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<p>1</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>2</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>3</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Núcleo de Educação a Distância</p><p>GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO</p><p>Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino</p><p>Revisão Ortográfica: Paloma Duarte</p><p>PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.</p><p>O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para</p><p>a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.</p><p>O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por</p><p>fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.</p><p>4</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Prezado(a) Pós-Graduando(a),</p><p>Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!</p><p>Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança</p><p>em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se</p><p>decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as</p><p>suas expectativas.</p><p>A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma</p><p>nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-</p><p>dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a</p><p>ascensão social e econômica da população de um país.</p><p>Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-</p><p>de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.</p><p>Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas</p><p>pessoais e profissionais.</p><p>Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são</p><p>outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-</p><p>ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver</p><p>um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-</p><p>ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo</p><p>importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-</p><p>rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de</p><p>ensino.</p><p>E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)</p><p>nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.</p><p>Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos</p><p>conhecimentos.</p><p>Um abraço,</p><p>Grupo Prominas - Educação e Tecnologia</p><p>5</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>6</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!</p><p>É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha</p><p>é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-</p><p>sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é</p><p>você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-</p><p>rança, disciplina e organização.</p><p>Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como</p><p>as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua</p><p>preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo</p><p>foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de</p><p>qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.</p><p>Estude bastante e um grande abraço!</p><p>Professor: Jesrael Luciano Costa</p><p>7</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao</p><p>longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-</p><p>nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela</p><p>conhecimento.</p><p>Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes</p><p>importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-</p><p>formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao</p><p>seu sucesso profisisional.</p><p>8</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O sensoriamento remoto pode ser definido como um conjun-</p><p>to de técnicas que tem por objetivo à obtenção de informação sobre</p><p>objetos, sem que haja contato direto com eles, possibilitando um es-</p><p>tudo preciso sobre a superfície terrestre. A coleta dos dados que são</p><p>convertidos em imagens, números ou gráficos é realizada por meio</p><p>de sistemas sensores, que podem ser terrestres, suborbitais e orbi-</p><p>tais. Os produtos gerados por esta ferramenta são interpretados com</p><p>base no comportamento da radiação eletromagnética, que ao interagir</p><p>com os objetos, conforme os seus atributos físicos, químicos e bioló-</p><p>gicos, geram comprimentos de onda característicos, permitindo a sua</p><p>identificação. Assim, é possível realizar levantamentos diversos para</p><p>avaliação ambiental, agrícola, para fins de georreferenciamento e ca-</p><p>dastramento ambiental rural, além de outras investigações.</p><p>Sensoriamento Remoto. Sistemas Sensores. Radiação Eletromagnética.</p><p>Espectro Eletromagnético. Mapeamento.</p><p>9</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>CAPÍTULO 01</p><p>INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO REMOTO</p><p>Apresentação do Módulo ______________________________________ 11</p><p>13</p><p>33</p><p>17</p><p>Conceitos e História do Sensoriamento Remoto _________________</p><p>Classificação dos Sistemas Sensores ____________________________</p><p>A Radiação Eletromagnética ____________________________________</p><p>CAPÍTULO 02</p><p>SISTEMAS SENSORES</p><p>Sistemas Sensores _____________________________________________ 32</p><p>27Recapitulando ________________________________________________</p><p>24Interação entre a Atmosfera e a Energia Eletromagnética _______</p><p>39Níveis de Aquisição de Dados pelos Sistemas Sensores __________</p><p>Recapitulando _________________________________________________ 46</p><p>CAPÍTULO 03</p><p>COMPORTAMENTO ESPECTRAL, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO</p><p>SENSORIAMENTO REMOTO</p><p>Comportamento Espectral ____________________________________ 50</p><p>Comportamento Espectral da Atmosfera e sua Influência no Sen-</p><p>soriamento Remoto ____________________________________________ 52</p><p>10</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Comportamento Espectral dos Solos e Elementos de Identifica-</p><p>ção _____________________________________________________________ 55</p><p>Recapitulando __________________________________________________ 64</p><p>Fechando a Unidade ____________________________________________</p><p>Referências _____________________________________________________</p><p>69</p><p>72</p><p>11</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Atualmente, falar sobre sistemas sensores parece tão comum</p><p>quanto falar sobre mapas e cartas topográficas. Com a difusão das tec-</p><p>nologias móveis, qualquer pessoa tem acesso aos produtos oriundos</p><p>de sistemas sensores, como radares e, mais especificamente, satélites.</p><p>Esses sensores fazem parte da nossa vida, através da veiculação das</p><p>notícias, da internet, da telefonia e também pelo fornecimento de ima-</p><p>gens em diversas escalas temporais.</p><p>O sensoriamento remoto consiste em um conjunto de ferra-</p><p>mentas que tem como objetivo à obtenção de informação sobre objetos,</p><p>sem que haja contato direto com eles, possibilitando um estudo preciso</p><p>sobre a superfície terrestre. Nesse sentido, o sensoriamento remoto nos</p><p>possibilita a obtenção de dados das mais diversas naturezas, como a</p><p>previsão do tempo e do clima, o monitoramento dos impactos ambien-</p><p>tais, o planejamento do uso e da ocupação do solo, manejo agrícola,</p><p>vigilância de fronteiras e dívidas, entre outros.</p><p>Os sistemas sensores são os responsáveis pela coleta de da-</p><p>dos relativos aos objetos ou alvos presentes na superfície da Terra, a</p><p>partir da captura das informações referentes à interação da radiação</p><p>eletromagnética com os objetos. Durante essa interação, os alvos ge-</p><p>ram respostas, chamadas de assinaturas espectrais, que são púnicas</p><p>para cada situação a ser observada, como cores, tonalidades, conteúdo</p><p>de água na planta ou no solo, entre outros. Essas informações possibili-</p><p>tam identificar ou mensura do que se trata aquele objeto ou aquela área</p><p>de maneira remota</p><p>de forma gratuita.</p><p>a) LANDSAT, Sentinel, CBERS e Resourcesat.</p><p>b) CBERS, Worldview, Sentinel e Geoeye.</p><p>c) Sentinel, Quick Bird, CBERS e Resourcesat.</p><p>d) LANDSAT, Geoeye, Worldview e Sentinel.</p><p>QUESTÃO 4</p><p>Ano: 2023 Banca: Aeronáutica Órgão: EEAR - Escola de Especia-</p><p>listas de Aeronáutica Prova: Aeronáutica - 2023 - EEAR - Sargento</p><p>da Aeronáutica - Topografia Nível: Superior</p><p>Para as informações abaixo, a respeito de sistemas sensores, mar-</p><p>que V para verdadeiro ou F para falso. Em seguida, assinale a alter-</p><p>nativa com a sequência correta.</p><p>( ) Os sensores orbitais termais são sistemas passivos.</p><p>( ) Os radares de abertura sintética são sistemas passivos.</p><p>( ) As câmaras métricas empregam sistemas ópticos fixos em rela-</p><p>ção ao plano do CCD.</p><p>( ) Os sensores multiespectrais permitem a aquisição de espectros</p><p>contínuos para cada píxel.</p><p>a) V - F - F - V</p><p>b) V - F - V - F</p><p>c) F - V - F - V</p><p>d) F - V - V - F</p><p>QUESTÃO 5</p><p>Ano: 2023 Banca: UniRV - GO Órgão: Prefeitura de Rio Verde - GO</p><p>Prova: UniRV - GO - 2023 - Prefeitura de Rio Verde - GO - Especia-</p><p>lista em Serviços Ambientais – Engenharia Civil, Geologia, Geral e</p><p>Medicina Veterinária Nível: Superior</p><p>Leia o fragmento de texto abaixo:</p><p>A observação da Terra por meio de satélites para compreender as</p><p>mudanças no meio ambiente causadas por fenômenos naturais e</p><p>atividades humanas tem se tornado cada vez mais frequente em di-</p><p>versas áreas de estudo. Nesse contexto, o emprego de softwares</p><p>dedicados ao Sensoriamento Remoto permite gerar imagens com</p><p>diferentes composições de cores e classificações temáticas, forne-</p><p>cendo informações importantes para estudos de geologia, vegeta-</p><p>48</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ção, uso do solo, agricultura, inundações e outros fenômenos. Os</p><p>produtos gerados a partir da observação da Terra por meio de saté-</p><p>lites, sobre áreas específicas ou contextos regionais, possibilitam</p><p>diagnósticos eficientes e propõem soluções de baixo custo para os</p><p>desafios decorrentes das mudanças observadas no território.</p><p>Adaptado de: http://www3.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/</p><p>educasere/apostila.htm</p><p>Os dados de sensoriamento remoto têm-se mostrado extremamen-</p><p>te úteis para estudos e levantamentos de recursos naturais. Ana-</p><p>lisando as afirmações abaixo sobre os benefícios dos dados de</p><p>sensoriamento remoto para levantamentos de recursos naturais,</p><p>assinale a alternativa incorreta:</p><p>a) A resolução espacial do sensoriamento remoto é a obtenção de in-</p><p>formações em diversas escalas e permite o uso de imagens de satélite</p><p>para o Zoneamento Ecológico e Econômico de regiões, identificando</p><p>seus atributos físicos e conhecer a vocação natural das paisagens e seu</p><p>potencial para desenvolvimento ou preservação.</p><p>b) A resolução espectral do sensoriamento remoto é a obtenção de in-</p><p>formações sobre um alvo em diferentes regiões do espectro, fornecen-</p><p>do uma ampla gama de informações sobre o seu estado.</p><p>c) A resolução temporal do sensoriamento remoto é a coleta de informa-</p><p>ções em diferentes períodos do ano e em anos diversos, facilitando a</p><p>análise dinâmica de uma região.</p><p>d) A capacidade sinótica do sensoriamento remoto permite visualizar</p><p>grandes áreas em uma única imagem.</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE</p><p>A coleta de dados em sensoriamento remoto, que, posteriormente, se-</p><p>rão transformados em imagens, números ou gráficos, são adquiridos</p><p>por meio de sistemas sensores. Os sistemas sensores podem ser clas-</p><p>sificados de diversas formas, sendo uma delas o nível de aquisição dos</p><p>dados. Sobre o nível de aquisição, comente sobre cada um deles e</p><p>sugira uma utilização para cada um deles.</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Sobre os níveis de aquisição de dados para o sensoriamento remo-</p><p>to, marque a alternativa correta:</p><p>a) Níveis de solo, espacial e temporal.</p><p>b) Níveis aquático, terrestre e espacial.</p><p>c) Níveis terrestre, suborbital e solar.</p><p>d) Níveis terrestre, suborbital e orbital.</p><p>e) Níveis de solo, aquático e lunar.</p><p>49</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>NA MÍDIA</p><p>O TAMANHO DA CONSTELAÇÃO RUSSA DE SATÉLITES SENSO-</p><p>RES AUMENTARÁ UMA VEZ E MEIA</p><p>Conforme a TASS, a próxima expansão da infraestrutura de satélites de</p><p>sensoriamento remotos domésticos é relatada em um artigo por Mikhail</p><p>Khaylov, vice-diretor geral de Roscosmos para sistemas e sistemas es-</p><p>paciais, e Valery Zaichko, vice-diretora do departamento de sistemas</p><p>espaciais de navegação (GLONASS). Atualmente, a constelação de</p><p>dispositivos de sensoriamento remoto da Rússia inclui 12 satélites. Es-</p><p>tes são, em particular, os aparelhos das séries Kanopus-V e Meteor-M,</p><p>que coletam informações no interesse de vários departamentos e estru-</p><p>turas. Note-se que oito satélites na constelação ERS fornecem dados</p><p>de alta resolução espacial.</p><p>Fonte: TECMUNDO</p><p>Data: 17 maio. 2020.</p><p>Leia a notícia na íntegra: https://avalanchenoticias.com.br/tecnologia/o-</p><p>-tamanho-da-constelacao-russa-de-satelites-sensores-aumentara-u-</p><p>ma-vez-e-meia/</p><p>NA PRÁTICA</p><p>A utilização dos sistemas sensores tem se tornado cada vez mais co-</p><p>mum enquanto as tecnologias avançam, e, consequentemente, seus</p><p>custos de aquisição e uso são reduzidos.</p><p>Neste sentido, os produtos obtidos pelos diversos sistemas sensores</p><p>podem ser aplicados nos mais diversos campos, como na área ambien-</p><p>tal, na área agrícola e na área de planejamento, para avaliar o uso e a</p><p>ocupação do solo. Ainda, até mesmo em sistemas de vigilância, fisca-</p><p>lização de fronteiras e divisas, avaliação de áreas de conflitos, entre</p><p>outros, o sensoriamento remoto pode atuar, pois oferece uma série de</p><p>sensores, terrestres, suborbitais e orbitais, que podem suprir as neces-</p><p>sidades de qualquer demanda.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Artigo sobre o assunto: Utilização de imagem de alta resolução espacial</p><p>para o mapeamento de uso da terra e cobertura vegetal, de Elias Rodri-</p><p>gues da Cunha (2015).</p><p>Disponível em:</p><p>Artigo sobre o assunto: Registro de série de imagens LANDSAT usando</p><p>correlação e análise de relação espacial, de Jair Jacomo Bertucini Ju-</p><p>nior e Jorge Antônio Silva Centeno (2016)</p><p>Disponível em: .</p><p>50</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>COMPORTAMENTO ESPECTRAL</p><p>Como acompanhamos até aqui, o fluxo de energia eletromag-</p><p>nética, ao atingir um objeto por meio da energia incidente, sofre altera-</p><p>ções decorrentes da interação dessa energia com o material que com-</p><p>põem o objeto, sendo parcialmente refletido, absorvido e transmitido</p><p>pelo objeto (Moraes, 2002).</p><p>A absorção, reflexão e transmissão da energia incidente pode</p><p>ser total ou parcial, conforme o princípio de conservação de energia.</p><p>Assim, a capacidade de um objeto absorver, refletir e transmitir a radia-</p><p>ção eletromagnética é denominada, respectivamente, de absortância,</p><p>reflectância e transmitância, que pode apresentar valores que variam</p><p>COMPORTAMENTO ESPECTRAL,</p><p>INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO</p><p>SENSORIAMENTO REMOTO</p><p>50</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>51</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>entre 0 e 1 (Moraes, 2002).</p><p>O comportamento espectral de um objeto refere-se ao conjunto</p><p>dos valores sucessivos da reflectância do objeto ao longo do espectro</p><p>eletromagnético, que pode ser denominada de assinatura espectral do</p><p>objeto (Moraes, 2002).</p><p>A assinatura espectral do objeto consiste nas respostas que as</p><p>suas características físicas, químicas e biológicas, ao interagirem com</p><p>a energia, resultaram em elementos que permitem a caracterização do</p><p>objeto, a partir da forma, da intensidade e da localização de cada banda</p><p>de absorção que é gerada de acordo com essa interação (Figura 6).