Prévia do material em texto
<p>ANÁLISE DAS</p><p>DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS</p><p>AULA 3</p><p>Prof.ª Aline Andrade Barbosa da Silva</p><p>2</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Caro(a) aluno(a), nesta aula vamos abordar índices de atividade, com</p><p>avaliação de ciclos operacionais, administração de capital de giro e análise de</p><p>capital de giro. Vamos partir de uma abordagem teórico-prática, com ênfase no</p><p>pragmatismo contábil, pontuando as seguintes temáticas:</p><p>• Índices de Atividade: Prazo Médio de Estocagem (PME), Prazo Médio de</p><p>Fabricação (PMF) e Prazo Médio de Vendas (PMV)</p><p>• Índices de Atividade: Prazo Médio de Compras (PMC), Prazo Médio de</p><p>Desconto de Duplicatas (PMDD) e Prazo Médio de Pagamento de</p><p>Fornecedores (PMPF)</p><p>• Avaliação de Ciclos Operacionais</p><p>• Administração do Capital de Giro: Capital Circulante Líquido (CCL),</p><p>Necessidade de Capital de Giro (NCG), Capital de Giro Próprio (CGP)</p><p>• Análise do Capital de Giro: Efeito Tesoura e Overtrade</p><p>Lembrem-se: a cada dia um degrau, a cada degrau uma luta, a cada luta</p><p>um aprendizado. Bons estudos!</p><p>CONTEXTUALIZANDO</p><p>Os índices de atividade apresentam uma nomenclatura bastante diversa,</p><p>como índices do ciclo operacional, análise da rotação de valores circulantes,</p><p>interpretação dos quocientes de circulação de capitais ou índices de prazos</p><p>médios. Tais indicadores viabilizam a análise e o acompanhamento do</p><p>desempenho operacional da empresa e de suas necessidades de investimento</p><p>em giro. Podem ainda servir para a análise da obtenção de prazos médios, em</p><p>que verificamos os ciclos operacional e financeiro.</p><p>A avaliação dos ciclos operacionais é relevante porque permite a análise</p><p>de fases operacionais da organização empresarial no processo de produção. O</p><p>ciclo operacional consiste no interstício de tempo demandado para a compra de</p><p>mercadorias ou insumos, além de armazenagem, produção, distribuição e</p><p>recepção de numerários relativos às vendas.</p><p>Há uma associação direta entre a análise de indicadores de atividade e</p><p>de liquidez. Essa relação se deve à combinação da identificação de volume de</p><p>recursos ou formas de pagamentos da companhia para honrar compromissos</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>3</p><p>futuros, considerando ainda a celeridade de conversão desses recursos em</p><p>numerários ao seu serviço. Por fim, temos o capital de giro, que visa manter o</p><p>equilíbrio da situação financeira da empresa, para garantir uma situação de</p><p>rentabilidade.</p><p>TEMA 1 – ÍNDICES DE ATIVIDADE: PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME),</p><p>PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO (PMF) E PRAZO MÉDIO DE VENDAS (PMV)</p><p>Os índices de atividade têm por objetivo medir as várias fases do ciclo de</p><p>uma empresa. São também chamados de indicadores de gestão de capital de</p><p>giro. Eles auxiliam na análise da situação financeira da empresa, de forma a</p><p>calcular quantos dias a entidade costuma levar, em média, para o recebimento</p><p>das vendas, o pagamento das compras e a renovação do estoque. São exemplos</p><p>de índices de atividade: a) Prazo Médio de Estocagem; b) Prazo Médio de</p><p>Fabricação; e, c) Prazo Médio de Vendas.</p><p>1.1 Prazo Médio de Estocagem (PME)</p><p>O Prazo Médio de Estocagem computa o tempo médio em que os</p><p>produtos ficam em estoque. A finalidade desse indicador é fornecer subsídios</p><p>para tomadas de decisão pertinentes a custos com armazenagem, gestão e</p><p>logística de estoque. A literatura apresenta diversas terminologias para o PME,</p><p>como Prazo Médio de Renovação de Estoques, Prazo Médio de Estocagem de</p><p>Matéria-Prima e Prazo de Rotação de Estoques. Martins, Miranda e Diniz (2020,</p><p>p. 153) concordam que, independentemente da classificação nominal,</p><p>expressamos aqui o tempo médio entre a aquisição de matéria-prima ou</p><p>mercadoria para revenda e a sua utilização na produção da empresa.</p><p>O Prazo Médio de Estocagem é calculado da seguinte forma:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚 =</p><p>𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑡é𝑟𝑖𝑎 − 𝑃𝑟𝑖𝑚𝑎 𝑜𝑢 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑅𝑒𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎</p><p>𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝐴𝑛𝑢𝑎𝑙</p><p>𝑥 365</p><p>• Estoque Médio de Matéria-Prima ou Revenda: aritmética simples entre o</p><p>saldo inicial e final de matéria-prima ou revenda (médias trimestrais ou</p><p>mensais).</p><p>• Consumo Anual de Matéria-Prima: Estoque Inicial + Compras – Estoque</p><p>Final.</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>4</p><p>Há uma fragilidade nesse índice, no que diz respeito à variedade de</p><p>estoques de uma empresa: estoques de produtos em elaboração, estoques de</p><p>produtos acabados, dentre outros. Assim, um cálculo que envolve todos esses</p><p>estoques pode ser um indicador distorcido. A solução apresentada por Martins,</p><p>Miranda e Diniz (2020) é calcular um índice para cada tipologia de estoque.</p><p>Vejamos um caso prático de como o cálculo é feito.