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02 - JORNALISMO DIGITAL

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DESCRIÇÃO
Diferenças entre os conceitos de pirâmide invertida e de pirâmide deitada, Jornalismo long-
form e short-form . Apresentação dos gêneros jornalísticos na web, de novos modelos de
negócio no Jornalismo digital, diferenciando agências de notícia da mídia independente e da
mídia tradicional, além do surgimento do fact-checking .
PROPÓSITO
Reconhecer as especificidades do Jornalismo digital a fim de compará-lo com o Jornalismo
impresso, o Radiojornalismo e o Telejornalismo, bem como observar o surgimento de um novo
paradigma no campo profissional, que transforma as práticas jornalísticas e cria oportunidades
de negócio e de produtos.
PREPARAÇÃO
Escolha uma notícia publicada em um jornal impresso e veja como ela foi apresentada no site
do veículo jornalístico. Observe quais são as características de ambos os textos, as
potencialidades de linguagem que o jornalista pôde explorar em cada um e note qual é o
caminho de leitura que você faz lendo o texto impresso e navegando pelo site na leitura da
mesma notícia.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer o modelo da pirâmide deitada e os diferentes estilos de texto para a web
MÓDULO 2
Identificar os novos gêneros, os modelos de negócio e as oportunidades no Jornalismo digital
INTRODUÇÃO
Quantas vezes você já ouviu que a notícia, na internet, é superficial e que nenhum leitor vai
além do primeiro parágrafo? Já te aconselharam a ler jornais impressos para ficar “realmente”
bem informado e atualizado? Está na hora de romper com esses preconceitos!
No universo digital, há espaço tanto para a instantaneidade quanto para a profundidade. E
sabe qual é a boa notícia? Os textos mais longos geram mais engajamento na web.
MÓDULO 1
 Reconhecer o modelo da pirâmide deitada e os diferentes estilos de texto para a web
PIRÂMIDE DEITADA
Qualquer jornalista, e em geral a maior parte dos aspirantes a jornalista, conhece o lide (lead )
e a técnica da pirâmide invertida. Essas estratégias surgiram no século XIX, nos Estados
Unidos, quando o Jornalismo deixou de ser uma atividade exercida por intelectuais e políticos e
passou a ser reconhecido como uma profissão. Somente no século XIX passa a existir a figura
do repórter, e o Jornalismo incorpora as técnicas da objetividade.
Sai o “nariz de cera” e entra a pirâmide invertida:
NARIZ DE CERA
Jargão (pejorativo) para falta de objetividade no texto jornalístico.
 Esquematização da pirâmide invertida.
A técnica da pirâmide invertida consiste em redigir uma notícia começando pelos dados mais
importantes, sucedidos de informações complementares organizadas nos parágrafos
seguintes, em ordem decrescente de interesse, segundo o julgamento do jornalista.
No primeiro parágrafo, conhecido como lide, deve-se responder às perguntas:
O QUÊ?
QUEM?
javascript:void(0)
ONDE?
COMO?
QUANDO?
POR QUÊ?
CURIOSIDADE
Esse modelo de redação, adotado no século XIX, subverteu o estilo de escrita até então
predominante, que privilegiava o relato dos acontecimentos em ordem cronológica.
Duzentos anos depois, cabe a pergunta:
SERÁ QUE AINDA FAZ SENTIDO UTILIZARMOS
O LIDE NO JORNALISMO DIGITAL?
VERIFICAR
Pensemos em um texto impresso em um jornal: ele precisa ser editado para caber no espaço
que o editor destinou a ele em determinada página, nem um centímetro a mais ou a menos. As
chances são grandes de o repórter entregar um texto muito extenso e de ele precisar ser
cortado pelo pé, ou seja, nos últimos parágrafos. Se as informações relevantes tivessem sido
deixadas para o final, correria o risco de não chegarem aos leitores.
O mesmo acontece no noticiário de rádio e de televisão. As notícias são organizadas em
blocos, intercalados por anúncios. Os editores precisam respeitar a duração dos programas e,
portanto, as notícias tendem a ser breves e a priorizar os fatos mais importantes logo no início.
Afinal, há sempre a possibilidade de o ouvinte ou telespectador mudarem de estação.
No Jornalismo digital, não há a limitação de espaço ou de tempo. Um texto pode ser cortado
pelo editor por outras razões, mas não pelo espaço disponível porque, na internet, ele é infinito.
Pensemos agora no audiovisual e no áudio fora dos limites da televisão e do rádio. O tempo de
duração de um vídeo noticioso ou de um podcast pode ser ilimitado. Há podcasts de sucesso,
como o Caso Evandro , do Projeto Humanos, com mais de uma hora e meia de duração.
Também há séries documentais premiadas em vídeos, como Um mundo de muros , do jornal
Folha de S. Paulo, contrariando a ideia do senso comum que somente vídeos de um minuto
fazem sucesso na internet. Sem contar nos especiais multimídia, com textos longos, como os
produzidos pelo UOL Tab.
javascript:void(0)
Note que, nesses produtos, não há o lide convencional. Os jornalistas buscam uma narrativa
que mais se aproxima dos roteiros de filmes, distribuindo as informações principais ao longo do
texto, vídeo ou áudio e criando picos narrativos capazes de prender a atenção do usuário por
mais tempo.
Foi pensando nas novas características do Webjornalismo que o teórico português João
Canavilhas cunhou o conceito de pirâmide deitada. Para ele, não faz sentido cercear as
inúmeras possibilidades dos textos jornalísticos na internet se não há mais o limite espacial e
se o leitor tem liberdade de escolher seu próprio caminho de leitura, com os hiperlinks .
Para observar os diversos percursos de leitura de notícias na web, Canavilhas organizou uma
experiência com 39 leitores, estudantes da Universidade da Beira Interior, em Portugal. Na
terceira interação deles com o texto utilizado no teste, já havia 22 caminhos diferentes
proporcionados pelos hiperlinks embutidos na notícia em questão. Canavilhas concluiu que a
hierarquização do texto pelos jornalistas não coincide, necessariamente, com os interesses do
leitor.
 EXEMPLO
No Webjornalismo, o leitor pode escolher se aprofundar sobre cada um dos aspectos do lide,
por exemplo, acessando determinados links inseridos ao longo do texto jornalístico.
Na pirâmide deitada, que substituiria a invertida, ele propõe quatro níveis de leitura:
PRIMEIRO NÍVEL
A unidade base, que responderia às perguntas O quê? Quando? Quem? e Onde?. Um
acontecimento de última hora, por exemplo, continuará sendo apresentado de forma sucinta e
poderá evoluir ou não para níveis mais aprofundados, dependendo do desenrolar dos
acontecimentos.
