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a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões cerebelares. Faz-se o exame de coordenação por meio de inúmeras provas, mas bastam as que se seguem: Prova dedo-nariz/índex nariz: Com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz - olhos abertos e, depois, fechados. Prova calcanhar-joelho: Na posição de decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho oposto com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de início de olhos abertos e depois fechados, “sensibiliza-se” a prova mediante o deslizamento do calcanhar pela crista tibial, após tocar o joelho. Prova movimentos alternados: Determina-se ao paciente que realize movimentos rápidos e alternados, tais como: abrir e fechar a mão, movimento de supinação e pronação, extensão e flexão dos pés. 5-MOTRICIDADE De três tipos são os atos motores: voluntário, involuntário e reflexo. Síndrome do neurônio superior e inferior - Voluntária: sistema motor voluntário que comanda os movimentos dos vários segmentos do corpo é representado pelos neurônios centrais ou superiores, situados no córtex frontal, precisamente na circunvolução pré-central, cujos axônios formam o fascículo corticospinal, também chamado piramidal, indo terminar em sinapse nos vários níveis medulares com os segundos neurônios motores. A motricidade voluntária é estuda por meio de duas técnicas, uma análise para a motricidade espontânea e avaliação da força muscular. • Espontânea: Solicita-se ao paciente executar uma série de movimentos, especialmente dos membros, tais como: abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé. Durante a execução desses movimentos, é importante observar se eles são realizados em toda a sua amplitude. • Força muscular: O paciente procura fazer os mesmos movimentos mencionados no exame da motricidade espontânea, só que, desta vez, com oposição aplicada pelo examinador. Nos casos de discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros, realizam-se as denominadas pro v as defic i tár i as (c on t ra a grav idade ), representadas pelas: - Provas de Barré - Prova de Mingazzini - Prova dos braços estendidos. O resultado do exame da força pode ser registrado da seguinte maneira: • Grau V: contração normal, vence a gravidade e resistência • Grau IV: contração boa, vence alguma resistência • Grau III: contração regular, vence a gravidade mas não a resistência • Grau II: contração fraca, não vence a gravidade • Grau I: esboço de contração muscular, contração visível ou palpável • Grau 0: contração nula, paralisia total (plégico). • Tônus muscular: É um estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos, tanto em repouso (tônus de postura), como em movimento (tônus de ação). O exame do tônus é realizado com o paciente deitado e em completo relaxamento muscular, obedecendo-se à seguinte técnica: Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 A. Inspeção- Verifica-se a existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do leito. B. Palpação das massas musculares: Averigua-se o grau de consistência muscular, a qual se mostra aumentada nas lesões motoras centrais e diminuída nas periféricas. C. Movimentos passivos: Imprimem-se movimentos naturais de flexão e extensão nos membros e observam-se: • Passividade: se há resistência (tônus aumentado) se a passividade está menor do que o normal (tônus diminuído). • Extensibilidade, isto é, se existe ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. Assim, na flexão da perna sobre a coxa, fala-se em diminuição do tônus quando o calcanhar toca a região glútea de modo fácil. D. Balanço passivo: Com as suas duas mãos, segura e balança o antebraço do paciente, observando se a mão movimenta-se de forma normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída (na hipertonia). O mesmo pode ser observado, aplicando-se a manobra nos membros inferiores, segurando a perna e observando o balanço dos pés. -Na hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada. -Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade aumentada. Observação: Lesões do neurônio motor superior→ causam aumento do tônus muscular, hiperatividade dos reflexos tendinosos e sinal de Babinski. Lesões do neurônio motor inferior→ produzem redução do tônus