</p><p>Tabela 1 – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado da Cia Cascavel</p><p>Item/Período 1 2 3</p><p>Ativo</p><p>Ativo Circulante 3.396,00 3.615,00 4.341,00</p><p>Caixa e equivalentes 303,00 436,00 588,00</p><p>Aplicações financeiras 763,00 765,00 1.157,00</p><p>Contas a receber 1.445,00 1.603,00 1.624,00</p><p>Estoque de matéria-prima 200,00 180,00 210,00</p><p>Estoque de produtos em elaboração 12,00 14,00 13,00</p><p>Estoque de produtos acabados 480,00 350,00 490,00</p><p>Impostos a recuperar 190,00 260,00 253,00</p><p>Despesas antecipadas 3,00 7,00 6,00</p><p>Ativo não Circulante 1.778,00 1.711,00 1.716,00</p><p>Ativo Realizável a Longo Prazo 187,00 210,00 226,00</p><p>Investimentos 156,00 118,00 106,00</p><p>Imobilizado 918,00 831,00 860,00</p><p>Intangível 517,00 552,00 524,00</p><p>TOTAIS 5.174,00 5.326,00 6.057,00</p><p>Passivo</p><p>Passivo Circulante 1.026,00 1.260,00 1.522,00</p><p>Obrigações sociais e trabalhistas 178,00 195,00 217,00</p><p>Fornecedores 269,00 320,00 372,00</p><p>Contas a Pagar 128,00 227,00 157,00</p><p>Empréstimos 451,00 518,00 776,00</p><p>Passivo não Circulante 1.349,00 945,00 853,00</p><p>Financiamentos 1.349,00 945,00 853,00</p><p>Patrimônio Líquido 2.799,00 3.121,00 3.682,00</p><p>Capital 1.740,00 1.884,00 1.943,00</p><p>Reservas de Capital 271,00 250,00 251,00</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>5</p><p>Reservas de Lucros 788,00 987,00 1.488,00</p><p>TOTAIS 5.174,00 5.326,00 6.057,00</p><p>Receita Líquida 3.092,00 5.202,00 6.044,00</p><p>Custo dos Produtos Vendidos (1.846,00) (3.214,00) (3.664,00)</p><p>Resultado Bruto 1.246,00 1.988,00 2.380,00</p><p>Despesas Operacionais (854,00) (1.358,00) (1.633,00)</p><p>Resultado Operacional 392,00 630,00 747,00</p><p>Resultado Financeiro 32,00 (13,00) 42,00</p><p>Resultado antes dos Tributos 424,00 617,00 789,00</p><p>Provisão para IR e CS 35% (17,00) (16,00) (36,00)</p><p>Resultado Líquido 407,00 601,00 753,00</p><p>Fonte: Martins, 2000.</p><p>Nas notas explicativas, constam os seguintes dados:</p><p>1) As vendas a prazo somam:</p><p>Período 1: $3.092,00.</p><p>Período 2: $5.202,00.</p><p>Período 3: $6.044,00.</p><p>2) As compras a prazo totalizam:</p><p>Período 1: $1.458,60.</p><p>Período 2: $1.716,00.</p><p>Período 3: $3.804,00.</p><p>3) O consumo de matéria-prima da empresa foi de:</p><p>Período 1: $1.475,60.</p><p>Período 2: $1.736,00.</p><p>Período 3: $2.774,00.</p><p>4) Os custos de produção da empresa totalizaram:</p><p>Período 1: $1.624,48.</p><p>Período 2: $2.828,32.</p><p>Período 3: $3.224,32.</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 =</p><p>190</p><p>1.736</p><p>𝑥 365 = 39,90 dias</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3 =</p><p>195</p><p>2.774</p><p>𝑥 365= 25,7 dias</p><p>jeanh</p><p>Stamp</p><p>6</p><p>A interpretação do indicador refere-se ao tempo médio em que o material</p><p>permanece em estoque. Ou seja, em nosso exemplo prático, no Prazo Médio de</p><p>Estocagem do Período 2 do Balanço Patrimonial, o tempo médio de permanência</p><p>dos materiais em estoque é de 39,90 dias. Já em relação ao Prazo Médio de</p><p>Estocagem do Período 3 do Balanço Patrimonial, o tempo médio é de 25,7 dias.</p><p>Nesses casos, o analista deve ter em mente alguns aspectos fundamentais para</p><p>a análise, como o tempo</p><p>de entrega dos materiais pelo fornecedor, o tempo de</p><p>obsolescência do material, os recursos de que a empresa dispõe imobilizado</p><p>(dinheiro parado em estoque) e o custo de manutenção do estoque (aluguel, mão</p><p>de obra etc.). Isso significa dizer que o prazo médio de estocagem analisado</p><p>depende da realidade de cada empresa. No exemplo, caso a empresa</p><p>comercialize produtos alimentares e perecíveis, como no caso de uma padaria,</p><p>o tempo seria muito longo, de modo que poderia comprometer os resultados da</p><p>empresa.</p><p>1.2 Prazo Médio de Fabricação (PMF)</p><p>O Prazo Médio de Fabricação é o tempo gasto pela entidade para a</p><p>fabricação de seus produtos. É uma medida empregada em casos em que a</p><p>produção demanda um longo tempo. A fórmula para o cálculo do PMF é:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜 =</p><p>𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝐸𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎çã𝑜</p><p>𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜</p><p>𝑥 365</p><p>Para a produção de milho, por exemplo, que tem como derivados o próprio</p><p>milho in natura, a canjica e o flocão de milho, temos em cada produto a realidade</p><p>de tempo específico de cada fabricação. Assim, em uma situação como essa, é</p><p>relevante aplicar esse indicador.</p><p>Para o exemplo fornecido no item anterior, temos o seguinte Prazo Médio</p><p>de Fabricação:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 =</p><p>13</p><p>2.828,32</p><p>𝑥 365 = 1,7 dias</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎çã𝑜𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3 =</p><p>13,50</p><p>3.224,32</p><p>𝑥 365=1,5 dias</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>7</p><p>Isso significa que o tempo médio gasto pela empresa para produzir os</p><p>seus produtos é de 1,7 dias para o período 2 e 1,5 dias para os períodos 3.</p><p>Verificamos, então, que a empresa obteve uma maior eficiência de produção no</p><p>período 3, uma vez que reduziu o tempo de produção em relação ao período 2.