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<p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>Semiologia em Otorrinolaringologia</p><p>Introdução</p><p>• Necessidade de uma iluminação adequada</p><p>- Uso de lanternas</p><p>- Espelho frontal + luz acessória, fotóforo</p><p>- Otoscópio</p><p>• Sequência geral</p><p>- Boca e cavidade oral : lábios, bochecha, assoalho</p><p>- Orofaringe: região posterior</p><p>- Rinoscopia anterior: fossas nasais</p><p>- Rinoscopia posterior: rinofaringe</p><p>- Laringoscopia indireta</p><p>- Otoscopia</p><p>- Região cérvico-facial</p><p>- Provas vestibulares</p><p>1. Boca</p><p>Lábios</p><p>• Inspeção dos lábios</p><p>- Avaliar posição</p><p>- Tônus muscular</p><p>- Formato</p><p>- Presença de lesões orgânicas</p><p>- Malformações</p><p>- Competência do selo labial (oclusão labial comum)</p><p>• Pacientes respiradores bucais ou com grave oclusão dentária</p><p>- Apresentam selo labial incompetente, cuja contração depende também da musculatura mentoneana</p><p>- Geralmente, acompanhado de hipotonia ou comprometimento do tônus</p><p>- Lábio superior com aspecto retraído e inferior com aspecto flácido e alargado</p><p>- Sialorréia diurna e durante o sono</p><p>• A incompetência do selo labial também pode estar presente em outras doenças</p><p>- Paralisia facial congênita e Sequência de Moebius: causada por agenesia do VII par, causando hipotonia intensa,</p><p>dificuldade na mímica facial, boca constantemente aberta, sialorréia, dificuldades na fala e na produção de</p><p>fonemas que dependem da oclusão labial</p><p>• Malformações congênitas</p><p>- Fissura labiopalatal: pode ser completa, incompleta, unilateral ou bilateral. Em casos bilaterais e completos, há</p><p>maior severidade e maior comprometimento da alimentação e da fonação</p><p>- Frênulos: encurtamento e espessamento do frênulo gengivolabial superior, sendo que sua implantação mais baixa</p><p>pode causar diastema dos incisivos superiores</p><p>• Doenças inflamatórias ou infecciosas</p><p>- Dermatite/queilite esfoliativa: inflamação crônica que causa descamação das lâminas superficiais da mucosa</p><p>labial; pode ocorrer por exposição excessiva ao frio ou ao sol, ansiedade ou por conta de traumatismos</p><p>constantes de mordida</p><p>- Processos infecciosos crônicos: Leishmaniose causando estenose da comissura labial</p><p>• Queilite angular</p><p>- Comissura labial edemaciada, úmida e com presença de fissuras</p><p>- Pode ocorrer em casos de salivação excessiva, sendo comum em bebês e em crianças (uso intenso de chupeta,</p><p>sialorréia)</p><p>- Pode ser acompanhada monilíase (casos de pacientes com prótese dentária mal adaptada)</p><p>- Pode estar presentes em pacientes diabéticos, desnutridos ou com carência de certos nutrientes</p><p>• Ceratose/queilite actínica</p><p>- Comum em pacientes de pele clara e com intensa exposição ao sol (trabalhadores rurais)</p><p>- Envolve presença manchas esbranquiçadas, principalmente no lábio inferior</p><p>- É um tipo de inflamação pré-maligna</p><p>- Presença de fissuras e ulcerações podem indicar possível malignidade na região (carcinoma espinocelular, atenção</p><p>para fumantes)</p><p>- Pacientes de pele clara e tabagistas devem receber orientações específicas</p><p>1</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Afta</p><p>- Erosão superficial, coberta por exsudato fibrinoso</p><p>- Tem bordas definidas e hiperemiadas</p><p>- Lesão dolorosa</p><p>- Pode ser acompanhada de adenopatia submandibular dolorosa à palpação</p><p>- Associação com alimentação</p><p>- Cuidado local</p><p>• Obstrução de glândulas salivares intramucosas</p><p>- Presença de pequenos cistos na face interna do lábio, contendo secreção mucoide</p><p>- Podem aumentar de tamanho e