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Prévia do material em texto

<p>0</p><p>POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS</p><p>DIRETRIZES DA</p><p>CADEIA DE CUSTÓDIA</p><p>ORIENTAÇÕES BÁSICAS</p><p>1</p><p>Governador do Estado de Minas Gerais</p><p>Romeu Zema Neto</p><p>Vice-Governador do Estado de Minas Gerais</p><p>Mateus Simões de Almeida</p><p>Chefe da Polícia Civil</p><p>Letícia Baptista Gamboge Reis</p><p>Chefe Adjunta da Polícia Civil</p><p>Rita de Cássia Januzzi</p><p>Corregedora-Geral de Polícia Civil</p><p>Elizabeth de Freitas Assis Rocha</p><p>Superintendente de Investigação e Polícia Judiciária</p><p>Júlio Wilke</p><p>Chefe de Gabinete</p><p>Frederico Raso Lopes Abelha</p><p>Diretora da Acadepol</p><p>Yukari Miyata</p><p>Superintendente de Informações e Inteligência Policial</p><p>Antônio Junio Dutra Prado</p><p>Superintendente de Planejamento, Gestão e Finanças</p><p>Andréa Mendes de Souza Abood</p><p>Delegado Assistente da Chefia da PCMG</p><p>Aloísio Daniel Fagundes</p><p>Superintendente de Polícia Técnico-Científica</p><p>Thales Bittencourt de Barcelos</p><p>Inspetora-Geral de Escrivães de Polícia</p><p>Luciene Cardoso Murta Vilela</p><p>Inspetor-Geral de Investigadores de Polícia</p><p>Cláudio Rosa David</p><p>2</p><p>FICHA TÉCNICA</p><p>Elaboração</p><p>Polícia Civil do Estado de Minas Gerais</p><p>Revisão</p><p>Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária</p><p>Superintendência de Polícia Técnico-Científica</p><p>Assessoria de Planejamento Institucional</p><p>Diagramação</p><p>Assessoria de Planejamento Institucional</p><p>Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves</p><p>Rodovia Papa João Paulo II, Bairro Serra Verde, nº 4143.</p><p>Belo Horizonte/MG - Edifício Minas - 4º andar</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO 4</p><p>ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA CONFORME LEI Nº 13.964/2019 4</p><p>VESTÍGIO 5</p><p>ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA 12</p><p>I - RECONHECIMENTO 12</p><p>II – ISOLAMENTO 16</p><p>III – FIXAÇÃO 23</p><p>IV – COLETA 23</p><p>V - ACONDICIONAMENTO 25</p><p>VI – TRANSPORTE 31</p><p>VII – RECEBIMENTO 32</p><p>VII – RECEBIMENTO 33</p><p>IX – ARMAZENAMENTO 34</p><p>X - DESCARTE 36</p><p>A CADEIA DE CUSTÓDIA NO SISTEMA PCNET 38</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS 42</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A Lei nº 13.964/2019 inovou o arcabouço legislativo brasileiro introduzindo a Cadeia de</p><p>Custódia da Prova.</p><p>Considerando o vestígio como elemento crucial nas análises e investigações policiais</p><p>para identificar autores e dinâmica criminosa, ressalta-se a importância de sua</p><p>preservação, garantindo uma persecução penal isonômica e transparente,</p><p>proporcionando segurança aos envolvidos e promovendo o respeito aos direitos</p><p>humanos e a uma sociedade justa e segura.</p><p>Para assegurar isso, o legislador estabeleceu que o vestígio seja tratado em etapas</p><p>minuciosas, desde o seu reconhecimento até o descarte, incluindo os trâmites na</p><p>Unidade de Custódia. As etapas são: Reconhecimento, Isolamento, Fixação, Coleta,</p><p>Acondicionamento e Transporte. Em todas elas, o registro adequado é fundamental</p><p>para garantir a idoneidade da prova.</p><p>Etapas da cadeia de custódia conforme Lei nº 13.964/2019</p><p>Este Manual tem como objetivo esclarecer os procedimentos a serem adotados no</p><p>estado de Minas Gerais, em conformidade com a legislação, para a preservação do</p><p>vestígio, desde sua identificação no local do crime até sua destinação final.</p><p>5</p><p>VESTÍGIO</p><p>O reconhecimento de um material como vestígio é fundamental para a produção da</p><p>prova material e influencia diretamente seu tratamento durante toda a persecução</p><p>penal. Portanto, é essencial que seu conceito esteja bem definido entre todos os</p><p>agentes envolvidos, a fim de otimizar os fluxos de trabalho e minimizar prejuízos à</p><p>produção da prova.</p><p>A doutrina apresenta diversas definições para o termo "vestígio", como por exemplo:</p><p>[...] constituem tudo que possa ser percebido como matéria, corpo, objeto, etc., que</p><p>tenha ou possa ter ligação com o crime ou com o criminoso e que sirva a elucidação do</p><p>crime e determinação da autoria. (Anuschat, 1933)</p><p>[...] é toda marca, objeto, sinal, rastro, substância ou elemento que seja detectado em</p><p>local onde tenha sido praticado um fato delituoso. (Dorea, 2010)</p><p>[...] são os objetos ou materiais encontrados no local do crime e relevantes para a</p><p>investigação. Tais objetos devem ser considerados como importantes em um primeiro</p><p>momento e podem auxiliar no esclarecimento dos fatos que estão sendo investigados.</p><p>Após a coleta, são submetidos aos processos de análise, triagem e apuração analítica.</p><p>A partir disso, é possível identificar se eles realmente possuem algum vínculo com o</p><p>objetivo da perícia ou com o crime cometido. (Soares, 2021)</p><p>Para que o vestígio exista é necessário que haja o agente provocador, o suporte e o</p><p>vestígio em si. [...]. Assim, podemos dizer que vestígio é tudo o que encontramos no local</p><p>de crime que, depois de estudado e interpretado pelos peritos, possa vir a se transformar</p><p>– individualmente ou associado a outros – em prova. (Velho, 2021)</p><p>A atualização do Código de Processo Penal, introduzida pela Lei nº 13.964, de</p><p>dezembro de 2019, trouxe, na redação do artigo 158-A, §3º, uma definição oficial de</p><p>vestígio, com o objetivo de incorporar os protocolos da cadeia de custódia ao</p><p>ordenamento jurídico brasileiro: “Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou</p><p>latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal.” (BRASIL, 2019).</p><p>Nesse contexto, é necessário detalhar o conceito de vestígio e as orientações práticas</p><p>para garantir o cumprimento efetivo da lei e a padronização dos procedimentos</p><p>adotados pela Polícia Civil de Minas Gerais (e demais instituições de segurança</p><p>6</p><p>pública), assegurando a integridade da prova e promovendo maior segurança e</p><p>transparência em todo o processo investigativo.</p><p>Este documento não tem o objetivo de esgotar o assunto, nem de restringir o poder</p><p>discricionário das autoridades envolvidas nos processos. Seus objetivos estão</p><p>alinhados ao artigo 37 da Constituição Federal, atendendo aos interesses da</p><p>administração pública, e ao artigo 158-A do Código de Processo Penal, visando à</p><p>implementação adequada da Cadeia de Custódia.</p><p>Conforme apresentado, a Lei nº 13.964/2019 estabelece que vestígio é todo objeto ou</p><p>material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração</p><p>penal. (BRASIL, 2019, grifos nossos)</p><p>O parágrafo 3º do artigo 158-A da Lei nº 13.964 apresenta seis classificações possíveis</p><p>para o termo "vestígio". Nesse diploma legal, vestígio pode se referir a:</p><p>OBJETO</p><p>É toda coisa que possui uma função, que foi criada pelo homem para atender a um</p><p>objetivo. São exemplos de objetos um copo, uma faca, uma arma de fogo, uma peça</p><p>de automóvel, entre outros.</p><p>MATERIAL BRUTO</p><p>Tudo aquilo que tem massa e ocupa um lugar no espaço, sem que tenha sido</p><p>propositalmente criado com uma função objetiva. São substâncias que podem conter</p><p>informações pertinentes ao crime sem que se constituam em um objeto específico,</p><p>como por exemplo sangue e fluídos biológicos, água, madeira ou um pedaço de árvore,</p><p>pedras, fibras diversas e etc.</p><p>VESTÍGIOS VISÍVEIS</p><p>São elementos materiais de potencial interesse para a persecução penal, que podem</p><p>ser facilmente notados a olho nu, sob luz convencional. São exemplos de vestígios</p><p>visíveis: manchas de sangue; armas de fogo e seus projéteis; facas; marcas de</p><p>frenagem; instrumentos diversos empregados na prática de crimes.</p><p>7</p><p>VESTÍGIOS LATENTES</p><p>São elementos materiais de potencial interesse para a persecução penal, que não são</p><p>prontamente perceptíveis a olho nu e necessitam ser revelados mediante recursos</p><p>técnicos específicos. Este é o caso, por exemplo, da maior parte das impressões</p><p>papilares, DNA de contato, células epiteliais encontradas sob as unhas, sêmen aderido</p><p>a uma roupa, dentre outros.</p><p>VESTÍGIOS CONSTATADOS</p><p>São aqueles que foram identificados</p><p>o nome completo da pessoa que apresentou o material)”.</p><p>No caso de materiais oriundos de busca e apreensão, confeccionar o REDS,</p><p>prosseguindo conforme descrito nos itens anteriores, atentando-se para a descrição</p><p>detalhada acerca da coleta.</p><p>Em todos os casos, no módulo de cadeia de custódia, preencher os campos exigidos</p><p>no item “acondicionamento”, seguindo as orientações do Manual de Utilização da</p><p>Ficha de Acompanhamento de Vestígios (FAV) no Sistema PCnet - Módulo Pericial e</p><p>Módulo Policial.</p><p>39</p><p>Toda movimentação do material entre pessoas deverá necessariamente ser</p><p>registrada no Módulo Cadeia de Custódia do PCnet, inclusive as situações em que</p><p>o servidor assume a guarda do material exclusivamente para transporte. Esse</p><p>procedimento é realizado com o acionamento do comando “sob custódia”,</p><p>quando se tratar de apenas um material, ou “sob custódia coletiva”, no caso da</p><p>movimentação de mais de um material simultaneamente.</p><p>O campo "finalidade da custódia do material" na FAV deve ser preenchido conforme as</p><p>opções a seguir:</p><p>RECEBIMENTO</p><p>Recebimento do objeto/material na delegacia de polícia (ex.: busca e</p><p>apreensão, policiais, vítima, terceiros), assim como nos expedientes das</p><p>unidades periciais.</p><p>TRANSPORTE</p><p>Finalidade de transportar o vestígio de uma unidade para outra, incluindo a</p><p>entrega do material para as unidades de custódia e unidades periciais.</p><p>DISTRIBUIÇÃO</p><p>Ato de chefias de unidades de perícia ao tomar a posse dos materiais que serão</p><p>distribuídos aos subordinados.</p><p>EXAME PERICIAL</p><p>Relacionado à posse para realizar o exame pericial.</p><p>GUARDA</p><p>Custódia do vestígio, mesmo que temporária, enquanto não houver</p><p>necessidade de exame pericial ou enquanto se aguarda a perícia na unidade</p><p>pericial, ou ainda, quando se aguarda a retirada do material pela unidade</p><p>requisitante após o exame pericial.</p><p>Se a finalidade da custódia for exame pericial, o perito oficial deve selecionar que não</p><p>houve rompimento de lacre para permitir a finalização do recibo ao transportador e,</p><p>após a finalização do exame pericial e novo acondicionamento do objeto/material,</p><p>deve selecionar novamente “sob custódia” e, neste caso, informar que houve</p><p>rompimento de lacre e o número do novo lacre.