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<p>1</p><p>2024.1</p><p>2</p><p>2024.1, 02.01.2024</p><p>3</p><p>INDICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ARTIGOS</p><p>TABELAS E JURISPRUDÊNCIA</p><p>REDAÇÃO SIMPLIFICADA</p><p>LEGISLAÇÃO COM DESTAQUES</p><p>NAVEGAÇÃO POR MARCADORES</p><p>Avance no estudo das legislações e organize todas as suas anotações em</p><p>um só lugar.</p><p>Criamos este formato de CADERNO DE ESTUDOS em 2018, combinando</p><p>a letra da lei, jurisprudência, tabelas e o espaço dedicado para anotações</p><p>que se tornou marca da Legislação 360.</p><p>Além de todas as demais marcações, destacamos com uma estrela os</p><p>artigos com maior incidência em provas e que merecem atenção especial.</p><p>Para aprofundar seus estudos, incluímos a jurisprudência relacionada aos</p><p>dispositivos e tabelas esquematizando a doutrina.</p><p>Desenvolvemos uma diagramação especial para as legislações, facilitando</p><p>muito a sua leitura. Além disso, também simplificamos a redação dos</p><p>dispositivos, especialmente nos números.</p><p>NEGRITO ›</p><p>ROXO ›</p><p>LARANJA ›</p><p>CINZA SUBLINHADO ›</p><p>Utilizado para realçar termos importantes.</p><p>Aplicado para destacar números, incluindo datas, prazos, percentuais e outros valores numéricos.</p><p>Expressões que denotam negação, ressalva ou exceção.</p><p>Indica vetos e revogações.</p><p>Dispositivos cuja eficácia está prejudicada, mas não estão revogados expressamente.</p><p>Uma ferramenta adicional para leitores digitais.</p><p>Nossos materiais foram desenvolvidos para garantir uma leitura confortável</p><p>quando impressos, mas se você prefere ler em dispositivos eletrônicos,</p><p>conheça esta funcionalidade. Implementamos em todos os nossos</p><p>conteúdos o recurso de navegação por marcadores, um componente</p><p>interativo do leitor de PDF (cujo nome pode variar de acordo com o</p><p>programa utilizado).</p><p>Nesta ferramenta, títulos, capítulos, seções e artigos das legislações, assim</p><p>como súmulas e outros textos relevantes de jurisprudência, são organizados</p><p>na barra de marcadores do leitor de PDF. Isso permite que você localize cada</p><p>item de forma mais rápida.</p><p>Além disso, a funcionalidade VOLTAR, presente em alguns leitores de PDF,</p><p>facilita o retorno ao ponto de leitura onde você parou, sem a necessidade de</p><p>ficar rolando páginas.</p><p>ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES</p><p>CINZA TACHADO ›</p><p>4</p><p>GUIA DE ESTUDOS</p><p>Se você está começando a se preparar para concursos ou busca uma melhor organização e planejamento, este guia será de</p><p>grande ajuda em sua jornada. Disponibilizamos o conteúdo gratuitamente em nosso site: www.legislacao360.com.br</p><p>CONTROLE DE LEITURA DAS LEGISLAÇÕES</p><p>Incluído no Guia de Estudos, o PLANNER METAS DA LEGISLAÇÃO é uma planilha desenvolvida para ajudar você a organizar</p><p>suas leituras e revisões. Este material é gratuito e está disponível para download em nosso site. No guia você encontrará</p><p>também sugestões de como utilizar a planilha. Veja algumas das características principais:</p><p>BIBLIOGRAFIA PARA CONCURSOS PÚBLICOS E OAB</p><p>ORIENTAÇÕES PARA ESTUDAR JURISPRUDÊNCIA</p><p>COMO OTIMIZAR A RESOLUÇÃO DE QUESTÕES</p><p>MODELO DE CICLO DE ESTUDOS</p><p>PLANNER PARA A LEITURA DE INFORMATIVOS (STF E STJ)</p><p>PLANNER PARA O ESTUDO DAS LEGISLAÇÕES</p><p>Desenvolvimento editorial e todos os direitos reservados a 360 EDITORA JURÍDICA LTDA.</p><p>Material protegido por direitos autorais. É proibida a reprodução ou distribuição deste material, ainda que sem</p><p>fins lucrativos, sem a expressa autorização da 360 Editora Jurídica Ltda. Lei 9.610/98 – Lei de Direitos Autorais.</p><p>www.legislacao360.com.br – editora@360.ltda</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>ÍNDICE DAS TABELAS .............................................................................................................................................................................. 6</p><p>DL 2.848/40 - Código Penal ................................................................................................................................................................... 9</p><p>PARTE GERAL .......................................................................................................................................................................................... 10</p><p>Título I - Da aplicação da Lei Penal ................................................................................................................................................................... 14</p><p>Título II - Do Crime ................................................................................................................................................................................................. 19</p><p>Título III - Da Imputabilidade Penal ................................................................................................................................................................. 31</p><p>Título IV - Do Concurso de Pessoas ................................................................................................................................................................. 33</p><p>Título V - Das Penas ............................................................................................................................................................................................... 35</p><p>Título VI - Das Medidas de Segurança ............................................................................................................................................................ 61</p><p>Título VII - Da Ação Penal ................................................................................................................................................................................... 63</p><p>Título VIII - Da Extinção da Punibilidade ....................................................................................................................................................... 65</p><p>PARTE ESPECIAL .................................................................................................................................................................................... 73</p><p>Título I - Dos crimes contra a pessoa ............................................................................................................................................................... 73</p><p>Título II - Dos crimes contra o patrimônio ..................................................................................................................................................... 93</p><p>Título III - Dos crimes contra a propriedade imaterial ............................................................................................................................ 110</p><p>Título IV - Dos crimes contra a organização do trabalho ....................................................................................................................... 112</p><p>Título V - Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos .................................................................. 114</p><p>Título VI - Dos crimes contra a dignidade sexual ...................................................................................................................................... 115</p><p>Título VII - Dos crimes contra a família......................................................................................................................................................... 122</p><p>Título VIII - Dos crimes contra a incolumidade pública .......................................................................................................................... 126</p><p>Título IX - Dos crimes contra a paz pública ................................................................................................................................................. 134</p><p>Título X - Dos crimes contra a fé pública ...................................................................................................................................................... 136</p><p>Título XI - Dos crimes contra a Administração Pública........................................................................................................................... 144</p><p>Título</p><p>27</p><p>Erro sobre a pessoa</p><p>§ 3º. O ERRO QUANTO À PESSOA contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.</p><p>Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa</p><p>contra quem o agente queria praticar o crime. (Lei 7.209/84)</p><p>ERRO DE TIPO *</p><p>ESSENCIAL</p><p>(CP, art. 20,</p><p>caput)</p><p>ESCUSÁVEL / INEVITÁVEL / INVENCÍVEL</p><p>Exclui o DOLO</p><p>e a CULPA</p><p>É a modalidade de erro que não deriva de culpa do</p><p>agente. Mesmo que ele tivesse agido com a cautela</p><p>e a prudência de um homem médio, ainda assim</p><p>não poderia evitar a falsa percepção da realidade</p><p>sobre os elementos constitutivos do tipo penal.</p><p>INESCUSÁVEL / EVITÁVEL / VENCÍVEL Exclui o DOLO,</p><p>MAS NÃO A</p><p>CULPA (CASO haja</p><p>previsão da</p><p>MODALIDADE</p><p>CULPOSA)</p><p>É a espécie de erro que provém da culpa do agente,</p><p>é dizer, se ele empregasse a cautela e a prudência</p><p>do homem médio poderia evitá-lo, uma vez que</p><p>seria capaz de compreender o caráter criminoso</p><p>do fato.</p><p>ACIDENTAL</p><p>Erro de tipo acidental é o que recai sobre dados diversos dos elementos</p><p>constitutivos do tipo penal. Sobre as circunstâncias (qualificadoras,</p><p>agravantes genéricas e causas de aumento da pena) e fatores irrelevantes</p><p>da figura típica.</p><p>A INFRAÇÃO PENAL SUBSISTE ÍNTEGRA, E ESSE ERRO NÃO AFASTA</p><p>A RESPONSABILIDADE PENAL.</p><p>Pode ocorrer nas seguintes situações:</p><p>Erro sobre a PESSOA</p><p>(ou error in persona)</p><p>Quando o agente confunde a pessoa visada,</p><p>contra a qual desejava praticar a conduta</p><p>criminosa, com pessoa diversa.</p><p>Erro sobre o OBJETO</p><p>O sujeito crê que a sua conduta recai sobre um</p><p>determinado objeto, mas na verdade incide</p><p>sobre coisa diversa.</p><p>Erro quanto às</p><p>QUALIFICADORAS</p><p>O sujeito age com falsa percepção da realidade</p><p>no que diz respeito a uma qualificadora do</p><p>crime.</p><p>Erro sobre o</p><p>NEXO CAUSAL</p><p>(aberratio causae)</p><p>É o engano relacionado à causa do crime: o</p><p>resultado buscado pelo agente ocorreu em</p><p>razão de um acontecimento diverso daquele</p><p>que ele inicialmente idealizou.</p><p>Erro na EXECUÇÃO</p><p>(aberratio ictus /</p><p>aberração no ataque)</p><p>Art. 73 do CP: Quando, por acidente ou erro</p><p>no uso dos meios de execução, o agente, ao</p><p>invés de atingir a pessoa que pretendia</p><p>ofender, atinge pessoa diversa, responde como</p><p>se tivesse praticado o crime contra aquela,</p><p>atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20</p><p>deste Código. No caso de ser também atingida</p><p>a pessoa que o agente pretendia ofender,</p><p>aplica-se a regra do art. 70 deste Código.</p><p>RESULTADO DIVERSO</p><p>DO PRETENDIDO</p><p>(aberratio delicti ou</p><p>aberratio criminis)</p><p>Art. 74 do CP: Fora dos casos do artigo</p><p>anterior, quando, por acidente ou erro na</p><p>execução do crime, sobrevém resultado</p><p>diverso do pretendido, o agente responde por</p><p>culpa, se o fato é previsto como crime culposo;</p><p>se ocorre também o resultado pretendido,</p><p>aplica-se a regra do art. 70 deste Código.</p><p>* Conforme ensina Cleber Masson.</p><p>28</p><p>ERRO SOBRE A PESSOA E ERRO NA EXECUÇÃO</p><p>ERRO SOBRE A PESSOA</p><p>(art. 20, § 3º, CP)</p><p>ERRO NA EXECUÇÃO</p><p>(art. 73, CP)</p><p>Há equívoco na representação da</p><p>VÍTIMA PRETENDIDA.</p><p>Representa-se corretamente a</p><p>VÍTIMA PRETENDIDA.</p><p>A EXECUÇÃO DO CRIME é correta.</p><p>Não há falha operacional.</p><p>A EXECUÇÃO DO CRIME é errada.</p><p>Há falha operacional (erro na execução).</p><p>A pessoa visada não corre perigo</p><p>(foi confundida com outra).</p><p>A pessoa visada corre perigo.</p><p>O agente responde pelo crime nos dois casos, considerando as qualidades da vítima</p><p>virtual/pretendida (teoria da equivalência).</p><p>Erro sobre a ilicitude do fato [Erro de proibição]</p><p>Art. 21</p><p>O DESCONHECIMENTO DA LEI É INESCUSÁVEL. O erro sobre a ilicitude do fato, SE</p><p>INEVITÁVEL, isenta de pena; SE EVITÁVEL, poderá diminui-la de 1/6 a 1/3. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Considera-se EVITÁVEL o erro se o agente atua ou se omite sem a</p><p>consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir</p><p>essa consciência. (Lei 7.209/84)</p><p>ERRO JURÍDICO-PENAL</p><p>ERRO DE</p><p>TIPO</p><p>Recai sobre situação fática.</p><p>Exemplo: Apoderar-se de objeto alheio supondo-o próprio.</p><p>ERRO DE</p><p>PROIBIÇÃO</p><p>Atinge a compreensão sobre a ilicitude de uma conduta.</p><p>Exemplo: Apoderar-se de objeto do devedor inadimplente, supondo</p><p>lícita a ação de satisfazer o crédito com as próprias mãos.</p><p>MODALIDADES DO ERRO DE PROIBIÇÃO</p><p>ERRO DE PROIBIÇÃO</p><p>DIRETO</p><p>Agente se engana em relação ao conteúdo da norma</p><p>proibitiva (porque ignora a existência de uma norma penal</p><p>incriminadora; porque não conhece completamente o seu</p><p>conteúdo; ou porque não entende seu âmbito de incidência).</p><p>Ex.: pensa que não é crime portar drogas para consumo próprio.</p><p>ERRO DE PROIBIÇÃO</p><p>INDIRETO</p><p>(descriminante putativa</p><p>por erro de proibição)</p><p>Agente sabe que a conduta é típica, mas acredita que está</p><p>amparado por uma norma permissiva (equivoca-se quanto à</p><p>existência da norma permissiva ou quanto aos seus limites).</p><p>Ex.: pensa que está autorizado a matar a mulher adúltera em</p><p>legítima defesa da honra.</p><p>ERRO DE PROIBIÇÃO</p><p>MANDAMENTAL</p><p>É o erro de direito que incide nos crimes omissivos impróprios</p><p>(art. 13, § 2º, do CP).</p><p>O garantidor, diante da situação de perigo, acredita,</p><p>erroneamente, estar autorizado a não agir para evitar o</p><p>resultado.</p><p>Coação irresistível e obediência hierárquica</p><p>Art. 22</p><p>Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não</p><p>manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>Causa legal de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa.</p><p>29</p><p>COAÇÃO IRRESISTÍVEL</p><p>Coação FÍSICA</p><p>irresistível</p><p>(VIS ABSOLUTA)</p><p>Ocorre nas hipóteses em que o agente, em razão de força física</p><p>externa, é impossibilitado de determinar seus movimentos de acordo</p><p>com sua vontade.</p><p>Exclui a TIPICIDADE (por falta de conduta)</p><p>O fato é atípico.</p><p>Exemplo: um sujeito, com dever de agir para impedir determinado</p><p>resultado, é amarrado e, consequentemente, impossibilitado de</p><p>evitar que ocorra o resultado lesivo.</p><p>Coação MORAL</p><p>irresistível</p><p>(VIS COMPULSIVA)</p><p>Na coação moral é conferida ao coagido a possibilidade de escolha,</p><p>entre cumprir o ato determinado pelo coator ou sofrer as</p><p>consequências danosas por ele prometidas.</p><p>Exclui a CULPABILIDADE (por inexigibilidade de conduta diversa)</p><p>O fato é típico, ilícito, porém não culpável.</p><p>Exemplo: um pai que é bancário e tem sua filha sob a mira de uma</p><p>pistola e caso não passe a senha do cofre sua filha será morta.</p><p>Exclusão de ilicitude</p><p>Art. 23</p><p>NÃO HÁ CRIME quando o agente pratica o fato: (Lei 7.209/84)</p><p>I. em estado de necessidade; (Lei 7.209/84)</p><p>II. em legítima defesa; (Lei 7.209/84)</p><p>III. em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Excesso punível</p><p>Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo</p><p>excesso doloso ou culposo. (Lei 7.209/84)</p><p>O rol deste artigo não é taxativo, pois admite causas supralegais, como consentimento</p><p>do ofendido.</p><p>AS FONTES DAS CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO SÃO:</p><p>› LEI (estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito);</p><p>› NECESSIDADE (estado de necessidade e legítima defesa);</p><p>› FALTA DE INTERESSE (consentimento do ofendido).</p><p>Os efeitos das causas excludentes de antijuridicidade se estendem à esfera</p><p>extrapenal.</p><p>CPP, art. 65:</p><p>Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado</p><p>em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal</p><p>ou no exercício regular de direito.</p><p>Estado de necessidade</p><p>Art. 24</p><p>Considera-se em ESTADO DE NECESSIDADE quem pratica o fato para salvar de perigo</p><p>atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio</p><p>ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o</p><p>perigo. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Embora seja razoável</p><p>exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser</p><p>reduzida de 1/3 a 2/3. (Lei 7.209/84)</p><p>30</p><p>Legítima defesa</p><p>Art. 25</p><p>Entende-se em LEGÍTIMA DEFESA quem, usando moderadamente dos meios necessários,</p><p>repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo,</p><p>CONSIDERA-SE TAMBÉM em LEGÍTIMA DEFESA o agente de segurança pública que</p><p>repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.</p><p>(Lei 13.964/19)</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE DA TESE DA LEGÍTIMA DEFESA DA HONRA *</p><p>Inicialmente, cumpre ressaltar que “legítima defesa da honra” não é, tecnicamente,</p><p>legítima defesa.</p><p>A legítima defesa é uma hipótese excepcional na qual o ordenamento jurídico admite que</p><p>se afaste a aplicação da lei penal. Logo, somente se justifica se estiverem preenchidos todos</p><p>os seus requisitos, quais sejam, agressão injusta (atual ou iminente), proteção a direito</p><p>próprio ou de terceiro, uso moderado dos meios necessários para repelir essa agressão</p><p>(proibição do excesso), presença de um ânimo de defesa (isso porque é preciso que o agente</p><p>saiba que atua nessa condição, ou, pelo menos, acredita agir assim).</p><p>Diante dessa breve exposição do instituto, constata-se que a “legítima defesa da honra”,</p><p>na realidade, não configura tecnicamente “legítima defesa”.</p><p>A traição se encontra inserida no contexto das relações amorosas, sendo que tanto homens</p><p>quanto mulheres estão suscetíveis de praticá-la ou de sofrê-la.</p><p>Eventual desvalor ou censura ao ato de traição é algo restrito aos âmbitos ético e moral.</p><p>Logo, não existe o direito subjetivo de agir com violência contra uma pessoa que traiu.</p><p>Aliás, foi imbuído desse espírito e para evitar que a autoridade judiciária absolvesse o</p><p>agente que agiu movido por ciúme ou outras paixões e emoções que o legislador ordinário</p><p>inseriu no atual Código Penal a regra do art. 28.</p><p>Nesse sentido, Fernando Capez ensina que:</p><p>“todos os direitos são suscetíveis de legítima defesa, tais como a vida, a liberdade, a</p><p>integridade física, o patrimônio, a honra etc., bastando que esteja tutelado pela ordem</p><p>jurídica. Dessa forma, o que se discute não é a possibilidade da legítima defesa da honra</p><p>e sim a proporcionalidade entre a ofensa e a intensidade da repulsa . Nessa medida, não</p><p>poderá, por exemplo, o ofendido, em defesa da honra, matar o agressor, ante a manifesta</p><p>ausência de moderação. No caso de adultério, nada justifica a supressão da vida do cônjuge</p><p>adúltero, não apenas pela falta de moderação, mas também devido ao fato de que a honra</p><p>é um atributo de ordem personalíssima, não podendo ser considerada ultrajada por um ato</p><p>imputável a terceiro, mesmo que este seja a esposa ou o marido do adúltero.”</p><p>Na esteira deste entendimento, o STF, por unanimidade, julgou integralmente procedente</p><p>o pedido formulado na ADPF 779 para:</p><p>(i) firmar o entendimento de que a tese da legítima defesa da honra é</p><p>INCONSTITUCIONAL, por contrariar os princípios constitucionais da dignidade da</p><p>pessoa humana (art. 1º, III, da CF), da proteção à vida e da igualdade de gênero (art. 5º,</p><p>caput, da CF);</p><p>(ii) conferir interpretação conforme à Constituição aos arts. 23, inciso II, e 25, caput e</p><p>parágrafo único, do Código Penal e ao art. 65 do Código de Processo Penal , de modo a</p><p>excluir a legítima defesa da honra do âmbito do instituto da legítima defesa e, por</p><p>consequência;</p><p>(iii) obstar à defesa, à acusação, à autoridade policial e ao juízo que utilizem, direta ou</p><p>indiretamente, a tese de legítima defesa da honra (ou qualquer argumento que induza à</p><p>tese) nas fases pré-processual ou processual penais, bem como durante o julgamento</p><p>perante o tribunal do júri, sob pena de nulidade do ato e do julgamento ;</p><p>(iv) diante da impossibilidade de o acusado beneficiar-se da própria torpeza, fica vedado o</p><p>reconhecimento da nulidade, na hipótese de a defesa ter-se utilizado da tese com esta</p><p>finalidade.</p><p>Por fim, julgou procedente também o pedido sucessivo apresentado pelo requerente, de</p><p>forma a conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 483, III, § 2º, do Código</p><p>de Processo Penal, para entender que não fere a soberania dos vereditos do Tribunal</p><p>do Júri o provimento de apelação que anule a absolvição fundada em quesito genérico,</p><p>quando, de algum modo, possa implicar a repristinação da odiosa tese da legítima</p><p>defesa da honra.</p><p>STF. Plenário. ADPF 779/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. julgado em 01/08/2023.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>31</p><p>TÍTULO III - DA IMPUTABILIDADE PENAL</p><p>Inimputáveis</p><p>Art. 26</p><p>É ISENTO DE PENA o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental</p><p>incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, INTEIRAMENTE INCAPAZ</p><p>de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.</p><p>[Critério biopsicológico] (Lei 7.209/84)</p><p>Redução de pena</p><p>Parágrafo único. A pena pode ser REDUZIDA de 1/3 a 2/3, se o agente, em virtude</p><p>de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado</p><p>não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de</p><p>acordo com esse entendimento. (Lei 7.209/84)</p><p>Menores de 18 anos</p><p>Art. 27</p><p>Os menores de 18 anos são PENALMENTE INIMPUTÁVEIS, ficando sujeitos às normas</p><p>estabelecidas na legislação especial. [Critério biológico] (Lei 7.209/84)</p><p>SISTEMA DE AFERIÇÃO DA INIMPUTABILIDADE</p><p>SISTEMA</p><p>BIOPSICOLÓGICO</p><p>ou MISTO</p><p>Art. 26</p><p>do CP</p><p>Não basta que o agente tenha a condição mental</p><p>(doença mental, ou desenvolvimento mental incompleto).</p><p>É necessário que essa condição mental tenha sido</p><p>capaz de comprometer o seu entendimento ou o seu</p><p>comportamento a partir desse entendimento.</p><p>SISTEMA</p><p>BIOLÓGICO ou</p><p>ETIOLÓGICO</p><p>Art. 27</p><p>do CP</p><p>É irrelevante que o sujeito tenha, no caso concreto, se</p><p>mostrado lúcido ao tempo da prática da infração penal</p><p>para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se</p><p>de acordo com esse entendimento.</p><p>O decisivo é o fator biológico, a formação e o</p><p>desenvolvimento mental do ser humano.</p><p>Emoção e paixão</p><p>Art. 28</p><p>Não excluem a imputabilidade penal: (Lei 7.209/84)</p><p>I. a emoção ou a paixão; (Lei 7.209/84)</p><p>Embriaguez</p><p>II. a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. É ISENTO DE PENA o agente que, por EMBRIAGUEZ COMPLETA, proveniente de</p><p>caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de</p><p>entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>§ 2º. A pena PODE SER REDUZIDA de 1/3 a 2/3, se o agente, por embriaguez,</p><p>proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão,</p><p>a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com</p><p>esse entendimento. (Lei 7.209/84)</p><p>EMBRIAGUEZ</p><p>NÃO ACIDENTAL</p><p>(voluntária / culposa)</p><p>Não exclui a culpabilidade (art. 28, II).</p><p>ACIDENTAL</p><p>COMPLETA</p><p>Exclui a culpabilidade (ISENÇÃO DE PENA) (art. 28, § 1º, do CP).</p><p>32</p><p>ACIDENTAL</p><p>INCOMPLETA</p><p>Redução de pena de 1/3 a 2/3 (art. 28, § 2º, do CP).</p><p>PATOLÓGICA</p><p>Tratada como doença mental, podendo gerar inimputabilidade</p><p>ou semi-imputabilidade (art. 26 do CP).</p><p>PREORDENADA</p><p>Não exclui a culpabilidade e configura agravante genérica (art.</p><p>61, II, l, do CP).</p><p>33</p><p>TÍTULO IV - DO CONCURSO DE PESSOAS</p><p>Art. 29</p><p>Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na</p><p>medida de sua culpabilidade. [Teoria Unitária] (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a</p><p>1/3. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada</p><p>a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o</p><p>resultado mais grave. (Lei 7.209/84)</p><p>CONCURSO DE PESSOAS</p><p>TEORIA</p><p>MONISTA</p><p>(monística,</p><p>unitária ou</p><p>igualitária)</p><p>O crime, mesmo praticado por vários agentes, é único e indivisível,</p><p>respondendo por ele todos os sujeitos que concorreram para a sua</p><p>prática.</p><p>Exemplo: Dois sujeitos se unem para praticar um furto; enquanto um</p><p>ingressa na casa e subtrai os bens, o outro vigia do lado de fora.</p><p>Respondem ambos pelo furto (art. 155).</p><p>É a teoria adotada pelo Código Penal, como regra, e consagrada no</p><p>art. 29 do CP:</p><p>Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a</p><p>este cominadas, na medida de sua culpabilidade.</p><p>TEORIA</p><p>PLURALISTA</p><p>(cumplicidade do</p><p>delito distinto,</p><p>autonomia da</p><p>cumplicidade)</p><p>Por esta teoria, atribui-se a cada agente uma conduta própria,</p><p>cominando-se um delito autônomo para cada um.</p><p>Adotada excepcionalmente pelo Código Penal.</p><p>Exemplo 1 - Aborto: art. 124 - “Provocar aborto em si mesma ou</p><p>consentir que outrem lho provoque”; art. 126 - “Provocar aborto com</p><p>o consentimento da gestante”. A gestante que consente que alguém</p><p>provoque nela o aborto responde pelo art. 124; já ́ o médico que</p><p>trabalha numa clínica de aborto e faz nela o procedimento (por</p><p>exemplo) responderá pelo crime do art. 126.</p><p>Exemplo 2 - Corrupção: art. 333 (corrupção ativa) - “Oferecer ou</p><p>prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo</p><p>a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”; art. 317 (corrupção passiva)</p><p>- “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,</p><p>ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,</p><p>vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem”. O particular</p><p>que oferece vantagem ao funcionário responde pelo art. 333; já́ o</p><p>funcionário público que recebe a vantagem incorre no art. 317.</p><p>TEORIA</p><p>DUALISTA</p><p>Essa teoria separa os coautores (que respondem por um crime) dos</p><p>participes (que respondem por outro crime).</p><p>PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE</p><p>Teoria da acessoriedade</p><p>MÍNIMA</p><p>Para punir o partícipe, basta que o fato principal seja típico.</p><p>Teoria da acessoriedade</p><p>MÉDIA / LIMITADA</p><p>(PREVALECE)</p><p>Para punir o partícipe, basta que o fato principal seja típico e</p><p>ilícito, independentemente da culpabilidade e da</p><p>punibilidade do agente.</p><p>Teoria da acessoriedade</p><p>MÁXIMA</p><p>Para punir o partícipe, basta que o fato principal seja típico,</p><p>ilícito e culpável.</p><p>Teoria da</p><p>HIPERACESSORIEDADE</p><p>Para punir o partícipe, o fato principal deve ser típico, ilícito,</p><p>culpável e punível.</p><p>34</p><p>A CODELINQUÊNCIA será configurada quando houver reconhecimento da prática da</p><p>mesma infração por todos os agentes. Depende de 5 requisitos para sua configuração:</p><p>› Pluralidade de agentes culpáveis;</p><p>› Relevância causal das condutas para a produção do resultado ;</p><p>› Vínculo subjetivo;</p><p>› Unidade de infração penal para todos os agentes; e</p><p>› Existência de fato punível.</p><p>Circunstâncias incomunicáveis</p><p>Art. 30</p><p>Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal , salvo quando</p><p>elementares do crime. (Lei 7.209/84)</p><p>Casos de impunibilidade</p><p>Art. 31</p><p>O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,</p><p>não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. [Participação impunível]</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>35</p><p>TÍTULO V - DAS PENAS</p><p>Capítulo I - Das espécies de pena</p><p>Art. 32</p><p>As PENAS são: (Lei 7.209/84)</p><p>I. PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL);</p><p>II. RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD);</p><p>III. de MULTA.</p><p>Seção I - Das penas privativas de liberdade</p><p>PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL)</p><p>RECLUSÃO DETENÇÃO PRISÃO SIMPLES</p><p>Aplicação Crimes mais graves</p><p>Crimes</p><p>menos graves</p><p>Contravenções</p><p>Regime inicial</p><p>FECHADO /</p><p>SEMIABERTO /</p><p>ABERTO</p><p>SEMIABERTO /</p><p>ABERTO /</p><p>(admite regime</p><p>fechado em caso</p><p>de regressão)</p><p>SEMIABERTO /</p><p>ABERTO</p><p>(não admite</p><p>regime fechado,</p><p>nem por regressão)</p><p>Efeitos</p><p>extrapenais da</p><p>condenação</p><p>Pode gerar incapacidade</p><p>para o exercício do poder</p><p>familiar, da tutela ou da</p><p>curatela nos crimes</p><p>dolosos sujeitos à pena de</p><p>reclusão cometidos contra</p><p>outrem igualmente titular</p><p>do mesmo poder familiar,</p><p>contra filho ou outro</p><p>descendente ou contra</p><p>tutelado ou curatelado</p><p>(art. 92, II, do CP). Crime punido</p><p>com detenção</p><p>não admite esse</p><p>efeito.</p><p>Não admite os</p><p>efeitos</p><p>extrapenais da</p><p>condenação</p><p>previstos nos</p><p>arts. 91, 91-A e</p><p>92 do CP.</p><p>Na hipótese de condenação</p><p>por infrações às quais a lei</p><p>comine pena máxima</p><p>superior a 6 anos de</p><p>reclusão, poderá́ ser</p><p>decretada a perda, como</p><p>produto ou proveito do</p><p>crime, dos bens</p><p>correspondentes à</p><p>diferença entre o valor do</p><p>patrimônio do condenado e</p><p>aquele que seja compatível</p><p>com o seu rendimento</p><p>lícito.</p><p>Interceptação</p><p>telefônica</p><p>ADMITE NÃO ADMITE * NÃO ADMITE</p><p>Limite de</p><p>cumprimento</p><p>Tempo de cumprimento não pode</p><p>ser superior a 40 anos</p><p>Duração não pode</p><p>ser superior a</p><p>5 anos</p><p>* Há precedentes admitindo no caso de ENCONTRO FORTUITO:</p><p>Malgrado apenado com detenção, as provas obtidas quanto ao crime de advocacia</p><p>administrativa são plenamente válidas, porquanto foram descobertas fortuitamente</p><p>por meio de interceptação telefônica, decretada regularmente, com vistas a angariar</p><p>elementos de prova da prática do crime de falsidade ideológica (...). Em perfeita</p><p>aplicação da Serendipidade, trata-se, portanto, de prova lícita, decorrente de</p><p>interceptação telefônica de crime apenado com reclusão, com autorização</p><p>36</p><p>devidamente fundamentada de autoridade judicial competente.</p><p>(STJ. HC 376927/ES, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª Turma, julgado em 17/10/2017)</p><p>* Há também precedentes admitindo no caso de CONEXÃO COM CRIME PUNIDO</p><p>COM RECLUSÃO:</p><p>Considerando a existência de conexão entre os crimes puníveis com detenção e</p><p>reclusão, não há falar-se em nulidade da interceptação telefônica.</p><p>(STJ. HC 173080/RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª Turma, julgado em 27/10/2015)</p><p>O Agravante Defesa alega que o crime de fraude à licitação - que era investigado</p><p>autonomamente quando da decretação das medidas - é punível com pena de</p><p>detenção, razão pela qual não se permite a medida investigativa prevista na Lei</p><p>9.296/96. Esse argumento, todavia, é infirmado pela simples constatação de que a</p><p>quebra do sigilo telefônico visou a verificar a eventual prática, dentre outros, dos</p><p>crimes de associação criminosa e falsidade ideológica, puníveis com sanção preclusiva.</p><p>(STJ. AgRg no HC 469.880/SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, 6ª Turma, julgado em 17/12/2019)</p><p>Reclusão e detenção</p><p>Art. 33</p><p>A pena de RECLUSÃO deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de</p><p>DETENÇÃO, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime</p><p>fechado. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. Considera-se: (Lei 7.209/84)</p><p>a. regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou</p><p>média;</p><p>b. regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou</p><p>estabelecimento similar;</p><p>c. regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento</p><p>adequado.</p><p>§ 2º. As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,</p><p>segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as</p><p>hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Lei 7.209/84)</p><p>a. o condenado a pena superior a 8 anos deverá começar a cumpri-la em regime</p><p>fechado;</p><p>b. o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 anos e não exceda a 8,</p><p>poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;</p><p>c. o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 anos, poderá, desde</p><p>o início, cumpri-la em regime aberto.</p><p>FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL</p><p>REGIME INICIAL QUANTIDADE DE PENA</p><p>Pena de</p><p>RECLUSÃO</p><p>Fixação de</p><p>regime inicial</p><p>(art. 33, § 2º,</p><p>do CP)</p><p>FECHADO</p><p>Superior a 8 anos (neste caso, o CP não</p><p>distingue o condenado reincidente do primário).</p><p>SEMIABERTO</p><p>Superior a 4 anos e não excedente a 8 anos,</p><p>desde que condenado não reincidente. Se</p><p>reincidente, deverá ser o fechado.</p><p>ABERTO</p><p>Igual ou inferior a 4 anos, desde que</p><p>condenado não reincidente. Se reincidente,</p><p>deverá ser fechado ou semiaberto, dependendo</p><p>das circunstâncias judiciais.</p><p>REINCIDENTE</p><p>Fixação de</p><p>regime inicial</p><p>(Súmula 269</p><p>do STJ)</p><p>FECHADO Superior a 4 anos</p><p>SEMIABERTO Igual ou inferior a 4 anos</p><p>37</p><p>Pena de</p><p>DETENÇÃO</p><p>Fixação de</p><p>regime inicial</p><p>(art. 33, § 2º, 2ª</p><p>parte, do CP)</p><p>FECHADO</p><p>A pena de detenção não admite o regime</p><p>inicial fechado (o que não significa que a esse</p><p>tipo de pena não possa ser cumprida em tal</p><p>regime, o que se faz possível por meio da</p><p>regressão. Ver art. 118 da LEP).</p><p>SEMIABERTO</p><p>Superior a 4 anos, seja o condenado primário ou</p><p>reincidente.</p><p>ABERTO</p><p>Igual ou inferior a 4 anos, desde que</p><p>condenado não reincidente. Se reincidente, o</p><p>regime inicial deverá ser semiaberto.</p><p>§ 3º. A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com</p><p>observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA VINCULANTE 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de</p><p>pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a</p><p>inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o condenado</p><p>preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo</p><p>determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.</p><p>SÚMULA 718, STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não</p><p>constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido</p><p>segundo a pena aplicada.</p><p>SÚMULA 719, STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena</p><p>aplicada permitir exige motivação idônea.</p><p>SÚMULA 269, STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos</p><p>reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as</p><p>circunstâncias judiciais.</p><p>SÚMULA 440, STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento</p><p>de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com</p><p>base apenas na gravidade abstrata do delito.</p><p>§ 4º. O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de</p><p>regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou , ou à</p><p>devolução do produto do ilícito praticado , com os acréscimos legais. (Lei 10.763/03)</p><p>Regras do regime fechado</p><p>Art. 34</p><p>O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a EXAME</p><p>CRIMINOLÓGICO DE CLASSIFICAÇÃO para individualização da execução. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o</p><p>repouso noturno. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das</p><p>aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da</p><p>pena. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 3º. O TRABALHO EXTERNO É ADMISSÍVEL, no regime fechado, em serviços ou</p><p>obras públicas. (Lei 7.209/84)</p><p>REGIME</p><p>FECHADO</p><p>Art. 33, § 1º,</p><p>a, do CP</p><p>A pena deve ser cumprida em estabelecimento de segurança</p><p>máxima ou média (penitenciaria).</p><p>Art. 34,</p><p>caput</p><p>O condenado será́ submetido, no início do cumprimento da</p><p>pena, a exame criminológico de classificação para</p><p>individualização da execução.</p><p>Art. 34,</p><p>§ 1º</p><p>O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a</p><p>isolamento durante o repouso noturno.</p><p>Art. 34,</p><p>§ 2º</p><p>O trabalho será ́ em comum dentro do estabelecimento,</p><p>conforme as aptidões ou ocupações anteriores do condenado,</p><p>desde que compatíveis com a execução da pena.</p><p>Art. 34,</p><p>§ 3º</p><p>Admissível trabalho externo, em caráter excepcional, em</p><p>serviços ou obras públicas, se admitido pelo juiz ou diretor</p><p>do estabelecimento. Pressupõe aptidão do condenado e o</p><p>cumprimento de 1/6 da pena.</p><p>38</p><p>Regras do regime semiaberto</p><p>Art. 35</p><p>Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput (exame criminológico de classificação para</p><p>individualização da execução), ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime</p><p>semiaberto. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 439, STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso,</p><p>desde que em decisão motivada.</p><p>§ 1º. O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em</p><p>colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. O TRABALHO EXTERNO É ADMISSÍVEL, bem como a frequência a cursos</p><p>supletivos profissionalizantes, de instrução de 2º grau ou superior. (Lei 7.209/84)</p><p>REGIME</p><p>SEMIABERTO</p><p>Art. 33, § 1º,</p><p>b, do CP</p><p>A pena deve ser cumprida em colônia agrícola, industrial</p><p>ou estabelecimento similar (penitenciaria).</p><p>Art. 35,</p><p>caput</p><p>O condenado que iniciar a pena no regime semiaberto</p><p>será́ submetido a exame criminológico de classificação</p><p>para individualização da execução.</p><p>Art. 35,</p><p>§ 1º</p><p>O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante</p><p>o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou</p><p>estabelecimento similar.</p><p>Art. 35,</p><p>§ 2º</p><p>Admissível trabalho externo, inclusive na iniciativa</p><p>privada (jurisprudência vem determinando a necessidade</p><p>de autorização judicial) e a frequência a cursos</p><p>supletivos profissionalizantes, de instrução de 2º grau</p><p>ou superior.</p><p>Não há previsão para o isolamento durante o período noturno.</p><p>Regras do regime aberto</p><p>Art. 36</p><p>O REGIME ABERTO baseia-se na AUTODISCIPLINA E SENSO DE RESPONSABILIDADE do</p><p>condenado. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. O condenado deverá, FORA DO ESTABELECIMENTO e sem vigilância, trabalhar,</p><p>frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante</p><p>o período noturno e nos dias de folga. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como</p><p>crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa</p><p>cumulativamente aplicada. (Lei 7.209/84)</p><p>REGIME</p><p>ABERTO</p><p>Art. 33, § 1º,</p><p>c, do CP</p><p>A pena deve ser cumprida em casa de albergado ou</p><p>estabelecimento adequado.</p><p>Art. 36,</p><p>caput</p><p>Baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade</p><p>do condenado.</p><p>Art. 36,</p><p>§ 1º</p><p>O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem</p><p>vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra</p><p>atividade autorizada, permanecendo recolhido durante</p><p>o período noturno e nos dias de folga.</p><p>Regime especial</p><p>Art. 37</p><p>As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio , observando-se os deveres e</p><p>direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste</p><p>Capítulo. (Lei 7.209/84)</p><p>39</p><p>Direitos do preso</p><p>Art. 38</p><p>O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a</p><p>todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Lei 7.209/84)</p><p>Trabalho do preso</p><p>Art. 39</p><p>O TRABALHO DO PRESO será SEMPRE REMUNERADO, sendo-lhe garantidos os</p><p>benefícios da Previdência Social. (Lei 7.209/84)</p><p>Legislação especial</p><p>Art. 40</p><p>A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como</p><p>especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos</p><p>regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções. (Lei 7.209/84)</p><p>Superveniência de doença mental</p><p>Art. 41</p><p>O CONDENADO A QUEM SOBREVÉM DOENÇA MENTAL deve ser recolhido a hospital</p><p>de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Detração</p><p>Art. 42</p><p>COMPUTAM-SE, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de</p><p>prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação</p><p>em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Lei 7.209/84)</p><p>Seção II - Das penas restritivas de direitos</p><p>Penas restritivas de direitos</p><p>Art. 43</p><p>As PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD) são: (Lei 9.714/98)</p><p>I. prestação pecuniária; (Lei 9.714/98)</p><p>II. perda de bens e valores; (Lei 9.714/98)</p><p>III. (VETADO)</p><p>IV. prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas ; (Lei 9.714/98)</p><p>V. interdição temporária de direitos;</p><p>(Lei 9.714/98)</p><p>VI. limitação de fim de semana. (Lei 9.714/98)</p><p>CARACTERÍSTICAS DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (PRD)</p><p>PRESTAÇÃO</p><p>PECUNIÁRIA</p><p>1 a 360 salários-mínimos</p><p>Dedução do montante de eventual condenação civil, caso as vítimas</p><p>sejam as mesmas</p><p>Destinatários:</p><p>Vítima;</p><p>Dependentes da vítima; ou</p><p>Entidade pública ou privada com destinação social</p><p>40</p><p>PERDA DE</p><p>BENS E</p><p>VALORES</p><p>Destinada ao Fundo Penitenciário</p><p>Valor teto (o que for</p><p>maior), o montante do:</p><p>Prejuízo causado; ou</p><p>Provento obtido pelo agente ou por terceiro,</p><p>em consequência da prática do crime</p><p>PRESTAÇÃO</p><p>DE SERVIÇO À</p><p>COMUNIDADE</p><p>OU A</p><p>ENTIDADES</p><p>PÚBLICAS</p><p>Condenações superiores a 6 meses de PPL</p><p>Atribuição de tarefas gratuitas ao condenado</p><p>Dar-se-á em: entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e</p><p>outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou</p><p>estatais</p><p>1h/dia de condenação</p><p>Condenação superior a 1 ano: possibilidade de cumprimento em</p><p>menos tempo, nunca inferior à metade</p><p>INTERDIÇÃO</p><p>TEMPORÁRIA</p><p>DE DIREITOS</p><p>São as</p><p>seguintes:</p><p>Proibição do exercício de cargo, função ou atividade</p><p>pública, bem como de mandato eletivo</p><p>Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício</p><p>que dependam de habilitação especial, de licença ou</p><p>autorização do poder público</p><p>Suspensão de autorização ou de habilitação para</p><p>dirigir veículo</p><p>Proibição de frequentar determinados lugares</p><p>Proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou</p><p>exame públicos</p><p>LIMITAÇÃO DE</p><p>FIM DE</p><p>SEMANA</p><p>5h em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado aos</p><p>sábados e domingos.</p><p>Art. 44</p><p>As PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS são autônomas e substituem as privativas de</p><p>liberdade, quando: (Lei 9.714/98)</p><p>I. aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4 anos e o crime não for</p><p>cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena</p><p>aplicada, se o crime for culposo; (Lei 9.714/98)</p><p>II. o réu não for reincidente em crime doloso; (Lei 9.714/98)</p><p>III. a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do</p><p>condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa</p><p>substituição seja suficiente. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 1º. (VETADO)</p><p>§ 2º. Na condenação igual ou INFERIOR a 1 ano, a substituição pode ser feita por multa</p><p>ou por 1 pena restritiva de direitos; se SUPERIOR a 1 ano, a pena privativa de liberdade</p><p>pode ser substituída por 1 pena restritiva de direitos e multa ou por 2 restritivas de</p><p>direitos. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 3º. Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que,</p><p>em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência</p><p>não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 4º. A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando</p><p>ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta . No cálculo da pena privativa</p><p>de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,</p><p>respeitado o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou reclusão. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 5º. Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da</p><p>execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao</p><p>condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Lei 9.714/98)</p><p>41</p><p>SUBSTITUIÇÃO DA PPL POR PRD</p><p>Requisitos</p><p>OBJETIVOS</p><p>NATUREZA</p><p>DO CRIME</p><p>Crimes DOLOSOS  cometido sem violência ou</p><p>grave ameaça à pessoa</p><p>Crimes CULPOSOS</p><p>QUANTIDADE</p><p>DE PENA</p><p>Crimes DOLOSOS  PPL não superior a 4 anos</p><p>Crimes CULPOSOS  qualquer que seja a pena</p><p>aplicada</p><p>Requisitos</p><p>SUBJETIVOS</p><p>Não reincidente em crime doloso.</p><p>Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do</p><p>condenado, bem como motivos e circunstâncias indicarem suficiente a</p><p>substituição.</p><p> A reparação do dano não é requisito para a substituição.</p><p>A pena restritiva de direitos precisa ser adequada e suficiente para atingir as</p><p>finalidades da pena obedecendo ao princípio da suficiência da pena restritiva de</p><p>direitos.</p><p>É possível a substituição da pena privativa de liberdade (PPL) por restritiva de</p><p>direitos (PRD) em casos de crimes hediondos desde que presentes os demais</p><p>requisitos, tais como pena aplicada não superior a 4 anos e crime sem violência ou</p><p>grave ameaça.</p><p>Nos casos de crimes de lesão corporal leve (art. 129) e ameaça (art. 147), apesar de</p><p>controvérsia, prevalece que é possível a substituição de pena privativa de liberdade</p><p>por restritiva de direito.</p><p>Embora envolvam violência ou grave ameaça, são infrações de menor potencial</p><p>ofensivo, que permitem até mesmo transação penal e suspensão condicional do</p><p>processo, nos termos da Lei 9.099/95.</p><p>Porém, se praticados no contexto de violência doméstica contra a mulher, não é</p><p>possível a substituição. Afinal, a Lei Maria da Penha buscou conferir tratamento mais</p><p>rigoroso para tais delitos, inclusive vedando a aplicação da Lei 9.099/95 (art. 41). Nesse</p><p>sentido, Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher</p><p>com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da</p><p>pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.</p><p>Conversão das penas restritivas de direitos</p><p>Art. 45</p><p>Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos</p><p>arts. 46, 47 e 48. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 1º. A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus</p><p>dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada</p><p>pelo juiz, não inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago</p><p>será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se</p><p>coincidentes os beneficiários. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 2º. No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação</p><p>pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza . (Lei 9.714/98)</p><p>§ 3º. A PERDA DE BENS E VALORES pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada</p><p>a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto –</p><p>o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou</p><p>por terceiro, em consequência da prática do crime. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 4º. (VETADO)</p><p>Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas</p><p>Art. 46</p><p>A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ou a entidades públicas é aplicável às</p><p>condenações superiores a 6 meses de privação da liberdade. (Lei 9.714/98)</p><p>42</p><p>§ 1º. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição</p><p>de tarefas gratuitas ao condenado. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 2º. A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,</p><p>escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou</p><p>estatais. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 3º. As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do</p><p>condenado, devendo ser cumpridas à razão de 1 hora de tarefa por dia de condenação,</p><p>fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Lei 9.714/98)</p><p>§ 4º. Se a pena substituída for superior a 1 ano, é facultado ao condenado cumprir a</p><p>pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de</p><p>liberdade fixada. (Lei 9.714/98)</p><p>Interdição temporária de direitos</p><p>Art. 47</p><p>As penas de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS são: (Lei 7.209/84)</p><p>I. proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato</p><p>eletivo; (Lei 7.209/84)</p><p>II. proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de</p><p>habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; (Lei 7.209/84)</p><p>III. suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Lei 7.209/84)</p><p>IV. proibição de frequentar determinados lugares. (Lei 9.714/98)</p><p>V. proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Lei 12.550/11)</p><p>Limitação de fim de semana</p><p>Art. 48</p><p>A LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e</p><p>domingos, por 5 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado</p><p>cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas . (Lei 7.209/84)</p><p>Seção III - Da pena de multa</p><p>Multa</p><p>Art. 49</p><p>A pena de multa consiste no PAGAMENTO AO FUNDO PENITENCIÁRIO da quantia fixada</p><p>na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-</p><p>multa. (Lei 7.209/84)</p><p>CÁLCULO DA PENA DE MULTA</p><p>ETAPAS MÍNIMO MÁXIMO</p><p>1ª</p><p>FIXAÇÃO DA QUANTIDADE</p><p>DE DIAS-MULTAS</p><p>10 dias 360 dias</p><p>2ª</p><p>CÁLCULO DO VALOR DE UM</p><p>DIA-MULTA</p><p>1/30 do salário</p><p>mínimo</p><p>5x o valor do salário</p><p>mínimo</p><p>(podendo ser triplicado</p><p>- art. 60, § 1º, do CP)</p><p>3ª</p><p>MULTIPLICA-SE O VALOR DE</p><p>DIAS-MULTA PELO VALOR</p><p>APURADO</p><p>Exemplo:</p><p>10 dias-multa x 1/30 do salário mínimo</p><p>= 1/3 do salário mínimo</p><p>§ 1º. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a 1/30 do</p><p>maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes esse salário.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção</p><p>monetária. (Lei 7.209/84)</p><p>43</p><p>Pagamento da multa</p><p>Art. 50</p><p>A multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgado a sentença . A</p><p>requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o</p><p>pagamento se realize em parcelas mensais. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário</p><p>do condenado quando: (Lei 7.209/84)</p><p>a. aplicada isoladamente; (Lei 7.209/84)</p><p>b. aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; (Lei 7.209/84)</p><p>c. concedida a suspensão condicional da pena. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do</p><p>condenado e de sua família. (Lei 7.209/84)</p><p>Conversão da Multa e revogação</p><p>Art. 51</p><p>Transitada em julgado a sentença condenatória , a MULTA será EXECUTADA PERANTE O</p><p>JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas</p><p>relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas</p><p>e suspensivas da prescrição. (Lei 13.964/19)</p><p>EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA</p><p>ANTES da Lei 13.964/19 DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>Transitada em julgado a sentença</p><p>condenatória, a multa será considerada</p><p>dívida de valor, aplicando-se-lhes as</p><p>normas da legislação relativa à dívida</p><p>ativa da Fazenda Pública, inclusive no que</p><p>concerne às causas interruptivas e</p><p>suspensivas da prescrição.</p><p>A multa será executada perante o juiz da</p><p>execução penal e será considerada dívida</p><p>de valor, aplicáveis as normas relativas à</p><p>dívida ativa da Fazenda Pública.</p><p>STF</p><p>Quem executa a pena de multa?</p><p> Prioritariamente: o MP, na vara de execução penal, aplicando-se a LEP.</p><p> Caso o MP se mantenha inerte por mais de 90 dias após ser devidamente intimado:</p><p>a Fazenda Pública irá executar, na vara de execuções fiscais , aplicando-se a Lei</p><p>6.830/80.</p><p>STF. Plenário. ADI 3150/DF, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12 e</p><p>13/12/2018 (Info 927). STF. Plenário. AP 470/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12</p><p>e 13/12/2018 (Info 927).</p><p>§§ 1º e 2º. (REVOGADOS pela Lei 9.268/96)</p><p>Suspensão da execução da multa</p><p>Art. 52</p><p>É SUSPENSA A EXECUÇÃO da pena de MULTA, se sobrevém ao condenado doença mental.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>Capítulo II - Da Cominação das Penas</p><p>Penas privativas de liberdade</p><p>Art. 53</p><p>As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente</p><p>a cada tipo legal de crime. (Lei 7.209/84)</p><p>44</p><p>Penas restritivas de direitos</p><p>Art. 54</p><p>As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na parte</p><p>especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1</p><p>ano, ou nos crimes culposos. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 55</p><p>As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma</p><p>duração da pena privativa de liberdade substituída , ressalvado o disposto no § 4º do art.</p><p>46. (Lei 9.714/98)</p><p>Art. 56</p><p>As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para</p><p>todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função ,</p><p>sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 57</p><p>A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código (suspensão de autorização</p><p>ou de habilitação para dirigir veículo), aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Lei 7.209/84)</p><p>Pena de multa</p><p>Art. 58</p><p>A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus</p><p>parágrafos deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60</p><p>deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial. (Lei 7.209/84)</p><p>Capítulo III - Da Aplicação da Pena</p><p>Fixação da pena</p><p>Art. 59</p><p>O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do</p><p>agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao</p><p>comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para</p><p>reprovação e prevenção do crime: [Teoria mista, eclética ou unificadora] (Lei 7.209/84)</p><p>I. as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Lei 7.209/84)</p><p>II. a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Lei 7.209/84)</p><p>III. o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Lei 7.209/84)</p><p>IV. a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se</p><p>cabível. (Lei 7.209/84)</p><p>TEORIAS DAS PENAS</p><p>TEORIA ABSOLUTA ou</p><p>RETRIBUTIVA</p><p>A imposição de pena é a retribuição ao autor de um crime</p><p>pelo fato cometido.</p><p>Não visa qualquer efeito social.</p><p>TEORIA RELATIVA ou</p><p>PREVENTIVA</p><p>A imposição de pena visa evitar futuros crimes.</p><p>Meio de proteção social.</p><p>TEORIA MISTA, ECLÉTICA</p><p>ou UNIFICADORA</p><p>A imposição da pena tem função retributiva e preventiva.</p><p> Art. 59 do CP.</p><p>SÚMULA VINCULANTE 26: Para efeito de progressão de regime no cumprimento de</p><p>pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a</p><p>inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072/90, sem prejuízo de avaliar se o condenado</p><p>preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo</p><p>determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.</p><p>45</p><p>SÚMULA 231, STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à</p><p>redução da pena abaixo do mínimo legal.</p><p>SÚMULA 269, STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos</p><p>reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as</p><p>circunstâncias judiciais.</p><p>SÚMULA 440, STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento</p><p>de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com</p><p>base apenas na gravidade abstrata do delito.</p><p>SÚMULA 444, STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em</p><p>curso para agravar a pena-base.</p><p>SÚMULA 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o</p><p>resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do</p><p>que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.</p><p>SÚMULA 636, STJ: A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a</p><p>comprovar os maus antecedentes e a reincidência.</p><p>Critérios especiais da pena de multa</p><p>Art. 60</p><p>Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do</p><p>réu. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da</p><p>situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Lei 7.209/84)</p><p>Multa substitutiva</p><p>§ 2º. A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 meses, pode ser</p><p>substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código</p><p>(não reincidente em crime doloso e circunstâncias judiciais favoráveis). (Lei 7.209/84)</p><p>Circunstâncias agravantes</p><p>Art. 61</p><p>São CIRCUNSTÂNCIAS QUE SEMPRE AGRAVAM A PENA, quando não constituem ou</p><p>qualificam o crime: (Lei 7.209/84)</p><p>I. a reincidência; (Lei 7.209/84)</p><p>II. ter o agente cometido o crime: (Lei 7.209/84)</p><p>a. por motivo fútil ou torpe;</p><p>b. para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou</p><p>vantagem de outro crime;</p><p>c. à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que</p><p>dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;</p><p>d. com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou</p><p>cruel, ou de que podia resultar perigo comum;</p><p>e. contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;</p><p>f. com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de</p><p>coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma</p><p>da lei específica; (Lei 11.340/06)</p><p>g. com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo , ofício, ministério</p><p>ou profissão;</p><p>h. contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida; (Lei 10.741/03)</p><p>i. quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;</p><p>j. em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade</p><p>pública, ou de desgraça particular do ofendido;</p><p>l. em estado de embriaguez preordenada.</p><p>Agravantes no caso de concurso de pessoas</p><p>Art. 62</p><p>A pena será ainda AGRAVADA EM RELAÇÃO AO AGENTE QUE: (Lei 7.209/84)</p><p>46</p><p>I. promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais</p><p>agentes; (Lei 7.209/84)</p><p>II. coage ou induz outrem à execução material do crime; (Lei 7.209/84)</p><p>III. instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-</p><p>punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Lei 7.209/84)</p><p>IV. executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa . (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Reincidência</p><p>Art. 63</p><p>Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em</p><p>julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>REINCIDÊNCIA</p><p>Infração penal</p><p>ANTERIOR</p><p>Infração penal</p><p>POSTERIOR</p><p>RESULTADO</p><p>CRIME</p><p>(Brasil ou estrangeiro)</p><p>CRIME</p><p>REINCIDENTE</p><p>(Art. 63 do CP)</p><p>CONTRAVENÇÃO</p><p>REINCIDENTE</p><p>(Art. 7º da LCP)</p><p>CONTRAVENÇÃO</p><p>(Brasil)</p><p>CONTRAVENÇÃO</p><p>CRIME</p><p>NÃO</p><p>REINCIDENTE</p><p>CONTRAVENÇÃO</p><p>(Estrangeiro)</p><p>CRIME</p><p>CONTRAVENÇÃO</p><p>O Código Penal filiou-se à possibilidade de reincidência ficta. Para alguém ser tratado</p><p>como reincidente, é suficiente a prática de novo crime após o trânsito em julgado da</p><p>condenação anterior, não é necessário que tenha terminado de cumprir a pena do</p><p>crime anterior.</p><p>Art. 64</p><p>PARA EFEITO DE REINCIDÊNCIA: (Lei 7.209/84)</p><p>I. não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção</p><p>da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos,</p><p>computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não</p><p>ocorrer revogação; (Lei 7.209/84)</p><p>II. não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (Lei 7.209/84)</p><p>Circunstâncias atenuantes</p><p>Art. 65</p><p>São circunstâncias que SEMPRE ATENUAM A PENA: (Lei 7.209/84)</p><p>I. ser o agente menor de 21, na data do fato, ou maior de 70 anos, na data da sentença;</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>II. o desconhecimento da lei; (Lei 7.209/84)</p><p>III. ter o agente: (Lei 7.209/84)</p><p>a. cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;</p><p>b. procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime,</p><p>evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,</p><p>reparado o dano;</p><p>c. cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de</p><p>ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,</p><p>provocada por ato injusto da vítima;</p><p>d. confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;</p><p>47</p><p>e. cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.</p><p>COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL E COAÇÃO RESISTÍVEL</p><p>COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL</p><p>EXCLUI a</p><p>CULPABILIDADE</p><p>Art. 22 do CP</p><p>COAÇÃO RESISTÍVEL</p><p>ATENUANTE</p><p>GENÉRICA</p><p>Art. 65, III, c,</p><p>1ª parte</p><p>Art. 66</p><p>A pena PODERÁ SER AINDA ATENUADA em razão de circunstância relevante, anterior ou</p><p>posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Lei 7.209/84)</p><p>Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes</p><p>Art. 67</p><p>No CONCURSO DE AGRAVANTES E ATENUANTES, a pena deve aproximar-se do limite</p><p>indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam</p><p>dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>SÚMULA 241, STJ: A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância</p><p>agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.</p><p>Cálculo da pena</p><p>Art. 68</p><p>A PENA-BASE SERÁ FIXADA atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida</p><p>serão consideradas as circunstâncias ATENUANTES E AGRAVANTES; por último, as causas</p><p>de DIMINUIÇÃO E DE AUMENTO. [Sistema trifásico] (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na</p><p>parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo,</p><p>todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Lei 7.209/84)</p><p>CÁLCULO DA PENA (DOSIMETRIA DA PENA) – SISTEMA TRIFÁSICO</p><p>1ª FASE</p><p>Fixação da</p><p>PENA-BASE</p><p>CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (art. 59 do CP)</p><p>Antecedentes, culpabilidade, conduta social, personalidade do agente,</p><p>motivos do crime, circunstâncias do crime, consequências do crime,</p><p>comportamento da vítima.</p><p>A pena NÃO PODE FICAR ABAIXO DO MÍNIMO</p><p>NEM ACIMA DO MÁXIMO.</p><p>2ª FASE</p><p>PENA</p><p>INTERMEDIARIA</p><p>AGRAVANTES E ATENUANTES (arts. 61 a 66 do CP)</p><p>A pena deve se aproximar das preponderantes (reincidência,</p><p>personalidade e motivos).</p><p>Figuras mais frequentes: reincidência (agravante preponderante;</p><p>teoria da temporariedade), menoridade (atenuante “super”</p><p>preponderante) e confissão.</p><p>A pena NÃO PODE FICAR ABAIXO DO MÍNIMO</p><p>NEM ACIMA DO MÁXIMO.</p><p>3ª FASE</p><p>PENA</p><p>DEFINITIVA</p><p>CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO</p><p>(Arts. 69 a 71 + circunstâncias específicas da Parte Especial do CP)</p><p>No concurso de causas de aumento ou de diminuição da parte especial,</p><p>pode o juiz limitar-se a um só aumento ou uma só́ diminuição,</p><p>prevalecendo a causa que mais aumente ou diminua. Critério da</p><p>incidência cumulativa (majoritário).</p><p>A pena PODE FICAR ABAIXO DO MÍNIMO e</p><p>PODE FICAR ACIMA DO MÁXIMO.</p><p>48</p><p>Concurso material</p><p>Art. 69</p><p>Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 2 ou mais crimes,</p><p>idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que</p><p>haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-</p><p>se primeiro aquela. [Sistema do cúmulo material] (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 243, STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação</p><p>às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade</p><p>delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da</p><p>majorante, ultrapassar o limite de 1 ano.</p><p>§ 1º. Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de</p><p>liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição</p><p>de que trata o art. 44 deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá</p><p>simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais . (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>CONCURSO MATERIAL (HOMOGÊNEO E HETEROGÊNEO)</p><p>HOMOGÊNEO</p><p>Quando envolver a pluralidade de crimes idênticos, ou seja, crimes</p><p>da mesma espécie.</p><p>Exemplo: dois roubos.</p><p>HETEROGÊNEO</p><p>Quando envolver crimes diferentes, ou seja, pluralidade de crimes</p><p>de espécies distintas.</p><p>Exemplo: roubo e furto.</p><p>Concurso formal</p><p>Art. 70</p><p>Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2 ou mais crimes, idênticos</p><p>ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas</p><p>aumentada, em qualquer caso, de 1/6 até metade [Sistema da exasperação]. As penas</p><p>aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes</p><p>concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior</p><p>[Sistema do cúmulo material]. (Lei 7.209/84)</p><p>CONCURSO FORMAL PRÓPRIO (art. 70, caput, 1ª parte)</p><p>Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica 2 ou mais crimes,</p><p>idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente</p><p>uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de 1/6 até metade.</p><p>CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO (art. 70, caput, 2ª parte)</p><p>As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os</p><p>crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no</p><p>artigo anterior.</p><p>Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69</p><p>deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>CONCURSO FORMAL (HOMOGÊNEO E HETEROGÊNEO)</p><p>HOMOGÊNEO</p><p>Crimes decorrentes da conduta única são crimes idênticos, ou seja,</p><p>da mesma espécie.</p><p>Exemplo: sujeito, na direção de veículo, atropela e causa lesão culposa</p><p>em três pedestres.</p><p>HETEROGÊNEO</p><p>Crimes decorrentes da conduta única são diferentes.</p><p>Exemplo: sujeito, na direção de veículo, atropela duas pessoas. Um</p><p>dos pedestres sofre lesão corporal; no entanto, o outro pedestre</p><p>morre.</p><p>49</p><p>CONCURSO FORMAL (PRÓPRIO E IMPRÓPRIO)</p><p>PRÓPRIO / PERFEITO / NORMAL IMPRÓPRIO / IMPERFEITO / ANORMAL</p><p>DEFINIÇÃO</p><p>O agente, mediante uma só ação ou</p><p>omissão, pratica mais de um crime, mas sem</p><p>agir com desígnios autônomos.</p><p>O agente, mediante uma só ação ou</p><p>omissão, pratica mais de um crime, agindo</p><p>com desígnios autônomos (intenção de</p><p>praticar vários crimes, propósito</p><p>independente) em relação a cada um deles.</p><p>(Prevalece que o dolo abrange tanto o dolo</p><p>direto quanto o eventual)</p><p>EXEMPLO</p><p>Sujeito, na direção de veículo, atropela e</p><p>causa lesão culposa em três pedestres.</p><p>Lucas quer matar Paulo e Eduardo, seus dois</p><p>inimigos. Vendo os dois caminhando lado a</p><p>lado, propositalmente lança seu veículo na</p><p>direção dos dois, matando-os.</p><p>CONSEQUÊNCIA</p><p>EXASPERAC ̧ÃO – aplica-se a pena do</p><p>crime mais grave ou, se iguais, somente</p><p>uma delas, aumentada de 1/6 até metade.</p><p>O critério para aumentar mais ou menos é o</p><p>número de crimes praticados. Com base</p><p>nessa orientação, a jurisprudência criou</p><p>tabelas de aumento:</p><p>STJ: Nos termos da jurisprudência deste</p><p>tribunal, o aumento da pena decorrente do</p><p>concurso formal próprio é calculada com</p><p>base no número de infrações penais</p><p>cometidas, que concretizará a fração de</p><p>aumento abstratamente prevista (1/6 a</p><p>1/2), exasperando-se a pena do crime de</p><p>maior reprimenda. Nesses termos, aplica-se</p><p>a fração de aumento de</p><p>1/6 pela prática de 2 infrações;</p><p>1/5, para 3 infrações;</p><p>1/4 para 4 infrações;</p><p>1/3 para 5 infrações e</p><p>1/2 para 6 ou mais infrações.</p><p>(HC 325.411/SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas,</p><p>5ª Turma, j. 19/04/2018, DJe 25/04/2018).</p><p>Aplica-se a regra do CÚMULO MATERIAL</p><p>(somam-se as penas).</p><p>Como o sujeito teve a finalidade de praticar</p><p>os vários crimes, não merece o benefício da</p><p>exasperação.</p><p>Crime continuado</p><p>Art. 71</p><p>[Crime continuado genérico] Quando o agente, MEDIANTE MAIS DE UMA AÇÃO OU</p><p>OMISSÃO, PRATICA 2 OU MAIS CRIMES DA MESMA ESPÉCIE e, pelas condições de</p><p>tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes , devem os subsequentes ser</p><p>havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,</p><p>ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. [Sistema da</p><p>exasperação] (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. [Crime continuado específico] Nos CRIMES DOLOSOS, contra</p><p>VÍTIMAS DIFERENTES, COMETIDOS COM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA À PESSOA,</p><p>poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a</p><p>personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um</p><p>só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas , até o triplo, observadas as regras</p><p>do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>50</p><p>TEORIAS SOBRE O CRIME CONTINUADO</p><p>OBJETIVA</p><p>A configuração do crime continuado exige apenas os requisitos do art. 71</p><p>do CP, que são objetivos (tempo, lugar, modo de execução...).</p><p>Esta teoria é a mencionada na Exposição de Motivos do Código, item 59:</p><p>O critério da teoria puramente objetiva não revelou na prática maiores</p><p>inconvenientes, a despeito das objeções formuladas pelos partidários da</p><p>teoria objetivo-subjetiva.</p><p>OBJETIVO-</p><p>SUBJETIVA</p><p>A configuração do crime continuado, além dos requisitos objetivos</p><p>trazidos no art. 71, exige a unidade de desígnio, ou seja, os vários</p><p>crimes devem fazer parte do plano global do agente.</p><p>É a posição majoritária, inclusive pela jurisprudência do STF e do STJ,</p><p>devendo ser utilizada em concursos.</p><p>STF: Nos termos da jurisprudência desta Corte, abalizada por parcela</p><p>da doutrina especializada, são requisitos necessários para</p><p>caracterização da continuidade delitiva, à luz da teoria objetivo-</p><p>subjetiva: (a) a pluralidade de condutas; (b) a pluralidade de crimes da</p><p>mesma espécie; (c) que os crimes sejam praticados em continuação,</p><p>tendo em vista as circunstâncias objetivas (mesmas condições de</p><p>tempo, lugar, modo de execução e outras semelhantes); e, por fim, (d) a</p><p>unidade de desígnios.</p><p>(HC 110002/RJ, Rel. Min. Teoria Zavascki, 2ª Turma, j. 09/12/2014)</p><p>STJ: Para o reconhecimento do crime continuado, não basta a presença</p><p>dos requisitos objetivos, sendo indispensáveis, também, os</p><p>pressupostos subjetivos. Precedentes desta Corte Superior.</p><p>(Resp. 1501855/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª T., j. 30/05/2017)</p><p>O CP adota a teoria da ficção jurídica para a natureza jurídica do crime continuado,</p><p>segundo essa teoria, embora no plano fático existam vários crimes, a lei resolveu</p><p>considerá-lós como um só (crime continuado), com o objetivo de conferir um</p><p>tratamento benéfico ao sujeito que comete vários crimes.</p><p>Multas no concurso de crimes</p><p>Art. 72</p><p>No CONCURSO DE CRIMES, as penas de MULTA são aplicadas distinta e integralmente.</p><p>[Sistema do cúmulo material] (Lei 7.209/84)</p><p>SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PENA</p><p>CÚMULO</p><p>MATERIAL</p><p>Significa a soma das penas das infrações cometidas.</p><p>Esse sistema é aplicado no concurso material (art. 69), no</p><p>concurso formal imperfeito ou improprio (art. 70, caput, 2ª parte)</p><p>e no concurso envolvendo penas de multa (art. 72). Também é</p><p>adotado em alguns tipos penais específicos</p><p>Exemplo: no crime de coação no curso do processo (art. 344), o</p><p>preceito secundário traz a pena de 1 a 4 anos de reclusão, e multa,</p><p>além da pena correspondente à violência.</p><p>EXASPERAÇÃO</p><p>Significa a aplicação somente da pena do crime mais grave,</p><p>aumentada de um determinado percentual.</p><p>Esse sistema é aplicado no concurso formal próprio ou perfeito</p><p>(art. 70, caput, 1ª parte) e no crime continuado (art. 71).</p><p>ABSORÇÃO</p><p>Significa que deve ser aplicada somente a pena de um dos crimes</p><p>(geralmente do crime mais grave), ficando os demais absorvidos.</p><p>51</p><p>Erro na execução</p><p>Art. 73</p><p>Quando, POR ACIDENTE OU ERRO NO USO DOS MEIOS DE EXECUÇÃO, o agente, ao</p><p>invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se</p><p>tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste</p><p>Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-</p><p>se a regra do art. 70 deste Código. [Concurso formal] (Lei 7.209/84)</p><p>Resultado diverso do pretendido</p><p>Art.</p><p>74</p><p>Fora dos casos do artigo anterior, quando, POR ACIDENTE OU ERRO NA EXECUÇÃO DO</p><p>CRIME, SOBREVÉM RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO , o agente responde por</p><p>culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido,</p><p>aplica-se a regra do art. 70 deste Código. [Concurso formal] (Lei 7.209/84)</p><p>Limite das penas</p><p>Art. 75</p><p>O TEMPO DE CUMPRIMENTO das PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE</p><p>não pode ser superior a 40 anos. (Lei 13.964/19)</p><p>SÚMULA 527, STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar</p><p>o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.</p><p>§ 1º. Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja SOMA SEJA</p><p>SUPERIOR A 40 ANOS, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste</p><p>artigo. (Lei 13.964/19)</p><p>TEMPO DE CUMPRIMENTO DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE</p><p>ANTES da Lei 13.964/19 DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>30 anos 40 anos</p><p>§ 2º. Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-</p><p>á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido . (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Concurso de infrações</p><p>Art. 76</p><p>No CONCURSO DE INFRAÇÕES, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Capítulo IV - Da Suspensão Condicional da Pena</p><p>Conforme ensina Rogério Sanches, o "sursis" pode se fundamentar em 3 sistemas:</p><p>ANGLO-AMERICANO (PROBATION SYSTEM):</p><p>Caracterizado pela submissão do réu ao período de prova após o reconhecimento da</p><p>sua responsabilidade penal, mas sem imposição de pena. Descumpridas as condições,</p><p>o julgamento é retomado, determinando-se a pena privativa de liberdade a ser</p><p>cumprida. Não foi contemplado em lugar algum do nosso ordenamento jurídico.</p><p>PROBATION OF FIRST OFFENDERS ACT:</p><p>Também de origem norte-americana, representa a suspensão prematura da ação</p><p>penal, sem reconhecimento da responsabilidade do réu e com a imposição de</p><p>condições que, não adimplidas, implicam no prosseguimento do processo até</p><p>condenação e aplicação da sanção penal. Entre nós, o art. 89 da Lei 9.099/95</p><p>reconhece este sistema, ao criar a medida despenalizadora da suspensão</p><p>condicional do processo.</p><p>FRANCO-BELGA:</p><p>Adotado pelo CP nos arts. 77 a 82. Nesse sistema, a ação penal segue o seu curso</p><p>regular com a condenação e imposição da pena privativa de liberdade para, em</p><p>52</p><p>momento imediatamente posterior, serem estabelecidas condições previstas em lei às</p><p>quais deverá o condenado se submeter para alcançara extinção da sanção imposta.</p><p>SISTEMAS DO SURSIS</p><p>FRANCO-BELGA</p><p>ANGLO-AMERICANO</p><p>(Probation System)</p><p>PROBATION OF FIRST</p><p>OFFENDERS ACT</p><p>O RÉU É PROCESSADO</p><p>É RECONHECIDO CULPADO -</p><p>EXISTE CONDENAÇÃO - -</p><p>Suspende-se a</p><p>execução da pena</p><p>Suspende-se o processo</p><p>evitando a imposição da</p><p>pena</p><p>Suspende-se o processo</p><p>sem o reconhecimento da</p><p>culpa</p><p>SURSIS PENAL</p><p>Arts. 77 a 82 do CP</p><p>NÃO É ADOTADO</p><p>PELO BRASIL</p><p>SURSIS PROCESSUAL</p><p>Art. 89 da Lei 9.099/95</p><p>Requisitos da suspensão da pena</p><p>Art. 77</p><p>A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 anos, poderá ser SUSPENSA,</p><p>por 2 a 4 anos, desde que: (Lei 7.209/84)</p><p>I. o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Lei 7.209/84)</p><p>II. a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem</p><p>como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;</p><p>[Circunstâncias judiciais favoráveis] (Lei 7.209/84)</p><p>III. Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código (PRD).</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>SÚMULA 499, STF: Não obsta à concessão do "sursis" condenação anterior à pena de</p><p>multa.</p><p>§ 2º. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 4 anos, poderá ser</p><p>suspensa, por 4 a 6 anos, desde que o condenado seja maior de 70 anos de idade, ou razões</p><p>de saúde justifiquem a suspensão. (Lei 9.714/98)</p><p>Art. 78</p><p>Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento</p><p>das condições estabelecidas pelo juiz. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. No 1º ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46)</p><p>ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2°. Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as</p><p>circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá</p><p>substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas</p><p>cumulativamente: (Lei 9.268/96)</p><p>a. proibição de frequentar determinados lugares; (Lei 7.209/84)</p><p>b. proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Lei 7.209/84)</p><p>c. comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e</p><p>justificar suas atividades. (Lei 7.209/84)</p><p>ESPÉCIES DE SURSIS *</p><p>Sursis</p><p>SIMPLES</p><p>Sursis</p><p>ESPECIAL</p><p>Sursis</p><p>ETÁRIO</p><p>Sursis</p><p>HUMANITÁRIO</p><p>Previsão legal</p><p>Art. 77 c/c</p><p>art. 78, §1°, CP</p><p>Art. 77 c/c</p><p>art. 78, §2º, CP</p><p>Art. 77, §2°,</p><p>1ª parte, CP</p><p>Art. 77, §2°,</p><p>2ª parte, CP</p><p>53</p><p>Pressupostos</p><p>Pena imposta não superior a</p><p>2 anos (considerando o concurso</p><p>de crimes)</p><p>Pena imposta não superior a</p><p>4 anos (considerando o concurso</p><p>de crimes)</p><p>Período de prova variando de</p><p>2 a 4 anos</p><p>Período de prova variando de</p><p>4 a 6 anos</p><p>-</p><p>Reparação do</p><p>dano ou</p><p>comprovada</p><p>impossibilidade</p><p>de fazê-lo</p><p>Maior de</p><p>70 anos</p><p>-</p><p>-</p><p>Condições</p><p>favoráveis</p><p>(art. 59)</p><p>-</p><p>Condenado</p><p>doente</p><p>No primeiro</p><p>ano o</p><p>beneficiário</p><p>Sujeita-se às</p><p>condições do</p><p>art. 78, § 1°, CP</p><p>Sujeita-se às</p><p>condições do</p><p>art. 78, §2°, CP</p><p>Sujeita-se às condições do art. 78,</p><p>§1° ou §2°, do CP, dependendo se</p><p>reparou o dano ou se comprovou a</p><p>impossibilidade de fazê-lo</p><p>Requisitos</p><p>Condenado não reincidente em crime doloso</p><p>Circunstâncias judiciais favoráveis</p><p>Não indicada ou cabível restritiva de direitos</p><p>* Conforme ensina Rogério Sanches</p><p>Art. 79</p><p>A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão ,</p><p>desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 80</p><p>A SUSPENSÃO não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. (Lei 7.209/84)</p><p>Revogação obrigatória</p><p>Art. 81</p><p>A SUSPENSÃO SERÁ REVOGADA se, no curso do prazo, o beneficiário: (Lei 7.209/84)</p><p>I. é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Lei 7.209/84)</p><p>II. frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo</p><p>justificado, a reparação do dano; (Lei 7.209/84)</p><p>III. descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>Revogação facultativa</p><p>§ 1º. A SUSPENSÃO PODERÁ SER REVOGADA se o condenado descumpre qualquer</p><p>outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por</p><p>contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Lei 7.209/84)</p><p>Prorrogação do período de prova</p><p>§ 2º. Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,</p><p>considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo . (Lei 7.209/84)</p><p>§ 3º. Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o</p><p>período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Lei 7.209/84)</p><p>Cumprimento das condições</p><p>Art. 82</p><p>Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, CONSIDERA-SE EXTINTA a pena</p><p>privativa de liberdade. (Lei 7.209/84)</p><p>54</p><p>Capítulo V - Do Livramento Condicional</p><p>Requisitos do livramento condicional</p><p>Art. 83</p><p>O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade</p><p>igual ou superior a 2 anos, desde que: (Lei 7.209/84)</p><p>I. cumprida mais de 1/3 da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso</p><p>e tiver bons antecedentes; (Lei 7.209/84)</p><p>II. cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>III. comprovado: (Lei 13.964/19)</p><p>a. bom comportamento durante a</p><p>execução da pena; (Lei 13.964/19)</p><p>b. não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses; (Lei 13.964/19)</p><p>c. bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Lei 13.964/19)</p><p>d. aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; (Lei</p><p>13.964/19)</p><p>A valoração do requisito subjetivo para concessão do livramento condicional - bom</p><p>comportamento durante a execução da pena (art. 83, inciso III, alínea a, do Código</p><p>Penal) - deve considerar todo o histórico prisional, não se limitando ao período de 12</p><p>meses referido na alínea b do mesmo inciso III do art. 83 do Código Penal.</p><p>STJ. 3ª Seção. REsp 1.970.217-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/5/2023 (Recurso</p><p>Repetitivo – Tema 1161) (Info 776).</p><p>LIVRAMENTO CONDICIONAL - AUMENTO DOS REQUISITOS</p><p>ANTES da Lei 13.964/19 DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>Comprovado comportamento satisfatório</p><p>durante a execução da pena, bom</p><p>desempenho no trabalho que lhe foi</p><p>atribuído e aptidão para prover à própria</p><p>subsistência mediante trabalho honesto</p><p>Comprovado:</p><p>- Bom comportamento durante a</p><p>execução da pena;</p><p>- Não cometimento de falta grave nos</p><p>últimos 12 meses;</p><p>- Bom desempenho no trabalho que lhe</p><p>foi atribuído; e</p><p>- Aptidão para prover a própria</p><p>subsistência mediante trabalho honesto.</p><p>I JORNADA DE DIREITO E PROCESSO PENAL</p><p>ENUNCIADO 4: A ausência de falta grave nos últimos 12 meses como requisito à</p><p>obtenção do livramento condicional (art. 83, III, “b” do CP) aplica-se apenas às infrações</p><p>penais praticadas a partir de 23/01/2020, quando entrou em vigor a Lei 13.964/2019.</p><p>ENUNCIADO 5: É prescindível a decisão final sobre a prática de falta grave para obstar</p><p>o livramento condicional com base no art. 83, III, “b” do CP.</p><p>ENUNCIADO 12: O requisito previsto no art. 83, III, b, do Código Penal, consistente</p><p>em o agente não ter cometido falta grave nos últimos 12 meses, poderá ser valorado,</p><p>com base no caso concreto, para fins de concessão de livramento condicional quanto a</p><p>fatos ocorridos antes da entrada em vigor da Lei 13.964/2019, sendo interpretado</p><p>como comportamento insatisfatório durante a execução da pena.</p><p>IV. tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela</p><p>infração; (Lei 7.209/84)</p><p>V. cumpridos mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,</p><p>prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e</p><p>terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Lei</p><p>13.344/16)</p><p>Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou</p><p>grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação</p><p>de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. (Lei 7.209/84)</p><p>55</p><p>Soma de penas</p><p>Art. 84</p><p>As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>Especificações das condições</p><p>Art. 85</p><p>A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. (Lei 7.209/84)</p><p>Revogação do livramento</p><p>Art. 86</p><p>REVOGA-SE O LIVRAMENTO, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de</p><p>liberdade, em sentença irrecorrível: (Lei 7.209/84)</p><p>I. por crime cometido durante a vigência do benefício; (Lei 7.209/84)</p><p>II. por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Lei 7.209/84)</p><p>Revogação facultativa</p><p>Art. 87</p><p>O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das</p><p>obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou</p><p>contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade . (Lei 7.209/84)</p><p>Efeitos da revogação</p><p>Art. 88</p><p>Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação</p><p>resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o</p><p>tempo em que esteve solto o condenado. (Lei 7.209/84)</p><p>Extinção</p><p>Art. 89</p><p>O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em</p><p>processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. (Lei 7.209/84)</p><p>LIVRAMENTO CONDICIONAL - PRORROGAÇÃO E SUSPENSÃO</p><p>PRORROGAÇÃO</p><p>(Art. 89 do CP)</p><p>Pressupõe cometimento de crime na vigência do livramento</p><p>Impede o juiz de julgar extinta a pena (prorrogando o período de</p><p>prova)</p><p>Prorroga-se o período de prova até o julgamento definitivo</p><p>SUSPENSÃO</p><p>(Art. 145 da LEP)</p><p>Pressupõe cometimento de crime na vigência do livramento</p><p>Autoriza o juiz a ordenar o recolhimento cautelar do liberado</p><p>(suspendendo sua vida em liberdade)</p><p>O recolhimento persiste enquanto necessário, não podendo</p><p>exceder o prazo previsto para a pena em cumprimento.</p><p>Art. 90</p><p>Se até o seu término o livramento não é revogado, CONSIDERA-SE EXTINTA a pena</p><p>privativa de liberdade. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 617, STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional</p><p>antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral</p><p>cumprimento da pena.</p><p>56</p><p>LIVRAMENTO CONDICIONAL – REQUISITOS *</p><p>REQUISITOS OBJETIVOS</p><p>1. Ter recebido uma pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos.</p><p>› Se a pessoa foi condenada por 2 ou mais crimes, as penas devem ser somadas para</p><p>fins de livramento;</p><p>› Não cabe para penas restritivas de direitos nem para multa isolada.</p><p>2. Ter reparado o dano causado com o crime, salvo se for impossível fazê-lo;</p><p>3. Ter cumprido parte da pena, quantidade que irá variar conforme ele seja reincidente ou</p><p>não:</p><p>› Condenado não reincidente em crime doloso e com bons antecedentes: deverá</p><p>cumprir mais de 1/3 da pena (LIVRAMENTO CONDICIONAL SIMPLES);</p><p>› Condenado reincidente em crime doloso: deverá cumprir mais de 1/2 da pena</p><p>(LIVRAMENTO CONDICIONAL QUALIFICADO);</p><p>› Condenado por crime hediondo ou equiparado, se não for reincidente específico</p><p>em crimes dessa natureza: deve cumprir mais de 2/3 da pena (LIVRAMENTO</p><p>CONDICIONAL ESPECÍFICO);</p><p>› Condenado por crime hediondo ou equiparado, se for reincidente específico em</p><p>crimes dessa natureza: não terá direito a livramento condicional.</p><p>4. Não ter cometido falta grave nos últimos 12 meses.</p><p>REQUISITOS SUBJETIVOS</p><p>1. Bom comportamento carcerário a ser comprovado pelo diretor da unidade prisional;</p><p>2. Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;</p><p>3. Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;</p><p>4. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à</p><p>pessoa a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de</p><p>condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir .</p><p>REQUISITO ESPECÍFICO PARA CONDENAÇÃO POR INTEGRAR ORGANIZAÇÃO</p><p>CRIMINOSA</p><p>Atenção! Para condenado por integrar organização criminosa ou por crime praticado</p><p>por meio de organização criminosa é REQUISITO ESPECÍFICO para concessão do</p><p>livramento condicional a inexistência de elementos probatórios que indiquem a</p><p>manutenção do vínculo associativo (Lei 12.850/13, art. 2º, § 9º).</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>LIVRAMENTO CONDICIONAL – VEDAÇÕES *</p><p>Condenado por crime hediondo ou</p><p>equiparado, se for reincidente</p><p>específico em crimes dessa natureza</p><p>Não terá direito a livramento condicional.</p><p>Condenado pela prática de crime</p><p>hediondo ou equiparado, com</p><p>resultado morte:</p><p>Não terá direito a livramento condicional,</p><p>não importando se primário ou reincidente.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>Capítulo VI - Dos Efeitos da Condenação</p><p>Efeitos genéricos e específicos</p><p>Art. 91</p><p>SÃO EFEITOS DA CONDENAÇÃO: (Lei 7.209/84)</p><p>I. tornar certa a OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR o dano causado pelo crime; (Lei 7.209/84)</p><p>II. a PERDA em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-</p><p>fé: (Lei 7.209/84)</p><p>a. dos INSTRUMENTOS DO CRIME, desde que consistam em coisas cujo fabrico,</p><p>alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;</p><p>57</p><p>b. do PRODUTO DO CRIME ou de qualquer</p><p>XII - Dos Crimes Contra o Estado Democrático de Direito ....................................................................................................... 163</p><p>DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................................................................ 165</p><p>6</p><p>ÍNDICE DAS TABELAS</p><p>DL 2.848/40 - Código Penal .......................................................................................................................9</p><p> Direito Penal, Criminologia e política criminal ............................................................................. 10</p><p> Conceito de Direito Penal ................................................................................................................... 10</p><p> Direito Penal de emergência, simbólico e promocional ............................................................. 10</p><p> Princípios do Direito Penal.................................................................................................................. 11</p><p> Fontes do Direito Penal ........................................................................................................................ 11</p><p> Axiomas do Garantismo Penal ........................................................................................................... 12</p><p> Lei Penal - Classificações ..................................................................................................................... 12</p><p> Norma penal em branco ....................................................................................................................... 13</p><p> Abolitio criminis x Princípio da continuidade normativo-típica ................................................ 14</p><p> Teorias do tempo do crime .................................................................................................................. 15</p><p> Teorias do lugar do crime .................................................................................................................... 15</p><p> Não aplicação da Teoria da Ubiquidade * ....................................................................................... 16</p><p> Extraterritorialidade e princípios do art. 7º do CP ...................................................................... 17</p><p> Pena cumprida no estrangeiro ........................................................................................................... 17</p><p> Contagem de prazo ................................................................................................................................ 17</p><p> Conceito de Crime ................................................................................................................................. 19</p><p> Momento de consumação ................................................................................................................... 19</p><p> Tentativa (conatus) ................................................................................................................................. 20</p><p> Crimes que não admitem tentativa .................................................................................................. 20</p><p> Punição da tentativa .............................................................................................................................. 21</p><p> Pontes do Direito Penal ....................................................................................................................... 22</p><p> Teorias no crime impossível * ............................................................................................................. 22</p><p> Teorias do dolo adotadas pelo Código Penal ................................................................................. 23</p><p> Espécies de dolo * ................................................................................................................................... 23</p><p> Modalidades de culpa ........................................................................................................................... 24</p><p> Culpa própria e imprópria * ................................................................................................................. 24</p><p> Teorias da conduta................................................................................................................................. 25</p><p> Erro de tipo * ............................................................................................................................................ 27</p><p> Erro sobre a pessoa e erro na execução .......................................................................................... 28</p><p> Erro Jurídico-Penal ................................................................................................................................ 28</p><p> Modalidades do erro de proibição .................................................................................................... 28</p><p> Coação irresistível ................................................................................................................................. 29</p><p> Inconstitucionalidade da tese da legítima defesa da honra *.................................................... 30</p><p> Sistema de aferição da inimputabilidade ........................................................................................ 31</p><p> Embriaguez............................................................................................................................................... 31</p><p> Concurso de pessoas ............................................................................................................................. 33</p><p> Punição do partícipe .............................................................................................................................. 33</p><p> Penas privativas de liberdade (PPL) ................................................................................................. 35</p><p> Fixação do regime inicial ...................................................................................................................... 36</p><p> Regime fechado ...................................................................................................................................... 37</p><p> Regime semiaberto ................................................................................................................................ 38</p><p>7</p><p> Regime aberto ......................................................................................................................................... 38</p><p> Características das penas restritivas de direitos (PRD) ............................................................. 39</p><p> Substituição da PPL por PRD.............................................................................................................. 41</p><p> Cálculo da pena de multa ..................................................................................................................... 42</p><p> Execução da pena de multa ................................................................................................................. 43</p><p> Teorias das penas ................................................................................................................................... 44</p><p> Reincidência ............................................................................................................................................. 46</p><p> Coação moral irresistível e coação resistível ................................................................................ 47</p><p> Cálculo da pena (dosimetria da pena) – Sistema trifásico ......................................................... 47</p><p> Concurso material (homogêneo e heterogêneo) ......................................................................... 48</p><p> Concurso formal (homogêneo e heterogêneo) .............................................................................</p><p>bem ou valor que constitua proveito</p><p>auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.</p><p>§ 1º. Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou</p><p>proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no</p><p>exterior. (Lei 12.694/12)</p><p>§ 2º. Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual</p><p>poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior</p><p>decretação de perda. (Lei 12.694/12)</p><p>Art. 91-A</p><p>Na hipótese de CONDENAÇÃO por infrações às quais a lei comine pena máxima superior</p><p>a 6 anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos</p><p>bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que</p><p>seja compatível com o seu rendimento lícito. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 1º. Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, ENTENDE-SE POR</p><p>PATRIMÔNIO DO CONDENADO TODOS OS BENS: (Lei 13.964/19)</p><p>I. de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício</p><p>direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e (Lei</p><p>13.964/19)</p><p>II. transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória , a</p><p>partir do início da atividade criminal. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 2º. O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a</p><p>procedência lícita do patrimônio. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 3º. A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo</p><p>Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença</p><p>apurada. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 4º. Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e</p><p>especificar os bens cuja perda for decretada. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 5º. Os INSTRUMENTOS UTILIZADOS para a prática de crimes por ORGANIZAÇÕES</p><p>CRIMINOSAS E MILÍCIAS deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do</p><p>Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo</p><p>a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser</p><p>utilizados para o cometimento de novos crimes. (Lei 13.964/19)</p><p>JDPP. ENUNCIADO 15: Para fins de aplicação do art. 91-A do Código Penal, cabe ao</p><p>Ministério Público, e não à Defesa, a comprovação de incompatibilidade entre o</p><p>patrimônio e os rendimentos lícitos do réu.</p><p>Art. 92</p><p>São TAMBÉM EFEITOS DA CONDENAÇÃO: (Lei 7.209/84)</p><p>I. a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Lei 9.268/96)</p><p>a. quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1</p><p>ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para</p><p>com a Administração Pública; (Lei 9.268/96)</p><p>b. quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos</p><p>nos demais casos. (Lei 9.268/96)</p><p>II. a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos</p><p>crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente</p><p>titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra</p><p>tutelado ou curatelado; (Lei 13.715/18)</p><p>III. a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de</p><p>crime doloso. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo</p><p>ser motivadamente declarados na sentença. (Lei 7.209/84)</p><p>58</p><p>EFEITOS DA CONDENAÇÃO</p><p>Efeitos</p><p>PENAIS</p><p>PRINCIPAIS</p><p>Imposição de sanção penal</p><p>› Pena (privativa de liberdade, restritiva de</p><p>direitos ou multa).</p><p>› Medida de segurança (internação ou</p><p>tratamento ambulatorial).</p><p>SECUNDÁRIOS</p><p>(ou mediatos,</p><p>acessórios, reflexos,</p><p>indiretos)</p><p>› Reincidência (art. 63 do CP).</p><p>› Revogação do sursis, do livramento</p><p>condicional ou reabilitação (arts. 81, 86, 87</p><p>e 95 do CP).</p><p>› Aumento ou interrupção do prazo de</p><p>prescrição da pretensão executória (art.</p><p>110 do CP).</p><p>Efeitos</p><p>EXTRAPENAIS</p><p>GENÉRICOS</p><p>(art. 91 do CP)</p><p>Recaem sobre todos</p><p>os crimes</p><p>São efeitos automáticos e o juiz não precisa</p><p>declará-los expressamente na sentença. São:</p><p>› Obrigação de reparar o dano.</p><p>› Confisco.</p><p>ESPECÍFICOS</p><p>(art. 92 do CP)</p><p>Recaem sobre</p><p>certos delitos</p><p>determinados</p><p>Não são efeitos automáticos, precisam ser</p><p>motivadamente declarados na sentença</p><p>condenatória. São:</p><p>› Perda, como produto ou proveito do crime,</p><p>dos bens correspondentes à diferença</p><p>entre o valor do patrimônio do condenado</p><p>e aquele que seja compatível com o seu</p><p>rendimento lícito (art. 91-A do CP. Somente</p><p>se aplica às hipóteses de condenação por</p><p>infrações às quais a lei comine pena</p><p>máxima superior a 6 anos de reclusão).</p><p>› Perda do cargo, função pública ou</p><p>mandado eletivo.</p><p>› Incapacidade para o exercício do poder</p><p>familiar, da tutela ou da curatela nos</p><p>crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão</p><p>cometidos contra outrem igualmente</p><p>titular do mesmo poder familiar, contra</p><p>filho ou outro descendente ou contra</p><p>tutelado ou curatelado.</p><p>› Inabilitação para dirigir veículo, quando</p><p>utilizado como meio para a prática de</p><p>crime doloso.</p><p>LEIS ESPECIAIS E EFEITOS DA CONDENAÇÃO</p><p>Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/19)</p><p>Art. 4º. São efeitos da condenação:</p><p>I. tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a</p><p>requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos</p><p>causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;</p><p>II. a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1</p><p>a 5 anos;</p><p>III. a perda do cargo, do mandato ou da função pública.</p><p>Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são</p><p>condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são</p><p>automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.</p><p>59</p><p>Lei de Organização Criminosa (Lei 12.850/13)</p><p>Art. 2º, § 6º. A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a</p><p>perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de</p><p>função ou cargo público pelo prazo de 8 anos subsequentes ao cumprimento da pena.</p><p>Lei de Drogas (Lei 11.343/2006)</p><p>Art. 56, § 1º. Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33,</p><p>caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o</p><p>afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público,</p><p>comunicando ao órgão respectivo.</p><p>Lei de Falência (Lei 11.101/05)</p><p>Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:</p><p>I. a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;</p><p>II. o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração,</p><p>diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;</p><p>III. a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.</p><p>§ 1º. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente</p><p>declarados na sentença, e perdurarão até 5 anos após a extinção da punibilidade, podendo,</p><p>contudo, cessar antes pela reabilitação penal.</p><p>§ 2º. Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro</p><p>Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em</p><p>nome dos inabilitados.</p><p>Lavagem de Capitais (Lei 9.613/98)</p><p>Art. 7º. São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:</p><p>I. a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça</p><p>Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à</p><p>prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança,</p><p>ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;</p><p>II. a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor,</p><p>de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas</p><p>referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.</p><p>§ 1º. A União e os Estados, no âmbito de</p><p>suas competências, regulamentarão a forma de</p><p>destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido declarada, assegurada,</p><p>quanto aos processos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos</p><p>federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes</p><p>previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a</p><p>preferência dos órgãos locais com idêntica função.</p><p>§ 2º. Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor da União ou do</p><p>Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a entidade pública,</p><p>se houver interesse na sua conservação.</p><p>Lei de Tortura (Lei 9.455/97)</p><p>Art. 1º, § 5º. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a</p><p>interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.</p><p>Prevalece que é efeito automático: “A perda do cargo, função ou emprego público é efeito</p><p>automático da condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessária</p><p>fundamentação concreta para a sua aplicação” (STJ, AgRg no AREsp 1079767/SE, Rel. Min.</p><p>Antonio Saldanha Palheiro, 6ª Turma, j. 17/10/2017).</p><p>Lei de Licitações (Lei 8.666/93)</p><p>Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus</p><p>autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego,</p><p>função ou mandato eletivo.</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90)</p><p>Art. 227-A. Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Código</p><p>Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de</p><p>autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.</p><p>60</p><p>Preconceito racial (Lei 7.716/89)</p><p>Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor</p><p>público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não</p><p>superior a 3 meses.</p><p>Não é efeito automático, conforme expressa redação do art. 18.</p><p>Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou</p><p>adolescente ou de vulnerável (Código Penal)</p><p>Art. 218-B, § 3º. Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação</p><p>a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento (em que se</p><p>verifiquem as práticas referidas no caput do artigo).</p><p>Capítulo VII - Da Reabilitação</p><p>Reabilitação</p><p>Art. 93</p><p>A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva , assegurando ao</p><p>condenado o SIGILO DOS REGISTROS sobre o seu processo e condenação. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação,</p><p>previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos</p><p>incisos I e II do mesmo artigo. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 94</p><p>A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 anos do dia em que for extinta, de</p><p>qualquer modo, a pena ou terminar sua execução , computando-se o período de prova da</p><p>suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o</p><p>condenado: (Lei 7.209/84)</p><p>I. tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Lei 7.209/84)</p><p>II. tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom</p><p>comportamento público e privado; (Lei 7.209/84)</p><p>III. tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade</p><p>de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da</p><p>vítima ou novação da dívida. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo,</p><p>desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos</p><p>necessários. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 95</p><p>A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o</p><p>reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja</p><p>de multa. (Lei 7.209/84)</p><p>61</p><p>TÍTULO VI - DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA</p><p>PENA X MEDIDA DE SEGURANÇA</p><p>PENA MEDIDA DE SEGURANÇA</p><p>Tríplice</p><p>finalidade:</p><p>› PREVENÇÃO;</p><p>› RETRIBUIÇÃO; e</p><p>› RESSOCIALIZAÇÃO.</p><p>Finalidade essencialmente PREVENTIVA</p><p>(apesar de não se poder negar, ainda que em</p><p>menor grau, seu caráter aflitivo).</p><p>Volta-se ao PASSADO:</p><p>Preocupa-se com o fato concreto cometido</p><p>pelo agente.</p><p>Volta-se ao FUTURO:</p><p>Preocupa-se com o fato abstrato que</p><p>poderá ser cometido pelo agente.</p><p>Trabalha com a CULPABILIDADE do</p><p>agente.</p><p>Trabalha com a PERICULOSIDADE do</p><p>agente.</p><p>Espécies de medidas de segurança</p><p>Art. 96</p><p>As MEDIDAS DE SEGURANÇA são: (Lei 7.209/84)</p><p>I. Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro</p><p>estabelecimento adequado; (Lei 7.209/84)</p><p>II. sujeição a tratamento ambulatorial. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem</p><p>subsiste a que tenha sido imposta. (Lei 7.209/84)</p><p>ESPÉCIES DE MEDIDA DE SEGURANÇA</p><p>DETENTIVA</p><p>(art. 96, I, do CP)</p><p>INTERNAÇÃO</p><p>CRIMES APENADOS COM RECLUSÃO</p><p>Representa a internação em hospital de</p><p>custódia e tratamento psiquiátrico.</p><p>RESTRITIVA</p><p>(art. 96, II, do CP)</p><p>TRATAMENTO</p><p>AMBULATORIAL</p><p>CRIMES APENADOS COM DETENÇÃO,</p><p>salvo se a periculosidade do agente</p><p>justificar a aplicação de internação.</p><p>Imposição da medida de segurança para inimputável</p><p>Art. 97</p><p>Se o agente for INIMPUTÁVEL, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato</p><p>previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento</p><p>ambulatorial. (Lei 7.209/84)</p><p>Prazo</p><p>§ 1º. A internação, ou tratamento ambulatorial, será por TEMPO INDETERMINADO,</p><p>perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de</p><p>periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 a 3 anos. (Lei 7.209/84)</p><p>Perícia médica</p><p>§ 2º. A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser</p><p>repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. (Lei 7.209/84)</p><p>Desinternação ou liberação condicional</p><p>§ 3º. A desinternação, ou a liberação, SERÁ SEMPRE CONDICIONAL devendo ser</p><p>restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 ano, pratica fato</p><p>indicativo de persistência de sua periculosidade. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 4º. Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação</p><p>do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. (Lei 7.209/84)</p><p>62</p><p>Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável</p><p>Art. 98</p><p>Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de</p><p>especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela</p><p>internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 a 3 anos, nos termos do</p><p>artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Lei 7.209/84)</p><p>Direitos do internado</p><p>Art. 99</p><p>O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será</p><p>submetido a tratamento. (Lei 7.209/84)</p><p>63</p><p>TÍTULO VII - DA AÇÃO PENAL</p><p>Ação pública e de iniciativa privada</p><p>Art. 100</p><p>A AÇÃO PENAL É PÚBLICA, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do</p><p>ofendido. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. A ação pública é promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, dependendo, quando a</p><p>lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça . (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>§ 2º. A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem</p><p>tenha qualidade para representá-lo. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 3º. A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o</p><p>Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 4º. No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial,</p><p>o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,</p><p>descendente ou irmão. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 714, STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa,</p><p>e do</p><p>Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por</p><p>crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.</p><p>SÚMULA 234, STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase</p><p>investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o</p><p>oferecimento da denúncia.</p><p>A ação penal no crime complexo</p><p>Art. 101</p><p>Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si</p><p>mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a</p><p>qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. (Lei 7.209/84)</p><p>Irretratabilidade da representação</p><p>Art. 102</p><p>A REPRESENTAÇÃO será IRRETRATÁVEL DEPOIS DE OFERECIDA A DENÚNCIA. (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Decadência do direito de queixa ou de representação</p><p>Art. 103</p><p>Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de</p><p>representação se não o exerce dentro do prazo de 6 meses, contado do dia em que veio a</p><p>saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se</p><p>esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 594, STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos,</p><p>independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.</p><p>(...) I - Os prazos para o exercício do direito de queixa ou representação correm</p><p>separadamente para o ofendido e seu representante legal (Súmula nº 594/STF).</p><p>II - Escoado o prazo para o representante de uma das vítimas, conserva-se o direito de</p><p>representação da ofendida, a ser contado a partir da sua maioridade (...).</p><p>(STJ. 5ª Turma. RHC 39.141/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 25/11/2014)</p><p>Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa</p><p>Art. 104</p><p>O DIREITO DE QUEIXA não pode ser exercido quando renunciado expressa ou</p><p>tacitamente. (Lei 7.209/84)</p><p>64</p><p>Parágrafo único. Importa RENÚNCIA TÁCITA ao direito de queixa a prática de ato</p><p>incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o</p><p>ofendido a indenização do dano causado pelo crime . (Lei 7.209/84)</p><p>Perdão do ofendido</p><p>Art. 105</p><p>O PERDÃO DO OFENDIDO, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta</p><p>ao prosseguimento da ação. (Lei 7.209/84)</p><p>Art. 106</p><p>O PERDÃO, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Lei 7.209/84)</p><p>I. se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Lei 7.209/84)</p><p>II. se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Lei 7.209/84)</p><p>III. se o querelado o recusa, não produz efeito. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. PERDÃO TÁCITO é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade</p><p>de prosseguir na ação. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>65</p><p>TÍTULO VIII - DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE</p><p>Extinção da punibilidade</p><p>Art. 107</p><p>EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE: (Lei 7.209/84)</p><p>I. pela morte do agente;</p><p>II. pela anistia, graça ou indulto;</p><p>III. pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;</p><p>IV. pela prescrição, decadência ou perempção;</p><p>V. pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;</p><p>VI. pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;</p><p>VII e VIII. (REVOGADOS pela Lei 11.106/05)</p><p>IX. pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.</p><p>EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE FORA DO ART. 107 DO CP</p><p>Art. 7º, § 2º, d,</p><p>do CP</p><p>Cumprimento de pena no exterior por crime cometido fora do país.</p><p>Art. 82 do CP</p><p>Decurso do período de prova do sursis, sem revogação.</p><p>Súmula 617 do STJ:</p><p>Ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes</p><p>do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo</p><p>integral cumprimento da pena.</p><p>Art. 90 do CP Término do livramento condicional.</p><p>Art. 236 do CP</p><p>Morte da vítima na hipótese do referido artigo (“contrair casamento,</p><p>induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe</p><p>impedimento que não seja casamento anterior”), já que a sanção</p><p>somente pode ser ajuizada pelo contraente enganado.</p><p>Art. 312, § 3º,</p><p>do CP</p><p>Ressarcimento do dano no peculato culposo.</p><p>Art. 337-A</p><p>do CP</p><p>Declaração ou confissão da sonegação de contribuição</p><p>previdenciária.</p><p>Art. 34 da Lei</p><p>9.249/95</p><p>Pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia, nos delitos</p><p>de sonegação fiscal.</p><p>Art. 89, § 5º, da</p><p>Lei 9.099/95</p><p>Término do período de suspensão condicional do processo , sem</p><p>revogação.</p><p>Admite-se também a existência de causas supralegais de extinção da punibilidade. Ex.:</p><p>Súmula 554 do STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o</p><p>recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.</p><p>A contrario sensu, o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, antes do</p><p>recebimento da denúncia, obsta ao prosseguimento da ação penal, por extinguir a</p><p>punibilidade.</p><p>ANISTIA, GRAÇA E INDULTO</p><p>ANISTIA</p><p>GRAÇA</p><p>(Indulto individual)</p><p>INDULTO</p><p>QUEM</p><p>CONCEDE</p><p>CONGRESSO</p><p>NACIONAL</p><p>PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>(pode delegar aos Ministros de Estado, ao</p><p>PGR ou ao AGU – CF, art. 84, parágrafo</p><p>único)</p><p>MEIO LEI DECRETO (CF, art. 84, XII)</p><p>66</p><p>OBJETO</p><p>Voltada a fatos</p><p>criminosos.</p><p>Voltada à pessoa</p><p>determinada.</p><p>É BENEFÍCIO A</p><p>TÍTULO</p><p>INDIVIDUAL e,</p><p>portanto, depende</p><p>de provocação.</p><p>Voltado a pessoas</p><p>indeterminadas.</p><p>É BENEFÍCIO</p><p>COLETIVO, que</p><p>independe de</p><p>provocação do</p><p>interessado.</p><p>É modalidade de</p><p>clemência</p><p>concedida</p><p>espontaneamente</p><p>pelo Presidente da</p><p>República a todo o</p><p>grupo de</p><p>condenados que</p><p>preencher os</p><p>requisitos do</p><p>decreto (subjetivos</p><p>e objetivos).</p><p>MOMENTO</p><p>Pode ocorrer antes da</p><p>sentença condenatória</p><p>transitada em julgado</p><p>(anistia própria) ou depois</p><p>(anistia imprópria).</p><p>Tradicionalmente, entende-se que são</p><p>concedidos após o trânsito em julgado da</p><p>condenação. Visam afastar, somente, o</p><p>cumprimento pena.</p><p>Mas há precedente do STF admitindo antes</p><p>deste momento:</p><p>A jurisprudência do STF já não reclama o</p><p>trânsito em julgado da condenação nem</p><p>para a concessão do indulto, nem para a</p><p>progressão de regime de execução, nem</p><p>para o livramento condicional.</p><p>(STF, HC 87801/SP, Rel. Min. Sepúlveda</p><p>Pertence, 1ª Turma, julgado em</p><p>02/05/2006)</p><p>EFEITOS</p><p>Tem efeitos ex tunc.</p><p>Extingue todos os efeitos</p><p>penais principais e</p><p>secundário.</p><p>Persistem, entretanto, os</p><p>efeitos extrapenais da</p><p>condenação (ex.: dever de</p><p>indenizar).</p><p>Somente atinge efeitos penais principais</p><p>ou executórios da condenação,</p><p>subsistindo outros efeitos penais</p><p>secundários (como a reincidência) e os</p><p>extrapenais (ex.: dever de indenizar).</p><p>ESPÉCIES</p><p>PRÓPRIA: ocorre antes</p><p>da sentença condenatória</p><p>transitada em julgado.</p><p>IMPRÓPRIA: ocorre</p><p>depois da sentença</p><p>condenatória transitada</p><p>em julgado.</p><p>INCONDICIONADA: não</p><p>traz qualquer condição.</p><p>Não pode ser recusada</p><p>pelo beneficiário.</p><p>CONDICIONADA: traz</p><p>condições a serem aceitas</p><p>pelo beneficiário. Nesse</p><p>caso, poderá ser recusada.</p><p>COMUM: atinge os</p><p>crimes comuns.</p><p>ESPECIAL: atinge crimes</p><p>políticos.</p><p>GERAL ou PLENA: aplica-</p><p>se a todos os agentes, já́</p><p>que descreve fatos.</p><p>TOTAL ou PLENO: extingue a pena.</p><p>PARCIAL: reduz a pena ou a substitui por</p><p>outra mais branda, denominando-se</p><p>comutação.</p><p>67</p><p>HEDIONDOS</p><p>CF, art. 5º, XLIII:</p><p>A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou</p><p>anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas</p><p>afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles</p><p>respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,</p><p>se omitirem.</p><p>O mandado constitucional foi regulamentado pelo art. 2º, I, da Lei dos</p><p>Crimes Hediondos (Lei 8.072/90).</p><p>SÚMULA 631, STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão</p><p>executória), mas não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais.</p><p>SÚMULA 438, STJ: É inadmissível</p><p>a extinção da punibilidade pela prescrição da</p><p>pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da</p><p>existência ou sorte do processo penal. (Esta súmula veda a prescrição em perspectiva,</p><p>virtual ou antecipada)</p><p>SÚMULA 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção</p><p>da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.</p><p>RENÚNCIA X PERDÃO DO OFENDIDO</p><p>RENÚNCIA</p><p>(Art. 107, V, primeira parte, CP)</p><p>PERDÃO DO OFENDIDO</p><p>(Art. 107, V, segunda parte, CP)</p><p>Decorrente do princípio da</p><p>OPORTUNIDADE</p><p>Decorrente do princípio da</p><p>DISPONIBILIDADE</p><p>Ato UNILATERAL Ato BILATERAL</p><p>Cabível, em regra, em ação penal privada</p><p>(exceção — art. 74 da lei 9.099/95,</p><p>abrangendo a ação penal pública</p><p>condicionada)</p><p>Cabível apenas na ação penal privada</p><p>Obsta a formação do processo penal Pressupõe processo penal em curso</p><p>Art. 108</p><p>A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou</p><p>circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da</p><p>punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da</p><p>conexão. (Lei 7.209/84)</p><p>Prescrição antes de transitar em julgado a sentença</p><p>Art. 109</p><p>A PRESCRIÇÃO, ANTES DE TRANSITAR EM JULGADO A SENTENÇA FINAL, salvo o</p><p>disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de</p><p>liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Lei 12.234/10)</p><p>I. em 20 anos, se o máximo da pena é superior a 12;</p><p>II. em 16 anos, se o máximo da pena é superior a 8 anos e não excede a 12;</p><p>III. em 12 anos, se o máximo da pena é superior a 4 anos e não excede a 8;</p><p>IV. em 8 anos, se o máximo da pena é superior a 2 anos e não excede a 4;</p><p>V. em 4 anos, se o máximo da pena é igual a 1 ano ou, sendo superior, não excede a 2;</p><p>VI. em 3 anos, se o máximo da pena é inferior a 1 ano. (Lei 12.234/10)</p><p>Prescrição das penas restritivas de direito</p><p>Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos</p><p>previstos para as privativas de liberdade. (Lei 7.209/84)</p><p>68</p><p>PRAZOS PRESCRICIONAIS</p><p>MÁXIMO DA PPL</p><p>COMINADA AO CRIME</p><p>PRAZO DE PRESCRIÇÃO</p><p>> 12 anos 20 anos</p><p>> 8 até 12 anos 16 anos</p><p>> 4 até 8 anos 12 anos</p><p>> 2 até 4 anos 8 anos</p><p>= 1 até 2 anos 4 anos</p><p>Enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não</p><p>persecução penal</p><p>DEPOIS do</p><p>TRÂNSITO EM</p><p>JULGADO</p><p>Estiver preso por outro motivo</p><p>CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO</p><p>ANTES da Lei 13.964/19 DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>I. enquanto não resolvida, em outro</p><p>processo, questão de que dependa o</p><p>reconhecimento da existência do crime;</p><p>II. enquanto o agente cumpre pena no</p><p>estrangeiro.</p><p>I. enquanto não resolvida, em outro</p><p>processo, questão de que dependa o</p><p>reconhecimento da existência do crime;</p><p>II. enquanto o agente cumpre pena no</p><p>exterior;</p><p>III. na pendência de embargos de</p><p>declaração ou de recursos aos</p><p>Tribunais Superiores, quando</p><p>inadmissíveis; e</p><p>IV. enquanto não cumprido ou não</p><p>rescindido o acordo de não</p><p>persecução penal.</p><p>Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição</p><p>não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Lei 7.209/84)</p><p>CAUSAS DE SUSPENSÃO FORA DO CÓDIGO PENAL</p><p>CF, art. 53, § 5º</p><p>Não corre a prescrição durante o período de sustação do processo,</p><p>enquanto durar o mandato.</p><p>CPP, art. 366</p><p>Nos termos do art. 366 do CPP, se o acusado, citado por edital, não</p><p>comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e</p><p>o curso do prazo prescricional. Porém, prevalece que essa suspensão</p><p>não pode durar por prazo indeterminado.</p><p>71</p><p>Nesse sentido é a Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo</p><p>prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada.</p><p>CPP, art. 368</p><p>Carta rogatória – Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar</p><p>sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso</p><p>do prazo de prescrição até o seu cumprimento.</p><p>Lei 9.099/95,</p><p>art. 89, § 6º</p><p>Fica suspensa a prescrição durante o período de suspensão do</p><p>processo.</p><p>Lei 9.430/96,</p><p>art. 83, § 2º</p><p>Determina a suspensão da pretensão punitiva estatal em caso de</p><p>parcelamento dos débitos tributários relativos aos crimes contra a</p><p>ordem tributária (arts. 1º e 2º da Lei 8.137/90) e contra a previdência</p><p>social (arts. 168-A e 337-A, CP)</p><p>Lei 12.529/11,</p><p>art. 87</p><p>Prevê como causa suspensiva o acordo de leniência, nos crimes contra</p><p>a ordem econômica tipificados na Lei 8.137/90 e nos demais crimes</p><p>diretamente relacionados à prática de cartel, tais como os tipificados</p><p>na Lei de Licitações e os tipificados no Código Penal.</p><p>Causas interruptivas da prescrição</p><p>Art. 117</p><p>O CURSO DA PRESCRIÇÃO INTERROMPE-SE: (Lei 7.209/84)</p><p>I. pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Lei 7.209/84)</p><p>II. pela pronúncia; (Lei 7.209/84)</p><p>III. pela decisão confirmatória da pronúncia; (Lei 7.209/84)</p><p>IV. pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Lei 11.596/07)</p><p>V. pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Lei 9.268/96)</p><p>VI. pela reincidência. (Lei 9.268/96)</p><p>§ 1º. Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição</p><p>produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam</p><p>objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo</p><p>começa a correr, novamente, do dia da interrupção . (Lei 7.209/84)</p><p>Regra especial de interrupção da prescrição na Lei de Falências (Lei 11.101/05, art.</p><p>182, parágrafo único) – “A decretação da falência interrompe a prescrição cuja contagem</p><p>tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano</p><p>de recuperação extrajudicial”.</p><p>Art. 118</p><p>As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Lei 7.209/84)</p><p>PRESCRIÇÃO</p><p>PRESCRIÇÃO TERMO INICIAL INTERRUPÇÃO SUSPENSÃO</p><p>PRETENSÃO</p><p>PUNITIVA:</p><p>PPPA</p><p>PPPS</p><p>PPPR</p><p>› Consumado: dia em que o</p><p>crime se consumou;</p><p>› Tentado: dia em que cessou a</p><p>atividade criminosa;</p><p>› Permanentes e habituais: dia</p><p>que cessar a permanência ou</p><p>habitualidade;</p><p>› Bigamia e</p><p>Falsificação/Alteração de</p><p>assentamento no Registro</p><p>Civil: data do conhecimento do</p><p>fato;</p><p>› Recebimento da</p><p>denúncia ou</p><p>queixa;</p><p>› Pronúncia;</p><p>› Confirmação da</p><p>pronúncia;</p><p>› Publicação da</p><p>sentença ou</p><p>acórdão</p><p>condenatórios</p><p>recorríveis.</p><p>› Enquanto não</p><p>resolvida</p><p>questão</p><p>prejudicial –</p><p>obrigatória ou</p><p>facultativa;</p><p>› Enquanto o</p><p>agente cumpre</p><p>pena no</p><p>exterior.</p><p>72</p><p>› Contra a Dignidade Sexual de</p><p>Crianças e Adolescentes</p><p>previstos no CP ou legislação</p><p>especial: data em que a vítima</p><p>completar 18 anos, salvo se a</p><p>esse tempo já houver sido</p><p>proposta a ação penal.</p><p>PRETENSÃO</p><p>EXECUTÓRIA:</p><p>PPE</p><p>› Trânsito em julgado de</p><p>sentença condenatória para</p><p>acusação;</p><p>› Trânsito em julgado da</p><p>sentença que revoga o sursis</p><p>(total da pena) ou livramento</p><p>condicional (restante da pena);</p><p>› Do dia da interrupção da</p><p>execução – da evasão do</p><p>cárcere.</p><p>› Início ou</p><p>continuação do</p><p>cumprimento da</p><p>pena;</p><p>› Reincidência.</p><p>› Enquanto o</p><p>condenado</p><p>está preso por</p><p>outro motivo.</p><p>Art. 119</p><p>No caso de CONCURSO DE CRIMES, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de</p><p>cada um, isoladamente. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 497, STF: Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela</p><p>pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.</p><p>Perdão judicial</p><p>Art. 120</p><p>A sentença que conceder PERDÃO JUDICIAL não será considerada para efeitos de</p><p>reincidência. (Lei 7.209/84)</p><p>73</p><p>PARTE ESPECIAL</p><p>TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA</p><p>Capítulo I - Dos crimes contra a vida</p><p>Homicídio simples</p><p>Art. 121</p><p>MATAR ALGUÉM:</p><p>Pena: reclusão, de 6 a 20 anos.</p><p>Caso de diminuição de pena</p><p>§ 1º. Se o agente comete o crime impelido por MOTIVO DE RELEVANTE VALOR</p><p>SOCIAL OU MORAL, ou SOB O DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO, logo em seguida a</p><p>injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3 [Homicídio</p><p>privilegiado].</p><p>HIPÓTESES DE HOMICÍDIO PRIVILEGIADO</p><p>RELEVANTE</p><p>VALOR SOCIAL</p><p>Se dá quando o INTERESSE É DE TODA A COLETIVIDADE.</p><p>Exemplo: Matar o traidor da pátria ou matar o estuprador de</p><p>diversas crianças do bairro.</p><p>RELEVANTE</p><p>VALOR MORAL</p><p>Ocorre quando há um INTERESSE INDIVIDUAL, em regra</p><p>envolvendo sentimento de misericórdia ou compaixão.</p><p>Exemplo: homicídio eutanásico.</p><p>HOMICÍDIO</p><p>EMOCIONAL</p><p>O sujeito reage logo após injusta provocação da vítima, sob o</p><p>domínio de violenta emoção. Requisitos:</p><p>- Domínio de violenta emoção (não basta a influência, que é</p><p>atenuante genérica prevista no art. 65, III, c, do CP; deve ser a</p><p>emoção que retira por completo a capacidade de agir</p><p>refletidamente);</p><p>- Reação imediata (não pode ocorrer horas ou dias depois);</p><p>- Injusta provocação da vítima (apta a gerar repulsa e indignação</p><p>de acordo com um consenso geral).</p><p>HOMICÍDIO - CAUSA DE DIMINUIÇÃO E ATENUANTE GENÉRICA</p><p>CAUSA DE DIMINUIÇÃO do HOMICÍDIO</p><p>(Art. 121, § 1º)</p><p>ATENUANTE GENÉRICA</p><p>(Art. 65, III, c)</p><p>Sob o DOMÍNIO de violenta emoção, logo</p><p>em seguida a injusta provocação da vítima.</p><p>Sob a INFLUÊNCIA de violenta emoção,</p><p>provocada por ato injusto da vítima</p><p>Reação imediata (logo em seguida)</p><p>Dispensa o requisito temporal, pode</p><p>ocorrer a qualquer momento</p><p>O privilégio somente é aplicável ao</p><p>homicídio doloso</p><p>Aplica-se a qualquer crime</p><p> Havendo privilégio, exclui-se a atenuante genérica.</p><p>Homicídio qualificado</p><p>§ 2°. SE O HOMICÍDIO É COMETIDO:</p><p>I. mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;</p><p>II. por motivo fútil;</p><p>III. com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso</p><p>ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;</p><p>IV. à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte</p><p>ou torne impossível a defesa do ofendido;</p><p>74</p><p>V. para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro</p><p>crime:</p><p>Pena: reclusão, de 12 a 30 anos.</p><p>VI. contra a mulher por razões da condição de sexo feminino; [Feminicídio]</p><p>(Lei 13.104/15)</p><p>VII. contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,</p><p>integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no</p><p>exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou</p><p>parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição: (Lei 13.104/15)</p><p>VIII. com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: (Lei 13.964/19)</p><p>Homicídio contra menor de 14 anos (Lei 14.344/22)</p><p>IX. contra menor de 14 anos: (Lei 14.344/22)</p><p>Pena: reclusão, de 12 a 30 anos.</p><p>A confirmação pelo tribunal do júri da dissimulação e do uso de meio que dificultou a</p><p>defesa da vítima deve ensejar uma única elevação em decorrência da qualificadora</p><p>contida no art. 121, § 2º, IV, do Código Penal, ainda que quesitadas individualmente e</p><p>não guardem relação de interdependência entre si.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1.918.273/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em</p><p>7/2/2023 (Info 764).</p><p>A Lei 14.717/23 institui pensão especial aos filhos e dependentes crianças ou</p><p>adolescentes, órfãos em razão do crime de feminicídio tipificado no inciso VI do § 2º</p><p>do art. 121 do CP, cuja renda familiar mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 do</p><p>salário-mínimo.</p><p>HOMICÍDIO QUALIFICADO (ART. 121, § 2º, DO CP)</p><p>MEDIANTE PAGA</p><p>OU PROMESSA DE</p><p>RECOMPENSA</p><p>(inciso I)</p><p>Chamado homicídio mercenário. Na paga de recompensa, o prêmio</p><p>já foi recebido pelo agente, enquanto na promessa, há expectativa</p><p>de recebimento futuro.</p><p>Trata-se de crime de concurso necessário (crime de concurso não</p><p>eventual ou crime bilateral), sendo necessária a presença de pelo</p><p>menos duas pessoas: quem paga ou promete a recompensa e quem</p><p>recebe ou espera recebê-la.</p><p>MOTIVO TORPE</p><p>(inciso I)</p><p>Motivo ignóbil, que gera repulsa. A expressão “ou por outro motivo</p><p>torpe” utilizada pelo legislador permite interpretação analógica.</p><p>Trata-se de uma qualificadora de ordem subjetiva .</p><p>MOTIVO FÚTIL</p><p>(inciso II)</p><p>Motivo insignificante, banal, sem importância. Corresponde a uma</p><p>reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da</p><p>vítima.</p><p>Para incidir essa qualificadora a futilidade deve ser direta ou</p><p>imediata.</p><p>COM EMPREGO</p><p>DE VENENO</p><p>(inciso III)</p><p>Denominado venefício. Ocorre com a utilização de substâncias que</p><p>são venenosas (ex: cianureto, “chumbinho”) ou substâncias que</p><p>assumem essa qualidade em razão das características do</p><p>organismo da vítima e da forma como administradas (ex: glicose</p><p>em quantidades elevadas para diabéticos).</p><p>Há entendimento de que, para incidir essa qualificadora, é preciso</p><p>que a substância seja ministrada de forma velada no organismo da</p><p>vítima.</p><p>FOGO e</p><p>EXPLOSIVO</p><p>(inciso III)</p><p>Exemplo: bomba caseira, coquetel molotov.</p><p>ASFIXIA</p><p>(inciso III)</p><p>Consiste em obstar a função respiratória. Pode ser mecânica</p><p>(esganadura, estrangulamento, enforcamento, afogamento,</p><p>soterramento, etc.) ou tóxica (gás asfixiante ou confinamento –</p><p>asfixia por rarefação).</p><p>75</p><p>TORTURA</p><p>(inciso III)</p><p>De acordo com o Decreto 40/91, que promulgou a Convenção</p><p>contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos</p><p>e degradantes, tortura é entendida como:</p><p>Qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou</p><p>mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de</p><p>obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões;</p><p>de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha</p><p>cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir</p><p>esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado</p><p>em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou</p><p>sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra</p><p>pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou</p><p>com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará</p><p>como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência</p><p>unicamente de sanções legítimas, ou que sejam inerentes a tais</p><p>sanções ou delas decorram.</p><p>MEIO INSIDIOSO</p><p>(inciso III)</p><p>Meio traiçoeiro, sorrateiro, enganador, que envolve fraude .</p><p>MEIO CRUEL</p><p>(inciso III)</p><p>É aquele que causa intenso e desnecessário sofrimento físico ou</p><p>mental, que revela sadismo, ausência de piedade, martírio.</p><p>MEIO QUE POSSA</p><p>RESULTAR</p><p>PERIGO COMUM</p><p>(inciso III)</p><p>É aquele que pode atingir um número indeterminado de outras</p><p>pessoas, além da vítima.</p><p>TRAIÇÃO</p><p>(inciso IV)</p><p>Pode ser física (ex: tiro pelas costas) ou moral (atrair para um</p><p>abismo). O agente se vale da confiança da vítima e atua de modo</p><p>sorrateiro. É crime próprio ou especial, pois só pode ser</p><p>cometido por pessoa que tem a confiança da vítima .</p><p>EMBOSCADA</p><p>(inciso IV)</p><p>Revela-se na tocaia, o agente se oculta para surpreender.</p><p>A emboscada é sempre premeditada.</p><p>RECURSO QUE</p><p>DIFICULTE OU</p><p>TORNE</p><p>IMPOSSÍVEL A</p><p>DEFESA DO</p><p>OFENDIDO</p><p>(inciso IV)</p><p>Fórmula genérica que permite interpretação analógica.</p><p>O recurso que dificulta ou impossibilita a defesa deve ter por</p><p>parâmetro a traição, a emboscada ou a dissimulação. Isto é, deve</p><p>guardar similitude de natureza.</p><p>O exemplo mais frequente é a surpresa, o ataque inesperado, do</p><p>qual a vítima não desconfia e não prevê.</p><p>PARA ASSEGURAR</p><p>A EXECUÇÃO,</p><p>OCULTAÇÃO,</p><p>IMPUNIDADE OU</p><p>VANTAGEM DE</p><p>OUTRO CRIME</p><p>(inciso V)</p><p>Os fins qualificadores do homicídio têm natureza subjetiva, se</p><p>relacionando à motivação do agente. Há conexão entre dois ou</p><p>mais crimes.</p><p>Para caracterização da qualificadora é indiferente que o homicídio</p><p>ocorra antes ou depois do crime que pretende assegurar. Não é</p><p>preciso que o crime conexo venha de fato a ocorrer, bastando</p><p>apenas a intenção de praticá-lo.</p><p>Espécies de conexão:</p><p>1. Teleológica: ocorre quando o homicídio é praticado para</p><p>assegurar a execução de outro crime.</p><p>2. Sequencial ou consequencial: o homicídio é cometido</p><p>posteriormente ao crime para garantir a impunidade, ocultação</p><p>ou vantagem do crime passado.</p><p>FEMINICÍDIO</p><p>(inciso VI)</p><p>Homicídio por motivação de gênero. É crime discriminatório,</p><p>praticado contra a mulher por razões de menosprezo ou</p><p>discriminação à condição de mulher, ou em contexto de violência</p><p>doméstica e familiar.</p><p>A doutrina diverge quanto à natureza do feminicídio como</p><p>qualificadora. Alguns autores defendem a natureza subjetiva</p><p>(Rogério Sanches Cunha), enquanto outros a natureza objetiva</p><p>(Nucci). A jurisprudência do STJ tem reconhecido o feminicídio</p><p>76</p><p>como qualificadora de índole objetiva, compatível com o motivo</p><p>torpe.</p><p>O autor do feminicídio poderá ser homem ou mulher, já que não</p><p>há óbice à aplicação da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) a</p><p>relações entre duas mulheres, desde que presente uma</p><p>desigualdade entre as partes, isto é, uma relação que envolva</p><p>subordinação, vulnerabilidade ou submissão em um dos polos.</p><p>O conceito de violência doméstica e familiar contra a mulher está</p><p>no art. 5º da Lei Maria da Penha, sendo qualquer ação ou omissão</p><p>baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,</p><p>sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial.</p><p>Assim, o feminicídio fundado em violência doméstica é uma norma</p><p>penal em branco imprópria heterovitelina, já que é necessário</p><p>recorrer ao art. 5º da Lei 11.340/06 para completar o sentido do</p><p>preceito e permitir a sua correta aplicação.</p><p>CONTRA</p><p>AUTORIDADE OU</p><p>AGENTE descrito</p><p>nos art. 142 e 144 da</p><p>CF, INTEGRANTES</p><p>DO SISTEMA</p><p>PRISIONAL e da</p><p>FORÇA NACIONAL</p><p>DE SEGURANÇA</p><p>PÚBLICA</p><p>(inciso VII)</p><p>Esta qualificadora encontra justificativa na gravidade da</p><p>conduta, atentatória à estrutura do Estado Democrático de</p><p>Direito.</p><p>Trata-se de norma penal em branco de fundo constitucional, já que</p><p>é preciso completar o conteúdo com as disposições dos artigos 142</p><p>e 144 da CF.</p><p>A preocupação do legislador, ao instituir a qualificadora, foi com a</p><p>função pública exercida e não propriamente com a pessoa atingida.</p><p>Se o indivíduo está afastado das funções, exonerado ou</p><p>aposentado, não incidirá o autor do crime na qualificadora.</p><p>É preciso que o crime esteja relacionado ao exercício funcional.</p><p>É pacífico o entendimento sobre a possibilidade de HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-</p><p>QUALIFICADO, a um só tempo, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva.</p><p>Exemplo: matou valendo-se de meio cruel (múltiplos golpes de faca), mas agiu logo após</p><p>a injusta provocação da vítima, sob o domínio de violenta emoção.</p><p>§ 2º-A. Considera-se que HÁ RAZÕES DE CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO QUANDO</p><p>o crime envolve: (Lei 13.104/15)</p><p>I. violência doméstica e familiar; (Lei 13.104/15)</p><p>II. menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Lei 13.104/15)</p><p>§ 2º-B. A PENA do homicídio contra menor de 14 anos é AUMENTADA DE: (Lei 14.344/22)</p><p>I. 1/3 até a METADE se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que</p><p>implique o aumento de sua vulnerabilidade; (Lei 14.344/22)</p><p>II. 2/3 se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,</p><p>companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer</p><p>outro título tiver autoridade sobre ela. (Lei 14.344/22)</p><p>Homicídio culposo</p><p>§ 3º. SE O HOMICÍDIO É CULPOSO:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 4º. No HOMICÍDIO CULPOSO, a pena é aumentada de 1/3, se o crime resulta de</p><p>inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar</p><p>imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para</p><p>evitar prisão em flagrante. SENDO DOLOSO O HOMICÍDIO, a pena é aumentada de 1/3</p><p>se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 ou maior de 60 anos. (Lei 10.741/03)</p><p>§ 5º. Na hipótese de HOMICÍDIO CULPOSO, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se</p><p>as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção</p><p>penal se torne desnecessária. (Lei 6.416/77)</p><p>Trata-se da incidência do princípio da infração bagatelar imprópria. Nesse caso, a</p><p>punibilidade é afastada pois o Estado entende desnecessária a aplicação de pena àquele</p><p>indivíduo que praticou o fato criminoso, já que as consequências do crime exercem a</p><p>função retributiva da pena.</p><p>O perdão judicial é causa de extinção da punibilidade, previsto no rol do art. 107, IX,</p><p>77</p><p>do CP.</p><p>Súmula 18 do STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção</p><p>da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.</p><p>Não há condenação, nem absolvição. O magistrado limita-se a declarar a extinção da</p><p>punibilidade.</p><p>Em caso de concurso formal de crimes, o perdão judicial concedido para um deles não</p><p>necessariamente deverá abranger o outro.</p><p>§ 6º. A pena é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado por MILÍCIA</p><p>PRIVADA, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por GRUPO DE</p><p>EXTERMÍNIO. (Lei 12.720/12)</p><p>§ 7º. A pena do FEMINICÍDIO é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado:</p><p>(Lei 13.104/15)</p><p>I. durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto; (Lei 13.104/15)</p><p>II. contra pessoa maior de 60 anos, com deficiência ou com doenças degenerativas</p><p>que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental ; (Lei</p><p>14.344/22)</p><p>III. na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Lei</p><p>13.771/18)</p><p>IV. em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II</p><p>e III do caput do art. 22 da Lei 11.340/06. (Lei 13.771/18)</p><p>Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação</p><p>Art. 122</p><p>INDUZIR OU INSTIGAR ALGUÉM A SUICIDAR-SE ou a praticar AUTOMUTILAÇÃO ou</p><p>prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Lei 13.968/19)</p><p>Pena: reclusão, de 6 meses a 2 anos. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 1º. Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza</p><p>grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: (Lei 13.968/19)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 2º. Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Lei 13.968/19)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 3º. A PENA É DUPLICADA: (Lei 13.968/19)</p><p>I. se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Lei 13.968/19)</p><p>II. se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de</p><p>resistência. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 4º. A pena é AUMENTADA até o DOBRO se a conduta é realizada por meio da rede</p><p>de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 5º. AUMENTA-SE a pena em METADE se o agente é líder ou coordenador de grupo ou</p><p>de rede virtual. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 6º. Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza</p><p>gravíssima e é cometido contra menor de 14 anos ou contra quem, por enfermidade ou</p><p>deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por</p><p>qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito</p><p>no § 2º do art. 129 deste Código. (Lei 13.968/19)</p><p>§ 7º. Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 anos ou</p><p>contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer</p><p>outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos</p><p>termos do art. 121 deste Código. (Lei 13.968/19)</p><p>Infanticídio</p><p>Art. 123</p><p>MATAR, sob a influência do estado puerperal, o PRÓPRIO FILHO, durante o parto ou logo</p><p>após:</p><p>Pena: detenção, de 2 a 6 anos.</p><p>78</p><p>Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento</p><p>Art. 124</p><p>PROVOCAR ABORTO EM SI MESMA ou CONSENTIR que outrem lho provoque:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos.</p><p>No julgamento da ADPF 54, o STF decidiu pela procedência da ação para declarar a</p><p>inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de</p><p>feto anencéfalo é conduta tipificada nos arts. 124, 126, 128, I e II, todos do Código</p><p>Penal. (DOU de 24.04.2012)</p><p>Aborto provocado por terceiro</p><p>Art. 125</p><p>PROVOCAR ABORTO, SEM o CONSENTIMENTO da gestante:</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.</p><p>Art. 126</p><p>PROVOCAR ABORTO COM O CONSENTIMENTO da gestante:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.</p><p>Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14</p><p>anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude,</p><p>grave ameaça ou violência.</p><p>ABORTO CRIMINOSO</p><p>Art. 124 Art. 125 Art. 126</p><p>Pune a GESTANTE pelo:</p><p>autoaborto ou</p><p>consentimento para</p><p>o aborto.</p><p>Pune o TERCEIRO</p><p>PROVOCADOR,</p><p>que pratica o aborto</p><p>SEM o consentimento</p><p>da gestante.</p><p>Pune o TERCEIRO</p><p>PROVOCADOR,</p><p>que pratica o aborto</p><p>COM o consentimento</p><p>da gestante.</p><p>Detenção, de 1 a 3 anos RECLUSÃO, de 3 a 10 anos RECLUSÃO, de 1 a 4 anos</p><p>NÃO CABE</p><p>prisão preventiva</p><p>para a gestante primária</p><p>CABE</p><p>prisão preventiva</p><p>NÃO CABE</p><p>prisão preventiva</p><p>CABE</p><p>suspensão condicional</p><p>do processo</p><p>NÃO CABE</p><p>suspensão condicional</p><p>do processo</p><p>CABE</p><p>suspensão condicional</p><p>do processo</p><p>Forma qualificada</p><p>Art. 127</p><p>As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de 1/3, se, em consequência</p><p>do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de</p><p>natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.</p><p>Art. 128</p><p>NÃO SE PUNE o ABORTO PRATICADO POR MÉDICO:</p><p>Aborto necessário</p><p>I. SE NÃO HÁ outro meio de salvar a vida da gestante;</p><p>Aborto no caso de gravidez resultante de estupro</p><p>II. SE a gravidez resulta de estupro E o aborto é precedido de consentimento da</p><p>gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.</p><p>79</p><p>EXCEÇÕES EM QUE O ABORTO NÃO É CRIME (EXCLUDENTE DE ILICITUDE)</p><p>ABORTO NECESSÁRIO,</p><p>TERAPÊUTICO OU</p><p>PROFILÁTICO</p><p>Se não há outro meio de</p><p>salvar a vida da gestante.</p><p>Requisitos:</p><p>› Ser praticado por médico;</p><p>› Haver perigo de vida da gestante;</p><p>› Impossibilidade de uso de outro meio para salvá-la.</p><p> Não há necessidade de prévio consentimento.</p><p>ABORTO SENTIMENTAL,</p><p>HUMANITÁRIO, ÉTICO</p><p>OU PIEDOSO</p><p>Se a gravidez resulta de</p><p>estupro.</p><p>Requisitos:</p><p>› Ser praticado por médico;</p><p>› Gravidez ser resultante de estupro;</p><p>› Prévio consentimento da gestante ou de seu</p><p>representante legal, quando incapaz.</p><p> Não há necessidade de prévia autorização judicial.