atrapalhar a fala e alimentação, exigindo remoção cirúrgica</p><p>• Herpes simples</p><p>- Lábios: presença de vesículas pequenas, em número variado, confluentes e, geralmente, dolorosas</p><p>- Apresenta recidiva e não deixa cicatrizes</p><p>- Pode se iniciar com ardor local</p><p>- Associação com queda da imunidade, fadiga, stress emocional, mudanças climáticas bruscas</p><p>- Agente etiológico: Herpes simples vírus</p><p>• Monilíase</p><p>- Infecção oportunista</p><p>- Acomete especialmente récem-nascidos, indivíduos imunodeprimidas, pacientes oncológicos ou com infecções</p><p>graves</p><p>- Causada pela Candida albicans</p><p>- Presença de lesões esbranquiçadas que podem ser removidas, deixando um fundo hiperemiado</p><p>• Lesões traumáticas pré-malignas</p><p>- Lesões leucoplásicas e ulceradas: principalmente em pacientes tabagistas e expostos ao sol</p><p>- Carcinoma espinocelular: associação com o fumo, etilismo e exposição ao sol; lesão nodular, endurecida, e</p><p>ulcerovegetante que acomete especialmente o lábio inferior; mais comum em homens brancos; diagnóstico</p><p>precoce e tratamento cirúrgico inicial contam com bom prognóstico</p><p>Região julgal</p><p>• Examinada com auxílio de espátulas</p><p>• Observar presença de lesões nas mucosas</p><p>• Papila do ducto parotídeo</p><p>- Região em frente ao 2º molar superior</p><p>- Presença de secreções espessas e leitosas pode indicar infecção - parotidite</p><p>• Traumatismos de mordida</p><p>• Lesões leucoplásicas</p><p>- Esbranquiças, aspecto aveludado e de difícil remoção (difere da moníliase)</p><p>- São lesões pré-malignas</p><p>• Liquem plano</p><p>• Glândulas sebáceas ectópicas (não-patológico)</p><p>• Manchas de Kopik</p><p>- Placas de sarampo</p><p>- Presença de manchas esbranquiçadas, com borda hiperemiada</p><p>Arcadas dentárias</p><p>• Observar aspectos dos dentes (cáries, falhas, tártaros, formato, número, …)</p><p>• Oclusão dentária</p><p>- Em casos normais, os dentes da arcada superior</p><p>sobrepõem os da arcada inferior como uma “tampa de</p><p>caixa de sapatos”</p><p>- Observar rotações, incl inações e mudanças no</p><p>relacionamento entre as arcadas</p><p>• Tipos de mordida</p><p>- Neutroclusão - Classe I</p><p>- Distoclusão - Classe II: arcada inferior e região mentoneana</p><p>retraídas</p><p>- Prognatismo - Classe III: arcada inferior posicionada para a</p><p>frente, mantendo a mordida cruzada (prognatismo)</p><p>2</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Mordida aberta</p><p>- Ocorre normalmente nos dentes anteriores</p><p>- Presente em pacientes com respiração oral ou que tem o hábito de chupar o dedo e usar chupeta</p><p>- Língua projeta-se para a frente durante a fala</p><p>• Gengivas</p><p>- Lesões</p><p>- Retrações</p><p>- Hiperplasias</p><p>- Processos inflamatórios e infecciosos</p><p>- Neoplasias (carcinoma epidermoide de gengiva e dos alvéolos dentários)</p><p>Língua</p><p>• Papilas</p><p>- Filiformes, fungiformes, circunvaladas e folhadas</p><p>- Em pacientes desnutridos, pode ocorrer atrofia das papilas</p><p>• Língua geográfica</p><p>- Glossite migratória com hipertrofia e atrofia de certas papilas</p><p>• Tamanho</p><p>- Macroglossia: síndrome de Down, reações alérgicas e medicamentosas, tumores vasculares (hemangioma,</p><p>linfangioma), nervosos (neurofibromatose) e musculares (leiomiomas)</p><p>• Mobilidade</p><p>• Traumatismos</p><p>• Fissuras (malformações congênitas, associação com higienização)</p><p>• Anquiloglossia</p><p>- Encurtamento e espessamento do frênulo lingual</p><p>- Gera alterações na fala</p><p>• Língua pilosa negra</p><p>- Língua com papilas do dorso enegrecidas, acastanhadas e hipertrofiadas</p><p>- Presente em tabagistas crônicos, sendo associada ao acúmulo de nicotina, bactérias</p><p>- Também