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<p>108</p><p>Unidade III</p><p>Unidade III</p><p>7 MERCADO: TENDÊNCIAS E POSSIBILIDADES</p><p>A era digital trouxe uma série de mudanças que transformaram o mercado editorial e jornalístico,</p><p>exigindo das empresas de comunicação uma nova forma de interagir com o seu público e vender seus</p><p>produtos. Diante de novos cenários e possibilidades, o profissional de imprensa teve que se adaptar</p><p>à nova realidade e buscar meios de se adequar às exigências do mercado para manter sua atuação.</p><p>O avanço tecnológico fez com que muitos tivessem de aprender novas linguagens e formas de se</p><p>comunicar, enquanto alterações mercadológicas transformaram o consumo de conteúdo informativo:</p><p>tudo passou a ser produzido muito mais rápido ao mesmo tempo que a personalização do produto</p><p>liderou e monopolizou a audiência na internet.</p><p>Ainda que toda essa transformação tenha ocorrido ao longo de duas ou quase três décadas, as</p><p>mudanças na rotina dos jornalistas em redação puderam ser sentidas no dia a dia, tanto em relação</p><p>às novas exigências quanto pela soma e pelo acúmulo de tarefas diárias. Isso significa que, ao mesmo</p><p>que tempo que a tecnologia otimizou algumas tarefas jornalísticas, como pesquisa e entrevistas a</p><p>distância, fez profissionais terem de abraçar uma quantidade maior de atividades, exigindo um perfil</p><p>multiplataforma de quem se manteve no mercado – uma tendência, aliás, de toda a sociedade moderna</p><p>em diferentes segmentos profissionais.</p><p>Com tantas mudanças e exigências, o jornalismo tem enfrentado um grande desafio: a falta de</p><p>credibilidade. Isso porque as novas tecnologias que facilitaram o acesso do profissional de imprensa a</p><p>documentos, fontes qualificadas e personagens também proporcionaram ao público a sensação de que</p><p>qualquer pessoa, mesmo sem a devida formação e treinamento, possa produzir conteúdo de diferentes</p><p>formatos, inclusive noticioso – aquele que os profissionais de imprensa aprendem ao longo de anos na</p><p>teoria e na prática em cursos de graduação específicos na universidade.</p><p>Impulsionadas com a chegada dos smartphones e a expansão do acesso à internet, no fim da década</p><p>passada, as redes sociais facilitaram esse cenário por parte do público. Todo mundo teve acesso, em</p><p>sua timeline de diversas plataformas, ao gosto de escrever e ser lido – e, claro, comentado, curtido e</p><p>compartilhado – por gama sem precedentes de leitores. Além disso, aplicativos foram desenvolvidos</p><p>para facilitar as publicações de temáticas variadas e de interesse dos mais diferentes públicos.</p><p>Porém, como mostra E. Neveu (2003), o jornalismo dos últimos anos tem passado por uma</p><p>“acumulação sem precedentes de desafios e crises”. O autor pontua que isso se deve à queda de regimes</p><p>não democráticos em alguns países, somada ao desenvolvimento das tecnologias no interior das redações</p><p>e à chegada dos multimeios, os quais “redefiniram as competências profissionais, ameaçando banalizar</p><p>o jornalismo num continuum das profissões da comunicação”. Ele completa que a escalada comercial</p><p>109</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>incorporada pelos grupos de comunicação social fragilizou a “autonomia do trabalho jornalístico”</p><p>(Neveu, 2003, p. 115).</p><p>É possível dizer, ainda, que esse cenário, juntamente com o uso indevido dessas ferramentas,</p><p>proporcionou o que ficou conhecido por fake news, o que abalou ainda mais a imagem da imprensa</p><p>na atualidade. As “notícias falsas”, em livre tradução, se referem a todo tipo de notícia que de alguma</p><p>forma gera desinformação entre o público, seja ela intencional ou não. Ou seja, o termo popularmente</p><p>conhecido se refere a diferentes tipos de informação divulgadas, sejam elas descontextualizadas, mal</p><p>escritas, falsas ou realmente manipuladas.</p><p>Os conteúdos e notícias falsas são informações fabricadas para imitar o conteúdo da imprensa/mídia,</p><p>mas diferentemente de notícias sérias, as desinformações não seguem um padrão de organização, já</p><p>que têm intenção de manipular, e não de informar. Assim, não há nenhuma garantia sobre a precisão e</p><p>credibilidade das informações.</p><p>De acordo com o manual Jornalismo, fake news & desinformação, da Unesco, mencionado pelo site</p><p>Foca nas Mídias (Os 7 tipos..., 2021), há três tipos de desinformação:</p><p>•	 Desinformação: conteúdo mentiroso criado intencionalmente por pessoas maliciosas para</p><p>enganar e manipular.</p><p>•	 Informação incorreta: conteúdo falso compartilhado por pessoas que acreditavam na veracidade</p><p>da informação.</p><p>•	 Má‑informação: conteúdo baseado na realidade, mas usado para causar danos a uma pessoa,</p><p>país ou organização.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse o link para saber mais:</p><p>OS 7 TIPOS de desinformação. Foca nas Mídias, 6 jun. 2021. Disponível</p><p>em: http://tinyurl.com/39r77t4w. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>Para aprofundar seus conhecimentos sobre fake news e pós‑verdade,</p><p>leia o artigo:</p><p>ALVES, M. A. S.; MACIEL, E. R. H. O fenômeno das fake news: definição,</p><p>combate e contexto. Internet & Sociedade, v. 1, n. 1, p. 144‑171, fev. 2020.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/3k385x8w. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>110</p><p>Unidade III</p><p>Além disso, cabe reforçar que não precisa ser necessariamente produzido por um jornalista</p><p>formado, já que qualquer pessoa em qualquer parte do planeta atualmente consegue publicar um</p><p>conteúdo aparentemente noticioso, ainda que não tenha qualquer base de procedimento, técnica ou</p><p>ética jornalística.</p><p>7.1 Panorama geral do mercado de revista e livro‑reportagem: situação atual</p><p>É diante desse cenário não muito favorável que o jornalismo tem sobrevivido e lutado para se</p><p>manter e resgatar sua credibilidade. E justamente são esses os motivos que têm levado o mercado de</p><p>revistas e editorial a ganhar impulso nos últimos anos. Por mais estranheza que cause, a internet e as</p><p>mudanças provocadas pela era digital na produção e no consumo de conteúdo jornalístico abriram</p><p>novas possibilidades para o jornalismo atual.</p><p>A celeridade com que as notícias são publicadas em veículos tradicionais, como jornais, emissoras</p><p>de rádio e televisão e mesmo portais de notícias na internet, revelou a necessidade de investimento em</p><p>produtos mais completos e com maior profundidade informativa, como revistas e livros.</p><p>Ainda que a expectativa seja positiva, o Índice Verificador de Comunicação (IVC) identificou</p><p>uma queda de circulação tanto nas edições impressas (38,9%) quanto nas digitais (24,7%) em 2020</p><p>(Huertas, 2021). Esses números podem ser explicados pelo novo comportamento do leitor e pela maior</p><p>oferta de informações. Em matéria escrita por Carolina Huertas, para a Meio e Mensagem, Fernando</p><p>Moraes, doutor em Ciências da Comunicação, afirma:</p><p>Acredito que esse recuo, tanto no impresso quanto no digital, é reflexo do</p><p>ambiente atual em que a informação circula de forma rápida e superficial.</p><p>As pessoas estão perdendo o hábito de aprofundar a leitura. O desafio atual</p><p>é resgatar o saudável hábito da leitura, com publicações interessantes e</p><p>segmentadas (Huertas, 2021).</p><p>Apesar desse cenário, os executivos do segmento de revistas, quando questionados sobre o futuro</p><p>das publicações, se mostram esperançosos em relação à diversificação de vertentes do negócio.</p><p>Segundo Fabio Carvalho, CEO do Grupo Abril:</p><p>Especialização e tradição geram confiança, e a confiança na informação</p><p>que se consome é o grande produto de luxo do mundo da comunicação</p><p>digital. Postar é fácil, qualquer um faz. Mas divulgar um fato, e ter esse fato</p><p>recebido com credibilidade, é um ativo para poucos. É algo que precisa de</p><p>nutrição e investimento constante, mas é um ativo extremamente valioso.</p><p>A boa e velha credibilidade jornalística é o ativo mais valioso no mundo da</p><p>comunicação digital. O resto é ferramenta e suor (Huertas, 2021).</p><p>Entendendo que o momento atual não é mais de adaptação, e sim de transformação completa, a</p><p>Editora Abril passou a atender os interesses do público em múltiplos formatos de divulgação. Com isso,</p><p>111</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>o digital passou a ser o meio principal de divulgação, fazendo com que o formato impresso se tornasse</p><p>um produto complementar.</p><p>pela emancipação moral e intelectual da mulher</p><p>brasileira. Literatura e Autoritarismo, Santa Maria, n. 14, 2015. Disponível em: http://tinyurl.com/29jptxm3.</p><p>Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>KÜNSCH, D. Comprehendo ergo sum: epistemologia complexo‑compreensiva e reportagem jornalística.</p><p>Communicare, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 43‑54, 2005.</p><p>KURY, L. A Ciência útil em O Patriota (Rio de Janeiro, 1813‑1814). Revista Brasileira de História da</p><p>Ciência, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 115‑124, jul./dez. 2011. Disponível em: http://tinyurl.com/4ukn2f5y.</p><p>Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>KURY, L. Iluminismo e Império no Brasil: O Patriota (1813‑1814). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/mvzh96vp. Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>LAGE, N. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001.</p><p>LAGE, N. Conceitos de jornalismo e papéis sociais atribuídos aos jornalistas. Pauta Geral – Estudos em</p><p>Jornalismo, Ponta Grossa, v. 1, n. 1, p. 20‑25, 2014. Disponível em: http://tinyurl.com/2c6vp2df. Acesso</p><p>em: 7 fev. 2024.</p><p>LIGHT, K. H. A viagem marítima da família real: a transferência da Corte portuguesa para o Brasil.</p><p>Zahar: Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: http://tinyurl.com/3zpk68nc. Acesso em: 12 out. 2023.</p><p>LIMA, A. A. O jornalismo como gênero literário. Rio de Janeiro: Agir, 1969.</p><p>LIMA, E. P. Colômbia espelho América: dos piratas a García Márquez, viagem pelo sonho da integração</p><p>latino‑americana. São Paulo: Perspectiva e Edusp, 1989.