</p><p>INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ NO PRIMEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO:</p><p>A interrupção da gravidez no primeiro trimestre da gestação provocada pela própria</p><p>gestante (art. 124) ou com o seu consentimento (art. 126) NÃO É CRIME.</p><p>É preciso conferir interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 a 126 do Código</p><p>Penal – que tipificam o crime de aborto – para excluir do seu âmbito de incidência a</p><p>interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre.</p><p>A criminalização, nessa hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem</p><p>como o princípio da proporcionalidade.</p><p>STF. 1ª Turma. HC 124306/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,</p><p>julgado em 29/11/2016 (Informativo 849).</p><p>INTERRUPÇÃO DE GRAVIDEZ DE FETO ANENCÉFALO:</p><p>É inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto</p><p>anencéfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP.</p><p>A interrupção da gravidez de feto anencéfalo é ATÍPICA.</p><p>Não se exige autorização judicial para que o médico realize a interrupção de gravidez</p><p>de feto anencéfalo.</p><p>STF. Plenário. ADPF 54/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 11 e 12.4.2012 (Informativo 661).</p><p>Capítulo II - Das lesões corporais</p><p>Lesão corporal</p><p>Art. 129</p><p>OFENDER A INTEGRIDADE CORPORAL ou a SAÚDE de outrem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>Lesão corporal de natureza grave</p><p>§ 1º. SE RESULTA: [Grave]</p><p>I. Incapacidade para as ocupações habituais , por mais de 30 dias;</p><p>II. perigo de vida;</p><p>III. debilidade permanente de membro, sentido ou função;</p><p>IV. aceleração de parto:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.</p><p>§ 2°. SE RESULTA: [Gravíssima]</p><p>I. Incapacidade permanente para o trabalho;</p><p>II. enfermidade incurável;</p><p>III. perda ou inutilização do membro, sentido ou função;</p><p>IV. deformidade permanente;</p><p>V. aborto:</p><p>80</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos.</p><p>LESÃO CORPORAL GRAVE X LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA</p><p>GRAVE</p><p>(Art. 129, § 1°, do CP)</p><p>GRAVÍSSIMA</p><p>(Art. 129, § 2°, do CP)</p><p>Incapacidade para as ocupações</p><p>habituais, por mais de 30 dias</p><p>Incapacidade permanente para o trabalho</p><p>Perigo de vida Enfermidade incurável</p><p>DEBILIDADE permanente</p><p>de membro, sentido ou função</p><p>DEFORMIDADE permanente</p><p>-</p><p>PERDA ou INUTILIZAÇÃO do membro,</p><p>sentido ou função</p><p>ACELERAÇÃO de PARTO ABORTO</p><p>Reclusão, de 1 a 5 anos Reclusão, de 2 a 8 anos</p><p>CABE</p><p>suspensão condicional do processo</p><p>NÃO CABE</p><p>suspensão condicional do processo</p><p>A lesão corporal que provoca na vítima a perda de dois dentes tem natureza grave (art.</p><p>129, § 1º, III, do CP), e não gravíssima (art. 129, § 2º, IV, do CP).</p><p>A perda de dois dentes pode até gerar uma debilidade permanente (§ 1º, III), ou seja,</p><p>uma dificuldade maior da mastigação, mas não configura deformidade permanente (§</p><p>2º, IV).</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1620158-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 13/9/2016 (Info 590).</p><p>Lesão corporal seguida de morte</p><p>§ 3°. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o</p><p>resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.</p><p>Diminuição de pena</p><p>§ 4°. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou</p><p>moral ou sob o domínio de violenta emoção , logo em seguida a injusta provocação da</p><p>vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.</p><p>Substituição da pena</p><p>§ 5°. O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela</p><p>de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:</p><p>I. se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;</p><p>II. se as lesões são recíprocas.</p><p>Lesão corporal culposa</p><p>§ 6°. Se a LESÃO É CULPOSA:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 7º. Aumenta-se a pena de 1/3 se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art.</p><p>121 deste Código. (Lei 12.720/12)</p><p>§ 8º. Aplica-se à LESÃO CULPOSA o disposto no § 5º do art. 121. (Lei 8.069/90)</p><p>Art. 121, § 5º, do CP:</p><p>(...) o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem</p><p>o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária .</p><p>81</p><p>Violência Doméstica</p><p>§ 9º. Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou</p><p>companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o</p><p>agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Lei 11.340/06)</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 3 anos. (Lei 11.340/06)</p><p>A aplicação da agravante prevista no art. 61, II, “f”, do CP, em condenação pelo delito</p><p>do art. 129, § 9º, do CP, por si só, não configura bis in idem.</p><p>O tipo penal em sua forma qualificada tutela a violência doméstica, enquanto a redação</p><p>da agravante, em sua parte final, tutela isoladamente a violência contra a mulher.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.998.980-GO, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 8/5/2023</p><p>(Info 775).</p><p>SÚMULA 536, STJ: A suspensão condicional do processo e a transação penal não se</p><p>aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.</p><p>Lesão corporal contra irmão configura o § 9º do art. 129 do CP não importando onde</p><p>a agressão tenha ocorrido. Não é inepta a denúncia que se fundamenta no art. 129, §</p><p>9º, do CP – lesão corporal leve –, qualificada pela violência doméstica, tão somente em</p><p>razão de o crime não ter ocorrido no ambiente familiar.</p><p>STJ. 5ª Turma. RHC 50.026-PA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 3/8/2017</p><p>(Informativo 609).</p><p>Sujeito passivo também pode ser homem. A qualificadora prevista no § 9º do art. 129</p><p>do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra homem no âmbito das</p><p>relações domésticas.</p><p>STJ. 5ª Turma. RHC 27.622-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 7/8/2012.</p><p>§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo (lesão grave, gravíssima e seguida de</p><p>morte), se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo (violência doméstica),</p><p>aumenta-se a pena em 1/3. (Lei 10.886/04)</p><p>§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo (violência doméstica), a pena será aumentada de 1/3</p><p>se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência . (Lei 11.340/06)</p><p>§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da</p><p>Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança</p><p>Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro</p><p>ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de 1/3 a</p><p>2/3. (Lei 13.142/15)</p><p>§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino,</p><p>nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Lei 14.188/21)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. (Lei 14.188/21)</p><p>LESÃO CORPORAL (ART. 129 DO CP)</p><p>Lesão</p><p>SIMPLES</p><p>Ofender a integridade corporal ou a saúde de</p><p>outrem.</p><p>DETENÇÃO, de</p><p>3 meses a 1 ano</p><p>Lesão</p><p>GRAVE</p><p>› Incapacidade para as ocupações habituais, por</p><p>mais de 30 dias;</p><p>› Perigo de vida;</p><p>› Debilidade permanente de membro, sentido ou</p><p>função;</p><p>› Aceleração de parto.</p><p>RECLUSÃO, de</p><p>1 a 5 anos</p><p>Lesão</p><p>GRAVÍSSIMA</p><p>› Incapacidade permanente para o trabalho;</p><p>› Enfermidade incurável;</p><p>› Perda ou inutilização do membro, sentido ou</p><p>função;</p><p>› Deformidade permanente;</p><p>› Aborto.</p><p>RECLUSÃO, de</p><p>2 a 8 anos</p><p>82</p><p>Lesão</p><p>SEGUIDA DE</p><p>MORTE</p><p>(preterdolosa)</p><p>Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam</p><p>que o agente não quis o resultado, nem assumiu</p><p>o risco de produzi-lo.</p><p>RECLUSÃO, de</p><p>4 a 12 anos</p><p>Lesão</p><p>CULPOSA</p><p>Se a lesão é culposa.</p><p>DETENÇÃO, de</p><p>2 meses a 1 ano</p><p>CAUSA de</p><p>DIMINUIÇÃO</p><p>1/6 a 1/3</p><p>Lesão</p><p>privilegiada</p><p>› Motivo de relevante valor moral ou social;</p><p>› Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a</p><p>injusta provocação da vítima.</p><p>SUBSTITUIÇÃO</p><p>de DETENÇÃO</p><p>por MULTA</p><p>Não sendo</p><p>graves as</p><p>lesões</p><p>› Motivo de relevante valor social ou moral;</p><p>› Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a</p><p>injusta provocação da vítima;</p><p>› Lesões são recíprocas.</p><p>CAUSAS de</p><p>AUMENTO</p><p>1/3</p><p>Lesão</p><p>culposa</p><p>› Crime resulta de inobservância de regra técnica de</p><p>profissão, arte ou ofício;</p><p>› Agente deixa de prestar imediato socorro à vítima;</p><p>› Agente não procura diminuir as consequências do</p><p>seu ato; ou</p><p>› Agente foge para evitar prisão em flagrante.</p><p>1/3</p><p>Lesão</p><p>dolosa</p><p>Crime é praticado contra pessoa:</p><p>› Menor de 14 anos; ou</p><p>› Maior de 60 anos.</p><p>1/3</p><p>Crime for praticado por:</p><p>› Milícia privada, sob o pretexto de prestação de</p><p>serviço de segurança; ou</p><p>› Grupo de extermínio</p><p>1/3 a 2/3</p><p>Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente</p><p>descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do</p><p>sistema prisional e da Força Nacional de Segurança</p><p>Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,</p><p>ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente</p><p>consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição.</p><p>1/3</p><p>Crime de violência doméstica cometido contra pessoa</p><p>portadora de deficiência.</p><p>1/3</p><p>No caso de lesão grave, gravíssima ou seguida de</p><p>morte, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º</p><p>(violência doméstica).</p><p>PERDÃO</p><p>JUDICIAL</p><p>Lesão</p><p>culposa</p><p>O juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as</p><p>consequências da infração atingirem o próprio</p><p>agente de forma tão grave que a sanção penal se</p><p>torne desnecessária.</p><p>Capítulo III - Da periclitação da vida e da saúde</p><p>Perigo de contágio venéreo</p><p>Art. 130</p><p>EXPOR ALGUÉM, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso , a CONTÁGIO</p><p>DE MOLÉSTIA VENÉREA, de que sabe ou deve saber que está contaminado:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>§ 1º. Se é INTENÇÃO do agente transmitir a moléstia:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>§ 2º. Somente se procede mediante REPRESENTAÇÃO.</p><p>83</p><p>Perigo de contágio de moléstia grave</p><p>Art. 131</p><p>PRATICAR, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado ,</p><p>ATO CAPAZ DE PRODUZIR O CONTÁGIO:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Perigo para a vida ou saúde de outrem</p><p>Art. 132</p><p>EXPOR A VIDA ou a SAÚDE de outrem a PERIGO DIRETO E IMINENTE:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a exposição da vida ou da saúde</p><p>de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em</p><p>estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Lei 9.777/98)</p><p>Abandono de incapaz</p><p>Art. 133</p><p>ABANDONAR PESSOA QUE ESTÁ SOB SEU CUIDADO, guarda, vigilância ou autoridade,</p><p>e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos.</p><p>§ 1º. Se do abandono RESULTA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.</p><p>§ 2º. Se RESULTA A MORTE:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 3º. As penas cominadas neste artigo aumentam-se de 1/3:</p><p>I. se o abandono ocorre em lugar ermo;</p><p>II. se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da</p><p>vítima.</p><p>III. se a vítima é maior de 60 anos. (Lei 10.741/03)</p><p>Exposição ou abandono de recém-nascido</p><p>Art. 134</p><p>EXPOR OU ABANDONAR RECÉM-NASCIDO, para ocultar desonra própria:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>§ 1º. Se do fato RESULTA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 2º. Se RESULTA A MORTE:</p><p>Pena: detenção, de 2 a 6 anos.</p><p>Omissão de socorro</p><p>Art. 135</p><p>DEIXAR DE PRESTAR ASSISTÊNCIA, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança</p><p>abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e</p><p>iminente perigo; ou NÃO PEDIR, nesses casos, o socorro da autoridade pública:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão</p><p>corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.</p><p>84</p><p>Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial</p><p>Art. 135-A</p><p>EXIGIR CHEQUE-CAUÇÃO, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o</p><p>preenchimento prévio de formulários administrativos , como CONDIÇÃO para o</p><p>ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL: (Lei 12.653/12)</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. (Lei 12.653/12)</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento</p><p>resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Lei 12.653/12)</p><p>Maus-tratos</p><p>Art. 136</p><p>EXPOR A PERIGO A VIDA OU A SAÚDE de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,</p><p>para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou</p><p>cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer</p><p>abusando de meios de correção ou disciplina:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>§ 1º. Se do fato RESULTA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.</p><p>§ 2º. Se resulta a MORTE:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.</p><p>§ 3º. Aumenta-se a pena de 1/3, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos.</p><p>(Lei 8.069/90)</p><p>Capítulo IV - Da rixa</p><p>Rixa</p><p>Art. 137</p><p>PARTICIPAR DE RIXA, salvo para separar os contendores:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 2 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo</p><p>fato da participação na rixa, a pena de detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Capítulo V - Dos crimes contra a honra</p><p>Calúnia</p><p>Art. 138</p><p>CALUNIAR ALGUÉM, IMPUTANDO-LHE FALSAMENTE fato definido como CRIME:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>CALÚNIA E DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA</p><p>CALÚNIA (art. 138) DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA (art. 339)</p><p>Crime contra a HONRA</p><p>Crime contra a</p><p>ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA</p><p>O agente faz imputação falsa de crime</p><p>unicamente para OFENDER A HONRA</p><p>OBJETIVA DA VÍTIMA</p><p>O agente faz imputação falsa de crime ou</p><p>de contravenção penal para</p><p>MOVIMENTAR O APARELHO ESTATAL</p><p>Imputação falsa de CRIME</p><p>Imputação falsa de CRIME ou de</p><p>CONTRAVENÇÃO PENAL</p><p>Ação penal PRIVADA (em regra) Ação penal PÚBLICA INCONDICIONADA</p><p>§ 1º. NA MESMA PENA INCORRE QUEM, sabendo falsa a imputação, a propala ou</p><p>divulga.</p><p>§ 2º. É PUNÍVEL a calúnia CONTRA OS MORTOS.</p><p>85</p><p>Exceção da verdade</p><p>§ 3º. ADMITE-SE A PROVA DA VERDADE, salvo:</p><p>I. se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi</p><p>condenado por sentença irrecorrível;</p><p>II. se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141 (contra o</p><p>Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro) ;</p><p>III. se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por</p><p>sentença irrecorrível.</p><p>EXCEÇÃO DA VERDADE NA CALÚNIA</p><p>REGRA CABE</p><p>EXCEÇÃO</p><p>NÃO CABE:</p><p>› Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido</p><p>não foi condenado por sentença irrecorrível;</p><p>› Se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo</p><p>estrangeiro;</p><p>› Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi</p><p>absolvido por sentença irrecorrível.</p><p>Difamação</p><p>Art. 139</p><p>DIFAMAR ALGUÉM, IMPUTANDO-LHE FATO OFENSIVO à sua REPUTAÇÃO:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.</p><p>Exceção da verdade</p><p>Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é</p><p>funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.</p><p>EXCEÇÃO DA VERDADE NA DIFAMAÇÃO</p><p>REGRA NÃO CABE</p><p>EXCEÇÃO</p><p>CABE: Se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao</p><p>exercício de suas funções</p><p>Injúria</p><p>Art. 140</p><p>INJURIAR ALGUÉM, OFENDENDO-LHE a DIGNIDADE ou o DECORO:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>§ 1º. O juiz pode DEIXAR DE APLICAR A PENA:</p><p>I. quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria ;</p><p>II. no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria .</p><p>§ 2º. Se a injúria consiste em violência ou vias</p><p>de fato, que, por sua natureza ou pelo meio</p><p>empregado, se considerem aviltantes:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>§ 3º. Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a religião ou à condição</p><p>de pessoa idosa ou com deficiência: (Lei 14.532/23)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa. (Lei 14.532/23)</p><p>86</p><p>ART. 140, § 3º - ANTES E DEPOIS DA LEI 14.532/23</p><p>ANTES DEPOIS</p><p>§ 3º. Se a injúria consiste na utilização de</p><p>elementos referentes a RAÇA, COR,</p><p>ETNIA, RELIGIÃO, ORIGEM ou a condição</p><p>de PESSOA IDOSA ou portadora de</p><p>DEFICIÊNCIA:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>§ 3º. Se a injúria consiste na utilização de</p><p>elementos referentes a RELIGIÃO ou à</p><p>condição de PESSOA IDOSA ou com</p><p>DEFICIÊNCIA:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>INJÚRIA RACIAL E O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA</p><p>A Lei 14.532/23 alterou o art. 140, § 3º, do CP para retirar deste artigo as expressões “raça,</p><p>cor, etnia, origem”.</p><p>Com as alterações dessa lei, a conduta de injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o</p><p>decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional, foi realocada para o art. 2º-A</p><p>da Lei do Crime Racial (Lei 7.716/89).</p><p>Marco Torrano destaca que isso ocorreu justamente para que o crime de injúria racial</p><p>passasse a pertencer ao bojo da Lei do Crime Racial.</p><p>Dessa forma, observa-se que a conduta permanece tipificada, mas em lugar</p><p>topologicamente diverso do anterior, tratando-se de hipótese de continuidade normativo-</p><p>típica.</p><p>Disposições comuns</p><p>Art. 141</p><p>As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de 1/3, se qualquer dos crimes é</p><p>cometido:</p><p>I. contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;</p><p>II. contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os Presidentes do</p><p>Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do STF; (Lei 14.197/21)</p><p>III. na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia , da</p><p>difamação ou da injúria;</p><p>IV. contra criança, adolescente, pessoa maior de 60 anos ou pessoa com deficiência,</p><p>exceto na hipótese prevista no § 3º do art. 140 deste Código. (Lei 14.344/22)</p><p>§ 1º. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa , aplica-se a</p><p>pena em DOBRO. (Lei 13.964/19)</p><p>§ 2º. Se o crime é COMETIDO OU DIVULGADO EM QUAISQUER MODALIDADES</p><p>DAS REDES SOCIAIS da rede mundial de computadores, aplica-se em TRIPLO a pena. (Lei</p><p>13.964/19)</p><p>Exclusão do crime</p><p>Art. 142</p><p>NÃO CONSTITUEM INJÚRIA ou DIFAMAÇÃO PUNÍVEL:</p><p>I. a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;</p><p>II. a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando</p><p>inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;</p><p>III. o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou</p><p>informação que preste no cumprimento de dever do ofício.</p><p>Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação</p><p>quem lhe dá publicidade.</p><p>Retratação</p><p>Art. 143</p><p>O querelado que, antes da sentença, SE RETRATA CABALMENTE DA CALÚNIA ou da</p><p>DIFAMAÇÃO, FICA ISENTO DE PENA.</p><p>87</p><p>Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a</p><p>difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o</p><p>ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Lei 13.188/15)</p><p>RETRATAÇÃO</p><p>CALÚNIA E DIFAMAÇÃO</p><p>(Art. 143 do CP)</p><p>FALSO TESTEMUNHO</p><p>(Art. 342, § 2º, do CP)</p><p>O querelado fica isento de pena O fato deixa de ser punível</p><p>Termo final: até a sentença que encerra o</p><p>processo criminal por calúnia ou</p><p>difamação</p><p>Termo final: até a sentença que encerra o</p><p>processo em que ocorreu o falso</p><p>A retratação é circunstância subjetiva</p><p>incomunicável com os demais</p><p>concorrentes</p><p>A retratação é circunstância objetiva</p><p>comunicável com os demais concorrentes</p><p>Art. 144</p><p>Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria , quem se julga</p><p>ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz,</p><p>não as dá satisfatórias, responde pela ofensa .</p><p>Art. 145</p><p>Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,</p><p>no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.</p><p>Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso</p><p>do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso</p><p>do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. (Lei 12.033/09)</p><p>Capítulo VI - Dos crimes contra a liberdade individual</p><p>Seção I - Dos crimes contra a liberdade pessoal</p><p>Constrangimento ilegal</p><p>Art. 146</p><p>CONSTRANGER ALGUÉM, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver</p><p>reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência , a não fazer o que a lei</p><p>permite, ou a fazer o que ela não manda:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 1º. As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do</p><p>crime, se reúnem mais de 3 pessoas, ou há emprego de armas.</p><p>§ 2º. Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.</p><p>§ 3º. Não se compreendem na disposição deste artigo:</p><p>I. a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu</p><p>representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;</p><p>II. a coação exercida para impedir suicídio.</p><p>Ameaça</p><p>Art. 147</p><p>AMEAÇAR ALGUÉM, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de</p><p>causar-lhe MAL INJUSTO E GRAVE:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.</p><p>88</p><p>Perseguição</p><p>Art. 147-A</p><p>PERSEGUIR ALGUÉM, REITERADAMENTE e por qualquer meio, ameaçando-lhe a</p><p>integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de</p><p>qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade. (Lei</p><p>14.132/21)</p><p>Pena: reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa. (Lei 14.132/21)</p><p>§ 1º. A pena é aumentada de metade (1/2) se o crime é cometido: (Lei 14.132/21)</p><p>I. contra criança, adolescente ou idoso; (Lei 14.132/21)</p><p>II. contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art.</p><p>121 deste Código; (Lei 14.132/21)</p><p>III. mediante concurso de 2 ou mais pessoas ou com o emprego de arma. (Lei 14.132/21)</p><p>§ 2º. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à</p><p>violência. (Lei 14.132/21)</p><p>§ 3º. Somente se procede mediante representação. (Lei 14.132/21)</p><p>Violência psicológica contra a mulher</p><p>Art. 147-B</p><p>CAUSAR DANO EMOCIONAL À MULHER que a prejudique e perturbe seu pleno</p><p>desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos,</p><p>crenças e decisões, MEDIANTE ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,</p><p>isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro</p><p>meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação : (Lei 14.188/21)</p><p>Pena: reclusão, de 6 meses a 2 anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.</p><p>(Lei 14.188/21)</p><p>Sequestro e cárcere privado</p><p>Art. 148</p><p>PRIVAR ALGUÉM DE SUA LIBERDADE, mediante SEQUESTRO ou CÁRCERE PRIVADO:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 1º. A pena é de reclusão, de 2 a 5 anos:</p><p>I. se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou</p><p>maior de 60 anos; (Lei 11.106/05)</p><p>II. se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;</p><p>III. se a privação da liberdade dura mais de 15 dias.</p><p>IV. se o crime é praticado contra menor de 18 anos; (Lei 11.106/05)</p><p>V. se o crime é praticado com fins libidinosos. (Lei 11.106/05)</p><p>§ 2º. Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, GRAVE</p><p>SOFRIMENTO FÍSICO OU MORAL:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos.</p><p>Redução a condição análoga à de escravo</p><p>Art. 149</p><p>Reduzir</p><p>48</p><p> Concurso formal (próprio e impróprio) ........................................................................................... 49</p><p> Teorias sobre o crime continuado ..................................................................................................... 50</p><p> Sistemas de aplicação da pena ........................................................................................................... 50</p><p> Tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade ..................................................... 51</p><p> Sistemas do Sursis .................................................................................................................................. 52</p><p> Espécies de Sursis * ................................................................................................................................ 52</p><p> Livramento condicional - Aumento dos requisitos ...................................................................... 54</p><p> Livramento condicional - Prorrogação e suspensão ................................................................... 55</p><p> Livramento condicional – Requisitos * ............................................................................................ 56</p><p> Livramento condicional – Vedações * .............................................................................................. 56</p><p> Efeitos da condenação .......................................................................................................................... 58</p><p> Leis Especiais e efeitos da condenação ........................................................................................... 58</p><p> Pena x Medida de segurança .............................................................................................................. 61</p><p> Espécies de medida de segurança ..................................................................................................... 61</p><p> Extinção da punibilidade fora do art. 107 do CP .......................................................................... 65</p><p> Anistia, Graça e Indulto ........................................................................................................................ 65</p><p> Renúncia x Perdão do ofendido ......................................................................................................... 67</p><p> Prazos prescricionais ............................................................................................................................ 68</p><p> Termo inicial da prescrição (art. 111 do CP) .................................................................................. 68</p><p> Prescrição da pena de multa ............................................................................................................... 69</p><p> Não corre a prescrição - Causas impeditivas ................................................................................. 70</p><p> Causas impeditivas da prescrição antes do trânsito em julgado ............................................. 70</p><p> Causas de suspensão fora do Código Penal ................................................................................... 70</p><p> Prescrição ................................................................................................................................................. 71</p><p> Hipóteses de homicídio privilegiado ................................................................................................ 73</p><p> Homicídio - Causa de diminuição e atenuante genérica ............................................................ 73</p><p> Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) ................................................................................. 74</p><p> Aborto criminoso.................................................................................................................................... 78</p><p> Exceções em que o aborto não é crime (excludente de ilicitude) ............................................ 79</p><p> Lesão corporal grave x Lesão corporal gravíssima ...................................................................... 80</p><p> Lesão corporal (Art. 129 do CP)......................................................................................................... 81</p><p> Calúnia e denunciação caluniosa ....................................................................................................... 84</p><p> Exceção da verdade na calúnia .......................................................................................................... 85</p><p> Exceção da verdade na difamação .................................................................................................... 85</p><p> Art. 140, § 3º - Antes e depois da Lei 14.532/23 .......................................................................... 86</p><p> Injúria Racial e o Princípio da Continuidade Normativo-Típica .............................................. 86</p><p> Retratação ................................................................................................................................................ 87</p><p>8</p><p> Tráfico de pessoas (Art. 149-A do CP) ............................................................................................. 89</p><p> Invasão de dispositivo informático - Ação penal .......................................................................... 92</p><p> Furto qualificado praticado durante o repouso noturno ........................................................... 93</p><p> Furto (art. 155 do CP) ........................................................................................................................... 94</p><p> Jurisprudência sobre o princípio da insignificância e o furto ................................................... 94</p><p> Roubo próprio e impróprio .................................................................................................................. 95</p><p> Roubo mediante emprego de arma .................................................................................................. 96</p><p> Latrocínio tentado x Latrocínio consumado .................................................................................. 97</p><p> Teorias da consumação do furto e do roubo.................................................................................. 97</p><p> Roubo x Extorsão ................................................................................................................................... 98</p><p> Apropriação indébita e sonegação de contribuição previdenciária - Extinção da</p><p>punibilidade........................................................................................................................................... 100</p><p> Apropriação indébita previdenciária ............................................................................................ 101</p><p> Parcelamento dos débitos x pagamento integral dos débitos .............................................. 102</p><p> Estelionato previdenciário ............................................................................................................... 103</p><p> Ação penal no crime de estelionato ............................................................................................... 104</p><p> Estelionato e furto mediante fraude ............................................................................................. 105</p><p> Estelionato, tráfico de influência e exploração de prestígio .................................................. 105</p><p> Receptação e lavagem de dinheiro ................................................................................................ 107</p><p> Imunidades patrimoniais .................................................................................................................. 109</p><p> Importunação sexual e ato obsceno * ........................................................................................... 115</p><p> Corrupção de menores * ...................................................................................................................</p><p>alguém a CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO, quer submetendo-o a trabalhos</p><p>forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,</p><p>quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o</p><p>empregador ou preposto: (Lei 10.803/03)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Lei</p><p>10.803/03)</p><p>§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem: (Lei 10.803/03)</p><p>I. cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de</p><p>retê-lo no local de trabalho; (Lei 10.803/03)</p><p>89</p><p>II. mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou</p><p>objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Lei</p><p>10.803/03)</p><p>§ 2º. A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Lei 10.803/03)</p><p>I. contra criança ou adolescente; (Lei 10.803/03)</p><p>II. por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (Lei 10.803/03)</p><p>Para configurar o delito do art. 149 do Código Penal (redução a condição análoga à de</p><p>escravo) não é imprescindível a restrição à liberdade de locomoção dos trabalhadores.</p><p>O delito pode ser praticado por meio de outras condutas como no caso em que os</p><p>trabalhadores são sujeitados a condições degradantes, subumanas.</p><p>STJ. 3ª Seção. CC 127937-GO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em 28/5/2014 (Informativo 543)</p><p>A competência para julgar o crime de redução a condição análoga à de escravo (art.</p><p>149 do CP) é da Justiça Federal (art. 109, VI, da CF/88).</p><p>Tráfico de Pessoas</p><p>Art. 149-A</p><p>Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa ,</p><p>MEDIANTE grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso , com a FINALIDADE DE: (Lei</p><p>13.344/16)</p><p>I. remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Lei 13.344/16)</p><p>II. submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Lei 13.344/16)</p><p>III. submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Lei 13.344/16)</p><p>IV. adoção ilegal; ou (Lei 13.344/16)</p><p>V. exploração sexual. (Lei 13.344/16)</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. (Lei 13.344/16)</p><p>§ 1º. A PENA É AUMENTADA de 1/3 até a metade (1/2) se: (Lei 13.344/16)</p><p>I. o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a</p><p>pretexto de exercê-las; (Lei 13.344/16)</p><p>II. o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com</p><p>deficiência; (Lei 13.344/16)</p><p>III. o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de</p><p>hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade</p><p>hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função ; ou (Lei 13.344/16)</p><p>IV. a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (Lei 13.344/16)</p><p>§ 2º. A pena é reduzida de 1/3 a 2/3 se o agente for primário e não integrar organização</p><p>criminosa. (Lei 13.344/16)</p><p>TRÁFICO DE PESSOAS (ART. 149-A DO CP)</p><p>CRIME</p><p>Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir,</p><p>comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave</p><p>ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a</p><p>finalidade de:</p><p>› Remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;</p><p>› Submetê-la a trabalho em condições análogas à</p><p>de escravo;</p><p>› Submetê-la a qualquer tipo de servidão;</p><p>› Adoção ilegal; ou</p><p>› Exploração sexual.</p><p>RECLUSÃO,</p><p>de 4 a 8 anos,</p><p>e multa.</p><p>MEIOS de</p><p>EXECUÇÃO</p><p>Grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso.</p><p>CAUSA de</p><p>AUMENTO</p><p>1/3 até a</p><p>metade</p><p>(1/2)</p><p>› O crime for cometido por funcionário público no</p><p>exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;</p><p>› O crime for cometido contra criança, adolescente ou</p><p>pessoa idosa ou com deficiência;</p><p>› O agente se prevalecer de relações de parentesco,</p><p>90</p><p>domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de</p><p>dependência econômica, de autoridade ou de</p><p>superioridade hierárquica inerente ao exercício de</p><p>emprego, cargo ou função; ou</p><p>› A vítima do tráfico de pessoas for retirada do</p><p>território nacional.</p><p>CAUSA de</p><p>DIMINUIÇÃO</p><p>1/3 a 2/3</p><p>Se o agente:</p><p>› For primário; e</p><p>› Não integrar organização criminosa.</p><p>LIVRAMENTO</p><p>CONDICIONAL</p><p>Cumprimento de mais de 2/3 da pena, se o condenado não for</p><p>reincidente específico em crimes dessa natureza (art. 83, V, do CP).</p><p>Seção II - Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio</p><p>Violação de domicílio</p><p>Art. 150</p><p>ENTRAR OU PERMANECER, CLANDESTINA OU ASTUCIOSAMENTE, ou contra a</p><p>vontade expressa ou tácita de quem de direito, em CASA ALHEIA ou em suas dependências:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.</p><p>§ 1º. Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de</p><p>violência ou de arma, ou por 2 ou mais pessoas:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>§ 2º. (REVOGADO pela Lei 13.869/19)</p><p>§ 3º. Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas</p><p>dependências:</p><p>I. durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou</p><p>outra diligência;</p><p>II. a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou</p><p>na iminência de o ser.</p><p>§ 4º. A EXPRESSÃO "CASA" COMPREENDE:</p><p>I. qualquer compartimento habitado;</p><p>II. aposento ocupado de habitação coletiva;</p><p>III. compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.</p><p>§ 5º. NÃO SE COMPREENDEM NA EXPRESSÃO "CASA":</p><p>I. hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo</p><p>a restrição do n.º II do parágrafo anterior;</p><p>II. taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.</p><p>Seção III - Dos crimes contra a inviolabilidade de</p><p>correspondência</p><p>Violação de correspondência</p><p>Art. 151</p><p>Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Sonegação ou destruição de correspondência</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre:</p><p>I. quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no</p><p>todo ou em parte, a sonega ou destrói;</p><p>91</p><p>Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica</p><p>II. quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente</p><p>comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação</p><p>telefônica entre outras pessoas;</p><p>III. quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;</p><p>IV. quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de</p><p>disposição legal.</p><p>§ 2º. As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.</p><p>§ 3º. Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico,</p><p>radioelétrico ou telefônico:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 4º. Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.</p><p>Correspondência comercial</p><p>Art. 152</p><p>Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial</p><p>para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar</p><p>a estranho seu conteúdo:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos.</p><p>Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.</p><p>Seção IV - Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos</p><p>Divulgação de segredo</p><p>Art. 153</p><p>Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de</p><p>correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa</p><p>produzir dano a outrem:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.</p><p>§ 1º. Somente se procede mediante representação. (Renumerado pela Lei 9.983/00)</p><p>§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em</p><p>lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:</p><p>(Lei 9.983/00)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 4 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>Trata-se de infração de médio potencial ofensivo, pois admite suspensão condicional</p><p>do processo, mas não admite transação.</p><p>Quando o crime resultar em prejuízo para a Administração Pública, a ação penal</p><p>será</p><p>pública incondicionada.</p><p>§ 2º. Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será</p><p>incondicionada. (Lei 9.983/00)</p><p>Violação do segredo profissional</p><p>Art. 154</p><p>Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função ,</p><p>ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa de um conto a dez contos de réis.</p><p>Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.</p><p>92</p><p>Invasão de dispositivo informático</p><p>Art. 154-A</p><p>INVADIR DISPOSITIVO INFORMÁTICO DE USO ALHEIO, conectado ou não à rede de</p><p>computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem</p><p>autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para</p><p>obter vantagem ilícita: (Lei 14.155/21)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. (Lei 14.155/21)</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde</p><p>dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta</p><p>definida no caput. (Lei 12.737/12)</p><p>§ 2º. Aumenta-se a pena de 1/3 a 2/3 se da invasão resulta prejuízo econômico. (Lei</p><p>14.155/21)</p><p>§ 3º. Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas</p><p>privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou</p><p>o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: (Lei 12.737/12)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 14.155/21)</p><p>§ 4º. Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de 1/3 a 2/3 se houver divulgação,</p><p>comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações</p><p>obtidos. (Lei 12.737/12)</p><p>§ 5º. Aumenta-se a pena de 1/3 à metade se o crime for praticado contra: (Lei 12.737/12)</p><p>I. Presidente da República, governadores e prefeitos; (Lei 12.737/12)</p><p>II. Presidente do STF; (Lei 12.737/12)</p><p>III. Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa</p><p>de Estado, da Câmara Legislativa do DF ou de Câmara Municipal; ou (Lei 12.737/12)</p><p>IV. dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou</p><p>do DF. (Lei 12.737/12)</p><p>Ação penal</p><p>Art. 154-B</p><p>Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se</p><p>o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos</p><p>Poderes da União, Estados, DF ou Municípios ou contra empresas concessionárias de</p><p>serviços públicos. (Lei 12.737/12)</p><p>INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO - AÇÃO PENAL</p><p>REGRA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO</p><p>EXCEÇÃO</p><p>INCONDICIONADA</p><p>Crime cometido contra:</p><p> Administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da</p><p>União, Estados, DF ou Municípios; ou</p><p> Empresas concessionárias de serviços públicos.</p><p>93</p><p>TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO</p><p>Capítulo I - Do furto</p><p>Furto</p><p>Art. 155</p><p>SUBTRAIR, para si ou para outrem, COISA ALHEIA MÓVEL:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>§ 1º. A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso noturno.</p><p>FURTO QUALIFICADO PRATICADO DURANTE O REPOUSO NOTURNO</p><p>Existe, atualmente, importante divergência jurisprudencial acerca da possibilidade da</p><p>aplicação da causa de aumento de pena do art. 155, § 1º, aos casos de furto praticados</p><p>na forma qualificada (art. 155, § 4º).</p><p>Para o STF, “é legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido</p><p>durante o repouso noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma</p><p>qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma incompatibilidade entre a majorante</p><p>prevista no § 1o e as qualificadoras do § 4o. São circunstâncias diversas, que incidem em</p><p>momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja condenado</p><p>por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3</p><p>se a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topográfica do § 1º (vem</p><p>antes do § 4º) não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto</p><p>qualificado (§ 4º)”. (STF. HC 130952/MG - Info 851)</p><p>O STJ, no entanto, no Tema Repetitivo 1087, firmou tese jurídica em sentido contrário</p><p>segundo a qual “a causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal</p><p>(prática do crime de furto no período noturno) não incide no crime de furto na sua</p><p>forma qualificada (§ 4°)”. Segundo a Corte Superior, a interpretação sistemática pelo</p><p>viés topográfico revela que a causa de aumento de pena relativa ao cometimento do crime</p><p>de furto durante o repouso noturno, prevista no art. 155, § 1º, do CP, não incide nas</p><p>hipóteses de furto qualificado, previstas no art. 155, § 4º, do CP, pois a pena decorrente da</p><p>incidência da causa de aumento relativa ao furto noturno nas hipóteses de furto qualificado</p><p>resulta em quantitativo que não guarda correlação com a gravidade do crime cometido e,</p><p>por conseguinte, com o princípio da proporcionalidade (STJ. REsp 1888756/SP).</p><p>§ 2º. Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir</p><p>a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a 2/3, ou aplicar somente a pena de</p><p>multa.</p><p>SÚMULA 511, STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art.</p><p>155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a</p><p>primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem</p><p>objetiva.</p><p>§ 3º. Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor</p><p>econômico.</p><p>Furto qualificado</p><p>§ 4º. A pena é de reclusão de 2 a 8 anos, e multa, se o crime é cometido:</p><p>I. com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;</p><p>II. com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;</p><p>III. com emprego de chave falsa;</p><p>IV. mediante concurso de duas ou mais pessoas.</p><p>SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de</p><p>agentes, a majorante do roubo.</p><p>§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver emprego de explosivo ou</p><p>de artefato análogo que cause perigo comum. (Lei 13.654/18)</p><p>§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa, se o furto mediante fraude é cometido</p><p>POR MEIO DE DISPOSITIVO ELETRÔNICO OU INFORMÁTICO, conectado ou não à rede</p><p>de computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de</p><p>programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Lei 14.155/21)</p><p>94</p><p>§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado</p><p>gravoso: (Lei 14.155/21)</p><p>I. aumenta-se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado mediante a utilização de servidor</p><p>mantido fora do território nacional; (Lei 14.155/21)</p><p>II. aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável. (Lei</p><p>14.155/21)</p><p>§ 5º. A pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a subtração for de veículo automotor que</p><p>venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (Lei 9.42696)</p><p>§ 6º. A pena é de reclusão de 2 a 5 anos se a subtração for de semovente domesticável de</p><p>produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Lei 13.330/16)</p><p>§ 7º. A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se a subtração for de substâncias</p><p>explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,</p><p>montagem ou emprego. (Lei 13.654/18)</p><p>FURTO (ART. 155 DO CP)</p><p>Furto</p><p>SIMPLES</p><p>› Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.</p><p>Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Furto</p><p>QUALIFICADO</p><p>› Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;</p><p>› Abuso de confiança, fraude, escalada ou destreza;</p><p>› Emprego de chave falsa;</p><p>› Concurso de duas ou mais pessoas.</p><p>Reclusão, de 2 a 8 anos, e multa</p><p>› Subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que</p><p>abatido ou dividido em partes no local da subtração.</p><p>Reclusão, de 2 a 5 anos</p><p>› Subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado</p><p>para outro Estado ou</p><p>para o exterior.</p><p>Reclusão, de 3 a 8 anos</p><p>› Emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo</p><p>comum;</p><p>› Subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,</p><p>conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem</p><p>ou emprego.</p><p>Reclusão, de 4 a 10 anos, e multa</p><p>Furto</p><p>PRIVILEGIADO</p><p>REQUISITOS</p><p>› Agente primário; e</p><p>› Pequeno valor a coisa furtada.</p><p>Furto qualificado-privilegiado:</p><p>qualificadora objetiva (Súmula 511 do STJ).</p><p>BENEFÍCIOS</p><p>› Substituição da pena de reclusão para de detenção;</p><p>› Diminuição da pena de 1/3 a 2/3; ou</p><p>› Aplicação somente da pena de multa.</p><p>CAUSA de</p><p>AUMENTO</p><p>1/3 › Praticado durante o repouso noturno.</p><p>EQUIPARAÇÃO</p><p>à COISA MÓVEL</p><p>› Energia elétrica; ou</p><p>› Qualquer outra que tenha valor econômico.</p><p>JURISPRUDÊNCIA SOBRE O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E O FURTO</p><p>Para fins de aplicação do princípio da insignificância na hipótese de furto, é</p><p>imprescindível compreender a distinção entre valor irrisório e pequeno valor, uma vez</p><p>que o primeiro exclui o crime (fato atípico) e o segundo pode caracterizar furto privilegiado.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 747859/SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares Da Fonseca, DJe</p><p>08/08/2022.</p><p>A lesão jurídica resultante do crime de furto, em regra, não pode ser considerada</p><p>insignificante quando o valor dos bens subtraídos for superior a 10% do salário-mínimo</p><p>vigente à época dos fatos.