</p><p>Desta forma, cada objeto irá interagir de maneira diferenciada em</p><p>relação ao espectro eletromagnético segundo a energia eletromagnética</p><p>incidente, pois eles apresentam características específicas, que lhe confe-</p><p>rem propriedades</p><p>específicas que se refletem no espectro. Graças a esse</p><p>fenômeno, é possível distinguir e identificar os diversos objetos terrestres</p><p>sensoreados remotamente, pois são reconhecidos devido à variação da</p><p>porcentagem de energia refletida em cada comprimento de onda.</p><p>O conhecimento do comportamento espectral dos objetos pre-</p><p>sentes na superfície terrestre é de grande relevância, tanto para sua iden-</p><p>tificação como também para a escolha das ferramentas e produtos de</p><p>sensoriamento remoto que podem evidenciar os elementos desejados.</p><p>Figura 6: A energia, ao atingir o objeto, fornece informações capturadas pelo</p><p>sensor remoto e assim é gerado um comportamento espectral.</p><p>Fonte: Conceição e Costa, 2013.</p><p>52</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Cada tipo de radiação que atinge um objeto na superfície terres-</p><p>tre gera uma informação sobre sua reflectância, que pode ser diferente</p><p>conforme a radiação. Na figura 6, podemos observar que os objetos da</p><p>superfície terrestre têm valores diferentes de reflectância para cada com-</p><p>primento de onda, que vai do azul (B – blue, em inglês) até o infraverme-</p><p>lho próximo (infrared, em inglês - IR). As curvas resultantes deste proces-</p><p>so são chamadas de assinaturas espectrais (Conceição e Costa, 2013).</p><p>Os principais objetos que devem ter o comportamento espec-</p><p>tral conhecido para que o uso do sensoriamento remoto seja assertivo</p><p>são a atmosfera, os solos, a vegetação e a água.</p><p>COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA ATMOSFERA E SUA INFLUÊN-</p><p>CIA NO SENSORIAMENTO REMOTO</p><p>A atmosfera, sem dúvida, é essencial para a sobrevivência de</p><p>todo o tipo de vida, animal e vegetal, presente no planeta Terra, pois</p><p>oferece, além dos gases essenciais para a manutenção da vida, a pro-</p><p>teção contra a radiação solar e as tempestades magnéticas, além de</p><p>ser responsável pelo efeito estufa.</p><p>A atmosfera apresenta uma estrutura vertical em função da</p><p>pressão exercida pela força gravitacional, pelo aquecimento e pela den-</p><p>sidade dos gases. A estrutura vertical é dividida em camadas de acordo</p><p>com suas características térmicas e composicionais, em: troposfera, es-</p><p>tratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera.</p><p>Para entender melhor sobre a atmosfera e suas camadas,</p><p>bem como a composição química de cada uma delas, acesse este</p><p>link https://www.todamateria.com.br/atmosfera-terrestre/ e leia o</p><p>artigo “A atmosfera terrestre”.</p><p>Para a manutenção da vida, a troposfera é a camada mais</p><p>importante da atmosfera, mas, para o sensoriamento remoto, a com-</p><p>preensão de todas as camadas da atmosfera é fundamental, pois ela</p><p>interfere na radiação incidente (irradiância) e na radiação refletida (ra-</p><p>diância) pelos objetos da superfície, o que impacta na informação que</p><p>será coletada pelos sensores.</p><p>A interferência da atmosfera no sensoriamento remoto se ma-</p><p>53</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>nifesta na trajetória do fluxo de energia, por meio dos fenômenos de</p><p>refração e difração; na velocidade; e na absorção total ou parcial da</p><p>radiação solar em determinadas faixas espectrais do espectro eletro-</p><p>magnético (Moreira, 2008).</p><p>Desta forma, quando a radiação solar penetra na atmosfera ter-</p><p>restre, ela sofre atenuações causadas por reflexão, pelo espalhamen-</p><p>to e pela absorção promovida pelos constituintes atmosféricos (gases</p><p>naturais e antrópicos), por partículas dispersas e pelas nuvens. Esses</p><p>fenômenos promovem uma redução da radiação solar que atinge a su-</p><p>perfície terrestre: de 100% de radiação solar, 37% retornam para o es-</p><p>paço (26% refletida pelas nuvens e 11% pela dispersão das partículas</p><p>atmosféricas). Além disso, os gases e o vapor d'água absorvem cerca</p><p>de 16% da radiação, o que totaliza, aproximadamente, 53% de perda da</p><p>radiação global e 47% que, de fato, chega a superfície.</p><p>A chegada da radiação solar até a superfície terrestre promove di-</p><p>versos fenômenos além das perdas de radiação, como a refração, sendo a</p><p>mudança na trajetória do feixe de radiação em decorrência da mudança de</p><p>densidade entre as camadas atmosféricas. Ainda, alguns gases que com-</p><p>põem a atmosfera, como o ozônio e o monóxido de carbono, absorvem</p><p>a radiação solar em certos comprimentos de onda. Essa absorção pelos</p><p>gases pode ser total, como ocorre entre o ozônio e a radiação ultravioleta;</p><p>e parcial, como ocorre com os demais gases e os comprimentos de onda.</p><p>Existem também outros fatores complicadores, como partícu-</p><p>las dispersas e presença de nuvens. No caso do sensoriamento remoto,</p><p>a presença de nuvens é um grande problema, pois elas impedem a</p><p>passagem da radiação solar na porção refletiva do espectro eletromag-</p><p>nético, onde operam a maioria dos sistemas sensores (Moreira, 2008).</p><p>Além disso, as nuvens e as partículas presentes na atmosfera</p><p>também promovem o espalhamento da radiação solar. O espalhamento</p><p>pode ser definido como um processo físico resultante da obstrução das</p><p>ondas eletromagnéticas por partículas existentes nas suas trajetórias</p><p>ao penetrarem na atmosfera terrestre. A obstrução pode ser tanto da</p><p>energia incidente quanto da energia refletida (Moreira, 2008).</p><p>As partículas responsáveis pelo espalhamento de energia que</p><p>estão presentes na atmosfera apresentam tamanhos variáveis, desde</p><p>as moléculas gasosas até as gotas de chuva e granizo. O tamanho das</p><p>partículas e o comprimento de onda da energia eletromagnética inci-</p><p>dente e/ou refletida influencia tanto a direção como a intensidade do es-</p><p>palhamento. Desta forma, conforme o tamanho da partícula, podemos</p><p>ter três tipos de espalhamento: espalhamento molecular ou Rayleigh,</p><p>espalhamento Mie e espalhamento não-seletivo.</p><p>O espalhamento molecular ou Rayleigh ocorre quando a rela-</p><p>54</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ção entre o diâmetro da partícula e o comprimento da onda eletromag-</p><p>nética é menor que 1 (um), sendo muito comum na atmosfera terrestre,</p><p>e é considerado simétrico em relação à direção da onda incidente e em</p><p>relação à intensidade. As moléculas dos gases presentes na atmosfera</p><p>terrestre espalham de forma mais eficiente a energia eletromagnética</p><p>de menores comprimentos de ondas.</p><p>A luz azul é mais espalhada na atmosfera, pois apresenta</p><p>um comprimento de onda menor que o vermelho, e isto explica o</p><p>motivo de enxergarmos o céu azul durante o dia e avermelhado no</p><p>início ou no final do dia. Mas, por que essas diferenças?</p><p>A luz azul tem uma frequência muito próxima da frequên-</p><p>cia de ressonância dos átomos constituintes das moléculas dos</p><p>gases da atmosfera terrestre, ao contrário da luz vermelha. Com</p><p>isto, a luz azul interage de maneira mais fácil com as moléculas e</p><p>os átomos do que a luz vermelha. Isto provoca um ligeiro atraso na</p><p>luz azul, refletida em todas as direções, através do espalhamento</p><p>Rayleigh. Já a luz vermelha, que não é refletida e, sim, transmitida,</p><p>continua em sua direção original (Moreira, 2008).</p><p>Quando o sol se encontra perto do horizonte, os raios di-</p><p>retos que chegam aos nossos olhos também precisam atravessar</p><p>uma massa de ar maior, e a dispersão aumenta a intensidade da</p><p>luz. Com isso, há uma atenuação do azul, sobrando o vermelho,</p><p>já que este apresenta um maior comprimento de onda, e, por isso,</p><p>o céu fica parcialmente avermelhado. Esse fenômeno pode ser in-</p><p>tensificado em áreas onde a baixa atmosfera apresente uma maior</p><p>quantidade de poluentes e outras partículas, que tornam a massa</p><p>de ar ainda mais densa.</p><p>O espalhamento mie ocorre quando os diâmetros das partí-</p><p>culas presentes na atmosfera são da mesma ordem ou próximos ao</p><p>tamanho do comprimento de onda da radiação. Já o espalhamento não-</p><p>-seletivo ocorre quando o tamanho das partículas existentes na atmos-</p><p>fera não interfere no espalhamento, ou seja, o espalhamento ocorre</p><p>independentemente do comprimento de onda, à medida que aumenta</p><p>o tamanho das partículas. Esse espalhamento é o responsável pela cor</p><p>branca das nuvens (Moreira, 2008).</p><p>55</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>COMPORTAMENTO ESPECTRAL DOS SOLOS E ELEMENTOS DE</p><p>IDENTIFICAÇÃO</p><p>Os solos podem ser definidos como um produto da alteração das</p><p>rochas, que, sob a ação do clima e dos organismos, e influenciada pelo</p><p>relevo e pelo tempo, resulta em um material com características e proprie-</p><p>dades químicas, físicas e biológicas diferentes do material inicial. Este ma-</p><p>terial, ao ser submetido aos processos pedogenéticos, transforma-se em</p><p>um perfil de solo, com horizontes diferenciados de acordo com o material</p><p>de origem e a ação do clima, dos organismos, do relevo e do tempo.</p><p>As paisagens e os processos responsáveis pela formação do</p><p>solo não são uniformes, o que resulta em uma grande variedade de</p><p>solos, muitas vezes, em uma mesma área de interesse. Desta forma, é</p><p>de grande importância o conhecimento básico sobre os solos, sua mine-</p><p>ralogia e suas propriedades, pois elas interferem na resposta espectral</p><p>que é coletada pelos sensores remotos.</p><p>Para conhecer ou revisar os conceitos essenciais em solos,</p><p>bem como o sistema de classificação, acesse este link https://biblio-</p><p>teca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf e leia o “Manual Téc-</p><p>nico de Pedologia” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.</p><p>A interação da radiação eletromagnética com o solo e seus</p><p>constituintes ocorre em nível microscópico, por meio da interação entre</p><p>a matéria e a energia. Entretanto, existem alguns parâmetros que são</p><p>considerados os mais importantes para a identificação dos solos em</p><p>produtos de sensoriamento remoto, que são os óxidos de ferro; o teor</p><p>de umidade; o teor de matéria orgânica; a granulometria; os argilomine-</p><p>rais; e o material de origem do solo. Há, ainda, outros parâmetros que</p><p>podem ser utilizados para refinar a identificação dos solos, como a cor</p><p>do solo, a capacidade de troca catiônica, as condições de drenagem</p><p>interna do solo, a temperatura, a localização, entre outros.</p><p>Desta forma, a quantidade de energia refletida por um determina-</p><p>do tipo de solo está relacionada com a atuação conjunta desses parâmetros</p><p>ou também podem atuar de forma preponderante e mais individualizada.</p><p>56</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Óxidos de Ferro</p><p>Os óxidos de ferro são um grupo de compostos que influen-</p><p>ciam na cor do solo, conferindo-lhes diferentes tonalidades conforme a</p><p>sua composição química. Essas tonalidades são responsáveis pela re-</p><p>flectância espectral de solos, que pode ser utilizado como um parâmetro</p><p>para a sua identificação.</p><p>Os óxidos de ferro absorvem uma grande quantidade de ener-</p><p>gia eletromagnética da região do infravermelho próximo, com um máxi-</p><p>mo de absorção em 900nm. Desta maneira, quanto maior a quantidade</p><p>de óxidos de ferro no solo, os espectros de energia refletida, principal-</p><p>mente, na região do infravermelho próximo, serão mais atenuados em</p><p>razão da presença do óxido de ferro, que se sobrepõem aos outros</p><p>parâmetros do solo (Moreira, 2008).</p><p>Matéria Orgânica</p><p>A matéria orgânica do solo pode ser definida como todo o mate-</p><p>rial orgânico de origem animal ou vegetal que está depositado ou em inte-</p><p>ração com as partículas do solo, e em diversos graus de decomposição.</p><p>Tanto a composição quanto o conteúdo de matéria orgânica no</p><p>solo interferem na reflectância dos solos, de modo que quanto maior é o</p><p>teor de matéria orgânica, menor será a reflectância do solo no intervalo</p><p>de comprimento de onda entre 400 a 2500 nm. Contudo, a contribuição</p><p>da matéria orgânica para a identificação de solos por meio de sensoria-</p><p>mento remoto só é possível quando esta ultrapassa os 2% de presença</p><p>no solo. No caso de uma quantidade abaixo de 2%, outros parâmetros</p><p>se destacarão no espectro eletromagnético (Moreira, 2008).</p><p>Ainda, a matéria orgânica, de acordo com seu grau de decom-</p><p>posição, pode absorver mais ou menos energia. Desta maneira, quanto</p><p>mais decomposto é o material orgânico, maior é a absorção de energia</p><p>eletromagnética e, consequentemente, menor é a reflectância nesta re-</p><p>gião espectral (Moreira, 2008).</p><p>Para aprender mais sobre a matéria orgânica e suas carac-</p><p>terísticas, e de que forma elas podem interferir na identificação dos</p><p>solos e outros elementos na superfície terrestre, leia o capítulo 9,</p><p>57</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>“A Matéria Orgânica do Solo” disponível neste link: https://ainfo.</p><p>cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/137613/1/Tony-2015.pdf</p><p>Rugosidade e Crosta Superficial</p><p>A rugosidade e a formação de crostas superficiais no solo es-</p><p>tão relacionadas aos processos de degradação do solo, em decorrência</p><p>da remoção da vegetação nativa ou de uma cultura agrícola, onde há a</p><p>exposição da camada superficial dos solos. Essa exposição, associado</p><p>aos processos de lixiviação, removem os horizontes superficiais, e o</p><p>que sobra são os materiais mais resistentes, conferindo um aspecto</p><p>mais endurecido a superfície. Ainda, a formação de crostas também</p><p>pode ocorrer em virtude de grande trânsito de maquinário agrícola, que</p><p>compacta o solo devido ao peso das máquinas.</p><p>As áreas que apresentam rugosidade ou crostas superficiais</p><p>apresentam diferenças no comportamento espectral quando compara-</p><p>das às áreas adjacentes do com o mesmo tipo de solo em condições</p><p>normais. Além disso, a formação de crosta faz com que solos úmidos</p><p>apresentem um comportamento espectral de solo seco, apresentando</p><p>valores maiores de reflectância na região espectral de 430 a 730 nm.</p><p>A rugosidade interfere na reflectância do solo, pois altera os</p><p>padrões de espalhamento e de sombreamento, e pode ser provocada</p><p>pelo manejo do solo agrícola, com a formação de torrões, como também</p><p>a quebra das estruturas do solo, o que aumenta de 15 a 20% a reflec-</p><p>tância dos solos em relação aos que apresentam estrutura bem definida</p><p>(Moreira, 2008).</p><p>Teor de Umidade</p><p>O teor de umidade refere-se à capacidade do solo em reter</p><p>água até o nível de saturação, que varia conforme o tipo de solo, mine-</p><p>ralogia, teor de matéria orgânica, entre outros.</p><p>O solo, quando úmido, apresenta uma cor mais escura em vir-</p><p>tude do aumento da absorção da radiação eletromagnética, que se eleva</p><p>devido à presença da água. Isso promove uma redução na reflectância</p><p>do solo na região do visível e do infravermelho próximo ao espectro ele-</p><p>tromagnético quando comparado ao seu estado seco. De maneira geral,</p><p>os solos úmidos apresentam uma reflectância menor que os solos secos,</p><p>na faixa de comprimento de onda de 400 a 2600 nm (Moreira, 2008).</p><p>58</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Granulometria e Textura do Solo</p><p>A granulometria refere-se aos diversos tamanhos de partículas</p><p>que compõem o solo. Por meio da caracterização textural, é possível infe-</p><p>rir a porcentagem das frações areia, silte e argila presentes no solo, e, as-</p><p>sim, determinar a sua textura principal, bem como as variações texturais.