</p><p>1.3 Prazo Médio de Vendas (PMV)</p><p>O Prazo Médio de Vendas, também conhecido como prazo médio de</p><p>estocagem de produtos acabados, consiste no espaço de tempo compreendido</p><p>entre o término de sua fabricação e a venda efetiva. Em outras palavras, é o</p><p>prazo em que o produto ficou estocado à espera de ser vendido (Martins;</p><p>Miranda; Diniz, 2020). O cálculo do prazo médio de vendas é obtido da seguinte</p><p>forma:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 =</p><p>𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝐴𝑐𝑎𝑏𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠</p><p>𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑀𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠</p><p>𝑥 365</p><p>Novamente, considerando o exemplo descrito no Prazo Médio de Vendas,</p><p>temos os seguintes indicadores:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 =</p><p>415</p><p>3.214</p><p>𝑥 365 = 47,10 𝑑𝑖𝑎𝑠</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3 =</p><p>420</p><p>3.664</p><p>𝑥 365=41,80 dias</p><p>Isso significa que o tempo médio que uma empresa leva para que os</p><p>produtos entrem no estoque e sejam vendidos é de 47,10 dias no período 2 e</p><p>41,80 dias no período 3, demonstrando que houve uma redução no prazo de</p><p>venda dos produtos ou mercadorias estocadas no período 3. Assim, há um</p><p>impacto positivo no capital de giro, ligado à redução do tempo em que as</p><p>mercadorias ficam paradas em estoque. Considera-se ainda a rentabilidade da</p><p>venda em si, pela redução do custo de estocagem dos produtos.</p><p>Esse índice é relevante para as companhias que costumam vender a</p><p>prazo, pois por meio dele é possível ter uma ideia do quanto a empresa vai ter</p><p>em dinheiro, quando poderá pagar fornecedores e também quando poderá fazer</p><p>novos investimentos.</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>8</p><p>Segundo Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 154). esse índice apura o</p><p>tempo entre o término da fabricação e a venda efetiva.</p><p>TEMA 2 – ÍNDICES DE ATIVIDADE: PRAZO MÉDIO DE COMPRAS (PMC),</p><p>PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (PMC)</p><p>Entre os indicadores da atividade, existem ainda duas nomenclaturas: i)</p><p>Prazo Médio de Compras (PMC), e ii) Prazo Médio de Pagamento de</p><p>Fornecedores (PMPF). Neste momento, vamos apresentá-los em suas</p><p>especificidades.</p><p>2.1 Prazo Médio de Compras</p><p>O Prazo Médio de Compras, ou prazo médio de pagamento de</p><p>fornecedores, indica o tempo médio para o pagamento de compras realizadas a</p><p>prazo, sendo mensurado da seguinte forma:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 =</p><p>𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟 (𝑚é𝑑𝑖𝑎)</p><p>𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜</p><p>𝑥 365</p><p>Esse indicador requer uma visão de usuário interno. Afinal, um usuário</p><p>externo terá dificuldades para distinguir o valor real da conta Fornecedores, que</p><p>pode englobar outros itens, como compras de insumos. Retomando o caso</p><p>prático, temos os seguintes indicadores:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 =</p><p>294,50</p><p>1.716</p><p>𝑥 365 = 62,60 dias</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3 =</p><p>346</p><p>3.804</p><p>𝑥 365=33,20 dias</p><p>Isso significa que o tempo gasto, em média, para o pagamento das</p><p>compras a prazo, é de 62,60 dias, para o período 2, e 33,20 dias, para o período</p><p>3. Em relação ao prazo médio de pagamento de fornecedores, em tese, quanto</p><p>maior, melhor, uma vez que as compras realizadas são financiadas pelos</p><p>recursos dos fornecedores. O ideal é que o prazo seja superior ao prazo médio</p><p>de vendas concedido aos clientes, porque assim o pagamento dos fornecedores</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>Stamp</p><p>9</p><p>pode ser feito com os recursos (dinheiro) gerados pela venda desses mesmos</p><p>materiais.</p><p>2.2 Prazo Médio de Cobrança</p><p>O Prazo Médio de Cobrança, também conhecido pela literatura contábil</p><p>de prazo médio de recebimento de contas a receber, ou ainda prazo médio de</p><p>recebimento de clientes, representa o tempo médio despendido no recebimento</p><p>de vendas a prazo.</p><p>Um aspecto importante é que devem ser adotadas apenas as vendas a</p><p>prazo no cálculo do prazo médio de cobrança. Afinal, se todas as vendas forem</p><p>consideradas, será encontrado o prazo médio ponderado entre vendas à vista e</p><p>a prazo. Nesse caso, deve-se empregar a média de Duplicatas a Receber,</p><p>conforme os saldos da conta para o período anterior e o período em exercício:</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎𝑛ç𝑎 =</p><p>𝐷𝑢𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑡𝑎𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑒𝑟(𝑚é𝑑𝑖𝑎)</p><p>𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑎 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜</p><p>𝑥 365</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎𝑛ç𝑎𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 =</p><p>1.524</p><p>5.202</p><p>𝑥 365 = 106,9 dias</p><p>𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎𝑛ç𝑎𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3 =</p><p>1.613,50</p><p>6.044</p><p>𝑥 365= 97,4 dias</p><p>Isso significa que o tempo médio para o recebimento dos clientes da</p><p>empresa é de 106,9 dias no período 2 e 97,4 dias no período 3. O resultado dos</p><p>prazos médios encontrados demonstra que houve uma redução no tempo de</p><p>financiamento da venda aos clientes, ou seja, a venda está se convertendo em</p><p>dinheiro em um prazo menor no período 3. Em tese, quanto menor o prazo para</p><p>o recebimento das vendas a prazo, melhor é o cenário para fins de fluxo de caixa</p><p>e rentabilidade.