Logo Passei Direto
Buscar
LiveAo vivo
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ROTAVÍRUS
e-Book
DICA!
Veja como aproveitar 
ao máximo o seu 
e-Book! 
SUMÁRIO:
Acesse rapidamente o 
sumário sempre que 
quiser ir diretamente 
para outro capítulo.
QR CODE:
Aponte a câmera 
do seu celular 
para o QR code e 
clique no link.
DICA!
Veja como aproveitar 
ao máximo o seu 
E-book! 
SUMÁRIO:
Acesse rapidamente o 
sumário sempre que 
quiser ir diretamente 
para outra temática.
QR CODE:
Aponte a câmera 
do seu celular 
para o QR code 
ou clique no link.Ao longo do seu E-book, você observará o ícone do SUMÁRIO, no 
canto superior da tela, à direita - basta clicar e ele irá te direcionar ao 
sumário inicial.
No decorrer do E-book você irá observar a presença de um QR Code, o 
qual, ao apontar a câmera do seu celular, te direcionará para os 
Materiais Complementares da Trilha de Conhecimento ou para links 
da web, que são relevantes para o aprofundamento do tema 
estudado.
2023. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. 
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, 
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Câmara Brasileira 
do Livro (CBL) - https://www.cblservicos.org.br 
Elaboração, distribuição e informações:
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e 
Ambiente - SVSA
SRTV 702, Via W5 Norte 
Edifício PO 700, 7º andar 
CEP: 70723-040 – Brasília/DF 
Tel.: (61) 3315-3777
E-mail: gabnetesvsa@saude.gov.br
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS 
MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, 
Sala 144
Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF
CEP: 70058-900
Tel.:(61) 3022-8900
Núcleo Pedagógico Conasems
Rua Professor Antônio Aleixo, 756
CEP 30180-150 Belo Horizonte/MG 
Tel: (31) 2534-2640
Diretoria Conasems 
Presidente 
Hisham Mohamad Hamida
Vice Presidente 
Nilo César Do Vale Baracho
Sayonara Moura De Oliveira Cidade
Diretor Administrativo
Marcel Jandson Menezes
Diretor Financeiro 
Cristiane Martins Pantaleão
Secretário Executivo 
Mauro Guimarães Junqueira
Organização:
Núcleo Pedagógico do Conasems
 
Supervisão-geral:
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação Pedagógica
Cristina Fatima dos Santos Crespo
Valdívia França Marçal 
Coordenação Educacional
Kelly Cristina Santana
Coordenação-técnica:
Edilson Correa de Moura
Luisa Wenceslau 
Elaboração de texto:
Wellington Luiz Rodrigues Magalhaes
Designers Instrucionais:
Jacqueline Cristina dos Santos
Lais Soares Pereira German
Pollyanna Lucarelli 
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Cristina Perrone 
 
Diagramação e projeto gráfico:
Aidan Bruno 
Alexandre Itabayana
Bárbara Napoleão 
Bruno Vianna
Caroline Boaventura
Elen Eres Alves 
Lucas Mendonça 
Ygor Baeta Lourenço
 
Fotografias e ilustrações: 
Fototeca do Conasems
 
Imagens: 
Envato Elements
https://elements.envato.com
Freepik
https://br.freepik.com
 
Revisão linguística:
Keylla Manfili Fioravante 
Assessoria executiva:
Conexões Consultoria em Saúde Ltda.
 
Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica
Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde Ebook Rotavírus [livro eletrônico] / Conselho Nacional de 
Secretarias Municipais de Saúde ; [elaboração de texto Wellington Luiz Rodrigues Magalhaes]. -- 1. ed. -- Brasília, DF : CONASEMS, 2023. PDF 
Vários colaboradores. Bibliografia. ISBN 978-85-63923-40-0 
1. Doenças imunológicas - Prevenção 2. Educação a distância 3. Rotavírus I. Magalhaes, Wellington Luiz Rodrigues. II. Título.
CDD-614.4
23-173673 NLM-WA-100
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático: 1. Epidemiologia : Saúde pública 614.4 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
https://www.cblservicos.org.br
Siglas
ANVISA | Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
ESPGHAN | The European Society for Paediatric Gastroenterology 
Hepatology and Nutrition.
IgA | Imunoglobulina A.
MS | Ministério da Saúde.
nm | Unidade de medida de comprimento do sistema métrico 
(bilionésimo de metro ou milionésimo de milímetro).
NSP | Proteína Não-estrutural.
OMS | Organização Mundial da Saúde.
PCR | Técnica baseada na Reação em Cadeia da Polimerase.
PNI | Programa Nacional de Imunização. 
RV | Rotavírus.
SUS | Sistema Único de Saúde.
VP | Proteína viral.
Figura 1|Representação gráfica 3D de vírions de Rotavírus (partículas virais). – pág 14
Figura 2| Representação esquemática da estrutura da partícula de Rotavírus. - pág 21
Tabela 1| Características das vacinas Rotarix e RotaTeq contra o rotavírus. - pág 64
Tabela 2| Manifestações extraintestinais da infecção por Rotavírus. - pág 82
Lista de 
Figuras e 
Tabelas
08
11
22
29
32
45
38
Introdução
A Doença
Histórico Inicial
Transmissão
Diagnóstico
Sintomatologia
57
Tratamento
Prevenção
71
85
Efeitos Adversos
Conclusão
88Bibliografia
BOAS-
VINDAS
Neste E-book descreveremos os aspectos históricos, epidemiológicos e clínicos da 
infecção pelo vírus da Rotavírus, seu impacto na humanidade e as medidas de 
tratamento e de prevenção disponíveis.
Além do E-book, você também terá acesso à Teleaula, à Aula Web e a outros 
Materiais Complementares que compõem a Trilha de Conhecimento.
Este é o seu 
E-book de 
Rotavírus.
Bons 
estudos!
7
Introdução
A diarreia continua sendo um importante problema de Saúde Pública no 
mundo. Nos países em desenvolvimento, cerca de 12 ou mais episódios anuais de 
diarreia ocorrem nos primeiros cinco anos de vida da criança. Anualmente, 
aproximadamente, 4,6 milhões de mortes pediátricas (em torno de 25 a 30% de 
todos os óbitos entre crianças menores de 5 anos), podem ser atribuídas à 
diarreia aguda.
4,6 milhões 
de crianças 
morrem, 
anualmente, em 
decorrência da 
diarreia aguda.
9
Apesar de vivermos na era dos satélites e da nanotecnologia, uma fração 
significativa da população humana global ainda está ameaçada por doenças 
diarreicas.
O agente viral mais notável são os Rotavírus, uma das principais causas de 
Gastroenterite infantil em todo o mundo, tanto em países desenvolvidos quanto 
em países em desenvolvimento. Esse patógeno infecta não apenas crianças, mas, 
também, adultos, e a infecção pode ocorrer repetidamente em humanos, do 
nascimento à velhice.
As crianças pequenas são os sujeitos mais vulneráveis e a prevalência da infecção 
difere de acordo com a idade, sendo significativamente maior no grupo com 
menos de dois anos de idade.
Em razão desse cenário, este curso tem o objetivo de aprofundar os seus 
conhecimentos sobre os Rotavírus como agentes etiológicos virais responsáveis 
por um número expressivo de casos de diarreia. Falaremos dos sintomas, do 
diagnóstico, do tratamento e da prevenção.
Muitos agentes diferentes, 
incluindo vírus, bactérias e 
parasitas podem causar diarreia 
aguda. 
Convidamos você a nos 
acompanhar nesta jornada!
10
A doença 
Começaremos nossa conversa sobre 
Rotavírus, relembrando o que são vírus.
Os vírus são parasitas intracelulares 
compostos por um genoma de Ácido 
Nucléico (RNA ou DNA), que está envolto em 
uma partícula de capsídeo protéico e/ou 
envelope lipídico. A replicação do genoma e 
a montagem do vírion são processos centrais 
nos ciclos de vida de todos os vírus. Em 
muitos casos, um vírus, primeiramente, fará 
várias cópias de seu genoma e, em seguida, 
empacotará essas cópias em capsídeos ou 
envelopes virais recém-formados.
A partícula do vírus se liga à célula hospedeira antes de penetrá-la. Dessa forma,o vírus usa a maquinaria da célula hospedeira para replicar seu próprio material 
genético e, uma vez que a replicação tenha sido completada, suas partículas 
deixam o hospedeiro por brotamento ou explosão para fora da célula (lise).
12
À medida que a partícula viral recém-formada empurra a membrana plasmática 
da célula hospedeira, uma porção adere a ela. A membrana plasmática envolve o 
vírus e se torna o envelope viral. O vírus, então, é liberado da célula. Esse 
processo consome lentamente a membrana celular do hospedeiro e, geralmente, 
leva à morte celular.
As partículas de vírus saem da célula hospedeira para o espaço extracelular, 
resultando na morte da célula hospedeira e, uma vez que tenha escapado, está 
pronto para entrar em uma nova célula e se multiplicar. 
13
Em 1978, o nome Rotavírus foi 
oficialmente aceito pelo Comitê 
Internacional de Taxonomia de 
Vírus.
Na década de 1950 
o Rotavírus foi descoberto em 
swabs retais de macacos.
As descobertas a respeito desse vírus se 
deu ao longo de duas décadas:
Em 1973, Bishop e 
colaboradores observaram, 
também, por meio de Microscopia 
Eletrônica, no epitélio duodenal de 
crianças com diarreia, um vírus de 
70 nm. 
Em 1974, Thomas Henry 
Flewett sugeriu o 
nome Rotavírus, devido a sua 
aparência característica de 
roda quando observado ao 
microscópio eletrônico.
Na década de 1960, 
foi descoberto em biópsia 
intestinal de 
camundongos por 
microscopia eletrônica. 
Figura 1: Representação gráfica 3D 
de vírions de Rotavírus (partículas 
virais).
Fonte: Biblioteca de Imagens de Saúde Pública (CDC, 2022). 
Disponível em: 
https://www.cdc.gov/rotavirus/about/photos.html. Acesso em: 
29 out. 2022.
14
Ruth Bishop é uma virologista australiana. Ela e sua equipe do Royal Children's 
Hospital, em Melbourne, identificaram, pela primeira vez, o que hoje é conhecido 
como Rotavírus, no fluido intestinal de crianças com Gastroenterite não 
bacteriana.
Essa descoberta, bem como seu trabalho posterior no desenvolvimento de uma 
vacina, lhe rendeu a Medalha Florey, em 2013, tornando-a a primeira mulher a 
receber o prestigioso reconhecimento biomédico.
A equipe de Bishop também desenvolveu um teste para diagnosticar a infecção 
por Rotavírus e entender melhor como o sistema imunológico responde ao vírus.
Ao falarmos de Rotavírus, 
Ruth Bishop será sempre 
lembrada!
15
Fonte: 
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scientist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/5050610 Acesso 
em: 18 jan. 2023.
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scientist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/5050610
Antes dessa descoberta, um agente 
etiológico bacteriano, viral ou 
parasitário, podia ser detectado em 
apenas 10% a 30% das crianças 
com diarreia. Em poucos anos, o 
Rotavírus passou a ser reconhecido 
como a causa mais comum de 
diarreia em lactentes e crianças 
pequenas em todo o mundo, sendo 
responsável por, 
aproximadamente, um terço dos 
casos de diarreia grave que 
requerem hospitalização.
Os Rotavírus, e outros membros da família Reoviridae, diferem dos demais vírus 
na medida em que replicam seus genomas em conjunto com a montagem do 
vírion. Especificamente, o genoma de Rotavírus de RNA de fita dupla segmentado 
é copiado dentro de um intermediário de montagem subviral, que se torna um 
vírion infeccioso maduro.
Ruth Bishop
Fonte: 
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scien
tist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/
5050610 Acesso em: 18 jan. 2023.
16
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scientist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/5050610
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scientist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/5050610
https://www.abc.net.au/news/2013-10-28/scientist-recognised-for-developing-rotavirus-vaccine/5050610
O processo de 
montagem de 
replicase.
Uma característica chave do processo de montagem de replicase é que a 
Polimerase do Rotavírus (VP1) só é ativa quando ligada à proteína de casca 
central (VP2), dentro dos limites de um intermediário de montagem. 
No entanto, existem várias lacunas no conhecimento sobre a estrutura e 
composição dos intermediários de montagem inicial para Rotavírus, e o 
mecanismo pelo qual o VP2 se engaja e ativa o VP1 não é completamente 
compreendido.
17
O vírus é composto por três 
conchas concêntricas, que 
envolvem 11 segmentos de 
genes.
A camada mais externa contém duas proteínas importantes, que induzem 
anticorpos neutralizantes, as quais, acredita-se, estarem envolvidas na proteção 
imunológica. São elas:
VP4 - ou Proteína P 
VP7 - ou Proteína G
Até agora, dez espécies de Rotavírus (A a J) foram identificadas. Dessas dez 
espécies, quatro delas (A, B, C e H) causam doenças humanas, sendo a espécie de 
Rotavírus A (apresentando as cepas Wa, DS-1 e AU-1) a mais significativa. 
18
O produto do 6º gene dos Rotavírus do grupo A codifica VP6, a proteína viral 
mais abundante, que é o principal determinante da reatividade do grupo, alvo de 
ensaios diagnósticos comuns, e que contém o antígeno usado para classificar, de 
forma detalhada, os Rotavírus nos subgrupos I e II.
As proteínas do capsídeo externo VP7 - a Glicoproteína ou Proteína G (codificada 
pelo gene 7, 8 ou 9, dependendo da cepa) -, e VP4 - a Protease Clivada ou 
Proteína P (codificada pelo segmento gênico 4) -, determinam a especificidade 
do sorotipo e formam a base da classificação binária (tipo G e P) dos Rotavírus.
A maioria das cepas humanas pertence ao grupo A, embora os grupos B e C 
