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<p>Aula 53 - Profa.</p><p>Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos -</p><p>Curso Regular</p><p>Autor:</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits</p><p>de Oliveira</p><p>10 de Janeiro de 2023</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Índice</p><p>..............................................................................................................................................................................................1) Desidratação 3</p><p>..............................................................................................................................................................................................2) Fluidoterapia 11</p><p>..............................................................................................................................................................................................3) Equilíbrio eletrolítico 16</p><p>..............................................................................................................................................................................................4) Equilibrio Ácido Básico 29</p><p>..............................................................................................................................................................................................5) Choque 38</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>2</p><p>49</p><p>1</p><p>APRESENTAÇÃO DO CURSO</p><p>Olá, estrategistas, dando continuidade ao nosso do Curso de Clínica Médica de Pequenos Animais</p><p>vamos aprender um pouco mais sobre Desidratação, fluidoterapia e choque, para te auxiliar no concurso</p><p>desejado, objetivando seu sucesso. Nosso material é composto por teoria e questões, voltado para provas</p><p>objetivas e discursivas de programas de residência multiprofissionais.</p><p>Trata-se de um curso, que visa ajudar aos candidatos às vagas de residência multiprofissional e</p><p>uniprofissional em Medicina Veterinária, bem como a quem tem interesse em concorrer a vagas em</p><p>concursos públicos nas áreas de clínica médica de pequenos animais. Através desse material trazemos a</p><p>vocês, alunos, uma visão direcionada e baseada em conteúdos rotineiramente abordados em editais e provas</p><p>de residência multiprofissional das escolas mais conceituadas de medicina veterinária.</p><p>A forma de abordagem de nosso curso atende tanto o aluno que está iniciando os estudos na área,</p><p>como aquele que está estudando há mais tempo, além de trazer conceitos importantes para facilitar o</p><p>entendimento do conteúdo.</p><p>Para que nosso aprendizado seja mais bem fixado por você, estrategista, resolveremos e</p><p>discutiremos questões cobradas em outros concursos e algumas elaboradas por mim, especialmente para</p><p>nosso curso, de forma a levantar situações práticas que podem ser abordadas em sua prova. Dessa maneira,</p><p>buscamos abordar o conteúdo de forma dinâmica.</p><p>Em relação à nossa metodologia de estudo, traremos as aulas em .pdf com uma leitura de fácil</p><p>compreensão e assimilação, abordando todos os assuntos do edital de forma completa e direcionada,</p><p>aprofundando os assuntos mais importantes. Esse material trará uma série de esquemas, imagens, resumos</p><p>e questões com as informações que realmente importam para sua aprovação na vaga desejada.</p><p>Você terá ainda vários canais de contato direto e pessoal com o Professor. Por meio do fórum de</p><p>dúvidas, e-mail, WhatsApp e Telegram. Dessa forma poderemos sanar juntos todas as dúvidas que surgirem</p><p>no decorrer do estudo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>3</p><p>49</p><p>2</p><p>Teremos ainda videoaulas que irão complementar seu estudo, com uma didática leve e</p><p>compreensível, traremos os tópicos principais dos assuntos mais pedidos em editais de residência. Assim,</p><p>você vai poder revisar o conteúdo e complementar seu estudo. E, é claro, revisões pontuais para te deixar</p><p>preparado para o dia da prova.</p><p>Essas VIDEOAULAS são um complemento ao nosso .pdf e NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE</p><p>VAMOS ANALISAR NOS NOSSOS LIVROS ELETRÔNICOS. Por vezes, haverá aulas com vários vídeos; outras</p><p>que terão videoaulas apenas em parte do conteúdo; e outras, ainda, que não conterão vídeos. Nosso foco</p><p>é, sempre, o estudo ativo!!!!</p><p>Então vamos começar e trilhar juntos a sua jornada de APROVAÇÃO no concurso desejado! Bom</p><p>estudo!! E contem comigo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>4</p><p>49</p><p>3</p><p>APRESENTAÇÃO PESSOAL</p><p>Farei agora uma apresentação pessoal, para que você me conheça melhor. Meu nome é Graziela</p><p>Kopinits de Oliveira. Sou graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco</p><p>(UFRPE). Realizei meu mestrado em Cirurgia Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e</p><p>o doutorado em Ciência Veterinária, com ênfase em cirurgia, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco</p><p>(UFRPE).</p><p>Fui docente durante sete anos na graduação, em faculdades da rede privada, nas áreas de clínica e</p><p>cirurgia de cães e gatos, aprimorando dessa forma minha didática. Além disso fui preceptora e professora de</p><p>curso de aprimoramento na área de clínica e cirurgia de pequenos animais.</p><p>Minha experiência em concurso público se deu através da realização e aprovação em concursos de</p><p>residência (UFRPE), no último concurso do Ministério da Agricultura (MAPA) - o qual, mesmo sendo</p><p>convocada, não assumi a vaga - e no cargo que exerço atualmente, como médico Veterinário (TAE) na</p><p>Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na área de cirurgia de cães e gatos.</p><p>Tenho ainda um capítulo no livro impresso "Tratado de técnica cirúrgica veterinária", sobre técnicas</p><p>e instrumentais ortopédicos, além de apostilas e alguns artigos publicados, que me treinaram para o</p><p>desenvolvimento do material que usaremos em nosso curso.</p><p>Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los da</p><p>melhor forma possível nesta caminhada que estamos iniciando para sua aprovação.</p><p>E-mail: grakopinits@gmail.com</p><p>WhatsApp: (82) 993706394</p><p>Intagram: @vetgraziela</p><p>Telegram: @grakopinits</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>5</p><p>49</p><p>4</p><p>DESIDRATAÇÃO, FLUIDOTERAPIA E CHOQUE</p><p>Considerações Iniciais</p><p>Na aula de hoje vamos estudar as particularidades da desidratação, fluidoterapia e síndrome do</p><p>choque em cães e gatos, este conteúdo é sempre abordado nas provas de residência de clínica médica de</p><p>pequenos animais.