</p><p>95</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 723375/SC, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, DJe 24/08/2023.</p><p>A restituição da res furtiva à vítima não constitui, por si só, motivo suficiente para a</p><p>aplicação do princípio da insignificância.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 822210/ES, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, DJe 23/08/2023.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 824877/SP, Rel. Ministra Laurita Vaz, DJe 21/08/2023.</p><p>Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de furto praticado com corrupção</p><p>de filho menor, ainda que o bem possua inexpressivo valor pecuniário, pois as</p><p>características dos fatos revelam elevado grau de reprovabilidade do comportamento .</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 93472/MS, Rel. Ministra Maria Thereza De Assis Moura, DJe 27/03/2018.</p><p>A prática de furto qualificado, em regra, afasta a aplicação do princípio da</p><p>insignificância, por revelar, a depender do caso, maior periculosidade social da ação e/ou</p><p>elevado grau de reprovabilidade do comportamento do agente.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2248151/MG, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, DJe 23/06/2023.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no RHC 161195/PR, Rel. Ministra Laurita Vaz, DJe 23/03/2023.</p><p>É possível aplicar o princípio da insignificância ao crime de furto qualificado quando há,</p><p>no caso concreto, circunstâncias excepcionais que demonstrem a ausência de interesse</p><p>social na intervenção do Estado.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 2050958/SP, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, DJe 16/06/2023.</p><p>Furto de coisa comum</p><p>Art. 156</p><p>Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente</p><p>a detém, a coisa comum:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>§ 1º. Somente se procede mediante representação.</p><p>§ 2º. Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota</p><p>a que tem direito o agente.</p><p>Capítulo II - Do roubo e da extorsão</p><p>Roubo</p><p>Art. 157</p><p>SUBTRAIR COISA MÓVEL ALHEIA, para si ou para outrem, MEDIANTE grave ameaça ou</p><p>violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de</p><p>resistência:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.</p><p>SÚMULA 582, STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem</p><p>mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em</p><p>seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo</p><p>prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência</p><p>contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da</p><p>coisa para si ou para terceiro.</p><p>ROUBO PRÓPRIO E IMPRÓPRIO</p><p>ROUBO PRÓPRIO</p><p>(Art. 157, Caput, do CP)</p><p>ROUBO IMPRÓPRIO</p><p>(Art. 157, § 1º, do CP)</p><p>MEIOS DE</p><p>EXECUÇÃO</p><p>Violência (própria ou</p><p>imprópria); e</p><p>Grave ameaça</p><p>Violência (própria); e</p><p>Grave ameaça</p><p>MOMENTO DO</p><p>EMPREGO DO MEIO</p><p>DE EXECUÇÃO</p><p>ANTE ou DURANTE a</p><p>subtração</p><p>APÓS a</p><p>subtração</p><p>96</p><p>FINALIDADE DO</p><p>MEIO DE</p><p>EXECUÇÃO</p><p>Permitir a subtração do bem</p><p>Assegurar a impunidade do</p><p>crime ou a detenção da coisa</p><p>§ 2º. A pena AUMENTA-SE de 1/3 até metade (1/2): (Lei 13.654/18)</p><p>I. (REVOGADO pela Lei 13.654/18)</p><p>II. se há o concurso de 2 ou mais pessoas;</p><p>III. se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal</p><p>circunstância;</p><p>IV. se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro</p><p>Estado ou para o exterior; (Lei 9.426/96)</p><p>V. se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade; (Lei 9.426/96)</p><p>VI. se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou</p><p>isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego . (Lei 13.654/18)</p><p>VII. se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; (Lei</p><p>13.964/19)</p><p>§ 2º-A. A pena AUMENTA-SE de 2/3: (Lei 13.654/18)</p><p>I. se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (Lei 13.654/18)</p><p>II. se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou</p><p>de artefato análogo que cause perigo comum. (Lei 13.654/18)</p><p>§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso</p><p>restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Lei 13.964/19)</p><p>ROUBO MEDIANTE EMPREGO DE ARMA</p><p>ANTES da Lei 13.654/18</p><p>Depois da Lei 13.654/18</p><p>até a Lei 13.964/19</p><p>DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>De 1/1/1942 a 22/4/2018 De 23/4/2018 a 22/1/2020</p><p>De 23/1/2020 aos dias</p><p>atuais</p><p>Tanto a ARMA DE FOGO</p><p>como a ARMA BRANCA</p><p>eram causas de aumento</p><p>de pena.</p><p>Apenas o emprego de</p><p>ARMA DE FOGO é causa</p><p>de aumento de pena.</p><p>O emprego de arma branca</p><p>não é causa de aumento de</p><p>pena.</p><p>Tanto a ARMA DE FOGO</p><p>como a ARMA BRANCA</p><p>são causas de aumento de</p><p>pena.</p><p>A jurisprudência possuía</p><p>uma interpretação ampla</p><p>sobre o tema.</p><p>Assim, poderiam ser</p><p>incluídos no conceito de</p><p>arma, a arma de fogo, a</p><p>arma branca (considerada</p><p>arma imprópria, como faca,</p><p>facão, canivete) e quaisquer</p><p>outros “artefatos” capazes</p><p>de causar dano à</p><p>integridade física do ser</p><p>humano ou de coisas, como</p><p>por exemplo uma garrafa de</p><p>vidro quebrada, um garfo,</p><p>um espeto de churrasco,</p><p>uma chave de fenda etc.</p><p>O roubo com o emprego de</p><p>arma branca deixa de ser</p><p>punido como roubo</p><p>circunstanciado e passou a</p><p>ser, em princípio, roubo</p><p>simples.</p><p>No período de aplicação da</p><p>Lei 13.654/18, o juiz estava</p><p>proibido de utilizar essa</p><p>circunstância (emprego de</p><p>arma branca) como causa de</p><p>aumento de pena, mas nada</p><p>impede que considere isso</p><p>como CIRCUNSTÂNCIA</p><p>JUDICIAL NEGATIVA, na</p><p>fase do art. 59 do CP (STJ.</p><p>5ª Turma. HC 556.629-RJ,</p><p>Rel. Min. Ribeiro Dantas, j.</p><p>03/03/2020 - Info 668).</p><p>A Lei 13.964/19 corrigiu a</p><p>falha anterior do legislador</p><p>e acrescentou o inciso VII no</p><p>§ 2º do art. 157 do CP. Com</p><p>isso, o emprego de arma</p><p>branca voltou a ser uma</p><p>causa de aumento de pena</p><p>do roubo.</p><p>Essa mudança é mais</p><p>gravosa e, portanto, não se</p><p>aplica para os fatos</p><p>cometidos antes da</p><p>entrada em vigor da Lei</p><p>13.964/19.</p><p>O EMPREGO DE ARMA</p><p>(seja de fogo, seja branca)</p><p>era punido com aumento de</p><p>1/3 a 1/2 da pena.</p><p>O emprego de ARMA DE</p><p>FOGO é punido com</p><p>aumento de 2/3 da pena.</p><p>O emprego de ARMA DE</p><p>FOGO de USO</p><p>PERMITIDO é punido com</p><p>aumento de 2/3 da pena.</p><p>No caso de emprego de</p><p>ARMA DE FOGO DE USO</p><p>RESTRITO ou PROIBIDO</p><p>aplica-se o dobro da pena.</p><p>97</p><p>O emprego de ARMA</p><p>BRANCA, por sua vez, é</p><p>punido, em princípio, como</p><p>roubo simples.</p><p>O emprego de ARMA</p><p>BRANCA é punido com</p><p>aumento de 1/3 até 1/2.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>§ 3º. SE DA VIOLÊNCIA RESULTA:</p><p>(Lei 13.654/18)</p><p>I. LESÃO CORPORAL GRAVE, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos, e multa; (Lei</p><p>13.654/18)</p><p>II. MORTE, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa. (Lei 13.654/18)</p><p>SÚMULA 603, STF: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz</p><p>singular e não do Tribunal do Júri.</p><p>SÚMULA 610, STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que</p><p>não realize o agente a subtração de bens da vítima.</p><p>LATROCÍNIO TENTADO X LATROCÍNIO CONSUMADO</p><p>Morte consumada + subtração consumada LATROCÍNIO CONSUMADO</p><p>Morte tentada + subtração consumada LATROCÍNIO TENTADO</p><p>Morte tentada + subtração tentada LATROCÍNIO TENTADO</p><p>Morte consumada + subtração tentada</p><p>LATROCÍNIO CONSUMADO</p><p>(Súmula 610 do STF)</p><p>TEORIAS DA CONSUMAÇÃO DO FURTO E DO ROUBO</p><p>CONCRETATIO</p><p>A consumação se dá pelo simples contato entre o agente e a coisa</p><p>alheia. Para que o crime se consuma basta o agente TOCAR na coisa.</p><p>APPREHENSIO,</p><p>AMOTIO ou</p><p>INVERSÃO DA</p><p>POSSE</p><p>A consumação ocorre no momento em que a coisa subtraída passa</p><p>para o poder do agente, ainda que por breve espaço de tempo,</p><p>mesmo que o sujeito seja logo perseguido pela polícia ou pela vítima.</p><p>O crime se consuma mesmo que o agente não fique com a posse</p><p>mansa e pacífica. A coisa é retirada da esfera de disponibilidade da</p><p>vítima (inversão da posse), mas não é necessário que saia da esfera de</p><p>vigilância da vítima (não se exige que o agente tenha posse desvigiada</p><p>do bem).</p><p>MOMENTO CONSUMATIVO:</p><p>Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva,</p><p>ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao</p><p>agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.</p><p>STJ. 3ª Seção. REsp 1.524.450-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em</p><p>14/10/2015 (recurso repetitivo) (Informativo 572).</p><p>ABLATIO</p><p>A consumação ocorre quando a coisa, além de apreendida, é</p><p>TRANSPORTADA de um lugar para outro.</p><p>ILATIO</p><p>A consumação só ocorre quando a coisa é LEVADA AO LOCAL</p><p>DESEJADO pelo ladrão para tê-la a salvo.</p><p>Extorsão</p><p>Art. 158</p><p>Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o INTUITO DE OBTER</p><p>PARA SI OU PARA OUTREM INDEVIDA VANTAGEM ECONÔMICA, a fazer, tolerar que</p><p>se faça ou deixar de fazer alguma coisa:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.</p><p>SÚMULA 96, STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção</p><p>da vantagem indevida.</p><p>§ 1º. Se o crime é cometido por 2 ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-</p><p>se a pena de 1/3 até metade.</p><p>98</p><p>§ 2º. Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo</p><p>anterior.</p><p>§ 3º. Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa</p><p>condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6</p><p>a 12 anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas</p><p>previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. (Lei 11.923/09)</p><p>ROUBO X EXTORSÃO</p><p>ROUBO EXTORSÃO</p><p>É CRIME MATERIAL, a consumação</p><p>ocorre com a efetiva subtração da coisa.</p><p>É CRIME FORMAL, a vantagem</p><p>econômica indevida não precisa ser</p><p>obtida pelo agente para a consumação</p><p>(Súmula 96 do STJ).</p><p>É dispensável a colaboração da vítima</p><p>para a empreitada criminosa.</p><p>É imprescindível a colaboração da vítima</p><p>para o êxito da empreitada criminosa.</p><p>O objeto material é coisa alheia móvel.</p><p>O objeto material é a própria vantagem</p><p>econômica indevida, abrangendo bens</p><p>imóveis.</p><p>Conforme entendimento pacífico do STJ, não há continuidade delitiva entre os delitos</p><p>de roubo e extorsão, porque de espécies diferentes.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 765.098/SP, relator Ministro Ribeiro Dantas, julgado em</p><p>25/10/2022, DJe de 4/11/2022.</p><p>Extorsão mediante sequestro</p><p>Art. 159</p><p>SEQUESTRAR PESSOA com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,</p><p>como condição ou preço do RESGATE:</p><p>Pena: reclusão, de 8 a 15 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 1º. Se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado é menor de 18 ou maior de</p><p>60 anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. (Lei 10.741/03)</p><p>Pena: reclusão, de 12 a 20 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 2º. Se do fato resulta LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE:</p><p>Pena: reclusão, de 16 a 24 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 3º. Se resulta a MORTE:</p><p>Pena: reclusão, de 24 a 30 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 4º. Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,</p><p>facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3. (Lei 9.269/96)</p><p>Extorsão indireta</p><p>Art. 160</p><p>Exigir ou receber, COMO GARANTIA DE DÍVIDA, abusando da situação de alguém,</p><p>documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Capítulo III - Da usurpação</p><p>Alteração de limites</p><p>Art. 161</p><p>Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para</p><p>apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, e multa.</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre quem:</p><p>99</p><p>Usurpação de águas</p><p>I. desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;</p><p>Esbulho possessório</p><p>II. invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de 2</p><p>pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.</p><p>§ 2º. Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.</p><p>§ 3º. Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede</p><p>mediante queixa.</p><p>Supressão ou alteração de marca em animais</p><p>Art. 162</p><p>Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de</p><p>propriedade:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.</p><p>Capítulo IV - Do dano</p><p>Dano</p><p>Art. 163</p><p>Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Dano qualificado</p><p>Parágrafo único. Se o crime é cometido:</p><p>I. com violência à pessoa ou grave ameaça;</p><p>II. com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime</p><p>mais grave</p><p>III. contra o patrimônio da União, de Estado, do DF, de Município ou de autarquia,</p><p>fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa</p><p>concessionária de serviços públicos; (Lei 13.531/17)</p><p>IV. por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Não é possível aplicar o princípio da insignificância ao crime de dano qualificado ao</p><p>patrimônio público, diante da lesão a bem jurídico de relevante valor social, que afeta</p><p>toda a coletividade.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 676181/SC, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador</p><p>Convocado Do TJDFT), DJe 14/03/2022.</p><p>Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia</p><p>Art. 164</p><p>Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,</p><p>desde que o fato resulte prejuízo:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 6 meses, ou multa.</p><p>Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico</p><p>Art. 165</p><p>Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de</p><p>valor artístico, arqueológico ou histórico:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>100</p><p>Alteração de local especialmente protegido</p><p>Art. 166</p><p>Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido</p><p>por lei:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>Ação penal</p><p>Art. 167</p><p>Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede</p><p>mediante queixa.</p><p>Capítulo V - Da apropriação indébita</p><p>Apropriação indébita</p><p>Art. 168</p><p>Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 1º. A pena é aumentada de 1/3, quando o agente recebeu a coisa:</p><p>I. em depósito necessário;</p><p>II. na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro</p><p>ou depositário judicial;</p><p>III. em razão de ofício, emprego ou profissão.</p><p>Apropriação indébita previdenciária</p><p>Art. 168-A</p><p>Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes , no</p><p>prazo e forma legal ou convencional: (Lei 9.983/00)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Lei 9.983/00)</p><p>I. recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência</p><p>social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou</p><p>arrecadada do público; (Lei 9.983/00)</p><p>II. recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas</p><p>contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Lei</p><p>9.983/00)</p><p>III. pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem</p><p>sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 2º. É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente, espontaneamente, declara, confessa e</p><p>efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações</p><p>devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, ANTES DO INÍCIO</p><p>DA AÇÃO FISCAL. (Lei 9.983/00)</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA E SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA</p><p>- EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA</p><p>PREVIDENCIÁRIA (Art. 168-A, § 2º, do CP)</p><p>SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO</p><p>PREVIDENCIÁRIA (Art. 337-A, § 1º, do CP)</p><p>É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente,</p><p>espontaneamente, declara, confessa</p><p>E EFETUA O PAGAMENTO das</p><p>contribuições, importâncias ou valores e</p><p>presta as informações devidas à</p><p>previdência social, na forma definida em lei</p><p>É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente,</p><p>espontaneamente, declara e confessa as</p><p>contribuições, importâncias ou valores e</p><p>presta as informações devidas à</p><p>previdência social, na forma definida em lei</p><p>101</p><p>ou regulamento, antes do início da ação</p><p>fiscal.</p><p>ou regulamento, antes do início da ação</p><p>fiscal.</p><p>É EXIGIDO o PAGAMENTO DOS</p><p>DÉBITOS para extinção da punibilidade</p><p>NÃO É EXIGIDO o PAGAMENTO DOS</p><p>DÉBITOS para extinção da punibilidade</p><p>§ 3º. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o</p><p>agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Lei 9.983/00)</p><p>I. tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o</p><p>pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Lei 9.983/00)</p><p>II. o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele</p><p>estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo</p><p>para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 4º. A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de</p><p>contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,</p><p>administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Lei</p><p>13.606/18)</p><p>APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA</p><p>CRIME OMISSIVO</p><p>PRÓPRIO</p><p>Se completa com a mera omissão de recolhimento da</p><p>contribuição previdenciária dentro do prazo e das formas legais,</p><p>ou seja, é dispensável o locupletamento do agente com as</p><p>quantias das contribuições previdenciárias, bastando que não</p><p>sejam repassadas aos cofres públicos.</p><p>CRIME MATERIAL</p><p>A jurisprudência dos tribunais superiores é consolidada no</p><p>sentido de que crime do art. 168-A do Código Penal é de natureza</p><p>material que só se consuma com a constituição definitiva, na via</p><p>administrativa, do débito tributário, consoante o disposto na</p><p>Súmula Vinculante 24 do STF.</p><p>CRIME PRÓPRIO</p><p>A apropriação indébita previdenciária só pode ser praticada por</p><p>pessoa física que tenha o dever legal de repassar as contribuições</p><p>arrecadadas dos contribuintes à Previdência Social.</p><p>SUJEITO PASSIVO</p><p>O sujeito passivo deste delito é o Estado, em especial a</p><p>Previdência Social.</p><p>OBJETO JURÍDICO</p><p>TUTELADO</p><p>Trata-se de um crime contra a Administração Pública.</p><p>Objetiva-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdência</p><p>Social e de toda a coletividade participante do sistema</p><p>previdenciário.</p><p>PRESCINDE DE</p><p>DOLO ESPECÍFICO</p><p>Segundo a doutrina e a jurisprudência, a apropriação indébita</p><p>previdenciária dispensa o dolo específico, ou seja, a vontade de</p><p>realizar o fato com o fim especial de obter uma vantagem</p><p>indevida.</p><p>EXTINÇÃO DA</p><p>PUNIBILIDADE</p><p>É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara,</p><p>confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias</p><p>ou valores e presta as informações devidas à previdência social,</p><p>na forma definida em lei ou regulamento.</p><p>Segundo entendimento firmado pelos tribunais superiores, o</p><p>adimplemento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo</p><p>após o trânsito em julgado, é causa de extinção da punibilidade (HC</p><p>362.478/SP, DJe 20/09/2017).</p><p>REPRESENTAÇÃO</p><p>FISCAL PARA FINS</p><p>PENAIS</p><p>(art. 83 da Lei</p><p>9.430/96)</p><p>A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes de</p><p>apropriação indébita previdenciária e de sonegação de</p><p>contribuição previdenciária será encaminhada ao Ministério</p><p>Público depois de proferida a decisão final, na esfera</p><p>administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário</p><p>correspondente.</p><p>(STF. Plenário. ADI 4980/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em</p><p>10/3/2022 – Info 1047).</p><p>102</p><p>PARCELAMENTO DOS DÉBITOS X PAGAMENTO INTEGRAL DOS DÉBITOS</p><p>PARCELAMENTO DOS DÉBITOS PAGAMENTO INTEGRAL DOS DÉBITOS</p><p>Fica suspensa a pretensão punitiva penal</p><p>do Estado.</p><p>Haverá extinção da punibilidade.</p><p>Lei 10.684/03, art. 9º. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes</p><p>previstos nos arts. 1º e 2º da Lei 8.137/90, e nos arts. 168-A e 337-A do Código Penal,</p><p>durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes</p><p>estiver incluída no regime de parcelamento.</p><p>§ 1º. A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão</p><p>punitiva.</p><p>§ 2º. Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa</p><p>jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos</p><p>de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios.</p><p>O princípio da insignificância não se aplica aos crimes de apropriação indébita</p><p>previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária, pois esses tipos penais</p><p>protegem a própria subsistência da Previdência Social.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1832011/MG, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, julgado</p><p>em 10/08/2021, DJe 16/08/2021.</p><p>Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza</p><p>Art. 169</p><p>Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da</p><p>natureza:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Na mesma pena incorre:</p><p>Apropriação de tesouro</p><p>I. quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a</p><p>que tem direito o proprietário do prédio;</p><p>Apropriação de coisa achada</p><p>II. quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de</p><p>restitui-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,</p><p>dentro no prazo de 15 dias.</p><p>Art. 170</p><p>Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.</p><p>Capítulo VI - Do estelionato e outras fraudes</p><p>Estelionato</p><p>Art. 171</p><p>Obter, para si ou para outrem, VANTAGEM ILÍCITA, EM PREJUÍZO ALHEIO, INDUZINDO</p><p>OU MANTENDO ALGUÉM EM ERRO, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio</p><p>fraudulento:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.</p><p>SÚMULA 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade</p><p>lesiva, é por este absorvido.</p><p>SÚMULA 48, STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar</p><p>e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.</p><p>SÚMULA 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura,</p><p>em tese, o crime</p><p>de estelionato, da competência da Justiça Estadual.</p><p>SÚMULA 107, STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de</p><p>estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das</p><p>103</p><p>contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.</p><p>§ 1º. Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a</p><p>pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.</p><p>§ 2º. NAS MESMAS PENAS INCORRE QUEM:</p><p>Disposição de coisa alheia como própria</p><p>I. vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como</p><p>própria;</p><p>Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria</p><p>II. vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada</p><p>de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento</p><p>em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;</p><p>Defraudação de penhor</p><p>III. defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a</p><p>garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;</p><p>Fraude na entrega de coisa</p><p>IV. defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;</p><p>Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro</p><p>V. destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a</p><p>saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver</p><p>indenização ou valor de seguro;</p><p>Fraude no pagamento por meio de cheque</p><p>VI. emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra</p><p>o pagamento.</p><p>Fraude eletrônica</p><p>§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 a 8 anos, e multa, se a fraude é cometida com a utilização</p><p>de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes</p><p>sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento , ou por qualquer</p><p>outro meio fraudulento análogo. (Lei 14.155/21)</p><p>§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado</p><p>gravoso, aumenta-se de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado mediante a utilização de servidor</p><p>mantido fora do território nacional. (Lei 14.155/21)</p><p>§ 3º. A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é cometido em detrimento de entidade de</p><p>direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.</p><p>SÚMULA 24, STJ: Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima</p><p>entidade autárquica da previdência social, a qualificadora do § 3º, do art. 171 do CP.</p><p>SÚMULA 599, STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a</p><p>administração pública.</p><p>O princípio da insignificância é inaplicável ao crime de estelionato cometido contra a</p><p>administração pública, uma vez que a conduta ofende o patrimônio público, a moral</p><p>administrativa e a fé pública, e possui elevado grau de reprovabilidade.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 2007197/SE, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe 06/10/22.</p><p>ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO</p><p>ESTELIONATO</p><p>CIRCUNSTANCIADO</p><p>OU MAJORADO</p><p>A pena do delito de estelionato é aumentada em um terço se o</p><p>crime, em qualquer uma das formas, é cometido em detrimento</p><p>de entidade de direito público ou de instituto de economia</p><p>popular, assistência social ou beneficência. Logo, aplica-se a</p><p>majorante aos casos que envolvam a entidade autárquica</p><p>previdenciária (INSS).</p><p>104</p><p>CRIME COMUM</p><p>Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo e praticar o estelionato</p><p>previdenciário.</p><p>CRIME</p><p>INSTANTÂNEO ou</p><p>PERMANENTE</p><p>Benefício</p><p>fraudulento na</p><p>origem, criado</p><p>sem</p><p>observância dos</p><p>requisitos legais</p><p>Para o STF, se o crime é praticado por um</p><p>terceiro, que não será o beneficiário do</p><p>valor da previdência, para esse terceiro o</p><p>crime é INSTANTÂNEO DE EFEITOS</p><p>PERMANENTES.</p><p>Para o STF, se o agente é quem se beneficia</p><p>diretamente da fraude, o crime é</p><p>PERMANENTE, pois todo mês recebe os</p><p>valores indevidos.</p><p>Benefício</p><p>devido na</p><p>origem, mas</p><p>alguém está</p><p>utilizando o</p><p>cartão do</p><p>beneficiário</p><p>indevidamente</p><p>Se alguém se vale do cartão previdenciário</p><p>de outrem que faleceu, recebendo os</p><p>valores indevidamente após a morte, o</p><p>crime será INSTANTÂNEO, ainda que faça</p><p>saques mensais do benefício.</p><p>Segundo o STJ, a continuidade delitiva é</p><p>aplicável ao estelionato previdenciário,</p><p>praticado por aquele que, após a morte do</p><p>beneficiário, passa a receber mensalmente</p><p>o benefício em seu lugar, mediante a</p><p>utilização de cartão magnético do falecido.</p><p>OBJETO JURÍDICO</p><p>TUTELADO</p><p>Trata-se de um crime contra a Administração Pública.</p><p>Objetiva-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdência</p><p>Social e de toda a coletividade participante do sistema</p><p>previdenciário.</p><p>SUJEITO PASSIVO</p><p>O sujeito passivo deste delito é, em regra, o Estado, em especial</p><p>a Previdência Social. Entretanto, é possível que o sujeito</p><p>passivo seja também a pessoa enganada ou prejudicada.</p><p>PRINCÍPIO DA</p><p>INSIGNIFICÂNCIA</p><p>Em se tratando de crime de estelionato cometido contra a</p><p>administração pública, não se aplica o princípio da</p><p>insignificância, nos termos da Súmula 599 do STJ.</p><p>Entende-se que a conduta que ofende o patrimônio público, a</p><p>moral administrativa e a fé pública possui elevado grau de</p><p>reprovabilidade.</p><p>Estelionato contra idoso ou vulnerável</p><p>§ 4º. A pena aumenta-se de 1/3 ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou</p><p>vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. (Lei 14.155/21)</p><p>§ 5º. Somente se procede mediante representação, SALVO SE A VÍTIMA FOR: (Lei</p><p>13.964/19)</p><p>I. a Administração Pública, direta ou indireta; (Lei 13.964/19)</p><p>II. criança ou adolescente; (Lei 13.964/19)</p><p>III. pessoa com deficiência mental; ou (Lei 13.964/19)</p><p>IV. maior de 70 anos de idade ou incapaz. (Lei 13.964/19)</p><p>AÇÃO PENAL NO CRIME DE ESTELIONATO</p><p>ANTES da Lei 13.964/19 DEPOIS da Lei 13.964/19</p><p>AÇÃO PENAL PÚBLICA</p><p>INCONDICIONADA</p><p>REGRA</p><p>CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA.</p><p>EXCEÇÃO</p><p>INCONDICIONADA quando a vítima for:</p><p>- A Administração Pública;</p><p>- Criança ou adolescente;</p><p>- Pessoa com deficiência mental;</p><p>- Maior de 70 anos de idade ou incapaz.</p><p>105</p><p>ESTELIONATO E FURTO MEDIANTE FRAUDE</p><p>ESTELIONATO FURTO MEDIANTE FRAUDE</p><p>PREVISÃO</p><p>LEGAL</p><p>Art. 171 do CP Art. 155, 4º, II, do CP</p><p>BEM</p><p>JURÍDICO</p><p>Patrimônio Patrimônio</p><p>AÇÃO</p><p>PENAL</p><p>PÚBLICA CONDICIONADA À</p><p>REPRESENTAÇÃO (em regra)</p><p>Ver exceções na tabela anterior</p><p>PÚBLICA INCONDICIONADA</p><p>NATUREZA</p><p>da FRAUDE</p><p>ELEMENTAR DO TIPO QUALIFICADORA DO CRIME</p><p>FINALIDADE</p><p>da FRAUDE</p><p>Fazer com que a vítima incida em</p><p>erro e entregue a coisa</p><p>espontaneamente</p><p>Fazer com que a vítima diminua</p><p>sua vigilância e não perceba a</p><p>subtração</p><p>MOMENTO</p><p>da FRAUDE</p><p>Empregada ANTES do</p><p>apossamento/entrega da coisa</p><p>Empregada ANTES ou</p><p>DURANTE da subtração da coisa</p><p>VONTADE</p><p>de ALTERAR</p><p>A POSSE</p><p>BILATERAL</p><p>(agente + vítima)</p><p>UNILATERAL</p><p>(agente)</p><p>EXEMPLO Bilhete premiado Saque via internet</p><p>ESTELIONATO, TRÁFICO DE INFLUÊNCIA E EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO</p><p>ESTELIONATO</p><p>(Art. 171 do CP)</p><p>TRÁFICO DE</p><p>INFLUÊNCIA</p><p>(Art. 332 do CP)</p><p>EXPLORAÇÃO DE</p><p>PRESTÍGIO</p><p>(Art. 357 do CP)</p><p>Crime contra o</p><p>PATRIMÔNIO</p><p>Crime contra a</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>PÚBLICA</p><p>Crime contra a</p><p>ADMINISTRAÇÃO DA</p><p>JUSTIÇA</p><p>Consiste em obter</p><p>vantagem ilícita em prejuízo</p><p>alheio mediante fraude</p><p>(artifício, ardil ou qualquer</p><p>outro meio fraudulento)</p><p>Consiste em solicitar, exigir,</p><p>cobrar ou obter vantagem</p><p>ou promessa de vantagem a</p><p>pretexto de influir em ato</p><p>praticado por funcionário</p><p>público</p><p>Consiste em solicitar ou</p><p>receber (dinheiro ou</p><p>utilidade) a pretexto de</p><p>influir em juiz, jurado, órgão</p><p>do MP, funcionário de</p><p>justiça, perito, tradutor,</p><p>intérprete ou testemunha</p><p>O agente visa obter</p><p>vantagem ilícita em prejuízo</p><p>alheio</p><p>O agente visa obter</p><p>vantagem ilícita</p><p>O agente visa obter</p><p>vantagem ilícita</p><p>Consuma-se com o duplo</p><p>resultado - vantagem ilícita</p><p>e prejuízo alheio (delito</p><p>material)</p><p>Consuma-se com a</p><p>solicitação, exigência,</p><p>cobrança (delito formal)</p><p>ou</p><p>com a obtenção da</p><p>vantagem (delito material)</p><p>Consuma-se com a</p><p>solicitação (delito formal)</p><p>ou com o recebimento</p><p>(delito material)</p><p>Fraude com a utilização de ativos virtuais, valores mobiliários ou ativos</p><p>financeiros</p><p>Art. 171-A</p><p>Organizar, gerir, ofertar ou distribuir carteiras ou intermediar operações que envolvam</p><p>ativos virtuais, valores mobiliários ou quaisquer ativos financeiros com o fim de obter</p><p>vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante</p><p>artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. (Lei 14.478/22)</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. (Lei 14.478/22)</p><p>106</p><p>Duplicata simulada</p><p>Art. 172</p><p>Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em</p><p>quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (Lei 8.137/90)</p><p>Pena: detenção, de 2 a 4 anos, e multa. (Lei 8.137/90)</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a</p><p>escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Lei 5.474/68)</p><p>Abuso de incapazes</p><p>Art. 173</p><p>Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor,</p><p>ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato</p><p>suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.</p><p>Induzimento à especulação</p><p>Art. 174</p><p>Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou</p><p>inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação</p><p>com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Fraude no comércio</p><p>Art. 175</p><p>Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:</p><p>I. vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;</p><p>II. entregando uma mercadoria por outra:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>§ 1º. Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir,</p><p>no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa</p><p>por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.</p><p>§ 2º. É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.</p><p>Outras fraudes</p><p>Art. 176</p><p>Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte</p><p>sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 2 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode,</p><p>conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.</p><p>Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações</p><p>Art. 177</p><p>Promover a fundação de sociedade por ações , fazendo, em prospecto ou em comunicação</p><p>ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando</p><p>fraudulentamente fato a ela relativo:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia</p><p>popular.</p><p>§ 1º. Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:</p><p>107</p><p>I. o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório,</p><p>parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia, faz afirmação falsa</p><p>sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou</p><p>em parte, fato a elas relativo;</p><p>II. o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das</p><p>ações ou de outros títulos da sociedade;</p><p>III. o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio</p><p>ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia</p><p>geral;</p><p>IV. o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela</p><p>emitidas, salvo quando a lei o permite;</p><p>V. o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em</p><p>caução ações da própria sociedade;</p><p>VI. o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante</p><p>balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;</p><p>VII. o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,</p><p>consegue a aprovação de conta ou parecer;</p><p>VIII. o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;</p><p>IX. o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País,</p><p>que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.</p><p>§ 2º. Incorre na pena de detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa, o acionista que, a fim de</p><p>obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral.</p><p>Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"</p><p>Art. 178</p><p>Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Fraude à execução</p><p>Art. 179</p><p>Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando</p><p>dívidas:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.</p><p>Capítulo VII - Da receptação</p><p>Receptação</p><p>Art. 180</p><p>Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, COISA</p><p>QUE SABE SER PRODUTO DE CRIME, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,</p><p>receba ou oculte: (Lei 9.426/96)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. (Lei 9.426/96)</p><p>RECEPTAÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO</p><p>RECEPTAÇÃO LAVAGEM DE DINHEIRO</p><p>É crime contra o PATRIMÔNIO</p><p>É crime contra a ORDEM ECONÔMICO-</p><p>FINANCEIRA</p><p>Não pode ser cometido pelo autor da</p><p>infração antecedente</p><p>Pode ser cometido pelo autor da</p><p>infração antecedente (autolavagem ou</p><p>selflaundering)</p><p>Tem como objeto apenas coisas móveis</p><p>produto de crime</p><p>Tem como objeto material bens móveis</p><p>ou imóveis, direitos ou valores</p><p>provenientes, direta ou indiretamente, de</p><p>infração penal (crime ou contravenção)</p><p>108</p><p>O elemento subjetivo consiste na vontade</p><p>livre e consciente de adquirir, receber,</p><p>transportar ou ocultar a coisa, ou de influir</p><p>para que terceiro de boa-fé a adquira,</p><p>receba ou oculte, sem a intenção de</p><p>conferir aparência lícita a esses bens</p><p>O elemento subjetivo está voltado à</p><p>ocultação e dissimulação da origem ilícita</p><p>de bens, direitos ou valores provenientes</p><p>da infração penal</p><p>Receptação qualificada</p><p>§ 1º. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,</p><p>montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio</p><p>ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser</p><p>produto de crime: (Lei 9.426/96)</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 8 anos, e multa. (Lei 9.426/96)</p><p>A receptação, em sua forma qualificada, demanda especial qualidade do sujeito ativo,</p><p>que deve ser comerciante ou industrial.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2.259.297-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 18/4/23 (Info 771).</p><p>§ 2º. Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer</p><p>forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (Lei</p><p>9.426/96)</p><p>§ 3º. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o</p><p>valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio</p><p>criminoso: (Lei 9.426/96)</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa, ou ambas as penas. (Lei 9.426/96)</p><p>§ 4º. A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do</p><p>crime de que proveio a coisa. (Lei 9.426/96)</p><p>§ 5º. Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as</p><p>circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do</p><p>art. 155. (Lei 9.426/96)</p><p>§ 6º. Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do DF, de Município ou de</p><p>autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa</p><p>concessionária de serviços públicos,</p><p>aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.</p><p>(Lei 13.531/17)</p><p>Receptação de animal</p><p>Art. 180-A</p><p>Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a</p><p>finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção ,</p><p>ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: (Lei 13.330/16)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 13.330/16)</p><p>Capítulo VIII - Disposições Gerais</p><p>Art. 181</p><p>É ISENTO DE PENA quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:</p><p>I. do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;</p><p>II. de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou</p><p>natural.</p><p>Art. 182</p><p>Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido</p><p>em prejuízo:</p><p>I. do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;</p><p>II. de irmão, legítimo ou ilegítimo;</p><p>III. de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita .</p><p>109</p><p>Art. 183</p><p>Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:</p><p>I. se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave</p><p>ameaça ou violência à pessoa;</p><p>II. ao estranho que participa do crime.</p><p>III. se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. (Lei</p><p>10.741/03)</p><p>IMUNIDADES PATRIMONIAIS</p><p>IMUNIDADES</p><p>ABSOLUTAS</p><p>(Art. 181)</p><p>CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE</p><p>É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos</p><p>neste título, em prejuízo:</p><p>I. do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;</p><p>II. de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou</p><p>ilegítimo, seja civil ou natural.</p><p>IMUNIDADES</p><p>RELATIVAS</p><p>(Art. 182)</p><p>CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE DA AÇÃO</p><p>Somente se procede mediante representação, se o crime</p><p>previsto neste título é cometido em prejuízo:</p><p>I. do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;</p><p>II. de irmão, legítimo ou ilegítimo;</p><p>III. de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.</p><p>EXCLUDENTES</p><p>DAS IMUNIDADES</p><p>(Art. 183)</p><p>Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:</p><p>I. se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja</p><p>emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;</p><p>II. ao estranho que participa do crime.</p><p>III. se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou</p><p>superior a 60 anos.</p><p>110</p><p>TÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE</p><p>IMATERIAL</p><p>Capítulo I - Dos crimes contra a propriedade intelectual</p><p>Violação de direito autoral</p><p>Art. 184</p><p>VIOLAR DIREITOS DE AUTOR e os que lhe são conexos: (Lei 10.695/03)</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. (Lei 10.695/03)</p><p>É inaplicável o princípio da insignificância ao delito de violação de direito autoral.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg nos EDcl nos EDcl no AgRg no RHC 110831/MT, Rel. Ministro Ribeiro</p><p>Dantas, DJe 06/04/2021.</p><p>§ 1º. Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto</p><p>ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou</p><p>fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do</p><p>produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Lei 10.695/03)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. (Lei 10.695/03)</p><p>§ 2º. Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto,</p><p>distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito,</p><p>original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito</p><p>de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de</p><p>fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa</p><p>autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Lei 10.695/03)</p><p>SÚMULA 502, STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação</p><p>ao crime previsto no art. 184, § 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs</p><p>piratas.</p><p>SÚMULA 574, STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a</p><p>comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do</p><p>produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a</p><p>identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os</p><p>representem.</p><p>É inaplicável o princípio da insignificância na conduta de expor à venda CDs e DVDs</p><p>piratas, diante da reprovabilidade e ofensividade do delito.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC 531030/SP, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe 01/07/2020.</p><p>§ 3º. Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica,</p><p>satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da</p><p>obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por</p><p>quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização</p><p>expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de</p><p>fonograma, ou de quem os represente: (Lei 10.695/03)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 4 anos, e multa. (Lei 10.695/03)</p><p>§ 4º. O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação</p><p>ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei</p><p>9.610/98, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado</p><p>do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Lei 10.695/03)</p><p>Usurpação de nome ou pseudônimo alheio</p><p>Art. 185</p><p>(REVOGADO pela Lei 10.695/03)</p><p>Art. 186</p><p>Procede-se mediante: (Lei 10.695/03)</p><p>I. queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Lei 10.695/03)</p><p>II. ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2º do art. 184; (Lei</p><p>10.695/03)</p><p>111</p><p>III. ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades</p><p>de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou</p><p>fundação instituída pelo Poder Público; (Lei 10.695/03)</p><p>IV. ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art.</p><p>184. (Lei 10.695/03)</p><p>Capítulo II - Dos crimes contra o privilégio de invenção</p><p>Arts. 187 a 191</p><p>(REVOGADOS pela Lei 9.279/96)</p><p>Capítulo III - Dos crimes contra as marcas de indústria e</p><p>comércio</p><p>Arts. 192 a 195</p><p>(REVOGADOS pela Lei 9.279/96)</p><p>Capítulo IV - Dos crimes de concorrência desleal</p><p>Art. 196</p><p>(REVOGADO pela Lei 9.279/96)</p><p>112</p><p>TÍTULO IV - DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO</p><p>TRABALHO</p><p>Atentado contra a liberdade de trabalho</p><p>Art. 197</p><p>CONSTRANGER ALGUÉM, MEDIANTE VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA:</p><p>I. a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não</p><p>trabalhar durante certo período ou em determinados dias:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência;</p><p>II. a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho , ou a participar de parede ou</p><p>paralisação de atividade econômica:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta</p><p>Art. 198</p><p>Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho,</p><p>ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto</p><p>industrial ou agrícola:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Atentado contra a liberdade de associação</p><p>Art. 199</p><p>Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de</p><p>participar de determinado sindicato ou associação profissional:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem</p><p>Art. 200</p><p>Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa</p><p>ou contra coisa:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono</p><p>de trabalho é</p><p>indispensável o concurso de, pelo menos, 3 empregados.</p><p>Paralisação de trabalho de interesse coletivo</p><p>Art. 201</p><p>Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra</p><p>pública ou serviço de interesse coletivo:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem</p><p>Art. 202</p><p>Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir</p><p>ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento</p><p>ou as coisas nele existentes ou delas dispor:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Frustração de direito assegurado por lei trabalhista</p><p>Art. 203</p><p>Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:</p><p>Pena: detenção de 1 ano a 2 anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Lei</p><p>9.777/98)</p><p>113</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre quem: (Lei 9.777/98)</p><p>I. obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para</p><p>impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida; (Lei 9.777/98)</p><p>II. impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou</p><p>por meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais. (Lei 9.777/98)</p><p>§ 2º. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor de 18 anos, idosa, gestante,</p><p>indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Lei 9.777/98)</p><p>Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho</p><p>Art. 204</p><p>Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Exercício de atividade com infração de decisão administrativa</p><p>Art. 205</p><p>Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>Aliciamento para o fim de emigração</p><p>Art. 206</p><p>Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.</p><p>(Lei 8.683/93)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos e multa. (Lei 8.683/93)</p><p>Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional</p><p>Art. 207</p><p>Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território</p><p>nacional:</p><p>Pena: detenção de 1 a 3 anos, e multa. (Lei 9.777/98)</p><p>§ 1º. Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução</p><p>do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia</p><p>do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem. (Lei</p><p>9.777/98)</p><p>§ 2º. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a vítima é menor de 18 anos, idosa, gestante,</p><p>indígena ou portadora de deficiência física ou mental. (Lei 9.777/98)</p><p>114</p><p>TÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO</p><p>E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS</p><p>Capítulo I - Dos crimes contra o sentimento religioso</p><p>Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo</p><p>Art. 208</p><p>Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou</p><p>perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de</p><p>culto religioso:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de 1/3, sem</p><p>prejuízo da correspondente à violência.</p><p>Capítulo II - Dos crimes contra o respeito aos mortos</p><p>Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária</p><p>Art. 209</p><p>Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de 1/3, sem</p><p>prejuízo da correspondente à violência.