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80 EMÍLIA VIOTTI DA COSTA
Ainda em nome da ordem, José Bonifácio perseguiu a “So-
ciedade Patriótica”,41 fundada em Pernambuco, mandando sair
Cipriano José Barata, elemento tido na época como radical,42 e
enviando a Pernambuco Felipe Neri Ferreira, com a missão de
manter a tranqüilidade na província, realizar a reunião dos par-
tidos em prol da Independência nacional, “repelir as sedições
demagógicas”, consolidar com firmeza a monarquia brasileira, e
identificar as sociedades secretas regidas por “princípios
carbonários”.43 Determinaria ainda às Juntas Governativas que
procedessem a devassas sobre “anarquistas e demagogos”, fazen-
do saber às autoridades subalternas que não deveriam admitir
discussões às ordens legais recebidas do imperador.44
No diálogo dos liberais, assumira a perspectiva conservado-
ra. Não se deve, entretanto, superestimar a divergência que o
separa dos elementos tidos como liberais, nem muito menos ver,
nestes últimos, democratas, os representantes do povo. Anali-
sando o diálogo dos Constituintes pode-se perceber que o tom
geral é substancialmente o mesmo no que diz respeito à idéia de
uma possível revolução que alterasse profundamente a ordem
social e econômica existente. Divergiam apenas a propósito da
delimitação do poder executivo e da definição do alcance das
medidas liberais, tais como a liberdade de imprensa, a anistia
dos presos políticos, a liberdade de culto. A Constituinte, na sua
obra frustrada pela dissolução decretada pelo imperador em no-
vembro de 1823, sequer chegaria a tratar da questão dos escra-
vos. O horror à “democracia” é evidente não apenas entre os
mais conservadores, mas mesmo entre os mais radicais que to-
mavam parte na Constituinte falando em nome do povo. As
palavras de Muniz Tavares, antigo revolucionário de 1817, pro-
nunciadas na sessão de 21 de maio de 1823,45 poderiam definir o
pensamento da maioria, pensamento que era também o de José
Bonifácio: “Causa-me horror só o ouvir falar em revolução” e,
citando um “célebre político dos nossos tempos”, afirmava: “odeio
41 Mss. Arquivo Nacional, Cx.309, doc.139.
42 Ibidem, doc.148.
43 Ibidem, Cx.753.
44 Ibidem.
45 Anais da Assembléia Constituinte, 1823, tomo 1, p.90.
DA MONARQUIA À REPÚBLICA 81
cordialmente as revoluções e odeio-as porque amo a liberdade e
o fruto ordinário das revoluções é sempre uma devastadora anar-
quia ou um despotismo militar crudelíssimo”.46 “Nas reformas
deve haver muita prudência ... Nada se deve fazer aos saltos,
mas tudo por graus como obra a natureza”, dizia José Bonifácio
em uma de suas notas. Em outra, afirmava: “Nunca fui nem serei
Realista puro, mas nem por isso me alistarei jamais debaixo das
esfarrapadas bandeiras da suja e caótica democracia. A minha
Constituição não é a sua, e serei sempre o que quiserem, contanto
que não seja o que eles são: nem corcunda, nem descamisado”.47
A desconfiança em relação ao povo era tão generalizada na
Assembléia, que mesmo Henriques de Rezende, antigo revolu-
cionário de 1817, acusado ainda em 1823 de republicanismo,
fazia questão de declarar-se “inimigo da democracia”.48
Para José Bonifácio, como para Antônio Carlos e Martim
Francisco, a causa do Brasil era a causa da monarquia: “a única
capaz de segurar o país” nas bordas do abismo das revoluções a
que tendiam os “loucos inovadores”. Andrada Machado veria
no soberano “a razão social, coleção das razões individuais” e no
povo “o corpo que obedece à razão”.49 A partir daí estabeleceria
uma distinção entre o povo (os súditos) e a nação (o soberano e
os súditos), pretendendo que em vez da expressão “soberania do
povo”, que lhe parecia dar margem a confusão e equívocos, se
utilizasse a expressão “soberania da nação”.
Ao povo se atribuía a disposição à turbulência e à ignorân-
cia. O povo, passando de repente da escravidão para a liberdade,
dizia Carneiro de Campos na Assembléia, “não soubera tomar
esta palavra no seu verdadeiro sentido”; “Falara-se que o ‘povo
era soberano’ e se entendera que cada cidade ou vila podia exer-
cer atribuições de soberania. Falara-se que chegara a época da
nossa regeneração” e julgara-se que “isso queria dizer que tudo
devia ir abaixo”; concluía afirmando que o povo “é sempre falto
de luzes, vai na boa-fé que lhe pregam os mal intencionados que
46 Ibidem, p.90.
47 Venâncio Neiva, Resumo biográfico de José Bonifácio de Andrada e Silva, o
Patriarca da Independência do Brasil. Rio de Janeiro: Pongetti, 1938, p.249.
48 Anais da Assembléia Constituinte, 1823, tomo 1, p.94.
49 Ibidem, p.27.
82 EMÍLIA VIOTTI DA COSTA