</p><p>Devido às variações texturais, um solo pode apresentar uma</p><p>reflectância espectral diferente de outro solo da mesma classe em fun-</p><p>ção da concentração e do tamanho das partículas que compõem os</p><p>solos (Moreira, 2008).</p><p>Por outro lado, o arranjo físico e a agregação dessas partículas no</p><p>solo originam as estruturas, que, juntamente com a textura, são responsá-</p><p>veis pela quantidade e pelo tamanho de espaços porosos no solo. Esses</p><p>espaços, dependendo da quantidade e do tamanho, afetam o volume de</p><p>água que irá ocupar esses espaços, influenciando no teor de umidade.</p><p>No caso da granulometria, quanto maior a presença das frações</p><p>mais finas silte e argila, especialmente esta última, maior o aumento da</p><p>reflectância em todos os comprimentos de onda entre 400 e 1000 nm. Os</p><p>solos com texturas mais grosseiras, acima de 2mm, apresentam pouca</p><p>influência na absorção adicional da radiação solar (Moreira, 2008).</p><p>Até aqui, podemos perceber que cada constituinte do solo in-</p><p>terage com a radiação eletromagnética de maneira única. Entretanto, é</p><p>importante salientar que o solo, por se tratar de um complexo</p><p>mineral</p><p>e com diversas propriedades, deve ter todos os parâmetros analisados</p><p>em conjunto para se obter uma identificação mais precisa do objeto.</p><p>Comportamento Espectral da Vegetação e Elementos de Idenificação</p><p>Para compreender a interação entre a radiação solar e a ve-</p><p>getação, é importante conhecer algumas características das plantas,</p><p>pois cada uma delas irá responder de maneira diferenciada a radiação</p><p>eletromagnética.</p><p>Independente da forma como a vegetação se apresenta, uma</p><p>floresta, uma pastagem ou uma cultura agrícola, é essencial conhecer</p><p>o indivíduo que a compõem, pois ele pode evidenciar peculiaridades</p><p>importantes para a sua identificação por meio de sistemas sensores.</p><p>59</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Para conhecer a anatomia de uma planta e suas principais</p><p>partes, conhecimento essencial para compreender a interação da</p><p>radiação eletromagnética com a vegetação, assista a este vídeo</p><p>disponível em: .</p><p>O uso do sensoriamento remoto para os estudos relacionados à</p><p>vegetação apresenta dois aspectos: o primeiro, relacionado à folha; e o</p><p>segundo, relacionado ao conjunto vegetacional de uma determinada área.</p><p>Todos os estudos têm por objetivo o entendimento de diversos aspectos</p><p>relacionados ao processo solo-planta, que pode se refletir nas folhas, como</p><p>também manejo agrícola e outras interações importantes referentes ao</p><p>campo da agricultura. Além disso, há também o interesse ambiental, a par-</p><p>tir dos levantamentos possíveis feitos por sensoriamento remoto.</p><p>De maneira geral, a radiação solar quando chega à superfície</p><p>terrestre, ela interage com a planta e essa interação resulta em três con-</p><p>sequências: (1) uma parte dessa radiação é absorvida pelos pigmen-</p><p>tos contidos na folha, que participa da síntese de compostos ricos em</p><p>energia (fotossíntese), altera as estruturas moleculares (fotoconversão)</p><p>e acelera diversas reações; (2) uma parte da radiação é refletida pelas</p><p>folhas, fenômeno denominado de reflexão; e (3) uma terceira parte da</p><p>radiação é transmitida através das camadas de folhas que compõem a</p><p>copa e das partes que constituem a folha (Moreira, 2008).</p><p>As quantidades de radiação absorvida, refletida e transmitida</p><p>pelas folhas das plantas variam na mesma espécie, dependendo dos</p><p>fatores ambientais aos quais elas estão sujeitas, e também de uma</p><p>espécie para outra. Dentre essas três consequências da interação da</p><p>radiação eletromagnética, a absorção é que mais interessa ao senso-</p><p>riamento remoto, pois é através dela que as informações sobre as con-</p><p>dições das plantas podem ser estimadas.</p><p>Entretanto, devido à limitação dos sistemas sensores suborbitais</p><p>e orbitais de utilizarem os dados de absorção, os dados referentes à ener-</p><p>gia refletida são mais utilizados em sensoriamento remoto (Moreira, 2008).</p><p>Os principais mecanismos que influenciam a quantidade de</p><p>energia eletromagnética refletida pelas folhas são os pigmentos, os es-</p><p>paços ocupados pela água e ar e as estruturas celulares com dimen-</p><p>sões do comprimento de onda da radiação incidente, além do conteúdo</p><p>de água, maturação, idade da folha e condições de exposição das fo-</p><p>60</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>lhas (expostas ao sol ou à sombra) (Moreira, 2008).</p><p>No caso da vegetação, a radiação eletromagnética contida na</p><p>faixa de comprimento de onda entre 400 e 3.000 nm é denominada de</p><p>espectro reflectido, onde o intervalo de comprimento de onda é dividido</p><p>em duas regiões: do visível e do infravermelho (Moreira, 2008).</p><p>A região do visível compreende toda radiação eletromagnética</p><p>da faixa espectral de 400 a 700nm, sendo a maioria desta radiação</p><p>absorvida pelos pigmentos fotossintetizantes presentes nas folhas. Os</p><p>pigmentos podem ser a clorofila (tipo A e tipo B) e, em menor quantida-</p><p>de, carotenoides, xantofilas e antocianinas (Moreira, 2008).</p><p>Devido às características dos diferentes pigmentos, a absorção</p><p>da radiação é mais acentuada nos comprimentos de ondas de 480nm</p><p>(clorofila A) e 680nm (clorofila B), além de apresentar uma absorção</p><p>muito baixa entre 540 a 620 nm. Ainda, quando há a presença de mais</p><p>de um pigmento, também ocorrem alterações nas regiões de absorção.</p><p>A região do infravermelho compreende as radiações eletromag-</p><p>néticas com comprimentos de onda entre 700 nm e 1 mm, sendo dividida</p><p>em três partes: (1) infravermelho próximo (700 a 1300 nm); (2) infraverme-</p><p>lho médio (1300 a 2500 nm); e (3) infravermelho distante (2500nm a 1 mm).</p><p>Na região do infravermelho próximo, o comportamento da ra-</p><p>diação eletromagnética é influenciado pelas propriedades ópticas da fo-</p><p>lha, que são dependentes das estruturas celulares internas, bem como</p><p>do conteúdo de água presente na folha. Essas características promo-</p><p>vem uma baixa absorção nessa região espectral.</p><p>Na região do infravermelho médio do espectro eletromagnético</p><p>a reflectância da vegetação é caracterizada por uma redução dos valo-</p><p>res da energia refletida devido à quantidade de água líquida presente</p><p>na folha, com bandas de absorção entre 1400nm, 1900nm e 2500nm</p><p>(Moreira, 2008).</p><p>Todas essas observações ao nível foliar são essenciais para</p><p>compreender o comportamento espectral das diferentes coberturas ve-</p><p>getais, de forma que através das informações coletadas pelos sensores</p><p>seja possível a identificação de espécies e problemas relacionados ao</p><p>manejo agrícola, ambientais, entre outros.</p><p>Entretanto, também devemos considerar as outras partes das</p><p>plantas, bem como o seu conjunto na formação de uma cobertura vege-</p><p>tal, pois essas partes também interferem nos padrões avaliados pelos</p><p>sensores remotos, já que todos eles interagem com a radiação solar.</p><p>O dossel vegetativo é o conjunto de todas as copas da vege-</p><p>tação, em uma determinada área, independente da espécie; ou ainda,</p><p>pode ser definido como tudo que está na parte aérea de uma comuni-</p><p>dade de plantas e que está envolvido diretamente com as interações da</p><p>61</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>energia solar (Moreira, 2008)</p><p>A interação da radiação solar com os dosséis vegetativos ocor-</p><p>re pelos pigmentos das folhas, já que elas são as principais componen-</p><p>tes e as mais visíveis de um núcleo vegetacional. Entretanto, quando</p><p>se avalia o conjunto, é importante observar a porcentagem de cobertura</p><p>do solo pelas plantas, que pode classificar o dossel em duas categorias:</p><p>dossel incompleto e dossel completo (Moreira, 2008).</p><p>O dossel pode ser classificado como incompleto quando apre-</p><p>senta baixa porcentagem de cobertura do solo, por exemplo, quando</p><p>uma cultura agrícola se encontra em estágio inicial de desenvolvimento</p><p>vegetativo. Neste caso, durante o crescimento da cultura, a energia re-</p><p>fletida da área será a somatória das plantas e do solo. A influência dos</p><p>valores de energia refletida vai diminuindo à medida que a vegetação</p><p>atinge o seu máximo desenvolvimento.</p><p>Quando a vegetação atinge o desenvolvimento máximo, o dos-</p><p>sel passa a ser completo, o que é representado por uma cobertura ve-</p><p>getal próxima a 100% (Moreira, 2008). Contudo, mesmo com a vegeta-</p><p>ção atingindo o seu desenvolvimento máximo, há espécies vegetais que</p><p>apresentam dosséis incompletos devido ao espaçamento das plantas,</p><p>como nas plantações de café.</p><p>O destino da radiação que incide em um dossel vegetativo de-</p><p>pende de suas características como o comprimento de onda, o ângulo</p><p>de incidência e polarização, além das próprias características do dossel</p><p>e, em última análise, as folhas que compõem o dossel. As folhas, neste</p><p>caso, passaram a ser de menor importância, pois, para que as suas</p><p>características que sobressaiam, é importante que os elementos acima</p><p>descritos favoreçam um determinado comportamento que este se reflita</p><p>no espectro eletromagnético.</p><p>Comportamento Espectral da Água e Elementos de Identificação</p><p>A água é um dos recursos naturais mais importantes para a exis-</p><p>tência</p><p>e a manutenção da vida e se apresenta em três estados físicos:</p><p>sólido, líquido ou gasoso. No caso do sensoriamento remoto, as proprie-</p><p>dades físicas da água são muito importantes, pois elas interferem no</p><p>comportamento espectral de diversos objetos que compõem a superfície</p><p>terrestre, como também o seu próprio comportamento espectral.</p><p>Desta forma, a absorção da radiação eletromagnética ocorre</p><p>de maneira diferenciada para cada um dos estados físicos da água. Isso</p><p>significa que, para a identificação da água ou corpos d’água nas áreas</p><p>de interesse, basta conhecer o comportamento espectral e identificá-lo</p><p>62</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>por cor ou pela própria feição na paisagem.</p><p>Na vegetação composta por folhas verdes, a água contida nas</p><p>células e nos espaços intracelulares apresenta picos de absorção em</p><p>1300, 1750 e 2100 nm. Além disso, o comportamento da água no in-</p><p>terior das folhas verdes, em termos de absorção de energia, é muito</p><p>semelhante à absorção da energia pela água nas formas sólidas e ga-</p><p>sosas, o que pode contribuir em processos de identificação de objetos.</p><p>Existem alguns fatores que interferem na reflectância da água,</p><p>como as partículas dispersas, a vegetação, a matéria orgânica dissolvi-</p><p>da, entre outros.</p><p>O fitoplâncton e a matéria orgânica nos ecossistemas aquáti-</p><p>cos possuem uma relação próxima com a água, já que são distribuídos</p><p>em função do seu movimento. O fitoplâncton, além de produzir matéria</p><p>orgânica, também, juntamente com esta última, absorvem e espalham</p><p>parte da radiação solar, interferindo, de alguma forma, nas propriedades</p><p>ópticas da água.</p><p>À medida que a concentração da matéria orgânica aumenta na</p><p>água, a sua reflectância diminui devido ao aumento da absorção, em</p><p>todo espectro do visível, sendo mais notável na região espectral do azul</p><p>e do vermelho (Moreira, 2008).</p><p>As partículas diversas transportadas pelas águas superficiais de</p><p>origem pluvial e fluvial, pelo vento, pela erosão, entre outros, como os frag-</p><p>mentos de minerais provenientes de rochas e solos, também interferem na</p><p>absorção da energia pela massa de água. A alteração da coloração e da</p><p>granulometria podem aumentar ou reduzir a reflectância da água, além de</p><p>modificar a amplitude dos espectros de reflectância, principalmente, nas</p><p>faixas do vermelho e infravermelho próximo (Moreira, 2008).</p><p>Aplicações de Sensoriamento Remoto</p><p>O sensoriamento remoto pode ser aplicado em uma grande</p><p>variedade de estudos relacionados às áreas ambientais, agricultura de</p><p>precisão, georreferenciamento, planejamento do uso e da ocupação do</p><p>solo e ainda, monitoramentos diversos.</p><p>Um dos seus usos primeiros e fundamentais está associado ao</p><p>mapeamento em diversas escalas. Por meio das imagens obtidas por</p><p>sensores suborbitais e orbitais, é possível realizar diversos levantamentos</p><p>sobre as características geológicas, geomorfológicas, de vegetação e de</p><p>solos para finalidades diversas. E, a partir desses produtos, aplicá-los em</p><p>situações mais específicas, além de permitir as comparações temporais.</p><p>Na área ambiental, o sensoriamento remoto pode ser aplicado em</p><p>63</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>investigações voltadas à detecção de vulnerabilidades naturais e antrópi-</p><p>cas dos diversos compartimentos que compõem uma paisagem. A partir</p><p>dos dados obtidos pelos sensores, é possível predizer o tipo de solo e</p><p>outras propriedades que podem ser propícias aos processos erosivos, por</p><p>exemplo. Além disso, é possível acompanhar a evolução do desmatamen-</p><p>to ou da recomposição de áreas de mata nativa, ou de interesse ambiental.</p><p>Em estudos e trabalhos que envolvam georreferenciamento,</p><p>a utilização do sensoriamento remoto é muito interessante, pois per-</p><p>mite a delimitação de áreas de interesses, como áreas de preservação</p><p>ambiental, além de avaliar a cobertura vegetacional e, assim, planejar</p><p>de forma mais assertiva o uso e a ocupação do solo. Ainda, o sensoria-</p><p>mento remoto tem sido muito utilizado em estudos sobre o ordenamento</p><p>territorial e planejamento urbano, para contribuir na melhor organização</p><p>das cidades, bem como a sua expansão futura.</p><p>Na área agrícola, o sensoriamento remoto, além de contribuir</p><p>nas questões relacionadas ao georreferenciamento e a certificação de</p><p>áreas para registro no Cadastro Ambiental Rural, também é aplicado em</p><p>uma série de situações. Por exemplo, estudos para o acompanhamento</p><p>do desenvolvimento de pastagens, degradação de solos e de cursos</p><p>d’água, além da avaliação de manejo de culturas agrícolas.</p><p>Ainda, através das propriedades relacionadas à reflectância, é</p><p>possível aplicar os sensoriamentos remotos em estudos de exploração</p><p>mineral, para a detecção de jazidas e de outros bens minerais.</p><p>Para saber mais sobre a aplicação do sensoriamento re-</p><p>moto em pesquisas minerais, leia o capítulo “Sensoriamento re-</p><p>moto em exploração mineral no Brasil", disponível no link: https://</p><p>bit.ly/2XazUzm</p><p>O sensoriamento remoto, portanto, constitui-se em uma ferra-</p><p>menta essencial para diversos levantamentos e estudos que possam</p><p>ser realizados de maneira indireta e a distância. Além disso, essa ferra-</p><p>menta permite a integração dos dados coletados com os Sistemas de</p><p>Informação Geográfica, de modo a contribuir na geração de produtos</p><p>cartográficos mais completos.</p><p>64</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO 1</p><p>Ano: 2023 Banca: FUNDEP Gestão de Concursos - FUNDEP Órgão:</p><p>Prefeitura de Lavras Prova: Gestor Ambiental - 2023 Nível: Superior</p><p>Sobre o sensoriamento remoto e geoprocessamento, analise as</p><p>afirmativas a seguir.</p><p>I. No sensoriamento remoto, uma fotografia é obtida por meio de</p><p>reações químicas em um filme sensível à luz.</p><p>II. O termo “bandas” refere-se ao número de faixas espectrais pos-</p><p>síveis de serem registradas.</p><p>III. A resolução radiométrica é inerente ao número de níveis de cin-</p><p>za (DNs) utilizados para registrar as informações em cada cena e é</p><p>expressa em bits.</p><p>Estão corretas as afirmativas</p><p>a) I, II e III.</p><p>b) I e II, apenas.</p><p>c) II e III, apenas.</p><p>d) I e III, apenas.