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Unidade 1 Fundamentos do Desenho Técnico Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria POLLYANNA T. T. B. NUNES GLAUCO ANTONIO DIAS FILHO AUTORIA Pollyanna T. T. B. Nunes Sou formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Segurança do Trabalho e mestre em Ciência e Engenharia dos materiais pela UFRN. Tenho experiência com obras de pequeno e grande porte como a Ponte Newton Navarro. Gosto de transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Glauco Antônio Dias Filho Sou formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sou engenheiro de cálculo estrutural e de instalações prediais. Já executei obras de pequeno e grande porte como residenciais multifamiliares verticais e horizontais e também, já projetei os complementares de alguns. Gosto de transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Introdução ao Desenho Arquitetônico ............................................... 10 O Desenho Arquitetônico .......................................................................................................... 10 Legislação Municipal .................................................................................................................... 10 Prefeitura ............................................................................................................................. 11 Legislação Estadual ................................................................................................... 12 Normas ABNT .................................................................................................................................... 13 Plantas Baixas ............................................................................................... 19 Planta da Edificação ...................................................................................................................... 19 Planta de Piso ................................................................................................................ 20 Elementos de Construção ..................................................................................... 21 Informações do Desenho .......................................................................................23 Espessura de Linhas ..................................................................................................24 Dimensionamento de Projeto .............................................................................24 Paredes.............................................................................................................24 Portas e Janelas .........................................................................................25 Cortes - Fachadas - Escadas e Rampas .............................................27 O Corte ....................................................................................................................................................27 A Circulação Vertical: Escadas e Rampas ..................................................................... 31 Plantas de Locação - Cobertura e de Situação ..............................34 Planta de Locação e Cobertura ............................................................................................34 7 UNIDADE 04 UNIDADE 01 Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 8 INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo à nossa unidade 01. Aqui vamos analisar a legislação, as normas técnicas e os procedimentos para elaboração de projetos de arquitetura em CAD. Vamos interpretar e elaborar uma planta baixa, desenvolver cortes e fachadas e também, a planta de locação e cobertura. Preparado? Então vamos lá! Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 01. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Discernir sobre o conceito de desenho arquitetônico e as normas técnicas que o regem. 2. Interpretar e elaborar uma planta baixa. 3. Desenvolver cortes e fachadas a partir da planta baixa. 4. Elaborar planta de locação, cobertura e situação. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 10 Introdução ao Desenho Arquitetônico OBJETIVO: Aqui vamos analisar a legislação nos âmbitos municipal, estadual e federal, os quais balizam os projetos de edificações e, também, as normas técnicas de desenho para elaboração de projetos de arquitetura. As normas utilizadas aqui serão base para o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos. O Desenho Arquitetônico Os projetos arquitetônicos são desenhados com base na legislação vigente do local onde serão executados. É dever do profissional conhecer a norma e a legislação local que pode ser facilmente encontrada no site da prefeitura do município em questão. Existem leis e normas federais, estaduais e municipais que regem a construção no nosso país. Porém, a lei municipal, através do plano diretor, regulamenta com mais especificidade o projeto, pois apresenta taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento, recuos, alturas entre outras coisas. Legislação Municipal Todo município deve ter suas normas de construção, se não o têm, baseia-se em uma norma de construção de um município mais desenvolvido. Estas normas de construção ordenam as edificações na cidade de modo que a construção seja desenvolvida de forma mais organizada e não gere uma cidade com construções sem regras, segurança e conforto para os seus moradores. O município é dotado de poder para desenvolver seu próprio código e normas através da prefeitura junto aos seus órgãos competentes. Outros órgãos trabalham em conjunto com a prefeitura aprovando e regulamentando os projetos (FERRO, 2015). Entre esses órgãos, podemos citar a Secretária Municipal de Habitação (Sehab) ou o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 11 Artístico e Turístico (Condephaat), que regula as construções em áreas tombadas no município de São Paulo. As nomenclaturas podem diferir de município para município.Então, para a aprovação de um projeto, é trabalho do profissional de arquitetura a pesquisa das normas locais e adotá-las na elaboração do projeto, pois seus projetos só serão aprovados se estiverem de acordo com a legislação em vigor. Após toda a tramitação do projeto pelos órgãos competentes, é recebido o alvará de construção de cada órgão. Também, é bom observar que, dependendo da grandiosidade da arquitetura, o projeto deve ser aprovado no Corpo de Bombeiros Militar. O alvará de construção tem validade de dois anos para poder iniciar as obras. Prefeitura As prefeituras municipais possuem seus próprios códigos de obras que regem as regras para se poder construir. Esta norma pode ser bem complexa, pois dependendo da cidade muitas coisas são levadas em consideração. Em São Paulo temos o Código de Obras e Edificações (COE) Lei Nº 11.228 de 1992 e em Natal/RN apenas o código de obras pela lei complementar Nº 055, de janeiro de 2004, ainda em vigor na edição deste e-book. O processo de aprovação de projeto em Natal/RN, segue dando a entrada na prefeitura através de um formulário denominado Requerimento para Licenciamento de Obras. Além disso, segue uma lista de documentos necessários para apresentação dado o tipo de obra que se deseja aprovar. O primeiro passo é a apresentação da documentação como RG, CPF ou, se for Pessoa Jurídica, o Contrato Social, a documentação do autor e responsável técnico pelo projeto, que é o registro profissional CREA (engenheiros) ou CAU (arquitetos). Ainda são necessários a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), dependendo do tipo de obra. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 12 O segundo passo é a classificação da atividade ou do uso que se pretende edificar. Para o terceiro passo, o interessado deve apresentar uma ficha técnica do terreno junto a um levantamento georreferenciado. Em quarto, é necessária a apresentação de dados específicos, mas sua apresentação depende do tipo de obra. O quinto passo é a classificação do tipo de obra a ser executada pois, o órgão classifica quanto à sua característica atual: obra nova, reconstrução, reforma, regularização, mudança de uso etc. Em seguida, deve-se atender as exigências para os grandes projetos, como por exemplo, aprovação do corpo de bombeiros, estudo de impacto de tráfego etc. A apresentação do projeto, orientado pelo órgão responsável, especifica como o projeto deve ser apresentado em termos de conteúdo, escala, áreas, dados do proprietário, tamanho da folha, localização do terreno etc. Após aprovação, se não for direcionado para ajuste, é dada a entrada para a liberação do alvará na prefeitura. SAIBA MAIS: Procure o site da prefeitura de seu município e se familiarize com as leis que o regem. Procure o plano diretor e o código de obras como também, o processo que é adotado para aprovação de um projeto arquitetônico. Legislação Estadual Além da aprovação da prefeitura, também se faz necessário passar o projeto para aprovação em algum órgão estadual. O conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) é o órgão da Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo que protege e valoriza o patrimônio cultural no Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 13 estado São Paulo. Esse órgão funciona regulando os