o desencaminha (sic) para seus fins particulares”. Ficavam assim
claramente marcados os limites do liberalismo. De pouco vale-
ria o aparte de Cruz Gouveia – chamando atenção para o fato de
que o povo, no qual não se tinha confiança, era aquele mesmo
povo que fora soberano, tanto por ocasião dos movimentos da
Praça do Comércio, quando se exigira de D. João VI o juramento
da Constituição, quanto posteriormente, quando se escolhera
D. Pedro como líder.50 A maioria da Assembléia assumiria em
relação ao princípio da soberania do povo a perspectiva restrita
do ideólogo francês Benjamin Constant, separando soberania
da nação, do poder, identificados em Rousseau, dando ao con-
ceito de soberania da nação uma interpretação toda particular
como o fez Andrada Machado. Para a maioria, os direitos natu-
rais seriam segurança pessoal, liberdade individual, propriedade;
a igualdade concebida como igualdade de jure, mas não de fato.
Identificando a liberdade à ordem, a vontade geral do povo à da
monarquia, a soberania do povo à soberania da nação, entendi-
da às vezes como a reunião dos súditos e do soberano, no qual
este é a cabeça e a nação o corpo que obedece, a maioria dos
deputados optaria por uma solução monárquica constitucional,
baseada na representação popular fundada em critério censitário,
da qual ficaria excluída a maioria da população, composta de
escravos, “moradores” e agregados de fazenda. Já nas instruções
a que se refere o decreto para eleições em junho de 1822 ficara
bem clara pelo artigo 8 a exclusão do direito de voto aos que
recebiam salários ou soldadas por qualquer meio que fosse.51 Era
o ponto de vista de José Bonifácio. O Tamoio, jornal que servia
de porta-voz dos Andradas, manifestava-se contrário ao sufrágio
universal, considerando que a “bondade da representação nacio-
nal não será nunca a generalidade, mas sim a boa escolha”.52 A
50 Ibidem, p.120, 121.
51 “São excluídos do voto todos aqueles que receberam salários ou soldadas,
por qualquer modo que seja. Não são compreendidos nesta regra unica-
mente os guarda-livros e primeiros caixeiros das casas de comércio, os
criados da Casa Real que não forem de galão branco e os administradores
de fazendas rurais e fábricas” (Edgard de Cerqueira Falcão, op. cit., v.II,
p.256).
52 Tamoio, introdução de Caio Prado Jr., Rio de Janeiro, Zélio Valverde,
1944, p.118, 23 de outubro de 1823.
DA MONARQUIA À REPÚBLICA 83
tal ponto chegaria a restrição à qualificação de eleitores que um
deputado chegou a ser eleito por Pernambuco, uma das provín-
cias mais populosas, pelo voto de 169 pessoas,53 o que fez supor
que não seria muito superior o número de votantes em outras
províncias.
Mantinha-se intacto o regime escravista. Tratava-se de or-
ganizar o país segundo as normas liberais divulgadas pela Revo-
lução Francesa sem alterar, no entanto, a estrutura econômica e
social, sem pôr em risco as relações de dominação tradicional-
mente vigentes na sociedade. Não estava nas intenções destes
“revolucionários” realizar as aspirações de outras camadas da
população, pois o objetivo fundamental era emancipar o país do
jugo colonial, isto é, da subordinação à metrópole e das restri-
ções que prejudicavam o desenvolvimento do livre-comércio e
marginalizavam os elementos nacionais em favor dos portugue-
ses. Esperava-se que o soberano governasse em nome do povo e
em nome do soberano governassem as oligarquias.
O conflito entre esses poderes é o conflito fundamental do
primeiro reinado, iniciando-seem 1823 com a dissolução da
Constituinte: vitória do imperador, e terminando com a Abdi-
cação: vitória das oligarquias, em 7 de abril de 1831.
José Bonifácio, que se antagonizara com os “radicais”, per-
deria também rapidamente o apoio dos proprietários de terras e
dos altos comerciantes. O desprezo pelos títulos de nobreza, o
anticlericalismo e a atitude de livre-pensador, as idéias avança-
das para o tempo e o país, relativas à mulher, e principalmente
sua opinião favorável à emancipação dos escravos alijariam o
apoio dos grupos conservadores. “Por que motivo as mulheres
devem obedecer às leis feitas sem sua participação e consenti-
mento?”,54 escrevia numa de suas notas, opinião que, se divulgada,
teria certamente provocado escândalo na sociedade tipicamen-
te patriarcal que era a do Brasil na época.
Em matéria de religião, defendia uma posição liberal, advo-
gando liberdade de culto, colocando-se nessa questão ao lado de
liberais, Vergueiro, Custódio Dias e outros, assumindo posição
oposta à de Muniz Tavares, Silva Lisboa e Azeredo Coutinho,
53 Anais da Assembléia Constituinte, 1823, tomo 1, p.33.
54 Mss. Museu Paulista, doc.242.
 