</p><p>QUESTÃO 2</p><p>Ano: 2022 Banca: Fundação Getúlio Vargas - FGV Órgão: TCE TO -</p><p>Tribunal de Contas do Estado do Tocantins Prova: Auditor de Con-</p><p>trole Externo - Área: Engenharia Ambiental - 2022 Nível: Superior</p><p>Sobre os dados de sensoriamento remoto, analise as afirmativas</p><p>abaixo a respeito dos benefícios para os levantamentos de recur-</p><p>sos naturais:</p><p>I. Sua visão sinótica permite ver grandes extensões de área em</p><p>uma mesma imagem.</p><p>II. Sua resolução espacial permite a obtenção de informações so-</p><p>bre um alvo na natureza em distintas regiões.</p><p>III. Sua resolução espectral permite a coleta de informações em</p><p>diferentes épocas do ano e em anos distintos.</p><p>Está correto somente o que se afirma em:</p><p>a) I;</p><p>b) II;</p><p>c) III;</p><p>d) I e II;</p><p>e) II e III;</p><p>QUESTÃO 3</p><p>Ano: 2022 Banca: COPEVE/UFAL - FUNDEPES Órgão: TCE AL - Tri-</p><p>65</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>bunal de Contas do Estado de Alagoas Prova: Agente de Controle</p><p>Externo - Área: Engenharia Ambiental - 2022 Nível: Superior</p><p>O Sensoriamento Remoto é a técnica que faz uso de sensores para</p><p>analisar as manifestações da radiação eletromagnética de alvos</p><p>sem contato direto da área ou fenômeno sob investigação. Sobre</p><p>os sensores, é possível afirmar que</p><p>a) a missão Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) é conhecida</p><p>por obter imagens úteis à obtenção de dados altimétricos da superfície</p><p>terrestre fazendo uso do sistema Light Detection and Ranging (LiDAR).</p><p>b) a principal diferença entre os sistemas de Radio Detection And Ran-</p><p>ging (RADAR) e Light Detection and Ranging (LiDAR) está relaciona-</p><p>do com o comprimento de ondas eletromagnéticas distinto usado pelos</p><p>dois segmentos.</p><p>c) as técnicas de Light Detection and Ranging (LiDAR) é uma das mais</p><p>indicadas para obtenção de dados altimétricos na superfície terrestre,</p><p>possibilitando a obtenção de produtos como o Modelo Digital</p><p>de Terreno</p><p>(MDT) e Modelo Digital de Superfície (MDS).</p><p>d) os dados LiDAR são adquiridos por um processo de varredura a laser</p><p>e sua resolução depende, dentre outros fatores, da quantidade de pon-</p><p>tos adquiridos por metro quadrado, sendo usualmente apenas orbital.</p><p>e) os sensores de Radio Detection And Ranging (RADAR) são conside-</p><p>rados sensores ativos, ou seja, produzem sua própria radiação, operan-</p><p>do na faixa espectral ultravioleta.</p><p>QUESTÃO 4</p><p>Ano: 2022 Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Esta-</p><p>dual Paulista - VUNESP Órgão: PC RR - Polícia Civil de Roraima Pro-</p><p>va: Perito Criminal - Área: Engenharia Florestal - 2022 Nível: Superior</p><p>As imagens multiespectrais de sensoriamento remoto</p><p>a) apresentam como menor unidade espacial o número digital, sendo</p><p>que cada um deles representa sempre uma área com as mesmas di-</p><p>mensões na superfície terrestre.</p><p>b) possuem como elemento básico o píxel, sendo que, para um mesmo</p><p>sensor remoto, sua dimensão varia dentro dos limites de imagem em</p><p>função de alterações no relevo.</p><p>c) em função de sua natureza digital ou discreta, constituem-se um ar-</p><p>ranjo de elementos sob forma de uma malha ou grid, no qual cada cela</p><p>tem sua localização definida em um sistema de coordenadas do tipo</p><p>linha e colunas.</p><p>d) são formadas por celas, as quais possuem um atributo numérico z,</p><p>responsável por sua localização na forma de coordenadas do tipo lati-</p><p>tude e longitude.</p><p>66</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>e) apresentam natureza digital e não-discreta e têm como menor ele-</p><p>mento que as forma os números digitais, os quais são representativos</p><p>da localização de suas feições espaciais.</p><p>QUESTÃO 5</p><p>Ano: 2022 Banca: Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconô-</p><p>micos - FEPESE Órgão: Prefeitura de Balneário Camboriú Prova:</p><p>Especialista Ambiental - Área: Engenharia Florestal - 2022 Nível: -</p><p>Assinale a alternativa correta quanto ao emprego de técnicas de</p><p>sensoriamento remoto e geoprocessamento para realização de</p><p>diagnósticos ambientais.</p><p>a) O índice da água da diferença normalizada (NDWI) não serve para</p><p>detectar a condição de umidade da vegetação.</p><p>b) O índice de vegetação da diferença normalizada, conhecido como</p><p>NDVI, é obtido por meio de relações entre as medições de refletância</p><p>espectral adquiridas na região da cor verde e do vermelho.</p><p>c) O índice de vegetação da diferença normalizada, conhecido como</p><p>NDVI, sugere a presença de superfície com cobertura vegetal quando</p><p>seu valor é próximo a 1.</p><p>d) A razão entre as refletâncias espectrais adquiridas na região da cor</p><p>verde e do vermelho são mais eficazes para identificar vegetação do</p><p>que a razão entre as cores vermelha e o infravermelho próximo.</p><p>e) Para identificação de corpos hídricos, pode-se empregar o índice da</p><p>água da diferença normalizada, conhecido como NDWI, obtido por meio</p><p>de relações entre as medições de refletância espectral adquiridas na</p><p>região da cor azul e do infravermelho próximo.</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE</p><p>O Google Earth é um software que utiliza imagens de satélite armaze-</p><p>nadas na internet, visando massificar e facilitar o uso desses produtos</p><p>em diversas aplicações. É uma ferramenta muito interessante e gratuita</p><p>para levantamentos prévios, contribuindo, até mesmo, na escolha dos</p><p>produtos mais adequados para a realização de análises mais detalha-</p><p>das. Neste sentido, de que forma os levantamentos prévios podem ser</p><p>realizados através do Google Earth, e como eles podem contribuir na</p><p>escolha de outros produtos?</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Com relação às resoluções de uma imagem obtida por sistemas</p><p>sensores e suas características, relacione a primeira e a segunda</p><p>coluna, e marque a alternativa que represente a sequência correta:</p><p>67</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>a) 1 – 2 – 3 – 4.</p><p>b) 2 – 1 – 4 – 3.</p><p>c) 3 – 4 – 2 – 1.</p><p>d) 4 – 3 – 1 – 2.</p><p>e) 4 – 3 – 2 – 1.</p><p>NA MÍDIA</p><p>SENSORIAMENTO REMOTO PODE AJUDAR NA PROTEÇÃO DE</p><p>TERRAS INDÍGENAS</p><p>As imagens de satélites detalham padrões dos alvos de interesse, como</p><p>os diferentes tipos de vegetação, a presença de corpos d'água, solo</p><p>exposto, área urbana.</p><p>Mapas digitais e fotografias aéreas são alguns dos produtos gerados</p><p>pela tecnologia geoespacial. Hoje, o Brasil conta com mais de seiscen-</p><p>tas terras indígenas demarcadas em todo seu território, o que represen-</p><p>ta uma área de aproximadamente 1.181.511,25 km². Dessa área, cerca</p><p>de 98,23% fazem parte da chamada Amazônia Legal, que engloba os</p><p>estados do país onde há a presença da floresta. Fazem parte do grupo,</p><p>além de todos os estados da região Norte, o Maranhão e o Mato Grosso.</p><p>Por conta do tamanho, monitorar as ocorrências de desmatamento e</p><p>degradação das terras indígenas e acompanhar as mudanças de uso e</p><p>ocupação do solo exige esforço das autoridades brasileiras.</p><p>Fonte: INFORCHANNEL</p><p>Data: 04 abril. 2020.</p><p>Leia a notícia na íntegra: https://inforchannel.com.br/sensoriamento-re-</p><p>moto-pode-ajudar-na-protecao-de-terras-indigenas/</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Uma das aplicações do sensoriamento remoto é na área da saúde, por</p><p>meio de levantamento de áreas epidêmicas, ou seja, áreas onde se</p><p>concentram uma determinada enfermidade, como a dengue. A partir</p><p>dos produtos do sensoriamento remoto, juntamente com dados numé-</p><p>68</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ricos gerados pelos órgãos de saúde, é possível compartimentar uma</p><p>determinada área conforme o número de casos em cada local.</p><p>Desta forma, é possível criar uma ferramenta não só para entender a</p><p>dinâmica da epidemia, mas, também, de encontrar elementos naturais</p><p>ou artificiais que, muitas vezes, não são vistos em campo, como casas</p><p>abandonadas, áreas como acúmulo de água, entre outros. Assim, tor-</p><p>na-se possível uma fiscalização mais efetiva de combate, bem como</p><p>concentrar as ações referentes à prevenção, por meio de planejamento</p><p>dos itinerários nas áreas mais afetadas.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Vídeo sobre o assunto: A planetary perspective with LANDSAT and</p><p>Google Earth Engine (2013) (apesar de ser em inglês, a explicação com</p><p>as imagens e suas diferenças são compreensíveis).</p><p>Disponível em: .</p><p>Vídeo sobre o assunto: LANDSAT 8: band by band (2016) (apesar de</p><p>serem em inglês, os esquemas mostrando a composição das camadas</p><p>para a formação da imagem são compreensíveis).</p><p>Disponível em: .</p><p>69</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>GABARITOS</p><p>CAPÍTULO 01</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO</p><p>DE RESPOSTA</p><p>O sensoriamento remoto pode ser definido como um conjunto de tec-</p><p>nologias que tem por objetivo a coleta de informações, de maneira in-</p><p>direta, de objetos ou áreas da superfície terrestre através de sistemas</p><p>sensores. Uma das peculiaridades do sensoriamento remoto, portanto,</p><p>é a capacidade de coleta de informações de maneira remota e indireta,</p><p>ou seja, sem contato físico com o alvo de interesse.</p><p>Graças a essas particularidades, o sensoriamento remoto tem se tornado</p><p>uma ferramenta essencial em diversas áreas do conhecimento, devido</p><p>à interação das características físicas, químicas biológicas dos alvos, é</p><p>possível identificá-los, além de permitir o seu monitoramento e avaliação,</p><p>de acordo com os objetivos de cada estudo e/ou levantamento.</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Gabarito: B</p><p>70</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>CAPÍTULO 02</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO</p><p>DE RESPOSTA</p><p>Os sistemas sensores, com relação ao nível de aquisição de dados, podem</p><p>ser classificados em sensores terrestres, sensores suborbitais e sensores</p><p>orbitais. Os levantamentos realizados por sensores a nível terrestre têm</p><p>por objetivo a realização de pesquisas básicas sobre como os objetos ab-</p><p>sorvem, refletem e emitem radiação. Esses dados geram informações so-</p><p>bre como os objetos podem ser identificados pelos sensores orbitais.</p><p>Os sensores suborbitais são aqueles em que operam por meio de equi-</p><p>pamentos acoplados a aeronaves tripuladas, e geram como produtos as</p><p>fotografias aéreas, usadas para diversas finalidades, além de câmeras</p><p>de vídeo e radares.</p><p>Já os sensores a nível orbital produzem dados que são muito utilizados</p><p>em levantamentos variados, conforme a distância entre o sensor e a</p><p>superfície terrestre, e são utilizados para as mais diversas finalidades,</p><p>executados por balões meteorológicos e por satélites.</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Gabarito: D</p><p>71</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>CAPÍTULO 03</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO</p><p>DE RESPOSTA</p><p>Por meio do Google Earth, é possível realizar os levantamentos prévios</p><p>para escolher os produtos e sensores para a realização de investiga-</p><p>ções diversas. O Google Earth trabalha com uma biblioteca de imagens</p><p>com vários tipos de sensores, orbitais e suborbitais, de modo que pode</p><p>fornecer informações até um determinado limite de detalhe.</p><p>A partir do momento em que as necessidades forem avaliadas, esco-</p><p>lhem-se os sistemas sensores e os adequados para a realização dos</p><p>trabalhos, conforme os objetivos do levantamento.</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Gabarito: C</p><p>72</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>CONCEIÇÃO, R. S. da. COSTA, V. C. Cartografia e geoprocessamen-</p><p>to. V. 2. 264p. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.</p><p>INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE.</p><p>Manual Técnico de Geomorfologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação</p><p>IBGE, 2009.</p><p>MORAES, E. C. Fundamentos de Sensoriamento Remoto. Notas Técnicas.</p><p>São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2002.</p><p>MOREIRA, M. A. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodolo-</p><p>gias de aplicação. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesqui-</p><p>sas Espaciais, 2008.</p><p>73</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>e indireta, contribuindo para muitos estudos.</p><p>Nesse contexto, no capítulo 1, você vai aprender sobre a radia-</p><p>ção solar, os tipos de radiação eletromagnética e o espectro eletromag-</p><p>nético, e de que formas as interações acontecem de maneira a gerar</p><p>uma assinatura espectral, permitindo a identificação de um objeto ou de</p><p>uma área de interesse.</p><p>No capítulo 2, você irá conhecer os sistemas sensores e al-</p><p>gumas de suas propriedades, além de suas classificações e os níveis</p><p>de aquisição de dados, que são o terrestre, o suborbital e o orbital. A</p><p>compreensão e o conhecimento dessas propriedades podem contribuir</p><p>na escolha do produto para um determinado levantamento a partir do</p><p>sensor que ele foi obtido, otimizando tempo e recursos financeiros.</p><p>Já no capítulo 3, você vai aprender sobre o comportamento</p><p>espectral dos diversos objetos que estão presentes na superfície terres-</p><p>tre, bem como alguns elementos que podem contribuir no processo de</p><p>identificação. Além disso, será discutida a aplicação do sensoriamento</p><p>remoto, de modo que você note como esta ferramenta é versátil, po-</p><p>dendo ser usada em muitas áreas e contextos, contribuindo de forma</p><p>12</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>assertiva em levantamentos, investigações e na tomada decisão.</p><p>13</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>SCONCEITOS E HISTÓRIA DO SENSORIAMENTO REMOTO</p><p>O sensoriamento remoto consiste em um processo que envolve a</p><p>captura de informação sobre um objeto, mas sem contato direto com ele.</p><p>Para que esta operação seja possível, são usados sensores remotos que</p><p>podem ser terrestres, transportados a bordo de satélites ou de aviões.</p><p>O surgimento do sensoriamento remoto está relacionado à ori-</p><p>gem da fotografia aérea, sendo estas consideradas os primeiros pro-</p><p>dutos do sensoriamento remoto. A história do sensoriamento remoto</p><p>pode ser dividida em dois períodos: de 1860 a 1960; e de 1960 até hoje</p><p>(Conceição e Costa, 2013).</p><p>Por exemplo, os cientistas Louis-Jacques-Mandé Daguerre e</p><p>Joseph Nicéphore Niépce, no final do século XVIII, já utilizavam as foto-</p><p>INTRODUÇÃO AO SENSORIAMENTO</p><p>REMOTO</p><p>13</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>14</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>grafias aéreas para a realização de levantamentos topográficos, sendo</p><p>estes considerados os primeiros da história da Topografia.</p><p>Em 1849, o Coronel Aimé Laussedat, que era engenheiro do</p><p>exército francês, utilizou um sistema fotográfico desenvolvido por Daguerre</p><p>acoplado em um balão visando obter fotos para um mapeamento topo-</p><p>gráfico. Devido a este fato, Laussedat passou a ser considerado um dos</p><p>primeiros indivíduos a utilizar fotografias com o intuito de elaborar mapas,</p><p>sendo considerado o pai da Fotogrametria (Conceição e Costa, 2013).</p><p>A Fotogrametria pode ser definida como a ciência que es-</p><p>tuda a técnica e a arte de extrair de fotografias aéreas a forma, as</p><p>dimensões, a posição e as medidas dos objetos fotografados por</p><p>meios aéreos e terrestres. As informações obtidas através das fo-</p><p>tografias podem ser utilizadas em diversas áreas do conhecimen-</p><p>to, como a Cartografia, a Astronomia, a Meteorologia, a Agronomia,</p><p>entre outros levantamentos.