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<p>Ficha	Técnica</p><p>Título:	Enganar	o	Diabo:	O	Segredo	para	Alcançar	a	Liberdade</p><p>Título	original:	Outwitting	the	Devil:	the	Secret	to	Freedom	and	Success</p><p>Autor:	Napoleon	Hill</p><p>Traduzido	do	inglês	por	Paula	Oliveira	Antunes</p><p>Revisão:	J.	C.	Silva</p><p>Capa:	Rui	Rosa	/	Lua	de	Papel</p><p>ISBN:	9789892345109</p><p>LUA	DE	PAPEL</p><p>[Uma	chancela	do	grupo	Leya]</p><p>Rua	Cidade	de	Córdova,	n.º	2</p><p>2610-038	Alfragide	–	Portugal</p><p>Tel.	(+351)	21	427	22	00</p><p>Fax.	(+351)	21	427	22	01</p><p>©	2011,	The	Napolean	Hill	Foundation</p><p>Todos	os	direitos	reservados	de	acordo	com	a	legislação	em	vigor</p><p>luadepapel@leya.pt</p><p>obloguedepapel.blogspot.pt</p><p>www.luadepapel.leya.com</p><p>www.leya.pt</p><p>mailto:luadepapel@leya.pt</p><p>https://obloguedepapel.blogspot.pt/</p><p>http://www.luadepapel.leya.com</p><p>http://www.leya.pt</p><p>NAPOLEON	HILL</p><p>ENGANAR	O	DIABO</p><p>O	SEGREDO	PARA	ALCANÇAR	A	LIBERDADE</p><p>Editado	e	anotado	por	Sharon	Lechter</p><p>com	a	Fundação	Napoleon	Hill</p><p>Traduzido	do	inglês	por</p><p>Paula	Oliveira	Antunes</p><p>Napoleon	Hill,	um	dos	autores	de	livros	de	autoajuda	mais	vendido	de	sempre</p><p>e	cujos	ensinamentos	influenciaram	gerações	na	procura	do	sucesso,	escreveu</p><p>este	 livro	 profundo	 e	 provocador	 em	 1938,	 logo	 após	 a	 publicação	 do	 seu</p><p>bestseller	Pense	e	Fique	Rico.	Mas	Enganar	o	Diabo	não	foi	publicado	porque</p><p>era	 considerado	 demasiado	 controverso	 pela	 sua	 família	 e	 pelos	 seus</p><p>conselheiros.	As	ideias	de	Hill	para	quebrar	inibições	e	viver	a	vida	sem	medo,</p><p>dúvida	e	dependência	permaneceram	secretas	–	até	agora.</p><p>Mais	 de	 sete	 décadas	 depois,	 Sharon	Lechter	 –	 uma	das	 nossas	 líderes	 em</p><p>pensamento	motivacional	–	editou	e	 interpretou	o	manuscrito	de	Hill	em	prol</p><p>do	leitor	contemporâneo,	revelando	estratégias	provadas	que	permitem	que	nos</p><p>libertemos	da	influência	do	Diabo	e	possamos	viver	a	vida	abundante	e	bem-</p><p>sucedida	que	merecemos.</p><p>Este	livro	revela	que	o	Diabo	–	depois	de	ser	enganado	por	Hill,	o	lendário</p><p>guru	 do	 sucesso	 –	 renuncia	 aos	 segredos	 sobre	 os	 seus	 métodos	 ocultos	 de</p><p>controlo	que	nos	podem	conduzir	à	ruína.	Brinda-nos	com	um	olhar	perspicaz</p><p>sobre	 a	 forma	 como	 entregamos	 o	 nosso	 destino	 a	 pensamentos	 negativos,	 à</p><p>aceitação	 passiva	 e	 à	 dor	 física,	 e	 identifica	 os	 maiores	 obstáculos	 que</p><p>enfrentamos	 para	 atingir	 os	 objetivos	 pessoais:	medo,	 procrastinação,	 raiva	 e</p><p>ciúme.</p><p>O	objetivo	de	Hill	era,	nas	suas	próprias	palavras,	ajudar	a	“abrir	as	portas	das</p><p>prisões	autoimpostas	em	que	homens	e	mulheres	se	deixam	prender”.	Enganar</p><p>o	Diabo	faz	exatamente	isso.	E	porque	foi	escrito	numa	época	em	que	o	mundo</p><p>acabava	 de	 emergir	 de	 uma	 grave	 crise	 financeira	 e	 enfrentava	 um	 conflito</p><p>global,	 tem	 uma	 relevância	 surpreendente	 para	 o	 nosso	 tempo	 de	 incerteza</p><p>económica	e	política.</p><p>“Vai	descobrir	 se	o	Diabo	que	ele	entrevista	é	 real	ou	 imaginário,	em	grande</p><p>parte	idêntico	ao	Diabo	com	quem	pode	estar	a	lidar	pessoalmente	na	sua	vida</p><p>e	experiência.”</p><p>>	MARK	VICTOR	HANSEN,	cocriador	da	coleção	n.o	1	do	New	York	Times,</p><p>Canja	de	Galinha	Para	a	Alma.</p><p>“O	medo	é	a	ferramenta	de	um	diabo	humano.	A	fé	na	autoconfiança	em</p><p>si	próprio	é	a	arma	fabricada	pelo	homem	que	derrota	o	diabo	e	a</p><p>ferramenta	humana	que	constrói	uma	vida	triunfante.	E	é	mais	do	que</p><p>isso.	É	uma	ligação	às	forças	irresistíveis	do	universo	que	estão	por	trás</p><p>do	homem	que	não	acredita	no	fracasso	e	na	derrota	como	não	sendo	mais</p><p>que	experiências	temporárias.”</p><p>NAPOLEON	HILL</p><p>ELOGIOS	A	ENGANAR	O	DIABO	DE	NAPOLEON	HILL</p><p>“Enganar	 o	 Diabo	 prova	 mais	 uma	 vez	 que	 as	 mensagens	 e	 filosofias	 de</p><p>Napoleon	 Hill	 são	 intemporais.	 Este	 livro	 contém	 ideias	 para	 se	 libertar	 de</p><p>hábitos	e	atitudes	que	impedem	o	sucesso	e	que,	por	fim,	o	levarão	à	felicidade</p><p>e	à	prosperidade.	Se	quiser	vencer	os	seus	próprios	obstáculos,	leia	este	livro!”</p><p>>	T.	HARV	EKER,	autor	do	bestseller	do	New	York	Times	Os	Segredos	da</p><p>Mente	Milionária</p><p>“Se	quer	ser	dono	da	sua	vida,	tem	de	ter	o	seu	próprio	dinheiro.	Em	Enganar	o</p><p>Diabo,	 Napoleon	 Hill	 partilha	 aquilo	 que	 pode	 estar	 a	 retraí-lo	 na	 sua	 vida</p><p>financeira	 e	 delineia	 o	 percurso	 para	 assumir	 o	 controlo	 e	 ser	 dono	 da	 sua</p><p>própria	vida	e	dos	seus	sonhos.”</p><p>>	JEAN	CHATZKY,	jornalista	financeira	e	autora	de	The	Difference:	How</p><p>Anyone	Can	Prosper	in	Even	the	Toughest	Times</p><p>“Provavelmente,	estudei	a	obra	de	Napoleon	Hill	 tanto	quanto	qualquer	outra</p><p>pessoa	viva.	Foi	há	50	anos	que	peguei	no	Pense	e	Fique	Rico.	Tenho-o	sempre</p><p>comigo	e	leio-o	todos	os	dias.	Quando	a	Sharon	Lechter	me	enviou	uma	cópia</p><p>de	Enganar	o	Diabo	pensei	que	Hill	fizera	das	suas	novamente,	tinha	mais	uma</p><p>vez	 mudado	 o	 mundo.	 Este	 livro	 vai	 eliminar	 a	 confusão	 espiritual	 que	 as</p><p>pessoas	de	todo	o	mundo	apresentam,	e	vai	demolir	o	muro	da	ignorância	que</p><p>separa	milhões	de	pessoas	da	liberdade	que	a	sua	alma	procura.”</p><p>>	BOB	PROCTOR,	fundador	de	Life	Success,	www.bobproctor.com</p><p>“A	maioria	 das	 pessoas	 atinge	 o	 máximo	 do	 seu	 sucesso	 um	 passo	 à	 frente</p><p>daquilo	que	parecia	ser	o	seu	maior	fracasso.	Enquanto	Pense	e	Fique	Rico	de</p><p>Napoleon	Hill	é	um	mapa	para	o	sucesso,	Enganar	o	Diabo	ajuda	a	quebrar	as</p><p>barreiras	que	podem	estar	a	retraí-lo.”</p><p>>	BRIAN	TRACY,	autor	de	The	Way	to	Wealth</p><p>http://www.bobproctor.com</p><p>Em	baixo:	A	introdução,	escrita	numa	máquina	de	escrever	manual	com	notas</p><p>escritas	à	mão,	do	manuscrito	original	de	Napoleon	Hill.</p><p>NOTA	AOS	LEITORES</p><p>POR	SHARON	LECHTER</p><p>Enganar	o	Diabo	é	o	livro	mais	profundo	que	jamais	li.</p><p>Senti-me	muito	 honrada	 quando	 Don	 Green,	 CEO	 da	 Fundação	 Napoleon</p><p>Hill,	 confiou	 em	 mim	 o	 suficiente	 para	 me	 pedir	 para	 me	 envolver	 neste</p><p>projeto.	E	depois	li	o	manuscrito!	Não	consegui	dormir	durante	uma	semana.</p><p>Escrito	 numa	máquina	 de	 escrever	manual,	 em	 1938,	 pelo	 próprio	mestre,</p><p>Napoleon	Hill,	este	manuscrito	esteve	trancado	e	escondido	pela	família	de	Hill</p><p>durante	setenta	e	dois	anos.	Porquê?	Porque	eles	 tinham	medo	da	 reação	que</p><p>provocaria.	A	coragem	de	Hill	ao	revelar	a	obra	do	Diabo	em	todos	nós	todos</p><p>os	dias,	nas	nossas	igrejas,	nas	nossas	escolas,	nos	nossos	políticos,	ameaçava	o</p><p>cerne	da	sociedade	como	era	conhecida	na	época.</p><p>Quando	 lhe	 perguntei	 por	 que	 razão	 a	 família	 mantivera	 o	 manuscrito</p><p>escondido,	Don	Green	recita	a	seguinte	história	interna:</p><p>Annie	Lou,	a	mulher	de	Hill,	opôs-se.	Ela	era	secretária	do	Dr.	William</p><p>Plumer	 Jacobs,	 presidente	 do	 Presbyterian	 College	 em	 Clinton,	 na</p><p>Carolina	 do	 Sul.	 Jacobs	 era	 também	 proprietário	 da	 Jacobs	 Press	 e</p><p>conselheiro	público	de	um	grupo	de	empresas	de	 têxteis	da	Carolina	do</p><p>Sul.	 Jacobs	 contratou	 Hill	 para	 trabalhar	 com	 ele	 em	 Clinton,	 e	 Annie</p><p>Lou	não	queria	o	livro	publicado	por	causa	do	papel	do	Diabo.	Ela	temia</p><p>a	reação	da	religião	organizada	(e	talvez	pelo	emprego	de	Hill).	Apesar	de</p><p>Hill	ter	falecido	em	1970,	Annie	Lou	só	morreu	em	1984.	Após	a	morte</p><p>de	Annie	Lou,	 o	manuscrito	 ficou	 na	 posse	 do	Dr.	Charlie	 Johnson,	 na</p><p>altura	 presidente	 da	 Fundação	 Napoleon	 Hill.	 Charlie	 era	 sobrinho	 de</p><p>Annie	Lou	Hill.	A	mulher	de	Charlie,	Frankie,	conhecia	e	partilhava	dos</p><p>sentimentos	 de	 Annie	 Lou.	 Frankie	 comunicou	 a	 Charlie	 que	 não</p><p>desejava	 ver	 o	 artigo	 publicado	 enquanto	 ela	 fosse	 viva.	 A	 mulher	 de</p><p>Charlie	 faleceu	 há	 cerca	 de	 dois	 anos	 e	 o	 Charlie	 deu-me,	 por	 fim,	 o</p><p>manuscrito,	 envolto	 em	 couro	 vermelho	 e	 gravado	 com	 as	 palavras</p><p>Enganar	 o	Diabo	 estampadas	 a	 dourado	 na	 capa.	 A	 Fundação	 acredita</p><p>que	 o	 manuscrito	 possui	 uma	 poderosa	 mensagem	 que	 deve	 ser</p><p>partilhada.</p><p>Depois	 de	 falar	 com	Don,	 senti-me	 invadida	 com	 uma	 poderosa	 perceção.</p><p>Este	livro,	apesar	de	ter	sido	escrito	em	1938,	era	suposto	ser	publicado	hoje…</p><p>era	suposto	agitar	a	nossa	sociedade	hoje!	A	sua	intenção	era	fornecer	respostas</p><p>durante	 este	 tempo	 de	 incerteza	 financeira	 e	 espiritual.	 Este	 livro	 faculta	 a</p><p>chave	para	cada	um	de	nós	enganar	o	Diabo	nas	nossas	próprias	vidas.	Mostra-</p><p>nos	como	delinear	um	percurso	para	o	sucesso	e	valorizar	o	mundo	em	nosso</p><p>de	verdade	que	me	têm	sido</p><p>úteis	a	mim	e	a	outros,	mas	nada	do	que	observei	me	impressionou	mais	do	que</p><p>a	 descoberta	 de	 que	 cada	 grande	 líder	 do	 passado,	 cuja	 vida	 estudei,	 foi</p><p>acossado	 de	 dificuldades	 e	 sofreu	 derrotas	 temporárias	 antes	 de	 alcançar	 os</p><p>seus	objetivos.</p><p>“Cada	grande	líder	do	passado,	cuja	vida	estudei,	foi	acossado	de</p><p>dificuldades	e	sofreu	derrotas	temporárias	antes	de	alcançar	os	seus</p><p>objetivos.”</p><p>O	fracasso	e	a	derrota	temporária	fazem	parte	do	caminho	para	encontrar</p><p>o	verdadeiro	sucesso.</p><p>De	Cristo	 até	Edison,	os	homens	que	mais	 feitos	 alcançaram	 foram	os	que</p><p>mais	 vezes	 se	 depararam	 com	 formas	 de	 fracasso	 temporário.	 Isso	 poderia</p><p>eventualmente	 justificar	 a	 conclusão	 de	 que	 a	 Inteligência	 Infinita	 tem	 um</p><p>plano,	ou	uma	lei,	através	da	qual	obriga	os	homens	a	deparem-se	com	muitos</p><p>obstáculos	 antes	 de	 lhes	 dar	 o	 privilégio	 da	 liderança	 ou	 a	 oportunidade	 de</p><p>realizarem	um	serviço	útil	de	forma	notável.</p><p>Não	 gostaria	 de	 sujeitar-me	 novamente	 às	 experiências	 que	 passei	 naquela</p><p>fatídica	véspera	de	Natal	em	1923,	e	também	naquela	noite,	quando	caminhei</p><p>em	volta	da	escola	na	Virgínia	e	 travei	aquela	 terrível	batalha	contra	o	medo,</p><p>mas	nem	toda	a	riqueza	do	mundo	me	levaria	a	privar-me	do	conhecimento	que</p><p>adquiri	dessa	experiência.</p><p>A	fé	tem	um	novo	significado	para	mim</p><p>Repito	 que	 não	 sei	 exatamente	 o	 que	 é	 este	 “outro	 eu”,	mas	 sei	 o	 suficiente</p><p>para	me	apoiar	nele	com	um	espírito	de	fé	absoluta	em	tempos	de	necessidade,</p><p>quando	 a	 faculdade	 da	 razão	 da	 minha	 mente	 parece	 inadequada	 às	 minhas</p><p>necessidades.</p><p>A	depressão	económica,	que	começou	em	1929,	trouxe	miséria	para	milhões</p><p>de	 pessoas,	 mas	 não	 devemos	 esquecer	 que	 a	 experiência	 também	 trouxe</p><p>muitas	bênçãos,	uma	das	mais	importantes	foi	o	conhecimento	de	que	há	algo</p><p>infinitamente	 pior	 do	 que	 ser-se	 forçado	 a	 trabalhar:	 ser-se	 forçado	 a	 não</p><p>trabalhar.	No	fundo,	essa	depressão	foi	mais	uma	bênção	do	que	uma	maldição,</p><p>se	 a	 analisarmos	 à	 luz	 das	 mudanças	 que	 trouxe	 às	 mentes	 dos	 que	 foram</p><p>tocados	por	ela.	O	mesmo	se	aplica	a	todas	as	experiências	que	modificam	os</p><p>hábitos	dos	homens	e	os	obrigam	a	olhar	para	o	seu	“interior”	para	resolver	os</p><p>seus	problemas.</p><p>“Há	algo	infinitamente	pior	do	que	ser-se	forçado	a	trabalhar:	ser-se</p><p>forçado	a	não	trabalhar.	No	fundo,	essa	depressão	foi	mais	uma</p><p>bênção	do	que	uma	maldição,	se	a	analisarmos	à	luz	das	mudanças</p><p>que	trouxe.”</p><p>Estará	 Hill	 a	 ser	 demasiado	 severo,	 ou	 estará	 a	 procurar	 o	 resultado</p><p>espiritual	 inerente	 a	 uma	 crise	 verdadeira	 e	 não	 só	 a	 causa	 e	 efeito</p><p>imediatos	 do	 desastre	 económico?	 Podem	 as	 nossas	 atuais	 labutas</p><p>económicas	ser	mais	uma	bênção	que	uma	maldição?	Pode	a	adversidade</p><p>económica,	como	a	perda	de	emprego,	ser	uma	bênção	disfarçada?	Talvez</p><p>sim,	se	o	resultado	for	o	despertar	do	espírito	empreendedor	e	a	criação</p><p>de	novos	negócios.</p><p>O	tempo	que	passei	em	isolamento	na	Virgínia	Ocidental	foi,	sem	sombra	de</p><p>dúvida,	 a	mais	 severa	das	 punições	da	minha	vida,	mas	 a	 experiência	 trouxe</p><p>bênçãos	 sob	 a	 forma	 de	 conhecimentos	 necessários	 e	 que	 mais	 do	 que</p><p>compensaram	o	sofrimento	que	me	custou.	Estes	dois	resultados	–	o	sofrimento</p><p>e	o	conhecimento	ganho	com	ele	–	 foram	 inevitáveis.	A	 lei	da	 compensação,</p><p>que	Emerson	tão	bem	definiu,	tornou	este	resultado	natural	e	necessário.</p><p>Ralph	Waldo	 Emerson	 (1803-1882)	 explicou	 a	 lei	 da	 compensação	 em</p><p>termos	muito	claros:	“Por	tudo	o	que	nos	falta,	ganhamos	algo	mais;	e	por</p><p>tudo	 o	 que	 ganhamos,	 perdemos	 algo.”	 Na	 entrada	 de	 8	 de	 janeiro	 de</p><p>1826	do	seu	diário,	ele	também	escreveu:	“O	mundo	como	o	conhecemos</p><p>baseia-se	 num	 sistema	 de	 compensações.	 Cada	 defeito	 de	 um	 lado	 é</p><p>compensado	 noutro	 lado.	 Cada	 sofrimento	 é	 recompensado;	 cada</p><p>sacrifício	é	contrabalançado;	toda	a	dívida	é	paga.”</p><p>Não	 tenho	 forma	de	 saber	o	que	o	 futuro	me	 reserva	em	desapontamentos,</p><p>através	de	derrotas	temporárias.	Mas	sei,	contudo,	que	nenhuma	experiência	no</p><p>futuro	 me	 pode	 atingir	 tão	 profundamente	 como	 algumas	 das	 do	 passado,</p><p>porque	pelo	menos	agora	converso	com	o	meu	“outro	eu”.</p><p>Desde	que	este	“outro	eu”	se	apoderou	de	mim,	obtive	conhecimentos	úteis</p><p>que	 de	 certeza	 nunca	 teria	 descoberto	 enquanto	 a	 antiga	 entidade	 do	 medo</p><p>controlava.	 Pelo	 menos	 aprendi	 que	 todos	 aqueles	 que	 se	 deparam	 com</p><p>dificuldades	 que	 parecem	 intransponíveis	 podem,	 se	 quiserem,	 ultrapassá-las</p><p>esquecendo-as	 durante	 algum	 tempo	 e	 ajudando	 outros	 que	 passam	 por</p><p>dificuldades	ainda	maiores.</p><p>O	valor	de	dar	antes	de	tentar	obter</p><p>Tenho	a	certeza	que	nenhum	esforço	que	façamos	pelas	pessoas	que	estão	em</p><p>dificuldades	 passa	 sem	 algum	 tipo	 de	 recompensa	 adequada.	 Nem	 sempre	 a</p><p>recompensa	 vem	das	 pessoas	 a	 quem	o	 serviço	 é	 prestado,	mas	 virá	 de	 uma</p><p>fonte	ou	de	outra.</p><p>Desconfio	seriamente	que	ninguém	pode	tirar	proveito	dos	benefícios	do	seu</p><p>“outro	eu”	enquanto	estiver	imbuído	de	ganância	e	avareza,	de	inveja	e	medo.</p><p>Mas,	caso	esteja	errado,	ainda	tenho	a	honra	de	ser	aquele	que	encontrou	paz</p><p>de	espírito	e	alegria	através	de	um	ponto	de	vista	que	não	estava	certo.	Por	isso,</p><p>eu	preferia	estar	errado	e	feliz	a	estar	certo	e	 infeliz!	Mas	este	ponto	de	vista</p><p>não	está	errado!</p><p>Enquanto	estiver	bem	com	o	meu	“outro	eu”	serei	capaz	de	adquirir	qualquer</p><p>coisa	material	que	precise.	Além	disso,	conseguirei	conquistar	felicidade	e	paz</p><p>de	espírito.	O	que	mais	poderia	alguém	querer?</p><p>O	único	motivo	que	me	inspirou	a	escrever	este	livro	foi	um	desejo	sincero</p><p>de	 ser	útil	 aos	outros,	 de	partilhar	 com	eles	o	que	estiverem	preparados	para</p><p>aceitar	 da	maravilhosa	 fortuna	 que	 se	 tornou	minha	 quando	 descobri	 o	meu</p><p>“outro	 eu”.	 Esta	 riqueza,	 felizmente,	 não	 pode	 ser	 só	 medida	 em	 termos</p><p>materiais	ou	financeiros,	porque	é	maior	do	que	tudo	o	que	representa.</p><p>As	 riquezas	 materiais	 e	 financeiras,	 quando	 reduzidas	 aos	 seus	 valores</p><p>líquidos,	são	mensuráveis	em	termos	de	saldos	bancários.	Os	saldos	bancários</p><p>não	são	mais	fortes	do	que	os	bancos.	Esta	outra	forma	de	riqueza	de	que	falo	é</p><p>medida	não	só	em	termos	de	paz	de	espírito	e	contentamento,	mas	também	se</p><p>manifesta	nos	adeptos	da	oração.</p><p>Quando	rezo,	o	meu	“outro	eu”	ensinou-me	a	concentrar-me	no	meu	objetivo</p><p>e	a	esquecer	o	plano	que	deve	ser	atingido.	Não	estou	a	sugerir	que	os	objetos</p><p>materiais	 possam	 ser	 adquiridos	 sem	 planos.	 Estou	 a	 dizer	 que	 o	 poder	 que</p><p>transforma	 os	 pensamentos	 e	 desejos	 em	 realidade	 tem	 a	 sua	 fonte	 na</p><p>Inteligência	Infinita,	que	sabe	mais	sobre	planos	do	que	aquele	que	está	a	orar.</p><p>Explicando	 o	 caso	 de	 outra	 forma,	 pode	 ser	 sensato	 em	 oração	 confiar	 na</p><p>Mente	Universal	 para	 nos	 dar	 o	 plano	que	melhor	 se	 adeque	 à	 realização	do</p><p>objetivo	 dessa	 oração?	 A	 minha	 experiência	 em	 oração	 ensinou-me	 que</p><p>normalmente	tudo	o	que	resulta	da	oração	é	um	plano	(se	a	oração	for	ouvida),</p><p>um	plano	que	é	adequado	para	atingir	o	objetivo	dessa	oração,	através	de	meios</p><p>naturais	 e	 materiais.	 O	 plano	 deve	 ser	 transmutado	 através	 de	 uma	 ação	 de</p><p>esforço	pessoal.</p><p>Não	 conheço	 nada	 sobre	 orações	 que	 possam	 funcionar	 favoravelmente</p><p>numa	mente	dominada	pelo	medo,	mesmo	que	em	menor	grau.</p><p>A	oração	faz	parte	da	sua	vida?	Confia	em	Deus	para	“assegurar	o	melhor</p><p>plano	para	atingir	o	objetivo”	da	sua	oração?	Reconhece	que,	para	que	o</p><p>seu	plano	seja	bem-sucedido,	deve	agir?</p><p>Um	novo	meio	de	orar</p><p>Desde	 que	 conheço	 melhor	 o	 meu	 “outro	 eu”,	 a	 minha	 forma	 de	 oração</p><p>modificou-se.	Costumava	rezar	somente	quando	tinha	dificuldades.	Agora	rezo</p><p>sempre	que	possível	antes	das	dificuldades	me	deitarem	abaixo.	Agora	 já	não</p><p>rezo	pelos	bens	e	pelas	grandes	bênçãos	deste	mundo,	mas	para	ser	merecedor</p><p>daquilo	que	já	possuo.	Acho	que	este	plano	é	melhor	do	que	o	anterior.</p><p>A	 Inteligência	 Infinita	 parece	 não	 ficar	 ofendida</p><p>quando	 agradeço	 e</p><p>demonstro	 que	 estou	 grato	 pelas	 bênçãos	 que	 coroaram	 os	 meus	 esforços.</p><p>Fiquei	espantado	quando	experimentei	pela	primeira	vez	este	plano	de	oferecer</p><p>uma	oração	de	agradecimento	por	 tudo	que	 já	possuía,	para	descobrir	a	vasta</p><p>fortuna	que	já	tinha	sem	apreciar.</p><p>Por	 exemplo,	 descobri	 que	 tinha	 um	 corpo	 saudável	 que	 nunca	 tinha	 sido</p><p>seriamente	 atingido	 pela	 doença.	 Tinha	 uma	 mente	 razoavelmente	 bem</p><p>equilibrada.	 Tinha	 uma	 imaginação	 criativa	 que	 podia	 ser	 muito	 útil	 a	 um</p><p>grande	número	de	pessoas.	Fui	abençoado	com	toda	a	liberdade	que	desejava,</p><p>tanto	de	corpo	como	de	mente.	Possuía	um	desejo	ardente	de	ajudar	os	outros</p><p>que	não	tinham	a	mesma	sorte.</p><p>Descobri	 que	 a	 felicidade,	 o	 maior	 de	 todos	 os	 objetivos	 do	 ser	 humano,</p><p>podia	ser	minha,	com	ou	sem	depressão	económica.</p><p>Por	último,	mas	não	menos	importante,	descobri	que	tinha	o	privilégio	de	me</p><p>aproximar	da	 Inteligência	 Infinita,	 tanto	 com	o	 intuito	de	 agradecer	pelo	que</p><p>possuía	como	para	pedir	orientação.</p><p>Pode	ser	útil	para	cada	 leitor	 fazer	o	 inventário	dos	seus	ativos	 intangíveis.</p><p>Tal	inventário	pode	mostrar	que	existem	ativos	de	valor	incalculável.</p><p>Devemos	 fazer	 um	 inventário	 das	 nossas	 bênçãos	 na	 vida.	 E	 agradecer</p><p>por	todos	os	presentes	que	nos	foram	dados.	Eu	sei	que	quando	estou	mal</p><p>na	vida,	obrigo-me	a	pensar	na	minha	 família	e	nos	meus	amigos	e	nas</p><p>bênçãos	que	eles	trouxeram	para	a	minha	vida.	É	o	caminho	mais	rápido</p><p>para	avançar	e	coloca	os	meus	contratempos	temporários	em	perspetiva.</p><p>Alguns	sinais	que	subestimámos</p><p>O	mundo	inteiro	está	a	passar	por	uma	mudança	de	tais	proporções	que	milhões</p><p>de	 pessoas	 estão	 em	 pânico	 com	 tantas	 preocupações,	 dúvidas,	 indecisões	 e</p><p>medo!	Parece-me	que	agora	é	a	altura	certa	para	todos	aqueles	que,	por	alguma</p><p>razão,	 se	encontram	numa	encruzilhada	entre	dúvida	e	 incerteza,	 se	esforcem</p><p>por	conhecer	os	seus	“outros	eus”.</p><p>Será	 útil	 tirar	 uma	 lição	 da	 natureza	 se	 desejar	 realizar	 tal	 tarefa.	 A</p><p>observação	mostrará	 que	 as	 estrelas	 eternas	 brilham	 todas	 as	 noites	 nos	 seus</p><p>devidos	lugares;	que	o	Sol	continua	a	enviar	os	seus	raios	de	calor,	fornecendo</p><p>à	mãe	natureza	abundância	de	comida	e	 roupa;	que	a	água	continua	a	descer</p><p>pela	 colina;	 que	 os	 pássaros	 e	 os	 animais	 selvagens	 da	 floresta	 recebem	 as</p><p>quantidades	necessárias	e	satisfatórias	de	alimento;	que	ao	dia	útil	segue	a	noite</p><p>descansada;	 que	 ao	 verão	 agitado	 segue	 o	 inverno	 tranquilo;	 que	 as	 estações</p><p>vêm	e	vão	exatamente	como	acontecia	antes	da	grande	depressão	económica	de</p><p>1929;	 que,	 na	 realidade,	 somente	 a	 mente	 dos	 homens	 deixou	 de	 funcionar</p><p>normalmente,	 e	 isso	 porque	 os	 homens	 encheram	 a	 sua	mente	 de	medos.	 A</p><p>observação	destes	factos	simples	da	vida	quotidiana	pode	ser	útil	como	ponto</p><p>de	partida	para	os	que	desejam	suplantar	o	medo	pela	fé.</p><p>Eu	 não	 sou	 um	 profeta,	 mas	 posso,	 sem	 falsa	 modéstia,	 prever	 que	 cada</p><p>pessoa	tem	o	poder	de	mudar	o	seu	estatuto	material	ou	financeiro	alterando	em</p><p>primeiro	lugar	a	natureza	das	suas	crenças.</p><p>“Cada	pessoa	tem	o	poder	de	mudar	o	seu	estatuto	material	ou</p><p>financeiro	alterando	em	primeiro	lugar	a	natureza	das	suas	crenças.”</p><p>Foi	 logo	 após	 a	 publicação	 de	 Pense	 e	 Fique	 Rico,	 em	 1937,	 que</p><p>Napoleon	Hill	iniciou	o	seu	manuscrito	de	Enganar	o	Diabo.	Através	da</p><p>sua	entrevista	ao	Diabo,	Hill	descobre	e	revela	como	o	Diabo	pode	“fazer</p><p>o	 que	 quer”	 consigo	 e	 como	 pode	 ligar	 o	 seu	 “outro	 eu”	 não	 só	 para</p><p>conquistar	o	Diabo	na	sua	vida	como	também	para	autorizar	o	seu	“outro</p><p>eu”	a	obter	o	seu	maior	sucesso!	No	seu	trabalho	existe	o	tema	recorrente</p><p>da	importância	de	transformar	os	seus	pensamentos	de	medo	em	fé.</p><p>Não	 confunda	 a	 palavra	 “crença”	 com	 a	 palavra	 “desejo”.	 Elas	 não	 têm	 o</p><p>mesmo	 significado.	 Todos	 conseguimos	 “desejar”	 vantagens	 financeiras,</p><p>materiais	ou	espirituais,	mas	o	elemento	fé	é	o	único	poder	verdadeiro	através</p><p>do	 qual	 um	 desejo	 pode	 ser	 transformado	 numa	 crença,	 e	 uma	 crença	 em</p><p>realidade.</p><p>E	 é	 exatamente	 aqui	 que	 está	 um	 lugar	 apropriado	 para	 chamar	 a	 atenção</p><p>para	o	verdadeiro	benefício	que	qualquer	um	pode	experimentar	bastando	usar</p><p>de	 forma	 deliberada	 a	 fé	 ao	 focar	 a	 atenção	 em	 qualquer	 forma	 de	 desejo</p><p>construtivo.	 A	 mente	 age	 sempre	 de	 acordo	 com	 os	 nossos	 desejos	 mais</p><p>profundos	e	dominantes.	Não	há	como	escapar	a	este	facto.	E	é	realmente	um</p><p>facto.	“Tenha	muito	 cuidado	 com	o	 que	 verdadeiramente	 deseja,	 porque	 será</p><p>certamente	seu.”</p><p>A	fé	é	o	princípio	de	toda</p><p>a	grande	realização</p><p>Se	 Edison	 se	 tivesse	 ficado	 pelo	 simples	 desejo	 de	 conhecer	 o	 segredo	 da</p><p>energia	 elétrica,	 essa	 vantagem	 para	 a	 civilização	 teria	 permanecido	 entre	 os</p><p>multifacetados	segredos	da	natureza.	Ele	sofreu	fracassos	temporários	por	mais</p><p>de	10	mil	vezes	antes	de	finalmente	conseguir	arrancar	esse	segredo	à	natureza.</p><p>E	conseguiu	porque	acreditou	que	conseguiria,	e	continuou	a	tentar	até	obter	a</p><p>resposta.</p><p>Edison	descobriu	mais	dos	segredos	da	natureza	(teriam	sido	apelidados	de</p><p>“milagres”	 num	 período	 anterior)	 no	 campo	 da	 física	 do	 que	 qualquer	 outro</p><p>homem,	e	isso	porque	ele	conheceu	o	seu	“outro	eu”.	Eu	ouvi	isso	do	próprio</p><p>Edison,	mas,	mesmo	que	não	tivesse	ouvido,	as	suas	realizações	revelaram	esse</p><p>segredo.</p><p>Nada	dentro	da	 razão	é	 impossível	ao	homem	que	acredita	e	confia	no	seu</p><p>“outro	eu”.	Tudo	o	que	um	homem	acreditar	ser	verdadeiro,	tem	maneira	de	se</p><p>tornar	verdadeiro.</p><p>Uma	oração	 é	 um	pensamento	 libertado,	 umas	vezes	 expresso	 em	palavras</p><p>audíveis,	outras,	silenciosamente.	Comprovei	por	experiência	própria	que	uma</p><p>oração	silenciosa	é	tão	eficaz	como	uma	oração	expressa	por	palavras.	Também</p><p>comprovei	que	o	estado	de	espírito	da	pessoa	que	reza	é	o	fator	determinante</p><p>para	a	oração	funcionar	ou	não.</p><p>A	minha	conceção	do	“outro	eu”,	e	que	tentei	descrever,	é	que	ele	simboliza</p><p>somente	 uma	 abordagem	 recém-descoberta	 à	 Inteligência	 Infinita,	 uma</p><p>abordagem	que	se	pode	controlar	e	orientar	pelo	simples	processo	de	combinar</p><p>a	 fé	 com	 os	 pensamentos.	 Esta	 é	 somente	 outra	maneira	 de	 dizer	 que	 agora</p><p>tenho	muito	mais	fé	no	poder	da	oração.</p><p>O	 estado	 de	 espírito	 conhecido	 como	 fé	 aparentemente	 é	 uma	 espécie	 de</p><p>sexto	 sentido	 através	 do	 qual	 podemos	 comunicar	 com	 fontes	 de	 poder	 e</p><p>informação	 que	 ultrapassam	 em	muito	 os	 cinco	 sentidos.	O	desenvolvimento</p><p>deste	 sexto	 sentido	 vem	 sempre	 em	nossa	 ajuda	 e	 está	 às	 nossas	 ordens,	 e	 é</p><p>uma	estranha	força	que	podemos	imaginar	como	sendo	um	anjo	da	guarda	que</p><p>lhe	 poderá	 abrir	 a	 porta	 do	 Templo	 da	 Sabedoria.	 O	 “sexto	 sentido”	 é	 a</p><p>experiência	 mais	 próxima	 a	 que	 já	 cheguei	 de	 algo	 a	 que	 se	 possa	 chamar</p><p>milagre,	 e	 isso	 talvez	 porque	 não	 compreendo	 o	 método	 de	 funcionamento</p><p>deste	princípio.</p><p>O	que	eu	 realmente	 sei	 é	que	existe	uma	 força,	ou	uma	primeira	causa,	ou</p><p>uma	 Inteligência	 que	 permeia	 cada	 átomo	 de	 matéria	 e	 faz	 parte	 de	 cada</p><p>unidade	 de	 energia	 percetível	 ao	 homem;	 que	 essa	 Inteligência	 Infinita</p><p>converte	bolotas	em	carvalhos,	que	faz	com	que	a	água	desça	pelos	montes	em</p><p>resposta	à	lei	da	gravidade,	que	faz	a	noite	após	o	dia,	o	inverno	após	o	verão,</p><p>cada	 um	 mantendo	 o	 seu	 próprio	 lugar	 e	 o	 relacionamento	 entre	 si.	 Esta</p><p>Inteligência	 pode	 ajudar	 a	 transformar	 desejos	 em	 formas	 concretas	 ou</p><p>materiais.	Possuo	este	conhecimento	porque	o	experimentei.</p><p>Durante	muitos	anos	mantive	o	hábito	de	fazer	o	inventário	de	toda	a	minha</p><p>vida	pessoal,	uma	vez	por	ano,	com	o	objetivo	de	determinar	quais	as	fraquezas</p><p>que	conseguira	ultrapassar	ou	eliminar,	e	também	para	calcular	o	progresso,	se</p><p>é	que	fizera	algum,	durante	o	ano.</p><p>Esta	 secção	 sobre	 a	 fé	 vale	 a	 pena	 voltar	 a	 ler	 algumas	 vezes	 porque</p><p>contém	um	dos	principais	 ensinamentos	de	Hill	 sobre	 a	 oração.	No	seu</p><p>ponto	 de	 vista,	 a</p><p>fé	 é	 um	 “sexto	 sentido”	 ou	 um	 poder	 espiritual	 que</p><p>permite	 que	 tenhamos	 êxito	 se	 estivermos	 a	 par	 da	 primeira	 causa	 das</p><p>coisas	 –	 uma	 das	 suas	 descrições	 de	 Deus.	 A	 sua	 fé	 é	 prática	 ou</p><p>“científica”	dando	ênfase	a	resultados	tangíveis.</p><p>No	livro	Three	Feet	from	Gold,	eu	e	o	meu	coautor	falamos	da	Equação</p><p>de	Sucesso	Pessoal,	que	claramente	revela	a	importância	da	fé:</p><p>((P	+	T)	x	A	x	A)	+	F	=	Equação	do	seu	Sucesso	Pessoal</p><p>Combinando	 a	 sua	 Paixão	 com	 o	 seu	 Talento	 e	 depois	 procurando	 a</p><p>Associação	 correta	 e	 tomando	 a	 Ação	 certa	 são	 componentes	 muito</p><p>importantes	para	o	Sucesso…	mas	é	quando	combinamos	 todos	aqueles</p><p>componentes	 com	uma	Fé	 profunda	 em	 si	mesmo	 e	 na	 sua	missão	 que</p><p>temos	verdadeiramente	a	nossa	Equação	de	Sucesso	Pessoal.</p><p>CAPÍTULO	TRÊS</p><p>UMA</p><p>ESTRANHA</p><p>ENTREVISTA</p><p>COM	O	DIABO</p><p>Enquanto	 lê	a	entrevista	com	o	Diabo,	 reconhecerá,	pela	breve	descrição	que</p><p>lhe	dei	da	história	da	minha	vida,	o	esforço	desesperado	que	o	Diabo	fez	para</p><p>me	 calar	 antes	 que	 eu	 conseguisse	 obter	 reconhecimento	 público.	 Também</p><p>compreenderá,	 depois	 de	 ler	 a	 entrevista	 com	 o	 Diabo,	 a	 razão	 por	 que	 a</p><p>entrevista	teve	de	ser	precedida	por	esta	história	do	meu	passado	pessoal.</p><p>Antes	de	começar	a	 ler	a	entrevista,	quero	que	 tenha	uma	imagem	clara	do</p><p>ataque	 final	 que	 o	 Diabo	 me	 desferiu	 e	 que	 se	 lembre	 bem	 de	 que	 foi	 este</p><p>ataque	que	espoletou	a	hipótese	de	 lutar	 com	o	Diabo	até	 ele	guinchar	 a	 sua</p><p>confissão.</p><p>A	 ruína	provocada	pelo	Diabo	começou	com	a	depressão	de	1929.	Através</p><p>dessa	 viragem	 de	 sorte	 da	Roda	 da	Vida,	 perdi	 a	minha	 propriedade	 de	 600</p><p>acres	 nas	 montanhas	 Castskill;	 o	 meu	 rendimento	 foi	 totalmente	 cortado;	 o</p><p>Harriman	 National	 Bank,	 onde	 estavam	 depositados	 todos	 os	 meus	 fundos,</p><p>faliu	 e	 desapareceu.	 Antes	 de	 me	 aperceber	 daquilo	 que	 estava	 a	 acontecer,</p><p>fiquei	 preso	 num	 furacão	 espiritual	 e	 económico	 que	 evoluiu	 para	 uma</p><p>catástrofe	mundial	de	tal	força	que	nenhum	indivíduo	ou	grupo	de	indivíduos</p><p>lhe	podia	resistir.</p><p>Enquanto	 esperávamos	 que	 a	 tempestade	 e	 o	 medo	 passassem,	 mudei-me</p><p>para	 Washington,	 D.	 C.,	 a	 cidade	 onde	 comecei	 depois	 do	 meu	 primeiro</p><p>encontro	com	Andrew	Carnegie,	quase	cerca	de	um	quarto	de	século	antes.</p><p>Parecia	não	haver	mais	nada	para	fazer	além	de	me	sentar	e	esperar.	Tudo	o</p><p>que	 tinha	 era	 tempo.	 Depois	 de	 esperar	 três	 anos	 sem	 obter	 resultados</p><p>tangíveis,	a	minha	alma	irrequieta	começou	a	empurrar-me	para	o	trabalho.</p><p>Tinha	poucas	oportunidades	para	ensinar	uma	filosofia	de	sucesso	quando	o</p><p>mundo	 em	meu	 redor	 estava	no	meio	do	mais	 abjeto	 fracasso	 e	 a	mente	 dos</p><p>homens	estava	repleta	com	o	medo	da	pobreza.</p><p>Este	 pensamento	 surgiu-me	 uma	 noite	 enquanto	 estava	 sentado	 no	 meu</p><p>automóvel	em	frente	ao	Lincoln	Memorial,	no	rio	Potomac,	junto	ao	Capitólio.</p><p>Com	ele	 surgiu	outro	pensamento:	o	mundo	dera	 lugar	a	uma	depressão	 sem</p><p>precedentes	e	sobre	a	qual	nenhum	ser	humano	tinha	controlo.	Juntamente	com</p><p>essa	depressão	surgira-me	uma	oportunidade	de	testar	a	filosofia	da	autonomia,</p><p>à	organização	da	qual	dedicara	a	melhor	parte	da	minha	vida	adulta.	Mais	uma</p><p>vez,	 tinha	 a	 oportunidade	 de	 aprender	 se	 a	 minha	 filosofia	 era	 prática	 ou</p><p>meramente	teórica.</p><p>Também	 percebi	 que	 chegara	 a	 oportunidade	 de	 testar	 uma	 afirmação	 que</p><p>fizera	centenas	de	vezes,	de	que	“toda	a	adversidade	traz	consigo	a	semente	de</p><p>uma	 vantagem	 equivalente”.	 Quais	 eram	 as	 vantagens	 de	 uma	 depressão</p><p>mundial	para	mim,	perguntei-me?</p><p>Quando	 comecei	 a	 procurar	 uma	 direção	 na	 qual	 pudesse	 testar	 a	 minha</p><p>filosofia,	 fiz	a	mais	chocante	descoberta	da	minha	vida.	Descobri	que	através</p><p>de	um	estranho	poder	que	não	compreendi,	perdera	a	minha	coragem;	a	minha</p><p>iniciativa	tinha	sido	desmoralizada;	o	meu	entusiasmo	tinha	sido	enfraquecido.</p><p>O	pior	era	que	me	sentia	embaraçado	em	reconhecer	que	era	o	autor	de	uma</p><p>filosofia	de	autodeterminação,	porque,	no	fundo	do	meu	coração,	eu	sabia,	ou</p><p>pensava	saber,	que	não	conseguia	fazer	com	que	a	minha	filosofia	me	tirasse	do</p><p>buraco	de	desespero	no	qual	me	encontrava.</p><p>Enquanto	me	debatia	num	estado	mental	de	espanto,	o	Diabo	devia	estar	 a</p><p>dançar	de	regozijo.	Finalmente,	ele	tinha	“o	autor	da	primeira	filosofia	mundial</p><p>de	realização	pessoal”	à	sua	mercê	e	paralisado	pela	indecisão.</p><p>Mas	os	inimigos	do	Diabo	também	deviam	estar	a	trabalhar!</p><p>Enquanto	 estava	 sentado	 em	 frente	 ao	 Lincoln	 Memorial,	 revendo	 em</p><p>perspetiva	 as	 circunstâncias	 que	 tantas	 vezes	 me	 tinham	 elevado	 a	 grandes</p><p>realizações,	 apenas	 para	 depois	 me	 deixarem	 cair	 a	 iguais	 profundezas	 de</p><p>desespero,	 um	 pensamento	 feliz	 surgiu	 sob	 a	 forma	 de	 um	 plano	 de	 ação</p><p>através	 do	 qual	 acreditei	 que	 podia	 livrar-me	 daquela	 sensação	 hipnótica	 de</p><p>indiferença	à	qual	me	sentia	preso.</p><p>Na	entrevista	com	o	Diabo	foi	descrita	a	exata	natureza	do	poder	através	do</p><p>qual	eu	fora	privado	da	minha	iniciativa	e	coragem.	É	o	mesmo	poder	ao	qual</p><p>milhões	de	outros	estavam	limitados	durante	a	Grande	Depressão.	É	a	principal</p><p>arma	com	que	o	Diabo	ludibria	e	controla	os	seres	humanos.</p><p>A	 essência	 do	 pensamento	 que	 me	 surgiu	 era	 esta:	 apesar	 do	 facto	 de	 ter</p><p>aprendido	com	Andrew	Carnegie	e	com	mais	de	500	outros,	que	foram	bem-</p><p>sucedidos	profissional	e	pessoalmente,	que	as	realizações	notáveis	em	todos	os</p><p>campos	 da	 vida	 vêm	 através	 da	 aplicação	 do	Master	 Mind	 (a	 coordenação</p><p>harmoniosa	de	duas	ou	mais	mentes	a	trabalhar	para	um	mesmo	objetivo),	eu</p><p>tinha	falhado	em	fazer	tal	aliança	com	o	objetivo	de	executar	o	meu	plano	de</p><p>revelar	a	primeira	filosofia	individual	de	sucesso	ao	mundo.</p><p>Apesar	 do	 facto	 de	 eu	 ter	 entendido	 o	 poder	 da	 Master	 Mind,	 tinha</p><p>negligenciado	 apropriar-me	 e	 usar	 essa	 força.	 Tinha	 estado	 a	 trabalhar	 como</p><p>um	“lobo	solitário”	em	vez	de	me	aliar	a	outras	mentes	superiores.</p><p>A	entrevista	com	o	Diabo	pode	ter	tido	lugar	quando	Hill	estava	sentado</p><p>junto	 ao	Lincoln	Memorial.	 Foi	 real?	Foi	 real	 para	Hill	 e	 ele	 criou	 um</p><p>enquadramento	para	 a	 forma	como	viveu	a	 sua	vida	e	partilhou	as	 suas</p><p>revelações	 connosco:	os	 seus	 alunos.	Para	 reiterar	 as	 primeiras	 palavras</p><p>de	Hill,	 ele	 tinha	 descoberto	 que	 “todo	 o	 grande	 líder	 do	 passado,	 cuja</p><p>vida	estudei,	foi	atacado	por	dificuldades	e	conheceu	derrotas	temporárias</p><p>antes	de	 ‘vencer’”.	Ele	 também	descreve	 pelas	 suas	 próprias	 palavras	 a</p><p>forma	 como	 estes	 grandes	 líderes	 se	 rodearam	 de	Master	 Minds.	 Eles</p><p>conquistaram	a	sua	luta	interior	com	adversidade	e	depois	usaram	o	poder</p><p>do	 Master	 Mind	 para	 impulsionar	 os	 seus	 sucessos.	 Imagine	 como</p><p>poderia	formar	um	grupo	da	Master	Mind	–	uma	equipa	–	para	o	ajudar	a</p><p>derrotar	a	adversidade	e	impulsioná-lo	para	o	sucesso.</p><p>Uma	análise</p><p>Vamos	 agora	 resumidamente	 analisar	 a	 estranha	 entrevista	 que	 está	 prestes	 a</p><p>ler.	No	final,	alguns	podem	perguntar:	“Entrevistou	realmente	o	Diabo	ou	foi</p><p>somente	um	Diabo	 imaginário?”	Alguns	 podem	até	 desejar	 a	 resposta	 a	 essa</p><p>questão	antes	mesmo	de	começar	a	entrevista.</p><p>Responderei	da	única	maneira	honesta	que	posso…	dizendo	que	o	Diabo	que</p><p>entrevistei	pode	ter	sido	real,	como	afirmava	ser,	ou	pode	ter	sido	uma	criação</p><p>da	minha	própria	imaginação.	Fosse	qual	fosse,	real	ou	imaginário,	é	de	muito</p><p>pouca	 importância	 se	 comparado	 com	 a	 natureza	 e	 com	 o	 conteúdo	 das</p><p>informações	contidas	na	entrevista.</p><p>A	 questão	 realmente	 importante	 é	 esta:	 a	 entrevista	 contém	 alguma</p><p>informação	que	possa	ser	realmente	útil	às	pessoas	que	estão	a	tentar	encontrar</p><p>o	 seu	 lugar	 no	 mundo?	 Se	 ela	 possui	 esse	 tipo	 de	 informação,</p><p>independentemente	 se	 é	 um	 facto	 ou	 uma	 ficção,	 merece	 uma	 análise	 séria</p><p>através	 de	 uma	 leitura	 cuidadosa.	 Não	 estou	 nada	 preocupado	 quanto	 à</p><p>verdadeira	 fonte	 da	 informação	 ou	 à	 real	 natureza	 do	 Diabo,	 cuja	 história</p><p>fantástica	 está	 prestes</p><p>a	 ler.	 Estou	 apenas	 preocupado	 com	 o	 facto	 de	 a</p><p>confissão	do	Diabo	se	encaixar	perfeitamente	com	o	que	tenho	visto	na	vida.</p><p>Acredito	 que	 a	 entrevista	 contém	 informações	 de	 benefícios	 práticos	 para</p><p>todos	aqueles	cuja	vida	não	tem	corrido	de	feição,	e	acredito	nisso	porque	fiz</p><p>com	que	o	tema	central	deste	livro	me	trouxesse	toda	a	felicidade	que	preciso,</p><p>da	maneira	que	melhor	se	adequa	à	minha	natureza.</p><p>Já	 tive	 experiências	 suficientes	 com	os	 princípios	mencionados	 pelo	Diabo</p><p>para	saber	que	eles	farão	exatamente	o	que	ele	diz	que	farão.	Isso	é	suficiente</p><p>para	 mim.	 Por	 isso,	 passo-lhe	 a	 história	 desta	 entrevista,	 para	 que	 consiga</p><p>extrair	dela	o	máximo	possível	de	dividendos.</p><p>Talvez	consiga	maiores	valores	se	aceitar	que	o	Diabo	é	aquilo	que	diz	ser,	se</p><p>confiar	na	sua	mensagem	e	não	se	preocupar	em	saber	quem	é	o	Diabo	ou	se</p><p>ele	realmente	existe.</p><p>Se	deseja	a	minha	honesta	opinião,	acredito	que	o	Diabo	é	exatamente	quem</p><p>afirma	ser.	Agora,	vamos	analisar	a	sua	estranha	confissão.</p><p>Depois	de	forçar	a	sua	entrada	na	consciência	do	Diabo,	o	“Senhor	Humano”</p><p>começou	a	entrevista	que	o	Diabo	não	queria	dar,	com	perguntas	a	que	ele	não</p><p>podia	fugir...</p><p>Hill,	 o	 “Senhor	 Humano”,	 interroga	 o	 Diabo	 num	 ambiente	 quase	 de</p><p>tribunal.	O	Diabo	é	obrigado	a	dar	respostas	completas	e	precisas.	Como</p><p>é	 que	 isto	 foi	 feito?	 Talvez	 Hill	 tenha	 forçado	 a	 confissão	 do	 Diabo</p><p>formando	 uma	 Master	 Mind,	 possivelmente	 com	 a	 sua	 mulher,	 “a</p><p>coordenação	 harmoniosa	 de	 duas	 ou	 mais	 mentes	 a	 trabalhar	 para	 um</p><p>objetivo	definido”	para	exercer	o	poder	de	Deus	–	“o	grande	armazém	de</p><p>Inteligência	 Infinita	 onde	 está	 guardado	 tudo	o	que	 é,	 tudo	o	que	 foi,	 e</p><p>tudo	 o	 que	 pode	 vir	 a	 ser”.	 Talvez	 Hill	 tenha	 ganhado	 o	 direito	 a	 ter</p><p>respostas	precisas	por	ser	um	pensador	no	controlo	da	sua	própria	mente,</p><p>que	dominou	todos	os	seus	medos.	Graças	a	este	domínio	e	controlo,	Hill</p><p>podia	 exigir	 respostas	 precisas	 e	 verdadeiras	 ao	 Diabo.	 De	 qualquer</p><p>forma,	Hill	obriga	o	Diabo	a	expor	os	seus	truques	e	embustes	–	para	os</p><p>podermos	contrariar	e	evitar	as	armadilhas	nas	nossas	vidas.</p><p>Aqui	começa	a</p><p>Entrevista	com	o	Diabo</p><p>P	 –	 Descobri	 o	 código	 secreto	 através	 do	 qual	 consigo	 aceder	 aos	 seus</p><p>pensamentos.	Vim	fazer-lhe	algumas	perguntas	muito	simples.	Exijo	que	me	dê</p><p>respostas	diretas	e	verdadeiras.	Está	pronto	para	a	entrevista,	Senhor	Diabo?</p><p>R	–	Sim,	estou	pronto,	mas	tem	de	me	tratar	com	mais	respeito.	Durante	esta</p><p>entrevista	deve	tratar-me	apenas	por	“Sua	Majestade”.</p><p>P	–	Com	que	direito	me	exige	tal	respeito	real?</p><p>R	–	Deve	saber	que	eu	controlo	98	por	cento	das	pessoas	do	seu	mundo.	Não</p><p>acha	que	isso	me	dá	o	direito	a	ser	tratado	como	realeza?</p><p>Quando	 li	 esta	 entrevista	 pela	 primeira	 vez,	 tive	 uma	 reação</p><p>extremamente	 adversa	 ao	 ouvir	 o	 Diabo	 ser	 referido	 como	 “Sua</p><p>Majestade”.	 Depois	 percebi	 que	 Hill	 provavelmente	 tencionava	 criar</p><p>exatamente	essa	reação…	e	continuei	a	ler.	E,	claro,	o	texto	não	reflete	se</p><p>Hill	usou	um	tom	sarcástico	quando	se	dirige	ao	Diabo.</p><p>P	–	Tem	provas	daquilo	que	afirma?</p><p>R	–	Sim,	tenho	mesmo	muitas.</p><p>P	–	Em	que	consistem	as	suas	provas?</p><p>R	–	 Consistem	 em	muitas	 coisas.	 Se	 quer	 respostas	 terá	 de	 se	 dirigir	 a	mim</p><p>como	“Sua	Majestade”.	Algumas	coisas	 compreenderá;	outras,	 não.	Para	que</p><p>entenda	 o	meu	 ponto	 de	 vista,	 vou	 descrever-me	 a	mim	mesmo	 e	 corrigir	 a</p><p>falsa	noção	que	as	pessoas	têm	de	mim	e	do	local	onde	habito.</p><p>P	 –	 Essa	 é	 uma	 excelente	 ideia,	 Sua	Majestade.	 Comece	 por	 dizer-me	 onde</p><p>vive.	Depois	descreva	a	sua	aparência	física.</p><p>R	–	A	minha	aparência	 física?	Meu	caro	Senhor	Humano,	 eu	não	possuo	um</p><p>corpo	 físico.	 Estaria	 em	 desvantagem	 com	 um	 tal	 fardo,	 como	 aqueles	 que</p><p>vocês	 criaturas	 humanas	 carregam	ao	 longo	 da	 vida.	Eu	 sou	 feito	 de	 energia</p><p>negativa	e	vivo	na	mente	das	pessoas	que	me	temem.	Também	ocupo	metade</p><p>de	 cada	 átomo	 de	 matéria	 física	 e	 cada	 unidade	 de	 energia	 mental	 e	 física.</p><p>Talvez	 compreenda	 melhor	 a	 minha	 natureza	 se	 lhe	 disser	 que	 sou	 a	 parte</p><p>negativa	do	átomo.</p><p>P	–	Ah,	estou	a	perceber	o	que	quer	dizer.	Está	a	preparar	o	terreno	para	dizer</p><p>que,	se	não	fosse	por	si,	não	haveria	mundo,	nem	estrelas,	nem	eletrões,	nem</p><p>átomos,	nem	seres	humanos,	nem	nada.	É	isso?</p><p>R	–	Verdade!	Está	absolutamente	certo.</p><p>P	–	Então,	 se	 só	ocupa	metade	da	energia	e	da	matéria,	quem	é	que	ocupa	a</p><p>outra	metade?</p><p>R	–	A	outra	metade	é	ocupada	pela	minha	oposição.</p><p>P	–	Oposição?	O	que	quer	dizer	com	isso?</p><p>R	–	A	oposição	é	aquilo	a	que	vocês	humanos	chamam	Deus.</p><p>P	–	Então,	divide	o	universo	com	Deus.	É	isso	que	afirma?</p><p>R	 –	 Não	 é	 o	 que	 eu	 afirmo,	 é	 um	 facto.	 Antes	 do	 fim	 desta	 entrevista</p><p>compreenderá	 por	 que	 razão	 a	 minha	 afirmação	 é	 verdadeira.	 Também	 vai</p><p>entender	por	que	razão	tem	de	ser	verdadeira,	ou	não	poderia	existir	um	mundo</p><p>como	o	seu,	nem	criaturas	humanas	como	vocês.	Eu	não	sou	uma	besta	com</p><p>uma	língua	bifurcada	e	uma	cauda	pontiaguda.</p><p>P	–	Mas	controla	as	mentes	de	98	em	cada	100	pessoas.	Foi	o	que	disse.	Quem</p><p>provoca	toda	a	desgraça	aos	98	por	cento	do	mundo	controlados	pelo	Diabo,	se</p><p>não	é	o	Diabo?</p><p>R	–	Eu	nunca	disse	que	não	sou	a	causa	de	toda	a	desgraça	do	mundo.	Aliás,	eu</p><p>gabo-me	 disso.	 Eu	 represento	 o	 lado	 negativo	 de	 tudo,	 incluindo	 os</p><p>pensamentos	negativos	dos	humanos.	De	que	outra	forma	poderia	controlar	as</p><p>pessoas?	 A	 minha	 oposição	 controla	 o	 pensamento	 positivo.	 Eu	 controlo	 o</p><p>pensamento	negativo.</p><p>P	–	Como	controla	a	mente	das	pessoas?</p><p>R	–	Ah,	isso	é	fácil:	simplesmente	entro	e	ocupo	o	espaço	do	cérebro	humano</p><p>que	 não	 é	 usado.	 Planto	 as	 sementes	 do	 pensamento	 negativo	 na	mente	 das</p><p>pessoas,	para	assim	poder	ocupar	e	controlar	o	espaço!</p><p>P	–	Deve	ter	muitos	truques	e	instrumentos	para	controlar	e	manter	o	acesso	à</p><p>mente	humana.</p><p>R	 –	 Para	 ser	 claro,	 eu	 emprego	 truques	 e	 ferramentas	 para	 controlar	 o</p><p>pensamento	humano.	Os	instrumentos	que	uso	também	são	inteligentes.</p><p>P	–	Descreva-me	os	seus	truques	inteligentes,	Sua	Majestade.</p><p>R	–	Um	dos	instrumentos	mais	engenhosos	que	uso	para	controlar	a	mente	é	o</p><p>medo.	Planto	a	semente	do	medo	na	mente	das	pessoas	e,	à	medida	que	essas</p><p>sementes	 germinam	 e	 crescem	 através	 do	 uso,	 controlo	 o	 espaço	 que	 elas</p><p>ocupam.	Os	 seis	medos	mais	 eficazes	 são	 o	medo	 da	 pobreza,	 da	 crítica,	 da</p><p>doença,	da	perda	do	amor,	da	velhice	e	da	morte.</p><p>Diz	 o	 Diabo:	 “Um	 dos	 instrumentos	 mais	 engenhosos	 que	 uso	 para</p><p>controlar	a	mente	é	o	medo	[…]	o	medo	da	pobreza,	da	crítica,	da	doença,</p><p>da	perda	do	amor,	da	velhice	e	da	morte.”</p><p>P	–	Qual	destes	seis	medos	o	ajuda	com	mais	frequência,	Sua	Majestade?</p><p>R	–	O	primeiro	e	o	último	–	pobreza	e	morte!	Num	ou	noutro	momento	da	vida,</p><p>estendo	as	minhas	garras	às	pessoas	através	de	um	deles	ou	mesmo	de	ambos.</p><p>Planto	esses	medos	na	mente	das	pessoas	com	tanta	destreza	que	elas	acreditam</p><p>que	 eles	 são	 da	 sua	 própria	 criação.	 Realizo	 esta	 tarefa	 fazendo	 com	 que	 as</p><p>pessoas	acreditem	que	estou	apenas	à	espera	delas	na	entrada	da	próxima	vida,</p><p>à	espera	para	poder	julgá-las	e	puni-las	por	toda	a	eternidade.	É	claro	que	não</p><p>posso	punir	ninguém,	exceto	na	própria	mente	dessa	pessoa,	através	de	alguma</p><p>forma	de	medo	–	mas	o	medo	daquilo	que	não	existe	 é-me	 tão	útil	 quanto	o</p><p>medo	 daquilo	 que	 existe.	 Todas	 as	 formas	 de	medo	 aumentam	o	 espaço	 que</p><p>ocupo	na	mente	humana.</p><p>P	 –	 Sua	Majestade,	 pode	 explicar	 como	 obteve	 este	 controlo	 sobre	 os	 seres</p><p>humanos?</p><p>R	–	A	história	é	demasiado	 longa	para	ser	contada	em	poucas	palavras.	Tudo</p><p>começou	há	mais	de	um	milhão	de	anos,	quando	o	primeiro	homem	começou	a</p><p>pensar.	Até	àquele	momento	eu	tinha	o	controlo	sobre	toda	a	humanidade,	mas</p><p>os	meus	inimigos	descobriram	o	poder	do	pensamento	positivo,	colocaram-no</p><p>na	mente	 dos	 homens	 e	 eu	 iniciei	 uma	batalha	 para	 permanecer	 no	 controlo.</p><p>Até	 agora	 tenho-me</p><p>saído	muito	 bem	 sozinho,	 pois	 só	 perdi	 2	 por	 cento	 das</p><p>pessoas	para	a	oposição.</p><p>P	–	Pela	 sua	 resposta	deduzo	que	os	homens	que	pensam	são	 seus	 inimigos.</p><p>Estou	certo?</p><p>R	–	Não	está	certo,	mas	está	correto.</p><p>P	–	Fale-me	mais	sobre	o	mundo	em	que	vive.</p><p>R	 –	 Vivo	 onde	 me	 apetece.	 O	 tempo	 e	 o	 espaço	 não	 existem	 para	 mim.	 A</p><p>melhor	 forma	 de	 me	 descrever	 é	 dizer	 que	 sou	 uma	 força	 que	 consiste	 em</p><p>energia.	 O	 local	 físico	 que	 mais	 prefiro,	 como	 já	 lhe	 disse,	 é	 a	 mente	 das</p><p>pessoas.	Controlo	uma	parte	do	cérebro	de	cada	ser	humano.	A	quantidade	de</p><p>espaço	que	ocupo	em	cada	mente	 individual	depende	de	quanto	 e	do	 tipo	de</p><p>pensamentos	 que	 cada	 um	 tem.	 Como	 já	 lhe	 disse,	 não	 posso	 controlar</p><p>totalmente	uma	pessoa	que	pense.</p><p>P	–	Já	falou	sobre	a	sua	oposição.	O	que	quer	dizer	com	isso?</p><p>R	 –	 O	 meu	 oponente	 controla	 todas	 as	 forças	 positivas	 do	 mundo,	 como	 o</p><p>amor,	 a	 fé,	 a	 esperança	 e	 o	 otimismo.	O	meu	 oponente	 também	 controla	 os</p><p>fatores	positivos	de	todas	as	leis	naturais	do	universo,	as	forças	que	mantêm	a</p><p>Terra	e	os	planetas	e	todas	as	estrelas	de	forma	equilibrada	e	em	harmonia,	mas</p><p>estas	forças	são	ínfimas	comparadas	com	as	que	operam	na	mente	humana	sob</p><p>o	meu	controlo.	Como	pode	ver,	eu	não	procuro	controlar	estrelas	e	planetas.</p><p>Prefiro	controlar	as	mentes	humanas.</p><p>P	–	Onde	adquiriu	a	sua	força	e	de	que	maneira	a	reforça?</p><p>R	–	Reforço-a	apropriando-me	do	poder	da	mente	dos	humanos	à	medida	que</p><p>passam	pelo	portão	no	momento	da	sua	morte.	Noventa	e	oito	em	cada	100	que</p><p>voltam	para	o	meu	plano,	vindos	do	plano	da	Terra,	são	controlados	por	mim,	e</p><p>o	poder	das	suas	mentes	é	acrescentado	ao	meu	ser.	Fico	com	todos	os	que	vêm</p><p>com	qualquer	forma	de	medo.	Estou	constantemente	a	trabalhar,	preparando	as</p><p>mentes	das	pessoas	antes	da	morte,	de	maneira	a	que	possa	apropriar-me	delas</p><p>quando	regressam	ao	meu	plano.</p><p>P	–	Pode	dizer-me	como	realiza	o	trabalho	de	preparar	as	mentes	humanas	para</p><p>que	as	possa	controlar?</p><p>R	–	Tenho	 inúmeras	maneiras	de	controlar	 as	mentes	humanas	enquanto	elas</p><p>ainda	estão	no	plano	da	Terra.	A	minha	maior	arma	é	a	pobreza.	Desencorajo</p><p>deliberadamente	 as	 pessoas	 de	 acumular	 riqueza	 material	 porque	 a	 pobreza</p><p>desmoraliza	as	pessoas	impedindo-as	de	pensar	e	torna-as	presas	muito	fáceis</p><p>para	 mim.	 O	 meu	 outro	 grande	 amigo	 é	 a	 doença.	 Um	 corpo	 doente</p><p>desencoraja	 o	 pensamento.	Depois,	 tenho	milhares	 de	 trabalhadores	 na	Terra</p><p>que	 me	 ajudam	 a	 ter	 controlo	 das	 mentes	 humanas.	 Tenho	 estes	 agentes</p><p>estrategicamente	 colocados.	 Eles	 representam	 todas	 as	 raças,	 credos	 e</p><p>religiões.</p><p>P	–	Quem	são	os	seus	maiores	inimigos	na	Terra,	Sua	Majestade?</p><p>R	 –	 Todos	 aqueles	 que	 inspiram	 as	 pessoas	 a	 pensar	 e	 a	 agir	 por	 iniciativa</p><p>própria	 são	 meus	 inimigos.	 Homens	 como	 Sócrates,	 Confúcio,	 Voltaire,</p><p>Emerson,	 Thomas	 Paine	 e	 Abraham	 Lincoln.	 E	 tu	 também	 não	 me	 estás	 a</p><p>ajudar	nada.</p><p>P	–	É	verdade	que	usa	homens	que	possuem	grande	riqueza?</p><p>R	–	Como	já	disse,	a	pobreza	é	sempre	minha	aliada	porque	ela	desencoraja	a</p><p>livre	 expressão	 de	 pensamentos	 e	 encoraja	 o	 medo	 na	 mente	 dos	 homens.</p><p>Alguns	homens	 ricos	servem	qualquer	causa,	enquanto	outros	causam	muitos</p><p>danos,	dependendo	da	forma	como	esta	riqueza	é	utilizada.	A	fortuna	do	grande</p><p>Rockefeller,	por	exemplo,	é	uma	das	minhas	piores	inimigas.</p><p>P	–	 Isso	é	 interessante,	Sua	Majestade;	pode	dizer-me	porque	 teme	a	 fortuna</p><p>dos	Rockefeller	mais	do	que	as	outras?</p><p>R	–	O	dinheiro	de	Rockefeller	está	a	ser	usado	para	isolar	e	conquistar	a	cura</p><p>de	doenças	do	corpo	 físico	em	 todo	o	mundo.	A	doença	 sempre	 foi	 uma	das</p><p>minhas	armas	mais	eficazes.	O	medo	da	doença	só	é	ultrapassado	pelo	medo	da</p><p>pobreza.	O	dinheiro	de	Rockefeller	está	a	 revelar	novos	segredos	da	natureza</p><p>em	 centenas	 de	 coisas	 diferentes,	 todas	 elas	 sendo	 utilizadas	 para	 ajudar	 os</p><p>homens	a	terem	o	controlo	total	sobre	as	suas	próprias	mentes.	Está	a	encorajar</p><p>novos	 e	 melhores	 métodos	 de	 alimentação,	 de	 vestuário	 e	 habitação.	 Está	 a</p><p>fazer	 desaparecer	 os	 bairros	 de	 lata	 das	 grandes	 cidades,	 lugar	 onde	 se</p><p>encontram	 os	 meus	 aliados	 preferidos.	 Está	 a	 financiar	 campanhas	 por</p><p>governos	melhores	e	a	ajudar	a	acabar	com	a	desonestidade	na	política.	Está	a</p><p>ajudar	a	estabelecer	padrões	mais	elevados	na	prática	de	negócios	e	a	encorajar</p><p>os	homens	de	negócios	a	conduzirem	as	suas	empresas	pela	Regra	de	Ouro;	e</p><p>isso	não	é	bom	para	minha	causa.</p><p>P	–	E	esses	rapazes	e	raparigas	que	estão	a	perder-se	no	Inferno?	Também	os</p><p>controla?</p><p>R	–	Bem,	eu	posso	responder	a	essa	questão	só	com	um	“sim	e	não”.	Corrompi</p><p>as	 mentes	 dos	 jovens	 ensinando-os	 a	 beber	 e	 a	 fumar,	 mas	 eles	 têm-me</p><p>surpreendido	com	a	sua	tendência	para	pensar	por	si	mesmos.</p><p>Hill	anda	para	trás	e	para	a	frente	no	campo	de	batalha	do	Diabo.	A	sua</p><p>opinião	 anterior	 sobre	 a	 filantropia	 de	 Rockefeller	 é	 seguida	 por	 uma</p><p>explicação	 da	 razão	 por	 que	 os	 jovens	 estão	 “a	 perder-se	 no	 Inferno”.</p><p>Acho	 que	 o	 autor	 está	 a	 desafiar-nos	 a	 manter	 várias	 ideias	 em	mente</p><p>enquanto	 deixa	 o	 Diabo	 fazer	 o	 trabalho	 sujo	 na	 esperança	 de	 nos</p><p>confundir.	Procuremos	outros	exemplos	ao	longo	do	livro,	e	encontrá-los-</p><p>emos!</p><p>P	–	Diz	que	corrompeu	as	mentes	dos	 jovens	com	álcool	e	cigarros.	Consigo</p><p>compreender	que	o	álcool	pode	destruir	o	poder	do	pensamento	independente,</p><p>mas	não	consigo	entender	como	é	que	os	cigarros	podem	ajudar	a	sua	causa.</p><p>R	 –	 Pode	 não	 saber,	 mas	 os	 cigarros	 quebram	 o	 poder	 da	 persistência;	 eles</p><p>destroem	a	capacidade	de	resistência	e	de	concentração.	Matam	e	fragilizam	o</p><p>poder	da	 imaginação	e	ajudam	a	que	as	pessoas	não	usem	as	suas	mentes	da</p><p>forma	mais	eficaz.</p><p>Sabe	que	tenho	milhões	de	pessoas,	jovens	e	velhos,	de	ambos	os	sexos,	que</p><p>fumam	 dois	maços	 de	 cigarros	 por	 dia?	 Isso	 significa	 que	 tenho	milhões	 de</p><p>pessoas	gradualmente	a	destruirem	o	seu	poder	de	resistência.</p><p>Um	dia,	vou	acrescentar	ao	seu	hábito	de	fumar	outros	hábitos	destruidores</p><p>do	pensamento	até	conseguir	controlar	as	suas	mentes.</p><p>Os	hábitos	vêm	aos	pares,	aos	triplos	e	aos	quádruplos.	Qualquer	hábito	que</p><p>enfraqueça	a	 força	de	vontade	de	uma	pessoa	abre	portas	para	outros	hábitos</p><p>negativos	 se	 apoderarem	da	 sua	mente.	O	 vício	 do	 cigarro	 não	 só	 diminui	 o</p><p>poder	de	resistência	e	desencoraja	a	persistência,	como	também	debilita	outras</p><p>relações	humanas.</p><p>P	–	Nunca	pensei	que	os	cigarros	pudessem	ser	uma	arma	de	destruição,	Sua</p><p>Majestade,	mas	a	sua	explicação	lança	uma	nova	luz	sobre	o	assunto.	Quantos</p><p>se	converteram	ao	vício?</p><p>R	–	Eu	estou	orgulhoso	do	meu	recorde.	Milhões	são	agora	vítimas	e	o	número</p><p>cresce	diariamente.	Em	breve,	a	maior	parte	do	mundo	estará	a	deixar-se	levar</p><p>por	 esse	 hábito.	 Em	 milhares	 de	 famílias	 tenho	 seguidores	 desse	 hábito,</p><p>incluindo	 todos	 os	 membros	 da	 família.	 Rapazes	 e	 raparigas	 muito	 jovens</p><p>entregam-se	 a	 este	 vício.	 Eles	 estão	 a	 aprender	 a	 fumar	 ao	 observar	 os	 seus</p><p>pais,	irmãos	e	irmãs	mais	velhos.</p><p>P	 –	 Qual	 é	 para	 si	 a	 melhor	 ferramenta	 para	 obter	 o	 controlo	 das	 mentes</p><p>humanas	–	o	tabaco	ou	o	álcool?</p><p>R	–	Sem	hesitar,	eu	diria	o	tabaco.	Assim	que	consigo	um	jovem	para	se	juntar</p><p>ao	 clube	 de	 dois	maços	 por	 dia,	 não	 tenho	qualquer	 problema	 em	convencer</p><p>essa	pessoa	a	começar	a	beber,	a	ter	sexo	em	excesso,	e	todos	os	outros	hábitos</p><p>relacionados	com	a	destruição	do	pensamento	e	ação	independentes.</p><p>Lembre-se,	isto	foi	escrito	em	1938	–	muito	antes	de	a	natureza	viciante</p><p>do	tabaco	ser	descoberta.	Aqui,	como	em	muitas	outras	coisas,	Napoleon</p><p>Hill	 está	 muito	 à	 frente	 do	 seu	 tempo	 em	 algumas	 das	 suas	 opiniões</p><p>médicas	e	sociológicas.</p><p>P	–	Sua	Majestade,	quando	comecei	esta	entrevista	estava	totalmente	errado	a</p><p>seu	respeito.	Pensava	que	era	uma	fraude	e	uma	falsificação.	Mas	 agora	vejo</p><p>que	é	muito	real	e	muito	poderoso.</p><p>R	–	Aceito	o	seu	pedido	de	desculpas,	mas	não	é</p><p>preciso	preocupar-se.	Milhões</p><p>de	 pessoas	 já	 questionaram	o	meu	 poder,	 e	 eu	 recebi	 a	maior	 parte	 delas	 no</p><p>portão,	assim	que	fizeram	a	passagem.</p><p>Não	peço	a	ninguém	para	acreditar	em	mim.	Prefiro	que	as	pessoas	tenham</p><p>medo.	Não	sou	um	mendigo!	Só	obtenho	o	que	quero	através	da	inteligência	e</p><p>da	 força.	Mendigar	 às	 pessoas	 para	 acreditar	 faz	 parte	 da	maneira	 de	 ser	 do</p><p>meu	oponente,	não	da	minha.</p><p>P	–	Sua	Majestade,	perdoe-me	a	indelicadeza,	mas	não	seria	capaz	de	me	olhar</p><p>ao	espelho	novamente	se	não	lhe	dissesse,	aqui	e	agora,	que	é	o	pior	demónio</p><p>que	existe	para	as	pessoas	inocentes.</p><p>Sempre	 tive	 a	 ideia	 errada	 a	 seu	 respeito.	 Pensei	 que	 era	 suficientemente</p><p>simpático	para	deixar	as	pessoas	em	paz	enquanto	elas	estão	vivas,	que	apenas</p><p>torturava	 as	 suas	 almas	 depois	 da	 morte.	 Mas	 agora	 percebo,	 pelo</p><p>descaramento	da	sua	própria	confissão,	que	destrói	o	direito	delas	à	liberdade</p><p>de	pensamento	e	obriga-as	a	viver	o	inferno	na	Terra.	O	que	tem	a	dizer	quanto</p><p>a	isso?</p><p>R	–	Eu	consigo	o	que	quero	exercendo	o	autocontrolo.	Não	é	bom	para	o	meu</p><p>próprio	negócio,	mas	sugiro	que	me	imite	em	vez	de	me	criticar.	Autointitula-</p><p>se	 pensador,	 e	 realmente	 é.	 Caso	 contrário,	 nunca	 me	 teria	 forçado	 a	 esta</p><p>entrevista.	