</p><p>TEMA 3 – AVALIAÇÃO DE CICLOS OPERACIONAIS</p><p>3.1 Ciclo operacional</p><p>O ciclo operacional é formado pela soma de todos os acontecimentos</p><p>referentes a uma operação empresarial. Ele corresponde ao tempo entre a</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>jeanh</p><p>Stamp</p><p>jeanh</p><p>AreaHighlight</p><p>10</p><p>compra do insumo produtivo até o recebimento do caixa proveniente da venda</p><p>do produto final. A ideia desse indicador é apresentar o tempo que cada atividade</p><p>demanda da cadeia produtiva, como também o montante de capital exigido para</p><p>arcar, em termos financeiros, com o prazo entre a compra de mercadoria e o</p><p>recebimento da venda.</p><p>As principais etapas do ciclo operacional são: compra da matéria-prima</p><p>ou mercadoria para revenda; estocagem da matéria-prima ou mercadoria para</p><p>revenda; pagamento da matéria-prima ou mercadoria</p><p>para revenda; produção;</p><p>vendas; e recebimento das vendas (Martins; Miranda; Diniz, 2020).</p><p>Figura 1 – Etapas do ciclo operacional</p><p>O ciclo operacional é composto pelo somatório do Prazo Médio de</p><p>Estocagem de Matéria-prima ou mercadorias para revenda, Prazo Médio de</p><p>Fabricação, Prazo Médio de Venda e Prazo Médio de Cobrança. A Figura 2</p><p>ilustra esse conceito.</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>11</p><p>Figura 2 – Prazos do ciclo operacional</p><p>Fonte: Elaborado com base em Martins; Miranda; Diniz, 2020.</p><p>Ressalta-se ainda que, em empresas não-industriais, o prazo médio de</p><p>fabricação desaparece do ciclo operacional. O custeio da fabricação ou a</p><p>operação em si para empresas não industriais pode ser suportado por prazos</p><p>com fornecedores (chamados de recursos operacionais não onerosos, aqueles</p><p>pelos quais a entidade não paga juros), considerando o Prazo Médio de</p><p>Pagamentos a Fornecedores. Por outro lado, o processo da fabricação ou a</p><p>operação em si, para empresas não industriais, pode ser sustentado por meio</p><p>de investimentos financeiros da companhia em capital de giro (recursos</p><p>onerosos porque provocam despesas financeiras).</p><p>Retomando o exemplo, temos o seguinte ciclo operacional no Período 2:</p><p>1. Prazo Médio de Estocagem: 39,90 dias.</p><p>2. Prazo Médio de Fabricação: 1,7 dias.</p><p>3. Prazo Médio de Vendas: 47,1 dias.</p><p>4. Prazo Médio de Cobrança: 106,9 dias.</p><p>Ciclo Operacional Total = 195,7 dias.</p><p>Já no Período 3, temos o seguinte ciclo operacional:</p><p>5. Prazo Médio de Estocagem: 25,7 dias.</p><p>6. Prazo Médio de Fabricação: 1,5 dias.</p><p>7. Prazo Médio de Vendas: 41,8 dias.</p><p>8. Prazo Médio de Cobrança: 97,4 dias.</p><p>Ciclo Operacional Total = 166,5 dias.</p><p>O tempo que a empresa arca com o financiamento é chamado de Ciclo</p><p>de Caixa (CC). Em outras palavras, o CC consiste no período entre o pagamento</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>12</p><p>de fornecedores e o recebimento das vendas. Assim, o ciclo operacional é a</p><p>soma entre o Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores e o Ciclo de Caixa.</p><p>Figura 3 – Composição do ciclo operacional</p><p>Dessa forma, quanto mais agilidade na transformação dos estoques</p><p>armazenados em caixa, menor a duração do ciclo operacional. Além disso,</p><p>quanto menor o ciclo de caixa, menor o período do ciclo.</p><p>Continuando o exemplo de Martins (2020), agora vamos calcular o ciclo</p><p>de caixa da empresa:</p><p>• Ciclo de caixa = Ciclo operacional – PMPF.</p><p>• Ciclo de caixa P2: 195,7 – 62,60 = 133,0 dias.</p><p>• Ciclo de caixa P3: 166,5 – 33,2 = 133,3 dias.</p><p>Quer entender melhor sobre o ciclo operacional? Vamos imaginar que os</p><p>produtos de uma companhia atacadista fiquem armazenados, em média, 45 dias</p><p>no estoque. Suponha ainda que o prazo médio de cobrança seja de 28 dias.</p><p>Além disso, a entidade obteve um prazo médio de vendas de 20 dias. Assim,</p><p>teremos o seguinte ciclo operacional: CO=45+28+20=93 dias. O resultado</p><p>sinaliza que o ciclo operacional da empresa leva, em geral, 93 dias para ser</p><p>finalizado.</p><p>A análise desse último exemplo permite afirmar que o período de</p><p>aquisição dos produtos até a data de recebimento pela venda foi de 93 dias.</p><p>Assim, esse período se refere ao tempo, em média, durante o qual os recursos</p><p>estão aplicados nas operações, sem as respectivas saídas de caixa. Dessa</p><p>forma, o capital de giro é financiado pelos fornecedores, que admitem um prazo</p><p>para pagamento. A situação ideal é que a organização consiga maximizar os</p><p>prazos com fornecedores.</p><p>Para fins de interpretação, quanto menor o ciclo, melhor será para a</p><p>empresa. Isso ocorre porque um ciclo operacional elevado é sinal de que há</p><p>pouca saída de estoque e pouca circulação de dinheiro.