</p><p>LIMA, E. P. O que é livro‑reportagem. São Paulo: Brasiliense, 1998. (Coleção Primeiros Passos).</p><p>LIMA, E. P. Páginas ampliadas: o livro‑reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. 2. ed.</p><p>Barueri: Manole, 2004.</p><p>LIMA, S. L. L. Imprensa feminina, revista feminina. A imprensa feminina no Brasil. Projeto História,</p><p>São Paulo, v. 35, p. 221‑240, ago./dez. 2007. Disponível em: http://tinyurl.com/34e9kdc2. Acesso</p><p>em: 8 fev. 2024.</p><p>MACIEL, A. Z. Páginas de outrora: traços da História do livro‑reportagem no Brasil. In: DT1‑</p><p>JORNALISMO – CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE, 19., 2017,</p><p>Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza: Intercom, 2017. p. 1‑15.</p><p>148</p><p>MALANOVICZ, A.; MORAIS, F. Olga, de Fernando Morais – trechos escolhidos. Recanto das Letras, 6 mar.</p><p>2008. Disponível em: http://tinyurl.com/pm3m967w. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>MARQUEZ, H. A influência norte‑americana no Brasil e seu impacto dentro do turfe brasileiro após a</p><p>Segunda Guerra Mundial. 2021. Tese (Doutorado em Relações Internacionais) – Universidade Positivo,</p><p>Curitiba, 2021. Disponível em: http://tinyurl.com/bhkxe4xw. Acesso em: 19 fev. 2024.</p><p>MARTIN, L. The genesis of Godey’s Lady’s Book. The New England Quarterly, v. 1, n. 1, p. 41‑70, jan. 1928.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/2bxmev2k. Acesso em: 4 fev. 2024.</p><p>MARTINEZ, M.; HELLER, B. 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Dissertação (Mestrado em História) – Universidade</p><p>Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2020. Disponível em: http://tinyurl.com/kmpw23mc. Acesso</p><p>em: 6 fev. 2024.</p><p>149</p><p>MIGUEL, R. B. P.; PEDRO, J. M. Narrativas de leitoras da revista Capricho: memória e subjetividade (1950</p><p>a 1960). cadernos pagu, n. 33, p. 235‑264, jul./dez. 2009. Disponível em: http://tinyurl.com/bdemywvp.</p><p>Acesso em: 8 fev. 2024.</p><p>MIRANDA, G. A história da evolução da mídia no Brasil e no mundo. 2007. Monografia (Graduação em</p><p>Publicidade e Propaganda) – Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, Brasília, 2007. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/49asa3zd. Acesso em: 22 nov. 2023.</p><p>MORAES, F. Do pseudo‑evento à não notícia: um estudo sobre a revista Caras. 2005. Dissertação</p><p>(Mestrado em Comunicação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/52wtbyj6. Acesso em: 22 nov. 2023.</p><p>MORAIS, F. Chatô: o rei do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1994.</p><p>MORAIS, F. Corações sujos. São Paulo: Cia das Letras, 2011.</p><p>MORAIS, F. Olga. São Paulo: Alfa Ômega, 1985. (Coleção Biblioteca Alfa‑Ômega de Cultura</p><p>Universal Série 1; 18).</p><p>MULTIRIO. A imprensa régia. Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/yckxwc3j. Acesso</p><p>em: 8 fev. 2024.</p><p>MUZART, Z. L. Mulheres de faca na bota: escritoras e política no século XIX. Anuário de Literatura, v. 4,</p><p>n. 4, p. 149‑162, 1996. Disponível em: http://tinyurl.com/4jdpvyyb. Acesso em: 8 fev. 2024.</p><p>NASSIF, L. Jornalismo nos anos 90. São Paulo: Futura, 2003.</p><p>NECKEL, R. Pública vida íntima: a sexualidade nas revistas femininas e masculinas (1969‑1979). 2004.</p><p>Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2004. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/5dry3m34. Acesso em: 19 out. 2023.</p><p>NETO, C.; BILAC, O. 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Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>OLIVEIRA, P. N. D. S. Jornalismo literário: como o livro‑reportagem transforma um fato em história.</p><p>In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 29., 2006, Brasília. Anais [...]. Brasília:</p><p>UnB, 2006, p. 1‑15. Disponível em: http://tinyurl.com/b5cwjdhd. Acesso em: 26 out. 2023.</p><p>OTAVIO Frias Filho. Portal de Jornalistas, 11 jun. 2017. Disponível em: http://tinyurl.com/herhzxrs.</p><p>Acesso em: 5 jan. 2024.</p><p>PEDRO Américo. Guia das Artes, [s.d.]. Disponível em: http://tinyurl.com/mss4nk2b. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>PENA, F. Jornalismo, a objetividade subjetiva. Observatório da Imprensa, 6 fev. 2007. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/ycfkk4vm.</p><p>Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>PEREIRA, C. A. Gênero e emoções na publicidade da imprensa feminina. Cadernos de Campo, São Paulo,</p><p>v. 28, n. 2, 2019, Disponível em: http://tinyurl.com/y3bv4f7d. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>POSSA, J. Revista “Time” completa 100 anos; confira 10 capas famosas. Giz_br, 3 mar. 2023. Disponível</p><p>em: http://tinyurl.com/ya3j96mc. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>PRÊMIO VLADIMIR HERZOG. Jornalista e escritor Fernando Morais é homenageado na 45ª edição do Prêmio</p><p>Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. 2023. Disponível em: http://tinyurl.com/4babk4hu. Acesso</p><p>em: 6 fev. 2024.</p><p>PREVIDELLI, F. Tim Lopes: há 20 anos jornalista era brutalmente executado por traficantes. Aventuras</p><p>na História, 2 jun. 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/3zv2yb3u. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>PROENÇA, C. Confrontando visualidades no fotojornalismo de Veja e IstoÉ: práticas fotográficas e</p><p>fotorreportagens na segunda metade dos anos 1970. 2017. Dissertação (Mestrado em História) –</p><p>Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre, 2017. Disponível em: http://tinyurl.com/3zx9ej47. Acesso</p><p>em: 9 fev. 2024.</p><p>PROSA, Verso e Arte. Tumblr, 28 maio 2022. 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A “crônica” de Bilac em A Bruxa (1896–1897). Revista da Anpoll, v. 1, n. 38,</p><p>p. 144‑155, 2015. Disponível em: http://tinyurl.com/2vpde5uw. Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>152</p><p>SNEL. Mercado editorial alcança R$ 2 bi em faturamento antes mesmo da Black Friday. Snel Notícias,</p><p>6 dez. 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/47sk266v. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>SOARES, T. Conheça a história das revistas de moda no mundo. Audaces, [s.d.]. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/34s8hyh4. Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>SOARES, N.; SOUZA, R.; ROMANELLI, S. Dom Pedro II: um tradutor imperial. Tubarão: Ed. Copiart;</p><p>Florianópolis: PGET/UFSC, 2013.</p><p>SODRÉ, M.; FERRARI, M. H. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística. São Paulo:</p><p>Summus, 1986.</p><p>SOMENSARI, P. S. Francisca Senhorinha da Motta Diniz: imprensa e projetos de emancipação feminina</p><p>no Brasil (1873‑1890). 2021. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Sociais) –</p><p>Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021. Disponível em: http://tinyurl.com/yc5kyeph. Acesso</p><p>em: 29 out. 2023.</p><p>SOUZA, E. R. O “Bello Sexo”: uma breve análise de fragmentos jornalísticos mineiros dedicados às</p><p>mulheres no final do século XIX. Jamaxi, v. 2, n. 2, 2018. Disponível em: http://tinyurl.com/u5s54h97.</p><p>Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>SOUZA, L. L. A Imprensa Régia. O tardio nascimento da imprensa brasileira. Verbum, São Paulo, v. 9 n. 1, 2020.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/29xjmxy5. Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>SOUZA, R. C. de. A Revista Time em uma perspectiva multidimensional. 2012. Tese (Doutorado em Linguística) –</p><p>Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: http://tinyurl.com/53kswbdj.</p><p>Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>TAVARES, F. de M. B.; SCHWAAB, R. Revista e comunicação: percursos, lógicas e circuitos. 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Acesso em: 10 jan. 2024.</p><p>WOLF, M. Teorias da comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 1995.</p><p>WOLFE, T. The new journalism. Londres: Picador, 1975.</p><p>YAHYA, H. Revistas em 2021: impresso cai 28%; digital retrai 21%. Poder 360º, 21 mar. 2022.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/yn5fnehn. Acesso em: 14 fev. 2024.</p><p>ZANON, M. C. Fon‑Fon! – Um registro da vida mundana no Rio de Janeiro da Belle Époque.</p><p>Patrimônio e Memória, v. 1, n. 2, p. 18‑30,</p><p>2005. Disponível em: http://tinyurl.com/msymb2au. Acesso</p><p>em: 8 out. 2023.</p><p>154</p><p>155</p><p>156</p><p>Informações:</p><p>www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000</p><p>Para Fábio Carvalho, o desafio das revistas impressas está na escala, o que</p><p>acaba atingindo muito mais as editoras de pequeno porte, pois elas têm menor poder de “sustentar”</p><p>essa situação (Huertas, 2021).</p><p>A Editora Abril, ao lado do Grupo Globo, controla a indústria de revistas no Brasil, com 52% do</p><p>mercado nacional. Há um predomínio evidente do Grupo Abril, com sua estratégia de publicação focada</p><p>em edições semanais e mensais.</p><p>De acordo com a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), por meio de pesquisa feita a</p><p>pedido da Associação Nacional de Jornais (ANJ, 2022), das 1.262 editoras identificadas como atuantes</p><p>pelo levantamento, 711 (56%) se autodeclaram digitais, enquanto 551 (44%) têm como principal negócio</p><p>as edições impressas, ainda que a maioria delas também publique on‑line.</p><p>O censo, resultado da parceria da ANJ e da Aner com o Meta Journalism Project e o Centro Internacional</p><p>para Jornalistas (ICFJ, sigla em inglês), traça um mapa de como estão distribuídos os jornais e as revistas</p><p>no Brasil, bem como o porte dessas organizações e suas periodicidades. Entre os  1.265  publishers</p><p>registrados pela pesquisa, 912 (72,26%) são jornais e 350, revistas (27,73%). O recorte sobre a atividade</p><p>on‑line revela que as revistas contam com um número maior de organizações digitais: 226 (65%)</p><p>contra 124 (35%) impressas. Entre os jornais essa divisão é menor: 485 (53%) se autodeclaram digitais,</p><p>enquanto 427 (47%) têm nos impressos seu principal produto.</p><p>A região do país com maior número de editoras de jornais e revistas é o Sudeste. Ali operam</p><p>388  publishers (30,74%). Em segundo lugar está o Centro‑Oeste, com 299 organizações (23,69%).</p><p>Depois aparecem o Nordeste, com 278 (22,02%); o Sul, com 210 (16,64%); e o Norte, com 87 (6,89%).