qualificados e adequadamente remunerados, a eficácia da jurisdição como instrumento de atuação legítima do direito é comprometida. Em outras palavras, um poder judiciário que verdadeiramente sirva como meio para garantir o acesso à justiça.</p><p>Essencialmente, de acordo com tudo o que foi discutido até o momento, a reforma mais crucial que o poder judiciário precisa é uma reforma cultural, uma reforma de valores que transformará os profissionais do direito em indivíduos ideológica e tecnicamente conscientes da importância de suas atividades diárias. Isso implica em uma conscientização sobre a responsabilidade que carregam, as possibilidades e os limites que existem para a prática de cada um de seus atos no contexto forense do dia a dia.</p>

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