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Análise de viabilidade financeira de geração fotovoltaica em uma residência MAICON RAMOS DA SILVA Analysis of financial payments for photovoltaic generation in a residence RESUMO: A crescente preocupação com as questões ambiental e energética levaram a busca por fontes renováveis de energia. Neste cenário, a energia solar fotovoltaica é considerada como uma das mais promissoras, devido a vantagens significativas como sua fácil operação, possibilidade de integração às edificações, baixos índices poluição durante a sua operação, e grande potencial Brasileiro de geração Com uma tecnologia capaz de fornecer eletricidade sustentável e reduzir a carga de combustíveis fósseis no meio ambiente, os Sistemas Fotovoltaicos (SFV) têm atraído cada vez mais atenção nos últimos anos. A indústria de geração de energia elétrica a partir da fonte solar pode ser considerada definitivamente a melhor opção para a demanda de energia no futuro, uma vez que é superior em termos de disponibilidade, custo-eficácia, acessibilidade, capacidade e eficiência em comparação com outras fontes de energia renováveis. Palavras-chave: fotovoltaicos, economia, energia. Abstract: Growing concern about environmental and energy issues has led to the search for renewable energy sources. In this scenario, photovoltaic solar energy is considered one of the most promising, due to significant advantages such as its easy operation, possibility of integration into buildings, low pollution levels during its operation, and great Brazilian generation potential With a technology capable of providing sustainable electricity and reduce the burden of fossil fuels on the environment, Photovoltaic Systems (PVS) have attracted increasing attention in recent years. The electricity generation industry from solar sources can definitely be considered the best option for energy demand in the future, as it is superior in terms of availability, cost-effectiveness, accessibility, capacity and efficiency compared to others renewable energy sources. Keywords: photovoltaics, economy, energy. 1. INTRODUÇÃO Com uma tecnologia capaz de fornecer eletricidade sustentável e reduzir a carga de combustíveis fósseis no meio ambiente, os Sistemas Fotovoltaicos (SFV) têm atraído cada vez mais atenção nos últimos anos. A indústria de geração de energia elétrica a partir da fonte solar pode ser considerada definitivamente a melhor opção para a demanda de energia no futuro, uma vez que é superior em termos de disponibilidade, custo-eficácia, acessibilidade, capacidade e eficiência em comparação com outras fontes de energia renováveis (KANNAN; VAKEESAN, 2016). Seguindo os moldes de alguns países desenvolvidos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou em 2015 a Resolução Normativa Número 687, na qual alterou o artigo 2º da Resolução Normativa Número 482/2012, possibilitando a utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede em residências para a geração de energia elétrica. De acordo com Kebede (2015) estudar a viabilidade econômica dos painéis fotovoltaicos informa aos investidores e políticos quais são os benefícios de utilizar esse tipo de tecnologia. Jackson e Oliver (2000), inteiram tal afirmação analisando que é evidente a partir da história da política energética que a viabilidade de uma tecnologia de energia particular não pode ser julgada puramente na base de recursos físicos, mas sim com uma dinâmica complexa de fatores econômicos, técnicos, ambientais, institucionais e sociais. Em uma economia de livre mercado, uma usina fotovoltaica, assim como qualquer outra empresa, tem que obter lucro sobre o investimento (KHALID; JUNAIDI, 2013). Li, Boyle e Reynolds (2011), argumentaram que a falta de informação sobre a verdadeira economia gerada pela energia solar fotovoltaica de uso doméstico continua sendo o maior obstáculo para a expansão de instalações dos sistemas em residências. Os autores Ren, Gao e Ruan (2009), Holdermann, Kissel e Biegel (2014) e Mitscher e Rüther (2012) realizaram estudos de viabilidade econômica de pequenos SFVs residenciais e comerciais, atribuindo o VPL juntamente com o custo da energia como indicadores de viabilidade econômica dos sistemas. A esse respeito, Torres (2012) diz que a utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica pode contribuir para a redução de picos de demanda diurnos, mesmo sendo gerada junto ao ponto de consumo. O território brasileiro possui uma incidência solar muito superior a países como a Alemanha, por exemplo. Enquanto no Brasil, a radiação solar varia entre 1.500 e 2.500 kWh/m² em qualquer região do território, países da Europa possuem níveis entre 900 e 1.250 kWh/m² (EPE, 2012). Os estudos de viabilidade econômica podem-se utilizar diferentes variáveis, tendo relação direta com o método de análise