muscular, reflexos hipoativos, atrofia muscular e fasciculações. -Involuntário(distúrbios do movimento) Tão logo o paciente se ponha na presença do médico inicia-se a inspeção, incluindo a observação de movimentos involuntários, quando presentes. Cumpre destacar que alguns movimentos involuntários são contínuos e tornam-se logo evidentes, ao passo que outros ocorrem periodicamente ou em crises, dificultando seu reconhecimento. O s d i s t ú r b i o s d o m o v i m e n t o s ã o classificados em: hipocinéticos, caracterizados por pobreza e lentidão de movimentos, e hipercinéticos, em que há excesso de movimentos, não associados a fraqueza muscular e/ou espasticidade. Principais características dos transtornos do movimento: R e a ç õ e s M u s c u l a r e s Patológicas Antálgicas S i n a i s d e i r r i t a ç ã o meningorradicular: • Sinal de Kernig: Coxa e perna em ângulo reto. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. • Sinal de Brudzinski: Flexão Tremor: são oscilações rítmicas e regulares de um segmento do corpo, geradas por contrações alternadas de músculos agonistas e antagonistas. É o movimento involuntário mais prevalente. Compreende três tipos: de repouso, de ação (postural e cinético) e misto. Distonia: é uma síndrome composta de contrações musculares mantidas, que frequentemente causa movimentos repetitivos, e/ou torções, e/ou posturas anormais. São classificadas em: (a) focal, quando somente uma parte do corpo é acometida (cervical); (b) segmentar: quando duas partes contíguas são acometidas (cervical + membro superior); (c) multifocal, quando duas ou mais partes não contíguas são acometidas (cervical + membro inferior); (d) generalizada, quando afeta, no mínimo, os dois membros inferiores e qualquer outra parte do corpo. Coreia: caracteriza-se por movimentos arrítmicos, irregulares e rápidos. Os pacientes apresentam “impersistência motora” quando tentam manter a contração muscular. Podem ser hereditárias (doença de Huntington) ou adquiridas (coreia de Sydenham). Atetose: são movimentos sinuosos, lentos e contínuos, mais frequentes nas porções distais dos membros, adquirindo aspecto “serpentiante” ou tentacular. Pode ocorrer associada à coreia, constituindo a coreoatetose. Balismos: são movimentos bruscos, de grande amplitude, afetando, principalmente, os segmentos mais proximais dos membros superiores e inferiores. Assemelham-se a um “arremesso” quando nos membros superiores e ao “chute” quando nos membros inferiores.É mais comum unilateralmente (hemibalismo). Mioclonias: caracterizadas por abalos involuntários de um músculo ou grupo muscular, levando ao deslocamento súbito do segmento corporal. São breves, bruscos, semelhantes a “sacudidas” musculares, podendo afetar o tronco e a raiz dos membros. A mioclonia pode ser “positiva” quando há contração muscular e “negativa” quando há relaxamento muscular. Discinesia: apresenta caráter estereotipado dos movimentos de padrão mais ou menos semelhante e de forma contínua (exemplo: pronação/supinação da mão, careteamento com movimentos sucessivos dos lábios, língua com protrusão e retração). Estão, frequentemente, associadas à utilização crônica de medicamentos (exemplo: neurolépticos). Espasmo hemifacial: são movimentos breves, periódicos, dos músculosda hemiface inervados pelo facial. Os espasmos musculares podem ser clônicos, tônicos ou tônico-clônicos. Classificado como idiopático e secundário (exemplo: tumor do ângulo- ponto). Tiques: são caracterizados por movimentos breves, rápidos, irregulares e repetitivos, afetando qualquer parte do corpo. Podem ser suprimidos pela vontade do paciente. Os tiques são classificados em motores e vocais, simples e complexos. Pioram com o estresse e a ansiedade. Acatisia: incapacidade do indivíduo de manter-se quieto, sensação subjetiva de intranquilidade; o paciente sente alívio quando se move incessantemente (exemplo: sentar e levantar, cruzar e descruzar as pernas). A causa mais comum é medicamentosa (neurolépticos, como haloperidol, clorpromazina). Síndrome das pernas inquietas: sensação desagradável das pernas semelhantes a formigamento e queimação, quando a pessoa está em repouso e relaxa, principalmente à noite, melhorando ao movimentar- se. Síndrome da pessoa rígida: caracteriza-se pela contração muscular, dolorosa, da musculatura axial (dorsolombar, abdominal e cervical) e parte proximal dos membros. A marcha torna-se lenta, com dificuldade para virar-se, dando aspecto de “soldado de madeira”. Está relacionada a mecanismos autoimunes. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 passiva da nuca e flexão involuntária dos membros inferiores. • Rigidez de nuca Hipertonia: Estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca. Esta última situação é frequentemente encontrada na meningite e na hemorragia subaracnóidea. • Sinal de Lasègue: Com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação). 6-REFLEXOS 1-Superficiais Reflexo cutâneo-plantar: A excitação da planta do pé, em sua margem interna preferencialmente, no sentido póstero- a n t e r i o r, p rov o c a flexão plantar do hálux e d o s a r t e l h o s . Denomina-se o reflexo como cutâneo-plantar em flexão. A pesquisa deve ser realizada estando o paciente deitado e relaxado, utilizando-se uma espátula ou um objeto de ponta romba. O sinal de Babinski, que consiste na extensão lenta do hálux, é mais facilmente obtido quando se estimula a parte lateral da planta do pé e é indicativo de lesão piramidal. Reflexos cutâneo-abdominais:A estimulação cutânea, rápida, da parede abdominal, no sentido látero-medial, provoca Contração dos músculos abdominais ipsilaterais, causando desvio da linha alba e da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Distinguem-se os reflexos cutâneo- abdominais superior, médio e inferior, conforme a região estimulada (altura das regiões epigástrica, umbilical e hipogástrica, respectivamente). R e fl e x o c r e m a s t é r i c o : a estimulação do terço superior da face medial da coxa, estando o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos e em abdução, desencadeia a contração do cremaster e elevação do testículo ipsilateral. Reflexo anal: Contração do esfíncter a n a l e x t e r n o e m r e s p o s t a à estimulação cutânea da região perianal. 2-Profundos Na pesquisa dos reflexos miotáticos fásicos ou clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado. De rotina, são investigados os reflexos aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 7-SENSIBILIDADE Sensibilidade Superficial ou Exteroceptiva • Tátil: algodão seco, gaze ou pincel • Dolorosa: alfinete ou agulha de costura (romba) • Térmica: tubo com água quente (15°C) Sensibilidade Profunda ou Proprioceptiva: • Sensibilidade vibratória ou Palestesia: sensação vibratória com diapasão nas eminências ósseas. • A sensibilidade à pressão (barestesia) é verificada mediante compressão digital ou manual em qualquer parte do corpo, especialmente de massas musculares. • A cinético-postural ou artrocinética (batiestesia) é explorada deslocando-se suavemente qualquer segmento do corpo em várias direções (flexão, extensão). Em dado momento, fixa-se o segmento em uma deter minada pos ição, que deverá ser reconhecida pelo paciente. Para facilitar o exame, elegem-se algumas partes do corpo, como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. • A sensibilidade dolorosa profunda é avaliada mediante compressão moderada de massas muscu lares e tendões, o que, normalmente, não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis não sentem dor quando se faz compressão, mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos, como é o caso dos testículos. Sensibilidade de integração cortical • Estereognosia : É a capacidade de reconhecer a forma dos objetos pelo tato, sem o auxílio da visão. • Grafestesia: É a capacidade de reconhecer letras ou números desenhados na palma das mãos com um lápis ou um objeto de ponta romba, sem o auxílio da visão. • Discriminação Táctil Ou De Dois Pontos:Estimulação simultânea de dois pontos vizinhos, sem o auxílio da visão. TERMOS: ANESTESIA : É a perda de um tipo de sensibilidade. HIPOESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade diminuída a estimulação. HIPERESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade aumentada para estipulação. ANALGESIA : Perda da sensação dolorosa. PARESTESIAS : Percepção sensitiva sem estímulos externos de formigamento, dor, alfinetadas ou queimação. ALODÍNEA: Percepção de um estímulo não doloroso, como estímulo doloroso e de alta intensidade. DISESTESIA : Sensações dis torc idas e desagradáveis de estímulos normalmente inócuos. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 EXAME FÍSICO DOS MEMBROS INFERIORES QUADRIL 1-INSPEÇÃO 1.1- INSPEÇÃO ESTÁTICA • A inspeção deve ser r e a l i z a d a c o m o paciente descalço e desnudo e a maioria d o s g r u p a m e n t o s musculares exposta. D e v e m o s a v a l i a r p o s s í v e i s d e s v i o s posturais, contraturas, cicatrizes e hipotrofias. • D e v e - s e a v a l i a r também a altura dos ombros e as das cristas ilíacas para pesquisa de diferenças nos membros inferiores. 1.2-INSPEÇÃO DINÂMICA A inspeção dinâmica é feita por meio da movimentação passiva e da movimentação ativa. O paciente deve executar os movimentos de forma suave enquanto o examinador os compara aos movimentos do membro contralateral. Durante a inspeção dinâmica do quadril, analisa-se a amplitude de movimento do paciente, se há limitações ou não. 2-MOVIMENTOS 3-PALPAÇÃO Face anterior As estruturas ósseas a serem palpadas na face anterior são: espinha ilíaca anterossuperior, crista ilíaca, tubérculo ilíaco e tubérculo púbico. Face lateral A principal estrutura a ser palpada na face lateral é o trocânter maior. Para isso é necessário que o paciente esteja em decúbito lateral. Face posterior - Espinhas ilíacas posterossuperiores - Tuberosidade isquiática - Articulação sacroilíaca - Nervo ciático 4-MANOBRAS Teste de Trendelenburg: É feito e m a p o i o m o n o p o d á l i c o e avaliando-se o paciente de costas. Caracteriza-se pela queda do quadril para o lado oposto ao que está apoiado, devido à fraqueza da musculatura abdutora ipsilateral (glúteos). Te s t e d e T h o m a s : Posiciona- se o paciente em decúbito dorsal, e ambos os quadris têm de estar fletidos até o tronco. Pede-se ao paciente, então, que estenda o quadril a ser examinado, mantendo o outro fletido.O teste será positivo quando houver incapacidade de extensão total doquadril examinado ou se o paciente conseguir estender o quadril, no entanto à custa de movimentos compensatórios p e rc e b i d o s , t a i s c o m o acentuação da lordose lombar ou afastamento da coluna torácica em relação à mesa. Um método de avaliar a gravidade da contratura em flexão é a medição do ângulo formado entre o membro e a mesa de exame. Teste de Patrick FABERE: Durante a análise do teste o paciente mantém o membro do lado a ser avaliado com o quadril e o joelho fletidos e o p é s o b r e o j o e l h o contralateral. Uma mão do examinador fixa a pelve, Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 enquanto a outra pressiona o membro em busca de dor em região sacroilíaca. Teste de Lewis: Paciente é posicionado em decúbito lateral, na posição semi fetal. O examinador colocará a mão sobre a sacro-ilíaca e com a outra mão comprime o quadril. O teste é positivo caso haja dor irradiada para as nádegas Manobra de Meneu: é realizada na suspeita de sacroileite. Paciente em decúbito lateral com uma perna em flexão sendo segurado pelo paciente. A perna voltada para cima é segurada com as duas mãos do examinador, uma no joelho e a outra na nadega, sendo feita a extensão da perna. O exame é positivo se o paciente se queixa de dor em nadega. Manobra de Volkman: É usada para te s tar s a c ro i l í a c a s . C o m o paciente em decúbito dorsal, aplica-se força sobre as asas i l íacas p r o m o v e n d o a c o m p r e s s ã o d a s sacroilíacas. Em caso positivo, refere-se dor na topografia da sacroilíaca acometida. JOELHO 1-INSPEÇÃO 1.1- INSPEÇÃO ESTÁTICA A inspeção estática tem início com o paciente em pé, em posição anatômica de frente e perfil, e em seguida andando de frente e de costas para o examinador. Observam-se o alinhamento dos membros inferiores no mesmo plano (varo ou valgo) ou em dois (desvios torcionais), o alinhamento patelar, a presença de edema, derrame, equimoses e atrofias musculares (especialmente de quadríceps, vasto medial oblíquo, gastrocnêmico e tríceps sural). Devemos observar a marcha do p a c i e n t e , a h a b i l i d a d e d e deambular e a quantidade de desconforto (marcha antálgica) 1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA Essa inspeção deve avaliar o padrão de marcha, as assimetrias e a mobilidade patelar é importante visualizar a mobilidade da patela de extensão para flexão e examinar a lateralização da patela em total extensão. Se houver um movimento súbito de deslocamento lateral, resulta em sinal patológico conhecido por “sinal J”, presente na instabilidade patelofemoral. 