SEGUNDO NÍVEL
O nível de explicação: nele, o jornalista responderia ao Por quê? e ao Como?, completando as
informações essenciais sobre o acontecimento.
TERCEIRO NÍVEL
O nível de contextualização: a ideia é oferecer mais informação, seja em texto, vídeo, áudio ou
infografia.
QUARTO NÍVEL
O nível de exploração: aqui, o jornalista pode “linkar” a notícia que está escrevendo a notícias
anteriores sobre o mesmo assunto, tanto publicadas pelo veículo para o qual trabalha como
para outros.
 COMENTÁRIO
Note que Canavilhas não está abandonando as perguntas do lide: elas continuam sendo
importantes ferramentas para nortear o jornalista. O que ele propõe é sua utilização em blocos
de texto mais distribuídos e sem a rígida hierarquização da pirâmide invertida.
SETE CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO
DIGITAL
Todas essas reflexões acerca do texto jornalístico para a internet só são possíveis graças às
características específicas do Jornalismo digital, também chamado de Jornalismo online,
Webjornalismo, Ciberjornalismo e Jornalismo em rede. Há diferenças sutis entre os conceitos,
mas, por enquanto, vamos tratá-los como sinônimos.
Bardoel e Deuze (2001) enumeraram quatro características do Jornalismo online:
A multimidialidade se refere à convergência de diversos formatos das mídias tradicionais, com
a possibilidade de utilização de som, imagem e texto na narração do fato jornalístico.
A interatividade pode acontecer de diversas maneiras: por meio da troca de e-mails entre
leitores e jornalistas, da exposição da opinião dos leitores em espaços para comentários; de
ferramentas que permitamenquetes; de fóruns de discussão. Para alguns autores, não se pode
falar em interatividade no singular, mas em uma série de processos interativos.
LEIA MAIS
Diante de um computador conectado à internet, ao acessar um site jornalístico, o usuário
estabelece relações: com a máquina; com a própria publicação, por meio do hipertexto; e com
outras pessoas – seja o autor ou outros leitores.
Na interação do leitor com a publicação, as implicações maiores estariam no processo de
recepção das notícias, tendo em vista que, navegando pelo webjornal e elegendo o próprio
percurso de leitura, os usuários teriam acesso às informações de um jeito muito diferenciado
entre si (MIELNICZUK, 2001).
Mielniczuk lembra que já havia possibilidade de um percurso personalizado na leitura de um
jornal impresso ou quando se assiste à televisão convencional, pois cada pessoa poderia virar
páginas ou trocar de canal de acordo com sua vontade. Mas, nos dois casos, há uma unidade
proposta no noticiário.
"No webjornal, esta dita unidade proposta é tão complexa – sobretudo pela constante
atualização, pelo grande volume de informações e pelo formato hipertextual – que o produto
deixa de ser percebido pelos leitores como sendo único" (MIELNICZUK, 2001).
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A hipertextualidade, já mencionada como um fator de interatividade, permite a interconexão
dos textos por meio de links , quebrando a linearidade da leitura tal como no texto impresso.
Essa característica do Jornalismo online também contribui para a personalização do conteúdo,
pois cada leitor escolherá seu caminho de leitura.
Já a customização permite que o usuário configure os produtos jornalísticos de acordo com
suas preferências, marcando as seções a respeito das quais deseja receber notícias e
excluindo as que não são do seu interesse.
Palácios (2003) acrescentou a memória e a instantaneidade às características do Jornalismo
online:
Sobre a memória, assim como a internet abre espaço ilimitado para a publicação de conteúdo,
igualmente possibilita o arquivamento ilimitado de informações, que podem ser recuperadas
tanto pelo usuário quanto pelo produtor de conteúdo em uma simples ferramenta de busca.
LEIA MAIS
Embora jornais e revistas sempre tenham mantido seus arquivos físicos, a quantidade de
documentos disponíveis estava condicionada aos espaços de prédios e salas onde
funcionavam.
No caso da instantaneidade, a internet permite uma atualização contínua, libertando os
jornalistas das grades de programação ou dos fechamentos a que estavam presos. Por mais
que edições extras e entradas ao vivo, do repórter, estivessem previstas nos meios analógicos,
na web ela ganha outra dimensão, pois a atualização pode ser ininterrupta.
 ATENÇÃO
Palácios (2003) sustenta que o Jornalismo online encontra sua especificidade não apenas na
potencialização de suas características, mas principalmente na combinação delas, gerando
novos efeitos.
Pavlik (2016) nota que há uma sétima característica do Jornalismo digital:
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A ubiquidade, isto é, a capacidade de estar (virtualmente) presente em todos os lugares. Os
dispositivos móveis expandiram exponencialmente essa característica do Webjornalismo.
Apesar da exclusão digital que ainda existe em escala global, potencialmente, todos podem ter
acesso a uma rede de comunicação, fornecendo e compartilhando conteúdos em tempo real,
como aconteceu na Primavera Árabe, exemplo de uma grande reportagem cidadã ubíqua.
PRIMAVERA ÁRABE
A Primavera Árabe foi uma onda de manifestações e protestos que ocorreram no Oriente Médio
e no Norte da África a partir de 18 de dezembro de 2010.
TACTILIDADE E INFOTENIMENTO NOS
DISPOSITIVOS MÓVEIS
Palácios e Cunha (2012) defendem uma nova característica do Jornalismo digital, específica
para os dispositivos móveis, tais como o smartphone e os tablets : a tactilidade. Antes ligada
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apenas a recursos de acessibilidade para deficientes visuais, ela teria se tornado elemento
essencial na comunicação em telas sensíveis ao toque.
QUANTAS VEZES VOCÊ ESTÁ NAVEGANDO NO
SEU SMARTPHONE E NÃO SE DEPARA COM
INSTRUÇÕES COMO “TOQUE PARA TROCAR DE
PÁGINA”, “TOQUE PARA MARCAR AS
RESPOSTAS CERTAS”, “DESLIZE PARA
ENCONTRAR AS RESPOSTAS”?
Você já está tão acostumado e nem nota que os produtores de conteúdo estão demandando,
nesses momentos, que você interaja com o produto via tato. Se você não fizer nada diante de
tais orientações, não vai conseguir prosseguir no consumo da notícia.