empregado. Branker, Panthak e Pearce (2011) definem que dentre os dados existentes nos estudos de viabilidade econômica em um SFV, os principais utilizados são a taxa de desconto, o preço médio do sistema, o método de financiamento, o tempo médio de vida do sistema e a degradação de geração de energia ao longo da vida. Já Ramadham e Naseeb (2011), incorporaram para a análise o índice de radiação solar e de eficiência das células fotovoltaicas, juntamente com o custo capital da planta, a taxa de desconto e os custos anuais de operação e de manutenção. Os autores concluíram que a eficiência das células e as taxas de desconto são responsáveis diretamente pelo custo final do KWh, interferindo diretamente na viabilidade econômica do sistema Essa grande incidência de radiação solar possibilitou a criação da primeira usina fotoelétrica situada no nordeste brasileiro, surgindo desta forma um novo mercado nacional no fornecimento de energia elétrica. Além disso, a dependência brasileira da geração de energia proveniente de fontes hidráulicas traz consigo impactos ambientais e sociais inerentes à atividade. Como exemplo é possível citar o alagamento de grandes áreas, que implicam na remoção de populações ribeirinhas e indígenas, emissões de metano, alteração do ciclo hidrológico e danos ao equilíbrio ecossistêmico local. (PEREIRA et al., 2017). Bernal-Augustín e Dufo-López (2006) e Mondal e Islam (2011) utilizaram em seus estudos os custos iniciais, o tamanho do investimento, a duração do investimento, o fluxo de caixa líquido para o ano, a taxa de inflação e a taxa de juros. Para alguns autores, dentre eles Al-Soud e Hrayshat (2009), Khalilpour e Vassalo (2015) e Jones et al. (2016), os dados de inflação e taxa de juros não devem ser utilizados diretamente, uma vez que políticas governamentais alternam constantemente influenciando no resultado final do estudo. Outro fator preocupante é a intensa utilização das usinas termelétricas de fontes não renováveis (como óleo, carvão e gás natural) para suprir a energia necessária ao crescimento do país. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) as usinas termelétricas foram responsáveis por 25,97% de toda a eletricidade produzida em 2015, em parte devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas entre 2011 e 2015. Em consequência, as emissões de carbono na geração de energia elétrica no período analisado subiram de 82 para 137 kgCO2/MWh, além do custo adicional nas tarifas de energia. (BRASIL, 2016). Com base na série histórica do consumo de eletricidade no Brasil, o Ministério de Minas e Energia prevê um crescimento da demanda de eletricidade na ordem de 200% para os próximos 30 anos, (PEREIRA et al., 2017). Assim, existem vários métodos com o objetivo principal de manter o painel com uma limpeza adequada e evitando perdas desnecessárias causadas pela sujidade. Alguns deles serão considerados para aplicação neste projeto, são eles: Processo natural: como chuva, ventos e força gravitacional. Em casosem que são escolhidos esse método apenas, a inclinação dos painéis é ainda mais importante para que se garanta a sua limpeza e, assim, o melhor desempenho do sistema. Quando os painéis estão em posições quase horizontais, os sais presentes na chuva deixam manchas de água, favorecendo a acumulação de poeiras mais aderentes. Além disso, o vento reduz a sujidade dos painéis removendo as partículas maiores de poeira das superfícies (GAIO; CAMPOS, 2014). Sistemas automatizados: consiste na utilização de dispositivos mecânicos controlados por computador para se realizar a limpeza, minimizando o uso de água e contribuindo, assim, para a melhor eficiência do módulo fotovoltaico (SAYYAH et al., 2014). Um sistema desenvolvido e testado por Tejwani e Solanki (2010) faz a limpeza através de uma escova montada sobre uma haste deslizante, que gira e segue o percurso de cima e para baixo com a ajuda da gravidade. Limpeza manual: segundo Mohamed e Hasan (2012), a forma de limpeza mais utilizada em sistemas de menor escala utiliza água de torneira, detergente, esponja ou pano macio. Já Pavan et al. (2011), comenta sobre a eficácia da utilização de jados de alta pressão, seguida de escovação, para plantas maiores, que realiza a limpeza de forma menos nociva aos painéis e mais econômico. Os conceitos de sustentabilidade são amplamente discutidos, porém a sua empregabilidade é bem baixa, sendo utilizado como pretexto para marketing do que para a execução de ações concretas por meio de cumprimento de metas. A sustentabilidade está atrelada aos componentes sociais, ambientais, econômicos e culturais, gerando um panorama voltado para a qualidade de vida das atuais e das futuras gerações de todas as espécies que hoje existem no planeta, havendo a necessidade de que a humanidade controle suas ambições e aceite os limites ambientais para a preservação da