2-MOVIMENTOS Extensão, flexão, rotação interna e rotação externa (passiva) 3-PALPAÇÃO Palpa-se a tuberosidade da tíbia, ligamento patelar, ápice da patela, patela, base da patela, tendão do quadríceps, região lateral e medial, inserção da pata de ganso, tubérculo de gerdy, região posterior. Palpamos a região posterior do joelho para verificar a presença de cistos. A palpação do grupo muscular é feita de maneira comparativa testando sua tonicidade quando solicitados à contração para comprimir a mão fechada do examinador colocada entre os joelhos. 4- MANOBRAS Meniscais Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 Teste de Appley: O paciente posiciona-se em decúbito prono com o joelho fletido a 90°. Aplica- se compressão axial no pé e rotação externa da perna até o ponto de angulação em que o paciente refira dor. A manobra deve ser repetida com a rotação da perna oposta e realizada novamente aplicando forma de distração ao invés de compressão. Dor ou estalidos nas linhas articulares na fase de compressão indicam lesão de menisco medial na rotação externa e lesão de menisco lateral na rotação interna. A contraprova da positividade do teste faz-se quando se repete a manobra aplicando força de distração, quando a dor desaparece ou diminui de intensidade. Teste de McMurray: D e s c r i t o p a r a a identificação das lesões dos cornos posteriores dos meniscos. Com o paciente deitado em p o s i ç ã o s u p i n a , o s quadris a 90o e os joelhos em flexão máxima, o examinador ao lado do joelho a ser examinado palpa as interlinhas articulares com uma das mãos e, com a outra, segura o pé do paciente, provocan- do movimentos de rotação interna e externa da perna, alternadamente. A presença de dor, com ou sem estalidos, junto à interlinha articular medial após rotação externa, pode caracterizar lesão do menisco medial. Ligamentos Te s t e d a g a ve t a a n t e r i o r : E l e é p e s q u i s a d o c o m o paciente na mesa de exame em decúbito dorsal, com o joelho em 9 0 ° d e fl e x ã o . O examinador apoia o pé do paciente e, com ambas as mãos colocadas na região posterior do terço superior da tíbia do paciente, traciona-a para a frente provocando deslizamento anterior da perna sobre a coxa. Observação: O teste da gaveta anterior deve ser pesquisado nas três rotações da perna (interna, neutra e externa) e, para mantê-las na posição, o examinador pode sentar sobre o pé do paciente, estabilizando, dessa forma, a tíbia e a rotação. Teste da gaveta posterior: Verifica a integridade do LCP, sendo pesquisado em rotação neutra da perna com o paciente posicionado da mesma forma que para o teste da gaveta anterior, com o joelho em 80° ou 90° de flexão, e o examinador apoiando o pé do paciente. Nessa posição, o examinador empurra para trás a perna e, com ambas as polpas digitais colocadas sobre o rebordo anterior dos planaltos tibiais, sente os movimentos posteriores dos dois lados, medial e lateral. Teste de Lachman: C o m o p a c i e n t e posicionado em decúbito dorsal e com o joelho fl e t i d o a 3 0 o , o examinador segura com uma das mãos a região supracondilar do fêmur e, com a outra, a região superior da tíbia e provoca movimento antagônico com cada uma das mãos, uma para a frente e a outra para atrás, a fim de fazer o deslizamento de uma superfície articular sobre a outra. Quando a tíbia se desloca para a frente, o sinal é positivo para lesão do ligamento cruzado anterior (LCA), e quando se desloca para trás, para lesão do ligamento cruzado posterior (LCP). Teste de Jerk: É pesquisado com o paciente deitado em decúbito dorsal, com seu membro inferior colocado em 45° de flexão do quadril e 90° de flexão do joelho. O examinador, com uma das mãos, segura o pé ou a perna em rotação interna e, Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 com a outra, pressiona o terço superior externo da perna para a frente, fazendo discreto valgo do joelho; nessa posição, o joelho estende-se lenta e progressivamente até o momento em que se nota ressalto articular repentino, que é subluxação anterolateral