Não se trata mais apenas de ler, ouvir ou ver a notícia, mas experimentá-la na totalidade de
sensações que provoca. Barsotti e Aguiar (2012) observaram a emergência de um Jornalismo
sensorial na produção jornalística para dispositivos móveis, que aciona no usuário três dos
cinco sentidos: a audição, a visão e o tato. Na produção jornalística originária para telas
sensíveis ao toque, os jornalistas lançam mão de testes, newsgames , efeitos sonoros e
trilhas, que ajudam a compor a atmosfera de leitura. Os autores notaram que o uso de tais
recursos aproximam o Jornalismo para dispositivos móveis do infotenimento (informação +
entretenimento).
O neologismo surgiu nos anos 1980, nos EUA, para designar a mistura de notícia com diversão
em um mesmo pacote. Seria uma tendência a veicular, a qualquer preço, informações
atraentes (NEVEU, 2006). Dejavite (2008) observa que a fronteira entre Jornalismo e
entretenimento nunca foi nítida e a sobreposição é quase inevitável na
contemporaneidade.
HAVERÁ CONTRADIÇÃO NA PUBLICAÇÃO DE
NOTÍCIAS QUE POSSAM SIMULTANEAMENTE
INFORMAR E ENTRETER?
Ao lembrar que o Jornalismo tal como o conhecemos teve origem no século XIX, quando a
opinião deu lugar à informação, alguns autores sustentam que o entretenimento passou a ser
um dos valores para seduzir o público para a mercadoria “informação”.
SE O FATOR “ENTRETENIMENTO” É MEDIDO COMO
UM VALOR ESSENCIAL PARA A CONSTRUÇÃO DA
NOTÍCIA E PARA MANTER O INTERESSE DO PÚBLICO-
LEITOR PELA MERCADORIA “INFORMAÇÃO”, QUAIS
OS MOTIVOS QUE LEVAM CERTOS AUTORES A
DESQUALIFICAREM A INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA
QUE TEM, COMO MARCA, A CAPACIDADE DE
ENTRETER O PÚBLICO? SE O JORNALISMO QUE
ATUALMENTE CONHECEMOS, COM SUAS ORIGENS
NO SÉCULO XIX, APRESENTA COMO
CARACTERÍSTICA O PARADIGMA DO JORNAL DE
INFORMAÇÃO – SUPERANDO O ANTIGO PARADIGMA
DO JORNAL DE OPINIÃO –, QUAL O PROBLEMA
POLÍTICO EM PRODUZIR UM NOTICIÁRIO QUE
DESPERTE O INTERESSE DO LEITOR E AINDA POSSA
ENTRETÊ-LO?
(AGUIAR, 2008)
COMO ESCREVER PARA A WEB?
Se alguém disser para você que é preciso escrever textos curtos e diretos na internet,
questione. Acabamos de listar sete características do Webjornalismo: a multimidialidade, a
hipertextualidade, a customização de conteúdo, a memória, a instantaneidade, a interatividade
e a ubiquidade. Sem contar a tactilidade envolvida nos produtos jornalísticos projetados para
telas sensíveis ao toque e o infotenimento, que pode estar presente em quaisquer produtos
jornalísticos.
NÃO SERIA LIMITADOR ESCREVER TEXTOS
TELEGRÁFICOS DIANTE DE TANTAS
POSSIBILIDADES? SERÁ QUE OS LEITORES
VÃO CONSUMIR TEXTOS GIGANTESCOS, COMO
OS QUE ESTÃO PRESENTES NOS ESPECIAIS
MULTIMÍDIA QUE VÊM CONQUISTANDO
PRÊMIOS?
 Reportagens Especiais UOL
 SAIBA MAIS
Que tal fazer uma experiência? Acesse as reportagens A mão invisível da milícia , do UOL;
Amazônia sem lei , da Agência Pública; Fome ameaça indígenas em Minas antes do
coronavírus , do projeto #Colabora; e Simulação mostra quais crianças são adotadas (e quais
não são) no Brasil , do Estado de S. Paulo. Todas elas foram finalistas do Prêmio Vladimir
Herzog, em 2020, na categoria multimídia. Agora, transponha uma delas para um arquivo em
Word. Bem, A mão invisível da milícia , por exemplo, resultou em 25 páginas!
JORNALISMO LONG-FORM
Estamos falando de um gênero de Jornalismo que se notabilizou após o especial publicado
pelo jornal The New York Times, denominado Snow fall , em 2012. A reportagem, dividida em
seis capítulos, descreve de formainovadora uma avalanche no estado americano de
Washington que resultou na morte de três snowboarders . Os elementos interativos foram
cuidadosamente distribuídos e colocados para serem consumidos no exato momento em que o
leitor chega a determinado ponto da história. O jornal reconstituiu o acidente utilizando
elementos multimídia, tais como gráficos interativos, vídeos, biografias e textos. No total, o
especial somava em torno de 18 mil palavras.
Veja o vídeo para conhecer o especial Snow Fall e uma análise dessa grande reportagem
multimídia (GRM):
Abarcar textos longos não é uma novidade no Jornalismo. Basta lembrarmos das reportagens
especiais publicadas aos domingos em jornais impressos e grandes reportagens que se
transformaram em livros. Na web, no entanto, estávamos acostumados ao consumo de textos
rápidos e diretos até a popularização dos smartphones e tablets .
O lançamento, no Brasil, do Iphone, em 2008, e do Ipad, em 2010, impulsionou a corrida das
organizações jornalísticas para criarem aplicativos de notícias para esses dispositivos.
Pesquisas demonstram que os leitores tendem a permanecer mais tempo lendo reportagens
nos dispositivos móveis do que na web. Um estudo do Pew Research Center (Washington DC,
EUA), divulgado em 2016, revelou que os leitores gastam quase o dobro do tempo consumindo
notícias no formato long-form do que com notícias curtas, ou short-form , em seus celulares.
Enquanto os leitores ficam, em média, 123 segundos engajados com a leitura de reportagens
long-form , o tempo médio de leitura das notícias short-form é de 57 segundos. Pode parecer
pouco, afinal 123 segundos são pouco mais que dois minutos! Entretanto, a pesquisa lembra
que a maioria das emissoras locais de TV, nos EUA, veiculam notícias com menos de dois
minutos de duração. Além disso, o próprio estudo aponta problemas metodológicos que podem
ter subestimado o tempo de leitura do Jornalismo long-form . Foram analisadas 117 milhões de
interações com mais de 74.840 artigos em 30 websites (MITCHEL; STOCKING; MATSA, 2016).
Um dos autores do livro Os elementos do Jornalismo , Tom Rosenstiel, em uma análise sobre
o Jornalismo digital, sustentou, em uma palestra na série de conferências online TED, a
importância dos dispositivos móveis para o engajamento com o Jornalismo long-form . Ele
defendeu que o tablet reintroduziu esse tipo de leitura e afirmou que o consumo de notícias
long-form está de volta às nossas vidas realmente pela primeira vez na era digital.
