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DRENAGEM URBANA
AULA 01 - Introdução à Drenagem Urbana: conceitos, história 
e evolução da drenagem urbana
Universidade Federal de Pernambuco
Centro Acadêmico do Agreste
Núcleo de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
Professora Ma. Thais Silva
● Aula: segunda-feira (19h – 22h)
● Aula anterior a prova: dedicada à revisão dos assuntos
● Avaliação: composta por duas notas (1 prova individual e presencial, 1 projeto)
● Aulas dinâmicas, portanto, a participação dos alunos também faz parte da 
avalição.
● Frequência será computada.
● Dúvidas: thais.tainan@ufpe.br
Apresentação da disciplina
Águas urbanas
Desenvolvimento urbano acelerou-
se na segunda metade do século 
vinte, com grande concentração de 
população em pequenos espaços. 
Impacto nos ecossistemas 
Terrestre
Aquático
Atmosférico
Águas urbanas e a falta de controle do 
espaço urbano 
Falta de controle do espaço urbano 
▪ Efeito direto sobre as infraestruturas de água
Processo de 
urbanização
02
Falta de controle do espaço urbano 
O crescimento urbano tem sido realizado de forma insustentável,
com deterioração da qualidade de vida e do meio ambiente.
Esse processo é ainda mais significativo nos países em
desenvolvimento.
MAIORES CIDADES DO MUNDO POPULAÇÃO
Tóquio, Japão 37.339.804
Delhi, India 31.181.376
Xangai, China 27.795.702
São Paulo, Brasil 22.237.472
Cidade do México 21.918.936 Arch daily, 2021
Por que as megacidades são atrativas?
Critério para definir uma megacidade: regiões habitadas por mais
que 10 milhões de pessoas
Busca por oportunidades de trabalho - melhor qualidade de vida - etc.
População mundial deve crescer em 1,7 
bilhão nos próximos trinta anos
Mais da metade do crescimento 
populacional deve acontecer em apenas 
oito países
Impactos na 
infraestrutura urbana
02
Grande concentração populacional em 
pequenas áreas
Tende a maiores deficiências:
- No sistema de transporte
- Falta de abastecimento e saneamento
- Ar e água poluídos
- Frequentes inundações.
- Todas essas condições reduzem:
- As condições de saúde 
- Aumentam os riscos de impactos ambientais
Expansão e adensamento de periferias de 
forma descontrolada
Áreas desprovidas de serviços:
- Segurança
- infraestrutura tradicional de água, 
esgoto, drenagem, transporte e 
coleta de resíduos sólidos, 
Rocinha - vista aérea, Rio de Janeiro
Ocupação de áreas de interesse
ambiental de forma precária
A urbanização é espontânea e o 
planejamento urbano é realizado para as 
áreas da cidade ocupadas pela população 
de renda média e alta
Sem um 
planejamento do 
espaço
Ocupação sobre 
áreas de risco
Inundações, escorregamento, 
frequentes mortes durante o 
período chuvoso.
Mais de 3,9 milhões de brasileiros moram em 13.297 áreas de 
risco de deslizamentos e inundações no Brasil. (MME, 2023)
Fatores intervenientes
02
1. Déficit de emprego, baixa renda e pouco poder 
aquisitivo de moradia
- População carente tende a invadir áreas públicas ou a comprar áreas precárias 
para estabelecimento de edificações, sem infraestrutura da urbanização informal. 
- Formam-se, assim, as chamadas áreas de risco de inundação ou de deslizamento.
2. Crise econômica em geral 
3. Legislações equivocadas de controle do espaço urbano
4. Incapacidade do município de planejar e antecipar a
urbanização e investir no planejamento de espaços
seguros e adequados como base do desenvolvimento
urbano
O planejamento urbano é realizado, praticamente, para atender à 
cidade formal. Quanto à cidade informal, são analisadas apenas 
tendências de ocupação. Os principais problemas relacionados 
com a infraestrutura de água no ambiente urbano são os 
seguintes:
Os principais problemas relacionados 
com a infraestrutura de água no 
ambiente urbano
02
Falta de 
tratamento de 
esgoto
A maioria das cidades da 
região não possui tratamento 
de esgoto e lança os efluentes 
na rede de esgotamento pluvial, 
que escoa pelos rios urbanos
Falta de 
drenagem 
urbana
Algumas cidades desenvolveram 
redes de esgotamento sanitário, 
mas não implementaram a rede 
de drenagem urbana, sofrendo 
frequentes inundações com o 
aumento da impermeabilização
Inundação 
ribeirinha
Ocupação do leito de 
inundação ribeirinha, 
provocando frequentes 
inundações
Impermeabilização 
e canalização dos 
rios urbanos
Com aumento da vazão de 
cheia e de sua frequência; e 
aumento da carga de 
resíduos sólidos e da 
qualidade da água pluvial 
sobre os rios urbanos
Deterioração 
da qualidade 
da água
A falta de tratamento dos 
efluentes, criando potenciais 
riscos ao abastecimento da 
população, podem gerar riscos 
à saúde da população
Gestão e 
governança
Carência de uma gestão 
organizacional que integre o solo 
urbano a sua infraestrutura.
