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<p>DECIFRANDO GEOPROCESSAMENTO</p><p>ENTRADA DE DADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA - DADO VETORIAL</p><p>Objetivo: Definir a representação da informação geográfica por meio de vetores; Criar Camada Vetorial; Como realizar a vetorização no QGIS.</p><p>Palavras chaves: ponto, linha, polígono e edição vetorial.</p><p>Danilo Heitor Caires Tinoco Bisneto Melo, Lara Cristianni Andrade da Silva, Hildeberto Ferreira de Macêdo Filho e Luan Victor Sacramento dos Santos</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Nas últimas décadas a informática vem revolucionando e influenciando as atividades humanas, principalmente por conta da praticidade e liberdade que ela proporciona. A praticidade corresponde à facilidade e agilidade em transmitir informação. A liberdade está pautada na interação que o usuário tem com o computador e de interagir com outras pessoas, possibilitando o compartilhamento da informação, desenvolvimento e/ou aprimoramento de sistemas computacionais capazes de armazenar, processar e visualizar informação. E isto, impulsiona a criatividade e inovação.</p><p>Neste contexto, não poderia passar despercebido a sua utilização nas Ciências da Terra, com o desenvolvimento de sistemas computacionais capazes de auxiliar na tomada de decisão, integrando dados referenciados espacialmente num contexto de resolução de problemas (Cowen, 1988). Dacey e Marble (1965) publicaram um artigo relatando que um sistema capaz de compilar, armazenar, analisar e confeccionar mapas e/ou relatórios, deve ser denominado de Sistemas de Informação Geográfica, notoriamente conhecido por seu acrônimo SIG. Tradução do inglês Geographic Informations System, acrônimo GIS e segundo Fazal (2008) deve ser pronunciado letra por letra (G - I - S) e não como uma palavra.</p><p>De acordo com Deursen (1995) e Goodchild (2010), desde o seu desenvolvimento, o SIG vem trazendo mudanças de paradigma metodológicos e práticos, o qual compreende um conjunto de procedimentos tecnológicos que permitem:</p><p>· Tratar a espacialidade dos dados; e</p><p>· Integralizar e modelar dados, considerando a sua dimensão têmporo-espacial.</p><p>Com isto, é possível afirmar que os dados correspondem a uma parte imprescindível do SIG, pois eles são a base para as investigações geográficas.</p><p>Mas, afinal, o que são dados?</p><p>De acordo Teixeira, Moretti e Christofoletti (1992, pg. 10), dado corresponde a "um conjunto de valores, numéricos ou não, sem significado próprio”. No entanto, quando este apresenta um significado para um determinado uso ou aplicação, recebe o nome de informação. Quando a informação está acompanhada de componentes que auxiliem na sua descrição (ou componente temática), na localização (ou componente geográfica) e que ocorra num determinado momento (ou componente temporal), ela passa a ser denominada de informação geográfica (PEUQUET, 1994). Para saber se a informação possui estas três componentes, basta fazer o seguinte questionamento: QUE, ONDE e QUANDO. Tomamos como exemplo o desastre natural que ocorreu no Estado do Rio Grande do Sul, no mês de setembro de 2023 (ISMERIN, 2023), e vamos aplicar o questionário:</p><p>· O QUE aconteceu? - Informações que caracterizam os acontecimento:</p><p>· Passagem do ciclone extratropical, provocando chuvas intensa, fortes rajadas de ventos…;</p><p>· Onde isto aconteceu? - Local do acontecimento.</p><p>· No Estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente na região Oeste e Noroeste do Estado.</p><p>· QUANDO ocorreu? - Data da ocorrência.</p><p>· Mês de setembro de 2023.</p><p>Autores como Câmara et al. (1996) e Mendes e Cirilo (2001), ao invés de utilizar o termo “geográfico”, empregam o termo espacial ou georreferenciada, ou simplesmente, adicionam o sufixo geo (como por exemplo: geodado, geoinformação e geoespacial).</p><p>Outras duas expressões utilizadas, corriqueiramente, por usuários do SIG são:</p><p>· Espaço geográfico: segundo Gatrell (1991), refere-se ao meio onde as informações coexistem; e</p><p>· Região geográfica: corresponde a uma superfície qualquer pertencente ao espaço geográfico, que pode ser representada num plano (Câmara e Medeiros, 1996).</p><p>Após este entendimento, o próximo passo é saber como representar a geoinformação no computador?</p><p>Para auxiliar nesta resposta, observe a figura 1.</p><p>Figura 1: Fotografia de uma paisagem.</p><p>A figura 1 apresenta uma típica paisagem do campo, onde podemos identificar, visualmente, diversos objetos como: as árvores, o céu, as casas, o solo, a vegetação arbustiva, a rede elétrica, entre outros.</p><p>Esta é uma das maiores qualidades do ser humano: a possibilidade de visualizar o mundo como uma coleção de objetos, que são modelos de abstração, generalização e aproximação da realidade, tornando mais fácil o seu reconhecimento, compreensão e aprendizado.</p><p>Tecnicamente, substitua o termo “objeto” por “informação” e, vamos verificar como será realizada a sua inserção, identificação, armazenamento, processamento e visualização no SIG.</p><p>1.1. Como inserir a geoinformação no SIG?</p><p>Uma abordagem recomendada por Foresman (1998), Gomes e Velho (1994), Burrough e McDonnell (1998) e Longley et al. (2013) é a divisão do processo em quatro níveis, comumente denominado de “paradigma dos quatro universos”, a saber: real, conceitual, representação e implementação. A figura 2 mostra estes universos.</p><p>O universo real corresponde à realidade que será modelada.</p><p>Figura 2: Paradigma dos quatro universos.</p><p>Agora, como transcrever as informações do universo real para o computador?</p><p>Integrar a realidade geográfica num sistema informatizado é uma tarefa árdua e delicada, que requer um alto nível de abstração e generalização espacial. Pois, o mundo real é especialmente complexo, o que faz com que seja quase impossível representá-lo de maneira exaustiva em qualquer sistema. Por isto, faz-se absolutamente necessário a simplificação da realidade e a conceitualização (universo conceitual) da mesma através de modelos matemáticos (CÂMARA e MEDEIROS, 1998; WORBOY, 1995).</p><p>O universo da representação consiste na discretização do universo anterior para a definição das possíveis representações geométricas, as quais podem variar conforme a escala, o sistema de referência cartográfica e o período de aquisição dos dados.</p><p>O universo de implementação baseia-se na habilidade e desempenho computacional para a definição de padrões, formas de armazenamento e estruturas de dados para implementar cada tipo de representação, os relacionamentos entre elas e as necessárias funções e métodos.</p><p>Com base nesta visão, existem diversos modelos conceituais distintos, com destaque para as dicotomias tradicionais e complementares, que são os modelos campos e objetos Para (CÂMARA et al, 1996; COUCLELIS, 1992) .</p><p>1.2. A geoinformação</p><p>As geoinformações possuem características concretas que as difere de outro tipo de informação, com ênfase para quatro peculiaridades: posição, atributos descritivos, relações espaciais e temporalidade. Por outro lado, os fenômenos podem expressar-se geograficamente de dado contínuo, nos quais existem um valor determinado para o fenômenos geográfico em cada ponto da área estudada, e representados no SIG na forma de modelo (como por exemplo: o relevo, temperatura, pressão atmosférica, entre outras); e como “dado discreto”, onde o fenômeno geográfico se apresenta com limites claramente definidos.</p><p>O princípio da organização destes dados para poder caracterizar de forma adequada o território ocorre de maneira análoga ao processo de mapeamento, principalmente no tocante a localização e a convenção da geoinformação (Figura 3).</p><p>Figura 3: Analogia da Carta Topográfica com as geoinformações no SIG.</p><p>No tocante a localização, as geoinformações devem possuir um Sistema de Referência Cartográfica (SRC), existindo dois tipos diferentes de Sistemas de Coordenadas: Geográficas e Projetadas. O SRC define como uma geoinformação no SIG se relaciona com as outras. A decisão de qual SRC utilizar, depende da extensão regional da área em estudo, do tipo de análise e das características da informação. Observe a Figura 3A que o espaço destinado para as geoinformações na Carta Topográfica possui uma extensão retangular. Esta geometria foi transportada</p><p>um retângulo envolvente na feição, como ilustrado na figura 56D. Ao soltar o , note que os círculos do vértice estão na cor azul (figura 56E). Agora, selecione qualquer vértice com o (figura 56F) e a feição está fixa ao cursor do mouse, na cor vermelha e linha tracejada, podendo ser arrastado para qualquer lugar (figura 56G). Selecionado o local, basta clicar novamente com o para soltar a linha, porém ela continua selecionada com o círculo azul em torno dos vértices. Para soltar a seleção basta clicar com o para remover a seleção.</p><p>Figura 56. Movimentação de feição.</p><p>Este processamento é muito utilizado quando há diversas feições próximas, pois ele irá movimentar apenas a feição selecionada, sem alterar as demais.</p><p>Ao digitalizar os cursos d’água, recomenda-se que a cada confluência seja criado uma nova feição, como ilustrado na figura 57. E nestas confluências é importante o uso da Barra de Ferramenta de aderência, para que as feições estejam conectadas independente da escala.</p><p>Figura 57. Vetorização de cursos d’água.</p><p>Quando encontrar um curso d’água que tenha Toponímia e Nome, por exemplo o Rio Paramirim, ao finalizar a vetorização, abre-se a caixa de diálogo dos atributos e digite as informações, como ilustrado na figura 58.</p><p>Figura 58. Informações de Toponímia e Nome.</p><p>Como um curso d’água poderá ter mais de uma feição, pois a cada confluência será criado uma nova feição, pode-se colocar a informação dos atributos depois, pois a ferramenta possibilita inserir a informação dos atributos em mais de uma feição. Para isto, basta selecionar as feições desejadas, no caso as feições do Rio Paramirim como ilustrado na Figura 59. Logo, selecione o ícone para abrir a janela de diálogo dos Atributos. Digite as informações de Toponímia e Nome. Observe que no final de cada campo de interação há uma sequência de 3 fichas na cor verde (figura 59A). Ao iniciar a digitação, a cor das caixas altera-se para a cor vermelha (figura 59B), indicando que houve modificações, precisando ser salvo.</p><p>Para fixar estas ações, como atividade, vamos fazer a vetorização das feições de hidrografia e criar duas novas camadas de geometria linear: do sistema viário (estradas, caminhos) e da hipsometria (curva de nível), denominando os de sv_linha e hp_linha, respectivamente.</p><p>Figura 59. Digitando as informações de atributos em várias feições.</p><p>Para isto, vamos seguir o modelo das atividades anteriores de dividir a Carta Topográfica de Ibitiara em 16 partes, como ilustrado na figura 60A e realizar a vetorização apenas no último quadrante do canto esquerdo inferior, vide figura 60B. Veja que na figura 60B estão inseridas as feições de Obras e Edificações e Pontos Cotados.