</p><p>Com a invenção do avião e com aperfeiçoamento das câmeras</p><p>fotográficas e filmes, houve um grande incremento no levantamento das</p><p>mais diversas informações da superfície terrestre, já que essas tecnolo-</p><p>gias permitiram a obtenção dos dados com condições mais controladas</p><p>e com maior cobertura das áreas.</p><p>Mesmo após o voo dos primeiros aviões e protótipos a</p><p>partir de 1906, as câmeras fotográficas que já existiam não foram</p><p>acopladas de imediato a essas aeronaves, já que exigia uma série</p><p>de adaptações e estudos que viabilizassem o encaixe, mas também</p><p>como as imagens seriam obtidas. Somente em 1909, com os ir-</p><p>mãos Wright, que as adaptações necessárias foram feitas para que</p><p>as primeiras fotografias aéreas ocorressem a partir de um avião.</p><p>Para que as aeronaves pudessem ser utilizadas na obtenção de</p><p>fotografias aéreas calibradas, foram necessários muitos anos de adapta-</p><p>ções, preparação e homologação do sistema para esta finalidade.</p><p>15</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O primeiro registro de fotografia aérea obtida por um avião para</p><p>mapeamento foi em 1913. A fotografia aérea ganhou grande relevância</p><p>a partir da Primeira Guerra Mundial, onde essa metodologia de obten-</p><p>ção de imagens foi muito utilizada para conhecer o território inimigo.</p><p>Entre 1860 a 1960, as fotografias áreas tinham por objetivo</p><p>principal auxiliar nos conflitos, e, neste contexto, foi desenvolvido o filme</p><p>infravermelho, que permitia a detecção da camuflagem. As fotografias</p><p>aéreas coloridas surgiram a partir de 1930, além do avanço nos estudos</p><p>de filmes sensíveis à radiação infravermelha. Em 1956, as fotografias</p><p>aéreas já eram utilizadas também para o mapeamento de formações</p><p>vegetacionais nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras fotografias</p><p>aéreas foram feitas em 1958, na região do Vale do Rio Paraíba, visando</p><p>o levantamento de recursos hídricos (Conceição e Costa, 2013).</p><p>A partir da década de 1960, com o desenvolvimento das imagens</p><p>obtidas por sensores orbitais, as informações coletadas facilitaram uma</p><p>de suas primeiras utilizações, que eram de espionagem e bélica, sendo</p><p>também beneficiadas as áreas de meteorologia e de recursos naturais.</p><p>A origem do sensoriamento remoto está relacionada ao desen-</p><p>volvimento da fotografia aérea e da pesquisa espacial. Mas, o termo</p><p>sensoriamento remoto surgiu a partir de 1960, e apresentava-se como</p><p>um modo de adquirir informação sem o contato direto com os objetos.</p><p>Desde então, o sensoriamento remoto tem exigido uma tecnologia cada</p><p>vez mais avançada, tanto em sensores quanto em softwares, como</p><p>também conhecimentos específicos para a interpretação de suas infor-</p><p>mações (Conceição e Costa, 2013).</p><p>Desta forma, podemos dizer que o campo do conhecimento do</p><p>sensoriamento remoto unifica duas grandes áreas, a física e a cartogra-</p><p>fia, imprescindíveis para entender o processo de aquisição das informa-</p><p>ções, bem como a sua interpretação.</p><p>Portanto, o principal objetivo do sensoriamento remoto é possi-</p><p>bilitar o estudo do ambiente terrestre através dos registros das imagens</p><p>captadas pelos sensores. As imagens, ao serem captadas, são proces-</p><p>sadas e analisadas por softwares, que permitem a interpretação dos</p><p>diferentes objetos terrestres.</p><p>A análise realizada pelos softwares é possível devido à compa-</p><p>ração das diferentes intensidades de radiação eletromagnética que são</p><p>absorvidas e/ou refletidas devido à composição química e os elementos</p><p>presentes nos objetos.</p><p>O sensoriamento remoto, portanto, consiste em uma tecnolo-</p><p>gia que possibilita a obtenção de imagens e outros tipos de dados da</p><p>superfície terrestre através da captação e registro da energia refletida</p><p>ou emitida pelos objetos terrestres (Conceição e Costa, 2013).</p><p>16</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>O registro da energia refletida ou emitida pelos objetos terres-</p><p>tres é feito por sensores orbitais e terrestres, que captam à distância,</p><p>isto é, de forma indireta, as informações que podem ser registradas</p><p>desses objetos.</p><p>Quanto menor for a distância que o sensor estiver da superfície</p><p>terrestre, maior será a interferência da atmosfera. Isso impede que a</p><p>energia solar reflita a luz e a emita de volta ao sensor, não a captan-</p><p>do de maneira adequada (Conceição e Costa, 2013). Os sensores são</p><p>classificados conforme o seu produto final, sendo nomeados de image-</p><p>adores e não imageadores.</p><p>Os imageadores são os sensores que apresentam, como pro-</p><p>duto final, uma imagem da superfície ou a variação espacial da resposta</p><p>espectral (espectro eletromagnético) da superfície imageada.</p><p>O espectro eletromagnético pode ser definido como um</p><p>intervalo completo da radiação eletromagnética,</p><p>que contém as</p><p>ondas de rádio, as micro-ondas, o infravermelho, a luz visível, os</p><p>raios ultravioletas, os raios-x, e por último, a radiação gama. A luz</p><p>visível é constituída por ondas eletromagnéticas, que apresentam</p><p>diferenças na frequência e no comprimento de onda.</p><p>Os sensores imageadores, conforme o processo que utilizam</p><p>para a formação da imagem, são classificados em:</p><p>• Sistemas fotográficos, onde as câmeras fotográficas focalizam a energia</p><p>proveniente do alvo sobre o detector, sendo o filme fotográfico.</p><p>• Sistemas de imageamento eletro-ópticos, onde os dados são registrados na</p><p>forma de sinal elétrico, o que possibilita transmissões a distância. Os com-</p><p>ponentes ópticos do sistema focalizam a energia proveniente da superfície</p><p>sobre um detector, produzindo um sinal elétrico, transformado em valores</p><p>numéricos e armazenado em formato digital (Conceição e Costa, 2013).</p><p>Os sensores não imageadores são aqueles que não fornecem</p><p>uma imagem da superfície observada, mas, sim, informações em forma de</p><p>número ou gráficos, que podem ser utilizadas para inferir sobre o comporta-</p><p>mento espectral de uma superfície. A coleta por sensores não imageadores</p><p>ocorre por meio de aparelhos acoplados a plataformas manuais, em tripés</p><p>ou em torres, como os espectrorradiômetros (Conceição e Costa, 2013).</p><p>17</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>A espectrorradiometria é uma das técnicas de sensoriamen-</p><p>to remoto que avalia a quantidade de energia radiante, que pode ser</p><p>originada de fontes naturais ou de fontes artificiais, além da interação</p><p>dessa energia com os alvos de interesse (Conceição e Costa, 2013).</p><p>Podemos observar que a técnica de sensoriamento remoto ob-</p><p>tém as imagens ou os dados passíveis de interpretação dos objetos</p><p>situados na superfície terrestre a partir da quantidade e da qualidade</p><p>da energia eletromagnética refletida e emitida por esses objetos. Essa</p><p>energia é resultante das interações entre a energia eletromagnética e</p><p>os objetos, que, por sua vez, são determinadas pelas propriedades físi-</p><p>cas, químicas e biológicas.</p><p>Desta forma, a energia eletromagnética refletida e emitida pe-</p><p>los objetos terrestres é a base de dados para todo o processo que per-</p><p>mite a identificação desses objetos. É a partir da quantificação da ener-</p><p>gia espectral refletida e/ou emitida por eles que é possível avaliar suas</p><p>principais características, e, assim, reconhecê-los.</p><p>A RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA</p><p>O Sensoriamento Remoto consiste em um conjunto de ativi-</p><p>dades que permitem a obtenção de informações dos objetos que com-</p><p>põem a superfície terrestre sem o contato direto com eles.</p><p>Estas atividades envolvem a detecção do alvo ou objeto de</p><p>interesse; a aquisição dos dados por meio do registro da energia ele-</p><p>tromagnética pelos sensores; e a análise, sendo o momento em que as</p><p>interpretações das informações obtidas por meio da energia eletromag-</p><p>nética emitida ou refletida pelos objetos terrestres são realizadas.</p><p>A energia eletromagnética utilizada na obtenção dos dados por</p><p>sensoriamento remoto é também denominada de radiação eletromagnética.</p><p>A energia eletromagnética pode ser definida como uma energia que se mo-</p><p>vimenta por meio de ondas magnéticas, na velocidade da luz (300.000km/</p><p>segundo) e não precisa de um meio material para se propagar. O Sol e a</p><p>Terra são as duas principais fontes naturais de energia eletromagnética</p><p>utilizadas no sensoriamento remoto da superfície terrestre (Moraes, 2002).</p><p>Para podermos utilizar os recursos oferecidos pela metodo-</p><p>logia de sensoriamento remoto, é importante compreendermos todo o</p><p>18</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>processo, desde a aquisição até a interpretação.</p><p>A Radiação Solar</p><p>A radiação solar é a fonte de energia para todos os processos</p><p>físicos, químicos e biológicos que ocorrem na superfície terrestre. Além</p><p>de ser uma fonte de energia para os seres vivos, é a principal fonte de</p><p>energia para a maioria dos sistemas sensores (Moreira, 2008).</p><p>O Sol é o responsável pela radiação solar, e é considerado</p><p>uma estrela de quinta grandeza, constituída por uma massa gasosa</p><p>contendo hidrogênio e hélio. A grande massa do Sol, associada às al-</p><p>tas temperaturas, exercem uma grande pressão interna, promovendo</p><p>reações nucleares. Essas reações transformam o hidrogênio em hélio,</p><p>através da fusão dos núcleos de hidrogênio em núcleos de hélio. A per-</p><p>da de massa dos núcleos de hidrogênio é compensada pela emissão de</p><p>energia, sendo denominada de radiação.</p><p>A quantidade de radiação liberada no processo reações</p><p>nucleares que ocorrem no interior do Sol é surreal! Para você ter</p><p>uma ideia, a cada segundo, 657 milhões de toneladas de hidrogê-</p><p>nio são transformadas em 653 milhões de toneladas de hélio. A</p><p>diferença de 4 milhões de toneladas de massa de hidrogênio trans-</p><p>formadas em hélio é que é convertida em radiação (Moreira, 2008).</p><p>Quando ocorre a absorção de energia do meio por um elétron,</p><p>ele salta de um nível de energia mais próximo do núcleo para um nível</p><p>mais afastado, tornando-se um átomo instável e carregado negativa-</p><p>mente. Para que o elétron retome a sua estabilidade, é necessário que</p><p>ele transfira a energia para os outros átomos e também para o meio, o</p><p>que é explicado pela teoria ondulatória (Moreira, 2008).</p><p>A Teoria Ondulatória, as Propriedades das Ondas e as Ondas Ele-</p><p>tromagnéticas</p><p>Para a compreensão de como a radiação eletromagnética é</p><p>captada, gerando imagens e/ou dados passíveis de interpretação dos</p><p>19</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>objetos presentes na superfície terrestre, é importante entender sobre</p><p>as características das ondas, seus tipos e propriedades, bem como a</p><p>teoria ondulatória.</p><p>As ondas são definidas como perturbações periódicas ou oscila-</p><p>ções de partículas, ou do espaço, através das quais as formas de energia</p><p>se propagam a partir de suas fontes. Desta maneira, todos os movimen-</p><p>tos ondulatórios em um meio resultam de oscilações de partículas indivi-</p><p>duais em torno de suas posições de equilíbrio (Moreira, 2008).</p><p>Os movimentos ondulatórios resultam de oscilações de par-</p><p>tículas individuais em torno de suas posições de equilíbrio, ou seja, o</p><p>movimento provocado por uma perturbação qualquer não é um des-</p><p>locamento do meio em si. Neste sentido, uma onda não propaga a ma-</p><p>téria, mas, sim, a energia, através da oscilação de cada partícula do</p><p>meio apenas em torno de sua posição de equilíbrio, que é transferida</p><p>por meio de átomos e moléculas da matéria. Um exemplo desse fenô-</p><p>meno são as "olas" em estádios de futebol: há o movimento oscilató-</p><p>rio, mas as pessoas continuam nos mesmos lugares (Moreira, 2008).</p><p>As ondas, de modo geral, necessitam de um meio material</p><p>para se propagarem, exceto as ondas eletromagnéticas, que se propa-</p><p>gam no vácuo. Ainda, a onda apresenta algumas características como</p><p>a frequência e o comprimento.</p><p>A frequência refere-se ao número de vezes que uma onda pas-</p><p>sa por um ponto do espaço em um determinado intervalo de tempo.</p><p>Isto é representado pelo número de oscilações da onda por unidade de</p><p>tempo em relação a um ponto, expressa em ciclos por segundo ou Hertz</p><p>(Moreira, 2008).</p><p>O comprimento de onda representa a distância entre dois pon-</p><p>tos semelhantes de onda, dado em metros, e são classificadas confor-</p><p>me a sua forma, posição e sentido de propagação (Moreira, 2008).</p><p>A velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas é di-</p><p>retamente proporcional à sua frequência e ao comprimento de onda,</p><p>expressa por (Moraes, 2002) (Figura 1):</p><p>20</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Figura 1: Onda eletromagnética</p><p>Fonte: Moreira, 2008.</p><p>Neste sentido, as ondas podem ser categorizadas em ondas</p><p>senoidais, ondas transversais e ondas longitudinais.</p><p>As ondas senoidais são aquelas que oscilam regularmente com</p><p>uma única frequência e em um mesmo comprimento de onda. As ondas</p><p>transversais são aquelas em que os picos e os vales</p><p>(ou cristas e depres-</p><p>sões) formam ângulos retos com a direção do movimento. Por fim, as</p><p>ondas longitudinais, estimuladas pelo movimento de partículas cuja vibra-</p><p>ção ocorre na mesma direção em que a onda se propaga (Moreira, 2008).</p><p>As ondas apresentam algumas propriedades importantes.</p><p>Dentre elas, podemos citar (Moreira, 2008):</p><p>• Quando duas ou mais ondas de mesma frequência são sobrepostas, elas</p><p>passam a formar uma única onda, resultante da soma simples dos desloca-</p><p>21</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>mentos das ondas componentes.</p><p>• As ondas que oscilam em fases diferentes, não se sobrepõem e ainda se</p><p>cancelam, gerando a interferência.</p><p>• As ondas podem ser refletidas quando encontram obstáculos, e se percor-</p><p>rerem a trajetória original da onda incidente, elas podem ser sobrepor.</p><p>• A velocidade de uma onda depende da natureza do meio de propagação.</p><p>• Na mudança de um meio de propagação para outro, a onda sofre uma</p><p>mudança na velocidade, resultando em uma alteração da direção do movi-</p><p>mento, ou seja, o fenômeno da difração.</p><p>Assim, quando uma onda encontra uma superfície de separa-</p><p>ção de dois meios de natureza distinta, ela se refrata e se reflete. Isto é,</p><p>a perturbação propagada pela onda incidente transmite-se ao segundo</p><p>meio (onda refratada). Ao mesmo tempo, surge, no primeiro meio, uma</p><p>nova onda que se propaga em sentido oposto (reflexão).</p><p>Desta forma, parte da onda incidente é refletida, e as direções</p><p>das ondas refratadas e refletidas são diferentes da direção da onda in-</p><p>cidente e diferentes entre si (Moreira, 2008).</p><p>As ondas eletromagnéticas, sendo as ondas que nos interes-</p><p>sam para o estudo do sensoriamento remoto, são do tipo transversal e</p><p>não precisam de um meio para se propagarem, ou seja, propagam-se</p><p>até no vácuo.</p><p>As ondas são chamadas de eletromagnéticas em função do</p><p>campo magnético e elétricos que elas apresentam, e que surgem em</p><p>função das perturbações das cargas elétricas, que, por conseguinte,</p><p>geram uma onda eletromagnética.</p><p>Para entender melhor o princípio responsável pela forma-</p><p>ção das ondas eletromagnéticas, acesse este vídeo: https://www.</p><p>youtube.com/watch?v=YsLDejmD4OM</p><p>As radiações eletromagnéticas recebem diversas denomina-</p><p>ções conforme a sua frequência e o seu comprimento de onda, confor-</p><p>me as definições abaixo (Moraes, 2002; Moreira, 2008):</p><p>• A radiação gama refere-se à radiação emitida por materiais</p><p>radioativos e pelo Sol, apresentando alta frequência, que amplia a sua</p><p>capacidade de penetração, e alta energia. Uma das aplicações da ra-</p><p>diação gama é na medicina, em equipamentos para radioterapia.