</p><p>De acordo com o censo, o número de editoras voltadas para o on‑line está associado à alta capacidade</p><p>de adaptação, pois uma significativa parcela das empresas entrevistadas transformou “seus veículos</p><p>impressos principais em digitais, caracterizando‑os como portais muitas vezes, mudando o título para</p><p>nomes que funcionam mais na web”.</p><p>A periodicidade foi analisada pelo censo apenas no que diz respeito a publicações impressas. Entre</p><p>os jornais, a maioria circula todos os dias, 138 (15,1%), ou semanalmente, 139 (15,2%). No caso das</p><p>revistas, a maior parte, 66 (18,9%), tem periodicidade mensal, enquanto 22 (6,3%) têm publicação</p><p>irregular e 7 (2%) circulam semanalmente.</p><p>A maioria dos jornais e revistas brasileiros é produzida por editoras de pequeno porte, 514 (40,73%),</p><p>das quais 386 publicam jornais e 128, revistas. Segundo o censo, 16 empresas (11 jornais e 5 revistas)</p><p>podem ser consideradas grandes empreendimentos. Outras 56 (50 jornais e 6 revistas) são de porte médio.</p><p>A redução das revistas semanais noticiosas de maior prestígio em circulação no país – Veja, Quatro</p><p>Rodas, Exame, Vogue, Piauí e Carta Capital – revela que a retração das impressas foi significativa.</p><p>Levantamento feito pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC) em 2021 aponta que a</p><p>circulação  impressa caiu 28%, a digital retraiu 21% e a total diminuiu 25%. Na lista das três piores</p><p>112</p><p>Unidade III</p><p>quedas da versão impressa estão: Carta Capital, que perdeu 5.804 exemplares impressos (retração de</p><p>76% em relação a 2020); Exame, que teve redução de 11.114 cópias (‑44%) e Veja, que caiu 36%</p><p>(‑51.290 exemplares) (Yahya, 2022).</p><p>Observação</p><p>A Veja teve no passado uma das maiores tiragens impressas do planeta.</p><p>Por muito tempo, imprimiu mais de 1 milhão de exemplares por semana.</p><p>Terminou 2021 com 92.850 cópias em papel, em média, por edição. Criada</p><p>em 1968 pelo jornalista Roberto Civita, a revista aborda temas variados de</p><p>abrangência nacional e global. Entre os temas tratados com frequência,</p><p>estão questões políticas, econômicas e culturais.</p><p>Saiba mais</p><p>Além da versão impressa, atualmente o conteúdo da Veja é publicado</p><p>na plataforma da revista pelo link:</p><p>Disponível em: https://veja.abril.com.br/. Acesso em: 11 jan. 2024.</p><p>Embora o livro‑reportagem seja um gênero cada vez mais presente na literatura brasileira, não há</p><p>estatísticas sobre sua produção registradas na Biblioteca Nacional do Brasil e nem mesmo nos dados de</p><p>registros da Agência Brasileira do ISBN.</p><p>O que é evidente é que a crise enfrentada pelo mercado editorial em todo o mundo começa a</p><p>registrar mudanças. Resultado da era digital e das mudanças sociais, impactadas pelos novos hábitos</p><p>criados após a Covid‑19, o mercado literário vivencia uma fase de transformação.</p><p>Em 2022, o painel do Varejo de Livros no Brasil, produzido pela consultoria Nielson Bookscan e pelo</p><p>Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel, 2022), indicou crescimento de 23% nas vendas de livros</p><p>em 2021 em relação ao ano anterior. Enquanto em 2020 foram comercializados mais de 42,5 milhões de</p><p>livros, em 2021 foram mais de 55 milhões de exemplares, o que indica uma retomada no hábito de leitura</p><p>no cotidiano dos brasileiros no período de pandemia e pós‑pandemia. O aquecimento da indústria</p><p>literária no Brasil se destaca na atualidade também pelo número crescente de títulos exportados.</p><p>Matos (2021) argumenta que o público fora do Brasil não se interessa apenas pelos livros clássicos,</p><p>mas também demonstra interesse em obras que abordam questões de populações nativas do Brasil,</p><p>costumes e assuntos religiosos. No texto, o autor reforça que a saída para a crise da indústria literária</p><p>no Brasil pode estar na representatividade de autores e autoras, em toda sua diversidade, nuances e</p><p>diferenças. Para Rosário (2021),</p><p>113</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>O crescimento assistido no Brasil sobre o número de publicações de livros</p><p>e o surgimento de novos autores negros é explicado a partir de editoras</p><p>independentes e antirracistas, que impulsionam a presença de novos</p><p>produtos plurais, oferecendo maior diversidade. Ou seja, a democratização</p><p>do mercado editorial, por intermédio das pequenas editoras, corrobora para</p><p>o bom desempenho da indústria literária no Brasil e, além disso, contribui</p><p>para que haja uma mudança no mercado e no público pelo país.</p><p>Observação</p><p>Conforme Mazocoli (2023), dados da Associação Nacional de</p><p>Livrarias (ANL) mostram que em 2014 existiam 3.095 livrarias no país; em</p><p>2021, eram 2.200. Isso significa que, no Brasil, uma livraria encerra suas</p><p>atividades a cada três dias, em média. Em 2023, foi a vez da Livraria Saraiva,</p><p>que já tinha começado a encerrar as atividades havia alguns anos e em</p><p>setembro anunciou o fechamento de todas as suas lojas físicas e demitiu</p><p>todos os funcionários. O cenário, segundo especialistas, pode ser atribuído a</p><p>uma série de fatores, como uma mudança comercial do setor, privilegiando</p><p>outros modelos de negócio. Eles apontam que a solução possa estar no</p><p>investimento em lojas intimistas e nichadas.</p><p>Saiba mais</p><p>Leia mais sobre o assunto no texto a seguir:</p><p>ANDRADE, G. Fechamento de grandes livrarias mostra mudanças no</p><p>setor. A Tarde, 11 jul. 2021. Disponível em: http://tinyurl.com/mrybzcvh.</p><p>Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>7.2 Os diferentes tipos de revistas – de consumo, profissionais, de empresas</p><p>e organizações – e do mercado editorial</p><p>As revistas estão entre os principais conteúdos especializados do jornalismo. Nascidas para suprir</p><p>as demandas de diferentes públicos, sempre foram produtos pensados e planejados para atender aos</p><p>mais diversos nichos do mercado editorial jornalístico – de noticiosas, corporativas e de organizações a</p><p>revistas de games, cultura, moda, celebridades, música, cinema, jardinagem, educação, culinária, móveis,</p><p>arquitetura e assim por diante.</p><p>São infinitas as temáticas tratadas pelas revistas em circulação no país. Vale lembrar, no entanto, que</p><p>quanto mais específica, mais a publicação exige do jornalista conhecimento técnico e aprofundado sobre</p><p>114</p><p>Unidade III</p><p>o assunto. Isso porque é impossível escrever em uma publicação, transmitindo notícia e informação sobre</p><p>determinado setor, sem que se tenha informação sobre o segmento</p><p>que está sendo tratado.</p><p>Além de conhecer o mercado tratado pela publicação, o profissional de imprensa precisa entender</p><p>o que está acontecendo naquele cenário específico para definir pautas, suas fontes qualificadas e os</p><p>personagens interessantes em cada uma delas. Caso contrário, corre o risco de se “debruçar” sobre um</p><p>assunto desatualizado ou já amplamente explorado e que não gere interesse do público‑leitor.</p><p>Outra questão importante a ser reforçada é a linguagem tratada nesses tipos de publicações</p><p>especializadas. Cada uma tem linguagens e termos específicos, típicos do segmento principal da revista.</p><p>A Quatro Rodas é um exemplo entre as revistas especializadas. A publicação tem investido na</p><p>plataforma digital para garantir a preferência de leitores mais jovens, atraindo a atenção de quem ama</p><p>carros. Na internet, apesar de seguir com uma linguagem especializada, o veículo dispõe de reportagens</p><p>mais noticiosas, que estimulam o interesse de diferentes públicos e abordam assuntos como preços,</p><p>tendências de mercado, novidades e performances de veículos, o que atrai também os curiosos.</p><p>Saiba mais</p><p>Criada há mais de 60 anos, a Quatro Rodas foi lançada em agosto</p><p>de 1960 e é uma revista de periodicidade mensal publicada pela Editora</p><p>Abril. A publicação aborda temas relacionados a automóveis e derivados</p><p>da indústria automotiva. Foi a primeira revista de automóveis do mercado</p><p>editorial brasileiro.</p><p>Acesse o site oficial da revista:</p><p>Disponível em: https://quatrorodas.abril.com.br/. Acesso em: 11 jan. 2024.</p><p>Assim como a Quatro Rodas, há em circulação no mercado centenas de revistas especializadas,</p><p>ou seja, desenvolvidas para agradar e atender à demanda de um público específico, com interesses</p><p>específicos. Entre essas revistas, podemos destacar publicações sobre cinema, arte e cultura, moda,</p><p>esportes, saúde e bem‑estar, história e ciência.</p><p>Vale destacar que, por tratarem de assuntos específicos e serem consumidas por pessoas que gostam</p><p>dessas temáticas – e que, portanto, acompanham de perto esses segmentos –, essas publicações exigem</p><p>do profissional de imprensa um conhecimento aprofundado da área, assim como suas especificidades e</p><p>linguagens típicas. A mesma regra é válida para as publicações disponibilizadas na internet.</p><p>115</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>A) B) C)</p><p>Figura 38 – Especialização é o caminho no segmento das revistas. Da esquerda para a direita, capas de diferentes revistas e</p><p>segmentos: Saúde e Bem‑Estar n. 346, de fevereiro de 2024 (A); Superinteressante edição 460, de fevereiro de 2024 (B);</p><p>Placar n. 1508, de fevereiro de 2024 (C)</p><p>Disponível em: A) http://tinyurl.com/ye449nvx; B) http://tinyurl.com/r6jmrz43; C) http://tinyurl.com/mrxmhysf.</p><p>Acesso em: 31 jan. 2024.</p><p>Os livros‑reportagens seguem caminho semelhante ao das revistas. As mudanças nas redações e o</p><p>consequente aumento de número de obras literárias jornalísticas estimularam profissionais da imprensa</p><p>a explorar assuntos cada vez mais específicos. É claro que, no caso do livro‑reportagem, a dinâmica é</p><p>diferenciada e o processo de produção surge da oportunidade de desenvolver um assunto de uma forma</p><p>ainda muito mais profunda e detalhada do que em um texto de revista, o que seria consequência de um</p><p>trabalho iniciado muitas vezes em uma redação, por exemplo.