</p><p>As provas focam bastante nos tipos de desidratação, soluções de reposição e manutenção,</p><p>equilíbrio ácido-básico e tipos de choque. As novas diretrizes para reanimação cardiopulmonar também</p><p>vem sendo cobradas nas provas mais recentes. Então, vamos iniciar nosso estudo desse assunto e focar e</p><p>nos aprofundar no que for mais importante para seu sucesso no concurso almejado.</p><p>Você vai perceber que este livro traz, no decorrer do texto e ao final, questões de concursos</p><p>passados, meu objetivo é praticarmos e entendermos juntos os assuntos cobrados, para que você esteja</p><p>preparado no dia da sua prova. Vale lembrar que este material foi elaborado após uma análise extensa de</p><p>provas e editais de concursos de residência anteriores, e ele foca nos principais pontos do assunto abordado.</p><p>Gostaria de deixar um convite a vocês: SIGAM NOSSO PERFIL DO INSTAGRAM e visitem nossa</p><p>PÁGINA NA WEB, ESPECÍFICOS SOBRE RESIDÊNCIA NA ÁREA DE SAÚDE. Lá teremos diversas informações</p><p>úteis e artigos, tudo visando te auxiliar para</p><p>da pressão colóide oncótica</p><p>intravascular e diminuição da pressão hidrostática intravascular)6.</p><p>4 Rabelo, R.C. Emergências de pequenos animais: condutas clínicas e cirúrgicas no paciente grave. 2012.</p><p>5 Moore, K.E.; Murtaugh, R.J. Pathophysiologic characteristics of hypovolemic shock. Veterinary clinics of north america: small</p><p>animal practice. v.31, n.6, p. 1115-1128, 2001.</p><p>6 Pachtinger, G.E. Hypovolemic Shock. Clinician's Brief, 2014.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>39</p><p>49</p><p>3</p><p>À medida que o choque progride, o corpo perde a capacidade de compensar as perdas contínuas de</p><p>fluidos. O choque descompensatório precoce é caracterizado por taquicardia, taquipneia, tempo de</p><p>enchimento capilar retardado, normotensão a hipotensão e queda da temperatura corporal. O choque</p><p>descompensatório em estágio final é caracterizado por bradicardia, tempo de enchimento capilar</p><p>marcadamente prolongado, hipotermia e hipotensão1.</p><p>Os pacientes na fase compensatória do choque podem apresentar alterações sutis no exame físico,</p><p>como letargia, taquicardia leve a moderada (cães) e taquipneia leve. A frequência cardíaca em gatos pode</p><p>estar aumentada ou diminuída. Gatos em choque desenvolvem anormalidades respiratórias, letargia,</p><p>hipotermia, membranas mucosas pálidas, pulsos periféricos fracos, extremidades frias e fraqueza</p><p>generalizada ou colapso. Em cães, o trato gastrointestinal parece ser particularmente sensível ao choque e</p><p>podem desenvolver íleo, diarreia, hematoquezia ou melena. Pacientes na fase descompensada do choque</p><p>apresentam sinais mais graves, como mudança no estado mental, fraqueza, taquicardia (cães) ou</p><p>bradicardia (gatos), taquipnéia, pulsos periféricos ausentes ou fracos, mucosas pálidas e tempo de</p><p>enchimento capilar prolongado 7.</p><p>Em relação ao diagnóstico, o histórico e sinais clínicos são importantes, mas o choque compensado</p><p>muitas vezes esconde a real gravidade das lesões. O exame físico deve ser realizado de forma minuciosa, e</p><p>a aferição e monitoramento da pressão arterial e da pressão venosa central, exames hematológicos e</p><p>bioquímicos, nível de lactato, exames de imagem (AFAST/TFAST), gasometria, débito urinário e cálculo do</p><p>índice de choque auxiliam na identificação e estadiamento do choque. A pressão arterial com Doppler 39.2°C ou</p><p>40.0°C ou 140 bpm >225 ou 30 rpm >40 rpm</p><p>Contagem de</p><p>leucócitos totais</p><p>>19,000 ou 19,500</p><p>ou</p><p>tipos de choque com base na causa subjacente (hipovolêmico,</p><p>cardiogênico, distributivo, metabólico e hipoxêmico)7;</p><p> Um paciente pode apresentar mais de um tipo de choque simultaneamente, de modo que as</p><p>classificações podem ter benefício clínico limitado7;</p><p>15 Fletcher, D.J. CPR: Basic Life Support (BLS) / Advanced Life Support (ALS). Disponível em: http://avadublin2020.ie/wp-</p><p>content/uploads/2020/03/FINAL-AVA-Proceedings.pdf#page=60</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>46</p><p>49</p><p>10</p><p> O índice de choque (SI) é definido como a frequência cardíaca (FC) dividida pela pressão arterial</p><p>sistólica (PAS). O intervalo normal para esta medida é atualmente aceito como 0,5–0,7, embora algumas</p><p>evidências sugiram que até 0,9 seja aceitável. Valores próximos de 1,0 são indicativos de piora do estado</p><p>hemodinâmico e choque. A elevação do SI tem sido correlacionada com a redução da pressão diastólica final</p><p>do ventrículo esquerdo e do volume circulatório, mesmo quando a FC e a PAS estão dentro dos limites</p><p>normais3.</p><p> A avaliação focada com ultrassonografia (FAST) ganhou ampla aceitação no ambiente de</p><p>emergência/cuidados intensivos como um teste de triagem não invasivo e rápido que utiliza ultrassonografia</p><p>para identificar a presença de líquido livre no abdome (AFAST), tórax (TFAST) e espaço pericárdico7.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>47</p><p>49</p><p>==1365fc==</p><p>11</p><p>Considerações Finais</p><p>Chegamos ao final dessa aula! Vimos uma pequena parte da matéria, entretanto, um assunto muito</p><p>relevante para a compreensão da disciplina como um todo. A pretensão desta aula é a de situar vocês no</p><p>tema, a fim de que não tenham dificuldades na hora da prova. Além disso, procuramos demonstrar como</p><p>será desenvolvido nosso trabalho ao longo do curso.</p><p>Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no</p><p>Curso, por e-mail e, inclusive, pelo WhatsApp e Telegram.</p><p>Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!</p><p>Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>E-mail: grakopinits@gmail.com</p><p>Instagram: @vetgraziela</p><p>WhatsApp: 82993706394</p><p>Telegram: @grakopinits</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>48</p><p>49</p><p>alcançar a aprovação.</p><p>Instagram: @estrategia.saude</p><p>Site: https://linkme.bio/estrategia.saude/</p><p>Boa aula!</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>6</p><p>49</p><p>==1365fc==</p><p>5</p><p>Desidratação</p><p>A água é responsável por aproximadamente de 60 a 70% do peso corporal (PC), e é o componente</p><p>primário de todos os fluidos corporais. Os dois principais compartimentos de fluidos corporais são o líquido</p><p>intracelular (LIC) e o líquido extracelular (LEC). Aproximadamente dois terços (≈40%) dos fluidos corporais</p><p>é líquido intracelular e um terço (≈20%) extracelular. O LEC é composto por quatro subcompartimentos, o</p><p>volume de fluido intravascular (plasma), o fluido que circunda as células (volume intersticial), linfa e fluidos</p><p>contidos em espaços revestidos epiteliais (fluidos transcelulares). O volume intravascular (volume de sangue)</p><p>é composto pelo volume de glóbulos vermelhos e volume plasmático1.