Rosenstiel (2013) lembra que, nos primeiros quinze anos de internet, as pessoas não liam
notícias no formato long-form até porque o link para uma webpage demorava, segundo ele,
trinta segundos para ser carregado. O pesquisador também pontuou que, enquanto no
desktop há muitas distrações, a concentração é maior nos smartphones . Apresentando
alguns números, Rosenstiel aponta que 73% das pessoas que leem notícias no tablet , leem
long-form . Desses, 20% afirmam que leem long-form diariamente. No smartphone , 70%
dos leitores de notícias leem long-form .
Voltemos ao conceito de pirâmide deitada: os primeiros parágrafos dos especiais multimídia
já mencionados aqui, e que foram finalistas do Prêmio Vladimir Herzog 2020, enquadram-se
todos no gênero long-form :
A mão invisível da milícia , UOL
O dia 7 de abril de 2018 ainda não havia amanhecido quando dezenas de policiais civis
chegaram ao Sítio Três Irmãos , em Santa Cruz, zona Oeste do Rio. A ação tinha o objetivo de
prender o miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko — chefe da Liga da Justiça, maior milícia
do estado. A operação foi um desastre: o criminoso fugiu durante troca de tiros que deixou
quatro de seus seguranças mortos. Autoridades policiais insistiram na versão de que um show
de pagode, com venda de ingressos e ampla divulgação, era uma reunião de paramilitares.
Não demorou para que as histórias de inocentes presos injustamente proliferassem na
imprensa (MELLO; FERREIRA, 2019).
Fome ameaça indígenas em Minas antes do coronavírus , projeto #Colabora
Quando encontramos Laurinha Gomes, perto da hora do almoço, ela cozinhava um macarrão
em um fogo de lenhas, no chão, do lado de fora da casa de barro e pau a pique, com telhado
de palha. Era apenas aquele macarrão que ela comeria naquele dia. Não tinha mais alimentos
guardados para a próxima refeição. Laurinha mora com o filho adolescente e os dois vivem
com R$150,00 do benefício Bolsa Família. Em setembro e outubro do ano passado, passamos
por cerca de 50 casas na terra indígena Xakriabá, em São João das Missões, no norte de
Minas Gerais. As famílias que encontramos conviviam com a incerteza da comida na mesa
todos os dias (SUAREZ, 2020).
Estado não existe na terra indígena mais letal para os guardiões da floresta , série Amazônia
sem lei , Agência Pública
Cerca de quatro horas de solavancos e cinquenta quilômetros de estrada de chão ligam o
povoado de Campo Formoso à aldeia indígena Lagoa Comprida, no coração da terra indígena
(TI) Arariboia, região centro-oeste do Maranhão. No trajeto, não se passa da segunda marcha e
a única preocupação é o encaixe do carro por entre os buracos na estrada aberta por
madeireiros no início do boom da madeira na TI, na década de 1980. A história desta aldeia é
ponto central para compreender o quadro de violência que os cerca de 16 mil indígenas
Guajajara e Awá-Guajá estão submetidos há décadas, crimes ainda à sombra da impunidade
(BARROS, 2020).
A estratégia de redação dos textos utilizou a pirâmide invertida ou a pirâmide deitada? Os
primeiros parágrafos responderam às perguntas do lide?
A opção pelo uso da pirâmide deitada nesses textos, entretanto, não significa o abandono da
necessidade do jornalista de responder ao O quê? Onde? Quando? Como? Por quê?.
Voltemos à primeira reportagem, A mão invisível da milícia . Seu objetivo era mostrar o
descompasso existente entre a quantidade de operações policiais contra o tráfico e contra a
milícia no Rio de Janeiro. Somente 3% das ações são contra a milícia, indica o subtítulo do
especial multimídia.
Os quatro primeiros parágrafos, dessa reportagem, não respondem a nenhuma das perguntas
do lide. Eles narram, com riqueza de detalhes, uma das raras operações realizadas contra a
milícia, em um estilo que se aproxima do Jornalismo literário, com reconstituição da cena e
descrição do ambiente. Apenas no quinto parágrafo as perguntas clássicas começam a ser
respondidas:
"A análise de 2.959 tiroteios com a presença de agentes de segurança na cidade do Rio
[de Janeiro] entre 5 de julho de 2016 e 30 de setembro de 2019 revela um padrão. Na
prática, o Rio é uma cidade com duas polícias: uma que promove incessante e violento
confronto contra o tráfico de drogas e outra leniente com as milícias" (MELLO;
FERREIRA, 2019).
COMO? ONDE? QUANDO? O QUÊ?
Nos 11º e 12 º parágrafos, a reportagem começa a explicar as razões para tal disparate entre
as ações para coibir o tráfico e as operações para reprimir as milícias, com a fala de uma
promotora:
"'Eles [os milicianos] têm sim, proteção', diz, citando como exemplo o fato de Ronald estar
prestes a chegar à patente de tenente-coronel, na qual estaria apto a comandar batalhões de
área ou unidades especializadas da PM. 'Não temos operação [de combate às milícias] sem
a participação de agentes públicos'.
Ainda de acordo com a promotora, embora ainda não existam provas cabais de que batalhões
da PM estejam atuando a serviço das milícias, isso é uma hipótese plausível. 'Não
identificamos ainda a ação dolosa de um batalhão, o que há é uma inferência [nesse
sentido]. Mas a gente não descarta porque a omissão é clara', pontua" (MELLO;
FERREIRA, 2019).
TEXTOS CURTOS E OBJETIVOS: O
JORNALISMO SHORT-FORM
A primeira grande reportagem multimídia no Brasil, no estilo da Snow fall , do New York Times,
foi o especial sobre a hidrelétrica de Belo Monte, A batalha de Belo Monte , publicada pela
Folha de S. Paulo, em 2013. Foram 10 mesesde trabalho, que resultaram em cinco capítulos,
55 fotografias, 24 vídeos, 18 infográficos, aproximadamente 15 mil palavras e um game sobre
a hidrelétrica brasileira, a terceira maior do mundo. O trabalho envolveu uma equipe de 19
pessoas (LONGHI; WINQUES, 2015).
 Planta da hidrelétrica Belo Monte.