</p><p>Como lembra Pena (2007, p. 7) sobre a função do livro‑reportagem:</p><p>A preocupação do jornalismo literário, então, é contextualizar a informação</p><p>da forma mais abrangente possível, o que seria muito mais difícil no</p><p>exíguo espaço de um jornal. Para isso, é preciso mastigar as informações,</p><p>relacioná‑las com outros fatos, compará‑las com diferentes abordagens e,</p><p>novamente, localizá‑las em um espaço temporal de longa duração.</p><p>O livro‑reportagem nada mais é do que um arquivo vivo, que oferece a possibilidade de preencher</p><p>um vazio deixado em algum momento na história social. E essas histórias estão por toda a parte,</p><p>buscando alguém que se disponha a ouvi‑las e tenha a iniciativa de cruzar os dados históricos para a</p><p>fundamentação escrita para, então, contá‑las.</p><p>116</p><p>Unidade III</p><p>8 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO EM PROFUNDIDADE: OS PRINCÍPIOS DO</p><p>BOM TEXTO, ESTILO, PONTO DE VISTA E ANGULAÇÃO</p><p>O texto em revista é um estilo jornalístico, assim como o jornalismo é um estilo de comunicação. No</p><p>entanto, cada revista vai ter seu estilo. O mesmo acontece com o jornalista. Pensando um pouco mais</p><p>sobre o estilo do texto em revista, é possível dizer que ele combina objetividade com narrativa literária.</p><p>Obviamente, também, o estilo está vinculado ao tempo, ao espaço e à interpretação que o autor dá às</p><p>suas experiências, leituras e toda a sua relação com o que o cerca.</p><p>Outra característica marcante, principalmente quando pensamos nas revistas semanais de informação,</p><p>é que elas assumem mais declaradamente seu papel de formadoras de opinião. Se temos mais tempo para</p><p>informar, analisar e interpretar o fato, podemos deduzir que também temos mais tempo e espaço</p><p>para raciocinar. Por mais que haja um editor determinando o tom, temos que reconhecer que raciocinar é</p><p>uma atividade pessoal. Portanto, temos de pensar que assinar uma matéria é como assinar um cheque.</p><p>Vale ressaltar, no entanto, que a revista geralmente tem uma linha editorial, o que vai limitar a</p><p>questão da angulação do texto. Porém, é inegável que a matéria indique uma tendência, provavelmente</p><p>vinculada às ideias de quem a escreveu. Um detalhe importante é que a linha editorial da revista acaba</p><p>sendo absorvida de forma automática pelo jornalista, meio que por “osmose”. Depois de algum tempo</p><p>explorando determinado título, pode‑se perceber de forma automática a preferência dos editores (e,</p><p>claro, dos leitores), sendo possível saber o que pode ou não pode ser feito.</p><p>Voltando à questão do texto, é interessante perceber como a revista semanal de informações</p><p>se apropria de técnicas literárias, aproximando‑se mais da literatura do que qualquer outro meio</p><p>jornalístico impresso.</p><p>Na escolha dos significados, além do habitual estilo formal‑coloquial do</p><p>jornalismo, a revista toma expressões da literatura e as transpõe para o</p><p>uso corrente. Da mesma forma o faz com expressões populares (jargões,</p><p>neologismos, coloquialismos etc.). Daí pode‑se obter uma outra forma de</p><p>expressão, ao mesmo tempo criativa e erudita (Vilas Boas, 1996, p. 72).</p><p>É preciso padronizar e racionalizar. Para tanto, é necessário entender que isso decorre justamente de</p><p>ter que ser mais criterioso no processo de informação. Sem critérios, tudo seria muito confuso. A maior</p><p>prova disso são os manuais de redação e estilo, que orientam os profissionais dos veículos. No entanto,</p><p>ao seguir essas normas, o jornalista não deve se esquecer de que cada matéria deve repercutir um ponto</p><p>de vista genérico sobre o assunto, que poderíamos chamar de tendência. É claro que isso, muitas vezes,</p><p>aparece de forma velada. Ou seja, mesmo que não se defenda abertamente uma posição, é fácil perceber</p><p>que existe uma intenção de suscitar ou mesmo induzir determinada opinião.</p><p>Fátima Ali (2015) aponta uma estrutura clássica para o texto em revista:</p><p>•	 Abertura: começa com uma história, um exemplo, a descrição de uma cena e, mais raramente,</p><p>um diálogo.</p><p>117</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>•	 Ponte: texto de transição ou passagem, um parágrafo que amplia a proposta do título de abertura</p><p>e, de forma resumida, diz ao leitor qual a razão de ser dessa matéria.</p><p>•	 Desenvolvimento: uma série lógica de parágrafos relacionados que forma o corpo da matéria.</p><p>•	 Final: algo especial guardado para o último parágrafo.</p><p>Vale ressaltar, no entanto, que não é preciso necessariamente seguir essa estrutura. Ela serve de base</p><p>para compreender melhor o desenvolvimento do texto.</p><p>Observação</p><p>Fátima Ali nasceu em 26 de novembro de 1943, em São Paulo. Jornalista</p><p>que se transformou em um dos principais nomes femininos da Editora Abril</p><p>nos anos 1980 e 1990, foi uma das criadoras da revista Nova, considerada</p><p>uma revelação em termos de</p><p>revista feminina no Brasil e na Editora Abril.</p><p>Fatima Ali também trabalhou na TV Bandeirantes e foi diretora da MTV</p><p>Brasil, uma experiência vitoriosa em termos de televisão para os mais</p><p>jovens. É autora do livro A arte de editar revistas.</p><p>Ali (2015) ainda cita a possibilidade de empregarmos as seguintes técnicas textuais:</p><p>•	 Pirâmide invertida: os assuntos são apresentados em ordem descendente de importância e têm</p><p>três partes principais – abertura, fundamentos da abertura e informação.</p><p>•	 Estrutura cronológica: importante para alguns tipos de matéria, como as que envolvem a</p><p>cobertura de eventos. A fórmula tem os seguintes elementos: abertura sintética, transição para o</p><p>relato cronológico, relato cronológico e final sintético.</p><p>•	 Narrativa: é indicada por tornar um assunto árido mais agradável de ler.</p><p>•	 Estrutura compartimentada: aqui, olho e abertura introduzem o tema geral e cada uma das</p><p>partes é tratada individualmente. No exemplo citado por Fátima Ali, poderia ser uma matéria</p><p>sobre o impacto da recessão econômica sobre quatro indivíduos diferentes.</p><p>•	 Pergunta e resposta: ideal quando se abordam assuntos complexos, como no caso de se explicar</p><p>uma nova legislação.</p><p>•	 Flashback: como num filme, você pode apresentar os fatos e voltar no tempo para mostrar</p><p>os porquês.</p><p>Ainda que nas revistas especializadas a linguagem e aprofundamento de dados seja mais evidente,</p><p>nas revistas de informação geral a narrativa do texto também não segue a forma tradicional dos veículos</p><p>118</p><p>Unidade III</p><p>factuais diários. Numa revista, não vemos fórmulas de redação rígidas – se comparadas, por exemplo, às</p><p>fórmulas de redação de um jornal. A estrutura do texto recupera a organização do discurso em tópicos</p><p>frasais e documentações. Como ocorre indiscriminadamente com as revistas, trata‑se de abordar o</p><p>assunto, e não o fato; este fica por conta dos jornais e, hoje, do rádio e da televisão, quando o controle</p><p>social o permite.</p><p>Como exemplo, leia o texto a seguir:</p><p>Destaque</p><p>Capítulo 1 – Obra</p><p>Um projeto de R$ 30 bilhões</p><p>A explosão às 6h da manhã arranca uma camada de 9 m de espessura do bloco de</p><p>migmatito numa área de 750 m² que já foi a morada de árvores centenárias na zona</p><p>rural de Altamira e Vitória do Xingu (PA). Assentada a poeira, resta uma montanha</p><p>de fragmentos dessa rocha dura, aparentada com o granito. À meia‑noite, nem um</p><p>pedregulho estará mais ali.</p><p>Duas escavadeiras se posicionam lado a lado, a 50 m uma da outra. Cinco levantamentos</p><p>cada e, em menos de três minutos, enchem uma carreta com 32 toneladas de pedras. Sai</p><p>um caminhão, encosta outro. Em 20 minutos, partem 18 caçambas cheias. Não há um</p><p>segundo de descanso.</p><p>O ritmo frenético de homens e máquinas marca a construção de um canal de 20 km de</p><p>comprimento, para dar passagem aos 14 milhões de litros de água por segundo desviados</p><p>do rio Xingu – vazão quase 530 vezes maior que a do canal principal de transposição do</p><p>São Francisco – que vão movimentar as turbinas da terceira maior hidrelétrica do mundo,</p><p>e também uma das mais controversas: Belo Monte, da empresa Norte Energia S.A.</p><p>Quando estiver funcionando a toda força, a usina poderá produzir até</p><p>11.233  megawatts  (MW) de eletricidade. Uma capacidade instalada suficiente para</p><p>iluminar as casas de pelo menos 18 milhões de pessoas e ficar atrás só da hidrelétrica</p><p>chinesa Três Gargantas (22.720 MW) e da paraguaio‑brasileira Itaipu (14 mil MW).</p><p>Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Minas e Energia, o</p><p>Brasil precisa acrescentar 6.350 MW anuais de geração elétrica, até 2022, ao seu parque</p><p>atual de 121 mil MW (70% produzidos por hidrelétricas). Se pudesse funcionar a toda</p><p>carga o ano inteiro, Belo Monte garantiria quase um quinto da eletricidade adicional de</p><p>que o país vai precisar, mas isso só tem chance de ocorrer em quatro meses do ano.</p><p>119</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>A maior parte da capacidade de geração (11.000 MW) da nova usina ficará instalada na</p><p>casa de força principal, junto da vila de Belo Monte do Pontal, cuja obra já avançou 47%.</p><p>A barragem propriamente dita, contudo, ficará 60 km rio acima, do outro lado da Volta</p><p>Grande do Xingu, no sítio Pimental, pouco depois do ponto em que o canal captará água</p><p>para encher os 130 km² do reservatório intermediário. Junto ao vertedouro da barragem</p><p>de Pimental, seis turbinas poderão produzir até 233 MW na casa de força auxiliar.</p><p>Fonte: Tudo... (2013).</p><p>Ao analisar a matéria, é possível avaliar que o texto abre eventualmente com uma narrativa climática,</p><p>que antecede o primeiro tópico frasal. Empregam‑se com ênfase as estruturas baseadas em antíteses</p><p>ou contradição entre notações. Roland Barthes descreve essa estrutura em seu artigo “A estrutura do</p><p>fait divers”, em que há, segundo ele, o fato e sua causa surpreendente, a aproximação de dois casos,</p><p>do fato e sua circunstância, do fato e sua consequência. O acontecimento em si mesmo é tratado com</p><p>aparência, isto é, como significante de um significado essencial, político, econômico, cultural, apontado</p><p>para um futuro imediato ou remoto (Lage, 2001).</p><p>Lembrete</p><p>É possível dizer que ele combina objetividade com narrativa literária.