Mas	 nunca	 será	 a	 espécie	 de	 pensador	 que	 me	 assusta	 exceto	 se</p><p>ganhar	e	exercer	maior	controlo	sobre	as	suas	próprias	emoções.</p><p>P	–	Vamos	afastar-nos	das	personalidades.	Vim	aqui	para	aprender	mais	sobre</p><p>si	e	não	para	falar	sobre	mim.	Vamos	continuar.	Fale	sobre	os	muitos	 truques</p><p>que	 criou	 para	 controlar	 a	mente	 humana.	Qual	 é	 a	 sua	 arma	mais	 poderosa</p><p>neste	momento?</p><p>R	 –	 Essa	 é	 uma	 questão	 difícil	 de	 responder.	 Tenho	 tantas	 ferramentas	 para</p><p>entrar	na	mente	humana	e	controlá-la	que	é	difícil	dizer	qual	é	a	mais	poderosa.</p><p>Neste	 preciso	 momento	 estou	 a	 tentar	 iniciar	 uma	 nova	 guerra	 mundial.	 Os</p><p>meus	 amigos	 aqui	 em	Washington	 estão	 a	 ajudar-me	 a	 envolver	 os	 Estados</p><p>Unidos	na	guerra.	Se	eu	conseguir	fazer	com	que	o	mundo	comece	a	matar-se</p><p>de	forma	maciça,	serei	capaz	de	colocar	em	ação	a	minha	ferramenta	preferida</p><p>para	controlar	a	mente.	É	o	que	se	pode	chamar	de	medo	em	massa.	Usei	esta</p><p>ferramenta	para	provocar	 a	Guerra	Mundial	de	1914.	Também	a	utilizei	para</p><p>causar	 a	 depressão	 económica	de	1929	 e,	 se	 o	meu	oponente	não	me	 tivesse</p><p>atraiçoado,	 estaria	 agora	 na	 posse	 de	 cada	 homem,	 mulher	 e	 criança	 deste</p><p>mundo.	Pode	ver	por	 si	próprio	como	estive	 tão	perto	do	domínio	mundial	–</p><p>aquilo	que	tenho	lutado	para	obter	há	milhares	de	anos.</p><p>Aqui	 o	 Diabo	 afirma	 estar	 a	 trabalhar	 para	 os	 dois	 lados	 de	 forma	 a</p><p>instigar	a	guerra,	através	do	lançamento	das	sementes	do	medo	por	todo	o</p><p>mundo.	 Esta	 é	 a	 essência	 daquilo	 que	 passou	 a	 conhecer-se	 no	 nosso</p><p>tempo	como	terrorismo	–	e	a	resposta	a	ele.	Através	do	trabalho	de	Hill,	o</p><p>Diabo	 fica	 com	 os	 louros	 não	 só	 pelas	 duas	 guerras	 mundiais,	 mas</p><p>também	 pela	 Grande	 Depressão…	 é	 fácil	 acrescentar	 o	 atual	 colapso</p><p>económico	 à	 sua	 lista	 de	 créditos.	 Tanto	 a	 guerra	 como	 o	 colapso</p><p>económico	geram	o	medo	na	mente	das	pessoas	e	são	certamente	obra	do</p><p>Diabo.</p><p>P	 –	 Estou	 a	 perceber.	 Quem	 não	 perceberia?	 É	 um	 manipulador	 muito</p><p>engenhoso	 da	mente	 das	 pessoas.	A	 sua	 ação	 demoníaca	 é	 executada	 apenas</p><p>através	das	pessoas	de	elevadas	posições	e	grande	influência?</p><p>R	–	Não!	Eu	uso	a	mente	de	pessoas	de	todas	as	classes.	De	facto,	até	prefiro	o</p><p>tipo	de	pessoa	que	não	 faz	questão	de	pensar	muito.	Consigo	manipular	 este</p><p>tipo	 de	 pessoas	 sem	 qualquer	 dificuldade.	 Não	 conseguiria	 controlar	 98	 por</p><p>cento	das	pessoas	do	mundo	se	todas	fossem	capazes	de	pensar	por	si	mesmas.</p><p>P	–	Estou	interessado	no	bem-estar	das	pessoas	que	afirma	conseguir	controlar.</p><p>Por	isso	quero	que	me	conte	todos	os	truques	utilizados	para	entrar	e	controlar</p><p>as	mentes.	Quero	 uma	 confissão	 completa,	 portanto,	 comece	 pelo	 seu	 truque</p><p>mais	astuto.</p><p>R	–	Aquilo	que	me	está	a	obrigar	a	fazer	chama-se	suicídio,	mas	estou	de	mãos</p><p>atadas.	 Tranquilize-se	 e	 dar-lhe-ei	 a	 arma	 através	 da	 qual	 milhões	 de	 seres</p><p>humanos	se	poderão	defender	de	mim.</p><p>CAPÍTULO	QUATRO</p><p>ALHEAR-SE</p><p>COM	O	DIABO</p><p>P	–	 Primeiro,	 diga-me	qual	 é	 o	 seu	 truque	mais	 inteligente	–	 aquele	que	usa</p><p>para	ludibriar	o	maior	número	de	pessoas	possível.</p><p>R	–	Se	me	obrigar	 a	 revelar	 esse	 segredo,	perderei	milhões	de	pessoas	 ainda</p><p>vivas	e	outras	ainda	por	nascer.	Imploro-lhe	que	me	permita	deixar	esta	questão</p><p>sem	resposta.</p><p>P	–	Então	Sua	Majestade,	 o	Diabo,	 está	 com	medo	de	 uma	humilde	 criatura</p><p>humana!	Estou	certo?</p><p>R	 –	 Não	 está	 certo,	 mas	 é	 verdade!	 Não	 tem	 o	 direito	 de	 roubar	 a	 minha</p><p>ferramenta	 de	 trabalho	mais	 importante.	Há	milhões	 de	 anos	 que	 domino	 as</p><p>criaturas	humanas	através	do	medo	e	da	ignorância.	Depois	o	senhor	aparece	e</p><p>pensa	que	pode	destruir	as	minhas	armas	obrigando-me	a	 revelar	a	utilização</p><p>que	 faço	 delas.	 Compreende	 que,	 se	 me	 forçar	 a	 revelar	 os	 meus	 segredos,</p><p>perderei	 a	minha	 vantagem	 e	 o	meu	 poder	 de	 controlo	 sobre	 as	 pessoas	 que</p><p>lerem	esta	confissão	que	me	está	a	arrancar?	Não	tem	compaixão?	Onde	está	o</p><p>seu	sentido	de	humor?	O	seu	desportivismo?</p><p>P	 –	 Deixe	 de	 empatar	 e	 comece	 a	 confessar.	 Quem	 pensa	 que	 é	 para	 pedir</p><p>compaixão	a	uma	pessoa	que,	se	pudesse,	destruiria?	Quem	pensa	que	é	para</p><p>falar	 em	 desportivismo	 e	 sentido	 de	 humor?	 O	 Senhor	 Diabo,	 que	 pela	 sua</p><p>confissão	soltou	o	inferno	na	Terra,	castigando	pessoas	inocentes,	utiliza-se	dos</p><p>seus	medos	e	ignorâncias.	Quanto	a	meter-me	na	minha	vida,	é	exatamente	o</p><p>que	estou	a	fazer	ao	obrigá-lo	a	dizer	como	controla	as	pessoas	através	das	suas</p><p>próprias	 mentes.	 O	 meu	 interesse	 é	 ajudar	 a	 abrir	 as	 portas	 das	 prisões</p><p>autoimpostas	onde	homens	e	mulheres	estão	confinados	por	causa	dos	medos</p><p>que	planta	nas	suas	mentes.</p><p>O	Senhor	Humano	tem	o	poder	para	obrigar	o	Diabo	a	responder	às	suas</p><p>perguntas.	O	seu	próprio	conhecimento	do	pensamento	independente	e	a</p><p>falta	de	medo	são	as	suas	armas	para	obrigar	a	esta	confissão.</p><p>R	–	A	arma	mais	poderosa	que	possuo	sobre	os	seres	humanos	consiste	em	dois</p><p>princípios	secretos	de	controlo	mental.	Primeiramente,	falarei	sobre	o	princípio</p><p>do	 hábito,	 através	 do	 qual	 entro	 silenciosamente	 nas	 mentes	 das	 pessoas.</p><p>Através	 desse	 princípio	 estabeleço	 (gostaria	 de	 poder	 evitar	 esta	 palavra)	 o</p><p>hábito	do	alheamento.	Quando	uma	pessoa	começa	a	ficar	abstraída,	ela	avança</p><p>diretamente	para	as	portas	daquilo	que	vocês,	seres	humanos,	chamam	Inferno.</p><p>P	–	Descreva	todas	as	formas	como	induz	as	pessoas	a	alhearem-se.	Defina	a</p><p>palavra	e	diga-nos	exatamente	o	que	ela	significa.</p><p>R	–	A	melhor	forma	de	definir	a	palavra	“alheamento”	é	dizer	que	as	pessoas</p><p>que	 pensam	 por	 si	 mesmas	 nunca	 se	 alheiam,	 enquanto	 aquelas	 que	 não</p><p>pensam,	 ou	 pensam	 o	 mínimo	 possível,	 são	 as	 chamadas	 “alheadas”.	 Um</p><p>alheado	é	aquele	que	se	deixa	ser	influenciado	e	controlado	por	circunstâncias</p><p>externas	à	sua	mente.	Ele	prefere	deixar	que	eu	ocupe	a	sua	mente	e	que	pense</p><p>por	ele	do	que	ter	o	trabalho	de	pensar	por	si	mesmo.	O	alheado	é	aquele	que</p><p>aceita	tudo	da	vida	sem	protestar	nem	lutar.	Ele	não	sabe	o	que	quer	da	vida	e</p><p>passa	o	tempo	inteiro	a	tentar	descobrir.	Um	alheado	tem	muitas	opiniões,	mas</p><p>elas	não	lhe	pertencem.	A	maioria	delas	é	aplicada	por	mim.</p><p>O	alheado	é	aquele	que	é	muito	preguiçoso	para	usar	o	seu	próprio	cérebro.</p><p>Essa	é	a	razão	para	que	eu	assuma	o	controlo	dos	seus	pensamentos	e	plante	as</p><p>minhas	ideias	na	sua	mente.</p><p>“Aquelas	que	não	pensam,	ou	pensam	o	mínimo	possível	por	si	próprias,</p><p>são	 as	 chamadas	 ‘alheadas’.	 Um	 alheado	 é	 aquele	 que	 se	 deixa	 ser</p><p>influenciado	e	controlado	por	circunstâncias	externas	à	sua	mente.”</p><p>P	–	Acho	que	compreendi	bem	o	que	é	um	alheado.	Diga-me	exatamente	quais</p><p>são	os	hábitos	das	pessoas	que	se	alheiam	ao	 longo	da	vida.	Quando	e	como</p><p>começa</p><p>a	controlar	a	mente	de	uma	pessoa.</p><p>R	 –	 O	 controlo	 que	 exerço	 sobre	 um	 ser	 humano	 inicia-se	 ainda	 na	 sua</p><p>juventude.	Por	vezes,	lanço	as	bases	para	o	controlo	da	mente	ainda	antes	de	a</p><p>pessoa	ter	nascido,	manipulando	a	mente	dos	seus	pais.	Outras	vezes,	vou	ainda</p><p>mais	 longe	 e	 preparo	 as	 pessoas	 para	 as	 controlar	 através	 daquilo	 que	 vocês</p><p>humanos	 chamam	 “hereditariedade	 física”.	 Como	 pode	 ver,	 tenho	 duas</p><p>abordagens	à	mente	de	uma	pessoa.</p><p>P	–	 Sim.	 Continue	 e	 descreva	 essas	 duas	 portas	 por	 onde	 entra	 e	 controla	 a</p><p>mente	dos	seres	humanos.</p><p>R	–	Como	já	afirmei,	ajudo	a	 trazer	as	pessoas	com	mentes	fracas	para	o	seu</p><p>mundo,	 dando-lhes,	 ainda	 antes	 de	 nascerem,	 todas	 as	 fraquezas	 dos	 seus</p><p>antepassados.	 Os	 humanos	 chamam-lhe	 princípio	 de	 hereditariedade	 física.</p><p>Após	 o	 nascimento,	 uso	 o	 que	 vocês	 seres	 humanos	 chamam	 de	 “ambiente”</p><p>como	meio	de	controlo.	É	aqui	que	entra	o	princípio	do	hábito.	A	mente	não	é,</p><p>nada	mais	nem	nada	menos,	do	que	a	soma	de	todos	os	hábitos!	Um	por	um,</p><p>entro	 na	 mente	 e	 estabeleço	 hábitos,	 que	 levam	 finalmente	 ao	 completo	 e</p><p>absoluto	domínio	da	mente.</p><p>P	–	Quais	são	os	hábitos	mais	comuns	para	controlar	a	mente	das	pessoas?</p><p>R	 –	 Este	 é	 um	 dos	 meus	 truques	 mais	 sábios:	 entro	 na	 mente	 das	 pessoas</p><p>através	de	pensamentos	que	elas	acreditam	serem	seus.	Os	mais	úteis	para	mim</p><p>são	o	medo,	a	superstição,	a	avareza,	a	ganância,	a	luxúria,	a	vingança,	a	raiva,</p><p>a	 vaidade	 e	 a	 preguiça.	Através	 de	 um	 ou	mais,	 consigo	 entrar	 em	 qualquer</p><p>mente,	em	qualquer	idade,	mas	obtenho	melhores	resultados	quando	assumo	o</p><p>controlo	 de	 uma	 mente	 ainda	 jovem,	 antes	 que	 o	 seu	 proprietário	 tenha</p><p>aprendido	 a	 fechar	 alguma	 dessas	 nove	 portas.	Depois	 estabeleço	 os	 hábitos</p><p>que	mantêm	essas	portas	abertas	para	sempre.</p><p>P	–	Estou	a	começar	a	entender	os	seus	métodos.	Agora	voltemos	ao	hábito	do</p><p>alheamento.	Fale-nos	sobre	esse	hábito,	já	que	diz	ser	o	seu	melhor	truque	para</p><p>controlar	a	mente	das	pessoas.</p><p>R	–	Como	já	referi,	faço	com	que	as	pessoas	comecem	a	alhear-se	durante	a	sua</p><p>juventude.	 Induzo-as	a	alhearem-se	através	da	escola,	quando	não	sabem	que</p><p>profissão	desejam	seguir	na	vida.	Aqui	apanho	a	maioria	das	pessoas,	tal	como</p><p>os	hábitos.	Basta	alhear-se	numa	direção	e	em	breve	estará	alheado	em	todas	as</p><p>direções.	Também	uso	hábitos	ambientais	para	me	darem	o	controlo	definitivo</p><p>das	minhas	vítimas.</p><p>P	–	Entendo.	A	sua	ideia	é	treinar	crianças	no	hábito	do	alheamento,	induzindo-</p><p>as	 a	 ir	 para	 a	 escola	 sem	 propósito	 ou	 objetivo.	 Conte-me	 alguns	 dos	 seus</p><p>outros	truques	para	levar	as	pessoas	a	alhearem-se.</p><p>R	 –	 Bem,	 o	 meu	 segundo	 melhor	 truque	 para	 desenvolver	 o	 hábito	 do</p><p>alheamento	é	um	dos	que	coloco	em	ação	com	a	ajuda	de	pais,	professores	e</p><p>instrutores	religiosos.</p><p>Previno-o	para	não	me	obrigar	a	mencionar	esse	truque.	Não	o	revele.	Se	o</p><p>fizer,	será	odiado	pelos	colaboradores	que	me	ajudam	a	usá-lo.	Se	publicar	esta</p><p>confissão	em	forma	de	livro,	o	seu	livro	será	banido	das	escolas.	Irá	para	a	lista</p><p>negra	da	maioria	dos	líderes	religiosos.	Será	ocultado	das	crianças	por	muitos</p><p>pais.	Os	jornais	não	ousarão	fazer	críticas	do	seu	livro.	Milhões	de	pessoas	vão</p><p>odiá-lo	por	escrever	este	livro.</p><p>Na	 verdade,	 ninguém	 gostará	 de	 si	 ou	 do	 seu	 livro,	 exceto	 aqueles	 que</p><p>pensam,	e	sabe	como	esses	são	muito	poucos!	O	meu	conselho	é	que	não	me</p><p>obrigue	a	revelar	este	segundo	truque.</p><p>O	autor	sabia	que	esta	opinião	seria	um	dos	aspetos	mais	controversos	do</p><p>seu	livro.	Na	verdade,	a	sua	mulher	estava	 tão	preocupada	com	a	forma</p><p>como	iria	ser	recebido	que	o	fez	prometer	que	não	o	publicaria.	De	facto,</p><p>somente	agora,	muito	depois	da	morte	dela,	é	que	a	família	concordou	em</p><p>partilhá-lo	com	o	mundo.	Encorajo-o	a	seguir	o	argumento	de	Hill	sobre	o</p><p>sistema	público	de	educação	e	os	professores	 religiosos	e	depois	decida</p><p>por	si	próprio.</p><p>P	–	Então,	 para	 o	meu	próprio	 bem,	 quer	 que	 eu	 retenha	 a	 revelação	 do	 seu</p><p>segundo	 melhor	 truque.	 Ninguém	 gostará	 do	 meu	 livro	 exceto	 aqueles	 que</p><p>pensam,	é	isso?	Muito	bem,	então	responda.</p><p>R	–	Vai	arrepender-se	disto,	Senhor	Humano.	Mas	você	é	o	culpado.	Devido	a</p><p>este	erro	seu,	conseguirá	desviar	a	atenção	de	mim	para	si.	Os	meus	colegas	de</p><p>trabalho,	 que	 são	 milhões,	 esquecer-me-ão	 e	 odiá-lo-ão	 por	 revelar	 os	 meus</p><p>métodos.</p><p>P	–	Não	se	preocupe	comigo.	Conte-me	 tudo	 sobre	 esse	 seu	 segundo	melhor</p><p>truque	com	o	qual	induz	as	pessoas	a	alhearem-se	consigo	para	o	Inferno.</p><p>R	–	O	meu	segundo	melhor	truque	na	verdade	não	é	o	segundo.	É	o	primeiro!	É</p><p>o	primeiro	porque	sem	ele	eu	nunca	conseguiria	controlar	a	mente	dos	jovens.</p><p>Pais,	 professores,	 instrutores	 religiosos	 e	 muitos	 outros	 adultos,	 sem	 terem</p><p>consciência	 disso,	 servem	 a	minha	 causa	 ajudando-me	 a	 destruir	 o	 hábito	 de</p><p>fazer	as	crianças	pensarem	por	si	mesmas.	Eles	fazem	o	seu	trabalho	de	várias</p><p>formas,	sem	suspeitar	o	que	fazem	na	mente	das	crianças	ou	a	real	causa	dos</p><p>erros	das	crianças.</p><p>Já	alguma	vez	ouviu	um	pai	a	 terminar	a	frase	de	um	filho?	Ou	viu	um</p><p>pai	 fazer	 os	 trabalhos	 de	 casa	 do	 filho.	 Lembra-se	 daquelas	 feiras	 de</p><p>ciências	 na	 escola	 onde	 era	 óbvio	 que	 os	miúdos	 tinham	muita	 “ajuda”</p><p>nos	seus	projetos.	A	mãe	e	o	pai	podem	ter	“ajudado”	um	pouco	demais,</p><p>mas	 no	 fundo	 eles	 sabem	 que	 os	 seus	 filhos	 apreciam	 a	 ajuda	 e</p><p>reconhecem	que	eles	 são	bons	pais.	Não	é?	Na	verdade,	 a	 criança	pode</p><p>estar	 a	 pensar:	 “a	mãe	 e	 o	 pai	 acham	 que	 não	 sou	 capaz	 de	 fazer	 isto</p><p>sozinho…	 para	 quê	 chatear-me!”	 Por	 fim,	 esta	 “ajuda”	 parental	 vai</p><p>destruir	 a	 autoconfiança	 da	 criança.	 Ao	 deixar	 que	 a	 criança	 seja</p><p>responsável	 e	 tome	 as	 suas	 decisões,	 os	 pais	 ajudam	 os	 filhos	 a</p><p>desenvolver	o	hábito	de	pensarem	por	si	próprios!</p><p>P	 –	 Não	 posso	 acreditar,	 Sua	 Majestade.	 Sempre	 pensei	 que	 os	 melhores</p><p>amigos	 das	 crianças	 fossem	 aqueles	 que	 estão	mais	 próximos	 delas,	 os	 seus</p><p>pais,	os	seus	professores,	os	seus	 instrutores	 religiosos.	Onde	vão	as	crianças</p><p>buscar	essa	orientação	fiável	se	não	for	aos	que	estão	responsáveis	por	elas?</p><p>R	 –	 É	 aí	 que	 entra	 a	 minha	 sabedoria.	 Esta	 é	 a	 explicação	 exata	 de	 como</p><p>controlo	98	por	cento	das	pessoas	do	mundo.	Assumo	o	controlo	das	pessoas</p><p>durante	a	sua	 juventude,	antes	de	elas	conseguirem	controlar	as	suas	próprias</p><p>mentes,	através	daqueles	que	são	responsáveis	por	elas.	Preciso	especialmente</p><p>da	 ajuda	 daqueles	 que	 ministram	 a	 religião	 às	 crianças,	 porque	 é	 aqui	 que</p><p>ponho	 fim	 ao	 pensamento	 independente	 e	 inicio	 as	 pessoas	 no	 hábito	 do</p><p>alheamento,	confundindo	as	suas	mentes	com	ideias	que	têm	que	ver	com	um</p><p>mundo	sobre	o	qual	elas	nada	conhecem.	É	também	aqui	que	cultivo	na	mente</p><p>das	crianças	o	maior	de	todos	os	medos	–	o	medo	do	Inferno!</p><p>P	 –	 Eu	 sei	 que	 é	 muito	 fácil	 para	 si	 assustar	 as	 crianças	 com	 ameaças	 do</p><p>Inferno,	mas	como	consegue	fazer	com	que	elas	continuem	a	temê-lo	e	ao	seu</p><p>Inferno	quando	crescem	e	aprendem	a	pensar	por	si	mesmas?</p><p>R	–	As	crianças	crescem,	mas	nem	sempre	aprendem	a	pensar	por	si	mesmas!</p><p>Depois	 de	 conseguir	 aprisionar	 a	 mente	 de	 uma	 criança	 através	 do	 medo,</p><p>enfraqueço	a	 capacidade	dessa	 criança	de	pensar	 racionalmente	 e	 também	de</p><p>pensar	por	si	mesma,	e	essa	fraqueza	acompanha	a	criança	durante	toda	a	sua</p><p>vida.</p><p>P	–	Isso	não	é	aproveitar-se	de	forma	desleal	de	um	ser	humano	contaminando</p><p>a	sua	mente	antes	de	ela	a	dominar?</p><p>R	–	É	 justo,	 porque	os	 fins	 justificam	os	meios.	Não	 sofro	 dessas	 limitações</p><p>idiotas	sobre	o	certo	e	o	errado.	O	poder	é	o	que	me	interessa.	Utilizo	 toda	e</p><p>qualquer	fraqueza	humana	que	conheço	para	obter	e	manter	o	controlo	sobre	a</p><p>mente	dos	homens.</p><p>P	–	Compreendo	a	sua	natureza	diabólica!	Voltemos	a	discutir	os	seus	métodos</p><p>para	 induzir	 as	 pessoas	 ao	 alheamento,	 transformando	 as	 suas	 vidas	 num</p><p>inferno	na	Terra.	Pela	 sua	 confissão,	 já	percebi	que</p><p>se	 apodera	da	mente	das</p><p>crianças	muito	jovens	e	vulneráveis.	Fale-me	mais	sobre	a	forma	como	usa	os</p><p>pais,	 os	 professores	 e	 os	 líderes	 religiosos	 para	 provocar	 o	 alheamento	 nas</p><p>pessoas.</p><p>R	 –	 Um	 dos	 meus	 truques	 preferidos	 é	 coordenar	 os	 esforços	 de	 pais	 e</p><p>instrutores	 religiosos	 para	 que	 possam	 trabalhar	 em	 conjunto	 e	 ajudar-me	 a</p><p>destruir	o	poder	das	crianças	de	pensarem	por	si	próprias.	Uso	muitos	 líderes</p><p>religiosos	 para	 minar	 a	 coragem	 e	 a	 força	 do	 pensamento	 independente	 das</p><p>crianças,	 ensinando-os	 a	 temerem-me;	mas	uso	os	pais	para	 ajudar	os	 líderes</p><p>religiosos	nesta	minha	grande	obra.</p><p>P	–	Como	é	que	os	pais	ajudam	os	líderes	religiosos	a	destruir	a	capacidade	das</p><p>crianças	de	pensarem	por	si	mesmas?	Nunca	ouvi	falar	de	tal	monstruosidade.</p><p>R	 –	 Consigo	 isso	 com	 um	 truque	 muito	 inteligente.	 Faço	 com	 que	 os	 pais</p><p>ensinem	os	filhos	a	seguirem	as	suas	crenças	em	relação	à	religião,	à	política,</p><p>ao	 casamento	 e	 outros	 assuntos	 importantes.	 Desta	 forma,	 como	 pode	 ver,</p><p>quando	 domino	 a	 mente	 de	 uma	 pessoa,	 consigo	 facilmente	 perpetuar	 esse</p><p>domínio	 levando	 essa	 pessoa	 a	 ajudar-me	 e	 a	 estender	 esse	 controlo	 sobre	 a</p><p>mente	de	seus	filhos.</p><p>P	–	De	 que	 outras	 formas	 usa	 os	 pais	 para	 transformarem	os	 seus	 filhos	 em</p><p>alheados?</p><p>R	–	Faço	com	que	as	crianças	se	tornem	alheadas	seguindo	o	exemplo	de	seus</p><p>pais,	 a	maioria	dos	quais	 eu	 já	 controlo	 e	 estão	 eternamente	 ligados	 à	minha</p><p>causa.	Em	algumas	partes	do	mundo,	domino	a	mente	das	crianças	e	subjugo	a</p><p>sua	força	de	vontade	exatamente	da	mesma	maneira	que	os	homens	conseguem</p><p>domesticar	 animais	 de	 pouca	 inteligência.	 É-me	 indiferente	 a	 forma	 como	 a</p><p>força	de	vontade	de	uma	criança	é	subjugada,	desde	que	ela	tenha	algum	tipo</p><p>de	 medo.	 Entrarei	 nessa	 mente	 através	 do	 medo	 e	 limitarei	 o	 seu	 poder	 de</p><p>pensar	independentemente.</p><p>O	Diabo	entra	na	mente	de	uma	criança	através	do	medo	e	depois	limita	o</p><p>poder	 dessa	 criança	 de	 pensar	 independentemente.	 Lembro-me	 dos</p><p>muitos	 líderes	 religiosos	 que	 conheci	 no	 passado	 e	 imediatamente	 os</p><p>divido	 entre	 instrutores	 através	 do	medo	 e	 instrutores	 através	 da	 fé.	De</p><p>facto,	 ainda	 me	 arrepio	 ao	 relembrar	 o	 “fogo	 e	 o	 enxofre”	 de	 alguns</p><p>sermões	baseados	no	medo	que	ouvi	quando	era	criança.	Pelo	contrário,</p><p>lembro-me	da	sensação	edificante	da	esperança	e	coragem	dos	sermões	de</p><p>fé.	As	palavras	de	sabedoria	de	Hill	soaram-me	muito	verdadeiras.	Então,</p><p>o	medo	paralisa	o	pensamento	independente?</p><p>P	–	Parece-me	que	faz	qualquer	coisa	para	impedir	as	pessoas	de	pensarem.</p><p>R	–	Sim.	O	pensamento	organizado	 é	 fatal	 para	mim.	Não	consigo	existir	na</p><p>mente	 daqueles	 que	 pensam	 de	 forma	 estruturada.	 Não	 me	 importo	 que	 as</p><p>pessoas	 pensem,	 desde	 que	 o	 façam	 em	 termos	 de	medo,	 desencorajamento,</p><p>desespero	e	destruição.	Quando	começam	a	pensar	de	forma	construtiva	em	fé,</p><p>coragem,	 esperança	 e	 com	 propósitos	 definidos,	 imediatamente	 se	 tornam</p><p>aliadas	da	minha	oposição	e,	por	consequência,	perco-as.</p><p>P	–	Estou	a	começar	a	perceber	como	consegue	dominar	a	mente	das	crianças</p><p>através	da	ajuda	dos	seus	pais	e	instrutores	religiosos,	mas	não	vejo	como	é	que</p><p>os	professores	podem	ajudá-lo	nesse	trabalho	maldito.</p><p>R	–	Os	professores	ajudam-me	a	controlar	a	mente	das	crianças	não	tanto	pelo</p><p>que	lhes	ensinam,	mas	pelo	que	não	lhes	ensinam.	Todo	o	sistema	público	de</p><p>escolas	 é	 administrado	 desta	 forma	 para	 ajudar	 a	 minha	 causa:	 ensinar	 às</p><p>crianças	quase	tudo,	exceto	como	usarem	as	suas	mentes	e	pensarem	de	forma</p><p>independente.	 Vivo	 sempre	 com	 medo	 que	 algum	 dia	 uma	 pessoa	 corajosa</p><p>reverta	 esse	 sistema	 de	 ensino	 e	 inflija	 um	 golpe	 fatal	 na	 minha	 causa,</p><p>permitindo	 aos	 estudantes	 tornarem-se	 instrutores	 e	 usando	 aqueles	 que	 hoje</p><p>servem	 como	 professores	 somente	 como	 guias	 para	 ajudarem	 as	 crianças	 a</p><p>estabelecer	meios	 para	 desenvolverem	 as	 suas	 próprias	mentes.	Quando	 esse</p><p>tempo	chegar,	os	professores	deixarão	de	pertencer	à	minha	equipa.</p><p>Eis	 a	 essência	 da	 crítica	 de	 Hill	 à	 educação	 pública,	 escrita	 em	 1938.</p><p>Concorda	com	ele?	Pense	nas	crianças	durante	o	tempo	do	seu	infantário</p><p>e	 primeiros	 anos	 de	 escola.	 Elas	 são	 entusiastas	 e	 voluntariam-se	 para</p><p>tudo,	pondo	as	mãos	no	ar,	empolgadas	por	aprender.	Agora	avance	dez</p><p>anos,	 e	 pense	 nessas	 mesmas	 crianças	 como	 alunas	 do	 liceu	 –	 aquelas</p><p>sentadas	na	última	 fila	 da	 sala	de	 aula,	 sem	nunca	olharem	diretamente</p><p>para	os	adultos,	e	sem	nunca	se	voluntariarem	ou	fazerem	uma	pergunta.</p><p>Elas	desvincularam-se	do	processo	de	aprendizagem.	O	que	aconteceu	a</p><p>essas	 crianças?	Dez	 anos	 de	 escolaridade.	 Perceberam	 que	 cometer	 um</p><p>erro	vai	sujeitá-las	ao	ridículo	e	embaraço.	Por	isso,	deixam	de	participar</p><p>para	 se	 protegerem	 a	 si	 próprias.	 É-lhes	 ensinado	 que	 as	 soluções	 para</p><p>todos	 os	 problemas	 e	 conflitos	 não	 está	 nas	 suas	 mãos	 nem	 nas	 suas</p><p>mentes,	mas	 sim	 nas	mãos	 e	mente	 do	 professor	 –	 o	 representante	 das</p><p>autoridades.	Agir	de	forma	independente	face	ao	conflito	gera	uma	rápida</p><p>repreensão	 e	 represália	 do	 professor.	 Por	 isso,	 as	 crianças	 são</p><p>desencorajadas	 do	 pensamento	 independente	 e	 doutrinadas	 com	 o</p><p>conceito	de	que	não	são	capazes	de	resolver	os	seus	próprios	problemas.</p><p>Embora	 haja	 muitos	 professores	 excelentes,	 a	 crítica	 de	 Hill	 parece</p><p>validada	pelo	estado	da	educação	de	hoje.	Se	concorda	com	Hill,	o	que</p><p>acha	que	podemos	fazer	quanto	a	isso?	Devíamos	procurar	professores	e</p><p>escolas	 que	 encorajam	 o	 pensamento	 independente	 aos	 seus	 alunos	 e</p><p>aplaudi-los	pela	sua	coragem!</p><p>P	–	Pensei	que	o	objetivo	da	escola	era	ajudar	as	crianças	a	pensarem.</p><p>R	–	 Esse	 pode	 ser	 o	 objetivo	 da	 escolaridade,	mas	 o	 sistema	 na	maioria	 das</p><p>escolas	do	mundo	não	atinge	essa	meta.	As	crianças	na	escola	são	ensinadas	a</p><p>não	desenvolver	nem	a	usar	as	suas	próprias	mentes,	mas	sim	a	adotar	e	usar	as</p><p>ideias	 de	 outros.	 Esse	 tipo	 de	 ensino	 destrói	 a	 capacidade	 de	 pensamento</p><p>independente,	exceto	nos	raros	casos	em	que	crianças	confiam	na	sua	própria</p><p>força	 de	 vontade	 e	 recusam-se	 a	 deixar	 os	 outros	 pensarem	 por	 elas.	 O</p><p>pensamento	estruturado	e	organizado	pertence	à	minha	oposição,	não	a	mim!</p><p>P	–	Qual	a	relação,	se	alguma	existe,	entre	a	sua	oposição	e	os	lares,	as	escolas</p><p>e	as	igrejas?	A	sua	resposta	a	essa	questão	deve	ser	interessante.</p><p>R	–	É	aqui	que	faço	uso	de	alguns	dos	meus	truques	mais	sábios.	Faço	com	que</p><p>tudo	 o	 que	 é	 feito	 pelos	 pais,	 pelos	 professores	 e	 pelos	 instrutores	 religiosos</p><p>pareça	ter	sido	feito	pela	minha	oposição.</p><p>Isso	 desvia	 a	 atenção	 de	 mim	 enquanto	 manipulo	 a	 mente	 dos	 jovens.</p><p>Quando	 os	 instrutores	 religiosos	 tentam	 ensinar	 às	 crianças	 as	 virtudes	 da</p><p>minha	oposição,	fazem-no	geralmente	assustando-as	com	o	meu	nome.	Isso	é</p><p>tudo	 o	 que	 peço	 deles.	 Fomento	 a	 chama	 do	medo	 para	 tais	 proporções	 que</p><p>destroem	 o	 poder	 do	 pensamento	 organizado	 da	 criança.	 Nas	 escolas,	 os</p><p>professores	 aprofundam	 a	minha	 causa	mantendo	 as	 crianças	 tão	 ocupadas	 a</p><p>acumular	 informações	 não	 essenciais	 nas	 suas	 mentes	 que	 elas	 não	 têm	 a</p><p>oportunidade	de	pensar	de	forma	estruturada	nem	de	analisar	corretamente	as</p><p>coisas	que	lhes	ensinam.</p><p>P	–	Reclama	a	favor	da	sua	causa	todos	aqueles	que	estão	limitados	pelo	hábito</p><p>do	alheamento?</p><p>R	–	Não.	O	alheamento	é	apenas	um	dos	meus	truques,	através	do	qual	assumo</p><p>o	poder	do	pensamento	independente.	Antes	de	uma	pessoa	alheada	se	 tornar</p><p>minha	propriedade	permanente,	tenho	de	guiá-la	e	ludibriá-la	com	outro	truque.</p><p>Contar-lhe	-ei	sobre	esse	outro	 truque	depois	de	acabar	de	descrever	os	meus</p><p>métodos	de	converter	as	pessoas	em	alheadas.</p><p>P	–	Isso	significa	então	que	possui	um	método	que	consegue	levar	as	pessoas	a</p><p>alhearem-se	 da	 autodeterminação	 de	 tal	 forma	 que	 elas	 nunca	 conseguirão</p><p>salvar-se	a	si	mesmas?</p><p>R	–	Sim.	Um	método	definitivo.</p><p>E	é	tão	eficaz	que	nunca	falha.</p><p>P	–	O	seu	método	é	tão	poderoso	que	a	oposição	não	consegue	salvar	aqueles</p><p>que	roubou	para	sempre	pelo	hábito	do	alheamento?</p><p>R	–	É	exatamente	isso	que	estou	a	dizer!	Acha	que	eu	controlaria	tantas	pessoas</p><p>se	 a	 minha	 oposição	 pudesse	 impedi-lo?	 Só	 as	 próprias	 pessoas	 me	 podem</p><p>impedir	de	as	controlar.</p><p>Nada	me	pode	parar,	exceto	o	poder	do	pensamento	estruturado.	As	pessoas</p><p>que	 pensam	 de	 forma	 organizada	 não	 se	 alhearem	 de	 nenhum	 assunto.	 Elas</p><p>reconhecem	o	poder	das	suas	próprias	mentes.	Além	disso,	elas	assumem	esse</p><p>poder	e	não	o	cedem	a	ninguém	nem	a	nenhuma	influência.</p><p>P	–	Conte-me	mais	sobre	os	seus	métodos.	O	que	leva	as	pessoas	a	alhearem-se</p><p>para	o	Inferno	consigo!</p><p>R	–	Faço	com	que	as	pessoas	se	alheiem	em	todos	os	assuntos	em	que	posso</p><p>controlar	 o	 pensamento	 independente	 e	 a	 ação.	 Por	 exemplo,	 o	 tema	 saúde.</p><p>Faço	 com	que	 a	maioria	 das	 pessoas	 coma	muita	 comida	 e	 a	 comida	 errada.</p><p>Isso	 leva	 à	 indigestão	 e	 destrói	 o	 poder	 do	 pensamento	 estruturado.	 Se	 as</p><p>escolas	e	igrejas	ensinassem	às	crianças	maneiras	mais	sadias	de	se	alimentar,</p><p>elas	causariam	um	dano	irreparável	à	minha	causa.</p><p>Casamento:	 Faço	 com	 que	 homens	 e	 mulheres	 se	 alheiem	 nos	 seus</p><p>casamentos	deixando-os	 sem	planos	ou	objetivos	delineados	para	converter	o</p><p>relacionamento	 em	 harmonia.	 Eis	 um	 dos	 meus	 métodos	 mais	 eficazes	 para</p><p>converter	as	pessoas	ao	hábito	do	alheamento.	Faço	com	que	casais	discutam	e</p><p>debatam	sobre	assuntos	financeiros.	Levo-os	a	desentenderem-se	sobre	a	forma</p><p>de	 educar	 os	 filhos.	 Faço	 com	 que	 entrem	 em	 controvérsias	 desagradáveis</p><p>sobre	 as	 suas	 relações	 íntimas	 e	 em	 desacordo	 sobre	 amigos	 e	 atividades</p><p>sociais.	Mantenho-os	 tão	ocupados	procurando	falhas	um	no	outro	que	nunca</p><p>têm	tempo	suficiente	para	quebrar	o	hábito	do	alheamento.</p><p>Profissão:	 Ensino	 as	 pessoas	 a	 tornarem-se	 alheadas	 fazendo	 com	 que</p><p>abandonem	 a	 escola	 para	 aceitar	 o	 primeiro	 emprego	 que	 encontram,	 sem</p><p>nenhum	 plano	 ou	 objetivo	 definido,	 exceto	 a	 sobrevivência.	 Através	 deste</p><p>truque,	 mantenho	 milhões	 de	 pessoas	 com	 medo	 da	 pobreza	 durante	 toda	 a</p><p>vida.	Através	 desse	medo,	 guio-as	 lentamente,	mas	 sempre	 para	 a	 frente,	 até</p><p>atingirem	o	ponto	para	além	do	qual	ninguém	conseguiu	quebrar	o	hábito	do</p><p>alheamento.</p><p>Poupança:	Faço	com	que	as	pessoas	gastem	muito	e	economizem	pouco	ou</p><p>nada,	até	tê-las	totalmente	sob	controlo	pelo	medo	da	pobreza.</p><p>Ambiente:	Faço	com	que	as	pessoas	se	alheiem	em	ambientes	dissonantes	e</p><p>desagradáveis	 em	 suas	 casas,	 nos	 locais	 de	 trabalho,	 nas	 suas	 relações	 com</p><p>parentes	 e	 conhecidos,	 e	 mantenho-as	 aí	 até	 as	 prender	 no	 hábito	 do</p><p>alheamento.</p><p>Pensamentos	dominantes:	Faço	com	que	as	pessoas	se	alheiem	caindo	no</p><p>hábito	de	pensar	negativamente.	Isso	leva	a	atos	negativos	e	envolve	as	pessoas</p><p>em	 controvérsias.	 Preenche	 as	 suas	 mentes	 com	 temores,	 preparando,	 dessa</p><p>forma,	o	caminho	para	eu	entrar	e	as	controlar.	Quando	entro,	atraio	as	pessoas</p><p>com	 pensamentos	 negativos	 que	 elas	 acreditam	 ser	 criações	 suas.	 Planto	 as</p><p>sementes	do	pensamento	negativo	na	mente	das	pessoas	através	do	púlpito	das</p><p>igrejas,	dos	jornais,	dos	filmes,	da	rádio	e	de	todos	os	outros	meios	populares.</p><p>Faço	 com	 que	 as	 pessoas	 me	 permitam	 tomar	 conta	 dos	 seus	 pensamentos</p><p>porque	 elas	 são	 demasiado	 preguiçosas	 ou	 indiferentes	 para	 pensarem	 por	 si</p><p>mesmas.</p><p>P	 –	Concluo,	 pelo	 que	 está	 a	 dizer,	 que	 alheamento	 e	 procrastinação	 são	 a</p><p>mesma	coisa.	É	verdade?</p><p>R	–	Sim,	é	verdade.	Qualquer	hábito	que	leve	uma	pessoa	a	procrastinar	–	adiar</p><p>a	tomada	de	uma	decisão	definitiva	–	conduz	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>Diz	 o	Diabo:	 “Faço	 com	que	 as	 pessoas	me	 permitam	 tomar	 conta	 dos</p><p>seus	pensamentos	porque	elas	são	demasiado	preguiçosas	ou	indiferentes</p><p>para	pensarem	por	si	mesmas.”</p><p>******************</p><p>Preguiça	+	Indiferença	=	Procrastinação	=	Alheamento</p><p>Isto	descreve	um	verdadeiro	alheado	como	é	definido	por	Hill.	Uma	vez</p><p>que	 fui	 uma	 verdadeira	 procrastinadora	 toda	 a	minha	 vida,	 isto	 diz-me</p><p>respeito.	 Gosto	 de	 usar	 aquela	 desculpa	 de	 que	 funciono	 melhor	 sob</p><p>pressão	 –	 mas	 é	 só	 isso:	 uma	 desculpa	 para	 explicar	 a	 procrastinação.</p><p>Lembra-se	 de	 exemplos	 na	 sua	 própria	 vida	 em	 que	 a	 preguiça	 e	 a</p><p>indiferença	 o	 desviaram	 do	 seu	 caminho	 para	 o	 sucesso?	 Quando	 uma</p><p>oportunidade	lhe	escapou	pelos	dedos	porque	era	demasiado	lento	para	a</p><p>agarrar	a	tempo?</p><p>P	–	O	homem	é	a	única	criatura	que	se	alheia?</p><p>R	–	Sim.	Todas	as	outras	criaturas	regem-se	de	acordo	com	leis	definidas	pela</p><p>natureza.	 Sozinho,	 o	 homem	 desafia	 as	 leis	 da	 natureza	 e	 alheia-se	 quando</p><p>quer.</p><p>Tudo	o	que	existe	no	exterior	da	mente	dos	homens	é	controlado	pela	minha</p><p>oposição,	por	leis	tão	definidas	que	alhear-se	é	impossível.	Eu	controlo	a	mente</p><p>dos	homens	unicamente	devido	ao	seu	hábito	de	se	alhearem,	o	que	é	apenas</p><p>outra	 maneira	 de	 dizer	 que	 controlo	 as	 suas	 mentes	 somente	 porque	 eles</p><p>negligenciam	ou	recusam-se	a	controlar	e	a	usar	a	sua	própria	mente.</p><p>P	 –	 Isso	 está	 a	 tornar-se	muito	 profundo	 para	 um	mero	 ser	 humano.	Vamos</p><p>voltar	à	discussão	sobre	algo	menos	abstrato.	Por	favor,	diga-me	como	é	que	o</p><p>hábito	do	alheamento	afeta	as	pessoas	na	vida	do	dia	a	dia	e	diga-me	de	forma</p><p>a	que	uma	pessoa	normal	consiga	compreender.</p><p>R	–	Eu	preferia	manter	esta	entrevista	lá	no	alto,	entre	as	estrelas!</p><p>P	 –	 Não	 tenho	 dúvida	 de	 que	 sim.	 Isso	 evitaria	 que	 ficasse	 exposto.	 Mas</p><p>voltemos	à	Terra.	Diga-me	agora	o	que	o	hábito	do	alheamento	está	a	fazer	por</p><p>nós,	como	nação,	nos	Estados	Unidos.</p><p>R	–	Francamente,	devo	dizer-lhe	que	odeio	os	Estados	Unidos	de	uma	maneira</p><p>que	só	o	Diabo	consegue.</p><p>P	–	Isso	é	interessante.	Qual	é	a	causa	desse	ódio?</p><p>R	–	A	 causa	 nasceu	 a	 4	 de	 julho	 de	 1766,	 quando	 56	 homens	 assinaram	um</p><p>documento	 que	 destruiu	 as	 minhas	 hipóteses	 de	 controlar	 a	 nação.	 Esse</p><p>documento	é	conhecido	como	a	Declaração	da	Independência.	Se	não	fosse	a</p><p>influência	 desse	 maldito	 documento,	 eu	 teria	 neste	 momento	 um	 ditador	 no</p><p>governo	 do	 país	 e	 poderia	 pôr	 fim	 a	 este	 direito	 ao	 livre	 discurso	 e	 ao</p><p>pensamento	independente,	que	estão	a	ameaçar	o	meu	domínio	sobre	a	Terra.</p><p>P	–	Devo	 compreender,	 pelo	 que	 está	 a	 dizer,	 que	 as	 nações	 controladas	 por</p><p>ditadores	autoeleitos	pertencem	ao	seu	lado?</p><p>R	–	Não	existem	ditadores	autoeleitos.	São	todos	eleitos	por	mim.	Além	disso,</p><p>eu	manipulo-os	e	oriento-os	no	seu	trabalho.	Os	países	governados	pelos	meus</p><p>ditadores	 sabem	 o	 que	 querem	 e	 tomam-no	 pela	 força.	 Veja	 o	 que	 fiz	 com</p><p>Mussolini	na	Itália!	Veja	o	que	estou	a	fazer	com	Hitler	na	Alemanha.	Veja	o</p><p>que	estou	a	fazer	com	Estaline	na	Rússia.	Os	meus	ditadores	governam	essas</p><p>nações	 para	 mim	 porque	 as	 pessoas	 foram	 subjugadas	 através	 do	 hábito	 do</p><p>alheamento.	Os	meus	ditadores	não	se	alheiam.	É	por	isso	que	eles	governam</p><p>em	meu	nome	milhões	de	pessoas	mantendo-as	sob	o	seu	controlo.</p><p>P	–	O	que	aconteceria	se	Mussolini,	Estaline	e	Hitler	se	tornassem	traidores	e</p><p>desobedecessem	a	si	e	à	sua	regra?</p><p>R	–	Isso	não	acontecerá	porque	os	tenho	bem	subornados.	Estou	a	pagar	a	cada</p><p>um	deles	as	 suas	vaidades,	 fazendo-os	acreditar	que	estão	a	agir	por	vontade</p><p>própria.	Esse	é	outro	dos	meus	truques.</p><p>P	–	Vamos	regressar	aos	Estados	Unidos	e	tentar	saber	o	que	está	a	fazer	para</p><p>converter	as	pessoas	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>R	 –	 Neste	 momento	 estou	 a	 preparar	 o	 caminho	 para	 um	 regime	 ditatorial,</p><p>cultivando	as	sementes	do	medo	e	da	incerteza	na	mente	das	pessoas.</p><p>P	–	Através	de	quem	está	a	realizar	o	seu	trabalho?</p><p>R	 –	 Principalmente	 através	 do	 presidente.	 Estou	 a	 destruir	 a	 sua	 influência</p><p>junto	das	pessoas,	fazendo	com	que	ele	se	alheie	na	questão	do	acordo	laboral</p><p>entre	 patrões	 e	 empregados.	 Se	 conseguir	 induzi-lo	 a	 alhear-se	 por	mais	 um</p><p>ano,	ele	estará	tão	desacreditado</p><p>que	poderei	entregar	o	país	a	um	ditador.	Se	o</p><p>presidente	continuar	a	alhear-se,	eu	paralisarei	a	liberdade	pessoal	nos	Estados</p><p>Unidos,	da	mesma	forma	que	a	destruí	em	Espanha,	na	Itália,	na	Alemanha	e</p><p>na	Inglaterra.</p><p>Em	1938,	quando	Hill	estava	a	laborar	neste	manuscrito,	o	presidente	era</p><p>Franklin	 D.	 Roosevelt.	 Os	 comentários	 do	 Diabo	 podem	 ser	 aplicados</p><p>hoje?	Acha	que	Hill	escreveria	as	mesmas	palavras	hoje	que	escreveu	há</p><p>setenta	anos?</p><p>P	 –	 O	 que	 diz	 leva-me	 a	 concluir	 que	 alhear-se	 é	 uma	 fraqueza	 que</p><p>inevitavelmente	acaba	em	fracasso,	quer	em	relação	às	pessoas	quer	aos	países.</p><p>É	isso	que	está	a	dizer?</p><p>R	–	Alhear-se	é	a	causa	mais	comum	de	fracasso	em	qualquer	altura	da	vida.</p><p>Eu	 consigo	 controlar	 qualquer	 pessoa	 que	 possa	 levar	 a	 criar	 o	 hábito	 do</p><p>alheamento,	 qualquer	 que	 seja	 a	 sua	 área.	 São	 duas	 as	 razões	 para	 isto.</p><p>Primeira,	o	alheado	fica	tão	vulnerável	nas	minhas	mãos,	que	consigo	moldá-lo</p><p>dando-lhe	 a	 forma	 que	 escolher,	 porque	 o	 alheamento	 destrói	 o	 poder	 da</p><p>iniciativa	 individual.	Segunda,	 o	 alheado	não	 consegue	obter	 ajuda	da	minha</p><p>oposição,	porque	esta	não	se	sente	atraída	por	algo	tão	mole	e	inútil.</p><p>P	–	É	por	isso	que	algumas	pessoas	são	ricas,	enquanto	a	maioria	é	pobre?</p><p>R	 –	 É	 exatamente	 por	 essa	 razão.	 A	 pobreza,	 como	 a	 doença	 física,	 é</p><p>contagiosa.	Encontramo-la	sempre	nos	alheados	e	nunca	naqueles	que	sabem	o</p><p>que	querem	e	que	 estão	determinados	 a	 consegui-lo!	Se	 reparar	 bem,	 os	 que</p><p>não	se	alheiam,	que	são	os	que	eu	não	controlo,	e	os	que	possuem	as	maiores</p><p>riquezas	do	mundo	são	os	mesmos.</p><p>P	–	Sempre	pensei	que	o	dinheiro	era	a	raiz	de	todo	o	mal,	que	os	pobres	e	os</p><p>submissos	herdariam	o	céu,	 enquanto	os	 ricos	 iriam	 inevitavelmente	parar	 às</p><p>suas	mãos.	O	que	tem	a	dizer	sobre	isso?</p><p>R	–	Os	homens	que	 sabem	como	obter	os	bens	materiais	 da	vida	geralmente</p><p>também	 sabem	 como	 manter-se	 longe	 do	 Diabo.	 A	 capacidade	 de	 adquirir</p><p>coisas	 é	 contagiosa.	 Os	 alheados	 não	 adquirem	 nada,	 exceto	 aquilo	 que</p><p>ninguém	quer.	Se	mais	pessoas	tivessem	objetivos	definidos	e	desejos	intensos</p><p>e	marcantes	por	riquezas	materiais	e	espirituais,	eu	teria	menos	vítimas.</p><p>O	verdadeiro	versículo	da	Bíblia	fala	do	“amor	ao	dinheiro”,	e	não	do</p><p>dinheiro	em	si:</p><p>“Porque	o	amor	ao	dinheiro	é	a	raiz	de	toda	a	espécie	de	males.”</p><p>Timóteo	6:10</p><p>P	–	Parto	do	princípio,	pelo	que	diz,	que	não	reclama	a	parceria	com	os	líderes</p><p>industriais.	Eles	não	são	seus	amigos,	certo?</p><p>R	–	Meus	amigos?	Eu	digo-lhe	que	tipo	de	amigos	eles	são.	Eles	ligaram	o	país</p><p>com	 boas	 estradas,	 unindo	 assim	 as	 pessoas	 da	 cidade	 e	 do	 campo.</p><p>Converteram	 minérios	 em	 aço	 com	 os	 quais	 construíram	 os	 esqueletos	 de</p><p>grandes	 arranha-céus.	 Aproveitaram	 a	 energia	 elétrica	 e	 converteram-na	 em</p><p>milhares	de	usos,	tudo	concebido	para	dar	ao	homem	mais	tempo	para	pensar.</p><p>Forneceram,	 através	 do	 fabrico	 do	 automóvel,	 um	 meio	 de	 transporte	 mais</p><p>pessoal	e	humilde,	dando	a	todos	a	liberdade	de	viajar.	Forneceram	a	cada	casa</p><p>notícias	 instantâneas	 daquilo	 que	 está	 a	 acontecer	 em	 todo	 o	 mundo	 com	 a</p><p>ajuda	do	rádio.</p><p>…e	atualmente	da	televisão,	dos	smartphones,	de	satélite	e	da	Internet!</p><p>Edificaram	bibliotecas	 em	 todas	 as	 cidades,	 vilas	 e	 aldeias	 e	 encheram-nas</p><p>com	 livros,	 dando	 a	 todos	 os	 que	 leem	 uma	 noção	 completa	 dos	 principais</p><p>conhecimentos	 adquiridos	 pelo	 homem	 até	 o	 momento.	 Concederam	 aos</p><p>cidadãos	mais	 humildes	 o	 direito	 de	 exprimirem	 a	 sua	 própria	 opinião	 sobre</p><p>qualquer	 assunto,	 a	qualquer	hora,	 em	qualquer	 lugar,	 sem	medos,	 e	 também</p><p>previram	que	cada	cidadão	pudesse	ajudar	a	fazer	as	suas	próprias	leis,	escolher</p><p>os	seus	próprios	impostos	e	administrar	o	seu	próprio	país	através	de	eleições.</p><p>Estas	são	apenas	algumas	das	coisas	que	os	líderes	industriais	fizeram	para	dar</p><p>a	 cada	 cidadão	 o	 privilégio	 de	 se	 tornarem	 um	 não-alheado.	Acha	 que	 estes</p><p>homens	ajudaram	a	minha	causa?</p><p>P	–	Quem	são	alguns	dos	atuais	não-alheados	sobre	os	quais	não	tem	controlo?</p><p>R	–	Não	tenho	controlo	sobre	nenhum	não-alheado,	no	passado	ou	no	presente.</p><p>Eu	controlo	os	fracos,	não	aqueles	que	pensam	por	si	mesmos.</p><p>P	–	Então	descreva	um	típico	alheado.	Dê-me	a	sua	descrição	exata	para	poder</p><p>reconhecer	um	alheado	quando	vir	algum.</p><p>R	–	A	primeira	 coisa	que	 irá	 reparar	 num	alheado	 é	na	 sua	 total	 falta	 de	um</p><p>objetivo	na	vida.</p><p>A	sua	falta	de	autoconfiança	será	evidente.</p><p>Nunca	conquistará	nada	através	do	pensamento	e	do	esforço.</p><p>Gasta	tudo	o	que	ganha	e	ainda	mais	se	conseguir	arranjar	crédito.</p><p>Ficará	doente	ou	debilitado	com	alguma	causa	real	ou	imaginária,	e	clamará</p><p>aos	céus	quando	sofrer	de	dor	física.</p><p>Terá	pouca	ou	nenhuma	imaginação.</p><p>Faltar-lhe-á	entusiasmo	e	iniciativa	para	começar	qualquer	coisa	que	não	seja</p><p>obrigado	a	 fazer	e	exprimirá	claramente	a	sua	fraqueza	através	da	escolha	do</p><p>atalho	que	menos	resistência	oferecer.</p><p>Será	mal-humorado	e	não	terá	qualquer	controlo	sobre	as	suas	emoções.</p><p>A	sua	personalidade	não	terá	magnetismo	e	não	atrairá	ninguém.</p><p>Terá	muitas	opiniões	sobre	tudo,	mas	pouco	conhecimento	sobre	nada.</p><p>Pode	ser	o	homem	dos	sete	instrumentos,	mas	não	é	bom	em	nenhum.</p><p>Recusar-se-á	a	cooperar	com	as	pessoas	em	seu	redor,	mesmo	com	aquelas</p><p>de	quem	possa	depender	para	ter	comida	e	abrigo.</p><p>Cometerá	os	mesmos	erros	várias	vezes,	nunca	tirando	proveito	do	fracasso.</p><p>Será	limitado	e	intolerante	em	relação	a	todos	os	assuntos,	sempre	pronto	a</p><p>crucificar	aqueles	que	estiverem	em	desacordo	com	ele.</p><p>Esperará	tudo	dos	outros,	mas	estará	pouco	ou	nada	disposto	a	dar	em	troca.</p><p>Poderá	começar	muitas	coisas,	mas	não	terminará	nenhuma.</p><p>Será	 incisivo	 na	 condenação	 do	 seu	 governo,	 mas	 nunca	 dirá	 exatamente</p><p>como	poderá	ser	melhorado.</p><p>Nunca	tomará	decisões	se	puder	evitá-las,	e	se	for	obrigado	a	decidir	voltará</p><p>atrás	na	primeira	oportunidade.</p><p>Comerá	muito	e	fará	pouco	exercício	físico.</p><p>Beberá	apenas	se	alguém	pagar.</p><p>Jogará	apenas	se	isso	se	proporcionar.</p><p>Criticará	outras	pessoas	que	forem	bem-sucedidas	na	sua	carreira.</p><p>Em	 resumo,	 o	 alheado	 trabalhará	 mais	 para	 não	 ter	 de	 pensar,	 do	 que	 os</p><p>outros	que	trabalham	para	ter	uma	vida	melhor.</p><p>Preferirá	contar	uma	mentira	a	ter	de	admitir	a	sua	ignorância	sobre	qualquer</p><p>assunto.</p><p>Se	trabalhar	para	outros,	irá	criticá-los	pelas	costas	e	elogiá-los	na	frente.</p><p>P	 –	 Acabou	 de	me	 dar	 uma	 descrição	 gráfica	 do	 alheado.	Agora,	 por	 favor,</p><p>descreva-me	o	não-alheado	para	que	eu	possa	reconhecê-lo	assim	que	o	vir.</p><p>R	–	O	primeiro	sinal	de	um	não-alheado	é:	está	sempre	envolvido	a	fazer	algo</p><p>definido,	 através	 de	 algum	plano	muito	 bem	organizado	 e	 definido.	Tem	 um</p><p>objetivo	maior	 na	 vida,	 para	 o	 qual	 está	 sempre	 a	 trabalhar,	 e	muitos	 outros</p><p>objetivos	menores.	Todos	eles	conduzem	ao	seu	esquema	central.</p><p>O	tom	da	sua	voz,	a	rapidez	do	seu	passo,	o	brilho	dos	seus	olhos,	a	rapidez</p><p>das	 suas	 decisões	 distinguem-no	 claramente	 como	 uma	 pessoa	 que	 sabe</p><p>exatamente	o	que	quer	e	está	determinada	a	consegui-lo,	por	mais	 tempo	que</p><p>possa	levar	ou	por	maior	que	seja	o	preço	que	tenha	de	pagar.</p><p>Se	 lhe	 fizer	 perguntas,	 ele	 dará	 respostas	 diretas	 e	 nunca	 cairá	 em</p><p>contradições	nem	evasões	ou	subterfúgios,	seja	qual	for	o	assunto.</p><p>Fará	muitos	favores	a	outros,	mas	quase	não	aceitará	favores	em	troca.</p><p>Ele	 estará	 sempre	 na	 frente,	 quer	 esteja	 a	 jogar	 um	 jogo	 ou	 a	 lutar	 uma</p><p>guerra.</p><p>Se	não	souber	as	respostas,	dir-lhe-á	com	franqueza	que	não	sabe.</p><p>Tem	uma	ótima	memória.	Nunca	fornece	um	álibi	para	os	seus	defeitos.</p><p>Nunca	culpa	os	outros	pelos	seus	erros,	mesmo	que	eles	mereçam.</p><p>Costumava	 ser	 conhecido	 como	 batalhador,	 mas	 nos	 tempos	 modernos	 é</p><p>chamado	 de	 dador.	 Poderá	 encontrá-lo	 a	 gerir	 o	 maior	 negócio	 da	 cidade,	 a</p><p>viver	na	melhor	rua,	a	conduzir	o	melhor	automóvel	e	a	fazer	a	sua	presença</p><p>sentida	onde	quer	que	esteja.</p><p>É	 uma	 inspiração	 para	 todos	 aqueles</p><p>redor	através	do	processo.</p><p>Da	mesma	forma	que	Pense	e	Fique	Rico	nos	ajudou	a	recuperar	e	a	ter	êxito</p><p>após	a	Grande	Depressão,	Enganar	o	Diabo	foi	escrito	para	ajudar	cada	um	de</p><p>nós	a	recuperar	e	a	ter	êxito	hoje!</p><p>Podemos	questionar	se	Hill	acreditava	que	a	sua	conversa	com	o	Diabo	era</p><p>real	ou	meramente	 imaginária.	A	 escolha	 é	 sua.	Mas	 eu	 também	 inquiri	Don</p><p>Green	 sobre	 os	 pensamentos	 de	 Hill	 nos	 seus	 outros	 escritos	 para	 ver	 se</p><p>conseguíamos	perceber	o	funcionamento	da	sua	mente.	A	resposta	de	Don	foi	a</p><p>seguinte:</p><p>A	 utilização	 de	 conversas	 imaginárias	 não	 era	 novidade	 para	 Hill.	 Em</p><p>1953,	publicou	How	to	Raise	Your	Own	Salary,	que	foi	escrito	como	uma</p><p>conversa	entre	Hill	e	Carnegie.	Hill	tinha	realmente	entrevistado	Carnegie</p><p>em	1908	e	Carnegie	morreu	em	1919,	muito	antes	da	sua	publicação.</p><p>Esta	não	 foi	 a	 primeira	vez	que	Hill	 usou	 conversas	 imaginárias	 para</p><p>transmitir	 o	 que	 estava	 a	 escrever.	 Em	 Pense	 e	 Fique	 Rico,	 Hill,</p><p>elaborando	 sobre	 o	 sexto	 sentido,	 escreveu	 sobre	 a	 sua	 reunião	 de</p><p>conselho	imaginária	com	os	nove	homens	cujas	vidas	de	trabalho	tinham</p><p>sido	 as	mais	 impressionantes	 para	Hill.	 Estes	 nove	 homens	 imaginários</p><p>do	 conselho	 eram	 Emerson,	 Paine,	 Edison,	 Darwin,	 Lincoln,	 Burbank,</p><p>Napoleão,	Ford	e	Carnegie.</p><p>Em	Pense	e	Fique	Rico,	Hill	escreveu	que	durante	os	encontros	com	os</p><p>seus	 “Conselheiros	 Invisíveis”	 dava	 pela	 sua	 mente	 muito	 recetiva	 a</p><p>ideias,	pensamentos	e	conhecimento	que	lhe	chegavam	nessas	alturas	em</p><p>que	o	seu	sexto	sentido	estava	ativado.</p><p>Em	 Enganar	 o	 Diabo	 não	 foi	 a	 primeira	 vez	 que	 escreveu	 sobre</p><p>religião.	De	 facto,	 depois	 de	 publicar	A	 Lei	 do	 Sucesso,	 em	 1928,	 ele</p><p>recebeu	 cartas	que	 criticavam	a	 sua	posição	 relativamente	 a	 escolas	 e	 a</p><p>religião.	 Em	 Pense	 e	 Fique	 Rico,	 no	 capítulo	 intitulado	 “Os	 Seis</p><p>Fantasmas	do	Medo”,	Hill	escreveu	que	o	medo	da	morte,	na	maioria	dos</p><p>casos,	podia	ser	imputado	ao	fanatismo	religioso.	Hill	tinha	muito	a	dizer</p><p>sobre	os	 líderes	 religiosos	neste	 capítulo	do	 seu	clássico	bestseller.	Hill</p><p>tinha	 muito	 a	 dizer	 sobre	 religião	 até	 na	 sua	 revista	Golden	 Rule.	 Ele</p><p>escreveu	um	artigo:	“Uma	Sugestão	para	os	Pastores	do	Gospel”,	no	qual</p><p>aconselhava	 os	 líderes	 da	 igreja	 a	 ensinar	 aos	 seus	 seguidores	 a</p><p>praticarem	a	harmonia	entre	eles.</p><p>Por	isso,	a	escolha	é	sua.	Será	que	Hill	realmente	falou	com	o	Diabo	ou	será</p><p>isto	uma	parábola	criada	para	 tocar	o	seu	coração?	O	estilo	único	de	Hill	vai</p><p>atraí-lo	 e	 fazê-lo	 pensar	 de	 formas	 que	 nunca	 julgou	 possíveis.	 As	 palavras</p><p>neste	 livro	 são	 as	 do	 próprio	 Hill.	 Uma	 vez	 que	 o	 manuscrito	 original	 era</p><p>bastante	longo,	editei	com	uma	precisão	atenta	de	forma	a	preservar	o	profundo</p><p>impacto	da	sua	mensagem.</p><p>Mantive	a	sua	linguagem	original	mesmo	quando	a	gramática	moderna	podia</p><p>ter	ditado	alguns	ajustes.</p><p>Num	esforço	para	destacar	determinadas	questões,	clarificar	as	suas	palavras</p><p>e	mostrar	que	as	suas	próprias	previsões	se	tornaram	realidade,	acrescentei	os</p><p>meus	 próprios	 pensamentos	 ao	 manuscrito	 num	 tipo	 de	 letra	 diferente.	 Isto</p><p>permite-lhe	escolher	ler	o	livro	com	ou	sem	os	meus	comentários.</p><p>Aprecie	este	poderoso	livro	e	partilhe-o	com	os	seus	amigos	e	familiares.	O</p><p>poder	das	palavras	de	Hill	pode	e	vai	mudar	a	sua	vida.</p><p>PREFÁCIO</p><p>O	Dr.	Napoleon	Hill	 é,	 por	 assim	dizer,	 o	mais	 famoso	 escritor	 de	 autoajuda</p><p>que	incita	à	ação,	pensador,	evocador	e	autor	mais	vendido	de	todos	os	tempos.</p><p>Pedimos	 que	 consulte	 rapidamente	 a	 entrevista	 com	 o	 Diabo.	 Dessa	 forma</p><p>sentirá	o	impacto	na	sua	vida	de	quem	o	Diabo	realmente	é	e	aquilo	que	ele	faz</p><p>a	98	por	cento	dos	seres	vivos,	de	acordo	com	o	próprio	Diabo.</p><p>Como	 estímulo	 de	 pensamento,	Hill	 rapidamente	 inicia	 a	 jornada	 do	 livro,</p><p>levando-nos	 pela	 sua	 vida	 e	 por	 aquilo	 que	 foi	 significativo	 e	 transformador</p><p>para	si.	Hill	aprendeu	os	maiores,	mais	úteis	e	muito	convenientes	princípios	de</p><p>sucesso	do	planeta,	mas	não	sabia	como	usá-los	e	aplicá-los.	Prevemos	que	isso</p><p>é	verdade	para	muitas	pessoas	ainda	hoje.	É	fácil	dizer	as	palavras	e	às	vezes</p><p>até	 pensar	 os	 pensamentos.	 É	 necessária	 uma	 decisão	 profunda	 e	 duradoura</p><p>para	 viver	 realmente	 segundo	 os	 princípios	 numa	 base	 diária	 e	 em	 todas	 as</p><p>áreas.	 Sharon	 Lechter	 esclarece	 o	 significado	 das	 palavras	 de	 Hill	 quando</p><p>transpostas	para	o	dinheiro,	os	pensamentos	e	a	compreensão.</p><p>O	objetivo	do	Dr.	Hill	era	comunicar	com	clareza	uma	filosofia	e	uma	prática</p><p>de	 realização	 pessoal	 que	 estimularia	 uma	 felicidade	 duradoura.	 O	 seu	 eu</p><p>interior	guiou-o	de	forma	a	encontrar	o	seu	próprio	arco-íris	da	vida.</p><p>Estamos	agora	a	ser	testados	nos	tempos	mais	duros	imagináveis,	exatamente</p><p>como	 Hill	 foi	 durante	 a	 Depressão.	 Ele	 sentiu,	 agiu	 e	 ficou	 deprimido	 e</p><p>desanimado,	uma	atitude	que	era	danosa	para	 a	 sua	própria	 existência,	 assim</p><p>como	 é	 para	 nós	 e	 para	 o	 nosso	 bem-estar.	 Ler	 este	 livro	 inspirador	 pode</p><p>ajudar-nos	 a	 sair	 da	 nossa	 letargia	 e	mente	 negativa	 e	 a	 entrar	 num	caminho</p><p>novo	e	mais	glorioso	 em	direção	a	um	 futuro	mais	brilhante,	melhor	 e	 ainda</p><p>mais	compensador.</p><p>Como	Hill,	estamos	aqui	para	dominar	os	nossos	medos	e	não	para	deixá-los</p><p>dominar-nos,	para	viver	apaixonadamente	e	com	propósito,	para	decidir	aquilo</p><p>que	queremos	ser,	fazer	e	ter	e	fazer	isso	acontecer.</p><p>Ao	 redescobrirmos	 as	 descobertas	 maravilhosas	 e	 mágicas	 do	 Dr.	 Hill,</p><p>saberemos	 e	 acreditaremos	 que	 podemos	 igualá-las	 e	 ultrapassá-las	 se</p><p>quisermos,	 porque	 somos	 ilimitados.	 Hill	 diz,	 com	 razão,	 “As	 suas	 próprias</p><p>limitações	são	autoimpostas”.	Este	livro	vai	ajudar-nos	a	ter	consciência	de	que</p><p>podemos	 alcançar	 as	 nossas	 conquistas	 usando	 tudo	 o	 que	 ele	 aprendeu	 ao</p><p>entrevistar	os	500	vencedores	mais	bem-sucedidos	vivos.</p><p>Vamos	descobrir	 se	o	Diabo	que	 ele	 entrevista	 é	 real	 ou	 imaginário,	muito</p><p>como	o	Diabo	com	o	qual	podemos	estar	a	lidar	pessoalmente	na	nossa	vida	e</p><p>experiência.</p><p>MARK	VICTOR	HANSEN</p><p>Mark	Victor	Hansen	é	cocriador	da	 série	bestseller	do	New	York	Times,</p><p>Canja	 de	 Galinha	 para	 a	 Alma	 e	 coautor	 de	Cracking	 the	Millionaire</p><p>Code,	The	One	Minute	Millionaire	e	Cash	in	a	Flash.</p><p>CAPÍTULO	UM</p><p>O	MEU</p><p>PRIMEIRO</p><p>ENCONTRO</p><p>COM	ANDREW</p><p>CARNEGIE</p><p>Durante	mais	de	um	quarto	de	século,	o	meu	principal	objetivo	foi	o	de	separar</p><p>e	organizar	numa	filosofia	de	realizações	as	principais	causas	do	fracasso	e	do</p><p>sucesso,	com	o	propósito	de	ser	útil	a	todos	os	que	não	têm	a	inclinação	nem	a</p><p>oportunidade	para	se	envolver	nesse	tipo	de	pesquisa.</p><p>A	minha	 tarefa	começou	em	1908,	em	consequência	de	uma	entrevista	que</p><p>fiz	 ao	 falecido	Andrew	Carnegie.	Eu	 disse	 a	Carnegie,	 com	 sinceridade,	 que</p><p>desejava	entrar	na	Faculdade	de	Direito	e	que	tinha	concebido	a	ideia	de	pagar</p><p>o	meu	 percurso	 académico	 entrevistando	 homens	 e	mulheres	 bem-sucedidos,</p><p>descobrindo	 como	 eles	 alcançavam	 o	 sucesso	 e	 descrevendo	 as	 histórias	 das</p><p>minhas	 descobertas	 em	 revistas.	 No	 final	 da	 minha	 primeira	 visita,	 Andrew</p><p>Carnegie	 perguntou-me	 se	 eu	 tinha	 coragem	 para	 levar	 a	 cabo	 aquilo	 que</p><p>estava	prestes	a	oferecer-me.	Respondi	que	coragem	era	tudo	o	que	eu	tinha	e</p><p>que	estava	preparado	para	dar	o	meu	melhor,	qualquer	que	fosse	a	proposta	que</p><p>ele	tivesse	para	me	oferecer.</p><p>Então	ele	disse:	“A	sua	ideia	de	escrever	histórias	sobre	homens	e	mulheres</p><p>bem-sucedidos	é	louvável	enquanto	ideia,	e	eu	não	tenho	qualquer	intenção	de</p><p>tentar	 desencorajá-lo	 de	 atingir	 o	 seu	 objetivo,	 mas	 devo	 dizer-lhe	 que	 se</p><p>realmente	 deseja	 fazer	 um	 trabalho	 útil,	 não	 só	 para	 as	 pessoas	 de	 hoje	mas</p><p>também	 para	 a	 posteridade,	 deve	 fazê-lo	 organizando	 todas	 as	 causas	 do</p><p>fracasso	e	do	sucesso	das	pessoas.</p><p>“Há	milhões	de	pessoas	no	mundo	que	não	fazem	a	menor	ideia	das	causas</p><p>do	sucesso	e	do	fracasso.	As	escolas	e	faculdades	ensinam	praticamente	tudo,</p><p>exceto	os	princípios	de	realização	pessoal.	Elas	exigem</p><p>que	 entram	 em	 contacto	 com	 a	 sua</p><p>mente.</p><p>A	 característica	 mais	 marcante	 que	 distingue	 um	 não-alheado	 é	 esta:	 Ele</p><p>possui	uma	mente	totalmente	sua	e	usa-a	para	alcançar	todos	os	seus	objetivos.</p><p>O	não-alheado	“possui	uma	mente	totalmente	sua	e	usa-a	para</p><p>alcançar	todos	os	seus	objetivos”.</p><p>****************</p><p>Conhece	 alguém	 que	 se	 insira	 nesta	 descrição?	 Essa	 pessoa	 é	 um	 não-</p><p>alheado?</p><p>P	 –	 O	 não-alheado	 nasce	 com	 algum	 tipo	 de	 vantagem	 mental,	 física	 ou</p><p>espiritual	indisponível	para	o	alheado?</p><p>R	–	Não.	A	maior	diferença	entre	o	alheado	e	o	não-alheado	é	algo	igualmente</p><p>disponível	 para	 ambos.	 É	 simplesmente	 a	 prerrogativa	 certa	 para	 usar	 a	 sua</p><p>própria	mente	e	pensar	por	si	mesmo.</p><p>P	–	Que	tipo	de	mensagem	breve	enviaria	para	um	alheado	típico	se	desejasse</p><p>curá-lo	desse	hábito	diabólico?</p><p>R	–	Aconselhá-lo-ia	a	acordar	e	a	dar.</p><p>P	–	Dar	o	quê?</p><p>R	–	Alguma	espécie	de	serviço	útil	ao	máximo	possível	de	pessoas.</p><p>P	–	Então	o	não-alheado	deve	dar,	não	é?</p><p>R	–	Sim,	se	estiver	à	espera	de	receber!	E	tem	de	dar	antes	de	receber.</p><p>P	–	Algumas	pessoas	duvidam	da	sua	existência.</p><p>R	–	Eu	não	me	preocuparia	 com	 isso.	Aqueles	 que	 estão	 prontos	 para	 serem</p><p>convertidos	 do	 hábito	 do	 alheamento	 reconhecem	 a	 autenticidade	 desta</p><p>entrevista	 pela	 qualidade	 dos	 conselhos.	 Os	 outros	 não	 merecem	 que	 tente</p><p>convertê-los.</p><p>P	–	Porque	não	tenta	impedir-me	de	publicar	esta	confissão?</p><p>R	 –	 Porque	 essa	 seria	 a	 maneira	 mais	 certa	 para	 garantir	 a	 sua	 publicação.</p><p>Tenho	um	plano	melhor	do	que	tentar	impedir	a	publicação	da	minha	confissão.</p><p>Vou	instigá-lo	a	fazê-lo	e	depois	sento-me	e	observo-o	a	sofrer	quando	alguns</p><p>dos	meus	alheados	fiéis	começarem	a	tornar	a	sua	vida	difícil.	Não	preciso	de</p><p>negar	a	sua	história.	Os	meus	seguidores	farão	isso	por	mim.	Vai	ver.</p><p>Saber	que	de	facto	este	livro	só	foi	publicado	mais	de	setenta	anos	depois</p><p>de	Hill	ter	escrito	estas	palavras,	sinto-me	intrigada	e	ansiosa	para	saber</p><p>que	mais	irá	ele	revelar!	Ainda	há	muitas	surpresas	para	vir…</p><p>CAPÍTULO	CINCO</p><p>A	CONFISSÃO</p><p>CONTINUA</p><p>P	 –	Se	 a	 sua	 confissão	 ficasse	 por	 aqui,	 as	 suas	 declarações	 seriam	 sólidas,</p><p>mas,	felizmente	para	milhões	das	suas	vítimas	que	ficarão	em	liberdade	devido</p><p>à	sua	confissão,	esta	entrevista	vai	continuar	até	que	me	tenha	fornecido	a	arma</p><p>que	 eventualmente	 ajudará	milhões	 de	 pessoas	 a	 combaterem	 o	 seu	 domínio</p><p>através	dos	medos	e	superstições.	Lembre-se,	Sua	Majestade,	a	 sua	confissão</p><p>só	agora	começou.	Depois	de	conseguir	arrancar	de	si	uma	descrição	dos	seus</p><p>métodos	de	domínio	das	pessoas,	vou	 também	obrigá-lo	a	dar	a	 fórmula	pela</p><p>qual	o	seu	controlo	poderá	ser	quebrado	por	vontade	própria.