</p><p>Ciclo Operacional</p><p>Prazo Médio de</p><p>Pagamento de</p><p>Fornecedores</p><p>C i c l o O p e r a c i o n a l</p><p>Ciclo de Caixa</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>13</p><p>Em provas</p><p>(Exame de Suficiência do CFC/ANO) Uma indústria compra matéria-prima a</p><p>prazo. Após o recebimento da matéria prima, a indústria a armazena, em média,</p><p>por 7 (sete) dias, antes de encaminhá-la para a área de produção, onde ficará 4</p><p>(quatro) dias em processo.</p><p>Após a conclusão da manufatura, a indústria mantém o produto acabado em</p><p>estoque por um tempo médio de 21 dias antes de vendê-lo.</p><p>As vendas são efetuadas com prazo médio de recebimento de 35 dias.</p><p>O pagamento ao fornecedor acontece 17 dias após a compra da matéria-prima.</p><p>Acerca da situação acima, o Ciclo Operacional Total é de:</p><p>a) 39 dias</p><p>b) 46 dias</p><p>c) 60 dias</p><p>d) 67 dias</p><p>Comentário: o ciclo operacional é igual a PME+PMF+PMV+PMC. Logo, Ciclo</p><p>Operacional Total = 7+4+35+21=67 dias.</p><p>Gabarito: Alternativa D.</p><p>TEMA 4 – ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO: CAPITAL CIRCULANTE</p><p>LÍQUIDO (CCL), NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG), CAPITAL DE</p><p>GIRO PRÓPRIO (CGP)</p><p>4.1 Capital Circulante Líquido</p><p>O Capital de Giro, conhecido na literatura como Capital Circulante Líquido,</p><p>expressa a diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante. Trata-se de um</p><p>indicador da folga financeira que a companhia tem para honrar os seus</p><p>compromissos no curto prazo. Vejamos a fórmula do Capital Circulante Líquido:</p><p>𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 (𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐺𝑖𝑟𝑜) = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>14</p><p>Figura 4 – Balanço Patrimonial da CVALE 2020</p><p>15</p><p>De acordo com o Balanço Patrimonial Consolidado, o CCL de 2020 é de</p><p>R$ 1.874.074,00 (R$6.106.607,00 – R$4.432.533,00). Em 2019, o CCL foi de R$</p><p>1.295.904,00 (R$4.422.586,00 – R$3.126.682,00), o que representa uma</p><p>redução nos ativos da companhia CVALE utilizados para a manutenção do</p><p>desempenho.</p><p>A administração do capital de giro é relevante para a análise da</p><p>estabilidade financeira de uma organização. Por meio da avaliação do Capital</p><p>Circulante Líquido, são indicados os prazos operacionais, o volume de recursos</p><p>de longo prazo que suporta o giro e as demandas de investimento operacional.</p><p>A análise do giro também está diretamente relacionada à solvência e</p><p>rentabilidade da companhia. As alterações no Capital Circulante Líquido são</p><p>jeanh</p><p>16</p><p>constatadas pela (não mais obrigatória) Demonstração das Origens e Aplicações</p><p>de Recursos, e também pela Análise Horizontal do Balanço Patrimonial.</p><p>Em provas</p><p>(Exame de Suficiência do CFC/2021) Uma sociedade empresária apresentou as</p><p>seguintes informações:</p><p>Sabendo-se que o Patrimônio Líquido correspondente a 60% do Ativo</p><p>Imobilizado e o Passivo Exigível a Longo Prazo correspondente à metade do</p><p>Patrimônio Líquido, qual é o Capital Circulante Líquido da sociedade?</p><p>a) R$ 3.000,00</p><p>b) - R$ 3.000,00</p><p>c) R$ 9.000,00</p><p>d) R$ 12.000,00</p><p>Comentário: o Capital Circulante Líquido consiste na diferença entre Ativo</p><p>Circulante e Passivo Circulante. Como Passivo Circulante + Passivo Não</p><p>Circulante + PL = Ativo Não Circulante + Ativos Circulante, temos que o Capital</p><p>de Giro (PNC - ANC) é igual a CCL (AC-PC). Assim, temos que PNC</p><p>(6000+3000) - ANC (12000) = -3.000.</p><p>Gabarito: Alternativa B.</p><p>4.2 Necessidade de Capital de Giro</p><p>A Necessidade de Capital de Giro é um indicador da realidade econômico-</p><p>financeira que visa sinalizar o nível de recursos demandados para a manutenção</p><p>do giro dos negócios, considerando que as contas empregadas na mensuração</p><p>da NCG indicam transações de curto prazo com efeitos rápidos. Dessa forma,</p><p>alterações nas políticas de estocagem, de crédito e de compras produzem</p><p>efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da entidade.</p><p>Para o cálculo da Necessidade de Capital de Giro, é preciso fazer a</p><p>reclassificação das contas do Ativo Circulante e do Passivo Circulante, para</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>17</p><p>determinar o Ativo Circulante Operacional e o Passivo Circulante Operacional. O</p><p>ACO é o investimento provenientes de compra, produção, estocagem e venda</p><p>de produtos. Por outro lado, o PCO é o financiamento que ocorre com tais</p><p>atividades.</p><p>Já as contas do Ativo Circulante Não Operacional e Passivo</p><p>Circulante Não Operacional são aquelas que, financeiras ou não, não se</p><p>associam diretamente às atividades operacionais da companhia.</p><p>Segundo Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 137), as principais contas</p><p>componentes dos grupos operacional e financeiro do circulante são:</p><p>• Ativo Circulante Operacional: clientes, diminuídos da provisão para</p><p>devedores duvidosos, adiantamentos a fornecedores, estoques, impostos</p><p>a recuperar (IPI, ICMS), despesas antecipadas etc.