</p><p>• Os raios-x consistem em radiações que apresentam frequ-</p><p>22</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ências de onda acima da radiação ultravioleta, e tem sua origem asso-</p><p>ciada ao interior da eletrosfera do átomo, por rearranjos eletrônicos. Os</p><p>raios-x são bastante utilizados na medicina para a obtenção de radio-</p><p>grafias e nos estudos relacionados à Cristalografia.</p><p>Para compreender o funcionamento de um aparelho de</p><p>Raios-x, acesse este site https://bit.ly/2LRvCGq e leia um artigo so-</p><p>bre o assunto!</p><p>• A radiação Ultravioleta (UV) corresponde às radiações que</p><p>são produzidas durante as reações nucleares que ocorrem no interior</p><p>do Sol. A radiação UV está na faixa espectral de 0,003 μm até 0,38μm,</p><p>e pode ser dividia em três bandas (Moreira, 2008):</p><p>- UV próximo (0,3 a 0,38 μm);</p><p>- UV distante (0,2 a 0,3 μm) e</p><p>- UV máximo (0,1 a 0,2 μm).</p><p>• A Radiação Visível (LUZ) consiste no conjunto de radiações</p><p>eletromagnéticas compreendidas entre os comprimentos de ondas de</p><p>0,39 μm a 0,70 μm. As radiações contidas nesta faixa de comprimento</p><p>de onda, ao incidirem no sistema visual humano, são capazes de pro-</p><p>vocar uma sensação de cor no cérebro (Moreira, 2008).</p><p>Quando a luz branca se decompõe, o que se tem, na ver-</p><p>dade, é uma cor com diversas radiações eletromagnéticas, com</p><p>comprimentos de onda diferentes, ou seja, diferentes frequências,</p><p>que resultam em cores distintas.</p><p>Na tabela a seguir, é possível visualizar as cores que compõem</p><p>e luz branca e suas respectivas faixas no espectro eletromagnético (Ta-</p><p>bela 1).</p><p>Quadro 1: A decomposição da luz branca, as cores e as faixas espectrais</p><p>23</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Fonte: Moraes, 2002.</p><p>• A Radiação Infravermelha (IV) refere-se às radiações eletro-</p><p>magnéticas em que os comprimentos de onda variam de 0,7 a 1000 μm,</p><p>e são divididas em três faixas espectrais: IV próximo (0,7 a 1.1 μm); IV</p><p>médio (1,1 a 3,0 μm); e IV distante (3,0 a 1000 μm) (Moreira, 2008).</p><p>• A radiação Micro-ondas consiste em radiações eletromagnéti-</p><p>cas que se estendem pela região do espectro de 1000 μm a aproxima-</p><p>damente 1 x 10-6 μm (1 metro).</p><p>• As Ondas de Rádio referem-se às radiações com frequências</p><p>menores que 300 MHz, ou seja, apresentam um comprimento de onda</p><p>maior que 1 metro. As ondas de rádio são muito utilizadas nas teleco-</p><p>municações.</p><p>O conjunto de estas radiações, de forma ordenada, conforme</p><p>o comprimento de onda e a frequência, é chamado de espectro eletro-</p><p>magnético (Figura 2).</p><p>Figura 2: Espectro eletromagnético.</p><p>Fonte: Moraes, 2002.</p><p>24</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Para analisar o espectro magnético e associá-lo ao concei-</p><p>to de onda eletromagnética, acesse este vídeo: https://www.youtu-</p><p>be.com/watch?v=28JVQrLCFtM</p><p>O espectro eletromagnético pode apresentar denominações di-</p><p>ferenciadas de acordo com alguma propriedade especial que ele possa</p><p>apresentar (Moraes, 2002):</p><p>O espectro óptico consiste na região do espectro eletromag-</p><p>nético onde estão as energias que podem ser coletadas por sistemas</p><p>ópticos, como a ultravioleta, o visível e o infravermelho.</p><p>O espectro solar refere-se à região do espectro que comporta</p><p>os tipos de energia emitidos pelo Sol. Cerca de 99% da energia solar</p><p>que atinge a Terra encontra-se na faixa de 0,28 a 4 μm (Moraes, 2002).</p><p>O espectro visível, ou a luz, consiste no conjunto das energias</p><p>eletromagnéticas percebidas pela visão humana.</p><p>O espectro termal corresponde ao conjunto das energias ele-</p><p>tromagnéticas emitidas pelos objetos terrestres, estando nos intervalos</p><p>espectrais entre o infravermelho médio e distante.</p><p>Ao consideramos o Sol como uma fonte de energia eletromag-</p><p>nética, os sensores detectam, portanto, a energia do sol refletida pelos</p><p>objetos presentes na superfície da Terra. Desta forma, podemos dizer</p><p>que o sensoriamento remoto ocorre na faixa do espectro solar. Mas,</p><p>quando a Terra atua como fonte de energia eletromagnética, da mesma</p><p>maneira que ocorre com a energia refletida pelo Sol, os sensores tam-</p><p>bém detectam a energia emitida pelos corpos terrestres. Neste caso, o</p><p>sensoriamento remoto ocorre na faixa do espectro termal.</p><p>Além disso, a energia eletromagnética também interage com a</p><p>atmosfera, o que promove uma mudança na trajetória da energia, como</p><p>também uma atenuação. A compreensão desde fenômeno também é</p><p>importante, pois ele afeta a quantidade de energia, a absorção pelos</p><p>objetos terrestres e sua identificação pelos sensores.</p><p>INTERAÇÃO ENTRE A ATMOSFERA E A ENERGIA ELETROMAG-</p><p>NÉTICA</p><p>A energia eletromagnética, ao atravessar atmosfera terrestre,</p><p>pode ser absorvida, refletida e espalhada. Esses fenômenos ocorrem</p><p>25</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>devido à presença dos gases atmosféricos, que possuem diferentes ca-</p><p>pacidades de absorção em relação ao comprimento de onda da energia</p><p>solar incidente no sistema terra-atmosfera e da energia emitida pela</p><p>superfície terrestre (Moraes, 2002).</p><p>Ainda, existem regiões do espectro eletromagnético em que</p><p>a atmosfera absorve muita energia incidente proveniente do topo da</p><p>atmosfera, sobrando pouca energia para atingir a superfície terrestre.</p><p>A interação da energia com a atmosfera pode ser comparada com</p><p>uma cortina que age como um filtro que, dependendo</p><p>de seu tecido, cujo</p><p>papel é desempenhado pelos gases atmosféricos, atenuam ou impedem a</p><p>passagem da radiação eletromagnética. Os principais gases absorvedores</p><p>da radiação eletromagnética são vapores d’água (H2O), oxigênio (O2), ozô-</p><p>nio (O3) e o gás carbônico (CO2), seguido de gases como o CO (monóxido</p><p>de carbono), CH4 (metano), NO e N2O, que ocorrem em menores quantida-</p><p>des e também possuem espectros de absorção (Moraes, 2002).</p><p>Aproximadamente 70% da energia solar estão concentradas na</p><p>faixa do espectro eletromagnético entre 0,3 e 0,7 μm. Nessa faixa espec-</p><p>tral, a atmosfera absorve pouquíssimo, e, com isso, grande parte da ener-</p><p>gia solar atinge a superfície terrestre. Além disso, há também regiões no</p><p>espectro eletromagnético onde a atmosfera se comporta como um objeto</p><p>opaco, absorvendo toda a energia eletromagnética (Moraes, 2002).</p><p>Por exemplo, na região do ultravioleta e do visível, o ozô-</p><p>nio absorve quase toda a energia eletromagnética, protegendo a</p><p>superfície terrestre e toda a vida aqui presente, animal e vegetal,</p><p>dos raios ultravioletas. Já na região do infravermelho, os princi-</p><p>pais gases absorvedores são o vapor d’água (H2O) e o dióxido de</p><p>carbono CO2, responsáveis pela manutenção do efeito estufa, fe-</p><p>nômeno essencial para o desenvolvimento da vida na Terra.</p><p>Ainda, existem regiões do espectro eletromagnético em que a</p><p>atmosfera quase não afeta a energia eletromagnética, isto é, a atmos-</p><p>fera se comporta como um objeto transparente, sendo essas regiões</p><p>denominadas de janelas atmosféricas. São nessas regiões que são ins-</p><p>talados os detectores de energia eletromagnética, e, portanto, onde é</p><p>feito o sensoriamento remoto dos objetos terrestres (Moraes, 2002).</p><p>É importante salientar que essas constatações foram realizadas</p><p>com a atmosfera limpa, pois tanto as nuvens como os poluentes inter-</p><p>26</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>ferem no comportamento da energia eletromagnética, absorvendo uma</p><p>parte dela. Desse modo, as interações da energia eletromagnética com</p><p>os elementos da atmosfera influenciam na caracterização da energia so-</p><p>lar e terrestre disponíveis para sensoriamento remoto dos objetos presen-</p><p>tes na superfície terrestre. Isso ocorre, pois a energia eletromagnética,</p><p>ao atingir a atmosfera, sofre um espalhamento, aonde parte da energia</p><p>espalhada retorna para o espaço, interferindo na energia refletida ou emi-</p><p>tida pela superfície e é detectada pelos sensores orbitais (Moraes, 2002).</p><p>27</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO 1</p><p>Ano: 2021 Banca: IBFC Órgão: Prefeitura de São Gonçalo do Ama-</p><p>rante - RN Prova: Geógrafo Nível: Superior</p><p>A imagem acima representa a obtenção de imagens por sensoria-</p><p>mento remoto e mostra que, após a radiação eletromagnética pro-</p><p>veniente do sol interagir com a atmosfera, ela atinge a superfície e</p><p>a energia refletida ou emitida podem ser captadas por um sensor</p><p>remoto (FLORENZANO, 2002). Relacione as informações contidas</p><p>na coluna A (bandas espectrais de uma imagem Landsat TM) com</p><p>a coluna B (tipo de energia captada).</p><p>Coluna A</p><p>Bandas espectrais</p><p>1. Azul</p><p>2. Verde</p><p>3. Vermelho</p><p>4. Infravermelho próximo</p><p>5. Infravermelho termal</p><p>Coluna B</p><p>Energia captada</p><p>I. Energia refletida</p><p>II. Energia emitida</p><p>Assinale a alternativa que apresenta a correlação correta.</p><p>a) 1-II / 2-II / 3-II / 4-II / 5-I</p><p>b) 1-I / 2-I / 3-I / 4-I / 5-II</p><p>c) 1-I / 2-I / 3-I / 4-II / 5-II</p><p>d) 1-II / 2-II / 3-II / 4-I / 5-I</p><p>28</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>QUESTÃO 2</p><p>Ano: 2023 Banca: FUNDEP Gestão de Concursos - FUNDEP Órgão:</p><p>Prefeitura de Lavras Prova: Gestor Ambiental - 2023 Nível: Superior</p><p>Sobre o sensoriamento remoto da vegetação, assinale a alternativa</p><p>incorreta.</p><p>a) No sensoriamento remoto, existem modelos de reflectância da vege-</p><p>tação que procuram estabelecer uma conexão lógica entre os parâme-</p><p>tros biofísicos da vegetação e as suas propriedades espectrais, facili-</p><p>tando a gestão ambiental.</p><p>b) A interação entre a radiação eletromagnética, em termos de espectro</p><p>óptico, e uma folha depende de fatores químicos, como entre pigmentos</p><p>fotossintetizantes e água, e estruturais, como a organização dos tecidos</p><p>da folha, por exemplo.</p><p>c) A análise conjunta da absorção, da transmissão e da reflexão compõe</p><p>o estudo do comportamento espectral da vegetação, que envolve prin-</p><p>cipalmente o estudo dos fatores influentes na reflexão da radiação por</p><p>folhas isoladas e por dosséis vegetais.</p><p>d) A intensidade da radiação eletromagnética emitida pelo sol sofre ate-</p><p>nuação pela interferência de diferentes componentes contidos na at-</p><p>mosfera, como, por exemplo, a vegetação, e essa intensidade do fluxo</p><p>radiante é denominada de comprimento de onda (λ).</p><p>QUESTÃO 3</p><p>Ano: 2019 Banca: FAUEL Órgão: Prefeitura de São José dos Pi-</p><p>nhais - PR Prova: Técnico em Radiologia - 2019 Nível: Técnico</p><p>Assinale a alternativa CORRETA com relação aos raios X:</p><p>a) A geração de raios-x ocorre dentro de um invólucro de vidro aberto</p><p>do qual foi extraído o ar, sendo seus componentes importantes o catodo</p><p>e o anodo.</p><p>b) A função do filamento, dentro de uma ampola de raios-x, é de fonte</p><p>produtora de energia.</p><p>c) Os raios-x são uma forma de radiação eletromagnética e viajam no</p><p>vácuo a uma velocidade aproximada de 300 mil quilômetros por segundo.</p><p>d) Os raios-x são gerados, aproveitando-se a energia do átomo e con-</p><p>vertendo-a em fótons, dentro do tubo.</p><p>QUESTÃO 4</p><p>Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova:</p><p>Analista - Geografia Nível: Superior</p><p>O sensoriamento remoto utiliza sensores ativos e passivos para</p><p>obtenção de dados sobre a superfície terrestre. São características</p><p>dos sensores ativos e passivos, respectivamente:</p><p>29</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>1 - uso de micro-ondas e uso de ondas nos campos do visível, in-</p><p>fravermelho e termal.</p><p>2 - uso da energia termal e comprimento de onda de 0,18 cm a 7,82</p><p>cm.</p><p>3 - emissão da energia coletada e comprimento de onda de 0,18 cm</p><p>a 4,82 cm.</p><p>As características dos sensores ativos e passivos estão corretas em:</p><p>Parte superior do formulário</p><p>a) 1, 2 e 3.</p><p>b) 2 e 3 apenas.</p><p>c) 1 e 3 apenas.</p><p>d) 2 apenas.</p><p>e) 1 apenas.</p><p>QUESTÃO 5</p><p>Ano: 2021 Banca: Instituto AOCP Órgão: ITEP - Instituto Técnico-</p><p>-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte Prova: Perito Crimi-</p><p>nal - Área: Meio Ambiente - 2021 Nível: Superior</p><p>Os sensores utilizados no sensoriamento podem ser classificados</p><p>quanto à sua fonte de energia como “ativos” ou “passivos”. Refe-</p><p>rente esse assunto, é correto afirmar que</p><p>a) os radares são considerados passivos, pois são capazes de emitir</p><p>energia eletromagnética ao alvo.</p><p>b) os sensores passivos dependem de uma fonte de energia externa de</p><p>radiação eletromagnética, como a radiação solar.</p><p>c) os sensores ativos dependem da emissão de uma fonte de radiação</p><p>eletromagnética externa, como a radiação solar.</p><p>d) os radares são exemplos de sensores passivos, pois dependem de</p><p>uma fonte de energia externa.</p><p>e) os radares são exemplos de sensores ativos, pois dependem de uma</p><p>fonte externa de radiação eletromagnética.</p><p>QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE</p><p>O sensoriamento remoto é uma importante ferramenta para muitas áreas</p><p>do conhecimento que utilizem as geotecnologias ou, ainda, que neces-</p><p>sitem de um maior conhecimento sobre a superfície terrestre. Baseado</p><p>nesta informação, defina o sensoriamento remoto e destaque as suas</p><p>peculiaridades que contribuem para o estudo da superfície terrestre.</p><p>TREINO INÉDITO</p><p>Sobre o conceito de sensoriamento remoto, marque a alternativa</p><p>correta:</p><p>30</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>a) Consiste em uma técnica cujo objetivo é coletar informações sobre</p><p>objetos por meio de dados adquiridos por sensores que possuam algum</p><p>tipo de contato físico com os objetos na superfície terrestre.</p><p>b) Consiste em uma técnica para obter informações sobre um objetivo,</p><p>área ou fenômeno por meio</p><p>da análise de dados coletados por um sen-</p><p>sor que acessa o objeto de maneira indireta.</p><p>c) Consiste em um conjunto de técnicas aplicadas tanto em terrenos quan-</p><p>to em fenômenos, e apresenta como objetivo o reconhecimento, a avalia-</p><p>ção e o estabelecimento de parâmetros para cartas, croquis e plantas.</p><p>d) Consiste em um conjunto de técnicas científicas e artísticas que con-</p><p>tribuem na elaboração de mapas a partir dos resultados de observações</p><p>diretas ou da pesquisa em documentos antigos.</p><p>e) Consiste em um conjunto de metodologias que utilizam sensores de</p><p>contato direto com o objeto na superfície da Terra, de modo a coletar os</p><p>dados transformados em planilhas numéricas e gráficos, sem a geração</p><p>de imagem.</p><p>NA MÍDIA</p><p>PROSPECÇÃO POR IMAGENS REMOTAS PODE FACILITAR MINE-</p><p>RAÇÃO DE OURO</p><p>Pesquisadores do Instituto de Geociências da Unicamp, em parceria</p><p>com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), desenvolveram um estudo</p><p>que poderá agregar maior eficiência à prospecção mineral do ouro.</p><p>O objetivo era explorar o sensoriamento remoto hiperespectral, ou seja,</p><p>a aplicação de sensores de alta resolução espectral para a obtenção</p><p>remota de informações detalhadas de um objeto na superfície terrestre.</p><p>A técnica pode fornecer dados valiosos para a prospecção de alguns</p><p>tipos de depósitos de ouro, elemento cuja aplicação é essencial em</p><p>áreas como medicina, construção de satélites e até mesmo fotografia.</p><p>Fonte: Inovação Tecnológica</p><p>Data: 22 maio. 2019.