associada a condições precárias de higiene oral e proliferações bacteriana</p><p>- Promove halitose</p><p>• Glândula tireoide ectópica</p><p>- Envolve uma migração incompleta da glândula pelo forame cego</p><p>- Observar possíveis tumorações na região do V lingual</p><p>- Remoção pode trazer consequências, como hipotireoidismo, e devem ser feitos exames complementares de</p><p>cintilografia</p><p>• Processos infecciosos</p><p>- Estomatite herpética (infecções aftosas), monilíase, paracoccidioidomicose, cancro sifilítico, …</p><p>• Carcinoma de língua</p><p>- Espinocelular</p><p>- Lesões ulcerovegetantes e infiltravas</p><p>- Associação com má-higiene, fumo e álcool</p><p>- Pode envolver metástases cervicais</p><p>Assoalho da boca</p><p>• Frênulo lingual</p><p>• Observar papilas de drenagem das glândulas sublingual e submandibulares</p><p>- Observar possíveis cistos (rânula)</p><p>- Sialolitíase</p><p>• Outras lesões: aftas, cistos mucosos, leucoplasias, lesões granulomatosas, carcinomas</p><p>Palato duro e mole</p><p>• Palato duro</p><p>- Observar alterações na mucosa e no formato ósseo da abóbada palatina</p><p>- Em respiradores bucais, a abóbada ganha aspecto de ogiva por conta da posição da língua e mudanças no fluxo</p><p>de ar</p><p>- Osteomas e carcinomas</p><p>- Lesões traumáticas (próteses</p><p>mal adaptadas)</p><p>• Transição entre palato duro e mole: saliências puntiformes que representam glândulas intramucosas</p><p>3</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Palato mole</p><p>- Exame de contração do palato mole: observar a contração enquanto o paciente repete o fonema /a/ várias vezes</p><p>ou pedir para que o paciente fale uma frase composta apenas por fonemas orais, ao mesmo tempo em que se</p><p>coloca uma superfície metálica polida sob as narinas</p><p>- Normalmente, ocorre contração central e completa do palato, o que o aproxima da parede posterior da faringe</p><p>- Pacientes hipernasais (“fanhoso”) podem ter palato duro e/ou mole fissurado (fissura palatal congênita), palato</p><p>mole encurtado ou paralisia do palato mole</p><p>- No segundo tipo de exame, a presença de escapes de ar durante a emissão indica rinolalia aberta/hipernasalidade</p><p>- Hiponasalidade/rinolalia fechada: quadros gripais, hipertrofias da adenoide, quadros exacerbados de rinite alérgica</p><p>- Pesquisa do reflexo nauseoso (investigação de paralisias dos nervos cranianos)</p><p>• Presença de fissuras</p><p>• Aspecto da úvula (úvula bífida)</p><p>2. Orofaringe</p><p>• Consiste principalmente na observação das amígdalas</p><p>- Estruturas linfoides importantes, principalmente nos primeiros anos de vida</p><p>- Apresentam superfície irregular, com algumas depressões e fissuras que formam as criptas amidalianas</p><p>• Graduar o tamanho das amígdalas de 0 a 4</p><p>• Amídalas hipertróficas</p><p>- Criptas evidenciadas</p><p>- Pode causar obstruções, ronco e apneia</p><p>• Analisar simetria</p><p>- Aumento unilateral pode indicar malignidade, como nos carcinomas e linfomas</p><p>• Consistência (maior nas neoplasias)</p><p>• Amidalite viral</p><p>- Quadro mais leve</p><p>- Presença de dor e hiperemia, leve exsudato</p><p>• Amidalite bacteriana</p><p>- Quadro mais grave, pode evoluir para abcesso se não tratado precocemente</p><p>- Febre, presença de placas purulentas esbranquiçadas/amareladas e recobertas por exsudato</p><p>• Algumas amidalites, como a streptocóccica, podem, inicialmente, formar petéquias no palato mole, ao invés de</p><p>placas</p><p>• Observar também</p><p>- Parede posterior da orofaringe (possível hipertrofia de folículos linfoides em respiradores nasais)</p><p>- Valorizar lesões orais, leucoplásicas e ulceradas em pacientes tabagistas e etilistas</p><p>• Também realizar palpação