</p><p>• Ativo Circulante Financeiro: disponibilidades, aplicações financeiras,</p><p>créditos de empresas coligadas ou controladas, imóveis para venda,</p><p>equipamentos desativados disponibilizados para negociação (Ativos Não</p><p>Circulantes disponíveis para venda) etc.</p><p>• Passivo Circulante Operacional: fornecedores, impostos (PIS/COFINS,</p><p>ICMS, IPI, IR, CSSL), adiantamentos de clientes, salários e encargos</p><p>sociais, participações de empregados, despesas operacionais a pagar</p><p>etc.</p><p>• Passivo Circulante Financeiro: empréstimos e financiamentos de curto</p><p>prazo, duplicatas descontadas, dívidas com coligadas e controladas etc.</p><p>Tabela 2 – Balanço Patrimonial Cia Maringá</p><p>Item/Período 1 2</p><p>Ativo</p><p>Ativo Circulante 3.396,00 3.615,00</p><p>Caixa e equivalentes 303,00 436,00</p><p>Aplicações financeiras 763,00 765,00</p><p>Contas a receber 1.445,00 1.603,00</p><p>Estoque de matéria-prima 200,00 180,00</p><p>Estoque de produtos em elaboração 12,00 14,00</p><p>Estoque de produtos acabados 480,00 350,00</p><p>Impostos a recuperar 190,00 260,00</p><p>Despesas antecipadas 3,00 7,00</p><p>Ativo Não Circulante</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>18</p><p>Ativo Realizável a Longo Prazo 187,00 210,00</p><p>Investimentos 156,00 118,00</p><p>Imobilizado 918,00 831,00</p><p>Intangível 517,00 552,00</p><p>TOTAIS 5.174,00 5.326,00</p><p>Passivo</p><p>Passivo Circulante 1.026,00 1.260,00</p><p>Obrigações sociais e trabalhistas 178,00 195,00</p><p>Fornecedores 269,00 320,00</p><p>Contas a Pagar 128,00 227,00</p><p>Empréstimos 451,00 518,00</p><p>Passivo Não Circulante 1.349,00 945,00</p><p>Financiamentos 1.349,00 945,00</p><p>Patrimônio Líquido 2.799,00 3.121,00</p><p>Capital 1.740 1.884,00</p><p>Reservas de Capital 271,00 250,00</p><p>Reservas de Lucros 788,00 987,00</p><p>TOTAIS 5.174,00 5.326,00</p><p>Fonte: Elaborado com base em Martins; Miranda; Diniz, 2020.</p><p>Após a reclassificação, calcula-se a NCG por meio da fórmula:</p><p>𝑁𝐶𝐺 = 𝐴𝐶𝑂 − 𝑃𝐶𝑂</p><p>𝑁𝐶𝐺𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 1 = (𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑖𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐷𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐷𝑢𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠</p><p>+ 𝐴𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑎 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 + 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑟</p><p>+ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠) − (𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠</p><p>+ 𝐴𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 + 𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑒 𝐸𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠</p><p>+ 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟)</p><p>𝑁𝐶𝐺𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 1 = (1445 − 0 + 0 + 200 + 12 + 480 + 190 + 3) − (269 +0+0+178+0+128)=</p><p>R$1.755,00</p><p>𝑁𝐶𝐺𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 = (𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝑃𝑟𝑜𝑣𝑖𝑠ã𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝐷𝑒𝑣𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝐷𝑢𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜𝑠</p><p>+ 𝐴𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑎 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 + 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑎 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎𝑟</p><p>+ 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠) − (𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 + 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠</p><p>+ 𝐴𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 + 𝑆𝑎𝑙á𝑟𝑖𝑜𝑠 𝑒 𝐸𝑛𝑐𝑎𝑟𝑔𝑜𝑠 𝑆𝑜𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠</p><p>+ 𝑃𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎çõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝐸𝑚𝑝𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟)</p><p>jeanh</p><p>19</p><p>𝑁𝐶𝐺𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2 = (1603 − 0 + 0 + 180 + 14 + 350 + 260 + 7) − (320 +0+0+195+0+227)=</p><p>R$1.672,00</p><p>Assim, para a Companhia Maringá, teríamos o NGC calculado da seguinte</p><p>forma: no período 1, R$1.755,00; no período 2, R$1.672,00. Dessa forma,</p><p>chegamos aos valores mínimos que a Cia. deve ter em caixa para manter a</p><p>entidade funcionando.</p><p>Veja, no quadro a seguir, os critérios para a interpretação da NCG.</p><p>Quadro 1 – Critérios de avaliação da necessidade de Capital de Giro</p><p>ACO > PCO Situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa</p><p>pode recorrer a fontes de financiamentos.</p><p>ACO = PCO Essa é uma situação de equilíbrio, não muito comum. Aqui, pelo fato de a NCG</p><p>ser igual a zero, a empresa não tem necessidade de financiamento para giro.</p><p>ACO</p><p>próprio. Outro fator relevante refere-se</p><p>ao Ativo Imobilizado (AI), pois todas as transações que repercutam em aumento</p><p>das contas de AI e, consequentemente, redução do Patrimônio Líquido, reduzem</p><p>o Capital de Giro. Assim, operações que provocam decréscimo do AI e aumento</p><p>do Patrimônio Líquido aumentam o Capital de Giro (CDG). O quadro a seguir</p><p>apresenta as operações que se relacionam às alterações de CDG.