</p><p>Leia a notícia na íntegra: https://www.inovacaotecnologica.com.br/no-</p><p>ticias/noticia.php?artigo=prospeccao-imagens-remotas-facilitar-minera-</p><p>cao-ouro&id=010175190522#.Xsrs1BpKjIU</p><p>NA PRÁTICA</p><p>A partir do entendimento da radiação eletromagnética, bem como o co-</p><p>nhecimento sobre as radiações e os comprimentos de onda, podemos</p><p>perceber a importância de determinados elementos presentes na natu-</p><p>reza, que atuam de maneira conjunta a essas radiações, possibilitando</p><p>o desenvolvimento da vida na Terra.</p><p>Graças à radiação solar e à ação absorvedora dos gases presentes</p><p>31</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>na atmosfera, é possível a existência do efeito estufa, que mantêm a</p><p>temperatura da Terra em taxas que possibilitam a manutenção da vida.</p><p>Entretanto, a ação do homem tem aumentado a concentração desses</p><p>gases na atmosfera, o que tem provocado um aumento da temperatura</p><p>global, ocasionando diversas consequências ambientais.</p><p>Além disso, há também o ozônio, que absorve toda a radiação ultravio-</p><p>leta, que é extremamente perigosa à vida.</p><p>PARA SABER MAIS</p><p>Vídeo sobre o assunto: Sensoriamento Remoto: princípios e aplicações</p><p>(2019)</p><p>Disponível em: .</p><p>Vídeo sobre o assunto: Sensoriamento Remoto: drone minuto (2017)</p><p>Disponível em: .</p><p>32</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S SISTEMAS SENSORES</p><p>Os sensores podem ser definidos como os dispositivos capa-</p><p>zes de detectar e registrar a radiação eletromagnética em determina-</p><p>da faixa do espectro eletromagnético, além de gerar informações que</p><p>possam ser transformadas em produto passível de interpretação, como</p><p>uma imagem, um gráfico ou em tabelas (Moreira, 2008).</p><p>Os sistemas sensores são compostos por (Moraes, 2002; Mo-</p><p>reira, 2008):</p><p>• Coletor, que pode ser um conjunto de lentes, espelhos ou ante-</p><p>nas, que concentra o fluxo de energia proveniente da amostra no detetor.</p><p>• Filtro, que é um componente responsável pela seleção da</p><p>faixa espectral da energia a ser medida.</p><p>SISTEMAS SENSORES</p><p>32</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>33</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>• Sistema de registro, responsável pela detecção, que pode ser</p><p>um filme ou outros dispositivos.</p><p>• Processador, que amplifica o sinal gerado pelo detetor e digi-</p><p>taliza o sinal elétrico produzido pelo detector.</p><p>• Unidade de saída, que registra os sinais elétricos captados</p><p>pelo detector para a posterior extração de informações</p><p>Os sensores remotos são dispositivos capazes de detectar a</p><p>energia eletromagnética em determinadas faixas do espectro eletromag-</p><p>nético de objetos na superfície terrestre, transformando-as em um sinal</p><p>elétrico e registrando-as de modo que possa ser armazenado ou transmi-</p><p>tido em tempo real para posteriormente ser convertido em informações.</p><p>Os sensores podem ser classificados quanto à fonte de radia-</p><p>ção, princípios de funcionamento e tipos de produto. Além disso, os</p><p>sistemas sensores também podem ser categorizados para a coleta de</p><p>dados espectrais ao nível terrestre, nível suborbital e nível orbital.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS SENSORES</p><p>Os sistemas sensores são classificados quanto à fonte de ra-</p><p>diação, ao princípio de funcionamento e ao tipo de produto.</p><p>Com relação à fonte de radiação, os sensores podem ser pas-</p><p>sivos e ativos. Os sensores passivos são aqueles que dependem de</p><p>uma radiação externa, ou seja, não possuem radiação própria. A fonte</p><p>externa emite a radiação, que ao interagir com os alvos, parte dela é</p><p>refletida, atingindo o detetor do sistema sensor que esteja sobre a área</p><p>irradiada. Como exemplo de sensores passivos, temos o SPECTRON-</p><p>-SE590, o Mapeador Temático (TM) do Landsat, o Haut Resolution Visi-</p><p>ble (HRV) do SPOT, entre outros (Moreira, 2008).</p><p>Para conhecer uma aplicação prática dos sensores passi-</p><p>vos, leia o artigo “Avaliação da variação espectral do cerrado por</p><p>sensor remoto passivo”, que está disponível neste link: https://bit.</p><p>ly/3dbAmCU</p><p>Os sensores ativos são aqueles que não dependem de uma</p><p>fonte externa de radiação, pois ele emite um fluxo de radiação em de-</p><p>terminada faixa espectral, interagindo com os objetos da superfície</p><p>34</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>terrestre, por meio da captação do fluxo refletido. Como exemplo de</p><p>sensores ativos, podemos citar os radares, o laser, os radiômetros de</p><p>micro-ondas e câmeras fotográficas que utilizam como fonte de radia-</p><p>ção o "flash" (Moreira, 2008).</p><p>Para conhecer uma aplicação prática dos sensores ativos,</p><p>leia o artigo “Características agronômicas associadas com índices</p><p>de vegetação medidos por sensores ativos de dossel na cultura</p><p>da soja”, que está disponível neste link: https://www.redalyc.org/</p><p>pdf/4457/445744120005.pdf</p><p>Outra forma de classificação dos sensores passivos e ativos</p><p>está relacionada ao princípio de funcionamento, que pode ser de varre-</p><p>dura ou scanning; e de não-varredura ou non-scanning.</p><p>Os sistemas sensores de não-varredura registram a radiação</p><p>refletida por um alvo ou objeto da superfície terrestre em sua totalidade</p><p>e, ao mesmo tempo. Devido a essa característica, também são deno-</p><p>minados de sensores de quadro ou framing systems (Moreira, 2008).</p><p>Os dados coletados por sensores de não-varredura podem resultar em</p><p>dois produtos: imagem, representado pelos sistemas fotográficos; e</p><p>não-imagem, realizado pelos radiômetros, que não formam imagens,</p><p>mas geram dados gráficos e/ou numéricos.</p><p>Já os sistemas sensores de varredura registram a imagem a</p><p>partir da aquisição, em sequência, de imagens elementares do terreno ou</p><p>elementos de resolução, também denominados de píxel. Como exemplo</p><p>de sistemas sensores de varredura, temos os sensores eletro-óptico-me-</p><p>cânicos, as câmeras CCD, os radares, entre outros (Moreira, 2008).</p><p>Na literatura podem ser encontradas outras maneiras de</p><p>classificar os sistemas sensores, por exemplo, sua classificação</p><p>em imageadores e não-imageadores, que considera a fonte de ra-</p><p>diação, isto é, passivos e ativos. No caso dos sistemas não-ima-</p><p>geadores, podemos citar os radiômetros; e para os imageadores,</p><p>os sistemas fotográficos, sensores de varredura eletro-óptico-me-</p><p>35</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>cânicos, os radares de visada lateral, entre outros (Moreira, 2008).</p><p>A classificação por tipo de produto obtido por um sistema sen-</p><p>sor os</p><p>categoriza em sistemas fotográficos e sistemas não fotográficos.</p><p>Os sistemas fotográficos referem-se aos dispositivos em que os</p><p>resultados são expressos em imagem, ou seja, são imageadores. Median-</p><p>te um sistema óptico, eles registram a energia refletida pelos objetos de</p><p>interesse presentes na superfície terrestre em uma película fotossensível,</p><p>denominadas de detetores representadas pelos filmes. Como exemplo de</p><p>sistema fotográfico muito utilizado no sensoriamento remoto, temos os sis-</p><p>temas aerotransportados, como as câmeras métricas (Figura 1).</p><p>Figura 3: Imagem de radar em sistemas aerotransportados, para estudo do</p><p>relevo.</p><p>Fonte: IBGE, 2009.</p><p>Os sistemas sensores não-fotográficos correspondem aos</p><p>equipamentos utilizados para medir a intensidade da radiação eletro-</p><p>magnética, em determinadas faixas espectrais, emitidas pelos objetos</p><p>presentes na superfície terrestre. Um exemplo dos sistemas sensores</p><p>não-fotográficos são os radiômetros (Moreira, 2008).</p><p>Os radiômetros são sistemas passivos que medem a intensida-</p><p>de da energia radiante (radiância), que pode ser proveniente de todos</p><p>os pontos em um campo de visada, em determinadas regiões espec-</p><p>trais do espectro eletromagnético. Para ser as regiões de interesse se-</p><p>jam detectadas e os dados extraídos, é utilizado um filtro que bloqueia o</p><p>restante da radiação que incide no sistema (Moreira, 2008).</p><p>Os radiômetros podem ser classificados corno não-imageado-</p><p>res, que consistem na medição da radiância do alvo, apresentando os</p><p>36</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>dados de forma numérica ou em gráficos. Os radiômetros que obtém os</p><p>dados na forma numérico são chamados de radiômetros de banda, cuja</p><p>operação consiste no registro da radiação dos objetos de interesse nas</p><p>faixas largas do espectro eletromagnético.</p><p>Os sistemas sensores não-imageadores que realizam a coleta de</p><p>dados e permitem unir os valores de radiância de uma determinada faixa</p><p>do espectro eletromagnético são chamados de espectrorradiômetros. Os</p><p>espectrorradiômetros, diferentemente do radiômetro, operam em faixas</p><p>espectrais estreitas ao longo de sua faixa de atuação, registrando, portan-</p><p>to, os valores da radiância de pequenas faixas espectrais. Como exemplo</p><p>deste sistema, podemos citar o SPECTRON SE590 (Moreira, 2008).</p><p>Já os radiômetros imageadores referem-se aos equipamentos</p><p>que apresentam, como resultado final, as imagens os objetos ou de</p><p>uma área da superfície terrestre. Esses aparelhos funcionam por meio</p><p>do deslocamento da resolução do terreno, resultando em uma linha de</p><p>varredura. Devido a essas características, também são chamados de</p><p>anageadores ou scanners, e são capazes de registrar a radiação ele-</p><p>tromagnética em diferentes faixas do espectro eletromagnético, desde</p><p>o ultravioleta até o infravermelho distante.</p><p>As características dos sistemas sensores não-fotográficos ima-</p><p>geadores também são expressas em função de sua resolução. A qua-</p><p>lidade de um sensor, geralmente, está associada a sua capacidade de</p><p>obter medidas detalhadas da energia eletromagnética, sendo dada pelo</p><p>tipo de resolução que ele apresenta. Os sensores podem apresentar</p><p>as seguintes resoluções: espectral; espacial ou geométrica; temporal; e</p><p>radiométrica (Moraes, 2002; Moreira, 2008).</p><p>A resolução espectral consiste na caracterização, seja de alta</p><p>ou baixa qualidade, dos objetos na superfície terrestre em função da</p><p>largura de operação da banda espectral do sensor.</p><p>Um sensor X opera na faixa espectral de 500 nm a 700 nm,</p><p>enquanto um sensor Y opera na faixa espectral de 500 nm a 550</p><p>nm. Como podemos avaliar a sua resolução? No caso, o sensor</p><p>X apresenta menor resolução espectral do que o sensor Y, pois a</p><p>largura de faixa, isto é, a banda espectral de cada um deles corres-</p><p>ponde, respectivamente, a 200 e 50 nm (Moreira, 2008).</p><p>Desta forma, quanto mais fina for a largura da faixa em que um</p><p>37</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>sensor opera, melhor será a sua resolução espectral. Entretanto, se um</p><p>sensor apresentar detetores (filmes) operando em várias faixas espec-</p><p>trais do espectro eletromagnético, o sistema é chamado de multiespec-</p><p>tral, pois registra os objetos em várias faixas espectrais. Um exemplo de</p><p>sensor multiespectral são os satélites LANDSAT (Moreira, 2008).</p><p>Muitas vezes, a aplicação do termo resolução espectral</p><p>é feita de maneira equivocada, especialmente em situações que</p><p>envolvem as comparações entre um sensor que opera em menos</p><p>bandas espectrais do que outro, afirmando que o que opera em</p><p>menos banda teria a resolução menor resolução espectral. Isso</p><p>decorre porque não é a quantidade de bandas que definem uma</p><p>melhor resolução espectral, mas sim a capacidade do sensor em</p><p>individualizar dois objetos sobre a superfície imageada.</p><p>A resolução espacial ou geométrica refere-se ao campo de vi-</p><p>sada instantânea (ou Instantaneous Field of View, IFOV, do inglês). No</p><p>solo, a resolução espacial consiste na menor área do terreno que o sen-</p><p>sor é capaz de individualizar e o valor radiométrico do IFOV é a média</p><p>dos valores das radiâncias dos diferentes objetos que estão na área no</p><p>terreno, o que depende da resolução de cada sensor.</p><p>Para compreender melhor os conceitos relativos à reso-</p><p>lução espacial em uma situação prática, acesse este link https://</p><p>revistas.ufpr.br/biofix/article/view/60477/35944 e leia o artigo “Es-</p><p>tudo da eficiência de classificações supervisionadas aplicadas em</p><p>imagem de média resolução espacial”.</p><p>No caso de sensores fotográficos, a resolução espacial vai de-</p><p>pender das características físicas do filme utilizado, da distância focal e</p><p>da distância do objeto a ser fotografado (Moreira, 2008).</p><p>A resolução temporal varia conforme as características da plata-</p><p>forma em que o sensor se encontra, interferindo na sua definição e nas</p><p>suas funções. Para os sistemas sensores orbitais, a resolução temporal</p><p>38</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>consiste no intervalo de tempo que o satélite precisa para voltar a recobrir a</p><p>área de interesse, que está relacionada com a largura da faixa imageada no</p><p>solo. A resolução temporal é muito importante, pois permite acompanhar,</p><p>de maneira dinâmica, as áreas e os objetos sobre a superfície terrestre.</p><p>O sensor TM do Landsat-5 tem uma resolução temporal de</p><p>16 dias, o que significa que a cada 16 dias, o sensor orbital passa</p><p>sobre um mesmo ponto geográfico superfície terrestre. Desta for-</p><p>ma, podemos dizer que a resolução temporal do sensor TM é de 16</p><p>dias (Moreira, 2008).</p><p>A resolução radiométrica de um sensor refere-se à capacidade</p><p>que ele possui de discriminar, em uma área imageada, os objetos que</p><p>apresentam pequenas diferenças de radiação refletida e/ou emitida.</p><p>Sabemos a radiação eletromagnética que é refletida e/ou emitida</p><p>pelos objetos da superfície terrestre apresentam valores diferenciados de</p><p>acordo com suas características físicas, químicas e biológicas. No entan-</p><p>to, existem objetos que, apesar de serem diferentes, refletem ou emitem</p><p>a radiação eletromagnética com valores de intensidade muito próximos</p><p>entre si, o que os torna quase idênticos espectralmente (Moreira, 2008).</p><p>Neste contexto, a radiação, ao incidir no detetor, é transforma-</p><p>da em sinal elétrico, depois ampliada e retransmitida para um sistema</p><p>de recepção ou gravada em dispositivos presentes na plataforma. Des-</p><p>ta forma, podemos inferir que a resolução radiométrica está associada</p><p>à capacidade do sistema sensor em discriminar sinais elétricos com</p><p>pequenas diferenças de intensidade (Moreira, 2008).</p><p>Para representar esses valores da intensidade do sinal elétrico</p><p>que são gravados, utilizam-se diversos tons de cinza, que variam de</p><p>escuro, para o valor de intensidade igual ou próximo de zero, e cinza-</p><p>-claro para o maior valor de máxima intensidade. E, entre os extremos,</p><p>existem tons de cinza intermediários (Moreira, 2008).</p><p>Os sinais obtidos pelos sistemas imageadores por meio dos</p><p>de-</p><p>tetores podem ser gravados em fitas magnéticas ou no caso de satélites</p><p>não tripulados, as informações são transmitidas para as estações em terra.</p><p>Além das características apresentadas, o nível de aquisição</p><p>dos dados pelos sensores também é influenciado por uma série de ou-</p><p>tros elementos, por exemplo, o nível de aquisição dos dados.</p><p>39</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DE DADOS PELOS SISTEMAS SENSORES</p><p>A aquisição de dados e informações, seja em forma de imagem,</p><p>números ou gráficos, dos objetos de interesse presentes na superfície</p><p>terrestre podem ser feitos em três níveis: terrestre, suborbital e orbital.</p><p>Para compreender a relação entre os diversos sensores e</p><p>os produtos gerados, leia o artigo “Uso de Diferentes Sensores de</p><p>Satélite na Discriminação de Alvos Naturais”, que está disponível</p><p>neste link: https://www.researchgate.net/publication/297480799_</p><p>Uso_de_Diferentes_Sensores_de_Satelite_na_Discriminacao_de_</p><p>Alvos_Naturais.