</p><p>Violação de sepultura</p><p>Art. 210</p><p>Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Destruição, subtração ou ocultação de cadáver</p><p>Art. 211</p><p>Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Vilipêndio a cadáver</p><p>Art. 212</p><p>Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>115</p><p>TÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL</p><p>Capítulo I - Dos crimes contra a liberdade sexual</p><p>Estupro</p><p>Art. 213</p><p>Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a</p><p>praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso : (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 6 a 10 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>SÚMULA 608, STF: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação</p><p>penal é pública incondicionada.</p><p>§ 1º. Se da conduta resulta LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE ou se a vítima é</p><p>MENOR DE 18 OU MAIOR DE 14 ANOS: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 8 a 12 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 2º. Se da conduta resulta MORTE: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 12 a 30 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>Art. 214</p><p>(REVOGADO pela Lei 12.015/09)</p><p>Violação sexual mediante fraude</p><p>Art. 215</p><p>Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro</p><p>meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima : (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica,</p><p>aplica-se também multa. (Lei 12.015/09)</p><p>Importunação sexual</p><p>Art. 215-A</p><p>Praticar contra alguém e sem a sua anuência ATO LIBIDINOSO COM O OBJETIVO DE</p><p>SATISFAZER A PRÓPRIA LASCÍVIA OU A DE TERCEIRO: (Lei 13.718/18)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave. (Lei 13.718/18)</p><p>IMPORTUNAÇÃO SEXUAL E ATO OBSCENO *</p><p>IMPORTUNAÇÃO SEXUAL (Art. 215-A) ATO OBSCENO (Art. 233)</p><p>Praticar contra alguém e sem a sua</p><p>anuência ato libidinoso com o objetivo de</p><p>satisfazer a própria lascívia ou a de</p><p>terceiro:</p><p>Reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não</p><p>constitui crime mais grave.</p><p>Praticar ato obsceno em lugar público, ou</p><p>aberto ou exposto ao público:</p><p>Detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>O sujeito passivo é determinado</p><p>(uma pessoa determinada ou um grupo de</p><p>pessoas determinado).</p><p>Sujeito passivo é a coletividade</p><p>(crime vago).</p><p>Exige-se um elemento subjetivo especial.</p><p>O agente pratica a conduta “com o objetivo</p><p>de satisfazer a própria lascívia ou a de</p><p>terceiro”.</p><p>O elemento subjetivo é o dolo,</p><p>não se exigindo do sujeito nenhuma</p><p>finalidade específica.</p><p>A conduta não precisa ter sido praticada</p><p>em lugar público, ou aberto ou exposto a</p><p>público.</p><p>Para que o crime se configure,</p><p>é indispensável que o ato obsceno tenha</p><p>sido praticado em lugar público, ou</p><p>aberto ou exposto ao público.</p><p>116</p><p>Para que o crime se configure, é</p><p>indispensável que o ato libidinoso tenha</p><p>sido praticado contra alguém que não</p><p>concordou com isso. A análise da anuência</p><p>ou não da pessoa atingida é fundamental.</p><p>Não importa se houve ou não anuência</p><p>das pessoas que estavam presentes. Se o</p><p>ato obsceno foi praticado em lugar público,</p><p>ou aberto ou exposto ao público, haverá o</p><p>crime.</p><p>Infração de médio potencial ofensivo. Infração de menor potencial ofensivo.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>Art. 216</p><p>(REVOGADO pela Lei 12.015/09)</p><p>Assédio sexual</p><p>Art. 216-A</p><p>Constranger alguém com o INTUITO DE OBTER VANTAGEM OU FAVORECIMENTO</p><p>SEXUAL, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência</p><p>inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função . (Lei 10.224/01)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 2 anos. (Lei 10.224/01)</p><p>Parágrafo único. (VETADO)</p><p>§ 2º. A pena é aumentada em até 1/3 se a vítima é menor de 18 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>Capítulo I-A - Da exposição da intimidade sexual</p><p>Registro não autorizado da intimidade sexual</p><p>Art. 216-B</p><p>Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com CENA DE</p><p>NUDEZ OU ATO SEXUAL OU LIBIDINOSO DE CARÁTER ÍNTIMO E PRIVADO sem</p><p>autorização dos participantes: (Lei 13.772/18)</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano, e multa.</p><p>Parágrafo único. NA MESMA PENA incorre</p><p>quem realiza montagem em fotografia,</p><p>vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato</p><p>sexual ou libidinoso de caráter íntimo. (Lei 13.772/18)</p><p>O delito de registro não autorizado da intimidade sexual (art. 216-B do CP) possui a</p><p>natureza de ação penal pública incondicionada.</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 175.947/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 25/4/2023 (Info 772).</p><p>Capítulo II - Dos crimes sexuais contra vulnerável</p><p>Sedução</p><p>Art. 217</p><p>(REVOGADO pela Lei 11.106/05)</p><p>Estupro de vulnerável</p><p>Art. 217-A</p><p>Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 8 a 15 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>SÚMULA 593, STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção</p><p>carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual</p><p>consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou</p><p>existência de relacionamento amoroso com o agente.</p><p>Em se tratando de crime sexual praticado contra menor de 14 anos, a experiência</p><p>sexual anterior e a eventual homossexualidade do ofendido não servem para justificar</p><p>a diminuição da pena-base a título de comportamento da vítima.</p><p>117</p><p>A experiência sexual anterior e a eventual homossexualidade do ofendido, assim como</p><p>não desnaturam (descaracterizam) o crime sexual praticado contra menor de 14 anos,</p><p>não servem também para justificar a diminuição da pena-base, a título de</p><p>comportamento da vítima.</p><p>(STJ. 6ª Turma. REsp 897.734-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 3/2/2015 – Info 555)</p><p>§ 1º. INCORRE NA MESMA PENA quem pratica as ações descritas no caput com alguém</p><p>que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a</p><p>prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 2º. (VETADO)</p><p>§ 3º. Se da conduta resulta LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 10 a 20 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 4º. Se da conduta resulta MORTE: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 12 a 30 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 5º. As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se</p><p>independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações</p><p>sexuais anteriormente ao crime. (Lei 13.718/18)</p><p>Corrupção de menores</p><p>Art. 218</p><p>INDUZIR ALGUÉM MENOR de 14 ANOS a SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM: (Lei</p><p>12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>Parágrafo único. (VETADO)</p><p>CORRUPÇÃO DE MENORES *</p><p>CP (Art. 218) ECA (Art. 244-B)</p><p>Induzir alguém menor de 14 anos a</p><p>satisfazer a lascívia de outrem:</p><p>Reclusão, de 2 a 5 anos.</p><p>Corromper ou facilitar a corrupção de menor</p><p>de 18 anos, com ele praticando infração penal</p><p>ou induzindo-o a praticá-la:</p><p>Reclusão, de 1 a 4 anos.</p><p>A vítima, menor de 14 anos, é</p><p>induzida a satisfazer a lascívia de</p><p>outrem mediante a prática de alguma</p><p>conduta sem contato físico,</p><p>meramente contemplativa.</p><p>O agente pratica crime ou contravenção</p><p>penal na companhia de menor de 18 anos, ou</p><p>o induz a praticá-lo, fazendo com que aquela</p><p>pessoa, que ainda não atingiu a maioridade,</p><p>passe a fazer parte do mundo do crime. Trata-</p><p>se de crime formal, que não exige resultado</p><p>naturalístico para a sua consumação.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente</p><p>Art. 218-A</p><p>PRATICAR, NA PRESENÇA DE ALGUÉM MENOR de 14 ANOS, ou induzi-lo a presenciar,</p><p>conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem :</p><p>(Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 4 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de</p><p>criança ou adolescente ou de vulnerável</p><p>Art. 218-B</p><p>Submeter, induzir ou atrair à PROSTITUIÇÃO ou outra forma de exploração sexual alguém</p><p>MENOR de 18 ANOS ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário</p><p>discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Lei</p><p>12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 10 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>118</p><p>§ 1º. Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também</p><p>multa. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 2º. INCORRE NAS MESMAS PENAS: (Lei 12.015/09)</p><p>I. quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 e</p><p>maior de 14 anos na situação descrita no caput deste artigo; (Lei 12.015/09)</p><p>II. o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas</p><p>referidas no caput deste artigo. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 3º. Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a</p><p>cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Lei 12.015/09)</p><p>O DELITO DE FAVORECIMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTE É</p><p>CRIME INSTANTÂNEO</p><p>O delito de favorecimento à exploração sexual de adolescente (art. 218-B do CP) não</p><p>exige habitualidade.</p><p>Trata-se de CRIME INSTANTÂNEO, que se consuma no momento em que o agente</p><p>obtém a anuência para práticas sexuais com a vítima menor de idade, mediante artifícios</p><p>como a oferta de dinheiro ou outra vantagem, ainda que o ato libidinoso não seja</p><p>efetivamente praticado.</p><p>Esta interpretação da norma do art. 218-B, do Código Penal é a única capaz de cumprir com</p><p>a exigência de proteção integral da pessoa em desenvolvimento contra todas as formas de</p><p>exploração sexual.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1963590/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 20/09/2022 (Info 754).</p><p>Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena</p><p>de sexo ou de pornografia</p><p>Art. 218-C</p><p>Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou</p><p>divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de</p><p>informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha</p><p>cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática,</p><p>ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia : (Lei 13.718/18)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais grave. (Lei 13.718/18)</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 1º. A pena é aumentada de 1/3 a 2/3 se o crime é praticado por agente que mantém</p><p>ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou</p><p>humilhação. (Lei 13.718/18)</p><p>Exclusão de ilicitude</p><p>§ 2º. NÃO HÁ CRIME quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste</p><p>artigo em PUBLICAÇÃO DE NATUREZA JORNALÍSTICA, CIENTÍFICA, CULTURAL ou</p><p>ACADÊMICA com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima,</p><p>ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 anos. (Lei 13.718/18)</p><p>Capítulo III - Do rapto</p><p>Arts. 219 a 222</p><p>(REVOGADOS pela Lei 11.106/05)</p><p>Capítulo IV - Disposições Gerais</p><p>Arts. 223 e 224</p><p>(REVOGADOS pela Lei 12.015/09)</p><p>119</p><p>Ação penal</p><p>Art. 225</p><p>Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal</p><p>pública incondicionada. (Lei 13.718/18)</p><p>Apesar deste artigo especificar os Capítulos I (crimes contra a liberdade sexual) e II</p><p>(crimes sexuais contra vulnerável) do Título VI , TODOS OS CRIMES CONTRA A</p><p>DIGNIDADE SEXUAL SÃO DE AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA.</p><p>SÚMULA 608, STF: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação</p><p>penal é pública incondicionada.</p><p>Parágrafo único. (REVOGADO pela Lei 13.718/18)</p><p>Aumento de pena</p><p>Art. 226</p><p>A PENA É AUMENTADA: (Lei 11.106/05)</p><p>I. de 1/4, se o crime é cometido com o concurso de 2 ou mais pessoas; (Lei 11.106/05)</p><p>II. de metade (1/2), se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,</p><p>cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por</p><p>qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Lei 13.718/18)</p><p>III. (REVOGADO pela Lei 11.106/05)</p><p>IV. de 1/3 a 2/3, se o crime é praticado: (Lei 13.718/18)</p><p>Estupro coletivo</p><p>a. mediante concurso de 2 ou mais agentes;</p><p>117</p><p> O delito de favorecimento à exploração sexual de adolescente é crime instantâneo ... 118</p><p> Delito de Abandono Material * ....................................................................................................... 123</p><p> Responsabilidade civil por abandono material do pai em relação ao filho ........................ 124</p><p> Norma penal em branco – art. 268 do CP .................................................................................... 130</p><p> Associação e organização criminosa ............................................................................................. 134</p><p> Caracterização do delito de associação criminosa no contexto societário....................... 134</p><p> Falsificação de documento público................................................................................................ 139</p><p> Equiparam-se a documento público e particular ....................................................................... 139</p><p> Falsidade ideológica ........................................................................................................................... 140</p><p> O Capítulo I do Título XI do CP não se aplica aos dirigentes do "Sistema S" .................... 144</p><p> São considerados funcionários públicos para fins penais * .................................................... 144</p><p> Peculato.................................................................................................................................................. 145</p><p> Peculato culposo - Reparação do dano ......................................................................................... 145</p><p> Peculato eletrônico............................................................................................................................. 146</p><p> Concussão, corrupção ativa/passiva e prevaricação ............................................................... 147</p><p> Prevaricação e corrupção passiva privilegiada .......................................................................... 148</p><p> Tráfico de influência e exploração de prestígio ......................................................................... 149</p><p> Tráfico de influência e exploração de prestígio ......................................................................... 151</p><p> Concussão, corrupção passiva e ativa .......................................................................................... 151</p><p> Consumação do descaminho ........................................................................................................... 152</p><p> Sonegação previdenciária................................................................................................................. 154</p><p> Denunciação caluniosa e comunicação falsa de crime ............................................................ 158</p><p>9</p><p>DL 2.848/40</p><p>-</p><p>Código</p><p>Penal</p><p>Código Penal.</p><p>Atualizado até a Lei 14.562/23.</p><p>10</p><p>PARTE GERAL</p><p>DIREITO PENAL, CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Analisa os fatos humanos indesejados, define quais devem ser</p><p>rotulados como crime ou contravenção, anunciando as penas.</p><p>Ciência Normativa (dever ser)</p><p>Objeto O crime enquanto NORMA</p><p>Resultado Normas</p><p>Método Dedutivo</p><p>CRIMINOLOGIA</p><p>(ciência penal)</p><p>Ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o</p><p>comportamento da sociedade.</p><p>Ciência Empírica valorativa (ser)</p><p>Objeto O crime enquanto FATO</p><p>Resultado Dados científicos</p><p>Método Empírico Indutivo</p><p>POLÍTICA CRIMINAL</p><p>(ciência política)</p><p>Estratégias e os meios de controle social da criminalidade.</p><p>Ciência Política</p><p>Objeto O crime enquanto VALOR</p><p>Resultado Ações concretas contra a criminalidade</p><p>CONCEITO DE DIREITO PENAL</p><p>Aspecto FORMAL</p><p>(ou estático)</p><p>Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos</p><p>comportamentos humanos como infrações penais, define os seus</p><p>agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas</p><p>Aspecto MATERIAL</p><p>O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados</p><p>altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando</p><p>bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso</p><p>da sociedade.</p><p>Aspecto</p><p>SOCIOLÓGICO (ou</p><p>dinâmico)</p><p>O Direito Penal é um instrumento de controle social, buscando</p><p>assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos</p><p>membros da sociedade.</p><p>DIREITO PENAL DE EMERGÊNCIA, SIMBÓLICO E PROMOCIONAL</p><p>DIREITO PENAL</p><p>DE EMERGÊNCIA</p><p>O Estado, atendendo as demandas de criminalização, cria normas</p><p>de repressão ignorando garantias do cidadão.</p><p>Finalidade: devolver o sentimento de tranquilidade para a</p><p>sociedade.</p><p>Exemplo: lei dos crimes hediondos.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>PROMOCIONAL,</p><p>POLÍTICO OU</p><p>DEMAGOGO</p><p>O Estado visando a consecução dos seus objetivos políticos,</p><p>emprega leis penais desconsiderando o princípio da intervenção</p><p>mínima.</p><p>Finalidade: usar o direito penal para transformação</p><p>social/política.</p><p>Exemplo: contravenção da mendicância (revogada), o Estado cria</p><p>a contravenção ao invés de melhorar as políticas públicas.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>SIMBÓLICO</p><p>O Estado cria leis sem qualquer eficácia jurídica ou social.</p><p>Exemplo: proibição da marcha da maconha (direito de liberdade de</p><p>expressão).</p><p>11</p><p>PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL</p><p>Relacionados à MISSÃO</p><p>FUNDAMENTAL DO</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS</p><p>Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA (subsidiariedade)</p><p>Princípio da INSIGNIFICÂNCIA (decorre da intervenção mínima)</p><p>Princípio da ADEQUAÇÃO SOCIAL</p><p>Princípio da PROIBIÇÃO DE PROTEÇÃO DEFICIENTE</p><p>Princípio da VEDAÇÃO À CONTA CORRENTE (carta de crédito</p><p>carcerário)</p><p>Princípio da CONFIANÇA</p><p>Relacionados ao</p><p>FATO DO AGENTE</p><p>Princípio da EXTERIORIZAÇÃO (materialização do fato)</p><p>Princípio da LEGALIDADE</p><p>Princípio da OFENSIVIDADE (lesividade)</p><p>Relacionados ao</p><p>AGENTE DO FATO</p><p>Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL</p><p>Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA</p><p>Princípio da CULPABILIDADE</p><p>Princípio da ISONOMIA (igualdade)</p><p>Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA</p><p>Relacionados à</p><p>PENA</p><p>Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA</p><p>Princípio da HUMANIDADE</p><p>Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA</p><p>Princípio da PROPORCIONALIDADE</p><p>Princípio da PESSOALIDADE</p><p>Princípio da VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM</p><p>FONTES DO DIREITO PENAL</p><p>Fontes MATERIAIS ou</p><p>de PRODUÇÃO</p><p>Se refere ao encarregado da criação do Direito Penal.</p><p>REGRA União (art. 22, I, da CF)</p><p>EXCEÇÃO</p><p>Estados, em questões especificas, autorizados</p><p>por LC (art. 22, parágrafo único, da CF)</p><p>Fontes FORMAIS,</p><p>de CONHECIMENTO</p><p>ou de COGNIÇÃO</p><p>É o instrumento de exteriorização do Direito Penal, ou seja, do</p><p>modo como as regras são reveladas.</p><p>Doutrina</p><p>CLÁSSICA</p><p>Imediata Lei</p><p>Mediata</p><p>Costumes</p><p>Princípios Gerais</p><p>Doutrina</p><p>MODERNA</p><p>Imediata</p><p>Lei (única fonte incriminadora)</p><p>CF</p><p>Tratados e Convenções</p><p>Internacionais de Direitos Humanos</p><p>Jurisprudência</p><p>Princípios</p><p>Complementos das Normas Penais</p><p>em Branco</p><p>Mediata Doutrina</p><p>O costume é uma fonte informal</p><p>12</p><p>AXIOMAS DO GARANTISMO PENAL</p><p>A teoria garantista penal de Luigi Ferrajoli tem sua base fincada em 10 axiomas ou</p><p>implicações dêonticas que não expressam proposições assertivas, mas proposições</p><p>prescritivas; não descrevem o que ocorre, mas prescrevem o que deva ocorrer; não</p><p>enunciam as condições que um sistema penal efetivamente satisfaz, mas as que deva</p><p>satisfazer em adesão aos seus princípios normativos internos e/ou a parâmetros de</p><p>justificação externa. Cada um dos axiomas se relaciona com um princípio:</p><p>AXIOMAS e</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>CORRELATOS</p><p>Nulla poena sine crimine</p><p>(Não há pena sem crime)</p><p>Princípio da retributividade ou</p><p>da consequencialidade da</p><p>pena em relação ao delito</p><p>Nulluam crimen sine lege</p><p>(Não há crime sem lei)</p><p>Princípio da legalidade</p><p>Nulla lex (poenalis) sine necessitate</p><p>(Não há lei penal sem necessidade)</p><p>Princípio da necessidade ou da</p><p>economia do direito penal</p><p>Nulla necessitas sine injuria</p><p>(Lei 13.718/18)</p><p>Estupro corretivo</p><p>b. para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Lei 13.718/18)</p><p>Capítulo V - Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de</p><p>prostituição ou outra forma de exploração sexual</p><p>Mediação para servir a lascívia de outrem</p><p>Art. 227</p><p>INDUZIR ALGUÉM a SATISFAZER A LASCÍVIA DE OUTREM:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 1º. Se a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos, ou se o agente é seu ascendente,</p><p>descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja</p><p>confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Lei 11.106/05)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos.</p><p>§ 2º. Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>§ 3º. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.</p><p>Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual</p><p>Art. 228</p><p>INDUZIR OU ATRAIR ALGUÉM À PROSTITUIÇÃO ou outra forma de exploração sexual,</p><p>facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 1º. Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge,</p><p>companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima , ou se assumiu, por lei</p><p>ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 8 anos. (Lei 12.015/09)</p><p>120</p><p>§ 2º. Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 10 anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>§ 3º. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.</p><p>Casa de prostituição</p><p>Art. 229</p><p>Manter, por conta própria ou de terceiro, ESTABELECIMENTO EM QUE OCORRA</p><p>EXPLORAÇÃO SEXUAL, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário</p><p>ou gerente: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.</p><p>Rufianismo</p><p>Art. 230</p><p>TIRAR PROVEITO DA PROSTITUIÇÃO ALHEIA, participando diretamente de seus lucros</p><p>ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos ou se o crime é cometido por</p><p>ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,</p><p>preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação</p><p>de cuidado, proteção ou vigilância: (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. (Lei 12.015/09)</p><p>§ 2º. Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que</p><p>impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima : (Lei 12.015/09)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência. (Lei</p><p>12.015/09)</p><p>Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual</p><p>Arts. 231 e 231-A</p><p>(REVOGADOS pela Lei 13.344/16)</p><p>Art. 232</p><p>(REVOGADO pela Lei 12.015/09)</p><p>Promoção de migração ilegal</p><p>Art. 232-A</p><p>Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada ilegal de</p><p>estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: (Lei 13.445/17)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 13.445/17)</p><p>§ 1º. Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter</p><p>vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente</p><p>em país estrangeiro. (Lei 13.445/17)</p><p>§ 2º. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se: (Lei 13.445/17)</p><p>I. o crime é cometido com violência; ou (Lei 13.445/17)</p><p>II. a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. (Lei 13.445/17)</p><p>§ 3º. A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às</p><p>infrações conexas. (Lei 13.445/17)</p><p>Capítulo VI - Do ultraje público ao pudor</p><p>Ato obsceno</p><p>Art. 233</p><p>Praticar ATO OBSCENO EM LUGAR PÚBLICO, ou ABERTO ou EXPOSTO AO PÚBLICO:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>121</p><p>Escrito ou objeto obsceno</p><p>Art. 234</p><p>Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição</p><p>ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:</p><p>I. vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste</p><p>artigo;</p><p>II. realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição</p><p>cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o</p><p>mesmo caráter;</p><p>III. realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação</p><p>de caráter obsceno.</p><p>Capítulo VII - Disposições Gerais</p><p>Aumento de pena</p><p>Art. 234-A</p><p>Nos crimes previstos neste Título (crimes contra a dignidade sexual) a pena é aumentada: (Lei</p><p>12.015/09)</p><p>I e II. (VETADOS)</p><p>III. de metade (1/2) a 2/3, se do CRIME RESULTA GRAVIDEZ; (Lei 13.718/18)</p><p>IV. de 1/3 a 2/3, se o agente TRANSMITE À VÍTIMA DOENÇA SEXUALMENTE</p><p>TRANSMISSÍVEL de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é</p><p>IDOSA ou PESSOA COM DEFICIÊNCIA. (Lei 13.718/18)</p><p>Art. 234-B</p><p>Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título (crimes contra a dignidade</p><p>sexual) CORRERÃO EM SEGREDO DE JUSTIÇA. (Lei 12.015/09)</p><p>122</p><p>TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA</p><p>Capítulo I - Dos crimes contra o casamento</p><p>Bigamia</p><p>Art. 235</p><p>CONTRAIR ALGUÉM, SENDO CASADO, NOVO CASAMENTO:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.</p><p>§ 1º. Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada,</p><p>conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 2º. ANULADO por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que</p><p>não a bigamia, considera-se INEXISTENTE O CRIME.</p><p>Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento</p><p>Art. 236</p><p>Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe</p><p>impedimento que não seja casamento anterior:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Parágrafo único. A AÇÃO PENAL DEPENDE DE QUEIXA do contraente enganado e</p><p>não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo</p><p>de erro ou impedimento, anule o casamento.</p><p>Conhecimento prévio de impedimento</p><p>Art. 237</p><p>Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade</p><p>absoluta:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>Simulação de autoridade para celebração de casamento</p><p>Art. 238</p><p>Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Simulação de casamento</p><p>Art. 239</p><p>Simular casamento mediante engano de outra pessoa:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.</p><p>Adultério</p><p>Art. 240</p><p>(REVOGADO pela Lei 11.106/05)</p><p>Capítulo II - Dos crimes contra o estado de filiação</p><p>Registro de nascimento inexistente</p><p>Art. 241</p><p>Promover no registro civil a INSCRIÇÃO DE NASCIMENTO INEXISTENTE:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.</p><p>123</p><p>Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de</p><p>recém-nascido</p><p>Art. 242</p><p>Dar PARTO ALHEIO COMO PRÓPRIO; registrar como seu o filho de outrem; ocultar</p><p>recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: (Lei</p><p>6.898/81)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. (Lei 6.898/81)</p><p>Parágrafo único. Se o crime é praticado por MOTIVO DE RECONHECIDA</p><p>NOBREZA: (Lei 6.898/81)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 2 anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. (Lei 6.898/81)</p><p>SÚMULA 18, STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção</p><p>da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.</p><p>Sonegação de estado de filiação</p><p>Art. 243</p><p>Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio,</p><p>ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao</p><p>estado civil:</p><p>Pena:</p><p>reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.</p><p>Capítulo III - Dos crimes contra a assistência familiar</p><p>Abandono material</p><p>Art. 244</p><p>Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 anos</p><p>ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos, não lhes</p><p>proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia</p><p>judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer</p><p>descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Lei 10.741/03)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 4 anos e multa, de 1 a 10 vezes o maior salário mínimo vigente no</p><p>País. (Lei 5.478/68)</p><p>Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide,</p><p>de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento</p><p>de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada . (Lei 5.478/68)</p><p>DELITO DE ABANDONO MATERIAL *</p><p>O crime de abandono material, inserido no art. 244 do Código Penal, inaugura a lista dos</p><p>delitos contra a assistência familiar. Trata-se de tipo MISTO CUMULATIVO, na</p><p>modalidade OMISSIVA PURA, de natureza PERMANENTE.</p><p>A criminalização do inadimplemento da prestação alimentícia está alicerçada nos primados</p><p>da paternidade responsável e da integridade do organismo familiar.</p><p>No entanto, considerando que o Direito Penal opera como ultima ratio, só é punível a</p><p>frustração DOLOSA do pagamento da pensão alimentícia, isto é, exige-se a VONTADE</p><p>LIVRE E CONSCIENTE de não adimplir a obrigação. Assim, nem todo ilícito civil que</p><p>envolve o dever de assistência material aos filhos configurará o ilícito penal previsto no art.</p><p>244 do CP.</p><p>Além disso, a omissão do pagamento deve, necessariamente, ocorrer sem justa causa, por</p><p>consistir em elemento normativo do tipo, expressamente descrito no texto legal.</p><p>Assim, para a condenação pela prática do delito em tela, as provas dos autos devem</p><p>demonstrar que a omissão foi deliberadamente dirigida por alguém que podia adimplir</p><p>a obrigação. Do contrário, toda e qualquer insolvência seria crime.</p><p>Em suma:</p><p>O inadimplemento de pensão alimentícia apenas configura crime de abandono</p><p>material quando o agente possui recursos para prover o pagamento e deixa de fazê-lo</p><p>propositadamente.</p><p>STJ. 6ª Turma. HC 761.940/DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 04/10/2022 (Info 758).</p><p>124</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>RESPONSABILIDADE CIVIL POR ABANDONO MATERIAL DO PAI EM RELAÇÃO</p><p>AO FILHO</p><p>A omissão voluntária e injustificada do pai quanto ao amparo material do filho gera</p><p>danos morais, passíveis de compensação pecuniária.</p><p>O descumprimento da obrigação pelo pai, que, apesar de dispor de recursos, deixa de</p><p>prestar assistência material ao filho, não proporcionando a este condições dignas de</p><p>sobrevivência e causando danos à sua integridade física, moral, intelectual e psicológica,</p><p>configura ilícito civil, nos termos do art. 186 do Código Civil.</p><p>STJ. 4ª Turma. REsp 1.087.561-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 13/6/2017 (Info 609).</p><p>Entrega de filho menor a pessoa inidônea</p><p>Art. 245</p><p>Entregar filho menor de 18 anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o</p><p>menor fica moral ou materialmente em perigo: (Lei 7.251/84)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 2 anos. (Lei 7.251/84)</p><p>§ 1º. A pena é de 1 a 4 anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se</p><p>o menor é enviado para o exterior. (Lei 7.251/84)</p><p>§ 2º. Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo</p><p>moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior,</p><p>com o fito de obter lucro. (Lei 7.251/84)</p><p>Abandono intelectual</p><p>Art. 246</p><p>Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.</p><p>Art. 247</p><p>Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou</p><p>vigilância:</p><p>I. frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;</p><p>II. frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de</p><p>representação de igual natureza;</p><p>III. resida ou trabalhe em casa de prostituição;</p><p>IV. mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.</p><p>Capítulo IV - Dos crimes contra o pátrio poder, tutela</p><p>curatela</p><p>A expressão “pátria poder” foi substituída por “poder familiar” pela Lei 10.406/2002</p><p>(Código Civil).</p><p>Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes</p><p>Art. 248</p><p>Induzir menor de 18 anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de</p><p>quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem</p><p>sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de 18 anos ou interdito, ou deixar,</p><p>sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>125</p><p>Subtração de incapazes</p><p>Art. 249</p><p>Subtrair menor de 18 anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de</p><p>lei ou de ordem judicial:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 2 anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.</p><p>§ 1º. O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de</p><p>pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.</p><p>§ 2º. No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou</p><p>privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.</p><p>126</p><p>TÍTULO VIII - DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE</p><p>PÚBLICA</p><p>Capítulo I - Dos crimes de perigo comum</p><p>Incêndio</p><p>Art. 250</p><p>CAUSAR INCÊNDIO, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de</p><p>outrem:</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 1º. As penas aumentam-se de 1/3:</p><p>I. se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio</p><p>ou alheio;</p><p>II. se o incêndio é:</p><p>a. em casa habitada ou destinada a habitação;</p><p>b. em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou</p><p>de cultura;</p><p>c. em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;</p><p>d. em estação ferroviária ou aeródromo;</p><p>e. em estaleiro, fábrica ou oficina;</p><p>f. em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;</p><p>g. em poço petrolífico ou galeria de mineração;</p><p>h. em lavoura, pastagem, mata ou floresta.</p><p>Incêndio culposo</p><p>§ 2º. Se CULPOSO o incêndio, é pena de detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Explosão</p><p>Art. 251</p><p>Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, MEDIANTE</p><p>EXPLOSÃO, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de</p><p>efeitos análogos:</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 6 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Aumento de pena</p><p>§ 2º. As penas aumentam-se de 1/3, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I,</p><p>do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo</p><p>parágrafo.</p><p>Modalidade culposa</p><p>§ 3º. No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a</p><p>pena é de detenção, de 6 meses a 2 anos; nos demais casos, é de detenção, de 3 meses a 1</p><p>ano.</p><p>Uso de gás tóxico ou asfixiante</p><p>Art. 252</p><p>Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de GÁS TÓXICO</p><p>ou ASFIXIANTE:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>127</p><p>Modalidade Culposa</p><p>Parágrafo único. Se o crime é CULPOSO:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás</p><p>tóxico, ou asfixiante</p><p>Art. 253</p><p>Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,</p><p>SUBSTÂNCIA ou ENGENHO EXPLOSIVO, GÁS TÓXICO ou ASFIXIANTE, ou material</p><p>destinado à sua fabricação:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>Inundação</p><p>Art. 254</p><p>CAUSAR INUNDAÇÃO, expondo a</p><p>perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de</p><p>outrem:</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 6 anos, e multa, no caso de DOLO, ou detenção, de 6 meses a 2 anos,</p><p>no caso de CULPA.</p><p>Perigo de inundação</p><p>Art. 255</p><p>Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a</p><p>integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir</p><p>inundação:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Desabamento ou desmoronamento</p><p>Art. 256</p><p>Causar DESABAMENTO ou DESMORONAMENTO, expondo a perigo a vida, a integridade</p><p>física ou o patrimônio de outrem:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Modalidade culposa</p><p>Parágrafo único. Se o crime é CULPOSO:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 1 ano.</p><p>Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento</p><p>Art. 257</p><p>Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de INCÊNDIO, INUNDAÇÃO, NAUFRÁGIO, ou</p><p>outro DESASTRE OU CALAMIDADE, aparelho, material ou qualquer meio destinado a</p><p>serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço</p><p>de tal natureza:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.</p><p>Formas qualificadas de crime de perigo comum</p><p>Art. 258</p><p>Se do crime DOLOSO de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena</p><p>privativa de liberdade é aumentada de metade (1/2); se resulta morte, é aplicada em dobro.</p><p>No caso de CULPA, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade (1/2);</p><p>se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3.</p><p>128</p><p>Difusão de doença ou praga</p><p>Art. 259</p><p>Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de</p><p>utilidade econômica:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.</p><p>Modalidade culposa</p><p>Parágrafo único. No caso de CULPA, a pena é de detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Capítulo II - Dos crimes contra a segurança dos meios de</p><p>comunicação e transporte e outros serviços públicos</p><p>Perigo de desastre ferroviário</p><p>Art. 260</p><p>Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:</p><p>I. destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea,</p><p>material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;</p><p>II. colocando obstáculo na linha;</p><p>III. transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou</p><p>embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;</p><p>IV. praticando outro ato de que possa resultar desastre:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.</p><p>Desastre ferroviário</p><p>§ 1º. Se do fato resulta desastre:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 12 anos e multa.</p><p>§ 2º. No caso de culpa, ocorrendo desastre:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>§ 3º. Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de</p><p>comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo</p><p>aéreo.</p><p>Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo</p><p>Art. 261</p><p>Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente</p><p>a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos.</p><p>Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo</p><p>§ 1º. Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou</p><p>destruição de aeronave:</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.</p><p>Prática do crime com o fim de lucro</p><p>§ 2º. Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter</p><p>vantagem econômica, para si ou para outrem.</p><p>Modalidade culposa</p><p>§ 3º. No caso de culpa, se ocorre o sinistro:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>129</p><p>Atentado contra a segurança de outro meio de transporte</p><p>Art. 262</p><p>Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o</p><p>funcionamento:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 2 anos.</p><p>§ 1º. Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de 2 a 5 anos.</p><p>§ 2º. No caso de culpa, se ocorre desastre:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>Forma qualificada</p><p>Art. 263</p><p>Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro,</p><p>resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.</p><p>Arremesso de projétil</p><p>Art. 264</p><p>Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra,</p><p>por água ou pelo ar:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses.</p><p>Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 meses</p><p>a 2 anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de 1/3.</p><p>Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública</p><p>Art. 265</p><p>Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou</p><p>qualquer outro de utilidade pública:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 até a metade, se o dano ocorrer em</p><p>virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços. (Lei 5.346/67)</p><p>Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático,</p><p>telemático ou de informação de utilidade pública</p><p>Art. 266</p><p>Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou</p><p>dificultar-lhe o restabelecimento:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de</p><p>utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento. (Lei 12.737/12)</p><p>§ 2º. Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade</p><p>pública. (Lei 12.737/12)</p><p>Capítulo III - Dos crimes contra a saúde pública</p><p>Epidemia</p><p>Art. 267</p><p>Causar EPIDEMIA, mediante a PROPAGAÇÃO DE GERMES PATOGÊNICOS:</p><p>Pena: reclusão, de 10 a 15 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 1º. Se do fato resulta MORTE, a pena é aplicada em dobro.</p><p>§ 2º. No caso de CULPA, a pena é de detenção, de 1 a 2 anos, ou, se resulta MORTE, de 2</p><p>a 4 anos.</p><p>130</p><p>Infração de medida sanitária preventiva</p><p>Art. 268</p><p>INFRINGIR DETERMINAÇÃO DO PODER PÚBLICO, destinada a impedir introdução ou</p><p>propagação de doença contagiosa:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, e multa.</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se o agente é funcionário da saúde</p><p>pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.</p><p>NORMA PENAL EM BRANCO – ART. 268 DO CP</p><p>A complementação de norma penal em branco por ato normativo estadual, distrital ou</p><p>municipal, para aplicação do tipo de infração de medida sanitária preventiva (CP, art. 268),</p><p>não viola a competência privativa da União para legislar sobre direito penal (art. 22, I,</p><p>CF).</p><p>Tese fixada pelo STF:</p><p>O art. 268 do Código Penal veicula norma penal em branco que pode ser</p><p>complementada por atos normativos infralegais editados pelos entes federados</p><p>(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), respeitadas as respectivas esferas de</p><p>atuação, sem que isso implique ofensa à competência privativa da União para legislar</p><p>sobre direito penal (art. 22, I, CF/88).</p><p>STF. Plenário. ARE 1.418.846/RS, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 25/3/2023 (Repercussão</p><p>Geral – Tema 1246) (Info 1088).</p><p>Omissão de notificação de doença</p><p>Art. 269</p><p>Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal</p><p>Art. 270</p><p>ENVENENAR ÁGUA POTÁVEL, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou</p><p>medicinal destinada a consumo:</p><p>Pena: reclusão, de 10 a 15 anos. (Lei 8.072/90)</p><p>§ 1º. Está SUJEITO À MESMA PENA quem entrega a consumo ou tem em depósito ,</p><p>para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.</p><p>Modalidade culposa</p><p>§ 2º. Se o crime é CULPOSO:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Corrupção ou poluição de água potável</p><p>Art. 271</p><p>Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para</p><p>consumo ou nociva à saúde:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos.</p><p>Modalidade culposa</p><p>Parágrafo único. Se o crime é CULPOSO:</p><p>Pena: detenção, de</p><p>2 meses a 1 ano.</p><p>131</p><p>Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos</p><p>alimentícios</p><p>Art. 272</p><p>Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a</p><p>consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: (Lei 9.677/98)</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>§ 1º-A. Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem</p><p>em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância</p><p>alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Lei 9.677/98)</p><p>§ 1º. Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em</p><p>relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Lei 9.677/98)</p><p>Modalidade culposa</p><p>§ 2º. Se o crime é culposo: (Lei 9.677/98)</p><p>Pena: detenção, de 1 a 2 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins</p><p>terapêuticos ou medicinais</p><p>Art. 273</p><p>Falsificar, corromper, adulterar ou alterar PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS</p><p>OU MEDICINAIS: (Lei 9.677/98)</p><p>Pena: reclusão, de 10 a 15 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>§ 1º. NAS MESMAS PENAS INCORRE quem importa, vende, expõe à venda, tem em</p><p>depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto</p><p>falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Lei 9.677/98)</p><p>§ 1º-A. INCLUEM-SE entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as</p><p>matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em</p><p>diagnóstico. (Lei 9.677/98)</p><p>§ 1º-B. Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em</p><p>relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (Lei 9.677/98)</p><p>I. sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; (Lei</p><p>9.677/98)</p><p>II. em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; (Lei</p><p>9.677/98)</p><p>III. sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua</p><p>comercialização; (Lei 9.677/98)</p><p>IV. com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (Lei 9.677/98)</p><p>V. de procedência ignorada; (Lei 9.677/98)</p><p>VI. adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. (Lei</p><p>9.677/98)</p><p>Modalidade culposa</p><p>§ 2º. Se o crime é culposo:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>Emprego de processo proibido ou de substância não permitida</p><p>Art. 274</p><p>Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial,</p><p>matéria corante, substância aromática, antisséptica, conservadora ou qualquer outra não</p><p>expressamente permitida pela legislação sanitária:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>132</p><p>Invólucro ou recipiente com falsa indicação</p><p>Art. 275</p><p>Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a</p><p>existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em</p><p>quantidade menor que a mencionada: (Lei 9.677/98)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores</p><p>Art. 276</p><p>Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a</p><p>consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>Substância destinada à falsificação</p><p>Art. 277</p><p>Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de</p><p>produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais: (Lei 9.677/98)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa. (Lei 9.677/98)</p><p>Outras substâncias nocivas à saúde pública</p><p>Art. 278</p><p>Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar</p><p>a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a</p><p>fim medicinal:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Modalidade culposa</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano.</p><p>Substância avariada</p><p>Art. 279</p><p>(REVOGADO pela Lei 8.137/90)</p><p>Medicamento em desacordo com receita médica</p><p>Art. 280</p><p>Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, ou multa.</p><p>Modalidade culposa</p><p>Parágrafo único. Se o crime é culposo:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano.</p><p>Comércio, posse ou uso de entorpecente ou substância que determine</p><p>dependência física ou psíquica</p><p>Art. 281</p><p>(REVOGADO pela Lei 6.368/76)</p><p>133</p><p>Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica</p><p>Art. 282</p><p>Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem</p><p>autorização legal ou excedendo-lhe os limites:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.</p><p>Charlatanismo</p><p>Art. 283</p><p>Inculcar ou anunciar CURA POR MEIO SECRETO ou INFALÍVEL:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.</p><p>Curandeirismo</p><p>Art. 284</p><p>Exercer o CURANDEIRISMO:</p><p>I. prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância ;</p><p>II. usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;</p><p>III. fazendo diagnósticos:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica</p><p>também sujeito à multa.</p><p>Forma qualificada</p><p>Art. 285</p><p>Aplica-se o disposto no art. 258 (formas qualificadas de crime de perigo comum) aos crimes</p><p>previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267 (epidemia).</p><p>134</p><p>TÍTULO IX - DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA</p><p>Incitação ao crime</p><p>Art. 286</p><p>INCITAR, PUBLICAMENTE, A PRÁTICA DE CRIME:</p><p>Pena: detenção, de 3 a 6 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade</p><p>entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou</p><p>a sociedade. (Lei 14.197/21)</p><p>Apologia de crime ou criminoso</p><p>Art. 287</p><p>Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:</p><p>Pena: detenção, de 3 a 6 meses, ou multa.