Tudo isso é para dizer que o Jornalismo long-form , presente nos especiais multimídia, não é
viável na rotina cotidiana das redações. Nem sob o ponto de vista econômico nem sob a
perspectiva da velocidade para transformar fatos em notícias e atender a um fluxo de produção
de 24 horas ininterrupto. Para noticiar os acontecimentos ao longo do dia, prevalece a
instantaneidade sobre as demais características do Jornalismo digital. Para ter agilidade e
contemplar um leitor cada vez mais ávido pelas últimas notícias, a recomendação é lançar mão
do bom e velho lide.
Vejamos nos exemplos abaixo:
 EXEMPLO
O país registrou 544 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 150.236
óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil, nos
últimos sete dias, foi de 604, uma variação de -13% em relação aos dados registrados em
catorze dias. A média se aproxima da marca de 600 e é o menor índice desde o dia 10 de maio
(G1, 10 outubro 2020).
 EXEMPLO
Começa hoje (5) a Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite para crianças de até
5 anos. A mobilização vai até o dia 30 de outubro em postos de saúde de todo o país. Os
órgãos de Saúde alertam que a população deve procurar o serviço mesmo com a pandemia de
covid-19, pois a vacina é de extrema importância para manter as crianças imunes à doença. No
sábado (17), a vacinação será reforçada com o dia de mobilização nacional (Agência Brasil, 5
outubro 2020).
Apesar de o Jornalismo long-form gerar mais engajamento e ser mais prazeroso para o
jornalista, do ponto de vista estilístico, o número de reportagens com menos de mil palavras é o
que prevalece. O mesmo estudo do Pew Internet Research, já citado, revelou que 76% das
74.840 notícias e reportagens analisadas na pesquisa, realizada em 2016, enquadravam-se no
estilo short-form . Ou seja, apesar das qualidades e vantagens trazidas pelo Jornalismo long-
form , quantitativamente, são os textos curtos que prevalecem.
NAS REDAÇÕES, O IMPORTANTE É NÃO
PENSAR DE FORMA EXCLUDENTE: TEXTOS
LONG-FORM E SHORT-FORM DEVEM SER
CONCILIADOS NA ROTINA DE PRODUÇÃO.
SEARCH ENGINE OPTIMIZATION (SEO)
Independentemente do tamanho, é preciso que os jornalistas dominem as técnicas de Search
Engine Optimization (SEO). São estratégias que ajudam as matérias e reportagens a
alcançarem uma boa performance nos resultados de busca do Google. Para os jornalistas
que trabalham nos meios digitais, essas técnicas tornam-se cada vez mais fundamentais, já
que o cenário de leitura está mais fragmentado.
Dados da pesquisa Digital News Report 2020 , do Reuters Institute for the Study of Journalism,
revelam que somente 28% dos leitores vão diretamente às homes dos sites para consumir
notícias. Um quarto dos usuários, em todo o mundo, de acordo com o estudo, encontra as
notícias e chega até elas pelo Google. Portanto, um bom texto e um bom título, no Jornalismo
digital, devem ter também as palavras-chaves mais buscadas sobre o tema acerca do qual o
jornalista está escrevendo.
 SAIBA MAIS
Para saber quais são as palavras-chaves mais buscadas, os jornalistas podem usar o Google
Trends, ferramenta do Google que indica quais são as tendências de busca em tempo real e ao
longo de determinado período. Com a ferramenta, é possível comparar dois ou mais termos
para saber qual é o mais buscado. Faça um teste, por exemplo, comparando “coronavírus” com
“covid-19”. Você verá que os termos se alternam.
No início da pandemia, coronavírus era o mais buscado pelos usuários do Google. No dia 5 de
agosto de 2020, entretanto, houve um pico de buscas por “covid-19”, que ficou na frente de
“coronavírus” até o início de outubro. Então, antes de fazer um título, vale comparar os termos
que você pretende usar no Google Trends.
O texto também deve conter as palavras-chaves, mas sem abusar delas, afinal um bom texto
jornalístico deve evitar repetições. Utilize sinônimos na segunda menção. Outras técnicas de
SEO também são importantes, como o uso de hiperlinks .
 ATENÇÃO
Fazer legendas descritivas da imagem é outro ponto fundamental. Uma foto do ex-ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, não deve chamá-lo apenas de “o ex-ministro da Saúde”. É
comum os jornalistas, de meio impresso, aproveitarem a legenda para inserir frases do
entrevistado, entre aspas, sem a preocupação de citar nominalmente as pessoas que
aparecem na foto. O que acontecerá se o nome da pessoa não for inserido, além do cargo? A
foto, daquela reportagem, não aparecerá nos resultados de busca do Google que, além de
texto, incluem fotos e vídeos. Portanto, o jornalista reduzirá as chances de ela ser encontrada.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar os novos gêneros, os modelos de negócio e as oportunidades no
Jornalismo digital
MODELOS DE NEGÓCIO
Qualquer um de nós pode ter seu próprio site, blog , perfil no Instagram, página no Facebook
ou canal no YouTube e veicular a sua produção jornalística. Não é mais necessário estarmos
vinculados a grandes redações.
Entretanto, quantos de nós conseguiriam sobreviver dessa produção? Como os meios de
comunicação de massa se tornaram viáveis economicamente?
TELEVISÃO
Você não paga para ouvir rádio nem para assistir à TV, mas as emissoras “vendem” a sua
atenção. Os anunciantes pagam caro para veicularem suas peças publicitárias nos intervalos
da programação. Os preços dos anúncios são estipulados com base na audiência. O
anunciante pagará mais por um anúncio de trinta segundos, no intervalo comercial do Jornal
Nacional, do que por um de 1 minuto no Globo Rural. As tabelas de preços são fixadas de
acordo com a audiência que cada programa tem.
 RESUMINDO
A lógica que prevalece é a da indústria de massa: os programas precisam alcançar a maior
audiência possível para garantir que os anunciantes tenham interesse em comprar os espaços
publicitários. Ao assistirmos a um programa de TV, nós estamos contribuindo para aumentar a
audiência dele.
Se o programa for envolvente, manteremos nosso aparelho sintonizado nele e até assistiremos
aos anúncios, aguardando, ansiosos, pelo fim do intervalo comercial. É dessa maneira que a
nossa atenção “é vendida”. Os programas de rádio e TV precisam certificar-se de manter a
atenção do ouvinte e telespectador.
MÍDIA IMPRESSA
O modelo de financiamento dos jornais e das revistas é um pouco mais complexo. Além de
venderem os espaços publicitários entre as reportagens, os veículos impressos cobram pela
assinatura ou venda avulsa dos exemplares. Ou seja, parte de seus custos de papel,
impressão e distribuição são arcados pelos leitores, mas apenas uma pequena parte. A maior
fatia é garantida pelos anunciantes. Os jornais impressos vendem os espaços publicitários de
acordo com suas tiragens. Quanto mais exemplares forem lidos, maior o preço dos anúncios.