</p><p>Obviamente, também, o estilo está vinculado ao tempo, ao espaço e à</p><p>interpretação que o autor dá às suas experiências, leituras e toda a sua</p><p>relação com o que o cerca.</p><p>Para isso, é necessário um tratamento adequado ao veículo, seja no aprofundamento dos temas</p><p>tratados, seja na forma de apresentá‑los, daí a real necessidade de o jornalista ser provido de substancial</p><p>capacidade de expressão textual.</p><p>É importante lembrar, ainda, que enquanto o jornal diário usa em seu proveito a tradição, as revistas</p><p>preocupam‑se com sua contemporaneidade e atualidade. Por essa razão, as revistas, como produtos,</p><p>não se obrigam a registrar ocorrências que não se enquadrem em seu apelo e em seu leitor‑alvo.</p><p>8.1 O planejamento de publicações: diferenças e semelhanças do livro e</p><p>da revista</p><p>O planejamento editorial de uma revista envolve ritmo gráfico, visual e sentido das palavras.</p><p>Segundo Lage (2001), as revistas podem ser classificadas em três grupos: ilustradas, de informação geral</p><p>e especializadas. A partir daí, a divisão nas classes A, B, C e D se articula com outros critérios, como os</p><p>de idade ou grau de instrução. Outro aspecto importante para o planejamento de uma revista, também</p><p>trabalhado por Lage, refere‑se ao fato de os estilos misturarem‑se.</p><p>120</p><p>Unidade III</p><p>O repertório (linguístico, gráfico) de um magazine é tão mais restrito às</p><p>formas tradicionais, confirmadas socialmente, quanto mais amplo e mais</p><p>de massa se pretenda ser o público. Linguagem e grafismo compõem uma</p><p>estilística que tende para uma gramática própria do gênero da revista</p><p>(Lage, 2001, p. 83).</p><p>Na prática, isso significa que a matéria‑prima jornalística tende a ser acondicionada na revista como</p><p>elemento de um espetáculo e um discurso moral que é a própria publicação. Por isso, como salienta Lage:</p><p>recursos que seriam rotulados como impróprios em jornal adquirem</p><p>viabilidade na revista. É o caso das poses e montagens fotográficas ingênuas</p><p>(a artista cortando bifes na cozinha, o galã fazendo cara de surpresa ao sair</p><p>do chuveiro, enrolado na toalha) (Lage, 2001, p. 84).</p><p>Também, pelo mesmo motivo, a revista não se obriga a registrar ocorrências jornalisticamente notáveis</p><p>que não se enquadrem em seu apelo, em sua intenção de leitura; pode assumir claramente, diante dos</p><p>fatos do mundo, atitudes críticas, compungidas, comovidas, de distanciamento ou entusiasmo.</p><p>O planejamento editorial de uma revista envolve questões como o ritmo (gráfico, visual, semântico),</p><p>a sustentação do interesse e a produção de uma capa em que os fatores de atração se aproximam mais da</p><p>preparação de uma embalagem do que do simples julgamento de importância jornalística. Lage (2001)</p><p>aponta que nas revistas ilustradas a palavra escrita é com frequência mera acompanhante – necessária,</p><p>porém discreta – da exposição fotográfica. É</p><p>por causa da imagem que uma foto é selecionada e é pelo</p><p>impacto causado por ela que se produz muitas vezes uma matéria. A técnica é audiovisual, como a do</p><p>cinema ou da TV. Para o autor, são a fotografia de abertura e o elenco fotográfico de cada layout que dão</p><p>o mote para o título e o texto. O autor destaca, ainda, que o texto circunstancia as fotos, não o contrário,</p><p>mas o sentido da mensagem estará determinado, ou pelo menos circunscrito, pela seleção fotográfica.</p><p>Quando se fala em capa de revista, é impossível não mencionar as fotos. Isso porque a produção</p><p>das capas deve ser uma das maiores preocupações no planejamento de uma edição, já que se trata na</p><p>verdade da embalagem do produto. Uma capa deve ter atrativos não apenas a partir de um julgamento</p><p>meramente jornalístico ou de importância jornalística, mas deve ter apelo e impacto visual.</p><p>Lembrete</p><p>É o mesmo o que ocorre com as matérias nos magazines de</p><p>informação geral: trata‑se de abordar o assunto, não o fato, conforme</p><p>mencionamos anteriormente.</p><p>É o caso das duas capas a seguir, das revistas IstoÉ e Planeta, que exigiram empenho e uma produção</p><p>extra para transmitir a mensagem que a revista desejava naquele momento:</p><p>121</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>A) B)</p><p>Figura 39 – Capa da edição 2700 da revista IstoÉ, publicada em 15 de outubro de 2021 (A);</p><p>Capa da revista Planeta número 530, de maio de 2017, que concorreu ao prêmio de Melhor Capa do Ano (B)</p><p>Disponível em: A) https://tinyurl.com/5ekv7en5; B) http://tinyurl.com/yph6n9d9. Acesso em: 15 fev. 2024.</p><p>A capa também é um item fundamental no planejamento do livro‑reportagem. No entanto, quando</p><p>se trata de planejamento desses dois produtos, as diferenças vão muito além: o dimensionamento do</p><p>projeto é totalmente diferente e exigirá níveis de informação distinto – como no prazo de execução e</p><p>nos recursos necessários para o desenvolvimento de cada um. Enquanto a revista tem uma periodicidade</p><p>e pode ter uma temática abordada em diferentes ângulos em mais de uma edição, o livro‑reportagem</p><p>disseca toda a informação colhida ao longo de meses ou mesmo anos em um único produto. É, portanto,</p><p>um projeto que exige uma grande quantidade de informações e um planejamento longo.</p><p>8.2 As revistas no ambiente digital e as oportunidades de distribuição do</p><p>conteúdo em novos formatos</p><p>É claro que a era digital gerou novos desafios a serem enfrentados para os segmentos de revista</p><p>e livro‑reportagem. Os dois gêneros, que têm como base o jornalismo em profundidade, algo que</p><p>exige tempo, pesquisa, investimento e planejamento de médio a longo prazo, se viram desafiados pela</p><p>tendência do consumo de notícias instantâneas e superficiais, de fácil produção e distribuição ampla</p><p>pela internet.</p><p>No entanto, a agilidade dos tempos contemporâneos revelou a necessidade de produtos complexos,</p><p>com análises comparativas mais aprofundadas e que demandam grande trabalho de pesquisa de campo</p><p>e documental. Ainda que os tempos modernos sejam velozes, há espaço para o jornalismo investigativo e</p><p>interpretativo, que “se debruça” em histórias de fôlego, explorando o que muitos veículos não conseguem</p><p>fazer na rotina do dia a dia.</p><p>122</p><p>Unidade III</p><p>E é justamente essa lacuna que tem impulsionado nas últimas décadas os mercados editoriais</p><p>das revistas e dos livros‑reportagens. Além disso, ambos os segmentos desenvolveram formas de</p><p>aproveitar as novas tecnologias, tanto no quesito de distribuição, com a criação de produtos exclusivos</p><p>e diferenciados para os veículos impressos e digitais, quanto de novos formatos, como perfis e canais</p><p>interativos nas redes sociais, para explorar novas linguagens e formatos.</p><p>São muitos os exemplos que podem ser dados. Um deles é a revista Capricho, que desde 2015</p><p>deixou de ter sua versão impressa circulando. Uma das revistas de grande sucesso da Editora Abril, a</p><p>Capricho, como vimos, é essencialmente voltada para o público feminino e tem como alvo principal as</p><p>adolescentes e jovens adultas. Por isso, não poderia deixar de disponibilizar conteúdos específicos em</p><p>suas redes sociais. No site https://capricho.abril.com.br/ (Acesso em: 12 jan. 2024) é possível observar,</p><p>no alto da página, do lado esquerdo, links para o Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e Pinterest, com</p><p>conteúdos desenvolvidos para cada rede e adaptados em linguagem e formatos específicos:</p><p>Figura 40 – Print do site da revista Capricho. Links no alto da página direcionam para redes</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/24x2z5nf. Acesso em: 15 fev. 2024.</p><p>123</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>A) B)</p><p>C) D)</p><p>E)</p><p>Figura 41 – Perfis da Capricho no Facebook (A), X (B), Instagram (C), YouTube (D)</p><p>e Pinterest (E) trazem o conteúdo principal da magazine em novos formatos</p><p>Disponível em: A) http://tinyurl.com/yxx3wd5s; B) http://tinyurl.com/mvrf4tpt; C) http://tinyurl.com/mp7ha7;</p><p>D) http://tinyurl.com/3mw7jppe; E) https://br.pinterest.com/capricho/. Acesso em: 15 fev. 2024.</p><p>Observação</p><p>Lançada em 18 de junho de 1952 pelo fundador da Editora Abril, Victor</p><p>Civita, a Capricho foi a primeira revista feminina da empresa. Com circulação</p><p>quinzenal, em formato pequeno, seu conteúdo inicial eram as fotonovelas,</p><p>na época chamadas cinenovelas. Além da cinenovela, a revista apresenta</p><p>histórias de amor desenhadas em quadrinhos. Em novembro de 1952, numa</p><p>decisão pessoal, Victor Civita aumentou o formato da revista, passando a</p><p>editá‑la mensalmente e a abordar outros tópicos, como moda, beleza,</p><p>comportamento, contos e variedades. Nos anos 2000, a publicação passou</p><p>a utilizar a internet como uma nova plataforma de interação com seus</p><p>leitores e também as redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram e YouTube)</p><p>à medida que foram surgindo. Em 2014, após inúmeras alterações em sua</p><p>periodicidade, a revista voltou a ser mensal. Em 2 de junho de 2015, após</p><p>profundas mudanças na empresa, a editora retirou a revista de circulação e</p><p>ela passou a existir somente em seu portal na internet, sem a versão impressa.</p><p>124</p><p>Unidade III</p><p>Figura 42 – Lançada em junho de 1952, a revista Capricho fez história com capas polêmicas. Acima, uma</p><p>edição de 1968, com foto de Liz Taylor na capa, que traz como tema a mulher que decide não ser mãe</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/ht797km2. Acesso em: 18 fev. 2024.</p><p>Algumas revistas mais tradicionais, como a Veja, contam com podcasts e vídeos com entrevistas</p><p>exclusivas e interativas. A proposta é chamar a atenção do leitor e fazer com que o público consuma os</p><p>novos formatos dos conteúdos produzidos pela equipe de jornalismo e possa interagir com eles.</p><p>Os vídeos ficam disponibilizados na seção Ponto de Vista e são transmitidos ao vivo, às terças, sempre</p><p>às 14h, no canal do YouTube, no Facebook e no site de Veja. Já os podcasts ficam em uma aba exclusiva</p><p>e trazem assuntos variados e pertinentes da semana. Ao todo, são três podcasts produzidos pela revista:</p><p>Os Três Poderes, Funcionário da Semana e Traumann Traduz, que podem ser acompanhados pelo site da</p><p>Veja, assim como em plataformas audiovisuais, como Spotify, Deezer, iTunes e YouTube.