</p><p>A água e os pequenos solutos dissolvidos se movem entre os espaços fluidos do corpo com base em</p><p>seus gradientes de concentração e nos efeitos osmóticos de macromoléculas maiores e menos difusíveis. As</p><p>barreiras para o movimento do fluido entre os diferentes compartimentos variam; assim, diferentes</p><p>quantidades de água e solutos são capazes de atravessar essas barreiras. O movimento desses fluidos e</p><p>eletrólitos é governado por forças hidrostáticas e oncóticas (forças de Starling)2.</p><p>Diversas afecções alteram o equilíbrio hidroeletrolítico. A perda de água origina vários graus de</p><p>desidratação. No animal hidratado a distribuição de água é regulada pelas forças osmóticas dos solutos que</p><p>variam entre 280 e 310 mOsm/kg [média de 295 mOsm/kg]. As variações na concentração sérica do sódio,</p><p>cátion mais abundante no LEC, provocam alterações da osmolalidade3.</p><p>A desidratação ocorre quando a perda de líquidos do corpo excede a ingestão. A desidratação pode</p><p>ser classificada de acordo com o tipo de fluido perdido e a tonicidade dos fluidos corporais restantes. A perda</p><p>de água pura e a perda de fluido hipotônico resultam em desidratação hipertônica porque a tonicidade dos</p><p>fluidos corporais restantes é aumentada. A perda de fluido com mesma osmolalidade do LEC resulta em</p><p>desidratação isotônica, pois não há estímulo osmótico para o movimento da água e os fluidos corporais</p><p>restantes permanecem inalterados em tonicidade. A perda de fluido hipertônico ou perda de fluido isotônico</p><p>1 Muir, W.W.; Silverstein, D.C.; Hughes, D. FLUID THERAPY IN ANIMALS. Frontiers in Veterinary Science. 2021.</p><p>2 Mensack, S. Fluid Therapy: Options and Rational Administration. Vet Clin Small Anim. v. 38, p.575–586, 2008.</p><p>3 Raiser, A.G. ALTERAÇÕES NO EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO. Patologia Cirúrgica Veterinária - UFSM, Santa Maria. 2003.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>7</p><p>49</p><p>6</p><p>com reposição de água resulta em desidratação hipotônica porque os fluidos corporais restantes tornam-se</p><p>hipotônicos4.</p><p>O grau de desidratação, apresentado no quadro abaixo, é um parâmetro que é estimado</p><p>clinicamente, e deve ser utilizado para calcular a espoliação e a necessidade de reidratação do paciente.</p><p>GRAU DE</p><p>DESIDRATAÇÃO</p><p>ESTIMATIVA DE</p><p>PERDA DE LÍQUIDO</p><p>SINAIS CLÍNICOS</p><p>Não aparente</p><p>possui indicações específicas para seu uso. Os dois</p><p>principais tipos de fluidos usados na rotina de pequenos animais são os cristaloides e os coloides. As</p><p>características mais importantes dessas soluções estão descritas no quadro a seguir:</p><p>1 Tello, L.H.; Pardo, M.A. Fluid and Electrolyte Therapy During Vomiting and Diarrhea. Vet Clin Small Anim. v. 52, p.673–688, 2022.</p><p>CRISTALÓIDES</p><p>Solução a base de água com</p><p>moléculas pequenas</p><p>Permeabilidade da membrana</p><p>capilar</p><p>capaz de entrar em todos os</p><p>comparrmentos corpóreos</p><p>COLÓIDES</p><p>Alto peso molecular</p><p>Permeabilidade restrita ao plasma</p><p>Atuam no comparrmento</p><p>intravascular</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>11</p><p>49</p><p>O volume de fluido a ser infundido é calculado considerando as perdas ocorridas e a manutenção do</p><p>paciente. A reposição é baseada em 3 etapas, reanimação, reidratação e manutenção.</p><p> Reanimação:</p><p>- Perdas ocorridas devido a uma doença;</p><p>-Pacientes em estado de hipovolemia ou desidratação severa;</p><p>- A taxa de administração IV deve ser baseada em parâmetros de hidratação e perfusão;</p><p>- Cristaloides: 90mL / kg para o cão e 55mL / kg para o gato OU bolus de um quarto a um terço dessa</p><p>dose ao longo de aproximadamente 10-20 minutos (20mL / kg); reavaliação e aplicação de bolus adicionais.</p><p>- Administração de cloreto de sódio a 7,5% na dose de 4-6ml/kg.</p><p>- Administração de coloide na dose indicada do fluido escolhido (máximo de 20ml/kg/dia), associada</p><p>com cristaloide, na proporção de 1:2;</p><p>- Transfusão sanguínea ou de plasma.</p><p> Reidratação:</p><p>- Se o paciente estiver hipoperfundido, mas não em choque hipovolêmico, os fluidos são calculados</p><p>com base no estado de hidratação.</p><p>- Perdas dos compartimentos intra e extracelular;</p><p>- Cálculo: % desidratação x Peso X 10</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>12</p><p>49</p><p>- Vômito: 2,5 ml/kg/ episódio;</p><p>- Diarreia: 5 ml/kg/episódio;</p><p>- Em paciente febril, deve-se acrescentar 10% de manutenção para cada grau Celsius acima de 39,5ºC.</p><p>- O objetivo é restabelecer 80% a 100% do déficit hídrico em um período de 24 horas.</p><p> Manutenção:</p><p>- Necessidade adequada para manter o equilíbrio dos fluidos;</p><p>- 40 ml/Kg por dia cães grandes;</p><p>- 60 ml/Kg por dia em cães pequenos e gatos.</p><p>O quadro a seguir demonstra os principais fluidos utilizados na reposição volêmica de pacientes</p><p>veterinários e suas principais características:</p><p>CRISTALÓIDES:</p><p> Cloreto de sódio a 0,9%: solução isotônica mais comumente utilizada na medicina</p><p>veterinária. Possui níveis suprafisiológicos de sódio e cloreto. Utilizações principais:</p><p>expansão plasmática, correção de hiponatremia e tratamento de alcalose metabólica com</p><p>suplementação de potássio, hipoadrenocorticismo, insuficiência renal, hipercalcemia.É</p><p>uma solução acidificadora.</p><p> Ringer com lactato de sódio: solução isotônica, poliônica. Possui concentrações</p><p>eletrolíticas e pH similares aos do plasma. O lactato presente nessa solução sofre</p><p>biotransformação hepática em bicarbonato, o que torna esse fluido alcalinizante. É</p><p>contraindicada para pacientes hipercalcêmico e hepatopatas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>13</p><p>49</p><p> Glicose a 5%: solução hipotônica, não possui eletrólitos. Suas indicações são</p><p>principalmente para aplicação de medicamentos e em pacientes com intolerância ao sódio.</p><p>Não deve ser usada isoladamente na terapia de manutenção.</p><p> Cloreto de sódio a 7,5%: solução hipertônica, muito utilizada em pacientes com choque</p><p>hemorrágico e séptico. Produz uma expansão de volume intravascular significativa (3ml de</p><p>plasma/1ml de solução). Restaura a pressão arterial e o débito cardíaco, aumenta o débito</p><p>urinário, causa vasodilatação pulmonar e sistêmica, aumenta a perfusão mesentérica e</p><p>coronária e diminui edema das células endoteliais. No entanto, é contraindicada na</p><p>desidratação. Sua dose é de 4-8ml/kg (1ml/kg/min) e seus efeitos duram entre 15 e 60</p><p>minutos.</p><p>COLÓIDES:</p><p> Sangue: é o coloide natural mais utilizado e reconhecido, tanto na medicina veterinária,</p><p>quanto humana. O sangue total ou seus derivados podem ser transfundido. Indicado em</p><p>casos de hemorragias, restaura o transporte de oxigênio. Essa solução pode causar reações</p><p>de compatibilidade.