Sistemas hídricos urbanos 
02
Os principais sistemas relacionados com a água no 
meio ambiente urbano 
1. Mananciais de águas (superficiais). 
• Acumulam-se na superfície, escoam e dão origem a rios, riachos, lagoas e córregos;
• Os mananciais superficiais são os rios próximos às comunidades;
• A disponibilidade de água nesse sistema varia sazonalmente, ao longo dos anos;
• Algumas vezes a quantidade de água disponível não é suficiente para atender à demandas.
Rio Amazonas
Águas superficiais
29
Bacia do São Francisco
Os principais sistemas relacionados com a 
água no meio ambiente urbano 
1. Mananciais de águas (subterrâneas)
Os principais sistemas relacionados com a 
água no meio ambiente urbano 
3. Abastecimento de água
• O abastecimento de água envolve a utilização da água disponível no manancial;
• Esse sistema implica elevados investimentos, geralmente públicos, para garantir
água em quantidade e qualidade adequada.
Os principais sistemas relacionados com a 
água no meio ambiente urbano 
4. Saneamento de efluentes
• O saneamento de efluentes de esgoto sanitário é o sistema de coleta dos efluentes (residenciais,
comerciais e industriais);
• O despejo da água deve ser tratada para retornar ao corpo hídrico.
Os principais sistemas relacionados com a 
água no meio ambiente urbano 
4. Controle da drenagem urbana e das inundações ribeirinhas
A drenagem urbana consiste na rede de coleta da água (e de resíduos sólidos), que se origina da
precipitação sobre as superfícies urbanas, e no seu tratamento e no retorno aos rios. O gerenciamento
das inundações ribeirinhas trata de evitar que a população seja atingida pelas inundações naturais.
HISTÓRIA DOS SISTEMAS DE 
DRENAGEM PLUVIAL
Renaturalização do rio Cheonggyecheon em Seul – Coréia do Sul
Surgimento das 
civilizações
• A drenagem tornou-se um complemento da irrigação;
• Depois evoluiu para uma técnica com objetivos de recuperar 
grandes extensões de terrenos inundados (charcos, pântanos).
• Os antigos romanos, que começaram a construir estradas no 
século IV a. C., já entendiam os efeitos danosos da água sobre 
os pavimentos e procuravam manter as estradas acima do 
nível das áreas circunvizinhas. 
Civilização Persa - Qanat
Uma infraestrutura subterrânea 
capaz de recolher e canalizar a 
água da chuva de aquíferos e 
vales, transportando-a para as 
cidades. 
Construção de canalização de esgotos e drenagem 
a partir do ano 3.200 a.C (Vale do Rio Indo)
Construções mais famosa de drenagem da 
Antiguidade
Cloaca Máxima (Roma Antiga) em 
serviço até a época contemporânea. 
Cidades medievais
• Ocuparam espaços claramente definidos por muros, 
preenchidos por ruas, vielas, praças;
• A drenagem consistia de valas abertas nos leitos das ruas, 
frequentemente servindo como depósitos de lixo e dejetos .
• Escavavam poços dentro de suas casas próximas a fossas e 
esterco de animais, causando contaminação.
Idade moderna
• Nos Estados Unidos, as terras pantanosas da costa do 
Atlântico, as terras baixas próximas ao rio Sacramento, na 
Califórnia, e os pântanos meridionais dos Grandes Lagos, 
tornaram-se exemplos de regiões que foram transformadas 
em agricultáveis devidoa obras de drenagem.
Os diques naturais que margeiam o sistema Sacramento-
Feather River criam bacias de remanso de solos argilosos 
pesados ​​que sustentam fazendas de arroz e clubes de patos. 
(California Department of Water Resources, 2003)
Drenagem no Brasil
• As primeiras obras de drenagem no Brasil datam dos 
tempos em que Pernambuco foi governado (1637-1644) 
pelo príncipe holandês João Maurício de Nassau-Siegen 
(1604-1679);
• Adoção no Brasil do sistema separador absoluto (1912), 
(sistemas de esgotos sanitários projetados e construídos 
independentemente dos sistemas de drenagem pluvial);
• As cidades brasileiras apresentam obras de drenagem 
urbana insuficientes.
Drenagem no Brasil: questões a considerar 
• os problemas das enchentes nos municípios de médio e grande porte, agravam-se
com a falta de políticas responsáveis de urbanização;
• A ocupação urbana desordenada de fundos de vale e de várzeas dos cursos d'água
naturais sujeitas à inundação.
• Promoção de pré-aterramento das áreas de escoamento, desconsiderando-se os
cursos d’água, implicando posteriormente na necessidade de vultosos
investimentos na construção de obras de contensão e reservação temporária dos
elevados volumes de água.
• Ex: "piscinões" paulistanos
Drenagem no Brasil: questões a considerar 
Dos 51 piscinões da Região Metropolitana, 20 estão em São 
Paulo Capital.
OBRIGADA!
Alguma dúvida? 
thais.tainan@ufpe.br

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