de estruturas, uma vez que pode-se indentificar lesões endurecidas e infiltrativas</p><p>3. Fossas nasais</p><p>• Inspeção da pirâmide nasal</p><p>- Desvios laterais traumáticos ou congênitos, malformações do dorso nasal, simetria da abertura da narinas, …</p><p>- Tumorações: hemangioma, cistos sebáceos, verrugas, carcinomas</p><p>- Lesões dérmicas: herpes, lesões granulomatosas</p><p>• Rinoscopia anterior (feita com uso de espéculo, espelho frontal e foco de luz)</p><p>• Avaliar conchas nasais</p><p>- Superior, média e inferior</p><p>- Morfologia: normotrófica, atrófica e hipertrófica</p><p>- Características da mucosa</p><p>1. Pálida ou azulada na rinite alérgica</p><p>2. Congesta e edemaciada em rinites virais/bacterianas</p><p>3. Com superfície irregular em rinites crônicas degenerativas</p><p>- Olhar presença de secreções</p><p>1. Rinite alérgica: conchas constantemente recobertas por secreção, variando com cada etiologia</p><p>2. Rinite bacteriana: secreção amarelada, com origem nos ósteos de drenagem dos seios paranasais</p><p>3. Ducto nasolacrimal: ducto presente abaixo da concha inferior, sendo que patologias nasais podem afetar sua</p><p>drenagem ou promover infecções ascendentes que atingem as glândulas lacrimais</p><p>• Concha nasal superior</p><p>- Abertura dos ductos dos seios etmoidal posterior e esfenoidal</p><p>• Concha nasal média</p><p>- Abertura dos ductos de drenagem dos seios maxilar, etmoidal anterior e frontal</p><p>• Rinosinusites</p><p>- Avaliar mucosa das conchas nasais e os ósteos de drenagem</p><p>4</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>- Em casos de grande congestão da mucosa, pode ser feito o uso de gotas tópicas com vasoconstritores para</p><p>promover retração da mucosa e abertura dos ósteos de drenagem dos seios paranasais</p><p>- Essa medida também pode aliviar sintomas associados, como a cefaleia em peso</p><p>• Septo nasal</p><p>- Dividido em parte cartilaginosa e óssea</p><p>- Desvios de septo (anteriores e cartilaginosos; posteriores e ósseos ou de assoalho nasal)</p><p>- Observar se os desvios de septo são acompanhados de sintomas como obstrução nasal, quadros repetidos de</p><p>sinusites e cefaleia em peso</p><p>- Relação entre desvio, conchas nasais e ósteos de drenagem</p><p>- Nem todo desvio precisará de correção cirúrgica</p><p>- Observar possíveis perfurações</p><p>• Septo nasal hiperemiado</p><p>- Alta vascularização por ramos terminais, principalmente na região anterior, chamada de zona de Kisselback</p><p>- Uso de vasoconstritores em gotas tópicas é contraindicado em pacientes hipertensos e cardíacos, uma vez que a</p><p>alta vascularização do septo permite circulação da droga e aumento da FC</p><p>- Efeitos sistêmicos observados em pessoas que usam cocaína por via inalatória</p><p>- Epistaxes anteriores (frequente em crianças, podem ser estancados)</p><p>- Sangramentos mais intensos têm associação com vasos mais calibrosos, presentes na região posterior das fossas</p><p>nasais (pacientes adultos e idosos, condutas mais radicais para controle do sangramento)</p><p>• Medida do fluxo nasal expiratório pode indicar grosseiramente o grau de obstrução nasal e a assimetria de fluxo</p><p>• Outros exames</p><p>- Nasofibroscopia rígida ou flexível</p><p>- RX de seios da face: permite avaliar formato dos seios da face, malformações ósseas, obstruções e tumores</p><p>(pouco utilizado atualmente, TC é melhor)</p><p>- TC: usada na investigação de doenças nasosinusais, pois permite avaliação mais detalhada dos seios paranasais.