</p><p>É	 verdade	 que	 não	 estarei	 aqui	 o	 tempo	 suficiente	 para	 o	 derrotar,	 mas	 a</p><p>palavra	publicada	que	deixarei	será	imortal	porque	ela	é	a	verdade!	Não	teme	a</p><p>oposição	de	nenhum	indivíduo,	pois	sabe	que	será	breve,	mas	teme	a	verdade.</p><p>Tem	 medo	 da	 verdade	 e	 nada	 mais,	 pois	 a	 verdade	 vai	 lentamente,	 mas	 de</p><p>forma	definitiva,	dar	aos	seres	humanos	a	liberdade	de	todos	os	tipos	de	medo.</p><p>Sem	 a	 arma	 do	 medo	 ficaria	 inofensivo	 e	 totalmente	 incapaz	 de	 controlar</p><p>qualquer	ser	humano!	Isto	é	verdadeiro	ou	falso?</p><p>“É	verdade	que	não	estarei	aqui	o	tempo	suficiente	para	o	derrotar,</p><p>mas	a	palavra	publicada	que	deixarei	será	imortal	porque	ela	é	a</p><p>verdade!”</p><p>De	facto,	Napoleon	Hill	faleceu	em	1970,	e	esta	obra,	publicada	em	2011,</p><p>torna-se	imortal.</p><p>R	–	Não	tenho	alternativa	senão	admitir	que	o	que	diz	é	a	verdade.</p><p>P	–	Agora	que	nos	compreendemos,	vamos	avançar	com	a	sua	confissão.	Mas</p><p>antes	 de	 continuarmos,	 vou	 aproveitar	 o	 tempo	 para	 pôr	 fim	 a	 uma	 dúvida</p><p>muito	pessoal.	Vou	limitar-me	a	fazer	uma	pergunta	cuja	resposta	me	trará	toda</p><p>a	satisfação	que	desejo.	Não	é	verdade	que	controla	apenas	as	mentes	daqueles</p><p>que	se	permitiram	cair	no	hábito	da	alheação?</p><p>R	–	 Sim,	 é	 verdade.	 Já	 admiti	 essa	 verdade	 uma	 dúzia	 de	 vezes.	 Porque	me</p><p>perturba	tanto	repetindo	essa	pergunta?</p><p>P	–	Há	poder	na	repetição.	Estou	a	obrigá-lo	a	repetir	os	pontos	principais	da</p><p>sua	 confissão	 de	 todas	 as	 maneiras	 diferentes	 e	 possíveis	 para	 que	 as	 suas</p><p>vítimas	possam	ler	esta	entrevista	e	determinar	a	sua	solidez	através	das	suas</p><p>próprias	experiências	consigo.	Esse	é	um	dos	meus	pequenos	truques.	Aprova</p><p>o	meu	método?</p><p>R	–	Não	está	a	preparar	uma	armadilha	para	mim	com	o	objetivo	de	conseguir</p><p>algo	mais	poderoso,	pois	não?</p><p>P	 –	 Estou	 a	 fazer	 as	 perguntas	 e	 o	 Diabo	 responde!	 Agora	 confesse	 a	 sua</p><p>impotência	para	me	 impedir	de	o	obrigar	 a	 fazer	 esta	confissão.	Quero	 a	 sua</p><p>confissão	para	ajudar	e	confortar	todas	as	suas	vítimas	que	tentei	libertar	do	seu</p><p>controlo	no	momento	exato	em	que	elas	lerem	a	sua	confissão.</p><p>R	–	Sinto-me	impotente	para	influenciá-lo	ou	controlá-lo	simplesmente	porque</p><p>descobriu	o	principal	segredo	para	o	meu	reinado.	Sabe	que	existo	somente	na</p><p>mente	dos	que	têm	medos.	Sabe	que	só	controlo	os	alheados	que	se	recusam	a</p><p>usar	a	sua	própria	mente.	Sabe	que	o	meu	inferno	é	aqui	mesmo	na	Terra,	e	não</p><p>no	mundo	que	vem	depois	da	morte.	E	também	sabe	que	os	alheados	fornecem</p><p>todo	o	fogo	que	eu	uso	no	meu	inferno.	Sabe	que	sou	um	princípio	ou	forma	de</p><p>energia	que	exprime	o	lado	negativo	da	matéria	ou	da	energia,	e	que	não	sou</p><p>uma	pessoa	 com	uma	 língua	bifurcada	 e	uma	cauda	pontiaguda.	Tornou-se	o</p><p>meu	mestre	 porque	 superou	 todos	os	 seus	medos.	Por	 último,	 sabe	que	pode</p><p>libertar	 todas	 as	 vítimas	 humanas	 com	 quem	 entrar	 em	 contacto,	 e	 este</p><p>conhecimento	definido	é	o	golpe	que	me	provocará	o	maior	dano.</p><p>Não	consigo	controlá-lo	porque	descobriu	a	sua	própria	mente	e	assumiu	o</p><p>controlo	dela.	Por	 isso,	 Senhor	Humano,	 esta	 confissão	 deve	 alimentar	 a	 sua</p><p>vaidade	ao	máximo.</p><p>Diz	 o	 Diabo:	 “Não	 consigo	 controlá-lo	 porque	 descobriu	 a	 sua	 própria</p><p>mente	e	assumiu	o	controlo	dela.	Este	conhecimento	definido	é	o	golpe</p><p>que	me	provocará	o	maior	dano.”</p><p>P	–	Este	último	dardo	 foi	desnecessário.	O	 tipo	de	conhecimento	que	utilizei</p><p>para	 o	 dominar	 não	 se	 contamina	 com	 a	 indulgência	 vulgar	 da	 vaidade.	 A</p><p>verdade	é	a	única	coisa	no	mundo	que	consegue	manter-se	acima	do	ridículo.</p><p>Agora	vamos	continuar	com	a	sua	confissão.	O	que	tem	de	mal	o	princípio	da</p><p>lisonja?	Usa-o,	não	usa?</p><p>R	–	Se	eu	o	uso?	Óbvio!	A	 lisonja	é	uma	das	minhas	armas	mais	úteis.	Com</p><p>este	instrumento	mortal	apanho	os	grandes	e	os	pequenos.</p><p>P	 –	 A	 sua	 admissão	 interessa-me.	 Continue	 e	 conte-me	 como	 faz	 uso	 da</p><p>lisonja.</p><p>R	–	Uso-a	de	tantas	formas	que	é	difícil	saber	por	onde	começar.	Estou	a	avisá-</p><p>lo,	antes	de	eu	responder	detalhadamente,	que	publicar	as	minhas	respostas	vai</p><p>expô-lo	ao	ridículo	por	ter	feito	essa	pergunta.</p><p>P	–	Eu	assumirei	a	responsabilidade.	Prossiga.</p><p>R	 –	 Bem,	 devo	 admitir	 que	 descobriu	 o	 meu	 maior	 segredo:	 a	 forma	 como</p><p>converto	as	pessoas	ao	hábito	do	alheamento!</p><p>P	–	Essa	é	uma	admissão	surpreendente.	Continue	a	sua	confissão	e	 foque-se</p><p>apenas	no	capítulo	da	lisonja.	Nada	de	mais	conversas	nem	brincadeiras	neste</p><p>momento.	Conte-me	tudo	sobre	a	maneira	como	usa	a	lisonja	para	dominar	as</p><p>pessoas.</p><p>R	–	A	lisonja	é	um	isco	de	valor	incomparável	para	os	que	desejam	ter	controlo</p><p>sobre	as	outras	pessoas.	Ela	possui	qualidades	atrativas	porque	opera	através	de</p><p>duas	das	fraquezas	humanas	mais	comuns:	a	vaidade	e	o	egocentrismo.	Existe</p><p>uma	determinada	quantidade	de	vaidade	e	egocentrismo	em	todas	as	pessoas.</p><p>Em	 algumas	 pessoas	 estas	 qualidades	 são	 tão	 pronunciadas	 que	 servem</p><p>literalmente	 como	 corda	 para	 se	 enforcarem.	 A	 melhor	 corda	 de	 todas	 é	 a</p><p>lisonja.</p><p>A	lisonja	é	o	principal	isco	usado	pelos	homens	para	seduzirem	as	mulheres.</p><p>Na	verdade,	com	frequência,	as	mulheres	usam	o	mesmo	isco	para	controlar	os</p><p>homens,	 especialmente	 aqueles	 que	 não	 podem	 ser	 dominados	 pelo	 apelo</p><p>sexual.	Ensino	a	sua	utilização	tanto	aos	homens	como	às</p><p>mulheres.	A	lisonja	é</p><p>o	principal	isco	com	que	os	meus	agentes	ganham	a	confiança	das	pessoas	de</p><p>quem	 obtêm	 as	 informações	 necessárias	 para	 prosseguir	 na	 sua	 missão	 de</p><p>guerra.</p><p>Sempre	que	alguém	alimenta	a	sua	vaidade	pela	lisonja,	eu	apareço	e	começo</p><p>a	 criar	 mais	 um	 alheado.	 Os	 não-alheados	 não	 são	 fáceis	 de	 lisonjear.	 Eu</p><p>inspiro	as	pessoas	a	usarem	a	lisonja	em	todas	as	relações	humanas	onde	seja</p><p>possível,	porque	os	que	são	influenciados	por	ela	 tornam-se	vítimas	fáceis	do</p><p>hábito	do	alheamento.</p><p>Diz	 o	 Diabo:	 “A	 lisonja	 é	 o	 principal	 isco	 usado	 pelos	 homens	 para</p><p>seduzirem	as	mulheres.”</p><p>P	–	Consegue	controlar	qualquer	pessoa	que	seja	suscetível	à	lisonja?</p><p>R	–	Muito	facilmente.	Como	já	lhe	disse,	a	lisonja	é	da	maior	importância	para</p><p>cativar	as	pessoas	para	o	hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Com	que	idade	são	as	pessoas	mais	suscetíveis	à	lisonja?</p><p>R	–	A	idade	não	tem	nada	que	ver	com	a	suscetibilidade	à	lisonja.	As	pessoas</p><p>reagem	a	ela,	de	uma	forma	ou	outra,	a	partir	do	momento	em	que	se	tornam</p><p>conscientes	da	sua	própria	existência	e	até	morrerem.</p><p>P	–	Através	de	que	forma	as	mulheres	podem	ser	facilmente	lisonjeadas?</p><p>R	–	Através	da	sua	vaidade.	Diga	a	uma	mulher	que	ela	está	bonita	ou	que	se</p><p>veste	muito	bem.</p><p>P	–	Qual	a	forma	mais	eficaz	de	apanhar	os	homens?</p><p>R	 –	 Egocentrismo,	 com	 “E”	maiúsculo.	 Diga	 a	 um	 homem	 que	 ele	 tem	 um</p><p>corpo	 hercúleo	 e	 forte	 ou	 que	 ele	 é	 perfeito	 nos	 negócios	 e	 ele	 derrete-se.</p><p>Depois	disso	já	sabe	o	que	acontece.</p><p>P	–	Os	homens	são	todos	assim?</p><p>R	–	Não.	Dois	 em	cada	100	possuem	o	 seu	 egocentrismo	 tão	 controlado	que</p><p>nem	um	lisonjeador	profissional	conseguiria	penetrar	na	sua	pele.</p><p>P	 –	 Como	 é	 que	 uma	 mulher	 esperta	 aplica	 a	 arte	 da	 lisonja	 para	 atrair	 os</p><p>homens?</p><p>R	–	Caramba,	homem!	Tenho	de	lhe	fazer	um	desenho?	Não	tem	imaginação?</p><p>P	 –	 Sim,	 tenho	 imaginação	 suficiente,	 Sua	 Majestade,	 mas	 estou	 a	 pensar</p><p>naqueles	 pobres	 homens	 que	 precisam	 de	 compreender	 a	 técnica	 exata	 para</p><p>serem	lisonjeados	e	tornarem-se	alheados.	Conte-nos	como	é	que	uma	mulher</p><p>pode	agarrar	homens	ricos	e	espertos.</p><p>R	–	É	um	truque	diabólico	para	aplicar	nas	mulheres,	mas	já	que	está	a	pedir	a</p><p>informação	tenho	de	a	revelar.	As	mulheres	influenciam	os	homens	através	de</p><p>uma	técnica	que	consiste,	basicamente,	e	em	primeiro	lugar,	na	capacidade	de</p><p>usar	um	tom	de	voz	suave	e	quase	infantil;	e,	segundo,	o	semicerrar	os	olhos,	o</p><p>que	resulta	no	hipnotismo	juntamente	com	a	lisonja	aos	homens.</p><p>Estou	 certa	 de	 que	 algumas	mulheres	 se	 agitaram	 com	 isto;	 de	 facto,	 a</p><p>princípio	eu	também	fiquei.	Veja	melhor	e	continue…	esta	é	a	verdade!</p><p>P	–	Isso	é	tudo	o	que	há	relativo	à	lisonja?</p><p>R	–	Não,	esta	é	apenas	a	 técnica.	Depois	vem	o	motivo	para	a	mulher	a	usar</p><p>como	isco.	O	tipo	de	mulher	que	talvez	tenha	em	mente	nunca	se	vende	a	um</p><p>homem	e	muito	menos	lhe	dá	algo	em	troca.	Em	vez	disso,	ela	vende-lhe	o	seu</p><p>próprio	egocentrismo!</p><p>P	–	É	isso	que	as	mulheres	usam	quando	querem	lisonjear	os	homens?</p><p>R	–	Essa	é	a	coisa	mais	eficaz	que	elas	usam.	Funciona	muito	bem	quando	a</p><p>atração	sexual	falha!</p><p>P	–	Então	devo	acreditar	que	os	homens	grandes,	fortes	e	espertos	podem	ser</p><p>manipulados	pela	lisonja,	exatamente	como	se	fossem	um	brinquedo	nas	mãos</p><p>de	outra	pessoa.	Isso	é	possível?</p><p>R	–	Se	 isso	é	possível?	Acontece	a	 toda	a	hora.	Além	disso,	 exceto	 se	 forem</p><p>não-alheados,	 quanto	 mais	 sobem,	 maior	 é	 a	 queda	 se	 uma	 lisonjeadora</p><p>profissional	se	atirar	a	eles.</p><p>P	 –	 Conte-me	 mais	 alguns	 dos	 truques	 com	 os	 quais	 leva	 as	 pessoas	 a</p><p>alhearem-se	na	vida.</p><p>R	 –	 Um	 dos	 meus	 instrumentos	 mais	 eficazes	 é	 o	 fracasso!	 A	 maioria	 das</p><p>pessoas	 começa	 a	 alhear-se	 assim	 que	 encontra	 oposição	 e	 raramente	 uma	 a</p><p>cada	10	mil	continuará	a	tentar	depois	de	fracassar	duas	ou	três	vezes.</p><p>P	 –	 Então	 a	 sua	 missão	 é	 induzir	 as	 pessoas	 a	 fracassar	 sempre	 que	 pode.</p><p>Correto?</p><p>R	–	Sim,	correto.	O	fracasso	acaba	com	a	moral,	destrói	a	autoconfiança,	mata</p><p>o	entusiasmo,	enfraquece	a	imaginação	e	afasta	qualquer	tipo	de	objetivo.</p><p>Sem	 essas	 qualidades	 ninguém	 consegue	 manter	 o	 sucesso	 em	 qualquer</p><p>missão,	não	de	forma	permanente.	O	mundo	produziu	milhares	de	 inventores</p><p>com	capacidades	 superiores	 às	 do	 falecido	Thomas	A.	Edison.	Mas	 ninguém</p><p>ouviu	 falar	 deles,	 enquanto	 o	 nome	 de	 Edison	 será	 imortal,	 porque	 Edison</p><p>converteu	o	fracasso	num	trampolim	para	alcançar	grandes	feitos,	enquanto	os</p><p>outros	utilizaram	o	fracasso	como	um	álibi	para	não	apresentar	resultados.</p><p>P	–	A	capacidade	para	 superar	o	 fracasso	 sem	se	 sentir	desencorajado	é	uma</p><p>das	grandes	qualidades	de	Henry	Ford?</p><p>R	 –	 Sim,	 e	 essa	 mesma	 qualidade	 é	 a	 verdadeira	 característica	 de	 todos	 os</p><p>homens	que	alcançam	sucessos	notáveis	em	todos	os	aspetos	da	vida.</p><p>A	“capacidade	para	superar	o	fracasso	sem	se	sentir	desencorajado”</p><p>é	“a	verdadeira	característica	de	todos	os	homens	que	alcançam</p><p>sucessos	notáveis	em	todos	os	aspetos	da	vida.”</p><p>+++++++++++++++</p><p>No	livro	Three	Feet	from	Gold,	o	meu	coautor	e	eu	entrevistámos	mais	de</p><p>35	líderes	de	topo	atuais,	não	sobre	o	seu	sucesso	mas	sim	sobre	os	seus</p><p>momentos	mais	duros	e	como	perseveraram	para	alcançar	grande	sucesso.</p><p>Por	 exemplo,	 Julie	 Krone,	 a	 primeira	 mulher	 a	 fazer	 parte	 da</p><p>Thoroughbred	 Hall	 of	 Fame,	 com	 3704	 vitórias	 com	 as	 suas	 rédeas,</p><p>descreveu	 a	 sua	 luta	 no	 início	 da	 sua	 carreira	 como	 jockey.	Muitos	 dos</p><p>proprietários	 de	 cavalos	 simplesmente	 não	 contratavam	 uma	 mulher</p><p>jockey.	Para	ela,	o	seu	lema	de	perseverança	era:	“continua	a	aparecer!”	E</p><p>por	 fim:	 “Descobri	 que	 se	 aparecesse	 todos	 os	 dias	 e	 fizesse	 o	melhor,</p><p>acabariam	por	pôr-me	num	cavalo	só	para	se	livrarem	de	mim.”	O	resto	é</p><p>história.	A	Julie	foi	apelidada	de	uma	das	atletas	mais	fortes	de	todos	os</p><p>tempos	pelo	USA	Today.</p><p>P	–	Essa	afirmação	é	muito	generalizada,	Sua	Majestade.	Não	deseja	modificá-</p><p>la	ou	atenuá-la	para	obter	maior	precisão?</p><p>R	–	 Não	 é	 necessária	 nenhuma	modificação,	 porque	 a	 alegação	 não	 é	muito</p><p>vasta.	Pesquise	com	precisão	a	vida	de	homens	e	mulheres	que	alcançaram	um</p><p>sucesso	duradouro	e	descobrirá,	sem	exceção,	que	o	sucesso	deles	tem	a	exata</p><p>proporção	que	a	capacidade	de	superação	do	fracasso.</p><p>A	vida	de	 cada	pessoa	bem-sucedida	 corrobora	grandemente	 aquilo	 que	os</p><p>verdadeiros	filósofos	já	sabiam:	“Cada	fracasso	traz	consigo	a	semente	de	um</p><p>sucesso	equivalente.”</p><p>Mas	a	semente	não	germinará	nem	crescerá	sob	a	influência	de	um	alheado.</p><p>Só	se	debruça	para	a	vida	quando	está	nas	mãos	de	alguém	que	reconhece	que	a</p><p>maior	 parte	 dos	 fracassos	 são	 apenas	 derrotas	 temporárias,	 e	 que	 nunca,	 sob</p><p>nenhuma	 circunstância,	 aceita	 a	 derrota	 como	 uma	 desculpa	 para	 o</p><p>alheamento.</p><p>P	–	Se	o	estou	a	compreender	corretamente,	está	a	afirmar	que	existe	alguma</p><p>virtude	no	fracasso.	Isso	não	me	parece	plausível.	Porque	é	que	tenta	incitar	as</p><p>pessoas	ao	fracasso	se	há	virtude	nele?</p><p>R	 –	 Não	 há	 inconsistência	 nas	 minhas	 afirmações.	 O	 que	 parece	 ser	 uma</p><p>inconsistência	é,	na	verdade,	a	sua	falta	de	compreensão.	O	fracasso	apenas	é</p><p>uma	 virtude	 quando	 não	 leva	 as	 pessoas	 a	 desistirem	 de	 tentar	 e	 começar	 a</p><p>alhearem-se.	 Eu	 induzo	 tantas	 pessoas	 quantas	 posso	 a	 fracassarem	 o	 mais</p><p>possível	pela	simples	razão	de	que,	provavelmente,	nem	uma	em	cada	10	mil</p><p>continuará	a	tentar	depois	de	falhar	duas	ou	três	vezes.	Não	estou	preocupado</p><p>com	os	que	convertem	os	 fracassos	em	 trampolins	para	o	 sucesso	porque,	de</p><p>qualquer	forma,	eles	já	pertencem	à	minha	oposição.	Eles	são	os	não-alheados</p><p>e,	por	isso,	já	estão	fora	do	meu	alcance.</p><p>P	 –	 A	 sua	 explicação	 clarifica	 o	 assunto.	 Agora	 conte-me	 alguns	 dos	 seus</p><p>outros	truques	para	induzir	as	pessoas	ao	alheamento.</p><p>“Edison	converteu	o	fracasso	num	trampolim	para	alcançar	grandes</p><p>feitos,	enquanto	os	outros	utilizaram	o	fracasso	como	um	álibi	para</p><p>não	apresentar</p><p>resultados.”</p><p>***************</p><p>Como	está	a	lidar	com	o	fracasso	na	sua	vida?</p><p>R	–	 Outro	 dos	meus	 truques	mais	 eficazes	 é	 conhecido	 como	 a	 propaganda.</p><p>Este	 é	 o	 instrumento	 de	maior	 valor	 para	mim:	 fazer	 com	que	 as	 pessoas	 se</p><p>matem	umas	às	outras	com	a	desculpa	da	guerra.</p><p>A	 inteligência	deste	 truque	 consiste	principalmente	na	 subtileza	 com	que	o</p><p>uso.</p><p>Misturo	propaganda	com	as	notícias	do	mundo.	Faço	com	que	ensinem	isso</p><p>nas	escolas	públicas	ou	privadas,	pois	tem	sempre	uma	boa	audiência.	Dou	cor</p><p>a	imagens	tocantes	com	ela.	Faço	com	que	ela	entre	em	cada	casa	onde	exista</p><p>um	rádio.	Faço	com	que	apareça	em	cartazes	publicitários,	jornais	e	programas</p><p>de	rádio.	Espalho-a	em	todos	os	locais	de	trabalho.	Uso-a	para	encher	as	salas</p><p>dos	tribunais	com	divórcios	e	faço	com	que	sirva	para	destruir	os	negócios	e	a</p><p>indústria.</p><p>É	o	meu	principal	instrumento	para	iniciar	as	corridas	aos	bancos.	Os	meus</p><p>súbditos	 cobrem	 o	 mundo	 de	 forma	 tão	 eficaz	 que	 consigo	 dar	 início	 a</p><p>epidemias	de	doenças,	incitar	a	guerras	ou	fazer	com	que	a	economia	entre	em</p><p>pânico.</p><p>P	–	Se	consegue	fazer	tudo	o	que	diz	com	a	propaganda,	não	é	de	admirar	que</p><p>haja	tantas	guerras	e	crises	económicas.	Dê-me	uma	descrição	simples	do	que</p><p>quer	dizer	com	o	termo	“propaganda”.	O	que	é	e	como	funciona?	Desejo	saber</p><p>em	particular	 como	 leva	 as	pessoas	 a	 alhearem-se	 através	da	utilização	deste</p><p>instrumento	diabólico.</p><p>R	–	A	propaganda	é	um	instrumento,	um	plano	ou	um	método,	através	do	qual</p><p>as	pessoas	podem	ser	 influenciadas	sem	saber	que	estão	a	sê-lo,	não	sabendo</p><p>mesmo	qual	a	fonte	da	influência.</p><p>A	 propaganda	 é	 usada	 nos	 negócios	 com	 o	 objetivo	 de	 desencorajar	 a</p><p>concorrência.	 Os	 patrões	 usam-na	 para	 ganhar	 vantagem	 sobre	 os	 seus</p><p>empregados.	Os	empregados	retaliam	usando-a	para	ganhar	vantagem	sobre	os</p><p>seus	 patrões.	 Na	 verdade,	 é	 usada	 de	 forma	 tão	 universal	 e	 através	 de	 uma</p><p>técnica	 tão	 simples	 e	 moderna	 que	 parece	 inofensiva	 mesmo	 quando	 é</p><p>detetada.</p><p>P	 –	 Suponho	 que	 alguns	 dos	 seus	 súbditos	 estão	 neste	 momento	 muito</p><p>ocupados	 a	 preparar	 a	 mente	 dos	 americanos	 para	 se	 alhearem	 em	 alguma</p><p>forma	de	ditadura.	Conte-me	como	é	que	eles	trabalham.</p><p>R	–	 Sim!	Milhões	 dos	meus	 súbditos	 estão	 a	 preparar	 os	 americanos	 para	 se</p><p>tornarem	“hitlerizados”.	Os	meus	melhores	homens	estão	a	trabalhar	através	de</p><p>organizações	 políticas	 e	 sindicatos.	 Tencionamos	 dominar	 o	 país	 através	 de</p><p>eleições	 e	 não	 de	 armas.	 Os	 americanos	 são	 tão	 sensíveis	 que	 nunca</p><p>suportariam	 o	 choque	 de	 ver	 o	 seu	 governo	 mudado	 com	 a	 ajuda	 de</p><p>metralhadoras	 ou	 tanques	 de	 guerra.	Então,	 os	 nossos	 propagandistas	 estão	 a</p><p>servir-lhes	uma	dieta	que	eles	engolirão,	preparando	uma	 luta	entre	patrões	e</p><p>empregados	 e	 virando	 o	 governo	 contra	 a	 indústria	 e	 o	 comércio.	Quando	 a</p><p>propaganda	 tiver	 feito	 o	 seu	 trabalho	 por	 completo,	 um	 dos	 meus	 súbditos</p><p>servirá	 de	 ditador	 e	 os	 Nove	Velhos	 do	 seu	 Supremo	 Tribunal,	 com	 as	 suas</p><p>noções	 tolas	 da	 Constituição,	 partirão!	 Todos	 terão	 um	 emprego	 ou	 serão</p><p>alimentados	 a	 partir	 dos	 cofres	 do	 governo.	 Quando	 a	 barriga	 dos	 homens</p><p>estiver	cheia,	eles	alhear-se-ão	livremente	com	aqueles	que	providenciam	o	que</p><p>comer.	Os	homens	famintos	perdem	o	controlo.</p><p>Em	1938,	um	dos	instrumentos	do	Diabo	para	“hitlerizar”	a	América	era</p><p>“virar	o	governo	contra	a	indústria	e	o	comércio”	e	alimentar	a	população</p><p>com	os	cofres	do	governo.	Ainda	é	assim	hoje?	O	Diabo	está	a	ser	bem-</p><p>sucedido?	Se	Napoleon	Hill	entrevistasse	o	Diabo	hoje,	o	Diabo	poderia</p><p>regozijar-se	com	os	programas	de	“direito”	que	existem	agora	ou	sugerir</p><p>e	 gabar-se	 com	 o	 aumento	 do	 envolvimento	 do	 governo	 em	 empresas</p><p>independentes,	como	a	das	indústrias	automóvel	e	financeira.</p><p>P	–	Pergunto-me	com	frequência	quem	 inventou	o	 sábio	 truque	a	que	chama</p><p>propaganda.	Compreendo	por	que	razão	ela	é	tão	mortal	baseado	no	que	me	diz</p><p>sobre	 a	 sua	 fonte	 e	 natureza.	 Só	 alguém	 tão	 esperto	 como	 Sua	 Majestade</p><p>poderia	 ter	 inventado	 tal	 instrumento	 que,	 sem	qualquer	 razão,	 destronasse	 a</p><p>vontade	própria	e	seduzisse	os	homens	para	o	alheamento.</p><p>Porque	não	usa	a	sua	poderosa	propaganda	para	controlar	as	suas	vítimas	em</p><p>vez	de	subjugá-las	através	do	medo	e	aniquilá-las	através	da	guerra?</p><p>R	–	O	 que	 é	 a	 propaganda	 senão	 o	medo	 do	Diabo?	Não	 observou	 a	minha</p><p>técnica	 cuidadosamente,	 ou	 teria	 visto	 que	 sou	 o	 maior	 propagandista	 do</p><p>mundo.	Nunca	 alcanço	 um	 fim	 através	 de	meios	 diretos,	 se	 puder	 alcançá-lo</p><p>através	do	subterfúgio	e	da	astúcia.	O	que	acha	que	estou	a	usar	quando	coloco</p><p>ideias	 negativas	 na	 mente	 dos	 homens	 e	 os	 domino	 através	 daquilo	 que</p><p>acreditam	 ser	 as	 suas	 próprias	 ideias?	 O	 que	 lhes	 chamaria	 senão	 a	 mais</p><p>inteligente	de	todas	as	formas	de	propaganda?</p><p>P	–	Com	certeza	não	me	vai	dizer	que	destrói	 as	pessoas	com	a	ajuda	delas,</p><p>sem	que	se	apercebam	do	que	lhes	está	a	fazer?</p><p>R	–	É	exatamente	 isso	que	desejo	que	compreenda.	Além	disso,	vou	mostrar-</p><p>lhe	exatamente	como	é	realizado	o	truque.</p><p>P	–	Agora	é	que	estamos	a	falar	bem.	Como	é	que	converte	os	seres	humanos</p><p>em	 propagandistas	 e	 os	 seduz	 a	 aprisionarem-se?	 Conte-me	 a	 história	 com</p><p>todos	os	detalhes	sórdidos.	Esta	é	a	parte	mais	importante	da	sua	confissão	e	eu</p><p>quero	muito	ficar	na	posse	do	seu	segredo.	Não	o	posso	culpar	por	me	tentar</p><p>empatar	com	a	resposta,	porque	sabe	muito	bem	que	ela	vai	retirar	milhões	de</p><p>vítimas	 inocentes	 do	 seu	 controlo.	 Também	 sabe	 que	 a	 sua	 resposta	 vai</p><p>proteger	 inúmeros	milhões	 de	 seres	 humanos	 que	 ainda	 não	 nasceram	 de	 se</p><p>tornarem	suas	vítimas.</p><p>R	 –	 As	 suas	 deduções	 estão	 corretas.	 Esta	 parte	 da	 minha	 confissão	 vai</p><p>provocar-me	mais	danos	do	que	tudo	o	resto.</p><p>P	 –	 Para	 explicar	 melhor	 a	 situação,	 podemos	 dizer	 que	 esta	 parte	 da	 sua</p><p>confissão	 salvará	 ainda	 mais	 milhões	 de	 pessoas	 do	 seu	 controlo	 do	 que	 o</p><p>resto.</p><p>R	–	Tudo	o	que	posso	dizer	é	que	me	pôs	numa	situação	infernal!</p><p>P	–	Agora	vai	saber	como	se	sentem	milhões	das	suas	vítimas.	Continuemos.</p><p>R	–	A	minha	primeira	entrada	na	mente	de	um	indivíduo	é	feita	subornando-o.</p><p>P	–	O	que	usa	como	suborno?</p><p>R	–	Uso	muitas	 coisas,	 todas	 elas	 coisas	 agradáveis	 que	 as	pessoas	 cobiçam.</p><p>Uso	o	mesmo	 tipo	 de	 suborno	 que	 as	 pessoas	 usam	para	 subornar	 outra.	Ou</p><p>seja,	uso	as	coisas	que	as	pessoas	mais	desejam.	A	maioria	dos	subornos	são:</p><p>•	Amor</p><p>•	Sexo</p><p>•	Ganância	pelo	dinheiro</p><p>•	Desejo	obsessivo	em	ganhar	alguma	coisa	por	nada	(jogos	de	azar)</p><p>•	Vaidade	nas	mulheres	e	egocentrismo	nos	homens</p><p>Na	 situação	 atual,	 tanto	 as	 mulheres	 como	 os	 homens	 são,	 em	 igual</p><p>forma,	vítimas	da	vaidade	e	do	egocentrismo.</p><p>•	Desejo	de	ser	dono	dos	outros</p><p>•	Desejo	por	medicamentos	e	narcóticos</p><p>•	Desejo	pela	autoexpressão	através	de	palavras	e	atos</p><p>•	Desejo	de	imitar	os	outros</p><p>•	Desejo	da	perpetuação	da	vida	após	a	morte</p><p>•	Desejo	de	ser	um	herói	ou	uma	heroína</p><p>•	Desejo	por	alimento	físico.</p><p>P	 –	 Essa	 é	 uma	 lista	 de	 subornos	 muito	 imponente,	 Sua	 Majestade.	 Usa</p><p>outros?</p><p>R	 –	 Sim,	 muitos	 outros,	 mas	 estes	 são	 os	 meus	 preferidos.	 Através	 da</p><p>combinação	de	alguns	deles,	consigo	entrar	na	mente	de	qualquer	ser	humano</p><p>quando	me	apetecer	em	qualquer	idade,	desde	o	nascimento	até	à	morte.</p><p>P	 –	 Isso	 significa	 que	 estes	 subornos	 são	 a	 chave	 com	 a	 qual	 consegue</p><p>silenciosamente	abrir	a	porta	para	qualquer	mente	que	escolha?</p><p>R	–	É	exatamente	isso	que	quero	dizer.	E	é	exatamente	isso	que	posso	fazer.</p><p>P	–	O	que	acontece	quando	entra	na	mente	de	uma	pessoa	que	ainda	não	tem	o</p><p>hábito	 do	 alheamento,	mas	 pertence	 à	 classe	 dos	 98	 por	 cento	 de	 potenciais</p><p>alheados?</p><p>R	–	Trabalho	imediatamente	para	ocupar	tanto	quanto	conseguir	a	mente	dessa</p><p>pessoa.	Se	a	maior	fraqueza	dela	é	o	desejo	por	dinheiro,	começo	a	brincar	com</p><p>moedas	 na	 sua	 frente,	 em	 sentido</p><p>figurado,	 claro.	 Intensifico	 o	 seu	 desejo	 e</p><p>induzo-a	a	correr	atrás	do	dinheiro.	Depois,	quando	ela	está	perto	de	o	agarrar,</p><p>simplesmente	tiro-lho	da	frente.</p><p>Este	é	um	velho	truque	meu.	Depois	de	repetir	esse	truque	algumas	vezes,	o</p><p>pobre	infeliz	sucumbe	e	desiste.	Nessa	altura,	ocupo	um	pouco	mais	de	espaço</p><p>da	sua	mente	e	preencho-o	com	o	medo	da	pobreza.	Esse	é	um	dos	melhores</p><p>truques.</p><p>P	–	Sim,	admito	que	o	seu	método	é	muito	inteligente,	mas	o	que	acontece	se	a</p><p>vítima	conseguir	enganá-lo	e	deitar	a	mão	a	muito	dinheiro?	Já	não	consegue</p><p>encher	a	sua	mente	com	o	medo	da	pobreza,	pois	não?</p><p>R	 –	 Não,	 não	 consigo.	 Ocupo	 o	 espaço	 enchendo	 a	 sua	 mente	 com	 alguma</p><p>coisa	que	também	sirva	o	meu	objetivo.	Se	a	minha	vítima	consegue	converter</p><p>esse	desejo	por	dinheiro	em	grandes	quantias,	 começo	a	 sobrecarregá-la	 com</p><p>todas	as	coisas	que	ela	pode	comprar.	Por	exemplo,	faço	com	que	ela	consuma</p><p>alimentos	altamente	calóricos.	Isso	reduz	a	sua	capacidade	de	pensamento,	põe</p><p>o	seu	coração	em	risco	e	inicia	o	caminho	para	o	alheamento.</p><p>Depois,	faço	com	que	ela	se	sinta	 indisposta	com	o	excesso	de	comida	que</p><p>ingere.	Isso	também	diminui	a	sua	capacidade	de	pensamento,	já	para	não	falar</p><p>na	péssima	disposição	que	provoca.</p><p>P	 –	Mas,	 e	 se	 a	 vítima	 não	 é	 comilona?	Que	 outros	 vícios	 pode	 induzi-la	 a</p><p>escolher	para	a	levar	ao	hábito	do	alheamento?</p><p>R	–	Se	a	vítima	é	homem,	posso	geralmente	enganá-lo	através	do	apetite	por</p><p>sexo.	O	prazer	 do	 sexo	 leva	mais	 homens	 a	 fracassar	 do	que	 todas	 as	 outras</p><p>causas	juntas.</p><p>P	–	Quer	dizer	então	que	a	comida	e	o	sexo	são	dois	dos	seus	melhores	iscos.</p><p>Correto?</p><p>R	 –	 Sim.	 Com	 esses	 dois	 engodos	 posso	 controlar	 a	 maioria	 das	 minhas</p><p>vítimas,	juntamente	com	o	desejo	por	dinheiro.</p><p>P	–	Começo	a	achar	que	a	riqueza	é	mais	perigosa	do	que	a	pobreza,	se	é	que</p><p>se	pode	acreditar	nas	suas	palavras.</p><p>R	–	Bem,	isso	tudo	depende	de	quem	tem	a	riqueza	e	como	foi	ela	adquirida.</p><p>P	–	O	que	tem	que	ver	a	maneira	como	o	dinheiro	foi	adquirido	com	o	facto	de</p><p>ele	ser	uma	bênção	ou	uma	maldição?</p><p>R	–	Tudo.	Se	 não	 acredita	 em	mim	 veja	 aqueles	 que	 receberam	 uma	 grande</p><p>quantia	de	dinheiro	repentinamente,	mas	que	não	tiveram	a	sabedoria	para	lidar</p><p>com	ele,	e	observe	atentamente	como	eles	usaram	o	dinheiro.</p><p>Porque	acha	que	os	filhos	dos	homens	ricos	raramente	conseguem	igualar	ou</p><p>superar	 as	 realizações	 dos	 seus	 pais?	Eu	digo-lhe.	Porque	 foram	privados	 da</p><p>autodisciplina	que	vem	do	facto	de	se	ser	obrigado	a	trabalhar.</p><p>Repare	 nas	 estrelas	 de	 cinema	 ou	 nos	 atletas	 que	 subitamente	 ganham</p><p>fortunas	e	são	venerados	como	heróis	e	elogiados	pelo	público.	Observe	como</p><p>consigo	 dominá-los	 num	 ápice,	 principalmente	 através	 do	 sexo,	 do	 jogo,	 da</p><p>comida	e	do	álcool.	Com	estes	vícios	controlo	as	maiores	e	melhores	pessoas</p><p>assim	que	elas	põem	as	mãos	em	grandes	fortunas.</p><p>Pense	 nos	 inúmeros	 atletas	 que	 se	 tornaram	 megacelebridades	 apenas</p><p>para	caírem	 logo	de	 seguida	 sem	dinheiro	e	 fama…	e	depois	pense	nos</p><p>milhões	de	jovens	que	os	veneraram!	Pense	nos	vencedores	da	lotaria	que</p><p>acabam	 por	 perder	 todo	 o	 seu	 dinheiro	 em	 poucos	 anos…	 podia	 ser	 o</p><p>alheamento…	o	azar	 ao	 jogo?	Podem	estes	 ciclos	 ser	orquestrados	pelo</p><p>Diabo?</p><p>P	–	E	aqueles	que	adquirem	o	dinheiro	lentamente,	prestando	alguma	forma	de</p><p>serviço	útil?	Eles	também	são	facilmente	apanhados?</p><p>R	–	Ah,	 eu	 consigo	 apanhá-los,	mas	 geralmente	 tenho	de	mudar	 o	 isco.	Uns</p><p>querem	uma	coisa	e	outros	querem	outra.</p><p>Quando	o	meu	objetivo	é	alcançado,	faço	com	que	recebam	aquilo	que	mais</p><p>desejam,	mas	consigo	meter	no	pacote	algo	que	eles	não	querem.	Aquilo	que</p><p>lhes	 dou	 é	 algo	 definitivo	 que	 os	 torna	 alheados.	 Está	 a	 perceber	 como	 eu</p><p>trabalho?</p><p>P	 –	 O	 seu	 trabalho	 é	 muito	 inteligente.	 Atrai	 as	 pessoas	 através	 dos	 seus</p><p>desejos	naturais	e	coloca,	sempre	que	pode,	o	seu	veneno	mortal	no	objeto	dos</p><p>seus	desejos.</p><p>R	 –	 Agora	 está	 a	 começar	 a	 entender.	 Como	 pode	 ver,	 ataco	 em	 todas	 as</p><p>frentes.</p><p>P	–	De	 tudo	 o	 que	 diz,	 posso	 deduzir	 que	 não	 consegue	 convencer	 um	 não-</p><p>alheado	 a	 ajudá-lo	 a	 ganhar	 o	 controlo	 da	 sua	mente	 com	 os	 seus	 subornos.</p><p>Correto?</p><p>R	–	Correto.	Posso	e	tento	convencer	os	não-alheados	com	os	meus	subornos,</p><p>porque	uso	como	suborno	as	coisas	que	todas	as	pessoas	naturalmente	desejam,</p><p>mas	os	não-alheados	parecem-se	com	um	peixe	que	rouba	o	isco	do	anzol,	mas</p><p>que	se	recusa	a	ser	pescado.</p><p>O	não-alheado	leva	da	vida	o	que	quer,	mas	fá-lo	segundo	os	seus	próprios</p><p>termos.	O	alheado	leva	tudo	o	que	consegue,	mas	leva	o	que	consegue	segundo</p><p>os	meus	termos	e	condições.</p><p>Por	outras	palavras,	o	não-alheado	pede	dinheiro	a	um	banqueiro	legítimo,	se</p><p>o	quiser,	e	paga	uma	taxa	de	juros	legítima.	O	alheado	vai	à	loja	de	penhores</p><p>empenhar	o	seu	relógio	e	paga	uma	taxa	de	juros	suicida	pelo	seu	empréstimo.</p><p>P	–	Concluo	por	todas	as	suas	afirmações	que	consegue	pôr	a	mão	em	todos	os</p><p>problemas	e	desgraças	das	pessoas,	apesar	da	sua	presença	não	ser	visível?</p><p>R	–	Os	meus	trabalhadores	mais	reticentes	são,	na	verdade,	os	meus	melhores</p><p>operários.	Como	vê,	os	meus	trabalhadores	mais	relutantes	são	os	que	eu	não</p><p>posso	 controlar	 com	 uma	 combinação	 de	 subornos,	 pessoas	 que	 tenho	 de</p><p>dominar	pelo	medo	ou	por	alguma	forma	de	tragédia.	Eles	não	desejam	servir-</p><p>me,	mas	não	conseguem	evitá-lo	porque	estão	eternamente	ligadas	a	mim	pelo</p><p>hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Agora	 estou	 a	 começar	 a	 compreender	melhor	 a	 sua	 técnica.	Suborna	 as</p><p>suas	vítimas	através	dos	seus	desejos	naturais	e	leva-as	a	tornarem-se	alheadas</p><p>se	 elas	 reagirem	 ao	 seu	 estímulo.	 Se	 elas	 se	 recusarem	 a	 responder,	 planta	 a</p><p>semente	do	medo	nas	 suas	mentes	ou	provoca-lhes	 algum	 tipo	de	 infortúnio,</p><p>atacando-as	enquanto	elas	estão	em	baixo.	É	esse	o	seu	método?</p><p>R	–	É	exatamente	assim	que	eu	trabalho.	Inteligente,	não	acha?</p><p>P	–	Quem	prefere	que	sirva	como	propagandista	–	jovens	ou	velhos?</p><p>R	–	Os	jovens,	é	claro!	Eles	podem	ser	influenciados	pela	maioria	dos	subornos</p><p>muito	 mais	 facilmente	 do	 que	 as	 pessoas	 mais	 maduras.	 Além	 disso,	 eles</p><p>permanecem	mais	tempo	ao	meu	serviço.</p><p>P	–	Sua	Majestade,	deu-me	uma	clara	descrição	do	alheamento.	Diga-me	o	que</p><p>deve	 ser	 feito	 para	 se	 precaver	 contra	 o	 hábito	 do	 alheamento?	 Quero	 uma</p><p>fórmula	completa	que	qualquer	um	possa	usar.</p><p>R	–	A	proteção	contra	o	alheamento	está	 facilmente	ao	alcance	de	 todo	o	ser</p><p>humano	que	possui	um	corpo	normal	e	uma	mente	sã.	A	autodefesa	pode	ser</p><p>aplicada	através	destes	métodos	simples:</p><p>1.	Pense	por	 si	mesmo	em	 todas	as	ocasiões.	O	 facto	de	os	 seres	humanos</p><p>não	 terem	 controlo	 total	 sobre	 nada	 exceto	 o	 poder	 de	 pensar	 por	 si</p><p>próprios	é	significativo.</p><p>2.	Decida	 definitivamente	 o	 que	 quer	 da	 vida;	 depois	 crie	 um	 plano	 para</p><p>alcançá-lo	e	esteja	disposto	a	sacrificar	tudo	o	resto,	se	necessário,	em	vez</p><p>de	aceitar	uma	derrota	permanente.</p><p>3.	Analise	a	derrota	 temporária,	qualquer	que	 seja	a	natureza	ou	a	causa,	 e</p><p>extraia	dela	a	semente	para	uma	vantagem	equivalente.</p><p>4.	Esteja	disposto	a	prestar	um	serviço	útil	equivalente	ao	valor	de	todas	as</p><p>coisas	materiais	que	pede	à	vida,	e	preste	o	serviço	primeiro.</p><p>5.	 Reconheça	 que	 o	 seu	 cérebro	 é	 um	 aparelho	 recetor	 que	 pode	 ser</p><p>sintonizado	para	receber	comunicações	da	central	universal	de	Inteligência</p><p>Infinita,	para	ajudá-lo	a	transformar	os	seus	desejos	no	equivalente	físico.</p><p>6.	 Reconheça	 que	 a	 sua	 maior	 vantagem	 é	 o	 tempo,	 a	 única	 coisa,	 com</p><p>exceção	do	poder	do	pensamento,	que	também	tem	nas	mãos	e	a	única	que</p><p>pode	 ser	 moldada	 para	 qualquer	 coisa	 material	 que	 seja	 do	 seu	 agrado.</p><p>Organize	 e	 apresente	 o	 orçamento	 do	 seu	 tempo	 para	 que	 nenhum	 seja</p><p>desperdiçado.</p><p>7.	Reconheça	que	o	medo	geralmente	preenche	 a	porção	disponível	da	 sua</p><p>mente.	 É	 somente	 um	 estado	 de	 espírito	 no	 qual	 pode	 controlar	 o</p><p>enchimento	 de	 espaço	 que	 ocupa	 com	 a	 fé	 na	 sua	 capacidade</p><p>de	 levar	 a</p><p>vida	a	dar-nos	aquilo	que	queremos	dela.</p><p>8.	Quando	rezar,	não	implore!	Peça	o	que	quer	e	insista	em	obter	exatamente</p><p>isso,	sem	substitutos.</p><p>9.	 Reconheça	 que	 a	 vida	 é	 cruel	 e	 que	 tem	 de	 a	 controlar	 ou	 será	 ela	 a</p><p>controlá-lo.	Não	há	meio-termo.	Nunca	aceite	da	vida	nada	que	não	queira.</p><p>Se	 aquilo	 que	 não	 quer	 lhe	 aparecer	 temporariamente,	 pode	 recusá-lo	 na</p><p>sua	própria	mente.	E	isso	abrirá	espaço	para	trazer	as	coisas	que	realmente</p><p>quer.</p><p>10.	 Por	 último,	 lembre-se	 de	 que	 seus	 pensamentos	 dominantes	 atraem,</p><p>através	 de	 uma	 lei	 definitiva	 da	 natureza,	 pela	 rota	 mais	 conveniente	 e</p><p>curta,	 a	 sua	 contrapartida	 física.	 Tenha	 cuidado	 com	 o	 foco	 dos	 seus</p><p>pensamentos.</p><p>P	 –	 Essa	 lista	 parece-me	 impressionante.	 Dê-me	 uma	 fórmula	 simples</p><p>combinando	os	dez	pontos.	Se	 tivesse	que	 combinar	 todos	os	 dez	pontos	 em</p><p>apenas	um,	qual	deles	seria?</p><p>R	–	Ser	definido	em	tudo	o	que	faz	e	nunca	deixar	pensamentos	não	acabados</p><p>na	mente.	Crie	o	hábito	de	alcançar	decisões	definidas	em	todos	os	assuntos.</p><p>P	–	O	hábito	do	alheamento	pode	ser	quebrado	ou	torna-se	permanente	depois</p><p>de	ter	sido	formado?</p><p>R	–	O	hábito	pode	ser	quebrado	se	a	vítima	tiver	força	de	vontade	suficiente,</p><p>desde	que	isso	seja	feito	a	tempo.	Existe	um	ponto	de	rutura	no	qual	o	hábito</p><p>nunca	mais	pode	ser	quebrado.	Para	além	desse	ponto,	a	vítima	é	minha.	Ela</p><p>parece	 uma	 mosca	 apanhada	 numa	 teia	 de	 aranha.	 Pode	 lutar,	 mas	 não</p><p>consegue	libertar-se.	Cada	movimento	que	ela	faça	prende-a	ainda	mais.	A	teia</p><p>na	qual	enredo	as	minhas	vítimas	permanentemente	é	uma	lei	da	natureza	que</p><p>ainda	não	foi	estudada	nem	entendida	pelos	homens	da	ciência.</p><p>CAPÍTULO	SEIS</p><p>O	RITMO</p><p>HIPNÓTICO</p><p>P	 –	 Que	 misteriosa	 lei	 é	 essa	 através	 da	 qual	 controla	 permanentemente	 os</p><p>corpos	das	pessoas	mesmo	antes	de	possuir	as	suas	almas?	Todos	querem	saber</p><p>mais	sobre	essa	lei	e	como	ela	funciona.</p><p>R	 –	 Será	 difícil	 descrever	 a	 lei	 de	 forma	 a	 poder	 compreendê-la,	 mas	 pode</p><p>chamar-lhe	“ritmo	hipnótico”.	É	a	mesma	lei	usada	para	hipnotizar	as	pessoas.</p><p>P	–	Então,	Sua	Majestade	possui	o	poder	de	usar	as	leis	da	natureza	como	uma</p><p>teia	para	prender	as	suas	vítimas	num	domínio	eterno.	É	isso	o	que	afirma?</p><p>R	 –	 Isso	 não	 é	 apenas	 o	 que	 eu	 afirmo.	 Isso	 é	 a	 verdade.	 Controlo	 as	 suas</p><p>mentes	e	os	seus	corpos	mesmo	antes	de	morrerem,	sempre	que	consigo	atraí-</p><p>las	ou	assustá-las	com	o	ritmo	hipnótico.</p><p>P	–	O	que	é	o	 ritmo	hipnótico?	Como	é	que	o	utiliza	para	dominar	de	forma</p><p>permanente	os	seres	humanos?</p><p>R	 –	 Terei	 de	 recuar	 no	 tempo	 e	 no	 espaço	 e	 dar-lhe	 uma	 breve	 descrição</p><p>elementar	 de	 como	 a	 natureza	 usa	 o	 ritmo	 hipnótico.	 Caso	 contrário,	 não</p><p>conseguirá	 compreender	 a	 descrição	 do	 meu	 uso	 desta	 lei	 universal	 para</p><p>controlar	os	seres	humanos.</p><p>P	–	Continue,	mas	mantenha	a	sua	história	confinada	a	exemplos	simples	em</p><p>que	eu	possa	basear	as	minhas	próprias	experiências	e	conhecimentos	das	leis</p><p>naturais.</p><p>R	–	Muito	bem.	Farei	o	meu	melhor.	Sabe	certamente	que	a	natureza	mantém</p><p>um	equilíbrio	perfeito	entre	 todos	os	elementos	e	 toda	a	energia	do	universo.</p><p>Sabe	que	as	estrelas	e	os	planetas	se	movem	com	uma	precisão	perfeita,	cada</p><p>qual	 respeitando	o	 seu	próprio	 lugar	no	 tempo	e	no	 espaço.	Pode	 ver	 que	 as</p><p>estações	do	ano	vão	e	vêm	com	uma	 regularidade	perfeita.	Pode	ver	que	um</p><p>carvalho	cresce	desde	que	é	uma	bolota	e	o	pinheiro	cresce	a	partir	da	semente</p><p>do	seu	antecessor.	Uma	bolota	nunca	produzirá	um	pinheiro	e	um	pinhão	nunca</p><p>produzirá	um	carvalho.</p><p>São	coisas	simples	que	qualquer	pessoa	consegue	entender;	o	que	é	difícil	de</p><p>ver	é	a	lei	universal	através	da	qual	a	natureza	mantém	um	equilíbrio	perfeito</p><p>em	toda	a	miríade	de	universos.</p><p>Os	 humanos	 tiveram	 consciência	 de	 uma	 ínfima	 fração	 desta	 grande	 lei</p><p>universal	 quando	Newton	 descobriu	 que	 ela	mantém	 a	 Terra	 na	 sua	 posição</p><p>exata	e	faz	com	que	todos	os	objetos	materiais	sejam	atraídos	para	o	centro	da</p><p>mesma.	Ele	chamou-lhe	Lei	da	Gravidade.</p><p>Mas	ele	não	avançou	o	suficiente	com	o	estudo	dessa	lei.	Se	o	tivesse	feito,</p><p>teria	descoberto	que	a	mesma	lei	que	mantém	a	Terra	na	sua	posição	e	ajuda	a</p><p>natureza	a	manter	um	equilíbrio	perfeito	nas	quatro	dimensões	–	nas	quais	toda</p><p>a	matéria	 e	 energia	 estão	 contidas	–	 é	 a	 teia	 com	a	qual	 prendo	e	 controlo	 a</p><p>mente	dos	seres	humanos.</p><p>P	–	Conte-me	mais	sobre	essa	surpreendente	lei	do	ritmo	hipnótico.</p><p>R	 –	 Conforme	 já	 afirmei,	 há	 uma	 forma	 universal	 de	 energia	 com	 a	 qual	 a</p><p>natureza	 mantém	 um	 equilíbrio	 perfeito	 entre	 toda	 a	 matéria	 e	 energia.	 A</p><p>natureza	usa	essa	forma	de	energia	de	maneira	muito	especializada,	dividindo-a</p><p>em	diferentes	comprimentos	de	onda.	O	processo	de	divisão	é	feito	através	do</p><p>hábito.</p><p>Compreenderá	melhor	o	que	estou	a	tentar	dizer	se	eu	fizer	uma	comparação</p><p>com	o	método	como	alguém	aprende	a	tocar	um	instrumento	musical.	Primeiro,</p><p>as	notas	musicais	são	memorizadas	na	mente.	Depois,	relacionam-se	umas	com</p><p>as	 outras	 através	 da	melodia	 e	 do	 ritmo.	A	 repetição	 da	melodia	 e	 do	 ritmo</p><p>fixam-se	na	nossa	mente.	Observe	como	o	músico	deve	repetir	incessantemente</p><p>uma	 música	 antes	 de	 a	 dominar.	 Através	 da	 repetição,	 as	 notas	 musicais</p><p>misturam-se	e	produzem	a	música.</p><p>Qualquer	impulso	de	pensamento	que	a	mente	repita	várias	vezes	através	do</p><p>hábito	 forma	 um	 ritmo	 organizado.	Hábitos	 indesejáveis	 podem	 ser	 curados.</p><p>Têm	 de	 ser	 curados	 antes	 de	 assumirem	 as	 proporções	 do	 ritmo.	 Está	 a</p><p>acompanhar-me?</p><p>P	–	Sim.</p><p>R	 –	 Bem,	 continuando,	 o	 ritmo	 é	 a	 última	 etapa	 do	 hábito!	 Qualquer</p><p>pensamento	 ou	 movimento	 físico	 que	 seja	 repetido	 várias	 vezes,	 através	 do</p><p>princípio	do	hábito,	alcança	finalmente	a	proporção	de	ritmo.</p><p>A	partir	desse	momento,	o	hábito	não	pode	ser	quebrado	porque	a	natureza</p><p>assume-o	 e	 transforma-o	 em	 algo	 permanente.	 É	 como	 um	 redemoinho	 na</p><p>água.	 Um	 objeto	 pode	 manter-se	 a	 flutuar	 indefinidamente	 até	 que	 seja</p><p>apanhado	num	redemoinho.	Depois	é	centri-fugado	e	não	consegue	escapar.	A</p><p>energia	do	pensamento	das	pessoas	pode	ser	comparada	à	água	num	rio.</p><p>P	–	Então	é	desta	forma	que	controla	a	mente	das	pessoas,	não	é?</p><p>R	–	Sim.	Tudo	o	que	tenho	que	fazer	para	conseguir	controlar	qualquer	mente</p><p>humana	é	induzir	o	seu	proprietário	ao	alheamento.</p><p>P	–	Devo	então	entender	que	o	hábito	do	alheamento	é	o	maior	 risco	que	as</p><p>pessoas	 correm	de	 perder	 a	 sua	 prerrogativa	 ou	 o	 seu	 privilégio	 de	 terem	os</p><p>seus	próprios	pensamentos	e	moldar	o	seu	próprio	destino?</p><p>R	 –	 Isso	 e	 muito	 mais.	 O	 alheamento	 também	 é	 o	 hábito	 através	 do	 qual</p><p>controlo	as	suas	almas	depois	de	desistirem	dos	seus	corpos	físicos.</p><p>P	–	Então,	o	único	meio	de	um	ser	humano	ser	salvo	da	aniquilação	eterna	é</p><p>mantendo	 o	 controlo	 sobre	 a	 sua	 própria	 mente	 enquanto	 está	 na	 Terra.	 É</p><p>verdade	isso?</p><p>R	 –	 É	 a	 verdade	 absoluta.	 Aqueles	 que	 controlam	 e	 usam	 as	 suas	 mentes</p><p>conseguem	escapar	da	minha	teia.	Todos	os	outros	acabam	nas	minhas	mãos	de</p><p>forma	tão	natural	como	o	sol	se	pôr	no	ocidente.</p><p>Diz	o	Diabo:	“Aqueles	que	controlam	e	usam	as	suas	mentes	conseguem</p><p>escapar	da	minha	teia.”</p><p>P	–	 Isso	 é	 tudo	 o	 que	 há	 para	 saber	 sobre	 a	 salvação	 da	 aniquilação	 eterna?</p><p>Aquilo	 a	 que	 chama	 oposição	 não	 tem	 nada	 que	 ver	 com	 a	 salvação	 das</p><p>pessoas?</p><p>R	–	Estou	a	ver	que	realmente	pensa	de	forma	profunda.	A	minha	oposição	–	o</p><p>poder	a	que	vocês	humanos	chamam	Deus	–	tem	tudo	que	ver	com	a	salvação</p><p>das	pessoas	da	aniquilação	eterna,	e	é	por	essa	razão	que	é	a	minha	oposição</p><p>que	fornece	a	cada	ser	humano	o	privilégio	de	poder	usar	a	sua	própria	mente.</p><p>Se	usar	esse	poder	para	manter	o	controlo	sobre	a	sua	própria	mente,	acaba</p><p>por	 se	 tornar	 uma	 parte	 dela	 quando	 desistir	 do	 seu	 corpo	 físico.	 Se</p><p>negligenciar	 o	 uso	 da	 sua	 mente,	 eu	 assumo	 o	 privilégio	 de	 tirar	 vantagem</p><p>dessa	negligência	através	da	lei	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	–	Com	que	parte	da	pessoa	fica	quando	a	controla?</p><p>R	 –	 Com	 tudo	 o	 que	 sobrar	 depois	 de	 ela	 deixar	 de	 controlar	 e	 usar	 a	 sua</p><p>própria	mente.</p><p>P	–	Por	outras	palavras,	quando	consegue	controlar	uma	pessoa,	apodera-se	de</p><p>toda	a	sua	individualidade	até	ao	momento	em	que	ela	deixa	de	usar	a	própria</p><p>mente?	Correto?</p><p>R	–	Essa	é	a	forma	como	trabalho.</p><p>P	 –	 O	 que	 faz	 com	 as	 pessoas	 que	 controla	 antes	 da	 morte?	 Para	 que	 lhe</p><p>servem	essas	pessoas	enquanto	estão	vivas?</p><p>R	–	Uso-as,	ou	o	que	sobrou	delas	depois	de	me	apoderar,	como	propagandistas</p><p>para	me	ajudarem	a	preparar	a	mente	de	outros	para	o	alheamento.</p><p>P	–	Não	só	engana	as	pessoas	destruindo	o	poder	de	controlarem	a	sua	própria</p><p>mente,	como	as	usa	para	ajudá-lo	a	enganar	outras?</p><p>R	–	Claro,	não	deixo	passar	nenhuma	oportunidade.</p><p>P	–	Vamos	voltar	 ao	 assunto	do	 ritmo	hipnótico.	Conte-me	mais	 pormenores</p><p>sobre	 o	 funcionamento	 desta	 lei.	 Mostre-me	 como	 usa	 as	 pessoas	 para	 o</p><p>ajudarem	a	apoderar-se	de	outras.	Quero	saber	a	maneira	mais	eficaz	de	usar	o</p><p>ritmo	hipnótico.</p><p>R	–	Ah,	isso	é	fácil!	Aquilo	que	mais	gosto	é	ocupar	a	mente	das	pessoas	com</p><p>medo.	 Depois	 de	 o	 fazer,	 não	 tenho	 nenhuma	 dificuldade	 em	 levá-las	 ao</p><p>alheamento	até	ficarem	presas	na	minha	teia	de	ritmo	hipnótico.</p><p>P	–	Que	tipo	de	medo	humano	melhor	serve	o	seu	objetivo?</p><p>R	–	O	medo	da	morte.</p><p>P	–	Porque	é	que	o	medo	da	morte	é	sua	arma	preferida?</p><p>R	 –	 Porque	 ninguém	 sabe	 e,	 de	 acordo	 com	 as	 leis	 naturais	 do	 universo,</p><p>ninguém	 consegue	 provar	 com	 precisão	 o	 que	 acontece	 após	 a	 morte.	 Esta</p><p>incerteza	assusta	as	pessoas.</p><p>Aquelas	que	se	entregam	ao	medo	–	a	qualquer	tipo	de	medo	–	recusam-se	a</p><p>usar	 a	 sua	 mente	 e	 começam	 a	 alhear-se.	 Por	 fim,	 elas	 alheiam-se	 no</p><p>redemoinho	do	ritmo	hipnótico	do	qual	poderão	nunca	escapar.</p><p>P	–	Então	não	se	preocupa	com	o	que	os	líderes	religiosos	pensam	ou	dizem	de</p><p>si	quando	falam	da	morte?</p><p>R	–	Não,	desde	que	eles	digam	alguma	coisa!	Se	as	igrejas	deixassem	de	falar</p><p>de	mim,	a	minha	causa	sofreria	um	grande	revés.	Todos	os	ataques	desferidos</p><p>contra	 mim	 aumentam	 o	 medo	 na	 mente	 de	 todas	 as	 pessoas	 que	 são</p><p>influenciadas	por	ele.	A	verdade	é	que	a	oposição	é	a	única	coisa	que	evita	que</p><p>algumas	pessoas	caiam	no	alheamento!	Desde	que	ela	não	se	agarre	a	isso!</p><p>P	–	Já	que	diz	que	as	igrejas	ajudam	a	sua	causa	em	vez	de	a	prejudicar,	diga-</p><p>me	então	o	que	o	preocupa?</p><p>R	–	A	minha	única	preocupação	é	que	algum	dia	possa	aparecer	na	Terra	um</p><p>verdadeiro	pensador.</p><p>P	–	O	que	aconteceria	se	um	pensador	aparecesse?</p><p>R	–	Pergunta-me	a	mim	o	que	aconteceria?	Vou	dizer-lhe	o	que	aconteceria.	As</p><p>pessoas	 aprenderiam	 a	 maior	 de	 todas	 as	 verdades	 –	 que	 o	 tempo	 que	 elas</p><p>passam	 a	 temer	 alguma	 coisa,	 se	 fosse	 invertido,	 dar-lhes-ia	 tudo	 o	 que	 elas</p><p>gostariam	de	 ter	 do	mundo	material	 e	 também	as	 salvaria	 de	mim	depois	 da</p><p>morte.	Vale	a	pena	pensar	nisso,	não	acha?</p><p>Diz	 o	 Diabo:	 “O	 tempo	 que	 elas	 [as	 pessoas]	 passam	 a	 temer	 alguma</p><p>coisa,	se	fosse	 invertido,	dar-lhes-ia	 tudo	o	que	elas	gostariam	de	 ter	do</p><p>mundo	material	e	também	as	salvaria	de	mim	depois	da	morte.”</p><p>P	–	O	que	impede	o	aparecimento	de	um	pensador	desses	no	mundo?</p><p>R	–	O	medo	da	crítica!	Talvez	lhe	possa	interessar	saber	que	o	medo	da	crítica</p><p>é	a	única	arma	eficaz	de	que	disponho	para	lutar	contra	si.	Se	não	tivesse	medo</p><p>de	 publicar	 esta	 confissão	 depois	 de	ma	 arrancar	 à	 força,	 eu	 perderia	 o	meu</p><p>reino	terreno.</p><p>P	–	E	se	eu	o	surpreendesse	e	a	publicasse,	quanto	tempo	levaria	a	perder	o	seu</p><p>reinado?</p><p>R	–	Apenas	o	tempo	suficiente	para	que	uma	geração	de	crianças	crescesse	em</p><p>entendimento.	 Não	 consegue	 tirar-me	 os	 adultos.	 Tenho-os	 muito	 presos	 na</p><p>minha	teia.	Mas	se	publicasse	esta	confissão	isso	seria	suficiente	para	manter-</p><p>me	 longe	 do	 controlo	 dos	 que	 ainda	 não	 nasceram	 e	 também	 daqueles	 que</p><p>ainda	não	alcançaram	a	idade	da	razão.	Não	ousaria	publicar	o	que	eu	lhe	falei</p><p>sobre	os	líderes	religiosos.	Eles	crucificá-lo-ão.</p><p>P	–	Pensei	que	a	prática	selvagem	da	crucificação	já	tivesse	passado	de	moda</p><p>há	mais	de	dois	mil	anos.</p><p>R	–	Não	estou	a	 falar	da	crucificação	numa	cruz,	 literalmente.	O	que	estou	a</p><p>falar	 é	 de	 uma	 crucificação	 social	 e	 financeira.	Deixaria	 de	 ter	 rendimentos.</p><p>Seria	 uma	persona	non	grata	 nos	 círculos	 sociais.	Os	 líderes	 religiosos	 e	 os</p><p>seus	seguidores	desprezá-lo-iam.</p><p>P	–	Suponho	que	deveria	apostar	nos	poucos	escolhidos	que	pretendem	fazer</p><p>uso	das	suas	próprias	mentes,	em	vez	de	me	preocupar	com	o	medo	das	muitas</p><p>pessoas	que	não	as	usam	–	as	pessoas	que	afirma	ter	98	por	cento?</p><p>R	–	Se	tiver	coragem	suficiente	para	o	fazer,	vai	prejudicar	o	meu	estilo.</p><p>Um	 arrepio	 percorreu-me	 a	 espinha	 quando	 li	 isto	 pela	 primeira	 vez…</p><p>uma	 vez	 que	 as	 circunstâncias	 tinham	 realmente	 impedido	 este</p><p>manuscrito,	escrito	em	1938,	de	ser	publicado	até	agora,	muito	depois	da</p><p>morte	de	Hill,	 em	1970.	Terá	 o	 adiamento	 da	 sua	 publicação	 realmente</p><p>sido	 provocado	 pelo	 “medo	 da	 crítica”	 por	 parte	 da	 sua	 mulher	 e</p><p>preocupação	 com	a	 reação	dos	 líderes	 religiosos	 e	 defensores	 da	 escola</p><p>pública…	 ou	 terá	 sido	 obra	 do	 próprio	 Diabo?	 E	 agora	 a	 família	 e	 a</p><p>Fundação	 decidiram	que	 era	 chegada	 a	 altura	 de	 partilhar	 o	manuscrito</p><p>com	 o	mundo.	 Devemos	 seguir	 a	 sabedoria	 de	 Hill,	 descobrir	 o	 nosso</p><p>“outro	eu”	e	controlar	as	nossas	próprias	mentes,	 reivindicando	o	nosso</p><p>destino?</p><p>P	–	Porque	não	fala	de	nenhum	cientista?	Não	gosta	de	cientistas?</p><p>R	–	Ah,	sim,	eu	gosto	de	todas	as	pessoas,	mas	os	verdadeiros	cientistas	estão</p><p>fora	do	meu	alcance.</p><p>P	–	Porquê?</p><p>R	–	Porque	eles	pensam	por	si	mesmos	e	passam	o	seu	tempo	a	estudar	as	leis</p><p>naturais.	Eles	lidam	com	causas	e	efeitos.	Lidam	com	factos	onde	quer	que	os</p><p>encontrem.	 Mas	 não	 cometa	 o	 erro	 de	 acreditar	 que	 os	 cientistas	 não	 têm</p><p>religião.	Eles	têm	uma	religião	muito	bem	definida.</p><p>P	–	Qual	é	a	religião	deles?</p><p>R	–	A	religião	da	verdade!	A	religião	das	leis	naturais.	Se	o	mundo	alguma	vez</p><p>produzir	 um	 pensador	 com	 capacidade	 para	 desvendar	 os	 mais	 profundos</p><p>segredos	 da	 vida	 e	 da	 morte,	 pode	 ter	 a	 certeza	 de	 que	 a	 ciência	 será</p><p>responsável	pela	catástrofe.</p><p>P	–	Catástrofe	para	quem?</p><p>R	–	Para	mim,	é	claro!</p><p>P	–	Regressemos	ao	assunto	do	 ritmo	hipnótico.	Quero	 saber	mais	 sobre	ele.</p><p>Por	 acaso,	 baseia-se	 no	 princípio	 segundo	 o	 qual	 as	 pessoas	 conseguem</p><p>hipnotizar-se	umas	às	outras?</p><p>R	–	É	precisamente	a	mesma	coisa,	e	eu	já	lhe	disse	isso.	Porque	repete	tantas</p><p>vezes	as	suas	questões?</p><p>P	–	Esse	é	um	velho	costume	mundano	muito	meu,	Sua	Majestade.	Para	 que</p><p>fique	esclarecido,	vou	dizer-lhe	que	o	estou	a	obrigar	a	repetir	tantas	vezes	as</p><p>suas	 afirmações	 para	 lhes	 dar	 mais	 ênfase.	 Também	 estou	 a	 tentar	 ver	 se</p><p>consigo	 apanhá-lo	 numa	 mentira!	 Não	 mude	 de	 assunto.	 Volte	 ao	 ritmo</p><p>hipnótico	e	conte-me	tudo	o	que	sabe	sobre	isso.	Eu	sou	uma	vítima	dele?</p><p>R	–	Neste	momento	não,	mas	quase	caiu	na	minha	teia.	Alheou-se	na	questão</p><p>do	redemoinho	do	ritmo	hipnótico	até	descobrir	como	me	obrigar	a	fazer	esta</p><p>confissão.	Nesse	momento,	perdi	o	controlo	sobre	si!</p><p>P	 –	 Que	 interessante.	 Não	 está	 a	 tentar	 apanhar-me	 através	 da	 lisonja,	 pois</p><p>não?</p><p>R	–	Esse	seria	o	melhor	suborno	que	poderia	oferecer-lhe.	É	o	suborno	que	usei</p><p>em	si	antes	de	conseguir	realmente	ser	mais	esperto	do	que	eu.</p><p>P	–	Tentou	lisonjear-me	com	o	quê?</p><p>R	 –	 Com	 muitas	 coisas,	 principalmente	 com	 o	 sexo	 e	 com	 o	 desejo	 por</p><p>autoexpressão.</p><p>P	–	Que	efeito	teve	em	mim	o	seu	suborno?</p><p>R	–	 Fez	 com	que	 negligenciasse	 o	 seu	 principal	 objetivo	 na	 vida	 e	 com	que</p><p>começasse	a	alhear-se.</p><p>P	–	Foi	só	isso	que	me	fez	com	os	seus	subornos?</p><p>R	–	Isso	já	é	muito.</p><p>P	–	Mas	já	estou	de	volta	ao	caminho	e	fora	do	seu	alcance	agora,	não	estou?</p><p>R	–	Sim,	está	temporariamente	fora	do	meu	alcance,	porque	não	está	alheado.</p><p>P</p><p>–	 O	 que	 quebrou	 o	 seu	 feitiço	 sobre	 mim	 e	 me	 libertou	 do	 hábito	 do</p><p>alheamento?</p><p>R	–	A	minha	resposta	poderá	humilhá-lo.	Deseja	ouvi-la?</p><p>P	–	Não	 se	 acanhe	 e	 diga-me,	Sua	Majestade.	Quero	 saber	 até	 onde	 consigo</p><p>aguentar	a	verdade.</p><p>R	–	Quando	encontrou	um	grande	amor	na	mulher	da	sua	escolha,	perdi	o	meu</p><p>controlo	sobre	si.</p><p>P	–	Então	vai	acusar-me	de	me	esconder	atrás	das	saias	de	uma	mulher,	é	isso?</p><p>R	–	Não,	não	se	está	a	esconder.	Eu	não	poria	as	coisas	dessa	forma.	Diria	que</p><p>aprendeu	 a	 aproveitar-se	 de	 uma	 história	 sólida	 com	 o	 embelezamento	 da</p><p>mente	de	uma	mulher.</p><p>P	–	Então	a	saia	da	mulher	não	tem	nada	que	ver	com	isso?</p><p>R	–	Não,	mas	o	cérebro	dela	sim.	Quando	começou	a	juntar	o	seu	cérebro	com</p><p>o	da	 sua	mulher	 através	do	 seu	hábito	 diário	 de	Master	Minding,	 deparou-se</p><p>com	o	poder	secreto	com	o	qual	me	obrigou	a	realizar	esta	confissão.</p><p>P	–	Isso	é	verdade	ou	está	a	tentar	lisonjear-me	novamente?</p><p>R	–	Eu	podia	 lisonjeá-lo	se	estivesse	sozinho	consigo,	mas	não	o	posso	fazer</p><p>enquanto	estiver	a	usar	também	a	mente	da	sua	mulher.</p><p>P	–	Estou	a	começar	a	compreender	algo	muito	importante.	Estou	a	começar	a</p><p>entender	 o	 que	 queria	 dizer	 aquela	 citação	 da	 Bíblia	 que	 declarava</p><p>essencialmente:	 “Se	 dois	 de	 vocês,	 na	 terra,	 concordarem	 em	 qualquer	 coisa</p><p>importante	que	pedirem,	ela	lhes	será	concedida.”	É	verdade,	então,	que	duas</p><p>mentes	são	melhores	do	que	uma.</p><p>R	 –	 Não	 é	 somente	 verdade,	 mas	 é	 também	 necessário	 antes	 que	 alguém</p><p>consiga	continuamente	contactar	a	grande	central	de	Inteligência	Infinita	onde</p><p>está	armazenado	tudo	o	que	é,	o	que	foi,	e	o	que	será.</p><p>P	–	Existe	essa	central	de	Inteligência	Infinita?</p><p>R	–	Se	não	existisse,	não	conseguiria	estar	neste	momento	a	humilhar-me	com</p><p>esta	confissão	tola	e	forçada.</p><p>P	–	Não	é	perigoso	dar	este	tipo	de	informação	ao	mundo?</p><p>R	–	Claro,	é	muito	perigoso	para	mim.	Se	fosse	a	si	não	divulgaria	este	tipo	de</p><p>informação.</p><p>P	–	 Voltemos	 à	 técnica	 através	 da	 qual	 prende	 as	 suas	 vítimas	 no	 hábito	 do</p><p>alheamento.	Qual	é	o	primeiro	passo	que	um	alheado	deve	dar	para	quebrar	o</p><p>hábito?</p><p>R	–	Um	desejo	ardente	de	quebrá-lo!	Sabe	certamente	que	ninguém	pode	ser</p><p>hipnotizado	por	outra	pessoa	 sem	estar	disposto	a	 isso.	Essa	disposição	pode</p><p>assumir	a	forma	de	indiferença	em	relação	à	vida	em	geral,	falta	de	ambição,</p><p>medo,	 falta	de	definição	de	um	propósito	e	muitas	outras	 formas.	A	natureza</p><p>não	 precisa	 do	 consentimento	 de	 ninguém	 para	 fazer	 uma	 pessoa	 cair	 sob	 o</p><p>feitiço	do	ritmo	hipnótico.	Tudo	o	que	ela	precisa	é	de	encontrar	essa	pessoa</p><p>desprevenida,	 através	 de	 qualquer	 forma	 de	 recusa	 em	 usar	 a	 sua	 própria</p><p>mente.	Lembre-se	disto:	o	que	quer	que	tenha,	use	ou	perde!</p><p>Todas	as	tentativas	bem-sucedidas	de	quebrar	o	hábito	do	alheamento	devem</p><p>ser	 feitas	 antes	 que	 a	 natureza	 torne	 o	 hábito	 permanente	 através	 do	 ritmo</p><p>hipnótico.</p><p>P	–	Pelo	que	estou	a	compreender,	o	ritmo	hipnótico	é	uma	lei	natural	através</p><p>da	qual	a	natureza	fixa	a	vibração	de	todos	os	ambientes.	Verdade?</p><p>R	 –	 Sim,	 a	 natureza	 usa	 o	 ritmo	 hipnótico	 para	 tornar	 permanentes	 os</p><p>pensamentos	 dominantes	 de	 uma	 pessoa	 e	 os	 seus	 hábitos	 de	 pensamento.	 É</p><p>por	 isso	 que	 a	 pobreza	 é	 uma	 doença.	A	 natureza	 fá-la	 dessa	 forma	 fixando</p><p>permanentemente	os	hábitos	de	pensamento	de	todos	os	que	aceitam	a	pobreza</p><p>como	uma	circunstância	inevitável.</p><p>Através	 dessa	 mesma	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico,	 a	 natureza	 também	 fixa</p><p>permanentemente	os	pensamentos	positivos	de	riqueza	e	prosperidade.</p><p>Talvez	compreenda	melhor	a	forma	de	funcionamento	do	ritmo	hipnótico	se</p><p>eu	 lhe	 disser	 que	 a	 sua	 natureza	 é	 fixar	 permanentemente	 todos	 os	 hábitos,</p><p>sejam	 eles	mentais	 ou	 físicos.	 Se	 a	 sua	mente	 teme	 a	 pobreza,	 a	 sua	mente</p><p>atrairá	a	pobreza.	Se	a	sua	mente	deseja	e	espera	riqueza,	a	sua	mente	atrairá	os</p><p>equivalentes	físicos	e	financeiros	da	opulência.	