</p><p> Dextranas: são polissacarídeos de elevado peso molecular. Possui duas apresentações:</p><p>Dextrana 40 e dextrana 70. São excelentes expansores de plasma. A dose recomendada</p><p>para cães é de 10 a 20ml/kg/dia e para gatos 5 a 10ml/kg/dia. Deve sempre ser associada</p><p>a algum cristalóide.</p><p> Polímeros de gelatina: são derivados do colágeno bovino. É uma solução hiperosmolar,</p><p>que circula no plasma durante duas a quatro horas. Auxilia a neutralização da acidose e</p><p>correção de distúrbios hidroeletrolíticos, além de aumentar a filtração glomerular. Não</p><p>causam reações imunológicas ou na coagulação. Deve sempre ser associada a algum</p><p>cristalóide.</p><p> Hidroxietilamido: é uma amilopectina com alto grau de expansão plasmática. Favorece</p><p>no tratamento de paciente com sepse e no choque tóxico mostrou efeito anti-inflamatório,</p><p>com melhora da permeabilidade capilar. Não causa reações imunológicas ou alterações</p><p>sanguíneas.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>14</p><p>49</p><p>==1365fc==</p><p>As razões para o fracasso em obter uma reidratação satisfatória incluem erros de cálculo, Pesagem</p><p>errônea para os cálculos iniciais, subestimação do déficit inicial de hidratação, perdas maiores do que</p><p>inicialmente consideradas (por exemplo, vômitos, diarreia), infusão de líquidos em uma taxa excessivamente</p><p>rápida com consequente diurese e perda urinária obrigatória de líquidos e eletrólitos, fluido administrado</p><p>que não atinge o compartimento extracelular (por exemplo, problemas técnicos com o cateter intravenoso,</p><p>perda do terceiro espaço), perdas sensíveis maiores do que o estimado (por exemplo, poliúria) e perdas</p><p>insensíveis maiores do que o estimado (por ex. , ofegante, febre).</p><p>(RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL UFERSA 2015) No tratamento precoce de pacientes politraumatizados,</p><p>que serão submetidos à cirurgia ortopédica, com histórico de choque hipovolêmico e hemorrágico</p><p>recomenda-se o uso de:</p><p>a) Solução salina hipertônica (7,5%), 4 a 6 mL.kg-1</p><p>b) Solução glicofisiológica a 5%, 4 a 7 mL.kg-1</p><p>c) Solução com lactato de sódio a 5%, 20 mL.kg-1</p><p>d) Solução salina isotônica 10 mL.kg-1</p><p>e) Solução com ringer e lactato de sódio a 2,5%, 20 a 30 mL.kg-1</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está correta, e é o gabarito da questão. A Solução salina hipertônica (7,5%) possui vários</p><p>efeitos benéficos em pacientes politraumatizados, e em choque hipovolêmico, entre eles a rápida expansão</p><p>do volume do compartimento intravascular, com consequente aumento da pressão arterial e melhora do</p><p>débito cardíaco, além disso, tem demostrado um efeito anti-inflamatório significativo e efeitos positivos em</p><p>pacientes com lesões musculares significativas após trauma, por minimizar os efeitos da síndrome</p><p>inflamatória sistêmica.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>15</p><p>49</p><p>Equilíbrio eletrolítico</p><p>O desequilíbrio eletrolítico pode ser desencadeado por uma série de enfermidades, ou mesmo pela</p><p>fluidoterapia inadequada. A manutenção da homeostase depende diretamente</p><p>do balanço eletrolítico, uma</p><p>vez que o volume e a tonicidade dos fluidos corporais são mantidos pela regulação do equilíbrio de eletrólitos</p><p>e água.</p><p>Em questões de residência, é comum a abordagem das manifestações clínicas de hiper ou hipo</p><p>concentrações de eletrólitos essenciais, bem como, os desequilíbrios mais comuns que ocorrem em doenças</p><p>ou alterações específicas.</p><p>Sódio</p><p>O volume e a tonicidade dos fluidos corporais são mantidos dentro de uma estreita faixa normal pela</p><p>regulação do equilíbrio de sódio e água. O volume do líquido extracelular (LEC) é determinado pelo</p><p>conteúdo corporal total de sódio, enquanto a osmolalidade e a concentração de sódio do LEC são</p><p>determinadas pelo balanço hídrico. Os rins desempenham um papel crucial nesses processos, equilibrando</p><p>a excreção e reabsorção de sal e água1.</p><p>Hiponatremia:</p><p>A maior parte do sódio está localizada no LEC. A baixa concentração de sódio intracelular é mantida</p><p>pela atividade da sódio-potássio-ATPase da membrana celular (Na-K-ATPase). Ajustes no balanço hídrico</p><p>(sede e vasopressina [hormônio antidiurético (ADH)]) mantêm a osmolalidade sérica e a concentração sérica</p><p>de sódio normais. Os ajustes no equilíbrio de sódio sustentam o volume normal do líquido extracelular (LEC)</p><p>diminuindo ou aumentando a excreção renal de sódio. Estes incluem os efeitos do equilíbrio</p><p>glomerulotubular, aldosterona, peptídeo natriurético atrial e fatores hemodinâmicos renais. A expansão do</p><p>volume do LEC aumenta a excreção de sódio, enquanto a contração do volume do LEC diminui a excreção de</p><p>sódio2.</p><p>1 DiBartola, S.P. FLUID, ELECTROLYTE, AND ACID-BASE DISORDERS IN SMALL ANIMAL PRACTICE. 4°ed., Missouri: Elsevier, 2012.</p><p>2 Morais, H.A.; DiBartola, S.P. Hyponatremia: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v.38, n.3, p.491–495, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>16</p><p>49</p><p>As concentrações normais de sódio são 140 mEq/L 150 mEq/L para cães e 150 mEq/L a 160 mEq/L</p><p>para gatos3. A hiponatremia é definida como o nível sérico de sódio inferior a 135 mEq/ℓ e é considerada</p><p>grave quando esse nível é inferior a 125 mEq/ℓ. As manifestações clínicas e a terapia a ser instituída</p><p>dependem da causa da hiponatremia e se ela está ou não correlacionada ao volume de LEC normal,</p><p>diminuído ou aumentado4.</p><p>As principais causas de hiponatremia estão listadas no esquema a seguir.</p><p>As manifestações clínicas de hiponatremia são principalmente náuseas, vômitos, letargia e anorexia.</p><p>Tremores, fraqueza musculares e cãibras podem estar presentes. Os sinais neurológicos ocorrem quando a</p><p>concentração de sódio sérico está abaixo de 120 mEq/ℓ e se manifesta com edema cerebral, promovendo</p><p>alteração do estado mental, mudanças de comportamento, convulsão e coma. Os sintomas neurológicos são</p><p>3 Mazzaferro, E. Fluid Therapy for the Emergent Small Animal Patient: Crystalloids, Colloids, and Albumin Product. Vet Clin Small</p><p>Anim. v.52, p.781–796, 2022.</p><p>4 Jericó, M.M. Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015.