</p><p>Muitas vezes, as rinossinusites agudas podem ser confirmadas pela clínica (cefaleia em peso, dores faciais,</p><p>secreção, obstrução nasal, conchas demasiadas e hiperemiadas, saída de secreção), sem necessidade de exame</p><p>complementar</p><p>• Processos infecciosos de raízes dentárias podem se estender para os seios maxilares (proximidade)</p><p>- Extrações dentárias ou colocação de implantes dentários seguidos de infecção</p><p>- Presença de dores faciais e de eliminação nasal de secreção purulenta, comumente unilateral</p><p>• Corpo estranho</p><p>- Muito comum em crianças</p><p>- Odor fétido nas fossas nasais, secreções espessas e amareladas</p><p>- Muito comum acometimento unilateral</p><p>5</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Imperfuração coanal</p><p>- Impede a comunicação entre fossas nasais e rinofaringe</p><p>- Oclusão pode ser total ou parcial</p><p>- Pode ter consistência membranácea ou óssea e ser uni ou bilateral</p><p>- Diagnóstico precoce, pois criança apresenta dificuldades para se alimentar e respiração oral</p><p>- Impossibilidade de introduzir sonda pela fossa nasal comprometida, ausência de fluxo aéreo local</p><p>• Outras alterações</p><p>- Presença de pólipos (consistência gelatinosa)</p><p>- Lesões herpéticas</p><p>4. Rinofaringe/Nasofaringe</p><p>• Rinoscopia posterior é um exame mais difícil de ser realizado</p><p>• Permite avaliar presença de pólipos</p><p>• Permite observar principalmente as conchas nasais média e inferior</p><p>- Observar presença de degenerações da mucosa</p><p>- Presença ou não de secreções</p><p>• Tecido adenoideano</p><p>- Hipertrofias e grau de obstrução, podendo afetar a respiração</p><p>- A adenoide tende a sofrer uma involução na puberdade</p><p>• Tubas auditivas</p><p>- Presentes na região lateral da nasofaringe e permitem a comunicação com a orelha média</p><p>- Toro tubário: conjunto de músculos que permite que o ósteo faríngeo da tuba auditiva se abra durante a deglutição</p><p>- Equilíbrio de pressão no interior da orelha média (aumento da pressão causa colabamento das tubas auditivas, o</p><p>que promove sensação de ouvido tampado; melhora com manobra de Valsava ou deglutições repetidas)</p><p>• Criança portadora de hipertrofia adenoideana</p><p>- Respiração oral</p><p>- Faces adenoideana: prognatismo, selo labial incompetente/hipotonia dos lábios e da língua, face ovalada, olheiras,</p><p>lábios ressecados</p><p>- Sialorreia durante o sono</p><p>- Hipodesenvolvimento dos seios nasais</p><p>- Palato ogival</p><p>- Frequentemente, presença de secreções nasais catarrais, possibilitando contaminação bacteriana</p><p>- Além disso, a hipertrofia</p><p>da adenoide também pode afetar as tubas auditivas e comprometer a ventilação da orelha</p><p>média. Assim, pode ocorrer acúmulo de secreções produzidas pelas glândulas do epitélio respiratório na orelha,</p><p>por exemplo</p><p>• Acúmulo de secreções na orelha média</p><p>- Ao longo do tempo, as secreções tendem se tornar mais espessas (glue ear), o que dificulta sua remoção</p><p>- Ocorrência de otite média serosa (membrana timpânica retraída, presença de muco na orelha média, afeta audição</p><p>e desempenho escolar, piora do quadro auditivo nas gripes)</p><p>- Tratamento: remoção do tecido adenoideano, aspirações das secreções na caixa timpânica, introdução de tubo de</p><p>ventilação na membrana do tímpano</p><p>- O acúmulo de secreções na orelha média e a ocorrência de otites também podem ser observados na disfunção</p><p>tubária em pacientes com</p><p>fissura labiopalatal, o que afeta a</p><p>fusão dos músculos do palato</p><p>mole e, consequentemente,</p><p>impede a abertura tubária</p><p>d u r a n t e a d e g l u t i ç ã o . O</p><p>fechamento quase constante da</p><p>tuba também afeta a ventilação</p><p>da região e traz repercussões</p><p>clínicas</p><p>• Outras alterações de pacientes</p><p>adultos</p><p>- Tumores malignos (carcinomas,</p><p>linfomas) ou benignos (cistos)</p><p>6</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>5. Hipofaringe