</p><p>Associação Criminosa</p><p>Art. 288</p><p>Associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Lei 12.850/13)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos. (Lei 12.850/13)</p><p>Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se</p><p>houver a participação de criança ou adolescente. (Lei 12.850/13)</p><p>ASSOCIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA</p><p>ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA</p><p>(Art. 288 do CP)</p><p>ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA</p><p>(Art. 1°, § 1º, da Lei 12.850/13)</p><p>Associação de 3 ou mais pessoas Associação de 4 ou mais pessoas</p><p>Estabilidade e permanência Estabilidade e permanência</p><p>Dispensa estrutura ordenada e divisão</p><p>de tarefas</p><p>Pressupõe estrutura ordenada e divisão</p><p>de tarefas, ainda que informalmente</p><p>Destina-se à prática de crimes,</p><p>independentemente da pena cominada</p><p>Destina-se à prática de infrações penais</p><p>(crime ou contravenção), cuja pena</p><p>máxima é superior a 4 anos ou que tenha</p><p>caráter transnacional</p><p>Exige o especial de fim de agir de</p><p>cometer crimes</p><p>Exige o especial fim de agir de obter,</p><p>direta ou indiretamente, vantagem</p><p>de qualquer natureza</p><p>Reclusão, de 1 a 3 anos Reclusão, de 3 a 8 anos</p><p>ADMITE SURSIS PROCESSUAL NÃO ADMITE SURSIS PROCESSUAL</p><p>CARACTERIZAÇÃO DO DELITO DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA NO CONTEXTO</p><p>SOCIETÁRIO</p><p>Para a caracterização do delito de associação criminosa inserido em contexto societário, é</p><p>imprescindível que a denúncia contenha a descrição da predisposição comum de meios</p><p>para a prática de uma série indeterminada de delitos e uma contínua vinculação entre</p><p>os associados com essa finalidade, não bastando a menção da posição/cargo ocupado</p><p>pela pessoa física na empresa.</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 139.465-PA, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, j. 23/08/2022 (Info 748).</p><p>135</p><p>Constituição de milícia privada</p><p>Art. 288-A</p><p>Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular,</p><p>grupo ou esquadrão</p><p>com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:</p><p>(Lei 12.720/12)</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos. (Lei 12.720/12)</p><p>136</p><p>TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA</p><p>Capítulo I - Da moeda falsa</p><p>Moeda Falsa</p><p>Art. 289</p><p>Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, MOEDA METÁLICA ou PAPEL-MOEDA de curso</p><p>legal no país ou no estrangeiro:</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 12 anos, e multa.</p><p>SÚMULA 73, STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura,</p><p>em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual.</p><p>§ 1º. NAS MESMAS PENAS INCORRE quem, por conta própria ou alheia, importa ou</p><p>exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda</p><p>falsa.</p><p>§ 2º. Quem, TENDO RECEBIDO DE BOA-FÉ, como verdadeira, moeda falsa ou alterada,</p><p>a RESTITUI À CIRCULAÇÃO, depois de conhecer a falsidade, é PUNIDO com detenção, de</p><p>6 meses a 2 anos, e multa.</p><p>§ 3º. É punido com reclusão, de 3 a 15 anos, e multa, o funcionário público ou diretor,</p><p>gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:</p><p>I. de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;</p><p>II. de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.</p><p>§ 4º. Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não</p><p>estava ainda autorizada.</p><p>Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa.</p><p>No crime de moeda falsa — cuja consumação se dá com a falsificação da moeda, sendo</p><p>irrelevante eventual dano patrimonial imposto a terceiros —, a vítima é a coletividade</p><p>como um todo, e o bem jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de reparação.</p><p>Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não</p><p>patrimoniais em geral, são incompatíveis com o instituto do arrependimento</p><p>posterior, dada a impossibilidade material de haver reparação do dano causado ou a</p><p>restituição da coisa subtraída.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1242294- PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão</p><p>Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/11/2014 (Informativo 554)</p><p>Crimes assimilados ao de moeda falsa</p><p>Art. 290</p><p>Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou</p><p>bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-</p><p>los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou</p><p>bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a 12 anos e multa, se o crime é</p><p>cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou</p><p>nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.</p><p>Petrechos para falsificação de moeda</p><p>Art. 291</p><p>Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo,</p><p>aparelho, instrumento ou qualquer objeto ESPECIALMENTE DESTINADO À</p><p>FALSIFICAÇÃO DE MOEDA:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.</p><p>137</p><p>Márcio Cavalcante destaca que:</p><p>Se o agente que possui o aparelho destinado à falsificação da moeda o utiliza e</p><p>efetivamente cria uma cédula falsa, ele responderá pelo crime do art. 291 em</p><p>concurso com o delito de moeda falsa (art. 289 do CP)?</p><p>Conforme explica Cleber Masson, existem duas posições sobre o tema:</p><p>1ª corrente: SIM. O agente deve ser responsabilizado pelo crime de petrechos para</p><p>falsificação de moeda (art. 291) em concurso material com o delito de moeda falsa</p><p>(art. 289 do CP). Trata-se da corrente majoritária.</p><p>2ª corrente: NÃO. Incide o princípio da consunção, resultando na absorção do crime-</p><p>meio (art. 291) pelo crime-fim, que é o de moeda falsa (art. 289). Foi defendida por</p><p>Nelson Hungria.</p><p>Emissão de título ao portador sem permissão legal</p><p>Art. 292</p><p>Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de</p><p>pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva</p><p>ser pago:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos</p><p>referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de 15 dias a 3 meses, ou multa.</p><p>Capítulo II - Da falsidade de títulos e outros papéis públicos</p><p>Falsificação de papéis públicos</p><p>Art. 293</p><p>Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:</p><p>I. selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal</p><p>destinado à arrecadação de tributo; (Lei 11.035/04)</p><p>II. papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;</p><p>III. vale postal;</p><p>IV. cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro</p><p>estabelecimento mantido por entidade de direito público;</p><p>V. talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de</p><p>rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;</p><p>VI. bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União,</p><p>por Estado ou por Município:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Incorre na mesma pena quem: (Lei 11.035/04)</p><p>I. usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este</p><p>artigo; (Lei 11.035/04)</p><p>II. importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à</p><p>circulação selo falsificado destinado a controle tributário; (Lei 11.035/04)</p><p>III. importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca,</p><p>cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou</p><p>alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: (Lei</p><p>11.035/04)</p><p>a. em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;</p><p>(Lei 11.035/04)</p><p>b. sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a</p><p>obrigatoriedade de sua aplicação. (Lei 11.035/04)</p><p>§ 2º. Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los</p><p>novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>§ 3º. Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se</p><p>refere o parágrafo anterior.</p><p>138</p><p>§ 4º. Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis</p><p>falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a</p><p>falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>§ 5º. Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma</p><p>de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros</p><p>logradouros públicos e em residências. (Lei 11.035/04)</p><p>Petrechos de falsificação</p><p>Art. 294</p><p>Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação</p><p>de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Art. 295</p><p>Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a</p><p>pena de 1/6.</p><p>Capítulo III - Da falsidade documental</p><p>Falsificação do selo ou sinal público</p><p>Art. 296</p><p>Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:</p><p>I. selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;</p><p>II. selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal</p><p>público de tabelião:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Incorre nas mesmas penas:</p><p>I. quem faz uso do selo ou sinal falsificado;</p><p>II. quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em</p><p>proveito próprio ou alheio.</p><p>III. quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer</p><p>outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da</p><p>Administração Pública. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 2º. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,</p><p>aumenta-se a pena de 1/6.</p><p>Falsificação de documento público</p><p>Art. 297</p><p>Falsificar, no todo ou em parte, documento PÚBLICO, ou alterar documento público</p><p>verdadeiro:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.</p><p>§ 1º. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,</p><p>aumenta-se a pena de 1/6.</p><p>§ 2º. Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade</p><p>paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade</p><p>comercial, os livros mercantis e o testamento particular.</p><p>§ 3º. Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Lei 9.983/00)</p><p>I. na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer</p><p>prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado</p><p>obrigatório; (Lei 9.983/00)</p><p>II. na CTPS do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a</p><p>previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Lei</p><p>9.983/00)</p><p>III. em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as</p><p>obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da</p><p>que deveria ter constado. (Lei 9.983/00)</p><p>139</p><p>§ 4º. Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome</p><p>do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de</p><p>prestação de serviços. (Lei 9.983/00)</p><p>FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO</p><p>b</p><p>CRIME FORMAL</p><p>O crime é formal ou de consumação antecipada pois não há</p><p>necessidade de resultado naturalístico, nem que o documento</p><p>seja utilizado.</p><p>CRIME COMUM</p><p>Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo e praticar o crime de</p><p>falsificação de documento público.</p><p>Se o agente é funcionário público, o §1º prevê causa de aumento</p><p>de pena de 1/6.</p><p>CRIME</p><p>INSTANTÂNEO</p><p>É também crime instantâneo e não-transeunte, pois deixa</p><p>vestígios materiais.</p><p>SUJEITO PASSIVO</p><p>O sujeito passivo deste delito é, em regra, o Estado, em especial a</p><p>Previdência Social. Entretanto, é possível que o sujeito passivo</p><p>seja também o próprio beneficiário do RGPS, segurado ou</p><p>dependente, caso venha a sofrer algum prejuízo.</p><p>OBJETO JURÍDICO</p><p>TUTELADO</p><p>Trata-se de um crime contra a Administração Pública.</p><p>Objetiva-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdência</p><p>Social e de toda a coletividade participante do sistema</p><p>previdenciário.</p><p>NECESSIDADE DE</p><p>PERÍCIA</p><p>Mostra-se indispensável o exame pericial de corpo de delito</p><p>(exame documentoscópico), direto ou indireto, para se verificar</p><p>se o documento foi de fato forjado ou alterado, nos moldes do art.</p><p>158 do CPP.</p><p>DOCUMENTOS</p><p>EQUIPARADOS A</p><p>DOCUMENTO</p><p>PÚBLICO PARA</p><p>FINS PENAIS</p><p>Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o</p><p>emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou</p><p>transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os</p><p>livros mercantis e o testamento particular.</p><p>Ressalte-se que cópia autenticada de documento particular</p><p>extraída por tabelião não é documento público.</p><p>Falsificação de documento particular</p><p>Art. 298</p><p>Falsificar, no todo ou em parte, documento PARTICULAR ou alterar documento particular</p><p>verdadeiro:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.</p><p>Falsificação de cartão</p><p>Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento</p><p>particular o cartão de crédito ou débito. (Lei 12.737/12)</p><p>EQUIPARAM-SE A DOCUMENTO PÚBLICO E PARTICULAR</p><p>EQUIPARAM-SE A</p><p>DOCUMENTO PÚBLICO</p><p>(Art. 297, § 2º)</p><p>Emanado de entidade paraestatal</p><p>Título ao portador ou transmissível por endosso</p><p>Ações de sociedade comercial</p><p>Livros mercantis</p><p>Testamento particular</p><p>EQUIPARAM-SE A</p><p>DOCUMENTO PARTICULAR</p><p>(Art. 298, parágrafo único)</p><p>Cartão de crédito</p><p>Cartão de débito</p><p>140</p><p>Falsidade ideológica</p><p>Art. 299</p><p>OMITIR, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou</p><p>NELE INSERIR ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita , com o</p><p>fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente</p><p>relevante:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é PÚBLICO, e reclusão de 1 a 3</p><p>anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é PARTICULAR.</p><p>Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-</p><p>se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se</p><p>a pena de 1/6.</p><p>FALSIDADE IDEOLÓGICA</p><p>b</p><p>CONCEITO</p><p>Falsidade ideológica ou conceitual significa que o documento é</p><p>formalmente verdadeiro, mas seu conteúdo é divergente da</p><p>realidade. Também chamada de falso moral ou falso ideal.</p><p>CRIME FORMAL</p><p>Consumando-se com a prática da ação ou da omissão, dispensando</p><p>resultado naturalístico. Na forma omissiva, não admite tentativa.</p><p>TENTATIVA</p><p>O crime pode ocorrer na forma omissiva (“omitir” como núcleo do</p><p>tipo) ou comissiva (“inserir” e “fazer inserir” como núcleos do tipo).</p><p>Na forma comissiva o crime admite tentativa, na forma omissiva</p><p>não.</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>Para fins de competência, leva-se em conta o local da falsificação,</p><p>sendo indiferente o lugar onde se produziu o resultado.</p><p>PERÍCIA</p><p>É desnecessária a realização de perícia pois a infração não deixa</p><p>vestígios materiais.</p><p>Falso reconhecimento de firma ou letra</p><p>Art. 300</p><p>Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 5 anos, e multa, se o documento é PÚBLICO; e de 1 a 3 anos, e multa,</p><p>se o documento é PARTICULAR.</p><p>Certidão ou atestado ideologicamente falso</p><p>Art. 301</p><p>Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que</p><p>habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou</p><p>qualquer outra vantagem:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 1 ano.</p><p>Falsidade material de atestado ou certidão</p><p>§ 1º. Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou</p><p>de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo</p><p>público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos.</p><p>§ 2º. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de</p><p>liberdade, a de multa.</p><p>Falsidade de atestado médico</p><p>Art. 302</p><p>Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano.</p><p>Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.</p><p>141</p><p>Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica</p><p>Art. 303</p><p>Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a</p><p>reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo</p><p>ou peça filatélica.</p><p>Uso de documento falso</p><p>Art. 304</p><p>FAZER USO DE QUALQUER DOS PAPÉIS FALSIFICADOS ou ALTERADOS, a que se</p><p>referem os arts. 297 a 302:</p><p>Pena: a cominada à falsificação ou à alteração.</p><p>SÚMULA 104, STJ: Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de</p><p>falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.</p><p>SÚMULA 200, STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de</p><p>crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.</p><p>SÚMULA 546, STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de</p><p>documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o</p><p>documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.</p><p>É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com</p><p>fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados</p><p>da confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da</p><p>materialidade do crime, especialmente se a defesa não</p><p>requereu, no momento</p><p>oportuno, a realização do referido exame. O crime de uso de documento falso se</p><p>consuma com a simples utilização de documento comprovadamente falso, dada a sua</p><p>natureza de delito formal.</p><p>STJ. 5ª Turma. HC 307586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador</p><p>convocado do TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Informativo 553)</p><p>Supressão de documento</p><p>Art. 305</p><p>Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,</p><p>documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa, se o documento é PÚBLICO, e reclusão, de 1 a 5</p><p>anos, e multa, se o documento é PARTICULAR.</p><p>Capítulo IV - De outras falsidades</p><p>Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na</p><p>fiscalização alfandegária, ou para outros fins</p><p>Art. 306</p><p>Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no</p><p>contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa</p><p>natureza, falsificado por outrem:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para</p><p>o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou</p><p>comprovar o cumprimento de formalidade legal:</p><p>Pena: reclusão ou detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>142</p><p>Falsa identidade</p><p>Art. 307</p><p>Atribuir-se ou atribuir a terceiro FALSA IDENTIDADE PARA OBTER VANTAGEM, em</p><p>proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime</p><p>mais grave.</p><p>SÚMULA 522, STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade</p><p>policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.</p><p>Art. 308</p><p>Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer</p><p>documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa</p><p>natureza, próprio ou de terceiro:</p><p>Pena: detenção, de 4 meses a 2 anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime</p><p>mais grave.</p><p>Fraude de lei sobre estrangeiro</p><p>Art. 309</p><p>Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada</p><p>em território nacional: (Lei 9.426/96)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. (Lei 9.426/96)</p><p>Art. 310</p><p>Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a</p><p>estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:</p><p>(Lei 9.426/96)</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. (Lei 9.426/96)</p><p>Adulteração de sinal identificador de veículo</p><p>Art. 311</p><p>Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi, monobloco, motor, placa de</p><p>identificação, ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido, de</p><p>reboque, de semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus componentes ou</p><p>equipamentos, sem autorização do órgão competente: (Lei 14.562/23)</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. (Lei 9.426/96)</p><p>§ 1º. Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena</p><p>é aumentada de 1/3. (Lei 9.426/96)</p><p>§ 2º. Incorrem nas mesmas penas do caput deste artigo: (Lei 14.562/23)</p><p>I. o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo</p><p>remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial;</p><p>(Lei 14.562/23)</p><p>II. aquele que adquire, recebe, transporta, oculta, mantém em depósito, fabrica, fornece,</p><p>a título oneroso ou gratuito, possui ou guarda maquinismo, aparelho, instrumento ou</p><p>objeto especialmente destinado à falsificação e/ou adulteração de que trata o caput</p><p>deste artigo; ou (Lei 14.562/23)</p><p>III. aquele que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, mantém em depósito,</p><p>desmonta, monta, remonta, vende, expõe à venda, ou de qualquer forma utiliza, em</p><p>proveito próprio ou alheio, veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque,</p><p>semirreboque ou suas combinações ou partes, com número de chassi ou monobloco,</p><p>placa de identificação ou qualquer sinal identificador veicular que devesse saber</p><p>estar adulterado ou remarcado. (Lei 14.562/23)</p><p>§ 3º. Praticar as condutas de que tratam os incisos II ou III do § 2º deste artigo no</p><p>exercício de atividade comercial ou industrial: (Lei 14.562/23)</p><p>143</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. (Lei 14.562/23)</p><p>§ 4º. Equipara-se a atividade comercial, para efeito do disposto no § 3º deste artigo,</p><p>qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive aquele exercido em</p><p>residência. (Lei 14.562/23)</p><p>Capítulo V - Das fraudes em certames de interesse público</p><p>Fraudes em certames de interesse público</p><p>Art. 311-A</p><p>Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem , ou de</p><p>comprometer a credibilidade do certame, CONTEÚDO SIGILOSO DE: (Lei 12.550/11)</p><p>I. concurso público; (Lei 12.550/11)</p><p>II. avaliação ou exame públicos; (Lei 12.550/11)</p><p>III. processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Lei 12.550/11)</p><p>IV. exame ou processo seletivo previstos em lei: (Lei 12.550/11)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. (Lei 12.550/11)</p><p>§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de</p><p>pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput. (Lei 12.550/11)</p><p>§ 2º. Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Lei 12.550/11)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. (Lei 12.550/11)</p><p>§ 3º. Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funcionário público. (Lei 12.550/11)</p><p>144</p><p>TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO</p><p>PÚBLICA</p><p>Capítulo I - Dos crimes praticados por funcionário público</p><p>contra a administração em geral</p><p>O CAPÍTULO I DO TÍTULO XI DO CP NÃO SE APLICA AOS DIRIGENTES DO</p><p>"SISTEMA S"</p><p>A jurisprudência do STJ, na esteira de precedentes do Supremo Tribunal Federal, tem</p><p>compreendido que não se aplicam aos dirigentes do "Sistema S", a Lei 8.666/93* e o</p><p>Capítulo I do Título XI do Código Penal, o qual tipifica os crimes praticados por</p><p>funcionários públicos contra a administração em geral.</p><p>STJ. 5ª Turma. RHC 163.470/DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 21/06/2022.</p><p>* Ressalte-se que os crimes antes elencados na Lei 8.666/93 agora estão no Capítulo II-B do</p><p>Título XI da Parte Especial do Código Penal.</p><p>SÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PARA FINS PENAIS *</p><p>DIRETOR DE ORGANIZAÇÃO</p><p>SOCIAL</p><p>STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco</p><p>Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).</p><p>ADMINISTRADOR DE LOTERIA</p><p>STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan</p><p>Paciornik, julgado em 11/09/2018.</p><p>ADVOGADOS DATIVOS</p><p>STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo</p><p>Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).</p><p>MÉDICO DE HOSPITAL</p><p>PARTICULAR</p><p>CREDENCIADO/CONVENIADO</p><p>AO SUS (após a lei 9.983/2000)</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min.</p><p>Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.</p><p>ESTAGIÁRIO DE ÓRGÃO OU</p><p>ENTIDADE PÚBLICOS</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min.</p><p>Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/06/2012.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>Peculato</p><p>Art. 312</p><p>APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,</p><p>público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, em proveito</p><p>próprio ou alheio:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.</p><p>SÚMULA 599, STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a</p><p>administração pública.</p><p>§ 1º. Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do</p><p>dinheiro, valor ou bem, o SUBTRAI, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio</p><p>ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.</p><p>Peculato culposo</p><p>§ 2º. Se o funcionário concorre CULPOSAMENTE para o</p><p>crime de outrem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>§ 3º. No caso do parágrafo anterior, a REPARAÇÃO DO DANO, se precede à sentença</p><p>irrecorrível, EXTINGUE A PUNIBILIDADE; se lhe é posterior, REDUZ de metade (1/2) a</p><p>pena imposta.</p><p>145</p><p>PECULATO</p><p>PRÓPRIO</p><p>PECULATO-</p><p>APROPRIAÇÃO</p><p>Tem a posse do bem em virtude do cargo e passa a</p><p>agir como dono.</p><p>PECULATO-</p><p>DESVIO</p><p>Tem a posse do bem em virtude do cargo e o</p><p>desvia em proveito próprio ou de terceiro.</p><p>IMPRÓPRIO</p><p>PECULATO-</p><p>FURTO</p><p>Não tem a posse do bem, mas se vale das</p><p>facilidades do cargo para subtrair ou concorrer</p><p>para subtração.</p><p>CULPOSO</p><p>O agente não observa seu dever de cuidado, concorrendo para que</p><p>outrem subtraia, desvie ou se aproprie do bem.</p><p>É infração de menor potencial ofensivo, admitindo transação penal</p><p>e suspensão condicional do processo.</p><p>Se o agente reparar o dano até a sentença irrecorrível, extingue a</p><p>punibilidade; se após isso, reduz a pena pela metade.</p><p>ESTELIONATO</p><p>Apropria-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do</p><p>cargo, recebeu por erro de outrem.</p><p>ELETRÔNICO</p><p>O funcionário insere ou facilita a inserção de dados falsos , altera ou</p><p>exclui indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados</p><p>ou banco de dados da Administração Pública, com o fim de obter</p><p>vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.</p><p>PECULATO CULPOSO -</p><p>REPARAÇÃO DO DANO</p><p>ANTES DA SENTENÇA</p><p>transitada em julgado</p><p>Extinção da punibilidade</p><p>APÓS A SENTENÇA</p><p>transitada em julgado</p><p>Diminuição pela metade da</p><p>pena imposta</p><p>Peculato mediante erro de outrem</p><p>Art. 313</p><p>APROPRIAR-SE de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, RECEBEU POR</p><p>ERRO DE OUTREM:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa.</p><p>Inserção de dados falsos em sistema de informações</p><p>Art. 313-A</p><p>Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir</p><p>indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da</p><p>Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou</p><p>para causar dano: (Lei 9.983/00)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações</p><p>Art. 313-B</p><p>Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática</p><p>sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Lei 9.983/00)</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>Parágrafo único. As penas são aumentadas de 1/3 até a metade (1/2) se da</p><p>modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.</p><p>(Lei 9.983/00)</p><p>146</p><p>PECULATO ELETRÔNICO</p><p>INSERÇÃO DE DADOS</p><p>FALSOS EM SISTEMA DE</p><p>INFORMAÇÕES</p><p>(Art. 313-A do CP)</p><p>MODIFICAÇÃO OU</p><p>ALTERAÇÃO NÃO</p><p>AUTORIZADA DE SISTEMA</p><p>DE INFORMAÇÕES</p><p>(Art. 313-B do CP)</p><p>Sujeito Ativo</p><p>Funcionário público autorizado</p><p>(crime próprio)</p><p>Funcionário público em sentido</p><p>amplo - não precisa ser</p><p>autorizado</p><p>Sujeito Passivo</p><p>PRIMÁRIO: Estado;</p><p>SECUNDÁRIO: Pessoa</p><p>eventualmente prejudicada</p><p>pelo comportamento do agente</p><p>PRIMÁRIO: Estado;</p><p>SECUNDÁRIO: Pessoa</p><p>eventualmente prejudicada</p><p>pelo comportamento do agente</p><p>Objeto Jurídico</p><p>Administração Pública, mais</p><p>especificamente a guarda de</p><p>dados nos sistemas</p><p>informatizados ou banco de</p><p>dados</p><p>Administração Pública, mais</p><p>especificamente seus sistemas</p><p>de informações ou programas de</p><p>informática</p><p>Conduta</p><p>Inserir ou facilitar a inserção de</p><p>dados falsos;</p><p>Alterar ou excluir</p><p>indevidamente dados corretos</p><p>nos sistemas informatizados</p><p>ou bancos de dados</p><p>Modificar ou alterar sistema de</p><p>informações ou programa de</p><p>informática</p><p>Voluntariedade</p><p>Dolo +</p><p>Fim específico de obter</p><p>vantagem indevida para si ou</p><p>para outrem ou causar dano</p><p>Dolo</p><p>(não se exige fim específico)</p><p>Consumação</p><p>Prática de qualquer núcleo do</p><p>tipo (crime formal),</p><p>dispensando a obtenção da</p><p>vantagem ou provocação do</p><p>dano</p><p>Prática de qualquer núcleo do</p><p>tipo (crime formal).</p><p>Resultando dano para a</p><p>Administração Pública ou</p><p>administrado (caso ocorra),</p><p>a pena é aumentada de</p><p>1/3 até 1/2</p><p>Tentativa É possível É possível</p><p>Pena</p><p>Reclusão, de 2 a 12 anos,</p><p>e multa</p><p>Detenção, de 3 meses a 2 anos,</p><p>e multa</p><p>Ação Penal Pública incondicionada Pública incondicionada</p><p>Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento</p><p>Art. 314</p><p>Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;</p><p>sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Emprego irregular de verbas ou rendas públicas</p><p>Art. 315</p><p>Dar às verbas ou rendas públicas APLICAÇÃO DIVERSA da estabelecida em lei:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.</p><p>Concussão</p><p>Art. 316</p><p>EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes</p><p>de assumi-la, mas em razão dela, VANTAGEM INDEVIDA:</p><p>147</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Lei 13.964/19)</p><p>Excesso de exação</p><p>§ 1º. Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber</p><p>indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não</p><p>autoriza: (Lei 8.137/90)</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 8 anos, e multa. (Lei 8.137/90)</p><p>§ 2º. Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu</p><p>indevidamente para recolher aos cofres públicos:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.</p><p>Corrupção passiva</p><p>Art. 317</p><p>Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da</p><p>função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, VANTAGEM INDEVIDA, ou aceitar</p><p>PROMESSA DE TAL VANTAGEM:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Lei 10.763/03)</p><p>§ 1º. A pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da vantagem ou promessa, o</p><p>funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever</p><p>funcional.</p><p>§ 2º. Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de</p><p>dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.</p><p>O crime de CORRUPÇÃO PASSIVA consuma-se ainda que a solicitação ou</p><p>recebimento de vantagem indevida, ou a aceitação da promessa de tal vantagem,</p><p>esteja relacionada com atos que formalmente não se inserem nas atribuições do</p><p>funcionário público, mas que, em razão da função pública, materialmente implicam</p><p>alguma forma de facilitação da prática da conduta almejada.</p><p>Ao contrário do que ocorre no crime de corrupção ativa, o tipo penal de corrupção</p><p>passiva não exige a comprovação de que a vantagem indevida solicitada, recebida ou</p><p>aceita pelo funcionário público esteja causalmente vinculada à prática, omissão ou</p><p>retardamento de “ato de ofício”.</p><p>A expressão “ato de ofício” aparece apenas no caput do art. 333 do CP, como um</p><p>elemento normativo do tipo de corrupção ativa, e não no caput do art. 317 do CP, como</p><p>um elemento normativo do tipo de corrupção passiva. Ao contrário, no que se refere a</p><p>este último delito, a expressão “ato de ofício” figura apenas na majorante do art . 317, §</p><p>1º, do CP e na modalidade privilegiada do § 2º do mesmo dispositivo.</p><p>STJ. 6ª Turma. REsp 1745410-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz,</p><p>julgado em 02/10/2018 (Informativo 635)</p><p>CONCUSSÃO, CORRUPÇÃO ATIVA/PASSIVA E PREVARICAÇÃO</p><p>CONCUSSÃO Funcionário público EXIGE vantagem indevida.</p><p>CORRUPÇÃO</p><p>PASSIVA</p><p>Funcionário público SOLICITA, RECEBE ou ACEITA vantagem</p><p>indevida.</p><p>CORRUPÇÃO</p><p>ATIVA</p><p>Particular OFERECE ou PROMETE vantagem indevida a</p><p>funcionário público.</p><p>PREVARICAÇÃO</p><p>O agente viola o dever funcional para satisfazer INTERESSE ou</p><p>SENTIMENTO PESSOAL, de modo que não envolve um terceiro</p><p>corruptor.</p><p>Facilitação de contrabando ou descaminho</p><p>Art. 318</p><p>Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art.</p><p>334):</p><p>Pena: reclusão, de 3 a 8</p><p>anos, e multa. (Lei 8.137/90)</p><p>148</p><p>SÚMULA 151, STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de</p><p>contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da</p><p>apreensão dos bens.</p><p>Prevaricação</p><p>Art. 319</p><p>RETARDAR ou DEIXAR DE PRATICAR, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra</p><p>disposição expressa de lei, PARA SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.</p><p>PREVARICAÇÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA</p><p>PREVARICAÇÃO</p><p>(Art. 319 do CP)</p><p>CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA</p><p>(Art. 317, § 2º, do CP)</p><p>Retardar ou deixar de praticar,</p><p>indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo</p><p>contra disposição expressa de lei,</p><p>PARA SATISFAZER INTERESSE OU</p><p>SENTIMENTO PESSOAL.</p><p>Se o funcionário pratica, deixa de praticar</p><p>ou retarda ato de ofício, com infração de</p><p>dever funcional, CEDENDO A PEDIDO</p><p>OU INFLUÊNCIA DE OUTREM.</p><p>Há satisfação de sentimento ou interesse</p><p>pessoal (motivação)</p><p>Não há satisfação de sentimento ou</p><p>interesse pessoal</p><p>Não há pedido ou influência de outrem</p><p>Há pedido ou influência de outrem</p><p>(motivação)</p><p>Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa Detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa</p><p>Art. 319-A</p><p>Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao</p><p>preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com</p><p>outros presos ou com o ambiente externo: (Lei 11.466/07)</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.</p><p>Condescendência criminosa</p><p>Art. 320</p><p>Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu</p><p>infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao</p><p>conhecimento da autoridade competente:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.</p><p>Advocacia administrativa</p><p>Art. 321</p><p>PATROCINAR, direta ou indiretamente, INTERESSE PRIVADO PERANTE A</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, valendo-se da qualidade de funcionário:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.</p><p>Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, além da multa.</p><p>149</p><p>TRÁFICO DE INFLUÊNCIA E EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO</p><p>ADVOCACIA</p><p>ADMINISTRATIVA</p><p>PATROCINAR, direta ou indiretamente, interesse privado perante</p><p>a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.</p><p>Crime praticado por funcionário público contra a administração</p><p>em geral.</p><p>TRÁFICO DE</p><p>INFLUÊNCIA</p><p>SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, para si ou para outrem,</p><p>vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato</p><p>praticado por funcionário público no exercício da função.</p><p>Crime praticado por particular contra a administração em geral.</p><p>EXPLORAÇÃO DE</p><p>PRESTÍGIO</p><p>SOLICITAR ou RECEBER dinheiro ou qualquer outra utilidade, a</p><p>pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do MP, funcionário de</p><p>justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha.</p><p>Crime contra a administração da justiça.</p><p>Violência arbitrária</p><p>Art. 322</p><p>Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, além da pena correspondente à violência.</p><p>Abandono de função</p><p>Art. 323</p><p>Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.</p><p>§ 1º. Se do fato resulta prejuízo público:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.</p><p>§ 2º. Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:</p><p>Pena: detenção, de 1 a 3 anos, e multa.</p><p>Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado</p><p>Art. 324</p><p>Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a</p><p>exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido,</p><p>substituído ou suspenso:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.</p><p>Violação de sigilo funcional</p><p>Art. 325</p><p>Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou</p><p>facilitar-lhe a revelação:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>§ 1º. Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Lei 9.983/00)</p><p>I. permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou</p><p>qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações</p><p>ou banco de dados da Administração Pública; (Lei 9.983/00)</p><p>II. se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 2º. Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Lei 9.983/00)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 6 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>150</p><p>Violação do sigilo de proposta de concorrência</p><p>Art. 326</p><p>Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de</p><p>devassá-lo:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.</p><p>Funcionário público</p><p>Art. 327</p><p>Considera-se FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para os efeitos penais, quem, embora</p><p>transitoriamente ou sem remuneração, EXERCE CARGO, EMPREGO ou FUNÇÃO</p><p>PÚBLICA.</p><p>§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em</p><p>entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou</p><p>conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 2º. A pena será aumentada de 1/3 quando os autores dos crimes previstos neste</p><p>Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento</p><p>de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação</p><p>instituída pelo poder público. (Lei 6.799/80)</p><p>Capítulo II - Dos crimes praticados por particular contra a</p><p>administração em geral</p><p>Usurpação de função pública</p><p>Art. 328</p><p>USURPAR o EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA:</p><p>Pena: detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.</p><p>Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.</p><p>Resistência</p><p>Art. 329</p><p>OPOR-SE à EXECUÇÃO de ATO LEGAL, mediante violência ou ameaça a funcionário</p><p>competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:</p><p>Pena: detenção, de 2 meses a 2 anos.</p><p>§ 1º. Se o ato, em razão da resistência, não se executa:</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.</p><p>§ 2º. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.</p><p>Desobediência</p><p>Art. 330</p><p>DESOBEDECER a ORDEM LEGAL de funcionário público:</p><p>Pena: detenção, de 15 dias a 6 meses, e multa.</p><p>Desacato</p><p>Art. 331</p><p>DESACATAR FUNCIONÁRIO PÚBLICO no exercício da função ou em razão dela:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa.</p><p>O crime de desacato é compatível com a Constituição Federal e com o Pacto de São</p><p>José da Costa Rica. A figura penal do desacato não tolhe o direito à liberdade de</p><p>expressão, não retirando da cidadania o direito à livre manifestação, desde que</p><p>exercida nos limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os excessos.</p><p>151</p><p>STF. 2ª Turma. HC 141949/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/3/2018 (Info 894)</p><p>Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser</p><p>crime, conforme previsto no art. 331 do Código Penal.</p><p>STJ. 3ª Seção. HC 379.269-MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Rel. para acórdão Min.</p><p>Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/5/2017 (Info 607)</p><p>Tráfico de Influência</p><p>Art. 332</p><p>Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, VANTAGEM OU PROMESSA DE</p><p>VANTAGEM, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício</p><p>da função: (Lei 9.127/95)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 9.127/95)</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a</p><p>vantagem é também destinada ao funcionário. (Lei 9.127/95)</p><p>TRÁFICO DE INFLUÊNCIA E EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO</p><p>TRÁFICO DE INFLUÊNCIA</p><p>(Art. 332 do CP)</p><p>EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO</p><p>(Art. 357 do CP)</p><p>Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou</p><p>para outrem, vantagem ou promessa de</p><p>vantagem...</p><p> A pretexto de influir em ato praticado</p><p>por funcionário público no exercício da</p><p>função.</p><p>Solicitar</p><p>ou receber dinheiro ou qualquer</p><p>outra utilidade...</p><p> A pretexto de influir em juiz, jurado,</p><p>órgão do MP, funcionário de justiça,</p><p>perito, tradutor, intérprete ou</p><p>testemunha.</p><p>Reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. Reclusão, de 1 a 5 anos, e multa.</p><p>Majorante: 1/2</p><p>Se o agente alega ou insinua que a</p><p>vantagem é também destinada ao</p><p>funcionário.</p><p>Majorante: 1/3</p><p>Se o agente alega ou insinua que o dinheiro</p><p>ou utilidade também se destina a qualquer</p><p>das pessoas referidas neste artigo.</p><p>Corrupção ativa</p><p>Art. 333</p><p>Oferecer ou prometer VANTAGEM INDEVIDA A FUNCIONÁRIO PÚBLICO, para</p><p>determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ATO DE OFÍCIO:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. (Lei 10.763/03)</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa,</p><p>o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.</p><p>CONCUSSÃO, CORRUPÇÃO PASSIVA E ATIVA</p><p>CONCUSSÃO</p><p>(Art. 316 do CP)</p><p>CORRUPÇÃO</p><p>PASSIVA</p><p>(Art. 317 do CP)</p><p>CORRUPÇÃO</p><p>ATIVA</p><p>(Art. 333 do CP)</p><p>CRIME</p><p>Crime praticado por</p><p>FUNCIONÁRIO</p><p>PÚBLICO contra a</p><p>Administração Pública</p><p>Crime praticado por</p><p>FUNCIONÁRIO</p><p>PÚBLICO contra a</p><p>Administração Pública</p><p>Crime praticado por</p><p>PARTICULAR contra</p><p>a Administração</p><p>Pública</p><p>SUJEITO</p><p>ATIVO</p><p>Funcionário Público Funcionário Público Particular</p><p>CONDUTA EXIGIR</p><p>SOLICITAR,</p><p>RECEBER ou</p><p>ACEITAR PROMESSA</p><p>OFERECER ou</p><p>PROMETER</p><p>PENA Reclusão, de 2 a 12 anos, e multa</p><p>152</p><p>Descaminho</p><p>Art. 334</p><p>ILUDIR, no todo ou em parte, o PAGAMENTO DE DIREITO OU IMPOSTO devido pela</p><p>entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: (Lei 13.008/14)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 4 anos. (Lei 13.008/14)</p><p>A apreensão de mercadorias antes da entrada no recinto da aduana não configura o</p><p>crime de descaminho.</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 179.244-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 6/6/2023 (Info 13</p><p>– Edição Extraordinária).</p><p>SÚMULA 151, STJ: A competência para o processo e julgamento por crime de</p><p>contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da</p><p>apreensão dos bens.</p><p>A reiteração delitiva afasta a aplicação do princípio da insignificância no crime de</p><p>descaminho.</p><p>STJ. 6ª Turma. EDcl no AgRg no AREsp 2265545/PR, Rel. Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe</p><p>15/06/2023.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2271583/SP, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, DJe 12/06/2023.</p><p>CONSUMAÇÃO DO DESCAMINHO</p><p>Se a mercadoria precisa passar pela fiscalização alfandegária, entende-se que o</p><p>descaminho somente se consumará com a liberação pela alfândega, sem o pagamento</p><p>do tributo competente.</p><p>Se a mercadoria é apreendida antes mesmo da entrada no recinto da aduana, não haverá</p><p>crime, tratando-se de meros atos preparatórios, que, em regra, não são punidos pelo</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 179.244-SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 6/6/2023 (Info 13</p><p>– Edição Extraordinária).</p><p>A consumação de crime, em locais sujeitos à fiscalização da zona alfandegária, somente</p><p>se dará após a liberação da mercadoria pelas autoridades competentes ou a</p><p>transposição da aludida zona fiscal.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2.197.959/SP, Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 6/3/2023.</p><p>§ 1º. Incorre na mesma pena quem: (Lei 13.008/14)</p><p>I. pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Lei 13.008/14)</p><p>II. pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Lei 13.008/14)</p><p>III. vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito</p><p>próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de</p><p>procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou</p><p>fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território</p><p>nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Lei 13.008/14)</p><p>IV. adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade</p><p>comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de</p><p>documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. (Lei</p><p>13.008/14)</p><p>§ 2º. Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de</p><p>comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em</p><p>residências. (Lei 13.008/14)</p><p>§ 3º. A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte</p><p>aéreo, marítimo ou fluvial. (Lei 13.008/14)</p><p>Incide a causa especial de aumento de pena prevista no § 3º do art. 334 do Código</p><p>Penal quando se tratar de descaminho praticado em transporte aéreo, não sendo</p><p>relevante o fato de o voo ser regular ou clandestino.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 2.197.959-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado</p><p>em 28/2/2023 (Info 765).</p><p>153</p><p>Contrabando</p><p>Art. 334-A</p><p>IMPORTAR ou EXPORTAR MERCADORIA PROIBIDA: (Lei 13.008/14)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos. (Lei 13.008/14)</p><p>§ 1º. Incorre na mesma pena quem: (Lei 13.008/14)</p><p>I. pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Lei 13.008/14)</p><p>II. importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise</p><p>ou autorização de órgão público competente; (Lei 13.008/14)</p><p>III. reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação; (Lei</p><p>13.008/14)</p><p>IV. vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito</p><p>próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria</p><p>proibida pela lei brasileira; (Lei 13.008/14)</p><p>V. adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade</p><p>comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. (Lei 13.008/14)</p><p>§ 2º. Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de</p><p>comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em</p><p>residências. (Lei 4.729/65)</p><p>§ 3º. A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte</p><p>aéreo, marítimo ou fluvial. (Lei 13.008/14)</p><p>Não é possível aplicar o princípio da insignificância à importação não autorizada de</p><p>arma de pressão, pois configura delito de contrabando, que tutela, além do interesse</p><p>econômico, a segurança e a incolumidade pública.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 1685158/SP, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, DJe 07/08/2020.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1464158/RS, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, DJe 14/12/2016.</p><p>Não se aplica o princípio da insignificância na hipótese em que o agente introduz no</p><p>território nacional medicamentos não autorizados pelas autoridades competentes,</p><p>diante da potencial lesividade à saúde pública.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 2044314/RS, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador</p><p>Convocado Do TJDFT), DJe 17/08/2023.</p><p>É possível, excepcionalmente, aplicar o princípio da insignificância aos casos de</p><p>importação não autorizada de pequena quantidade de medicamento para consumo</p><p>próprio.</p><p>STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1724405/RS, Rel. Ministro Antonio Saldanha Palheiro, DJe</p><p>06/11/2018.</p><p>Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência</p><p>Art. 335</p><p>Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida</p><p>pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou</p><p>procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou</p><p>oferecimento de vantagem:</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.</p><p>Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em</p><p>razão da vantagem oferecida.</p><p>Inutilização de edital ou de sinal</p><p>Art. 336</p><p>Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de</p><p>funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou</p><p>por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:</p><p>Pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa.</p><p>154</p><p>Subtração ou inutilização</p><p>(Não há necessidade sem ofensa a</p><p>bem jurídico)</p><p>Princípio da ofensividade ou</p><p>da lesividade do evento</p><p>Nulla injuria sine actione</p><p>(Não há ofensa ao bem jurídico sem</p><p>ação)</p><p>Princípio da materialidade ou</p><p>da exterioridade da ação</p><p>Nulla actio sine culpa</p><p>(Não há ação sem culpa)</p><p>Princípio da culpabilidade ou</p><p>da responsabilidade pessoal</p><p>Nulla culpa sine judicio</p><p>(Não há culpa sem processo)</p><p>Princípio da jurisdicionalidade</p><p>Nulla judicio sine accusatione</p><p>(Não há processo sem acusação)</p><p>Princípio acusatório</p><p>Nulla accusatio sine probatione</p><p>(Não há acusação sem prova)</p><p>Princípio do ônus da prova ou</p><p>da verificação</p><p>Nulla probatio sine defensione</p><p>(Não há prova sem defesa).