Nos meios de comunicação de massa, o investimento inicial para o negócio é muito alto. Na
internet, as barreiras de entrada, ou seja, os obstáculos para alguém iniciar um negócio
jornalístico, estão caindo cada vez mais. Podemos empreender um site com ferramentas
gratuitas e distribuir esse conteúdo pelas redes sociais. Com um celular na mão, podemos
fotografar, produzir vídeos, editar e escrever.
 ATENÇÃO
Com barreiras de entrada próximas do custo zero, surgem, cada vez mais, organizações
jornalísticas nativas digitais. Tal denominação refere-se àquelas que já nasceram na internet.
Cabe sublinhar tal especificidade, pois lembremos que as grandes organizações da chamada
mídia tradicional estão também presentes nos canais digitais, em sites, blogs e perfis nas
redes sociais.
ORGANIZAÇÕES NATIVAS E MÍDIA
HIPERLOCALMas, afinal, é possível ser um empreendedor de um pequeno negócio jornalístico e sobreviver
dele? Um estudo da Sembra Media, que pesquisou 100 organizações jornalísticas nativas
digitais na América Latina, entre dezembro de 2016 e abril de 2017, mostrou que quase metade
dos meios nativos digitais alcançaram uma estabilidade financeira ou até demonstraram um
pequeno lucro.
As cem empresas nativas digitais pesquisadas se distribuíam da seguinte maneira:
Quase 50% dessas organizações pesquisadas estão operando há mais de quatro anos, e doze
delas foram lançadas há mais de uma década. Na tentativa de construir um negócio
sustentável, tais organizações estão utilizando estratégias mais diversificadas para a obtenção
de receitas. Ainda prevalece a publicidade como a principal alavanca de receita.
Mas os meios digitais também obtêm receitas com crowdfunding , treinamento, eventos e
consultorias. Essas novas frentes são facilitadas pelo fato de essas organizações atuarem em
segmentos de nicho.
Por exemplo, um site especializado na cobertura de gênero pode prestar consultoria para
empresas que buscam diversidade de gênero em seus quadros. Esses caminhos não precisam
ser necessariamente excludentes. Há organizações que adotam um modelo de financiamento
cada vez mais variado.
 ATENÇÃO
É importante ressaltar que os fundadores das organizações pesquisadas são geralmente
jornalistas veteranos, e quase todos os entrevistados se disseram motivados por obter mais
independência editorial. Alguns dos projetos pesquisados, no estudo da Sembra Media, já são
bem conhecidos da audiência, como o Chequeado, na Argentina, um dos sites pioneiros de
fact-checking . Dois terços das organizações de mídia entrevistadas no estudo ganharam
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prêmios nacionais ou internacionais de Jornalismo ou de organizações humanitárias, o que
evidencia a relevância de suas reportagens.
FACT-CHECKING
No Jornalismo investigativo, o fact-checking é o trabalho de confirmar e comprovar fatos e
dados usados em discursos políticos e em outros meios de comunicação.
No Brasil, o movimento dos sites jornalísticos nativos digitais ganhou força com a realização do
Festival 3i (Festival de Jornalismo Inovador, Inspirador e Independente), reunindo 13
organizações:
((O))ECO
AGÊNCIA LUPA
AGÊNCIA PÚBLICA
CONGRESSO EM FOCO
ÉNOIS
JOTA
REPÓRTER BRASIL
NEXO
NOVA ESCOLA
PODER360
PONTE JORNALISMO
PROJETO #COLABORA
MARCO ZERO CONTEÚDO
Esses veículos já detêm mais de 100 prêmios nacionais e internacionais.
Há ainda um cenário cada vez mais vibrante para o Jornalismo hiperlocal, como demonstram o
Favela em Pauta, o CDD Acontece e o Voz das Comunidades:
O Favela em Pauta é resultado da experiência de três jornalistas moradores de favela do Rio
de Janeiro, em cobertura dos impactos das Olimpíadas de 2016, para o jornal britânico The
Guardian : Michel Silva (Rocinha), Daiene Mendes (Complexo do Alemão) e Thais Cavalcanti
(Complexo da Maré). O projeto foi encerrado em 2017 e, em seguida, foi criado o Favela em
Pauta para que continuassem a produzir conteúdos sobre seus territórios.
O CDD Acontece, que cobre a favela Cidade de Deus, com 38 mil habitantes, foi considerado
um case do WhatsApp Brasil. A jornalista Carla Siccos, que o fundou, em 2011, estava
cansada de ver sua comunidade ganhando destaque na grande imprensa apenas nos
episódios de violência policial e de ações dos traficantes.
O Voz da Comunidade ganhou visibilidade durante a ocupação policial no Morro do Alemão, em
2010, passando de 180 seguidores no Twitter para mais de 20 mil em 24 horas. À época, Rene
Silva, seu fundador, tinha apenas 17 anos.
O trabalho dos jornalistas de comunidades, além do reconhecimento local, desfruta de prestígio
entre os sites nativos digitais. A Agência Lupa, de fact-checking , fechou, em 2020, uma
parceria com o Favela em Pauta e o Voz da Comunidade para ampliar sua rede de checagem,
o projeto #CaiunaRede. Os coletivos produzem vídeos para o Instagram, desvendando boatos
que circulam na internet.
O Facebook também está fomentando o Jornalismo hiperlocal. A empresa está investindo no
programa Acelerador de Notícias Locais, com o objetivo de treinar jornalistas hiperlocais a
fortalecerem o jornalismo local e a encontrarem modelos sustentáveis para seus propósitos.
Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
(Abraji) lançou um curso gratuito, patrocinado pela rede social, para capacitar jornalistas na
cobertura local e ajudá-los a encontrar modelos de negócio e formatos inovadores capazes de
sustentá-los em um cenário de escassez de recursos.
Dez das organizações que compõem o Festival 3i também fundaram, em 2020, o Canal
Reload, que se propõe a produzir vídeos noticiosos com foco no público jovem. O canal Reload
foi uma das iniciativas ganhadoras do Google News Innovation Challenge , em 2019.
GOOGLE NEWS INNOVATION CHALLENGE
O Google News Innovation Challenge é um projeto do Google News Initiative para ajudar o
Jornalismo a prosperar na era digital.
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 Fonte: portaldosjornalistas.com.br
Quem apresenta o Reload são doze jovens de diferentes regiões do Brasil, de origens étnicas,
gêneros e trajetórias pessoais distintos: indígenas, negros e LGBT+ de várias cidades do país.