Isso	está	em	concordância	com</p><p>uma	lei	imutável	da	natureza.</p><p>Hill	 escreveu	 pela	 primeira	 vez	 sobre	 a	 Lei	 da	 Atração	 na	 edição	 de</p><p>março	de	1919	da	sua	revista	Golden	Rule.	Nesta	última	década,	esta	lei</p><p>imutável	 da	 natureza	 tem-se	 tornado	 popular	 no	 mundo	 através	 do</p><p>sucesso	retumbante	do	livro	e	do	filme	O	Segredo.</p><p>P	–	O	 escritor	 daquela	 frase	da	Bíblia	 “o	que	o	homem	plantar,	 ele	 colherá”</p><p>tinha	em	mente	esta	lei	da	natureza?</p><p>R	–	 Ele	 só	 podia	 ter	 isso	 em	mente.	A	 afirmação	 é	 verdadeira.	Podemos	 ver</p><p>evidências	dessa	verdade	em	todas	as	relações	humanas.</p><p>P	–	É	por	isso	que	o	homem	que	tem	o	hábito	de	se	alhear	da	vida	deve	aceitar</p><p>o	que	a	vida	lhe	der.	Correto?</p><p>R	 –	 Absolutamente	 correto.	 A	 vida	 paga	 ao	 alheado	 o	 seu	 próprio	 preço</p><p>segundo	 as	 suas	 próprias	 condições.	 O	 não-alheado	 faz	 com	 que	 a	 vida	 lhe</p><p>pague	nos	seus	termos.</p><p>P	–	A	questão	da	moral	não	entra	naquilo	que	se	consegue	obter	da	vida?</p><p>R	–	Claro,	mas	apenas	porque	a	moral	tem	influência	nos	pensamentos	de	uma</p><p>pessoa.	Ninguém	consegue	o	que	quer	da	vida	somente	por	ser	bom,	se	é	isso</p><p>que	quer	saber.</p><p>P	 –	 Não,	 acho	 que	 não.	 Compreendo	 o	 que	 quer	 dizer.	 Estamos	 todos	 onde</p><p>estamos	e	somos	o	que	somos	por	causa	das	nossas	ações.</p><p>R	–	Não,	não	exatamente.	Estão	onde	estão	e	são	o	que	são	por	causa	dos	seus</p><p>pensamentos	e	das	suas	ações.</p><p>P	–	Então	não	existe	aquilo	a	que	chamamos	sorte,	pois	não?</p><p>R	–	Explicitamente,	não.	As	circunstâncias	que	as	pessoas	não	entendem	são</p><p>classificadas	como	sorte.	Por	 trás	de	cada	realidade	existe	uma	causa.	Muitas</p><p>vezes	a	causa	está	 tão	 longe	do	efeito	que	a	circunstância	pode	ser	explicada</p><p>somente	atribuindo-se	a	sorte.	A	natureza	não	reconhece	tal	 lei	como	sorte.	É</p><p>uma	 hipótese	 feita	 pelo	 homem,	 com	 a	 qual	 ele	 explica	 as	 coisas	 que	 não</p><p>entende.	 Lembre-se	 disto:	 tudo	 o	 que	 possui	 uma	 existência	 real	 pode	 ser</p><p>provado.	Mantenha	essa	verdade	na	sua	mente	e	tornar-se-á	um	pensador	mais</p><p>profundo.</p><p>P	–	O	que	é	mais	importante:	os	pensamentos	ou	os	atos?</p><p>R	–	Todos	os	atos	são	consequência	de	pensamentos.	Não	existem	feitos	sem</p><p>antes	ter	havido	um	padrão	de	pensamento.	Além	disso,	todos	os	pensamentos</p><p>têm	 tendência	 a	 tornarem-se	 no	 seu	 equivalente	 físico.	 Os	 pensamentos</p><p>dominantes,	aqueles	que	misturamos	com	as	emoções,	desejos,	esperança,	 fé,</p><p>medo,	 ódio,	 ganância,	 entusiasmo,	 não	 só	 têm	 tendência	 a	 tornar-se	 no	 seu</p><p>equivalente	físico,	como	são	obrigados	a	isso.</p><p>P	–	 Isso	 lembra-me	que	quero	pedir-lhe	para	me	 falar	mais	 sobre	 si	 próprio.</p><p>Além	da	mente	das	pessoas,	onde	trabalha	e	vive?</p><p>R	–	Trabalho	onde	quer	que	haja	algo	que	eu	possa	controlar	e	apropriar-me.	Já</p><p>lhe	disse	que	eu	sou	a	parte	negativa	do	eletrão	da	matéria.</p><p>•	Sou	a	explosão	do	raio.</p><p>•	Sou	a	dor	na	doença	e	no	sofrimento	físico.</p><p>•	Sou	o	general	invisível	na	guerra.</p><p>•	Sou	o	agente	desconhecido	da	pobreza	e	da	fome.</p><p>•	Sou	o	carrasco	na	morte.</p><p>•	Sou	o	inspirador	da	luxúria	da	carne.</p><p>•	Sou	o	criador	do	ciúme,	da	inveja	e	da	ganância.</p><p>•	Sou	o	instigador	do	medo.</p><p>•	Sou	o	génio	que	converte	os	feitos	dos	homens	da	ciência	em	instrumentos</p><p>de	morte.</p><p>•	Sou	o	destruidor	da	harmonia	em	todas	as	formas	de	relações	humanas.</p><p>•	Sou	a	antítese	da	justiça.</p><p>•	Sou	a	força	impulsionadora	de	toda	a	imoralidade.</p><p>•	Sou	o	obstáculo	a	tudo	o	que	é	bom.</p><p>•	Sou	a	ansiedade,	o	suspense,	a	superstição	e	a	insanidade.</p><p>•	Sou	o	destruidor	da	esperança	e	da	fé.</p><p>•	Sou	o	inspirador	dos	rumores	destrutivos	e	do	escândalo.</p><p>•	Sou	o	desencorajador	do	pensamento	livre	e	independente.</p><p>•	 Em	 resumo,	 sou	 o	 criador	 de	 todas	 as	 formas	 de	 desgraça	 humana,	 o</p><p>instigador	do	desencorajamento	e	do	desapontamento.</p><p>P	–	E	não	chama	a	isso	frio	e	cruel?</p><p>R	–	Eu	chamo-lhe	inegável	e	certo.</p><p>A	crise	económica	mundial	destruiu	os	hábitos	dos	homens	e	redistribuiu	as</p><p>fontes	 de	 oportunidade	 em	 todos	 os	 setores	 da	 vida	 numa	 escala	 sem</p><p>precedentes.</p><p>O	álibi	do	alheado,	com	o	qual	ele	tenta	explicar	a	sua	posição</p><p>indesejável,	é</p><p>o	seu	grito	de	que	acabaram	as	novas	oportunidades	no	mundo.</p><p>Os	não-alheados	não	esperam	pela	oportunidade	para	saber	o	seu	caminho.</p><p>Eles	 criam	 oportunidades	 que	 encaixem	 nos	 seus	 desejos	 e	 necessidades	 da</p><p>vida!</p><p>Hill	 fala	 das	 grandes	 oportunidades	 que	 surgiram	 durante	 a	 Grande</p><p>Depressão	 e	 das	 fortunas	 que	 ganharam	 aqueles	 que	 agarraram	 essas</p><p>oportunidades.	Acho	que	Hill	diria	o	mesmo	nos	nossos	dias…	existem</p><p>muitas	oportunidades	hoje	devido	à	crise	económica.	Vai	agarrar	alguma</p><p>e	 criar	 a	 sua	 própria	 oportunidade	 para	 encaixar	 os	 seus	 desejos	 e</p><p>necessidades?</p><p>P	–	Os	não-alheados	 são	 suficientemente	 espertos	para	 evitar	 a	 influência	do</p><p>ritmo	hipnótico?</p><p>R	 –	 Ninguém	 é	 suficientemente	 esperto	 para	 fugir	 da	 influência	 do	 ritmo</p><p>hipnótico.	Uma	pessoa	pode	facilmente	evitar	a	influência	da	Lei	da	Gravidade.</p><p>A	Lei	do	Ritmo	Hipnótico	fixa	permanentemente	os	pensamentos	dominantes</p><p>dos	homens,	quer	sejam	alheados	ou	não-alheados.</p><p>Não	existe	razão	para	que	um	não-alheado	queira	evitar	a	influência	do	ritmo</p><p>hipnótico,	 porque	 essa	 lei	 é-lhe	 favorável.	 Ela	 ajuda-o	 a	 converter	 os	 seus</p><p>objetivos,	 planos	 e	metas	 de	 domínio	 nas	 suas	 réplicas	 físicas.	 Fixa	 os	 seus</p><p>hábitos	de	pensamento	e	torna-os	permanentes.</p><p>Somente	um	alheado	desejaria	escapar	à	influência	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	–	Grande	parte	da	minha	vida	adulta	fui	um	alheado.	Como	é	que	consegui</p><p>escapar	do	redemoinho	do	ritmo	hipnótico?</p><p>R	–	Não	conseguiu.	Grande	parte	dos	seus	pensamentos	e	desejos	dominantes,</p><p>desde	 que	 alcançou	 a	 idade	 adulta,	 têm	 sido	 um	 desejo	 bem	 definido	 de</p><p>compreender	todas	as	potencialidades	da	mente.</p><p>Pode	 ter-se	 alheado	 em	 pensamentos	 de	 menor	 importância,	 mas	 não	 se</p><p>alheou	em	relação	a	esse	desejo.	E	porque	não	se	alheou,	está	agora	a	redigir</p><p>um	documento	que	lhe	dará	exatamente	o	que	os	seus	pensamentos	dominantes</p><p>desejavam	da	vida.</p><p>P	 –	 Porque	 é	 que	 a	 sua	 oposição	 não	 usa	 o	 ritmo	 hipnótico	 para	 tornar</p><p>permanentes	os	pensamentos	mais	elevados	e	as	ações	nobres?	Porque	é	que	a</p><p>sua	 oposição	 permite	 que	 use	 essa	 força	 estupenda	 como	 um	 meio	 de</p><p>emaranhar	 as	 pessoas	 numa	 teia	 diabólica	 gerada	 pelos	 seus	 próprios</p><p>pensamentos	e	ações?	Porque	é	que	a	sua	oposição	não	o	vence	 limitando	as</p><p>pessoas	 a	 terem	 pensamentos	 que	 as	 construam	 e	 as	 elevem	 acima	 da	 sua</p><p>influência?</p><p>R	–	A	lei	do	ritmo	hipnótico	está	disponível	para	todos	os	que	a	queiram	usar.</p><p>Eu	 uso-a	 de	 forma	mais	 eficaz	 do	 que	 a	minha	 oposição,	 porque	 ofereço	 às</p><p>pessoas	 subornos	 mais	 atrativos	 para	 que	 elas	 pensem	 o	 meu	 tipo	 de</p><p>pensamentos	e	realizem	o	meu	tipo	de	ações.</p><p>P	–	Por	outras	palavras,	controla	as	pessoas	tornando	os	pensamentos	negativos</p><p>e	as	ações	destrutivas	num	prazer	para	elas.	Certo?</p><p>R	–	Sim,	essa	é	exatamente	a	ideia!</p><p>CAPÍTULO	SETE</p><p>AS	SEMENTES</p><p>DO	MEDO</p><p>P	 –	 Sempre	 me	 perguntei	 porque	 é	 que	 a	 sua	 oposição	 –	 aquele	 a	 que	 nós</p><p>humanos	chamamos	Deus	–	simplesmente	não	o	aniquila?	Pode	dizer-me	por</p><p>que	razão?</p><p>R	–	Porque	o	poder	é	 tanto	meu	como	dele.	É	 isso	que	 tenho	estado	a	 tentar</p><p>dizer-lhe.	 O	 poder	 mais	 elevado	 do	 universo	 pode	 ser	 usado	 para	 fins</p><p>construtivos,	 através	 daquele	 a	 quem	 chamam	Deus,	 ou	 pode	 ser	 usado	 para</p><p>fins	negativos,	através	daquele	a	quem	chamam	Diabo.	E	há	algo	ainda	mais</p><p>importante:	esse	poder	pode	ser	usado	por	qualquer	ser	humano	de	forma	tão</p><p>eficaz	como	por	Deus	ou	por	mim.</p><p>P	–	Está	a	fazer	uma	afirmação	muito	abrangente.	Consegue	provar	o	que	está</p><p>a	afirmar?</p><p>R	 –	 Sim,	mas	 seria	muito	melhor	 se	 o	 conseguisse	 provar	 por	 si	mesmo.	A</p><p>palavra	 do	 Diabo	 não	 tem	 muita	 validade	 entre	 vocês,	 humanos	 pecadores.</p><p>Nem	a	palavra	de	Deus.	Temem	o	Diabo	 e	 não	 confiam	no	vosso	Deus.	 Por</p><p>isso,	 apenas	 têm	 uma	 fonte	 disponível	 para	 indicar	 o	 benefício	 do	 poder</p><p>universal,	que	é	justamente	confiar	e	usar	o	seu	próprio	poder	do	pensamento.</p><p>Esse	é	o	caminho	direto	para	a	central	universal	de	Inteligência	Infinita.	Não	há</p><p>outro	caminho	disponível	para	qualquer	ser	humano.</p><p>P	 –	 Porque	 é	 que	 nós,	 seres	 humanos,	 não	 encontrámos	 o	 caminho	 para	 a</p><p>Inteligência	Infinita	mais	cedo?</p><p>R	 –	 Porque	 eu	 intercetei-vos	 e	 tirei-vos	 do	 caminho	 semeando	 nas	 vossas</p><p>mentes	 pensamentos	 que	 destroem	 o	 vosso	 poder	 de	 usar	 a	mente	 de	 forma</p><p>construtiva.	Tornei	atrativa	a	utilização	do	Poder	da	 Inteligência	 Infinita	para</p><p>obter	fins	negativos,	através	da	ganância,	da	avareza,	da	luxúria,	da	inveja	e	do</p><p>ódio.	 Lembre-se,	 a	 sua	 mente	 atrai	 aquilo	 com	 que	 ela	 mais	 lida.	 Para	 vos</p><p>manter	longe	da	minha	oposição,	só	tinha	que	alimentar-vos	com	pensamentos</p><p>que	fossem	úteis	à	minha	causa.</p><p>P	–	Se	estou	a	compreender	bem,	está	a	admitir	que	nenhum	ser	humano	tem</p><p>de	temer	o	Diabo	ou	de	se	preocupar	em	lisonjear	Deus!</p><p>R	–	É	precisamente	 isso.	Esta	 admissão	 pode	 afetar	 o	meu	 estilo,	mas	 tenho</p><p>esta	satisfação	de	saber	que	pode	abrandar	a	minha	oposição	enviando	pessoas</p><p>diretamente	à	fonte	de	todo	o	poder.</p><p>Aqui,	 como	 noutros	 pontos	 durante	 este	 diálogo,	 Hill	 torna-se</p><p>explicitamente	 teológico.	Usando	 o	Diabo	 para	 despistar	 e	 deixando	 as</p><p>palavras	sair	da	boca	do	símbolo	do	mal,	Napoleon	Hill	pode	explanar	os</p><p>seus	pensamentos	e	opiniões	sobre	Deus	–	Inteligência	Infinita	–	como	a</p><p>última	fonte	para	a	sua	filosofia	de	sucesso.</p><p>P	–	Por	outras	palavras,	se	não	pode	controlar	as	pessoas	através	de	subornos</p><p>negativos	 ou	 do	 medo,	 então	 prefere	 mandar	 tudo	 às	 urtigas	 e	 mostrar	 às</p><p>pessoas	 como	 ir	 diretamente	 a	 Deus?	 Por	 acaso	 também	 é	 político?	 A	 sua</p><p>técnica	parece-me	estranhamente	familiar.</p><p>R	–	Eu,	na	política?	Se	eu	não	estou	na	política,	quem	pensa	que	lança	as	crises</p><p>económicas	e	leva	as	pessoas	a	entrarem	em	guerra?	Por	acaso	acha	que	esse</p><p>papel	pertence	à	minha	oposição?	Como	já	lhe	disse,	tenho	aliados	em	todos	os</p><p>setores	da	vida	para	me	ajudarem	em	todas	as	relações	humanas.</p><p>P	–	Porque	é	que	não	 se	apodera	das	 igrejas	e	 as	usa	definitivamente	na	 sua</p><p>causa?</p><p>R	 –	 Acha	 que	 sou	 idiota?	 Quem	 manteria	 vivo	 o	 medo	 do	 Diabo	 se	 eu</p><p>subjugasse	as	igrejas?	Quem	serviria	de	isco	para	atrair	a	atenção	das	pessoas</p><p>enquanto	eu	manipulo	as	suas	mentes	se	eu	não	tivesse	uma	agência	através	da</p><p>qual	 pudesse	 semear	 as	 sementes	 do	 medo	 e	 da	 dúvida?	 A	 coisa	 mais</p><p>inteligente	 que	 faço	 é	 justamente	 usar	 os	 aliados	 da	 minha	 oposição	 para</p><p>manter	 sempre	 vivo	 o	 medo	 do	 Inferno	 na	 mente	 das	 pessoas.	 Enquanto	 as</p><p>pessoas	temerem	algo,	seja	o	que	for,	eu	manterei	o	meu	controlo	sobre	elas.</p><p>P	–	Estou	a	começar	a	perceber	o	seu	esquema.	Usa	as	 igrejas	para	plantar	a</p><p>semente	do	medo,	da	 incerteza	 e	da	 indefinição	na	mente	das	pessoas.	Esses</p><p>estados	negativos	da	mente	levam	as	pessoas	a	formar	o	hábito	do	alheamento.</p><p>Esse	hábito	acaba	por	se	tornar	permanente	através	da	lei	do	ritmo	hipnótico;</p><p>depois	 a	 vítima	 fica	 indefesa	 para	 se	 ajudar	 a	 si	 mesma,	 não	 é?	 O	 ritmo</p><p>hipnótico	então	é	algo	para	ser	observado	e	respeitado?</p><p>R	–	A	melhor	 forma	de	dizer	 a	verdade	é	que	o	 ritmo	hipnótico	 é	 algo	a	 ser</p><p>estudado,	 compreendido	 e	 aplicado	 voluntariamente	 para	 alcançar	 metas</p><p>precisas	e	desejadas.</p><p>P	–	A	 força	 do	 ritmo	 hipnótico	 pode	 constituir	 um	grande	 perigo	 se	 não	 for</p><p>aplicada	voluntariamente	para	se	alcançar	determinados	fins?</p><p>R	–	 Sim,	 e	 porque	 ela	 funciona	 automaticamente.	 Se	 ela	 não	 for	 aplicada	 de</p><p>forma	 consciente	 para	 obter	 um	 resultado	 desejado,	 poderá	 e	 conseguirá</p><p>resultados	indesejados.</p><p>Pense	no	clima,	por	exemplo.	Qualquer	pessoa	pode	ver	e	compreender	que	a</p><p>natureza	obriga	cada	ser	humano	e	cada	elemento	da	matéria	a	ajustarem-se	ao</p><p>seu	clima.	Nos	 trópicos	 ela	 cria	 árvores	que	dão	 frutos	 e	 se	 reproduzem.	Ela</p><p>força	as	árvores	a	formarem	folhas	especialmente	adequadas	à	proteção	contra</p><p>os	 raios	 de</p><p>sol.	 Estas	 mesmas	 árvores	 não	 poderiam	 sobreviver	 se	 fossem</p><p>removidas	 para	 as	 regiões	 árticas,	 onde	 a	 natureza	 estabeleceu	 um	 clima</p><p>completamente	diferente.</p><p>Num	clima	mais	frio	ela	cria	árvores	que	são	adequadas	para	sobreviverem	e</p><p>se	 reproduzirem,	mas	 elas	 não	poderiam	 sobreviver	 se	 fossem	 transplantadas</p><p>nas	 regiões	 tropicais.	 Da	 mesma	 maneira,	 a	 natureza	 veste	 os	 seus	 animais</p><p>dando	 a	 cada	 um	 deles,	 em	 cada	 clima	 diferente,	 um	 tipo	 de	 cobertura</p><p>adequada	para	o	seu	conforto	e	sobrevivência	nesse	clima.</p><p>De	igual	maneira,	a	natureza	impõe	na	mente	dos	homens	as	influências	do</p><p>seu	 ambiente,	 e	 que	 são	 mais	 fortes	 do	 que	 os	 próprios	 pensamentos	 dos</p><p>indivíduos.	As	 crianças	 são	 obrigadas	 pela	 natureza	 a	 receber	 influência	 de</p><p>todos	à	sua	volta,	a	não	ser	que	seus	próprios	pensamentos	sejam	mais	fortes</p><p>do	que	essas	influências.</p><p>A	natureza	estabelece	um	ritmo	definido	para	cada	ambiente,	e	 tudo	dentro</p><p>desse	 ritmo	 é	 forçado	 a	 adaptar-se.	 O	 homem,	 sozinho,	 possui	 o	 poder	 de</p><p>estabelecer	 o	 seu	 próprio	 ritmo	 de	 pensamento,	 desde	 que	 ele	 exercite	 este</p><p>privilégio	antes	de	o	ritmo	hipnótico	ter	forçado	sobre	ele	as	influências	do	seu</p><p>ambiente.</p><p>Todas	as	casas,	todos	os	tipos	de	negócio,	todas	as	cidades	e	vilas	e	todas	as</p><p>ruas	e	centros	comunitários	têm	o	seu	próprio	ritmo,	definido	e	compreensível.</p><p>Se	deseja	 saber	que	diferença	existe	nos	 ritmos	das	 ruas,	dê	um	passeio	pela</p><p>Quinta	 Avenida,	 em	 Nova	 Iorque,	 e	 depois	 desça	 uma	 rua	 em	 direção	 aos</p><p>bairros	pobres!	Todas	as	formas	de	ritmo	se	tornam	permanentes	com	o	tempo.</p><p>P	–	Cada	indivíduo	possui	o	seu	próprio	ritmo	de	pensamento?</p><p>R	–	Sim.	Essa	é	precisamente	a	maior	diferença	entre	os	indivíduos.	A	pessoa</p><p>que	pensa	em	termos	de	poder,	sucesso,	opulência,	define	um	ritmo	que	atrai</p><p>essas	posses	desejáveis.	A	pessoa	que	pensa	 em	 termos	de	miséria,	 escassez,</p><p>fracasso,	desencorajamento	e	pobreza	atrai	essas	influências	indesejáveis.	Isso</p><p>explica	por	que	razão	o	sucesso	e	o	fracasso	são	resultados	do	hábito.	O	hábito</p><p>estabelece	o	ritmo	do	pensamento	e	esse	ritmo	atrai	o	objeto	dos	pensamentos</p><p>dominantes.</p><p>P	–	O	ritmo	hipnótico	é	algo	que	se	parece	com	um	íman	que	atrai	coisas	pelas</p><p>quais	possui	uma	afinidade	magnética.	Está	correto?</p><p>R	–	Sim,	isso	está	correto.	É	por	isso	que	as	pessoas	orientadas	para	a	pobreza</p><p>se	 juntam	 nas	 mesmas	 comunidades.	 Isso	 explica	 aquele	 velho	 ditado:	 “A</p><p>miséria	adora	companhia.”	Isso	também	explica	por	que	razão	as	pessoas	que</p><p>começam	a	ser	bem-sucedidas	em	qualquer	tarefa	descobrem	que	o	sucesso	se</p><p>multiplica	com	muito	menos	esforço,	à	medida	que	o	tempo	passa.</p><p>Todas	 as	 pessoas	 bem-sucedidas	 usam	 o	 ritmo	 hipnótico,	 quer	 consciente</p><p>quer	inconscientemente,	esperando	e	exigindo	o	sucesso.	A	exigência	torna-se</p><p>um	 hábito,	 o	 ritmo	 hipnótico	 apodera-se	 do	 hábito,	 e	 a	 lei	 da	 atração</p><p>harmoniosa	tradu-la	para	o	seu	equivalente	físico.</p><p>P	 –	 Por	 outras	 palavras,	 se	 eu	 souber	 o	 que	 quero	 da	 vida,	 se	 o	 exigir</p><p>mostrando	disponibilidade	para	pagar	o	preço	que	a	vida	cobrar	por	esta	minha</p><p>imposição,	 e	 ainda	 recusar	 aceitar	 quaisquer	 substitutos,	 a	 lei	 do	 ritmo</p><p>hipnótico	tomará	conta	dos	meus	desejos	e	ajudar-me-á,	pelos	meios	lógicos	e</p><p>naturais,	a	transformá-los	no	seu	equivalente	físico.	Isso	é	verdade?</p><p>R	–	Isso	descreve	a	forma	como	a	lei	funciona.</p><p>P	–	A	ciência	estabeleceu	provas	irrefutáveis	de	que	as	pessoas	são	como	são</p><p>por	 causa	 da	 hereditariedade	 e	 do	 ambiente.	 Ao	 nascer,	 elas	 trazem	 consigo</p><p>uma	 combinação	 de	 todas	 as	 qualidades	 físicas	 dos	 seus	 numerosos</p><p>antepassados.	Depois	de	chegarem	aqui,	atingem	a	idade	da	autoconsciência	e,</p><p>a	partir	daí,	moldam	as	suas	próprias	personalidades	e	definem,	mais	ou	menos,</p><p>os	seus	destinos	terrenos	como	resultado	das	influências	ambientais	a	que	estão</p><p>sujeitas,	 especialmente	 as	 influências	 que	 as	 controlam	 durante	 a	 primeira</p><p>infância.	Esses	 dois	 factos	 foram	 tão	 bem	 estabelecidos	 que	 não	 há	 o	menor</p><p>espaço	 para	 questioná-los,	 mesmo	 para	 qualquer	 pessoa	 inteligente.	 Como	 é</p><p>que	o	 ritmo	hipnótico	pode	mudar	a	natureza	de	um	corpo	 físico,	que	é	uma</p><p>combinação	de	milhares	de	antepassados	que	viveram	e	morreram	antes	de	ele</p><p>ter	nascido?	Como	pode	o	ritmo	hipnótico	alterar	a	influência	do	ambiente	em</p><p>que	se	vive?	As	pessoas	que	nascem	na	pobreza	e	na	ignorância	possuem	uma</p><p>forte	 tendência	 para	 permanecerem	 guiadas	 pela	 pobreza	 e	 pela	 ignorância</p><p>durante	toda	a	sua	vida.	O	que	pode	o	ritmo	hipnótico	fazer	em	relação	a	isso,</p><p>se	é	que	existe	alguma	coisa	que	possa	fazer?</p><p>R	–	O	ritmo	hipnótico	não	pode	mudar	a	natureza	do	corpo	físico	que	herdamos</p><p>ao	nascer,	mas	pode	e	modificará,	mudará,	controlará	e	tornará	permanentes	as</p><p>influências	ambientais	à	nossa	volta.</p><p>P	–	 Deixe-me	 ver	 se	 entendi	 bem:	 um	 ser	 humano	 é	 levado	 pela	 natureza	 a</p><p>aceitar	 e	 tornar-se	parte	do	ambiente	que	escolhe,	ou	é	o	 ambiente	que	 lhe	é</p><p>imposto?</p><p>R	–	Isso	está	correto,	mas	há	maneiras	e	meios	através	dos	quais	um	indivíduo</p><p>pode	 resistir	 às	 influências	 de	 um	 ambiente	 que	 ele	 não	 deseja	 aceitar,	 e	 há</p><p>também	um	método	pelo	qual	se	pode	reverter	a	influência	do	ritmo	hipnótico</p><p>para	se	alcançar	resultados	positivos.</p><p>P	 –	 Está	 a	 dizer	 que	 existe	 um	 método	 definido	 através	 do	 qual	 o	 ritmo</p><p>hipnótico	pode	ser	utilizado	para	servir	em	vez	de	destruir?</p><p>R	–	É	exatamente	isso	que	eu	quero	dizer.</p><p>P	–	Diga-me	como	pode	ser	obtido	esse	fantástico	objetivo.</p><p>R	 –	 Para	 que	 a	 minha	 descrição	 tenha	 algum	 valor	 prático,	 ela	 terá</p><p>necessariamente	 de	 ser	 longa,	 porque	 terá	 que	 cobrir	 os	 sete	 princípios	 da</p><p>psicologia,	 que	 devem	 ser	 entendidos	 e	 aplicados	 por	 todos	 aqueles	 que</p><p>desejem	usar	o	ritmo	hipnótico	para	os	ajudar	a	obrigar	a	vida	a	dar-lhes	aquilo</p><p>que	realmente	querem.</p><p>P	–	Então	divida	a	sua	descrição	em	sete	partes,	cada	uma	delas	contendo	uma</p><p>análise	 detalhada	 dos	 sete	 princípios,	 com	 instruções	 simples	 para	 a	 sua</p><p>aplicação	na	prática.</p><p>Sempre	fui	fascinada	pela	forma	como	a	mente	de	Hill	funciona.	Depois</p><p>de	falar	da	fatalidade	iminente,	ele	agora	revela	a	linha	de	orientação	para</p><p>os	que	procuram	o	 sucesso.	Este	 é	 um	ponto	 de	 viragem	crítico.	Como</p><p>lerá	 mais	 à	 frente,	 será	 que	 os	 seus	 “sete	 princípios”	 prendem	 a	 sua</p><p>imaginação,	como	fizeram	com	a	minha?</p><p>CAPÍTULO	OITO</p><p>DEFINIÇÃO</p><p>DE	PROPÓSITO</p><p>P	–	Sua	Majestade	vai	agora	revelar	os	segredos	dos	sete	princípios	através	dos</p><p>quais	 os	 seres	 humanos	 podem	 obrigar	 a	 vida	 a	 fornecer-lhes	 a	 liberdade</p><p>espiritual,	mental	e	física.</p><p>No	 resto	 do	 livro,	 Hill	 fala	 destes	 sete	 princípios	 para	 obter	 liberdade</p><p>espiritual,	mental	e	física:</p><p>1.	Definição	de	propósito</p><p>2.	Autodisciplina</p><p>3.	Aprender	com	a	adversidade</p><p>4.	Controlar	a	influência	ambiental	(associações)</p><p>5.	Tempo	 (dar	permanência	 aos	hábitos	de	pensamento	positivo	 em	vez</p><p>do	negativo	e	desenvolver	sabedoria)</p><p>6.	Harmonia	(agir	com	definição	de	propósito	para	se	tornar	a	influência</p><p>dominadora	no	seu	próprio	ambiente	mental,	espiritual	e	físico)</p><p>7.	Cautela	(pensar	bem	o	seu	plano	antes	de	agir)</p><p>Não	 seja	 poupado	 na	 sua	 descrição	 desses	 princípios.	 Quero	 uma</p><p>exemplificação	 completa	 de	 como	 estes	 princípios	 podem	 ser	 utilizados	 por</p><p>qualquer	pessoa	que	o	deseje.	Diga-nos	 tudo	o	que	 sabe	 sobre	o	princípio	da</p><p>definição	de	propósito.</p><p>O	 interrogador	 ganha	 aqui	 um	 impulso	 e	 ataca	 a	 jugular.	 Teremos	 a</p><p>coragem,	em	momentos	de	oportunidade,	de	agir	com	tanta	agressividade</p><p>como	com	um	propósito	definido?</p><p>R	–	Se,	por	 acaso,	 seguir	 adiante	com	esta	 ideia	maluca	de	publicar	 a	minha</p><p>confissão,	 estará	 a	 abrir	 as	 portas	 do	 Inferno	 e	 a	 libertar	 todas	 as	 almas</p><p>preciosas	 que	 colecionei	 ao	 longo	 dos	 tempos.	 Vai	 privar-me	 das	 almas	 que</p><p>ainda	 não	 nasceram.	 Vai	 libertar	 da	 minha	 servidão	 milhões</p><p>de	 almas	 que</p><p>vivem.	Pare.	Imploro-lhe.</p><p>P	–	Fale	de	uma	vez	por	todas.	Vamos	ouvir	o	que	tem	a	dizer	sobre	o	princípio</p><p>da	definição	de	propósito.</p><p>R	–	Está	 a	deitar	 água	nas	chamas	do	 Inferno,	mas	a	 responsabilidade	é	 sua,</p><p>não	minha.	Eu	posso,	 sem	sombra	de	dúvida,	dizer	que	qualquer	ser	humano</p><p>que	 seja	 firme	 nos	 seus	 objetivos	 e	metas	 pode	 fazer	 com	que	 a	 vida	 lhe	 dê</p><p>exatamente	aquilo	que	deseja.</p><p>P	–	Essa	é	uma	afirmação	muito	abrangente,	Sua	Majestade.	Pode	estreitar	um</p><p>pouco	o	âmbito	dessa	afirmação?</p><p>R	–	 Estreitar?	Não,	 eu	 desejo	 alargar.	Quando	 ouvir	 o	 que	 eu	 tenho	 a	 dizer,</p><p>compreenderá	 por	 que	 razão	 o	 princípio	 da	 definição	 de	 propósito	 é	 tão</p><p>importante.	A	minha	oposição	usa	um	truque	muito	inteligente	para	me	retirar	o</p><p>controlo	sobre	as	pessoas.	A	oposição	sabe	que	a	definição	de	propósito	fecha	a</p><p>porta	da	mente	de	qualquer	um	contra	mim	com	tanta	firmeza	que	não	consigo</p><p>entrar	a	não	ser	induzindo	essa	pessoa	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Porque	é	que	a	sua	oposição	não	revela	o	seu	segredo	a	 todas	as	pessoas</p><p>mostrando-lhes	 como	 devem	 evitá-lo	 através	 da	 definição	 de	 propósito?	 Já</p><p>admitiu	que	apenas	duas	em	cada	100	pessoas	pertencem	à	sua	oposição.</p><p>R	–	Porque	eu	sou	mais	esperto	do	que	a	minha	oposição.	Eu	afasto	as	pessoas</p><p>da	definição	com	as	minhas	promessas.	Consigo	controlar	mais	pessoas	do	que</p><p>a	minha	oposição	porque	sou	melhor	vendedor	e	também	um	grande	fanfarrão.</p><p>Trato	 de	 atrair	 as	 pessoas	 alimentando-as	 generosamente	 com	 os	 hábitos	 de</p><p>pensamentos	com	que	elas	gostam	de	se	mimar.</p><p>P	–	O	princípio	da	definição	de	propósito	é	algo	com	que	se	nasce	ou	algo	que</p><p>pode	ser	adquirido?</p><p>R	–	Todas	as	pessoas,	conforme	já	lhe	disse,	nascem	com	o	privilégio	de	terem</p><p>definição	 de	 propósito.	Mas	 98	 em	 cada	 100	 pessoas	 perdem	 esse	 privilégio</p><p>porque	se	esquecem	da	sua	existência.	O	privilégio	da	definição	de	propósito</p><p>pode	ser	mantido	apenas	se	o	usar	para	nos	guiar	em	todos	os	assuntos	da	vida.</p><p>P	 –	 Ah,	 compreendo!	 Pode-se	 tirar	 vantagem	 do	 princípio	 da	 definição	 de</p><p>propósito	da	mesma	forma	que	se	pode	moldar	um	corpo	físico	forte	–	através</p><p>do	uso	constante	e	sistemático.	É	isso?</p><p>R	–	Essa	é	a	verdade	nua	e	crua.</p><p>P	–	Acho	que	 já	estamos	a	chegar	a	algum	lado,	Sua	Majestade.	Finalmente,</p><p>chegámos	 ao	 ponto	 de	 partida	 onde	 começam	 todos	 os	 que	 são</p><p>autodeterminados	nas	suas	vidas.</p><p>Descobrimos,	com	a	sua	fantástica	confissão,	que	o	seu	maior	ativo	é	a	falta</p><p>de	 precaução	 do	 homem,	 que	 lhe	 permite	 conduzi-lo	 para	 a	 selva	 da</p><p>indefinição,	através	de	simples	subornos.</p><p>Aprendemos,	sem	sombra	de	dúvida,	que	qualquer	um	que	adote	o	princípio</p><p>da	definição	de	propósito	como	política	e	a	use	nas	 suas	experiências	diárias</p><p>não	pode	ser	induzido	a	criar	o	hábito	do	alheamento.	Sem	a	ajuda	do	hábito	do</p><p>alheamento,	 ninguém	 tem	 força	 para	 atrair	 as	 pessoas	 através	 de	 promessas.</p><p>Correto?</p><p>R	–	Eu	próprio	não	teria	dito	melhor.</p><p>P	 –	 Descreva	 como	 as	 pessoas	 negligenciam	 o	 privilégio	 de	 serem	 livres	 e</p><p>autodeterminadas	através	da	indefinição	e	do	alheamento.</p><p>R	 –	 Já	 fiz	 uma	 breve	 referência	 a	 este	 princípio,	 mas	 agora	 entrarei	 em</p><p>pormenor	 para	 explicar	 de	 que	 forma	 ele	 funciona.	 Terei	 de	 começar	 no</p><p>momento	do	nascimento.	Quando	uma	criança	nasce,	ela	não	traz	nada	consigo</p><p>para	 além	 de	 um	 corpo	 físico	 que	 representa	 os	 resultados	 evolutivos	 de</p><p>milhões	de	anos	dos	seus	antepassados.</p><p>A	sua	mente	é	um	vazio	total.	Quando	a	criança	atinge	a	idade	da	consciência</p><p>e	começa	a	reconhecer	os	objetos	em	seu	redor,	ela	começa	também	a	imitar	os</p><p>outros.</p><p>A	imitação	torna-se	um	hábito	fixo.	Naturalmente,	a	criança	imita,	antes	de</p><p>mais,	os	seus	pais!	Depois	começa	a	imitar	os	outros	parentes	e	as	pessoas	que</p><p>a	acompanham	diariamente,	incluindo	os	instrutores	religiosos	e	os	professores</p><p>da	escola.</p><p>A	 imitação	 estende-se	 não	 apenas	 à	 expressão	 física,	 mas	 também	 ao</p><p>pensamento.	Se	 os	 pais	 de	 uma	 criança	 têm	medo	 de	mim	 e	 exprimem	 esse</p><p>medo	 junto	 dela,	 a	 criança	 adquire	 o	 medo	 através	 do	 hábito	 da	 imitação	 e</p><p>armazena-o	no	seu	subconsciente	como	parte	do	seu	conjunto	de	crenças.</p><p>Se	o	instrutor	religioso	dessa	criança	exprime	alguma	forma	de	medo	de	mim</p><p>(e	 todos	 eles	 exprimem	 de	 uma	 forma	 ou	 outra),	 esse	 medo	 é	 anexado	 ao</p><p>mesmo	 temor	 passado	 para	 a	 criança	 pelos	 seus	 pais	 e	 essas	 duas	 formas</p><p>negativas	de	limitação	ficam	armazenadas	no	subconsciente,	de	forma	a	serem</p><p>utilizadas	por	mim	mais	tarde.</p><p>Da	mesma	forma,	a	criança	aprende,	por	 imitação,	a	 limitar	o	seu	poder	de</p><p>pensamento,	 preenchendo	 a	 sua	 mente	 com	 inveja,	 ódio,	 ganância,	 luxúria,</p><p>vingança	 e	 todos	 os	 outros	 impulsos	 negativos	 do	 pensamento	 que	 destroem</p><p>qualquer	possibilidade	de	definição	de	propósito.</p><p>Entretanto,	 alojo-me	na	mente	 dessa	 criança	 e	 induzo-a	 a	 alhear-se,	 até	 ter</p><p>controlo	sobre	ela	através	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	 –	 Devo	 entender	 pelas	 suas	 afirmações	 que	 tem	 de	 controlar	 as	 pessoas</p><p>enquanto	elas	são	muito	jovens	ou	perde	a	oportunidade	de	as	controlar?</p><p>R	–	Eu	prefiro	possuí-las	antes	que	elas	se	apoderem	das	suas	próprias	mentes.</p><p>Quando	 uma	 pessoa	 aprende	 o	 verdadeiro	 poder	 dos	 seus	 próprios</p><p>pensamentos,	 torna-se	 positiva	 e	 difícil	 de	 subjugar.	 Na	 verdade,	 eu	 não</p><p>controlo	nenhum	ser	humano	que	descubra	 e	use	o	princípio	da	definição	de</p><p>propósito.</p><p>P	–	O	hábito	da	definição	de	propósito	é	uma	proteção	permanente	contra	o	seu</p><p>controlo?</p><p>R	–	Não,	de	maneira	nenhuma.	A	definição	de	propósito	 fecha-me	a	porta	da</p><p>mente,	 mas	 apenas	 enquanto	 a	 pessoa	 segue	 o	 princípio.	 Quando	 a	 pessoa</p><p>hesitar,	 procrastinar,	 ou	 tornar-se	 indefinida	 em	 relação	 a	 qualquer	 coisa,	 ela</p><p>está	apenas	a	um	passo	do	meu	controlo.</p><p>Diz	 o	 Diabo:	 “Quando	 a	 pessoa	 hesitar,	 procrastinar,	 ou	 tornar-se</p><p>indefinida	 em	 relação	 a	 qualquer	 coisa,	 ela	 está	 apenas	 a	 um	 passo	 do</p><p>meu	controlo.”</p><p>*************</p><p>Os	 aspetos	metafísicos	 e	 espirituais	 da	 filosofia	 do	 autor	 são	 revelados</p><p>nestas	 respostas	 do	 Diabo.	 Aquilo	 que	 ele	 chama	 “definição”	 é	 hoje</p><p>chamado	“intenção”	ou	“perseguir	o	objetivo”	ou	“ser	impulsionado	pelo</p><p>propósito”.</p><p>P	–	Qual	é	a	relação	existente	entre	a	definição	de	propósito	e	as	circunstâncias</p><p>materiais	 de	 uma	 pessoa?	 Quero	 saber	 se	 uma	 pessoa	 pode	 adquirir	 poder</p><p>através	da	definição	de	propósito,	sem	ter	de	sofrer	o	poder	da	destruição	com	a</p><p>lei	da	compensação.</p><p>R	–	A	sua	questão	 limita	os	meus	exemplos	porque	há	 tão	poucas	pessoas	no</p><p>mundo	que	entendem,	e	muito	poucas	no	passado	compreendiam,	como	usar	o</p><p>princípio	da	definição	de	propósito	 sem	atrair	para	 si	mesmas	as	 implicações</p><p>negativas	da	lei	da	compensação.</p><p>Aqui	 está	 a	 obrigar-me	 a	 revelar	 um	 dos	meus	 truques	mais	 valiosos.	 Sou</p><p>obrigado	 a	 contar-lhe	 que	 eventualmente	 reclamo	 para	 a	 minha	 causa	 todos</p><p>aqueles	que	me	escapam	temporariamente	através	do	princípio	da	definição	de</p><p>propósito.	A	recuperação	dessas	pessoas	faz-se	enchendo	as	suas	mentes	com</p><p>ganância	por	poder	e	amor	pela	expressão	egocêntrica,	até	o	indivíduo	cair	no</p><p>hábito	 da	 violação	 dos	 direitos	 dos	 outros.	 Nessa	 altura,	 surjo	 com	 a	 lei	 da</p><p>compensação	e	recupero	a	minha	vítima.</p><p>P	–	Estou	a	ver	pela	 sua	 admissão	que	o	princípio	da	definição	de	propósito</p><p>pode	 ser	 perigoso	 em	 proporção	 com	 a	 possibilidade	 de	 ser	 uma	 forma	 de</p><p>poder.	Isso	é	verdade?</p><p>R	–	Sim,	e	o	que	é	mais	importante	é	que	cada	princípio	de	bem	traz	consigo	a</p><p>semente	de	um	perigo	equivalente.</p><p>P	–	É	difícil	acreditar	nisso.	Que	perigo,	por	exemplo,	pode	haver	no	hábito	do</p><p>amor	à	verdade?</p><p>R	–	O	perigo	encontra-se	na	palavra	“hábito”.	Todos	os	hábitos,	com	exceção</p><p>do	amor	à	definição	de	propósito,	podem	conduzir	ao	alheamento.	O	amor	pela</p><p>verdade,	 exceto	 se	 assumir	 a	 proporção	 da	 procura	 definitiva	 por	 ela,	 pode</p><p>tornar-se	semelhante	a	todas	as</p><p>que	os	jovens	passem</p><p>entre	 quatro	 e	 oito	 anos	 a	 adquirir	 conhecimentos	 abstratos,	 mas	 não	 lhes</p><p>ensinam	o	que	fazer	com	esse	conhecimento.</p><p>“O	 mundo	 precisa	 de	 uma	 filosofia	 de	 realização	 prática	 e	 inteligível,</p><p>organizada	 a	 partir	 do	 conhecimento	 factual	 obtido	 pela	 experiência	 dos</p><p>homens	 e	 das	mulheres	 na	 grande	 universidade	 da	 vida.	Em	 todo	 o	 domínio</p><p>filosófico,	não	encontro	nada	que	se	assemelhe,	mesmo	remotamente,	ao	 tipo</p><p>de	 filosofia	 que	 tenho	 em	mente.	 Temos	muito	 poucos	 filósofos	 capazes	 de</p><p>ensinar	a	arte	de	viver	a	homens	e	mulheres.</p><p>“Parece-me	 que	 esta	 é	 uma	 oportunidade	 que	 deveria	 desafiar	 um	 jovem</p><p>ambicioso	do	seu	género,	mas	somente	a	ambição	não	basta	para	a	tarefa	que</p><p>sugeri.	 Aquele	 que	 se	 comprometer	 a	 realizá-la	 deverá	 possuir	 coragem	 e</p><p>tenacidade.</p><p>“O	 trabalho	 requer	 pelo	menos	 vinte	 anos	 de	 esforço	 contínuo,	 durante	 os</p><p>quais	a	pessoa	que	o	aceitar	terá	que	ganhar	a	vida	de	outra	forma,	porque	este</p><p>tipo	 de	 pesquisa	 nunca	 é	 lucrativo	 no	 início,	 e	 geralmente	 aqueles	 que</p><p>contribuíram	 para	 a	 civilização	 com	 um	 trabalho	 desta	 natureza	 tiveram	 que</p><p>esperar	cem	anos	ou	mais	após	a	sua	morte	para	receber	reconhecimento	pelo</p><p>seu	feito.”</p><p>NOTA	AOS	LEITORES:	Sharon	Lechter	anexa	os	seus	comentários	em</p><p>seções	especiais	como	esta.</p><p>Vinte	 anos	de	 trabalho	 sem	 recompensa	 financeira	 e	possivelmente	 sem</p><p>reconhecimento!	 Como	 reagiria	 a	 esta	 “oferta”?	 Como	 ele	 afirma	mais</p><p>adiante,	 Hill	 aceitou	 o	 desafio	 de	 Carnegie	 e,	 com	 uma	 carta	 de</p><p>apresentação	deste,	começou	a	entrevistar	os	gigantes	da	época,	incluindo</p><p>Theodore	Roosevelt,	Thomas	Edison,	 John	D.	Rockefeller,	Henry	Ford,</p><p>Alexander	Graham	Bell,	King	Gillette	(fundador	da	Gillette	Safety	Razor</p><p>Company),	 e	 muitos	 outros.	 O	 seu	 esforço	 culminou,	 por	 fim,	 na</p><p>publicação	 de	 vários	 livros,	 incluindo	 os	 oito	 volumes	 de	 A	 Lei	 do</p><p>Sucesso	 e	 em	Pense	 e	 Fique	 Rico,	 após	mais	 de	 vinte	 e	 cinco	 anos	 de</p><p>pesquisa.	Pense	e	Fique	Rico	é	mundialmente	conhecido	como	a	obra	de</p><p>referência	 de	 automotivação,	 apresentando	 todos	 os	 princípios	 que</p><p>continuam	a	servir	como	alicerce	para	os	ensinamentos	dos	gurus	atuais</p><p>em	 desenvolvimento	 pessoal.	 Como	 se	 reflete	 na	 própria	 descrição	 de</p><p>Hill,	o	processo	de	desenvolver	e	publicar	Pense	e	Fique	Rico	foi,	em	si</p><p>mesmo,	um	estudo	sobre	os	princípios	que	ele	revelou.	Pode	ser	revelador</p><p>que	 o	 manuscrito	 de	Enganar	 o	 Diabo	 tinha	 sito	 escrito	 um	 ano	 após</p><p>Pense	e	Fique	Rico	ser	publicado,	uma	vez	que	este	trabalho	pode	revelar</p><p>a	 frustração	 e	 revelação	 do	 “outro	 eu”	 de	 Hill	 e	 a	 forma	 como	 a</p><p>ultrapassou	 e	 teve	 êxito	 ao	 usar	 os	 próprios	 princípios	 que	 descritos	 no</p><p>livro.	Enganar	o	Diabo	 revelará	o	despertar	espiritual	de	Hill	e	a	 forma</p><p>como	cada	um	de	nós	pode	aprender	com	o	seu	encontro	com	o	Diabo.</p><p>“Se	 assumir	 este	 trabalho,	 não	 deve	 entrevistar	 somente	 as	 pessoas	 bem-</p><p>sucedidas,	 mas	 também	 as	 que	 fracassaram.	 Deve	 analisar	 atentamente</p><p>milhares	de	pessoas	classificadas	de	‘fracassadas’,	e	o	que	eu	quero	dizer	com</p><p>o	 termo	 ‘fracassado’	 é	 homens	 e	mulheres	 que	 chegam	 à	 fase	 final	 das	 suas</p><p>vidas	 desapontados	 porque	 não	 conseguiram	 alcançar	 as	 metas	 a	 que	 se</p><p>propuseram.	Por	mais	inconsistente	que	possa	parecer,	aprendemos	muito	mais</p><p>a	vencer	com	os	 fracassos	do	que	com	os	chamados	 sucessos.	Eles	ensinam-</p><p>nos	o	que	não	devemos	fazer.</p><p>“Na	 parte	 final	 da	 sua	 pesquisa,	 caso	 a	 conduza	 com	 sucesso,	 fará	 uma</p><p>descoberta	que	poderá	constituir	uma	grande	surpresa.	Descobrirá	que	a	causa</p><p>do	sucesso	não	é	algo	separado	e	distante	do	homem,	mas	sim	uma	força	tão</p><p>intangível	na	natureza	que	a	maioria	dos	homens	nunca	a	reconhece;	uma	força</p><p>que	pode	muito	bem	ser	chamada	de	‘outro	eu’.	O	mais	interessante	é	que	este</p><p>‘outro	 eu’	 raramente	 exerce	 a	 sua	 influência	 ou	 se	 faz	 conhecer,	 exceto	 em</p><p>alturas	de	invulgar	emergência,	quando	os	homens	são	obrigados,	por	meio	das</p><p>adversidades	e	das	derrotas	temporárias,	a	mudar	os	seus	hábitos	e	a	repensar</p><p>as	formas	de	ultrapassar	as	dificuldades.</p><p>“A	 minha	 experiência	 indica-me	 que	 um	 homem	 nunca	 está	 tão	 perto	 do</p><p>sucesso	 como	 quando	 se	 deixa	 apoderar	 daquilo	 a	 que	 chama	 ‘fracasso’,</p><p>porque	é	nessas	ocasiões	que	ele	é	forçado	a	pensar.	Se	pensar	com	exatidão	e</p><p>com	persistência,	descobre	que,	na	verdade,	o	chamado	fracasso	nada	mais	é	do</p><p>que	 um	 sinal	 para	 conceber	 um	 novo	 plano	 ou	 objetivo.	 A	 maioria	 dos</p><p>fracassos	 reais	 deve-se	 a	 limitações	 que	 os	 homens	 impõem	 na	 sua	 própria</p><p>mente.	Se	tivessem	a	coragem	de	dar	mais	um	passo,	eles	descobririam	os	seus</p><p>próprios	erros.”</p><p>“A	maioria	dos	fracassos	reais	deve-se	a	limitações	que	os	homens</p><p>impõem	na	sua	própria	mente.”</p><p>Uma	mentalidade	 negativa	 e	 falta	 de	 confiança	 podem	 ser	 os	 primeiros</p><p>obstáculos	 ao	 sucesso.	 Com	 a	 atual	 situação	 económica	 em	 baixa,</p><p>demasiadas	pessoas	que	durante	toda	a	sua	vida	fizeram	tudo	certo	estão</p><p>agora,	pela	primeira	vez,	a	enfrentar	graves	adversidades	económicas.	A</p><p>maior	 barreira	 à	 sua	 recuperação	 é	 o	 seu	 próprio	 medo	 e	 falta	 de</p><p>confiança	 instilados	 pela	 sua	 experiência	 recente.	 Deixou	 que	 a	 atual</p><p>situação	económica	adversa	se	apoderasse	de	si?	A	falta	de	confiança	e	a</p><p>autodestruição	 impediram-no	de	concretizar	os	 seus	sonhos?	Somos	nós</p><p>próprios	os	nossos	piores	inimigos?	Em	Pense	e	Fique	Rico,	Hill	contou	a</p><p>história	de	R.	U.	Darby,	um	prospetor	de	ouro.	Frustrado	quando	um	veio</p><p>de	ouro	se	esgotou,	Darby	vendeu	a	sua	licença	para	extrair	ouro	por	uma</p><p>ninharia	 ao	 homem	 da	 lixeira	 da	 cidade.	O	 homem	mandou	 chamar	 os</p><p>conselheiros	certos	e	descobriu	que	Darby	redescobriria	o	seu	veio	se	se</p><p>tivesse	desviado	apenas	cerca	de	um	metro.	Se	Darby	tivesse	perseverado</p><p>teria	feito	fortuna,	mas	ele	desistiu	e	abandonou	os	seus	sonhos	–	quando</p><p>estava	apenas	a	um	metro	do	ouro.	Em	vez	de	 ficar	desfeito	com	o	 seu</p><p>erro,	Darby	aprendeu	com	a	experiência	e	construiu	um	império	no	ramo</p><p>dos	seguros.	Vai	abandonar	a	sua	busca	mesmo	antes	de	atingir	o	grande</p><p>sucesso,	quando	está	apenas	a	um	metro	do	ouro?	(Pode	ler	quantos	dos</p><p>ícones	 atuais	 perseveraram	 através	 de	 situações	 difíceis	 no	 livro	 Three</p><p>Feet	from	Gold.)</p><p>Começar	uma	vida	nova</p><p>O	discurso	de	Carnegie	redefiniu	toda	a	minha	vida	e	semeou	na	minha	mente</p><p>um	desejo	ardente	que	me	orientou	sempre,	e	 isso	apesar	de	só	 ter	uma	vaga</p><p>ideia	do	significado	que	ele	dava	ao	termo	“outro	eu”.</p><p>Durante	o	meu	trabalho	de	pesquisa	às	causas	do	fracasso	e	do	sucesso,	tive</p><p>o	 privilégio	 de	 analisar	 mais	 de	 25	 mil	 homens	 e	 mulheres	 rotulados	 de</p><p>“derrotados”,	e	mais	de	500	classificados	de	“bem-sucedidos”.	Há	muitos	anos,</p><p>tive	 o	 meu	 primeiro	 contacto	 com	 aquele	 “outro	 eu”	 que	 Carnegie	 tinha</p><p>mencionado.	 A	 descoberta	 surgiu	 como	 ele	 disse	 que	 aconteceria:	 como</p><p>resultado	de	dois	pontos	de	viragem	na	minha	vida,	mas	que	foram,	na	verdade,</p><p>emergências	 que	 me	 obrigaram	 a	 pensar	 numa	 forma	 totalmente	 nova	 de</p><p>vencer	as	dificuldades.</p><p>Gostaria	que	fosse	possível	descrever	essa	descoberta	sem	o	uso	do	pronome</p><p>pessoal,	mas	 isso	é	 impossível,	visto	que	ela	advém	de	experiências	pessoais</p><p>das	 quais	 não	 pode	 ser	 separada.	 Para	 lhe	 dar	 uma	 ideia	 completa,	 terei	 que</p><p>regressar	ao	primeiro	desses	dois	pontos	de	viragem	da	minha	vida	e	mostrar,</p><p>passo	a	passo,	essa	descoberta.</p><p>A	pesquisa	necessária	para	a	compilação	de	dados	sobre	os	17	princípios	de</p><p>sucesso	e	as	30	maiores	causas	de	fracasso	exigiram	muitos	anos	de	trabalho.</p><p>Eu	tinha	chegado	à	falsa	conclusão	de	que	a	minha	tarefa	de	organizar	uma</p><p>filosofia	 completa	 de	 sucesso	 pessoal	 tinha	 terminado.	 Longe	 de	 estar</p><p>completo,	 o	 meu	 trabalho	 tinha	 apenas	 começado.	 Eu	 tinha	 construído	 o</p><p>esqueleto	 de	 uma	 filosofia	 organizando	 os	 17	 princípios	 do	 sucesso	 e	 as	 30</p><p>maiores	causas	de</p><p>outras	boas	intenções.	E	já	sabe	o	que	faço	com</p><p>boas	intenções.</p><p>“Todos	os	hábitos,	com	exceção	do	amor	à	definição	de	propósito,	podem</p><p>conduzir	ao	alheamento.”</p><p>P	–	O	amor	pela	família	também	é	perigoso?</p><p>R	–	 O	 amor	 por	 qualquer	 coisa	 ou	 por	 qualquer	 pessoa,	 exceto	 o	 amor	 pela</p><p>definição	de	propósito,	pode	ser	perigoso.	O	amor	é	um	estado	de	espírito	que</p><p>encobre	a	razão,	enfraquece	a	força	de	vontade	e	cega	as	pessoas	para	os	factos</p><p>e	para	a	verdade.</p><p>Todos	os	que	se	tornam	autodeterminados	e	ganham	liberdade	espiritual	para</p><p>ter	os	seus	próprios	pensamentos,	devem	analisar	cuidadosamente	cada	emoção</p><p>que	pareça	vagamente	relacionada	com	o	amor.</p><p>Vai	 ficar	 surpreendido	 por	 saber	 que	 o	 amor	 é	 um	 dos	 meus	 iscos	 mais</p><p>eficazes.	Com	ele	conduzo	aqueles	que	não	consegui	atrair	com	mais	nada	para</p><p>o	hábito	do	alheamento.</p><p>Foi	por	isso	que	o	coloquei	no	topo	da	minha	lista	de	subornos.	Mostre-me</p><p>aquilo	 que	 uma	 pessoa	 mais	 ama	 e	 eu	 terei	 a	 chave	 para	 saber	 como	 essa</p><p>pessoa	pode	ser	induzida	ao	alheamento	até	a	apanhar	com	o	ritmo	hipnótico.</p><p>Amor	e	medo	combinados	fornecem-me	as	armas	mais	eficazes	para	levar	as</p><p>pessoas	 a	 alhearem-se.	 São	 ambos	 igualmente	 úteis.	 Ambos	 têm	 o	 efeito	 de</p><p>levar	as	pessoas	a	negligenciar	o	desenvolvimento	da	precisão	na	utilização	das</p><p>suas	próprias	mentes.	Dê-me	o	controlo	sobre	os	medos	de	uma	pessoa	e	diga-</p><p>me	o	que	ela	mais	ama	e	pode	marcar	essa	pessoa	como	minha	escrava.	Tanto	o</p><p>amor	 como	 o	 medo	 são	 forças	 emocionais	 com	 uma	 força	 tão	 grande	 que</p><p>qualquer	uma	das	duas	 tem	o	poder	de	 retirar	 a	 força	de	vontade	 e	o	uso	da</p><p>razão.	Sem	o	poder	da	vontade	e	da	razão	não	há	nada	para	apoiar	a	definição</p><p>de	propósito.</p><p>P	 –	 Mas,	 Sua	 Majestade,	 não	 valeria	 a	 pena	 viver	 se	 as	 pessoas	 nunca</p><p>sentissem	a	emoção	do	amor.</p><p>R	 –	 Pois!	 Está	 certo	 no	 que	 respeita	 à	 sua	 razão,	 mas	 esqueceu-se	 de</p><p>acrescentar	que	o	amor	devia	estar	sempre	sob	o	controlo	total	de	cada	um.</p><p>Claro	 que	 o	 amor	 é	 um	 estado	 de	 espírito	 desejável,	 mas	 também	 é	 um</p><p>paliativo	 que	 pode	 ser	 usado	 para	 limitar	 ou	 destruir	 a	 razão	 e	 a	 força	 de</p><p>vontade,	 e	 ambas	 devem	 ser	 mais	 importantes	 que	 o	 amor	 para	 os	 seres</p><p>humanos	que	desejam	a	liberdade	e	a	autodeterminação.</p><p>P	–	Entendo,	pelo	que	diz,	que	as	pessoas	que	ganham	poder	devem	endurecer</p><p>as	suas	emoções,	controlar	o	medo	e	dominar	o	amor.	Correto?</p><p>R	–	As	 pessoas	 que	 ganham	e	mantêm	o	 poder	 devem	 tornar-se	 precisas	 em</p><p>todos	os	seus	pensamentos	e	ações.	E	se	isso	é	o	que	chama	endurecer,	então,</p><p>sim,	elas	têm	que	ser	duros.</p><p>P	–	Vamos	ver	as	razões	da	vantagem	da	precisão	em	todos	os	assuntos	diários</p><p>da	vida.	Qual	é	mais	apto	para	ser	bem-sucedido:	um	plano	fraco	aplicado	com</p><p>precisão	ou	um	plano	forte	e	profundo	aplicado	sem	precisão?</p><p>R	–	Os	planos	fracos	têm	uma	forma	de	se	tornarem	fortes	se	forem	aplicados</p><p>com	precisão.</p><p>P	–	Quer	dizer	que	qualquer	plano,	desde	que	persiga	um	propósito	definido,</p><p>pode	ser	bem-sucedido	mesmo	que	não	seja	o	melhor	plano?</p><p>R	–	Sim,	 é	 exatamente	 isso	que	eu	quero	dizer.	A	definição	de	propósito	 e	 a</p><p>precisão	de	plano,	 através	do	qual	o	objetivo	deve	 ser	 alcançado,	geralmente</p><p>trazem	 consigo	 o	 sucesso,	 por	 mais	 fraco	 que	 o	 plano	 possa	 ser.	 A	 maior</p><p>diferença	entre	um	plano	forte	e	um	fraco	é	que	o	plano	forte,	se	aplicado	com</p><p>precisão,	pode	ser	executado	mais	depressa	do	que	um	plano	fraco.</p><p>P	–	 Por	 outras	 palavras,	 embora	 uma	pessoa	 não	 consiga	 estar	 sempre	 certa,</p><p>deve	ser	sempre	precisa?	É	essa	a	mensagem	que	está	a	tentar	passar?</p><p>R	–	Essa	é	a	 ideia.	As	pessoas	que	são	definidas,	 tanto	nos	seus	planos	como</p><p>nos	seus	objetivos,	só	aceitam	as	derrotas	 temporárias	como	um	sinal	para	se</p><p>esforçarem	 mais.	 Pode	 ver	 por	 si	 próprio	 que	 esse	 tipo	 de	 política	 está</p><p>condenada	a	ganhar,	se	for	feita	com	precisão.</p><p>P	–	Uma	pessoa	que	se	move	com	precisão,	tanto	de	planos	como	de	objetivos,</p><p>pode	estar	sempre	certa	de	alcançar	o	sucesso?</p><p>R	–	Não.	O	melhor	dos	planos	falha	algumas	vezes,	mas	a	pessoa	que	age	com</p><p>precisão	reconhece	a	diferença	entre	a	derrota	temporária	e	o	fracasso.	Quando</p><p>os	planos	 falham,	ela	 substitui-os	por	outros,	mas	não	muda	o	 seu	propósito,</p><p>ela	persevera.	Por	fim,	ela	encontra	um	plano	que	será	bem-sucedido.</p><p>“A	 pessoa	 que	 age	 com	 precisão	 reconhece	 a	 diferença	 entre	 a	 derrota</p><p>temporária	 e	 o	 fracasso.	Quando	 os	 planos	 falham,	 ela	 substitui-os	 por</p><p>outros,	mas	não	muda	o	seu	propósito,	ela	persevera.”</p><p>P	–	Um	plano	baseado	em	fins	imorais	ou	injustos	será	tão	bem-sucedido	e	tão</p><p>rápido	 como	 um	 plano	 motivado	 por	 um	 sentido	 apurado	 de	 justiça	 e</p><p>moralidade?</p><p>R	 –	 Através	 da	 lei	 da	 compensação,	 todos	 colhem	 aquilo	 que	 semeiam.	 Os</p><p>planos	 baseados	 em	 motivos	 injustos	 ou	 imorais	 podem	 trazer	 um	 sucesso</p><p>temporário,	 mas	 o	 sucesso	 duradouro	 deve	 ter	 em	 consideração	 a	 quarta</p><p>dimensão:	o	tempo.</p><p>O	tempo	é	o	inimigo	da	imoralidade	e	da	injustiça.	É	o	amigo	da	justiça	e	da</p><p>moralidade.	O	 fracasso	 em	 reconhecer	 este	 facto	 tem	 sido	 responsável	 pela</p><p>onda	de	crimes	perpetrados	por	jovens	do	mundo	inteiro.</p><p>A	mente	jovem	e	inexperiente	pode	frequentemente	cometer	o	erro	de	avaliar</p><p>o	 sucesso	 temporário	 como	 algo	 permanente.	 Os	 jovens	 com	 frequência</p><p>cometem	o	erro	de	cobiçar	os	ganhos	temporários	de	planos	injustos	e	imorais,</p><p>mas	esquecem-se	de	olhar	para	a	frente	e	observar	as	punições	que	se	seguem,</p><p>exatamente	como	a	noite	vem	depois	do	dia.</p><p>CAPÍTULO	NOVE</p><p>EDUCAÇÃO</p><p>E	RELIGIÃO</p><p>P	 –	 Isso	 é	 algo	 muito	 profundo,	 Sua	 Majestade.	 Voltemos	 à	 discussão	 de</p><p>assuntos	 mais	 leves	 e	 mais	 concretos,	 e	 que	 provavelmente	 vão	 interessar	 à</p><p>maioria	 das	 pessoas.	 Estou	 interessado	 em	 discutir	 as	 coisas	 que	 tornam	 as</p><p>pessoas	 felizes	 e	 infelizes,	 ricas	 e	 pobres,	 doentes	 e	 saudáveis.	 Em	 resumo,</p><p>estou	 interessado	 em	 tudo	 o	 que	 pode	 ser	 usado	 pelos	 seres	 humanos	 para</p><p>levarem	a	vida	a	dar	dividendos	satisfatórios	em	troca	do	esforço	que	fazemos.</p><p>R	–	Muito	bem,	vamos	ser	precisos.</p><p>P	–	Já	percebeu	a	minha	ideia,	Sua	Majestade.	Tem	uma	tendência	para	divagar</p><p>sobre	detalhes	abstratos	que	a	maioria	das	pessoas	não	consegue	entender	nem</p><p>usar	na	solução	dos	seus	problemas.	Por	acaso,	não	será	isso	um	plano	seu	bem</p><p>definido	 para	 responder	 às	 minhas	 perguntas	 com	 respostas	 indefinidas?	 Se</p><p>esse	é	o	seu	plano,	é	um	truque	astuto,	mas	não	vai	 funcionar.	Diga-me	mais</p><p>alguma	coisa	sobre	as	tristezas	e	os	fracassos	dos	seres	humanos	que	resultam</p><p>diretamente	da	indefinição.</p><p>R	–	Porque	não	me	deixa	falar	mais	sobre	os	prazeres	e	sucessos	das	pessoas</p><p>que	entendem	e	aplicam	o	princípio	da	definição	de	propósito?</p><p>P	–	Eu	observo	que,	algumas	vezes,	pessoas	com	planos	e	objetivos	definidos</p><p>conseguem	o	que	querem	da	vida,	somente	para	depois	descobrirem	que	aquilo</p><p>que	elas	conseguiram	não	é	exatamente	o	que	queriam.	E	depois?</p><p>R	 –	 Geralmente,	 livramo-nos	 daquilo	 que	 não	 queremos	 aplicando	 o	mesmo</p><p>princípio	de	definição	de	quando	adquirimos	as	coisas.	Uma	vida	que	é	vivida</p><p>com	 absoluta	 paz	 de	 espírito,	 contentamento	 e	 felicidade	 livra-se	 sempre</p><p>daquilo	 que	não	quer.	Qualquer	 um	que	 se	 submete	 a	 coisas	 aborrecidas	 que</p><p>não	deseja	não	é	definido.	É	um	alheado.</p><p>“Uma	vida	que	é	vivida	com	absoluta	paz	de	espírito,	contentamento</p><p>e	felicidade	livra-se	sempre	daquilo	que	não	quer.”</p><p>***************</p><p>Quantas	pessoas	se	sentem	verdadeiramente	contentes?	Num	mundo	onde</p><p>tantas	pessoas	estão	a	tentar	“manter-se	atualizadas”,	não	podíamos	todos</p><p>aprender	algo	aqui?	Existe	alguma	coisa	na	sua	vida	de	que	necessite	de</p><p>se	desfazer?	Comprometa-se	a	rir	quando	se	sente	aborrecido…	e	lembre-</p><p>se	 das	 palavras	 do	 Diabo:	 “Qualquer	 um	 que	 se	 submete	 a	 coisas</p><p>aborrecidas	que	não	deseja	não	é	definido.	É	um	alheado.”</p><p>P	–	E	as	pessoas	casadas	que	deixam	de	querer	estar	uma	com</p><p>a	outra?	Devem</p><p>separar-se	ou	é	verdade	que	todos	os	casamentos	são	feitos	no	céu	e	as	partes</p><p>contratantes	 ficam,	dessa	forma,	 ligadas	eternamente	por	esse	acordo,	mesmo</p><p>provando	ter	sido	uma	má	escolha	para	ambos?</p><p>R	–	Primeiro,	deixe-me	corrigir	esse	velho	ditado	de	que	todos	os	casamentos</p><p>são	 feitos	 no	 céu.	 Conheço	 alguns	 que	 foram	 realizados	 do	 meu	 lado.	 As</p><p>mentes	que	nunca	entram	em	harmonia	não	deviam	ser	forçadas	a	permanecer</p><p>juntas	no	casamento	ou	em	qualquer	tipo	de	relacionamento.	O	atrito	e	todas	as</p><p>formas	 de	 discórdia	 entre	 as	 mentes	 levam	 inevitavelmente	 ao	 hábito	 ao</p><p>alheamento	e,	consequentemente,	à	indefinição.</p><p>P	 –	 As	 pessoas	 ficam,	 por	 vezes,	 ligadas	 umas	 às	 outras	 por	 um	 sentido	 de</p><p>dever,	o	que	impossibilita	que	levem	da	vida	o	que	elas	mais	querem,	não	é?</p><p>R	 –	 “Dever”	 é	 uma	 das	 palavras	 mais	 abusadas	 e	 mal	 interpretadas	 que</p><p>existem.	O	primeiro	 dever	 de	 cada	 ser	 humano	 é	 para	 consigo	mesmo.	Cada</p><p>pessoa	 tem	o	dever	de	viver	uma	vida	plena	e	 feliz.	Além	disso,	 se	a	pessoa</p><p>tiver	tempo	e	energia	que	não	sejam	necessárias	para	realizar	os	seus	próprios</p><p>desejos,	deve	assumir	a	responsabilidade	de	ajudar	outros.</p><p>“O	primeiro	dever	de	cada	ser	humano	é	para	consigo	mesmo.	Cada</p><p>pessoa	tem	o	dever	de	viver	uma	vida	plena	e	feliz.”</p><p>******************</p><p>Claro	que,	embora	obrigado	a	responder	com	precisão,	o	Diabo	continua</p><p>a	 responder	 na	 perspetiva	 de	Diabo.	É	 possível	 que	 a	Madre	Teresa	 ou</p><p>Gandhi	 tivessem	 uma	 opinião	 muito	 diferente	 nesta	 questão?	 Eles</p><p>viveram	 a	 sua	 vida	 ao	 serviço	 dos	 outros.	 Como	 se	 sente?	 Tentar</p><p>encontrar	 uma	 vida	 plena	 e	 feliz	 está	 em	 primeiro	 lugar	 na	 sua	 vida?</p><p>Concorda	 com	 aqueles	 que	 dizem	 que	 para	 estar	 verdadeiramente	 ao</p><p>serviço	dos	outros	têm	primeiro	de	cuidar	de	si?	Será	então	possível	que	a</p><p>Madre	Teresa	ou	Gandhi	tenham	tido	uma	vida	plena	e	feliz	–	através	do</p><p>serviço	aos	outros?</p><p>P	 –	 Isso	 não	 é	 uma	 atitude	 egoísta?	 E	 o	 egoísmo	 não	 é	 uma	 das	 principais</p><p>razões	para	falharmos	na	procura	da	felicidade?</p><p>R	–	Mantenho	exatamente	a	mesma	frase	que	lhe	disse	antes:	não	existe	maior</p><p>dever	do	que	aquele	que	devemos	a	nós	mesmos.</p><p>P	–	Uma	criança	não	tem	um	dever	para	com	os	seus	pais,	que	lhe	deram	a	vida</p><p>e	o	sustento	durante	os	períodos	de	necessidade?</p><p>R	–	De	forma	alguma.	É	exatamente	o	contrário.	Os	pais	devem	aos	seus	filhos</p><p>tudo	o	que	eles	lhes	puderem	dar	sob	a	forma	de	conhecimento.	Para	lá	disso,</p><p>os	 pais	 normalmente	mimam,	 em	 vez	 de	 ajudarem	 os	 seus	 filhos,	 com	 uma</p><p>falsa	sensação	de	dever	que	os	faz	satisfazer	as	crianças	em	vez	de	obrigá-las	a</p><p>procurar	e	obter	conhecimento.</p><p>P	–	Estou	a	perceber	o	que	está	a	dizer.	A	sua	teoria	é	que	o	excesso	de	ajuda</p><p>aos	jovens	encoraja-os	a	alhearem-se	e	a	 tornarem-se	indefinidos	em	todas	as</p><p>coisas.	Acredita	que	a	necessidade	é	um	professor	de	grande	sagacidade,	que	a</p><p>derrota	carrega	consigo	uma	virtude	equivalente,	que	os	presentes	de	qualquer</p><p>natureza	e	que	não	são	merecidos,	podem	 tornar-se	uma	maldição	em	vez	de</p><p>uma	bênção.	Correto?</p><p>Hill	diz:	“os	presentes	de	qualquer	natureza,	 e	 que	não	 são	merecidos,</p><p>podem	 tornar-se	 uma	 maldição	 em	 vez	 de	 uma	 bênção.”	 No	 nosso</p><p>esforço	 de	 dar	 aos	 nossos	 filhos,	 estaremos	 realmente	 a	 amaldiçoá-los?</p><p>Um	pensamento	muito	sensato,	mas	também	um	excelente	conselho	para</p><p>os	pais.</p><p>R	–	Explicou	perfeitamente	a	minha	filosofia.	A	minha	crença	não	é	uma	teoria.</p><p>É	um	facto.</p><p>P	–	Então	não	defende	a	oração	como	um	meio	de	atingir	os	fins	que	deseja?</p><p>R	–	Pelo	contrário,	eu	defendo	a	oração,	mas	não	o	 tipo	de	oração	composto</p><p>por	 palavras	 vazias,	 suplicantes	 e	 desprovidas	 de	 sentido.	 O	 tipo	 de	 oração</p><p>contra	a	qual	sou	impotente	é	a	oração	de	definição	de	propósito.</p><p>P	–	Nunca	pensei	na	definição	de	propósito	como	sendo	uma	oração.	Como	é</p><p>isso	possível?</p><p>R	 –	 A	 definição	 é,	 com	 efeito,	 a	 única	 forma	 de	 oração	 na	 qual	 podemos</p><p>realmente	 confiar.	 Na	 verdade,	 ela	 coloca	 a	 pessoa	 pronta	 a	 usar	 o	 ritmo</p><p>hipnótico	 para	 alcançar	 fins	 definidos…	 apropriando-se	 da	 grande	 fonte</p><p>universal	 de	 Inteligência	 Infinita.	 Essa	 apropriação,	 caso	 esteja	 interessado,</p><p>acontece	através	da	definição	de	um	propósito,	seguido	com	persistência!</p><p>P	–	Porque	falha	a	maioria	das	orações?</p><p>R	–	Elas	não	falham.	Todas	as	orações	nos	dão	aquilo	pelo	qual	rezamos.</p><p>P	–	Mas	acabou	de	dizer	que	a	definição	de	propósito	é	o	único	tipo	de	oração</p><p>em	que	podemos	confiar.	E	agora	diz	que	todas	as	orações	dão	resultado.	Em</p><p>que	ficamos,	afinal?</p><p>R	–	Não	há	nada	inconsistente	nisso.	A	maioria	das	pessoas	que	reza	só	o	faz</p><p>depois	 de	 tudo	o	 resto	 ter	 falhado.	Claro	 que	 iniciam	 as	 suas	 orações	 com	 a</p><p>mente	 cheia	 de	 medo	 de	 que	 as	 orações	 não	 sejam	 atendidas.	 Bem,	 esses</p><p>medos,	pelo	menos,	são	realizados.</p><p>A	 pessoa	 que	 ora	 com	 definição	 de	 propósito	 e	 fé	 de	 que	 vai	 alcançar	 o</p><p>objetivo,	aciona	as	leis	da	natureza	que	transmutam	os	seus	maiores	desejos	no</p><p>seu	equivalente	físico.	Na	oração	basta	isto.</p><p>Uma	 forma	 de	 oração	 negativa	 traz	 somente	 resultados	 negativos.	A	 outra</p><p>forma	 é	 positiva	 e	 traz	 resultados	 definidos	 e	 positivos.	 