</p><p>Figura 60. Vetorização de informações lineares.</p><p>3.3. Edição vetorial do tipo de geometria poligonal</p><p>O polígono divide o plano em duas regiões, sendo a interna (incluindo a fronteira com a poligonal fechada, ou seja, o perímetro) e a externa. Os polígonos podem ter três formas diferentes de utilização:</p><p>· Objetos isolados: que não se tocam, sendo muito comum em modelagem vetorial de dados em aplicações urbanas como edificações, piscinas e quadras. Estes dados não possuem segmentos poligonais compartilhados;</p><p>· Objetos alinhados: formados por linhas que não se cruzam, tais como curvas de nível, e são entendidas como estando “empilhadas” umas sobre as outras;</p><p>· Objetos adjacentes: correspondem a toda e qualquer divisão territorial, onde existe o compartilhamento de fronteiras entre objetos adjacentes, empregando-se o conceito de vizinhança, gerando assim, a necessidade do uso de estruturas topológicas. Exemplos: divisão de bairros, setores censitários, unidades federativas e mapas temáticos (geologia, pedologia, uso de solo), entre outros.</p><p>3.3.1. Camada hidrografia polígono</p><p>Como camada shapefile com o tipo de geometria poligonal vamos criar e realizar a vetorização de barragem e/ou lago da hidrografia, com os mesmos atributos de hd_linha:</p><p>3. Toponímia: para informar a sua denominação (represa, lago, lagoa, …); e</p><p>4. Nome: o nome da represa e/ou lago.</p><p>Seguindo a nomenclatura do IBGE (2009) para arquivos vetoriais, o arquivo de Hidrografia terá o seguinte nome: “hd_poligono.shp”, onde: hd corresponde a hidrografia; e poligono reporta ao tipo de geometria.</p><p>Independente da geometria (ponto, linha ou polígono), o procedimento para criar uma nova camada shapefile é o mesmo, clicando em Camada > Criar Nova camada > Nova Camada Shapefile…, abrirá a janela de diálogo de criação, e colocamos as seguintes informações:</p><p>1. Nome do Arquivo: Clique no ícone para selecionar a pasta de armazenamento, que irá abrir uma janela de diálogo. Nesta janela selecione a subpasta vetorial, que foi criada anteriormente, e em nome digite hd_poligono.shp;</p><p>2. Codificação de arquivo: escolha a opção UTF-8;</p><p>3. Tipo de geometria: escolha a opção polígono;</p><p>4. Dimensões adicionais: neste momento não será adicionado a dimensão;</p><p>5. Sistema de Referência Cartográfica: clique no ícone , na área ‘’filtro’’ digite SIRGAS 2000 e busque na parte de ‘’Sistemas de Referência de Coordenadas Predefinidas’’ a opção SIRGAS 2000 / UTM zone 23S EPGS:31983. Selecione e clique em OK (mesmo procedimento feito em pontos e linhas).</p><p>6. Novo Campo: neste item vamos adicionar dois atributos, sendo um de cada vez, sendo o primeiro o Toponímia. Assim, vamos preencher as informações deste campo:</p><p>· Nome: vamos denominar de Toponímia;</p><p>· Tipo: selecione a opção texto (string);</p><p>· Comprimento: reporta a quantidade de letras. Como a denominação dos cursos d’água não ultrapassa 10 letras, vamos adotar este valor como limite.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>O segundo Novo Campo, terá as seguintes informações:</p><p>· Nome: vamos denominar de Nome;</p><p>· Tipo: selecione a opção texto (string);</p><p>· Comprimento: Como existem alguns nomes compridos, vamos adotar como limite a quantia de 20 letras.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Estes dois novos campos foram adicionados na Lista de Campos e, como não vamos utilizar o campo id, vamos removê-lo, para tanto, selecione-o, clicando com o . Em seguida clique em . Pronto, campo removido.</p><p>Preenchido todos os campos, clique em , e pronto, arquivo criado e adicionado ao Painel Camadas, como ilustrado na figura 61.</p><p>Figura 61. Inserção da camada hp_hidrografia no Painel Camadas.</p><p>3.3.1.1Edição Vetorial</p><p>O procedimento de vetorização de polígonos é o mesmo utilizado na vetorização de ponto e linha. Antes de iniciar a vetorização, veja se no Painel Camadas o arquivo hd_poligono está selecionado. Feito isto, clique no ícone na Barra de Ferramenta de Vetorização e depois no ícone adicionar polígono .</p><p>Na Tela de Visualização escolha a representação de um lago para fazer a vetorização, como demonstrado na figura 62A. De preferência, inicie a vetorização próxima a demarcação da drenagem. Vamos iniciar a vetorização, lembrando que o procedimento da edição vetorial poligonal é igual a edição linear e o modo de vetorização será a opção . Clique com para criar o 1º vértice e após a inserção do 2º vértice, veja que há um arco tracejado, na cor vermelha, unindo o cursor do mouse ao 1º vértice e o preenchimento da área, também de cor vermelha, no modo transparente (figura 62B). Estas são informações virtuais, servindo de guia para que o editor tenha conhecimento sobre a área e o posicionamento do último vértice (figura 62C). Delimitado a área do lago até chegar próximo ao 1º vértice, de modo que o arco entre o último vértice e o 1º esteja no local correto, clique com o para finalizar a vetorização (figura 62D). Prontamente, abre a janela de diálogo dos atributos (figura 62D). Como este curso d’água não possui Toponímia e nem nome, tais informações ficarão em branco, portanto, clique em ou na tecla . Pronto, feição criada (figura 62E).</p><p>Figura 62. Processo de criação do polígono.</p><p>Para fixar estas ações, como atividade, vamos fazer a vetorização das feições de hidrografia dos lagos, lagoas, represas, seguindo o modelo das atividades anteriores, com a Carta Topográfica de Ibitiara dividida em 16 partes (figura 66A) e realizar a vetorização</p><p>apenas no último quadrante do canto esquerdo inferior, vide figura 66B. Veja que na figura 66B estão as feições de obras e edificações (oe_ponto), pontos cotados (hp_ponto), hidrografia (hd_linha), sistema viário (sv_linha), curvas de nível (hp_linha).</p><p>Figura 66. Vetorização da hidrografia poligonal.</p><p>Com a finalização desta etapa, produzimos os três tipos de geometria possíveis no formato shapefile (, e ), utilizando as diversas funcionalidades da Barra de ferramentas de Vetorização do QGIS, da versão 3.36.3.</p><p>Agora, para uma melhor compreensão e intuição do significado das geoinformações, vamos ajustar a simbologia (cor e estilo das linhas e área), possibilitando a sua leitura. As regras dessa simbologia pertencem ao domínio da semiologia gráfica e estão associadas à cognição, análise e comunicação cartográfica, com destaque para os trabalhos de Bertin (1978, 1983) e Martinelli (1991, 2009, 2014). Neste sentido, o ajuste da simbologia apresenta duas conotações:</p><p>1. Como comunicação cartográfica para a produção do próprio documento e para isto faz-se necessário o tratamento da informação;</p><p>2. Possibilidade de análise e inferência geográfica, estabelecendo relações e correlações entres as variáveis.</p><p>4. ALTERAÇÃO DA SIMBOLOGIA</p><p>De acordo com Martinelli (2009), a representação gráfica em cartografia deve ser composta por uma linguagem gráfica bidimensional, atemporal, destinada à vista, incluída no sistema semiológico monossêmico (significado único).</p><p>Como estamos extraindo as geoinformações da Carta Topográfica de Ibitiara e, procurando seguir um padrão, vamos adotar as normas de convenção cartográfica adotada pelo IBGE (1999).</p><p>Assim, para realizar a alteração da simbologia das camadas, tomamos como exemplo a camada oe_ponto, para isto a selecione no Painel Camadas, clique com o para visualizar o menu de funcionalidade da camada e selecione a opção Estilo (Figura 67A). Prontamente, abre-se a opção para alterar a cor da camada, com uma paleta de cores e as cores recentes (figura 67B). Selecione a cor preta .</p><p>Figura 67. Ferramenta Estilos.</p><p>Observe na Tela de Visualização que o tamanho das feições de oe_ponto estão com um tamanho maior que o representado na Carta Topográfica de Ibitiara. Assim, vamos alterar o seu tamanho. Para isto, clique em Editar Símbolo… (figura 68B). Logo, abre-se a janela denominada de Selecionador de símbolos (figura 68A). Note que seu tamanho é de 2 mm, altere para 1 mm. Em seguida clique em .</p><p>Agora vamos realizar o mesmo procedimento na camada hp_ponto. Neste caso, vamos empregar a mesma cor utilizada pelo IBGE, que é a cor sépia (ou marrom-avermelhada). Para tanto, ative a janela Selecionador de símbolos (figura 68A), da mesma forma que foi realizada na camada oe_ponto. No item cor, há um ícone com uma seta para baixo localizado no final deste item. Clique nele para abrir a janela de edição de cores e selecione a opção Capturar Cor.</p><p>Figura 68. Selecionador de símbolos.</p><p>Observe que o cursor do mouse foi alterado para um formato de “conta gotas” , agora, você pode obter a cor diretamente da Tela de Visualização, e ao movimentar o mouse, veja que a coloração no item cor da janela Selecionador de símbolos vai alterando. Neste caso, vamos adquirir a cor sépia da curva de nível, como ilustrado na figura 69. Para capturar a cor essa coloração, clique com o .</p><p>Figura 69. Captura da cor sépia.</p><p>O próximo passo corresponde a alteração da simbologia do ponto cotado, de círculo com preenchimento , para uma cruz . Para isto, na janela Selecionador de símbolos, selecione Marcador Simples para alterar as opções de alteração (figura 70A). No canto direito há uma barra de rolagem, direcione até o final para visualizar a opção de símbolos. Selecione a cruz. Imediatamente, o símbolo do Marcador Simples é alterado (figura 70C).</p><p>Figura 70. Alteração do símbolo.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Para a camada hd_linha efetue o mesmo procedimento: alterar a cor para azul e modificar o Estilo do traço: de Linha sólida para Linha tracejada (figura 71).</p><p>Figura 71. Alteração do símbolo Estilo do traço.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Realizar as mudanças da simbologia e cor das Camadas st_linha e hp_linha. No caso da Camada hd_poligono, deve-se fazer a alteração a Cor de preenchimento para azul, o Estilo do preenchimento, de Sólido para FDiagonal (figura 72) e Cor do traço para azul.</p><p>Figura 72. Alteração do Estilo do Preenchimento.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Para finalizar, vamos visualizar o resultado da alteração da simbologia e da cor das geoinformações com a Carta Topográfica (figura 73A) e sem a Carta Topográfica (figura 73B).</p><p>Figura 73. Visualização das geoinformações após a alteração dos símbolos e cores.</p><p>Com isto chegamos ao término desta atividade utilizando a Barra de Ferramentas de Vetorização. E lembre, salve o seu projeto, clicando no ícone .</p><p>Para um melhor ajuste da vetorização o QGIS possui outras barras de ferramentas como a: Ferramentas de Aderência e Barra de Ferramentas de Vetorização Avançada, tema dos próximos cadernos.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ATHAN, T. Welcome to QGIS manual. Oregon: OSGEO, 2012. Acesso em: 13 nov. 2017. Disponível em:</p><p>BERNHARDSEN, T. Geographic information systems: a introduction. 3 ed. ASPLAN: John Wiley & Sons, 2001.