</p><p>CAUSAS DE HIPONATREMIA</p><p>Com osmolalidade</p><p>plasmática normal:</p><p>Hiperlipemia e</p><p>Hiperproteinemia</p><p>Com alta osmolalidade</p><p>plasmática: Hiperglicemia e</p><p>Infusão de manitol</p><p>Com baixa osmolalidade plasmática: e</p><p>hipervolemia (doença hepática grave,</p><p>insuficiência cardíaca congestiva, síndrome</p><p>nefrótica, insuficiência renal avançada), e</p><p>normovolemia (polidipsia psicogênica,</p><p>síndrome da secreção inadequada de</p><p>hormônio antidiurético, fármacos</p><p>antidiuréticos, coma mixedematoso, infusão</p><p>de fluido hipotônico), e hipovolemia (perda</p><p>gastrointestinal, perda para o terceiro</p><p>espaço, perda cutânea,</p><p>hipoadrenocorticismo, administração de</p><p>diurético)</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>17</p><p>49</p><p>==1365fc==</p><p>mais graves na hiponatremia aguda, pois, quando a diminuição da concentração sérica do sódio é gradativa,</p><p>permite a adaptação neuronal, e os sinais são mais leves4.</p><p>Os dois principais objetivos do tratamento da hiponatremia são diagnosticar e controlar a doença de</p><p>base e, se necessário, aumentar a concentração sérica de sódio e a osmolalidade plasmática1. A terapia se</p><p>baseia no volume do LEC (baixo, normal ou alto) e na presença ou ausência de sinais neurológicos. Quando</p><p>a diminuição da concentração sérica de sódio ocorre em um período de 48 horas ou mais e a concentração</p><p>sérica de sódio é inferior a 120 mEq/L, a taxa de aumento do sódio sérico não deve exceder 0,5 mEq/L/h,</p><p>com um máximo de 10 a 12 mEq/L de aumento de sódio durante o período de 24 horas5. A indicação é a</p><p>correção da hiponatremia crônica de 6 a 8 mmol/ℓ em 24 h, 12 a 14 mmol/ℓ em 48 h, e 14 a 16 mmol/ℓ em</p><p>72 h4.</p><p>Os esquemas abaixo resumem o tratamento indicado para pacientes hiponatrêmicos.</p><p>5 Schaer, M. Therapeutic Approach to Electrolyte Emergencies. Vet Clin Small Anim, v. 38, n.3, p.513–533, 2008.</p><p>Volume</p><p>extracelular baixo</p><p>Infundir solução salina hipertônica (cloreto de sódio a 3% a</p><p>uma taxa de 2 mL/kg) em pacientes sintomáticos e solução</p><p>salina isotônica em pacientes assintomáticos.</p><p>A adição de um natriurético, como a furosemida, ao</p><p>tratamento, uma vez que a pressão arterial esteja</p><p>restabelecida, ajuda a prevenir um aumento excessivamente</p><p>rápido na concentração sérica de sódio.</p><p>Volume</p><p>extracelular normal</p><p>Combinar diurese de furosemida com infusão de solução salina</p><p>hipertônica (cloreto de sódio a 3% a uma taxa de 2 mL/kg) em</p><p>pacientes sintomáticos ou solução salina isotônica em pacientes</p><p>assintomáticos.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>18</p><p>49</p><p>Os antagonistas seletivos para receptores V2 da vasopressina (tolvaptan) aumentam a perda de água</p><p>livre e consequentemente a concentração de sódio do plasma, sendo indicados para tratar a hiponatremia</p><p>normovolêmica e hipervolêmica. O conivaptana, um antagonista dos receptores de vasopressina V1 e V2,</p><p>não é indicado para tratamento de hiponatremia em animais hepatopatas crônicos, pois causa vasodilatação,</p><p>especialmente no caso da hiponatremia já que bloqueia os receptores V1 esplâncnicos, podendo aumentar</p><p>o fluxo sanguíneo esplâncnico, elevando a pressão portal. Em pacientes com insuficiência cardíaca este</p><p>medicamento (conivaptana) é benéfico, já que causam redução da resistência vascular sistêmica e a pós-</p><p>carga cardíaca.</p><p>Hipernatremia:</p><p>A hipernatremia é o aumento da concentração plasmática de sódio, com valores acima de 160mEq/ℓ,</p><p>e pode ser desencadeada pela diminuição de água ou aumento de sódio no LEC.</p><p>Como os íons sódio não penetram livremente nas membranas das células teciduais, o LEC e o volume</p><p>plasmático tendem a ser mantidos em desidratação hipernatrêmica até que a perda de água seja superior a</p><p>10% do peso corporal. Se a hipernatremia for persistir por alguns dias, pode ocorrer o acúmulo nas células</p><p>cerebrais de aminoácidos conhecidos como ' 'osmoles idiogênicos''. A formação desses osmoles idiogênicos</p><p>aumenta a osmolalidade intracelular, atrai água de volta para as células cerebrais e restaura o volume</p><p>celular5. Essas substâncias fazem com que os pacientes com hipernatremia crônica sejam relativamente</p><p>assintomáticos.</p><p>Volume</p><p>extracelular alto</p><p>Usar diurese induzida por furosemida em pacientes assintomáticos.</p><p>Em pacientes sintomáticos, combinar diurese de furosemida com</p><p>uso criterioso de solução salina hipertônica.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>19</p><p>49</p><p>As principais causas de hipernatremia estão listadas no esquema a seguir.</p><p>Os sinais clínicos de pacientes com hipernatremia estão relacionados à causa primária e são</p><p>principalmente neurológicos e relacionados ao movimento osmótico da água para fora das células cerebrais1.</p><p>A encefalopatia hipertônica pode desencadear hemorragias cerebrais, anorexia, letargia, confusão mental,</p><p>coma, convulsões, ataxia, fraqueza muscular, mioclonia, vômito e febre baixa.</p><p>Se as perdas hipotônicas forem a causa da hipernatremia, sinais clínicos de depleção de volume (por</p><p>exemplo, taquicardia, pulsos fracos e tempo de enchimento capilar retardado) podem ser observados no</p><p>exame físico. Se a hipernatremia se desenvolveu como resultado de um ganho de sódio, podem ser</p><p>observados sinais de sobrecarga de volume (por exemplo, edema pulmonar), especialmente em pacientes</p><p>com doença cardíaca subjacente1.</p><p>O volume de urina diminui e a densidade aumenta, exceto quando a hipernatremia é atribuível a</p><p>perdas de urina hipotônicas (por exemplo, diabetes insipidus) e arraste de solvente que acompanha a diurese</p><p>osmótica5.</p><p>CAUSAS DE HIPERNATREMIA</p><p>Com normovolemia: Falta de</p><p>acesso à água, hipodipsia,</p><p>estado mental alterado,</p><p>diabetes insípido.</p><p>Com hipovolemia: Poliúria</p><p>por lesão renal, diurese pós</p><p>desobstrução, utilização de</p><p>diuréticos, vômito, diarreia,</p><p>pancreatite, obstrução</p><p>intestinal, peritonite,</p><p>respiração ofegante,</p><p>queimaduras graves ou</p><p>feridas abertas extensas.</p><p>Com hipervolemia:</p><p>Hiperaldosteronismo,</p><p>administração de líquido</p><p>hipertônico, administração de</p><p>bicarbonato, enema com</p><p>lactato de sódio, ingestão de</p><p>sal, hiperadrenocorticismo.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>20</p><p>49</p><p>O terapia para hipernatremia se baseia primariamente no tratamento da causa desencadeante,</p><p>seguida da correção da hipertonicidade, por meio da administração de fluidos com baixo teor de soluto</p><p>(glicose 5% ou solução salina 0,45%) ou isento de soluto. Se a hipernatremia for leve (</p><p>devido à desidratação grave, hipoadrenocorticismo,</p><p>acidose metabólica, cetoacidose diabética, insuficiência renal, uropatias obstrutivas, entre outras. Em</p><p>animais com hipercalemia, o ideal é evitar a administração de fluido contendo potássio sempre que possível;</p><p>no entanto, estudos mostraram que, desde que o mecanismo da doença subjacente seja prontamente</p><p>tratado, a pequena quantidade de potássio com fluidos de reposição ou manutenção raramente tem</p><p>consequências3.