e Laringe</p><p>• Inspeção e palpação da região da faringe e da laringe</p><p>• Uso de espelhos apropriados no momento do exame (laringoscopia indireta)</p><p>• Sequência do exame da hipofaringe</p><p>- Observar a base da língua e amígdalas linguais (possíveis hipertrofias)</p><p>- Análise da região das valéculas, limitadas pelas pregas glossoepiglóticas. Nessa área, podem existir cistos</p><p>- Seios/recesso piriforme: lesões neoplásicas em fumantes crônicos e etilistas, sendo acompanhadas de disfagia e</p><p>sensação de corpo estranho na garganta; estase de saliva em pacientes com distúrbios neurológicos envolvendo</p><p>os pares cranianos baixos</p><p>• Sequência do exame da laringe</p><p>- Observar borda livre da epiglote (face faríngea e laríngea), pregas ventriculares, pregas vocais, cartilagens</p><p>aritenoideas e comissura interaritenoideia</p><p>- Divisão da laringe em regiões supraglótica, glótica e subglótica</p><p>- Em crianças, a laringe possui uma posição mais elevada e as cartilagens aritenoideas têm volume maior. Muitas</p><p>vezes, a borda livre da epiglote é facilmente identificada</p><p>- Crianças também podem apresentar epiglote com formato de ômega</p><p>• O exame da laringe é feito durante a respiração e fonação de fonemas (/e/ e /i/)</p><p>- Análise de mobilidade, simetria, fechamento glótico, coloração, lesões orgânicas, presença de secreções e</p><p>distúrbios funcionais da fonação</p><p>• O exame pode ser feito com uso do nasofibroscópio flexível e do telescópio rígido</p><p>- O endoscópio flexível permite fonação espontânea do paciente, uma vez que é introduzido pelas fossas nasais e</p><p>deixa a língua livre, facilitando o diagnósticos de lesões laringes</p><p>- O endoscópio rígido não permite fonação espontânea, mas fornece imagens minuciosas para análise estrutural da</p><p>laringe e da mucosa de revestimento das pregas vocais</p><p>• Comissuras da glote</p><p>- Comissura anterior: região de junção das pregas vocais e de sua inserção na cartilagem tireoidea - porção</p><p>fonatória</p><p>- Comissura posterior: região interaritenóidea - próxima da porção respiratória</p><p>- Hiperemia, congestão e até metaplasia epitelial da comissura posterior podem indicar laringites ácidas, as quais</p><p>são secundárias ao refluxo gastroesofágico</p><p>7</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Lesões da laringe</p><p>- Congênitas: cistos, pontes, sulcos, hemangiomas</p><p>- Inflamatórias: laringites virais, bacterianas e ácidas</p><p>- Fonotraumáticas: nódulos vocais, pólipos</p><p>- Lesões causadas pelo tabagismo: edema de Reinke (edema nas pregas vocais), leucoplasias, neoplasias</p><p>- Lesões neurológicas: distopias, paralisias</p><p>- Traumatismos externos: automobilísticos, armas</p><p>- Traumatismos térmicos: inalação de fumaça</p><p>- Traumatismos de intubação: granulomas, ulcerações, estenoses, paralisias</p><p>- Outras causas</p><p>• Observar possíveis tumores</p><p>• Também observar rouquidão e outras alterações na voz do paciente</p><p>8</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>6. Orelhas</p><p>• Inspeção e palpação do pavilhão auricular</p><p>- Orelha externa formada principalmente por epitélio estratificado pavimentoso</p><p>- Observar tamanho, formato, proporção e consistência</p><p>- Traumatismos, hematoma e fraturas cartilaginosas</p><p>- Queloides</p><p>- Malformações (ausência do pavilhão na síndrome de Goldenhar, orelha interna sem grandes alterações)</p><p>- Herpes e lesões vesiculares (principalmente associadas a surdez)</p><p>- Eczemas</p><p>• Avaliar o conduto auditivo</p><p>- Presença de estenoses</p><p>- Rolhas de cerume (remoção das rolhas, aspiração ou lavagem com água morna e seringa caso o conteúdo