</p><p>Quadro 2 – Atividades que alteram o Capital de Giro</p><p>Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>22</p><p>Retomando o exemplo da CVALE, temos o Capital de Giro Próprio,</p><p>em2020, no valor de R$491.286,00 (R$2.515.612,00 – R$ 2.024.326,00); e</p><p>R$314.759,00 (R$2.133.690,00 – R$1.818.931,00) em 2019. Isso significa que</p><p>a empresa aumentou o montante de que dispõe sem necessidade de</p><p>empréstimo.</p><p>Segundo Silva (2019), esta análise deve ser combinada às análises de</p><p>liquidez, índices da atividade operacional e estudo do Capital de Giro Próprio.</p><p>Esses indicadores, quando analisados em conjunto, nos ajudam a manter a</p><p>empresa saudável economicamente. Além disso, apresentam as seguintes</p><p>vantagens: a) oferta de melhores condições para venda a prazo; b) aumento da</p><p>competitividade; c) manutenção das contas de curto prazo em dia, de maneira a</p><p>manter o caixa positivo; e d) gerenciamento dos recebíveis.</p><p>Em provas</p><p>(Exame de Suficiência do CFC/ANO) A empresa X apresentou os seguintes</p><p>valores referentes aos grupos do Balanço Patrimonial considerando os dois</p><p>últimos exercícios; observe:</p><p>Ativo 2018 2019 Passivo 2018 2019</p><p>Ativo</p><p>Circulante</p><p>753.000,00 1.200.000,00 Passivo</p><p>Circulante</p><p>274.000,00 283.000,00</p><p>Ativo Não</p><p>Circulante</p><p>2.047.000,00 2.100.000,00 Passivo Não</p><p>Circulante</p><p>426.000,00 517.000,00</p><p>Patrimônio</p><p>Líquido</p><p>2.100.000,00 2.500.000,00</p><p>Total do Ativo 2.800.000,00 3.300.000,00 Total do</p><p>Passivo</p><p>2.800.000,00 3.300.000,00</p><p>De acordo com as informações, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I. A variação do Capital de Giro da empresa em 2019 foi de 447.000,00,</p><p>correspondente a 59,36% em relação ao ano de 2018.</p><p>II. A variação do Passivo Circulante em 2019 foi de 9.000,00, correspondente a</p><p>21,36% em relação ao ano de 2018.</p><p>III. O Capital Circulante Líquido em 2019 foi de 917.000,00 e sua variação foi de</p><p>438.000,00 em relação ao ano de 2018.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>jeanh</p><p>23</p><p>a) I, II e III.</p><p>b) II apenas.</p><p>c) II e III apenas.</p><p>d) I e III apenas.</p><p>Comentário: Vamos analisar as assertivas:</p><p>I) 𝐴𝐶2018 - 𝐴𝐶2019= 753000 - 1.200.000 = 447.000 = 59.36%</p><p>II) 𝑃𝐶2018 - 𝑃𝐶2019= 274.000 - 283.000 = 9.000 = 3,28%</p><p>III) (𝐴𝐶2019 - 𝑃𝐶2019) − (𝐴𝐶2018 - 𝑃𝐶2018) =479.000 - 917.000 = 438.000</p><p>Assim, estão certas somente as afirmações I e III. Gabarito: Alternativa D.</p><p>TEMA 5 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO: EFEITO TESOURA E OVERTRADE</p><p>5.1 Efeito tesoura</p><p>O desajuste dos indicadores de Necessidade de Capital de Giro e Capital</p><p>Circulante Líquido demonstra que a organização está expandindo de forma</p><p>superior à sua capacidade financeira de financiamento. Isso ocorre devido à</p><p>custosa aplicação de recursos no capital de giro, que excede o nível de Capital</p><p>Circulante Líquido. Esse desequilíbrio é proveniente do crescimento da entidade,</p><p>com acirrado investimento de recursos no capital de giro, buscando exceder o</p><p>nível de Capital Circulante Líquido, que pode ser mensurado pelo Saldo de</p><p>Tesouraria, que por sua vez consiste na diferença entre Ativo Circulante Não</p><p>Operacional e Passivo Circulante Não Operacional.</p><p>Considere a imagem a seguir.</p><p>Figura 6 – Representação gráfica da ocorrência de efeito tesoura</p><p>Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>24</p><p>Interpretamos a figura da seguinte forma: quando o Saldo de Tesouraria</p><p>for inferior a zero, isto é, negativo, a companhia tem obrigações de curto prazo,</p><p>adquiridas para o financiamento das atividades de capital de giro. Em caso de</p><p>períodos seguidos de crescimento da Necessidade de Capital de Giro superior</p><p>ao Capital Circulante Líquido, entendemos que ocorre o chamado efeito tesoura.</p><p>Assim, ao passo que as necessidades de giro, sob a forma de Ativo Circulante</p><p>Operacional, são financiadas por obrigações de curto prazo, há um aumento na</p><p>diferença entre Necessidade de Capital de Giro e Capital Circulante Líquido, que</p><p>acentua o efeito tesoura.</p><p>Nesse caso, a companhia não consegue financiar os seus investimentos</p><p>operacionais em giro, de maneira que opera com recursos incoerentes com as</p><p>necessidades da empresa. Isso indica possibilidade de insolvência, o que exige</p><p>dos administradores uma célere intervenção nos prazos operacionais, com</p><p>renegociação da dívida e alteração dos meios de concessão de crédito e nas</p><p>políticas de vendas.</p><p>As causas do efeito tesoura são ilustradas a seguir.</p><p>Quadro 3 – Efeito tesoura</p><p>Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.</p><p>Seguimos agora para a análise do overtrade.