</p><p>BERTIN, J. Theory of communication and theory of the graphic. In: KIRSCHBAUM, G. M.; MEINE, K. H.; FRENZEL, K. International Yearbook of Cartography. New York: ICA, 1978. v 18, p.118-126.</p><p>BERTIN, J. Semiology of graphics. Translated William J. Berg. London: The University of Wisconsin Press Ltda, 1983.</p><p>BURROUGH, P. A.; MCDONNELL, R. 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Esta extensão recebe o nome de retângulo envolvente.</p><p>A respeito da informação mapeada, observe que ela foi simplificada geometricamente e transformada num símbolo descritivo para “apresentar” visualmente a informação ao leitor do mapa. Para Monmonier (1977), os principais critérios para seleção destes símbolos são as convenções cartográficas, a clareza e a facilidade para a sua interpretação e identificação dos elementos individuais.</p><p>Seguindo este princípio, as geoinformações são visualizadas no SIG como Camada (Figura 3C) e tem a capacidade de:</p><p>a. Inserção e remoção da geoinformação no SIG;</p><p>b. Gerenciamento e criação de uma base de dados que conserve suas características, de modo econômico e coerente;</p><p>c. Analisar, combinar e gerar novas geoinformações a partir das existentes na base de dados; e</p><p>d. Representação cartográfica.</p><p>Este conceito é muito mais intuitivo do que explicável. Pode-se dizer que o conjunto de camadas representa a realidade. De acordo com Sendra (1992), na edição e criação de uma camada ocorre uma simbolização, generalização e projeção da realidade. Para uma melhor compreensão, a figura 4 mostra o desmembramento da geoinformação nas seguintes camadas: vegetação arbórea, obras e edificações, vegetação arbustiva, sistema de transporte e solo exposto.</p><p>Figura 4: Ordenamento em Camadas.</p><p>O QGIS® adota o nome de camada, o ArcInfo® o denomina de coverage; o AutoCAD® e ArcGIS®, de layer; o ArcView® de tema, o SPRING® de plano de informação; Sendra (1992) relata a utilização de outros termos como overlay (advém da fotogrametria), nível de informação, capa de informação ou unidade de registro.</p><p>1.2. Estrutura de representação</p><p>Com relação a estrutura de representação Teixeira, Moretti e Christofoletti (1992) e Murai (1999) descrevem as estruturas de representação podem ser classificadas em:</p><p>· Não-geométrica (também denominada de atributo, temático ou variáveis de classe): corresponde às informações que caracterizam e fornecem significado aos modelos de representação, como por exemplo, as curvas de nível e pontos cotados que além da informação geográfica (x, y), possuem informação de altitude; e</p><p>· Geométrica (ou gráfica): possui uma referência geográfica como coordenadas de um elemento e está fundamentada no redirecionamento geométrico da topologia, tamanho, forma, posição e orientação (Murai, 1999).</p><p>Os atributos são organizados no formato tabular, composto por linha e coluna, onde cada linha está atrelada a uma geoinformação. Como por exemplo, a figura 5 apresenta a geoinformação dos limites das Unidades Federativas do Brasil (IBGE, 2024), e a informação dos atributos são apresentados no formato tabular, contendo duas colunas (nome e siglaUf - sigla da Unidade Federativa). Ao selecionar a geoinformação do Estado de Goiás (destacado na cor amarela), automaticamente, na tabela de atributos, é destacada uma linha (na cor azul).</p><p>Figura 5. Geoinformação e informação tabular.</p><p>Com relação às formas geométricas, existem dois modelos muito utilizados em SIG:</p><p>· O Matricial (também denominado de imagem, tecelagem ou raster): este modelo fundamenta-se na divisão da área de estudo em linhas e colunas, organizada sistematicamente de modo uniforme (BERNHARDSEN, 2001), e no seu cruzamento formam uma célula (ou pixel), que possui um único valor representativo daquele espaço; e</p><p>· Vetorial: conceitualiza o espaço como uma coleção de objetos geométricos discretos, com a codificação explícita de suas coordenadas, e descritos por um conjunto de propriedades que auxiliam na sua identificação. Convenientemente, utiliza-se este modelo de representação para objetos geográficos que possuem limites estabelecidos. Como por exemplo: rodovias, drenagem, igrejas, demarcação de floresta, entre outros.</p><p>A figura 6A mostra uma fotografia de campo com uma visão oblíqua da superfície da terra e, para a manipulação e produção da geoinformação, empregamos uma visão vertical para a aquisição de dados bidimensionais: o matricial (figura 6B), armazenado na forma de linha e coluna (figura 6C) e; vetorial (figura 6D), com o armazenamento dos vértices em coordenadas cartesianas (figura 6E).</p><p>Figura 6. Tipos de representação dos dados geográficos.</p><p>Ambos sistemas são complementares e estão implementados na maioria dos SIG. Neste caderno vamos abordar a representação de dados vetoriais.</p><p>1.2.1. O modelo vetorial</p><p>1.2.1.1. O modelo de dados: a representação das entidades por meio de pontos, linhas e polígonos</p><p>O modelo vetorial está baseado em primitivas geométricas de desenho e sua estrutura de armazenamento é feita por meio de um par de coordenadas (x, y) associados a um sistema de referência cartográfica. As primitivas geométricas (também denominadas de feição, entidade ou elemento) são:</p><p>· Pontual: de forma adimensional, representando entidades que podem ser perfeitamente posicionadas ou localizadas por um único par de coordenadas (x,y), como edificações, pontos de ônibus, ponto cotado, entre outros;</p><p>· Linear: também denominada de segmento, possui forma unidimensional, indicando comprimento e/ou direção; utilizado na representação de drenagem, curva de nível, sistema de transporte, etc;</p><p>· Poligonal: designado também de área ou zona, de forma bidimensional, representando contorno, largura e área; muito utilizado em mapas temáticos de geologia, pedologia, vegetação, uso e ocupação do solo, dentre outros.</p><p>A figura 7 apresenta um exemplo do uso do modelo vetorial para a representação da geoinformação, onde: o ponto significa a casa; a linha simboliza a estrada; e o polígono delimita a área da vegetação arbórea.</p><p>Figura 7. Geometria de ponto, linha e polígono.</p><p>1.2.1.2. Estrutura dos dados no modelo vetorial</p><p>No modelo vetorial é importante estabelecer as diferenças entre estruturas de dados cartográficos e topológicas. A primeira registra unicamente as características geométricas, enquanto que, a segunda assinala as relações topológicas, que de acordo com NCGIA (1990) são armazenadas as seguintes relações espaciais:</p><p>· Conectividade dos arcos nas interseções;</p><p>· Existência de conjuntos ordenados de arco, conformando os limites dos polígonos;</p><p>· Relações de contiguidade entre polígonos.</p><p>De acordo com Puebla e Gould (2000) quando nenhuma destas relações estão presentes, portanto, a estrutura é simplesmente cartográfica. De qualquer modo, há a possibilidade de converter uma estrutura de dados cartográficos numa topológica por meio de cálculos e armazenamento dessas relações num processo denominado de construção topológica.</p><p>Entre diversas estruturas de dados vetoriais, cabe destacar o modelo espaguete, o dicionário de vértices e a estrutura arco-nó.</p><p>No entanto, antes de conhecer estas estruturas, faz-se necessário compreender os elementos que compõem a geometria linear e poligonal, sendo elas:</p><p>· Vértices: par de coordenadas que conectam dois segmentos de reta adjacentes;</p><p>· Segmento de reta: é definido como uma parte da reta, o qual está delimitada por dois vértices. Também denominado de aresta;</p><p>· Nós: corresponde aos vértices localizados na extremidade da linha. Também recebe o nome de ponto extremo e utilizados para indicar a união entre os segmentos de reta;</p><p>· Arco: sucessão de segmentos de reta que começam com um nó e terminam em outro nó. Também conhecido como cadeia, lado, limite ou ligação;</p><p>· Topologia: concerne a conexão da geometria linear e poligonal; e a topologia evidentemente constitui a concepção estrutural da análise espacial.</p><p>Na figura 8 os vértices são representados por um círculo na cor vermelha e azul. Dependendo da estrutura vetorial, os vértices localizados nas linhas passam a ser chamados de nós, por possuírem propriedades específicas, e a linha passa a ser chamada de arco. Para a formação de uma linha, deve ter no mínimo 2 vértices, configurando uma reta (figura 8A). Quando uma linha possui mais de 2 vértices, molda-se a sinuosidade da linha (figura 8B). Desta maneira, quanto maior a sua sinuosidade, maior a quantidade de vértices a linha</p><p>possui. Alguns autores, como Athan (2012), denominam as linhas com mais de 2 vértices de polilinha.</p><p>Figura 8. Vértices, arco e nó.</p><p>Estrutura de dados espaguete</p><p>Considerada a estrutura mais simples e, por isto, a mais fácil de entender e, consequentemente, a mais utilizada. O registro de cada tipo de geometria se faz com base num identificador, seguido por uma lista de coordenadas, que define a sua localização. As características desta lista de coordenadas se modificam em função do tipo de geometria. Por exemplo: uma ponto é formado por um par de coordenadas (Figura 9A); a linha tem no mínimo dois pares de coordenadas distintas (Figura 9B); e por último, o polígono deve conter no mínimo quatro pares de coordenadas, começando e terminando com o mesmo par de coordenadas (Figura 9C).</p><p>Figura 9. Informação dos pares de coordenadas em ponto, linha e polígono.</p><p>Nesta estrutura, os arcos não são linhas reais, mesmo que apareçam no monitor (são um componente virtual, mas não em forma real), mas definem e apresentam a conexão entre os vértices, que são os elementos realmente armazenados no arquivo fixo.</p><p>Todavia, a sua simplicidade pode acarretar em contratempo, no tocante a sua eficiência e capacidade de análise. Por isto, Puebla e Gould (2000) apresentam algumas desvantagens desta estrutura:</p><p>1. O sistema armazena a informação correspondente à localização da feição, mas nada sobre a sua relação espacial com as demais feições da camada. Ou seja, registra-se a sua geometria, mas não a topologia. Os dados são armazenados um sobre os outros sem uma ordem e sem conexão entre si, como um verdadeiro espaguete sobre um prato. Além disso, todas as feições estão incluídas no mesmo arquivo.</p><p>2. Há geração de redundância de informações, principalmente em polígonos adjacentes, onde os limites deles estão sobrepostos, onde cada vértice é armazenado duas vezes.</p><p>A figura 10 mostra um exemplo disto. Observe que as Unidades Federativas possuem um lado em comum (figura 10A). E cada Unidade Federativa corresponde a um polígono onde os lados em comum serão repetidos (figura 10B).</p><p>Figura 10. Exemplo de estrutura espaguete.</p><p>A repetição de posição não somente afeta negativamente o sistema, por um consumo desnecessário dos recursos de memória do computador, mas sim por conta das inconsistências estruturais que podem existir por conta de erros de vetorização, ao invés de ter uma sobreposição das linhas em comum, tem-se o risco de ter uma vetorização aproximada, ocasionando informações distintas, com coordenadas diferentes.