do joelho, o qual se mantém subluxado até sua extensão total. Teste do pivot-shift: Pesquisa-se a partir da posição final do teste de Jerk, com o joelho estendido e a tíbia subluxada anteriormente. Nessa posição, inicia-se lentamente a flexão quando, em torno dos 30o a 50o, será percebida redução repentina da subluxação anterior. É positivo na lesão do LCA. Teste do pivot-shift reverso: O joelho é fletido com uma força de abdução aplicada à tíbia em rotação externa, estando o quadril em rotação interna. Nessa posição, se houver instabilidade posterolateral, a tíbia se deslocará para trás sobre o côndilo femoral lateral, com subluxação, que é reduzida na extensão do joelho. E s t r e s s e e m v a l g o (abdução): Com o paciente em decúbito dorsal e o joelho estendido, estabiliza- se o joelho e realiza-se o estresse em valgo da tíbia. Se o teste for positivo em 30° de flexão (que causa um relaxamento da cápsula), pode indicar uma lesão do ligamento colateral medial. Estresse em varo (adução): Pe s q u i s a d o d e m a n e i r a semelhante ao teste de abdução, em 0 e 30° de flexão do joelho. O examinador segura o pé ou o tornozelo do paciente e com a outra mão sobre o côndilo femoral medial na face medial do joelhoforça a adução da perna e do pé. Se o teste for positivo em extensão, indica lesão do ligamento colateral l a t e r a l e d a c á p s u l a posterolateral. TORNOZELO E PÉ 1-INSPEÇÃO 1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA É preciso comparar sempre com o lado contralateral, avaliando simetria, deformidades ósseas e desalinhamento articular. 1.2-INSPEÇÃO DINÂMICA O aspecto fundamental dessa avaliação é a marcha; a observação dos movimentos executados.Durante a marcha, observa-se o modo com que o calcanhar toca o solo, as reações do médio e antepé quando o passo se desenvolve e a relação dos dedos com o solo durante os últimos estágios do passo. Quatro dados básicos acerca da marcha devem ser colhidos após observação minuciosa e atenta do paciente enquanto caminha: 1. o eixo da marcha; 2. o ângulo do passo; 3. a amplitude do passo; e 4. o apoio. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 2-MOVIMENTOS 3-PALPAÇÃO Palpação óssea Anterior e anteromedial Devem-se buscar os artelhos, ossos dos metatarsos, cuneiforme e navicular, seguindo para o maléolo medial, os ossos mediais do tarso, a porção anterior da tíbia e o tálus. Anterior e anterolateral Encontram-se nessa topografia o maléolo lateral, o calcâneo, a articulação tibiofibular inferior e a tíbia. Posterior Nessa região encontra-se o calcâneo. Palpação de partes moles Nesse contexto busca-se encontrar estruturas de referência e de fácil diferenciação para que se possam descartar lesões específicas. Sendo assim, identificam-se: • Tendão do calcâneo; • Tendão do tibial posterior e anterior; • Ligamento talofibular anterior e posterior; • Ligamento calcaneofibular. 4-MANOBRAS Teste do estresse em varo: Deve-se estabilizar a extremidade distal da perna com uma mão enquanto a outra realiza estresse em varo do calcanhar. Assim se pode avaliar a integridade do ligamento fibulocalcâneo, sempre comparando com o lado contralateral. Teste de estresse em valgo: É feito de modo semelhante ao teste anterior, também comparando com o lado contralateral, entretanto deve-se realizar estresse em valgo do calcanhar com o objetivo de identificar a integridade do ligamento deltoide. Teste da gaveta anterior: Avalia presença de lesão do ligamento fibulotalar anterior. Deve-se manter estabilizada a parte distal da fíbula e da tíbia com uma das mãos e, com a outra segurando o pé levemente fletido em aproximadamente 20° , tenta- se des locar o calcanhar no sentido anterior. Se esse movimento for possível, ocorrerá uma depressão na face anterolateral do tornozelo, caracterizando a lesão desse ligamento. Teste de Thompson: Busca avaliar prováveis rupturas do tendão do calcâneo. O paciente permanece em decúbito ventral com o joelho em flexão de 90°. É feita uma compressão do terço médio da panturrilha. Se o tendão calcâneo estiver íntegro, haverá uma flexão plantar do pé. Caso o pé não se mova, o tendão provavelmente está rompido. Diz-se que é positivo quando existe a lesão do tendão. INERVAÇÃO DO PÉ Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35