tenham sido, ocasionalmente, associados a doenças humanas.
19
Os Rotavírus, membros da família Reoviridae, são caracterizados por seu 
genoma de RNA de fita dupla segmentado (11 segmentos).
Ambas as proteínas, G e P, induzem anticorpos neutralizantes e podem 
estar envolvidas na imunidade protetora.
20
O Rotavírus é um dos 13 agentes 
etiológicos da diarreia medidos no 
Global Burden of Disease Study 2019 
(GBD, 2019), estudo sistemático 
voltado à produção de estimativas 
comparáveis da carga de doenças, 
incluindo diarreia por Rotavírus, por 
idade, sexo, localização geográfica e 
ano, de 1990 a 2016.
Esse estudo descreve a incidência e 
mortalidade de infecção por 
Rotavírus em crianças menores de 5 
anos, e revela a necessidade 
urgente de intervenções para 
reduzir o risco, tratar episódios e 
prevenir a diarreia por Rotavírus.
Figura 2: Representação esquemática da estrutura da partícula de Rotavírus.
VP: proteína viral; NSP: proteína não-estrutural.
Fonte: Estes et al. (2007), p. 1358.
As proteínas G e P 
podem estar 
envolvidas na 
imunidade 
protetora, pois 
induzem 
anticorpos 
neutralizantes. 
21
Histórico Inicial 
Em 1980, o Rotavírus foi reconhecido como a causa mais comum de 
Gastroenterite grave em bebês e crianças pequenas nos Estados Unidos.
A diarreia, geralmente, é um sintoma de uma 
infecção no trato gastrointestinal, que pode 
ser causada por uma variedade de organismos 
bacterianos, virais e parasitários. A maioria 
dos casos de diarreia aquosa aguda é causada 
por vírus (Gastroenterite viral), e, entre eles, 
os mais comuns em crianças são os Rotavírus.
Na era pré-vacina, o Rotavírus foi 
responsável por até 500.000 mortes 
anuais de crianças em todo o mundo.
23
A doença diarreica é reconhecida em humanos desde a antiguidade, mas, até o 
início da década de 1970, uma etiologia bacteriana, viral ou parasitária em 
crianças podia ser detectada em menos de 30% dos casos. Como vimos, 
anteriormente, Ruth Bishop e sua equipe observaram uma partícula de vírus no 
tecido intestinal de crianças com diarreia, por meio de micrografia eletrônica. 
A figura, abaixo, mostra a distribuição geográfica das taxas de mortalidade 
associadas ao Rotavírus entre crianças menores de 5 anos, em 2016:
Fonte: Troeger et al. (2018), p. 962
Quase todas as crianças não vacinadas experimentam um ou mais episódios de 
diarreia por Rotavírus,independentemente de suas condições de vida, até os 
cinco anos de idade. De 30 a 50% dos casos de hospitalização por Doença 
Diarreica, em menores de 5 anos, estão associados ao Rotavírus, com pico de 
incidência em crianças de 6 a 24 meses de idade.
Como existem diversos sorotipos de 
Rotavírus, a Gastroenterite pode ocorrer 
mais de uma vez.
A primeira infecção, geralmente, é a mais 
grave.
24
Nas populações insulares é constante ao longo do ano, 
com um pico moderado nos meses mais frios e secos.
Em climas temperados, a diarreia por Rotavírus ocorre em 
picos sazonais durante os meses mais frios.
Um dos agravantes dos aspectos clínicos em crianças é que, muitas vezes, elas 
sofrem múltiplos episódios de infecção por Rotavírus, pois vários sorotipos estão 
presentes na população e tanto a vacina quanto a doença anterior falham em 
fornecer imunidade total, mesmo que as infecções subsequentes sejam menos 
graves do que as primeiras. 
Os Rotavírus são importantes patógenos 
entéricos. Entram pela boca e a replicação 
viral ocorre no epitélio viloso do intestino, 
sendo uma das principais causas de 
Gastroenterite em bebês e crianças 
pequenas. 
A infecção por Rotavírus é uma das principais causas de hospitalização em 
crianças. A doença é um problema de saúde global. Contudo, a maioria dos 
casos ocorre em países em desenvolvimento. 
25
Uma possível causa pela baixa taxa de 
infecção nessa faixa etária são os anticorpos 
maternos passivos e, possivelmente, também, 
por causa da amamentação.
Até dois terços das crianças com Gastroenterite grave por Rotavírus mostram a 
presença de antígeno desse vírus no soro (antigenemia), bem como podem 
apresentar o RNA de Rotavírus detectado nesse soro.
A infecção pode resultar em diminuição da absorção intestinal de sódio, glicose e 
água, redução dos níveis de lactase intestinal, fosfatase alcalina e atividade da 
sacarase, podendo levar à diarreia.
O Rotavírus é muito estável e 
pode permanecer viável no 
ambiente por semanas, ou 
meses, se a desinfecção não 
ocorrer.
Por que bebês com menos 
de 3 meses de idade têm 
taxas, relativamente, 
baixas de infecção por 
Rotavírus?
Manifestações clínicas que merecem 
atenção:
A infecção por Rotavírus em bebês e 
crianças pequenas pode levar à diarreia 
grave, desidratação, desequilíbrio 
eletrolítico e acidose metabólica.
26
Crianças imunocomprometidas, devido à Imunodeficiência Congênita, por 
transplante de medula óssea ou de órgãos sólidos, podem apresentar 
Gastroenterite grave ou prolongada por Rotavírus e podem ter evidências de 
anormalidades resultantes em múltiplos sistemas de órgãos, particularmente, o 
rim e o fígado.
Os níveis séricos de IgA do Rotavírus 
medidos logo após a infecção natural 
em crianças, geralmente, se 
correlacionam com os níveis de IgA 
intestinal e parecem se correlacionar 
com a proteção. 
Uma explicação para infecções 
recorrentes por Rotavírus é que a 
proteção contra a reinfecção é 
mediada pela IgA intestinal, que não 
é duradoura em humanos.
Para as famílias, além dos desgastes 
físico e emocional, a hospitalização 
de uma criança geram, também, 
desgastes financeiros. 
Relação entre IgA e proteção:
Uma outra explicação, é que a 
proteção depende de anticorpos 
neutralizantes para uma ou ambas as 
proteínas rotavirais externas 
altamente variáveis. O reservatório 
do Rotavírus é o trato gastrointestinal 
e as fezes de humanos infectados. 
Embora a infecção ocorra em muitos 
mamíferos não humanos, acredita-se 
que a transmissão de animais para 
humanos seja incomum e, 
provavelmente, não leve à doença 
clínica, pois essas cepas animais são 
antigenicamente distintas daquelas 
que causam infecção humana.
27
As infecções por Rotavírus incorrem em grandes custos diretos de hospitalização 
e ambulatório para os Sistemas de Saúde. As infecções também causam grandes 
custos indiretos às sociedades - relacionados a perdas de produtividade, ao 
transporte e à acomodação durante o tratamento.
O custo da hospitalização de uma criança pode ser devastador para as famílias e, 
mesmo quando o tratamento é ambulatorial, os pais podem perder muitas horas 
de trabalho. Os custos para as famílias, geralmente, incluem tratamento, 
transporte e salários perdidos.
28
Transmissão
● Por via fecal-oral.
● Por contato próximo de pessoa a pessoa. 
● Por fômites como brinquedos e outras superfícies ambientais 
contaminadas.
A transmissão por meio da água ou de alimentos contaminados é incomum.
O vírus pode ser eliminado da orofaringe 
em crianças que sofrem de doenças do trato 
respiratório superior, com ou sem 
envolvimento do trato gastrointestinal. 
Isso sugere que as gotículas respiratórias 
são uma fonte adicional de transmissão.
30
A transmissão se dá por 
diferentes formas:
Os Rotavírus são eliminados em alta concentração nas fezes de pessoas 
infectadas, começando dois dias antes do início da diarreia, perdurando por 
vários dias após o início dos sintomas. Em pessoas imunocomprometidas, o vírus 
pode se manter presente nas fezes por mais de 30 dias após a infecção. Por essa 
razão, a disseminação é comum em famílias, instituições, hospitais e creches.
Os achados do Rotavírus em recipientes para descarte de fraldas, em brinquedos, 
em torneiras, em trocadores de fraldas, em áreas de lavagem das mãos e, até 
mesmo, em áreas de preparação de alimentos são sugestivos de seu alto 
potencial de disseminação na maioria das casas ou creches.
As crianças costumam ser vistas colocando brinquedos na boca, enquanto 
brincam, ou coçando as gengivas com eles quando estão perto do início da 
dentição. Tais objetos, quando contaminados, podem transmitir RV de forma 
eficiente no processo.
No ano de 2018, a OMS 
declarou que o Rotavírus é a 
causa mais comum de Doença 
Diarreica grave e mata, 
aproximadamente, 215.000 
crianças a cada ano. (OMS, 
2018). 
Fômites: Qualquer partícula capaz 
de transportar germes patogênicos.
31
Fonte: https://www.dicio.com.br. Acesso em: 18 jan. 
2023.
https://www.dicio.com.br
Diagnóstico
A infecção por Rotavírus está associada a grandes quantidades de vírus 
eliminados nas fezes, tornando o vírus fácil de detectar por Microscopia 
Eletrônica, Ensaio Imunoenzimático (ELISA) ou visualização direta do RNA 
genômico viral em extratos fecais. 
O RNA de fita dupla é altamente estável e pode ser extraído, separado por 
Eletroforese em Gel de Poliacrilamida (PAGE) e Corado com Prata ou Brometo de 
Etídio.
O diagnóstico laboratorial da infecção por Rotavírus envolve o teste de 
amostras frescas de fezes, ou swabs retais, de pacientes diarreicos para a 
presença do vírus, o antígeno específico do vírus ou o RNA. A detecção direta 
de Rotavírus envolve o uso de Microscopia Eletrônica (ME), um método sensível 
e altamente específico.
Uma modificação recente, utilizando micropartículas magnéticas 
funcionalizadas com anticorpos monoclonais, aumentou a capacidade de 
capturar, concentrar, separar e detectar partículas infecciosas de Rotavírus em 
amostras clínicas. No entanto, o método de EM é caro, requer pessoal 
altamente treinado e é trabalhoso para a detecção de rotina de Rotavírus em 
um grande número de espécimes.
É importante você saber que:
Os kits de detecção de antígeno disponíveis comercialmente (ELISA, 
Imunocromatografia ou Aglutinação de Látex) são usados, principalmente, para o 
diagnóstico de Rotavírus.
33
Vejamos algumas 
técnicas utilizadas 
para detectar a doença:
A Técnica de Aglutinação de Látex é rápida e simples de realizar. Não há a 
necessidade de equipamentos sofisticados, tornando-a útil na detecção de surtos 