qualidade de vida de outras espécies (DAL SOGLIO; KUBO, 2009). Para Almeida (2007), concentra-se o bônus, a riqueza em parte auferida pelo uso não sustentável dos serviços ambientais, nas mãos da minoria e distribui-se o ônus, na forma de poluição e quebra da infraestrutura ambiental, para a maioria ou, pior, para as futuras gerações. A sustentabilidade, em suas mais diversas amplitudes, está intimamente unida à essa premissa, tanto sob um ponto de vista de recursos naturais como também o ponto de vista financeiro, no contexto de não consumir mais recursos do que a respectiva natureza é capaz de renovar (DUPONT et al., 2015). Para Barbieri (2007) a sustentabilidade apoia-se na ideia de que a exploração preserve a base inicial dos recursos, tendo assim, respeito pelo ambiente e as gerações futuras. Sob esta perspectiva, a utilização de fontes de energia renováveis requer atenção especial. A ciência moderna deve ser utilizada para a criação de projetos sustentáveis e estes são dependentes da habilidade humana para o seu sucesso, porém são vários desafios. O aproveitamento racional da natureza, devendo-se escolher métodos corretos, planejamentos de sustentabilidade múltiplas da terra, de seus recursos renováveis e planos de sua ocupação, preservando a biodiversidade e o meio ambiente nos seu uso produtivo, assim deve-se com preender que as atividades econômicas estão ligadas ao ambiente natural e que a ciência moderna deve ser utilizada para a criação de projetos sustentáveis e estes são dependentes da habilidade humana para o seu sucesso (SACHS, 2009). A pesquisa e o desenvolvimento científico, contudo, também devem progredir em busca do desenvolvimento sustentável. A utilização de recursos renováveis não-poluentes, em lugar de, recursos fósseis poluentes, justificados por uma maior eficiência ou possível redução de custos, orientando os esforços para as alternativas e soluções que possam atender às necessidades da humanidade e da natureza (SHAYANI et al., 2006). 1. METODOLOGIA Apresenta-se o embasamento teórico através do estudo bibliográfico. Descreve o método de pesquisa, apresentando o cenário, a classificação e as etapas desta pesquisa. Sequencialmente, a expõe os dados coletados, os cálculos e resultados obtidos. Por fim, contém as conclusões deste estudo, bem como o apontamento de futuras oportunidades de pesquisa. Conforme Rüther e Zilles (2011), a conversão direta da luz solar em eletricidade com sistemas fotovoltaicos ligados à rede leva a uma série de benefícios para o sistema elétrico e o meio ambiente. A principal vantagem técnica é a possibilidade de produzir energia elétrica limpa e renovável perto dos consumidores ou até mesmo no local de uso, além de poder integrar geradores fotovoltaicos em edifícios ou em áreas urbanas. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO A possibilidade de gerar energia elétrica através do sol chama-se efeito fotovoltaico. Esse fenômeno ocorre quando a luz, ou a radiação eletromagnética do sol, incide sobre uma célula composta de materiais semicondutores com propriedades específicas (VILLALVA, 2015). Kannan e Vakeesan (2016) mencionam que os sistemas fotovoltaicos consistem de muitos componentes, como células, módulos e matrizes para a geração de energia elétrica. Além disso, vários meios de regulagem, dispositivos eletrônicos, ligações elétricas e dispositivos mecânicos são utilizados para melhorar a eficiência operacional. Segundo a International Energy Agency (1999), há dois tipos de sistemas utilizados atualmente: grid-connected (conectado à rede) e stand-alone (isolado). O desenvolvimento social e econômico tende sempre a buscar demanda por mais energia, por exemplo, enquanto em países desenvolvidos o consumo de eletricidade pode chegar até 10 mil kWh por pessoa, nos países em que estão em desenvolvimento, nos qual pertence a maior parte da população mundial, esse consumo decai para menos do que 2 mil kWh por pessoa (PALLIS; CRUZ, 2010). Diante da poluição atmosférica, chuva ácida e aquecimento global, produzido principalmente pelo CO2, devido à queima de combustível fóssil. Sendo imprescindível a busca pela sustentabilidade, por meio da adoção de energias renováveis que respondem bem a estas demandas: a maioria corresponde a energias renováveis (energia eólica, eletricidade solar com células fotovoltaicas, solar térmica, e energia de biomassa) tem origem na radiação solar, que por sua vez não é poluente e não vai se esgotar. Além disso, a radiação solar está presente sobre o planeta de uma forma mais justa e com mais acesso a todos do que as fontes fósseis de energia (GOLDEMBERG, 2015). As alternativas de energias renováveis estão se expandindo no mundo inteiro e em novos mercados. Segundo dados da Renewable Energy Policy Network (REN), entre 2010 e 2011, o mercado mundial de energias renováveis retomou, após o recuo global em 2009, com crescimento variando até 74%, que por sua vez, dados bem acima da média histórica do setor. Neste contexto observou-se que a ênfase foi para mercado de energia solar, com 74 %, contudo, houve crescimento também, na eólica com aumento de 20% e no biodiesel, com aumentos de 16 % (REN, 2013). Tabela 1: Característica, especificação e investimento do sistema fotovoltaico Fonte: Adaptado de Base de dados do Portal Brasil® (2018). O custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade consumidora do grupo B, é o valor em moeda corrente equivalente a: I. 30 kWh, se monofásico ou bifásico a 2 (dois) condutores; II. 