</p><p>Outro exemplo de como as revistas se adaptaram e mudaram sua linguagem e formatos, desenvolvendo</p><p>conteúdos para as redes, é a esportiva Placar. A magazine, que tem como alvo os amantes do futebol,</p><p>mantém sua versão impressa, mas sabe investir e inovar quando o assunto é digital. A Placar tem perfis</p><p>em grande número de redes. Ao todo são oito: X, Threads, Instagram, Facebook, YouTube, TikTok, Kwai e</p><p>até LinkedIn.</p><p>125</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>Figura 43 – Capas de versões impressas da Placar. Na parte inferior do site há</p><p>ícones com links para as redes sociais da revista, como LinkedIn e Instagram</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/mp7t5nck. Acesso em: 17 fev. 2024.</p><p>A) B)</p><p>C)</p><p>Figura 44 – Perfis da Placar no LinkedIn (A), Kwai (B) e Instagram (C)</p><p>Disponível em: A) http://tinyurl.com/f92kbk8v; B) http://tinyurl.com/3ms4j36a;</p><p>C) http://tinyurl.com/mr3m4uzz. Acesso em: 15 fev. 2024.</p><p>126</p><p>Unidade</p><p>III</p><p>Em cada uma das redes, a equipe da revista produz conteúdo com formato característico, adaptando</p><p>a linguagem e a forma de se comunicar com seu público.</p><p>Observação</p><p>Criada em 20 de março de 1970, pouco antes da Copa do Mundo de</p><p>1970, a Placar surgiu para preencher a lacuna de uma publicação nacional</p><p>sobre o esporte. A revista levantou como bandeira a estruturação e</p><p>modernização do comando do futebol brasileiro. Pelé foi o personagem da</p><p>capa da primeira edição, que vendeu quase 200 mil exemplares e trouxe</p><p>como brinde uma moeda cunhada em latão com a efígie do jogador.</p><p>Figura 45 – Com Pelé na capa da primeira edição, a Placar teve como objetivo ser uma revista nacional de esportes</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/2u5zdswd. Acesso em: 22 fev. 2024.</p><p>É importante reforçar que mais do que a adaptação dos conteúdos às tendências da era digital, é a</p><p>interação o que mais chama a atenção nessas mudanças. Isso porque não se trata apenas de formato,</p><p>mas de comunicar da forma correta com o público‑alvo.</p><p>127</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>Nesse sentido, além das redes sociais, as revistas digitais podem explorar outros recursos que tornam as</p><p>publicações ainda mais interativas. Como exemplo, podemos citar dois produtos desenvolvidos por alunos</p><p>do curso de Jornalismo da Universidade Paulista (UNIP), campus Rangel‑Santos: a Multiliteral e a Vênus.</p><p>A primeira é uma revista transmídia digital, que traz recursos multimídias interativos, como áudios,</p><p>podcasts, QR codes e links para trabalhos de algumas das entrevistas, aprofundando e ampliando a</p><p>informação disponibilizada nas páginas da própria Magazine. De autoria da ex‑aluna Rafaela Peres,</p><p>a revista foi produzida em 2020 como parte do Trabalho de Conclusão do Curso, necessário para a</p><p>obtenção do diploma.</p><p>Observação</p><p>Transmídia é uma estratégia que recorre a diferentes meios para</p><p>transmitir conteúdos que pertencem a um mesmo universo e que se</p><p>complementam entre si. Jenkins (2009 apud Dall’Agnese; Barrichello,</p><p>2018), autor que introduziu o conceito transmedia storytelling no início dos</p><p>anos 2000, explica que, na transmídia, cada plataforma de mídia utilizada</p><p>deve contribuir de maneira distinta para a compreensão da história. Dessa</p><p>forma, cada pedaço da narrativa transmídia (NT) precisa ser planejado</p><p>para que funcione como ponto de acesso à narrativa central, oferecendo</p><p>novas informações, sem repetições ou redundâncias. Além disso, ao mesmo</p><p>tempo em que as partes são complementares, deve ser possível acessá‑las</p><p>de forma independente.</p><p>Saiba mais</p><p>Para se aprofundar no tema, acesse a página a seguir e veja mais sobre</p><p>a cultura da convergência e as narrativas transmídias:</p><p>DIAS, M. Cultura da convergência e as narrativas transmídias. Blog</p><p>Mariana Dias, 2021. Disponível em: http://tinyurl.com/awdnpe76. Acesso</p><p>em: 17 fev. 2024.</p><p>Já o segundo produto é a revista Vênus, que trata do protagonismo de mulheres em diferentes áreas,</p><p>evidenciando a influência feminina na sociedade atual. Produzido pelas ex‑alunas Karyne Gomes Vieira</p><p>e Milena de Paula Assis, a revista reuniu entrevistas com personalidades da região, referências em suas</p><p>áreas de atuação. O produto também é parte do Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do</p><p>diploma de Jornalismo.</p><p>128</p><p>Unidade III</p><p>Figura 46 – Revista Vênus, planejada pelas ex‑alunas de Jornalismo Karyne Gomes Vieira e Milena</p><p>de Paula Assis. A publicação teve como temática a atuação feminina em diferentes segmentos</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/bdfy28ez. Acesso em: 22 fev. 2024.</p><p>Saiba mais</p><p>Leia a revista na íntegra no link a seguir:</p><p>VÊNUS, nov. 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/bdfy28ez. Acesso</p><p>em: 12 jan. 2024.</p><p>129</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>Livros‑reportagem</p><p>No caso de livros‑reportagens, a era digital trouxe cenários bastante semelhantes aos das revistas.</p><p>Entretanto, nessa área, o que mais chama a atenção é a redução do custo da publicação e da distribuição</p><p>das obras. Antes, os livros necessariamente tinham que ser impressos e distribuídos para livrarias em</p><p>todo o país, o que gerava um custo de impressão e envio exorbitante.</p><p>Atualmente, plataformas como Wattpad, Livrorama, Clube de Autores, Livro Digitais, Escrytos, Livrh,</p><p>Kobo, Skeeko, Aldiko Next, EbookDroid e até o Kindle Direct Publishing impulsionaram o mercado editorial,</p><p>facilitando o acesso de novos autores, que agora conseguem expor seus trabalhos e torná‑los acessíveis</p><p>aos leitores e editores. Não à toa, essas plataformas acabaram dando visibilidade para novos autores,</p><p>que ganharam uma chance na indústria literária tradicional, e também têm impulsionado o mercado.</p><p>Isso significa que projetos menores, autorais, que muitas vezes não têm patrocínio ou são financiados</p><p>pelas pequenas editoras, encontraram nas plataformas digitais de leitura uma grande oportunidade de</p><p>suas obras chegarem às mãos, ou melhor, aos olhos de seus leitores.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse o site oficial da Wattpad:</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/2vc7sdjb. Acesso em: 12 jan. 2024.</p><p>As redes sociais literárias acabaram, então, sendo uma alternativa não apenas para a produção</p><p>de livros, como também para a distribuição de obras que até então eram barradas ou que tinham</p><p>dificuldade de aprovação nas editoras tradicionais. É claro que esse cenário impulsionou autores dos</p><p>mais diversos segmentos, mas também se mostra como uma oportunidade para jornalistas que desejam</p><p>seguir o caminho da reportagem em livro.</p><p>Observação</p><p>O BibliON é um dos aplicativos para ler livros que entra na lista  de</p><p>disponibilidade 100% gratuita. Desenvolvido pelo governo do Estado de São</p><p>Paulo, trata‑se de uma plataforma multicultural que conta com mais de</p><p>15 mil obras de romance, terror, ficção, biografia e muitos outros gêneros. Seu</p><p>objetivo é fornecer uma biblioteca para empréstimos de conteúdos on‑line.</p><p>130</p><p>Unidade III</p><p>Resumo</p><p>A chegada da internet trouxe uma série de mudanças e transformações</p><p>sociais. No jornalismo, a era digital passou a ser marcada pelas novas</p><p>formas de comunicar e interagir com o público. Desde então, o jornalista</p><p>tem se visto diante de novos cenários e possibilidades que o desafiaram</p><p>a adaptar‑se a uma nova realidade: tudo passou a ser produzido muito</p><p>mais rápido ao mesmo tempo que a personalização do produto liderou e</p><p>monopolizou a audiência na internet.</p><p>Ainda que toda essa transformação tenha ocorrido ao longo de duas</p><p>ou quase três décadas, as mudanças na rotina dos jornalistas em redação</p><p>puderam ser sentidas no dia a dia, tanto em relação às novas exigências</p><p>quanto pela soma e pelo acúmulo de tarefas diárias. Isso significa que ao</p><p>mesmo tempo que a tecnologia otimizou algumas tarefas jornalísticas,</p><p>como pesquisa e entrevistas a distância, fez com que profissionais</p><p>tivessem  de abraçar uma quantidade maior de atividades, exigindo um</p><p>perfil multiplataforma de quem se manteve no mercado – uma tendência,</p><p>aliás, de toda a sociedade moderna em diferentes segmentos profissionais.</p><p>É justamente nesse cenário que o livro‑reportagem e a revista aparecem</p><p>como segmentos promissores na área nesse início do século XXI. Além das</p><p>linguagens e narrativas atrativas, esses produtos exploram caraterísticas</p><p>comuns para os veículos de comunicação do século passado e eram</p><p>atribuídas à grande reportagem, como textos em profundidade, elementos</p><p>de observação, informação apurada e entrevista humanizada.</p><p>Isso porque esses dois segmentos estão livres das amarras de tempo,</p><p>espaço e investimento que marcam a era digital e exigiram dos jornalistas</p><p>uma produção de um conteúdo cada vez mais veloz e superficial, como</p><p>resultado da instantaneidade da informação que circula pela internet.</p><p>Apesar dessas mudanças que transformaram a atuação do profissional</p><p>de imprensa na era digital, é a inteiração, no entanto, que mais chama a</p><p>atenção nas últimas décadas. Isso porque essa característica não mudou</p><p>apenas o formato do conteúdo apresentado ao leitor, mas a forma de como</p><p>os produtos chegam se relacionar</p><p>com o emissor e com o receptor. Trata‑se</p><p>de comunicar da maneira correta com o público certo.</p><p>Nesse sentido, além das redes sociais, as revistas digitais e os e‑books</p><p>podem explorar outros recursos que tornam as publicações ainda mais</p><p>interativas. É uma tendência cada vez mais real e que exige dos profissionais</p><p>131</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>de jornalismo um novo olhar e uma nova postura diante da notícia, que</p><p>agora pode ser explorada e desenvolvida de diferentes formas estratégicas</p><p>para atingir o público, apresentando‑as em diferentes formatos, sem</p><p>limitações de tempo e espaço e com recursos muito mais acessíveis.