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<p>FICHAMENTO DE TEXTO</p><p>NOME: Bruna Pires de Camargo Domingues</p><p>RA: N5707G5</p><p>DATA: 28/08/2024</p><p>O texto discute a negligência da questão de gênero no sistema de justiça</p><p>criminal, destacando como as mulheres encarceradas enfrentam uma dupla</p><p>invisibilidade devido ao seu gênero e ao sistema prisional. Embora o número de</p><p>mulheres presas seja menor em comparação com os homens, seu encarceramento está</p><p>crescendo rapidamente, com um aumento de 567,4% entre 2000 e 2014. O texto</p><p>argumenta que a estrutura patriarcal e o racismo institucional influenciam a forma como</p><p>as penas são aplicadas e como o sistema lida com as mulheres, especialmente as</p><p>negras e indígenas.</p><p>Histórica e atualmente, o tratamento das mulheres no sistema penal reflete</p><p>desigualdades de gênero e raça. No passado, as mulheres eram punidas de maneira</p><p>diferente, frequentemente no âmbito privado e não no público. A comparação entre o</p><p>tratamento de mulheres e homens no sistema punitivo mostra que as mulheres eram</p><p>muitas vezes subordinadas a punições privadas e menos públicas, refletindo a visão</p><p>patriarcal e a falta de cidadania plena.</p><p>Atualmente, as mulheres presas enfrentam condições desiguais, como falta de</p><p>acesso a cuidados médicos apropriados e produtos de higiene, e são frequentemente</p><p>submetidas a tratamentos degradantes, como revistas vexatórias. As políticas e</p><p>reformas recentes não têm abordado adequadamente as necessidades específicas das</p><p>mulheres encarceradas, e a violência e negligência persistem.</p><p>Além disso o texto aborda o impacto desproporcional da legislação sobre drogas</p><p>e o sistema penal no Brasil, especialmente sobre as mulheres negras. Destaca que as</p><p>revistas degradantes em visitas a presos afetam especialmente mulheres, que</p><p>frequentemente enfrentam humilhações e dificuldades para visitar seus familiares.</p><p>Apesar de leis estaduais tentando restringir essas práticas, a falta de fiscalização e</p><p>regulamentação faz com que elas persistam.</p><p>A Lei de Drogas de 2006, que substituiu a anterior, tem sido um fator central no</p><p>aumento do encarceramento, especialmente entre mulheres, que são frequentemente</p><p>acusadas de tráfico devido a discriminação racial e de gênero. A lei endureceu as penas</p><p>para traficantes e reduziu as penas para usuários, mas a aplicação dessa distinção é</p><p>problemática e muitas vezes discriminatória. O aumento do encarceramento é</p><p>REFERÊNCIA: Borges, J. Gênero, Raça e Classe e Guerra às Drogas: Estruturas de</p><p>Manutenção das Desigualdades. In: Femininos Plurais, Org Djamila Ribeiro. P. 92-122</p><p>TEXTO 1</p><p>alarmante, e a maioria das mulheres encarceradas responde por crimes relacionados a</p><p>drogas, com grande parte delas enfrentando penas severas por delitos menores.</p><p>O texto critica a Guerra às Drogas como uma política que perpetua</p><p>desigualdades raciais e de gênero, ao invés de resolver os problemas associados ao</p><p>tráfico de drogas. Também destaca a seletividade e injustiças do sistema penal, com</p><p>exemplos de casos de prisões injustas e tratamento desigual de indivíduos baseados</p><p>em raça e classe social.</p><p>A autora explora a análise de Hannah Arendt em "Origens do Totalitarismo" sobre</p><p>as noções de Boulainvilliers, um nobre francês que via a história da França como a</p><p>conquista de um povo germânico sobre os gauleses, justificando a superioridade dos</p><p>nobres. Arendt relaciona essa ideia com o conceito moderno de "sistema de castas</p><p>raciais" descrito por Michelle Alexander, sugerindo que a formação da psique brasileira</p><p>tem raízes na ideologia racista. O texto argumenta que a desigualdade racial e a</p><p>violência no Brasil estão profundamente enraizadas na ideologia de superioridade e na</p><p>busca por distinção e domínio sobre os outros.</p><p>O pensamento feminista negro é apresentado como uma resposta crítica às</p><p>opressões sistêmicas, defendendo a interseccionalidade e a luta anticapitalista. A</p><p>socióloga Patricia Hill Collins destaca que o feminismo negro não é um aditivo, mas uma</p><p>abordagem própria, enfatizando a luta pela defesa do outro, a descolonização dos</p><p>corpos e a crítica ao capitalismo. Djamila Ribeiro reforça a importância desse</p><p>pensamento para imaginar um novo marco civilizatório.</p><p>Angela Davis é citada ao discutir a necessidade de uma abordagem radical para</p><p>enfrentar o encarceramento e a violência sistêmica. Davis e outros críticos argumentam</p><p>que o sistema prisional, especialmente o brasileiro, funciona como um depósito para as</p><p>populações marginalizadas e não contribui efetivamente para a restauração social. A</p><p>proposta é que a solução envolve não apenas a reforma das prisões, mas a</p><p>transformação radical do sistema de justiça e o desenvolvimento de alternativas que</p><p>promovam a igualdade e a justiça social, abordando questões de saúde, educação e</p><p>direitos humanos de maneira integrada.</p><p>O texto conclui com a ideia de que a luta contra o encarceramento deve ser</p><p>radical e interseccional, abordando as interações entre raça, gênero e classe, e</p><p>destacando que a verdadeira liberdade só será alcançada em um mundo sem prisões.</p>