</p><p>As manifestações clínicas da hipercalemia refletem mudanças na excitabilidade da membrana celular</p><p>e a magnitude e a rapidez do início da hipercalemia. A fraqueza muscular se desenvolve com hipercalemia,</p><p>quando a concentração sérica de potássio excede 8,0 mEq/L1. Várias alterações sequenciais do</p><p>eletrocardiograma ocorrem com aumentos progressivos nas concentrações séricas de potássio, tornando a</p><p>eletrocardiografia um meio prático para diagnosticar e monitorar provisoriamente o paciente hipercalêmico.</p><p>Essas alterações incluem ondas T de alto pico ou profundas, intervalo PR prolongado, desaparecimento da</p><p>onda P, complexo QRS prolongado, bloqueio cardíaco completo, bradicardia, parada atrial, batimentos</p><p>ectópicos, complexos de onda senoidal e fibrilação ou parada ventricular5.</p><p>O tratamento de hiperpotassemia se baseia principalmente na remoção da causa primária, além</p><p>disso, a administração de fluidos IV dilui o potássio sérico, pois o volume do fluido intravascular é</p><p>normalizado, e muitas vezes em pacientes com hiperpotassemia leva, essa terapia é suficiente para</p><p>reestabelecimento do equilíbrio eletrolítico do paciente.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>23</p><p>49</p><p>Paciente com valores de potássio sérico superiores a 7,5 mEq/ℓ precisam de rápida intervenção, já</p><p>níveis superiores a 8,5 mEq/ℓ são considerados emergenciais. A infusão intravenosa de gluconato de cálcio</p><p>(200 a 1.000 mg por animal) diminui os efeitos da hipercalemia sobre a excitabilidade da membrana celular,</p><p>já que a hipercalcemia eleva o limiar do potencial de ação e restaura a diferença normal em relação ao</p><p>potencial de repouso da membrana, mas a duração é inferior a 1 h. A infusão venosa de bicarbonato de sódio</p><p>(1 a 2 mEq/kg) causa o deslocamento de íons potássio do LEC para o LIC, trocando com íons hidrogênio para</p><p>o tamponamento do bicarbonato. Mas, esse processo demora cerca de 1h e tem período de duração de</p><p>aproximadamente 4h4.</p><p>A glicose funciona aumentando a liberação de insulina endógena e movendo o potássio para dentro</p><p>das células. Seus efeitos começam dentro de 1 hora e duram algumas horas. Fluidos contendo glicose (5%</p><p>ou 10%) ou glicose a 50% (1 a 2 mL/kg) podem ser utilizados para esta finalidade. A combinação de insulina</p><p>com glicose pode resultar em maior redução da concentração sérica de potássio, mas há risco de</p><p>hipoglicemia. Insulina (0,55 a 1,1 U/kg de insulina regular adicionada aos fluidos parenterais) e dextrose (2g</p><p>de dextrose por unidade de insulina adicionada) têm sido recomendadas para tratar a hipercalemia em gatos</p><p>com obstrução uretral1.</p><p>O sulfonato de poliestireno, oral, associado ao sorbitol ou em enema de retenção, pode resultar em</p><p>aumento da excreção gastrintestinal de potássio, pois age como adstringente de íons potássio e aumenta a</p><p>reabsorção de sódio. A fluidoterapia diluicional junta à utilização de diuréticos de alça e tiazidas colabora</p><p>com o aumento da excreção urinária de potássio. A hemodiálise ou a diálise peritoneal são alternativas</p><p>bastante hábeis em pacientes que não respondem aos tratamentos mencionados4.</p><p>Cálcio</p><p>O cálcio é um cátion importante que é necessário para a condução muscular normal e coagulação</p><p>sanguínea3. O cálcio total é composto de cálcio ionizado, cálcio ligado a proteínas e cálcio complexado, sendo</p><p>o cálcio ionizado a fração biologicamente ativa. Os principais hormônios envolvidos no metabolismo do cálcio</p><p>são o paratormônio (PTH), calcitriol (1,25-dihidroxivitamina D) e calcitonina. Os principais órgãos envolvidos</p><p>no metabolismo do cálcio são ossos, rins e intestino delgado8.</p><p>8 Schenck, P.A.; Chew, D.J. Hypercalcemia: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v. 38, n.3, p.449–453, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>24</p><p>49</p><p>Hipocalcemia:</p><p>A hipocalcemia geralmente é definida como uma concentração sérica total de cálcio inferior a 8mg/dL</p><p>em cães e inferior a 7,0 mg/dL em gatos. Os sinais clínicos geralmente não ocorrem até que a concentração</p><p>sérica total de cálcio seja inferior a 6,5 mg/dL. Em termos de concentração de cálcio ionizado, a hipocalcemia</p><p>ocorre em concentrações inferiores a 1,25 mmol/L em cães e inferiores a 1,1 mmol/L em gatos. A</p><p>hipocalcemia em cães e gatos pode decorrer de hipoparatireoidismo, hipoproteinemia, deficiência de</p><p>vitamina D, hiperfosfatemia, má absorção, eclampsia, pancreatite aguda ou doença renal crônica5.</p><p>Pacientes hipocalcêmicos podem ser assintomáticos (hipocalcemia leve) ou apresentar sinais clínicos</p><p>decorrentes do aumento da excitabilidade do tecido neuromuscular. Dentre as manifestações mais comuns</p><p>estão tremores ou fasciculações musculares, cãibras musculares, marcha rígida, mudança de</p><p>comportamento (inquietação ou excitação, agressão, hipersensibilidade a estímulos, desorientação). Menos</p><p>comumente os pacientes podem apresentar dispneia, febre, letargia, anorexia, prolapso da terceira pálpebra</p><p>(gatos), catarata lenticular posterior, taquicardia ou alterações eletrocardiográficas (intervalo QT</p><p>prolongado), poliúria, polidipsia, hipotensão ou parada respiratória1.</p><p>O tratamento consiste em remover a causa de base. No entanto, a utilização de vitamina D ou cálcio</p><p>deve ser realizada nos casos em que o cálcio total está menor que 7,5 mg/dℓ ou o cálcio iônico menor que</p><p>3,2mg/dℓ4. A hipocalcemia aguda sintomática é uma emergência médica que requer administração imediata</p><p>de solução de gluconato de cálcio a 10%. Uma dosagem segura para cães e gatos é de 1,0 a 1,5 mL/kg</p><p>administrado lentamente por via intravenosa durante um período de 20 a 30 minutos. A frequência cardíaca</p><p>deve ser monitorada periodicamente e na ocorrência de bradicardia, a infusão de cálcio deve ser</p><p>descontinuada até que ocorra uma frequência e ritmo cardíacos normais5.</p><p>Animais com hipoparatireoidismo irão necessitar de terapia de manutenção com administração de</p><p>cálcio associado a administração oral de calcitriol, que propiciará a absorção intestinal, a reabsorção tubular</p><p>renal e a mobilização óssea de cálcio e fósforo4. Para o tratamento de emergência da eclampsia, o gluconato</p><p>de cálcio a 10% na dose de 1 mL pode ser administrado por via intravenosa, imediatamente seguido por</p><p>doses adicionais de 0,5 mL administradas por via intravenosa a cada 30 segundos. Este tratamento é</p><p>interrompido quando cessam as contrações tetânicas5.