</p><p>40</p><p>O campo "observação" da FAV destina-se ao registro de qualquer informação</p><p>imprescindível ou relevante, podendo ainda constar a condição de</p><p>acondicionamento do material quando esta for distinta da orientada neste</p><p>documento, que não impeça o recebimento, ou também de qualquer</p><p>inconsistência ou não conformidade.</p><p>No caso de objetos acondicionados em embalagens diversas das preestabelecidas,</p><p>com informações incompletas ou desacompanhadas da documentação necessária, o</p><p>recebedor deve registrar os problemas verificados no campo “observação” da Ficha de</p><p>Acompanhamento de Vestígio.</p><p>Preencher no “Sob custódia” se houve necessidade de rompimento de lacre e, em caso</p><p>afirmativo, qual o número do novo lacre.</p><p>Em regra, o rompimento de lacre deve ser feito pelo perito criminal/médico legista no</p><p>ato da realização do exame ou, excepcionalmente, em casos justificados no campo</p><p>observação.</p><p>A efetiva transferência de posse do vestígio, internamente na PCMG, deverá ser</p><p>conferida na tela do sistema PCnet no momento da entrega do material. Após clicar</p><p>em "salvar", a custódia será transferida automaticamente no sistema. Não há</p><p>necessidade de impressão do recibo e entrega física, porque a transferência da posse</p><p>já estará registrada no sistema e no e-mail do usuário.</p><p>Quando houver necessidade de entregar o objeto/material a terceiro externo à PCMG,</p><p>a FAV deverá ser impressa em duas vias, devendo conter a assinatura do servidor da</p><p>PCMG responsável pela entrega, bem como dados de identidade e assinatura do novo</p><p>portador, nas duas vias, ficando uma via na PCMG e outra sendo entregue ao novo</p><p>portador.</p><p>Sempre que for retirada uma amostra de um objeto/material periciado, deve ser criado</p><p>um novo bem material dentro do procedimento.</p><p>▪ Neste caso, na descrição do material, inserir após a descrição da amostra os</p><p>dizeres: “AMOSTRA DO MATERIAL DA FAV Nº (nº da FAV original)”;</p><p>▪ Na FAV do objeto/material que foi amostrado, inserir: “RESTANTE DO</p><p>MATERIAL APÓS RETIRADA DE AMOSTRA (nº do invólucro da amostra)”;</p><p>▪ Para o caso específico de perícia de drogas de abuso, deve ser utilizado o</p><p>texto “AMOSTRA DO MATERIAL, CONFORME LAUDO PRELIMINAR”.</p><p>41</p><p>Considerando os vestígios coletados pelo perito criminal em local de crime, deve ser</p><p>gerado um FAEP de Comparecimento, inserindo o número do REDS, e o cadastro dos</p><p>vestígios deve ser realizado dentro do procedimento de laudo gerado.</p><p>Nas hipóteses de saída do material da PCMG (à exceção de auto de depósito e</p><p>restituição) ou inserção do material em custódia prolongada (contraprovas, por</p><p>exemplo), considerando que o sistema PCnet ainda não prevê a finalidade “descarte”</p><p>e que o material atualmente continua constando sob custódia do último servidor que</p><p>teve a posse, sugere-se que seja selecionado novamente “sob custódia” e selecionada</p><p>a finalidade “guarda” e a informação da destinação do bem, mantendo-se a descrição</p><p>original do bem na sequência, como exemplos:</p><p>▪ DESTRUÍDO em DD/MM/AAAA, CONFORME AUTORIZAÇÃO JUDICIAL X – fogo</p><p>de artifício;</p><p>▪ ENTREGUE AO MPMG EM DD/MM/AAAA, CONFORME SOLICITAÇÃO DO OFÍCIO</p><p>Y – Chave de fenda;</p><p>▪ ENTREGUE À PMMG EM DD/MM/AAAA - SGTO NORONHA - MATRÍCULA 333333 -</p><p>Uma faca da marca Tramontina;</p><p>▪ MATERIAL CONSUMIDO DURANTE OS EXAMES PERICIAIS;</p><p>▪ MATERIAL CUSTODIADO EM (inserir localizador).</p><p>42</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Em seu cotidiano operacional, todos os agentes da segurança pública se deparam com</p><p>inúmeras situações que demandam o conhecimento acerca da cadeia de custódia das</p><p>provas e da legislação que a disciplina.</p><p>Nesse sentido, a ação dos encarregados da aplicação da lei deve desenvolver-se</p><p>dentro dos estritos limites legais, que estão associados às necessidades e aspirações</p><p>da população, o que assegura a legitimidade das ações.</p><p>O presente manual tem por objetivo esclarecer e padronizar procedimentos</p><p>relativos à realização das ações inseridas na cadeia de custódia das provas, de</p><p>maneira a permitir que o aplicador da lei do Estado de Minas Gerais esteja</p><p>capacitado para exercer as suas funções.</p><p>O trabalho conjunto de todas as carreiras envolvidas foi de grande importância para a</p><p>construção do presente manual, permitindo que a realidade de todas as instituições</p><p>envolvidas fosse contemplada.</p><p>Ressalta-se que as etapas da cadeia de custódia são complementares, de maneira que</p><p>o êxito no cumprimento da legislação está associado à boa execução de cada etapa,</p><p>contribuindo assim com a preservação do vestígio e a idoneidade da prova.</p><p>As informações trazidas aqui não esgotam as possibilidades e casuísticas que</p><p>envolvem as etapas da cadeia de custódia. Os trâmites e procedimentos a serem</p><p>adotados para a adequação ao que preconiza a lei estão em constantes estudos e</p><p>mudanças frente às necessidades de logística da Instituição e da Sociedade.</p><p>Assim, tem-se com o presente instrumento um norteador dos procedimentos de</p><p>custódia, visando preservar os vestígios e contribuir com a persecução penal, que</p><p>se pretende ser constantemente atualizado.</p><p>43</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. 1941. Código de Processo Penal Brasileiro. [Online] 03 de 10 de 1941. [Citado em: 16 de 10 de</p><p>2011]. .</p><p>_______. 2019. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019. Aperfeiçoa a legislação penal e processual</p><p>penal. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 24 de dez. 2019.</p><p>_______. Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Portaria nº 82, de 16 de julho de 2014.</p><p>Estabelece as Diretrizes sobre os procedimentos a serem observados no tocante à cadeia de custódia</p><p>de vestígios. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, 18 jul.</p><p>2014, Seção 1, p.42.</p><p>_______. Ministério da Justiça. Cadeia de Custódia. [Brasília], [2020]. Não paginado.</p><p>GARCIA. T.M, RÉGIS, J. C. Local do crime: A preservação e o isolamento e seus reflexos na persecução</p><p>penal. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina. Ano VII n. 12. p. 239-251, 2016.</p><p>INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS (Rio Grande do Sul). Cadeia de Custódia dos Vestígios Criminais: do</p><p>reconhecimento à entrega na Central de Custódia. [Porto Alegre], jul. 2020.</p><p>MARINHO, G. V. Cadeia de custódia da prova pericial: uma exigência no mundo contemporâneo.</p><p>SEGURANÇA JUSTIÇA E CIDADANIA, Brasília: Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), ano 6,</p><p>n. 9, p. 9-25, 2014.</p><p>MENEZES, I. A.; BORRI, L. A.; SOARES, R. J. A quebra da cadeia de custódia da prova e seus</p><p>desdobramentos no processo penal brasileiro.</p><p>Revista Brasileira de Direito Processual Penal, Porto Alegre, v. 4, n. 1, p. 277- 300, 2018.</p><p>United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC). (2010) Conscientização sobre o local de crime e as</p><p>evidências materiais em especial para pessoal não-forense. Nova Iorque. Disponível em:</p><p>Acesso em: 16 jul. 2020.</p><p>SOARES, Juliane Adélia. Procedimentos, técnicas e ferramentas forenses. 1º ed. São Paulo: Platos</p><p>Soluções Educacionais S. A., 2021. 44 p.</p><p>VASCONCELLOS, Flávia Armani; SILVINO JR., João Bosco. Apostila de Noções Básicas de Crimes Contra</p><p>a Vida. Acadepol 2013.</p><p>VELHO, J.A et al. Polícia científica: transformando vestígios em evidências à luz da cadeia de custódia.</p><p>Curitiba: Intersaberes, 2020.</p><p>VELHO, J. A.; COSTA, K. A.; DAMASCENO, C. T. M. Locais de Crime: Dos vestígios à dinâmica criminosa.</p><p>Campinas, SP: Millenium Editora, 2013, 574p.</p><p>Sistema de Comando em Operações - Guia de Campo. Marcos de Oliveira. Florianópolis: Ministério da</p><p>Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro</p><p>Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, 2010.</p><p>e tecnicamente fixados, mas sem a possibilidade</p><p>de serem coletados. São exemplos a mossa na parede; a deformação de alguma</p><p>estrutura; marcas de frenagem e sulcos no asfalto; publicações na internet e alguns</p><p>dados virtuais.</p><p>VESTÍGIOS RECOLHIDOS</p><p>São aqueles que foram identificados e tecnicamente fixados, sendo passíveis de serem</p><p>devidamente coletados, acondicionados, transportados, examinados e armazenados.</p><p>É fundamental reiterar que, para ser considerado vestígio, um material deve estar</p><p>relacionado à infração penal, possuindo utilidade e pertinência probatória no</p><p>processo penal.</p><p>Os vestígios servem para demonstrar a materialidade do crime, o modo ou o meio</p><p>como foi praticado, ou ainda para indicar a autoria. Para determinar se um material</p><p>arrecadado é um vestígio, devemos questionar qual informação relevante para a</p><p>investigação ele contém, ou seja, qual elemento da infração penal podemos provar por</p><p>meio dele.</p><p>O exame pericial tem como objetivo esclarecer e reconstituir todos os atos materiais</p><p>ocorridos no local dos fatos, sendo os vestígios elementos cruciais nesse processo.</p><p>É importante ressaltar que existem vestígios relacionados à infração penal e com valor</p><p>probatório que não necessitam de exame ou análise para auxiliar na elucidação das</p><p>circunstâncias ou autoria, sendo suficiente a constatação de sua existência, validada</p><p>por meio de registro documental.</p><p>8</p><p>É crucial observar os critérios objetivos que diferenciam os vestígios, que a Lei busca</p><p>proteger com o rigor da cadeia de custódia, de outros objetos que, embora possam se</p><p>relacionar ao evento/fato policial devido à sua situação ou localização, não possuem</p><p>valor probatório para a persecução penal. São exemplos: bens apreendidos e não</p><p>reclamados, pertences de vítimas ou autores, produtos do crime ou objetos</p><p>inicialmente relacionados ao delito, mas que posteriormente se comprova não terem</p><p>relação com sua materialidade.</p><p>A arrecadação/apreensão desses objetos é comum durante a investigação criminal,</p><p>mas apenas os caracterizados como vestígios devem ser armazenados nas Unidades</p><p>de Custódia.</p><p>É importante frisar que, em regra, apenas o que é considerado vestígio deve ser</p><p>apreendido e seguir os ritos da cadeia de custódia. Os demais objetos devem ser</p><p>tratados como exceção no ato de recolhimento/arrecadação/apreensão. Todos</p><p>os outros materiais arrecadados, mesmo não classificados como vestígios,</p><p>necessitam de um fluxo de tratamento e destinação específico e célere, para</p><p>orientação de todos os envolvidos no processo.