</p><p>A figura 11 mostra um exemplo de edição vetorial correta e errada na vetorização do limite entre os Estados da Bahia (BA) e Minas Gerais (MG), observe que na edição vetorial errada acaba ficando um espaço vazio entre os dois Estados. Dependendo da escala de visualização da informação, este erro pode passar despercebido, acarretando em erros nas etapas de processamento e análise.</p><p>Figura 11. Exemplo de vetorização realizada de forma correta e errada na estrutura espaguete.</p><p>O formato shapefile foi desenvolvido com base nesta estrutura, onde a escolha do tipo de geometria (ponto, linha ou polígono) é definida no momento de criação do arquivo, sem se preocupar com a existência de duplicidade de vértices ou a sobreposição de limites.</p><p>Dicionário de vértices</p><p>Esta estrutura de dados utiliza dois arquivos diferentes para registro. No primeiro arquivo são listados os vértices com suas respectivas coordenadas (x,y); e, no segundo arquivo se especificam os vértices que definem cada objeto. Na Tabela 1 apresenta um esquema de elementos espaciais correspondentes à estrutura de dicionário de vértices.</p><p>Tabela 1. Exemplo de dicionário de vértices</p><p>Coordenadas dos vértices</p><p>Vértices X Y Vértices X Y</p><p>1 3 2 7 8 6</p><p>2 1 5 8 8 4</p><p>3 3 5 9 5 5</p><p>4 5 3 10 4 9</p><p>5 8 2 11 5 10</p><p>6 5 7 12 9 8</p><p>Vértice dos objetos</p><p>Tipo de Objeto Identificador Vértices Tipo de Objeto Identificador Vértices</p><p>Punto A 1 Polígono C 6, 7, 8, 9, 6</p><p>Linha B 2, 3, 4, 5 Polígono D 10, 11, 12, 7, 6, 10</p><p>Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000).</p><p>Este tipo de estrutura elimina os problemas de redundância do modelo anterior, uma vez que as coordenadas de cada vértice são armazenadas uma única vez. Desta forma, há uma melhora na organização dos dados, mas, de acordo com Puebla e Gould (2000) no ponto de vista topológico, há algumas limitações em determinados tipos de análises.</p><p>Estrutura arco-nó</p><p>Esta estrutura está baseada nas relações e conexões entre as feições armazenadas, e se baseia na teoria matemática de grafos, empregando dois elementos fundamentais de conexão, que são o arco e o nó. Nesta estrutura se define um polígono conhecido com o nome de polígono universal ou polígono 0 (zero) e é o que se encontra por fora de todos os polígonos existentes e com o qual limita todos aqueles que não tem um lado em comum com o outro existente.</p><p>A figura 12 apresenta um mapa com uma estrutura arco-nó, a partir dela consegue gerar diferentes tabelas mostrando as relações topológicas.</p><p>Figura 12. Exemplo de estrutura de arco-nó. Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000)</p><p>A tabela 2 de topologia dos polígonos apresenta o registro dos arcos dos polígonos da Figura 12. Desta forma, o polígono A está definido pelos arcos 1, 2 e 3; o polígono B está delimitado pelos arcos 2, 4 e 5; por sua vez, o polígono C é circunscrito pelos arcos 3, 5, 6 e 7; e o polígono D possui apenas o arco 7. A área que fica fora dos limites do mapa são registrados como polígono E sem que seus limites estejam explicitados.</p><p>Tabela 2. Topologia dos polígonos.</p><p>Polígono Arcos Polígono Arcos</p><p>A 1, 2, 3 D 7</p><p>B 2, 4, 5 E Polígono exterior</p><p>C 3, 6, 6, 7</p><p>Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000)</p><p>A Tabela 3 expressa a topologia dos nós, indicando os arcos que estão associados a ele. Desta maneira, o nó I marca um dos extremos dos arcos 1, 3 e 6; por sua vez, o nó II constitui o limite do 1, 2 e 4; o nó III cunha a ponta dos arcos 2, 3 e 5; o nó IV possui a extremidade dos arcos 4, 5 e 6; por fim, o nó 5 constitui o ponto de início e fim do arco, que delimita um polígono interno (também denominado de ilha).</p><p>Tabela 3. Topologia dos polígonos.</p><p>Nó Arcos Nó Arcos</p><p>I 1, 3, 6 IV 4, 5, 6, -7</p><p>II 1, 2, 4 V -7</p><p>III 2, 3, 5</p><p>Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000)</p><p>Na tabela 4 apresenta a topologia dos arcos apresenta o nó inicial e o nó final de cada arco. Em muito SIG a sua direção está em concordância com a sua vetorização. Nesta tabela consta também a indicação do polígono direito e esquerdo, em conformidade com a direção de vetorização. Consequentemente, o arco 1 tem como nó inicial I, nó final II, polígono direito o A e polígono esquerdo o E; o arco 2 tem como nó inicial II, nó final III, polígono direito A e polígono esquerdo B; o arco 3 tem como nó inicial III, nó final I, polígono direito A e polígono esquerdo E; o arco 4 tem como nó inicial II, nó final IV, polígono B e polígono esquerdo E; o arco 5 tem como nó inicial IV, nó final III, polígono direito B e polígono esquerdo C; e assim por diante.</p><p>Tabela 4. Topologia dos arcos.</p><p>Arco Nó inicial Nó final Polígono direito Polígono Esquerdo</p><p>1 I II A E</p><p>2 II III A B</p><p>3 III I A C</p><p>4 2 4 B E</p><p>5 4 3 B C</p><p>6 4 1 C E</p><p>7 5 5 D C</p><p>Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000)</p><p>A tabela 2, 3 e 4 registram as informações de topologia, mas não a geometria. A tabela 5 exibe as coordenadas dos arcos, com a identificação das coordenadas dos vértices que definem os arcos, começando com o nó inicial, expondo os vértices intermediários, e finalizando com o nó final. Assim, o arco 1 possui as coordenadas 1, 5 (como nó inicial), 1, 9 (vértice intermediário) e 3, 9 (como nó final); o arco dispõe das coordenadas 3, 9 (nó inicial) e 3, 5 (nó final); arco 3 tem as coordenadas 3, 5 (nó inicial) e 1, 5 (nó final); entre outros.</p><p>A estrutura arco-nó tem o inconveniente de que as coordenadas dos nós aparecem mais de uma vez, todavia, no ponto de visto topológico, esta estrutura é a mais completa, pois apresenta um conjunto ordenado de arcos na formação dos polígonos; há o armazenamento das relações de vizinhança,</p><p>conectividade e inclusão. A informação de vizinhança dos polígonos é descrita na tabela 4 de topologia dos arcos, pelo registro dos polígonos adjacentes (ao lado de), à direita e à esquerda de cada arco. A conectividade dos arcos está expressa nesta tabela, pois consta das conexões entre os arcos e os nós, inicial e final. Desta forma, sabe-se quais arcos estão conectados entre si, por meio destes nós. Posteriormente, com base no conhecimento destes arcos questão conectados diretamente, pode-se deduzir as conexões indiretas, por meio da análise de redes. Por fim, a informação de inclusão está transcrita na tabela 3 topologia dos polígonos, mediante o sinal negativo do arco (-7) demonstrando que este arco forma um polígono contido em outro polígono.</p><p>Tabela 5. Coordenadas dos arcos.</p><p>Arco Nó inicial (x, y) Vértices intermediários (x, y) Nó final (x, y)</p><p>1 1, 5 1, 9 3, 9</p><p>2 3, 9 3, 5</p><p>3 3, 5 1, 5</p><p>4 3, 9 9, 9 9, 7</p><p>5 9, 7 5, 5 3, 5</p><p>6 9, 7 9, 1; 1, 1 1, 5</p><p>7 5, 4 7, 4; 7, 2; 5, 2 5, 4</p><p>Fonte: Adaptada de Puebla e Gould (2000)</p><p>Antes de contextualizar o software QGIS, vamos explicar sobre a localização e armazenamento da geoinformação no computador.</p><p>1.3. LOCALIZAÇÃO DOS DADOS NO COMPUTADOR</p><p>Para quem está habituado a trabalhar com o sistema operacional Microsoft Windows®, muitas vezes recorre ao uso das estruturas pré-definidas para o armazenamento dos seus arquivos como, a pasta “Documentos”, “Downloads” ou até mesmo a “Área de Trabalho”. Contudo, no manuseio das geoinformação, é importante a demanda de “cuidados” e mudança de hábito, sendo primordial a adoção de “rotinas” e o entendimento de algumas lógicas sobre este tipo de informação e de seu armazenamento no computador.</p><p>1.3.1. Por que disto?</p><p>Ao redigir um texto num editor qualquer ou montar uma apresentação, incluindo figuras e tabelas, basicamente todos os elementos utilizados são incorporados e salvos num único arquivo. Para auxiliar no gerenciamento dos arquivos e pastas, recorre-se ao uso do Windows Explorer®, que possibilita visualizar e identificar o tipo de arquivo pelo seu ícone, como exibido na figura 13. Quando o ícone possui uma figura (como por exemplo o Word, pdf, excel), isto significa que no computador foi instalado o programa que possibilita visualizar este arquivo, e basta dar dois clique no ícone desejado que ele, automaticamente, abre-se o programa e, prontamente, o arquivo. Agora, quando o ícone está em branco (semelhante ao uma folha em branco), isto indica que não há um programa específico de visualização deste arquivo, e, ao clicar duas vezes, abre-se uma janela para definir em que programa deseja abri-lo, tendo o risco dele ser decodificado.</p><p>Porém, o armazenamento da geoinformação ocorre de outra maneira, pois além de armazenar a sua estrutura de representação, deve-se armazenar também a sua localização geográfica, e, no caso das maioria das estruturas vetoriais, a necessidade de ter um conjunto de arquivos para armazenar a representação geográfica, suas características o que necessita de um conjunto de arquivos que precisam estar devidamente organizados para que os programas de SIG consigam visualizar, efetivar operações de análise espacial.</p><p>Figura 13. Exemplo de ícones e suas respectivas representações.</p><p>1.3.2. O que devo fazer para armazenar os arquivos de forma adequada?</p><p>O ideal é sempre criar uma pasta com nome curto, sem espaços ou caracteres especiais, diretamente no disco rígido (do inglês Hard Disk - HD) do computador. Dê preferência que este nome não tenha mais de 8 letras. Caso o tenha particionado, esta pasta pode ser em qualquer uma das partições.</p><p>Como este material foi elaborado como um manual que o leitor poderá seguir executando os procedimentos descritos, inicie criando uma pasta na partição C:\, e a denomine de QGIS. Esta pasta será o local destinado de armazenamento das informações geográficas que vamos trabalhar, como mostra a figura 14A, e dentro desta pasta, crie duas subpastas e denomine uma de Raster (onde vamos adicionar a Carta Topográfica de Ibitiara) e a outra de Vetor (onde adicionaremos os arquivos a serem criados neste manual), como ilustrado na figura 14B.</p><p>Figura 14. Criação da pasta QGIS (A) e das subpastas Raster e Vetorial (B).</p><p>1.3.3. Armazenamento em nuvem</p><p>A usabilidade de um sistema de armazenamento em nuvem (como Google Drive, OneDrive, iCloud Drive, DropBox entre outros) possibilita que o usuário tenha mais segurança quanto à integridade dos arquivos. Além disso, há possibilidade de liberar espaço do computador, mas deixando os arquivos no servidor.</p><p>2. O QGIS</p><p>Inicialmente conhecido como Quantum GIS, corresponde a um software livre com código-fonte aberto, desenvolvido por Gary Sherman no ano de 2002 no sistema operacional de software GNU. No ano de 2007 passou a ser um projeto incubado no Open Source Geospatial Foundation - OSGeo (2023), e pode ser visto no site do QGIS, com versão para o ambiente Windows, Linux e macOS.