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>25</p><p>49</p><p>Hipercalcemia:</p><p>A hipercalcemia ocorre quando as concentrações séricas de cálcio total estão acima de 12mg/dℓ em</p><p>cães e que 11 mg/dℓ em gatos e/ou de cálcio ionizado são superiores a 6 mg/dℓ em cães ou 5,7 mg/dℓ em</p><p>gatos.</p><p>Em cães, as causas mais frequentes de hipercalcemia incluem hiperparatireoidismo primário e</p><p>hipercalcemia de malignidade, sendo esta última a mais comum. Metástases osteolíticas de neoplasias</p><p>malignas, hiperparatireoidismo renal associado e doenças granulomatosas também podem causar</p><p>hipercalcemia. Outras causas possíveis incluem hipervitaminose D, doença de Addison, ingestão de uva e os</p><p>mais recentes raticidas</p><p>contendo colecalciferol. No gato, a causa mais frequente é a hipercalcemia de</p><p>malignidade, mas também pode ocorrer hiperparatireoidismo primário. Além disso, os gatos podem</p><p>desenvolver uma hipercalcemia idiopática5.</p><p>As manifestações clínicas decorrentes da hipercalcemia são poliúria (com polidipsia compensatória).</p><p>Além de anorexia ou disorexia, êmese, constipação intestinal, letargia, tremores, convulsão e coma</p><p>decorrente da diminuição do potencial de excitabilidade das células musculares lisas do trato digestório e</p><p>das células neuromusculares. Podem estar presentes ainda alterações cardiovasculares, como hipertensão</p><p>arterial sistêmica ou vasoconstrição. Urolitíase recorrente de oxalato de cálcio por hipercalcemia</p><p>persistente4.</p><p>Os quatro objetivos de tratamento incluem (1) a correção da desidratação, (2) promoção da</p><p>calciurese, (3) inibição da reabsorção óssea acelerada e (4) tratamento do distúrbio subjacente5. Fluidos</p><p>parenterais, furosemida, bicarbonato de sódio, glicocorticóides ou combinações desses tratamentos</p><p>diminuem efetivamente as concentrações séricas de cálcio na maioria dos animais. Não é necessário reduzir</p><p>a concentração sérica de cálcio para dentro dos limites normais, mas pode ocorrer resolução substancial de</p><p>sinais clínicos graves quando a concentração sérica de cálcio total diminui em apenas 1 a 3 mg/dL1.</p><p>A solução salina (0,9%) é o tratamento de escolha nos casos de hipercalcemia não apenas porque o</p><p>fluido não contém cálcio, mas também porque o maior teor de sódio (por exemplo, 154 mEq/L) promove</p><p>calciurese3.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>26</p><p>49</p><p>Fósforo</p><p>O fósforo tem um papel essencial na estrutura e função celular. As principais funções do fósforo estão</p><p>listadas a seguir1:</p><p> Constitui fosfolipídios estruturais nas membranas celulares e hidroxiapatita no osso, é um componente</p><p>integral de ácidos nucleicos e fosfoproteínas;</p><p> A energia para processos metabólicos essenciais é armazenada no trifosfato de adenosina (ATP);</p><p> O composto 2,3-difosfoglicerato diminui a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio e facilita a entrega de</p><p>oxigênio aos tecidos;</p><p> O monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) é um segundo mensageiro intracelular para hormônios</p><p>polipeptídicos;</p><p> O fosfato é um importante tampão urinário;</p><p> O fósforo participa do metabolismo intermediário de proteínas, gorduras e carboidratos e como</p><p>componente do glicogênio;</p><p> Estimula enzimas glicolíticas e participa da fosforilação de intermediários glicolíticos;</p><p> O fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADP+) é uma coenzima para importantes reações</p><p>bioquímicas;</p><p> O fosfato regula a atividade de enzimas e a 1a-hidroxilase necessária para a ativação da vitamina D.</p><p>Hipofosfatemia:</p><p>A hipofosfatemia decorre de absorção intestinal diminuída (anorexia, má absorção, vômitos e</p><p>diarreia), aumento da excreção renal (diabetes mellitus e administração de diuréticos), ou de deslocamentos</p><p>transcelulares (administração de insulina ou bicarbonato)9.</p><p>9 Bates, J.A. Phosphorus: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v.38, n.3, p.471–475, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>27</p><p>49</p><p>Alguns pacientes apresentam hipofosfatemia assintomática. As manifestações clínicas quando</p><p>presentes são caracterizadas por fraqueza, desorientação, anorexia e dor nas articulações (fósforo leve a</p><p>moderadamente diminuído). Quando os níveis séricos de fósforo estão abaixo de 1 mg/dL pode ocorrer</p><p>insuficiência respiratória aguda, convulsões, hemólise e coma.</p><p>Quando a hipofosfatemia é moderada (1,0 a 2,5 mg/dℓ) o tratamento direcionada para a causa</p><p>primária é suficiente. Em hipofosfatemia severa (</p><p>ácido-base respiratória, resultando em um distúrbio misto. Nesses</p><p>distúrbios mistos, o pH pode ser muito mais baixo do que o esperado quando ocorre com acidose</p><p>respiratória, ou pode permanecer no intervalo de referência quando ocorre com alcalose respiratória3.</p><p>As manifestações clínicas estão relacionadas com a doença de base, podendo ocorrer ainda o</p><p>aumento da frequência respiratória, na tentativa de compensar o desequilíbrio acidobásico.</p><p>As principais causas de acidose metabólica estão listadas a seguir4.</p><p> Diminuição da diferença de íons fortes (ou a diferença entre todos os cátions fortes e ânions fortes</p><p>no sangue):</p><p> Acidose dilucional (aumento da água livre):</p><p> Com hipervolemia (ganho de líquido hipotônico):</p><p>- Doença hepática grave;</p><p>- Insuficiência cardíaca congestiva;</p><p> Com normovolemia (ganho de água):</p><p>- Polidipsia psicogênica;</p><p>- Infusão de fluido hipotônico;</p><p> Com hipovolemia (perda de líquido hipertônico):</p><p>- Hipoadrenocorticismo;</p><p>- Administração diurética;</p><p>3 Hopper, K.; Epstein, S.E. Incidence, Nature, and Etiology of Metabolic Acidosis in Dogs and Cats. J Vet Intern Med. v.26, p.1107–</p><p>1114, 2012.</p><p>4 Morais, H.A. Metabolic Acidosis: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v.38, n.3, p.439–442, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>30</p><p>49</p><p>3</p><p> Acidose hiperclorêmica (aumento da concentração de cloreto):</p><p> Diarréia;</p><p> Fluidoterapia (por exemplo, cloreto de sódio a 0,9% [NaCl], NaCl a 7,2%, fluidos</p><p>suplementados com cloreto de potássio [KCl]);</p><p> Nutrição parenteral total;</p><p> Insuficiência renal;</p><p> Hipoadrenocorticismo;</p><p> Acidose orgânica (aumento de ânions fortes além do cloreto):</p><p> Acidose urêmica;</p><p> Cetoacidosa diabética;</p><p> Acidose láctica;</p><p> Toxicidades (etilenoglicol, salicilato);</p><p> Aumento de ácidos fracos não voláteis:</p><p> Acidose hiperfosfatêmica:</p><p> Enemas contendo fosfato;</p><p> Fosfato intravenoso;</p><p> Insuficiência renal;</p><p> Obstrução uretral;</p><p> Uroabdome.