da doença, especialmente, em locais com poucos recursos, onde os meios para 
reconhecimento de Rotavírus são escassos.
Essa técnica é a plataforma de triagem de antígeno mais amplamente explorada, 
devido a sua alta sensibilidade, especificidade e adaptabilidade a um grandevolume de amostras.
Técnica da Aglutinação de Látex
35
Técnica baseada na Reação em Cadeia da 
Polimerase
A técnica baseada na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) (por exemplo, 
transcrição reversa (RT)-PCR, qPCR, PCR em tempo real), que detecta RNA na 
amostra clínica, é um método mais sensível do que a plataforma de detecção de 
antígeno, mas, até o momento, continua a ser, principalmente, uma ferramenta 
de pesquisa. O sequenciamento de VP7, VP4 e outros segmentos do genoma é 
necessário para a genotipagem de cepas de Rotavírus circulantes. 
35
O cultivo de Rotavírus em Cultura de Células ajuda a confirmar a viabilidade viral 
e, também, melhora a detecção molecular do vírus, que pode estar presente em 
concentrações muito baixas nas amostras clínicas ou ambientais. Embora os 
métodos baseados em Cultura de Células sejam altamente sensíveis, são 
trabalhosos, caros, demorados, altamente suscetíveis à contaminação e, muitas 
vezes, não são solicitados para o diagnóstico clínico.
O cultivo de Rotavírus 
em Cultura de Células 
As técnicas de sequenciamento convencionais têm as desvantagens de serem 
trabalhosas, de baixo rendimento e caras. Ensaios de RT-qPCR mais recentes, 
especialmente, TaqMan, têm sido usados para superar os desafios de RT-PCR 
convencional e sequenciamento.
Técnicas de sequenciamento 
36
Comparado com outros métodos, a PCR quantitativa em tempo real tem 
vantagens de maior especificidade, sensibilidade, genotipagem, capacidade de 
multiplexação, processamento de amostras de alto rendimento, tempo de 
resposta mais rápido e precisão quantitativa. Vários kits de imunoensaios estão 
disponíveis para identificação rápida de subgrupos e sorotipos de vírus em 
amostras fecais. Esses kits, no entanto, não detectam vírus que não sejam do 
grupo A.
Recentemente, um ELISA, baseado em proteína 
recombinante, foi desenvolvido para detectar 
Rotavírus do grupo B, mas ainda não está 
amplamente disponível. Testes comerciais de 
detecção de antígenos para Rotavírus do grupo C 
também não estão disponíveis no momento.
37
Sintomatologia
O período de incubação da diarreia por Rotavírus é curto - 
geralmente, inferior a 48 horas. As manifestações clínicas da 
infecção variam e dependem se é a primeira infecção ou 
uma reinfecção.
Os mecanismos que desencadeiam o vômito, normalmente, observado na 
doença, podem ser o resultado da liberação precoce de Citocinas agindo 
centralmente, ou do retardo do esvaziamento gástrico.
O esvaziamento gástrico pode ser o resultado de um aumento nos hormônios 
gastrointestinais, como, por exemplo, Secretina, Gastrina e Colecistoquinina ou 
a ativação dos nervos vagais associados à infecção por Rotavírus. Essa continua 
sendo uma área para estudos futuros.
A infecção pode ser assintomática, pode causar diarreia 
aquosa autolimitada ou resultar em diarreia desidratante 
grave, com febre e vômitos. Até um terço das crianças 
infectadas pode ter uma temperatura superior a 39°C. A 
primeira infecção após os 3 meses de idade é, em geral, a 
mais grave. Os sintomas gastrointestinais, frequentemente, 
desaparecem em 3 a 7 dias.
39
A intolerância à lactose pode ocorrer por 
um período de tempo após a infecção 
por Rotavírus. 
É conhecida como intolerância à lactose 
'secundária' ou 'adquirida'.
A intolerância à lactose leva a:
Todos esses sintomas ocorrem após a ingestão de leite e derivados. A condição só 
melhora quando a infecção termina e o revestimento intestinal se cura.
Um fator importante, e que merece 
atenção, é o desenvolvimento da 
intolerância a lactose em razão do 
Rotavírus. 
O revestimento do intestino pode ser danificado pelo episódio de Gastroenterite, 
acarretando a falta da enzima lactase, necessária para ajudar a digerir a lactose 
do açúcar do leite. 
40
• Inchaço.
• Dores na barriga.
• Gases.
• Fezes aquosas.
Geralmente, observada em crianças entre 
quatro meses e dois anos de idade.
 Recém-nascidos prematuros.
Recém-nascidos a termo.
Crianças mais velhas e adultos. 
Até 30–50% dos membros da família de uma 
criança infectada podem ser coinfectados.
É importante lembrar que, os fatores de risco típicos e a apresentação clínica da 
doença por Rotavírus incluem diferentes graus de gravidade, sinais e sintomas 
associados, além de apresentar complicações significativas. Veja, abaixo:
A desidratação é a maior preocupação em crianças, devido a essa faixa etária ser 
mais vulnerável à perda de líquidos e de eletrólitos, por meio dos vômitos e da 
diarreia, pois têm peso corporal menor. 
Doença subclínica a leve 
Doença leve 
Doença moderada 
Doença grave 
41
No caso de desidratação grave, a criança pode apresentar outros sintomas, 
como:
• Sonolência.
• Pele pálida ou manchada.
• Mãos ou pés frios.
• Poucas fraldas molhadas.
• Respiração rápida e, muitas vezes, superficial. 
Situações assim enquadram-se 
em emergência médica e se faz 
necessária a atenção médica 
imediata!
42
É necessário monitorar a criança, cuidadosamente, quanto a sintomas de 
desidratação, como:
• Boca seca.
• Pele fria.
• Falta de lágrimas ao chorar. 
• Micção reduzida. 
• Olhos fundos. 
Antes de finalizarmos a seção 
sobre sintomatologia, é 
preciso reforçar alguns 
pontos!
43
As características clínicas e fecais da diarreia por Rotavírus são inespecíficas, e 
doenças semelhantes podem ser causadas por outros patógenos. Como 
resultado, a confirmação de uma Doença Diarreica, como Rotavírus, requer testes 
laboratoriais.
Geralmente, considera-se que a diarreia por Rotavírus está, mais provavelmente, 
associada à febre, vômitos e desidratação do que a diarreia causada por outros 
patógenos. 
Desidratação.
Fadiga severa.
Irritabilidade.
Vômito.
Dor abdominal.
Febre alta.
O sintoma mais comum do Rotavírus é 
a diarreia grave e a criança pode, também, 
apresentar sintomas como: 
44
Tratamento
A diarreia, resultante do Rotavírus, pode levar, 
rapidamente, à desidratação e hospitalização ou até 
à morte de crianças que não recebem tratamento em 
tempo hábil.
Atualmente, não há medicamentos antivirais específicos para tratar a infecção 
por Rotavírus. No intestino delgado, o transporte de sódio e de glicose estão 
acoplados, o que significa que a glicose também promove a absorção de solutos e 
água. Por essa razão, o manejo clínico da diarreia e da desidratação, associado ao 
Rotavírus em crianças, baseia-se, principalmente, na administração de soluções 
de reidratação oral - que são misturas equilibradas de glicose e eletrólitos, que 
estimulam a absorção de água, a fim de evitar a desidratação.
46
O estado de hidratação das crianças que sofrem de Rotavírus deve ser avaliado e 
o paciente deve ser apoiado com nutrição. A desnutrição pode predispor as 
crianças a uma maior suscetibilidade a infecções gastrointestinais. O Rotavírus 
desempenha um papel importante nesse ciclo destrutivo, uma vez que a diarreia 
prejudica a capacidade do intestino de absorver nutrientes, levando ao 
agravamento da desnutrição. 
A continuação da dieta habitual e da ingestão 
adequada de líquidos é recomendada para 
crianças com mínima ou nenhuma desidratação. 
A dieta regular de uma criança reduz a duração 
da diarreia.
A amamentação deve ser continuada em 
lactentes que são amamentados. Para 
bebês que são alimentados com fórmula, 
deve-se manter a diluição habitual.
Líquidos como água pura, refrigerantes, suco de maçã ou caldo de galinha não 
representam alternativas viáveis à terapia de reidratação oral, devido à sua 
hiperosmolaridade e incapacidade de repor adequadamente o sódio, o potássio 
e o bicarbonato. Além disso, esses fluidos, principalmente água e suco de maçã, 
podem resultar em Hiponatremia.
47
O principal foco terapêutico da diarreia por 
Rotavírus é a reidratação para repor a perda 
de líquidos, para prevenir a acidose e 
distúrbios eletrolíticos, além de oferecer 
suporte nutricional.
Por maisde duas décadas, a OMS recomendou a solução padrão de reidratação 
oral à base de glicose (90 mmol/L de sódio, 111 mmol/L de glicose e uma 
osmolaridade total de 311 mmol/L). 
No entanto, estudos subsequentes mostraram que, quando comparada com a 
solução padrão, a reidratação oral de osmolaridade reduzida está associada a 
menos infusões intravenosas não programadas, menor volume de fezes, menos 
vômitos e ausência de risco aumentado de Hiponatremia.
Como base nos estudos, a OMS passou a recomendar o uso rotineiro de uma 
solução com osmolaridade reduzida para os casos de diarreia não-cólera:
Sódio 75 mmol/L
Glicose 75 mmol/L 
Osmolaridade total 224 mmol/L
48
Assista à Aula Web para mais informações sobre o tratamento 
preconizado pelo Ministério da Saúde.
Como avaliar a desidratação em crianças 
com diarreia? 
 Classificação A:
sem 
desidratação 
visível
Classificação B:
alguma 
desidratação
Classificação C:
desidratação grave
Sinais de 
classificação
Nenhum dos 
sinais.
Dois ou mais 
sinais.
Dois ou mais sinais.
Nível de 
consciência
Bem alerta.
Inquieto ou 
irritável.
Letárgico ou 
inconsciente.
Olhos
Os olhos não 
estão fundos.
Olhos fundos. Olhos fundos.
Capacidade de 
ingestão de 
líquidos
Bebe 
normalmente e 
não há sede 
excessiva.
Sedento, bebe 
avidamente.
Bebe mal ou não 
consegue beber.
Pinça da pele 
(turgor)
A pele retorna 
imediatamente 
ao estado 
original.
Há uma 
diminuição 
moderada no 
turgor da pele. O 
pinçamento da 
pele retorna em 2 
segundos.
Você observou que os níveis de classificação B e C têm como critério de 
classificação a presença de dois ou mais sinais contidos na tabela? Fique atento 
quanto à classificação. 
49
Fonte World Gastroenterology Organisation, 2012, p. 9 (Adaptado).
Análise do manejo medicamentoso e as 
indicações mais recentes no tratamento da 
desidratação em crianças com diarreia.
Dor e febre 
Paracetamol ou Dipirona.
 