</p><p>É fundamental reforçar que, se o material não se enquadrar no conceito de utilidade e</p><p>pertinência, não pode ser caracterizado como vestígio, tornando sua apreensão</p><p>injustificada.</p><p>Portanto, é necessária uma clara distinção conceitual entre o que é vestígio,</p><p>sujeito aos ritos da Cadeia de Custódia da Prova, e os demais objetos, que devem</p><p>seguir procedimentos específicos de destinação estabelecidos pela Instituição,</p><p>em conformidade com as legislações pertinentes.</p><p>9</p><p>Como determinar se um material é um vestígio?</p><p>Para ser classificado como vestígio, o material deve possuir valor probatório para o</p><p>caso específico, de acordo com a natureza da infração. Precisa contribuir para</p><p>esclarecer as circunstâncias, a motivação, provar a autoria ou a materialidade do</p><p>delito. O agente público responsável pelo reconhecimento deve identificar a utilidade</p><p>e a relevância do material para a ação proposta, respondendo à pergunta: "O que</p><p>queremos provar com este material?".</p><p>Se a resposta à pergunta anterior for objetiva e clara quanto à pertinência,</p><p>utilidade e intenção probatória do material, todos os protocolos da cadeia de</p><p>custódia devem ser aplicados, pois ele poderá ser classificado como vestígio pela</p><p>Autoridade Policial.</p><p>Materiais que, apesar de se relacionarem a um evento/fato policial devido à sua</p><p>situação ou localização, mas que não possuem utilidade e pertinência para a</p><p>comprovação do delito.</p><p>Aplicam-se aos vestígios todas as orientações contidas neste Manual, no Manual de</p><p>Requisições Periciais da Polícia Civil de Minas Gerais, nos Procedimentos</p><p>Operacionais da Perícia Oficial de Natureza Criminal da PCMG, no Manual de Bens</p><p>Apreendidos do Conselho Nacional de Justiça e em todas as normativas nele</p><p>referenciadas.</p><p>Quando o material for caracterizado como objeto e não como vestígio, não deve entrar</p><p>no fluxo da cadeia de custódia, nem ser apreendido ou relacionado como material</p><p>apreendido nos documentos pertinentes.</p><p>É importante ressaltar que a responsabilidade pela destinação dos objetos é</p><p>solidária entre as instituições de segurança pública do estado, que são</p><p>impactadas pelo transporte, acautelamento e guarda de um grande volume de</p><p>objetos sem interesse para a persecução penal. Assim, cada instituição deve,</p><p>conforme sua área de atuação, dar a destinação adequada aos objetos comuns.</p><p>Nesses casos, a instituição destinatária será responsável pela destinação final.</p><p>10</p><p>O quadro abaixo lista alguns objetos comuns em ocorrências policiais que, na maioria</p><p>dos casos, não possuem interesse probatório. Trata-se de uma lista exemplificativa,</p><p>não exaustiva nem taxativa, já que qualquer objeto pode, em determinadas</p><p>circunstâncias, ser caracterizado como vestígio.</p><p>TIPO DE OBJETO EXEMPLOS* ENCAMINHAMENTO SUGERIDO</p><p>ITEM 1</p><p>Acessórios pessoais pertencentes</p><p>aos envolvidos na ocorrência policial</p><p>Capacetes, bonés, mochilas,</p><p>bolsas, carteiras, lenços, vestes,</p><p>relógios, pulseiras, sapatos,</p><p>documentos pessoais, cartões</p><p>bancários, e assemelhados.</p><p>Não arrecadar e não relacionar em ocorrência como material. Devolver imediatamente</p><p>aos proprietários, familiares ou outro legalmente responsável.</p><p>Na impossibilidade de destinação imediata, as instituições respondem solidariamente</p><p>pela guarda e destinação final. Em último caso, o objeto deve acompanhar o envolvido</p><p>até a instituição responsável por sua guarda e destinação final.</p><p>Caso o objeto seja apresentado à Polícia Civil, a Autoridade Policial definirá pela sua</p><p>apreensão ou sua destinação cabível, ressaltando que somente os materiais</p><p>caracterizados como vestígios devem permanecer na custódia da Instituição.</p><p>ITEM 2</p><p>Importâncias monetárias</p><p>Dinheiro em espécie,</p><p>como cédulas e moedas.</p><p>Caso a posse ou as circunstâncias da arrecadação dos valores não sejam produtos ou</p><p>proveito do crime, estes não devem ser arrecadados nem relacionados em ocorrência</p><p>como material. Devolver aos proprietários, familiares ou outro legalmente responsável.</p><p>Caso a importância monetária seja apresentada à Polícia Civil, a Autoridade Policial</p><p>definirá pela sua apreensão e diligências cabíveis.</p><p>ITEM 3</p><p>Pertences de vítimas de acidente</p><p>de trânsito que estejam</p><p>dentro do veículo.</p><p>Malas, brinquedos,</p><p>calçados, objetos diversos.</p><p>Em caso de importância monetária, seguir o item 2</p><p>Não arrecadar e não relacionar em ocorrência como material. Devolver imediatamente</p><p>aos proprietários, familiares ou outro legalmente responsável.</p><p>Na impossibilidade de destinação imediata, as instituições respondem de forma</p><p>solidária. Em último caso, os objetos devem acompanhar o veículo até o Pátio de</p><p>Veículos Credenciado para posterior retirada pelos proprietários.</p><p>ITEM 4</p><p>Pertences de vítimas fatais</p><p>de crimes violentos.</p><p>Pertences pessoais que estejam</p><p>junto ao cadaver</p><p>(roupas, acessórios, joias e etc.)</p><p>Em caso de importância monetária, seguir o item 2</p><p>Se for aparelho celular, tratá-lo como vestígio</p><p>Documento de identificação: acondicionar em invólucro de segurança, individualmente,</p><p>e seguir com o cadáver.</p><p>Demais documentos e objetos pessoais: seguir o fluxo dos itens 2 ou 3. Na</p><p>impossibilidade de destinação imediata, acondicionar em invólucro de segurança e</p><p>seguir com o cadáver.</p><p>ITEM 5</p><p>Objetos diversos presentes em local</p><p>onde ocorre infração penal que não</p><p>possui um responsável legal</p><p>presente.</p><p>Móveis, eletrodomésticos,</p><p>ferramentas.</p><p>Não devem ser arrecadados nem relacionados em ocorrência como material. Devem</p><p>permanecer no local ou receber destinação específica e não relacionada com a Polícia</p><p>Civil.</p><p>ITEM 6</p><p>Objetos presentes em local onde</p><p>ocorre jogos de azar que não</p><p>caracterizam a ação em si.</p><p>Cadeira, mesa,</p><p>ar-condicionado, televisor.</p><p>Não devem ser arrecadados nem relacionados em ocorrência como material. Devem</p><p>permanecer no local ou receber destinação específica e não relacionada com a Polícia</p><p>Civil.</p><p>ITEM 7</p><p>Objetos presentes em local onde</p><p>ocorre o tráfico de drogas que não</p><p>caracterizam a ação em si.</p><p>Cadeira, mesa, ar-condicionado,</p><p>televisor, grampeador, tesoura,</p><p>bacia, liquidificador, batedeira,</p><p>luminária, faca, prato, plástico</p><p>filme, sacos de lixo, fita adesiva,</p><p>mochilas, bolsas e etc.</p><p>Não devem ser arrecadados nem relacionados em ocorrência como material. Devem</p><p>permanecer no local ou receber destinação específica e não relacionada com a Polícia</p><p>Civil.</p><p>11</p><p>É importante reiterar que, em situações específicas, mesmo os objetos listados na tabela podem ser classificados como vestígios.</p><p>O fluxograma a seguir apresenta uma proposta para o tratamento de materiais, classificando-os como vestígio ou objeto, conforme</p><p>o caso concreto.</p><p>Fluxo de materiais reconhecidos como vestígio e como objeto.</p><p>12</p><p>ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA</p><p>As etapas da cadeia de custódia da prova, definidas no artigo 158-B do Código de</p><p>Processo Penal e abordadas neste documento, iniciam-se com o reconhecimento e</p><p>culminam no descarte do material, passando pelas etapas intermediárias de</p><p>isolamento, fixação, coleta, acondicionamento, transporte, recebimento,</p><p>processamento e armazenamento.</p><p>Em conjunto, essas etapas visam garantir a integridade e a fidedignidade dos vestígios,</p><p>em conformidade com a lei, possibilitando a correta aplicação da cadeia de custódia.</p><p>I - Reconhecimento</p><p>Aduz o artigo 158 – B, I do código de Processo Penal: “O reconhecimento é o ato de</p><p>distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova</p><p>pericial”.</p><p>O reconhecimento preliminar dos vestígios é geralmente realizado pelos agentes</p><p>públicos que primeiro chegam ao local do crime, como policiais militares, civis,</p><p>bombeiros militares, guardas municipais, policiais federais, rodoviários, penais e</p><p>agentes de segurança socioeducativos, entre outros.</p><p>A legislação define o reconhecimento como a identificação de materiais/substâncias</p><p>potencialmente relevantes para a persecução penal, com o objetivo de direcioná-los</p><p>aos procedimentos adequados.</p><p>A análise do local de crime envolve técnicas e conhecimentos específicos da área de</p><p>segurança pública. É nesse momento que o agente identifica preliminarmente</p><p>materiais que possam ser considerados vestígios, seja pela sua localização ou pela</p><p>necessidade de exames periciais, para compor o conjunto probatório da ação</p><p>delituosa.</p><p>A realização do reconhecimento pode exigir, além do treinamento adequado do</p><p>profissional que atua na cena do crime, o uso de equipamentos que variam desde os</p><p>mais simples, como lanternas e lentes de aumento, até os mais sofisticados, como luz</p><p>forense e reagentes químicos.</p><p>13</p><p>O quadro a seguir apresenta orientações sobre os vestígios mais comuns em cenas de crime, adaptado do documento "Conscientização</p><p>sobre o local de crime e as evidências materiais em especial para pessoal não-forense" (UNODC, 2010) à realidade brasileira, com o objetivo</p><p>de auxiliar no reconhecimento dos principais vestígios potenciais.</p><p>Vestígios relevantes mais comuns em cenas de crime</p><p>TIPO DE VESTÍGIO INFORMAÇÕES OBTIDAS A PARTIR DE ANÁLISES FORENSES EXEMPLOS DE CASOS</p><p>Pós;</p><p>Líquidos;</p><p>Medicamentos; e</p><p>Vegetais</p><p>Materiais suspeitos que podem indicar</p><p>drogas ilícitas, substâncias tóxicas, etc. Detecção e identificação de drogas, precursores e substâncias tóxicas. Produção, tráfico ou abuso de drogas</p><p>Pós e líquidos que podem conter resíduos</p><p>de material explosivo.</p><p>Origem e causa do fogo ou explosão;</p><p>Detecção e identificação de resíduos de líquidos inflamáveis (acelerantes) ou</p><p>explosivos.</p><p>Terrorismo;</p><p>Danos à propriedade;</p><p>Homicídio;</p><p>Explosão acidental. Materiais Detonados e/ou</p><p>Deflagrados Incluem explosivos e resíduos de explosivos.</p><p>Escombros de incêndio</p><p>Substratos que potencialmente podem</p><p>conter resíduos de líquidos inflamáveis</p><p>(acelerantes).</p><p>Desastres naturais;</p><p>Incêndio acidental; e</p><p>Incêndio criminoso.</p><p>Padrões de queima;</p><p>Danos da explosão.</p><p>Terrorismo;</p><p>Explosão e/ou incêndio acidental;</p><p>Desastre natural;</p><p>Homicídio; e</p><p>Incêndio criminoso.