for</p><p>muito amolecido. Cotonetes não devem ser usados para remoção de cerume, pois podem acabar empurrando a</p><p>rolha para próximo da membrana timpânica)</p><p>- Osteomas</p><p>• Orelha média: exame da membrana timpânica</p><p>- Uso do otoscópio</p><p>- Exame normal: membrana timpânica clara, brilhante e com reflexo do cone de luz. O manúbrio do martelo</p><p>encontra-se inserido na MT e, por transparência, é possível visualizar o ramo longo da bigorna</p><p>- A porção superior da MT é a porção flácida, enquanto a porção inferior é porção tensa (mais camadas epiteliais)</p><p>- Em quadros inflamatórios, a membrana timpânica encontra-se espessada, perde seu brilho e apresenta hiperemia</p><p>- Em otites médias, pode-se observar abaulamento da parte flácida (apagamento da apófise externa do martelo) e/</p><p>ou tensa, além da presença de placas purulentas que indicam processo infeccioso</p><p>- Timpanoesclerose: placas brancas, densas e calcificadas sobre a membrana timpânica, indicando processos</p><p>inflamatórios recidivantes</p><p>• Divisão da MT em quadrantes</p><p>- Ântero-superior</p><p>- Póstero-superior (apófise longa da bigorna)</p><p>- Ântero-inferior (triângulo luminoso, ponto de abertura da tuba auditiva no ouvido médio)</p><p>- Póstero-inferior (janela redonda)</p><p>• Em quadros de obstrução tubária, pode ocorrer uma retração da porção flácida da MT, o que torna a apófise do</p><p>martelo mais proeminente</p><p>• Também observar perfurações</p><p>9</p><p>Saúde do Adulto II 2021</p><p>• Orelha interna: cóclea</p><p>- Apresenta 2,5 voltas</p><p>- Contém o ducto coclear, composto por neuroepitélio (órgão de Corti) envolvendo três camadas de células ciliadas</p><p>externas e uma camada de células ciliadas internas</p><p>- Inervação pelo nervo coclear (oitavo par)</p><p>• Hipoacusia</p><p>- Impactos para todas as faixas-etárias</p><p>- Dificuldade para desenvolvimento da linguagem, problemas cognitivos, problemas sociais, desatenção, …</p><p>7. Região cérvico-facial</p><p>• Inspeção e palpação</p><p>- Avaliação da mímica facial por meio da inspeção (assimetrias, possíveis paralisias com desvio da rima bucal e</p><p>apagamento da expressão facial)</p><p>- Observar alterações na coloração da pele (inflamações, hemangiomas, melanomas) e tumores (dor, consistência -</p><p>endurecida ou cística)</p><p>- Palpação dos linfonodos cervicais: supraclavicular, cervical posterior, jugulo carotídeas superficiais</p><p>(acompanhando o esternocleidomastoideo), pré e retro-auriculares, submandibulares e submentoneanas</p><p>- Palpação da tireoide</p><p>• Tireoide</p><p>- Valorizar nodulações, assimetrias, aumentos globais da glândula, mudanças na consistência e na sensibilidade</p><p>- Tireoidite: processo inflamatório auto-imune que provoca aumento consistente da glândula</p><p>- Permitir para o paciente deglutir no momento do exame, o que facilita a palpação da glândula</p><p>- Tumores da tireoide são mais comuns em mulheres jovens</p><p>- Observar possíveis bócios</p><p>- Exames complementares</p><p>• Analisar carótidas</p><p>• Analisar ATMs (palpação durante a abertura e fechamento da boca, observar desvios, dores e crepitações - possível</p><p>relação com otalgia e casos de cefaleia)</p><p>• Pacientes politraumatizados</p><p>- Palpação minuciosa dos ossos da face</p><p>- Valorizar desvios, crepitações, mobilidades ósseas, limitações na abertura da boca, alterações visuais, obstruções</p><p>nasais, hipestesia de face, hematomas e alterações oclusais</p><p>• Crianças e nódulos</p><p>cervicais</p><p>- Investigar infecções e possibilidade de adenomegalia</p><p>- Cisto do ducto tireoglosso: linha média da região do pescoço; ducto permanece aberto após migração da tireoide</p><p>- Tireoide ectópica</p><p>10</p>