 
O fragmento acima expressa UMA visão do mundo do trabalho nas décadas de 1930/1940 no Brasil. 
Neste sentido, podemos afirmar que o fragmento acima sugere 
 
 
 
a) o investimento do Governo Vargas em melhorias significativas para os trabalhadores, 
contrariando os interesses das elites econômicas brasileiras. 
 
b) a dificuldade do estado Getulista em promover o controle da classe trabalhadora, apesar de 
garantir-lhe certos direitos. 
c) o estímulo ao assistencialismo do governo federal em relação aos trabalhadores e também aos 
seus sindicatos. 
d) as pressões sofridas pela classe trabalhadora através de seus sindicatos para que apoiassem 
Vargas, incondicionalmente. 
 
 
25 - (UFPA) 
 
A paráfrase do Credo católico, abaixo transcrita, expressa a visão dos poetas cordelistas em relação 
a Getúlio Vargas. 
 
 
“Creio em Getúlio Vargas, todo poderoso, criados das leis trabalhistas. Creio no Rio Grande do Sul e 
no seu filho, nosso patrono o qual foi concebido pela Revolução de 30 *...+”. 
 
(CURRAN, Mark. História do Brasil em Cordel São Paulo: Edusp, 2001. p. 128) 
 
 
 
Sobre a relação entre o poder e prestígio de Vargas e sua associação com a criação da CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho), referida no texto acima, é correto afirmar: 
 
 
a) A CLT tornou-se um marco ao estabelecer o salário-mínimo, férias, pensões, horas de trabalho, 
entre outras medidas, que implantram um programa de reforma social direcionado aos 
trabalhadores urbanos. 
 
b) O conteúdo das leis trabalhistas de inspiração fascista foi importante, pois estabeleceu direitos e 
garantias aos trabalhadores urbanos, inclusive permitiu que cada categoria negociasse em 
separado com os patrões, sem intermediação do Estado. 
 
 
c) O mundo do trabalho no Brasil, na década de 1930, foi beneficiado com a organização de leis 
que colocavam o capitalismo industrial subordinado aos interesses dos trabalhadores urbanos e 
rurais que usufruíam férias, pensões e outros benefícios sociais. 
 
d) A partir da Consolidação das Leis do Trabalho, os operários brasileiros, além de garantirem bons 
salários, conseguiram que o governo getulista concedesse ampla liberdade ao exercício da 
militância e da organização da classe trabalhadora. 
e) O Estado varguista, ao criar uma legislação trabalhista, não interferiu legalmente nas relações de 
trabalho cotidianas, mesmo que tenha definido a remuneração mínima e os procedimentos para 
a solução de disputas individuais e coletivas. 
 