projetos que atuam em bens tombados. Esses bens são imóveis, bairros, bens móveis, áreas naturais que não podem ter suas características alteradas (FERRO, 2015). Em um imóvel, por exemplo, não se pode mudar as características de sua fachada. Esses imóveis tombados podem receber obras de restauração e conservação desde que aprovado pelo órgão com tal competência. Em São Paulo, o Condephaat. No Rio Grande do Norte o tombamento é feito pela Fundação José Augusto (FJA) conforme Lei 4.775 de 1978. Normas ABNT A Associação de Normas técnicas (ABNT) é responsável pela normalização técnica no nosso país, dando base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. A norma que trata do desenho técnico é a NBR 10647 que define o desenho técnico nos aspectos: geométrico, grau de elaboração, técnica de execução, modo de obtenção e material empregado. Esta norma encontra-se cancelada e não foi encontrada substituta na elaboração do e-book. A NBR 16757, trata do desenho e dimensões especificando as características e os padrões das folhas de desenho nos formatos da série “A” utilizadas em desenho técnico. A série “A” é definida pelo formato básico de 841 x 1189 e, a partir dela, os outros formatos foram derivados. Figura 1: Origem do formato A0 Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 14 Figura 2: Formatos derivados da série A Fonte: Netto (2014) Quadro 1: Formatos de folhas de desenho técnico Folha Dimensões (mm) Margem Esquerda Direita A0 841 x 1189 25 10 A1 594 x 841 25 10 A2 420 x 594 25 7 A3 295 x 420 25 7 A4 210 x 297 25 7 Fonte: NBR 16757/20 (adaptado) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 15 Figura 3: Semelhança geométrica dos formatos Fonte: Netto (2014) A norma NBR 10582, especifica os espaços para desenho, texto, legenda e outros conteúdos nas folhas de desenho. Figura 4: Espaços na folha de desenho Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 16 A NBR 8402/94, fixa as condições exigidas para a escrita em desenhos técnicos e documentos semelhantes. A escrita poderá ser vertical ou inclinada em ângulos de 15° (quinze graus) para a direita, conforme podemos ver na figura a seguir. Para se conhecer as letras em desenho arquitetônico deve-se consultar a NBR 6492/94. Figura 5: Dimensões entre letras Fonte: Netto (2014) Quadro 2: Proporções e dimensões de símbolos gráficos Características Relação Dimensões Altura das letras maiúsculas h (10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas h (7/10)h - 2,5 ,5 5 7 10 14 Distância mínima entre caracteres (a) (2/10)h 0,5 0,7 1 ,4 2 ,8 4 Distância mínima entrelinhas de base (b) (14/10)h 3,5 5 7 0 4 0 8 Distância mínima entre palavras (e) (6/10)h 1,5 2,1 3 ,2 6 ,4 2 Largura da linha (d) (1/10)h 0,25 0,35 ,5 ,7 1 ,4 2 Fonte: Netto (2014) A NBR 8403 fixa os tipos e o escalonamento de larguras de linhas para os desenhos técnicos. A NBR 6492 deve ser consultada para as linhas dos desenhos arquitetônicos. A NBR 13142, diz como as folhas devem ser dobradas com formato final sendo o formato A4. Conforme a NBR 10068 a legenda deve ficar visível. Assim, as regras para dobramentos de todos os formatos resultam no A4. A seguir, segue o exemplo de dobramento de um A0 resultando no A4. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 17 Figura 6: Dobramento de folha para formatos A0 Fonte: Netto (2014) Figura 7: Resultado do dobramento Fonte: Netto (2012) A NBR 10067 define os métodos de projeção ortográfica, a denominação das vistas, a posição relativa das vistas em relação aos diedros e a determinação dos números de vistas e cortes. A NBR 8196 determina a escolha da escala permitindo representar o desenho de maneira adequada. Escala é a relação dimensional entre a representação de um objeto no desenho e suas dimensões reais. A escala pode ser de ampliação ou de redução. Na arquitetura, normalmente se usa a de redução. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 18 • Escala 1:1 é a escala natural. • Escala 1:X é a escala de redução em que X é maior que 1. • Escala X:1 é escala de ampliação em que X é maior que 1. Todo desenho deve apresentar a informação da escala na legenda da folha do seu desenho. Quando tivermos mais de uma escala presente, indica-se a escala junto à descrição do desenho. RESUMINDO: Abordamos aqui de forma resumida, a legislação e algumas normas que regem o desenho técnico e os projetos de arquitetura. Existem muito mais normas como a NBR 9050/04 – Acessibilidadepara portadores de deficiência, NBR 9077/01 – Saídas de emergência em edifícios, NBR 13532/95 – Elaboração de projetos de obras de engenharia e arquitetura e NBR 6492/94 – Representação de projetos de arquitetura. As normas aqui mencionadas são ligadas à arquitetura e engenharia e contém as representações necessárias para se desenvolver o projeto. Entramos no mundo dos projetos e nos próximos capítulos entenderemos como representar e definir o que devemos representar nas plantas de corte, fachadas e nos outros elementos. Espero que esteja animado para os demais capítulos para aprender e compreender o maravilhoso universo dos projetos da construção civil. Preparado? Vamos lá! Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 19 Plantas Baixas OBJETIVO: Aqui aprenderemos sobre a planta baixa e como deve ser apresentada, além de sua utilidade para o projeto de arquitetura. Como devem ser elaboradas as plantas baixas. Como fazer o dimensionamento e quais os elementos que devem ser cotados. Planta da Edificação A planta de uma edificação, segundo a NBR 6492, é a vista superior do plano secante horizontal, localizado a 1,50m do piso em referência. A altura desse plano pode ser variável para cada projeto de maneira a representar todos os elementos considerados necessários. Todos os pavimentos de um projeto arquitetônico, devem ser representados em planta de maneira que no projeto tem-se uma planta baixa para cada pavimento. São eles, por exemplo, representados nos projetos a planta do pavimento térreo, primeiro pavimento e cobertura. Em edifício, normalmente, contêm as plantas de subsolo, térreo, mezanino, o pavimento tipo (pavimento que se repete várias vezes), casa de máquinas etc. O objetivo de uma planta baixa é representar o edifício e suas medidas construtivas de profundidade, largura, espessura de paredes, larguras de janelas, portas e todo o seu entorno, recuos e o muro. Figura 8: Perspectiva da altura do corte para representação de uma planta baixa Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 20 A seguir, na figura 9, segue-se uma planta gerada a partir do corte horizontal. No projeto de arquitetura a representação se dá como se olhássemos de cima para baixo, ortogonalmente a partir de 1,50m. Figura 9: Planta gerada a partir do corte horizontal Fonte: Netto (2014) Planta de Piso As plantas devem exibir elementos da construção e informações do desenho e estão listados a seguir. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 21 Elementos de Construção Paredes possuem sua espessura definida a partir do elemento estrutural usado para sua construção (tijolo ou bloco) mas, normalmente, utiliza-se 15cm para representação de edificações mais comuns. Isso somado com as espessuras de acabamento utilizado (reboco, emboço, chapisco, revestimento, emassamento etc.) De acordo com Ferro (2015), torna-se obrigatório representar: • Aberturas de portas, janelas e grades. • Pisos (acabamentos). • Elementos de estrutura se pertinente pois normalmente o engenheiro de estrutura é quem faz o dimensionamento desses elementos e representa em sua planta de forma. • Telhados (projeção). • Escadas e rampas. • Aparelhos sanitários. As escalas que normalmente se usa em plantas baixas são 1/50, 1/75 e 1/100, escalas menores são mais usadas para plantas de edificações maiores. A seguir seguem alguns exemplos de plantas nas figuras 10 e 11 para análise do que foi falado até agora. Tente identificar os elementos representados nela como exercício. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 22 Figura 10: - Planta baixa pavimento térreo Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 23 Figura 11: Planta baixa do 1º pavimento Fonte: Netto (2014) Informações do Desenho Conforme Montenegro (1978), devem constar na planta baixa as seguintes informações: • Nome dos ambientes e suas respectivas áreas. • Dimensão dos ambientes. • Cotas de nível. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 24 • Linhas de corte. • Indicação de Norte. • Título do desenho e escala. Apenas as linhas de eixo de parede são uma informação opcional pois elas normalmente são representadas em um projeto estrutural para locação do gabarito da obra. Espessura de Linhas As linhas utilizadas devem ter espessuras em conformidade com o que elas representam. Se os elementos foram seccionados, conforme paredes, deverão ser de espessura grossa em torno de 0,5 a 0,6mm. Elementos em vista mostrados abaixo da secção devem ter linhas finas e quanto mais distante do plano de secção mais fina deve ser a pena, normalmente, de 0,4 a 0,3 mm ou até mais fina conforme a necessidade. Dimensionamento de Projeto Os elementos construtivos devem ser cotados de maneira a esclarecer todas as medidas necessárias à construção do edifício. Em cada tipo de vista são informadas diferentes cotas. Paredes Paredes devem ser cotadas em planta exibindo as medidas externas e as aberturas de portas e janelas no vão livre de abertura da parede. • As cotas devem ser preferencialmente localizadas na parte externa do desenho. • Cotar os ambientes e as espessuras da parede. • Aberturas de portas e janelas devem ser cotadas no vão livre da alvenaria (osso). Osso é o termo usado para determinar medidas sem acabamento. Acabado, refere-se a qualquer coisa com acabamento. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 25 • Cotar as medidas externas totais. • Inserir as cotas parciais do lado do desenho e as cotas totais por fora. Figura 12: Dimensionamento da parede em planta Fonte: Netto (2014) Portas e Janelas Portas devem exibir dimensões de largura x largura e isso é mostrado no conhecido quadro de esquadrias. O quadro de esquadrias indica a porta, sua largura e altura, tipo de abertura e material. Da mesma forma a janela, devendo acrescentar o peitoril no qual será assentada. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 26 Figura 13: Exemplo de quadro de esquadria Fonte: Acervo da autora (2021) Figura 14: Utilização em planta Fonte: Acervo da autora (2021) RESUMINDO: Aqui vimos o básico dos itens utilizados em uma planta baixa. Conhecemos o que ela representa e com se dá seu plano de secção, linhas utilizadas, algumas representações etc. É interessante ampliar o que foi visto aqui pois o que apresentamos foi de forma sucinta. Tente reproduzir manualmente a planta com o uso do escalímetro em um papel A4 na escala em que desejar. Nos próximos capítulo vamos ver o que são os cortes e fachadas e, também, as plantas de locação e cobertura. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 27 Cortes, Fachadas, Escadas e Rampas OBJETIVO: Aqui vamos aprender para que são usados os cortes e fachadas e o que representam no desenho arquitetônico como também de que forma podemos representar e dimensionar escada e rampas. O Corte O corte de uma edificação é uma representação ortogonal da planta de edificação gerada a partir de um corte vertical da edificação a uma determinada distância das laterais do edifício podendo ser variável de acordo com as necessidades de informações a serem exibidas. Segundo a NBR 6492 corte é “plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal ou no transversal. O corte, ou cortes, devem ser dispostos de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes construtivos. O objetivo do corte é representar o edifício e as suas medidas de alturas entre pisos, espessuras de lajes, forros e informações de telhados. Figura 15: Exemplo de corte de uma edificação em perspectiva Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 28 O desenho gerado a partir do corte transversal será mostrado a seguir, na figura 16. Figura 16: Desenho ortogonal gerado pela secante Fonte: Netto (2014) A fachada é a representação externa do que é vistono edifício com o objetivo de auxiliar na boa compreensão do projeto. “É a representação gráfica de planos externos da edificação” conforme a NBR 6492. Seu objetivo é representar os detalhes do projeto, como portas, janelas grades, telhados e seu entorno, dando uma visão geral de como será o edifício na sua parte externa. Normalmente, em um projeto de arquitetura, são representadas as quatro fachadas do edifício e cada uma, normalmente, orientando-se pelo norte, sul, leste e oeste. Figura 17: Fachada da edificação em perspectiva Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 29 Figura 18: Fachada gerada a partir da vista ortogonal frontal do edifício Fonte: Netto (2014) Tente identificar a partir dos elementos demonstrados qual fachada está sendo mostrada na figura 18. É a fachada frontal? Uma das laterais? Ou de fundo? A elevação é a representação de uma vista interna do edifício, com o objetivo de auxiliar na boa compreensão do projeto (RIBEIRO, 2013). Normalmente, se é utilizada é para mostrar, em uma cozinha, por exemplo, a disposição de armários, com suas alturas de instalação, distância superiores e inferiores. Também pode ser usada para elevação de quartos, salas ou qualquer outra coisa que tenha necessidade de atenção. Segundo a NBR 6492, a elevação é a “representação gráfica de planos internos ou de elementos da edificação”. Figura 19: Elevação de uma cozinha Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 30 Nos cortes, mantém-se as indicações de uso para as linhas. Linhas grossas para elementos seccionados e linhas finas distanciando-se do plano de secção. Observe na figura 18 em que as portas e janelas são exibidas mostrando sua largura e sua altura como também na figura 19. A seguir