</p><p>Projetos autorais ganharam impulso e visibilidade em plataformas</p><p>digitais e independentes, fazendo com que o jornalista explorasse novos</p><p>espaços e possibilidades de atuação em diversas funções e segmentos nas</p><p>últimas décadas, como na produção de reportagens para livros ou mesmo</p><p>no desenvolvimento de revistas eletrônicas direcionadas a diferentes</p><p>públicos e publicadas em portais ou divulgadas nas redes.</p><p>Portanto, mais do que estar atento às tendências, o jornalista deve estar</p><p>preparado para as novas exigências do mercado. É preciso ter percepção e</p><p>conhecimento necessário para aproveitar as novas oportunidades que têm</p><p>se apresentado ao segmento. Para isso, estudo, treinamento e qualificação</p><p>podem ser bons caminhos a serem perseguidos.</p><p>132</p><p>Unidade III</p><p>Exercícios</p><p>Questão 1. Leia o texto a seguir, publicado em 6 de junho de 2021:</p><p>Figura 47 – Os 7 tipos de informação</p><p>A internet é o lugar onde nos mantemos conectados. Jornais, revistas, documentários, vídeos,</p><p>podcasts, tudo dentro de um mesmo mundo online. Também nos conectamos por redes sociais,</p><p>Instagram, Facebook, WhatsApp e Twitter, em que nos informamos e ainda compartilhamos conteúdos</p><p>que parecem ser relevantes.</p><p>Figura 48</p><p>Mas esses conteúdos nem sempre são verdadeiros, sobretudo nas redes sociais, em que há grande</p><p>incidência de compartilhamento de informações falsas. Essas são as famosas fake news. Mas fake news</p><p>não é o termo correto para caracterizar algo falso. A fake news é o oposto de informação, já que não</p><p>133</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>segue nenhum passo a passo para saber se aquela informação é verdadeira; o certo seria chamá‑la de</p><p>informação incorreta ou desinformação.</p><p>Figura 49</p><p>De acordo com o manual Jornalismo, fake news & desinformação da Unesco, há três tipos</p><p>de desinformação.</p><p>•	 Desinformação: conteúdo mentiroso criado intencionalmente por pessoas maliciosas para</p><p>enganar e manipular.</p><p>•	 Informação incorreta: conteúdo falso compartilhado por pessoas que acreditavam na veracidade</p><p>da informação.</p><p>•	 Má‑informação: conteúdo baseado na realidade, mas usado para causar danos a uma pessoa,</p><p>um país ou uma organização.</p><p>Os conteúdos e notícias falsas são informações fabricadas para imitar o conteúdo da imprensa/mídia,</p><p>mas diferentemente de notícias sérias, as desinformações não seguem um padrão de organização já</p><p>que têm intenção de manipular e não informar. Assim, não há nenhuma garantia sobre a precisão e a</p><p>credibilidade das informações.</p><p>Esses conteúdos costumam ser cuidadosamente elaborados, a fim de que tenham impacto e</p><p>convençam o público‑alvo. Por isso, pode ser difícil identificá‑las – e é justamente essa dificuldade</p><p>que leva à sua divulgação massiva. Para evitar isso, vale se atentar aos tipos de desinformação que são</p><p>espalhados online.</p><p>134</p><p>Unidade III</p><p>1. Sátira ou paródia: não tem qualquer intenção de prejudicar, mas tem potencial para enganar.</p><p>Figura 50</p><p>Figura 51</p><p>135</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>2. Conteúdo enganador: uso enganoso de informações para enquadrar uma questão ou um</p><p>indivíduo.</p><p>Figura 52</p><p>3. Conteúdo impostor: quando fontes genuínas são imitadas.</p><p>4. Conteúdo fabricado: conteúdo novo, 100% falso, criado para ludibriar e prejudicar.</p><p>Figura 53</p><p>A deep fake é uma falsificação profunda, criada por inteligência artificial e com efeitos especiais</p><p>parecidos com os do cinema. Um farsante interpreta uma cena e, por computação, encaixa o rosto de</p><p>uma personalidade, como, no exemplo, a rainha Elizabeth.</p><p>136</p><p>Unidade III</p><p>Outro exemplo de conteúdo fabricado na imprensa escrita está mostrado a seguir:</p><p>Figura 54</p><p>Reprodução: Agência Lupa.</p><p>5. Conexão falsa: quando manchetes, ilustrações ou legendas não confirmam o conteúdo.</p><p>Figura 55</p><p>Reprodução: Plin Digital.</p><p>137</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>6. Contexto falso: quando um conteúdo genuíno é compartilhado com informação falsa.</p><p>Figura 56</p><p>Reprodução: G1.</p><p>7. Contexto manipulado: quando uma informação (ou imagem) genuína é manipulada para enganar.</p><p>Figura 57</p><p>Reprodução: Agência Lupa.</p><p>Disponível em: https://tinyurl.com/3znhf754. Acesso em: 27 dez. 2023.</p><p>138</p><p>Unidade III</p><p>Com base na leitura, avalie as afirmativas.</p><p>I – Como na sátira (ou paródia), não há a intenção de prejudicar, as pessoas que recebem esse tipo</p><p>de mensagem nunca são enganadas.</p><p>II – Um conteúdo falso compartilhado por pessoas que acreditavam na veracidade da informação é</p><p>classificado como desinformação intencional.</p><p>III – O conteúdo fabricado é um conteúdo inédito, totalmente falso, criado para ludibriar e prejudicar.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>A) I, apenas.</p><p>B) II, apenas.</p><p>C) III, apenas.</p><p>D) I e III, apenas.</p><p>E) I, II e III.</p><p>Resposta correta: alternativa C.</p><p>Análise das afirmativas</p><p>I – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: segundo o texto, a sátira (ou paródia) “não tem qualquer intenção de prejudicar, mas</p><p>tem potencial para enganar”.</p><p>II – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: segundo o texto, um conteúdo falso compartilhado por pessoas que acreditavam na</p><p>veracidade da informação é classificado como informação incorreta.</p><p>III – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: segundo o texto, o conteúdo fabricado é um “conteúdo novo, 100% falso, criado para</p><p>ludibriar e prejudicar”. Ainda de acordo com o texto, um exemplo desse tipo de desinformação está</p><p>nas deep fakes.</p><p>139</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>Questão 2. Leia o texto a seguir, publicado em 6 de dezembro de 2021:</p><p>Transformação e desafios: qual o futuro das revistas?</p><p>Executivos da Editora Abril e revistas Pais&Filhos e Caras relatam sua visão e suas atitudes diante às</p><p>quedas de circulação, aceleração digital e novos formatos</p><p>Carolina Huertas</p><p>Figura 58</p><p>Crédito: Denise Tadei/Meio & Mensagem.</p><p>Mesmo com a adaptação dos títulos e das publicações para o ambiente digital, o questionamento</p><p>de um possível “fim” de alguns formatos, como as revistas, ainda é levantado por algumas pessoas. As</p><p>opiniões encontram base em estatísticas como os dados do Índice Verificador de Comunicação (IVC),</p><p>que identificaram uma queda de circulação tanto nas edições impressas (38,9%) quanto nas digitais</p><p>(de 24,7%) em 2020.</p><p>Esses números menores podem ser explicados pelo novo comportamento do leitor e pela maior</p><p>oferta de informações, na opinião de Fernando Moraes, doutor em Ciências da Comunicação e professor</p><p>de jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Acredito que esse recuo, tanto no impresso</p><p>quanto no digital, é reflexo do ambiente atual em que a informação circula de forma rápida e superficial.</p><p>As pessoas estão perdendo o hábito de aprofundar a leitura. O desafio atual é resgatar o saudável hábito</p><p>da leitura, com publicações interessantes e segmentadas”, comenta.</p><p>Apesar desse cenário, os executivos do segmento de revistas, quando questionados sobre o futuro</p><p>das publicações, mostram‑se esperançosos em relação à diversificação de vertentes do negócio. Mas</p><p>então, como o modelo está se reinventando?</p><p>140</p><p>Unidade III</p><p>“Especialização e tradição geram confiança, e a confiança na informação que se consome é o grande</p><p>produto de luxo do mundo da comunicação digital. Postar é fácil, qualquer um faz. Mas divulgar um</p><p>fato, e ter esse fato recebido com credibilidade, é um ativo para poucos. É algo que precisa de nutrição</p><p>e investimento constante, mas é um ativo extremamente valioso.</p><p>A boa e velha credibilidade jornalística é</p><p>o ativo mais valioso no mundo da comunicação digital. O resto é ferramenta e suor”, acredita Fabio</p><p>Carvalho, CEO do Grupo Abril.</p><p>O executivo conta que o cenário atual não é mais de adaptação, e sim de transformação completa</p><p>para um modelo no qual o meio primário de divulgação de todo o conteúdo produzido pela Abril passou</p><p>a ser o digital. Neste contexto, o impresso se torna um produto complementar, mas que, ainda assim,</p><p>tem seu espaço e valores únicos e especiais.</p><p>“Cada vez mais acreditamos em atender ao interesse do leitor em múltiplos formatos. Já podemos</p><p>dizer que o digital se tornou preponderante no esforço operacional e jornalístico do dia a dia. De toda</p><p>forma, é importante sublinhar que a revista impressa, ao contrário do esperado, manteve uma grande</p><p>parcela de importância e se firma cada vez mais no nicho que passou a ocupar. Cada vez mais acreditamos</p><p>em atender ao interesse do leitor em múltiplos formatos”, discorre Carvalho.</p><p>Adriana Cury, diretora geral da Pais&Filhos, também diz que a revista está em constante movimentação</p><p>e que mesmo com a presença no digital, o material físico não perderá o seu valor. Ela comenta que o</p><p>impresso continua tendo importância para a marca, principalmente no segmento em que atuam, pelo</p><p>fato de as mães, público‑alvo do título, gostarem de compartilhar as edições.</p><p>“Esse questionamento sobre o futuro das revistas no Brasil já é antigo. Acho que vai continuar como</p><p>é hoje e não acredito que irão acabar. A revista vai se transformar. Pode ser até que, no futuro, ela</p><p>não esteja no papel, mas não significa que não vai existir. O conteúdo de credibilidade do meio é algo</p><p>importante, e uma grande prova disso é que, muitas vezes, quando uma assessoria busca uma matéria</p><p>que publicamos no site, por exemplo, ela nos pergunta em qual edição impressa a matéria sairá. As</p><p>pessoas ainda têm esse prazer de ver concretizado em algo palpável”, pontua.