 
26 - (UFPEL RS) 
 
Considere o seguinte pensamento sobre Getúlio Vargas, indicado no texto: 
 
 
 
“Extremamente interativo com seu tempo, Vargas percebia as tendências que conduziam as ações 
republicanas e, mesmo que por influência familiar, afinava-se com elas. Acredita-se que Vargas 
conhecia muito bem a filosofia positivista e que dela tenha incorporado algumas de suas 
concepções acerca de governo e poder. Inclina-se, assim como Comte, para a idéia de centralização 
governativa e de minimização das atribuições parlamentares”. 
 
SPALLONE, Luiz Leonardo L. A influência das filosofias de 
Augusto Comte e Saint-Simon no pensamento político de 
Getúlio Vargas [...]. Pelotas: UFPEL, 2007 [monografia]. 
 
 
 
 
As considerações grifadas no texto são melhor aplicáveis ao período 
 
 
 
a) do Governo Provisório (1930-1934). 
 
b) do Governo Constitucional (1934-1937). 
 
c) do mandato como Presidente do Estado do Rio Grande do Sul (1928-1930). 
 
d) do último Governo de Vargas (1951-1954). 
 
 
e) do Estado Novo (1937 – 1945). 
 
f) I.R. 
 
 
 
27 - (FGV) 
 
Havia uma certa combinação (…) de que, ao Manifesto dos mineiros, se seguiria um manifesto dos 
baianos, no mesmo sentido. Havia contatos com alguns elementos baianos, professores de direito, 
antigos deputados estaduais e federais, sobretudo mais moços, como Luís Viana Filho e Aliomar 
Baleeiro. Mas diante da represália do governo ao Manifesto dos mineiros, os baianos acharam que 
não valeria a pena sacrifício inútil. 
 
[Depoimento de Dario de Almeida Magalhães in Valentina da Rocha Lima 
 
(coordenação), Getúlio – uma história oral] 
 
 
 
O Manifesto dos Mineiros 
 
 
 
a) circulou clandestinamente a partir de novembro de 1935, em apoio aos militares 
desencadeadores da chamada Intentona Comunista. 
 
b) foi escrito em 1935 e publicado em 1937, defendia uma presença mais forte do Estado na 
atividade econômica e nos planos estratégicos. 
c) foi publicado em 1939, contou com o apoio de lideranças sindicais reformistas e defendia a 
imediata entrada do Brasil na guerra ao lado das forças aliadas. 
d) foi elaborado em 1941, por alguns interventores estaduais, como Adhemar de Barros, de São 
Paulo, e defendia a convocação de uma assembleia constituinte. 
e) foi construído e publicado no contexto do envolvimento do Brasil na Segunda Guerra, em 1943, 
e defendia a redemocratização do Brasil. 
 
 
28 - (UFT TO) 
 
A charge ilustra as manobras políticas utilizadas por Getúlio Vargas para se manter no poder. Na 
frase, Estou garantido pelas duas fortes “correntes....” há uma clara referência à ligação com as 
forças armadas e as oligarquias. Vargas usou essas distintas correntes, que o acompanhava desde a 
revolução de 1930, para continuar no poder até meados de 1940. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre a República Brasileira da era Vargas, leia atentamente as afirmativas abaixo: 
 
 
 
I. No Brasil de Vargas, a economia de guerra viria afetar profunda e especialmente os operários 
industriais. “Soldados, afinal somos todos, a serviço do Brasil”, proclamou Vargas no comício do 
1º de maio de 1942. A estratégia de militarização psicológica converteu toda uma classe de 
trabalhadores em soldados da Pátria. 
 
II. Dentre os estudiosos do Estado Novo há quem discuta, entre suas características bem 
acentuadas, o caráter democrático e descentralizador, e o cunho empreendedor do Estado no 
que se refere ao impulso industrializante. 
III. Os supostos benefícios ofertados pelo Estado criavam a ilusão de que, cooperando, os 
trabalhadores teriam finalmente atendidas as suas antigas aspirações de bem-estar social. A 
carteira profissional, instituída em março de 1932, através da lei 21.175, era agora trunfo dos 
operários, insistentemente lembrada pelos ideólogos do Estado Novo. 
 
IV. Em 1937, enquanto o regime preparava nos seus porões o Plano Cohen, a Igreja lançava uma 
Carta Pastoral aos católicos do país, toda ela centrada na luta contra o comunismo, abrindo 
legitimidade moral para o golpe. 
 
 
Assinale a sequência CORRETA: 
 
 
 
a) F, V, F, F

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