mostramos detalhes de representação das portas em planta, cortes e/ou elevações. Figura 20: Representação de portas Fonte: Netto (2014) A seguir mostramos detalhes de representação das portas em planta, cortes e/ou elevações. Figura 21: Representação de janela Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 31 A Circulação Vertical: Escadas e Rampas A circulação entre níveis dá-se através de escadas e rampas. As escadas são compostas de pisos, espelhos e patamares. A NBR 9077 regulamenta a largura mínima de acordo com o número de pessoas que por ela passará, conforme item 4.4 da referida norma. A largura mínima recomendável para escadas fixas de 1,50m, podendo admitir o mínimo de 1,20m. A norma diz ainda que os pisos e espelhos devem ser constantes em toda a escala. A altura mínima para se permitir o acesso entre um lance e outro deve ser de 2,10m. A escada é composta de piso e espelho. A linha de interrupção na escada indica o corte a 1,5m no pavimento a qual ela pertence. Normalmente, as escadas pertencem ao pavimento do qual elas partem. A partir da linha de interrupção, a escada é desenhada em linha tracejada, indicando linhas em projeção, mostrando que estão acima do pavimento do desenho. A escada deve representar o sentido de subida através de uma linha cheia no eixo da mesma com a indicação de S ou mesmo o sobe. Figura 22: Representação de uma escada Fonte: Netto (2014) O conforto da escada é dado pela equação de Blondel. O espelho deve ser entre 16 e 18 cm, o piso deve ter entre 28 entre 32 cm. A equação de Blondel é dada através de: Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 32 Equação: 63 ≤ 2E + P ≤ 65 cm Onde, E é o espelho e P é o tamanho do degrau. A escada em corte, da mesma forma dos outros elementos que foram cortados, deve ser desenhada com linha grossa. O restante depois do corte é feito com linhas finas. Figura 23: Escada em corte Fonte: Netto (2014) Rampas também são utilizadas para vencer desníveis com pequenas alturas pois as rampas possuem pouca inclinação para que sejam confortáveis para se circular. A NBR 9050 regula as rampas. Conforme a NBR 9050, as rampas devem ter patamar de descanso como as escadas para longas distâncias. Em rampas para pedestres, em geral, a inclinação ideal é de 8%, chegando até 10%, como na Figura 2.17. Como nas escadas, as rampas devem ter guarda corpo com cerca de 0,80 m a 1 m dos dois lados. A largura depende do fluxo de pessoas, sendo a largura mínima de 1,20 m e a recomendável de 1,50 m. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 33 A inclinação da rampa é dada por: Equação: i = h x 100 * C Onde, i é a inclinação, h é a altura desnível e C é o comprimento da projeção horizontal. Figura 24: Representação em planta Fonte: Netto (2014) Figura 25 - Rampa em elevação Fonte: Netto (2014) RESUMINDO: Nesse capítulo conhecemos como gerar cortes e fachadas e como eles são utilizados para complementar as informações em um projeto arquitetônico. Escada e rampas foram apresentadas e são recursos muito utilizados para vencer desníveis nas edificações. Da mesma forma que feito com a planta baixa, tente representar com o auxílio do escalímetro um corte e fachada em um ofício A4. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 34 Plantas de Locação - Cobertura e de Situação OBJETIVO: Nosso objetivo aqui é conhecer e aprender como desenvolver uma planta de locação e de cobertura e, também, a planta de situação. Pois esses itens são importantíssimos para fornecer informações para a locação do projeto no terreno. Planta de Locação e Cobertura Os dois desenhos são obrigatórios quando vamos entregar um trabalho na Prefeitura para aprovar um projeto legalmente. Essas pranchas são essenciais no projeto executivo e no canteiro de obras, trazendo informações sobre o lote, seus limites, entorno, topografia (opcional em pequenos projetos) e ocupação. Porém, antes de começar, é importante saber que planta de situação e planta de locação são coisas diferentes, cada uma delas é responsável por informações e especificações técnicas singulares. A planta de locação e cobertura é a representação de uma vista superior da parte externa do edifício de maneira a mostrar o telhado, laje impermeabilizada ou qualquer outro tipo de elemento que componha a cobertura. Devem ser representados os caimentos dos telhados e calhas (MONTENEGRO, 1978). Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 35 Figura 26: Exemplo de cobertura em perspectiva Fonte: Netto (2014) Na figura 27, podemos ver a planta de cobertura ortogonalmente. Figura 27: Exemplo de planta de cobertura Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 36 Figura 28: Planta de locação e cobertura Fonte: Acervo do autor Planta de locação nada mais é do que a locação da construção no terreno mostrando suas cotas em relação ao terreno e, também, a cobertura. Seus elementos são: • Cumeeira é o divisor de águas no plano horizontal. • Águas é o plano inclinado dos telhados. • Espigões é o que divide as duas águas inclinadas. • Rincões é o divisor de duas águas inclinadas com função de calhas. • Beirais são os limites dos telhados, é a distância da parede externa ao fim do telhado. • Platibandas, rufos e marquises, podem ser observados na figura 28. Informações como a inclinação do telhado deve ser informado em graus ou porcentagem. As porcentagens normalmente são mais utilizadas. Também deve-se informar o tipo de telha usada. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 37 Figura 29: Indicações dos componentes de um telhado Fonte: Netto (2014) A seguir, segue a projeção ortogonal e, como já sabemos, é a forma de representação utilizada. Figura 30: Planta de cobertura com indicações dos elementos Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 38 A planta de situação é usada, para o projeto legal, normalmente é uma planta com escala de redução bem grande pois engloba a quadra e a rua em que o lote está inserido. Na planta de situação é mostrado o logradouro (rua), as ruasno entorno da quadra, a direção do norte verdadeiro e, também, as distâncias em relação a uma das quinas de quadra. Figura 31: Representação de uma planta de situação Fonte: Netto (2014) Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 39 Figura 32: Exemplo de planta de situação Fonte: Netto (2014) Deve-se observar que as linhas do lote devem ser linhas grossas. O lote em questão deve ser hachurado e cotado. Como falado anteriormente, as distâncias do lote em relação às quinas das quadras devem ser cotadas. As ruas devem ser indicadas e, se possível, também deve-se indicar os lotes da gleba ou condomínio. Cada prefeitura tem autonomia sobre a legislação construtiva do seu município. Devemos realizar consultas regulares para saber quais são as diretrizes adotadas no zoneamento da área do lote trabalhado. Os parâmetros fixos são: recuos, gabarito, taxa de ocupação, taxa de permeabilidade e coeficiente de aproveitamento. No projeto também devemos pensar na incidência de luz solar e ventilação natural da edificação. Mas esses serão assuntos discutidos no futuro. Na planta de localização/implantação é comum e, também, de bom senso, representarmos a vegetação e as linhas topográficas muito importantes para grandes obras e muito bem vindas em pequenas, mas, normalmente, não são incluídas na planta de locação e cobertura. Já na de situação isso não é necessário. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 40 Figura 33: Planta de situação Fonte: Acervo do autor (2021) Plantas de cobertura e de situação são plantas bem fáceis de se elaborar e normalmente não se dedica tanto tempo, ao contrário de plantas baixas e fachadas. Mas, é de extrema importância saber que apesar de normalmente serem as últimas a serem elaboradas são as primeiras a serem usadas, pois começamos a obra nos situando e, quando situados começamos, de fato, locando. RESUMINDO: Nesse último capítulo da nossa unidade, vimos como as plantas de locação e coberturas são elaboradas e a identificação dos itens necessários para a elaboração. Assim, com esse último capítulo, já estamos com as ferramentas necessárias para a elaboração de uma planta arquitetônica completa. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad 41 REFERÊNCIAS FERRO, A., RAPHAEL, J. R., FILHO, P. B. Desenho técnico. São Paulo: SENAI, 2015. MONTENEGRO, G. A. Desenho Arquitetônico. 4ª. Ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1978. RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Desenho técnico e Autocad. São Paulo: Pearson, 2013 SILVA, A. R. C. T.; DIAS, J. Desenho Técnico Moderno. 4ª. Ed. São Paulo: LTC, 2018. NETTO, C. C. Desenho Arquitetônico e Design de Interiores. São Paulo: Editora Érica, 2014. Desenho Técnico de Plantas Arquitetônicas em Cad _Hlk57069395 _Hlk57069809 _Hlk57069773 _Hlk57071713 _Hlk57073225 _Hlk57073362 Introdução ao Desenho Arquitetônico O Desenho Arquitetônico Legislação Municipal Prefeitura Legislação Estadual Normas ABNT Plantas Baixas Planta da Edificação Planta de Piso Elementos de Construção Informações do Desenho Espessura de Linhas Dimensionamento de Projeto Paredes Portas e Janelas Cortes, Fachadas, Escadas e Rampas O Corte A Circulação Vertical: Escadas e Rampas Plantas de Locação, Cobertura e de Situação Planta de Locação e Cobertura