Antieméticos 
Segundo a OMS, não há indicação de antieméticos no tratamento da diarreia 
aguda. Considera-se que os vômitos tendem a desaparecer concomitantemente à 
correção da desidratação. O MS não recomenda a sua utilização de forma 
rotineira. Porém, existem algumas situações em que podem ser utilizados. 
A ESPGHAN (European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and 
Nutrition) considera que a Ondansetrona pode proporcionar uma redução na 
frequência de vômitos, na necessidade de hidratação parenteral e de internação 
hospitalar. 
50
Comprimidos com 4mg.
A diretriz Íbero-Latinoamericana recomenda o emprego da Ondansetrona para os 
pacientes com diarreia aguda, com vômitos frequentes. 
A dose recomendada de Ondansetrona é:
0,1mg/kg (0,15-0,3/kg), até o máximo de 4 mg, por via oral ou intravenosa. 
O antiemético Ondansetrona pode ser 
encontrado em duas apresentações: 
Ampola com 4mg/2ml.
Antibióticos 
O uso de antibióticos é restrito aos casos de disenteria (diarreia com sangue, 
muco ou pus), normalmente causados por infecções bacterianas e na cólera. Por 
essa razão, não têm indicação no tratamento da diarreia por Rotavírus. 
51
A terapia antiviral para infecção por Rotavírus foi 
estudada, mas permanece, ainda, em estágios 
pré-clínicos.
Antidiarreicos 
A Racecadotrila é um inibidor da Encefalinase. Essa enzima é responsável pela 
degradação das Encefalinas produzidas pelo sistema nervoso entérico. As 
Encefalinas com ação mais duradoura, em função da menor atividade da 
Encefalinase, reduzem a secreção intestinal de água e eletrólitos que se encontra 
aumentada nos quadros de diarreia aguda.
A diretriz Ibero Latino-americana de tratamento de diarreia aguda, por qualquer 
causa, considera que a Racecadotrila pode ser utilizada como coadjuvante no 
tratamento da diarreia aguda, pelo seu efeito na redução das perdas diarreicas e 
na duração da diarreia, como foi demonstrado em ensaios clínicos e metanálise. 
Trata-se de um medicamento com eficácia e segurança, que não interfere na 
motilidade intestinal, portanto, não retardando a eliminação viral. 
A dose recomendada é de 1,5mg/kg de peso corporal, três vezes ao dia. É 
contraindicado para menores de 3 meses. 
A Racecadotrila é uma substância encontrada em sachês (pó) com 10mg e 30mg 
ou comprimidos com 100mg.
52
Em adultos não deve ser utilizada dose superior a 400mg por dia. O tratamento 
com a Racecadotrila deve ser interrompido, assim que cesse a diarreia.
Probióticos
São úteis como coadjuvantes no tratamento das diarreia por qualquer etiologia 
infecciosa, em conjunto com outras medidas terapêuticas básicas, ou seja, 
terapia de reidratação e manutenção da alimentação. Não há demonstração de 
que os probióticos diminuem as perdas diarreicas.
No entanto, determinadas cepas, conforme demonstrado em ensaios clínicos 
duplo-cego, controlados por placebo e metanálises, proporcionam uma redução 
de, aproximadamente, 24 horas na média da duração da diarreia aguda. As 
cepas consideradas como tendo evidências suficientes, e que foram 
recomendadas tanto pela ESPGHAN como pela diretriz Ibero Latino-americana, 
para o tratamento coadjuvante da diarreia aguda são:
• Lactobacillus GG.
• Saccharomyces Boulardii.
• Lactobacillus Reuteri DSM 1793811,16,25. 
53
Vale lembrar, que o Lactobacillus GG não é comercializado no Brasil. As doses 
recomendadas são:
• Saccharomyces Boulardii- 250-750mg/dia (habitualmente 5-7 dias) 
• Lactobacillus GG - ≥ 1010 CFU/dia (habitualmente 5-7 dias)
• L Reuteri - 108 a 4 x 108 (habitualmente 5-7 dias)
• L Acidophilus LB -min 5 doses de 1010 CFU >48 h, máximo 9 doses de 1010 
CFU, por 4 a 5 dias. 
Outros probióticos estão em estudo, mas apenas essas cepas têm evidências 
suficientes para merecer recomendação como coadjuvante no tratamento da 
diarreia aguda.
5554
A Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão oral de zinco, durante 10 
a 14 dias, para todos os episódios de diarreia.
Em crianças com até os seis meses de vida, a dosagem é de 10mg/dia e, para 
aquelas acima dessa idade, 20mg/dia.
As diretrizes da OMS (2014), para o manejo da diarreia pediátrica, incluem a 
amamentação continuada para reduzir a duração e a gravidade da diarreia. 
O leite materno contém componentes bioativos, como anticorpos, antioxidantes, 
nutrientes e hormônios, que protegem a criança de patógenos específicos ou 
famílias de patógenos, e conferem imunidade mucosa ao bebê.
55
É importante, além dessas medidas, o 
aconselhamento e a educação aos 
cuidadores para prevenção.
Cabe ao médico avaliar a condição da 
criança, a fim de determinar o melhor 
tratamento.
Desidratação leve
Solução de 
reidratação oral: 
10-20 ml/kg, 
após cada 
episódio de 
diarreia ou crise 
de vômito.
Desidratação 
moderada 
Solução de 
reidratação oral: 
pelo menos 
80ml/kg, a cada 
4 horas (por 
exemplo: 
15ml/kg a cada 
15 minutos).
Reavaliar a cada 
4 horas.
Hospitalização.
Reposição de fluido 
intravenoso (solução 
isotônica).
Uso de sonda 
nasogástrica, se a 
administração 
intravenosa não for 
possível. 
Reavaliar a cada 15-30 
minutos.
Desidratação grave
56
Prevenção
O desenvolvimento de infraestruturas de água, de saneamento e de saúde, 
como solução para intervir na via da doença, requer um longo prazo e um 
compromisso financeiro contínuo.
Vale ressaltar, que mesmo onde ocorreram melhorias no saneamento, higiene e 
acesso à água potável não foram obtidos impactos significativos na redução da 
incidência da doença por Rotavírus. 
As vacinas foram desenvolvidas como 
prevenção de primeira linha contra a 
doença por Rotavírus e demonstraram 
reduzir, drasticamente, a incidência da 
doença e o ônus da hospitalização. 
Países mais pobres apresentaram 
menor redução nos índices de 
diarreia por esse vírus, mesmo 
após a vacinação.
Falaremos, mais adiante,especificamente, sobre as vacinas.
Como você já sabe, a transmissão de doenças em escalas endêmicas e 
epidêmicas deve-se, principalmente, ao acesso insuficiente à água potável, além 
de infraestruturas inadequadas de saneamento, drenagem e cuidados de saúde. 
Em alguns casos, esses fatores são agravados por desastres naturais ou 
convulsões sociais.
58
A falta de acesso à água potável é 
um risco para saúde. 
Como prevenir o surto da doença em 
ambiente familiar?
O risco dos membros da família introduzirem o Rotavírus em casa é constante. Ele 
pode não ser reconhecido até que ocorra um surto de infecção no ambiente 
familiar. Isso significa, que uma boa higiene diária, incluindo a higiene alimentar, 
é essencial.
Em situações em que haja o risco de propagação da infecção em casa, medidas 
básicas de higiene devem ser implementadas com rigor. Deve-se lembrar, que o 
Rotavírus pode ser transmitido por pessoas que não apresentam sintomas 
(assintomáticas), por aquelas que, aparentemente, se recuperaram da doença ou 
por aquelas que, ainda, não desenvolveram sintomas. 
59
Veja, abaixo, medidas de higiene que 
também se aplicam à prevenção da 
propagação da infecção no local de 
trabalho e nas escolas. Oriente o seu 
paciente quanto a essas informações: 
Lavar sempre as mãos 
antes e depois de 
utilizar o banheiro. 
Higienizar bem os 
alimentos. 
Utilizar apenas água 
potável.
Lavar e desinfetar as 
superfícies usadas na 
preparação de 
alimentos.
Ensacar e manter o lixo 
fechado. 
Usar sempre a privada. 
Manter o aleitamento 
materno, evitando o 
desmame precoce.
Prevenir por meio da 
vacinação.
60
As estratégias para combater o Rotavírus 
ganharam um reforço!
Em 2005, a Organização Mundial da Saúde recomendou a inclusão de uma 
vacina contra o Rotavírus nos Programas Nacionais de Imunização da região da 
Europa e das Américas.
Em 2009, a recomendação foi estendida a todos os países, como parte de uma 
estratégia abrangente para controlar as Doenças Diarreicas, com a ampliação da 
prevenção básica, como lavagem adequada das mãos, água melhorada e 
saneamento.
O reforço no tratamento veio com a inclusão da Solução de Reidratação 
Oral de baixa Osmolaridade e Zinco.
61
Embora as crianças possam ser infectadas com Rotavírus, quatro a cinco vezes, 
nos primeiros dois anos de vida, a incidência de Gastroenterite grave por este 
vírus é reduzida a cada infecção repetida. 
Portanto, vacinas vivas atenuadas, administradas oralmente, foram 
desenvolvidas, imitando o efeito da infecção natural e prevenindo a doença grave 
por Rotavírus.
Uma vacina contra o Rotavírus recombinante humano Rhesus (Rotashield, 
Wyeth) foi licenciada nos Estados Unidos, em 1998, após mostrar alta eficácia 
contra Gastroenterite grave por Rotavírus em ensaios clínicos randomizados.
 A Rotashield foi recomendada para imunização de rotina de lactentes naquele 
país no mesmo ano, mas teve que ser suspensa um ano depois, pois estudos 
observacionais, pós-licenciamento, detectaram sua associação a um evento 
adverso grave, a Intussuscepção.
 