</p><p>Princípio do contraditório ou</p><p>da defesa ou da falseabilidade</p><p>LEI PENAL - CLASSIFICAÇÕES</p><p>NORMAS</p><p>INCRIMINADORAS</p><p>São aquelas descrevem crimes (preceito primário) e cominam</p><p>penas (preceito secundário).</p><p>NORMAS NÃO</p><p>INCRIMINADORAS</p><p>Não criam infração e</p><p>nem comina sanção.</p><p>Divide-se em:</p><p>Permissivas</p><p>Justificantes</p><p>Aquelas que afastam a</p><p>ilicitude.</p><p>Ex.: arts. 23, 24 e 25, CP -</p><p>Excludentes de ilicitude</p><p>Exculpantes</p><p>Aquelas que afastam a</p><p>culpabilidade.</p><p>Ex.: art. 26, caput, CP -</p><p>Inimputáveis.</p><p>Explicativas ou</p><p>Interpretativas</p><p>Aquelas que explicam conceitos.</p><p>Exemplo: art. 327, CP - Conceito de</p><p>funcionário público para fins penais.</p><p>Complementares,</p><p>de Aplicação ou</p><p>Finais</p><p>Aquelas que fornecem princípios gerais</p><p>para aplicação da lei penal.</p><p>Exemplo: art. 59, CP – Critérios para a fixação</p><p>da pena.</p><p>Integrativas ou de</p><p>Extensão</p><p>Aquela utilizada para viabilizar a</p><p>tipicidade de alguns fatos, pois a</p><p>subsunção do fato à norma é indireta</p><p>(normas penais de adequação típica</p><p>indireta ou mediata).</p><p>Exemplo: norma de extensão pessoal ou</p><p>espacial (concurso de crimes) - art. 29, CP.</p><p>13</p><p>COMPLETAS ou</p><p>PERFEITAS</p><p>São aquelas que apresentam todos os elementos da conduta</p><p>criminosa.</p><p>Exemplo: art. 157, caput, CP.</p><p>INCOMPLETAS ou</p><p>IMPERFEITAS</p><p>São aquelas que dependem de complemento valorativo, feito</p><p>pelo juiz (tipo aberto) ou normativo, feito por outra norma ou</p><p>por ato da Administração Pública (norma penal em branco).</p><p>NORMA PENAL EM BRANCO</p><p>Segundo Franz von Liszt, leis penais em branco são como corpos errantes em busca de</p><p>alma. Existem fisicamente no universo jurídico, mas não podem ser aplicadas em razão de</p><p>sua incompletude. A lei penal em branco é também denominada de cega ou aberta, e</p><p>pode ser definida como a espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa</p><p>reclama complementação. DIVIDE-SE EM:</p><p>IMPRÓPRIA,</p><p>HOMOGÊNEA OU</p><p>EM SENTIDO</p><p>AMPLO/LATO</p><p>O seu complemento normativo emana do próprio legislador, ou</p><p>seja, da mesma fonte de produção normativa.</p><p>Homovitelina</p><p>ou Homóloga</p><p>O complemento emana da mesma instância</p><p>legislativa (norma incompleta e seu</p><p>complemento integram a mesma estrutura</p><p>normativa).</p><p>Exemplo: no crime de peculato (art. 312 do</p><p>CP), a elementar funcionário público está</p><p>descrita no próprio CP (art. 327 do CP).</p><p>Heterovitelina</p><p>ou Heteróloga</p><p>O complemento emana de instância</p><p>legislativa diversa (norma incompleta e seu</p><p>complemento integram estruturas</p><p>normativas diversas).</p><p>Exemplo: no crime de ocultação de</p><p>impedimento para o casamento (art. 236 do</p><p>CP), as hipóteses impeditivas da união civil</p><p>estão elencadas no CC (art. 1.521 do CC).</p><p>PRÓPRIA,</p><p>HETEROGÊNEA OU</p><p>EM SENTIDO</p><p>ESTRITO</p><p>O seu complemento normativo não emana do legislador, mas de</p><p>fonte normativa diversa.</p><p>Exemplo: no crime de tráfico de drogas (art. 33, da Lei nº</p><p>11.343/06), as substâncias consideradas drogas estão na</p><p>Portaria 344 SVS/MS</p><p>AO QUADRADO</p><p>A norma penal requer um complemento que, por sua vez, deve</p><p>também ser integrado por outra norma (o tipo penal é</p><p>duplamente complementado).</p><p>Exemplo: art. 38 da Lei 9.605/98, que pune as condutas de</p><p>destruir ou danificar floresta considerada de preservação</p><p>permanente. O conceito de floresta de preservação permanente</p><p>é obtido no Código Florestal, que, dentre várias disposições,</p><p>estabelece uma hipótese em que a área de preservação</p><p>permanente será assim considerada após declaração de interesse</p><p>social por parte do Chefe do Poder Executivo.</p><p>DE FUNDO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>É aquela em que o complemento está em norma constitucional.</p><p>Exemplo: no crime de abandono intelectual (art. 246 do CP), o</p><p>conceito de instrução primária está no art. 208, I, da CF.</p><p>AO REVÉS, AO</p><p>AVESSO,</p><p>INVERTIDA OU</p><p>INVERSA</p><p>O complemento refere-se à sanção/preceito secundário, não</p><p>ao conteúdo proibitivo/preceito primário.</p><p>Exemplo: art. 1º, a, da Lei de Genocídio (Lei 2.889/56), segundo o</p><p>qual aquele que com a intenção de destruir, no todo ou em parte,</p><p>grupo nacional, étnico, racial ou religioso, mata membros do</p><p>grupo, é punido com as penas do art. 121, § 2º, do CP (homicídio</p><p>doloso qualificado).</p><p>Em decorrência do princípio da reserva legal, o complemento</p><p>obrigatoriamente tem que ser outra lei.</p><p>14</p><p>TÍTULO I - DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL</p><p>Anterioridade da Lei</p><p>Art. 1º</p><p>Não há crime sem lei anterior que o defina [Princípio da anterioridade]. Não há pena sem</p><p>prévia cominação legal [Princípio da legalidade]. (Lei 7.209/84)</p><p>Lei penal no tempo</p><p>Art. 2º</p><p>Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime ,</p><p>CESSANDO em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.</p><p>[Abolitio criminis] (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. A LEI POSTERIOR, que de qualquer modo favorecer o agente,</p><p>APLICA-SE AOS FATOS ANTERIORES, ainda que decididos por sentença condenatória</p><p>transitada em julgado. [Retroatividade de lei penal benéfica] (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 611, STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo</p><p>das execuções a aplicação de lei mais benigna.</p><p>SÚMULA 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime</p><p>permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da</p><p>permanência.</p><p>SÚMULA 471, STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos</p><p>antes da vigência da Lei 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei</p><p>7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.</p><p>SÚMULA 501, STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343/2006, desde que o</p><p>resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do</p><p>que o advindo da aplicação da Lei 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.</p><p>ABOLITIO CRIMINIS X PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA</p><p>ABOLITIO CRIMINIS CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA</p><p>O instituto da abolitio criminis refere-se à</p><p>supressão da conduta criminosa nos</p><p>aspectos formal e material.</p><p>O princípio da continuidade normativo-</p><p>típica refere-se apenas à supressão formal.</p><p>O fato não é mais punível (ocorre extinção</p><p>da punibilidade – art. 107, III, do CP).</p><p>O fato continua sendo punível (a conduta é</p><p>deslocada para outro tipo penal).</p><p>Ex.: O revogado crime de adultério (art. 240</p><p>deste Código).</p><p>Ex.: O crime de atentado violento ao pudor</p><p>passou a ser tipificado no art. 213 em</p><p>conjunto com o crime de estupro (Lei</p><p>12.015/09).</p><p>Lei excepcional ou temporária</p><p>Art. 3º</p><p>A LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA, embora decorrido o período de sua duração ou</p><p>cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua</p><p>vigência. [Ultratividade] (Lei 7.209/84)</p><p>São 2 as características essenciais da lei excepcional ou temporária:</p><p>autorrevogabilidade e ultratividade.</p><p>Tempo do crime</p><p>Art. 4º</p><p>Considera-se PRATICADO O CRIME no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja</p><p>o momento do resultado. (Lei 7.209/84)</p><p>15</p><p>TEORIAS DO TEMPO DO CRIME</p><p>Teoria da ATIVIDADE</p><p>ou da AÇÃO</p><p>Considera-se praticado o crime no momento da ação ou</p><p>omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.</p><p>É a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro.</p><p>Teoria do RESULTADO, DO</p><p>EVENTO ou DO EFEITO</p><p>Considera-se praticado o crime quando</p><p>de livro ou documento</p><p>Art. 337</p><p>Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à</p><p>custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, se o fato não constitui crime mais grave.</p><p>Sonegação de contribuição previdenciária</p><p>Art. 337-A</p><p>Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório , mediante as</p><p>seguintes condutas: (Lei 9.983/00)</p><p>I. omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto</p><p>pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso</p><p>ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Lei 9.983/00)</p><p>II. deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as</p><p>quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador</p><p>de serviços; (Lei 9.983/00)</p><p>III. omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou</p><p>creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Lei</p><p>9.983/00)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 1º. É EXTINTA A PUNIBILIDADE se o agente, espontaneamente, declara e confessa</p><p>as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência</p><p>social, na forma definida em lei ou regulamento, ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. (Lei</p><p>9.983/00)</p><p>§ 2º. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o</p><p>agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Lei 9.983/00)</p><p>I. (VETADO)</p><p>II. o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele</p><p>estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo</p><p>para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 3º. Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não</p><p>ultrapassa R$ 1.510,00, o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 até a metade ou aplicar apenas a</p><p>de multa. (Lei 9.983/00)</p><p>§ 4º. O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos</p><p>mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Lei 9.983/00)</p><p>SONEGAÇÃO PREVIDENCIÁRIA</p><p>CRIME PRÓPRIO</p><p>A sonegação previdenciária só pode ser praticada por pessoa</p><p>física que tenha o dever legal de praticar os atos mencionados e</p><p>recolher as contribuições devidas à Previdência Social.</p><p>CRIME MATERIAL</p><p>A jurisprudência dos tribunais superiores é consolidada no</p><p>sentido de que crime do art. 337-A do Código Penal é de natureza</p><p>material que só se consuma com a constituição definitiva, na via</p><p>administrativa, do débito tributário, consoante o disposto na</p><p>Súmula Vinculante 24 do STF.</p><p>SUJEITO PASSIVO</p><p>O sujeito passivo deste delito é o Estado, em especial a</p><p>Previdência Social.</p><p>OBJETO JURÍDICO</p><p>TUTELADO</p><p>Trata-se de um crime contra a Administração Pública.</p><p>Objetiva-se proteger o patrimônio do Estado, da Previdência</p><p>Social e de toda a coletividade participante do sistema</p><p>previdenciário.</p><p>PRESCINDE DE</p><p>DOLO ESPECÍFICO</p><p>Segundo a doutrina e a jurisprudência, o crime de sonegação fiscal</p><p>prescinde de dolo específico, sendo suficiente, para a sua</p><p>caracterização, a presença do dolo genérico consistente na</p><p>omissão voluntária do recolhimento, no prazo legal, dos valores</p><p>devidos.</p><p>EXTINÇÃO DA</p><p>PUNIBILIDADE</p><p>É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e</p><p>confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as</p><p>155</p><p>informações devidas à Previdência Social, na forma definida em</p><p>lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.</p><p>Destaque-se que para ter a punibilidade extinta não é necessário</p><p>o pagamento efetivo da contribuição sonegada, basta e</p><p>declaração e a confissão.</p><p>REPRESENTAÇÃO</p><p>FISCAL PARA FINS</p><p>PENAIS</p><p>(art. 83 da Lei</p><p>9.430/96)</p><p>A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes de</p><p>apropriação indébita previdenciária e de sonegação de</p><p>contribuição previdenciária será encaminhada ao Ministério</p><p>Público depois de proferida a decisão final, na esfera</p><p>administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário</p><p>correspondente.</p><p>STF. Plenário. ADI 4980/DF, Rel. Min. Nunes Marques, julgado em</p><p>10/3/2022 (Info 1047).</p><p>Ver também tabela “Parcelamento dos débitos x Pagamento integral dos débitos” e</p><p>comentário após o art. 168-A.</p><p>Capítulo II-A - Dos crimes praticados por particular contra a</p><p>Administração Pública estrangeira</p><p>Corrupção ativa em transação comercial internacional</p><p>Art. 337-B</p><p>Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público</p><p>estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício</p><p>relacionado à transação comercial internacional: (Lei 10.467/02)</p><p>Pena: reclusão, de 1 a 8 anos, e multa. (Lei 10.467/02)</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa,</p><p>o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo</p><p>dever funcional. (Lei 10.467/02)</p><p>Tráfico de influência em transação comercial internacional</p><p>Art. 337-C</p><p>Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem</p><p>ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público</p><p>estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Lei</p><p>10.467/02)</p><p>Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. (Lei 10.467/02)</p><p>Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a</p><p>vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (Lei 10.467/02)</p><p>Funcionário público estrangeiro</p><p>Art. 337-D</p><p>Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que</p><p>transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em</p><p>entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro. (Lei 10.467/02)</p><p>Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo,</p><p>emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder</p><p>Público de país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais. (Lei 10.467/02)</p><p>Capítulo II-B - Dos crimes em licitações e contratos</p><p>administrativos</p><p>Contratação direta ilegal</p><p>Art. 337-E</p><p>Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei:</p><p>(Lei 14.133/21)</p><p>156</p><p>Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, e multa. (Lei 14.133/21)</p><p>Frustração do caráter competitivo de licitação</p><p>Art. 337-F</p><p>Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem decorrente da</p><p>adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo licitatório: (Lei</p><p>14.133/21)</p><p>Pena: reclusão, de 4 anos a 8 anos, e multa. (Lei 14.133/21)</p><p>Patrocínio de contratação indevida</p><p>Art. 337-G</p><p>Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública ,</p><p>dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato cuja invalidação vier a ser</p><p>decretada pelo Poder Judiciário: (Lei 14.133/21)</p><p>Pena: reclusão, de 6 meses a 3 anos, e multa. (Lei 14.133/21)</p><p>Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo</p><p>Art. 337-H</p><p>Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem , inclusive</p><p>prorrogação contratual, em favor do contratado, durante a execução dos contratos</p><p>celebrados com a Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou nos</p><p>respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem</p><p>cronológica de sua exigibilidade: (Lei 14.133/21)</p><p>Pena: reclusão, de 4 anos a 8 anos, e multa. (Lei 14.133/21)</p><p>Perturbação de processo licitatório</p><p>Art. 337-I</p><p>Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de processo licitatório: (Lei</p><p>14.133/21)</p><p>Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. (Lei 14.133/21)</p><p>Violação de sigilo em licitação</p><p>Art. 337-J</p><p>Devassar o sigilo de proposta apresentada</p><p>da ocorrência do</p><p>seu resultado, pouco importando o momento da ação.</p><p>Teoria da UBIQUIDADE,</p><p>MISTA, HÍBRIDA ou</p><p>ECLÉTICA</p><p>Considera tempo do crime tanto o momento da ação ou</p><p>omissão quanto o momento da produção do resultado.</p><p>CRIME PERMANENTE E IMPUTABILIDADE:</p><p>Se uma pessoa menor de 18 anos inicia a prática de um crime permanente (ex.:</p><p>sequestro) e atinge a maioridade enquanto não cessada a permanência, aplica-se a</p><p>legislação penal, tendo em vista que passou a ser imputável durante a prática da</p><p>conduta.</p><p>CRIME CONTINUADO E IMPUTABILIDADE:</p><p>Se alguém praticar dois atos infracionais da mesma espécie (ex.: furto) e outros dois</p><p>furtos já quando maior de 18 anos, as duas primeiras condutas não serão</p><p>consideradas para fim de reconhecimento de crime continuado.</p><p>FIXAÇÃO DA IMPUTABILIDADE (TEMPO DA CONDUTA):</p><p>Se um menor de 18 anos desfere facadas na vítima que vem a falecer dias depois,</p><p>ocasião em que já atingiu a maioridade, aplica-se o Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente e não o Código Penal, tendo em vista que o ato infracional foi praticado</p><p>na época em que era inimputável (momento da conduta).</p><p>Territorialidade</p><p>Art. 5º</p><p>Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito</p><p>internacional, ao crime cometido no território nacional. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. Para os efeitos penais, consideram-se como EXTENSÃO DO TERRITÓRIO</p><p>NACIONAL as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do</p><p>governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações</p><p>brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço</p><p>aéreo correspondente ou em alto-mar. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou</p><p>embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no</p><p>território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar</p><p>territorial do Brasil. (Lei 7.209/84)</p><p>Lugar do crime</p><p>Art. 6º</p><p>Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em</p><p>parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Lei 7.209/84)</p><p>TEORIAS DO LUGAR DO CRIME</p><p>Teoria da</p><p>ATIVIDADE</p><p>O crime considera-se praticado no lugar da CONDUTA.</p><p>Teoria do</p><p>RESULTADO</p><p>O crime considera-se praticado no lugar do RESULTADO.</p><p>Teoria MISTA</p><p>(UBIQUIDADE)</p><p>O crime considera-se praticado no lugar da CONDUTA ou do</p><p>RESULTADO.</p><p>É a teoria adotada pelo Código Penal brasileiro.</p><p>16</p><p>NÃO APLICAÇÃO DA TEORIA DA UBIQUIDADE *</p><p>Crimes CONEXOS</p><p>Não se aplica a teoria da ubiquidade, eis que os diversos crimes</p><p>não constituem unidade jurídica. Deve cada um deles, portanto,</p><p>ser processado e julgado no país em que foi cometido.</p><p>Crimes PLURILOCAIS</p><p>Aplica-se a regra delineada pelo art. 70 do CPP, ou seja, a</p><p>competência será determinada pelo lugar em que se consumar</p><p>a infração ou, no caso de tentativa, pelo local em que for</p><p>praticado o último ato de execução. Na hipótese de crimes</p><p>dolosos contra a vida, aplica-se a teoria da atividade, segundo</p><p>pacífica jurisprudência, em razão da conveniência para a</p><p>instrução criminal em juízo, possibilitando a descoberta da</p><p>verdade real.</p><p>Infrações penais de</p><p>MENOR POTENCIAL</p><p>OFENSIVO</p><p>Teoria da Atividade - “A competência do Juizado será</p><p>determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal”.</p><p>(art. 63 da Lei 9.099/95)</p><p>Crimes</p><p>FALIMENTARES</p><p>Foro do local em que foi decretada a falência, concedida a</p><p>recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação</p><p>extrajudicial. (art. 183 da Lei 11.101/05)</p><p>ATOS INFRACIONAIS</p><p>Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do</p><p>lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão,</p><p>continência e prevenção. (art. 147, § 1º, do ECA)</p><p>* Conforme ensina Cleber Masson.</p><p>Extraterritorialidade</p><p>Art. 7º</p><p>FICAM SUJEITOS À LEI BRASILEIRA, embora cometidos no estrangeiro: (Lei 7.209/84)</p><p>I. OS CRIMES: [EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA] (Lei 7.209/84)</p><p>a. contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; [Princípio da</p><p>Defesa] (Lei 7.209/84)</p><p>b. contra o patrimônio ou a fé pública da União, do DF, de Estado, de Território,</p><p>de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou</p><p>fundação instituída pelo Poder Público; [Princípio da Defesa] (Lei 7.209/84)</p><p>c. contra a administração pública, por quem está a seu serviço; [Princípio da</p><p>Defesa] (Lei 7.209/84)</p><p>d. de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;</p><p>[Princípio da Justiça Penal Universal] (Lei 7.209/84)</p><p>II. OS CRIMES: [EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA] (Lei 7.209/84)</p><p>a. que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; [Princípio da</p><p>Justiça Penal Universal] (Lei 7.209/84)</p><p>b. praticados por brasileiro; [Princípio da personalidade / nacionalidade</p><p>ativa] (Lei 7.209/84)</p><p>c. praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de</p><p>propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.</p><p>[Princípio da Representação] (Lei 7.209/84)</p><p>§ 1º. Nos casos do inciso I (extraterritorialidade incondicionada), o agente é punido</p><p>segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Lei 7.209/84)</p><p>§ 2º. Nos casos do inciso II (extraterritorialidade condicionada), a aplicação da lei</p><p>brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Lei 7.209/84)</p><p>a. entrar o agente no território nacional; (Lei 7.209/84)</p><p>b. ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Lei 7.209/84)</p><p>c. estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;</p><p>(Lei 7.209/84)</p><p>d. não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>e. não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar</p><p>extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Lei 7.209/84)</p><p>17</p><p>§ 3º. A lei brasileira aplica-se também ao CRIME COMETIDO POR ESTRANGEIRO</p><p>CONTRA BRASILEIRO FORA DO BRASIL, se, reunidas as condições previstas no parágrafo</p><p>anterior: [EXTRATERRITORIALIDADE HIPERCONDICIONADA] (Lei 7.209/84)</p><p>a. não foi pedida ou foi negada a extradição; (Lei 7.209/84)</p><p>b. houve requisição do Ministro da Justiça. (Lei 7.209/84)</p><p>EXTRATERRITORIALIDADE E PRINCÍPIOS DO ART. 7º DO CP</p><p>Art. 7º, I, a, b, c Princípio da DEFESA INCONDICIONADA</p><p>Art. 7º, I, d Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL INCONDICIONADA</p><p>Art. 7º, II, a Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL CONDICIONADA</p><p>Art. 7º, II, b Princípio da NACIONALIDADE ATIVA CONDICIONADA</p><p>Art. 7º, II, c Princípio da REPRESENTAÇÃO CONDICIONADA</p><p>Art. 7º, § 3º Princípio da NACIONALIDADE PASSIVA HIPERCONDICIONADA</p><p>Pena cumprida no estrangeiro</p><p>Art. 8º</p><p>A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,</p><p>quando diversas, ou nela é COMPUTADA, quando idênticas. (Lei 7.209/84)</p><p>PENA CUMPRIDA NO</p><p>ESTRANGEIRO</p><p>ATENUA Quando DIVERSAS</p><p>COMPUTADA Quando IDÊNTICAS</p><p>Eficácia de sentença estrangeira</p><p>Art. 9º</p><p>A SENTENÇA ESTRANGEIRA, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as</p><p>mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Lei 7.209/84)</p><p>I. obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>II. sujeitá-lo a medida de segurança. (Lei 7.209/84)</p><p>Não é necessário homologar a sentença estrangeira para caracterização da</p><p>reincidência.</p><p>Segundo Cleber Masson, analisando os arts. 9º e 63 do CP, não há necessidade de</p><p>homologação da sentença estrangeira condenatória para caracterização da</p><p>reincidência no Brasil. Basta a sua simples existência.</p><p>Parágrafo único. A HOMOLOGAÇÃO DEPENDE: (Lei 7.209/84)</p><p>a. para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Lei 7.209/84)</p><p>b. para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja</p><p>autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição</p><p>do</p><p>Ministro da Justiça. (Lei 7.209/84)</p><p>Contagem de prazo</p><p>Art. 10</p><p>O DIA DO COMEÇO inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos</p><p>pelo calendário comum. (Lei 7.209/84)</p><p>CONTAGEM DE PRAZO</p><p>Prazo PENAL</p><p>INCLUI o do COMEÇO</p><p>Art. 10 do CP</p><p>Exclui o do final</p><p>Prazo PROCESSUAL PENAL</p><p>Exclui o do começo</p><p>Art. 798 do CPP</p><p>INCLUI o do FINAL</p><p>18</p><p>Frações não computáveis da pena</p><p>Art. 11</p><p>Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de</p><p>dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (real). (Lei 7.209/84)</p><p>Legislação especial</p><p>Art. 12</p><p>As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não</p><p>dispuser de modo diverso. [Princípio da especialidade] (Lei 7.209/84)</p><p>As regras gerais (previstas na parte geral e na parte especial do CP) possuem aplicação</p><p>subsidiária em relação às leis especiais (legislação extravagante). Não se aplicará as</p><p>regras gerais do Código Penal na hipótese da legislação especial regular a matéria de</p><p>forma diversa.</p><p>SÚMULA 171, STJ: Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de</p><p>liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.</p><p>19</p><p>TÍTULO II - DO CRIME</p><p>CONCEITO DE CRIME</p><p>Enfoque</p><p>FORMAL</p><p>Infração penal consiste na prática de uma conduta descrita em uma normal</p><p>penal incriminadora; em outras palavras, é aquilo que está rotulado em</p><p>uma norma penal incriminadora com ameaça de pena.</p><p>Enfoque</p><p>MATERIAL</p><p>Infração penal é o comportamento humano, causador de uma lesão ou</p><p>ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado pelo Estado.</p><p>Enfoque</p><p>ANALÍTICO</p><p>Leva em consideração os elementos estruturais que compõem o crime. Em</p><p>relação a essa espécie de conceituação temos basicamente duas correntes:</p><p>Bipartite</p><p>Crime é fato típico + ilícito (a culpabilidade é pressuposto</p><p>para a aplicação da pena)</p><p>Tripartite</p><p>Crime é fato típico, ilícito e culpável.</p><p>É a corrente amplamente adotada no Brasil.</p><p>Enfoque</p><p>LEGAL</p><p>Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou</p><p>de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente</p><p>com a pena de multa (art. 1° da LICP)</p><p>Relação de causalidade</p><p>Art. 13</p><p>O RESULTADO, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu</p><p>causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.</p><p>[Teoria da equivalência dos antecedentes / Conditio sine qua non] (Lei 7.209/84)</p><p>Superveniência de causa independente</p><p>§ 1º. A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação</p><p>quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem</p><p>os praticou. [Teoria da causalidade adequada] (Lei 7.209/84)</p><p>Relevância da omissão</p><p>§ 2º. A OMISSÃO É PENALMENTE RELEVANTE QUANDO o omitente devia e podia</p><p>agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: [Crimes omissivos</p><p>impróprios] (Lei 7.209/84)</p><p>a. tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;</p><p>b. de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;</p><p>c. com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.</p><p>Art. 14</p><p>Diz-se o CRIME: (Lei 7.209/84)</p><p>Crime consumado</p><p>I. CONSUMADO, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>MOMENTO DE CONSUMAÇÃO</p><p>Crime INSTANTÂNEO</p><p>Quando a consumação se dá em momento determinado.</p><p>Exemplo: roubo, que se dá com a inversão da posse do bem.</p><p>Crime PERMANENTE</p><p>É aquele cuja consumação se protrai no tempo.</p><p>Exemplo: extorsão mediante sequestro.</p><p>Crime INSTANTÂNEO de</p><p>EFEITOS PERMANENTES</p><p>É aquele em que a consumação se dá em momento</p><p>determinado, mas o efeito causado é irreversível.</p><p>Exemplo: homicídio.</p><p>SÚMULA 610, STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que</p><p>não realize o agente a subtração de bens da vítima.</p><p>20</p><p>SÚMULA 96, STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção</p><p>da vantagem indevida.</p><p>Tentativa</p><p>II. TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à</p><p>vontade do agente. (Lei 7.209/84)</p><p>TENTATIVA (CONATUS)</p><p>BRANCA ou</p><p>INCRUENTA</p><p>Quando a vítima não sofre lesões.</p><p>VERMELHA ou</p><p>CRUENTA</p><p>Quando a vítima sofre lesões.</p><p>PERFEITA</p><p>(acabada, frustrada</p><p>ou crime falho)</p><p>O sujeito faz tudo o que pode para chegar à consumação do delito,</p><p>esgotando todos os meios executórios que estavam à sua</p><p>disposição, e mesmo assim, a consumação não sobrevém, por</p><p>circunstâncias alheias à sua vontade.</p><p>IMPERFEITA</p><p>(inacabada ou</p><p>tentativa</p><p>propriamente dita)</p><p>O sujeito não chega a fazer tudo o que queria, ou seja, ainda há</p><p>meios executórios ao seu alcance, contudo, o agente é</p><p>interrompido, por causas estranhas à sua vontade e o crime não se</p><p>consuma.</p><p>FALHA ou</p><p>FRACASSADA</p><p>O agente acredita que não pode prosseguir na execução,</p><p>quando, na verdade, isso lhe era possível. O sujeito, de forma</p><p>equivocada, supõe que não atingirá a consumação do crime com os</p><p>meios que possui e, por isso, desiste de prosseguir na execução.</p><p>Não se trata de desistência voluntária, pois o agente paralisa a</p><p>prática dos atos não por não mais querer a consumação, mas por</p><p>acreditar que a consumação não ocorrerá. (ex.: é convencido por</p><p>terceiro que a arma está descarregada e não atira, mas, na verdade, a</p><p>arma estava municiada).</p><p>QUALIFICADA ou</p><p>ABANDONADA</p><p>Refere-se às hipóteses de desistência voluntária ou</p><p>arrependimento eficaz.</p><p>INIDÔNEA,</p><p>IMPOSSÍVEL,</p><p>INÚTIL,</p><p>INADEQUADA ou</p><p>QUASE CRIME</p><p>Crime impossível. Art. 17 do CP: Não se pune a tentativa quando,</p><p>por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do</p><p>objeto, é impossível consumar-se o crime.</p><p>Adota-se teoria objetiva – a função da tentativa leva em</p><p>consideração o perigo ao bem jurídico.</p><p>No crime impossível, o bem jurídico não corre perigo, pois o agente</p><p>se vale de meios absolutamente ineficazes ou se volta contra</p><p>objetos absolutamente impróprios.</p><p>Brasil: teoria objetiva temperada ou moderada – meio</p><p>“absolutamente” ineficaz ou objeto “absolutamente” improprio.</p><p>Se meio relativamente ineficaz ou objetivo relativamente</p><p>improprio, o agente responde pela tentativa. Ex.: tentar envenenar</p><p>alguém usando substância letal, mas em quantidade insuficiente (meio</p><p>relativamente eficaz). Responde por tentativa de homicídio.</p><p>CRIMES QUE</p><p>NÃO ADMITEM</p><p>TENTATIVA</p><p>CULPOSOS (exceto culpa imprópria)</p><p>CONTRAVENÇÕES PENAIS (A tentativa até pode ocorrer, mas não é</p><p>punível – art. 4º da LCP)</p><p>HABITUAIS</p><p>OMISSIVOS PRÓPRIOS</p><p>UNISSUBSISTENTES</p><p>PRETERDOLOSOS</p><p>ATENTADO / EMPREENDIMENTO (A tentativa já é punida com a</p><p>pena do crime consumado, pois ela está descrita no tipo penal)</p><p>21</p><p>Pena de tentativa</p><p>Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, PUNE-SE A TENTATIVA com a</p><p>pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3. (Lei 7.209/84)</p><p>PUNIÇÃO DA TENTATIVA</p><p>Teoria OBJETIVA</p><p>(REALÍSTICA)</p><p>Observa o ASPECTO OBJETIVO do delito</p><p>(sob a perspectiva dos atos praticados pelo</p><p>agente).</p><p>A punição se fundamenta no perigo de dano</p><p>acarretado ao bem jurídico, verificado na</p><p>realização de parte do processo executório.</p><p>Por ser objetivamente incompleta, a</p><p>tentativa merece pena reduzida. A tentativa</p><p>é chamada de tipo manco.</p><p>REGRA!</p><p>Pune-se a tentativa</p><p>com a pena</p><p>correspondente</p><p>ao crime</p><p>consumado,</p><p>diminuída de</p><p>1/3 a 2/3.</p><p>Teoria SUBJETIVA</p><p>(VOLUNTARÍSTICA</p><p>ou MONISTA)</p><p>Observa o ASPECTO SUBJETIVO do delito</p><p>(sob a perspectiva do dolo).</p><p>A consumação e a tentativa são idênticas,</p><p>logo, a tentativa deve ter a mesma pena da</p><p>consumação, sem redução.</p><p>EXCEÇÃO!</p><p>São os crimes de</p><p>atentado ou</p><p>empreendimento.</p><p>Desistência voluntária e arrependimento eficaz</p><p>Art. 15</p><p>O agente que, voluntariamente, DESISTE de prosseguir na execução ou IMPEDE que o</p><p>resultado se produza, SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ PRATICADOS. [Ponte de Ouro] (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Arrependimento posterior</p><p>Art. 16</p><p>Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, REPARADO O DANO OU</p><p>RESTITUÍDA A COISA, até o recebimento da denúncia ou da queixa , por ato voluntário do</p><p>agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3. [Ponte de Prata] (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 554, STF: O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o</p><p>recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.</p><p>CP, art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (...) III. ter o agente: (...) b.</p><p>procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe</p><p>ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; (...)</p><p>É possível o reconhecimento da causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do</p><p>Código Penal (arrependimento posterior) para o caso em que o agente fez o</p><p>ressarcimento da dívida principal (efetuou a reparação da parte principal do dano)</p><p>antes do recebimento da denúncia, mas somente pagou os valores referentes aos juros</p><p>e correção monetária durante a tramitação da ação penal.</p><p>É suficiente que ocorra arrependimento, uma vez reparada parte principal do dano, até</p><p>o recebimento da inicial acusatória, sendo inviável potencializar a amplitude da</p><p>restituição.</p><p>STF. 1ª Turma. HC 165312, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 14/04/2020 - Informativo 973.</p><p>22</p><p>PONTES DO DIREITO PENAL</p><p>PONTE DE</p><p>OURO</p><p>A lei estabelece um tratamento mais favorável em face da voluntária não</p><p>produção do resultado. Evita-se a consumação do crime.</p><p>Desistência voluntária (art. 15, 1ª parte, do CP) e</p><p>Arrependimento eficaz (art. 15, 2ª parte, do CP)</p><p>EXCLUDENTE DA TIPICIDADE</p><p>PONTE DE OURO</p><p>ANTECIPADA</p><p>A Lei Antiterrorismo prevê a possibilidade de</p><p>incidência das hipóteses de desistência voluntária e</p><p>arrependimento eficaz (art. 15, CP), mesmo antes</p><p>de iniciada a execução, quando o agente realiza</p><p>atos preparatórios, mas desiste de iniciar a</p><p>execução do crime de terrorismo.</p><p>Art. 10 da Lei 13.260/16. Mesmo antes de iniciada a</p><p>execução do crime de terrorismo, na hipótese do art. 5º</p><p>desta Lei (atos preparatórios), aplicam-se as</p><p>disposições do art. 15 do Código Penal.</p><p>PONTE DE</p><p>PRATA</p><p>Institutos que atuam após a consumação da infração penal, trazendo</p><p>um tratamento penal mais benéfico ao agente.</p><p>Arrependimento posterior (art. 16 do CP)</p><p>CAUSA GERAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA</p><p>PONTE DE</p><p>BRONZE</p><p>Confissão qualificada: quando o agente admite a autoria dos fatos,</p><p>mas suscita, a seu favor, uma causa de exclusão da ilicitude ou da</p><p>culpabilidade.</p><p>Confissão espontânea (art. 65, III, d, do CP)</p><p>ATENUANTE GENÉRICA</p><p>PONTE DE</p><p>DIAMANTE ou</p><p>PONTE DE</p><p>PRATA</p><p>QUALIFICADA</p><p>Institutos penais que, depois da consumação do crime, podem chegar</p><p>até a eliminar a responsabilidade penal do agente.</p><p>Colaboração premiada (diversas previsões)</p><p>PERDÃO JUDICIAL, SUBSTITUIÇÃO DE PENA, ETC</p><p>Crime impossível</p><p>Art. 17</p><p>Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta</p><p>impropriedade do objeto, é IMPOSSÍVEL CONSUMAR-SE O CRIME. (Lei 7.209/84)</p><p>SÚMULA 145, STF: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna</p><p>impossível a sua consumação.</p><p>SÚMULA 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou</p><p>por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não</p><p>torna impossível a configuração do crime de furto.</p><p>TEORIAS NO CRIME IMPOSSÍVEL *</p><p>Teoria</p><p>SUBJETIVA</p><p>É chamada de subjetiva porque, para essa teoria, o que importa é o</p><p>elemento subjetivo. Assim, o agente é punido pela sua intenção</p><p>delituosa, mesmo que, no caso concreto, não tenha colocado nenhum</p><p>bem em situação de perigo.</p><p>Teoria</p><p>SINTOMÁTICA</p><p>O enfoque é a periculosidade do autor e não propriamente o fato. Com</p><p>a conduta praticada o autor mostrou ser perigoso e deve sofrer a</p><p>punição, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado.</p><p>Percebe-se que a teoria tem forte relação com o direito penal do autor.</p><p>Teorias</p><p>OBJETIVAS</p><p>Diz-se que há elemento objetivo quando a tentativa tinha</p><p>possibilidade de gerar perigo de lesão para o bem jurídico. Se a</p><p>tentativa não gera perigo de lesão, ela é inidônea.</p><p>23</p><p>A inidoneidade pode ser:</p><p>› Absoluta (aquela conduta jamais conseguiria fazer com que o crime</p><p>se consumasse); ou</p><p>› Relativa (a conduta poderia ter consumado o delito, o que somente</p><p>não ocorreu em razão de circunstâncias estranhas à vontade do</p><p>agente).</p><p>OBJETIVA</p><p>PURA</p><p>Para esta corrente, não haverá crime se a tentativa</p><p>for inidônea (não importa se inidoneidade absoluta</p><p>ou relativa). Enfim, em caso de inidoneidade, não</p><p>interessa saber se ela é absoluta ou relativa, não</p><p>haverá crime.</p><p>OBJETIVA</p><p>TEMPERADA</p><p>(Teoria adotada</p><p>pelo Brasil)</p><p>Esta segunda corrente faz a seguinte distinção:</p><p>› Se os meios ou objetos forem relativamente</p><p>inidôneos, haverá crime TENTADO.</p><p>› Se os meios ou objetos forem absolutamente</p><p>inidôneos, haverá crime IMPOSSÍVEL.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>Art. 18</p><p>Diz-se o crime: (Lei 7.209/84)</p><p>Crime doloso</p><p>I. DOLOSO, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Lei</p><p>7.209/84)</p><p>Crime culposo</p><p>II. CULPOSO, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou</p><p>imperícia. (Lei 7.209/84)</p><p>Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato</p><p>previsto como crime, senão quando o pratica DOLOSAMENTE. (Lei 7.209/84)</p><p>TEORIAS DO DOLO ADOTADAS PELO CÓDIGO PENAL</p><p>TEORIA DA</p><p>VONTADE</p><p>CP, art. 18, I: “quis o resultado”.</p><p>Configuração do dolo exige: previsão do resultado + vontade de</p><p>produzir o resultado.</p><p>JUSTIFICA O DOLO DIRETO.</p><p>TEORIA DO</p><p>ASSENTIMENTO</p><p>(consentimento ou</p><p>da anuência)</p><p>CP, art. 18, I: “assumiu o risco de produzi-lo”.</p><p>Configuração do dolo: não é somente quando o agente quer o</p><p>resultado, mas também quando realiza a conduta assumindo o risco</p><p>de produzi-lo.</p><p>JUSTIFICA O DOLO EVENTUAL.</p><p>ESPÉCIES DE DOLO *</p><p>DOLO</p><p>DIRETO</p><p>O agente “quer</p><p>a produção do</p><p>resultado” (CP,</p><p>art. 18, I,</p><p>primeira parte).</p><p>Dolo direto de</p><p>PRIMEIRO GRAU</p><p>O agente tem intenção (vontade consciente) de</p><p>produzir o resultado e dirige sua conduta para este</p><p>fim. Dolo: fim e meios escolhidos. Exemplo: o</p><p>agente deseja matar um inimigo</p><p>Dolo direto de</p><p>SEGUNDO GRAU</p><p>(DOLO DE</p><p>CONSEQUÊNCIAS</p><p>NECESSÁRIAS)</p><p>O agente tem intenção (vontade consciente) de</p><p>produzir o resultado, mas sabe que a sua produção</p><p>necessariamente dará causa a outros resultados.</p><p>Exemplo: o agente coloca um explosivo dentro de</p><p>um carro de seu desafeto. Morte do desafeto: dolo</p><p>de 1º grau. Morte de outros passageiros: dolo de 2º</p><p>grau.</p><p>24</p><p>DOLO</p><p>INDIRETO</p><p>O agente não</p><p>dirige sua</p><p>vontade a um</p><p>resultado</p><p>determinado.</p><p>Dolo</p><p>ALTERNATIVO</p><p>O agente quer alcançar um ou outro resultado</p><p>(alternatividade objetiva) ou atingir uma ou outra</p><p>pessoa (alternatividade subjetiva).</p><p>Dolo EVENTUAL</p><p>O agente quer um resultado, mas assume o risco</p><p>de realizar o outro. Adoção da teoria do</p><p>assentimento. Há indiferença em relação ao</p><p>resultado.</p><p>Diferença de dolo eventual e dolo de segundo grau:</p><p>DOLO EVENTUAL: é possível que o resultado “indiferente” sequer ocorra.</p><p>DOLO DE 2º GRAU: o resultado certamente ocorrerá em virtude do meio de execução.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>MODALIDADES DE CULPA</p><p>(VIOLAÇÃO DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO)</p><p>IMPRUDÊNCIA Conduta positiva. Ex.: motorista que dirige em velocidade excessiva.</p><p>NEGLIGÊNCIA</p><p>Conduta negativa. Ex.: motorista deixa de fazer manutenção nos</p><p>freios.</p><p>IMPERÍCIA</p><p>Culpa profissional. Ex.: médico, durante o parto, por imperícia, causa a</p><p>morte da gestante.</p><p>CULPA PRÓPRIA E IMPRÓPRIA *</p><p>CULPA PRÓPRIA</p><p>(O agente não quer o</p><p>resultado nem assume</p><p>o risco de produzi-lo)</p><p>É a culpa</p><p>propriamente dita.</p><p>Subdivide-se em duas</p><p>espécies:</p><p>Culpa</p><p>INCONSCIENTE</p><p>É a culpa SEM PREVISÃO.</p><p>O agente não prevê o resultado que era</p><p>previsível</p><p>para o homem médio (homo medius</p><p>ou homem standard).</p><p>Culpa</p><p>CONSCIENTE</p><p>É a culpa COM PREVISÃO.</p><p>O agente acredita sinceramente que o</p><p>resultado não ocorrerá. **</p><p>Em ambos os casos a consequência jurídico-penal é a mesma.</p><p>CULPA IMPRÓPRIA</p><p>(Culpa por extensão,</p><p>por equiparação ou por</p><p>assimilação)</p><p>O sujeito, após prever o resultado, e desejar sua produção, realiza</p><p>a conduta por erro inescusável quanto à ilicitude do fato.</p><p>Supõe uma situação fática que, se existisse, tornaria a sua ação</p><p>legítima.</p><p>Por política criminal, é a única modalidade de crime culposo que</p><p>comporta tentativa.</p><p>* Conforme ensina Márcio Cavalcante.</p><p>** No caso do DOLO EVENTUAL, o resultado previsto não é desejado, mas assume o risco</p><p>de produzi-lo. Na CULPA CONSCIENTE o resultado previsto não é desejado ou assumido,</p><p>porque o agente acredita, sinceramente, que pode evitá-lo.</p><p>Agravação pelo resultado</p><p>Art. 19</p><p>Pelo RESULTADO que AGRAVA ESPECIALMENTE A PENA, só responde o agente que o</p><p>houver causado ao menos culposamente. (Lei 7.209/84)</p><p>É possível a aplicação das agravantes genéricas do art. 61 do CP aos crimes</p><p>preterdolosos.</p><p>Assim, nos crimes preterdolosos, espécie de delito qualificado pelo resultado, é possível</p><p>a incidência de agravante genérica prevista no art. 61 do CP.</p><p>Ex.: pode ser aplicada agravante genérica do art. 61, II, “c”, do CP no delito de lesão</p><p>corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, do CP).</p><p>STJ. 6ª Turma. AgInt no AREsp 1074503/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/09/2018.</p><p>Em crimes preterdolosos ou preterintencionais, imprescindível é que a denúncia</p><p>impute a previsibilidade e culpa no crime consequente, sob pena de indevida</p><p>25</p><p>responsabilização objetiva em direito penal, com atribuição de responsabilidade</p><p>apenas pelo nexo causal.</p><p>STJ. 6ª Turma. RHC 59.551/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 09/08/2016.</p><p>TEORIAS DA CONDUTA</p><p>TEORIA</p><p>CAUSALISTA</p><p>Causal-Naturalista /</p><p>Clássica /</p><p>Naturalística /</p><p>Mecanicista</p><p>Von Liszt, Beling,</p><p>Radbruch. Início do</p><p>século XIX</p><p>Movimento corporal (ação) voluntário que produz uma</p><p>modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos.</p><p>Crime</p><p>É fato típico, ilícito e culpável. A teoria causalista</p><p>é tripartite.</p><p>Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade.</p><p>Culpabilidade</p><p>(3º substrato)</p><p>É imputabilidade, dolo e culpa (“espécies” de</p><p>culpabilidade).</p><p>Conduta</p><p>AÇÃO consistente em um movimento humano</p><p>voluntário que causa modificação no mundo</p><p>exterior.</p><p>Críticas: desconsidera que toda ação humana é dirigida a uma</p><p>finalidade; não explica de maneira adequada os crimes omissivos,</p><p>formais e de mera conduta; desconsidera os elementos normativos</p><p>e os elementos subjetivos do tipo.</p><p>TEORIA</p><p>NEOKANTISTA</p><p>Causal-Valorativa /</p><p>Neoclássica /</p><p>Normativista</p><p>Edmund Mezger.</p><p>Primeiras décadas do</p><p>século XX</p><p>Base causalista</p><p>Comportamento humano (ação ou omissão) voluntário causador</p><p>de um resultado.</p><p>Crime É fato típico, ilicitude e culpabilidade. Tripartite</p><p>Fato típico É conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.</p><p>Culpabilidade</p><p>Imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa,</p><p>culpa e dolo.</p><p>Conduta</p><p>COMPORTAMENTO humano voluntário,</p><p>causador de modificação no mundo exterior.</p><p>Críticas: partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória</p><p>quando reconheceu elementos normativos e subjetivos no tipo.</p><p>TEORIA</p><p>FINALISTA</p><p>Ôntico-</p><p>Fenomenológica</p><p>Criada por Hans</p><p>Welzel. Meados do</p><p>século XX (1930 –</p><p>1960)</p><p>Comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um</p><p>fim – toda conduta é orientada por um querer.</p><p>Crime É fato típico, ilícito e culpável.</p><p>Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade.</p><p>Dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico (dolo deixa</p><p>de ser normativo e passa a ser natural: só elementos subjetivos:</p><p>consciência e vontade. Permanece a consciência da ilicitude na</p><p>culpabilidade).</p><p>Culpabilidade</p><p>Imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa</p><p>e potencial consciência da ilicitude (a antiga atual</p><p>consciência da ilicitude que ficava no dolo –</p><p>neokantismo –, tornando-o normativo, se desloca</p><p>para a culpabilidade, tornando-se potencial</p><p>consciência).</p><p>Conduta</p><p>COMPORTAMENTO humano voluntário</p><p>psiquicamente dirigido a um fim (ilícito).</p><p>Críticas: a finalidade não explica os crimes culposos (sendo frágil</p><p>também nos crimes omissivos); a teoria se centralizou no desvalor</p><p>da conduta, ignorando o desvalor do resultado.</p><p>TEORIA SOCIAL</p><p>DA AÇÃO</p><p>Desenvolvida por</p><p>Wessels, tendo como</p><p>principal adepto</p><p>Jescheck</p><p>Comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um</p><p>fim socialmente reprovável.</p><p>Crime Fato típico, ilicitude e culpabilidade.</p><p>Fato típico É conduta, resultado, nexo e tipicidade.</p><p>Culpabilidade</p><p>É imputabilidade, potencial consciência da</p><p>ilicitude, e exigibilidade de conduta diversa.</p><p>26</p><p>Conduta</p><p>Comportamento humano voluntário</p><p>psiquicamente dirigido a um fim, socialmente</p><p>reprovável.</p><p>Crítica: não há clareza no que significa fato socialmente relevante.</p><p>FUNCIONALISMO</p><p>TELEOLÓGICO OU</p><p>MODERADO</p><p>Dualista /</p><p>Moderado / da</p><p>Política Criminal /</p><p>Valorativo</p><p>Roxin – Escola de</p><p>Munique</p><p>Comportamento humano voluntário causador de relevante e</p><p>intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.</p><p>Crime</p><p>Fato típico, ilícito e REPROVÁVEL</p><p>(imputabilidade, potencial consciência da</p><p>ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e</p><p>necessidade da pena). Culpabilidade passa a ser</p><p>limite da pena (culpabilidade funcional).</p><p>Fato típico Ainda é conduta, resultado, nexo e tipicidade.</p><p>Conduta</p><p>Orientada pelo princípio da intervenção mínima,</p><p>consiste em um comportamento humano</p><p>voluntário, causador de relevante e intolerável</p><p>lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.</p><p>Crítica: coloca a reprovabilidade como substrato do crime.</p><p>FUNCIONALISMO</p><p>RADICAL OU</p><p>SISTÊMICO</p><p>Monista / Radical</p><p>Jakobs – Escola de</p><p>Bonn</p><p>Comportamento humano voluntário causador de um resultado</p><p>violador do sistema, frustrando as expectativas normativas.</p><p>Crime</p><p>Fato típico, ilicitude e culpabilidade. Também é</p><p>tripartite.</p><p>Fato típico É conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.</p><p>Culpabilidade</p><p>Imputabilidade, potencial consciência de ilicitude,</p><p>exigibilidade de conduta diversa.</p><p>Conduta</p><p>Comportamento humano voluntário causador de</p><p>um resultado evitável, violador do sistema,</p><p>frustrando as expectativas normativas.</p><p>Críticas: serve aos Estados totalitários; reduz direitos e garantias</p><p>fundamentais.</p><p>Erro sobre elementos do tipo</p><p>Art. 20</p><p>O ERRO sobre elemento constitutivo do TIPO legal de crime EXCLUI O DOLO, mas</p><p>permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Lei 7.209/84)</p><p>Descriminantes putativas</p><p>§ 1º. É ISENTO DE PENA quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,</p><p>supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. NÃO HÁ ISENÇÃO DE</p><p>PENA quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Lei 7.209/84)</p><p>Quanto à natureza jurídica das descriminantes putativas, o Código Penal adotou a</p><p>teoria limitada da culpabilidade, conforme consta expressamente no item 19 da</p><p>Exposição de Motivos da parte geral:</p><p>Repete o Projeto as normas do Código de 1940, pertinentes às denominadas</p><p>"descriminantes putativas". Ajusta-se, assim, o Projeto à teoria limitada pela</p><p>culpabilidade, que distingue o erro incidente sobre os pressupostos fáticos de uma</p><p>causa de justificação do que incide sobre a norma permissiva. Tal como no Código</p><p>vigente, admite-se nesta área a figura culposa (artigo 17, § 1º).</p><p>Teoria Limitada da Culpabilidade</p><p>As descriminantes putativas tem natureza jurídica de erro de tipo, quando o engano</p><p>recair sobre os pressupostos do fato; ou de erro de proibição, quando o erro recair</p><p>sobre a existência ou os limites de uma causa putativa de exclusão da ilicitude.</p><p>Erro determinado por terceiro</p><p>§ 2º. Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Lei 7.209/84)</p>

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