</p><p>A interface do programa conta com seis partes principais (figura 15), sendo elas:</p><p>1. Barra de Título: onde é visualizado o ícone do QGIS e o nome do projeto aberto;</p><p>2. Barra de Menus: corresponde ao menu hierárquico padrão que fornece acesso a um novo menu com diversos comandos, os quais alguns deles possuem um ícone associado e atalhos de teclado. Os atalhos de teclado podem ser reconfigurados (Configurações > Atalhos de Teclado…). A maioria dos comandos que possuem ícones associados podem estar numa Barra de Ferramentas. Por conta da sua importância, esta barra é fixa. Para acessar a um destes menus, basta clicar com o botão esquerdo do mouse no menu pretendido;</p><p>3. Barra de Ferramentas: conjunto de ferramentas utilizada com maior frequência para acesso fácil aos comandos, recursos e complementos. A lista de barras de ferramentas pode ser encontrada, ativada e desativada na Barra de Menus em Exibir > Barras de ferramentas ou posicionando o cursor do mouse no final da Barra de Menus ou no final da Barra de Ferramenta que está encaixada, em seguida clique com o botão direito do mouse que abrirá uma janela com as opções de Paineis e as ferramentas. Esta barra pode ficar no modo flutuante ou localizada abaixo da Barra de Menus, na parte inferior, do lado direito ou esquerdo da interface;</p><p>4. Painel: semelhante a Barra de Ferramentas, todavia, ou invés de ter ícones, ele oferece interface para funções e recursos mais complexos. O painel de camadas e o painel do navegador são dois exemplos. Da mesma forma que a Barra de Ferramenta, o painel pode ficar flutuante, encaixado ou colocado na forma de abas;</p><p>5. Tela de Visualização: consiste no espaço para a visualização das informações geográficas das Camadas que estão inseridas no Painel de Camadas. Nesta tela é possível navegar (ampliar, diminuir, mover, …), selecionar feições, entre outras funções;</p><p>6. Barra de localização: fixado no canto inferior esquerdo da interface, permite que o usuário acesse facilmente as camadas, campos, algoritmos de processamento e outras funcionalidades do QGIS;</p><p>7. Barra de status: situado na parte inferior da interface, mostra informações relevantes, como as coordenadas (x,y) do cursor, escala de visualização, possibilidade de definir escala de visualização, estabelecer o Sistema de Referência Cartográfica (SRC), entre outras.</p><p>A figura 15 mostra a localização de cada um destes elementos no QGIS e, veja que a maior área está destinada a Tela de Visualização. Os Paineis e barras de ferramentas podem ser posicionados no seu entorno. Existem também outras partes da interface, como a codificação de scripts na linguagem de programação Python, janelas de complementos (extensões), etc. Esta possibilidade do usuário de personalizar a sua interface é uma característica peculiar deste software.</p><p>Figura 15. Visão geral do QGIS.</p><p>O objetivo deste caderno é demonstrar como criar novas camadas shapefile e utilizar a Barra de Ferramentas de Vetorização no QGIS, versão 3.36.3, de maneira sucinta e descritiva.</p><p>Para isto, utilizaremos a Carta Topográfica (CT), na escala 1:100.000, de Ibitiara (IBGE, 1967), localizada</p><p>na Chapada Diamantina no Estado da Bahia. A figura 16 mostra a localização desta carta no Estado da Bahia, destacada na cor amarela.</p><p>Figura 16. Localização da Carta Topográfica de Ibitiara no Estado da Bahia.</p><p>A figura 16 é composta por mosaico de imagens de sensoriamento remoto do satélite Landsat 7 do Estado da Bahia (SEI, 2008) e os dados vetoriais contendo os limites das Unidades Federativas (na cor vermelha) e a grade regular representando a articulação das CT na escala 1:100.000 (SEI, 2008). A CT de Ibitiara georreferenciada pode ser adquirida no site do Núcleo de Estudos Hidrogeológico e do Meio Ambiente (NEHMA, 2022).</p><p>Para o desenvolvimento deste trabalho, vamos renomear o arquivo mi1951 para Carta Topográfica de Ibitiara.</p><p>2.1. Iniciando o uso do qgis com adição de dados</p><p>Agora, vamos abrir o software QGIS e, posteriormente, adicione a Carta Topográfica de Ibitiara. Para isto, clique em Camada > Adicionar camada > Adicionar Camada Raster… ou use as teclas de atalho Ctrl+Shift+R (++), como instruído na figura 17.</p><p>Figura 17. Adição da Camada Raster.</p><p>Feito isto, abre-se a janela de Gerenciador de Fonte de Dados com a seleção da opção Raster (figura 18A), a opção de adicionar o formato, sendo ele: Arquivo ou protocolo do tipo Internet (http(s)), nuvem, entre outros. Escolha a opção Arquivo; depois selecione a fonte onde ele está armazenado, para isto, clique no ícone de busca para abrir a janela de localização do arquivo (Figura 18B). Procure a pasta QGIS/Raster e selecione o arquivo desejado. Depois clique em .</p><p>Figura 18. Gerenciador de fonte de dados/Raster.</p><p>No QGIS, o arquivo adicionado estará disponível no Painel Camadas e ativado para ser visto na Tela de visualização (figura 19). Observe que na frente do nome há um símbolo referente ao modelo de representação, neste caso o Raster . Importante observar na Barra de Títulos que logo após o ícone do aparece *Projeto sem título - QGIS, onde o “*” indica que houve movimentação e que o projeto não possui um título.</p><p>Figura 19. Criação do projeto e adição e visualização da Carta Topográfica de Ibitiara.</p><p>O uso do QGIS envolve a visualização, edição, análise e processamento de informações geográficas e, para gerenciar estas ações recorre-se ao desenvolvimento de um projeto. Assim, faz-se necessário salvá-lo, clicando em Projeto > Salvar Como… (figura 20A). Prontamente, abre-se uma janela de diálogo para informar o local de destino do projeto. Salve na pasta QGIS (figura 20B) e o denomine de edicao_vetorial e clique em e, observe que este nome aparece no canto superior esquerdo logo após o seu logótipo do QGIS (figura 20C). Importante ressaltar que, de tempo em tempo, ou ao término de uma atividade, salve seu projeto, clicando no ícone Salvar Projeto (), ou aperte, simultaneamente, as teclas de atalho Control + S (+). Isto é importante, pois caso o programa ou o computador trave ou desligue, ao reiniciá-lo, o projeto será visualizado na última tela salva.</p><p>Figura 20. Salvando o projeto.</p><p>2.1.1. Estabelecer o Sistema de Referência Cartográfica do projeto</p><p>Uma outra questão importante ao trabalhar com geoinformação é o estabelecimento de um Sistema de Referência Cartográfica (SRC) para o seu projeto. Neste caso, como pretende-se executar a edição vetorial, recomenda-se que o SRC do projeto esteja no mesmo SRC do arquivo a ser editado, que é o EPSG: 31983 - SIRGAS2000 / UTMzone 23S. A informação sobre o seu SRC do projeto pode ser obtida no penúltimo ícone no canto inferior direito . Este ícone mostra a sigla do SRC e, posicionando o cursor do mouse sobre este ícone, por no mínimo 2 segundos, aparece a informação sobre o SRC. A sigla EPSG: 4326 corresponde ao SRC WGS84 (figura 21A). Ao abrir um projeto em branco no QGIS, este é o SRC de referência e, ao adicionar a 1ª camada, o SRC do projeto será o mesmo desta camada.</p><p>Figura 21. Ajuste na propriedade do projeto - SRC.</p><p>Neste trabalho o 1º arquivo adicionado foi a Carta Topográfica de Ibitiara que está no SRC EPSG: 31983 - SIRGAS 2000 / UTM zone 23S (Figura 21C), logo o projeto estará configurado para o mesmo sistema de coordenadas. O SRC, tanto das camadas quanto do projeto podem ser alterados a qualquer momento.</p><p>Todavia, há versões do QGIS que esta alteração não ocorre automaticamente. Assim, para realizar esta alteração do EPSG do projeto basta clicar com o no penúltimo ícone do canto inferior direito para abrir a janela de diálogo de Propriedades do Projeto no item SRC (figura 21B). No item Filtro, digite a sigla do SRC ou digite SIRGAS 2000 / UTM zone 23S, que ele fará um busca e o seu resultado aparece no item Sistemas de Referência de Coordenadas Predefinidos. Selecione a opção desejada depois clique em , para fixá-la, em seguida clique no ícone . Observe que a sigla presente no ícone do SRC do projeto foi alterada .</p><p>Com a criação do projeto, a definição do seu SRC e, inserção da Carta Topográfica de Ibitiara, o próximo passo corresponde à verificação das ferramentas que vamos trabalhar, sendo elas: Nova Camada Vetorial e Barra de Ferramentas de Vetorização.</p><p>2.2. Nova camada vetorial</p><p>Para criar uma nova camada vetorial, basta clicar na Barra de Menu em Camada > Criar nova camada > Nova Camada Shapefile… (figura 22A). Existe também a possibilidade de ativar a Barra de Ferramentas do Gerenciador de Fontes de Dados, como demonstrado na figura 22B.</p><p>Figura 22. Localização da aba de criação de nova camada</p><p>No QGIS há a possibilidade de criar as seguintes camadas vetoriais:</p><p>1. Geopackage: corresponde a um formato de dado vetorial desenvolvido para compartilhamento de dados geográficos, sobretudo entre dispositivos móveis. Este formato foi estabelecido pela Open Geospatial Consortium (OGC), para trabalhar com o banco de dados SQLite (OGC, 2014);</p><p>2. Shapefile: o arquivo ESRI Shapefile (comumente conhecido como shape ou simplesmente shp – leia-se “S” “H” “P”), corresponde a um arquivo de dado geoespacial não topológico no formato vetorial, desenvolvido pela Environmental Systems Research Institute (ESRI, 1998), com especificações aberta para interoperabilidade por dados entre os softwares de SIG, este tipo de arquivo armazena a localização geométrica e as características da geoinformação (ESRI, 2016). Para tanto, este dados é composto por, no mínimo três arquivos, sendo elas:</p><p>· shp: principal arquivo que contém o tipo de geometria geográfica;</p><p>· dbf: tabela no formato dBASE que armazena os dados alfanuméricos associado a cada geometria geográfica;</p><p>· shx: armazena o índice da geometria dos dados e permite acesso rápido aos registros no arquivo shp;</p><p>Há uma relação de um-para-um entre a geometria (shp) e o dado alfanumérico (dbf), que é baseado no índice da geometria (shx). Além destes arquivos, há o “prj”, que armazena as informações sobre o sistema de referência cartográfica (SRC); o “cpg”, que é o código de arquivos da página; e o “qmd”, que armazena os metadados.</p><p>A estrutura do arquivo shapefile foi incorporada à biblioteca digital comumentemente conhecida pelo seu acrônimo em inglês GDAL/OGR (Geospatial Data Abstraction Library e Simple Features Library), utilizada para conversão e processamento de dados geográficos (OSGEO, 2017).