Não	 há	 nada	 mais</p><p>simples	do	que	isto,	pois	não?</p><p>As	 pessoas	 que	 se	 lamentam	 e	 imploram	 a	 Deus	 que	 assuma</p><p>responsabilidade	 por	 todos	 os	 seus	 problemas	 e	 lhes	 forneça	 todas	 as</p><p>necessidades	e	luxos	da	vida	são	demasiado	preguiçosas	para	criar	aquilo	que</p><p>querem	e	traduzi-lo	numa	existência	através	do	poder	da	sua	própria	mente.</p><p>Quando	ouve	uma	pessoa	a	rezar	por	algo	que	ela	deveria	obter	com	os	seus</p><p>próprios	 esforços,	 pode	 ter	 a	 certeza	 de	 que	 está	 a	 ouvir	 um	 alheado.	 A</p><p>Inteligência	Infinita	favorece	apenas	os	que	compreendem	e	se	adaptam	às	suas</p><p>leis.	Ela	não	discrimina	um	bom	caráter	ou	uma	personalidade	agradável.	Essas</p><p>coisas	ajudam	as	pessoas	a	negociar	o	seu	caminho	através	da	vida	de	 forma</p><p>mais	harmoniosa	umas	com	as	outras,	mas	a	fonte	que	responde	à	oração	não	é</p><p>imediatamente	visível.	A	 lei	 da	natureza	diz:	 “Saiba	o	que	quer,	 adapte-se	 às</p><p>minhas	leis,	e	acabará	por	obter.”</p><p>A	pergunta	 e	 resposta	 anteriores	 aumentam	os	 limites	 da	 crítica	 de	Hill</p><p>entre	religião	organizada	e	espiritualidade	e	responsabilidade	pessoal.</p><p>P	–	Isso	segue	os	ensinamentos	de	Cristo?</p><p>R	 –	 Perfeitamente.	 E	 também	 segue	 os	 ensinamentos	 de	 todos	 os	 grandes</p><p>filósofos.</p><p>P	–	A	sua	teoria	de	definição	está	em	harmonia	com	a	filosofia	dos	homens	da</p><p>ciência?</p><p>R	–	A	definição	é	a	maior	diferença	entre	um	cientista	e	um	alheado.	Através</p><p>do	princípio	da	definição	de	propósito	e	de	plano,	o	cientista	força	a	natureza	a</p><p>revelar-lhe	 os	 seus	 segredos	mais	 profundos.	 Foi	 através	 deste	 princípio	 que</p><p>Edison	revelou	o	segredo	do	fonógrafo,	da	lâmpada	incandescente	e	de	outros</p><p>benefícios	para	a	humanidade.</p><p>P	–	Então,	penso	que	a	definição	é	o	primeiro	requisito	para	o	sucesso	de	todo</p><p>o	empreendimento	terreno.	Correto?</p><p>R	–	Exatamente.	Qualquer	coisa	que	ensine	as	pessoas	a	analisarem	factos	e	a</p><p>coordená-los	 em	 planos	 definidos	 através	 da	 precisão	 de	 pensamento	 lesa	 a</p><p>minha	profissão.	Se	esta	sede	pelo	conhecimento	definido,	que	agora	se	está	a</p><p>espalhar	pelo	mundo	se	mantiver,	o	meu	negócio	será	seriamente	ameaçado	nos</p><p>próximos	séculos.	Eu	prospero	na	ignorância,	na	superstição,	na	intolerância	e</p><p>no	 medo,	 mas	 não	 consigo	 enfrentar	 um	 conhecimento	 definido	 e	 bem</p><p>organizado	 em	 planos	 definidos	 na	 mente	 das	 pessoas	 que	 pensam	 por	 si</p><p>mesmas.</p><p>P	–	Porque	não	se	apodera	da	Omnipotência	e	administra	todos	os	trabalhos	à</p><p>sua	maneira?</p><p>R	 –	 Também	 pode	 perguntar	 porque	 é	 que	 a	 parte	 negativa	 do	 eletrão	 não</p><p>domina	a	parte	positiva	e	faz	todo	o	trabalho.	A	resposta	é	que	ambas	as	cargas</p><p>energéticas,	 positiva	 e	 negativa,	 são	 necessárias	 para	 a	 existência	 do	 eletrão.</p><p>Uma	é	equilibrada	igualmente	contra	a	outra.</p><p>E</p><p>é	 esta	 a	 relação	 entre	 a	 Omnipotência	 e	 eu.	 Representamos	 as	 forças</p><p>positiva	 e	 negativa	 de	 todo	 o	 sistema	 de	 universos,	 e	 estamos	 igualmente</p><p>equilibrados	um	contra	o	outro.</p><p>Se	essa	força	de	equilíbrio	fosse	modificada	mesmo	que	muito	pouco,	todo	o</p><p>sistema	 de	 universos	 rapidamente	 seria	 reduzido	 a	 uma	 massa	 de	 matéria</p><p>inerte.	Agora	já	sabe	porque	é	que	não	posso	apoderar-me	de	tudo	e	fazer	o	que</p><p>me	apetece.</p><p>P	 –	 Se	 o	 que	 diz	 é	 verdade,	 tem	 exatamente	 o	 mesmo	 poder	 que	 a</p><p>Omnipotência.	Certo?</p><p>R	–	Certo.	A	minha	oposição	–	aquela	a	quem	chama	Omnipotência	–	exprime-</p><p>se	através	das	 forças	que	apelida	de	boas,	as	 forças	positivas	da	natureza.	Eu</p><p>exprimo-me	através	das	forças	a	que	chama	de	más,	as	forças	negativas.	Tanto</p><p>o	bem	como	o	mal	coexistem	na	natureza.	Cada	uma	é	tão	importante	como	a</p><p>outra.</p><p>P	–	Então	a	doutrina	da	predestinação	é	verdadeira.	As	pessoas	nascem	para	o</p><p>sucesso	ou	para	o	fracasso,	para	a	tristeza	ou	para	a	felicidade,	para	serem	boas</p><p>ou	más,	e	elas	nada	têm	a	dizer	contra	isso	e	nada	podem	fazer	para	modificar	a</p><p>sua	natureza.	É	isso	que	está	a	declarar?</p><p>R	–	Enfaticamente	 não!	 Todo	 o	 ser	 humano	 possui	 uma	 ampla	 variedade	 de</p><p>escolhas	tanto	nos	pensamentos	como	nas	ações.	Todo	o	ser	humano	pode	usar</p><p>o	seu	cérebro	para	 receber	e	exprimir	pensamentos	positivos	ou	pensamentos</p><p>negativos.	A	sua	escolha	nesse	assunto	tão	importante	molda	toda	a	sua	vida.</p><p>P	–	Pelo	que	me	disse,	percebi	que	os	serem	humanos	têm	mais	 liberdade	de</p><p>expressão	do	que	Sua	Majestade	ou	a	sua	oposição.	Isso	é	verdade?</p><p>R	–	Sim,	é	verdade.	Eu	e	a	Omnipotência	estamos	vinculados	a	leis	imutáveis</p><p>da	natureza.	Só	podemos	exprimir-nos	em	conformidade	com	estas	leis.</p><p>P	–	Então	é	verdade	que	o	homem	possui	direitos	e	privilégios	que	não	estão</p><p>disponíveis	para	a	Omnipotência	nem	para	o	Diabo.	Isso	é	verdade?</p><p>R	–	Sim,	isso	é	verdade.	Mas	também	tem	que	acrescentar	que	o	homem	ainda</p><p>não	 se	 apercebeu	do	 potencial	 deste	 poder.	O	homem	ainda	 se	 considera	 um</p><p>grão	de	poeira	quando,	na	realidade,	possui	muito	mais	poder	do	que	todas	as</p><p>criaturas	vivas	juntas.</p><p>P	–	A	definição	de	propósito	parece	ser	uma	solução	milagrosa	para	todos	os</p><p>males	do	homem.</p><p>R	 –	 Talvez	 não	 seja,	 mas	 pode	 ter	 a	 certeza	 de	 que	 ninguém	 se	 tornará</p><p>autodeterminado	sem	definição	de	propósito.</p><p>P	–	Porque	não	ensinam	a	definição	de	propósito	nas	escolas?</p><p>R	 –	 Porque	 não	 existe	 um	 plano	 definido	 ou	 um	 propósito	 em	 nenhum</p><p>currículo	 escolar.	 As	 crianças	 vão	 para	 a	 escola	 para	 terem	 um	 diploma	 e</p><p>aprenderem	a	memorizar,	não	para	descobrir	o	que	realmente	querem	da	vida.</p><p>Diz	o	Diabo:	“As	crianças	vão	para	a	escola	para	terem	um	diploma	e</p><p>aprenderem	a	memorizar,	não	para	descobrir	o	que	realmente</p><p>querem	da	vida.”</p><p>*******************</p><p>Acho	 isto	desmoralizador.	Hill	 fez	 soar	 o	 alarme	em	1938	 e,	 todavia,	 o</p><p>manuscrito	 continuou	 sem	 ser	 publicado	 e	 atualmente	 ainda	 estamos	 a</p><p>“ensinar	 para	 os	 testes”	 nas	 nossas	 escolas.	 Estou	 numa	 missão	 para</p><p>promover	 a	 educação	 financeira	 para	 ensinar	 aos	 jovens	 algo	 sobre	 o</p><p>dinheiro,	 uma	 verdadeira	 capacidade	 para	 a	 vida	 e,	 no	 entanto,	 muitas</p><p>escolas	 ainda	 rejeitam	porque	 isso	 não	 satisfaz	 as	 “exigências	 do	 teste”</p><p>pelas	quais	são	classificados	e	recebem	fundos.	Não	será	altura	de	fazer</p><p>soar	o	alarme	novamente?</p><p>P	–	De	que	serve	um	diploma	se	não	se	consegue	convertê-lo	em	necessidades</p><p>espirituais	e	materiais	da	vida?</p><p>R	–	Eu	sou	apenas	o	Diabo.	Não	resolvo	enigmas!</p><p>P	–	Deduzo,	por	aquilo	que	diz,	que	nem	as	escolas	nem	as	 igrejas	fornecem</p><p>aos	 jovens	 do	 mundo	 um	 conhecimento	 prático	 das	 suas	 próprias	 mentes.</p><p>Existe	 alguma	 coisa	 de	 maior	 importância	 para	 um	 ser	 humano	 do	 que	 o</p><p>entendimento	das	forças	e	circunstâncias	que	influenciam	a	sua	própria	mente?</p><p>R	 –	 A	 única	 coisa	 de	 valor	 para	 qualquer	 ser	 humano	 é	 conhecer	 o</p><p>funcionamento	da	sua	própria	mente.	As	igrejas	não	permitem	que	uma	pessoa</p><p>descubra	as	potencialidades	da	sua	própria	mente,	nem	as	escolas	reconhecem</p><p>que	exista	sequer	uma	mente.</p><p>Porque	 é	 que	Napoleon	Hill	 desaprovava	 tanto	 as	 igrejas	 e	 as	 religiões</p><p>que	 prevaleciam	 na	 sua	 época?	 Acredito	 que	 a	 sua	 crítica	 vem	 de	 um</p><p>amor	eterno	pelo	verdadeiro	 espírito	 e	 significado	da	 fé	 e	pela	validade</p><p>subjacente	de	todas	as	 tradições	religiosas	–	apesar	daquilo	que	os	seres</p><p>humanos	fazem	para	enfraquecê-los	ou	corrompê-los.	Qual	é	o	equilíbrio</p><p>entre	aceitar	aquilo	que	é	revelado	à	sua	mente	e	coração	–	e	alma	–	e	a</p><p>realidade	da	vida	num	mundo	tantas	vezes	infetado	de	maldade,	como	o</p><p>que	é	personificado	pelo	Diabo	de	Hill?</p><p>P	–	Não	está	a	ser	um	tanto	duro	com	as	escolas	e	com	as	igrejas?</p><p>R	 –	 Não,	 estou	 apenas	 a	 descrevê-las	 como	 elas	 são,	 sem	 parcialidades	 ou</p><p>preconceitos.</p><p>P	–	As	escolas	e	as	igrejas	não	são	os	seus	piores	inimigos?</p><p>R	–	 Os	 seus	 líderes	 podem	 pensar	 que	 sim,	mas	 eu	 só	me	 impressiono	 com</p><p>factos.	A	 verdade	 é	 esta,	 se	 quer	 saber	 assim	 tanto:	 as	 igrejas	 são	 os	 meus</p><p>aliados	mais	úteis	e	as	escolas	vêm	logo	atrás.</p><p>P	–	Em	que	termos	específicos	ou	gerais	faz	essa	afirmação?</p><p>R	–	Baseado	no	facto	de	que	 tanto	as	 igrejas	como	as	escolas	me	ajudarem	a</p><p>converter	as	pessoas	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Percebe	que	a	sua	acusação	é	apenas	uma	acusação	indiscriminada	sobre	as</p><p>duas	 instituições	 de	 maior	 importância	 e	 que	 foram	 responsáveis	 pela</p><p>civilização	como	a	conhecemos	hoje?</p><p>R	 –	 Se	 percebo?	 Dou	 pulos	 de	 alegria.	 Se	 as	 escolas	 e	 as	 igrejas	 tivessem</p><p>ensinado	as	pessoas	a	pensarem	por	si	mesmas,	onde	estaria	eu	agora?</p><p>P	–	Essa	sua	confissão	vai	desiludir	milhões	de	pessoas	cuja	única	esperança	de</p><p>salvação	 está	 nas	 suas	 igrejas.	 Isso	 é	 algo	 cruel	 para	 lhes	 fazer,	 não	 é?	Não</p><p>seria	muito	melhor	 que	 a	maioria	 das	 pessoas	 vivesse	 na	 ignorância	 do	 que</p><p>saber	a	verdade	sobre	si?</p><p>R	–	O	que	quer	dizer	com	o	termo	“salvação”?	Do	que	estão	as	pessoas	a	ser</p><p>salvas?	 A	 única	 forma	 de	 salvação	 duradoura	 que	 realmente	 é	 válida	 para</p><p>qualquer	 ser	 humano	 é	 aquela	 que	 vem	 do	 reconhecimento	 do	 poder	 da	 sua</p><p>própria	mente.	Ignorância	e	medo	são	os	únicos	inimigos	dos	quais	os	homens</p><p>precisam	de	salvação.</p><p>P	–	Parece	que	para	si	nada	é	sagrado.</p><p>R	–	Está	enganado.	Mantenho	como	sagrada	a	única	coisa	que	considero	meu</p><p>mestre	–	a	única	coisa	da	qual	tenho	medo.</p><p>P	–	E	o	que	é	isso?</p><p>R	–	O	poder	do	pensamento	independente	apoiado	pela	definição	de	propósito.</p><p>P	–	Então	não	tem	muitas	pessoas	para	temer?</p><p>R	–	Apenas	duas	em	cada	cem,	para	ser	mais	exato.	Eu	controlo	as	outras.</p><p>P	–	Vamos	dar	descanso	às	igrejas	e	voltar	às	escolas.	A	sua	confissão	mostra</p><p>claramente	que	prospera	e	perpetua-se	de	uma	geração	para	outra	utilizando	o</p><p>truque	de	se	apoderar	da	mente	das	crianças	antes	de	elas	terem	a	hipótese	de</p><p>usar	os	seus	próprios	intelectos.</p><p>Desejo	 saber	 o	 que	 está	 errado	 com	 o	 sistema	 escolar	 que	 permite	 que	 o</p><p>Diabo	 controle	 tantas	 pessoas.	Desejo	 também	 saber	 o	 que	 pode	 ser	 feito	 ao</p><p>sistema	 de	 ensino	 que	 garanta	 às	 crianças	 a	 oportunidade	 de	 aprender	 –</p><p>primeiro,	 que	 possuem	 mentes	 e,	 segundo,	 como	 usar	 as	 suas	 mentes	 para</p><p>trazer	liberdade	espiritual	e	económica	às	suas	vidas.</p><p>Estou	a	pôr	essa	questão	de	forma	suficientemente	definida,	e	uma	vez	que</p><p>salientou	 a	 importância	 da	 definição	 de	 propósito,	 estou	 aqui	 e	 agora	 para	 o</p><p>alertar	de	que	a	sua	resposta	à	minha	questão	deve	ser	definida	e	precisa.</p><p>R	–	 Espere	 um	momento	 enquanto	 recupero	 o	 fôlego.	Deu-me	 uma	 ordem	 e</p><p>tanto!	Parece	estranho	que	tenha	vindo	ter	com	o	Diabo	para	aprender	a	viver.</p><p>Eu	penso	que	deveria	visitar	a	minha	oposição.	Porque	não	o	faz?</p><p>P	–	É	Sua	Majestade	quem	está	a	ser	julgado,	não	eu.	Quero	a	verdade	e	não</p><p>me	interessa	através	de	quem	a	obtenho.	Existe	algo	radicalmente	errado	com	o</p><p>sistema	de	educação</p><p>que	nos	põe	prestes	a	chegar	ao	vermelho,	numa	tentativa</p><p>de	 encontrar	 o	 caminho	 da	 autodeterminação,	 como	 se	 fossemos	 animais</p><p>perdidos	na	selva.</p><p>Quero	saber	duas	coisas	sobre	este	sistema.	Primeiro,	qual	é	a	maior	fraqueza</p><p>do	sistema?	Segundo,	como	é	que	essa	 fraqueza	pode	ser	eliminada?	É	a	sua</p><p>vez!	 Por	 favor,	 mantenha-se	 focado	 na	 questão	 e	 pare	 de	 tentar	 levar-me	 a</p><p>discutir	questões	abstratas.	Isso	é	ser	definido,	não	é?</p><p>R	 –	 Não	 me	 deixa	 escolha	 senão	 dar	 uma	 resposta	 direta.	 Para	 começar,	 o</p><p>sistema	de	ensino	aborda	a	educação	de	um	ângulo	errado.	O	sistema	escolar</p><p>esforça-se	 para	 ensinar	 as	 crianças	 a	 memorizarem	 factos,	 em	 vez	 de	 lhes</p><p>ensinar	a	usarem	as	suas	próprias	mentes.</p><p>P	–	É	só	isso	que	está	errado	com	o	sistema?</p><p>R	–	Não,	esse	é	apenas	o	começo.	Outra	grande	fraqueza	do	sistema	escolar	é</p><p>não	estabelecer	na	mente	das	crianças	a	importância	da	definição	de	propósito</p><p>nem	tentar	ensinar	os	jovens	a	serem	definidos	em	relação	a	tudo.</p><p>O	maior	objetivo	de	toda	a	educação	é	obrigar	os	alunos	a	sobrecarregarem</p><p>as	suas	memórias	com	factos,	em	vez	de	os	ensinar	a	organizarem	e	a	fazerem</p><p>um	uso	prático	desses	factos.</p><p>Este	sistema	de	sobrecarga	centra	a	atenção	dos	alunos	em	ganhar	créditos,</p><p>mas	deixa	de	 lado	a	questão	mais	 importante:	o	uso	desse	conhecimento	nos</p><p>assuntos	 práticos	 da	 vida.	 Este	 sistema	 forma	 diplomados	 com	 certificados,</p><p>mas	 cujas	 mentes	 estão	 vazias	 de	 autodeterminação.	 O	 sistema	 escolar	 já</p><p>começou	 mal.	 As	 escolas	 começaram	 como	 instituições	 de	 “elevada</p><p>aprendizagem”,	criadas	inteiramente	para	alguns	felizardos	cujas	famílias	lhes</p><p>permitiam	a	educação.</p><p>Dessa	 forma,	 todo	 o	 sistema	 escolar	 evoluiu	 começando	 pelo	 topo	 e</p><p>descendo	até	ao	fundo.	Não	é	de	estranhar	que	o	sistema	negligencie	o	ensino</p><p>às	crianças	da	importância	da	definição	de	propósito,	quando	o	próprio	sistema,</p><p>literalmente,	evoluiu	através	da	indefinição.</p><p>P	–	O	que	corrigiria	essa	fraqueza	do	sistema	escolar?	Não	vamos	reclamar	da</p><p>fraqueza	do	sistema	exceto	se	estivermos	preparados	para	oferecer	um	remédio</p><p>prático,	 com	 o	 qual	 todo	 o	 sistema	 possa	 ser	 corrigido.	 Por	 outras	 palavras,</p><p>enquanto	 discutimos	 a	 importância	 da	 definição	 de	 um	 plano	 e	 de	 um</p><p>propósito,	vamos	nós	tomar	o	nosso	próprio	remédio	e	sermos	definidos.</p><p>R	–	Porque	não	esquece	as	escolas	e	as	igrejas	e	evita	uma	série	de	incómodos</p><p>para	si	mesmo?	Não	sabe	que	está	a	meter	o	nariz	nos	assuntos	que	envolvem</p><p>as	duas	forças	que	controlam	o	mundo?	Vamos	supor	que	mostra	que	as	escolas</p><p>e	as	igrejas	são	fracas	e	inadequadas	para	as	necessidades	dos	seres	humanos?</p><p>E	depois?	Como	vai	substituir	estas	duas	instituições?</p><p>P	–	Pare	de	tentar	fugir	às	minhas	questões	com	o	velho	truque	de	fazer	outra</p><p>pergunta!	Não	tenho	intenção	de	substituir	as	escolas	e	as	igrejas.	Mas	tenho	a</p><p>intenção	 de	 encontrar,	 se	 puder,	 um	 meio	 de	 fazer	 com	 que	 essas	 forças</p><p>organizadas	possam	ser	modificadas	para	que	sirvam	as	pessoas	em	vez	de	as</p><p>manter	 na	 ignorância.	 Continue	 e	 dê-me	 uma	 lista	 detalhada	 de	 todas	 as</p><p>mudanças	 que	 poderiam	 ser	 feitas	 no	 sistema	 escolar	 de	 modo	 a	 ser</p><p>aperfeiçoado.</p><p>R	–	Então,	quer	a	lista	completa,	é	isso?	Quer	as	mudanças	sugeridas	segundo	a</p><p>sua	ordem	de	importância?</p><p>Este	é	outro	ponto	em	que	o	entrevistador	obriga	o	Diabo	a	 sair	da	 sua</p><p>zona	 de	 conforto.	 É	 divertido	 e	 instrutivo	 testemunhar	 esta	 troca,	 que</p><p>fornece	uma	visão	para	a	melhoria	das	nossas	escolas	públicas.</p><p>P	–	Descreva	as	mudanças	necessárias	à	medida	que	lhe	vão	ocorrendo.</p><p>R	–	Está	a	obrigar-me	a	cometer	um	ato	de	traição	contra	mim	próprio,	mas	cá</p><p>vai:</p><p>Inverta	 o	 presente	 sistema	 dando	 às	 crianças	 o	 privilégio	 de	 liderarem	nos</p><p>seus	 trabalhos	 escolares,	 em	 vez	 de	 seguirem	 regras	 ortodoxas	 concebidas</p><p>apenas	para	divulgar	conhecimento	abstrato.	Deixe	os	 instrutores	servirem	de</p><p>alunos	e	os	alunos	servirem	de	instrutores.</p><p>Tanto	 quanto	 possível,	 organize	 todo	 o	 trabalho	 escolar	 em	 métodos</p><p>definidos	através	dos	quais	os	alunos	possam	aprender	pela	prática,	e	direcione</p><p>o	trabalho	da	turma	de	maneira	a	que	todos	os	alunos	estejam	envolvidos	em</p><p>alguma	forma	de	trabalho	prático	ligado	aos	problemas	diários	da	vida.</p><p>As	ideias	são	o	princípio	de	todas	as	realizações	humanas.	Ensine	os	alunos	a</p><p>reconhecerem	ideias	práticas	que	possam	ser	de	grande	benefício	para	os	ajudar</p><p>a	obter	o	que	a	vida	exige	deles.</p><p>Ensine	 os	 alunos	 a	 fazerem	 uma	 utilização	 eficaz	 do	 tempo	 e,	 sobretudo,</p><p>ensine	que	o	tempo	é	o	maior	ativo	disponível	aos	seres	humanos,	e	também	o</p><p>mais	barato.</p><p>Ensine	 ao	 aluno	 os	 motivos	 básicos	 pelos	 quais	 todas	 as	 pessoas	 são</p><p>influenciadas,	 e	 mostre-lhe	 como	 usar	 estes	 motivos	 para	 adquirir	 as</p><p>necessidades	e	os	luxos	da	vida.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 o	 que	 comer,	 a	 quantidade	 a	 comer,	 e	 qual	 a	 relação</p><p>existente	entre	uma	boa	alimentação	e	um	corpo	saudável.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 verdadeira	 natureza	 e	 função	 da	 emoção	 do	 sexo	 e,</p><p>sobretudo,	ensine-lhes	que	o	sexo	pode	ser	transmutado	numa	força	propulsora</p><p>capaz	de	levar	qualquer	um	ao	topo	das	suas	realizações.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 importância	 de	 definirem	 todas	 as	 coisas,	 começando</p><p>com	a	escolha	de	um	grande	propósito	definido	para	a	vida!</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 natureza	 e	 as	 possibilidades	 do	 bem	 e	 do	 mal	 no</p><p>princípio	do	hábito,	usando	como	exemplos	as	experiências	diárias	de	crianças</p><p>e	adultos	para	reforçar	a	ideia.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 que	os	 hábitos	 se	 tornam	permanentes	 através	da	 lei	 do</p><p>ritmo	hipnótico	e	 influencie-as	a	adotarem,	enquanto	ainda	estão	no	início	do</p><p>ano	escolar,	hábitos	que	as	levarão	a	ter	pensamentos	independentes!</p><p>Ensine	às	crianças	a	diferença	entre	derrota	temporária	e	fracasso,	e	mostre-</p><p>lhes	como	procurar	a	semente	de	uma	vantagem	equivalente	que	cada	derrota</p><p>traz	consigo.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 importância	 de	 exprimirem	 os	 seus	 próprios</p><p>pensamentos	sem	medo,	e	ensine-as	a	aceitarem	ou	rejeitarem,	por	sua	própria</p><p>vontade,	 todas	 as	 ideias	 dos	 outros,	 reservando	 para	 si	 mesmas,	 sempre,	 o</p><p>privilégio	de	confiarem	no	seu	próprio	julgamento.</p><p>Ensine	 as	 crianças	 a	 tomarem	 decisões	 prontamente	 e	 a	 mudá-las,	 mesmo</p><p>que	por	completo,	com	lentidão	e	relutância	e	nunca	sem	uma	razão	definida.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 que	 o	 cérebro	 humano	 é	 o	 instrumento	 com	 o	 qual	 se</p><p>recebe,	 da	 grande	 fonte	 da	 natureza,	 a	 energia	 que	 é	 especializada	 em</p><p>pensamentos	 definidos;	 que	 o	 cérebro	 não	 pensa,	 mas	 serve	 como	 um</p><p>instrumento	para	a	interpretação	dos	estímulos	que	causam	o	pensamento.</p><p>Ensine	às	crianças	o	valor	da	harmonia	nas	suas	próprias	mentes	e	que	isso	é</p><p>obtido	apenas	através	do	autocontrolo.</p><p>Ensine	às	crianças	a	natureza	e	o	valor	do	autocontrolo.</p><p>Ensine	às	crianças	que	existe	uma	lei	de	retornos	crescentes	que	pode	e	deve</p><p>ser	posta	em	ação,	como	um	hábito,	prestando	sempre	mais	e	melhores	serviços</p><p>do	que	é	esperado	delas.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 verdadeira	 natureza	 da	 Regra	 de	 Ouro	 e,	 sobretudo,</p><p>mostre-lhes	 que,	 através	 deste	 princípio,	 tudo	 o	 que	 elas	 fazem	 para	 e	 por</p><p>outros,	acabam	por	fazer	por	si	próprias.</p><p>Ensine	as	crianças	a	não	 terem	opiniões,	a	não	ser	que	sejam	formadas	por</p><p>factos	 ou	 crenças	 que	 possam	 ser	 razoavelmente	 aceites	 como	 factos</p><p>verdadeiros.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 que	 cigarros,	 bebidas,	 drogas	 e	 o	 excesso	 de	 sexo</p><p>destroem	a	força	de	vontade	e	levam	ao	hábito	do	alheamento.	Não	proíba	estes</p><p>males	–	basta	explicar-lhos.</p><p>Ensine	às	crianças	o	perigo	que	é	acreditarem	em	qualquer	coisa	só	porque</p><p>os	seus	pais,	instrutores	religiosos	ou	outra	pessoa	lhes	tenha	dito	para	o	fazer.</p><p>Ensine	 as	 crianças	 a	 enfrentarem	 os	 factos,	 quer	 sejam	 agradáveis	 ou</p><p>desagradáveis,	sem	recorrer	a	subterfúgios	ou	oferecer-lhes	álibis.</p><p>Ensine	as	crianças	a	encorajarem	o	uso	do	seu	sexto	sentido,	através	do	qual</p><p>as	 ideias</p><p>se	 apresentam	 na	 sua	 mente	 vindas	 de	 fontes	 desconhecidas,	 e	 a</p><p>analisar	tais	ideias	cuidadosamente.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 a	 importância	 da	 lei	 da	 compensação	 como	 foi</p><p>interpretada	por	Ralph	Waldo	Emerson,	e	mostre-lhes	como	a	lei	funciona	nos</p><p>acontecimentos	diários	mais	banais.</p><p>Ensine	às	crianças	que	a	definição	de	propósito,	apoiada	por	planos	definidos</p><p>e	 aplicados	 persistente	 e	 continuamente,	 é	 a	 forma	 mais	 eficaz	 de	 oração</p><p>disponível	para	os	seres	humanos.</p><p>Ensine	às	crianças	que	o	espaço	que	elas	ocupam	no	mundo	é	medido	pela</p><p>qualidade	e	quantidade	de	serviço	útil	que	prestam	ao	mundo.</p><p>Ensine	 às	 crianças	 que	 não	 existe	 nenhum	 problema	 que	 não	 tenha	 uma</p><p>solução	 adequada,	 e	 que	 a	 solução	pode	 ser	maioritariamente	 encontrada	nas</p><p>circunstâncias	que	criaram	o	problema.</p><p>Ensine	às	crianças	que	as	suas	únicas	verdadeiras	limitações	são	aquelas	que</p><p>impõem	 a	 si	 próprias	 ou	 que	 deixam	 os	 outros	 semear	 nas	 suas	 próprias</p><p>mentes.</p><p>Ensine-lhes	que	o	homem	pode	alcançar	tudo	o	que	conceber	e	acreditar!</p><p>Ensine	 às	 crianças	 que	 todas	 as	 escolas	 e	 todos	 os	 livros	 são	 elementos</p><p>essenciais	que	podem	ser	úteis	no	desenvolvimento	das	suas	mentes,	mas	que	a</p><p>única	 escola	 de	 real	 valor	 é	 a	 grande	 Universidade	 da	 Vida,	 onde	 se	 tem	 o</p><p>privilégio	de	aprender	com	a	experiência.</p><p>Ensine	as	crianças	a	serem	sempre	verdadeiras	consigo	mesmas	e,	dado	que</p><p>não	podem	agradar	a	todos,	pelo	menos	que	consigam	agradar	a	si	próprias.</p><p>P	–	É	uma	lista	imponente,	mas	parece-me	óbvio	que	ela	ignora	praticamente</p><p>todas	as	disciplinas	que	agora	são	ensinadas	nas	escolas.	Era	essa	a	intenção?</p><p>R	–	Sim.	Pediu-me	uma	 lista	de	mudanças	sugeridas	no	currículo	escolar	que</p><p>beneficiariam	as	crianças	e	foi	isso	o	que	lhe	dei.</p><p>P	 –	 Algumas	 das	 mudanças	 que	 sugere	 são	 tão	 radicais	 que	 chocariam	 a</p><p>maioria	dos	educadores	de	hoje,	não	concorda?</p><p>R	–	A	maioria	dos	educadores	de	hoje	precisa	deste	choque.	Um	bom	choque</p><p>normalmente	ajuda	o	cérebro	atrofiado	pelo	hábito.</p><p>P	 –	 As	 mudanças	 que	 sugere	 para	 as	 escolas	 dariam	 imunidade	 às	 crianças</p><p>contra	o	hábito	do	alheamento?</p><p>R	–	Sim,	esse	seria	um	dos	resultados	que	as	mudanças	 trariam,	mas	existem</p><p>também	outros.</p><p>Não	posso	dizer	que	concordo	com	todas	as	coisas	da	lista	do	Diabo.	No</p><p>entanto,	 quando	parei	 para	 analisar	 a	 lista	 de	 recomendações,	 a	 questão</p><p>surgiu	 na	 minha	 mente:	 Não	 será	 isto	 o	 que	 as	 nossas	 escolas	 deviam</p><p>ensinar	aos	nossos	filhos?	O	Diabo	sabia	disto	e	nós	não?!?</p><p>Quem	me	dera	que	Hill	se	tivesse	lembrado	de	perguntar	por	que	razão	as</p><p>nossas	escolas	são	como	são	–	e	onde	são	–	ou	o	que	e	onde	não	são.	Os</p><p>grandes	 eruditos	 que	 conceberam	 o	 nosso	 sistema	 escolar	 devem	 ter-se</p><p>apercebido	 da	 importância	 de,	 pelo	 menos,	 parte	 daquilo	 que	 o	 Diabo</p><p>professava	 que	 as	 nossas	 escolas	 deviam	 ensinar.	 Porque	 é	 que	 estas</p><p>coisas	 não	 fazem	parte	 do	 sistema?	Como	 é	 que	 os	 arquitetos	 originais</p><p>daquilo	que	é	hoje	o	nosso	sistema	de	educação	obrigatória	estavam	tão</p><p>longe	 do	 alvo?	O	Diabo	 declarou	 que	 o	 sistema	 escolar	 é	 um	 dos	 seus</p><p>principais	 veículos	 para	 criar	 e	 sustentar	 o	 seu	 grande	 exército	 de</p><p>alheados.	Será?</p><p>P	 –	 Como	 é	 que	 as	 mudanças	 sugeridas	 podiam	 ser	 aplicadas	 no	 sistema</p><p>escolar?	Claro	que	sabe	que	é	tão	difícil	programar	uma	nova	ideia	no	cérebro</p><p>de	 um	 professor	 como	 é	 levar	 um	 líder	 religioso	 a	modificar	 a	 religião	 para</p><p>poder	ajudar	as	pessoas	a	obterem	mais	da	vida.</p><p>Qualquer	 um	 que	 tenha	 tentado	 fazer	 alterações	 no	 sistema	 escolar</p><p>público	está	provavelmente	a	concordar	neste	momento.</p><p>R	–	A	maneira	mais	 certa	 e	mais	 rápida	 para	 aplicar	 estas	 ideias	 práticas	 no</p><p>sistema	 escolar	 é,	 primeiro,	 introduzi-las	 através	 de	 escolas	 privadas	 e</p><p>estabelecer	uma	exigência	para	o	seu	uso	nas	escolas	públicas,	de	tal	forma	que</p><p>os	reitores	dessas	escolas	se	sintam	compelidos	a	empregá-las.</p><p>P	–	Deviam	ser	feitas	outras	mudanças	no	sistema	das	escolas?</p><p>R	 –	 Sim,	muitas.	 Entre	 outras	mudanças	 necessárias	 em	 todos	 os	 programas</p><p>escolares	 está	 o	 acréscimo	 de	 um	 curso	 completo	 de	 formação	 sobre	 a</p><p>psicologia	 de	 negociação	 harmoniosa	 entre	 as	 pessoas.	 Todas	 as	 crianças</p><p>deveriam	ser	educadas	na	arte	da	venda	de	modo	a	criar	o	mínimo	de	atritos	na</p><p>vida.</p><p>Todas	 as	 escolas	 deviam	 ensinar	 os	 princípios	 da	 realização	 individual</p><p>através	dos	quais	se	pode	obter	uma	posição	de	independência	financeira.</p><p>As	turmas	deviam	ser	completamente	abolidas	e	substituídas	por	um	sistema</p><p>de	mesa-redonda	ou	de	conferência,	como	é	usado	pelos	homens	de	negócios.</p><p>Todos	os	estudantes	deviam	receber	instruções	individuais	e	orientação	ligada</p><p>às	disciplinas	que	não	podem	ser	ensinadas	de	forma	adequada	em	grupos.</p><p>Todas	as	escolas	deviam	ter	um	grupo	auxiliar	de	instrutores	constituído	por</p><p>homens	 de	 negócios	 e	 profissionais,	 cientistas,	 artistas,	 engenheiros	 e</p><p>jornalistas,	e	cada	um	partilharia	com	todos	os	alunos	o	conhecimento	prático</p><p>da	sua	própria	profissão,	negócio	ou	ocupação.	Este	ensino	devia	ser	conduzido</p><p>no	sistema	de	conferência,	de	forma	a	poupar	tempo	aos	instrutores.</p><p>P	–	O	que	 está	 a	 sugerir	 é,	 com	efeito,	 um	 sistema	auxiliar	 de	 instrução	que</p><p>daria	 a	 todos	 os	 alunos	 um	 conhecimento	 mais	 profissional	 dos	 assuntos</p><p>práticos	da	vida	diretamente	da	fonte	original.	É	essa	a	ideia?</p><p>R	–	Expôs	a	ideia	corretamente.</p><p>Este	é	outro	assunto	que	me	parece	muito	atual.	O	meu	marido	lembra-se</p><p>que,	 no	 princípio	 da	 década	 de	 1970,	 em	 Nova	 Jérsia,	 uma	 das</p><p>organizações	em	que	ele	estava	envolvido	reuniu	um	grupo	de	cientistas	e</p><p>empresários	para	dar	cursos	básicos	–	por	exemplo,	matemática	e	física	–</p><p>na	sua	área	como	voluntários	nas	escolas.	Mas	foi-lhes	dito	que,	uma	vez</p><p>que	cientistas	e	empresários	não	eram	professores	profissionais,	eles	não</p><p>eram	 bem-vindos.	 Mais	 recentemente,	 a	 missão	 de	 proporcionar	 um</p><p>ensino	prático	nas	escolas	foi	popularizada	por	vários	grupos	(Teach	for</p><p>America,	America	Saves,	 Junior	Achievement),	mas	ainda	é	vista	como</p><p>material	especial	e	não	como	parte	do	currículo	escolar	essencial.</p><p>Esta	e	muitas	outras	mudanças	na	forma	como	o	conteúdo,	o	contexto,</p><p>os	 princípios	 e	 as	 capacidades	 são	 dadas	 às	 nossas	 crianças	 no	 nosso</p><p>sistema	obrigatório	de	educação	deviam	ser	 incluídas	como	parte	de	um</p><p>processo	 interativo	 e	 experimental	 que	 vai	 determinar	 como	 as	 nossas</p><p>crianças	vivem	a	vida	–	e	o	impacto	que	elas	terão	neste	mundo	complexo</p><p>onde	 vivemos.	 O	 desafio	 é	 este:	 como	 é	 que	 integramos	 tudo	 num</p><p>programa	que	possa	ser	implementado	sistematicamente	de	maneira	a	ser</p><p>orientado	 para	 o	 sucesso,	 recompensador	 e	 satisfatório	 para	 todos	 os</p><p>participantes	de	 igual	 forma,	crianças	e	adultos?	Estou	feliz	e	orgulhosa</p><p>por	 dizer	 que	 trabalho	 com	 grupos	 que	 conceberam	 tais	 programas	 –	 e</p><p>estão	a	levar	estes	programas	para	a	frente	com	definição	de	propósito.</p><p>A	visão	de	futuro	–	como	a	sua	–	é	ter	um	sistema	educativo	que	evolua</p><p>para	 uma	 força	 poderosa,	 capaz	 de	 produzir	 membros	 da	 sociedade</p><p>motivados,	confiantes	e	de	pensamento	independente	e	que	contribuam	de</p><p>forma	 positiva.	 E	 que	 sejam	 também	 capazes	 de	 produzir	 algo	 mais</p><p>importante	–	gerações	futuras	prontas	e	capazes	de	trabalhar	num	mundo</p><p>complexo,	de	viver	com	sucesso	e	tirar	prazer	em	qualificar-se	a	si	e	aos</p><p>outros,	 e	 em	 fazer	 uma	 diferença	 real	 e	 duradoura	 no	 mundo	 como</p><p>cidadãos	 informados,	 responsáveis,	 envolvidos,	 cada	 um	 com	 definição</p><p>de	propósito!</p><p>P	–	Vamos	esquecer	um	pouco	o	sistema	escolar	por	agora	e	voltar	às	 igrejas</p><p>por	um	momento.	Toda	a	minha	vida	ouvi	clérigos	a	pregarem	contra	o	pecado</p><p>e	 a	 avisarem	 os	 pecadores	 para	 estarem	 atentos	 e	 se	 arrependerem,	 para</p><p>poderem	ser	salvos.	Mas	nunca	ouvi	nenhum	deles	dizer-me	o	que	é	o	pecado.</p><p>Pode	esclarecer-me	sobre	esta	questão?</p><p>R</p><p>–	O	pecado	é	algo	que	alguém	faz	ou	pensa	e	que	causa	infelicidade	a	outro!</p><p>Os	seres	humanos	que	estão	em	perfeita	saúde	física	e	espiritual	devem	sentir-</p><p>se	 em	 paz	 consigo	 mesmos	 e	 sempre	 felizes.	 Qualquer	 forma	 de	 desgraça</p><p>mental	ou	física	indica	a	presença	do	pecado.</p><p>P	–	Nomeie	algumas	das	formas	comuns	de	pecado.</p><p>R	–	Comer	em	excesso	é	uma	forma	de	pecado,	porque	leva	à	perda	da	saúde	e</p><p>à	infelicidade.</p><p>O	 excesso	 de	 sexo	 é	 um	 pecado	 porque	 enfraquece	 a	 força	 de	 vontade	 e</p><p>conduz	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>Permitir	 que	 a	mente	 seja	 dominada	 por	 pensamentos	 negativos	 de	 inveja,</p><p>ganância,	medo,	ódio,	intolerância,	vaidade,	autopiedade	ou	desencorajamento</p><p>é	uma	forma	de	pecado,	porque	esses	estados	mentais	levam	para	o	hábito	do</p><p>alheamento.</p><p>Enganar,	 mentir	 e	 roubar	 também	 são	 pecados,	 porque	 esses	 hábitos</p><p>destroem	o	respeito	próprio,	reprimem	a	consciência	e	levam	à	infelicidade.</p><p>Permanecer	na	ignorância	também	é	pecado,	porque	leva	à	pobreza	e	à	perda</p><p>da	autoconfiança.</p><p>Aceitar	da	vida	qualquer	coisa	que	não	se	queira	é	pecado,	porque	isso	indica</p><p>uma	forma	imperdoável	de	negligenciar	o	uso	da	mente.</p><p>P	–	É	um	pecado	alhear-se	através	da	vida,	sem	um	objetivo	definido,	um	plano</p><p>ou	um	propósito?</p><p>R	 –	 Sim,	 porque	 este	 hábito	 leva	 à	 pobreza	 e	 destrói	 o	 privilégio	 da</p><p>autodeterminação.	 E	 também	 priva	 uma	 pessoa	 do	 privilégio	 de	 usar	 a	 sua</p><p>própria	mente	como	um	meio	de	contacto	com	a	Inteligência	Infinita.</p><p>P	–	Sua	Majestade	é	o	principal	inspirador	do	pecado?</p><p>R	–	Sim!	O	meu	 interesse	é	controlar	a	mente	das	pessoas	de	 todos	os	meios</p><p>possíveis.</p><p>P	–	Consegue	controlar	a	mente	de	uma	pessoa	que	não	comete	pecados?</p><p>R	 –	Não	 consigo,	 porque	 essa	 pessoa	 nunca	 permite	 que	 a	 sua	 mente	 seja</p><p>dominada	por	qualquer	forma	de	pensamento	negativo.	Não	consigo	entrar	na</p><p>mente	de	quem	não	peca,	muito	menos	controlá-la.</p><p>P	–	Qual	é	o	pecado	mais	comum	e	destrutivo	de	todos?</p><p>R	–	O	medo	e	a	ignorância.</p><p>P	–	Não	tem	mais	nada	para	acrescentar	à	lista?</p><p>R	–	Não	há	mais	nada	a	acrescentar.</p><p>P	–	O	que	é	a	fé?</p><p>R	 –	 É	 um	 estado	 mental	 que	 reconhece	 e	 utiliza	 o	 poder	 do	 pensamento</p><p>positivo	 como	 meio	 para	 tirar	 proveito	 da	 central	 universal	 da	 Inteligência</p><p>Infinita.</p><p>P	–	Por	outras	palavras,	 a	 fé	 é	 a	 ausência	de	 todas	as	 formas	de	pensamento</p><p>negativo.	É	essa	a	ideia?</p><p>R	–	Sim,	essa	é	outra	forma	de	a	descrever.</p><p>P	–	Um	alheado	possui	a	capacidade	de	usar	a	fé?</p><p>R	–	Ele	pode	ter	essa	capacidade,	mas	não	a	utiliza.	Todos	têm	a	força	potencial</p><p>para	 esvaziar	 a	 mente	 de	 todos	 os	 pensamentos	 negativos	 e,	 dessa	 forma,</p><p>servir-se	do	poder	da	fé.</p><p>P	 –	 Colocando	 a	 questão	 de	 outra	 forma,	 a	 fé	 é	 a	 definição	 de	 propósito</p><p>apoiada	pela	crença	na	obtenção	do	objetivo	desse	propósito.	Isso	está	correto?</p><p>R	–	Essa	é	exatamente	a	ideia.</p><p>A	fé	é	“um	estado	mental	que	reconhece	e	utiliza	o	poder	do</p><p>pensamento	positivo	como	meio	para	tirar	proveito	da	central</p><p>universal	da	Inteligência	Infinita”.</p><p>******************</p><p>Hill	resume	sucintamente	a	definição:</p><p>“A	 fé	 é	 a	 definição	 de	 propósito	 apoiada	 pela	 crença	 na	 obtenção	 do</p><p>objetivo	desse	propósito.”</p><p>CAPÍTULO	DEZ</p><p>AUTODISCIPLINA</p><p>P	 –	 A	 que	 tipo	 de	 preparação	 devemos	 submeter-nos	 antes	 de	 podermos</p><p>avançar	com	a	definição	de	propósito	permanentemente?</p><p>R	 –	 A	 pessoa	 deve	 ter	 domínio	 sobre	 si	 mesma.	 Este	 é	 o	 segundo	 dos	 sete</p><p>princípios.	A	pessoa	que	não	se	controla	a	si	mesma	jamais	poderá	ser	líder	de</p><p>outras.	 A	 falta	 de	 autodomínio	 é,	 por	 si	 só,	 a	 forma	 mais	 destrutiva	 de</p><p>indefinição.</p><p>“A	pessoa	que	não	se	controla	a	si	mesma	jamais	poderá	ser	líder	de</p><p>outras.”</p><p>Como	isto	é	verdade!	Lembre-se	dos	nossos	líderes	políticos	que	caíram</p><p>em	 desgraça	 porque	 não	 conseguiram	 controlar	 o	 seu	 próprio</p><p>comportamento.	Como	podemos	confiar	que	controlem	o	nosso?</p><p>P	–	Por	onde	deve	uma	pessoa	começar	para	se	controlar	a	si	mesma?</p><p>R	 –	 Dominando	 os	 três	 apetites	 responsáveis	 pela	 maior	 parte	 da	 falta	 de</p><p>autodisciplina	das	pessoas.	Os	três	apetites	são:	(1)	o	desejo	de	comida,	(2)	o</p><p>desejo	de	sexo	e	(3)	o	desejo	de	exprimir	opiniões	inexatas.</p><p>P	–	O	homem	possui	outros	apetites	que	devam	ser	controlados?</p><p>R	 –	 Sim,	 muitos	 outros,	 mas	 estes	 três	 são	 os	 que	 devem	 ser	 conquistados</p><p>primeiro.	 Quando	 um	 homem	 domina	 estes	 três	 desejos,	 desenvolve	 a</p><p>autodisciplina	suficiente	para	conquistar	todos	os	de	menor	importância.</p><p>P	–	Mas	esses	desejos	são	naturais.	Eles	devem	ser	satisfeitos	se	a	pessoa	for</p><p>saudável	e	feliz.</p><p>R	–	Deve	certificar-se	de	que	são	desejos	naturais,	mas	também	são	perigosos</p><p>porque	 as	 pessoas	 que	 não	 possuem	 autodomínio	 abusam	 dos	 desejos.	 O</p><p>autodomínio	 contempla	 um	 controlo	 suficiente	 sobre	 os	 desejos	 que	 nos</p><p>permite	 alimentá-los	 com	 o	 que	 precisam	 e	 reter	 o	 alimento	 que	 não	 é</p><p>necessário.</p><p>P	 –	 O	 seu	 ponto	 de	 vista	 é	 tão	 interessante	 como	 educativo.	 Descreva	 os</p><p>pormenores	para	que	eu	possa	compreender	como	e	em	que	circunstâncias	as</p><p>pessoas	se	excedem	nos	seus	desejos.</p><p>R	–	Temos,	por	exemplo,	o	desejo	de	comida.	A	maioria	das	pessoas	é	tão	fraca</p><p>na	 autodisciplina,	 que	 enche	 o	 estômago	 com	 combinações	 de	 alimentos</p><p>altamente	calóricos,	que	satisfazem	o	paladar,	mas	que	abusam	dos	órgãos	da</p><p>digestão	e	da	eliminação.</p><p>Põem	no	estômago	tanta	quantidade	e	combinações	de	alimentos	que	o	corpo</p><p>só	consegue	descartar	convertendo	a	comida	em	toxinas	venenosas.</p><p>Estes	 venenos	 entopem	 e	 estagnam	 o	 sistema	 excretor	 do	 organismo	 até</p><p>diminuir	o	seu	trabalho	de	eliminação	desse	desperdício.	Após	algum	tempo,	o</p><p>sistema	gastrointestinal	deixa	de	funcionar	e	a	vítima	 tem	o	que	se	chama	de</p><p>“obstipação”.</p><p>Nesse	momento,	 já	estará	pronta	para	 ir	para	o	hospital.	A	autointoxicação,</p><p>ou	envenenamento	do	sistema	gastrointestinal,	leva	o	cérebro	a	transformar-se</p><p>em	algo	parecido	com	uma	massa	pastosa.</p><p>A	 vítima	 então	 torna-se	 lenta	 nos	 seus	 movimentos	 físicos	 e	 mentalmente</p><p>irritada	 e	 irrequieta.	 Se	 ela	 pudesse	 sentir	 o	 cheiro	 do	 seu	 sistema</p><p>gastrointestinal,	teria	vergonha	de	se	ver	ao	espelho.</p><p>Os	 sistemas	 excretores	 não	 são	 os	 lugares	 mais	 agradáveis	 quando	 ficam</p><p>entupidos,	mas	são	limpos	e	suaves	comparados	com	o	sistema	gastrointestinal</p><p>quando	está	sobrecarregado	ou	obstipado.	Esta	não	é	uma	história	bonita	para</p><p>ser	associada	ao	ato	agradável	e	necessário	de	comer,	mas	as	coisas	são	assim,</p><p>porque	comer	em	demasia	e	combinar	alimentos	de	forma	errada	é	o	que	causa</p><p>a	autointoxicação.</p><p>As	pessoas	que	comem	com	sensatez	e	mantêm	os	seus	sistemas	excretores</p><p>limpos	 dificultam	 o	 meu	 trabalho,	 porque	 um	 sistema	 intestinal	 em	 perfeito</p><p>funcionamento	 significa	 um	 corpo	 saudável	 e	 um	 cérebro	 que	 funciona	 de</p><p>forma	apropriada.</p><p>Imagine	–	se	a	sua	imaginação	consegue	chegar	a	tal	ponto	–	como	qualquer</p><p>ser	 humano	 poderia	 mover-se	 com	 definição	 de	 propósito	 se	 o	 seu	 sistema</p><p>intestinal	 tivesse	 uma	 quantidade	 de	 “veneno”	 suficiente	 para	 matar	 100</p><p>pessoas,	caso	fosse	injetado	diretamente	na	corrente	sanguínea.</p><p>Novamente,	 Napoleon	 Hill	 está	 muito	 avançado	 para	 o	 seu	 tempo.	 A</p><p>ciência	acabou	finalmente	por	chegar	ao	nível	de	Hill	–	e	até	ultrapassou</p><p>a	 sua	 intuição	 sobre	 os	 processos	 físicos	 e	 como	 se	 ligam	com	a	 saúde</p><p>mental	e	emocional.</p><p>P	 –	 E	 todo	 este	 problema	 é	 o	 resultado	 da	 falta	 de	 controlo	 sobre	 o	 apetite</p><p>físico	por	comida?</p><p>R	 –	 Bem,	 se	 deseja	 ser	 absolutamente	 correto,	 deveria	 dizer	 que	 comer	 de</p><p>forma	 errada	 é	 o	 responsável	 pela	 grande	 maioria	 dos	 males	 do	 corpo,	 e</p><p>praticamente	de	todas	as	dores	de	cabeça.</p><p>Se	 quer	 uma	 prova	 disso,	 selecione	 100	 pessoas	 que	 sofram	 de	 dores	 de</p><p>cabeça	e	dê	a	cada	uma	delas	uma	lavagem	intestinal	completa	com	um	clister,</p><p>e	 verá	 que	 pelo	menos	 95	 das	 dores	 de	 cabeça</p><p>desaparecem	poucos	minutos</p><p>após	a	limpeza	dos	intestinos.</p><p>P	–	De	tudo	o	que	diz	sobre	o	trato	intestinal,	fico	com	a	impressão	de	que	o</p><p>domínio	sobre	o	apetite	físico	por	comida	implica	também	o	domínio	sobre	o</p><p>hábito	de	negligenciar	e	manter	os	intestinos	limpos.</p><p>R	–	Sim,	isso	é	verdade.	Tão	importante	é	eliminar	as	toxinas	do	organismo	e</p><p>as	 porções	 não	 utilizadas	 de	 comida	 como	 é	 ingerir	 a	 quantidade	 certa	 e	 as</p><p>combinações	adequadas	de	alimentos.</p><p>P	–	Nunca	pensei	na	autointoxicação	como	sendo	um	dos	seus	instrumentos	de</p><p>controlo	 sobre	 as	 pessoas	 e	 estou	 completamente	 chocado	 por	 saber	 quantas</p><p>pessoas	são	vítimas	desse	subtil	inimigo.	Vamos	ouvir	o	que	tem	a	dizer	sobre</p><p>os	outros	dois	desejos.</p><p>R	–	Bem,	falemos	do	desejo	por	sexo.	Essa	é	uma	força	com	a	qual	controlo	os</p><p>fracos	e	os	 fortes,	os	velhos	e	os	 jovens,	os	 ignorantes	e	os	 sábios.	De	facto,</p><p>domino	todos	aqueles	que	negligenciam	em	dominar	o	desejo	por	sexo.</p><p>P	–	Como	se	pode	dominar	a	emoção	do	sexo?</p><p>R	 –	 Pelo	 simples	 processo	 de	 transmutar	 essa	 emoção	 em	 alguma	 forma	 de</p><p>atividade	que	não	seja	a	cópula.	O	sexo	é	uma	das	maiores	forças	motivadoras</p><p>dos	seres	humanos.	Por	causa	disso,	é	também	uma	das	forças	mais	perigosas.</p><p>Se	 os	 seres	 humanos	 conseguissem	 controlar	 os	 seus	 desejos	 por	 sexo	 e	 os</p><p>transformassem	numa	 força	dinamizadora	que	conseguissem	utilizar	nas	 suas</p><p>ocupações,	ou	seja,	se	gastassem	no	trabalho	metade	do	tempo	que	perdem	em</p><p>busca	de	sexo,	nunca	conheceriam	a	pobreza.</p><p>P	–	Está	a	dizer	que	existe	uma	relação	entre	sexo	e	pobreza?</p><p>R	–	Sim,	quando	o	sexo	não	está	sob	controlo.	Se	lhe	for	permitido	seguir	o	seu</p><p>curso	natural,	o	sexo	rapidamente	leva	a	pessoa	ao	hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Existe	alguma	relação	entre	sexo	e	liderança?</p><p>R	–	Sim,	 todos	os	grandes	 líderes,	em	 todos	os	 ramos	da	vida,	 são	altamente</p><p>eróticos,	 mas	 eles	 seguem	 o	 hábito	 de	 controlar	 os	 seus	 desejos	 por	 sexo,</p><p>transformando-os	 numa	 força	 dinamizadora	 e	 motivando-os	 nas	 suas</p><p>profissões.</p><p>P	–	O	vício	do	sexo	é	tão	perigoso	como	o	vício	de	drogas	ou	de	álcool?</p><p>R	–	Não	há	diferença	entre	esses	vícios.	Ambos	 levam	ao	controlo	hipnótico,</p><p>através	do	hábito	do	alheamento.</p><p>P	–	Porque	é	que	o	mundo	olha	para	o	sexo	como	algo	vulgar?</p><p>R	–	Devido	ao	abuso	que	as	pessoas	fizeram	desta	emoção.	Não	é	o	sexo	que	é</p><p>vulgar.	É	o	indivíduo	que	negligencia	ou	se	recusa	a	controlá-lo	e	a	guiá-lo.</p><p>P	–	Quer	dizer,	com	a	sua	afirmação,	que	não	se	deve	satisfazer	o	desejo	por</p><p>sexo?</p><p>R	–	Não,	eu	quero	dizer	que	o	sexo,	como	todas	as	outras	forças	à	disposição</p><p>do	 homem,	 deve	 ser	 entendido,	 dominado	 e	 feito	 para	 servir	 o	 homem.	 O</p><p>desejo	por	sexo	é	tão	natural	como	o	desejo	por	comida.	É	impossível	pôr	fim</p><p>ao	desejo	como	é	impossível	impedir	um	rio	de	correr.	Se	a	emoção	do	sexo	for</p><p>desligada	do	seu	modo	de	expressão	natural,	ela	transforma-se	noutras	formas</p><p>menos	desejáveis,	do	mesmo	modo	que	um	rio,	se	tiver	uma	represa,	tenta	fluir</p><p>em	volta	dela.	A	pessoa	que	possui	autodisciplina	entende	a	emoção	do	sexo,</p><p>respeita-a	e	aprende	a	controlá-la	e	a	transformá-la	em	atividades	construtivas.</p><p>P	–	Quais	são	os	danos	do	desejo	excessivo	por	sexo?</p><p>R	 –	 O	 maior	 dos	 danos	 é	 que	 ele	 priva	 a	 fonte	 de	 uma	 das	 maiores	 forças</p><p>dinamizadoras	 do	 homem	 e	 desperdiça,	 sem	 uma	 compensação	 adequada,	 a</p><p>energia	criativa	do	homem.</p><p>Dissipa	a	energia	necessária	pela	natureza	para	manter	a	saúde	física.	O	sexo</p><p>é	a	força	terapêutica	mais	útil	da	natureza.</p><p>Esgota	 a	 energia	magnética	 que	 é	 a	 fonte	 de	 uma	 personalidade	 atrativa	 e</p><p>agradável.</p><p>Remove	o	brilho	dos	olhos	e	gera	a	discórdia	no	tom	de	voz	da	pessoa.</p><p>Destrói	o	entusiasmo,	acaba	com	a	ambição	e	leva	inevitavelmente	ao	vício</p><p>do	alheamento,	em	todos	os	assuntos.</p><p>P	–	 Gostaria	 que	 respondesse	 à	minha	 pergunta	 de	 outra	 forma,	 dizendo-me</p><p>quais	 os	 fins	 benéficos	 que	 a	 emoção	 do	 sexo	 pode	 proporcionar,	 se	 for</p><p>dominada	e	transformada.</p><p>R	–	O	 sexo	 controlado	 fornece	 a	 força	magnética	 que	 atrai	 as	 pessoas	 umas</p><p>para	as	outras.	É	o	fator	mais	importante	de	uma	personalidade	agradável.</p><p>Dá	qualidade	ao	tom	de	voz	e	permite	exprimir	através	da	voz	um	sentimento</p><p>desejado.</p><p>Serve,	melhor	do	que	qualquer	coisa,	para	dar	força	motivacional	aos	desejos</p><p>de	uma	pessoa.</p><p>Mantém	o	sistema	nervoso	carregado	com	a	energia	necessária	para	levar	a</p><p>cabo	o	trabalho	de	manter	o	corpo	a	funcionar.</p><p>Aperfeiçoa	a	imaginação	e	permite	que	a	pessoa	crie	ideias	úteis.</p><p>Fornece	agilidade	e	definição	aos	movimentos	físicos	e	mentais.</p><p>Dá	 à	pessoa	persistência	 e	 perseverança	na	procura	pelo	objetivo	maior	 na</p><p>vida.</p><p>É	um	grande	antídoto	para	todos	os	medos.</p><p>Fornece	imunidade	contra	o	desencorajamento.</p><p>Ajuda	a	dominar	a	preguiça	e	a	procrastinação.</p><p>Dá	à	pessoa	 resistência	 física	e	mental	nos	momentos	em	que	se	passa	por</p><p>alguma	forma	de	fracasso	ou	revés.</p><p>Fornece	 as	 qualidades	 necessárias	 para	 lutar	 sejam	 quais	 forem	 as</p><p>circunstâncias.</p><p>Em	suma,	cria	vencedores,	e	não	desistentes.</p><p>P	 –	 Essas	 são	 as	 vantagens	 que	 afirma	 estarem	 relacionadas	 com	 a	 energia</p><p>controlada	do	sexo?</p><p>R	 –	 Não,	 são	 apenas	 alguns	 dos	 seus	 benefícios	 mais	 importantes.	 Talvez</p><p>alguns	acreditem	que	a	maior	de	todas	as	virtudes	do	sexo	é	ser	o	método	que	a</p><p>natureza	utiliza	para	perpetuar	todos	os	seres	vivos	do	planeta.	Só	isso	já	deve</p><p>eliminar	todo	o	pensamento	de	que	o	sexo	é	algo	vulgar.</p><p>P	–	Pelo	que	diz,	devo	perceber	que	a	emoção	do	sexo	é	uma	virtude	e	não	um</p><p>defeito?</p><p>R	–	É	uma	virtude	quando	controlada	e	direcionada	para	obter	fins	desejáveis.</p><p>É	um	defeito	quando	é	negligenciada	e	nos	leva	a	atos	de	luxúria.</p><p>P	–	 Porque	 é	 que	 essas	 verdades	 não	 são	 ensinadas	 às	 crianças	 pelos	 pais	 e</p><p>pelas	escolas?</p><p>R	–	A	negligência	deve-se	à	ignorância	sobre	a	verdadeira	natureza	do	sexo.	É</p><p>tão	 necessário	 para	 manter	 a	 saúde	 compreender	 e	 usar	 adequadamente	 a</p><p>emoção	 do	 sexo	 como	 é	 manter	 o	 sistema	 intestinal	 limpo.	 Os	 dois	 temas</p><p>deviam	 ser	 ensinados	 em	 todas	 as	 escolas	 e	 em	 todas	 as	 casas	 onde	 haja</p><p>crianças.</p><p>P	–	A	maioria	dos	pais	precisa	de	instruções	sobre	a	função	e	o	uso	adequado</p><p>do	sexo	antes	de	poderem	ensinar	os	seus	filhos	de	forma	inteligente?</p><p>R	–	Sim,	e	o	mesmo	se	aplica	aos	professores	das	escolas.</p><p>P	 –	 Qual	 o	 grau	 de	 importância	 que	 daria	 à	 necessidade	 de	 conhecimento</p><p>detalhado	sobre	sexo?</p><p>R	–	Está	próximo	do	topo	da	lista.	Há	apenas	uma	coisa	de	maior	importância</p><p>para	os	seres	humanos:	pensar	com	exatidão.</p><p>“Há	apenas	uma	coisa	de	maior	importância	para	os	seres	humanos:</p><p>pensar	com	exatidão.”</p><p>P	–	 Está	 a	 afirmar	 que	 o	 conhecimento	 das	 verdadeiras	 funções	 do	 sexo	 e	 a</p><p>capacidade	para	pensar	com	exatidão	são	as	duas	coisas	de	maior	importância</p><p>para	a	humanidade?</p><p>R	 –	 Era	 isso	 que	 eu	 queria	 que	 entendesse.	 Pensar	 com	 exatidão	 vem	 em</p><p>primeiro,	porque	é	a	solução	para	todos	os	problemas	do	homem,	a	resposta	a</p><p>todas	 as	 suas	 preces,	 a	 fonte	 da	 opulência	 e	 de	 todas	 as	 posses	materiais.	O</p><p>pensamento	exato	é	auxiliado	pela	emoção	do	sexo	adequadamente	controlada</p><p>e	direcionada,	porque	a	emoção	do	sexo	é	a	mesma	energia	que	o	homem	usa</p><p>para	pensar.	Começa	com	todos	os	que	desejam	ter	autodeterminação	suficiente</p><p>para	pagar	o	seu	preço.	Ninguém	consegue	ser	 inteiramente	livre	–	espiritual,</p><p>mental,	 física	e	economicamente	–	sem	aprender	a	arte	do	pensamento	exato.</p><p>Ninguém	consegue	aprender	a	pensar	com	exatidão	sem	incluir,	como	parte	do</p><p>conhecimento	 necessário,	 informações	 sobre	 o	 controlo	 da	 emoção	 do	 sexo</p><p>através	da	transmutação.</p><p>P	–	Será	uma	grande	surpresa	para	muitas	pessoas	saber	que	existe	uma	relação</p><p>próxima	 entre	 o	 pensamento	 e	 a	 emoção	 do	 sexo.	 Fale-nos,	 agora,	 sobre	 o</p><p>terceiro	desejo	e	vejamos	o	que	isso	tem	que	ver	com	autodisciplina.</p><p>R	 –	 O	 hábito	 de	 exprimir	 opiniões	 imprecisas	 e	 desorganizadas	 é	 um	 dos</p><p>hábitos	 mais</p><p>destrutivos.	 O	 poder	 destrutivo	 consiste	 na	 tendência	 para</p><p>influenciar	 as	 pessoas	 para	 adivinharem	 em	 vez	 de	 procurarem	 os	 factos</p><p>quando	formam	opiniões,	criam	ideias	ou	organizam	planos.</p><p>O	 hábito	 desenvolve	 uma	 espécie	 de	 “mente	 gafanhoto”	 –	 é	 aquela	mente</p><p>que	pula	de	uma	coisa	para	outra,	mas	que	nunca	chega	a	completar	nenhuma.</p><p>E,	 claro,	o	descuido	ao	exprimir	opiniões	 leva	ao	hábito	do	alheamento.	A</p><p>partir	daí	é	apenas	um	passo	ou	dois	até	que	alguém	fique	limitado	pela	lei	do</p><p>ritmo	hipnótico,	que,	automaticamente,	inibe	o	pensamento	exato.</p><p>“O	hábito	de	exprimir	opiniões	imprecisas	e	desorganizadas	é	um	dos</p><p>hábitos	mais	destrutivos.”</p><p>P	–	Que	outras	desvantagens	existem	na	livre	expressão	de	opiniões?</p><p>R	–	A	pessoa	que	fala	demais	acaba	por	 informar	o	mundo	dos	seus	planos	e</p><p>objetivos	e	dá	aos	outros	a	oportunidade	de	lucrarem	com	as	suas	ideias.</p><p>Os	 homens	 sensatos	 guardam	 os	 seus	 planos	 para	 si	 próprios	 e	 evitam</p><p>exprimir	opiniões	indesejadas.	Isso	evita	que	os	outros	se	apropriem	das	suas</p><p>ideias	e	que	interfiram	nos	seus	planos.</p><p>P	 –	 Porque	 é	 que	 tantas	 pessoas	 caem	 no	 hábito	 de	 exprimir	 opiniões	 não</p><p>solicitadas?</p><p>R	–	Esse	hábito	é	uma	forma	de	exprimir	egocentrismo	e	vaidade.	O	desejo	da</p><p>autoexpressão	 é	 inato	 nas	 pessoas.	 O	 motivo	 por	 trás	 do	 hábito	 é	 atrair	 a</p><p>atenção	de	outros	e	impressioná-los	favoravelmente.	Na	verdade,	acaba	por	ter</p><p>o	 efeito	 contrário.	 Quando	 o	 orador	 atrai	 a	 atenção,	 ela	 geralmente	 é</p><p>desfavorável.</p><p>P	–	Sim,	e	quais	são	as	outras	desvantagens	desse	hábito?</p><p>R	–	A	pessoa	que	 insiste	 em	 falar	 raramente	 tem	a	oportunidade	de	aprender</p><p>ouvindo	os	outros.</p><p>P	–	Mas	não	é	verdade	que	um	orador	intenso	tende	a	colocar-se	no	caminho</p><p>da	 oportunidade	 para	 se	 beneficiar	 atraindo	 a	 atenção	 de	 outros	 através	 do</p><p>poder	da	sua	oratória?</p><p>R	–	Sim,	um	orador	que	tem	o	dom	da	fala	possui	um	ativo	de	tremendo	valor</p><p>na	 capacidade	 de	 impressionar	 as	 pessoas	 com	 o	 seu	 discurso,	 mas	 não</p><p>consegue	fazer	o	melhor	uso	desse	ativo	se	forçar	o	seu	discurso	nas	pessoas</p><p>que	 não	 o	 solicitaram.	 Nenhuma	 qualidade	 é	 tão	 importante	 para	 a</p><p>personalidade	de	uma	pessoa	do	que	a	capacidade	de	falar	com	emoção,	força	e</p><p>convicção,	mas	o	orador	nunca	deve	 impor	o	seu	discurso	aos	outros	sem	ter</p><p>sido	convidado	a	fazê-lo.	Há	um	velho	ditado	que	diz	que	nada	vale	mais	do</p><p>que	o	 seu	verdadeiro	valor.	 Isso	 tanto	 se	aplica	à	 livre	expressão	de	opiniões</p><p>indesejadas	como	às	coisas	materiais.</p><p>P	–	E	as	pessoas	que	exprimem	as	suas	opiniões	voluntariamente	por	escrito?</p><p>Elas	também	sofrem	de	falta	de	autodisciplina?</p><p>R	–	Um	dos	piores	parasitas	na	Terra	é	a	pessoa	que	escreve	cartas	indesejadas</p><p>a	 pessoas	 de	 destaque.	 Políticos,	 estrelas	 do	 cinema,	 empresários	 bem-</p><p>sucedidos,	ou	até	mesmo	escritores	de	bestsellers,	e	ainda	pessoas	cujos	nomes</p><p>aparecem	 frequentemente	 nos	 jornais,	 que	 são	 continuamente	 assediados	 por</p><p>pessoas	 que	 escrevem	 cartas	 exprimindo	 as	 suas	 opiniões	 sobre	 todos	 os</p><p>assuntos.</p><p>P	–	Mas	escrever	cartas	não	solicitadas	é	uma	forma	inofensiva	de	encontrar	o</p><p>prazer	 através	 da	 autoexpressão,	 não	 é?	Que	 dano	 provoca	 uma	 pessoa	 com</p><p>esse	hábito?</p><p>Lembre-se	que	escrever	cartas	era	quase	a	única	maneira	de	comunicar	de</p><p>forma	 escrita	 quando	 Napoleon	 Hill	 escreveu	 este	 manuscrito.	 Ao	 ler,</p><p>imagine	como	os	seus	pensamentos	se	aplicariam	ao	mundo	de	hoje	com</p><p>os	blogues	e	as	redes	sociais.</p><p>R	–	Os	 hábitos	 são	 contagiosos.	 Todo	 o	 hábito	 atrai	 um	 conjunto	 de	 hábitos</p><p>relacionados.	O	hábito	de	fazer	qualquer	coisa	inútil	leva	à	formação	de	outros</p><p>hábitos	que	também	são	inúteis,	especialmente	o	hábito	do	alheamento.</p><p>Mas	há	mais	perigos	associados	ao	hábito	do	prazer	de	escrever	opiniões	não</p><p>solicitadas.	O	hábito	cria	inimigos	e	coloca	nas	suas	mãos	armas	perigosas	com</p><p>as	 quais	 podem	 causar	 grandes	 prejuízos	 aos	 que	 insistem	 em	 mantê-los.</p><p>Ladrões,	 impostores	 e	 chantagistas	 pagam	 preços	 elevados	 pelos	 nomes	 e</p><p>endereços	 de	 escritores	 de	 cartas	 indesejadas,	 sabendo	 que	 eles	 acabam	 por</p><p>tornar-se	vítimas	fáceis	de	todo	o	tipo	de	esquemas	que	resultam	na	perda	do</p><p>seu	dinheiro.	Eles	 referem-se	 aos	 escritores	de	 tais	 cartas	 como	“doidos”.	Se</p><p>deseja	saber	quão	idiotas	essas	pessoas	são,	leia	a	coluna	de	cartas	de	leitores</p><p>de	qualquer	jornal	–	a	coluna	na	qual	o	jornal	publica	opiniões	voluntárias	dos</p><p>seus	 leitores	 –	 e	 verá	 por	 si	 mesmo	 como	 os	 escritores	 de	 tais	 cartas</p><p>antagonizam	pessoas	e	convidam	muitas	outras	a	opor-se.</p><p>P	 –	 Sua	 Majestade,	 não	 sabia	 que	 as	 pessoas	 podiam	 criar	 tanta	 confusão</p><p>apenas	por	exprimirem	opiniões	não	 solicitadas,	mas	agora	que	mencionou	o</p><p>assunto,	 lembro-me	 de	 ter	 escrito	 ao	 editor	 de	 uma	 proeminente	 revista	 uma</p><p>carta	com	uma	crítica	 indesejada,	e	que	me	custou	uma	excelente	posição	na</p><p>sua	empresa	com	um	salário	alto.</p><p>R	–	Esse	exemplo	é	perfeito.	O	lugar	adequado	para	começar	a	autodisciplina	é</p><p>exatamente	 onde	 está.	 O	 modo	 para	 começar	 é	 exatamente	 reconhecendo	 a</p><p>verdade	–	que	não	há	nada	bom	nem	mau	nas	miríades	do	universo	com	o	mais</p><p>ínfimo	poder	para	influenciar	um	ser	humano,	exceto	a	natureza	e	os	próprios</p><p>seres	humanos.</p><p>Não	 existe	 nenhum	 ser	 humano	 vivo,	 que	 já	 tenha	 vivido	 ou	 que	 venha	 a</p><p>viver	 que	 tenha	 o	 direito	 ou	 o	 poder	 de	 privar	 outro	 ser	 humano	 do	 seu</p><p>privilégio	inato	de	pensamento	livre	e	independente.	Esse	privilégio	é	o	único</p><p>sobre	o	qual	qualquer	pessoa	pode	ter	controlo	absoluto.	Nenhum	ser	humano</p><p>adulto	 perde	 o	 direito	 à	 liberdade	 de	 pensamento,	 mas	 muitos	 perdem	 os</p><p>benefícios	deste	privilégio	por	negligência	ou	porque	lhes	foi	tirado	pelos	seus</p><p>pais	ou	 instrutores	 religiosos	 antes	da	 idade	do	entendimento.	Estas	verdades</p><p>são	evidentes	e	não	são	menos	importantes	por	serem	chamadas	à	sua	atenção</p><p>pelo	Diabo	em	vez	de	pela	minha	oposição.</p><p>Hill	distingue	o	nosso	direito	a	 ter	pensamentos	 independentes	da	nossa</p><p>expressão	 indesejada	desses	pensamentos.	Como	aplicaria	 este	princípio</p><p>no	mundo	atual	dos	blogues	e	das	redes	sociais?</p><p>P	–	Mas	onde	é	que	as	pessoas	se	vão	apoiar	no	momento	de	uma	emergência</p><p>quando	não	souberem	a	quem	ou	ao	que	apelar?