Duas delas são as indígenas Samela Sateré-Mawé, do Amazonas, e Priscila Tapajowara, do
Pará.
Saiba um pouco mais sobre a história e as iniciativas de fact-checking
MÍDIA TRADICIONAL
A chamada mídia tradicional também vem se adaptando e priorizando cada vez mais os meios
digitais. A ideia é que a produção jornalística seja orientada para o digital first , estratégia
anunciada pelo jornal inglês The Guardian, em 2011, e pelo Financial Times, em 2013.
Pela lógica do digital first , a redação deve se preocupar primeiro em abastecer os produtos
jornalísticos nos meios digitais. A edição do jornal impresso, que por anos guiou as rotinas, saiu
do comando do processo. As reuniões que aconteciam às 17h, voltadas para o fechamento do
jornal impresso, agora são as menos importantes. A reunião principal, envolvendo todos os
editores, foi antecipada para as 7h. O movimento foi anunciado pelo New York Times, no blog
Times insider, em 2015. No Brasil, os três principais jornais, A Folha de S. Paulo, O Globo e O
Estado de S. Paulo, acompanharam a tendência.
Enquanto a televisão aberta e o rádio ainda estão ancorados no modelo de financiamento via
publicidade, os jornais cada vez mais investem na fidelidade de seu público, vendendo
assinaturas digitais, com o modelo paywall , no qual após determinado número de cliques
gratuitos por mês, o usuário deve comprar uma assinatura.
O New York Times é o veículo com mais assinantes digitais do mundo. Durante a pandemia da
Covid-19, o jornal ganhou 669 mil novos assinantes e reportou um lucro maior com os produtos
digitais do que com sua edição impressa. Entre os brasileiros, o jornal líder em assinaturas
digitais é o Folha de S. Paulo, segundo o ranking divulgado pela FIPP. Em um ano, o número
de assinantes digitais, nos 53 veículos pesquisados ao redor do globo, cresceu três milhões,
segundo levantamento divulgado em 2019.
FIPP
Fédération Internationale de Presse Périodique (Federação Internacional de Imprensa
Periódica) organização fundada na França, em 1920.
DURANTE A PANDEMIA DO NOVO
CORONAVÍRUS, O JORNALISMO FOI
REVALORIZADO.
Dados da citada Digital News Report 2020 revelaram que 60% dos entrevistados disseram que
a mídia os ajudou a entender a crise. No entanto, a revalorização do Jornalismo não significou
aumento de receita.
A crise econômica global se abateu sobre os veículos, que viram suas receitas com anúncios
encolherem. Em meio a esse cenário, uma luz no fim do túnel para as organizações de mídia
foi o Google anunciar que começaria a pagar aos veículos de Jornalismo profissional pelo uso
de notícias. Embora a iniciativa do Google se restrinja a alguns veículose, inicialmente, a
somente três países (Alemanha, Austrália e Brasil), o anúncio representa uma mudança de
atitude da plataforma, que sempre se recusou a pagar por notícias.
BRASIL
No Brasil, a previsão do novo modelo de financiamento do Google só estava confirmada para
os jornais O Estado de Minas e A Gazeta, do Espírito Santo, em uma experiência que
começaria no fim de 2020. Vale buscar saber como evoluiu o projeto.
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GÊNEROS JORNALÍSTICOS NA WEB
A classificação de gêneros jornalísticos mais aceita no Brasil é a de José Marques de Melo
(2009), feita a partir da observação empírica dos produtos jornalísticos. O teórico chegou a
cinco gêneros principais, sob os quais se agrupam os variados produtos. São eles:
JORNALISMO INFORMATIVO
A nota, a notícia, a reportagem e a entrevista.
JORNALISMO OPINATIVO
O editorial, o comentário, o artigo, a resenha, a coluna, a crônica, a carta e a charge.
JORNALISMO INTERPRETATIVO
O perfil, a enquete, o dossiê, a análise e a cronologia.
JORNALISMO DIVERSIONAL
Diz respeito a histórias de interesse humano que empregam recursos do Jornalismo literário.
JORNALISMO UTILITÁRIO
Compreende indicadores, cotações, meteorologia e o serviço, como as seções dedicadas à
defesa do consumidor.
Se refletirmos sobre a persistência desses gêneros e subgêneros na internet, verificaremos que
todos eles estão presentes nos sites jornalísticos. Entretanto, estão sujeitos a mudanças de
acordo com as demandas sociais, como nota Marques de Melo (2010). Os gêneros
informativo e opinativo, considerados os principais, surgiram, respectivamente, nos séculos
XVII e XVIII. Já os demais – interpretativo, diversional e utilitário – consolidaram-se no século
XX, em outros contextos históricos, como observou o teórico.
No contexto contemporâneo, com novos produtos surgindo e outros se adaptando, talvez seja
mais produtivo pensarmos em gêneros fluidos, que se entrecruzam. Para Bertocchi (2005), os
gêneros, no Jornalismo digital, demandam uma atualização classificatória. Observa-se que a
tarefa de classificação se tornou mais complicada nas últimas décadas pelo fato de que a
fronteira entre as diferentes espécies textuais é cada vez mais tênue.
As modalidades textuais do Jornalismo, nos recentes meios digitais, foram estudadas por
Salaverría e Cores (2005), que identificaram quatro categorias:
REPETIÇÃO
Quando há a mera reprodução dos gêneros herdados do Jornalismo impresso em meios
digitais.
ENRIQUECIMENTO
Quando os gêneros originários de meios precedentes incorporam as possibilidades
hipertextuais, multimídia ou interativas dos novos.
RENOVAÇÃO
Quando há a reconfiguração integral de um gênero anterior (os autores citam a infografia como
exemplo).
INOVAÇÃO
Consiste na criação de gêneros jornalísticos especificamente para os meios digitais, sem partir
de referências prévias.
Todo gênero se consolida a partir de um pacto entre os jornalistas e o seu público. O
Jornalismo digital é um subcampo do Jornalismo ainda em constante mutação, com
paradigmas próprios.
 EXEMPLO
A reportagem, em meios digitais, vem se reconfigurando em um novo formato, o de Grande
Reportagem Multimídia (GRM), como observou Longhi (2014), com a convergência de diversas
linguagens, tais como a hipertextual, a audiovisual e a infografia animada, presentes em
especiais multimídia, como mencionado. Já os newsgames podem ser considerados uma
inovação por não apresentarem referências prévias das mídias precedentes.
AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS ONLINE
Mais recentemente, uma nova modalidade, o Jornalismo sem fins lucrativos, vem ganhando
relevância ao apostar no financiamento pela audiência e por fundações filantrópicas, via
crowdfunding .
Embora não haja um movimento organizado, é possível identificar características comuns entre
as iniciativas. Algumas delas dão transparência à informação governamental com o objetivo de
promover o engajamento da população e a pressão sobre o poder público; outras reúnem e
publicam informação sobre abusos de direitos humanos, e há ainda as que se especializam no
Jornalismo investigativo tradicional. Os sites de Jornalismo sem fins lucrativos já existiam em
24 estados dos EUA em 2012.
A maioria dessas organizações foi fundada por jornalistas com décadas de experiência e que
perderam seus empregos na mídia tradicional com os sucessivos cortes de pessoal que vêm
acontecendo desde 2008, ano em que a situação financeira das empresas foi abalada com a
crise econômica global. O Centro de Reportagem Investigativa (CIR), em Berkeley, na
Califórnia, é uma das mais antigas.
Fundado em 1977, o CIR se apresenta como a mais antiga organização de Jornalismo
investigativo sem fins lucrativos do país. Em 2008, sob a direção de Robert Jon Rosenthal,
ex-editor do Philadelphia Inquirer, passou por uma expansão, tornando-se uma produtora de
informação multimídia. Atualmente, chama-se Reveal e passou a abarcar o site, um programa
de rádio, um podcast e perfis nas redes sociais.
Uma das referências na modalidade de sites de Jornalismo investigativo sem fins lucrativos é o
ProPublica, criado em 2008, sob a direção de Paul Steiger, ex-editor administrativo do Wall
Street Journal. O ProPublica já ganhou seis prêmios Pulitzer por seu trabalho, que incluiu
investigações sobre a crise financeira e o atendimento médico após o furacão Katrina (em
parceria com a revista semanal do The New York Times).
A missão da ProPublica é: expor os abusos de poder que traem a confiança do público,
cometidos pelo governo, pelas empresas ou por outras instituições, usando a força
moral do Jornalismo investigativo.
 SAIBA MAIS
A ProPublica já firmou parceria com mais de 50 organizações de notícias, incluindo 60 Minutes,
CNN, USA Today, New York Times, Los Angeles Times, Washington Post, Huffington Post,
Newsweek, Reader's Digest, BusinessWeek e a National Public Radio, entre muitos outros.
No Brasil, ela inspirou a Agência Pública, a primeira agência de Jornalismo investigativo sem
fins lucrativos do país, fundada em 2011 por repórteres mulheres. As reportagens da Pública
têm como princípio a defesa dos direitos humanos e já foram republicadas em mais de mil
veículos de comunicação brasileiros e estrangeiros, segundo o site da organização. Além de
distribuir conteúdo para grandes portais no país, como UOL, El País Brasil, Yahoo, IG e Exame,
a agência tem uma rede de republicadores em espanhol, contando com 18 veículos em 12
países, segundo seu site.
As reportagens da agência podem ser republicadas, gratuitamente, sob a licença Creative
Commons. Desde 2011, a agência conquistou 48 prêmios. Entre eles, o Gabriel Garcia
Márquez, o mais importante prêmio de Jornalismo da América Latina, o Comunique-se, o
Troféu Mulher Imprensa e o Prêmio Vladimir Herzog.
O The Intercept é uma organização multinacional de Jornalismo investigativo que criou um
relevante braço de atuação no Brasil. Ele faz parte da First Look Media, lançada em 2013 pelo
filantropo e fundador do eBay, Pierre Omidyar. O site do The Intercept Brasil informa que a First
Look Media é uma empresa multimídia dedicada a apoiar vozes independentes em
Jornalismo investigativo, cinema, arte, cultura, mídia e entretenimento.
 COMENTÁRIO
A First Look Media produz e distribui conteúdo em vários formatos, incluindo longas e curtas-
metragens, podcasts, e especiais multimídia no estilo long-form . O Intercept conta com uma
rede de parceiros, com os quais produz e distribui jornalismo. Um caso notório de suas
apurações foi o do escândalo Vaza Jato , que revelou conversas comprometedoras, realizadas
por meio do aplicativo Telegram, entre o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor Deltan Dallagnol,
além de outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato . Band, UOL, Folha de S.
Paulo e Veja foram veículos que participaram do pool de reportagens da Vaza Jato .
POOL
Pool designa grupo de jornalistas reunidos para uma cobertura importante que, pelas
circunstâncias,não comporta a presença de todos nela interessados ou para ela credenciados.
(...) O grupo assume o compromisso de informar os colegas excluídos da cobertura.
Fonte: Círculo Folha (Folha Online)
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, abordamos as especificidades do Jornalismo digital, delimitando suas
características e potencialidades. Observamos rupturas, mas também continuidades em
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relação à prática profissional anterior verificada nos meios analógicos.
No Webjornalismo, prevalece a importância da objetividade jornalística, mas as possibilidades
narrativas se ampliam. As novidades não ficam restritas aos novos modos de narrar: além de
novos gêneros, surgem novos modelos de negócio e desafios, como o combate à
desinformação empreendido pelas agências de checagem.
O Jornalismo digital está em constante transformação e não poderia ser diferente, pois
consolida-se em um meio relativamente novo: a World Wide Web completou 30 anos em 2019!
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
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for research and policy making. Council of Europe report, 2017.
EXPLORE+
O Prêmio Vladimir Herzog é a premiação mais importante de Jornalismo no Brasil. São
seis categorias: Arte, Fotografia, Produção Jornalística em Áudio, Produção Jornalística
em Vídeo, Multimídia e Texto. O prêmio reconhece o trabalho de jornalistas que atuam
em favor da democracia e dos direitos humanos. Vale a pena ver, ouvir, ler e navegar
pelos trabalhos premiados, ano a ano.
O podcast é um gênero que se consolida cada vez mais no Jornalismo digital. É
interessante notar como os podcasts podem explorar diferentes formatos. Como
sugestão, você pode ouvir O assunto , do G1, apresentado por Renata Lo Prete, e o
Vozes: histórias e reflexões , da CBN, conduzido por Gabriela Viana. Perceba as
diferenças entre os dois produtos. O primeiro adota o estilo debate/entrevista; e o
segundo, explora as possibilidades narrativas que o aproximam das características do
Jornalismo literário.
Recomendamos também pesquisar os especiais multimídia produzidos pelo UOL Tab.
A Farol Jornalismo é uma newsletter semanal que acompanha as principais tendências
do Jornalismo no Brasil e no mundo.
CONTEUDISTA
Curadoria de Humanidades

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