</p><p>Fragmentos papiloscópicos</p><p>Podem identificar o indivíduo pelas papilas</p><p>dérmicas e/ou conter material suficiente</p><p>para análise de DNA</p><p>Identificação da pessoa doadora dos fragmentos papiloscópicos.</p><p>Todos os casos em que um objeto ou superfície pode ter sido</p><p>manuseado pelo suspeito. Ex.: Impressões digitais em pacotes de drogas.</p><p>Roubo</p><p>Furto Homicídios</p><p>Pegadas</p><p>Marca ou modelo de um calçado ou pneu;</p><p>Identificação de um calçado/pneu em particular como sendo a fonte da marca;</p><p>Estimativa da distância de frenagem (veículos); e</p><p>Reprodução simulada (“reconstituição”) do acidente de trânsito.</p><p>Roubo; e</p><p>Homicídio.</p><p>Marcas de pneus Acidente de trânsito; e</p><p>Atropelamento e fuga.</p><p>Material biológico (saliva,</p><p>sangue, sêmen, cabelo,</p><p>células epiteliais)</p><p>Podem conter material suficiente para uma</p><p>análise de DNA</p><p>Determinação do tipo de material biológico (ex.: sangue, saliva etc.);</p><p>Origem do material (ex.: humano ou animal);</p><p>Identificação da pessoa contribuidora do material biológico.</p><p>Crimes violentos;</p><p>Estupro;</p><p>Tráfico de pessoas: exploração sexual; e</p><p>Homicídio.</p><p>14</p><p>Restos mortais</p><p>Cadáver</p><p>Pode ser fonte de material para análise de</p><p>DNA</p><p>Identificação do cadáver;</p><p>Causa e forma da morte</p><p>Tempo decorrido após a morte.</p><p>Morte acidental;</p><p>Morte natural;</p><p>Feminicídio;</p><p>Homicídio;</p><p>Suicídio;</p><p>Desastre de massa;</p><p>Crime de guerra;</p><p>Desastre natural;</p><p>Terrorismo.</p><p>Ossos</p><p>Podem ser fonte de material para análise de</p><p>DNA.</p><p>Identificação do cadáver;</p><p>Espécie de origem dos ossos;</p><p>Determinação do sexo e idade da vítima.</p><p>Dentes</p><p>Podem ser fonte de material para análise de</p><p>DNA</p><p>Identificação do cadáver;</p><p>Estimativa da idade da vítima.</p><p>Dentes são particularmente úteis em casos envolvendo corpos</p><p>decompostos ou carbonizados</p><p>Marcas de mordidas Podem conter DNA da saliva do agressor Identificação da pessoa ou animal que originou a marca.</p><p>Homicídio;</p><p>Roubo;</p><p>Lesão corporal;</p><p>Violência doméstica.</p><p>Resíduos de tiro (pó negro) Partículas de pó negro podem ser resíduos</p><p>resultantes de tiro de arma de fogo.</p><p>Estimativa da distância entre a saída do cano da arma e o alvo;</p><p>Identificação do tipo de partículas.</p><p>Homicídio;</p><p>Feminicídio;</p><p>Suicídio com arma de fogo;</p><p>Outros eventos em que uma arma de fogo foi disparada.</p><p>Armas de fogo</p><p>Ferramentas</p><p>Informações gravadas: fabricante, número de série, país ou local de fabricação,</p><p>códigos, etc.;</p><p>Determinação da origem da arma de fogo: se de fabricante autorizado,</p><p>fabricação caseira ou modificação;</p><p>Verificação também de marcas de ferramentas e marcas em componentes de</p><p>munição, região obliterada ou número de série raspado.</p><p>Tráfico de armas;</p><p>Crime organizado;</p><p>Violência armada;</p><p>Homicídio.</p><p>Marcas de ferramentas;</p><p>Marcas em componentes de</p><p>munição.</p><p>Qualquer impressão, corte, amolgamento ou</p><p>abrasão causada por uma ferramenta,</p><p>incluindo marcas em projéteis e estojos de</p><p>cartuchos.</p><p>Tipo de ferramenta ou fabricante e modelo de uma arma de fogo;</p><p>Identificação da ferramenta ou arma de fogo como fonte da marca.</p><p>Violência armada;</p><p>Vandalismo;</p><p>Roubo;</p><p>Homicídio;</p><p>Suicídio com armas de fogo ou outras ferramentas;</p><p>Adulteração.</p><p>Região obliterada – Número</p><p>de série</p><p>(sobretudo em armas de fogo</p><p>ou motores)</p><p>Regiões obliteradas também podem ser</p><p>observadas em outros equipamentos, como</p><p>câmeras, computadores, equipamentos</p><p>ópticos ou eletro-ópticos;</p><p>Visualização da numeração de série ou logotipo obliterado</p><p>Veículos roubados;</p><p>Tráfico de armas de fogo;</p><p>Adulterações diversas.</p><p>Documentos</p><p>Documentos oficiais contêm elementos de</p><p>segurança na forma de tintas ou cores a</p><p>prova de cópia, inclusões e papel especial.</p><p>Máquina de escrever ou impressora fonte da informação escrita;</p><p>Autenticidade de um documento oficial;</p><p>Autor de textos manuscritos e assinaturas.</p><p>Carta suicida;</p><p>Testamento;</p><p>Fraude;</p><p>Documentos oficiais com elementos de segurança;</p><p>Crime organizado transnacional (travessia ilegal de fronteiras);</p><p>Roubo de identidade;</p><p>Tráfico de pessoas: imigração ilegal;</p><p>Falsificação de moeda;</p><p>Falsificação de documentos alfandegários.</p><p>Tecidos; Tipo e cores das roupas, tecidos ou vidro; Homicídio;</p><p>15</p><p>Pelos humanos ou de animais Marca e modelo de um carro (ex.: pintura veicular);</p><p>Direcionar a identificação da fonte de tal evidência e o tipo de atividade que</p><p>resultou na transferência do material;</p><p>Direção do impacto de uma fratura em um painel de vidro;</p><p>Veículo roubado (transferência cruzada entre roupas e o assento do carro)</p><p>Uso de tapete ou cobertor em caso de homicídio (transferência entre o cobertor</p><p>e o cadáver);</p><p>Contato violento (transferência cruzada entre várias peças de roupa).</p><p>Feminicídio;</p><p>Lesão corporal.</p><p>Fragmentos de tinta (de</p><p>tamanhos variados)</p><p>Atropelamento e fuga;</p><p>Acidente automobilístico;</p><p>Roubo (ex.: tinta na ferramenta usada para arrombar uma porta ou</p><p>carro);</p><p>Vandalismo.</p><p>Fragmentos de vidro</p><p>(de tamanhos variados)</p><p>Furto com transposição de obstáculo;</p><p>Atropelamento e fuga.</p><p>Equipamentos eletrônicos</p><p>como: computadores e</p><p>notebooks; assistentes</p><p>pessoais digitais (personal</p><p>digital assistant - PDA);</p><p>telefones celulares e</p><p>smartphones; câmeras</p><p>digitais; tablets; aparelhos de</p><p>GPS; faxes; dispositivos de</p><p>armazenamento (HD ou SSD</p><p>externo, pendrive, etc.) [...].</p><p>Recuperação de dados armazenados em discos rígidos ou outras mídias;</p><p>Recuperação de dados apagados;</p><p>Obter sequência de ações em um computador;</p><p>Natureza das informações recuperadas (ex.: conteúdo de exploração sexual</p><p>infantil);</p><p>Informação de localização a partir de dados de GPS.</p><p>Várias formas de tráfico em pessoas;</p><p>Crimes cibernéticos;</p><p>Exploração sexual infantil.</p><p>16</p><p>II – Isolamento</p><p>O isolamento, conforme o artigo 158-B, II, do Código de Processo Penal, é o ato de</p><p>evitar que se altere o estado das coisas, isolando e preservando o ambiente imediato,</p><p>mediato e relacionado aos vestígios e ao local de crime. Essa etapa é essencial para</p><p>preservar a prova e permitir uma análise e interpretação fidedignas da dinâmica dos</p><p>fatos.</p><p>O primeiro agente público a realizar o reconhecimento deve isolar e preservar o local</p><p>de crime até a chegada, análise e liberação pelos peritos criminais, sob pena de</p><p>incorrer no crime de fraude processual, conforme o artigo 158-C, §2º, do CPP.</p><p>Nos casos em que, por motivo justificado, a Perícia não comparecer, os agentes de</p><p>segurança pública responsáveis devem, após o isolamento e os registros pertinentes,</p><p>dar continuidade às etapas da cadeia de custódia, realizando a fixação, coleta e</p><p>acondicionamento dos possíveis vestígios para posterior encaminhamento.</p><p>O isolamento deve abranger todo o perímetro do local de crime, incluindo a área de</p><p>influência, além da custódia e proteção dos possíveis vestígios, antes e durante os</p><p>exames periciais.</p><p>Para melhor compreensão da área a ser isolada, é importante considerar os seguintes</p><p>conceitos:</p><p>LOCAL IMEDIATO</p><p>É toda coisa que possui uma função, que foi criada pelo homem para atender a um</p><p>objetivo. São exemplos de objetos um copo, uma faca, uma arma de fogo, uma peça</p><p>de automóvel, entre outros.</p><p>LOCAL MEDIATO</p><p>Espaço físico onde se deu a constatação do fato criminoso, ou seja, ponto inicial da</p><p>investigação criminal, em que, na maioria das vezes, estão concentrados os possíveis</p><p>vestígios.</p><p>LOCAL RELACIONADO</p><p>Espaço físico que apresenta vestígios relacionados ao fato investigado, porém não se</p><p>conecta geograficamente aos locais imediato e mediato.</p><p>17</p><p>As dimensões dos locais imediato e mediato podem variar, inclusive durante os</p><p>exames periciais e investigações. O ideal é que todos os vestígios estejam contidos no</p><p>local imediato. Um local imediato pode ter mais de um local relacionado.</p><p>Para garantir a melhor preservação dos vestígios isolados, a doutrina recomenda que</p><p>o isolamento abranja:</p><p>Perímetro de processamento, no qual os vestígios estarão concentrados e onde</p><p>serão realizados os trabalhos pertinentes pelos agentes da Segurança Pública e não é</p><p>permitida a entrada de qualquer pessoa que não atue profissionalmente no caso.</p><p>Perímetro de segurança, no qual evita-se a proximidade de curiosos e populares à</p><p>cena do crime, que podem comprometer a preservação dos vestígios e os trabalhos</p><p>desempenhados no local.</p><p>Delimitação do perímetro de processamento e do perímetro de segurança</p><p>É fundamental que o agente responsável pelo isolamento siga os protocolos</p><p>institucionais e considere as peculiaridades de cada local, pois a situação em que os</p><p>vestígios se encontram pode exigir ações específicas para sua preservação. Por</p><p>exemplo, vestígios expostos em locais abertos podem necessitar de proteção contra</p><p>as intempéries.</p><p>18</p><p>Para isso, os agentes devem realizar o atendimento de forma metódica e sequencial,</p><p>seguindo as seguintes orientações:</p><p>1. Evitar adentrar no local de crime, se não for necessário o socorro às vítimas. E quando</p><p>adentrar, deslocar-se preferencialmente em linha reta, com o menor trajeto possível;</p><p>2. Verificar o estado das vítimas no local e priorizar o socorro, quando necessário;</p><p>3. Avaliar as situações de perigo a que as pessoas no local estão expostas e contorná-las;</p><p>4. Realizar uma inspeção visual e identificar preliminarmente potenciais vestígios, a fim de</p><p>traçar um perímetro de isolamento adequado do local;</p><p>5. Evacuar o local, evitando a presença de populares que possam contaminar os possíveis</p><p>vestígios;</p><p>6. Realizar o isolamento com um perímetro de segurança para possibilitar os trabalhos dos</p><p>agentes, mantendo-se do lado de fora e impedindo que qualquer pessoa entre no</p><p>perímetro;</p><p>7. Estar preparado para a ampliação do perímetro caso eventos supervenientes tragam essa</p><p>necessidade;</p><p>8. Captar o máximo de informações possíveis no local que possam ser úteis à investigação;</p><p>9. Registrar quaisquer alterações perceptíveis e/ou necessárias na cena do crime (quando</p><p>do socorro das vítimas, por exemplo), dados das pessoas que tiveram acesso previamente</p><p>ao local e informar o fato aos peritos;</p><p>10. Não recolher possíveis vestígios do local (até mesmo as armas de fogo e munições) e</p><p>aguardar a Perícia para a realização dos trabalhos, salvo se extremamente necessário por</p><p>questões de segurança ou por risco de perda do vestígio;</p><p>11. Ações como cobertura de cadáver e marcação de vestígios NÃO devem acontecer, pois</p><p>caracterizam-se como alteração de local de crime.