</p><p>R	–	Deixe-as	apoiarem-se	no	único	poder	 fiável	disponível	para	qualquer	 ser</p><p>humano.</p><p>P	–	E	que	poder	é	esse?</p><p>R	–	Eles	mesmos!	O	poder	dos	seus	próprios	pensamentos.	O	único	poder	que</p><p>eles	podem	controlar	e	no	qual	se	podem	apoiar.	A	única	força	que	não	pode</p><p>ser	 distorcida,	 pintada,	mexida	 e	 falsificada	pelos	 outros	 seres	 humanos	mal-</p><p>intencionados.</p><p>“O	único	poder	fiável	disponível	para	qualquer	ser	humano…	O</p><p>poder	dos	seus	próprios	pensamentos.	O	único	poder	que	eles	podem</p><p>controlar	e	no	qual	se	podem	apoiar.”</p><p>*****************</p><p>Pode	 não	 conseguir	 controlar	 outras	 pessoas…	 mas	 pode	 controlar	 a</p><p>forma	como	reage	a	elas	e	às	suas	ações.	Isto	é	fácil	de	dizer,	mas	muito</p><p>difícil	de	fazer.	Temos	tendência	a	mudar	outras	pessoas	quando	podemos</p><p>verdadeiramente	 apenas	 mudar-nos	 a	 nós	 próprios	 e	 à	 forma	 como</p><p>reagimos	aos	outros.</p><p>P	–	Tudo	o	que	diz	parece	lógico,	mas	porque	tenho	de	vir	justamente	ao	Diabo</p><p>para	descobrir	tais	verdades	tão	profundas?	Vamos	voltar	aos	sete	princípios.	Já</p><p>revelou	 informação	 suficiente	 que	 mostra	 claramente	 que	 o	 segredo	 para</p><p>quebrar	 o	 poder	 do	 ritmo	 hipnótico	 está	 nesses	 sete	 princípios.	 Também</p><p>mostrou	 que	 o	 mais	 importante	 de	 todos	 estes	 princípios	 é	 a	 autodisciplina.</p><p>Agora	descreva	os	outros	cinco	princípios	que	ainda	não	mencionou,	e	indique</p><p>a	sua	função	na	autodisciplina.</p><p>R	 –	 Primeiro,	 deixe-me	 resumir	 essa	 parte	 da	 minha	 confissão	 revelada	 até</p><p>agora.</p><p>Contei-lhe	 que	 os	 meus	 dois	 instrumentos	 mais	 eficazes	 para	 dominar	 os</p><p>seres	humanos	são	o	hábito	do	alheamento	e	a	lei	do	ritmo	hipnótico.	Mostrei-</p><p>lhe	 que	 alhear-se	 não	 é	 uma	 lei	 natural,</p><p>mas	 sim	 um	 hábito	 praticado	 pelo</p><p>homem	que	o	leva	a	submeter-se	à	lei	do	ritmo	hipnótico.</p><p>Os	sete	princípios	são	os	meios	pelos	quais	o	homem	pode	quebrar	o	padrão</p><p>do	 ritmo	 hipnótico	 e	 assumir	 novamente	 o	 controlo	 da	 sua	 própria	 mente.</p><p>Dessa	 forma,	 os	 sete	 princípios	 são	 os	 sete	 passos	 que	 levam	 as	 vítimas	 do</p><p>ritmo	hipnótico	a	sair	das	prisões	autoimpostas.</p><p>P	 –	 Os	 sete	 princípios	 são	 a	 chave-mestra	 que	 abre	 as	 portas	 para	 a</p><p>autodeterminação	espiritual,	mental	e	económica?	Isso	é	verdade?</p><p>R	–	Sim,	essa	é	outra	forma	de	dizer	a	verdade.</p><p>CAPÍTULO	ONZE</p><p>APRENDER</p><p>COM	A</p><p>ADVERSIDADE</p><p>P	–	Alguma	vez	o	fracasso	é	um	benefício	para	o	homem?</p><p>R	 –	 Sim.	 Na	 verdade,	 aprender	 com	 a	 adversidade	 é	 o	 terceiro	 dos	 sete</p><p>princípios.	Mas	 poucas	 pessoas	 sabem	 que	 cada	 adversidade	 traz	 consigo	 a</p><p>semente	 de	 uma	 vantagem	 equivalente.	 E	 menos	 pessoas	 ainda	 sabem	 a</p><p>diferença	 entre	 derrota	 temporária	 e	 fracasso.	 Se	 esse	 conceito	 fosse	 do</p><p>conhecimento	 geral,	 eu	 ficaria	 privado	 de	 uma	 das	 minhas	 armas	 mais</p><p>poderosas	de	controlo	dos	seres	humanos.</p><p>P	 –	Mas	 tinha	 dito	 que	 o	 fracasso	 era	 um	 dos	 seus	 grandes	 aliados.	 Tive	 a</p><p>impressão,	 pela	 sua	 confissão,	 que	 o	 fracasso	 leva	 as	 pessoas	 a	 perderem	 a</p><p>ambição	e	a	deixarem	de	tentar,	e	depois	apodera-se	delas	sem	qualquer	tipo	de</p><p>oposição	da	parte	delas.</p><p>R	–	Esse	é	 justamente	o	ponto.	Apodero-me	delas	no	exato	momento	em	que</p><p>elas	desistem	de	tentar.	Se	elas	soubessem	a	diferença	entre	derrota	temporária</p><p>e	 fracasso,	não	desistiriam	quando	 se	deparam	com	adversidades	na	vida.	Se</p><p>soubessem	que	cada	forma	de	derrota,	e	 todos	os	fracassos,	 trazem	consigo	a</p><p>semente	de	uma	nova	oportunidade,	continuariam	a	lutar	e	a	vencer.	O	sucesso</p><p>normalmente	está	a	um	passo	muito	curto	do	ponto	em	que	se	desiste	de	lutar.</p><p>P	 –	 Isso	 é	 tudo	 o	 que	 se	 pode	 aprender	 sobre	 a	 adversidade,	 a	 derrota	 e	 o</p><p>fracasso?</p><p>R	 –	 Não,	 esse	 é	 o	mínimo	 que	 se	 pode	 aprender.	 Detesto	 dizer	 isso,	 mas	 o</p><p>fracasso	normalmente	serve	como	uma	bênção	disfarçada,	porque	ele	quebra	o</p><p>padrão	do	ritmo	hipnótico	e	liberta	a	mente	para	um	novo	começo.</p><p>P	–	Agora	estamos	a	chegar	a	algum	lado.	Confessou,	finalmente,	que	até	a	lei</p><p>natural	 do	 ritmo	 hipnótico	 pode	 ser,	 e	 normalmente	 é,	 anulada	 pela	 própria</p><p>natureza.	Isso	está	correto?</p><p>R	–	Não,	essa	não	é	a	forma	correta	e	exata	de	abordar	este	assunto.	A	natureza</p><p>nunca	anula	nenhuma	das	suas	leis	naturais.	A	natureza	nunca	tira	a	liberdade</p><p>de	 pensamento	 de	 um	 ser	 humano	 através	 do	 ritmo	 hipnótico.	 O	 indivíduo</p><p>abdica	da	 sua	 liberdade	por	 abusar	 dessa	 lei.	 Se	 um	homem	 saltasse	 de	 uma</p><p>árvore	e	morresse	pelo	impacto	súbito	do	seu	corpo	na	terra,	através	da	lei	da</p><p>gravidade,	 não	 diria	 que	 a	 natureza	 o	 assassinou,	 pois	 não?	 Provavelmente,</p><p>diria	 que	 o	 homem	 negligenciou	 relacionar-se	 apropriadamente	 com	 a	 lei	 da</p><p>gravidade.</p><p>P	 –	 Estou	 a	 começar	 a	 compreender.	 A	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico	 tem	 uma</p><p>aplicação	negativa	e	positiva.	Ela	pode	arrastar	uma	pessoa	para	a	escravatura</p><p>através	da	perda	do	privilégio	da	liberdade	de	pensamento,	ou	pode	ajudar	uma</p><p>pessoa	 a	 alcançar	 o	 topo	 das	 suas	 realizações	 através	 da	 livre	 utilização	 dos</p><p>seus	pensamentos,	dependendo	da	forma	como	o	indivíduo	se	relaciona	com	a</p><p>lei.	É	isso?</p><p>R	–	Agora	já	percebeu.</p><p>P	 –	 E	 sobre	 o	 fracasso?	 Ninguém	 fracassa	 intencionalmente,	 pensando</p><p>deliberadamente	 em	 falhar.	 Ninguém	 estimula	 a	 derrota	 temporária.	 São</p><p>circunstâncias	sobre	as	quais	o	indivíduo	não	possui	qualquer	tipo	de	controlo.</p><p>Como	é	que	se	pode	dizer	que	a	natureza	não	 tira	a	 liberdade	de	pensamento</p><p>quando	 na	 verdade	 o	 fracasso	 destrói	 a	 ambição,	 a	 força	 de	 vontade	 e	 a</p><p>autoconfiança	essenciais	para	um	novo	começo?</p><p>R	–	O	fracasso	é	uma	circunstância	provocada	pelo	homem.	Nunca	é	 real	até</p><p>que	seja	aceite	pelo	homem	como	permanente.	Dito	de	outra	forma,	o	fracasso</p><p>é	um	estado	de	espírito;	por	isso,	é	algo	que	um	indivíduo	pode	controlar	até	se</p><p>negar	a	exercer	esse	privilégio.	A	natureza	não	obriga	as	pessoas	a	fracassarem.</p><p>Mas	impõe	a	sua	lei	de	ritmo	hipnótico	sobre	todas	as	mentes,	e	através	desta</p><p>lei	mantém	em	permanência	todos	os	pensamentos	que	dominam	essas	mentes.</p><p>Por	 outras	 palavras,	 os	 pensamentos	 de	 fracasso	 são	 dominados	 pela	 lei	 do</p><p>ritmo	 hipnótico	 e	 tornados	 permanentes,	 se	 o	 indivíduo	 aceitar	 tais</p><p>circunstâncias	 como	sendo	um	 fracasso	permanente.	Essa	mesma	 lei	 também</p><p>assume	e	torna	permanentes	os	pensamentos	de	sucesso.</p><p>“O	fracasso	é	um	estado	de	espírito;	por	isso,	é	algo	que	um	indivíduo</p><p>pode	controlar	até	se	negar	a	exercer	esse	privilégio.”</p><p>*********************</p><p>Pode	 isto	 ser	 verdade?	 Hill	 convenceu-o	 de	 que	 o	 “fracasso	 é	 uma</p><p>circunstância	 provocada	 pelo	 homem”?	 Acho	 que	 ele	 é	 bastante</p><p>persuasivo.	 Se	 eu	 olhar	 bem	 para	 a	 minha	 vida	 –	 os	 meus	 próprios</p><p>sucessos	e	fracassos	na	vida	empresarial,	erros	e	escolhas	erradas	–	posso</p><p>afirmar	que	alguém	além	de	mim	pode	ser	responsabilizado?	Será	que	um</p><p>inventário	pessoal	da	sua	vida	produz	resultados	diferentes?	Hill	ajudou-</p><p>me	a	dar	um	valor	diferente	ao	fracasso	que	eu	dava	antigamente…</p><p>P	–	Como	é	que	o	 fracasso	ajuda	um	 indivíduo	a	quebrar	o	padrão	do	 ritmo</p><p>hipnótico	depois	de	essa	lei	estar	fixada	na	mente	da	pessoa?</p><p>R	–	O	fracasso	traz	consigo	um	clímax	no	qual	uma	pessoa	tem	o	privilégio	de</p><p>limpar	a	mente	do	medo	e	começar	de	novo	noutra	direção.	O	fracasso	prova</p><p>conclusivamente	que	algo	está	 errado	com	os	objetivos	da	pessoa	ou	com	os</p><p>planos	através	dos	quais	esses	objetivos	 são	almejados.	O	 fracasso	é	o	ponto</p><p>final	do	hábito	que	a	pessoa	tem	seguido,	e,	quando	é	alcançado,	ele	obriga	a</p><p>pessoa	 a	 deixar	 esse	 caminho	 e	 a	 seguir	 por	 outro,	 criando	 assim	 um	 novo</p><p>ritmo.</p><p>Mas	o	fracasso	faz	mais	do	que	isso.	Dá	ao	indivíduo	uma	oportunidade	para</p><p>se	 testar	 a	 si	 próprio	 e,	 assim,	 perceber	 a	 força	 de	 vontade	 que	 possui.	 O</p><p>fracasso	 também	 força	 as	 pessoas	 a	 aprenderem	muitas	 verdades	 que	 nunca</p><p>descobririam	sem	ele.	O	fracasso	normalmente	leva	o	indivíduo	a	compreender</p><p>o	poder	da	autodisciplina,	 sem	a	qual	ninguém	poderia	voltar	atrás	depois	de</p><p>ter	sido	vítima	do	ritmo	hipnótico.</p><p>Estude	a	vida	de	todas	as	pessoas	que	alcançaram	um	sucesso	fantástico,	em</p><p>qualquer	 ramo	 de	 atividade,	 e	 observe	 que	 o	 seu	 sucesso	 é,	 em	 geral,</p><p>diretamente	proporcional	às	suas	experiências	antes	de	serem	bem-sucedidos.</p><p>“O	fracasso	traz	consigo	um	clímax	no	qual	uma	pessoa	tem	o</p><p>privilégio	de	limpar	a	mente	do	medo	e	começar	de	novo	noutra</p><p>direção.”</p><p>P	–	É	tudo	o	que	tem	a	dizer	sobre	as	vantagens	do	fracasso?</p><p>R	 –	 Não,	 ainda	 mal	 comecei.	 Se	 deseja	 o	 verdadeiro	 significado	 da</p><p>adversidade,	 do	 fracasso,	 da	 derrota	 e	 de	 todas	 as	 outras	 experiências	 que</p><p>quebram	 os	 hábitos	 do	 ser	 humano	 e	 o	 obrigam	 a	 formar	 novos	 hábitos,</p><p>observe	 a	 natureza	 no	 seu	 trabalho.	A	 natureza	 usa	 a	 doença	 para	 quebrar	 o</p><p>ritmo	físico	do	corpo,	quando	as	células	e	os	órgãos	entram	em	rota	de	colisão.</p><p>Usa	 as	 crises	 económicas	 para	 quebrar	 o	 ritmo	 do	 pensamento	 em	 massa,</p><p>quando	um	grande	número	de	pessoas	se	relaciona	mal	–	através	de	negócios,</p><p>atividades	 sociais	 e	 políticas.	 E	 usa	 o	 fracasso	 para	 quebrar	 o	 ritmo	 do</p><p>pensamento	negativo,	 quando	um	 indivíduo	 se	 relaciona	mal	 consigo	mesmo</p><p>na	sua	própria	mente.</p><p>Observe	 com	 cuidado	 e	 verá	 que,	 em	 toda	 a	 natureza,	 há	 sempre	 uma	 lei</p><p>natural	 que	 proporciona	 uma	 eterna	 mudança	 de	 toda	 a	 matéria,	 de	 toda	 a</p><p>energia	e	de	todo	o	poder	do	pensamento.	A	única	coisa	permanente	em	todos</p><p>os	 universos	 é	 a	mudança.	A	mudança	 eterna	 e	 inexorável	 –	 através	 da	 qual</p><p>todos	 os	 átomos	 da	 matéria	 e	 toda	 a	 unidade	 de	 energia	 possuem	 a</p><p>oportunidade	 de	 se	 relacionarem	 apropriadamente	 com	 outras</p><p>unidades	 de</p><p>matéria	e	energia,	e	cada	ser	humano	tem	a	oportunidade	e	o	privilégio	de	se</p><p>relacionar	 apropriadamente	 com	 todos	 os	 outros	 seres	 humanos,</p><p>independentemente	da	quantidade	de	erros	que	cometa,	ou	de	quantas	vezes	e</p><p>de	que	maneiras	possa	ser	derrotado.</p><p>Quando	o	fracasso	em	massa	toma	conta	de	uma	nação,	como	aconteceu	na</p><p>Grande	Depressão	de	1929,	a	circunstância	está	em	perfeita	harmonia	com	os</p><p>planos	da	natureza	para	quebrar	os	hábitos	dos	homens	e	providenciar	novas</p><p>oportunidades.</p><p>A	beleza	de	publicar	este	livro	agora,	durante	o	atual	tumulto	económico,</p><p>é	 que	 a	 natureza	 está	 novamente	 a	 quebrar	 os	 hábitos	 do	 homem	 e	 a</p><p>apresentar	novas	oportunidades.</p><p>P	–	O	que	está	a	dizer	é	 intrigante.	Devo	compreender	que	o	ritmo	hipnótico</p><p>tem	 algo	 que	 ver	 com	 a	 forma	 como	 as	 pessoas	 se	 relacionam	umas	 com	 as</p><p>outras?</p><p>R	 –	 Essa	 coisa	 esquiva	 e	 abstrata	 chamada	 caráter	 nada	mais	 é	 do	 que	 uma</p><p>manifestação	da	lei	do	ritmo	hipnótico.	Por	isso,	quando	se	fala	do	caráter	de</p><p>alguém,	 seria	 mais	 apropriado	 dizer-se	 que	 os	 seus	 hábitos	 de	 pensamento</p><p>foram	cristalizados	numa	personalidade	positiva	ou	negativa	através	da	lei	do</p><p>ritmo	 hipnótico.	 Uma	 pessoa	 é	 boa	 ou	 má	 devido	 à	 junção	 dos	 seus</p><p>pensamentos	 com	 as	 suas	 ações	 através	 desta	 lei.	 Uma	 pessoa	 está	 ligada	 à</p><p>pobreza	 ou	 é	 abençoada	 com	 a	 abundância	 por	 causa	 das	 suas	 aspirações,</p><p>planos	 e	 desejos,	 ou	 pela	 falta	 deles,	 que,	 por	 sua	 vez,	 são	 tornados</p><p>permanentes	e	reais	pelo	ritmo	hipnótico.</p><p>P	–	Isso	é	tudo	o	que	tem	a	dizer	sobre	a	ligação	entre	o	ritmo	hipnótico	e	as</p><p>relações	humanas?</p><p>R	–	Não,	ainda	agora	comecei.	Lembre-se	que,	enquanto	estou	a	falar,	estou	a</p><p>mencionar	 a	 influência	 do	 ritmo	 hipnótico	 conectado	 com	 todas	 as	 relações</p><p>humanas.	As	pessoas	que	são	bem-sucedidas	nos	negócios	são-no	inteiramente</p><p>devido	à	forma	como	se	relacionam	com	os	seus	sócios	e	com	os	outros	fora	do</p><p>âmbito	profissional.</p><p>Os	 profissionais	 que	 são	 bem-sucedidos	 são-no	 principalmente	 devido	 à</p><p>forma	como	se	relacionam	com	os	seus	clientes.	É	muito	mais	importante	para</p><p>o	 advogado	 conhecer	 as	 pessoas	 e	 as	 leis	 da	 natureza	 do	 que	 conhecer	 a	 lei</p><p>jurídica.	E	o	médico	é	um	fracasso	antes	mesmo	de	começar,	exceto	se	souber</p><p>como	se	relacionar	com	os	seus	pacientes	e	como	estabelecer	a	fé	destes	nele</p><p>próprio.</p><p>Os	 casamentos	 fracassam	 ou	 são	 bem-sucedidos	 inteiramente	 por	 causa	 da</p><p>maneira	 como	 os	 participantes	 se	 relacionam	 uns	 com	 os	 outros.	 Um</p><p>relacionamento	 adequado	 no	 casamento	 começa	 com	 um	 motivo	 para	 o</p><p>casamento.	 A	 maioria	 dos	 casamentos	 não	 traz	 felicidade,	 porque	 as	 partes</p><p>contratantes	não	entendem	nem	tentam	entender	a	lei	do	ritmo	hipnótico,	pois</p><p>cada	palavra	que	dirigem	um	ao	outro,	cada	ato	e	cada	motivo	que	os	 leva	a</p><p>lidar	 um	 com	 o	 outro	 é	 tecido	 numa	 rede	 que	 os	 enleia	 numa	 tristeza	 de</p><p>controvérsia	ou	que	lhes	dá	asas	de	liberdade	para	que	possam	elevar-se	acima</p><p>de	todas	as	formas	de	infelicidade.</p><p>Cada	 nova	 amizade	 que	 surje	 entre	 as	 pessoas	 pode	 acabar	 numa	 amizade</p><p>verdadeira,	e	depois	numa	harmonia	espiritual	(algumas	vezes	chamada	amor),</p><p>ou	plantar	uma	semente	de	suspeita	e	dúvida,	que	vai	evoluindo	e	crescendo	e</p><p>tornando-se	uma	rebelião	aberta,	de	acordo	com	a	forma	como	os	participantes</p><p>nessa	relação	se	relacionam	uns	com	os	outros.</p><p>O	 ritmo	 hipnótico	 escolhe	 as	 motivações	 dominantes,	 as	 aspirações,	 os</p><p>objetivos	 e	 os	 sentimentos	 das	 mentes	 em	 contacto,	 e	 transforma-os	 numa</p><p>espécie	 de	 fé	 ou	medo,	 amor	ou	ódio.	Depois	 de	o	padrão	 ter	 tomado	 forma</p><p>definitiva,	 o	 que	 acontece	 com	 o	 decorrer	 do	 tempo,	 ele	 é	 imposto	 a	 essas</p><p>mentes	que	estão	em	contacto	e	torna-se	parte	delas.</p><p>Nessa	forma	silenciosa,	a	natureza	torna	permanentes	os	fatores	dominantes</p><p>de	 cada	 relação	 humana.	 Em	 cada	 relacionamento	 humano,	 os	motivos	 e	 os</p><p>atos	maldosos	desses	indivíduos	estão	coordenados	e	consolidados	numa	forma</p><p>definida	 e	 emaranhados	 no	 mais	 importante	 traço	 humano	 conhecido	 como</p><p>caráter.	Da	mesma	maneira,	as	motivações	e	os	atos	de	bem	são	consolidadas	e</p><p>impostas	ao	indivíduo.	Pode	ver-se,	por	isso,	que	não	são	apenas	os	atos,	mas</p><p>também	os	pensamentos	dela,	que	determinam	a	natureza	de	todas	as	relações</p><p>humanas.</p><p>P	–	Está	a	entrar	em	águas	perigosas.	Vamos	permanecer	perto	da	costa,	onde</p><p>posso	segui-lo	sem	ter	medo	de	me	afundar.	Diga-me	como	os	relacionamentos</p><p>humanos	funcionam	realmente	num	mundo	tão	cheio	de	problemas	como	o	que</p><p>temos	hoje.</p><p>R	 –	 Esse	 é	 um	 pensamento	 feliz.	 Mas	 deixe-me	 ter	 a	 certeza	 de	 que</p><p>compreende	os	princípios	que	estou	a	revelar	antes	de	lhe	tentar	mostrar	como</p><p>deve	aplicá-los	nos	princípios	da	vida.</p><p>Desejo	ter	a	certeza	de	que	compreende	que	a	lei	do	ritmo	hipnótico	é	algo</p><p>que	 não	 se	 pode	 controlar,	 influenciar	 ou	 escapar.	 Mas	 toda	 a	 gente	 pode</p><p>relacionar-se	com	esta	lei	de	forma	a	beneficiar	inexoravelmente	da	sua	ação.</p><p>Uma	 relação	 harmoniosa	 com	 a	 lei	 consiste	 inteiramente	 na	 mudança	 dos</p><p>hábitos	 do	 indivíduo	 para	 representar	 as	 circunstâncias	 e	 as	 coisas	 que	 o</p><p>indivíduo	deseja	e	está	disposto	a	aceitar.</p><p>Ninguém	pode	mudar	 a	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico,	 assim	 como	 ninguém	pode</p><p>modificar	 a	 lei	 da	 gravidade,	 mas	 todos	 podem	 modificar-se	 a	 si	 próprios.</p><p>Lembre-se,	 contudo,	que,	 em	 resumo,	 todas	 as	 relações	humanas	 são	 feitas	 e</p><p>mantidas	pelos	hábitos	dos	indivíduos.</p><p>“Ninguém	pode	mudar	a	lei	do	ritmo	hipnótico,	assim	como	ninguém</p><p>pode	modificar	a	lei	da	gravidade,	mas	todos	podem	modificar-se	a	si</p><p>próprios.”</p><p>*****************</p><p>Já	 tentou	mudar	 alguém	e	 sentiu-se	 frustrado	 quando	percebeu	 que	 não</p><p>estava	no	controlo	e	por	isso	não	era	bem-sucedido?</p><p>A	lei	do	ritmo	hipnótico	possui	apenas	o	papel	de	solidificar	os	fatores	que</p><p>constituem	 as	 relações	 humanas,	 mas	 ela	 não	 cria	 esses	 fatores.	 Antes	 de</p><p>avançarmos	 com	 a	 discussão	 das	 relações	 humanas,	 quero	 que	 tenha	 uma</p><p>perceção	clara	da	mente	subconsciente.</p><p>O	 termo	 “mente	 subconsciente”	 representa	 um	 órgão	 físico	 hipotético	 que</p><p>não	possui	existência	 real.	A	mente	do	homem	consiste	em	energia	universal</p><p>(alguns	chamam-lhe	Inteligência	Infinita),	que	o	indivíduo	recebe,	se	apropria	e</p><p>organiza	em	formas	definidas	de	pensamento,	através	da	rede	de	um	aparelho</p><p>físico	muito	complexo	conhecido	como	cérebro.</p><p>Essas	formas	de	pensamento	são	réplicas	de	vários	estímulos	que	chegam	ao</p><p>cérebro	 através	dos	 cinco	 sentidos	 comuns	 e	do	 sexto	 sentido,	 que	não	 é	 tão</p><p>bem	conhecido.	Quando	qualquer	forma	de	estímulo	chega	ao	cérebro	e	toma	a</p><p>forma	definida	de	um	pensamento,	ele	é	classificado	e	armazenado	num	grupo</p><p>de	células	cerebrais	conhecido	como	grupo	da	memória.</p><p>Todos	 os	 pensamentos	 de	 natureza	 semelhante	 são	 armazenados	 juntos,	 de</p><p>modo	a	que,	quando	se	 traz	um	pensamento,	este	 leva	facilmente	ao	contacto</p><p>com	 todos	 os	 outros	 pensamentos	 associados	 a	 ele.	 O	 sistema	 é	 muito</p><p>semelhante	à	forma	de	armazenamento	moderna	e	é	operado	de	forma	similar.</p><p>As	impressões	de	pensamento,	com	as	quais	misturamos	a	maior	quantidade</p><p>das	 emoções	 (ou	 sentimentos),	 são	 os	 fatores	 dominantes	 do	 cérebro,	 porque</p><p>estão	sempre	próximos	da	superfície	–,	no	topo	do	sistema	de	armazenamento,</p><p>por	assim	dizer	–	onde	entram	em	ação	voluntariamente	logo	que	um	indivíduo</p><p>se	negue	a	exercitar	a	autodisciplina.	Esses	pensamentos	cheios	de	emoção	são</p><p>tão	poderosos	que	frequentemente	fazem	com	que	o	indivíduo	entre	em	ação	e</p><p>cometa	atos	que	ainda	não	foram	submetidos	nem	aprovados	pela	faculdade	da</p><p>razão.	Essas	explosões	emocionais	normalmente	destroem	a	harmonia	em	todas</p><p>as	 relações	 humanas.	 O	 cérebro	 com	 frequência	 junta	 combinações	 de</p><p>sentimentos	e	emoções	tão	poderosas	que	acabam	por	assumir	o	controlo	que</p><p>era	detido	pela	 razão.	Em	 todas	 essas	 ocasiões,	 os	 relacionamentos	 humanos</p><p>estão	condenados</p><p>fracasso,	mas	aquele	esqueleto	tinha	que	ser	coberto	com	a</p><p>carne	 da	 dedicação	 e	 da	 experiência.	Além	 disso,	 tinha	 de	 lhe	 ser	 dada	 uma</p><p>alma	 que	 inspirasse	 homens	 e	 mulheres	 a	 ultrapassarem	 obstáculos	 sem	 se</p><p>deixarem	abater	por	eles.</p><p>Como	descobri	mais	 tarde,	 a	 “alma”	que	 ainda	 teria	 que	 ser	 adicionada	 só</p><p>ficou	 disponível	 após	 o	 aparecimento	 do	 meu	 “outro	 eu”,	 através	 dos	 dois</p><p>pontos	cruciais	da	minha	vida.</p><p>Resolvido	a	 focar	a	minha	atenção	e	quaisquer	outros	 talentos	que	pudesse</p><p>ter	 em	 rendimentos	monetários	através	de	canais	de	negócios	e	profissionais,</p><p>decidi	 dedicar-me	 à	 profissão	 de	 publicitário	 e	 tornei-me,	 então,	 o	 diretor	 de</p><p>publicidade	 da	 Extensão	 La	 Salle	 da	 Universidade	 de	 Chicago.	 Tudo	 correu</p><p>bem	durante	um	ano,	no	fim	do	qual	fui	tomado	por	uma	violenta	repulsa	pelo</p><p>meu	trabalho	e	demiti-me.</p><p>Ingressei	posteriormente	no	ramo	de	cadeias	de	lojas,	juntamente	com	o	ex-</p><p>presidente	 da	 Extensão	 La	 Salle	 da	 Universidade	 e	 tornei-me	 presidente	 da</p><p>Betsy	Ross	Candy	Company.	Infelizmente	–	ou	o	que	me	pareceu	ser	na	altura</p><p>uma	infelicidade	–,	divergências	com	os	sócios	desse	negócio	fizeram	com	que</p><p>eu	o	abandonasse.</p><p>A	 atração	 pela	 publicidade	 ainda	me	 corria	 no	 sangue,	 e	 tentei	 novamente</p><p>dar-lhe	expressão	organizando	uma	escola	de	publicidade	e	vendas,	como	parte</p><p>da	Escola	de	Negócios	Bryant	&	Stratton.</p><p>O	 negócio	 corria	 com	 tranquilidade	 e	 estávamos	 a	 fazer	 muito	 dinheiro</p><p>quando	os	Estados	Unidos	entraram	na	Primeira	Guerra	Mundial.	Em	resposta</p><p>a	 um	 chamado	 interior,	 que	 não	 há	 palavras	 para	 descrever,	 saí	 da	 escola	 e</p><p>entrei	 ao	 serviço	 do	 governo	 dos	 Estados	 Unidos,	 sob	 a	 direção	 pessoal	 do</p><p>presidente	Woodrow	Wilson,	deixando	um	negócio	sólido	a	desintegrar-se.</p><p>No	dia	do	armistício,	em	1918,	iniciei	a	publicação	da	revista	Golden	Rule.</p><p>Apesar	 do	 facto	 de	 não	 ter	 nenhum	 cêntimo	 de	 capital,	 a	 revista	 cresceu</p><p>rapidamente	e	em	pouco	tempo	obteve	uma	circulação	nacional	de	quase	meio</p><p>milhão	de	 exemplares,	 terminando	o	 seu	primeiro	 ano	de	 existência	 com	um</p><p>lucro	de	3156	dólares.</p><p>Para	uma	perspetiva	adequada,	3156	dólares	 representaria	hoje	cerca	de</p><p>45	mil	dólares	baseado	na	média	do	 Índice	de	Preços	de	Consumo	para</p><p>cada	 ano	 compilado	 pelo	 Bureau	 of	 Labor	 Statistics	 norte-americano	 e</p><p>202	mil	utilizando	as	tabelas	nominais	per	capita	do	PIB.	Não	é	um	lucro</p><p>nada	mau	para	o	primeiro	 ano	no	 ramo	editorial…	quando	80	 a	90	por</p><p>cento	 dos	 novos	 títulos	 fracassam	 e	 até	 os	 bem-sucedidos	 levam	 três	 a</p><p>cinco	anos	a	tornarem-se	rentáveis.</p><p>http://www.magazinepublisher.com/startup.html)</p><p>Passados	alguns	anos,	aprendi	com	um	editor	experiente	que	nenhum	homem</p><p>versado	 na	 edição	 e	 distribuição	 de	 revistas	 nacionais	 pensaria	 em	 começar</p><p>uma	revista	deste	género	com	menos	de	500	mil	dólares	de	capital.</p><p>A	revista	Golden	Rule	e	eu	estávamos	destinados	a	separar-nos.	Quanto	mais</p><p>sucesso	 alcançávamos,	 mais	 descontente	 eu	 me	 tornava,	 até	 que,	 por	 fim,	 e</p><p>devido	 a	 um	 acumular	 de	 contrariedades	 provocadas	 por	 sócios	 no	 negócio,</p><p>ofereci-lhes	a	revista	de	presente	e	saí.	Com	essa	decisão	talvez	tenha	deitado</p><p>fora	uma	pequena	fortuna.</p><p>Este	foi	apenas	o	princípio	do	amor	de	Hill	pelas	revistas.	À	Golden	Rule</p><p>seguiu-se	a	sua	publicação	da	The	Napoleon	Hill	Magazine.	Mais	 tarde,</p><p>tornou-se	o	editor	da	SUCCESS,	uma	revista	que	ainda	hoje	é	editada.</p><p>Depois	organizei	uma	escola	de	formação	para	vendedores.	O	meu	primeiro</p><p>compromisso	era	formar	um	exército	de	vendas	de	3	mil	pessoas	para	uma	rede</p><p>de	 lojas,	 trabalho	 pelo	 qual	 recebi	 10	 dólares	 por	 cada	 vendedor	 que</p><p>frequentasse	 as	minhas	 aulas.	 Em	 seis	 meses	 esse	 trabalho	 rendia-me	 pouco</p><p>mais	de	30	mil	dólares.	O	sucesso,	pelo	menos	em	termos	financeiros,	estava	a</p><p>coroar	os	meus	esforços	com	abundância.	Comecei	novamente	a	ficar	inquieto.</p><p>Não	me	sentia	feliz.	Todos	os	dias	se	tornava	mais	óbvio	que	nenhuma	quantia</p><p>de	dinheiro	me	faria	feliz.</p><p>Sem	qualquer	desculpa	razoável	pelos	meus	atos,	saí	e	desisti	de	um	negócio</p><p>pelo	 qual	 teria	 facilmente	 recebido	 um	 salário	 muito	 satisfatório.	 Os	 meus</p><p>amigos	e	sócios	acharam	que	eu	estava	maluco,	e	não	estavam	muito	errados.</p><p>No	fundo,	estava	inclinado	a	concordar	com	eles,	mas	nada	podia	fazer.	Eu</p><p>procurava	 a	 felicidade	 e	 ainda	 não	 a	 tinha	 encontrado.	 Pelo	menos	 essa	 é	 a</p><p>única	explicação	para	justificar	os	meus	atos	inusitados.	Que	homem	realmente</p><p>se	conhece	a	si	mesmo?</p><p>“Comecei	novamente	a	ficar	inquieto.	Não	me	sentia	feliz.	Todos	os</p><p>dias	se	tornava	mais	óbvio	que	nenhuma	quantia	de	dinheiro	me</p><p>faria	feliz.”</p><p>Podia	 ter	 escrito	 isto	 sobre	 mim	 própria	 há	 alguns	 anos.	 Mas	 quando</p><p>deixei	uma	situação	que,	 embora	 financeiramente	compensadora,	 já	não</p><p>estava	 alinhada	 com	 a	 minha	 missão	 pessoal,	 novas	 portas	 de</p><p>oportunidade	se	abriram	para	mim.	Foi	afinal	a	melhor	decisão	da	minha</p><p>vida	 profissional.	 Consegue	 lembrar-se	 de	 uma	 altura	 da	 vida	 em	 que</p><p>tomou	 uma	 decisão	 difícil…	 mas	 sabia	 que	 era	 a	 certa,	 apesar	 de	 os</p><p>outros	o	questionarem?</p><p>Isso	aconteceu	no	final	do	outono	de	1923.	Sentia-me	isolado	em	Columbus,</p><p>Ohio,	sem	recursos	e,	pior	ainda,	sem	qualquer	plano	para	sair	daquela	situação</p><p>difícil.	Na	verdade,	era	a	primeira	vez	na	vida	que	estava	parado	por	 falta	de</p><p>recursos.</p><p>Já	tinha	passado	por	momentos	de	aperto	em	muitas	ocasiões,	mas	nunca	me</p><p>tinha	 faltado	 dinheiro	 a	 ponto	 de	 não	 poder	 suprir	 as	 minhas	 necessidades</p><p>pessoais.	A	experiência	impressionou-me.	Eu	estava	totalmente	à	deriva	quanto</p><p>ao	que	podia	ou	devia	fazer.</p><p>Pensei	 em	vários	 planos	 para	 resolver	 o	meu	problema,	mas	 descartei-os	 a</p><p>todos	 por	 serem	 impraticáveis	 ou	 impossíveis	 de	 realizar.	 Senti-me	 perdido,</p><p>como	 se	 estivesse	 numa	 selva	 sem	 uma	 bússola	 para	 me	 orientar.	 Qualquer</p><p>tentativa	para	sair	das	dificuldades	acabava	por	me	trazer	novamente	ao	ponto</p><p>de	partida.</p><p>Durante	 quase	 dois	 meses,	 sofri	 com	 a	 pior	 das	 enfermidades	 humanas:	 a</p><p>indecisão.	Eu	conhecia	os	17	princípios	da	 realização	pessoal,	mas	não	 sabia</p><p>como	aplicá-los!	Sem	saber,	 estava	 a	 enfrentar	uma	daquelas	 emergências	da</p><p>vida	em	que	os	homens	às	vezes	descobrem	os	seus	“outros	eus”,	exatamente</p><p>como	Carnegie	me	tinha	avisado.</p><p>A	minha	aflição	era	tão	grande	que	nunca	me	ocorreu	sentar-me	e	analisar	a</p><p>sua	causa	e	procurar	a	sua	cura.</p><p>“A	pior	das	enfermidades	humanas:	a	indecisão.”</p><p>Já	 se	 sentiu	 paralisado	 pela	 indecisão?	 Este	 foi	 o	 primeiro	 e	 mais</p><p>importante	 ponto	 de	 viragem	 na	 vida	 de	 Napoleon	 Hill.	 A	 sua</p><p>movimentação	 de	 emprego	 em	 emprego,	 procurando	 contentamento	 e	 a</p><p>sua	 própria	 vida	 profissional	 ideal,	 parece-se	muito	 com	 as	 pessoas	 de</p><p>hoje…	pessoas	que	procuram	felicidade	no	trabalho	e	na	vida.	O	apuro	de</p><p>Hill	foi,	segundo	o	próprio	admite,	autoinfligido.	No	entanto,	deu	por	si</p><p>nas	 mesmas	 circunstâncias	 que	 as	 pessoas	 de	 hoje	 que	 foram	 afetadas</p><p>negativamente	pela	presente	situação	económica.	Hill	tirou	vantagem	do</p><p>seu	 fracasso	 temporário,	 usando-o	 como	 um	 estímulo	 para	 se	 obrigar	 a</p><p>pensar	 e	 a	 analisar	 –	 de	 forma	 a	 encontrar	 o	 seu	 “outro	 eu.”	 Se	 sofreu</p><p>algum	revés	económico,	também	pode	usá-lo	como	alavanca	e	motivação</p><p>para	encontrar	o	seu	“outro	eu.”</p><p>A	derrota	é	convertida	em	vitória</p><p>Uma	tarde,	tomei	uma	decisão	que	me	ajudou	a	sair	da	dificuldade.	Eu	tinha	a</p><p>sensação	 de	 que	 desejava	 ir	 para	 os	 “espaços	 abertos”	 do	 país,	 onde	 poderia</p><p>respirar	ar	fresco	e,	principalmente,	pensar.</p><p>Comecei	 a	 caminhar	 e	 depois	 de	 percorrer	 12	 a	 13	 quilómetros,	 fiquei</p><p>imóvel.	Durante	vários	minutos	fiquei	ali,	como	se	tivesse	os	pés	colados.	Tudo</p><p>escureceu	 em	 meu	 redor.	 Eu	 ouvia	 o	 som	 estridente	 de	 alguma	 forma	 de</p><p>energia	que	vibrava	a	um	ritmo	muito	alto.</p><p>Então	os	meus	nervos	 acalmaram-se,	 os	músculos</p><p>a	perder	a	harmonia.</p><p>Através	 do	 funcionamento	 do	 sexto	 sentido,	 o	 cérebro	 de	 um	 ser	 humano</p><p>pode	contactar	o	arquivo	de	outros	cérebros	e	inspecionar	quaisquer	impressões</p><p>que	 estejam	 presentes	 nele.	 A	 condição	 pela	 qual	 uma	 pessoa	 consegue</p><p>contactar	 e	 inspecionar	 o	 arquivo	 do	 cérebro	 de	 outra	 pessoa	 é	 geralmente</p><p>conhecida	como	harmonia,	mas	pode	entender	melhor	o	que	isso	quer	dizer	se</p><p>eu	 disser	 que	 cérebros	 que	 estão	 sintonizados	 nas	 mesmas	 vibrações	 de</p><p>pensamento	 podem	 fácil	 e	 rapidamente	 exercitar	 o	 privilégio	 de	 entrar	 e</p><p>inspecionar	os	arquivos	de	pensamentos	uns	dos	outros.</p><p>Além	 de	 receber	 pensamentos	 organizados	 de	 arquivos	 de	 outros	 cérebros</p><p>através	do	sexto	sentido,	uma	pessoa	pode,	através	desse	mesmo	órgão	físico,</p><p>contactar	e	 receber	 informações	da	 fonte	central	conhecida	como	Inteligência</p><p>Infinita.</p><p>Toda	 a	 informação	 que	 chega	 ao	 cérebro	 de	 uma	 pessoa	 através	 do	 sexto</p><p>sentido	provém	de	fontes	que	não	são	facilmente	 isoladas	ou	 localizadas;	por</p><p>isso,	 acredita-se	 que	 esse	 tipo	 de	 informação	 vem	 geralmente	 da	 mente</p><p>subconsciente	da	pessoa.	O	sexto	sentido	é	o	órgão	do	cérebro	através	do	qual</p><p>se	recebem	todas	as	informações,	todo	o	conhecimento,	todas	as	impressões	de</p><p>pensamento	que	não	vêm	através	de	um	ou	de	todos	os	cinco	sentidos.</p><p>Agora	 que	 compreende	 como	 a	mente	 funciona,	 entenderá	melhor	 como	 e</p><p>porquê	 as	 pessoas	 acabam	 por	 provocar	 tristeza	 e	 desarmonia	 através	 de</p><p>relações	 humanas	 impróprias.	 Também	 compreenderá	 como	 os</p><p>relacionamentos	humanos	podem	ser	idealizados	para	angariar	riquezas	na	sua</p><p>mais	elevada	forma,	riquezas	materiais,	mentais	e	espirituais.</p><p>Além	disso,	 compreenderá	 que	 nunca	 pode	 haver	 felicidade	 exceto	 através</p><p>do	entendimento	e	da	aplicação	dos	princípios	corretos	das	relações	humanas.</p><p>Entenderá	também	que	nenhum	indivíduo	é	uma	entidade	em	si	mesma,	e	que</p><p>só	se	pode	conseguir	uma	mente	plena	pela	harmonia	de	objetivos	e	ações	entre</p><p>duas	ou	mais	mentes.	Compreenderá	porque	cada	ser	humano	deveria,	por	sua</p><p>própria	 escolha,	 tornar-se	 o	 guardião	 do	 seu	 irmão,	 tanto	 de	 facto	 como	 em</p><p>teoria.</p><p>P	–	O	que	diz	pode	ser	verdade,	mas	insisto	que	está	a	levar-me	a	ultrapassar	as</p><p>profundezas	de	 segurança	do	pensamento.	Voltemos	para	 junto	da	 superfície,</p><p>onde	eu	possa	chapinhar	em	águas	familiares.	Nadaremos	nas	águas	profundas</p><p>depois	de	eu	aprender	a	nadar	bem.	Começámos	por	discutir	como	lucrar	com	a</p><p>adversidade,	mas	parece	que	nos	desviámos	um	pouco	do	assunto.</p><p>R	–	Fizemos	um	desvio,	mas	não	nos	alheámos.	O	Diabo	nunca	 se	 alheia.	O</p><p>desvio	 era	 necessário	 para	 que	 estivesse	 preparado	para	 compreender	 a	 parte</p><p>mais	importante	de	toda	esta	entrevista.</p><p>Agora	estamos	prontos	para	voltar	à	discussão	sobre	adversidade.	Visto	que	a</p><p>maior	 parte	 das	 adversidades	 acontece	 devido	 a	 relações	 impróprias	 entre	 as</p><p>pessoas,	 parece-me	 importante	 compreender	 como	 as	 pessoas	 podem</p><p>relacionar-se	adequadamente.</p><p>Claro	 que	 se	 coloca	 a	 questão	 sobre	 o	 conceito	 de	 uma	 relação	 apropriada</p><p>entre	as	pessoas.	A	resposta	é	que	um	relacionamento	apropriado	é	aquele	que</p><p>traz	 a	 todos	 os	 que	 estão	 ligados	 a	 ele,	 ou	 que	 são	 afetados	 por	 ele,	 alguma</p><p>forma	de	benefício.</p><p>“Um	relacionamento	apropriado	é	aquele	que	traz	a	todos	os	que</p><p>estão	ligados	a	ele,	ou	que	são	afetados	por	ele,	alguma	forma	de</p><p>benefício.”</p><p>******************</p><p>Faça	um	inventário	das	suas	relações,	em	casa,	no	trabalho	e	nos	tempos</p><p>livres.	 Faça	 uma	 lista	 de	 relações	 que	 pareçam	 estar	 a	 necessitar	 de</p><p>melhoria	e	mantenha-as	em	mente	à	medida	que	continua	a	ler.</p><p>P	–	O	que	é	então	um	relacionamento	impróprio?</p><p>R	 –	 Qualquer	 relacionamento	 entre	 pessoas	 que	 cause	 dano	 ou	 provoque</p><p>qualquer	forma	de	tristeza	ou	infelicidade	para	qualquer	um	dos	indivíduos.</p><p>P	–	Como	se	podem	corrigir	os	relacionamentos	impróprios?</p><p>R	–	Pela	mudança	da	mente	da	pessoa	que	 está	 a	provocar	o	 relacionamento</p><p>impróprio	 ou	 pela	 mudança	 das	 pessoas	 envolvidas	 no	 relacionamento.</p><p>Algumas	mentes	harmonizam-se	naturalmente,	enquanto	outras	colidem	com	a</p><p>mesma	 naturalidade.	 Os	 relacionamentos	 humanos	 bem-sucedidos,	 e	 para</p><p>permanecerem	como	tal,	devem	ser	formados	por	mentes	que	naturalmente	se</p><p>harmonizem,	 além	 de	 terem	 interesses	 comuns	 como	 forma	 de	 os	 juntar	 na</p><p>harmonia.</p><p>Quando	falamos	de	 líderes	que	são	bem-sucedidos	porque	“sabem	escolher</p><p>homens”,	podemos	dizer	mais	corretamente	que	eles	são	bem-sucedidos	porque</p><p>sabem	 associar	 mentes	 que	 se	 harmonizam	 naturalmente.	 Saber	 escolher</p><p>pessoas	 de	 forma	 bem-sucedida,	 para	 qualquer	 objetivo	 definido	 na	 vida,</p><p>baseia-se	 na	 capacidade	 de	 reconhecer	 os	 tipos	 de	 pessoas	 cujas	 mentes</p><p>naturalmente	se	harmonizam.</p><p>Lembra-se	 da	 definição	 de	 Hill	 de	 Master	 Mind:	 “a	 coordenação</p><p>harmoniosa	 de	 duas	 ou	 mais	 mentes	 trabalhando	 para	 um	 mesmo</p><p>objetivo.”</p><p>P	 –	 Continue	 focado	 na	 adversidade,	 se	 faz	 favor.	 Se	 existem	 possíveis</p><p>benefícios	encontrados	através	da	adversidade,	nomeie	alguns.</p><p>R	 –	 A	 adversidade	 liberta	 as	 pessoas	 da	 vaidade	 e	 do	 egocentrismo.	 Ela</p><p>desencoraja	o	egoísmo,	provando	que	ninguém	pode	ser	bem-sucedido	sem	a</p><p>cooperação	de	outros.</p><p>A	 adversidade	 força	 o	 indivíduo	 a	 testar	 a	 sua	 força	 mental,	 física	 e</p><p>espiritual;	portanto,	põe	o	indivíduo	cara	a	cara	com	as	suas	fraquezas	e	dá-lhe</p><p>a	oportunidade	de	as	ultrapassar.</p><p>A	 adversidade	 força	 a	 pessoa	 a	 procurar	 caminhos	 e	 meios	 para	 fins</p><p>definidos,	 através	 da	 meditação	 e	 do	 pensamento	 introspetivo.	 Isso</p><p>normalmente	leva	à	descoberta	e	à	utilização	do	sexto	sentido,	através	do	qual</p><p>a	pessoa	consegue	comunicar	com	a	Inteligência	Infinita.</p><p>A	 adversidade	 obriga	 a	 pessoa	 a	 reconhecer	 a	 necessidade	 de	 uma</p><p>inteligência	que	só	está	disponível	em	fontes	exteriores	à	sua	mente.</p><p>A	 adversidade	 quebra	 velhos	 hábitos	 de	 pensamento	 e	 dá	 à	 pessoa	 a</p><p>oportunidade	de	formar	novos	hábitos;	por	isso,	ela	pode	servir	para	quebrar	o</p><p>ciclo	 do	 ritmo	 hipnótico	 e	 mudar	 o	 seu	 funcionamento	 de	 negativo	 para</p><p>positivo.</p><p>P	 –	 Qual	 é	 o	 maior	 benefício	 que	 uma	 pessoa	 pode	 receber	 através	 da</p><p>adversidade?</p><p>R	–	 O	maior	 benefício	 da	 adversidade	 é	 que	 ela	 pode	 obrigar	 uma	 pessoa	 a</p><p>mudar	 os	 seus	 hábitos	 de	 pensamento,	 e	 geralmente	 fá-lo,	 quebrando	 e</p><p>redirecionando	a	força	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	 –	 Por	 outras	 palavras,	 o	 fracasso	 é	 sempre	 uma	 bênção	 quando	 obriga	 a</p><p>pessoa	a	adquirir	conhecimento	ou	a	construir	hábitos	que	levam	à	realização</p><p>dos	maiores	objetivos	de	vida	de	uma	pessoa.	Isto	é	correto?</p><p>R	 –	 Sim,	 e	 há	 mais!	 O	 fracasso	 é	 uma	 bênção	 quando	 obriga	 a	 pessoa	 a</p><p>depender	menos	das	forças	materiais	e	mais	das	forças	espirituais.</p><p>Muitos	 seres	 humanos	 descobrem	 o	 seu	 “outro	 eu”,	 ou	 seja,	 as	 forças	 que</p><p>operam	através	do	poder	do	pensamento,	somente	depois	de	alguma	catástrofe</p><p>que	os	priva	do	livre	e	total	uso	dos	seus	corpos	físicos.	Quando	um	homem	já</p><p>não	 consegue	 usar	 as	 suas	mãos	 e	 os	 seus	 pés,	 geralmente	 começa	 a	 usar	 o</p><p>cérebro;	assim,	abre	caminho	para	descobrir	o	poder	da	sua	própria	mente.</p><p>O	Diabo	 faz	 entrar	 aqui	 o	 “outro	 eu”,	 revelando	 como	podemos	 usar	 o</p><p>nosso	 poder	 de	 pensamento	 e	 os	 nossos	 “outros	 eus”	 para	 descobrir	 o</p><p>nosso	verdadeiro	poder	e	objetivo	maior.</p><p>P	–	Que	benefícios	podemos	obter	com	a	perda	de	coisas	materiais	–	dinheiro,</p><p>por	exemplo?</p><p>R	 –	 A	 perda	 de	 coisas	 materiais	 pode	 ensinar	 muitas	 lições	 necessárias,</p><p>contudo,	nenhuma	tão	grande	como	a	verdade	que	o	homem	não	controla	nada</p><p>e	não	 tem	garantia	permanente	sobre	a	utilização	de	nada,	exceto	o	poder	do</p><p>seu	próprio	pensamento.</p><p>P	 –	 Pergunto-me	 se	 este	 não	 é	 o	 maior	 benefício	 disponível	 através	 da</p><p>adversidade.</p><p>R	–	Não.	O	maior	potencial	benefício	de	qualquer	circunstância</p><p>que	leva	uma</p><p>pessoa	 a	 começar	 de	 novo	 é	 fornecer	 uma	 oportunidade	 para	 quebrar	 o</p><p>equilíbrio	 do	 ritmo	 hipnótico	 e	 estabelecer	 um	 novo	 conjunto	 de	 hábitos	 de</p><p>pensamento.	 Novos	 hábitos	 oferecem	 a	 única	 saída	 para	 as	 pessoas	 que</p><p>fracassaram.	A	maior	 parte	 das	 pessoas	 que	 foge	 do	 funcionamento	 negativo</p><p>para	o	positivo	da	lei	do	ritmo	hipnótico	fá-lo	apenas	por	causa	de	uma	forma</p><p>de	adversidade	que	as	obriga	a	mudar	os	seus	hábitos	de	pensamento.</p><p>P	 –	 A	 adversidade	 não	 está	 apta	 para	 quebrar	 a	 autoconfiança	 e	 levar	 uma</p><p>pessoa	a	desistir	de	ter	esperança?</p><p>R	–	 Ela	 tem	 esse	 efeito	 naqueles	 cuja	 força	 de	 vontade	 é	 fraca	 por	 causa	 de</p><p>hábitos	de	alheamento	há	muito	estabelecidos.	Ela	possui	o	 efeito	oposto	 em</p><p>todos	 aqueles	 que	 não	 foram	 enfraquecidos	 pelo	 alheamento.	 O	 não-alheado</p><p>encontra	o	fracasso	e	a	derrota	temporária,	mas	a	sua	reação	a	todas	as	formas</p><p>de	adversidade	é	positiva.	Ele	luta	em	vez	de	desistir,	e	normalmente	vence.</p><p>A	vida	não	dá	 imunidade	contra	a	 adversidade,	mas	dá	a	 todos	o	poder	do</p><p>pensamento	positivo,	o	que	é	suficiente	para	dominar	todas	as	circunstâncias	de</p><p>adversidade	 e	 convertê-las	 em	benefícios.	O	 indivíduo	possui	 o	 privilégio	 de</p><p>usar,	ou	a	prerrogativa	de	negligenciar,	o	seu	direito	a	pensar	para	ultrapassar</p><p>todas	 as	 adversidades.	 Cada	 indivíduo	 é	 obrigado	 a	 usar	 o	 poder	 do	 seu</p><p>pensamento	para	a	obtenção	de	 fins	positivos	e	definidos	ou	a	negligenciar	o</p><p>uso	 desse	 poder	 para	 a	 obtenção	 de	 fins	 negativos.	 Não	 pode	 haver	 um</p><p>compromisso,	nenhuma	recusa	no	uso	da	mente.</p><p>A	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico	 obriga	 cada	 pessoa	 a	 dar	 algum	 uso,	 quer	 seja</p><p>negativo	quer	seja	positivo,	à	sua	mente,	mas	não	influencia	o	indivíduo	sobre</p><p>qual	dos	usos	ele	deverá	fazer.</p><p>“O	não-alheado	encontra	o	fracasso	e	a	derrota	temporária,	mas	a</p><p>sua	reação	a	todas	as	formas	de	adversidade	é	positiva.	Ele	luta	em</p><p>vez	de	desistir	e	normalmente	vence.”</p><p>*********************</p><p>Lembra-se	 de	 quando	 lhe	 apetecia	 desistir…	mas	 não	 o	 fazia?	 O	 meu</p><p>coautor	 e	 eu	 explicámos	 este	 conceito	 no	 nosso	 livro	 Three	 Feet	 from</p><p>Gold	 com	 histórias	 de	 perseverança	 de	mais	 de	 35	 líderes	mundiais	 de</p><p>topo,	que	não	são	alheados!</p><p>P	–	Devo	depreender,	então,	que	toda	a	adversidade	é	uma	bênção?</p><p>R	–	Não,	 eu	não	disse	 isso.	Eu	disse	que	existe	 a	 semente	de	uma	vantagem</p><p>equivalente	em	cada	adversidade.	Não	disse	que	era	a	flor,	mas	sim	a	semente.</p><p>Normalmente,	a	semente	consiste	numa	espécie	de	conhecimento,	uma	ideia	ou</p><p>um	 plano,	 ou	 alguma	 oportunidade	 que	 só	 estaria	 disponível	 através	 da</p><p>mudança	de	hábitos	de	pensamento	forçados	pela	adversidade.</p><p>P	–	São	aqueles	os	benefícios	disponíveis	ao	ser	humano	pelo	fracasso?</p><p>R	 –	 Não,	 o	 fracasso	 é	 usado	 pela	 natureza	 como	 linguagem	 comum	 para</p><p>castigar	as	pessoas	quando	elas	não	procuram	adaptar-se	às	suas	leis.</p><p>Por	 exemplo,	 a	 guerra	mundial	 foi	 provocada	 pelo	 homem	 e	 destrutiva.	A</p><p>natureza	 plantou	 nas	 circunstâncias	 da	 guerra	 a	 semente	 de	 um	 castigo</p><p>equivalente	sob	a	forma	de	uma	depressão	mundial.	A	depressão	era	inevitável</p><p>e	 incontornável.	Seguiu-se	 à	guerra	de	 forma	 tão	natural	 como	o	dia	 segue	a</p><p>noite	e	através	da	lei	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	 –	 Devo	 depreender	 que	 a	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico	 é	 a	 mesma	 a	 que	 Ralph</p><p>Waldo	Emerson	chamou	lei	da	compensação?</p><p>R	–	A	lei	do	ritmo	hipnótico	é	a	lei	da	compensação.	É	o	poder	com	o	qual	a</p><p>natureza	 equilibra	 as	 forças	 positiva	 e	 negativa	 através	 dos	 universos,	 com</p><p>todas	 as	 formas	 de	 energia,	 todas	 as	 formas	 de	 matéria	 e	 todas	 as	 relações</p><p>humanas.</p><p>P	–	A	lei	do	ritmo	hipnótico	funciona	rapidamente	em	todas	as	instâncias?	Por</p><p>exemplo,	 esta	 lei	 abençoa	 imediatamente	 uma	 pessoa	 com	 os	 benefícios	 da</p><p>aplicação	 positiva	 de	 pensamentos	 ou	 amaldiçoa	 imediatamente	 com	 os</p><p>resultados	de	pensamentos	negativos?</p><p>R	 –	 A	 lei	 funciona	 de	 facto,	 mas	 nem	 sempre	 de	 forma	 célere.	 Tanto	 os</p><p>benefícios	como	os	castigos	a	que	as	pessoas	estão	sujeitas	podem	ser	colhidos</p><p>por	outros,	antes	ou	depois	da	sua	morte.</p><p>Observe	como	a	lei	funciona	deixando	recair	sobre	uma	geração	de	pessoas</p><p>os	 efeitos	 dos	 pecados	 e	 das	 virtudes	 das	 gerações	 anteriores.	 No</p><p>funcionamento	de	todas	as	leis	da	natureza,	a	quarta	dimensão,	o	tempo,	é	um</p><p>fator	 incontornável.	 A	 quantidade	 de	 tempo	 consumida	 pela	 natureza	 em</p><p>relação	aos	efeitos	tidos	pelas	suas	causas	depende,	em	todas	as	instâncias,	das</p><p>circunstâncias	do	momento.	A	natureza	faz	crescer	uma	abóbora	em	três	meses.</p><p>Um	carvalho	de	bom	tamanho	precisa	de	cem	anos.	Ela	converte	um	ovo	numa</p><p>galinha	 em	quatro	 semanas,	mas	 necessita	 de	 nove	meses	 para	 converter	 um</p><p>óvulo	humano	numa	pessoa.</p><p>“A	vida	não	dá	imunidade	contra	a	adversidade,	mas	dá	a	todos	o</p><p>poder	do	pensamento	positivo,	o	que	é	suficiente	para	dominar	todas</p><p>as	circunstâncias	de	adversidade	e	convertê-las	em	benefícios.”</p><p>*********************</p><p>A	natureza	criou	a	atual	crise	económica	para	nos	permitir	converter,	mais</p><p>uma	vez,	as	adversidades	pessoais	em	benefícios?</p><p>CAPÍTULO	DOZE</p><p>AMBIENTE,</p><p>TEMPO,</p><p>HARMONIA	E</p><p>CAUTELA</p><p>P	–	Agora	compreendo	melhor	as	potencialidades	da	adversidade	e	do	fracasso.</p><p>Pode	avançar	com	a	sua	descrição	do	próximo	dos	sete	princípios.	Qual	é	o	seu</p><p>próximo	princípio?</p><p>R	–	O	próximo	princípio	é	a	influência	ambiental.</p><p>P	–	Descreva	o	princípio	da	influência	ambiental	como	fator	determinante	nos</p><p>destinos	humanos.</p><p>R	 –	 Consiste	 em	 todas	 as	 forças	 mentais,	 espirituais	 e	 físicas	 que	 afetam	 e</p><p>influenciam	os	seres	humanos.</p><p>P	–	Que	ligação	existe,	se	é	que	existe	alguma,	entre	as	influências	ambientais</p><p>e	o	ritmo	hipnótico?</p><p>R	–	O	ritmo	hipnótico	 torna	sólidos	e	permanentes	os	hábitos	de	pensamento</p><p>dos	seres	humanos.	Os	hábitos	de	pensamento	são	estimulados	por	influências</p><p>do	meio.	Por	 outras	 palavras,	 o	material	 que	 alimenta	 o	 pensamento	 vem	do</p><p>ambiente	que	está	à	volta	da	pessoa.	Os	hábitos	de	pensamento	 são	 tornados</p><p>permanentes	pela	lei	do	ritmo	hipnótico.</p><p>P	 –	 Qual	 é	 a	 parte	 mais	 importante	 do	 meio	 em	 que	 vive,	 a	 parte	 que</p><p>determina,	mais	do	que	qualquer	outra,	se	um	indivíduo	faz	um	uso	positivo	ou</p><p>negativo	da	sua	mente?</p><p>R	–	A	parte	mais	importante	do	meio	de	uma	pessoa	é	aquela	que	é	criada	pela</p><p>sua	 associação	 com	 outros.	 Todas	 as	 pessoas	 absorvem	 e	 dominam,	 quer</p><p>consciente	quer	inconscientemente,	os	hábitos	de	pensamento	daqueles	com	os</p><p>quais	se	associam	intimamente.</p><p>P	–	Quer	com	isso	dizer	que	a	ligação	constante	com	uma	pessoa	cujos	hábitos</p><p>de	 pensamento	 sejam	 negativos	 influencia	 essa	 pessoa	 a	 formar	 hábitos	 de</p><p>pensamento	negativos?</p><p>R	–	Sim,	a	 lei	do	ritmo	hipnótico	obriga	 todos	os	seres	humanos	a	 formarem</p><p>hábitos	de	pensamento	que	se	harmonizem	com	as	 influências	dominantes	do</p><p>seu	 ambiente,	 principalmente	 a	 parte	 do	 ambiente	 criada	 pela	 sua	 associação</p><p>com	outras	mentes.</p><p>P	 –	 Então	 é	 importante	 que	 a	 pessoa	 escolha	 com	 muita	 cautela	 os	 seus</p><p>associados?</p><p>R	–	Sim,	os	associados	que	se	relacionam	intimamente	com	a	pessoa	devem	ser</p><p>escolhidos	com	tanto	cuidado	como	a	pessoa	escolhe	a	comida	para	alimentar	o</p><p>seu	corpo,	sempre	com	o	objetivo	de	se	associar	a	pessoas	cujos	pensamentos</p><p>dominantes	sejam	positivos,	amigáveis	e	harmoniosos.</p><p>P	–	Que	classe	de	associados	tem	maior	influência	sobre	uma	pessoa?</p><p>R	–	São	os	companheiros	de	casamento,	os	de	casa	e	os	do	 trabalho.	Depois</p><p>disso,	 vêm	 os	 amigos	 íntimos	 e	 os	 conhecidos.	 Amigos	 casuais	 e	 estranhos</p><p>exercem	pouca	influência	sobre	a	pessoa.</p><p>“O	material	que	alimenta	o	pensamento	vem	do	ambiente	que	está	à</p><p>volta	da	pessoa.	Os	hábitos	de	pensamento	são	tornados	permanentes</p><p>pela	lei	do	ritmo	hipnótico.”</p><p>******************</p><p>Já	 alguma	 vez	 sentiu	 a	 sua	 atitude	 ou	 humor	 tornar-se	 negativo	 só	 por</p><p>estar	na	presença	de	alguém	negativo?</p><p>Era	a	sua	mulher,	filho	ou	sócio?</p><p>Hill	 sugere	 que	 precisamos	 de	 intervir	 com	 pensamentos	 positivos,</p><p>amigáveis	 e	 harmoniosos	 não	 só	 para	 contrabalançar	 os	 pensamentos</p><p>negativos,	mas	também	para	influenciar	essa	pessoa	para	um	espaço	mais</p><p>positivo.	 Se	 for	 o	 seu	 sócio,	 avalie	 se	 a	 relação	 é	 daquelas	 que	 deseja</p><p>manter…	ou	tome	a	decisão	de	se	afastar	da	negatividade	dele.</p><p>P	–	 Porque	 é	 que	 o	 parceiro	 de	 casamento	 possui	 uma	 influência	 tão	 grande</p><p>sobre	a	mente	de	uma	pessoa?</p><p>R	–	Porque	o	casamento	põe	as	pessoas	sob	a	influência	de	forças	espirituais,</p><p>de	tal	peso	que	elas	acabam	por	se	tornar	as	forças	dominantes	da	mente.</p><p>P	 –	 Como	 podem	 as	 influências	 ambientais	 ser	 usadas	 para	 quebrar	 o	 ritmo</p><p>hipnótico?</p><p>R	 –	 Todas	 as	 influências	 que	 estabelecem	 hábitos	 de	 pensamento	 são</p><p>permanentes	através	do	ritmo	hipnótico.	Podemos	modificar	as	 influências	do</p><p>nosso	 ambiente	 para	 que	 possam	 ser	 positivas	 ou	 negativas,	 e	 a	 lei	 do	 ritmo</p><p>hipnótico	 torna-as	 permanentes,	 a	menos	 que	 elas	 sejam	modificadas	 através</p><p>dos	hábitos	de	pensamento.</p><p>P	 –	 Dizendo	 de	 outra	 forma,	 uma	 pessoa	 pode	 submeter-se	 a	 qualquer</p><p>influência	ambiental	que	deseje,	quer	seja	positiva	ou	negativa,	e	a	lei	do	ritmo</p><p>hipnótico	 tornará	 essa	 influência	 permanente	 quando	 assumir	 a	 magnitude</p><p>deste	hábito	de	pensamento.	É	assim	que	a	lei	funciona?</p><p>R	 –	 Correto.	 Tenha	 cuidado	 com	 todas	 as	 forças	 que	 inspiram	 pensamentos;</p><p>estas	 são	 as	 forças	 que	 constituem	 o	 ambiente	 e	 determinam	 a	 natureza	 do</p><p>destino	terreno	da	pessoa.</p><p>P	–	Que	classe	de	pessoas	controla	as	suas	influências	ambientais?</p><p>R	–	Os	não-alheados.	Todos	aqueles	que	são	vítimas	do	hábito	do	alheamento</p><p>perdem	o	poder	de	escolher	o	seu	próprio	ambiente.	Eles	tornam-se	vítimas	de</p><p>todas	as	influências	negativas	do	seu	meio.</p><p>P	–	Existe	alguma	saída	para	o	alheamento?	Existe	algum	método	que	o	possa</p><p>submeter	à	influência	de	um	ambiente	positivo?</p><p>R	 –	 Sim,	 existe	 uma	 escapatória	 para	 os	 alheados.	 Eles	 podem	 parar	 de	 se</p><p>alhear,	 assumir	 o	 controlo	 das	 suas	 próprias	mentes	 e	 escolher	 um	 ambiente</p><p>que	inspire	pensamentos	positivos.	Podem	conseguir	 isso	através	da	definição</p><p>de	propósito.</p><p>P	–	É	só	 isso	o	que	é	necessário	para	eliminar	o	hábito	do	alheamento?	Esse</p><p>hábito	é	apenas	um	estado	da	mente?</p><p>R	–	 Alhear-se	 nada	mais	 é	 do	 que	 um	 estado	 negativo	 da	mente,	 um	 estado</p><p>mental	conhecido	pela	ausência	total	de	propósito.</p><p>P	–	Qual	 o	procedimento	mais	 eficaz	para	 estabelecer	 um	ambiente	que	 seja</p><p>útil	para	desenvolver	e	manter	hábitos	de	pensamento	positivos?</p><p>R	–	O	mais	eficaz	de	todos	os	ambientes	é	aquele	que	pode	ser	criado	por	uma</p><p>aliança	amigável	de	um	grupo	de	pessoas	que	se	entreajudam	para	alcançarem</p><p>o	 objeto	 de	 um	 propósito	 definido.	 Esse	 tipo	 de	 aliança	 é	 conhecida	 como</p><p>Master	 Mind.	 Através	 dela	 pode	 associar-se	 a	 indivíduos	 escolhidos</p><p>cuidadosamente,	 cada	 um	 enriquecendo	 a	 aliança	 com	 algum	 conhecimento,</p><p>experiência,	 educação,	 plano	 ou	 ideia	 adequado	 às	 suas	 necessidades	 para</p><p>executar	o	objeto	do	seu	propósito	definido.</p><p>Os	líderes	mais	bem-sucedidos	em	todos	os	quadrantes	da	vida	aproveitam-</p><p>se	 deste	 tipo	 de	 influência	 ambiental	 feita	 para	 os	 servir.	 As	 realizações</p><p>fantásticas	 são	 impossíveis	 sem	 a	 cooperação	 amigável	 de	 outros.	 Por	outras</p><p>palavras,	 as	 pessoas	 bem-sucedidas	 devem	 controlar	 o	 seu	 ambiente,</p><p>assegurando-se	assim	contra	a	influência	de	um	ambiente	negativo.</p><p>P	–	 E	 as	 pessoas	 cujo	 dever	 para	 com	os	 familiares	 não	 conseguem	 evitar	 a</p><p>influência	de	um	ambiente	negativo?</p><p>R	 –	 Nenhum	 ser	 humano	 deve	 a	 outro	 qualquer	 responsabilidade	 que	 possa</p><p>tirar-lhe	o	privilégio	de	construir	os	seus	hábitos	de	pensamento	num	ambiente</p><p>positivo.	Por	 outro	 lado,	 todo	 o	 ser	 humano	 tem	 o	 dever	 de	 remover	 do	 seu</p><p>ambiente	 toda	 e	 qualquer	 influência	 que	 possa,	 mesmo	 que	 remotamente,</p><p>desenvolver	hábitos	de	pensamento	negativos.</p><p>P	–	Essa	não	é	uma	filosofia	a	sangue-frio?</p><p>R	–	Somente	os	fortes	sobrevivem.	Ninguém	consegue	ser	 forte	sem	remover</p><p>toda	 a	 influência	 que	 possa	 desenvolver	 hábitos	 de	 pensamento	 negativos.</p><p>Estes	 hábitos	 resultam	 na	 perda	 do	 privilégio	 da	 autodeterminação,</p><p>independentemente	do	que	ou	de	quem	possa	causar	esses	hábitos.	Os	hábitos</p><p>de	 pensamento	 positivos	 podem	 ser	 controlados	 pelo	 indivíduo	 e	 devem	 ser</p><p>feitos	 para	 servir	 os	 seus	 propósitos	 e	 objetivos.	Os	 hábitos	 de	 pensamentos</p><p>negativos	 controlam	 o	 indivíduo	 e	 privam-no	 do	 privilégio	 da</p><p>autodeterminação.</p><p>P	–	Presumo,	por	 tudo	o	que	disse,	que	aqueles	que	controlam	as	 influências</p><p>ambientais	construindo	os	hábitos	de	pensamento	são	donos	dos	seus	destinos</p><p>na	Terra	 e	 que	 todos	 os	 outros	 são	 dominados	 pelos	 destinos	 terrenos.	Estou</p><p>correto?</p><p>R	–	Perfeitamente.</p><p>P	–	O	que	estabelece	os	hábitos	de	pensamento	de	uma	pessoa?</p><p>R	–	Todos	os	hábitos	são	estabelecidos	devido	a	desejos	ou	motivos	inerentes</p><p>ou	 adquiridos.	Ou	 seja,	 os	 hábitos	 são	 resultado	 de	 alguma	 forma	 de	 desejo</p><p>definido.</p><p>P	–	O	que	ocorre	no	cérebro	físico	enquanto	uma	pessoa	está	a	formar	hábitos</p><p>de	pensamento?</p><p>R	–	Os	desejos	são	 impulsos	de	energia	organizados,	chamados	pensamentos.</p><p>Os	 desejos	 que	 são	 misturados	 com	 sentimentos	 e	 emoções	 magnetizam	 as</p><p>células	 cerebrais	 nas	 quais	 estão	 armazenados	 e	 preparam	 essas	 células	 para</p><p>que	 sejam	 assumidas	 e	 direcionadas	 pela	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico.	 Quando</p><p>qualquer	pensamento	 surge	no	cérebro,	ou	é	 criado	 lá,	 e	 é	misturado	com	os</p><p>sentimentos	 da	 emoção	 do	 desejo,	 a	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico	 começa</p><p>imediatamente	 a	 traduzir	 isso	 no	 seu	 equivalente	 físico.	 Os	 pensamentos</p><p>dominantes	que	agem	inicialmente	pela	lei	do	ritmo	hipnótico	são	aqueles	que</p><p>estão	misturados	 com	os	 desejos	mais	 profundos	 e	 com	os	 sentimentos	mais</p><p>intensos	envolvidos.	Os	hábitos	de	pensamento	são	estabelecidos	pela	repetição</p><p>dos	mesmos	pensamentos.</p><p>P	–	Quais	são	os	motivos	ou	desejos	que	mais	inspiram	a	ação	do	pensamento?</p><p>R	 –	 Os	 dez	 motivos	 mais	 comuns,	 aqueles	 que	 mais	 inspiram	 pensamentos</p><p>voltados	para	a	ação,	são	estes:</p><p>•	O	desejo	por	sexo	e	amor.</p><p>•	O	desejo	por	alimento.</p><p>•	O	desejo	por	autoexpressão	espiritual,	mental	e	física.</p><p>•	O	desejo	pela	perpetuação	da	vida	após	a	morte.</p><p>•	O	desejo	por	poder	sobre	outros.</p><p>•	O	desejo	por	riqueza	material.</p><p>•	O	desejo	por	conhecimento.</p><p>•	O	desejo	por	imitar	outros.</p><p>•	O	desejo	por	exceder	os	outros.</p><p>•	Os	sete	medos	básicos.</p><p>Estes	são	os	motivos	dominantes	que	inspiram	a	maioria	de	todos	os	esforços</p><p>humanos.</p><p>P	–	E	os	desejos	negativos,	como	a	ganância,	a	 inveja,	a	avareza,	o	ciúme,	a</p><p>ira?	Não	 se	 exprimem	com	mais	 frequência	do	que	qualquer	um	dos	desejos</p><p>positivos?</p><p>R	–	Todos	os	desejos	negativos	se	resumem	a	frustrações	de	desejos	positivos.</p><p>São	inspirados	por	alguma	espécie	de	derrota,	fracasso	ou	negligência	dos	seres</p><p>humanos	em	se	adaptarem	às	leis	da	natureza	de	uma	forma	positiva.</p><p>P	–	Há	uma	nova	 perspetiva	 sobre	 o	 assunto	 dos	 pensamentos	 negativos.	 Se</p><p>estou	a	compreender	corretamente	o	que	disse,	todos	os	pensamentos	negativos</p><p>são	 inspirados	 pela	 recusa	 ou	 fracasso	 da	 pessoa	 em	 adaptar-se</p><p>harmoniosamente	às	leis	da	natureza.	Certo?</p><p>R	 –	 Está	 certo,	 sim.	A	 natureza	 não	 tolera	 o	 ócio	 nem	 o	 vazio	 de	 nenhuma</p><p>espécie.	