Intussuscepção: forma de obstrução intestinal que, muitas vezes, requer cirurgia 
e está associada à alta letalidade, se não tratada.
62
RotaTeq e Rotarix foram testadas em ensaios clínicos randomizados de 
60.000–70.000 bebês, para avaliar o risco de Intussuscepção, antes do seu 
licenciamento, não sendo encontrado aumento do risco, durante o período de 
30 a 42 dias pós-vacinação, após as três doses de RotaTeq ou duas doses de 
Rotarix, respectivamente.
Duas outras vacinas orais vivas contra o Rotavírus, uma Pentavalente 
bovina-humana rearranjada (RotaTeq, Merck) e uma Monovalente humana 
(Rotarix, GSK Biologicals), estavam em estágios avançados de testes clínicos 
quando a Rotashield foi suspensa.
Sete anos, e várias milhões de mortes depois, duas empresas (Merck e GSK) 
lançaram suas vacinas no mercado, em 2006 (Rotarix e RotaTeq, 
respectivamente), o que levou a uma redução de 90% nas hospitalizações por 
diarreia. 
A tabela, a seguir, mostra um comparativo das características das vacinas Rotarix 
e RotaTeq:
63
Tabela 1: Características das vacinas Rotarix e RotaTeq contra o rotavírus:
Características Rotarix RotaTeq
Composição
Estirpe única de Rotavírus 
humano (P1A[8], G1).
Cinco rearranjos de G/P 
humanos com Rotavírus bovino 
cepa WC3 (P7[5], G6): G1 × 
WC3; G2 × WC3; G3 × WC3; G3 
× WC3; P1A[8] × WC3.
Número de doses 
necessárias
2 doses orais. 3 doses orais.
Programação*
Dose 1: mínimo 6 semanas de 
idade.
Dose 2: ≥ 4 semanas 
depois; completa com 24 
semanas de idade.
Dose 1: 6–12 semanas de 
idade.
Doses 2 e 3: intervalos de 4 
–10 semanas; completa com 
32 semanas de idade.
Dose
Cada dose (1–1,5 ml) contém 
pelo menos 106,0
medianas de cultura de 
células infecciosas.
Cada dose (2 ml) contém pelo 
menos 2,0–2,8×10 6 unidades 
infecciosas por rearranjo.
Validade 36 meses. 24 meses.
Armazenar 2–8°C, protegido da luz. 2–8°C, protegido da luz.
Contraindicações
História de hipersensibilidade à 
vacina ou a qualquer dos seus 
componentes; história de 
malformação congênita não 
corrigida do trato 
gastrointestinal, que 
predisponha à 
Intussuscepção; história de 
Doença de Imunodeficiência 
Combinada grave; história de 
Intussuscepção.
História de hipersensibilidade à 
vacina ou a qualquer dos seus 
componentes; história de 
Doença de Imunodeficiência 
Combinada grave; história 
de Intussuscepção.
*As idades para as doses da vacina variam de acordo com as recomendações de cada país e Calendários de Vacinação 
(OMS, 2017). 
64
Fonte: OMS, 2017, p. (Adaptado). Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/275689/A70_R14-en.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 23 set. 
2022.
Outras vacinas foram desenvolvidas recentemente e algumas outras estão em 
processo de desenvolvimento. 
O PNI opera dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), com financiamento 
público, para fornecer acesso universal às vacinas recomendadas.
Em 2006, o Ministério da Saúde introduziu a vacina contra o Rotavírus de cepa 
única, a Rotarix, simultaneamente, em todos os 27 estados, por meio de seu 
Programa Nacional de Imunização (PNI), a fim de acelerar o alcance do quarto 
Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, qual seja: a redução da mortalidade 
infantil em dois terços, em crianças menores de cinco anos, em relação ao nível 
de 1990.
Para saber quais são essas vacinas, clique aqui ou escaneie 
o QR code para fazer o download.
65
http://www.abrasco.org.br/UserFiles/File/13%20CNS/SABROZA%20P%20ConcepcoesSaudeDoenca.pdf
O governo federal compra as vacinas, que são distribuídas aos Programas de 
Imunização Estaduais e Municipais e fornecidas, gratuitamente, nas Unidades de 
Saúde de todo o país.
A vacinação produziu importante redução 
no números de mortes e de internação 
infantil.
66
O aumento da cobertura vacinal da vacina contra o Rotavírus produziu uma 
importante redução da morbimortalidade, relacionada ao Rotavírus na infância, 
salvando a vida de milhares de crianças em todo o mundo. No entanto, em 
muitos locais ainda não se alcançou a cobertura vacinal de 100%, o que significa 
que há espaço para avanços na redução da mortalidade na infância por essa 
causa.
A primeira dose pode ser administrada 
entre 6-14 semanas, e a segunda dose 
entre 14-24 semanas de idade.
Além de salvar vidas, a vacina contra Rotavírus também diminui a carga sobre os 
Sistemas de Saúde, reduzindo o número de internações hospitalares por diarreia.
Gomes e colaboradores (2021) analisaram a influência da vacina contra o 
Rotavírus nas taxas de hospitalizações e óbitos por Gastroenterite, em crianças 
menores de 5 anos, antes e após a inclusão da vacina, entre 2001 a 2018.
As pesquisas constataram que houve uma redução expressiva das hospitalizações 
em todas as regiões brasileiras, com destaque para a Região Nordeste, onde o 
aumentoda vacinação foi inversamente proporcional ao número de casos de 
Rotavírus.
67
O Ministério da Saúde recomenda uma cobertura vacinal de pelo menos 90%, 
para se obter a imunidade coletiva.
Rotavírus humano - % cobertura vacinal por Região-Ano.
Um importante alerta!
Seu papel é fundamental na conscientização da sociedade sobre a importância 
da vacinação! 
Acesse, no menu, o Material complementar e leia o 
artigo: “Influência da vacina Contra o Rotavírus humano 
em hospitalizações por Gastroenterite em crianças no 
Brasil”. 
Se estiver lendo esse material no formato impresso, 
escaneie o QR code para fazer o download.
Apesar de ter atingido percentual superior, chegando a quase 100%, em 2015, 
esses números têm declinado ao longo dos anos, como pode ser observado nas 
estatísticas, abaixo:
68
Fonte: SISPNI, 2022, p. . Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0202&id=11637. Acesso em: 19 set. 2022.
A vacinação pode ser coadministrada com as demais vacinas, exceto junto com a oral 
contra Poliomielite (nos países onde sua administração persiste). Há, portanto, a 
recomendação de não administrá-la na mesma consulta.
Essa recomendação mundial se deve ao fato de que a vacina tem se mostrado 
altamente eficaz na prevenção de Gastroenterites e, consequentemente, tem sido 
eficaz para a redução de internações, economizando recursos econômicos e 
sociossanitários.
A imunização contra o Rotavírus 
é universalmente recomendada.
69
No Brasil, duas vacinas estão disponíveis, sendo uma oferecida no PNI e outra somente 
na rede privada. São elas: Rotarix e RotaTeq.
Disponível somente na rede 
privada.
Pentavalente.
Aplicada em três doses.
Vacina RotaTeq
Faz parte do Programa 
Nacional de Imunizações 
(PNI).
Monovalente.
Aplicada em duas doses.
Vacina Rotarix
70
Efeitos Adversos
Está doente no momento da vacinação, embora um simples resfriado ou 
outra doença menor não deva impedir a vacinação.
Teve uma reação alérgica grave a uma dose anterior da mesma vacina.
Sofre de Imunodeficiência Combinada grave, uma doença genética.
Teve uma Intussuscepção no passado.
Está fora da faixa etária indicada.
 Cabe ao médico decidir se a criança deve ou não receber essa vacina se:
● Apresentar alguma anormalidade no sistema digestivo ou sofrer de uma 
Doença Gastrointestinal.
● Tiver problemas no sistema imunológico, devido a doenças como Câncer.
● Estiver tomando esteróides ou outros medicamentos que enfraquecem o 
sistema imunológico.
● Estiver em tratamento de quimioterapia e/ou radioterapia. 
Em alguns casos é indicado adiar ou 
evitar a vacinação contra o Rotavírus. É 
importante avaliar se a criança:
O médico deve avaliar se os benefícios 
de vacinar superam seus riscos 
potenciais.
72
Medidas de Controle de 
Infecção Hospitalar.
As diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomendam o 
isolamento de contato, incluindo quartos privativos. O isolamento deve ser 
continuado durante toda a duração da doença. As diretrizes também exigem o 
uso de luvas, lavagem adequada das mãos e uso de aventais, se houver a 
possibilidade de sujeira com material infeccioso.
O transporte do paciente deve ser feito apenas para fins essenciais e é necessária 
a limpeza diária do ambiente.
O equipamento de assistência ao paciente deve ser dedicado ou limpo entre cada 
uso. Pacientes com idadeAlém da Gastroenterite aguda, a infecção por 
Rotavírus tem sido associada a:
• Distúrbios neurológicos.
• Hepatite. 
• Colestase.
• Diabetes tipo 1.
• Doença Respiratória.
• Miocardite.
• Insuficiência Renal.
• Trombocitopenia.
Evidências crescentes têm apontado a ligação entre o Rotavírus e o 
desenvolvimento de uma série de Doenças Autoimunes em indivíduos 
suscetíveis, como a consequência sistêmica mais impactante. 78
Como a detecção de antigenemia de Rotavírus não é uma ferramenta diagnóstica 
de rotina, seu impacto como patógeno em crianças é subestimado, 
especialmente, na ausência de diarreia, em que a investigação diagnóstica de 
rotina não é comumente utilizada.
Diante dessas constatações, Rivero-Calle e colaboradores (2016) propuseram o 
modelo iceberg de infecção por Rotavírus, como forma de demonstrar que suas 
manifestações vão além da Gastroenterite aguda, como apresentado na Figura, a 
seguir:
Proposta do modelo “iceberg” de infecção 
por Rotavírus.
Fonte: Rivero-Calle et al., 2016, p. 101 (Adaptado).
79
As convulsões são uma manifestação 
clínica preocupante 
As convulsões podem constituir a manifestação extraintestinal mais 
frequentemente reconhecida da infecção por Rotavírus, e seu papel como causa 
de convulsão ou Doença Neurológica clínica está bem estabelecido na literatura 
científica, tendo sido constatado por Lee e colaboradores, em 2018, uma 
incidência de 4,0% a 7,7% dos pacientes, respectivamente.
Em 2015, Payne e colaboradores descreveram lesões difusas da substância 
branca cerebral em neonatos com convulsões associadas ao 
Rotavírus. Entretanto, o mecanismo fisiopatológico da convulsão induzida pelo 
Rotavírus permanece indefinido.
 