</p><p>3. SpatiaLite; reportam a versão aberta de dado geográfico topológico no formato vetorial do SQLite, com funções espaciais agregadas, possibilitando relacionar as extensões espaciais do SQLite, PostgreSQL/PostGIS e MySQL (FURIERI, 2011);</p><p>4. Rascunho Temporário: esta camada é criada temporariamente dentro do projeto vigente, e ao fechar o projeto, este arquivo será apagado automaticamente. Portanto, nesta opção não é criado um arquivo físico;</p><p>5. Malha de Pontos: refere-se a uma grade não estruturada, geralmente com componentes temporais. Exemplo desse dado são as Grade Irregulares Triangulares (comumente conhecido pelo acrônimo em inglês - TIN - Triangular Irregular Network);</p><p>6. GPX (GPS eXchange format): permite que o usuário importe dados advindos dos sistemas de posicionamento global, mais conhecido pelo acrônimo GPS (em inglês, Global Positioning System);</p><p>e</p><p>7. Virtual: corresponde a um tipo especial de camada, criada a partir de uma consulta a dados virtuais ou físicos (dados disponíveis no computador), possibilitando inserir qualquer quantidade de dados e formatos que o QGIS seja capaz de abrir. Suas informações (geográficas ou atributos) podem ser visualizadas no projeto para consultas e verificação de suas propriedades. Porém, não há a possibilidade de efetivar nenhum processamento, como exemplo: interseção, mesclar, recortar, entre outros (OGC, 2023).</p><p>Conceituado os tipos de camadas vetoriais que podem ser criadas pelo QGIS, agora, selecione a opção nova camada Shapefile e, automaticamente, abre-se a janela de criação.</p><p>2.2.1. Nova Camada Shapefile</p><p>Na janela de diálogo de criação da nova camada shapefile (figura 23), faz-se necessário preencher os seguintes campos:</p><p>1. Nome do Arquivo: local de definição do nome do arquivo e a pasta onde o arquivo será armazenado. Para escolher o local de destino, basta clicar no ícone localizado após o espaço destinado à apresentar o local de armazenamento destino e o nome;</p><p>2. Codificação de arquivo: está relacionada a codificação das informações contidas na tabela de atributos, e refere-se à conversão de uma sequência de bytes em caracteres. De acordo com o IBGE (2021), no sistema Windows os valores devem ser preenchidos com os valores registrados pela Internet Assigned Numbers Authority (IANA), sendo os mais comuns UTF-8, ISO-8859-1 (também conhecido por latin1, LATIN1), US-ASCII (também conhecido por IBM367), Windows-1252 e ISO-8859-14 (denominado também de latin8). Caso deseje conhecer a lista completa, consulte o endereço .</p><p>3. Tipo de geometria: refere-se a escolha das premissas básicas geométricas (ponto, multi ponto, string de linha e polígono) ou sem geometria. Para criação de arquivo shapefile deve-se escolher ponto, string de linha ou polígono.</p><p>Figura 23. Janela da nova camada shapefile.</p><p>4. Dimensões adicionais: servem para definir exigências, ou não, específicas de um determinada geoinformação, como por exemplo altitude (Z) e/ou outro valor numérico (M).</p><p>5. Sistema de Referência Cartográfica: definir o seu Sistema de Referência Cartográfica (SRC), para isto, basta clicar no ícone , que abrirá a janela de seleção do SRC. Observe na figura 23 que o campo do SRC vem preenchido com uma informação padronizada do QGIS e do seu lado direito tem o símbolo da placa de alerta , indicando que a informação do SRC devem ser alterada para o SRC desejado;</p><p>6. Novo Campo: reporta a inserção de informações na tabela de atributos, composta de linha e coluna, onde as colunas correspondem ao tipo de característica da feição representada pela linha. Para adicionar um novo atributo, basta preencher os campos:</p><p>a. Nome: escolha do nome da coluna;</p><p>b. Tipo: refere-se às propriedades da coluna, podem ser: texto (string), número inteiro (integer) ou decimal (real) e data (date);</p><p>c. Comprimento e precisão: corresponde a quantidade de caracteres que terá o texto ou número. Caso seja número decimal, deste comprimentos quantas caracteres serão destinados às casas decimais.</p><p>Estabelecidas estas informações, clique em .</p><p>7. Lista de Campos: mostra os campos que foram criados. Observe a existência de um campo padrão denominado de “id” (acrônimo de identificador), do tipo Integer (número inteiro) com comprimento de 10 caracteres. Esse atributo é a chave primária de cada dado. Há a possibilidade de remover campos existentes, todavia, deve-se ter no mínimo 1 campo.</p><p>Definido estes parâmetros, finalize esta etapa clicando no ícone .</p><p>2.3. Barra de ferramentas de vetorização</p><p>Para realização da vetorização deve-se ativar a Barra de ferramenta de Vetorização (figura 24), clicando com o no final da Barra de Títulos, que, prontamente, aparece um menu com as opções para ativar, ou desativar Painéis ou Barras de Ferramentas. Caso esta Barra esteja ativa e deseja saber o nome dela, basta passar com o mouse no símbolo semelhante a duas linhas pontilhadas paralelas na vertical , localizada no início de cada Barra de Ferramentas e deixe o cursor do mouse parado por, no mínimo, 2 segundos que aparecerá o seu nome. O mesmo ocorre para saber o nome do ícone. Neste momento, observe que o cursor do mouse é modificado para o símbolo de uma seta com 4 pontas (), indicando que esta Barra de Ferramenta pode ser movimentada para ficar como flutuante ou fixa.</p><p>Figura 24. Barra de Ferramentas de Vetorização.</p><p>Observe na figura 24 que apenas o ícone Alternar Edição está disponível, e ele fica visível por conta da Camada oe_ponto estar selecionada. Este ícone também está inserido no menu de funcionalidades do arquivo, basta direcionar o cursor do mouse para a camada oe_ponto e clicar com o , ou ir na Barra de Menu e selecionar Camada > Alternar edição.</p><p>Para ativar a edição basta clicar no ícone .</p><p>A figura 25 mostra os ícones e seus nomes; e há três ícones em “Adicionar feição”, pois eles modificam de acordo com o tipo de geometria (ponto, linha ou polígono). Durante a edição vetorial, ao selecionar um ícone, estará ativando a sua função e, por isto, será destacado dos demais de forma que o usuário saiba qual ferramenta está em uso. A funcionalidade de cada ícone será descrito durante a realização da edição vetorial.</p><p>Figura 25. Ícones, seus nomes e funcionalidades.</p><p>3. CRIAÇÃO DAS NOVAS CAMADAS</p><p>Antes de iniciarmos a atividade de criação de uma nova camada shapefile, precisamos observar e identificar as informações geográficas existentes na Carta Topográfica de Ibitiara. Para isso, aproxime o mapa de modo que consiga visualizar com nitidez tais informações, como demonstrado na figura 26. Para isto, basta girar o botão de rolagem do mouse para frente.</p><p>Figura 26. identificação dos pontos na cor preta que significa Obras e Edificações.</p><p>Observe na figura 26 a existência de pontos na cor preta. De acordo com a Base Cartográfica Contínua do Brasil ao Milionésimo e no Banco de Nomes Geográficos do Brasil - BNGB estes pontos correspondem a obras e edificações (IBGE, 2011) e podem ser barragem, pedreira, subestação de distribuição de energia, edificações de saúde, igreja, escola, entre outras (IBGE, 2009).</p><p>Identificada a geoinformação pontual a ser criada, precisa definir o nome do arquivo. Neste sentido, vamos seguir a nomenclatura adotada pelo IBGE (2003, 2009), onde o nome do arquivo tem a seguinte composição:</p><p>acrônimo _ tipo de geometria</p><p>Onde: o acrônimo refere-se a categoria da geoinformação (hidrografia - hd, hipsografia - hp, sistema viário - sv, localidade - lc, obra e edificação - oe, ponto de referência - pr, limite - lm e vegetação - vg); “_” sobrelinha; e tipo de geometria que pode ser ponto, linha ou polígono.</p><p>Desta forma, como vamos criar o arquivo de obra e edificação do tipo de geometria pontual, portanto, o seu nome será “oe_ponto.shp”.</p><p>3.1. Edição vetorial do tipo de geometria pontual</p><p>3.1.1. Camada Obras e Edificações</p><p>Agora, vamos preencher as informações na janela de diálogo da Nova camada shapefile (Figura 27):</p><p>1. Nome do Arquivo: Clique no ícone para selecionar a pasta de armazenamento, que irá abrir uma janela de diálogo. Nesta janela selecione a subpasta vetorial, localizada em C:\QGIS\Vetorial, e em nome digite oe_ponto. Observa-se no item Tipo está a aparecer o formato Shapefile (*.shp; *.SHP). Caso não esteja, clique neste item e a selecione. Depois clique em . A extensão do arquivo é adicionada automaticamente.</p><p>2. Codificação de arquivo: selecione a opção UTF-8;</p><p>3. Tipo de geometria: elege a opção ponto;</p><p>Figura 27. Criação da nova camada shapefile.</p><p>4. Dimensões adicionais: neste momento não será adicionado a dimensão;</p><p>5. Sistema de Referência Cartográfica: clique no ícone que e selecione o SRC EPSG: 31983 - SIRGAS2000 / UTMzone 23S (IBGE, 2021);</p><p>6. Novo Campo: Com o intuito de fixar as ferramentas de edição vetorial, portanto, neste arquivo vamos trabalhar apenas a geoinformação, sem a inserção de atributos, permanecendo apenas o campo “id”.</p><p>Preenchido todos os campos,</p><p>clique em e, pronto, o arquivo foi criado e adicionado automaticamente ao Painel de Camadas, como mostra a figura 28.</p><p>A figura 28 mostra o posicionamento da camada oe_ponto no Painel Camadas. Ao adicionar uma nova camada no QGIS, no Painel Camadas ela será adicionada acima da camada que estava selecionada. Assim, como a camada Carta Topográfica de Ibitiara estava selecionada, vide figura 28A, ao criar, ou adicionar, a camada oe_ponto foi inserida sobre ela, vide figura 28B. Lembrando que este posicionamento é importante, pois na Tela de Visualização segue o posicionamento apresentado no Painel Camadas, ou seja, a Camada oe_ponto está sobre a Camada Carta Topográfica de Ibitiara. Note também que o símbolo localizado antes do nome, refere-se a cor e tipo de geometria que feições serão apresentadas na Tela de Visualização.</p><p>Figura 28. Localização da camada oe_ponto no Painel Camada.</p><p>Vamos iniciar a vetorização das informações geográficas, de obras e edificações, localizadas no canto inferior direito da carta.</p><p>3.1.1.1. Edição vetorial</p><p>Selecione uma área que irá iniciar a edição vetorial, clique no ícone para ativar a edição e, observe no Painel Camada que na simbologia da camada oe_ponto foi adiciona um lápis significando que a edição vetorial foi ativada.</p><p>Agora, clique no ícone Adicionar ponto e, ao posicionar o cursor do mouse na Tela de Visualização, veja que o seu símbolo foi alterado para uma mira , onde o seu centro corresponde à posição a qual se deseja criar o ponto.</p><p>Selecione a feição a ser adicionada, como demonstrado na figura 29A, clicando com o sobre o local desejado a ser criado a feição pontual. Observe que no centro do cursor do mouse aparece um ponto na cor vermelha e, prontamente, aparece a janela de diálogo para adicionar informações de atributos. Como neste caso não vamos atribuir tal informação, clique em ou clique na tecla e, pronto, a feição foi criada (figura 29B).</p><p>Figura 29. Adição de ponto e a tabela de atributo (A) e o ponto adicionado (B).</p><p>Caso tenha posicionado uma feição pontual no local errado, como ilustrado na figura 30A, ele pode ser reposicionado, para tanto utilize o ícone Ferramenta de vértice , localizado do lado direito do ícone (figura 30A). Ela possibilita selecionar vértice, movê-lo, visualizar e editar suas coordenadas (x, y) e dimensão adicional (r).