</p><p>5.2 Overtrade</p><p>O overtrade acontece quando a empresa realiza as suas atividades</p><p>operacionais além da sua capacidade de honrar os compromissos. Nesse caso,</p><p>não existe capital de giro suficiente para o financiamento das atividades de curto</p><p>prazo, de maneira que a dívida com terceiros passa a financiar os estoques e as</p><p>Causas do</p><p>efeito tesoura</p><p>Crescimento elevado do nível de atividade empresarial (overtrade)</p><p>ou tendência do ciclo operacional deficitário</p><p>Decisões de imobilizações sem recursos próprios ou recursos de</p><p>longo prazo disponíveis</p><p>Desvio de recursos do giro para imobilizações</p><p>Sucessivos prejuízos, levando a empresa a captar recursos de curto</p><p>prazo para financiar as suas atividades</p><p>Inflação</p><p>jeanh</p><p>25</p><p>contas a receber de curto prazo. Em vista disso, o ciclo operacional assume uma</p><p>tendência negativa e a empresa entra no overtrade.</p><p>Nessa situação, a organização empresarial entra em pré-falência, pois o</p><p>volume de atividades não consegue mais ser suportado pelo Capital de Giro</p><p>disponível. Em outras palavras, o volume de atividade não gera recursos</p><p>necessários para o pagamento das despesas financeiras, que se acentuam com</p><p>a falta de pagamento e, consequentemente, com a renegociação da dívida.</p><p>O overtrade, conforme Silva (2019), é um problema que ocorre em certa</p><p>constância com empresas em fase de criação ou expansão, nas quais inexiste</p><p>um planejamento para as previsões de fluxo de caixa.</p><p>Os casos que indicam a entrada de uma companhia em overtrade estão</p><p>listados no quadro a seguir.</p><p>Quadro 4 – Overtrade</p><p>Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.</p><p>TROCANDO IDEIAS</p><p>Nesta aula, estudamos os índices de atividade. Agora, indique quais são</p><p>os índices de atividade e a sua finalidade. Aponte as causas e portas de entrada</p><p>do efeito tesoura e do overtrade. Participe do fórum da disciplina e deixe as suas</p><p>respostas.</p><p>Situações de entrada</p><p>no Overtrade</p><p>Constantes quedas nos indicadores de liquidez</p><p>Crescimento da Necessidade de Capital de Giro</p><p>Excesso de Imobilizado em relação ao Circulante, sem uma clara justificativa</p><p>Queda acentuada nas vendas</p><p>Crescimento acentuado dos estoques em relação ao crescimento das vendas</p><p>Crescente aumento do Ciclo Financeiro</p><p>Crescente busca de financiamento junto a terceiros</p><p>Aumento das despesas financeiras</p><p>Dificuldades para efetuar o pagamento dos salários, fornecedores, impostos e</p><p>despesas fixas</p><p>Permanência de itens obsoletos no ativo imobilizado</p><p>Alto nível de devolução de vendas</p><p>jeanh</p><p>jeanh</p><p>26</p><p>NA PRÁTICA</p><p>Vamos praticar? Considere uma questão do Exame de Suficiência do</p><p>Conselho Federal de Contabilidade com abordagem multidisciplinar sobre os</p><p>assuntos estudados neste material escrito.</p><p>(Exame de Suficiência do CFC/2019) Os seguintes valores foram divulgados por</p><p>uma empresa comercial em alguns de seus relatórios contábil-financeiros</p><p>encerrada em 31/12/20X1:</p><p>Informações adicionais:</p><p>Em 20X1, as Contas a Receber de Clientes giraram, em média, seis vezes,</p><p>enquanto Fornecedores</p><p>de Mercadorias a Pagar giraram, em média, dez vezes;</p><p>No Balanço Patrimonial, encerrado em 31/12/20X0, o saldo do Estoque de</p><p>Mercadorias foi de R$ 290.000,00. Considerando apenas as informações</p><p>apresentadas e adotando o ano comercial com 360 dias nos cálculos, pode-se</p><p>afirmar que em 20X1:</p><p>a) O Ciclo Operacional foi de 150 dias e o Ciclo Financeiro foi de 114 dias.</p><p>b) O Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores foi de 90 dias e o Ciclo</p><p>Financeiro de 150 dias.</p><p>c) O Prazo Médio de Renovação de Estoque de Mercadorias foi de 36 dias e o</p><p>Ciclo Operacional de 150 dias.</p><p>d) O Prazo Médio de Recebimento de Clientes foi de 60 dias e o Prazo Médio de</p><p>Pagamento a Fornecedores foi de 90 dias.</p><p>Comentário: Trata-se da diferença entre ciclo operacional e financeiro. Assim,</p><p>temos:</p><p>Prazo de Estocagem =</p><p>{[(EI+EF)/2]/CMV}*360={[( 290.000+ 310.000)/2]/1.200.000}*360=90 dias</p><p>Giro de Recebíveis = (360/Prazo de Recebimento)</p><p>Prazo de Recebimento=60 dias</p><p>27</p><p>Giro de Fornecedores=360/PrazoFornec .</p><p>10=360/Prazo de Fornec.= Prazo de Fornec.=36 dias</p><p>Ciclo Operacional=Prazo de Estocagem+Prazo de Recebimento=90 dias+60</p><p>dias=150 dias</p><p>Ciclo Financeiro=Ciclo Operacional-Prazo de Fornec=150 dias-36 dias=114 dias</p><p>Gabarito: Alternativa A.</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nesta aula, aprendemos sobre índices de atividade. Analisamos ainda o</p><p>ciclo operacional e a sua composição. Percebemos que o ciclo operacional</p><p>consiste em fases operacionais ao longo do processo de fabricação,</p><p>correspondendo ao tempo entre a compra do insumo produtivo e o recebimento</p><p>do caixa proveniente da venda do produto final. Além disso, abordamos o efeito</p><p>tesoura e o overtrade, peças fundamentais para a administração do capital de</p><p>giro. Aprendemos muito! Nos conteúdos posteriores vamos tratar dos índices de</p><p>rentabilidade EBTDA e EVA.</p><p>28</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das</p><p>demonstrações contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2020.</p><p>MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e</p><p>gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações</p><p>contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p>