80
A disseminação viral sistêmica ocorre e pode produzir várias outras 
manifestações extraintestinais, como, por exemplo, as convulsões.
Além disso, a infecção pode ser um gatilho para o desenvolvimento de patologia 
autoimune em indivíduos com um fundo genético específico, por meio de um 
mecanismo proposto de quebra da tolerância imunológica em idades precoces.
O papel do Rotavírus como desencadeador ambiental de várias Doenças 
Autoimunes tem sido foco de interesse nos últimos anos. Atenção 
especial tem sido dada à Doença Celíaca, uma Enteropatia Autoimune, 
em que uma alta frequência de infecções por Rotavírus pode aumentar 
o risco de Doença Celíaca na infância, em indivíduos geneticamente 
predispostos. O estudo de Vodjani, em 2014, constatou que infecções 
frequentes por Rotavírus durante a infância desencadeiam um maior 
risco de Doença Celíaca.
Da mesma forma, a infecção pelo Rotavírus tem sido apontada como um fator 
desencadeante do Diabetes Mellitus Tipo I - uma endocrinopatia autoimune que 
leva à destruição seletiva das células Betas Pancreáticas produtoras de Insulina.
A proteína VP6 do Rotavírus também foi identificada, por Sarkar e colaboradores, 
em 2014, como uma ameaça potencial para a Miastenia Gravis - uma doença 
autoimune neurodegenerativa muscular crônica.
Clique aqui e leia a matéria que traz dados 
importantes sobre a vacina de Rotavírus reduzir a 
incidência de Diabetes Tipo 1, em 41%. 
Se estiver lendo esse material no formato impresso, 
escaneie o QR code para fazer o download.
81
A tabela, abaixo, apresenta os 
principais achados envolvendo as 
manifestações extraintestinais do 
Rotavírus.
 Tabela 2: Manifestações extraintestinais da infecção por Rotavírus.
1 Sintomas/Doenças 
Infecciosas/Extraintestinais  
Sintomas neurológicos
Convulsões afebris benignas.
Convulsões febris.
Outras convulsões.
Epilepsia.
Encefalite aguda.
Cerebelite aguda.
Encefalopatia (com padrão 
específico de substância branca na 
Ressonância Magnética).
Paralisia Flácida Aguda Transitória.
Síndrome de Opsoclonia-mioclonia.
Complicações neonatais
Enterocolite Necrosante Neonatal.
Leucomalácia Periventricular 
Cística.
Lesões Esplênicas (transitórias ou 
recorrentes)  
Artrite aguda  
Pneumonia  
Edema Infantil Hemorrágico Agudo  
Resposta Inflamatória Sistêmica  
Vasculite Cutânea  
Rabdomiólise  
Pancreatite  
Linfohistiocitose Hemofagocítica  
Reye e síndromes semelhantes  
Coagulação Intravascular 
Disseminada  
Hepatite  
Miocardite  
2 Doenças Autoimunes
Diabetes Mellitus.
Doença Celíaca.
Síndrome de Opsoclonia-mioclonia.
Miastenia Gravis.
Uveite.
Fonte: Rivero-Calle et al., 2016, p. 103 (Adaptado).
82
Como a principal causa de Gastroenterite Aguda Grave, a infecção por Rotavírus 
tem um efeito substancial na morbidade e mortalidade de bebês e crianças 
pequenas.
O Rotavírus infecta, principalmente, os Enterócitos intestinais e induz a diarreia 
aquosa por secreção. Além disso, a experimentação humana e animal demonstra 
que o tecido extraintestinal pode ser suscetível à infecção por Rotavírus, por sua 
vez, provocando mais patologia, que pode ser consequência da destruição 
mediada pelo vírus das células envolvidas, ou secundária indireta às respostas 
imunes antivirais.
83
Embora considerado um vírus entérico, o papel importante da infecção por 
Rotavírus em sítios extraintestinais e a impressão de que a infecção pode ter no 
tropismo tecidual e complicações em crianças não deve ser descartado pelo 
médico.
Os médicos, especialmente os pediatras, que cuidam de crianças infectadas, 
devem estar cientes das possíveis complicações extraintestinais da infecção por 
Rotavírus.
No entanto, o envolvimento do 
Rotavírus no dano tecidual 
extraintestinal é melhor documentado 
em modelos animais do que em 
humanos, havendo lacunas no 
entendimento dos mecanismos de 
patogênese. 
É de se esperar que, juntamente com 
a Gastroenterite mediada por 
Rotavírus, tais manifestações 
extraintestinais se tornem menos 
prevalentes, como consequência da 
introdução da vacinação.
84
Conclusão
A diarreia causada pelo Rotavírus é um 
importante problema de saúde em todo o 
mundo.
A imunização de rotina de crianças é a intervenção de Saúde Pública mais eficaz 
para o controle dessa infecção.
Um progresso notável em nossa compreensão e gerenciamento da doença por 
Rotavírus foi feito com vacinas que salvam vidas, mas permanecem lacunas 
consideráveis em nosso conhecimento em termos de virologia básica e de 
aplicações práticas para melhorar a eficácia do tratamento e das vacinas.
A introdução da vacina foi seguida por declínios 
significativos na proporção de casos de 
Gastroenterite aguda, causada por Rotavírus, entre 
crianças menores de 5 anos de idade.
Mesmo com as vacinas usadas rotineiramente 
pelo PNI, continua sendo importante realizar uma 
vigilância para monitorar a Doença Diarreica.
Os esforços de vigilância devem se concentrar no monitoramento das 
tendências da doença grave por Rotavírus, como hospitalizações e visitas aos 
Serviços de Emergência.
Outro ponto importante refere-se à compreensão da doença e à aceitação da 
vacina entre os responsáveis pelas decisões de vacinação dos filhos, que devem 
ser alcançadas por meio de um canal de comunicação adequado.
86
O seu papel, enquanto profissional da saúde, é muito significativo no processo 
de tomada de decisão sobre vacinas, uma vez que os pais, geralmente, 
recorrem aos profissionais de saúde para aconselhamento. Por isso, é 
importante reforçar, sempre, a importância da vacinação. 
É importante que o médico e os demais profissionais da saúde conheçam o 
problema e a importância dos cuidados preventivos, principalmente, no que 
concerne à vacinação, educando o paciente (ou seu responsável) sobre o alto 
risco de infecção pelo Rotavírus e as consequências potencialmente graves da 
doença, em especial, a desidratação.
87
Bibliografia
Referências
BRASIL. Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações - SIPNI. 
Disponível em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0202&id=11637. 
Acesso em: 19 set. 2022.
 