</p><p>Ao selecionar esta ferramenta, veja que o cursor do mouse muda para uma cruz na cor preta . Ao aproximar o curso da feição que será movimentada, veja que aparece dois círculos na cor vermelha (figura 30B). Selecione a feição clicando com o , fazendo com que apareça um “x” na cor vermelha (figura 30C). Com isto, a feição fixa no cursor do mouse, possibilitando a sua movimentação e no local de destino aparece o “x” na cor vermelha (figura 30D). Escolhendo a posição desejada, clique novamente com o para fixar a feição (figura 30E). Pronto, a feição foi movida para o novo local.</p><p>Figura 30. Utilização da Ferramenta de vértice.</p><p>Observe que ao lado do ícone há uma seta direcionada para baixo, como ilustrado na figura 31A. Esta seta no ícone significa que há outras opções de ferramenta. Neste caso há três opções: - possibilita mover e verificar o vértice de todas as Camadas ativas; - proporciona mover e verificar o vértice da Camada que está selecionada no Painel de Camadas; e - ativa o referido Painel, como mostra a figura 31B, e para isto, basta clicar na caixa na frente da opção Mostrar Editor de Vértices, como demonstrado na figura 32A. Ao ativar o Painel Editor de vértice, aparece um texto descrevendo como ele funciona (figura 32B).</p><p>Figura 32. Ferramenta Vértice e suas opções.</p><p>Para visualizar as coordenadas (x, y) e dimensão adicional (r), clique no ícone com o e observe que a feição selecionada estará com um círculo vermelho no seu entorno (figura 33A) e as informações na tabela aparecerão na forma de uma planilha com as colunas x, y e r. Para editá-las basta clicar duas vezes com o na coluna desejada e note que a linha fique na cor azul, bem como o círculo na feição (figura 33B).</p><p>Figura 33. Visualizar e editar as coordenadas do vértice.</p><p>Para excluir , recortar e copiar uma ou mais feições deve-se, primeiramente, clicar no ícone Selecionar feições (localizado na barra de ferramentas de atributos). Ao selecionar esta ferramenta, observe que o cursor do seu mouse altera . Para selecionar a(s) feição(ões) desejada(s) na Tela de Visualização (figura 34A), depois clique com o e arraste-o de modo a gerar um retângulo na cor laranja claro de formato transparente (figura 34B). As feições localizadas totalmente dentro do retângulo estarão selecionadas e terão a coloração amarela e com um x na cor vermelha (figura 34C). Caso deseje desativar a seleção, clique no ícone Desfazer seleção de feições ou aperte, simultaneamente, as teclas de atalho Ctrl+Alt+A (++).</p><p>Figura 34. Seleção de feição.</p><p>Observe na Figura 34C que ao selecionar as feições, os ícones modificar atributos selecionados , , e estão habilitados, agora é só escolher a opção desejada. Outra forma de eliminar feições, invés de selecionar o ícone pode ser apenas clicando na tecla . Em ambos os casos aparecerá a janela de diálogo questionando se realmente deseja continuar com a eliminação das 2 feições. Caso deseje continuar com o procedimento, basta clicar em , caso contrário, clique em (figura 35).</p><p>Figura 35. Eliminar feição.</p><p>Se por acaso, optar por e , o ícone colar será habilitado. Para anular ação clique no ícone desfazer ou Ctrl+Z (+), ou para cancelar as ações anuladas, clique no ícone refazer ou Ctrl+Shift+Z (++).</p><p>Após efetivar algumas vetorizações, recomenda-se salvar no arquivo, clicando no ícone salvar e continue vetorizando. Caso queira finalizar esta edição e continuar num outro momento, clique no ícone que aparece a janela de diálogo perguntando se deseja salvar as alterações realizadas. Clique em que a Barra de Ferramenta será desativada.</p><p>Para fixar estas ações, como atividade, vamos fazer a vetorização de mais algumas feições de obras e edificações. Para isto, divide visualmente a Carta Topográfica de Ibitiara em 16 partes, como ilustrado na figura 36A. Selecione o último quadrante do canto esquerdo inferior, vide figura 36B.</p><p>Figura 36. Vetorização das informações de obras e edificações.</p><p>3.1.2. Camada Pontos Cotados</p><p>Os procedimentos para a criação de uma nova camada shapefile são os mesmos da apresentada no item 2.2.1. A diferença está no acréscimo da informação de atributos, ou seja, um novo campo. Para tanto, vamos efetuar a vetorização da informação do tipo de geometria pontual da hipsometria, que são os pontos cotados. Estes dados possuem as informações de altitude. Mas antes, se faz necessário uma breve descrição sobre este tipo de geoinformação.</p><p>De modo geral, os pontos cotados têm a finalidade de identificar a altitude máxima verificada em determinados pontos distribuídos pela superfície terrestre ao nível médio dos mares, notadamente aqueles que apresentam destaque no relevo, como os de maior altitude em relação às áreas vizinhas. Eles são representados na Carta Topográfica por um X na cor sépia (marrom-avermelhado) com valor de cota (altitude), e os valores numéricos utilizados são inteiros e finitos, como ilustrado na figura 37.</p><p>Figura 37. Identificação dos pontos cotados.</p><p>Seguindo a nomenclatura do IBGE (2009) para arquivos vetoriais, apresentado na criação do arquivo no item 2.2.1., o arquivo de Pontos Cotados terá o seguinte nome: “hp_ponto.shp”, onde: hp corresponde a hipsografia; e ponto reporta a sua forma geométrica.</p><p>Agora, vamos criar esta camada, clicando em Camada > Criar Nova camada > Nova Camada Shapefile…, e na janela de diálogo vamos colocar as seguinte informações:</p><p>1. Nome do Arquivo: hp_ponto.shp;</p><p>2. Codificação de arquivo: escolha a opção UTF-8;</p><p>3. Tipo de geometria: escolha a opção ponto;</p><p>4. Dimensões adicionais: neste momento não será adicionado a dimensão;</p><p>5. Sistema de Referência Cartográfica: clique no ícone para selecionar o SRC, que é EPSG: 31983 - SIRGAS2000 / UTMzone</p><p>23S (IBGE, 2021);</p><p>7. Novo Campo: neste item vamos adicionar o atributo com as informações de altitude, da seguinte forma:</p><p>· Nome: vamos denominar de Cota (figura 38A);</p><p>· Tipo: selecione a opção número inteiro (figura 38A);</p><p>· Comprimento: reporta a quantidade de dígitos no número. De acordo com o IBGE (2023) a altitude mais alta em território nacional é o Pico da Neblina, com altitude aproximadamente de 2.994, com isso, podemos estabelecer que o valor numérico de altitude não ultrapassará 4 dígitos, assim, estabelecemos que o comprimento deste campo será 4 (figura 38B).</p><p>Figura 38. Novo Campo.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Este Novo campo será adicionado na Lista de Campos (figura 39A). Como não vamos utilizar o campo id, vamos removê-lo. Para tanto, basta selecioná-lo, clicando com o . Observe que o campo ficará assinalado com a cor azul (figura 39B). Em seguida clique em , que ele será removido da lista (figura 39C).</p><p>Preenchido todos os campos, clique em e, pronto, o arquivo foi criado e adicionado ao Painel de Camadas.</p><p>Figura 39. Lista de Campos.</p><p>Observe na figura 39 que a lista de campos fornece informações sobre o nome, tipo, comprimento e precisão do campo.</p><p>Preenchido todos os campos, clique em e, pronto, o arquivo foi criado e adicionado automaticamente ao Painel de Camadas.</p><p>Como a camada oe_ponto estava selecionada no Painel Camadas, vide figura 40A, a camada hp_ponto foi adicionada por cima dela, vide figura 40B.</p><p>Figura 40. Posição da camada hp_ponto.</p><p>3.1.2.1. Edição vetorial</p><p>A edição vetorial deste novo arquivo ocorre da mesma maneira que no arquivo oe_ponto. Porém, neste vamos acrescentar a informação do atributo Cota.</p><p>Para ativar a edição, clique no ícone , depois clique no ícone . Selecione na Tela de Visualização a feição a ser vetorizada, clicando com o e, de imediato, aparece a janela de diálogo para digitar a informação do atributo Cota (neste caso, digite 545), como ilustrado na figura 41. Em seguida clique em ou na tecla . Pronto, feição criada.</p><p>Figura 41. Criando feição com a informação de atributo.</p><p>Por acaso, tenha digitado o valor da cota errado. Como fazer para corrigir?</p><p>Para isto, deve-se selecionar a feição desejada com o ícone e em seguida abrir a Tabela de atributos, e pode ser feita da seguinte forma: no Painel Camadas selecione hp_ponto, clique com o para visualizar o menu de funcionalidade da camada e selecione a opção Abrir tabela de atributos, como demonstrado na figura 42A; ou na Barra de Ferramentas Atributos, clique no ícone (figura 42B) ou clique na tecla .</p><p>Figura 42. Localização do ícone Abrir tabela de atributos.</p><p>Prontamente, abre-se a Tabela de atributos. Como tem várias feições, torna-se necessário posicionar o campo da feição no início da tabela. Na coluna de ícones da Tabela de atributos, clique na ícone Mover a seleção para o topo. Observe na figura 35 que foi selecionado o Ponto Cotado com valor de Cota 523 e, na tabela de atributos o valor digitado foi 52 (figura 43A). Para corrigir, clique duas vezes no campo para habilitar a sua digitação, digite o valor correto, 523 (figura 43B), e clique com o , ou no botão , para fixar o valor atualizado, como demonstrado na figura 43C.</p><p>Figura 43. Correção na tabela de atributos.</p><p>Pronto, está corrigido o valor da Cota.</p><p>3.1.3. Editando duas camadas simultaneamente</p><p>No QGIS há a possibilidade de realizar a edição de duas ou mais camadas simultaneamente. Para isso, basta ativar a edição e no momento que for criar a feição, selecione a Camada desejada no Painel de Camadas (figura 44).</p><p>Figura 44. Efetivando a edição vetorial em mais de uma Camada.</p><p>Com a possibilidade de editar mais de uma camada, podem ocorrer equívocos na vetorização. Por exemplo, ao editar feições do arquivo oe_ponto (veja na figura 45A que no Painel Camadas ele está selecionado) e, sem querer, acaba editando feições do arquivo hp_ponto, como ilustrado na figura 45A. Como corrigir?</p><p>Para corrigir, basta selecionar as feições com o uso do ícone . Ao selecionar as feições, note que a sua coloração foi alterada para a cor amarela e com um X na cor vermelha. Logo, clique no ícone , como apresentado na figura 45B. Observe na figura 45C que as feições foram recortadas do arquivo oe_ponto. Agora, selecione no Painel Camadas o arquivo hp_ponto, vide figura 45D, e clique no ícone. Pronto, as feições foram coladas no arquivo hp_ponto e aparece uma tarja em azul na Tela de Visualização relatando que a ação foi realizada. As duas feições aparecem na cor amarela e com um X na cor vermelha, por estarem selecionadas, como ilustrado na figura 45E.</p><p>É importante salientar que esta ação pode ser feita apenas de ponto para ponto, linha para linha e polígono para polígono. Além disso, este procedimento ocorre com sucesso para a geoinformação, mas os campos de atributos serão copiados caso seja o(s) campo(s) for(em) idêntico(s) entre as camadas. Caso contrário, os campos de atributos terão a informação Null, ou seja, sem informação (figura 45F).</p><p>Figura 45. Corrigindo erros na vetorização entre feições.</p><p>Ao trabalhar com a edição de várias camadas simultaneamente, o QGIS possibilita salvar, reverter ou cancelar a edição para a(s) camada(s) selecionada(s) ou todas as camadas ativas, como ilustrado na figura 46.</p><p>Figura 46. Salvando Camadas ativas.