</p><p>Técnicas de isolamento de local de crime</p><p>Para um isolamento eficaz, o agente responsável deve ser proativo, ter recursos</p><p>disponíveis e conhecer os diferentes tipos de isolamento.</p><p>proatividade no isolamento do local implica buscar soluções e alternativas para</p><p>alcançar o melhor resultado possível no trabalho.</p><p>Em algumas situações, a proatividade e a presença dos agentes de segurança no local</p><p>serão suficientes para um isolamento mínimo.</p><p>Em muitas situações, serão necessários recursos para delimitar a área de exames e</p><p>implementar o isolamento adequado. Esses recursos podem ser os já existentes no</p><p>local, como portas, portões e cancelas, ou recursos adicionais, como cordas, arames,</p><p>cabos de aço, fitas zebradas, cones de sinalização, veículos ou até mesmo pessoas,</p><p>desde que devidamente orientadas.</p><p>19</p><p>Isolamento de local realizado apenas com a atitude proativa dos responsáveis</p><p>Isolamento utilizando cones de sinalização,</p><p>fita bicolor e veículo policial</p><p>A escolha do tipo de isolamento dependerá das características do local. Em locais com</p><p>pequena aglomeração de pessoas e sem riscos à equipe, o isolamento simples é</p><p>suficiente. Se o local oferecer risco à integridade da equipe, o isolamento de segurança</p><p>é o mais adequado. Em situações de grande aglomeração, com presença da mídia,</p><p>familiares da(s) vítima(s) e outros que possam perturbar o trabalho pericial, o</p><p>isolamento segmentado permitirá o controle da situação (VASCONCELLOS e SILVINO</p><p>JÚNIOR, 2013).</p><p>20</p><p>Isolamento simples</p><p>O isolamento simples (Figura 5) consiste na delimitação da área de trabalho da Perícia</p><p>Criminal. Essa área deve englobar todos os vestígios identificados, mantendo uma distância</p><p>segura entre o limite e o vestígio mais distante.</p><p>Isolamento simples, implementado com fitas bicolores.</p><p>Isolamento de segurança</p><p>O isolamento de segurança deve ser empregado em locais que ofereçam risco à integridade</p><p>física dos agentes, como locais com grande comoção social ou áreas com alto índice de</p><p>confrontos. Para garantir a segurança, deve-se criar uma faixa de segurança no entorno do</p><p>local, com o emprego de mais unidades policiais e armamento adequado, voltados para fora</p><p>do local e com atenção à fonte da ameaça. Os peritos devem utilizar coletes de proteção</p><p>balística (VASCONCELLOS e SILVINO JÚNIOR, 2013).</p><p>21</p><p>O isolamento de segurança também se aplica quando o local apresenta riscos devido à sua</p><p>topografia ou características específicas, visando proteger as pessoas no entorno. Nessa</p><p>situação, deve-se estabelecer uma área de segurança entre o local e a ameaça. Se houver</p><p>vestígios próximos à área de ameaça, o perito criminal deve utilizar equipamentos de</p><p>segurança adequados para alcançá-los. Caso não haja equipamentos ou a segurança não</p><p>possa ser garantida, os vestígios devem ser fotografados à distância (VASCONCELLOS e</p><p>SILVINO JÚNIOR, 2013).</p><p>Isolamento segmentado</p><p>O isolamento segmentado consiste na divisão da área de isolamento em áreas secundárias,</p><p>aplicado em eventos de grande proporção e repercussão, como desastres de massa, seguindo</p><p>o Sistema de Comando de Operações (SCO), originado na Brigada de Combate a Incêndios</p><p>Florestais do Canadá (CEDEC, 2008).</p><p>O SCO recomenda a organização da área afetada por uma situação crítica em diferentes zonas</p><p>de trabalho, para fins de coordenação das operações e controle dos recursos.</p><p>As zonas de trabalho são divididas em três áreas distintas:</p><p>Área quente ou área de exclusão</p><p>Local onde se produziram os efeitos do fenômeno causador da emergência e onde serão</p><p>desenvolvidas as atividades de maior risco e complexidade. Deve ser delimitada pela chamada</p><p>linha quente, com acesso restrito de pessoas.</p><p>Área morna</p><p>Local intermediário entre a área quente e área fria, propiciando uma área onde profissionais</p><p>envolvidos possam repassar orientações, trocar equipamentos, fazer verificações de segurança</p><p>e passar por procedimentos de descontaminação.</p><p>Área fria</p><p>Abriga as instalações e recursos que darão suporte às atividades da operação como um todo.</p><p>O uso de instalações padronizadas é uma das características básicas do SCO e representa um</p><p>instrumento essencial para a organização do espaço e das atividades de resposta a uma</p><p>emergência ou situação crítica.</p><p>Em desastres de massa, as forças de segurança devem isolar adequadamente as zonas de</p><p>trabalho e implementar as instalações padronizadas, garantindo a segurança da operação, o</p><p>socorro às vítimas e a custódia de vestígios e/ou segmentos corpóreos.</p><p>22</p><p>O SCO define instalações padronizadas para organizar o espaço e as atividades: Posto de</p><p>Comando (PC), Bases de Apoio (B), Acampamento (A), Centro de Informação ao Público (I),</p><p>Helibases (H) e Helipontos (H1). Também são definidas áreas padronizadas: Área de Espera (E)</p><p>e Área de Concentração de Vítimas (ACV).</p><p>Um exemplo de implementação do isolamento segmentado pode ser visualizado na figura a</p><p>seguir:</p><p>23</p><p>III – Fixação</p><p>A fixação, conforme o artigo 158-B, III, do CPP, é a descrição detalhada do vestígio</p><p>como ele se encontra no local de crime ou no corpo de delito, incluindo sua posição</p><p>na área de exames. Pode ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo</p><p>indispensável sua descrição no laudo pericial.</p><p>A fixação deve ser realizada pelos peritos criminais, individualmente, para cada vestígio</p><p>reconhecido no local de crime. Na impossibilidade de comparecimento da Perícia</p><p>Criminal ou em caso de alteração necessária da cena do crime, essa etapa será</p><p>realizada pelo agente público responsável pelo manuseio do possível vestígio.</p><p>Nesta etapa, os peritos utilizam registros fotográficos, audiovisuais, fotogrametria,</p><p>aerofotogrametria, mapas georreferenciados e croquis para demonstrar a distribuição</p><p>espacial dos vestígios na cena do crime, consolidando essas informações no laudo</p><p>pericial.</p><p>A fixação realizada por outros agentes de segurança pública que não o perito criminal</p><p>consiste na descrição textual do possível vestígio, complementada por vídeos e/ou</p><p>fotos, em documentos institucionais, como o REDS. Isso permite identificar a</p><p>localização e as condições em que os vestígios se encontravam, mesmo em caso de</p><p>alterações inevitáveis, como as relacionadas às intempéries ou à segurança dos</p><p>agentes, pessoas envolvidas e da comunidade.</p><p>IV – Coleta</p><p>Conforme o Código de Processo Penal, a coleta dos vestígios deve ser realizada</p><p>preferencialmente por perito oficial de natureza criminal, que os encaminhará à</p><p>Central de Custódia ou às unidades regionais, mesmo quando forem necessários</p><p>exames complementares. Isso se deve ao fato de que alguns tipos de perícias exigem</p><p>habilitações profissionais específicas, exclusivas dos peritos oficiais.</p><p>Na impossibilidade de comparecimento dos peritos criminais ao local de crime ou em</p><p>casos de necessidade de alteração da posição inicial dos vestígios, o agente público</p><p>responsável pela ocorrência realizará a coleta, seguindo as orientações deste manual.</p><p>A coleta deve ser justificada e documentada no REDS e na Ficha de Acompanhamento</p><p>de Vestígio, para evitar o enquadramento da conduta no §2º do art. 158-C do CPP.</p><p>24</p><p>A coleta deve garantir a otimização da análise posterior, minimizar (ou eliminar) o risco</p><p>de perda, degradação, contaminação ou alteração, e preservar a segurança e a</p><p>integridade do vestígio. Uma coleta inadequada pode destruir os vestígios,</p><p>inviabilizando sua análise e a produção da prova pericial.</p><p>É importante ressaltar que a coleta de objetos sem relação com a infração criminal</p><p>pode sobrecarregar as Unidades de Custódia e prejudicar a eficiência da investigação.</p><p>É fundamental coletar apenas materiais com potencial para serem caracterizados</p><p>como vestígios, respeitando a capacidade do sistema de recepção,</p><p>armazenamento e processamento. Essa cautela também se aplica à coleta de</p><p>vestígios presumidos em diligências investigativas fora do local do crime.</p><p>Os procedimentos de coleta devem garantir a representatividade do material e sua</p><p>posição na cena do crime, além de evitar a contaminação da amostra. O uso de EPIs</p><p>adequados é essencial para a segurança do agente e a integridade da amostra.</p><p>Dentre os procedimentos básicos a serem adotados na coleta, destacam-se:</p><p>▪ Sempre utilizar luvas, sendo recomendável a utilização de três pares (no caso de</p><p>luvas de látex), um sobre o outro, facilitando a troca do par de luvas superior,</p><p>utilizando luvas novas para a manipulação de cada vestígio quando houver risco de</p><p>contaminação cruzada, ou seja, de uma amostra contaminar a outra ou transposição</p><p>da própria impressão papilar;</p><p>▪ Registrar a localização dos pontos de coleta dos possíveis vestígios (fixar), por</p><p>meio de registro fotográfico e de pelo menos um ponto central com aparelho GPS, no</p><p>caso de os diferentes pontos de coleta estarem muito</p><p>próximos, verificando o erro</p><p>estimado de posição do equipamento na ocasião e registrando;</p><p>▪ Manusear com cuidado os possíveis vestígios, evitando pressão desnecessária</p><p>sobre eles, a fim de preservar as características e os elementos com os quais o material</p><p>foi encontrado;</p><p>▪ Redobrar a atenção ao iniciar o contato com o possível vestígio, a fim de evitar sua</p><p>contaminação com elementos do agente coletor</p><p>▪ Seguir a lógica de individualização do possível vestígio, evitando qualquer contato</p><p>entre eles e possíveis contaminações cruzadas;</p><p>▪ Nas situações em que houver necessidade de coleta emergencial (condições</p><p>climáticas extremas, riscos à segurança, impossibilidade documentada da presença</p><p>do perito no local para o seu processamento), o agente deverá relatar no Registro de</p><p>Evento de Defesa Social (REDS) o(s) material(is) coletado(s), atentando para a sua</p><p>fixação.