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC. Biblioteca de Imagens de 
Saúde Pública.Disponível em: https://www.cdc.gov/rotavirus/about/photos.html. 
Acesso em: 31 out. 2022.
 
CENTRO INTERNACIONAL DE ACESSO A VACINAS. Janela de Informações sobre Vacinas e 
Epidemiologia (VIEW-hub) . agosto de 2021. Disponível em: http://www.view-hub.org/. 
Acesso em: 13 set. 2022.
 
ESTES, M. K. et al. Rotaviruses. In: KNIPE, D. M. et al. (Eds.). Fields virology. Philadelphia: 
Lippincott Williams & Wilkins, 2007.
 
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ - FIOCRUZ. Rotavírus: sintomas, transmissão e prevenção. 
Disponível 
em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/rotavirus-sintomas-transmissao-e-prevenc
ao. Acesso em: 19 set. 2022.
 
GLASS, R. I. et al. The future control of rotavirus disease: Can live oral vaccines alone 
solve the rotavirus problem? Vaccine, v. 36, n. 17, p. 2233-2236, 2018.
 
GLASS, R. I. et al. The Rotavirus Vaccine Story: From Discovery to the Eventual Control of 
Rotavirus Disease. The Journal of Infectious Diseases, v. 224, Suppl. 4, p. 331-342, 2021.
89
GLOBAL BURDEN OF DISEASE - GBD. Resultados do Estudo de Carga Global de Doenças 
2019 (GBD 2019). Disponível em: https://ghdx.healthdata.org/gbd-2019. Acesso em: 15 
set. 2022.
GOMES, R. N. S. et al. Influência da vacina contra o rotavírus humano em 
hospitalizações por gastroenterite em crianças no brasil. Texto & Contexto 
Enfermagem, v. 30, n. 1, p. 1-11, 2021.
LEE, K. Y. et al. Neurodevelopmental outcomes in newborns with neonatal seizures 
caused by rotavirus-associated leukoencephalopathy. Seizure, v. 56, p. 14-19, 2018.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS. Boletim Global de Informação e 
Vigilância sobre Rotavírus. Genebra: OMS, 2018.
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS. Fortalecimento da imunização para 
alcançar os objetivos do plano de ação mundial sobre vacinas. 70ª Assembleia 
Mundial da Saúde. Genebra: OMS, 2017.
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE – OMS. Preventing diarrhoea through better 
water, sanitation and hygiene: exposures and impacts in low-and middle-income 
countries. Genebra: OMS, 2014.
PATUABACK. Rotavírus e alergia alimentar: Uma breve revisão sobre a doença e a 
importância da vacinação, 2017. Disponível em: 
https://patuaback.iec.gov.br/server/api/core/bitstreams/4c52d583-3bd6-4767-9e14-a
4f05c2265af/content. Acesso em: 20 Jun. 2023.
PAYNE, D. C. et al. Epidemiologic association between FUT2 secretor status and severe 
rotavirus gastroenteritis in children in the United States. JAMA Pediatr, v. 169, n. 11, p. 
1040-1045, 2015.
 
RIVERO-CALLE, I. et al. Systemic features of rotavirus infection. J Infect, v. 72, Suppl 1, p. 
98-105, 2016.
 
SARKAR, T. et al. In silico study of potential autoimmune threats from rotavirus 
infection. Comput Biol Chem, v. 51, p. 51-56, 2014.
90
https://patuaback.iec.gov.br/server/api/core/bitstreams/4c52d583-3bd6-4767-9e14-a4f05c2265af/content
https://patuaback.iec.gov.br/server/api/core/bitstreams/4c52d583-3bd6-4767-9e14-a4f05c2265af/content
 
TROEGER, C. et al. Rotavirus Vaccination and the Global Burden of Rotavirus Diarrhea 
Among Children Younger Than 5 Years. JAMA Pediatr, v. 172, n. 10, p. 958-965, 2018.
 
VOJDANI, A. A Potential Link between Environmental Triggers and Autoimmunity. 
Autoimmune Disease, v. 2014, n. 437231, p. 1-18, 2014.
 
XIA, M. et al. Immune response and protective efficacy of the S particle presented 
rotavirus VP8* vaccine in mice. Vaccine, v. 37, p. 4103-4110, 2019.
Indicação de Materiais complementares:
 
CENTERS FOR CONTROL DISEASE AND PREVENTION - CDC. Rotavirus Clinical 
Information. Atlanta: CDC, 2019. Disponível em: 
https://www.cdc.gov/rotavirus/clinical.html. Acesso em: 19 set. 2022.
 
RAUCH, S. et al. Rotavirus mRNA Vaccine. 2020. Disponível em: 
https://patentscope.wipo.int/search/en/detail.jsf?docId=WO2020254535. Acesso em: 
20 set. 2022.
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES - SBIM. Vacina rotavírus. Disponível 
em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/vacinas-disponiveis/vacina-rotavirus. Acessado 
em: 17 set. 2022.
91

Mais conteúdos dessa disciplina