Todo	o	espaço	deve	estar	cheio	de	alguma	coisa.</p><p>Tudo	na	existência,	tanto	de	natureza	física	como	espiritual,	deve	estar	e	tem</p><p>de	estar	constantemente	em	movimento.	O	cérebro	humano	não	é	exceção.	Foi</p><p>criado	para	receber,	organizar,	especializar	e	exprimir	o	poder	do	pensamento.</p><p>Quando	 a	 pessoa	 não	 usa	 o	 cérebro	 para	 exprimir	 pensamentos	 positivos	 e</p><p>criativos,	 a	 natureza	 enche	 o	 vazio	 obrigando	 o	 cérebro	 a	 agir	 sobre	 os</p><p>pensamentos	negativos.</p><p>Não	 pode	 haver	 vazios	 no	 cérebro.</p><p>Se	 compreender	 este	 princípio</p><p>compreenderá	 o	 papel	 que	 as	 influências	 ambientais	 têm	 na	 vida	 dos	 seres</p><p>humanos.</p><p>Também	 compreenderá	 melhor	 a	 forma	 como	 a	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico</p><p>funciona,	 sendo	 esta	 lei	 que	 mantém	 tudo	 e	 todos	 em	 constante	 movimento</p><p>através	de	alguma	forma	de	expressão	dos	princípios	negativos	ou	positivos.</p><p>“A	natureza	não	tolera	o	ócio	nem	o	vazio	de	nenhuma	espécie.	Todo</p><p>o	espaço	deve	estar	cheio	de	alguma	coisa	[…]	Quando	a	pessoa	não</p><p>usa	o	cérebro	para	exprimir	pensamentos	positivos	e	criativos,	a</p><p>natureza	enche	o	vazio	obrigando	o	cérebro	a	agir	sobre	os</p><p>pensamentos	negativos.”</p><p>********************</p><p>Acho	que	isto	é	uma	grande	verdade	quando	penso	nas	crianças	que	têm</p><p>demasiado	tempo	de	ócio	nas	suas	mãos.	Don	Green,	CEO	da	Fundação</p><p>Napoleon	 Hill,	 relembra:	 “Quando	 jovens,	 estamos	 constantemente</p><p>ocupados	 com	 a	 admoestação	 que	 o	 vazio	 era	 o	 local	 de	 trabalho	 do</p><p>Diabo.”	Interessante	paralelo,	não	acha?</p><p>A	natureza	não	está	interessada	na	moral.	Ela	não	se	interessa	pelo	certo	e	o</p><p>errado.	Ela	não	se	interessa	pela	justiça	nem	pela	injustiça.	Ela	está	interessada</p><p>apenas	em	obrigar	tudo	a	exprimir	ação	de	acordo	com	a	sua	natureza!</p><p>P	–	Essa	é	uma	 interpretação	esclarecedora	da	natureza.	Quem	posso	abordar</p><p>para	corroborar	as	suas	afirmações?</p><p>R	 –	 Homens	 da	 ciência,	 filósofos,	 todos	 os	 pensadores.	 Por	 fim,	 às</p><p>manifestações	físicas	da	própria	natureza.</p><p>A	 natureza	 não	 tem	 matéria	 morta.	 Cada	 átomo	 de	 matéria	 está</p><p>constantemente	num	estado	de	movimento.	Toda	a	energia	está	constantemente</p><p>em	movimento.	Não	existem	vazios	em	lado	nenhum.	O	tempo	e	o	espaço	são</p><p>literalmente	 manifestações	 de	 movimento	 de	 tal	 rapidez	 que	 não	 podem	 ser</p><p>medidas	pelos	seres	humanos.</p><p>P	 –	 Então	 somos	 obrigados	 a	 concluir,	 por	 aquilo	 que	 diz,	 que	 as	 fontes	 de</p><p>conhecimento	fiável	são	chocantemente	limitadas.</p><p>R	–	As	 fontes	 desenvolvidas	 de	 conhecimento	 são	 limitadas.	 Todo	o	 cérebro</p><p>humano	adulto	é	uma	potencial	passagem	para	todo	o	conhecimento	que	existe</p><p>nos	universos.	Todo	o	cérebro	adulto	normal	 tem	dentro	do	seu	mecanismo	a</p><p>possibilidade	 de	 comunicação	 direta	 com	 a	 Inteligência	 Infinita,	 onde	 existe</p><p>todo	o	conhecimento	que	há	ou	haverá.</p><p>P	A	sua	declaração	leva-me	a	acreditar	que	os	seres	humanos	podem	tornar-se</p><p>tudo	aquilo	que	atribuíram	a	quem	chamam	Deus.	É	isso	que	está	a	dizer?</p><p>R	–	Através	da	lei	da	evolução	o	cérebro	humano	está	a	ser	aperfeiçoado	para</p><p>comunicar	 à	 vontade	 com	a	 Inteligência	 Infinita.	A	 perfeição	 virá	 através	 do</p><p>desenvolvimento	 organizado	 do	 cérebro,	 através	 da	 sua	 adaptação	 às	 leis	 da</p><p>natureza.	O	tempo	é	o	fator	que	trará	perfeição.</p><p>P	–	O	 que	 causa	 ciclos	 de	 eventos	 recorrentes,	 como	 epidemias	 de	 doenças,</p><p>crises	económicas,	guerras	e	ondas	de	crimes?</p><p>R	–	Todas	as	epidemias,	nas	quais	um	grande	número	de	pessoas	é	afetada	de</p><p>maneira	semelhante,	são	causadas	pela	lei	do	ritmo	hipnótico,	através	da	qual	a</p><p>natureza	 consolida	 pensamentos	 de	 natureza	 similar	 e	 faz	 com	 que	 esses</p><p>pensamentos	sejam	expressos	através	de	uma	ação	em	massa.</p><p>P	–	Então,	a	grande	depressão	foi	posta	em	ação	devido	ao	grande	número	de</p><p>pessoas	influenciadas	a	libertar	pensamentos	de	medo?	Isso	está	correto?</p><p>R	–	Perfeitamente.	Milhões	de	pessoas	estavam	a	tentar	conseguir	alguma	coisa</p><p>em	troca	de	nada,	através	de	apostas	na	bolsa.	Quando	de	repente	descobriram</p><p>que	tinham	obtido	nada	por	alguma	coisa,	amedrontaram-se,	correram	para	os</p><p>seus	 bancos	 e	 retiraram	 o	 seu	 dinheiro,	 e	 o	 pânico	 instalou-se.	 Através	 do</p><p>pensamento	 em	massa	de	milhões	de	mentes,	 todas	 com	medo	da	pobreza,	 a</p><p>crise	prolongou-se	por	alguns	anos.</p><p>A	presente	crise	económica	nos	Estados	Unidos	e	por	 todo	o	mundo	foi</p><p>posta	em	ação	de	forma	semelhante.	Milhões	estavam	a	tentar	obter	algo</p><p>por	 nada,	 através	 do	 imobiliário	 (negócios	 sem	 a	 presença	 de	 dinheiro,</p><p>hipotecas	de	alto	 risco	e	bolhas	de	avaliação),	assim	como	os	mercados</p><p>financeiros.	 Quando	 tudo	 começou	 a	 colapsar,	 ficaram	 assustados	 e	 o</p><p>pânico	instalou-se	novamente.	Ao	mudar	os	pensamentos	destes	milhões</p><p>do	 medo	 novamente	 para	 o	 foco	 em	 princípios	 financeiros	 sólidos,</p><p>podemos	 estabilizar	 a	 economia?	 A	 filosofia	 de	 Napoleon	 Hill	 pode</p><p>mostrar-nos	o	caminho	–	a	escolha	é	nossa.</p><p>P	 –	 Pelo	 que	 está	 a	 dizer,	 deduzo	 que	 a	 natureza	 consolida	 os	 pensamentos</p><p>dominantes	 das	 pessoas	 e	 exprime-os	 através	 de	 alguma	 forma	 de	 ação	 em</p><p>massa,	 tal	como	crises	económicas,	momentos	de	euforia	empresarial	e	assim</p><p>por	diante.	Isso	está	correto?</p><p>R	–	Essa	é	a	ideia	certa.</p><p>P	–	Vamos	agora	para	o	próximo	dos	sete	princípios.	Descreva-o.</p><p>R	–	O	próximo	princípio	é	o	tempo,	a	quarta	dimensão.</p><p>P	 –	 Que	 relação	 existe	 entre	 o	 tempo	 e	 o	 funcionamento	 da	 lei	 do	 ritmo</p><p>hipnótico?</p><p>R	–	O	tempo	é	a	lei	do	ritmo	hipnótico.	O	lapso	de	tempo	necessário	para	dar</p><p>permanência	aos	hábitos	de	pensamento	depende	do	objeto	e	da	natureza	dos</p><p>pensamentos.</p><p>P	–	Mas	pensei	que	tinha	dito	que	a	única	coisa	permanente	na	natureza	era	a</p><p>mudança.	 Se	 isso	 é	 verdade,	 então	 o	 tempo	 está	 constantemente	 a	 mudar,</p><p>rearranjando-se	e	voltando	a	combinar	todas	as	coisas,	incluindo	os	hábitos	de</p><p>pensamento	 das	 pessoas.	 Como,	 então,	 poderia	 a	 lei	 do	 ritmo	 hipnótico	 dar</p><p>permanência	aos	hábitos	de	pensamento	de	uma	pessoa?</p><p>R	 –	 O	 tempo	 divide	 todos	 os	 hábitos	 de	 pensamento	 em	 duas	 classes:</p><p>pensamentos	 negativos	 e	 pensamentos	 positivos.	 Os	 pensamentos	 de	 um</p><p>indivíduo	estão	constantemente	a	mudar	e	a	ser	novamente	combinados	para	se</p><p>adequarem	 aos	 desejos	 do	 indivíduo,	 mas	 os	 pensamentos	 não	 mudam	 do</p><p>negativo	 para	 o	 positivo,	 ou	 vice-versa,	 exceto	 através	 do	 esforço	 voluntário</p><p>por	parte	do	indivíduo.</p><p>O	 tempo	 penaliza	 o	 indivíduo	 por	 todos	 os	 pensamentos	 negativos	 e</p><p>recompensa-o	por	todos	os	pensamentos	positivos,	de	acordo	com	a	natureza	e</p><p>o	propósito	 dos	pensamentos.	Se	 os	 pensamentos	 dominantes	 de	 uma	pessoa</p><p>são	negativos,	o	tempo	penaliza	o	indivíduo	construindo	na	sua	mente	o	hábito</p><p>do	 pensamento	 negativo,	 e	 depois	 passa	 a	 solidificar	 este	 hábito	 num	 ato</p><p>permanente	durante	cada	segundo	da	sua	existência.	Os	pensamentos	positivos</p><p>são,	 da	 mesma	 forma,	 construídos	 pelo	 tempo	 em	 hábitos	 permanentes.	 O</p><p>termo	 “permanência”,	 obviamente,	 refere-se	 à	 vida	 natural	 do	 indivíduo.</p><p>Literalmente	 falando,	 nada	 é	 permanente.	 O	 tempo	 converte	 hábitos	 de</p><p>pensamento	 naquilo	 que	 pode	 ser	 chamado	 permanência	 durante	 a	 vida	 do</p><p>indivíduo.</p><p>P	 –	 Agora	 compreendo	 melhor	 como	 funciona	 o	 tempo.	 Que	 outras</p><p>características	tem	o	tempo	em	relação	ao	destino	terreno	dos	seres	humanos?</p><p>R	 –	 O	 tempo	 é	 a	 influência	 do	 tempero	 da	 natureza,	 através	 da	 qual	 a</p><p>experiência	 humana	 pode	 ser	 amadurecida	 em	 sabedoria.	 As	 pessoas	 não</p><p>nascem	 com	 sabedoria,	 mas	 nascem	 com	 a	 capacidade	 de	 pensar	 e	 podem,</p><p>através	do	lapso	de	tempo,	chegar	à	sabedoria	através	dos	pensamentos.</p><p>“As	pessoas	não	nascem	com	sabedoria,	mas	nascem	com	a</p><p>capacidade	de	pensar	e	podem,	através	do	lapso	de	tempo,	chegar	à</p><p>sabedoria	através	dos	pensamentos.”</p><p>*****************</p><p>Acho	 que	 esta	 é	 a	 afirmação	mais	 profunda	 de	 todo	 o	 livro.	Ao	 usar	 a</p><p>nossa	 capacidade	 para	 pensar	 e	 analisar	 as	 nossas	 experiências	 na	 vida,</p><p>quer	 sejam	 sucessos	 quer	 sejam	 fracassos,	 podemos	 ganhar	 sabedoria.</p><p>Pode	ser	mesmo	assim	tão	simples?</p><p>P	–	Os	jovens	alguma	vez	possuem	sabedoria?</p><p>R	–	Só	em	assuntos	elementares.	A	sabedoria	vem	somente	com	o	tempo.	Ela</p><p>não	pode	ser	herdada	nem	transferida	de	uma	pessoa	para	outra,	exceto	através</p><p>do	lapso	de	tempo.</p><p>P	–	O	passar	do	tempo	pode	obrigar	um	indivíduo	a	adquirir	sabedoria?</p><p>R	 –	 Não!	 A	 sabedoria	 só	 chega	 aos	 não-alheados,	 que	 formam	 hábitos	 de</p><p>pensamento	positivo</p><p>como	força	dominante	das	suas	vidas.	Os	alheados	e	todos</p><p>aqueles	 cujos	 pensamentos	 dominantes	 são	 negativos	 nunca	 adquirem</p><p>sabedoria,	exceto	em	relação	a	coisas	de	natureza	elementar.</p><p>P	–	Segundo	o	que	está	 a	dizer,	deduzo	que	o	 tempo	é	amigo	da	pessoa	que</p><p>treina	 a	 sua	 mente	 a	 seguir	 hábitos	 de	 pensamentos	 positivos,	 e	 inimigo	 da</p><p>pessoa	que	se	alheia	em	hábitos	de	pensamentos	negativos.	É	verdade?</p><p>R	–	Isso	é	absolutamente	verdadeiro.	Todas	as	pessoas	podem	ser	classificadas</p><p>como	 alheadas	 ou	 não-alheadas.	As	 alheadas	 estão	 sempre	 à	mercê	 das	 não-</p><p>alheadas,	e	o	tempo	torna	essa	relação	permanente.</p><p>P	 –	 Está	 a	 dizer	 que,	 se	 eu	 me	 alhear	 ao	 longo	 da	 vida,	 sem	 objetivo	 ou</p><p>propósito	definido,	o	não-alheado	pode	tornar-se	meu	mestre,	e	o	tempo	serve</p><p>apenas	para	dar	ao	não-alheado	uma	vantagem	mais	 forte	e	mais	permanente</p><p>sobre	mim?</p><p>R	–	É	exatamente	correto.</p><p>“A	sabedoria	só	chega	aos	não-alheados,	que	formam	hábitos	de</p><p>pensamento	positivo	como	força	dominante	das	suas	vidas.”</p><p>******************</p><p>Sou	 novamente	 forçada	 a	 pensar	 nas	 nossas	 crianças.	 Com	 tanta</p><p>negatividade	 em	 nosso	 redor	 devido	 ao	 terrorismo	 e	 às	 guerras</p><p>financeiras,	qual	será	o	impacto	a	longo	prazo	nas	nossas	crianças?	Temos</p><p>de	 envolver	 as	 nossas	 crianças	 em	 experiências	 positivas	 para	 gerar</p><p>pensamentos	positivos	nas	suas	mentes.</p><p>P	–	O	que	é	a	sabedoria?</p><p>R	–	A	sabedoria	é	a	capacidade	de	se	relacionar	com	as	leis	da	natureza,	para</p><p>que	 elas	 nos	 sirvam,	 e	 a	 capacidade	 de	 se	 relacionar	 com	outras	 pessoas,	 de</p><p>modo	 a	 ganhar	 a	 sua	 cooperação	 harmoniosa	 e	 voluntária,	 ajudando-nos	 a</p><p>conseguir	da	vida	tudo	o	que	quisermos.</p><p>P	–	Então,	o	conhecimento	acumulado	não	é	sabedoria?</p><p>R	–	Céus,	não!	Se	o	conhecimento	fosse	sabedoria,	as	conquistas	da	ciência	não</p><p>teriam	sido	convertidas	em	instrumentos	de	destruição.</p><p>P	–	O	que	é	necessário	para	converter	o	conhecimento	em	sabedoria?</p><p>R	–	O	tempo	e	o	desejo	por	sabedoria.	A	sabedoria	nunca	pode	ser	 imposta	a</p><p>uma	pessoa.	Ela	 é	 adquirida,	 se	 é	 que	 é	 adquirida,	 pelo	 pensamento	 positivo</p><p>através	de	um	esforço	voluntário.</p><p>P	–	É	seguro	para	todas	as	pessoas	terem	conhecimento?</p><p>R	 –	 Nunca	 é	 seguro	 para	 ninguém	 ter	 um	 conhecimento	 extenso	 sem</p><p>sabedoria.</p><p>P	–	Em	que	idade	é	que	a	maioria	das	pessoas	começa	a	adquirir	sabedoria?</p><p>R	–	A	maioria	das	pessoas	que	adquire	sabedoria	fá-lo	após	ter	passado	os	40</p><p>anos.	Antes	desse	período,	a	maioria	das	pessoas	está	muito	ocupada	a	angariar</p><p>conhecimentos	 e	 a	 organizá-los	 em	 planos	 para	 perder	 tempo	 em	 obter</p><p>sabedoria.</p><p>P	 –	Qual	 das	 circunstâncias	 da	 vida	 é	 a	 mais	 apta	 para	 levar	 uma	 pessoa	 a</p><p>adquirir	sabedoria?</p><p>R	–	A	adversidade	e	o	fracasso.	Estas	são	as	linguagens	universais	da	natureza</p><p>usadas	para	transmitir	sabedoria	a	todos	aos	que	estão	preparados	para	recebê-</p><p>la.</p><p>P	–	A	adversidade	e	o	fracasso	trazem	sempre	sabedoria?</p><p>R	 –	 Não,	 só	 para	 os	 que	 estão	 prontos	 para	 receber	 a	 sabedoria	 e	 procuram</p><p>voluntariamente	por	ela.</p><p>P	–	O	que	determina	se	uma	pessoa	está	pronta	para	receber	a	sabedoria?</p><p>R	–	O	tempo	e	a	natureza	dos	hábitos	de	pensamento.</p><p>P	–	O	conhecimento	adquirido	recentemente	é	igual	ao	conhecimento	já	testado</p><p>pelo	tempo?</p><p>R	 –	Não.	 O	 conhecimento	 testado	 através	 do	 intervalo	 de	 tempo	 é	 sempre</p><p>superior	 ao	 que	 foi	 recentemente	 adquirido.	 O	 tempo	 dá	 definição	 ao</p><p>conhecimento	em	termos	de	qualidade,	quantidade	e	fiabilidade.	Nunca	se	pode</p><p>ter	certeza	de	um	conhecimento	que	não	tenha	sido	testado.</p><p>P	–	O	que	é	um	conhecimento	fiável?</p><p>R	–	É	o	conhecimento	que	se	harmoniza	com	a	lei	natural,	o	que	significa	que	é</p><p>baseado	em	pensamentos	positivos.</p><p>P	–	O	tempo	modifica	e	altera	os	valores	do	conhecimento?</p><p>R	 –	 Sim,	 o	 tempo	 modifica	 e	 altera	 todos	 os	 valores.	 Aquilo	 que	 é	 um</p><p>conhecimento	exato	hoje	pode	tornar-se	nulo	e	 inválido	amanhã	por	causa	do</p><p>reajustamento	do	 tempo	aos	 factos	 e	 aos	valores.	O	 tempo	modifica	 todas	as</p><p>relações	 humanas	 para	 melhor	 ou	 para	 pior,	 dependendo	 da	 forma	 como	 as</p><p>pessoas	se	relacionam	umas	com	as	outras.</p><p>No	domínio	dos	pensamentos	existe	um	momento	que	é	próprio	para	lançar</p><p>as	 sementes	 do	 pensamento	 e	 existe	 um	momento	 próprio	 para	 os	 colher,	 da</p><p>mesma	forma	que	existe	o	momento	certo	para	plantar	e	para	colher	no	solo	da</p><p>terra.	 Sem	 a	 medição	 adequada	 do	 tempo	 entre	 a	 semeadura	 e	 a	 colheita,	 a</p><p>natureza	modifica	ou	retém	as	recompensas	da	semeadura.</p><p>P	–	Continue	e	descreva	os	dois	últimos	princípios.</p><p>R	–	O	próximo	princípio	é	a	harmonia.</p><p>Em	 toda	 a	 natureza	 podemos	 encontrar	 provas	 de	 que	 toda	 a	 lei	 natural</p><p>acontece	de	maneira	ordenada,	através	da	lei	da	harmonia.	Através	desta	lei,	a</p><p>natureza	 força	 tudo	 o	 que	 estiver	 dentro	 dos	 limites	 de	 um	 determinado</p><p>ambiente	a	 relacionar-se	de	forma	harmoniosa.	Se	compreender	 esta	verdade,</p><p>terá	uma	visão	nova	e	intrigante	do	poder	do	ambiente.	Compreenderá	porque	a</p><p>associação	 com	 mentes	 negativas	 é	 fatal	 para	 aqueles	 que	 procuram	 a</p><p>autodeterminação.</p><p>P	 –	 Está	 a	 dizer	 que	 a	 natureza	 força	 voluntariamente	 os	 seres	 humanos	 a</p><p>harmonizarem-se	com	as	influências	do	seu	meio?</p><p>R	–	Sim,	isso	é	verdade.	A	lei	do	ritmo	hipnótico	impõe	a	todos	os	seres	vivos</p><p>as	influências	dominantes	do	ambiente	em	que	vivem.</p><p>P	–	Se	a	natureza	obriga	os	seres	humanos	a	aceitarem	a	natureza	do	ambiente</p><p>em	que	vivem,	que	meios	de	 fuga	existem	para	as	pessoas	que	 se	encontram</p><p>num	ambiente	de	fracasso	e	pobreza	e	do	qual	desejam	fugir?</p><p>R	 –	 Devem	 mudar	 imediatamente	 de	 ambiente	 ou	 permanecer	 presos	 pela</p><p>pobreza.	A	 natureza	 não	 permite	 que	 ninguém	 escape	 das	 influências	 do	 seu</p><p>ambiente.</p><p>Contudo,	 a	 natureza,	 na	 sua	 abundante	 sabedoria,	 dá	 a	 cada	 ser	 humano	 o</p><p>privilégio	de	estabelecer	o	seu	próprio	ambiente	mental,	espiritual	e	físico,	mas</p><p>depois	 de	 o	 escolher	 tem	 de	 se	 tornar	 parte	 dele.	 Esse	 é	 o	 funcionamento</p><p>inexorável	da	lei	da	harmonia.</p><p>P	 –	 Numa	 associação	 com	 fins	 comerciais,	 por	 exemplo,	 quem	 estabelece	 a</p><p>influência	dominante	que	determina	o	ritmo	do	ambiente?</p><p>R	 –	 O	 indivíduo	 ou	 os	 indivíduos	 que	 pensam	 e	 agem	 com	 definição	 de</p><p>propósito.</p><p>P	–	É	assim	tão	simples?</p><p>R	–	Sim,	a	definição	de	propósito	é	o	ponto	de	partida	para	que	um	indivíduo</p><p>estabeleça	o	seu	próprio	ambiente.</p><p>P	–	Acho	que	não	consegui	acompanhar	o	seu	raciocínio.	O	mundo	inteiro	está</p><p>dividido	pela	guerra	e	pelas	crises	económicas	e	ainda	outras	formas	de	crises</p><p>que	podem	representar	qualquer	coisa,	exceto	harmonia.	A	natureza	não	parece</p><p>estar	a	obrigar	as	pessoas	a	harmonizarem	umas	com	as	outras.	Como	explica</p><p>essa	inconsistência?</p><p>Como	na	 época	de	Hill,	 parece	não	haver	harmonia	no	mundo	de	hoje.</p><p>Quando	 pensamos	 na	 economia,	 nos	 desastres	 naturais,	 nos	 conflitos</p><p>militares,	 na	 devastação	 humana	 causada	 pelas	 doenças	 e	 pela	 fome,	 a</p><p>harmonia	 parece	 ser	 fácil	 de	 alcançar?	 Hill	 diria	 que	 sim,	 mesmo</p><p>enfrentando	 as	 piores	 condições	 da	 sua	 época.	 Embora	 nenhum	 de	 nós</p><p>possa	 estar	 em	 controlo	 da	 harmonia	 no	 nosso	 mundo,	 podemos	 criar</p><p>harmonia	em	nossa	casa.</p><p>R	–	Não	há	inconsistência.	As	influências	dominantes	do	mundo	são,	como	diz,</p><p>negativas.	 Muito	 bem,	 a	 natureza	 está	 a	 obrigar	 os	 seres	 humanos	 a</p><p>harmonizarem-se	com	as	influências	dominantes	do	ambiente	do	mundo.</p><p>As	 manifestações	 de	 harmonia	 podem	 ser	 positivas	 ou	 negativas.	 Por</p><p>exemplo,	um	grupo	de	homens	numa	prisão	pode,	e	geralmente	fá-lo,	pensar	e</p><p>agir	de	maneira	negativa,	mas	a	natureza	faz	com	que	a	influência	dominante</p><p>da	prisão	fique	impressa	em	cada	indivíduo.	Um	grupo	de	pessoas	orientadas</p><p>para	 a	 pobreza	 e	 que	 vivam	 em	 apartamentos	 pode	 lutar	 entre	 si	 e	 resistir	 a</p><p>todas	as	formas	de	harmonia,	mas	a	natureza	obriga	cada	um	a	tornar-se	parte</p><p>da	influência	dominante	da	casa	onde	vive.</p><p>A	harmonia,	no	sentido	que	aqui	lhe	está	a	ser	dado,	implica	que	a	natureza</p><p>relacione	todas	as	coisas	que	são	semelhantes	através	de	todos	os	universos.	As</p><p>influências	negativas	são	forçadas	a	associarem-se	umas	às	outras,	não	importa</p><p>onde	elas	possam	estar.	As	influências	positivas	são	definitivamente	forçadas	a</p><p>associarem-se	umas	com	as	outras.</p><p>P	–	Estou	a	começar	a	ver	porque	é	que	os	líderes	de	negócios	bem-sucedidos</p><p>são	tão	cuidadosos	na	escolha	dos	seus	sócios.	Os	homens	bem-sucedidos	em</p><p>qualquer	ramo	geralmente	estabelecem	o	seu	próprio	ambiente	cercando-se	de</p><p>pessoas	que	pensam	e	agem	em	termos	de	sucesso.	É	essa	a	ideia?</p><p>R	–	É	exatamente	essa	a	ideia.	Observe	com	atenção	que	a	única	coisa	que	os</p><p>homens	bem-sucedidos	 exigem	é	 a	 harmonia	 entre	 os	 seus	 associados.	Outra</p><p>característica	 de	 pessoas	 bem-sucedidas	 é	 que	 elas	 se	 movimentam	 com</p><p>definição	de	propósito	e	insistem	que	os	seus	associados	façam	o	mesmo.	Basta</p><p>compreender	estas	duas	verdades	e	compreenderá	a	grande	diferença	que	existe</p><p>entre	um	Henry	Ford	e	um	trabalhador	comum.</p><p>Por	isso,	o	princípio	da	harmonia	é	um	benefício	para	todos	quando	nos</p><p>rodeamos	de	outras	pessoas	bem-sucedidas.	Pense	nas	pessoas	com	quem</p><p>trabalha.	Elas	apoiam-no…	ou	fazem-no	retrair-se?</p><p>P	–	Agora	fale-me	do	último	dos	sete	princípios.</p><p>R	–	O	último	princípio	é	a	cautela.</p><p>A	seguir	ao	hábito	do	alheamento,	a	característica	humana	mais	perigosa	é	a</p><p>falta	de	cautela.</p><p>As	pessoas	alheiam-se	em	todos	os	tipos	de	circunstâncias	perigosas	porque</p><p>não	exercem	cautela	ao	planear	os	movimentos	que	fazem.	O	alheado	move-se</p><p>sempre	sem	cautela.	Age	primeiro	e	pensa	depois,	se	é	que	alguma	vez	pensa.</p><p>Ele	não	escolhe	os	seus	amigos.	Alheia-se	e	permite	que	as	pessoas	se	liguem	a</p><p>ele	 nos	 seus	 próprios	 termos.	 Ele	 não	 escolhe	 uma	 ocupação.	 Alheia-se	 na</p><p>escola	 e	 fica	 satisfeito	quando	 consegue	o	primeiro	 emprego	que	 lhe	garante</p><p>roupa	e	comida.	Ele	convida	as	pessoas	a	enganá-lo	nos	negócios	porque	não</p><p>se	informa	sobre	as	regras	do	negócio.	Convida	a	doença,	esquecendo-se	de	se</p><p>informar	 sobre	 as	 regras	 de	 uma	 saúde	 perfeita.	 Ele	 convida	 a	 pobreza	 por</p><p>negligenciar	 proteger-se	 contra	 as	 influências	 ambientais	 daqueles	 que</p><p>nasceram	 para	 a	 pobreza.	 Convida	 o	 fracasso	 a	 cada	 passo	 que	 dá	 ao</p><p>negligenciar	 o	 exercício	 da	 cautela	 para	 observar	 o	 que	 leva	 as	 pessoas	 a</p><p>fracassarem.	Ele	 convida	o	medo,	 em	 todas	 as	 suas	 formas,	pela	 sua	 falta	de</p><p>cautela	 em	 analisar	 as	 causas	 do	 medo.	 Fracassa	 no	 casamento	 porque</p><p>negligencia	 o	 uso	 de	 cautela	 na	 escolha	 da	 sua	 parceira,	 e	 usa	 ainda	menos</p><p>cautela	 nos	 seus	 métodos	 para	 se	 relacionar	 com	 ela	 após	 o	 casamento.	 Ele</p><p>perde	os	seus	amigos	ou	converte-os	em	inimigos	devido	à	sua	falta	de	cautela</p><p>em	relacionar-se	com	eles	de	maneira	adequada.</p><p>“A	seguir	ao	hábito	do	alheamento,	a	característica	humana	mais</p><p>perigosa	é	a	falta	de	cautela.”</p><p>P	–	A	cautela	faz	falta	a	todas	as	pessoas?</p><p>R	–	Não.	Somente	às	que	adquiriram	o	hábito	do	alheamento.	O	 não-alheado</p><p>usa	 sempre	de	 cautela.	Ele	 pensa	 cuidadosamente	os	 seus	planos	 antes	 de	os</p><p>iniciar.	 Compensa	 as	 fragilidades	 humanas	 dos	 seus	 associados	 e	 planeia</p><p>antecipadamente	como	resolvê-las.</p><p>Se	enviar	um	mensageiro	numa	missão	 importante,	ele	manda	outra	pessoa</p><p>para	 ter	 a	 certeza	 de	 que	 o	 mensageiro	 cumpriu	 a	 sua	 missão.	 Depois	 ele</p><p>verifica	ambos	para	ter	certeza	de	que	os	seus	desejos	foram	escrupulosamente</p><p>cumpridos.	Não	toma	nada	como	garantido	sempre	que	a	cautela	fornece	uma</p><p>forma	de	garantir	o	seu	sucesso.</p><p>P	–	A	cautela	excessiva	é	tão	prejudicial	como	a	falta	de	cautela?</p><p>R	–	A	cautela	nunca	é	excessiva.	O	que	chama	de	“cautela	excessiva”	é	uma</p><p>expressão	de	medo.	O	medo	e	a	cautela	são	duas	coisas	totalmente	diferentes.</p><p>P	–	As	pessoas	confundem	o	medo	com	a	cautela	excessiva?</p><p>R	–	Sim,	isso	acontece	às	vezes,	mas	a	maioria	das	pessoas	cria	para	si	próprias</p><p>muitos	 mais	 perigos	 pela	 completa	 falta	 do	 hábito	 da	 cautela	 do	 que	 pelo</p><p>excesso	desta.</p><p>P	–	De	que	forma	a	cautela	pode	ser	usada	de	forma	mais	vantajosa?</p><p>R	–	Na	seleção	dos	associados	e	nos	métodos	de	se	relacionarem	com	eles.	A</p><p>razão	para	isso	é	óbvia.	Os	associados	constituem	a	parte	mais	 importante	do</p><p>ambiente	de	uma	pessoa,	e	as	 influências	ambientais	determinam	se	a	pessoa</p><p>ganha	o	hábito	de	alhear-se	ou	se	vai	tornar-se	um	não-alheado.	A	pessoa	que</p><p>exerce	 cautela	 na	 escolha	 dos	 seus	 associados	 nunca	 se	 permite	 estar</p><p>intimamente	 associada	 com	 qualquer	 pessoa	 que	 não	 lhe	 traga,	 através	 da</p><p>associação,	 alguma	 forma	 definida	 de	 benefício	 mental,	 espiritual	 ou</p><p>económico.</p><p>P	–	Esse	método	de	escolher	associados	não	é	egoísta?</p><p>R	–	É	um	método	sensato	e	 leva	à	autodeterminação.	É	o	desejo	de	qualquer</p><p>pessoa	normal	encontrar	sucesso	material	e	felicidade.</p><p>Nada	contribui	mais	para	o	 sucesso	e	a	 felicidade	de	uma	pessoa	do	que	a</p><p>escolha	 cuidadosa	 dos	 seus	 associados.	 A	 cautela	 na	 escolha	 de	 associados</p><p>torna-se,	por	isso,	o	dever	de	todos	os	que	queiram	ser	felizes	e	bem-sucedidos.</p><p>O	 alheado	 permite	 que	 os	 seus	 associados	 mais	 próximos	 se	 liguem	 a	 ele</p><p>segundo	 os	 seus	 próprios	 termos.	 O	 não-alheado	 escolhe	 cuidadosamente	 os</p><p>seus	associados	e	não	permite	que	ninguém	se	associe	intimamente	a	ele	sem</p><p>que	contribua	com	alguma	forma	de	influência	útil	ou	benéfica.</p><p>P	–	Nunca	me	ocorreu	que	a	cautela	na	escolha	de	amigos	seria	tão	definitiva</p><p>para	o	sucesso	ou	o	fracasso	de	uma	pessoa.	Todas	as	pessoas	bem-sucedidas</p><p>agem	 com	 cautela	 na	 seleção	 dos	 seus	 associados,	 quer	 seja	 nas	 relações</p><p>empresariais,	sociais	ou	profissionais?</p><p>R	 –	 Sem	 o	 exercício	 da	 cautela	 na	 escolha	 de	 todos	 os	 seus	 associados,</p><p>ninguém	pode	estar	certo	do	sucesso	em	qualquer	área.	Por	outro	lado,	a	falta</p><p>de	cautela	traz	consigo	uma	derrota	quase	certa	em	qualquer	área	de	atuação.</p><p>Acha	difícil	 dizer	 “não”	 às	 pessoas?	Este	 capítulo	 faz-nos	perceber	 que</p><p>exercer	 cautela	 na	 escolha	 de	 associados	 e	 aprender	 a	 dizer	 “não”	 com</p><p>mais	frequência	pode	acelerar	o	seu	caminho	para	o	sucesso.</p><p>SÍNTESE</p><p>Há	três	coisas	ligadas	com	a	minha	entrevista	com	o	Diabo	que	me	interessam</p><p>muito.	 Esses	 três	 fatores	 interessam-me	 porque	 foram	 as	 influências	 mais</p><p>importantes	 da	 minha	 vida,	 um	 facto	 que	 qualquer	 leitor	 da	 minha	 história</p><p>consegue	facilmente	discernir.	Os	três	fatores	mais	importantes	são:	o	hábito	do</p><p>alheamento,	a	lei	do	ritmo	hipnótico,	através	da	qual	todos	os	hábitos	acabam</p><p>por	se	tornar	permanentes,	e	o	elemento	tempo.</p><p>Eis	um	trio	de	forças	que	guarda	inviolado	o	destino	de	todos	os	homens.	As</p><p>três	forças	têm	um	significado	novo	e	mais	importante	quando	são	agrupadas	e</p><p>estudadas	como	força	combinada.	Basta	ter	alguma	imaginação	e	um	pouco	de</p><p>conhecimento	 sobre	 as	 leis	 naturais	 para	 compreender	 que	 a	maior	 parte	 das</p><p>dificuldades	 que	 as	 pessoas	 enfrentam	 são	 de	 sua	 autoria.	 Além	 disso,	 as</p><p>dificuldades	 raramente	 são	 o	 resultado	 de	 circunstâncias	 imediatas.	 Elas	 são</p><p>geralmente	o	clímax	de	um	conjunto	de	circunstâncias	que	foram	consolidadas</p><p>através	do	hábito	do	alheamento	e	com	a	ajuda	do	tempo.</p><p>“A	maior	parte	das	dificuldades	que	as	pessoas	enfrentam	são	de	sua</p><p>autoria.”</p><p>Hoje	 em	 dia,	 muitas	 pessoas	 possuem	 uma	 mentalidade	 de	 vítima	 que</p><p>usam	 como	 desculpa	 para	 não	 aceitarem	 a	 responsabilidade	 pelas	 suas</p><p>vidas.</p><p>Samuel	 Insull	 não	 perdeu	 o	 seu	 império	 industrial	 de	 4	 mil	 milhões	 de</p><p>dólares	por	causa	da	crise	económica.	Ele	começou	a	perdê-lo	muito	antes	da</p><p>depressão,	 altura	 em	 que	 foi	 vítima	 de	 um	 grupo	 de	 mulheres	 que	 o</p><p>persuadiram	a	preferir	a	ópera	ao	serviço	de	utilidade	pública.	Se	alguma	vez</p><p>um	homem	de	 elevada	 posição	 do	mundo	 financeiro	 se	 perdeu	 por	 causa	 do</p><p>poder	do	alheamento,	do	ritmo	hipnótico	e	do	tempo,	esse	homem	foi	Samuel</p><p>Insull.</p><p>Escrevo	com	conhecimento	de	causa	sobre	o	Senhor	Insull	e	a	causa	dos</p><p>seus	problemas,	que	datam	do	tempo	em	que	servi	com	ele	na	Primeira	Guerra</p><p>Mundial,	até	ao	momento	da	sua	tentativa	de	fugir	de	si	mesmo.</p><p>Samuel	 Insull	mudou-se	de	 Inglaterra	para	os	Estados	Unidos	em	1881,</p><p>para	 se	 tornar	 secretário	 particular	 de	 Thomas	 Edison	 e	 chegou	 a	 ser</p><p>presidente	da	Chicago	Edison	Co.	 em	1892.	Em	1907,	 ele	 apoderara-se</p><p>do	controlo	do	sistema	de	trânsito	de	Chicago.	Em	1912,	presidia	a	várias</p><p>centenas	de	centrais	elétricas.	Promoveu	de	forma	vigorosa	as	ações	das</p><p>suas	empresas.	Quando	elas	entraram	em	colapso	em	1932,	ele	fugiu	para</p><p>a	Europa;	extraditado	em	1934,	foi	julgado	três	vezes	por	fraude,	violação</p><p>das	leis	da	bancarrota	e	burla,	mas	foi	sempre	absolvido.	Ele	fornece-nos</p><p>um	 olhar	 interno	 sobre	 as	 outras	 razões	 para	 o	 colapso	 e	 queda.	 Hoje</p><p>reconhecemos	 de	 imediato	 o	 nome	 Edison…	 mas	 provavelmente	 não</p><p>reconhecemos	Insull.</p><p>Henry	Ford	passou	pela	mesma	crise	que	arruinou	Insull,	mas	Ford	saiu	no</p><p>topo	sem	um	arranhão.	Quer	saber	porquê?	Eu	digo-lhe.	Ford	tem	o	hábito	de</p><p>não	 se	 alhear	 em	 nenhum	 assunto.	 O	 tempo	 é	 amigo	 de	 Ford,	 porque	 ele</p><p>formou	o	hábito	de	usá-lo	de	forma	construtiva	e	positiva,	com	a	ajuda	dos	seus</p><p>pensamentos,	que	constituem	planos	de	sua	própria	criação.</p><p>Qualquer	 circunstância	 pode	 ser	 medida	 com	 referência	 ao	 seu</p><p>relacionamento	com	o	hábito	do	alheamento,	do	ritmo	hipnótico	e	do	tempo,	e</p><p>certamente	verá	com	precisão	a	causa	de	todo	o	fracasso	ou	de	todo	o	sucesso.</p><p>Franklin	D.	Roosevelt	assumiu	a	sua	administração	com	inovações	durante	o</p><p>seu	 primeiro	mandato.	Mas	 ele	 só	 tinha	 um	propósito	 principal	 em	mente,	 e</p><p>esse	era	bem	definido.	O	seu	objetivo	era	 travar	o	medo	e	 levar	as	pessoas	a</p><p>pensarem	e	falarem	em	termos	de	recuperação	nos	negócios	em	vez	de	crise.</p><p>Ao	realizar	esse	propósito,	não	havia	alheamento.	As	forças	de	toda	a	nação</p><p>estavam	 consolidadas	 e	 unidas	 para	 ajudar	 o	 presidente	 a	 alcançar	 o	 seu</p><p>propósito	 definido.	 Pela	 primeira	 vez	 na	 História	 da	 América,	 os	 jornais	 de</p><p>todas	as	inclinações	políticas,	as	igrejas	de	todas	as	denominações,	as	pessoas</p><p>de	 todas	 as	 raças	 e	 cores	 e	 as	 organizações	 políticas	 de	 todos	 os	 partidos</p><p>uniram-se	numa	força	fantástica	com	o	único	objetivo	de	ajudar	o	presidente	a</p><p>restaurar	a	fé	e	as	relações	comerciais	no	país.</p><p>Numa	conferência	realizada	entre	o	presidente	e	um	grupo	de	conselheiros	de</p><p>urgência	poucos	dias	depois	de	assumir	a	presidência,	perguntei-lhe	qual	era	o</p><p>seu	maior	problema.	Ele	respondeu:	“Não	é	uma	questão	de	maior	ou	menor;</p><p>nós	só	temos	um	problema	que	é	travar	o	medo	e	suplantá-lo	com	a	fé.”</p><p>Antes	 do	 final	 do	 seu	primeiro	 ano	no	 cargo,	 o	 presidente	 tinha	vencido	o</p><p>medo	 e	 tinha-o	 suplantado	 pela	 fé,	 e	 a	 nação	 caminhava	 vagarosa,	 mas</p><p>empenhada,	na	saída	da	crise.	No	final	do	seu	primeiro	mandato	–	repare	bem</p><p>no	elemento	tempo	–,	o	presidente	tinha	consolidado	tão	eficazmente	as	forças</p><p>dos	negócios	americanos	e	da	vida	privada	que	tinha	uma	nação	inteira	a	apoiá-</p><p>lo,	pronta,	determinada	e	entusiasticamente	desejosa	de	o	seguir	qualquer	que</p><p>fosse	o	caminho	que	ele	seguisse.</p><p>Estes	factos	são	bem	conhecidos	de	todos	os	que	leem	os	jornais	ou	ouvem	a</p><p>rádio.</p><p>Como	todos	nós,	Napoleon	Hill	viveu	num	ambiente	político	que	afetou</p><p>todos.	 Normalmente	 pensamos	 em	 nós	 como	 “vítimas”	 dos	 meios	 de</p><p>comunicação	social	ou	do	sistema	político	ou	de	outras	forças	exteriores.</p><p>Hill	 mostra-nos	 como	 sermos	 superiores	 a	 essa	 doença	 –	 outro	 dos</p><p>instrumentos	 do	 Diabo	 –	 e	 aceitar	 as	 responsabilidades	 por	 todas	 as</p><p>nossas	escolhas.</p><p>Depois	 veio	 outra	 eleição	 presidencial	 e	 a	 oportunidade	 para	 as	 pessoas</p><p>expressarem	 a	 sua	 fé	 no	 seu	 líder.	 Elas	 manifestaram-na	 com	 uma	 vitória</p><p>esmagadora	na	política	americana,	e	o	presidente	assumiu	o	gabinete	para	um</p><p>segundo	mandato	com	uma	votação	quase	unânime,	apenas	com	dois	estados</p><p>dissidentes.</p><p>Agora,	 observe	 como	 a	 roda	 da	 vida	 começou	 a	mudar	 e	 a	 voltar-se	 para</p><p>outra	direção.	O	presidente	mudou	a	sua	política	de	definição	de	propósito	para</p><p>a	indefinição	e	para	o	alheamento.</p><p>A	sua	mudança	na	política	dividiu	o	poderoso	partido	trabalhista	e	fez	com</p><p>que	mais	 de	metade	 desse	 grupo	 se	 virasse	 contra	 ele.	Ele	dividiu	os	muitos</p><p>apoiantes	que	tinha	nas	duas	câmaras	do	Congresso	e,	mais	importante	do	que</p><p>tudo	isso,	ele	dividiu	o	povo	americano	em	prós	e	contras,	e	o	resultado	final</p><p>daquilo	que	sobrou	do	carisma	político	do	presidente	foi	o	seu	largo	sorriso	e</p><p>seu	aperto	de	mão	firme	–	obviamente,	não	foi	o	suficiente	para	reconquistar	o</p><p>poder	que	tinha	tido	na	vida	americana.</p><p>Aqui	 temos,	 então,	um	excelente	exemplo	de	um	homem	que	alcançou	um</p><p>grande	poder	subindo	muito,	através	da	definição	de	propósito,	e	cuja	queda	foi</p><p>ainda	maior	por	causa	do	seu	hábito	do	alheamento.	Tanto	na	subida	como	na</p><p>queda,	pode	ver-se	claramente	o	funcionamento	dos	princípios	do	alheamento	e</p><p>do	nãoalheamento,	alcançando	um	clímax	através	do	poder	do	ritmo	hipnótico</p><p>e	do	tempo.</p><p>“Aqui	temos,	então,	um	excelente	exemplo	de	um	homem	que</p><p>alcançou	um	grande	poder	subindo	muito,	através	da	definição	de</p><p>propósito,	e	cuja	queda	foi	ainda	maior	por	causa	do	seu	hábito	de</p><p>alheamento.”</p><p>******************</p><p>Pense	 nas	 outras	 pessoas,	 na	 opinião	 pública	 ou	 no	 seu	 círculo	 de</p><p>influência,	que	alcançaram	grande	sucesso	apenas	para	o	perderem	depois</p><p>por	causa	do	alheamento.</p><p>Em	toda	a	minha	vida,	o	Diabo	teve	uma	dramática	história	para	contar	sobre</p><p>os	seus	negócios	comigo.	Ele	viu-me	alhear-me	em	oportunidades	de	negócios</p><p>pelas	quais	muitos	teriam	dado	uma	mão.	Viu-me	alhear-me	na	minha	política</p><p>de	relacionamento	com	os	outros,	particularmente	na	minha	falta	de	cautela	nos</p><p>negócios.</p><p>A	circunstância	que	me	salvou	do	controlo	fatal	da	lei	do	ritmo	hipnótico	foi</p><p>a	definição	de	propósito	à	qual	dediquei	toda	a	minha	vida	–	a	organização	de</p><p>uma	 filosofia	 de	 realização	 pessoal.	 Alheei-me	 numa	 altura	 ou	 noutra,	 em</p><p>pequenos	esforços	e	caprichos,	mas	o	meu	alheamento	era	pelo	meu	propósito</p><p>maior,	 que	 era	 o	 suficiente	 para	 restaurar	 a	minha	 coragem	 e	 colocar-me	 na</p><p>busca	do	conhecimento	sempre	que	era	derrotada	por	objetivos	menores.</p><p>Aprendi	alguma	coisa	sobre	a	natureza	prejudicial	do	hábito	do	alheamento</p><p>enquanto	estava	comprometido	no	estudo	de	mais	de	25	mil	pessoas	ligadas	à</p><p>organização	da	Lei	do	Sucesso.	Esses	estudos	mostraram	que	apenas	duas	em</p><p>cada	cem	pessoas	possuem	um	objetivo	definido	na	vida.	As	outras	98	ficaram</p><p>presas	 pelo	 hábito	 do	 alheamento.	 Parece-me	mais	 do	 que	 uma	 coincidência</p><p>que	os	meus	estudos	 tenham	claramente	corroborado	as	afirmações	do	Diabo</p><p>de	que	ele	controla	98	em	cada	cem	pessoas,	devido	 justamente	ao	hábito	do</p><p>alheamento.</p><p>Olhando	 para	 a	 minha	 própria	 carreira	 passada,	 posso	 claramente	 ver	 que</p><p>poderia	ter	evitado	a	maioria	das	derrotas	temporárias	com	as	quais	me	deparei</p><p>se	 naquele	momento	 tivesse	 seguido	 um	 plano	 para	 obtenção	 do	meu	maior</p><p>propósito	na	vida.</p><p>Da	 minha	 experiência	 no	 estudo	 dos	 problemas	 de	 mais	 de	 cinco	 mil</p><p>famílias,	 eu	 sei,	 definitivamente,	 que	 a	 maioria	 das	 pessoas	 casadas	 que	 se</p><p>desarmoniza	uma	com	a	outra	o	faz	devido	à	acumulação	de	um	grande	número</p><p>de	 pequenas	 circunstâncias	 no	 seu	 casamento	 que	 poderiam	 ter	 sido</p><p>esclarecidas	 e	 contornadas	 à	 medida	 que	 iam	 surgindo,	 se	 houvesse	 uma</p><p>política	definida	para	o	fazer.	Eles	não	vivem	a	sua	vida	de	casal	com	definição</p><p>de	propósito.</p><p>Assim	se	fez	a	história	desde	o	princípio	dos	tempos.	O	homem	que	possui	o</p><p>plano	 e	 o	 propósito	mais	 definido	 caminha	 para	 a	 vitória.	 Os	 outros	 correm</p><p>para	 conseguir	 abrigo	 e	 acabam	 sob	 a	 liderança	 daqueles	 que	 são	 mais</p><p>determinados.</p><p>A	resposta	não	é	difícil	de	encontrar.	Não	há	necessidade	de	procurar	muito.</p><p>Por	 mim,	 preferiria	 procurar	 a	 resposta</p><p>no	 Diabo,	 porque	 ele	 me	 diria</p><p>rapidamente	que	a	vitória	é	obtida	pelas	pessoas	que	sabem	o	que	querem	e	que</p><p>estão	 determinadas	 a	 consegui-la.	 Elas	 dominaram	 o	 hábito	 do	 alheamento.</p><p>Elas	possuem	políticas	definidas,	planos	definidos	e	objetivos	definidos.	A	sua</p><p>oposição,	 que	 pode	 ser	 em	número	muito	 superior,	 não	 tem	hipótese	 alguma</p><p>contra	 elas,	 porque	 a	 oposição	 não	 possui	 um	 plano,	 nenhum	 propósito	 e</p><p>nenhuma	 política,	 exceto	 a	 de	 se	 alhear,	 esperando	 que	 alguma	 coisa	 possa</p><p>surgir	para	as	ajudar.	Naquelas	três	breves	frases	possui	a	soma	e	a	substância</p><p>da	diferença	entre	o	sucesso	e	o	fracasso,	a	força	e	a	falta	dela.</p><p>Chegamos	agora	perto	do	fim	da	nossa	visita	através	deste	livro.	Se	 tentasse</p><p>colocar	numa	só	frase	a	coisa	mais	importante	que	tentei	exprimir	através	deste</p><p>livro,	seria	algo	do	género:</p><p>“Os	desejos	dominantes	podem	ser	cristalizados	nos	seus	equivalentes</p><p>físicos,	através	da	definição	de	propósito,	apoiada	pela	definição	de</p><p>planos,	com	a	cooperação	da	lei	natural	do	ritmo	hipnótico	e	do</p><p>tempo.”</p><p>Eis	 a	 fase	 positiva	 da	 filosofia	 de	 realização	 pessoal	 que	 tentei	 descrever</p><p>através	deste	livro,	com	o	máximo	de	brevidade	e	simplicidade.	Se	expandir	a</p><p>filosofia	com	o	propósito	de	adaptá-la	às	circunstâncias	da	vida,	verá	que	ela	é</p><p>tão	 grande	 quanto	 a	 vida	 em	 si,	 que	 ela	 cobre	 todos	 os	 relacionamentos</p><p>humanos,	todos	os	pensamentos	humanos,	objetivos	e	também	desejos.</p><p>Aqui	estamos,	no	final	da	mais	estranha	de	todas	as	milhares	de	entrevistas</p><p>que	fiz	aos	grandes	e	aos	quase	grandes,	por	um	período	de	mais	de	cinquenta</p><p>anos	 de	 trabalho,	 na	 minha	 procura	 pelas	 verdades	 da	 vida	 que	 levam	 à</p><p>felicidade	e	à	segurança	económica.</p><p>É	estranho,	no	entanto,	que,	depois	de	ter	tido	a	cooperação	ativa	de	homens</p><p>como	 Carnegie,	 Edison	 e	 Ford,	 tenha	 sido	 obrigado	 a	 ir	 até	 ao	 Diabo	 para</p><p>encontrar	um	conhecimento	prático	dos	maiores	princípios	revelados	na	minha</p><p>procura	pela	verdade.	Como	 é	 estranho	 que	 tenha	 sido	 forçado	 a	 passar	 pela</p><p>pobreza,	pelo	fracasso	e	pela	adversidade,	em	centenas	de	formas,	antes	de	ter</p><p>tido	 o	 privilégio	 de	 entender	 e	 utilizar	 a	 lei	 da	 natureza	 que	 neutraliza	 essas</p><p>armas	malvadas	e	as	elimina	por	completo.	Mas	o	mais	estranho	de	toda	esta</p><p>dramática	 experiência	 que	 a	 vida	me	 proporcionou	 foi	 a	 simplicidade	 da	 lei</p><p>que,	se	a	tivesse	entendido,	poderia	ter	transformado	os	meus	desejos	de	forma</p><p>substancial,	sem	ter	de	me	submeter	a	tantos	anos	de	pobreza	e	miséria.</p><p>Agora	percebo,	no	final	da	minha	entrevista	com	o	Diabo,	que	tinha	estado	a</p><p>carregar	 nos	 meus	 próprios	 bolsos	 os	 fósforos	 com	 os	 quais	 o	 fogo	 da</p><p>adversidade	estava	a	ser	desencadeado.	E	vejo	também	que	a	água	com	a	qual</p><p>esses	 fogos	poderiam	 ter	 sido	extintos	existia	em	grande	abundância	à	minha</p><p>disposição.</p><p>Procurei	 a	 pedra	 filosofal	 com	 a	 qual	 o	 fracasso	 pode	 ser	 convertido	 em</p><p>sucesso,	 apenas	 para	 perceber	 que	 tanto	 o	 sucesso	 como	 o	 fracasso	 são	 o</p><p>resultado	 das	 forças	 evolucionárias	 do	 nosso	 dia	 a	 dia,	 através	 das	 quais	 os</p><p>pensamentos	 dominantes	 são	 ligados	 ponto	 por	 ponto	 e	 transformados	 nas</p><p>coisas	 que	 queremos,	 ou	 nas	 coisas	 que	 não	 queremos,	 de	 acordo	 com	 a</p><p>natureza	desses	pensamentos.</p><p>Infelizmente,	não	entendia	essa	verdade	no	momento	em	que	cheguei	à	idade</p><p>da	 razão,	 porque,	 se	 a	 tivesse	 entendido,	 teria	 sido	 capaz	 de	 contornar	 os</p><p>obstáculos	que	fui	obrigado	a	saltar,	enquanto	caminhava	no	“vale	da	sombra”</p><p>da	vida.</p><p>A	 história	 da	minha	 entrevista	 com	o	Diabo	 está	 agora	 nas	 suas	mãos.	Os</p><p>benefícios	 que	 receberá	 dela	 terão	 a	 exata	 proporção	 do	 pensamento	 que	 ela</p><p>inspira	 em	 si.	 Para	 beneficiar	 da	 leitura	 desta	 entrevista,	 não	 precisa	 de</p><p>concordar	com	todas	as	suas	partes.</p><p>Só	 tem	 de	 pensar	 e	 chegar	 às	 suas	 próprias	 conclusões	 em	 relação	 a	 cada</p><p>parte	dela.	Isso	é	bastante	razoável.	Somos	o	juiz,	o	jurado	e	o	advogado,	tanto</p><p>da	defesa	como	da	acusação.	Se	não	vencer	o	seu	caso,	a	perda	e	a	causa	dela</p><p>serão	somente	suas!</p><p>NAPOLEON	HILL</p><p>“Os	desejos	dominantes	podem	ser	cristalizados	nos	seus	equivalentes</p><p>físicos,	através	da	definição	de	propósito,	apoiada	pela	definição	de</p><p>planos,	com	a	cooperação	da	lei	natural	do	ritmo	hipnótico	e	do</p><p>tempo!”</p><p>Napoleon	Hill	desejava	partilhar	esta	mensagem	com	o	mundo	na	década</p><p>de	1930,	mas,	em	vez	disso,	ela	foi	guardada	num	cofre,	para	finalmente</p><p>ser	 revelada	 e	 partilhada	 consigo	 em	 2011	 –	 por	 uma	 razão.	 Vai</p><p>conseguir…</p><p>–	Perceber	que	tem	nos	seus	bolsos	os	fósforos	com	os	quais	os	fogos</p><p>da	 adversidade	 são	 desencadeados,	 e	 descobrir	 também	que	 a	 água	 que</p><p>pode	extinguir	esses	fogos	existe	em	grande	abundância	à	sua	disposição?</p><p>E	depois:</p><p>–	Encontrar	a	sua	definição	de	propósito?</p><p>–	Criar	um	plano	definido?</p><p>–	Comprometer-se	com	a	ajuda	da	lei	da	natureza	do	ritmo	hipnótico?</p><p>–	E	usar	o	ativo	do	tempo	para	o	ajudar	a	atingir	o	seu	maior	sucesso?</p><p>EPÍLOGO</p><p>Quer	 tenha	 lido	 todo	 este	 livro	 ou	 apenas	 algumas	 páginas	 antes	 de	 vir	 ao</p><p>epílogo,	 terá	 percebido	 que,	 se	 os	 nomes	 históricos,	 datas	 e	 acontecimentos</p><p>neste	 livro	 fossem	 substituídos	 pelos	 dos	 nossos	 tempos	 atuais,	 pouco	 teria</p><p>mudado.	 A	 partir	 da	 descrição	 de	 Hill	 da	 propaganda	 dos	 meios	 de</p><p>comunicação	social,	o	condicionamento	que	as	crianças	 recebem	na	escola,	o</p><p>ensinamento	 baseado	 no	 medo	 pregado	 pelas	 religiões,	 a	 dieta	 e	 os	 hábitos</p><p>alimentares	 pobres	 das	 pessoas,	 até	 ao	 clima	 económico	 desafiante,	 pouco</p><p>parece	ter	mudado	na	nossa	consciência	coletiva	e,	por	consequência,	na	nossa</p><p>experiência	coletiva.</p><p>A	 boa	 notícia	 é	 que	 nunca	 é	 tarde	 para	 um	 novo	 começo,	 para	 um</p><p>renascimento	em	consciência.	Como	Hill	 lembra:	“eu	 também	descobri	que	a</p><p>semente	 de	 um	 benefício	 equivalente	 vem	 com	 cada	 experiência	 de	 derrota</p><p>temporária	e	cada	fracasso.”	O	nosso	caminho	é	aparentemente	composto	por</p><p>uma	 polaridade	 de	 fracasso	 e	 sucesso.	 Numa	 forma	 mais	 ligeira	 de	 pôr	 a</p><p>questão:	 os	 princípios	 de	 Hill	 para	 viver	 ensinam-nos	 “a	 fracassar	 com</p><p>sucesso”.	 Este	 é	 um	 paradoxo	 compreendido	 pelos	 que	 são	 espiritualmente</p><p>maduros,	 aqueles	 que	 ele	 descreve	 como	 tendo-se	 elevado	 acima	 do	 “ritmo</p><p>hipnótico”	 e	 descoberto	 o	 seu	 “outro	 eu”,	 que	 também	 pode	 ser	 identificado</p><p>como	o	Eu	do	eu,	o	Eu	Elevado	ou	o	Eu	Autêntico.</p><p>É	 encorajador	 que	 muitos	 dos	 autores	 de	 autoajuda	 espiritual	 e	 filosófica</p><p>atuais,	e	até	autores	científicos,	partilham	do	ponto	de	vista	de	Hill	sobre	aquilo</p><p>a	 que	 ele	 chama	 “definição	 de	 propósito”,	 ou,	 em	 linguagem	 corrente,</p><p>“estabelecer	 de	 intenções”.	 Quando	 a	 nossa	 intenção	 é	 acordar	 do	 “ritmo</p><p>hipnótico”	 de	 viver	 –	 aquilo	 que	 os	 hindus	 chamam	 desilusão	 e	 os	 budistas</p><p>chamam	ilusão	–	a	consciência	individual	e	coletiva	expande.	Nós,	juntamente</p><p>com	a	nossa	família	global,	beneficiamos.</p><p>A	integridade	de	Hill	brilha	através	das	suas	descrições	daquilo	que	significa</p><p>manifestar	 sucesso.	De	 facto,	 ele	 anuncia	 sem	 hesitar	 que	 “qualquer	 homem</p><p>pode	servir-se	dos	benefícios	do	seu	‘outro	eu’”	desde	que	não	esteja	“imerso</p><p>em	 ganância”.	 Esta	 afirmação	 espiritualmente	 dignificada	 eleva	 o	 sucesso	 a</p><p>uma	questão	de	consciência	–	ou	seja,	o	sucesso	não	significa	necessariamente</p><p>que	 “aquele	 que	 tem	 mais	 ferramentas	 vence”.	 Desta	 forma,	 Hill	 elimina	 o</p><p>confuso	despertar	espiritual	com	a	capacidade	de	manifestar	coisas	na	vida	de</p><p>uma	pessoa	porque	nunca	existe	um	“mais”	suficiente.</p><p>Também	nos	é	ensinada	a	importância	da	consciencialização	e	da	prudência,</p><p>uma	 atividade	 de	 consciência	 aberrante	 do	Diabo	 de	Hill,	 que	 se	 delicia	 em</p><p>usar	 a	 falha	 dos	 homens	 de	 pensarem	 por	 si	 próprios	 como	 vantagem.</p><p>Conscientemente	observar	a	mente	e	as	suas	capacidades	é	olhar	para	ela	com</p><p>respeito,	compaixão,	gratidão,	pois	essa	é	a	dádiva	de	Deus	para</p><p>nós.	A	mente</p><p>não	 só	 forma	 a	 nossa	 paisagem	 interior	 como	 cria	 circunstâncias	 exteriores.</p><p>Não	 lutemos	com	a	mente;	 apreciemos	as	 suas	nuances,	 as	 suas	 intuições,	 as</p><p>suas	maiores	capacidades	com	a	compreensão	de	que	a	mente	é	a	chave	para	se</p><p>ser	autodirigido,	autocapacitado,	autoconfiante.</p><p>Após	o	“alheamento”,	o	 traço	humano	mais	perigoso	que	Hill	descreve	é	a</p><p>“falta	de	cautela”,	ou	aquilo	a	que	podemos	chamar	de	falta	de	discernimento.</p><p>O	 discernimento	 é	 parente	 da	 sabedoria,	 o	 que	 nos	 leva	 a	 pensar	 nas</p><p>repercussões	 antes	 de	 agirmos,	 assim	 como	 a	 observar	 honestamente	 os</p><p>resultados	das	nossas	escolhas.	Assim,	podemos	criar	o	nosso	próprio	caminho</p><p>para	a	liberdade.</p><p>Nas	mentes	dos	leitores	dos	tempos	modernos,	os	ensinamentos	de	Hill	são</p><p>com	frequência	associados	com	prosperidade,	o	que	se	traduz	por	dinheiro	nos</p><p>cofres	 individuais	 de	 cada	 um.	 Mas,	 verdade	 seja	 dita,	 ele	 partilhou	 com	 o</p><p>mundo	a	sua	sabedoria	dos	“princípios	de	como	viver”,	começando	com	o	ser</p><p>interior	de	cada	um,	o	estado	de	consciência	interior	de	cada	um,	convidando-</p><p>nos	a	dar	uma	expressão	exterior	ao	nosso	mais	elevado	potencial	não	apenas</p><p>para	seu	próprio	benefício,	mas	para	o	de	toda	a	humanidade.</p><p>Quero	 acrescentar	 que	 foi	 uma	 escolha	 guiada	 pela	 sabedoria	 da	 parte	 da</p><p>Fundação	Napoleon	Hill	confiar	este	precioso	manuscrito	nas	mãos	capazes	de</p><p>Sharon	Lechter.	Os	 seus	muitos	 anos	de	 estudo	dos	princípios	de	verdade	de</p><p>Napoleon	 Hill,	 e,	 ainda	 mais	 importante,	 a	 sua	 prática	 deles,	 tornaram-na	 a</p><p>candidata	perfeita	para	oferecer	agora	este	manuscrito	ao	mundo.</p><p>Que	 todos	 os	 leitores	 de	 Hill	 se	 libertem	 dos	 sistemas	 de	 crenças</p><p>condicionais	e	vivam	a	vida	em	toda	a	sua	riqueza,	a	sua	requintada	beleza	e</p><p>alegria,	 entregando	 livremente	 as	 suas	 dádivas,	 talentos	 e	 capacidades	 neste</p><p>planeta	a	que	todos	chamamos	lar.	Paz	e	as	melhores	bênçãos	para	vocês!</p><p>MICHAEL	BERNARD	BECKWITH</p><p>Michael	 Bernard	Beckwith	 é	 o	 autor	 de	 Spiritual	 Liberation:	 Fulfilling</p><p>Your	Soul’s	Potencial,	e	foi	apresentado	em	O	Segredo.	É	o	fundador	do</p><p>Centro	 Espiritual	 Internacional	 Agape	 e	 cofundador	 da	 Association	 for</p><p>Global	New	Thought	e	a	Season	for	Nonviolence.</p><p>REFLEXÃO</p><p>Nos	 escritos	 de	 Napoleon	 Hill	 existe	 uma	 forte	 espiritualidade	 presente,</p><p>justificando	os	seus	métodos	e	a	sua	moralidade.	Em	muitas	partes	deste	livro,</p><p>Enganar	o	Diabo,	esta	fundação	religiosa	para	o	seu	sistema	de	crença	é	talvez</p><p>muito	explícita.</p><p>Algumas	das	suas	declarações	sobre	o	mal	e	o	medo,	sobre	“indefinição”	e</p><p>“alheamento”,	 derivam	 de	 uma	 tradição	 religiosa	 americana	 que	 data,	 pelo</p><p>menos,	 ao	 Transcendentalismo	 de	 Ralph	 Waldo	 Emerson,	 nos	 meados	 do</p><p>século	 XIX.	 As	 correntes	 na	 espiritualidade	 americana	 na	 época	 de	 Hill</p><p>(durante	 a	 escrita	 deste	 livro,	 no	 final	 da	 década	 de	 1930)	 incluíam	Norman</p><p>Vincent	Peale,	Emmett	Fox	e,	na	ficção	popular	inspiradora,	Lloyd	C.	Douglas.</p><p>O	 evangelismo	 cristão	 muito	 pessoal	 de	 Aimee	 Semple	 McPherson	 e	 Billy</p><p>Sunday	 também	 ainda	 estava	 omnipresente	 na	 consciência	 pública	 e	 da</p><p>comunicação	da	época.</p><p>No	entanto,	para	Hill	a	estatura	de	alguns	dos	titãs	da	indústria	e	finanças	da</p><p>época	obteve	uma	espécie	de	validação	religiosa	e	serviu	para	inspirar	os	seus</p><p>próprios	pensamentos	e	ações,	e	ele	incitou	outros	a	olharem	para	estes	homens</p><p>–	 e	 eram	 todos	 homens	 –	 como	 modelos	 de	 comportamento	 moral	 bem-</p><p>sucedido	que	mostrava	sucesso	pessoal	assim	como	bem	geral.</p><p>A	 Grande	 Depressão	 foi,	 para	 Napoleon	 Hill,	 e	 em	 grande	 medida,	 um</p><p>fracasso	 moral.	 O	 que	 diria	 ele	 sobre	 as	 nossas	 atuais	 crises	 nos	 mercados</p><p>financeiros	 –	 o	 quase	 colapso	 do	 sistema	 bancário	 em	2008	 e	 a	 consequente</p><p>recessão	severa	que	afetou	a	vida	de	todos	os	que	leram	este	livro	em	2011	e</p><p>depois	disso?</p><p>O	seu	panteão	incluía	Carnegie	(claro),	Edison,	Ford	e	Rockefeller.	Cada	um</p><p>destes	 magnatas	 tem	 sido	 consequentemente	 analisado	 e	 reanalisado	 por</p><p>historiadores,	economistas	e	biógrafos	e	as	suas	falhas	pessoais	colocadas	sob	a</p><p>luz	do	escrutínio	público.	Para	Hill,	eles	não	eram	figuras	históricas,	mas	sim</p><p>líderes	contemporâneos	no	palco	do	mundo	–	como	eram	Adolf	Hitler	e	Benito</p><p>Mussolini,	 Franklin	 Roosevelt	 e	Winston	 Churchill.	 Ele	 não	 criticou	 a	 rude</p><p>competitividade	 de	 Rockefeller	 e	 provavelmente	 não	 estava	 consciente	 na</p><p>altura	do	antissemitismo	de	Ford.</p><p>Para	 Hill,	 a	 sociedade	 americana	 e	 o	 sistema	 de	 mercado	 livre	 tinham	 as</p><p>melhores	 esperanças	 para	 o	 mundo	 enquanto	 este	 hesitava	 à	 beira	 da</p><p>conflagração	–	e	mesmo	com	as	imperfeições	evidentes	do	seu	país	natal	(o	que</p><p>ele	 via	 como	 suscetibilidade	 às	 maquinações	 do	 Diabo),	 não	 havia	 nada	 na</p><p>Terra	que	se	pudesse	comparar.</p><p>Para	 as	 pessoas	 que	 faziam	 a	 escolha	 pessoal	 de	 serem	 bem-sucedidas	 na</p><p>vida,	que	resistiam	a	tentações	e	fraquezas	de	irreligião	e	procuravam,	em	vez</p><p>disso,	a	ajuda	de	Deus	(chamado	por	vários	nomes	no	livro),	não	havia	limite</p><p>para	o	quão	longe	eles	podiam	ir.	Os	limites	eram	autoimpostos,	ou	impostos</p><p>pela	força	negativa	exterior	do	mal,	personificada	pelo	Diabo.</p><p>Então,	qual	é	a	religião	de	Hill?	Com	franqueza,	isso	não	é	importante	para</p><p>mim.	Por	muito	que	tenha	sido	influenciada	pela	filosofia	de	Napoleon	Hill	e</p><p>fascinada	pela	sua	vida,	nunca	me	interessou	a	igreja	que	ele	frequentava	ou	se</p><p>sequer	 frequentava	 alguma.	 Mais	 importante	 é	 a	 questão:	 O	 que	 está	 ele	 a</p><p>ensinar-nos	hoje	sobre	o	papel	da	fé	nas	nossas	vidas?</p><p>A	 resposta	 a	 essa	 questão	 é	 uma	 decisão	 sua.	 Acho	 que	 é	 uma	 questão</p><p>fundamental	 que	 afeta	 cada	 linha	 que	 ele	 escreve.	 Afinal,	 ele	 escolheu</p><p>estruturar	este	livro	no	género	clássico	do	diálogo	filosófico,	e	estabelece	uma</p><p>combinação	 debatida	 com	 a	 figura	 antirreligiosa	 mais	 intensa	 de	 toda	 a</p><p>literatura	(desde	a	Bíblia,	passando	por	Milton	e	por	C.S.	Lewis).	E	eu	continuo</p><p>a	 ser	 fascinada	 pela	 sua	 escolha	 porque	 isso	 permite	 a	 Hill	 exprimir	 –	 num</p><p>estilo	 muito	 agradável	 de	 ler	 –	 as	 suas	 próprias	 crenças	 e	 teorias	 profundas</p><p>sobre	o	comportamento	humano.	Detém	lições	profundas	para	todos	nós.</p><p>À	medida	que	vai	 avançando	na	 sua	vida	 e	 encontrando	obstáculos	 no	 seu</p><p>caminho,	 pode	 ser-lhe	 útil	 rever	 os	 sete	 princípios	 de	 Hill	 para	 Enganar	 o</p><p>Diabo	na	sua	vida.</p><p>>	Definição	de	propósito</p><p>>	Domínio	sobre	o	eu</p><p>>	Aprender	com	a	adversidade</p><p>>	Controlar	a	influência	ambiental	(associações)</p><p>>	Tempo	(dar	permanência	ao	positivo	em	vez	de	ter	hábitos	de	pensamento</p><p>negativos	e	desenvolver	a	sabedoria)</p><p>>	 Harmonia	 (agir	 com	 definição	 de	 propósito	 para	 se	 tornar	 a	 influência</p><p>dominante	no	seu	ambiente	mental,	espiritual	e	físico)</p><p>>	Cautela	(pensar	bem	antes	de	agir)</p><p>Ao	 rever	 estes	 sete	 princípios,	 pode	 identificar	 e	 revelar	 o	 que	 o	 está	 a</p><p>impedir	de	avançar	e	obter	o	seu	maior	sucesso.</p><p>Foi	 uma	 grande	 bênção	 para	 mim	 que	 a	 Fundação	 Napoleon	 Hill	 me</p><p>confiasse	este	manuscrito	–	um	manuscrito	que	esteve	escondido	e	fechado	por</p><p>mais	de	setenta	anos	(quer	pela	sua	mulher	ou	pelo	próprio	Diabo…	cada	um</p><p>decide).	 Dizem	 que	 quando	 um	 aluno	 está	 pronto,	 o	 professor	 aparece.	 É</p><p>possível	 que	Pense	 e	 Fique	 Rico	 fosse	 a	 mensagem	 certa	 durante	 a	 Grande</p><p>Depressão	 e	 que	 Enganar	 o	 Diabo	 seja	 a	 mensagem	 certa	 para	 os	 tempos</p><p>atuais?.	Acredito	 que	 vemos	 a	 mão	 de	 Deus	 a	 trabalhar	 e	 não	 a	 do	 Diabo.</p><p>Acredito	que	Enganar	o	Diabo	só	foi	publicado	quando	Deus	sentiu	que	era	a</p><p>mensagem	 certa	 no	 momento	 certo…	 agora	 em	 2011.	 Provocou</p><p>definitivamente	um	grande	impacto	na	minha	vida	e	espero	que	o	ache	de	valor</p><p>para	a	sua	vida.</p><p>Que	as	palavras	de	Napoleon	Hill	lhe	tragam</p><p>esperança,	coragem	e,	acima	de	tudo,</p><p>definição	de	propósito	para	a	sua	vida…</p><p>Abençoado	seja.</p><p>SHARON	LECHTER</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>Um	número	tremendo	de	pessoas	teve	um	papel	importante	em	levar	Enganar</p><p>o	Diabo	a	ser	publicado	depois	de	ter	passado	mais	de	setenta	anos	escondido.</p><p>A	Fundação	Napoleon	Hill	agradece	muito	à	 família	do	Dr.	Napoleon	Hill,</p><p>que	manteve	o	seu	legado	vivo.	O	Dr.	Charlie	Johnson,	o	sobrinho	de	Hill,	que</p><p>tinha	 a	 custódia	 do	 controverso	 manuscrito,	 reconheceu	 o	 poder	 e	 a</p><p>importância	 da	 sua	mensagem	 e	 deu	 recentemente	 o	manuscrito	 à	 Fundação</p><p>Napoleon	Hill	para	que	fosse	publicado.</p><p>Muito	 obrigada	 a	 Sharon	 Lechter	 e	 à	 sua	 grande	 paixão	 por	 preservar	 e</p><p>promover	o	 legado	de	Hill.	Nos	 seus	 comentários	 por	 todo	o	 livro,	 a	Sharon</p><p>utilizou	 os	 seus	 talentos	 e	 energia	 para	 ajudar	 os	 leitores	 a	 apreciarem	 e	 a</p><p>beneficiarem	desta	mensagem	oportuna.