</p><p>25</p><p>V – Acondicionamento</p><p>A fixação, conforme o artigo 158-B, III, do CPP, é a descrição detalhada do vestígio</p><p>como ele se encontra no local de crime ou no corpo de delito, incluindo sua posição</p><p>na área de exames. Pode ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo</p><p>indispensável sua descrição no laudo pericial.</p><p>O acondicionamento é definido no artigo 158 – B, V do CPP como: “procedimento por</p><p>meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo</p><p>com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com</p><p>anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento”.</p><p>Esta etapa relaciona-se com a coleta do possível vestígio; portanto, o</p><p>acondicionamento deverá ser feito preferencialmente pelo agente que efetuar a</p><p>coleta.</p><p>O CPP, em seu art. 158-D, determina que as características das embalagens de custódia</p><p>sejam dadas pela natureza do material, ou seja, irão variar de acordo com o tipo de</p><p>item a ser acondicionado.</p><p>As embalagens devem, ainda, possuir lacre de segurança, com numeração</p><p>individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio</p><p>durante o transporte e permitindo que seja identificada qualquer violação ou</p><p>tentativa de alteração nestas.</p><p>Para atender às exigências legais, e considerando os padrões internacionais, à exceção</p><p>de vestígios biológicos, vegetais e papiloscópicos, as embalagens plásticas com lacre</p><p>numerado, que permitam a visualização dos conteúdos, são as melhores opções,</p><p>porque permitem a visualização do aspecto geral do material encaminhado, sem a</p><p>necessidade de rompimento do respectivo lacre.</p><p>Recomenda-se a adoção de embalagens padronizadas, nos moldes das empregadas</p><p>pela Polícia Civil de Minas Gerais, para utilização pelos demais agentes públicos que</p><p>eventualmente coletarão os vestígios. Este procedimento visa, inclusive, facilitar os</p><p>processos de aquisição destes itens pelos órgãos cujos servidores utilizarão as</p><p>embalagens.</p><p>26</p><p>O quadro abaixo apresenta os principais tipos de vestígio e orientações para sua coleta</p><p>e acondicionamento.</p><p>TIPOS DE VESTÍGIO ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DE COLETA E ACONDICIONAMENTO</p><p>Biológicos</p><p>Amostras biológicas de indivíduos diferentes devem obrigatoriamente ser acondicionadas em invólucros diferentes.</p><p>Acondicionar as amostras biológicas secas em envelope de segurança de papel, com o intuito de evitar degradação. Caso não esteja</p><p>disponível, realizar o fechamento através da fita de segurança tipo VOID1 e, na sua ausência, fita adesiva e etiqueta numerada</p><p>autodestrutiva. No caso de utilização de fita adesiva, conferir se foi aposta em toda a extensão da abertura da embalagem, com</p><p>registros da assinatura e do número do MASP do responsável pelo acondicionamento, apostos, simultaneamente na embalagem e</p><p>na fita, com as demais informações de identificação.</p><p>Em caso de amostras biológicas úmidas, refrigerar.</p><p>Quando se tratar de material perecível ou que entre rapidamente em decomposição, refrigerar ou congelar. Inserir etiqueta de</p><p>identificação no invólucro de segurança contendo a inscrição “MATERIAL PERECÍVEL”.</p><p>Os materiais devem ser acondicionados, preferencialmente, em embalagens próprias e estéreis, conforme sua natureza.</p><p>Materiais contendo sangue e/ou matéria orgânica deverão conter etiquetas de identificação, que chamem a atenção para o perigo,</p><p>de acordo com a sua natureza, tais como “ATENÇÃO! PERIGO, SANGUE”, “MATERIAL ORGÂNICO”.</p><p>Espécimes vegetais ou da fauna relacionados aos crimes ambientais (orquídeas, bromélias e outras) devem ser tratados na forma</p><p>da legislação específica (v. art. 25 da Lei nº9.605/1998), devendo o exame pericial ser realizado o mais breve possível.</p><p>Material biológico que apresente umidade relativamente baixa, como animais empalhados ou vegetais, não serão recebidos em</p><p>embalagens plásticas, devendo ser acondicionados em embalagem de papel, se possível, ou individualizado por meio de etiqueta</p><p>ou lacre.</p><p>Maiores detalhes relacionados a cada tipo de amostra biológica podem ser consultados no Manual de coletas de evidência</p><p>biológicas, disponível para download na intranet da PCMG.</p><p>Armas Brancas</p><p>Manusear o vestígio pelas extremidades evitando pegar no corpo da arma branca com o intuito de preservar possíveis vestígios</p><p>biológicos e/ou papilares.</p><p>Suportes cujo interesse</p><p>seja no vestígio</p><p>Papiloscópico e/ou DNA</p><p>Manuseio feito com atenção redobrada para que não haja contato com a possível área de concentração do vestígio no suporte. Nos</p><p>casos em que serão realizados dois ou mais exames no mesmo suporte, seu encaminhamento deve respeitar a ordem de prioridade</p><p>dos exames, visando mínima perda de vestígios. Ex: 1) Exame papiloscópico; 2) Exame de DNA; 3) Exame balístico.</p><p>Mídias e discos tacógrafos Devem ser coletados e embalados primariamente em embalagens rígidas antes de serem introduzidos nos invólucros de segurança</p><p>Balísticos</p><p>No momento do acondicionamento, observar da seguinte forma:</p><p>- Armas: sempre individualizadas, independente da descrição do material no procedimento.</p><p>- Partes avulsas, integrantes das armas, tais como carregadores, bandoleiras, varetas de carregamento: deverão ser acondicionadas</p><p>no mesmo invólucro que a arma e ensejarão, juntamente com a arma a qual pertencem, uma única requisição de exame pericial de</p><p>eficiência e prestabilidade.</p><p>- Munições: para munições íntegras de calibres diferentes, poderão ser enviadas na mesma embalagem, caso tenham sido descritas</p><p>no mesmo material do procedimento. Se elas estiverem individualizadas no procedimento, acondicionar as munições de calibres</p><p>diferentes em embalagens diferentes.</p><p>Elementos de munição (estojos, projéteis, fragmentos): Devem manter a individualização conforme cadastro no procedimento.</p><p>As armas devem ser encaminhadas, via de regra, desmuniciadas e descarregadas.</p><p>As armas carregadas, municiadas ou alimentadas deverão conter etiqueta de identificação, “ATENÇÃO: ARMA CARREGADA”, visando</p><p>à segurança de todos.</p><p>As armas longas também deverão estar acondicionadas em invólucro de segurança. No entanto, caso não haja disponibilidade,</p><p>colocar etiqueta de identificação externa com os dados mínimos: número da requisição, descrição do material e o número da FAV.</p><p>O servidor deverá redobrar os cuidados no momento do encaminhamento de armas de antecarga. Sugere-se manipular a arma o</p><p>mínimo possível, tratando-a como um vestígio perigoso.</p><p>Eletrônicos Celulares, computadores, notebooks, tablets, pen drive, HD: devem ser coletados sempre de forma individualizada.</p><p>Documentos Devem ser coletados de forma individualizada conforme a titularidade dos mesmos</p><p>Jogos de azar</p><p>Os vestígios devem ser coletados e agrupados conforme a natureza.</p><p>As máquinas caça-níqueis devem ser envoltas por fita zebrada e/ou void, lacrados com etiqueta identificadora, contendo REDS,</p><p>PCnet, número de requisição.</p><p>https://extranet.pc.mg.gov.br/intranet/arquivoOrgao/downloadAnexo/631112</p><p>https://extranet.pc.mg.gov.br/intranet/arquivoOrgao/downloadAnexo/631112</p><p>27</p><p>Químicos</p><p>Materiais suspeitos de serem drogas (Portaria SVS/MS nº 344/1998), como ervas, pós, comprimidos, selos, inalantes, solventes,</p><p>medicamentos, cigarro eletrônico, etc., devem ser previamente amostrados durante a realização do exame preliminar de drogas de</p><p>abuso. Em caso de vegetais, os mesmos devem ser extraídos do suporte (vasos) e acondicionados em envelope de papel sem a terra.</p><p>Equipamentos/instrumentos como balanças, liquidificador, dichavador, faca, etc., com resquícios de material suspeito de ser droga</p><p>em que haja necessidade de identificar a substância impregnada, devem ser encaminhados para realização do exame preliminar de</p><p>drogas de abuso para a devida coleta do resquício pelo perito criminal, e posterior envio ao laboratório para realização do exame</p><p>definitivo.</p><p>No caso de bebidas envasadas e sabão em pó com suspeita de falsificação/adulteração deve ser encaminhada ao laboratório uma</p><p>unidade de cada tipo/marca apreendida, além do material de referência do mesmo tipo/marca e contemporâneo.</p><p>Vestes e anteparos, nos quais se pretende identificar a presença de resíduos provenientes de disparo de arma de fogo, devem ser</p><p>manuseados com cuidado e acondicionados individualmente, com a coleta dos resíduos realizada por perito criminal e posterior</p><p>envio ao laboratório.</p><p>Quando se tratar de material perecível ou que entre rapidamente em decomposição, o mesmo deverá ser resfriado ou congelado,</p><p>acondicionado em recipiente que o mantenha nesta condição até a entrega ao destino, com etiqueta no invólucro de segurança</p><p>com a inscrição “MATERIAL PERECÍVEL”.</p><p>Em caso de amostras líquidas, combustíveis, solventes, coletar em recipiente totalmente vedado, de forma a manter as</p><p>características do material e evitar vazamento, com etiqueta no invólucro de segurança com a inscrição “MATERIAL INFLAMÁVEL”.</p><p>Materiais contendo sangue e/ou matéria orgânica devem ter etiqueta no invólucro de segurança com a inscrição “PRESENÇA DE</p><p>SANGUE” e/ou “PRESENÇA DE MATERIAL ORGÂNICO”.</p><p>Caso haja suspeita de liberação de vapores tóxicos no material, conferir se a embalagem está totalmente vedada, com etiqueta no</p><p>invólucro de segurança com a inscrição, por exemplo, “CIANETO”, “MATERIAL TÓXICO” e/ou “VAPORES TÓXICOS”.</p><p>Artefatos pirotécnicos e</p><p>explosivos/inflamáveis</p><p>Devem ser coletados apenas artefatos explosivos industrializados que oferecem menor grau de periculosidade, tais como artefatos</p><p>pirotécnicos (fogos de artificio), emulsões encartuchadas intactas (grimpadas nas duas extremidades) e outros explosivos em</p><p>condições similares. Os referidos explosivos deverão ser acondicionados em invólucros transparentes, de forma a permitir a sua fácil</p><p>identificação.</p><p>Artefatos caseiros e explosivos escorvado não devem ser coletados. Estes objetos devem ser examinados no próprio local onde</p><p>forem apreendidos, com o apoio de técnicos na matéria, os quais cabem avaliar os riscos e proceder à possível inativação ou</p><p>explosão.</p><p>ATENÇÃO!. Todo material explosivo industrializado que sofreu alteração em sua forma original ou que foi encontrado em local de</p><p>crime, também é considerado artefato explosivo improvisado e não dever ser coletado.