</p><p>Carvalho explica que o desafio enfrentado pelas revistas impressas é de escala. O CEO do grupo Abril</p><p>afirma que, para editoras de menor porte, as contas são difíceis de fechar. E fatores como a disparada do</p><p>dólar e o aumento de preços de energia e do combustível só pioraram a situação. Porém, de acordo com</p><p>ele, se existir escala e importância, ainda há um bom negócio, já que a revista impressa é um produto</p><p>premium, que permite ao leitor usufruir do conteúdo sem obrigação de olhar para uma tela. Para ele,</p><p>proporcionar uma atividade interessante e prazerosa fora da tela, nos dias atuais, é uma vantagem</p><p>importante. Além disso, o executivo cita estudos que indicaram que a leitura nos meios impressos</p><p>permite maior absorção da informação.</p><p>“Basta perguntar para qualquer um que passou os últimos dois anos pulando de Zoom para Google</p><p>Meet e para Teams, dedicando oito, dez, 12 horas por dia olhando telas, a respeito do prazer e do alívio</p><p>de poder ler um impresso de qualidade. Sem falar na ausência de notificações e outras interrupções e</p><p>na qualidade do material fotográfico em papel — em comparação com uma pequena tela de celular.</p><p>Para os anunciantes, há também uma experiência diferente, uma página dupla em uma revista tem um</p><p>141</p><p>LIVRO-REPORTAGEM E JORNALISMO DE REVISTA</p><p>impacto visual e um poder de capturar a atenção do leitor incomparavelmente maior do que um banner</p><p>à margem de uma tela”, opina Carvalho.</p><p>O executivo complementa que, mesmo as revistas que escolhem migrar 100% para o digital</p><p>encontram na especialização e na tradição uma grande fortaleza para a competição nesse ambiente. Por</p><p>natureza, afirma, são veículos de comunicação especializados em determinadas verticais de informação</p><p>e de conhecimento, e essa segmentação ajuda a encontrar seu espaço no digital, onde é essencial se</p><p>destacar para sobreviver.</p><p>Figura 59 – Segundo o IVC, publicações tiveram, em média, queda na</p><p>circulação impressa (38,9%) e também na digital (de 24,7%) em 2020</p><p>Crédito: Denise Tadei/Meio & Mensagem.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/bdhewuaw. Acesso em: 27 dez. 2023.</p><p>Com base na leitura, avalie as afirmativas:</p><p>I – A adaptação dos títulos e das publicações para o ambiente digital garante, inequivocamente, que</p><p>alguns formatos, como as revistas, não fiquem sujeitos à extinção.</p><p>II – Receber uma informação com a confiança de que ela é verdadeira é um diferencial no universo</p><p>da comunicação digital.</p><p>III – A especialização e a tradição são elementos fundamentais mesmo para revistas que se apresentam</p><p>integralmente no formato digital.</p><p>142</p><p>Unidade III</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>A) I e II, apenas.</p><p>B) II e III, apenas.</p><p>C) I e III, apenas.</p><p>D) III, apenas.</p><p>E) I, II e III.</p><p>Resposta correta: alternativa B.</p><p>Análise das alternativas</p><p>I – Afirmativa incorreta.</p><p>Justificativa: segundo o texto, “mesmo com a adaptação dos títulos e das publicações para o</p><p>ambiente digital, o questionamento de um possível ‘fim’ de alguns formatos, como as revistas, ainda é</p><p>levantado por algumas pessoas”. Além disso, para Fabio Carvalho, CEO do Grupo Abril, “o cenário atual</p><p>não é mais de adaptação, e sim de transformação completa para um modelo no qual o meio primário</p><p>de divulgação de todo o conteúdo produzido pela Abril passou a ser o digital”.</p><p>II – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: de acordo com Fabio Carvalho, CEO do Grupo Abril, “especialização e tradição geram</p><p>confiança, e a confiança na informação que se consome é o grande produto de luxo do mundo da</p><p>comunicação digital”. Para ele, “postar é fácil, qualquer um faz, mas divulgar um fato, e ter esse fato</p><p>recebido com credibilidade, é um ativo para poucos”.</p><p>III – Afirmativa correta.</p><p>Justificativa: de acordo com Fabio Carvalho, CEO do Grupo Abril, “mesmo as revistas que escolhem</p><p>migrar 100% para o digital encontram na especialização e na tradição uma grande fortaleza para</p><p>a competição nesse ambiente”. Segundo ele, por natureza, trata‑se de “veículos de comunicação</p><p>especializados em determinadas verticais de informação e de conhecimento, e essa segmentação ajuda</p><p>a encontrar seu espaço no digital, onde é essencial se destacar para sobreviver”.</p><p>143</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>Audiovisuais</p><p>O ANO de 1968, o Ato Institucional nº 5, os Festivais da Canção e O Pasquim. Rádio Senado, 4 set. 2001.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/yckdyh2c. Acesso em: 9 jan. 2024.</p><p>BELEZA de corpo e alma, com Paula Pimenta e Vanessa Rozan. 2023. 1 vídeo (38 min). Publicado pelo</p><p>canal CLAUDIA Online. Disponível em: http://tinyurl.com/u4huzchx. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>FAMÍLIA real portuguesa desembarcou no Brasil em 22 de janeiro de 1808. 2022. 1 vídeo (4 min). Publicado</p><p>pelo canal Band Jornalismo. Disponível em: http://tinyurl.com/ym6nm7yj. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>A GUERRA não tem rosto de mulher (Svetlana Aleksiévitch) | Você Escolheu #65 | Tatiana Feltrin. 2021.</p><p>1 vídeo (9 min). Publicado pelo canal tatianagfeltrin. Disponível em: http://tinyurl.com/8k5erzy6. Acesso</p><p>em: 4 jan. 2024.</p><p>IMPRENSA no Período Regencial. 2015. 1 vídeo (9 min). Publicado pelo canal Academia de História.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/3xzsn735. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>JORNALISMO Literário: Edvaldo Pereira Lima comenta Gay Talese. 2015. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo</p><p>canal Edvaldo Pereira Lima. Disponível em: http://tinyurl.com/26muyzv3. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>DE OLHO no passado: historiadora fala sobre revistas femininas do século 19. 2013. 1 vídeo (2 min).</p><p>Publicado pelo canal TV Brasil. Disponível em: http://tinyurl.com/mrts6wz4. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>OS SERTÕES é marco do jornalismo, defende pesquisador Edvaldo Lima. 2021. 1 vídeo (3 min). Publicado</p><p>pelo canal Agência Brasil. Disponível em: http://tinyurl.com/46nr32n3. Acesso em: 4 jan. 2024.</p><p>Textuais</p><p>OS 7 TIPOS de desinformação. Foca nas Mídias, 6 jun. 2021. Disponível em: http://tinyurl.com/39r77t4w.</p><p>Acesso em: 9 fev. 2024.</p><p>ALEKSIÉVITCH, S. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Cia das Letras, 2016a.</p><p>ALEKSIÉVITCH, S. Vozes de Tchernóbil. São Paulo: Cia das Letras, 2016b.</p><p>ALI, F. A arte de editar</p><p>revistas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2015.</p><p>ALMEIDA, J. As gentis patrícias: identidades e imagens femininas na primeira metade do século XX</p><p>(1920/1940). Demanda Contínua, Vale do Itajaí, n. 48, jun. 2013. Disponível em: http://tinyurl.com/dhj4ekss.</p><p>Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>144</p><p>ALVES, M. A. S.; MACIEL, E. R. H. O fenômeno das fake news: definição, combate e contexto. Internet &</p><p>Sociedade, v. 1, n. 1, p. 144‑171, fev. 2020. Disponível em: http://tinyurl.com/3k385x8w. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>ANDRADE, E. C.; MATOS, T. A. A guerra não tem rosto de mulher: o silenciamento do testemunho feminino.</p><p>In: GRAZIOLI, F. T. (org.). A expressividade e a subjetividade da literatura. São Paulo: Atena, 2019.</p><p>ANDRADE, E. C.; MATOS, T. A. O silenciamento do testemunho feminino em A guerra não tem rosto de</p><p>mulher de Svetlana Aleksiévitch. São Paulo: Atena, 2019.</p><p>ANDRADE, G. Fechamento de grandes livrarias mostra mudanças no setor. A Tarde, 11 jul. 2021.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/mrybzcvh. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS (ANJ). Maioria dos jornais e revistas do Brasil opera no digital.</p><p>AJN, 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/35224sc9. Acesso em: 14 fev. 2024.</p><p>BARBOSA, G.; RABAÇA, C. A. Dicionário de Comunicação. São Paulo: Campus, 2002.</p><p>BERNSTEIN, C.; WOODWARD, B. Todos os homens do presidente. São Paulo: Três Estrelas, 2014.</p><p>BILAC, O.; NETTO, C. A pátria brasileira: educação moral e cívica (para os alunos das Escolas Primárias).</p><p>Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1903.</p><p>BRANDÃO, F. M. Quadrinhos do personagem Rango de Edgar Vasques na revista O Pasquim: uma</p><p>representação socioeconômica populacional do Brasil em 1974. 2022. Monografia (TCC em História) –</p><p>Universidade de Brasília, Brasília, 2022. Disponível em: http://tinyurl.com/4t3h78bk. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>BRITO, J.; PEDREIRA, R. A força dos jornais. Associação Nacional de Jornais, 2009. Disponível em:</p><p>http://tinyurl.com/7b6bv98r. Acesso em: 12 fev. 2024.</p><p>BRUM, E. A menina quebrada. Porto Alegre: Arquipélago, 2013. Disponível em: http://tinyurl.com/6pcjnrj8.</p><p>Acesso em: 19 fev. 2024.</p><p>BRUM, E. O olho da rua. Porto Alegre: Arquipélago, 2017.</p><p>BUCCI, E. Existe democracia sem verdade facutal? São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, 2019.</p><p>Disponível em: http://tinyurl.com/2ubvph87. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>BUITONI, D. H. S. Mulher de papel: a representação da mulher na imprensa feminina brasileira. São</p><p>Paulo: Summus, 2009.</p><p>BUITONI, D. H. S. Revistas femininas: ainda somos as mesmas, como nossas mães. Communicare – Dossiê</p><p>Feminismo, v. 14, n. 1, p. 36‑44, 1º sem. 2014. Disponível em: http://tinyurl.com/3yxx38b8. Acesso</p><p>em: 7 fev. 2024.</p><p>145</p><p>CAPOTE, T. A sangue frio. São Paulo: Cia das Letras, 2003.</p><p>CARIELLO, R. O editor da revista Piauí, Rafael Cariello, indica cinco livros para entender o que é jornalismo</p><p>narrativo. Nexo, 11 jul. 2020. Disponível em: http://tinyurl.com/yzvf5ubt. Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>CARNEIRO, M. L. T. Imigrantes indesejáveis: a ideologia do etiquetamento durante a Era Vargas. Revista</p><p>USP, São Paulo, n. 119, p. 115‑130, out./nov./dez. 2018. Disponível em: http://tinyurl.com/46v73sfs.</p><p>Acesso em: 6 fev. 2024.</p><p>CASTRO, J. F. B. 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