</p><p>Aquisição de Dados ao Nível Terrestre ou Solo</p><p>Para entender o comportamento espectral dos alvos é de gran-</p><p>de importância o uso de sistemas sensores no nível do solo ou terrestre,</p><p>especialmente para se obter as informações da radiação refletida e/ou</p><p>emitida pelos objetos em superfície.</p><p>Os sistemas sensores são categorizados em decorrência da</p><p>região espectral em que operam, pois cada sensor possui característi-</p><p>cas ópticas e de detecção próprias. Essas características estão relacio-</p><p>nadas à composição dos detectores, ou seja, os elementos presentes é</p><p>que determinam a faixa espectral de atuação.</p><p>Os sistemas sensores ao nível terrestre permitem realizar me-</p><p>didas a curta distância e em pequenas áreas amostrais, que contribuem</p><p>na obtenção de resultados mais assertivos em relação aos objetos.</p><p>Os sensores ao nível de solo são muito usados para inves-</p><p>tigar, através do comportamento espectral, anomalias das plantas,</p><p>como o estresse hídrico e de nutrientes, padrão de crescimento de</p><p>culturas, entre outros.</p><p>40</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Neste sentido, os sensores são classificados em sensores que</p><p>operam na região do visível e do infravermelho próximo; sensores que</p><p>operam na região do infravermelho terminal; e sensores que operam na</p><p>região das micro-ondas.</p><p>Sensores na Região do Visível e do Infravermelho Próximo</p><p>Os sensores que operam nesta faixa do espectro registram a ra-</p><p>diação eletromagnética no intervalo de comprimento de onda de 400nm a</p><p>1100nm, podendo alcançar até 2500nm segundo a combinação de dete-</p><p>tores em um mesmo equipamento. Os equipamentos que operam nesta</p><p>região do espectro são os radiômetros de banda e os radiômetros de var-</p><p>redura contínua, e podem ser acoplados em drones ou VANTS (veículos</p><p>aéreos não tripulados VANTs) para a realização dos levantamentos.</p><p>Os radiômetros de banda caracterizam-se por operarem em</p><p>faixas longas e discretas do espectro eletromagnético. Isso significa que</p><p>em um intervalo de 400nm a 800nm, ele pode operar em faixas discre-</p><p>tas de 100nm, registrando a radiação refletida pelos objetos da superfí-</p><p>cie terrestre em quatro intervalos espectrais (400 – 500/ 500 – 600/ 600</p><p>– 700/ 700 – 800) (Moreira, 2008).</p><p>Os principais radiômetros de banda são EXOTECH e a maioria</p><p>dos satélites utilizados para o levantamento de recursos naturais como</p><p>o HRV do SPOT, o MSS da LANDSAT, CCD do CBERS, entre outros</p><p>(Figura 4).</p><p>Figura 4: Exemplo de imagem obtida por um sistema sensor CBERS, para</p><p>estudo do relevo.</p><p>Fonte: IBGE, 2009.</p><p>41</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Os radiômetros de varredura contínua são caracterizados por</p><p>operarem em faixas espectrais estreitas. O equipamento, devido ao seu</p><p>sistema de dispersão, decompõe a radiação incidente em vários com-</p><p>primentos de onda, de modo a registrar a radiação refletida em diversas</p><p>faixas espectrais muito estreitas.</p><p>Os espectrorradiômetros são os representantes dos equipa-</p><p>mentos que realizam a varredura contínua, e operam na faixa espectral</p><p>de 350 a 1100nm, o que possibilita o registro da radiação refletida pelos</p><p>objetos em 256 valores radiométricos (Moreira, 2008). Isso possibilita a</p><p>obtenção da curva espectral do alvo dentro deste intervalo de compri-</p><p>mento de onda do espectro eletromagnético.</p><p>Como esses sensores operam na faixa reflexiva do espectro</p><p>eletromagnético, os dados obtidos se referem à radiação refletida pelos</p><p>objetos. Essas informações trazem, portanto, a reflectância dos objetos,</p><p>que representa a razão entre o fluxo refletido e o incidente sobre uma</p><p>área de interesse, considerando o posicionamento do objeto, do sensor</p><p>e da fonte luminosa.</p><p>Além disso, há também o fator de reflectância, que consiste na</p><p>razão entre o fluxo refletido por uma superfície qualquer e o fluxo refle-</p><p>tido por uma superfície padrão ou superfície de referência.</p><p>Para se obter o fator de reflectância de um determinado</p><p>objeto ao nível terrestre, como uma árvore, dois sensores são ins-</p><p>talados em um suporte, sendo que um mede o fluxo refletido do</p><p>objeto e o outro o fluxo refletido pela superfície padrão. Por meio</p><p>de uma equação, obtém-se o fator de reflectância.</p><p>Sensores Na Região Do Infravermelho Terminal</p><p>Os sensores que operam na região do infravermelho terminal</p><p>coletam os dados relativos aos objetos na superfície terrestre baseados</p><p>na premissa da Física que diz que “todo corpo com temperatura aci-</p><p>ma de 0 Kelvin (K) ou – 273 °C é capaz de absorver ou emitir energia</p><p>eletromagnética” (Moreira, 2008). Esses sensores também podem ser</p><p>acoplados em drones ou VANTS (veículos aéreos não tripulados) para</p><p>a realização dos levantamentos.</p><p>A temperatura dos objetos na superfície terrestre é, em média,</p><p>42</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>de 300 K ou 27 °C, sendo capazes de emitir uma energia de, no máxi-</p><p>mo, 9,6µm, que corresponde à região do termal, que vai de 8µm a 14µm</p><p>(Moreira, 2008). Dessa forma, é possível medir a radiação emitida pelos</p><p>objetos na superfície terrestre por meio de radiômetros infravermelhos.</p><p>Para que os alvos sejam identificados, é importante conhecer a</p><p>emissividade dos objetos que compõem a superfície terrestre e a medi-</p><p>da da energia emitida, para que a temperatura do corpo que está sendo</p><p>investigado seja calculada e, por conseguinte, ele seja identificado.</p><p>Sensores na Região de Micro-Ondas</p><p>Os sensores de micro-ondas medem a radiação eletromagné-</p><p>tica com o comprimento de onda entre 0,3 a 30cm, que corresponde à</p><p>radiação emitida pelos alvos naturais em função da temperatura a que</p><p>estão submetidos.</p><p>Esses equipamentos, diferentemente do que ocorre com os</p><p>sensores infravermelhos terminais, não são afetados pelo espalhamen-</p><p>to e absorção dos componentes atmosféricos, como partículas diversas</p><p>e as nuvens.</p><p>Os principais sistemas sensores utilizados ao nível de solo, no</p><p>Brasil, são o SPECTRON SE – 580, Sensor quântico LI – 190 AS, Sen-</p><p>sor LAI – 2000, Sensor Thermopoint, Sensor Ser IRIS MARK – IV, entre</p><p>outros (Moreira, 2008).</p><p>Aquisição de Dados ao Nível Suborbital</p><p>O nível suborbital refere-se aos equipamentos que são acopla-</p><p>dos e transportados em aeronaves tripuladas. Entre os principais equi-</p><p>pamentos, podemos destacar as câmeras fotográficas; os imageadores</p><p>ou scanners; e os radares. Além disso, existem outros equipamentos</p><p>mais sofisticados, que são inseridos conforme a evolução tecnológica,</p><p>como as câmeras de vídeo e os espectrômetros.</p><p>Sensores Fotográficos</p><p>Os sensores fotográficos consistem nos dispositivos que regis-</p><p>tram a energia refletida pelos objetos da superfície terrestre por meio de</p><p>um sistema óptico, onde as informações são armazenadas em um filme</p><p>fotossensível ou filme fotográfico, que atua como o detetor (Moreira, 2008).</p><p>No sensoriamento remoto, os sistemas sensores mais utiliza-</p><p>43</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>dos são os fotográficos aerotransportados,</p><p>que envolvem as câmeras</p><p>métricas. Essas câmeras geram como produtos as fotografias aéreas,</p><p>que podem ser pancromáticas (preto e branco), colorida normal e falsa</p><p>cor, determinadas pelo tipo de filme utilizado para o levantamento.</p><p>Os filmes fotográficos são detetores capazes de responder à</p><p>radiação eletromagnética em determina faixas do espectro eletromag-</p><p>nético. Os filmes apresentam uma sensibilidade espectral que varia de</p><p>350nm, que é a faixa do ultravioleta, até 900nm, que é a faixa onde</p><p>se encontra parte do infravermelho próximo. A capacidade do filme em</p><p>detetar depende da quantidade de radiação, ou seja, do tempo de expo-</p><p>sição à luz, e não da intensidade do fluxo luminoso como acontece com</p><p>os detetores utilizados nos sensores não-fotográficos (Moreira, 2008).</p><p>No sensoriamento remoto, os filmes mais utilizados são o filme</p><p>branco e preto e os filmes coloridos. Além das cores, há também outros</p><p>elementos a serem considerados, como a sensibilidade do filme, que</p><p>pode ser normal (que são sensíveis à radiação eletromagnética entre</p><p>350nm e 700nm) e filmes sensíveis ao infravermelho próximo (com sen-</p><p>sibilidade entre 350 e 900nm).</p><p>Sensores Hiperespectrais</p><p>Os sensores hiperespectrais consistem em equipamentos que</p><p>medem a radiação refletida pelos objetos em muitas bandas espectrais,</p><p>conforme o intervalo de comprimento de onda considerado, variando de</p><p>sensor para sensor. Os sensores hiperespectrais mais utilizados são o</p><p>AVIRIS e o HYDICE.</p><p>O registro realizado pelos sensores hiperespectrais é feito atra-</p><p>vés da radiação refletida pelos alvos contidos em uma área ou faixa</p><p>do terreno em imagem, cuja largura e comprimento da faixa imageada</p><p>dependem do sensor utilizado e da altura do voo (Moreira, 2008).</p><p>Para cada píxel, o sensor é capaz de registrar a radiação refle-</p><p>tida pelos objetos em 200 ou mais bandas espectrais. O fato do sensor</p><p>hiperespectral registrar a radiação de todos os alvos dentro da faixa de</p><p>imageamento do terreno e ao longo da linha de voo, é possível gerar</p><p>produtos em forma de imagens.</p><p>Aquisição de Dados ao Nível Orbital</p><p>O desenvolvimento de sistemas sensores que pudessem ser</p><p>instalados em plataformas orbitais para a detecção da radiação refletida</p><p>44</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>e/ou emitida que pudessem realizar a identificação de objetos da super-</p><p>fície terrestre surgiu a partir dos sistemas sensores que fotografaram a</p><p>Terra a partir do espaço (Moreira, 2008).</p><p>Para isso, era importante que o sensor orbital fosse desenvol-</p><p>vido de forma que pudesse produzir imagens instantâneas do terreno,</p><p>de forma semelhante aos sistemas fotográficos usados em órbita. Desta</p><p>forma, foi concebido o sistema RBV (Return Bean Vidieon), cujo sensor,</p><p>similar a uma câmera de televisão, que permitia o registro instantâneo</p><p>de uma determinada área do terreno.</p><p>O RBV realizava o levantamento a partir da energia proveniente</p><p>da área imageada, que gerava um estímulo elétrico em uma superfície do</p><p>tubo da câmera, que era fotossensível. Por um tempo, a entrada de ener-</p><p>gia era interrompida por um obturador, para que a imagem do terreno que</p><p>havia sido imageada fosse escaneada por um feixe de elétrons, e, poste-</p><p>riormente, o sinal de vídeo era transmitido para uma base (Moreira, 2008).</p><p>Após o surgimento do sistema RBV, muitos outros sistemas</p><p>sensores foram elaborados, e podem ser divididos em imageadores ele-</p><p>tro-óptico-mecânico e imageadores do tipo CCD.</p><p>Imageadores Eletro-Óptico-Mecânico</p><p>Os imageadores eletro-óptico-mecânico são compostos por um</p><p>conjunto de espelhos giratórios ou prismas, responsáveis pela coleta da</p><p>radiação eletromagnética proveniente dos objetos da superfície terres-</p><p>tre imageada. Neste sentido, podemos dizer que este sensor possui</p><p>um sistema óptico capaz de focar a energia coletada sobre detetores,</p><p>convertendo-a em sinais elétricos (Moreira, 2008).</p><p>Esses sensores funcionam a partir da coleta da radiação eletro-</p><p>magnética proveniente dos objetos que estão dentro da área imageada</p><p>pelo sensor, de forma que a radiação passa por um primeiro espelho,</p><p>refletida para um segundo espelho e, posteriormente, para um terceiro</p><p>espelho, onde a radiação é separada em duas componentes. Uma com-</p><p>ponente é formada por radiação de ondas curtas e a outra é formada por</p><p>ondas longas e são transmitidas para os detetores 1 e 2, respectivamen-</p><p>te. Ainda, são utilizados dois corpos negros, para cada detetor, junto aos</p><p>espelhos, para calibrar o sistema e assim gerar as informações.</p><p>Os imageadores eletro-óptico-mecânicos são sistemas que</p><p>apresentam uma boa resolução espectral e baixa resolução geométrica</p><p>ou espacial, sendo os equipamentos mais utilizados o imageador MSS</p><p>(Multispectral Scanner Subsystem) e o TM (Thematic Mappert), sendo</p><p>constituintes dos satélites da série Landsat (Moreira, 2008) (Figura 5).</p><p>45</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>Figura 5: Exemplo de imagem multiespectral LANDSAT, usada para análise</p><p>das formas de relevo.</p><p>Fonte: IBGE, 2009.</p><p>Imageadores do Tipo CCD</p><p>Os imageadores do tipo CCD (Charge Coupled Device) con-</p><p>siste em um conjunto de vários detetores, que utiliza a microeletrônica</p><p>e o silício como material básico, acoplados a um circuito integrado, que</p><p>operam na faixa espectral entre 400 e 1100 nm.</p><p>O fato de não apresentar componentes mecânicos oferece ao</p><p>CCD uma grande precisão geométrica, diferente do que é observado</p><p>para o sistema LANDSAT, o que facilita o processamento das informa-</p><p>ções. Um dos exemplos de imageadores CCD é o HRV do satélite SPOT.</p><p>46</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>QUESTÕES DE CONCURSOS</p><p>QUESTÃO 1</p><p>Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP Pro-</p><p>va: Engenheiro Ambiental – GP Nível: Superior</p><p>Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta a res-</p><p>peito dos sensores orbitais.</p><p>a) Os passivos, como os radares, possuem uma fonte de energia própria.</p><p>b) Os imageadores passivos têm a capacidade de emitir energia própria</p><p>e captar a energia dos alvos.</p><p>c) Os ativos possuem fonte própria de energia, que ilumina o alvo e</p><p>permite registrar a energia refletida deste alvo.</p><p>d) Os não imageadores têm como principal característica não possuir</p><p>fonte própria de energia, sendo a varredura sua principal forma de ob-</p><p>tenção de informação.</p><p>e) Os ativos, como os espectrorradiômetros, têm como principais produ-</p><p>tos as imagens de varredura.</p><p>QUESTÃO 2</p><p>Ano: 2022 Banca: Fundação Getúlio Vargas - FGV Órgão: Tribunal</p><p>de Contas do Estado do Tocantins - TCE TO Prova: Auditor de Con-</p><p>trole Externo Nível: Superior</p><p>A respeito da resolução em sensoriamento remoto, é correto afir-</p><p>mar que:</p><p>a) o vetor para a resolução espacial é o principal elemento das imagens</p><p>de sensores remotos;</p><p>b) cada píxel de um sensor remoto representa uma mesma dimensão</p><p>de uma área para a resolução espacial;</p><p>c) na resolução radiométrica, o nível de cinza representa a intensidade</p><p>média de energia magnética emitida ou refletida;</p><p>d) na resolução radiométrica, cada sensor pode armazenar todos os</p><p>tons cinza;</p><p>e) a resolução temporal corresponde ao tempo de processamento de</p><p>imagens de uma área.</p><p>QUESTÃO 3</p><p>Ano: 2021 Banca: IMPARH Órgão: Prefeitura de Fortaleza - CE Pro-</p><p>va: Professor Substituto - Geografia Nível: Superior</p><p>Os avanços tecnológicos nos últimos anos nas tecnologias de</p><p>sensoriamento remoto e de geoprocessamento tem oferecido im-</p><p>portantes contribuições à ciência geográfica, permitindo a elabo-</p><p>ração e atualização de mapeamentos nas mais diversas escalas</p><p>47</p><p>SE</p><p>N</p><p>SO</p><p>R</p><p>IA</p><p>M</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>R</p><p>E</p><p>M</p><p>O</p><p>TO</p><p>-</p><p>G</p><p>R</p><p>U</p><p>P</p><p>O</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>IN</p><p>A</p><p>S</p><p>cartográficas. Diversas imagens de satélite e outros dados espa-</p><p>ciais encontram-se disponíveis de forma gratuita, via WEB, per-</p><p>mitindo que muitos estudantes e pesquisadores utilizem referidos</p><p>dados em seus estudos e pesquisas. Assinale a opção CORRETA</p><p>que apenas consta a relação de satélites cujas imagens são atua-</p><p>lizadas de forma sistemática e disponibilizadas</p>