</p><p>Em caso de amostras líquidas, combustíveis e solventes, coletar em recipiente totalmente vedado, bem como inserir a etiqueta</p><p>“MATERIAL INFLAMÁVEL”.</p><p>Demais orientações técnicas sobre materiais explosivos foram publicadas internamente na PCMG.</p><p>Individualização do vestígio</p><p>A Lei nº 13.964/2019, ao definir o acondicionamento, determina que cada vestígio</p><p>coletado seja embalado individualmente.</p><p>Na prática, a individualização absoluta de todos os vestígios é onerosa e trabalhosa,</p><p>tornando sua aplicação impraticável. Portanto, após estudos de fluxos e impactos, é</p><p>possível acondicionar vestígios da mesma natureza conjuntamente, desde que</p><p>observadas as seguintes regras:</p><p>1. Não haja prejuízo quanto à contaminação cruzada;</p><p>2. Não haja prejuízo à sequência dos exames e guarda; e,</p><p>3. Que sigam o fluxo em conjunto até a destinação final.</p><p>28</p><p>O esquema a seguir ilustra o procedimento para individualização e correto acondicionamento de possíveis vestígios pelo agente de segurança.</p><p>Individualização dos possíveis vestígios</p><p>Coleta/</p><p>recebimento</p><p>de vestigíos</p><p>Coleta/</p><p>recebimento</p><p>de vestigíos</p><p>Vestigío</p><p>atraibuído a</p><p>diferentes</p><p>indivíduos</p><p>/Locais de</p><p>coleta</p><p>Individualização</p><p>dos vestigíos</p><p>por</p><p>indivíduo/Local</p><p>da coleta</p><p>Vestigío de</p><p>uma mesma</p><p>natureza</p><p>Individualização</p><p>conforme a</p><p>natureza</p><p>Parte do</p><p>vestigío</p><p>poderá</p><p>seguir</p><p>destinações</p><p>distintas</p><p>Individualização</p><p>O mapeamento</p><p>em conjunto pode</p><p>causar</p><p>contaminação</p><p>cruzada ou</p><p>oferecer risco</p><p>para a integridade</p><p>dos vestgíos</p><p>OIndividualização de</p><p>modo a evitar a</p><p>contaminação cruzada</p><p>a diminuir o risco para</p><p>a integralidade do</p><p>vestigío</p><p>SIM NÃO</p><p>NÃO SIM</p><p>SIM</p><p>NÃO</p><p>SIM</p><p>NÃO</p><p>SIM</p><p>29</p><p>Procedimentos básicos</p><p>▪ Acondicionar os vestígios em embalagens compatíveis com sua natureza,</p><p>garantindo a conservação das características necessárias aos exames periciais.</p><p>▪ Antes do acondicionamento, examinar as embalagens e lacres, verificando se</p><p>há defeitos de fabricação, descoloração, falta de numeração ou outras</p><p>características que comprometam seu uso. Se houver defeitos, devolver a</p><p>embalagem ao almoxarifado com um comunicado sobre a incorreção.</p><p>▪ Introduzir o vestígio na embalagem de forma a permitir o fechamento do lacre</p><p>sem criar tensão que possa comprometer o acondicionamento.</p><p>▪ Vestígios maiores, incompatíveis com os envelopes de segurança disponíveis,</p><p>devem ser acondicionados em caixa de papelão ou embalagem adequada.</p><p>Para evitar violação da embalagem ou contaminação cruzada durante o</p><p>acondicionamento e transporte, utilizar preferencialmente fita de segurança</p><p>tipo VOID ou, na sua ausência, fita adesiva. Se disponível, utilizar etiqueta</p><p>autodestrutiva com numeração; caso contrário, identificar a embalagem com</p><p>o número da FAV.</p><p>▪ Ao utilizar fita adesiva, aplicar em toda a extensão da abertura da embalagem,</p><p>registrando a assinatura, o número da matrícula e demais informações do</p><p>responsável pelo acondicionamento, tanto na embalagem quanto na fita.</p><p>▪ Para caixas ou envelopes sem numeração, seguir o procedimento de</p><p>fechamento descrito e utilizar etiqueta autodestrutiva com numeração, se</p><p>disponível. Caso contrário, identificar a embalagem com o número da FAV.</p><p>▪ Se o transporte nos moldes descritos puder causar o perecimento do vestígio,</p><p>o policial deve buscar informações sobre o acondicionamento adequado com</p><p>a unidade de Perícia Oficial da respectiva circunscrição.</p><p>▪ Vestígios com dimensões incompatíveis com qualquer tipo de embalagem</p><p>devem ser envoltos por fita zebrada e/ou VOID, e identificados com etiqueta</p><p>contendo o número da FAV correspondente.</p><p>▪ Materiais que, por sua natureza ou morfologia, apresentem risco físico,</p><p>químico, biológico, radioativo ou nuclear devem ter o tipo de risco registrado</p><p>na face externa da embalagem (exemplo: "Cuidado: material inflamável").</p><p>30</p><p>A Lei nº 13.964/2019, ao definir o acondicionamento, determina que cada vestígio</p><p>coletado seja embalado individualmente.</p><p>A legislação determina que o recipiente só poderá ser aberto pelo perito criminal</p><p>responsável pela análise ou, em casos justificados, por pessoa autorizada. Após cada</p><p>rompimento de lacre, devem ser registrados na Ficha de Acompanhamento do Vestígio</p><p>(FAV) o nome e a matrícula do responsável, a data, o local e a finalidade da abertura,</p><p>bem como as informações do novo lacre. O lacre/invólucro rompido deve ser</p><p>acondicionado no novo recipiente.</p><p>A Ficha de Acompanhamento de Vestígio deve estar sempre atualizada, conforme o</p><p>histórico do vestígio. Para servidores da Polícia Civil de Minas Gerais, a FAV deve ser</p><p>preenchida no Sistema PCnet, onde também se dará a transferência formal da posse</p><p>do vestígio, configurando a cadeia de responsabilidade. Para agentes públicos</p><p>externos à PCMG, enquanto</p><p>não houver um sistema integrado, a FAV deve acompanhar</p><p>fisicamente o vestígio.</p><p>Uso da fita VOID</p><p>31</p><p>VI – Transporte</p><p>O artigo 158-B do CPP define o transporte como: "ato de transferir o vestígio de um</p><p>local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos,</p><p>temperatura, monitoramento, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas</p><p>características originais, bem como o controle de sua posse".</p><p>O transporte será feito pelo agente que efetuar a coleta e o acondicionamento do</p><p>possível vestígio ou por outro agente para o qual a custódia tenha sido transferida e</p><p>registrada.</p><p>É importante considerar as condições de transporte quando a natureza dos</p><p>vestígios exige requisitos específicos, visando garantir a conservação de suas</p><p>características e evitar danos que os descaracterizem ou danifiquem. Alterações</p><p>de temperatura, umidade e a forma de acondicionamento podem impactar na</p><p>conservação dos vestígios, podendo levar à perda do seu valor probatório.</p><p>Assim, o transporte de vestígios biológicos deve seguir protocolos específicos da</p><p>Agência Nacional de Vigilância Sanitária e as orientações deste manual. Vestígios</p><p>sensíveis, como drogas, armas e explosivos, devido às suas repercussões legais e aos</p><p>riscos inerentes ao transporte, devem seguir rigorosamente as normativas</p><p>institucionais e a legislação vigente.</p><p>Para tanto, é necessário conhecer os tipos e subtipos de materiais que serão</p><p>transportados, estudar as formas de acondicionamento e a temperatura ideal de</p><p>transporte para a manutenção das características dos vestígios e, então, estabelecer o</p><p>tipo de embalagem ou equipamento adequado para o transporte via modal rodoviário</p><p>para cada espécie de vestígio acondicionado.</p><p>O transporte pode ocorrer:</p><p>▪ Do local do crime, onde o vestígio foi coletado, para a Unidade de Custódia;</p><p>▪ Do local do crime para as delegacias de polícia;</p><p>▪ Entre Unidades de Custódia;</p><p>▪ Das Unidades de Custódia para a Unidade Pericial.</p><p>Essa logística pode envolver o transporte dentro de uma mesma cidade, entre cidades</p><p>distintas e até mesmo entre estados, em casos específicos. As rotas podem abranger</p><p>deslocamentos curtos e rápidos ou viagens mais longas. Em qualquer situação, o</p><p>deslocamento deve ser planejado e realizado com cuidado pelo transportador.</p><p>32</p><p>VII – Recebimento</p><p>O artigo 158-B, VII, do CPP define o recebimento como: "ato formal de transferência da</p><p>posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes</p><p>ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de</p><p>origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do</p><p>exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu".</p><p>Ao receber a ocorrência na Delegacia por outras forças de segurança, deve-se deliberar</p><p>sobre a pertinência ou não da apreensão dos materiais encaminhados, cabendo ao</p><p>Delegado de Polícia definir pela apreensão somente do material vinculado à</p><p>ocorrência policial que apresente interesse para a investigação criminal.</p><p>Nesses casos, deve-se conferir o cadastro/descrição dos materiais a serem</p><p>apreendidos no REDS e, em casos de divergências e/ou não conformidades, solicitar</p><p>ao responsável pela entrega os ajustes necessários.</p><p>No caso de drogas de abuso da mesma natureza e do mesmo autor, orientar a correção</p><p>do REDS para que se juntem os materiais, independentemente da apresentação</p><p>desses materiais (Ex.: Maconha bucha, maconha cigarro, maconha porção).</p><p>Não serão apreendidos objetos sem o potencial de corroborar com a</p><p>demonstração da materialidade e autoria do delito, devendo ser retirados da</p><p>ocorrência ou recusados.</p><p>Os materiais arrecadados por outras forças de segurança e caracterizados como</p><p>vestígios pela Polícia Civil serão recebidos, apreendidos e posteriormente</p><p>encaminhados para as unidades de custódia durante o seu horário de funcionamento.</p><p>Em qualquer momento do recebimento do material, antes de proceder à transferência</p><p>de posse do vestígio, deverá ser feita a conferência dos campos da FAV, da integridade</p><p>do invólucro, do aspecto geral do material encaminhado, da requisição pericial</p><p>(quando houver) e de outros documentos imprescindíveis, como autorização judicial</p><p>no caso de celular ou Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), do laudo</p><p>preliminar no caso de exames definitivos de drogas de abuso e ofício dos órgãos</p><p>externos à PCMG no caso de FAEP, dentre outros.</p><p>Nas situações em que os materiais estejam acondicionados inadequadamente, com</p><p>informações incompletas ou desacompanhadas de documentação necessária, o</p><p>recebedor deve registrar os problemas no campo “observações” da Ficha de</p><p>Acompanhamento de Vestígio ao assumir a custódia.</p><p>33</p><p>Nos casos em que houver necessidade de exames periciais, o recebimento ensejará a</p><p>conferência da requisição pericial pela unidade de custódia e/ou unidade pericial.