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>31</p><p>49</p><p>4</p><p>Nas acidoses com aumento de anion gap, o tratamento da doença primária pode rapidamente</p><p>converter ânions orgânicos em HCO3–. No entanto, nas acidoses hiperclorêmicas, a produção endógena de</p><p>HCO3– não acontece de maneira rápida, sendo necessária a terapia com bicarbonato de sódio, utilizando a</p><p>fórmula ([HCO3 –] desejado – [HCO3–] do paciente) × 0,5 × peso (kg). A solução de bicarbonato de sódio a</p><p>8,4% tem 1 mEq/mℓ de bicarbonato, e deve ser infundido lentamente. A concentração plasmática de HCO3–</p><p>precisa ser monitorada para avaliar se tratamento adicional é necessário e evitar a alcalose iatrogênica1.</p><p>Alcalose metabólica</p><p>De acordo com a abordagem de Henderson-Hasselbalch, a alcalose metabólica é caracterizada por</p><p>um aumento na concentração de bicarbonato sérico ou um aumento no excesso de base. Um aumento no</p><p>excesso de base pode ser atribuído a uma alcalose metabólica primária na qual o pH será maior que o normal</p><p>ou pode refletir uma resposta compensatória a uma acidose respiratória (aumento da PCO2) na qual o pH</p><p>será menor que o normal. A alcalose metabólica também pode ocorrer simultaneamente com uma</p><p>anormalidade ácido-base respiratória primária, criando um distúrbio misto5.</p><p>As manifestações clínicas estão relacionadas com a doença de base, podendo ocorrer espasmos</p><p>musculares e convulsões.</p><p>As principais causas de acidose metabólica estão listadas a seguir6.</p><p> Aumento na diferença de íons fortes:</p><p> Alcalose de concentração (diminuição da água livre, reconhecida por um aumento na concentração</p><p>de sódio):</p><p> Perda de água pura;</p><p> Privação de água;</p><p>5 Hopper, K.; Epstein, S.E. Incidence, Nature, and Etiology of Metabolic Alkalosis in Dogs and Cats. J Vet Intern Med. v.27, p.847–</p><p>853, 2013.</p><p>6 Foy, D.; Morais, H.A. Metabolic Alkalosis: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v.38, n.3, p.435–438, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>32</p><p>49</p><p>5</p><p> Perda de líquido hipotônico;</p><p> Vômito;</p><p> Diarréia;</p><p> Alcalose hipoclorêmica (diminuição na concentração de cloreto) - Causa mais comum de alcalose</p><p>metabólica:</p><p> Vômitos do conteúdo estomacal;</p><p> Administração de diuréticos (diuréticos de alça e tiazidas);</p><p> Administração de NaHCO3;</p><p> A alcalose resistente ao cloreto:</p><p> Hiperadrenocorticismo;</p><p> Hiperaldosteronismo;</p><p> Diminuição de ácidos fracos não voláteis:</p><p> Alcalose hipoalbuminêmica:</p><p>Insuficiência hepática;</p><p>Nefropatia com perda de proteínas;</p><p>Enteropatia com perda de proteínas.</p><p>A terapia da alcalose metabólica se baseia no equilíbrio dos déficits hidreletrolíticos presentes e na</p><p>prevenção de perdas adicionais. Fármacos ou intervenções que resultem em alcalose devem ser</p><p>descontinuados quando possível. A correção da deficiência de cloro é essencial, e a dos cátions (sódio,</p><p>potássio) que seguem o processo depende da estimativa da desidratação, da presença e grau da</p><p>hipopotassemia associada, assim como da magnitude e da reversibilidade da diminuição da taxa de filtração</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>33</p><p>49</p><p>==1365fc==</p><p>6</p><p>glomerular. Se a função renal estiver normal, o excesso de base será eliminado, e a alcalose metabólica</p><p>corrigida de forma rápida com a restituição da volemia com fluidos contendo cloro1.</p><p>Acidose respiratória</p><p>A acidose respiratória é a acidemia (pH 45 mm Hg) devido à</p><p>hipoventilação alveolar (hipercapnia primária)7. O distúrbio primário da PCO2 arterial elevada é a diminuição</p><p>da proporção de bicarbonato arterial para PCO2 arterial, o que leva a uma diminuição do pH. Para compensar</p><p>a perturbação no equilíbrio entre dióxido de carbono e bicarbonato (HCO3-), os rins começam a excretar</p><p>mais ácido na forma de hidrogênio e amônio e reabsorver mais base na forma de bicarbonato.8</p><p>Os sinais clínicos da acidose respiratória geralmente estão relacionados com a doença de base.</p><p>Arritmias cardíacas, vasodilatação, hipertensão, taquipneia, desorientação, letargia e ansiedade posem estar</p><p>presentes.</p><p>A maioria dos casos resulta de distúrbios na remoção de dióxido de carbono pelos pulmões. As</p><p>principais causas de acidose respiratória estão listadas a seguir9:</p><p> Obstrução das grandes vias aéreas:</p><p> Obstrução física ou mecânica (aspiração, neoplasia, tampão ou dobra no tubo</p><p>endotraqueal), colapso traqueal, síndrome braquicefálica, asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica;</p><p> Doença pulmonar intrínseca e das pequenas vias aéreas:</p><p>7 Tinawi, M. Respiratory Acid-Base Disorders: Respiratory Acidosis and Respiratory Alkalosis. Arch Clin Biomed Res. v.5, n.2, p.158-</p><p>168, 2021.</p><p>8 Patel, S.; Sharma, S. Respiratory Acidosis. [Updated 2021 Jun 24]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls</p><p>Publishing; 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK482430/</p><p>9 Johnson, R.A. Respiratory Acidosis: A Quick Reference. Vet Clin Small Anim. v.38, p.431–434, 2008.</p><p>Ana Paula Salim, Graziela Kopinits de Oliveira</p><p>Aula 53 - Profa. Graziela</p><p>Medicina Veterinária p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>34</p><p>49</p><p>7</p><p> Edema pulmonar grave, tromboembolismo</p><p>pulmonar, pneumonia, asma ou doença</p><p>pulmonar obstrutiva crônica</p><p> Depressão do centro respiratório:</p><p> Induzida por fármacos (opioides, barbitúricos, anestésicos inalatórios) ou doença</p><p>neurológica (lesão do tronco cerebral ou da medula espinhal cervical)</p><p> Distúrbios extrapulmonares restritivos:</p><p> Hérnia diafragmática, doença do espaço pleural (pneumotórax, derrame pleural)</p><p> Doença neuromuscular:</p><p> Miastenia gravis, tétano, botulismo, paralisia do carrapato, anormalidades eletrolíticas</p><p>(hipercalemia) ou induzidas por fármacos (organofosforados, aminoglicosídeos usados em conjunto com</p><p>anestésicos)</p><p> Aumento da produção de dióxido de carbono com ventilação alveolar prejudicada:</p><p> Insolação ou hipertermia maligna;</p><p> Ventilação mecânica ineficaz;</p><p> Obesidade acentuada.</p><p>A administração de oxigênio é a base do manejo da acidose respiratória, além do tratamento da causa</p><p>primária. As alterações eletrolíticas também devem ser corrigidas, em particular as que interferem na função</p><p>dos músculos respiratórios ou na oxigenação tecidual, como hipopotassemia e hipofosfatemia1.</p><p>Alcalose respiratória</p><p>A alcalose respiratória é a alcalemia (pH > 7,45) devido à diminuição da pressão arterial de CO2 (PaCO2</p>

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