</p><p>A	Sharon	 junta-se	a	nós	a	agradecer	aos	admiradores	de	Napoleon	Hill	por</p><p>todo	o	mundo	que	nos	ajudaram	a	divulgar	a	sabedoria	de	Hill	–	professores	e</p><p>mentores,	 oradores	 motivacionais	 e	 professores	 universitários,	 líderes</p><p>empresariais	 bem-sucedidos	 e	 empreendedores	 em	 ascensão.	 Vocês	 são</p><p>testemunhos	 vivos	 para	 a	 importância	 continuada	 da	 obra	 de	Hill.	 Não	 é	 de</p><p>admirar	 que	 Hill	 tenha	 sido	 frequentemente	 apelidado	 de	 “Milagreiro”	 e</p><p>“Fazedor	 de	 Milionários”	 durante	 os	 muitos	 anos	 das	 suas	 viagens	 como</p><p>orador.</p><p>Agradecemos	 a	 toda	 a	 equipa	 da	 Sterling	 Publishing	 pela	 sua	 dedicação	 e</p><p>perícia,	 principalmente	 a	 Marcus	 Leaver,	 Jason	 Prince,	 Michael	 Fragnito	 e</p><p>Kate	Zimmermann.	Numa	nota	mais	 pessoal,	 agradecemos	 às	 nossas	 equipas</p><p>na	 Fundação	 Napoleon	 Hill	 e	 Pay	 Your	 Family	 First	 pela	 sua	 incessante</p><p>orientação	e	apoio…	Robert	T.	Johnson	Jr.,	Michael	Lechter,	Annedia	Sturgill,</p><p>Philip	 Lechter,	 Kevin	 Stock,	 Angela	 Totman	 e	 Kristin	 Thomas.	 Além	 disso,</p><p>apreciamos	 o	 encorajamento	 e	 a	 ajuda	 de	 Steve	 Riggio,	 Greg	 Reid,	 Joe</p><p>McNeely,	Greg	Tobin	e	Cevin	Bryerman.</p><p>Em	nome	de	Napoleon	Hill,	cuja	viagem	começou	há	mais	de	um	século	e</p><p>cuja	sabedoria	trouxe	esperança	e	encorajamento	a	milhões	de	pessoas	em	todo</p><p>o	mundo,	obrigado!</p><p>DON	GREEN,	CEO	DA	FUNDAÇÃO	NAPOLEON	HILL,	E	SHARON	LECHTER</p><p>NAPOLEON	HILL</p><p>1883-1970</p><p>Napoleon	Hill	 nasceu	 em	 1883,	 nas	montanhas	 longínquas	 de	Wise	 County,</p><p>Virgínia.	Nasceu	pobre,	e	a	sua	mãe	morreu	quando	ele	 tinha	nove	anos.	Um</p><p>ano	mais	tarde,	o	seu	pai	voltou	a	casar	e	a	sua	madrasta	tornou-se	uma	fonte</p><p>de	inspiração	para	o	rapaz.</p><p>Com	 a	 influência	 da	 sua	 madrasta,	 Hill	 tornou-se	 jornalista	 ainda	 na</p><p>adolescência.	 A	 sua	 escrita	 chamou	 a	 atenção	 de	 Robert	 L.	 Taylor,	 antigo</p><p>governador	 do	 Tennessee	 e,	mais	 tarde,	 senador	 dos	 Estados	Unidos.	 Taylor</p><p>detinha	a	Bob	Taylor’s	Magazine	 e	deu	emprego	ao	 jovem	Hill	para	escrever</p><p>histórias	de	sucesso.	Na	altura,	Hill	estava	inscrito	na	Georgetown	University</p><p>Law	School.</p><p>Em	 1908,	 Hill	 foi	 escolhido	 para	 entrevistar	 Andrew	 Carnegie	 e	 uma</p><p>entrevista	de	 três	horas	 tornou-se	numa	entrevista	de	 três	dias.	Enquanto	Hill</p><p>fazia	 a	 entrevista,	 Carnegie	 convenceu-o	 da	 ideia	 de	 organizar	 a	 primeira</p><p>filosofia	mundial	de	realização	pessoal,	baseada	nos	princípios	do	sucesso.</p><p>Carnegie	apresentou	Hill	a	gigantes	da	altura,	incluindo	Henry	Ford,	Thomas</p><p>A.	 Edison	 e	 John	 D.	 Rockefeller.	 Hill	 iria	 passar	 vinte	 anos	 a	 entrevistar,</p><p>estudar	e	escrever	sobre	indivíduos	de	sucesso.</p><p>Passariam	vinte	anos	depois	de	Hill	entrevistar	Andrew	Carnegie	quando	ele</p><p>escreveu	 o	 oitavo	 volume	 de	 A	 Lei	 do	 Sucesso,	 em	 1928.	 Escreveu	 muitos</p><p>bestsellers	 na	 sua	 vida.	 Em	 1937,	Hill	 escreveu	Pense	 e	 Fique	 Rico,	 que	 se</p><p>tornou	o	livro	de	autoajuda	mais	vendido	de	todos	os	tempos	e	continua	hoje	a</p><p>vender	milhões	de	cópias	por	 todo	o	mundo.	Não	admira	que	Hill	 tenha	sido</p><p>frequentemente	apresentado	como	“Milagreiro	–	Fazedor	de	Milionários”.</p><p>SHARON	LECHTER</p><p>Defensora	da	educação	desde	sempre,	Sharon	Lechter	é	a	fundadora	da	Pay</p><p>Your	Family	First,	uma	organização	de	educação	financeira.	Sharon	é	a	porta-</p><p>voz	nacional	 da	National	CPA	Financial	Literacy	Commission.	Em	2008,	 foi</p><p>nomeada	 para	 o	 primeiro	Conselho	Consultivo	 sobre	Literacia	 Financeira	 do</p><p>Presidente,	servindo	os	dois	presidentes	Bush	e	Obama.</p><p>A	 Sharon	 é	 uma	 empreendedora,	 autora,	 filantropa,	 educadora,	 oradora</p><p>internacional,	CPA	licenciada	e	mãe.	Tem	sido	pioneira	no	desenvolvimento	de</p><p>novas	 tecnologias,	 programas	 e	 produtos	 para	 levar	 a	 educação	 à	 vida	 das</p><p>crianças	de	formas	inovadoras,	desafiantes	e	divertidas.	O	seu	jogo	de	tabuleiro</p><p>sobre	 literacia	 financeira,	 o	 ThriveTime	 for	 Teens,	 um	 jogo	 inovador	 e</p><p>experimental	 sobre	 realidades	 monetárias,	 ganhou	 reconhecimento	 com</p><p>prémios	 cobiçados	 incluindo	 o	GOLD	Mom’s	Choice	Award,	Creative	Child</p><p>Magazine	 2010	Game	 of	 The	Year,	Dr.	 Toy’s	 Best	 Vacation	 Product,	 e	 uma</p><p>classificação	de	cinco	estrelas	da	WTS	Toy	Reviews.	A	Sharon	é	reconhecida</p><p>como	 especialista	 nos	 temas	 de	 educação	 financeira	 para	 crianças,	 finanças</p><p>pessoais	e	empreendedorismo.</p><p>A	Sharon	 escreveu	 o	bestseller	 nacional	Three	 Feet	 from	Gold	 juntamente</p><p>com	 a	 Fundação	 Napoleon	 Hill	 e	 Greg	 Reid.	 Também	 é	 conhecida</p><p>mundialmente	como	coautora	do	bestseller	do	New	York	Times	Pai	Rico,	Pai</p><p>Pobre	e	14	outros	livros	da	série	Pai	Rico.</p><p>Filantropa	empenhada,	a	Sharon	também	ajuda	comunidades	mundiais	como</p><p>voluntária	 e	 benfeitora.	 Está	 nos	 quadros	 nacionais	 da	 Organização	 das</p><p>Mulheres	Presidentes	e	da	Childhelp,	uma	organização	nacional	fundada	para</p><p>prevenir	e	tratar	o	abuso	de	crianças.</p><p>O	objetivo	da	Fundação	Napoleon	Hill	é…</p><p>>	 Fazer	 evoluir	 o	 conceito	 de	 empresa	 privada	 oferecido	 pelo	 Sistema</p><p>Americano</p><p>>	 Ensinar	 as	 pessoas	 a	 passar	 de	 um	 princípio	 humilde	 para	 posições	 de</p><p>liderança	nas	suas	profissões	escolhidas</p><p>>	Ajudar	jovens	a	estabelecer	objetivos	para	a	sua	vida	e	carreira</p><p>>	 Dar	 ênfase	 à	 importância	 da	 honestidade,	 moralidade	 e	 integridade	 como</p><p>alicerce	do	americanismo</p><p>ELOGIOS	A	ENGANAR	O	DIABO</p><p>“Estão	sempre	a	dizer-nos	para	ignorar	a	existência	do	negativo	e	focarmo-nos</p><p>apenas	no	positivo.	No	entanto,	o	poder	está	em	reconhecer	ambos	e	aprender	a</p><p>lidar	 com	 eles.	 Este	 livro	 conta	 uma	 excelente	 história	 e	 ensina	 espantosas</p><p>lições.”</p><p>>	LARRY	WINGET,	autor	bestseller	de	Shut	Up,	Stop	Whining	&	Get	a	Life!</p><p>do	New	York	Times	e	Wall	Street	Journal</p><p>“O	imortal	Pense	e	Fique	Rico	de	Napoleon	Hill	estava	50	anos	à	frente	do	seu</p><p>tempo.	O	seu	recém-descoberto	tesouro	Enganar	o	Diabo	é	mais	uma	prova	da</p><p>sua	sabedoria	e	do	seu	legado.	Hill	guia-nos	através	do	verdadeiro	e	do	falso,</p><p>do	melhor	e	do	pior,	do	certo	e	do	errado,	como	se	ainda	estivesse	vivo.	Este</p><p>livro	não	é	uma	opção	para	quem	procure	os	conhecimentos	de	hoje	que	nos</p><p>levarão	ao	sucesso	e	realização	de	amanhã.”</p><p>>	JEFFREY	GITOMER,	AUTOR	DE	THE	LITTLE	RED	BOOK	OF	SELLING	E	THE</p><p>LITTLE	GOLD	BOOK	OF	YES	ATTITUDE</p><p>“Se	não	se	programar	a	si	próprio,	a	vida	encarrega-se	de	o	fazer!	O	espantoso</p><p>Enganar	 o	Diabo	 de	 Napoleon	 Hill	 fornece-lhe	 o	 código	 para	 atingir	 o	 seu</p><p>melhor	potencial!”</p><p>>	LES	BROWN,	THE	MOTIVATOR!	AUTOR	DE	LIVE	YOUR	DREAMS</p><p>“Hill	 aproveita	 uma	 ideia	 que	 C.	 S.	 Lewis	 usou	 em	 The	 Screwtape	 Letters,</p><p>expande-a	e	depois	apresenta-a	de	uma	forma	muito	pessoal.	O	resultado	é	uma</p><p>visão	fascinante	à	mente	de	Napoleon	Hill	e	à	forma	como	ele	vê	a	sociedade	a</p><p>programar-nos	 cegamente	 para	 o	 fracasso.	 Enganar	 o	 Diabo	 pode	 ainda</p><p>parecer	demasiado	‘avançado’	para	ser	publicado.”</p><p>>	DR.	J.	B.	HILL,	NETO	DE	NAPOLEON	HILL</p><p>“O	olhar	espantoso	à	mente	da	lenda	inspiradora,	Napoleon	Hill.”</p><p>>	GREG	S.	REID,	COAUTOR	DE	THREE	FEET	FROM	GOLD</p><p>“Os	 ensinamentos	 de	Hill	 são	 frequentemente	 associados,	 na	mente	 dos	 seus</p><p>leitores	 modernos,	 à	 prosperidade,	 que	 se	 traduz	 por	 dinheiro	 nos	 cofres	 de</p><p>cada	um.	Mas,	verdade	seja	dita,	ele	partilhou	com	o	mundo	a	sua	sabedoria	de</p><p>‘princípios	de	como	viver’,	começando	com	o	ser	interior	de	cada	um,	o	estado</p><p>interior	de	consciência	de	cada	um,	convidando-nos</p><p>relaxaram	e	uma	grande</p><p>calma	 apoderou-se	 de	mim.	A	 atmosfera	 começou	 a	 clarear	 e,	 enquanto	 isso</p><p>acontecia,	recebi	uma	ordem	do	meu	interior	sob	a	forma	de	um	pensamento,</p><p>tanto	quanto	consigo	descrevê-lo.</p><p>A	 ordem	 era	 tão	 clara	 e	 distinta	 que	 não	 conseguia	 compreendê-la.	 Na</p><p>essência,	ela	dizia:	“Chegou	o	momento	de	completares	a	filosofia	de	sucesso</p><p>que	 começou	 com	 a	 sugestão	 de	 Carnegie.	 Volta	 para	 casa	 imediatamente	 e</p><p>começa	a	transferir	os	dados	que	reuniste	na	tua	própria	mente,	transformando-</p><p>os	em	manuscritos.”	O	meu	“outro	eu”	tinha	acordado.</p><p>Por	 alguns	 minutos	 fiquei	 aterrorizado.	 Nunca	 passara	 por	 nenhuma</p><p>experiência	destas.	Virei-me	e	caminhei	rapidamente	até	chegar	a	casa.	Quando</p><p>me	 aproximei	 de	 casa,	 vi	 os	meus	 três	 filhos	 a	 olharem	 pela	 janela	 para	 os</p><p>filhos	do	vizinho,	que	estavam	a	decorar	uma	árvore	de	Natal.</p><p>Depois	 lembrei-me	que	era	véspera	de	Natal.	Além	disso,	 recordei-me	com</p><p>pura	 tristeza	 de	 que	 não	 haveria	 árvore	 de	 Natal	 na	 nossa	 casa.	 O	 olhar	 de</p><p>desapontamento	 no	 rosto	 dos	 meus	 filhos	 fez-me	 lembrar	 esse	 facto</p><p>dolorosamente.</p><p>Entrei	em	casa,	sentei-me	à	máquina	de	escrever	e	comecei	imediatamente	a</p><p>transcrever	todas	as	descobertas	que	tinha	feito	relacionadas	com	as	causas	de</p><p>sucesso	e	de	fracasso.	No	momento	em	que	coloquei	a	primeira	folha	de	papel</p><p>na	máquina	 fui	 interrompido	 pelo	mesmo	 sentimento	 estranho	 que	me	 tinha</p><p>ocorrido	algumas	horas	antes.	E	este	pensamento	passou	de	forma	muito	clara</p><p>na	minha	mente:</p><p>“A	 tua	 missão	 nesta	 vida	 é	 completares	 a	 primeira	 filosofia	 mundial	 de</p><p>sucesso	pessoal.	Tens	tentado	em	vão	escapar	da	tua	tarefa	e	cada	esforço	traz-</p><p>te	fracasso.	Estás	à	procura	da	felicidade.	Aprende	esta	lição,	de	uma	vez	por</p><p>todas:	 só	 encontrarás	 alegria	 ajudando	os	outros	 a	 encontrá-la!	Tens	 sido	 um</p><p>estudante	teimoso.	Tinhas	que	te	curar	da	teimosia	através	de	desapontamentos.</p><p>Dentro	 de	 alguns	 anos,	 o	 mundo	 inteiro	 começará	 uma	 experiência	 na	 qual</p><p>milhões	de	pessoas	vão	necessitar	da	filosofia	que	completares.	Chegou	a	 tua</p><p>grande	oportunidade	de	encontrares	a	felicidade	prestando	um	serviço	útil.	Vai</p><p>trabalhar	 e	 não	 pares	 até	 teres	 completado	 e	 publicado	 os	 manuscritos	 que</p><p>iniciaste.”</p><p>Eu	estava	consciente	de	ter	chegado	finalmente	ao	fim	do	arco-íris	da	vida	e</p><p>estava	feliz!</p><p>A	dúvida	surge</p><p>O	“feitiço”,	se	é	que	assim	se	pode	chamar	a	essa	experiência,	passou.	Comecei</p><p>a	escrever	e,	pouco	depois,	a	minha	“razão”	sugeriu-me	que	talvez	estivesse	a</p><p>embarcar	numa	missão	idiota.	A	ideia	de	que	um	homem	que	estava	em	plena</p><p>depressão	 e	 praticamente	 falido	 pudesse	 escrever	 uma	 filosofia	 de	 sucesso</p><p>pessoal	 parecia-me	 tão	 ridícula	 que	 me	 ri	 a	 bandeiras	 despregadas,	 algo</p><p>desdenhosamente.</p><p>Ajeitei-me	na	cadeira,	passei	os	dedos	pelo	cabelo	e	tentei	arranjar	um	álibi</p><p>que	justificasse	à	minha	própria	mente	que	eu	deveria	tirar	o	papel	da	máquina</p><p>de	escrever	antes	de	começar,	mas	o	desejo	de	continuar	era	muito	mais	forte</p><p>do	que	o	desejo	de	desistir.	Acabei	 por	me	 reconciliar	 com	 a	minha	 tarefa	 e</p><p>segui	em	frente.</p><p>“O	desejo	de	continuar	era	mais	forte	do	que	o	desejo	de	desistir.”</p><p>Lembra-se	daquela	vez	em	que	tinha	vontade	de	desistir,	mas	algo	o	levou</p><p>a	continuar?	Pode	muito	bem	ter	sido	o	seu	“outro	eu.”</p><p>Olhando	para	trás,	à	luz	de	tudo	o	que	aconteceu,	consigo	perceber	que	essas</p><p>pequenas	experiências	de	adversidade	pelas	quais	passei	estavam	entre	as	mais</p><p>enriquecedoras	 e	 lucrativas	 de	 todas	 as	 minhas	 experiências.	 Elas	 eram,	 na</p><p>verdade,	 bênçãos	 disfarçadas,	 porque	me	 obrigaram	 a	 continuar	 um	 trabalho</p><p>que	finalmente	me	trouxe	uma	oportunidade	para	me	tornar	mais	útil	ao	mundo</p><p>do	que	 teria	 sido	 caso	 tivesse	 sido	bem-sucedido	 em	qualquer	 dos	planos	ou</p><p>objetivos	anteriores.</p><p>Durante	 quase	 três	 meses	 trabalhei	 nestes	 manuscritos,	 terminando-os	 no</p><p>princípio	de	1924.	Assim	que	os	completei,	 senti-me	novamente	atraído	pelo</p><p>desejo	de	regressar	ao	jogo	dos	grandes	negócios	americanos.</p><p>Sucumbindo	ao	desejo,	comprei	a	Faculdade	de	Negócios	Metropolitana	em</p><p>Cleveland,	 Ohio,	 e	 comecei	 a	 desenvolver	 planos	 para	 aumentar	 a	 sua</p><p>capacidade.	 No	 final	 de	 1924,	 já	 a	 tínhamos	 desenvolvido	 e	 expandido,</p><p>acrescentando	novos	cursos,	até	quase	termos	duplicado	o	melhor	recorde	que</p><p>a	escola	já	conhecera.</p><p>Novamente	 o	 vírus	 do	 descontentamento	 começou	 a	 borbulhar	 no	 meu</p><p>sangue.	Percebi	mais	uma	vez	que	não	iria	encontrar	a	felicidade	nesse	tipo	de</p><p>empreendimento.	 Entreguei	 o	 negócio	 aos	 meus	 sócios	 e	 continuei	 a	 dar</p><p>palestras	 sobre	a	 filosofia	da	 realização	pessoal	à	organização	a	que	dedicara</p><p>tantos	dos	meus	anos	anteriores.</p><p>Uma	noite,	tinha	de	dar	uma	palestra	em	Canton,	Ohio.	O	destino,	ou	seja	lá</p><p>o	que	for	que	por	vezes	molda	o	destino	dos	homens,	por	mais	que	eles	tentem</p><p>lutar	contra	ele,	surgiu	mais	uma	vez	e	obrigou-me	a	enfrentar	uma	experiência</p><p>dolorosa.</p><p>Na	 audiência	 estava	 sentado	 Don	 R.	 Mellett,	 editor	 do	 Daily	 News	 de</p><p>Canton.	Mellett	 ficou	 tão	 interessado	 na	 filosofia	 de	 realização	 pessoal	 que</p><p>debati	naquela	noite	que	me	convidou	a	ir	visitá-lo	no	dia	seguinte.</p><p>Aquela	 visita	 resultou	 num	 acordo	 que	 devia	 ter	 tido	 lugar	 no	 dia	 1	 do</p><p>seguinte	mês	 de	 Janeiro,	 altura	 em	 que	Mellett	 estava	 a	 planear	 reformar-se</p><p>como	editor	do	Daily	News,	para	assumir	o	negócio	e	a	publicação	da	filosofia</p><p>em	que	eu	tinha	andado	a	trabalhar.</p><p>No	entanto,	em	 julho	de	1926,	Mellett	 foi	assassinado	por	Pat	McDermott,</p><p>um	 indivíduo	 do	 submundo,	 e	 por	 um	 polícia	 de	 Canton,	 tendo	 ambos	 sido</p><p>sentenciados	a	prisão	perpétua.	Foi	assassinado	porque	estava	a	expor	no	seu</p><p>jornal	 uma	 ligação	 entre	 contrabandistas	 e	 determinados	 membros	 da	 força</p><p>policial	de	Canton.	O	crime	foi	um	dos	mais	chocantes	que	a	era	da	proibição</p><p>produziu.</p><p>O	 assassinato,	 em	 julho	 de	 1926,	 do	 jornalista	 Donald	 Ring	 Mellett,</p><p>editor	 do	 Daily	 News	 de	 Canton,	 Ohio,	 foi	 um	 dos	 crimes	 mais</p><p>mediatizados	 da	 década	 de	 1920.	 Em	 1925,	 Mellett	 descobrira	 a</p><p>corrupção	 espalhada	 pela	 força	 policial	 de	 Canton	 e	 embarcou	 numa</p><p>campanha	 editorial	 antivício	 e	 anticorrupção	 tendo	 como	 alvo,	 entre</p><p>outros,	 o	 chefe	 da	 polícia	 de	Canton.	Dizia-se	 que	Hill	 tinha	 pedido	 ao</p><p>governador	de	Ohio	para	iniciar	uma	investigação	sobre	a	corrupção,	um</p><p>pormenor	que	não	foi	refletido	no	registo	de	Hill.</p><p>Figuras	 locais	 do	 submundo,	 e	 pelo	 menos	 um	 polícia	 de	 Canton,</p><p>contrataram	Patrick	McDermott,	 um	 ex-condenado	 da	 Pensilvânia,	 para</p><p>silenciar	Mellett.	 Este	 foi	 baleado	 à	 porta	 de	 sua	 casa.	 Segundo	 reza	 a</p><p>história,	 também	 havia	 assassinos	 à	 espera	 de	 Hill,	 mas	 uma	 avaria</p><p>automóvel	 fortuita	 manteve-os	 longe	 dele.	 A	 17	 de	 julho,	 o	New	 York</p><p>Times	 relatou,	 num	 artigo	 intitulado	 “Mais	 Ameaças	 de	Morte	 Após	 o</p><p>Assassínio	 do	 Editor	 de	 Canton”,	 que	 os	 cidadãos	 de	 Canton	 “estão</p><p>tomados	 pelo	 terror	 por	 ameaças	 de	 mais	 mortes	 pelos	 chefes	 dos</p><p>contrabandistas,	jogadores	e	outros	criminosos”.	Como	contado	por	Hill,</p><p>depois	 de	 saber	 do	 assassínio	 de	 Mellett	 e	 de	 ter	 recebido	 um	 aviso</p><p>anónimo	 para	 sair	 da	 cidade,	 ele	 fugiu	 para	 a	 Vírginia	 Ocidental.	 Em</p><p>grande	parte	devido	ao	 trabalho	de	um	detetive	privado	contratado	pelo</p><p>promotor	 de	 Stark	 County,	 McDermott,	 dois	 bandidos	 locais,	 e	 um</p><p>detetive	ex-polícia	foram	por	fim	condenados	pelo	assassínio	de	Mellett.</p><p>O	acaso	(?)	salva-me	a	vida</p><p>Na	manhã	seguinte	após	a	morte	de	Mellett,	recebi	um	telefonema	anónimo	a</p><p>avisar-me	 de	 que	 tinha	 uma	 hora	 para	 sair	 de	 Canton;	 que	 podia	 ir</p><p>voluntariamente	dentro	de	uma	hora,	mas	se	esperasse	mais	provavelmente	iria</p><p>num	 caixão.	 A	 minha	 sociedade	 com	 Mellett	 aparentemente	 tinha	 sido	 mal</p><p>interpretada.	Os	seus	assassinos	acreditavam	que	eu	estava	diretamente	ligado</p><p>às	revelações	que</p><p>para	dar	expressão	exterior</p><p>aos	nosso	mais	elevado	potencial,	não	só	para	nosso	benefício	mas	para	o	de</p><p>toda	a	humanidade.”</p><p>>	MICHAEL	BERNARD	BECKWITH,	AUTOR	DE	SPIRITUAL	LIBERATION:</p><p>FULFILLING	YOUR	SOUL’S	POTENTIAL</p><p>“A	sabedoria	intemporal	de	Napoleon	Hill	foi	combinada	com	a	capacidade	de</p><p>comunicação	de	Sharon	Lechter	com	o	leitor	moderno	em	Enganar	o	Diabo,	a</p><p>sequela	profunda	e	inovadora	de	Pense	e	Fique	Rico.	À	medida	que	vai	lendo	e</p><p>depois	volta	a	ler,	vai	perceber	que	aquilo	em	que	acredita	é	aquilo	que	terá!”</p><p>>	RITA	DAVENPORT,	AUTORA,	ORADORA	E	HUMORISTA</p><p>“Pense	e	Fique	Rico	revelou	os	princípios	fundamentais	do	sucesso…	Enganar</p><p>o	Diabo	 vai	 revelar	 aquilo	 que	 pode	 estar	 a	 impedi-lo	 de	 avançar,	 a	 forma</p><p>como	quebrar	aquelas	barreiras	e	alcançar	o	sucesso	que	merece.”</p><p>>	JIM	STOVALL,	AUTOR	DO	BESTSELLER	THE	ULTIMATE	GIFT</p><p>“Vai	descobrir	 se	o	Diabo	que	ele	entrevista	é	 real	ou	 imaginário,	em	grande</p><p>parte	idêntico	ao	Diabo	com	quem	pode	estar	a	lidar	pessoalmente	na	sua	vida</p><p>e	experiência.”</p><p>>	MARK	VICTOR	HANSEN,	COCRIADOR	DA	COLEÇÃO	N.º	1	DO	NEW	YORK	TIMES,</p><p>CANJA	DE	GALINHA	PARA	A	ALMA.</p><p>“Nunca	houve	uma	altura	mais	importante	para	a	verdade	do	que	agora.	Estou</p><p>orgulhosa	 da	 coragem	 de	 Sharon	Lechter	 em	 pôr	Deus	 no	 centro	 das	 nossas</p><p>vidas.”</p><p>>	SARA	O’MEARA,	COFUNDADORA	E	PRESIDENTE	DA	CHILDHELP,	INC.,</p><p>NOMEADA	CINCO	VEZES	PARA	O	PRÉMIO	NOBEL	DA	PAZ</p><p>CAPA</p><p>Ficha Técnica</p><p>ELOGIOS A ENGANAR O DIABO DE NAPOLEON HILL</p><p>NOTA AOS LEITORES POR SHARON LECHTER</p><p>PREFÁCIO</p><p>CAPÍTULO UM O MEU PRIMEIRO ENCONTRO COM ANDREW CARNEGIE</p><p>CAPÍTULO DOIS UM NOVO MUNDO É-ME REVELADO</p><p>CAPÍTULO TRÊS UMA ESTRANHA ENTREVISTA COM O DIABO</p><p>CAPÍTULO QUATRO ALHEAR-SE COM O DIABO</p><p>CAPÍTULO CINCO A CONFISSÃO CONTINUA</p><p>CAPÍTULO SEIS O RITMO HIPNÓTICO</p><p>CAPÍTULO SETE AS SEMENTES DO MEDO</p><p>CAPÍTULO OITO DEFINIÇÃO DE PROPÓSITO</p><p>CAPÍTULO NOVE EDUCAÇÃO E RELIGIÃO</p><p>CAPÍTULO DEZ AUTODISCIPLINA</p><p>CAPÍTULO ONZE APRENDER COM A ADVERSIDADE</p><p>CAPÍTULO DOZE AMBIENTE, TEMPO, HARMONIA E CAUTELA</p><p>SÍNTESE</p><p>EPÍLOGO</p><p>REFLEXÃO</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>ele	estava	a	fazer	nos	seus	jornais.</p><p>Não	esperei	que	o	limite	de	uma	hora	expirasse,	entrei	de	imediato	no	meu</p><p>carro	e	dirigi-me	a	casa	de	parentes	nas	montanhas	da	Virgínia	Ocidental,	onde</p><p>permaneci	até	que	os	assassinos	tivessem	sido	presos.</p><p>Essa	experiência	está	dentro	da	categoria	descrita	por	Carnegie	como	“uma</p><p>emergência”	que	obriga	homens	a	pensarem.	Pela	primeira	vez	na	minha	vida,</p><p>conheci	a	dor	do	medo	constante.	A	minha	experiência	em	anos	anteriores,	em</p><p>Columbus,	preenchera	a	minha	mente	com	algumas	dúvidas	e	muita	indecisão</p><p>temporária,	 mas	 esta	 preencheu	 a	 minha	 mente	 com	 um	 medo	 que	 parecia</p><p>impossível	de	erradicar.	Durante	o	tempo	em	que	estive	escondido,	raramente</p><p>saía	 de	 casa	 à	 noite	 e,	 quando	 o	 fazia,	 tinha	 sempre	 a	 mão	 numa	 pistola</p><p>automática	no	bolso	do	meu	casaco,	sempre	destravada	para	uso	imediato.	Se</p><p>um	 automóvel	 estranho	 parasse	 em	 frente	 à	 casa	 onde	 estava	 escondido,	 ia</p><p>imediatamente	 para	 a	 cave	 e,	 cuidadosamente,	 observava	 os	 seus	 ocupantes</p><p>através	das	janelas.</p><p>Depois	de	alguns	meses	a	viver	este	género	de	experiência,	os	meus	nervos</p><p>começaram	 a	 dar	 de	 si.	 A	 minha	 coragem	 desapareceu	 por	 completo.	 A</p><p>ambição	 que	 sentia	 no	 meu	 coração	 durante	 os	 longos	 anos	 de	 trabalho	 em</p><p>busca	das	causas	do	fracasso	e	do	sucesso	também	se	evaporou.</p><p>Lentamente,	pouco	a	pouco,	 senti-me	a	 resvalar	para	um	estado	de	 letargia</p><p>do	 qual	 temia	 jamais	 conseguir	 emergir.	 O	 sentimento	 deve	 ter	 sido	 muito</p><p>parecido	com	o	daquelas	pessoas	que	ficam	presas	nas	areias	movediças	e	que</p><p>percebem	que	cada	esforço	que	fazem	para	sair	da	areia	apenas	os	afunda	ainda</p><p>mais.	O	medo	é	um	pântano	que	se	alimenta	a	si	próprio.</p><p>Se	 a	 semente	 da	 insanidade	 estivesse	 presente	 na	 minha	 maneira	 de	 ser,</p><p>certamente	teria	germinado	durante	esses	meses	como	morto-vivo.	A	indecisão,</p><p>os	sonhos	irresolutos,	a	dúvida	e	o	medo	eram	a	preocupação	da	minha	mente,</p><p>dia	e	noite.</p><p>A	 “emergência”	 que	 senti	 foi	 desastrosa	 por	 dois	 motivos.	 Primeiro,	 a</p><p>verdadeira	 natureza	 dessa	 emergência	 manteve-me	 num	 constante	 estado	 de</p><p>indecisão	 e	 medo.	 Segundo,	 esse	 enclausuramento	 forçado	 deixou-me	 num</p><p>estado	de	tensão	que,	juntamente	com	o	tempo	que	custava	a	passar,	acabei	por</p><p>dedicar	a	preocupar-me.</p><p>A	minha	faculdade	de	razão	quase	paralisara.	Percebi	que	 tinha	de	ajudar	a</p><p>minha	 mente	 a	 sair	 deste	 estado.	 Mas	 como?	 Os	 recursos	 que	 me	 tinham</p><p>ajudado	a	resolver	todas	as	emergências	anteriores	pareciam	ter	ganhado	asas,</p><p>deixando-me	com	uma	total	sensação	de	inutilidade.</p><p>Além	de	 todas	 as	 dificuldades,	 que	 já	me	 pesavam	muito,	 surgiu	 uma	 que</p><p>parecia	mais	dolorosa	que	todas	as	outras	combinadas.	Era	a	perceção	de	que</p><p>eu	tinha	gastado	a	melhor	parte	dos	meus	últimos	anos	em	busca	do	arco-íris,</p><p>procurando	em	todo	o	lado	as	causas	do	sucesso,	e	encontrava-me	agora	mais</p><p>fraco	do	que	qualquer	das	25	mil	pessoas	que	eu	julgara	serem	“fracassadas”.</p><p>Este	 pensamento	 era	 quase	 enlouquecedor.	 Além	 disso,	 era	 também</p><p>extremamente	humilhante,	porque	eu	 tinha	dado	palestras	por	 todo	o	país	em</p><p>escolas	e	faculdades	e	em	organizações	de	comércio,	ousando	ensinar	às	outras</p><p>pessoas	 como	 aplicar	 os	 17	 princípios	 do	 sucesso,	 enquanto	 aqui	 estava,</p><p>incapaz	de	aplicá-los	em	mim.	Tinha	a	certeza	de	que	nunca	mais	conseguiria</p><p>enfrentar	o	mundo	com	confiança.</p><p>Sempre	que	me	olhava	ao	espelho,	notava	uma	expressão	de	autodesprezo	no</p><p>meu	rosto,	e	dizia	frequentemente	coisas	ao	homem	do	espelho	que	não	podem</p><p>ser	 descritas.	 Tinha	 começado	 a	 colocar-me	 na	 categoria	 dos	 charlatões	 que</p><p>oferecem	 aos	 outros	 um	 remédio	 para	 o	 fracasso,	 mas	 que	 não	 conseguem</p><p>aplicá-lo	a	si	mesmos	com	sucesso.</p><p>Os	criminosos	que	assassinaram	Mellett	tinham	sido	julgados	e	sentenciados</p><p>a	prisão	perpétua;	por	isso,	era	perfeitamente	seguro	sair	do	meu	esconderijo	e</p><p>retomar	o	meu	trabalho.	Contudo,	não	conseguia	sair	porque	agora	enfrentava</p><p>circunstâncias	mais	assustadoras	do	que	aquela	criada	pelos	assassinos.</p><p>A	experiência	destruíra	qualquer	tipo	de	iniciativa	que	eu	tivesse	tido.	Senti-</p><p>me	 sob	 uma	 tal	 influência	 depressiva	 que	 tudo	me	 parecia	 um	 pesadelo.	 Eu</p><p>estava	 vivo;	 eu	 podia	 mover-me,	 mas	 não	 conseguia	 pensar	 num	 único</p><p>movimento	para	continuar	a	perseguir	o	objetivo	que	tinha	estipulado	para	mim</p><p>mesmo,	por	sugestão	de	Carnegie.	Estava	rapidamente	a	tornar-me	indiferente,</p><p>não	 apenas	 a	mim	mesmo	mas,	 pior	 ainda,	 estava	 a	 tornar-me	 resmungão	 e</p><p>irritadiço	 com	 aqueles	 que	 me	 tinham	 oferecido	 abrigo	 durante	 a	 minha</p><p>“emergência”.</p><p>Enfrentei	a	maior	emergência	da	minha	vida.	A	menos	que	tenham	passado</p><p>por	uma	experiência	similar,	ninguém	consegue	imaginar	como	me	senti.	Tais</p><p>experiências	 não	 podem	 ser	 descritas.	 Têm	 de	 ser	 sentidas	 para	 serem</p><p>compreendidas.</p><p>“A	minha	faculdade	da	razão	quase	paralisara.”</p><p>Hill	estava	paralisado,	primeiro	pelo	medo	de	lesões	físicas	e	depois	pela</p><p>vergonha	 de	 ter	 ficado	 paralisado	 pelo	 medo.	 Já	 ficou	 paralisado	 por</p><p>emoções	 semelhantes?	 Quando	 enfrentamos	 as	 nossas	 próprias</p><p>“emergências”,	 o	 medo	 pode	 motivar-nos	 ou	 paralisar-nos.	 Ao</p><p>reconhecermos	 que	 temos	 uma	 opção	 e	 reagindo	 positivamente	 aos</p><p>nossos	 medos,	 podemos	 mudar	 a	 vida	 permanentemente	 para	 melhor.</p><p>Muitas	 pessoas	 hoje	 podem	 sentir	 os	 mesmos	 sentimentos	 de	 raiva</p><p>seguidos	 pela	 irritabilidade	 e	 o	 sentimento	 debilitante	 da	 indiferença.</p><p>Sentem-se	desencorajadas	e	falta-lhes	autoconfiança	devido	à	incerteza	da</p><p>sua	 situação	 financeira	 ou	da	 sua	vida	pessoal.	Podem	estar	 zangadas	e</p><p>deixar	 que	 a	 raiva	 as	 paralise.	 Eu	 tive	 uma	 conversa	 com	 um	 jovem</p><p>assim.	 “Tenho	 30	 anos”,	 disse	 ele,	 “e	 não	 tenho	 qualquer	 capacidade</p><p>vendável	ou	perspetiva	disso.”	Ele	tinha	um	milhão	de	desculpas	para	não</p><p>fazer	nada	para	mudar	a	sua	situação.	Salientei	que	se	ele	não	agisse	nada</p><p>mudaria.	 “Exceto	 se	 fizer	 um	 esforço	 para	mudar	 as	 coisas”,	 disse-lhe,</p><p>“daqui	 a	 um	 ano	 a	 única	 diferença	 será	 que	 terá	 31	 anos	 sem	 qualquer</p><p>capacidade	 vendável	 ou	 perspetiva	 disso.”	Este	 padrão	 soa-lhe	 familiar,</p><p>quer	 para	 si	 quer	 para	 alguém	 com	quem	 se	 preocupe?	Como	 é	 que	 se</p><p>acaba	com	esta	paralisia?	Napoleon	Hill	partilha	como	ultrapassou	o	seu</p><p>medo	e	 indiferença	e	encontrou	a	esperança,	a	 inspiração	e	a	motivação</p><p>para	recuperar	e	criar	sucesso	na	sua	vida.</p><p>O	momento	mais	dramático	da	minha	vida</p><p>A	mudança	surgiu	repentinamente,	no	outono	de	1927,	mais	de	um	ano	após	o</p><p>incidente	 de	 Canton.	 Saí	 de	 casa	 numa	 noite	 e	 caminhei	 até	 ao	 edifício	 da</p><p>escola	pública	que	ficava	no	topo	de	uma	colina	acima	da	cidade.</p><p>Tinha	 tomado	 a	 decisão	 de	 lutar	 contra	 tudo	 aquilo	 antes	 que	 a	 noite</p><p>acabasse.	 Comecei	 a	 contornar	 o	 edifício,	 tentando	 forçar	 o	 meu	 cérebro</p><p>confuso	a	pensar	com	clareza.	Devo	 ter	dado	centenas	de	voltas	em	redor	do</p><p>edifício	 antes	 que	 qualquer	 coisa	 que	 se	 assemelhasse	 a	 um	 pensamento</p><p>remotamente	 organizado	 pudesse	 ter	 lugar	 na	 minha	 mente.	 Enquanto</p><p>caminhava,	 repetia	constantemente	para	mim	mesmo:	“Existe	uma	saída	e	eu</p><p>vou	 encontrá-la	 antes	 de	 voltar	 para	 casa.”	 Devo	 ter	 repetido	 essa	 frase	 mil</p><p>vezes.	 Além	 disso,	 estava	 decidido	 a	 fazer	 o	 que	 dizia.	 Estava	 totalmente</p><p>indignado	comigo	mesmo,	mas	considerei	uma	esperança	de	salvação.</p><p>Então,	como	um	raio	num	céu	claro,	uma	ideia	surgiu	na	minha	mente	com</p><p>tal	 força	 que	 o	 impulso	 fez	 com	 que	 o	 meu	 sangue	 subisse	 e	 descesse	 nas</p><p>minhas	 veias	 bruscamente:	 “Este	 é	 o	 teu	 período	 de	 teste.	 Foste	 reduzido	 à</p><p>pobreza	 e	 humilhado	 para	 que	 pudesses	 ser	 forçado	 a	 descobrir	 o	 teu	 ‘outro</p><p>eu’.”</p><p>Se	 a	 economia	 de	 hoje	 lhe	 deu	 um	 pontapé,	 levando-o	 à	 pobreza,</p><p>embaraçando-o	ou	lesando	a	sua	autoconfiança,	considere	 isso	um	teste,</p><p>exatamente	como	Napoleon	Hill	fez	no	final	dos	anos	20	e	princípios	dos</p><p>anos	30.	Obrigue-se	a	descobrir	o	seu	“outro	eu”.	Trabalhando	os	pontos</p><p>baixos	da	 sua	vida	 e	 com	perseverança,	 pode	ganhar	 a	 visão	necessária</p><p>para	ter	êxito.</p><p>Pela	 primeira	 vez	 em	 anos,	 recordei	 o	 que	 Carnegie	 havia	 dito	 sobre	 este</p><p>“outro	 eu”.	Lembrei-me	que	 ele	 dissera	 que	 iria	 descobri-lo	 no	 final	 do	meu</p><p>trabalho	 de	 pesquisa	 às	 causas	 do	 fracasso	 e	 do	 sucesso,	 e	 que	 a	 descoberta</p><p>normalmente	viria	como	resultado	de	uma	emergência,	quando	os	homens	são</p><p>forçados	 a	mudar	 os	 seus	 hábitos	 e	 a	 pensarem	 em	 formas	 de	 ultrapassar	 as</p><p>dificuldades.</p><p>Continuei	 a	 andar	 em	 redor	 da	 escola,	 mas	 agora	 estava	 a	 flutuar.</p><p>Inconscientemente,	 parecia	 saber	 que	 estava	 prestes	 a	 ser	 libertado	 da	 prisão</p><p>onde	me	enfiara.</p><p>Dei-me	 conta	 de	 que	 esta	 grande	 emergência	 me	 tinha	 trazido	 uma</p><p>oportunidade,	 não	 só	 para	 descobrir	 o	 meu	 “outro	 eu”,	 mas	 para	 testar	 o</p><p>fundamento	da	filosofia	de	sucesso	que	tinha	ensinado	aos	outros	como	algo	de</p><p>realizável.	Em	breve	saberia	se	ela	funcionava	ou	não.	Decidi	que,	se	ela	não</p><p>funcionasse,	 queimaria	 todos	 os	manuscritos	 que	 escrevera	 e	 nunca	mais	me</p><p>sentiria	culpado	por	dizer	aos	outros	que	eles	eram	“os	senhores	do	seu	destino,</p><p>os	comandantes	da	sua	alma”.</p><p>Hill	está	a	parafrasear	o	poema	Invictus,	publicado	em	1888	por	William</p><p>Ernest	Henley	(1849-1903).</p><p>Do	breu	da	noite	que	não	dissolve</p><p>A	envolver-me	em	nuvem	negra,</p><p>A	qualquer	deus	–	se	algum	me	ouve,</p><p>Agradeço	por	minha	alma	que	não	se	verga.</p><p>Fustigado	pelas	garras	do	acaso,</p><p>Nunca	lamentei,	não	esmoreceu	a	minha	fé.</p><p>Sob	os	golpes	fortuitos	do	descaso,</p><p>Trago	a	cabeça	em	sangue,	mas	ainda	de	pé.</p><p>Além	deste	lugar	de	ira	e	ranger	de	dentes</p><p>Só	se	vê	o	Horror	de	sombras	silentes,</p><p>Mas	a	ameaça	do	Tempo,	que	nunca	recua,</p><p>Não	me	amedronta,	nem	me	acua.</p><p>Embora	estreito	o	portão,	sigo	adiante,</p><p>Mesmo	tendo	ao	lado	o	castigo	e	o	desatino,</p><p>Da	minha	alma	eu	sou	comandante;</p><p>Eu	sou	o	senhor	do	meu	destino.</p><p>A	lua	cheia	estava	a	nascer	por	cima	da	montanha.	Eu	nunca	a	vira	brilhar	tão</p><p>intensamente.	 Fiquei	 a	 contemplá-la	 e	 outro	 pensamento	 surgiu	 na	 minha</p><p>mente.	Era	assim:	“Tens	ensinado	outras	pessoas	a	dominar	o	medo	e	a	vencer</p><p>as	 dificuldades	 que	 surgem	 nas	 emergências	 da	 vida.	 De	 agora	 em	 diante,</p><p>podes	 falar	 com	 autoridade,	 porque	 estás	 prestes	 a	 superar	 as	 tuas	 próprias</p><p>dificuldades	com	coragem	e	objetivo,	resolução	e	ousadia”.</p><p>Com	esse	pensamento	surgiu	uma	mudança	na	química	do	meu	ser	que	me</p><p>elevou	a	um	estado	de	exultação	que	eu	nunca	experimentara.	O	meu	cérebro</p><p>começou	 a	 dissipar	 o	 estado	de	 letargia	 em	que	 caíra.	A	minha	 faculdade	 da</p><p>razão	começou	novamente	a	trabalhar.</p><p>Por	um	breve	instante,	senti-me	por	ter	tido	o	privilégio	de	passar	por	aqueles</p><p>longos	meses	de	tormento,	já	que	a	experiência	me	ofereceu	uma	oportunidade</p><p>para	 testar	 a	 eficácia	 dos	 princípios	 de	 sucesso	 que	 eu	 laboriosamente</p><p>pesquisara.</p><p>Quando	este	pensamento	surgiu,	parei,	juntei	os	pés,	fiz	uma	saudação	(não</p><p>sei	 a	 quê	 nem	 a	 quem)	 e	 fiquei	 rigidamente	 atento	 por	 vários	 minutos.	 A</p><p>princípio,	 isto	 parecia	 uma	 idiotice,	 mas	 enquanto	 estava	 de	 pé,	 outro</p><p>pensamento	cruzou	a	minha	mente	sob	a	 forma	de	uma	“ordem”,	que	 foi	 tão</p><p>breve	 e	 instantânea	 como	uma	ordem	dada	por	 um	comandante	militar	 a	 um</p><p>subordinado.</p><p>A	 ordem	 dizia:	 “Amanhã,	 entra	 no	 teu	 carro	 e	 dirije-te	 a	 Filadélfia,	 onde</p><p>receberás	ajuda	para	publicares	a	tua	filosofia	do	sucesso.”</p><p>Não	 havia	mais	 nenhuma	 explicação	 nem	qualquer	modificação	 da	 ordem.</p><p>Assim	que	a	recebi,	voltei	para	casa,	 fui	para	a	cama	e	dormi	profundamente</p><p>com	uma	paz	de	espírito	que	já	não	sentia	há	mais	de	um	ano.</p><p>Quando	 acordei	 na	manhã	 seguinte,	 levantei-me	 da	 cama	 e	 imediatamente</p><p>comecei	a	fazer	as	malas	para	a	viagem	a	Filadélfia.	A	minha	razão	dizia-me</p><p>que	 estava	 a	 embarcar	 numa	 missão	 sem	 sentido.	 Quem	 conhecia	 eu	 em</p><p>Filadélfia	que	pudesse	 ajudar-me	 financeiramente	 a	publicar	 oito	volumes	de</p><p>livros	a	um	custo	de	25	mil	dólares,	perguntei	a	mim	próprio.</p><p>Imediatamente,	a	resposta	a	essa	pergunta	surgiu	na	minha	mente,	 tão	clara</p><p>como	se	as	palavras	tivessem	sido	murmuradas	ao	meu	ouvido:	“Agora	estás	a</p><p>seguir	 ordens,	 em	 vez	 de	 fazeres	 perguntas.	 O	 teu	 ‘outro	 eu’	 vai	 comandar</p><p>durante	esta	viagem.”</p><p>Havia	 outra	 circunstância	 que	 parecia	 tornar	 absurda	 a	 minha	 preparação</p><p>para	ir	a	Filadélfia.	Eu	não	 tinha	dinheiro!	Esse	pensamento	mal	me	ocorrera</p><p>quando	 o	meu	 “outro	 eu”	 explodiu	 dando	 uma	 ordem	 ríspida:	 “Pede	 ao	 teu</p><p>cunhado	50	dólares	e	ele	emprestará.”</p><p>A	 ordem	 parecia	 definitiva	 e	 final.	 Sem	 qualquer	 hesitação,	 segui	 as</p><p>instruções.	Quando	pedi	o	dinheiro	ao	meu	cunhado,	ele	disse:	“Claro	que	 te</p><p>empresto	os	 50	dólares,	mas	 se	 vais	 para	 tão	 longe	 e	 por	muito	 tempo,	 seria</p><p>melhor	levares	100	dólares.”	Agradeci-lhe	e	disse-lhe	que	50	dólares	seriam	o</p><p>suficiente.	Sabia	que	não	chegava,	mas	esta	era	a	quantia	que	o	meu	“outro	eu”</p><p>me	tinha	mandado	pedir,	e	foi	exatamente	isso	que	fiz.</p><p>Fiquei	 bastante	 aliviado	 quando	 percebi	 que	 o	 meu	 cunhado	 não	 me	 ia</p><p>perguntar	por	que	 razão	eu	 ia	para	Filadélfia.	Se	ele	 soubesse	o	que	 se	 tinha</p><p>passado	 na	minha	mente	 na	 noite	 anterior,	 talvez	 achasse	 que	 eu	 devia	 fazer</p><p>tratamentos	num	hospital	psiquiátrico	em	vez	de	ir	para	Filadélfia	numa	busca</p><p>sem	sentido.</p><p>O	meu	“outro	eu”	assume	o	comando</p><p>Saí	com	a	minha	cabeça	dizendo-me	que	eu	era	um	idiota	e	o	meu	“outro	eu”	a</p><p>mandar-me	ignorar	o	desafio	e	seguir	as	instruções.</p><p>Conduzi	 toda	 a	 noite	 e	 cheguei	 a	 Filadélfia	 na	 manhã	 seguinte.	 A	 minha</p><p>primeira	 ideia	era	procurar	uma	pensão	modesta	onde	conseguisse	alugar	um</p><p>quarto	a	um	dólar	por	dia.</p><p>Novamente,	 o	 meu	 “outro	 eu”	 chegou-se	 à	 frente	 e	 ordenou	 que	 me</p><p>hospedasse	no	hotel	mais	luxuoso	da	cidade.	Com	pouco	mais	de	40	dólares	no</p><p>bolso,	 o	 que	 restava	 do	 meu	 capital,	 parecia	 mais	 um	 suicídio	 financeiro</p><p>quando	 caminhei	 até	 à	 receção	 e	 pedi	 um	 quarto;	 mas,	 devo	 dizer,	 que	mal</p><p>comecei	 a	 pedir	 um	 quarto	 o	meu	 recém-descoberto	 “outro	 eu”	 ordenou-me</p><p>para	pedir	a	melhor	das	suítes.	O	custo	dessa	suíte	consumiria	o	meu	restante</p><p>capital	em	dois	dias.	Mas	obedeci.</p><p>O	carregador	de	malas	agarrou	na	minha	bagagem,	entregou-me	o	bilhete	do</p><p>meu	automóvel	e	conduziu-me	até	o	elevador	como	se	eu	fosse	o	príncipe	de</p><p>Gales.	 Era	 a	 primeira	 vez	 em	 mais	 de	 um	 ano	 que	 um	 ser	 humano	 me</p><p>demonstrava	 tal	deferência.	Os	meus	 próprios	 parentes,	 com	quem	estivera	 a</p><p>morar,	longe	de	me	mostrarem	qualquer	tipo	de	deferência,	achavam	que	eu	era</p><p>um	peso	para	eles	(pelo	menos	era	o	que	eu	imaginava),	e	 tenho	a	certeza	de</p><p>que	 assim	 era,	 porque	 nenhum	 homem	 no	 estado	 mental	 em	 que	 eu	 me</p><p>encontrava	no	último	ano	poderia	ser	mais	do	que	um	peso	para	todos	aqueles</p><p>com	quem	entrasse	em	contacto.</p><p>Estava	 a	 tornar-se	 evidente	 que	 o	 meu	 “outro	 eu”	 estava	 determinado	 a</p><p>afastar-me	do	complexo	de	inferioridade	que	eu	tinha	desenvolvido.</p><p>Dei	um	dólar	ao	carregador	de	malas.	Comecei	a	avaliar	quanto	seria	a	minha</p><p>conta	de	hotel	no	 fim	da	 semana,	quando	o	meu	“outro	 eu”	me	ordenou	que</p><p>libertasse	completamente	a	mente	de	quaisquer	pensamentos	limitativos,	e	que</p><p>levasse	a	minha	vida	por	agora	como	se	tivesse	todo	o	dinheiro	do	mundo	na</p><p>carteira.</p><p>A	experiência	pela	qual	estava	a	passar	era	 tão	nova	como	estranha.	Nunca</p><p>passei	por	ser	mais	do	que	acreditava	que	poderia	ser.</p><p>Durante	cerca	de	meia	hora,	 este	“outro	eu”	deu-me	ordens	que	eu	 segui	à</p><p>risca	durante	o	período	que	durou	a	minha	estadia	em	Filadélfia.	As	instruções</p><p>eram	dadas	através	de	pensamentos	que	surgiam	na	minha	mente	com	tal	força</p><p>que	facilmente	se	distinguiam	dos	meus	outros	pensamentos	normais.</p><p>Hill	assumiu	a	personagem	de	homem	rico	que	desejava	ser.	Acreditamos</p><p>cegamente	 que	 para	 se	 ser	 rico	 deve-se	 pensar	 em	 grande.	 Também</p><p>é</p><p>importante	 estar	 no	 ambiente	 certo.	 Don	 Green,	 CEO	 da	 Fundação</p><p>Napoleon	Hill,	uma	vez	disse-me:	“Primeiro	comprei	os	meus	fatos	bons</p><p>na	 Sobel,	 uma	 loja	 de	 roupa	 feita	 à	 medida	 –	 onde	 os	 executivos	 da</p><p>Eastman	Kodak	compravam.	O	proprietário	 tinha	uma	placa	por	 trás	da</p><p>caixa	 registadora	 onde	 se	 lia:	 Se	 quer	 ser	 um	 sucesso,	 tem	 primeiro	 de</p><p>vestir	o	personagem.</p><p>No	 entanto,	 recomendamos	 moderação	 ao	 tentar	 imitar	 Hill	 a	 gastar</p><p>dinheiro	que	ele	não	tinha.</p><p>Eu	recebo	“ordens”	estranhas</p><p>de	uma	fonte	estranha</p><p>As	minhas	instruções	começaram	desta	forma:</p><p>“A	partir	de	agora	está	no	comando	do	teu	‘outro	eu’.	Tens	o	direito	de	saber</p><p>que	 duas	 entidades	 ocupam	 o	 teu	 corpo,	 na	 verdade,	 duas	 entidades</p><p>semelhantes	ocupam	o	corpo	de	cada	ser	vivo	na	Terra.</p><p>“Uma	dessas	entidades	é	motivada	e	 reage	ao	 impulso	do	medo.	A	outra	 é</p><p>motivada	e	reage	ao	impulso	da	fé.	Por	mais	de	um	ano	foste	conduzido,	como</p><p>um	escravo,	pela	entidade	do	medo.</p><p>“Há	duas	noites,	a	entidade	da	fé	assumiu	o	controlo	do	 teu	corpo	físico,	e</p><p>agora	 és	 motivado	 por	 essa	 entidade.	 Por	 mera	 conveniência,	 podes	 chamar</p><p>esta	entidade	da	fé	o	teu	‘outro	eu’.	Ela	não	conhece	limitações,	não	tem	medos</p><p>e	não	reconhece	a	palavra	‘impossível’.</p><p>“Foste	levado	a	escolher	este	ambiente	de	luxo	num	bom	hotel,	como	meio</p><p>de	desencorajar	o	 regresso	da	entidade	do	medo	e	do	seu	poder.	Esse	‘antigo</p><p>eu’	motivado	 pelo	medo	 não	 está	morto;	 ele	 foi	 simplesmente	 destronado;	 e</p><p>continuará	 a	 seguir-te	 onde	 quer	 que	 vás,	 esperando	 uma	 oportunidade</p><p>favorável	 para	 reassumir	 o	 controlo	 sobre	 ti.	 Ele	 pode	 controlar-te	 apenas</p><p>através	 dos	 teus	 pensamentos.	 Lembra-te	 disso	 e	 mantém	 as	 portas	 da	 tua</p><p>mente	 hermeticamente	 fechadas	 contra	 todos	 os	 pensamentos	 que	 procuram</p><p>limitar-te,	qualquer	que	seja	a	forma,	e	ficarás	a	salvo.</p><p>“Não	 te	 preocupes	 com	 o	 dinheiro	 que	 vais	 precisar	 para	 as	 tuas	 despesas</p><p>imediatas.	Ele	aparecerá	sempre	que	precisares.</p><p>“Agora,	vamos	tratar	de	negócios.	Antes	de	mais,	deves	estar	ciente	de	que	a</p><p>entidade	da	fé,	que	agora	está	no	comando	do	teu	corpo,	não	realiza	milagres</p><p>nem	trabalha	contra	nenhuma	lei	da	natureza.	Enquanto	ela	estiver	no	comando</p><p>do	 teu	corpo,	ela	vai	guiar-te	sempre	que	a	chamares,	através	de	 impulsos	de</p><p>pensamentos	que	coloca	na	tua	mente,	a	executar	os	planos	através	dos	meios</p><p>naturais	mais	lógicos	e	convenientes	disponíveis.</p><p>“Acima	de	qualquer	coisa,	fixa	este	facto	claramente	na	tua	mente,	que	o	teu</p><p>‘outro	eu’	não	fará	o	trabalho	por	ti;	ele	apenas	te	guiará	de	forma	inteligente</p><p>para	obteres	para	ti	próprio	os	teus	objetivos	e	desejos.</p><p>Será	guiado	pela	fé?</p><p>Ou	vai	permitir	que	o	medo	se	apodere	de	si?</p><p>“Este	‘outro	eu’	vai	ajudar-te	a	tornares	os	teus	planos	realidade.	Além	disso,</p><p>tens	de	saber	que	ele	começa	sempre	com	o	teu	maior	ou	mais	profundo	desejo.</p><p>Neste	 momento,	 o	 teu	 maior	 desejo	 –	 aquele	 que	 te	 trouxe	 até	 aqui	 –	 é</p><p>publicares	e	distribuíres	os	resultados	da	tua	pesquisa	nas	causas	de	sucesso	e</p><p>de	fracasso.	A	tua	estimativa	é	de	que	serão	necessários	aproximadamente	25</p><p>mil	dólares.</p><p>“Entre	os	 teus	conhecidos	há	um	homem	que	 te	vai	disponibilizar	o	capital</p><p>necessário.	 Começa	 de	 imediato	 a	 pensar	 no	 nome	 de	 todas	 as	 pessoas	 que</p><p>conheces	 e	 que	 poderiam	 de	 alguma	 forma	 ser	 induzidas	 a	 fornecer	 a	 ajuda</p><p>financeira	de	que	precisas.</p><p>“Quando	 o	 nome	 da	 pessoa	 certa	 te	 vier	 à	 cabeça,	 vais	 reconhecê-lo	 de</p><p>imediato.	Entra	em	contacto	com	essa	pessoa,	e	a	ajuda	que	procuras	será	dada.</p><p>Na	 tua	 abordagem,	 contudo,	 apresenta	 o	 teu	 pedido	 com	 a	 terminologia	 que</p><p>usarias	 numa	 transação	 normal	 de	 negócios.	 Nunca	 faças	 referência	 a	 este</p><p>‘outro	eu’.	Se	violares	estas	instruções,	enfrentarás	a	derrota	temporária.</p><p>“O	 teu	 ‘outro	 eu’	 continuará	 no	 comando	 e	 a	 guiar-te	 enquanto	 confiares</p><p>nele.	 Mantém	 sempre	 a	 dúvida,	 o	 medo	 e	 as	 preocupações	 e	 todos	 os</p><p>pensamentos	limitativos	fora	da	tua	mente.</p><p>“Isto	 é	 tudo	 por	 agora.	A	 partir	 deste	momento	 começarás	 a	mexer-te	 por</p><p>vontade	própria,	 exatamente	 como	 fazias	 antes	de	descobrir	o	 teu	 ‘outro	 eu’.</p><p>Fisicamente,	 és	 a	 mesma	 pessoa	 que	 sempre	 foste;	 por	 isso,	 ninguém</p><p>reconhecerá	qualquer	mudança	em	ti.”</p><p>Olhei	em	volta	do	quarto,	pestanejei	e,	para	ter	a	certeza	de	que	não	estava	a</p><p>sonhar,	levantei-me,	encaminhei-me	para	um	espelho	e	olhei	atentamente	para</p><p>mim.	A	expressão	do	meu	rosto	tinha	mudado	de	dúvida	para	coragem	e	fé.	Já</p><p>não	havia	dúvida	na	minha	mente	de	que	o	meu	corpo	físico	estava	a	controlar</p><p>uma	 influência	 muito	 diferente	 daquela	 que	 tinha	 sido	 destronada	 há	 duas</p><p>noites,	quando	eu	caminhava	em	redor	daquela	escola	na	Virgínia	Ocidental.</p><p>Aqui,	ao	editar	o	manuscrito,	terminei	o	capítulo	num	dos	grandes	pontos</p><p>de	 viragem	da	 vida	 do	 autor.	 Já	 alguma	 vez	 sofreu	 uma	 reviravolta	 tão</p><p>grande	na	vida	como	a	que	Hill	descreveu?	Também	pode	ser	descrita,	em</p><p>termos	religiosos,	como	uma	experiência	de	conversão.	Os	outros	podem</p><p>simplesmente	 referir-se	 a	 ela	 como	 “uma	 chamada	 de	 atenção”	 ou	 um</p><p>“sinal”	ou	mais	veemente	como	“um	estalo	na	cara!”.</p><p>CAPÍTULO	DOIS</p><p>UM	NOVO	MUNDO	É-ME</p><p>REVELADO</p><p>Era	 claro	 que	 eu	 tinha	 passado	 por	 uma	 espécie	 de	 renascimento	 através	 do</p><p>qual	me	distanciara	de	todas	as	formas	de	medo.	Agora	possuía	uma	coragem</p><p>que	nunca	sentira	antes.	Apesar	de	ainda	não	saber	como	ou	de	que	fonte	iria</p><p>receber	os	recursos	necessários,	tinha	a	fé	inabalável	de	que	o	dinheiro	viria,	de</p><p>tal	forma	que	já	o	conseguia	ver	na	minha	posse.</p><p>Em	muito	poucas	ocasiões	em	toda	a	minha	vida	pude	experimentar	tal	tipo</p><p>de	 fé.	 Era	 um	 sentimento	 indescritível.	 Não	 existem	 palavras	 que	 possam</p><p>descrevê-lo	–	um	facto	que	todos	aqueles	que	tiveram	experiências	semelhantes</p><p>podem	facilmente	verificar.</p><p>Comecei	imediatamente	a	executar	as	instruções	que	tinha	recebido.	Toda	a</p><p>sensação	 de	 que	 estava	 a	 embarcar	 numa	missão	 impossível	 tinha-me	 agora</p><p>abandonado.	Um	 a	 um,	 comecei	 a	 rever	 na	minha	mente	 todos	 os	 nomes	 de</p><p>conhecidos	que	sabia	serem	capazes	de	me	financiar	os	25	mil	dólares	que	eu</p><p>precisava,	começando	pelo	nome	de	Henry	Ford	e	continuando	por	toda	a	lista</p><p>de	mais	de	trezentas	pessoas.	O	meu	“outro	eu”	simplesmente	disse:	“Continua</p><p>a	procurar.”</p><p>A	hora	mais	negra	é	mesmo	antes	do	amanhecer</p><p>Mas	 eu	 chegara	 ao	 fim	 da	 linha.	A	minha	 lista	 de	 conhecidos	 esgotara-se,	 e</p><p>com	 ela	 também	 a	 minha	 resistência	 física.	 Tinha	 estado	 a	 trabalhar,</p><p>concentrando	a	minha	mente	naquela	lista	de	nomes,	durante	a	maior	parte	de</p><p>dois	dias	e	duas	noites,	parando	somente	para	dormir	algumas	horas.</p><p>Recostei-me	 na	 cadeira,	 fechei	 os	 olhos	 e	 entrei	 numa	 espécie	 de	 transe</p><p>durante	 alguns	minutos.	 Fui	 acordado	 pelo	 que	 parecia	 ser	 uma	 explosão	 no</p><p>quarto.	Ao	 ganhar	 consciência,	 o	 nome	 de	Albert	 L.	 Pelton	 surgiu	 na	minha</p><p>mente…	 e	 com	 ele	 um	 plano	 que	 soube	 imediatamente	 ser	 o	 plano	 que	me</p><p>levaria	ao	sucesso:	convencer	Pelton	a	publicar	os	meus	livros.	Lembrei-me	de</p><p>Pelton	 apenas	 como	 anunciante	 na	 revista	 Golden	 Rule,	 aquela	 que	 eu</p><p>publicara	em	anos	anteriores.</p><p>O	 subconsciente	 de	 Hill	 identificou	 um	 conhecido,	 lembrado	 apenas</p><p>como	anunciante	na	revista	de	Hill,	como	uma	potencial	fonte	de	fundos.</p><p>Nós	deixamos	uma	impressão	em	todos	quantos	conhecemos,	da	mesma</p><p>forma	 que	 as	 pessoas	 que	 conhecemos	 deixam	 uma	 impressão	 em	 nós.</p><p>Nunca	 se	 sabe	 quando	 uma	 pessoa	 que	 conhecemos	 se	 pode	 tornar	 um</p><p>parceiro	 nos	 negócios.	 Existe	 grande	 poder	 na	 sua	 rede	 de</p><p>conhecimentos.</p><p>Pedi	 uma	 máquina	 de	 escrever	 e	 escrevi	 uma	 carta	 a	 Pelton	 no	 Meriden,</p><p>Connecticut,	descrevendo	o	plano	exatamente	como	ele	me	tinha	sido	dado.	Ele</p><p>respondeu	por	 telegrama,	dizendo	que	estaria	em	Filadélfia	para	falar	comigo</p><p>no	dia	seguinte.</p><p>Quando	ele</p><p>chegou,	mostrei-lhe	os	manuscritos	originais	da	minha	filosofia	e</p><p>expliquei	 resumidamente	qual	seria	a	sua	missão.	Ele	 folheou	os	manuscritos</p><p>durante	alguns	minutos,	depois	parou	de	repente	e,	fixando	os	olhos	na	parede</p><p>por	alguns	segundos,	disse:	“Vou	publicar	os	seus	livros.”</p><p>O	contrato	foi	assinado.	Recebi	uma	quantia	substancial	de	direitos	de	autor,</p><p>e	os	manuscritos	foram-lhe	entregues	e	levados	para	Meriden.</p><p>Na	altura	não	lhe	perguntei	o	que	o	 levou	a	 tomar	a	decisão	de	publicar	os</p><p>meus	 livros	 antes	mesmo	de	 ter	 lido	 os	manuscritos,	 o	 que	 sei	 é	 que	 ele	me</p><p>forneceu	 o	 capital	 necessário,	 imprimiu	 os	 livros	 e	 ajudou-me	 a	 vender</p><p>milhares	 deles	 à	 sua	 própria	 clientela	 de	 compradores	 de	 livros,	 espalhados</p><p>praticamente	por	todos	os	países	de	língua	inglesa	no	mundo.</p><p>O	meu	“outro	eu”	é	bem-sucedido</p><p>Três	 meses	 depois	 da	 visita	 ao	 senhor	 Pelton	 em	 Filadélfia,	 um	 conjunto</p><p>completo	dos	meus	 livros	 foi	colocado	em	cima	da	mesa	à	minha	 frente,	 e	o</p><p>meu	 rendimento	pela	venda	dos	 livros	começou	a	 ser	 suficientemente	grande</p><p>para	colmatar	todas	as	minhas	necessidades.	Estes	livros	agora	estão	nas	mãos</p><p>dos	meus	alunos	pelo	mundo	inteiro.</p><p>O	meu	primeiro	pagamento	por	direitos	de	autor	referente	à	venda	dos	meus</p><p>livros	foi	de	850	dólares.	Ao	abrir	o	envelope,	o	meu	“outro	eu”	disse:	“A	tua</p><p>única	limitação	é	aquela	que	impões	à	tua	própria	mente!”</p><p>“A	tua	única	limitação	é	aquela	que	impões	à	tua	própria	mente!”</p><p>Esta	 afirmação	 soa-lhe	 tão	 verdadeira	 como	 a	mim?	Tantas	 vezes	 fui	 o</p><p>meu	pior	inimigo	e	sem	necessidade	contive-me	por	causa	da	minha	falta</p><p>de	 autoconfiança.	 Hill	 quer	 que	 descubramos	 o	 nosso	 “outro	 eu”	 para</p><p>podermos	alcançar	o	nosso	potencial	máximo.</p><p>Não	estou	completamente	certo	de	entender	o	que	é	este	“outro	eu”,	mas	sei</p><p>que	 não	 há	 derrota	 permanente	 para	 o	 homem	 ou	 mulher	 que	 o	 descubra	 e</p><p>confie	nele.</p><p>No	dia	seguinte	à	visita	de	Pelton	a	Filadélfia,	o	meu	“outro	eu”	presenteou-</p><p>me	 com	 uma	 ideia	 que	 resolveu	 imediatamente	 o	 meu	 problema	 financeiro.</p><p>Ocorreu-me	a	ideia	de	que	os	métodos	de	venda	da	indústria	automóvel	teriam</p><p>de	 sofrer	 uma	 mudança	 drástica	 e	 que	 os	 futuros	 vendedores	 desta	 área	 da</p><p>indústria	 teriam	de	aprender	a	vender	automóveis,	em	vez	de	servir	de	meros</p><p>compradores	de	carros	usados,	como	a	maioria	estava	a	fazer	na	época.</p><p>Também	me	ocorreu	que	 jovens	que	 tinham	agora	 terminado	a	 faculdade	e</p><p>que,	como	tal,	não	sabiam	nada	dos	velhos	“truques”	da	venda	de	automóveis,</p><p>seriam	o	 ponto	 de	 partida	 para	 esse	 novo	 tipo	 de	 profissional	 de	 vendas	 que</p><p>poderia	ser	muito	melhor	trabalhado.</p><p>A	 ideia	 era	 tão	 distinta	 e	 impressionante	 que	 telefonei	 imediatamente	 ao</p><p>diretor	de	vendas	da	General	Motors	Company	e	expliquei-lhe	resumidamente</p><p>o	 meu	 plano.	 Também	 ele	 ficou	 impressionado	 e	 mandou-me	 ir	 à	 filial	 da</p><p>Buick	Automobile	Company	em	Filadélfia,	que	naquela	época	era	propriedade</p><p>de	Earl	Powell	e	por	ele	gerida.	Fui	visitar	Powell,	expliquei-lhe	o	meu	plano	e</p><p>ele	 colocou-me	 de	 imediato	 a	 treinar	 quinze	 jovens	 acabados	 de	 sair	 da</p><p>faculdade	e	cuidadosamente	selecionados,	pondo	o	plano	em	ação	e	pagando-</p><p>me	um	adiantamento.</p><p>Este	 adiantamento	 foi	 mais	 do	 que	 suficiente	 para	 pagar	 todas	 as	 minhas</p><p>despesas	 nos	 três	meses	 seguintes,	 até	 que	 os	 resultados	 da	 venda	 dos	meus</p><p>livros	começassem	a	entrar,	incluindo	o	custo	daquele	luxuoso	quarto	de	hotel,</p><p>que	no	princípio	me	preocupou	tanto.</p><p>O	meu	 “outro	 eu”	não	me	 tinha	desapontado.	O	dinheiro	que	 eu	precisava</p><p>chegou	 às	minhas	mãos	 exatamente	 no	momento	 certo,	 como	me	 tinha	 sido</p><p>assegurado.	Nesta	 altura,	 já	 estava	 convencido	 de	 que	 a	minha	 viagem	 para</p><p>Filadélfia	 não	 era,	 em	 hipótese	 alguma,	 uma	missão	 suicida,	 como	 a	 minha</p><p>razão	me	tinha	indicado	antes	de	partir	da	Virgínia.</p><p>A	partir	daquele	momento	e	até	agora,	tudo	o	que	eu	precisei	veio	até	mim,	e</p><p>isso	apesar	do	facto	de	o	mundo	ter	passado	recentemente	por	um	período	de</p><p>depressão	económica,	altura	em	que	as	necessidades	básicas	nem	sempre	eram</p><p>colmatadas	 para	muitas	 pessoas.	 Por	 vezes,	 a	 chegada	 dos	 bens	materiais	 de</p><p>que	precisei	veio	um	pouco	 tarde,	mas	posso	dizer	 com	 toda	a	certeza	que	o</p><p>meu	“outro	eu”	sempre	me	encontrou	e	sempre	me	indicou	o	caminho	que	eu</p><p>devia	seguir.</p><p>O	“outro	eu”	não	tem	precedentes,	não	reconhece	limites	e	encontra	sempre</p><p>uma	 maneira	 de	 satisfazer	 os	 desejos!	 Pode	 deparar-se	 com	 derrotas</p><p>temporárias,	mas	nunca	com	o	fracasso	permanente.	Tenho	tanta	certeza	disso</p><p>como	tenho	de	estar	aqui	a	escrever	estas	linhas.</p><p>O	“outro	eu”	pode	“deparar-se	com	a	derrota	temporária,	mas	nunca	com</p><p>o	 fracasso	 permanente”.	 Quantas	 vezes	 permitimos	 que	 uma	 derrota</p><p>temporária	 nos	 afete	 como	 se	 fosse	 um	 fracasso	permanente	 em	vez	 de</p><p>aprendermos	com	ela	e	seguirmos	o	nosso	caminho?	Como	Hill	descreve,</p><p>ele	 próprio	 sofreu	muitos	 contratempos	 ao	 longo	 do	 seu	 caminho,	mas</p><p>conseguiu	sempre	encontrar	a	fonte	de	um	benefício	maior	e	continuar	a</p><p>avançar	para	maiores	sucessos.</p><p>Entretanto,	 espero	 sinceramente	 que	 alguns	 dos	 milhões	 de	 homens	 e</p><p>mulheres	que	foram	atingidos	pela	depressão	ou	por	outros	dissabores	da	vida</p><p>descubram	dentro	de	si	mesmos	esta	estranha	entidade	a	que	eu	chamei	o	meu</p><p>“outro	 eu”,	 e	 que	 essa	 descoberta	 os	 guie,	 como	me	guiou	 a	mim,	 para	 uma</p><p>relação	 mais	 próxima	 com	 essa	 fonte	 de	 energia	 que	 supera	 obstáculos	 e</p><p>domina	todas	as	dificuldades,	em	vez	de	serem	dominados	por	ela.	Existe	uma</p><p>grande	 força	 para	 ser	 descoberta	 no	 seu	 “outro	 eu”!	 Procure	 com	 toda	 a	 sua</p><p>força	e	encontrá-la-á.</p><p>O	trabalho	de	Hill	foi	publicado	durante	a	Grande	Depressão	e	ajudou	de</p><p>facto	milhões	de	pessoas	a	encontrar	esperança	e	coragem	para	viver	com</p><p>a	fé	de	que	achariam	o	seu	próprio	caminho	para	o	sucesso.	Acredito	que</p><p>conseguimos	encontrar	muitas	semelhanças	entre	o	seu	tempo	e	o	nosso.</p><p>É	durante	os	períodos	de	grande	stress	que	encontramos	a	nossa	vontade	e</p><p>a	 nossa	 força	 interior.	Com	 as	 atuais	 incertezas	 económicas,	 as	 pessoas</p><p>escolhem	–	ou	são	forçadas	a	encontrar–	novos	caminhos	para	si	mesmos</p><p>e	para	 as	 suas	 famílias,	 e	muitos	 alcançarão	grande	 êxito.	Eles	serão	as</p><p>grandes	histórias	de	sucesso	sobre	as	quais	vamos	ler	daqui	a	alguns	anos.</p><p>Estaremos	 entre	 essas	 histórias	 de	 sucesso	 ou	 ainda	 preferimos	 estar	 a</p><p>assistir	de	fora?</p><p>“Fracasso”:	uma	bênção	disfarçada</p><p>Fiz	 uma	 outra	 descoberta	 como	 resultado	 desta	 apresentação	 ao	 meu	 “outro</p><p>eu”,	ou	seja,	há	uma	solução	para	cada	problema	legítimo,	por	mais	difícil	que</p><p>o	problema	pareça	ser.</p><p>“Há	uma	solução	para	cada	problema	legítimo,	por	mais	difícil	que	o</p><p>problema	pareça	ser.”</p><p>Embora	este	conceito	possa	ser	difícil	de	reconhecer	quando	estamos	no</p><p>meio	de	uma	tempestade,	em	retrospetiva,	geralmente	comprova-se	a	sua</p><p>veracidade.</p><p>Também	 descobri	 que	 para	 cada	 experiência	 de	 derrota	 temporária	 e	 para</p><p>cada	fracasso	e	cada	forma	de	adversidade	existe	uma	semente	equivalente	de</p><p>benefício.</p><p>Lembre-se	 que	 não	 falei	 num	 sucesso	 em	pleno,	mas	 sim	de	 uma	 semente</p><p>através	da	qual	essa	flor	pode	germinar	e	crescer.	Não	conheço	exceções	a	esta</p><p>regra.	A	 semente	 de	 que	 falo	 pode	 nem	 sempre	 ser	 visível,	 mas	 pode	 ter	 a</p><p>certeza	de	que	ela	está	lá,	de	uma	forma	ou	de	outra.</p><p>Não	 tenho	 a	 pretensão	 de	 entender	 tudo	 sobre	 essa	 estranha	 força	 que	me</p><p>reduziu	à	pobreza	e	à	necessidade,	que	me	encheu	de	medo,	e	que	depois	me</p><p>fez	 renascer	 com	 fé,	 e	 através	da	qual	 tive	o	privilégio	de	 ajudar	dezenas	de</p><p>milhares	de	pessoas	que	estavam	em	queda.	Mas	sei	que	uma	tal	força	entrou</p><p>na	minha	vida	 e	 que	 estou	 a	 fazer	 tudo	o	que	posso	para	que	outros	possam</p><p>comunicar	com	ela.</p><p>Durante	 os	 vinte	 e	 cinco	 anos	 que	 dediquei	 à	 pesquisa	 sobre	 as	 causas	 do</p><p>sucesso	e	do	fracasso,	descobri	muitos	princípios</p>

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