</p><p>Recomenda-se não receber o vestígio, justificadamente, nas seguintes situações:</p><p>▪ Se inexistir o lacre ou embalagem, nas situações em que são exigidos,</p><p>sem justificativa;</p><p>▪ Se o lacre ou a embalagem estiverem rompidos. Nesse caso, cabe ao</p><p>presidente do procedimento proceder à devida apuração acerca do</p><p>rompimento, com a formalização da situação e, se preciso, requisitar a</p><p>realização das perícias que julgar necessárias para constatação da</p><p>violação da embalagem;</p><p>▪ Se houver divergência quanto ao número do lacre e/ou descrição do</p><p>material em relação ao contido na Ficha de Acompanhamento do</p><p>Vestígio e/ou requisição pericial;</p><p>▪ Se o responsável pelo transporte não estiver relacionado na custódia</p><p>do material na FAV, não será recebido até que se façam as devidas</p><p>correções.</p><p>Dessa feita, estando o material em condições adequadas, o recebimento deverá ser</p><p>realizado para os encaminhamentos cabíveis (exames periciais, custódia, destinação).</p><p>VII – Processamento</p><p>Nos termos da definição trazida pelo artigo 159-B, VIII, do CPP, trata-se do "exame</p><p>pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às</p><p>suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado</p><p>desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito".</p><p>O processamento deverá ser feito pelo perito criminal responsável pelo exame</p><p>pericial, o qual aplicará a metodologia adequada para a análise do vestígio e</p><p>consignará no laudo pericial as informações obtidas.</p><p>Uma vez que o vestígio entra na Unidade Pericial, deve ser encaminhado para a etapa</p><p>de processamento o mais rapidamente possível, visando evitar perda ou degradação</p><p>do material. O processamento do vestígio dependerá de sua natureza, do tipo de</p><p>exame e do quantitativo da amostra. Pode demandar apenas alguns minutos ou até</p><p>34</p><p>mesmo dias, semanas ou meses. Para isso, será necessário, também, um local para o</p><p>seu armazenamento antes e depois da etapa de processamento.</p><p>Após realizado o exame pericial, o vestígio deverá ser devolvido à Unidade de</p><p>Custódia, onde, em regra, permanecerá até a etapa de descarte.</p><p>IX – Armazenamento</p><p>O armazenamento foi estabelecido no artigo 159-B, IX, do CPP como o "procedimento</p><p>referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado</p><p>para realização de contra perícia, descartado ou transportado, com vinculação ao</p><p>número do laudo correspondente".</p><p>O armazenamento dos vestígios será feito pelo servidor encarregado na Unidade de</p><p>Custódia.</p><p>Este local onde os vestígios serão armazenados é denominado "Central de Custódia",</p><p>previsto no CPP como se segue:</p><p>Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia</p><p>destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada</p><p>diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.</p><p>§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local</p><p>para</p><p>conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção,</p><p>a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e</p><p>apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio.</p><p>§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,</p><p>consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.</p><p>§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser</p><p>identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.</p><p>§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser</p><p>registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a</p><p>destinação, a data e horário da ação.</p><p>Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de</p><p>custódia, devendo nela permanecer.</p><p>35</p><p>Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de</p><p>armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar</p><p>as condições de depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento</p><p>do diretor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (BRASIL, 1941)</p><p>Considerando a grande extensão do estado de Minas Gerais, a logística para uma única</p><p>Central de Custódia seria muito onerosa e poderia comprometer a integridade das</p><p>provas mais sensíveis. Desta forma, além da Central de Custódia, há que se falar em</p><p>Unidades Regionais de Custódia (URC), junto às sedes das Seções Técnicas Regionais</p><p>de Criminalística (STRC).</p><p>O fluxo simplificado da cadeia de custódia no âmbito da Polícia Civil do Estado de</p><p>Minas Gerais encontra-se ilustrado a seguir.</p><p>LEGENDA</p><p>Posse transitória: Etapa em que o material está sob a guarda temporária de uma pessoa até o</p><p>encaminhamento para exame pericial ou custódia. Exemplo: material coletado pelo perito criminal em</p><p>local de crime, material no cartório da delegacia, entre outros.</p><p>Unidade Regional de Custódia: custódia do material até a destinação local, encaminhamento para a</p><p>realização de exame ou para a Central de Custódia na capital.</p><p>Central de Custódia: custódia permanente do material até o descarte. Localizada em Belo Horizonte.</p><p>Destinação: corresponde à etapa do descarte, tratamento do material após esgotamento do interesse</p><p>para a investigação e a devida autorização. Exemplo: restituição, destruição, doação, leilão etc.</p><p>36</p><p>X – Descarte</p><p>A última etapa da cadeia de custódia, estabelecida no artigo 159-B, X, do CPP, é o</p><p>descarte, definido como o "procedimento referente à liberação do vestígio,</p><p>respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial".</p><p>O descarte do vestígio deverá ser autorizado pelo delegado de polícia, diretamente,</p><p>nos casos cabíveis, ou mediante representação ao poder judiciário nas demais</p><p>situações. Portanto, o descarte refere-se à destinação do vestígio, que pode ser a</p><p>destruição, restituição, doação, leilão, etc.</p><p>Ressalta-se que os vestígios poderão ser mantidos sob custódia por muitos anos, por</p><p>exemplo, até que o caso seja julgado e todos os recursos processuais esgotados.</p><p>Nestas situações, uma política de armazenamento de longo prazo é importante e deve</p><p>ser elaborada, até que se proceda à etapa de descarte, quando o vestígio poderá,</p><p>finalmente, ser destinado. Entretanto, é importante frisar que a otimização do</p><p>procedimento de descarte é fundamental para a continuidade do armazenamento em</p><p>condições adequadas, evitando a lotação das Unidades de Custódia sem necessidade.</p><p>Dessa forma, deve-se priorizar que a destinação do material aconteça o mais rápido</p><p>possível.</p><p>Para tanto, no âmbito da Polícia Civil de Minas Gerais, existem peças próprias de</p><p>encaminhamento no sistema PCnet que a autoridade policial, titular do procedimento,</p><p>deve utilizar quando entender cabível, são elas:</p><p>TERMO DE RESTITUIÇÃO</p><p>Utilizada nos casos em que o material, já tendo atendido às demandas</p><p>necessárias ao inquérito, possa voltar à posse do proprietário.</p><p>AUTO DE DEPÓSITO</p><p>Utilizada nos casos em que a autoridade policial entender cabível, ocasião em</p><p>que a posse temporária do vestígio passa a um depositário.</p><p>Além dessas, estão em desenvolvimento, dentre outros:</p><p>▪ Auto de destruição</p><p>▪ Auto de incineração (exclusivo para drogas e insumos relacionados)</p><p>▪ Auto de consumo de material em exames periciais</p><p>37</p><p>Conforme Resolução nº 8.160/2021 do Chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, o descarte</p><p>na instituição dar-se-á da seguinte forma:</p><p>“Art. 8º O Delegado de Polícia, concluída a perícia, deve decidir sobre a viabilidade do</p><p>descarte do vestígio, nas hipóteses em que possuir atribuição para tanto, ou representar</p><p>sobre a medida ao juiz competente, antes de concluir o inquérito policial ou no prazo de</p><p>60 (sessenta) dias, o que ocorrer primeiro.</p><p>§ 1º – Considera-se descarte a liberação do vestígio com sua restituição, alienação,</p><p>perdimento, inutilização, venda em leilão, utilização por órgãos de segurança ou outra</p><p>medida específica prevista em lei.</p><p>§ 2º – Cabe ao Delegado de Polícia representar acerca do descarte do vestígio</p><p>armazenado quando o inquérito policial for arquivado e não houver manifestação</p><p>judicial a esse respeito.</p><p>§ 3º – Arquivado o inquérito policial ou encerrado o processo criminal relacionados a</p><p>crimes previstos na Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, sem manifestação judicial a</p><p>respeito do descarte das amostras guardadas para contraprova, deve ser</p><p>providenciada pelo Delegado de Polícia a imediata representação ao juiz para sua</p><p>destruição.</p><p>§ 4º – Concluída a perícia requisitada, nas hipóteses em que o Delegado de Polícia ou</p><p>Juiz de Direito decidir pela restituição ou depósito do objeto periciado, aquele</p><p>providenciará a retirada na Central de Custódia da PCMG ou na Unidade Regional de</p><p>Custódia, mediante registro na Ficha de Acompanhamento de Vestígio.”</p><p>As unidades de custódia deverão realizar o controle do inventário de vestígios</p><p>armazenados, mantendo diálogo permanente com as unidades policiais, de forma que</p><p>a destinação dos vestígios seja feita com a frequência necessária.</p><p>Após a devida autorização, a unidade de custódia dará continuidade aos</p><p>protocolos de destinação conforme sua competência e capacidade local,</p><p>excetuando-se as drogas de abuso, cuja responsabilidade recai sobre a Delegacia</p><p>competente. A Delegacia Regional deverá fornecer suporte às unidades de</p><p>custódia, sempre que estas solicitarem, para a efetivação da destinação.</p><p>Realizada a destinação de sua competência, a unidade deverá elaborar o Auto de</p><p>destruição, disponibilizando-o delegado de polícia competente.</p><p>38</p><p>A CADEIA DE CUSTÓDIA NO SISTEMA PCNET</p><p>No sistema PCnet, o usuário deve dar aceite do material que será apreendido, seguindo</p><p>as orientações do Manual de Utilização da Ficha de Acompanhamento de Vestígios</p><p>(FAV) no Sistema PCnet - Módulo Pericial e Módulo Policial, atentando-se para o</p><p>correto preenchimento dos dados:</p><p>▪ Número envelope de segurança ou descrição do invólucro e se houve ou não</p><p>rompimento de lacre;</p><p>▪ Verificar no módulo de Cadeia de Custódia se o item “coleta” está ou não</p><p>habilitado para preenchimento;</p><p>▪ Caso o item “coleta” esteja disponível para preenchimento, inserir a</p><p>informação “conforme REDS” nos campos “Endereço fato/coleta” e</p><p>“Localização do vestígio”;</p><p>▪ A FAV não deverá ser impressa para juntada aos autos ou aos objetos</p><p>apreendidos; sua impressão somente se dará em casos de comprovada</p><p>necessidade ou quando demandada pela Autoridade requisitante.</p><p>No caso em que o material for recebido na unidade policial diretamente de terceiros</p><p>(vítima, investigado, testemunha etc.), realizar o cadastro do material no procedimento</p><p>policial e em seguida preencher a FAV inserindo no item “coleta” a expressão</p><p>“Apresentado por (inserir</p>

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