</p><p>Para fixar estas ações, como atividade, vamos fazer a vetorização de mais algumas feições de pontos cotados. Para isto, divide visualmente a Carta Topográfica de Ibitiara em 16 partes, como ilustrado na figura 47A. Selecione o último quadrante do canto esquerdo inferior, vide figura 47B. Veja que na figura 47B estão as feições de Obras e Edificações.</p><p>Figura 47. Vetorização das informações dos pontos cotados.</p><p>3.2. Edição vetorial do tipo de geometria linear</p><p>Na figura 47 observe a presença de feições geométricas lineares que representam estradas, cursos d’água e curva de nível, cada um com sua forma, comprimento e direção.</p><p>No QGIS ao ativar camadas vetoriais de geometria linear, veja que na Tela de Visualização será visualizado apenas as polilinhas, como ilustrado na figura 48. A apresentação visual é produzida por conveniência ou necessidade humana mas não é necessária para o computador.</p><p>Figura 48. Representação de informações vetoriais de geometria linear.</p><p>3.2.1. Camada hidrografia</p><p>Como camada shapefile com o tipo de geometria linear vamos criar e realizar a vetorização da hidrografia, tendo como atributos os campos:</p><p>1. Toponímia: para informar a denominação do curso d’água (córrego, rio, riacho, …); e</p><p>2. Nome: o nome do curso d’água.</p><p>Há cursos d’água que não possuem denominação, nestes casos, o campo dos atributos não serão preenchidos.</p><p>Seguindo a nomenclatura do IBGE (2009) para arquivos vetoriais, o arquivo de Hidrografia terá o seguinte nome: “hd_linha.shp”, onde: hd corresponde a hidrografia; e linha reporta ao tipo de geometria.</p><p>Independente da geometria (ponto, linha ou polígono), o procedimento para criar uma nova camada shapefile é o mesmo, clicando em Camada > Criar Nova camada > Nova Camada Shapefile…, abrirá a janela de diálogo de criação, e colocamos as seguintes informações:</p><p>1. Nome do Arquivo: hd_linha.shp</p><p>2. Codificação de arquivo: escolha a opção UTF-8;</p><p>3. Tipo de geometria: escolha a opção string de linha;</p><p>4. Dimensões adicionais: neste momento não será adicionado a dimensão;</p><p>5. Sistema de Referência Cartográfica: clique no ícone para selecionar o SRC, que é EPSG: 31983 - SIRGAS2000 / UTMzone 23S (IBGE, 2021);</p><p>6. Novo Campo: neste item vamos adicionar dois atributos, sendo um de cada vez, sendo o primeiro o Toponímia. Assim, vamos preencher as informações deste campo:</p><p>· Nome: vamos denominar de Toponímia;</p><p>· Tipo: selecione a opção texto (string);</p><p>· Comprimento: reporta a quantidade de letras. Como a denominação dos cursos d’água não ultrapassa 10 letras, vamos adotar este valor como limite.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>O segundo Novo Campo, terá as seguintes informações:</p><p>· Nome: vamos denominar de Nome;</p><p>· Tipo: selecione a opção texto (string);</p><p>· Comprimento: Como existem alguns nomes compridos, vamos</p><p>adotar como limite a quantia de 20 letras.</p><p>Em seguida clique em .</p><p>Estes dois novos campos foram adicionados na Lista de Campos e, como não vamos utilizar o campo id, vamos removê-lo, para tanto, selecione-o clicando com o . Em seguida clique em . Pronto, campo removido.</p><p>Preenchido todos os campos, clique em , pronto, arquivo criado e adicionado ao Painel Camadas.</p><p>3.2.1.1. Edição vetorial</p><p>Para realizarmos a edição vetorial da Camada hd_linha deve, primeiramente, selecioná-la no Painel Camadas, para depois selecionar o ícone na Barra de Ferramenta de Vetorização. Note que ao invés de ter o ícone Adicionar ponto , tem-se o ícone Adicionar linha . A alteração deste ícone ocorre em função do tipo de geometria da camada selecionada no Painel Camadas.</p><p>Na Tela de Visualização escolha o curso d’água a ser vetorizado, como demonstrado na figura 49A. De preferência, inicie a vetorização da nascente em direção a sua foz. Agora, posicione o cursor do mouse no ínicio do curso d’água e clique com para criar o 1º vértice. Ao mover o cursor do mouse, note que há um arco, de formato pontilhado e na cor vermelha, ligando o cursor do mouse até o 1º vértice (figura 49B). Posicione o cursor do mouse à jusante do 1º vértice, de modo que este arco esteja totalmente sobreposto ao curso d’água. Feito isso, crie o 2º vértice (figura 49C). De imediato, o arco entre o 1º e o 2º vértice está no formato contínuo e na cor vermelha. A inserção de novos vértices e arcos ocorre da mesma forma, como esboçado na figura 49D. Inserido todos os vértices até chegar na foz do curso d’água, clique com o para finalizar a vetorização. Prontamente, abre a janela de diálogo dos atributos (figura 49E). Como este curso d’água não possui Toponímia e nem nome, tais informações ficarão em branco, portanto, clique em ou na tecla . Pronto, feição criada.</p><p>Figura 49. Edição vetorial linear.</p><p>Desta forma, pode-se dizer que a vetorização é semelhante à técnica de desenho de observação com papel vegetal, onde o desenhista sobrepõe o papel vegetal numa figura e com um lápis extrai os traços de contorno, concentrando-se na sua forma. Mas, agora, realizamos estes traços no computador de modo sistemático, com o auxílio do monitor, mouse e programas.</p><p>Na versão 3.36.3 há a possibilidade de escolher 3 formas de vetorização da linha, que estão disponíveis no ícone localizado à direita do ícone , como constatado na figura 50.</p><p>Figura 50. Opções de vetorização.</p><p>A primeira opção é Digitalizar com segmento, comumente conhecida como vetorização passo a passo, onde cada clique com o é inserido um vértice. Esta é a opção padrão e foi utilizada na vetorização do curso d’água descrita anteriormente. A segunda opção é a Vetorização Contínua e funciona da seguinte forma: ao inserir o 1º vértice, movimente o cursor do mouse para a direção que deseja digitalizar a linha que os arcos e vértices são criados automaticamente. O espaçamento entre os vértices é estabelecido no item Tolerância de Transmissão, sendo utilizado como unidade de medida o tamanho do pixel (px). Na figura 50 observe que a Tolerância de Transmissão estabelecida foi de 10 px, ou seja, a cada 10 pixels é inserido um vértice.</p><p>A terceira opção é Digitalizar com curva, utilizada para digitalizar uma curvatura e para apresentar o seu funcionamento, tomamos como exemplo o meandro de curso d’água: 1) cria-se um vértice antes da curva (figura 51A), em seguida cria-se um “vértice temporário”, indicando o final desta curvatura (figura 51B), com base neste “vértice temporário”, molda-se a curvatura, para depois criar o vértice de modelo da curvatura (figura 51C).</p><p>Figura 51. Vetorização com curva.</p><p>No momento da vetorização há a possibilidade de alternar entre essas opções.</p><p>O item Digitalizar feição serve para criar a figura geométrica de um círculo do seguinte modo: crie o primeiro vértice com o e o estabelecimento do segundo vértice define a direção e o diâmetro do círculo (figura 52A), para criá-lo clique com o . A janela para colocar a informação do atributo irá abrir, clique em . Pronto, a feição foi criada, vide figura 52B.</p><p>Figura 52. Digitalizar feição.</p><p>Porventura, um ou mais vértices foram posicionados em locais errados, como posso corrigir?</p><p>O processo de mover um vértice, feição linear, de local funciona da mesma forma que de um ponto, como explicado no item 4.1.1. Todavia, como na feição linear são visualizados apenas os arcos, faz-se necessário utilizar a ferramenta . Ao posicionar o cursor do mouse próximo de uma feição linear, observe que a sua cor é alterada para o vermelho e os vértice são demarcados por um círculo de mesma cor; e o vértice mais próximo do cursor do mouse recebe um círculo a mais, vide figura 53A. Ao posicionar o cursor do mouse próximo de um arco, note que aparece uma faixa transparente na cor vermelha, cobrindo toda sua extensão, com um sinal de mais na cor cinza, localizado no centro do arco (figura 53B). Ao direcionar o cursor do mouse neste sinal, a faixa transparente desaparece e a cor do sinal passa a ser vermelha (figura 53C). Este sinal possibilita a adição de um novo vértice e dividindo-o ao meio, o midpoint. Para isso, basta dar um clique com o . Observe que o arco é dividido ao meio, onde o novo vértice está fixo ao cursor do mouse e os arcos estão no formato pontilhado, podendo posicioná-lo em qualquer lugar. Na posição original tem-se um arco virtual no formato contínuo. Posicione o vértice no local desejado, clicando com o e, automaticamente, o arco virtual desaparece (figura 53D).</p><p>Para criar um novo vértice ao longo do arco em destaque, basta clicar simultaneamente duas vezes com o . Para soltar o vértice criado, basta clicar uma vez com o no local desejado (figura 53E). Para mover o arco e os vértices, dê um clique com o ao longo do arco desejado. Para soltar o arco, clique uma vez com o no local desejado (figura 53F). Pronto, a figura 53G demonstra o ajuste da feição sobrepondo a imagem. E para retornar a vetorização da linha, direcione o cursor do mouse para um dos nós. Note que o nó está destacado com dois círculos nas cores vermelhas e há a presença de um sinal de mais em cinza (figura 53H). Ao aproximar o cursor do mouse do sinal de mais, veja que sua cor alterou para vermelha (figura 53I). Clique com o e veja que foi criado um arco na cor vermelha com formato pontilhado (figura 53J). Agora, faz-se a edição das novas linhas.</p><p>Figura 53. Ajustes com os vértices.</p><p>Para mover mais de um vértice, selecione o ícone , em seguida clique com o próximo da área que deseja selecionar, mantenha o botão pressionado e arraste formando um retângulo de cor azul (figura 54A). Veja que os vértices inseridos no retângulo foram selecionados e aparecem com um círculo na cor azul (figura 54B). Clique uma vez com o em qualquer um desses vértices com o círculo na cor azul para mover toda a área (figura 54C). Para soltar o arco, clique uma vez com o no local desejado (figura 54D). Para visualizar os valores (x, y) dos vértices, clique com o para abrir o Painel Editor de Vértice (figura 54E). Caso deseje deletar os vértices selecionados, clique em , e veja que o nós ficarão na cor azul (figura 54F).</p><p>Figura 55. Seleção de diversos vértices.</p><p>Outro problema que pode aparecer na vetorização, principalmente quando adquirimos informações de outras fontes é a feição ter um deslocamento com relação aos demais, como ilustrado na figura 56A. Note que o curso d’água está deslocado com a da carta, e há diversos outros cursos da água, alguns corretos e outros precisando de correção. Assim, para mover apenas uma feição, basta selecionar o ícone e ao direcionar o cursor do mouse para próximo da linha desejada, ela irá se destacar das demais na cor vermelha e com um círculo de mesma cor nos vértices (figura 56B), e veja que o vértice que está mais próximo do cursor aparece com dois círculos. Clique com o e observe que os círculos em torno dos vértices ficam maiores. Isto significa que a feição está pré-selecionada (figura 56C). Em seguida clique com o e arraste de modo a formar</p>