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores; ou III. 100 kWh, se trifásico. § 1º O custo de disponibilidade deve ser aplicado sempre que o consumo medido ou estimado for inferior aos referidos neste artigo, não sendo a diferença resultante objeto de futura compensação”. Para o estudo sobre a viabilidade econômica da instalação do sistema de energia fotovoltaica, foi utilizado o método com base no fluxo de caixa geradono projeto, por meio da análise do período de payback simples e período de payback descontado. O payback é um método de análise capaz de evidenciar o tempo de recuperação do investimento o investimento inicial, o método simples não considera o valor do dinheiro no tempo, já essa consideração é feita pelo método Newnan e Lavelle (2000) alegam que diferentes técnicas de engenharia podem ser usadas na tomada de decisão para investimentos em projetos, mas os aspectos econômicos dominam o problema, sendo, portanto, preponderantes na determinação da melhor solução. Conforme Gomes (2013), a análise e a avaliação de projetos são feitas com base nos fluxos de caixa gerados pelos mesmos. Os critérios de análise mais usuais são: Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno, Payback Simples e Payback Descontado. O método do Valor Presente Líquido (VPL) tem como finalidade determinar um valor no instante inicial a partir de um fluxo de caixa formado de uma série de receitas e despesas (HIRSCHFELD, 2016). Segundo Ehrlich e Moraes (2013), com o VPL é possível decidir qual a melhor alternativa de investimento calculando os valores atuais equivalentes às séries correspondentes e comparando-os, no qual o resultado com o maior valor positivo é o mais rentável. No caso dos conectados à rede, a energia produzida é introduzida na rede pública de energia elétrica ou consumida na casa onde o sistema está instalado. Já nos sistemas isolados, a energia produzida é armazenada em uma bateria separada do mesmo, podendo ficar contida nela por um longo período de tempo. De acordo com Campos et al. (2014), os sistemas conectados à rede são utilizados em áreas urbanas, uma vez que existe a disponibilidade de fornecimento de eletricidade em tempos de baixa produtividade e, também, é possível converter a quantidade de energia excedente em crédito para ser utilizado pelo consumidor em suas próximas faturas de energia e representa a instalação de um sistema fotovoltaico conectado à rede em uma residência. Pereira e outros (2017) afirmam que devido às características de suscetibilidade do recurso hídrico em conjunto com o crescimento da demanda de eletricidade, a diversificação das fontes de energia que compõem a matriz elétrica brasileira é necessária para aproveitamento das fontes de energia que causem baixo impacto ao meio ambiente. Aliados à necessidade de diversificar as fontes de energia, existem ainda os compromissos apresentados pelo Brasil às Nações Unidas para redução de emissão de gases do efeito estufa. Entre seus compromissos, que foram ratificados em reunião na ONU realizada em setembro de 2016, o país incluiu a meta de alcançar 45% de participação de fontes renováveis de energia na matriz energética e elevar para 33% a participação das fontes renováveis não hidráulicas. Considerando os aspectos mencionados, o planejamento do setor energético como ferramenta de apoio na formulação de políticas públicas específicas é de suma importância para garantir o atendimento da demanda crescente de energia. Além disso, o planejamento energético também é necessário para assegurar o abastecimento de energia ao menor custo, com o menor risco de desabastecimento e com os menores impactos socioeconômicos e ambientais. (PEREIRA et al., 2017). Zilles (2011) e Tiepolo (2015) citados por Pereira e outros (2017) acreditam que o acompanhamento da curva de carga do sistema elétrico é instrumento importante do planejamento energético. Através dela é possível analisar o comportamento da demanda solicitada no sistema elétrico e verificar quais futuros investimentos serão necessários nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia. Estudos apontam que grande parte da demanda de energia elétrica ocorre durante o horário comercial, consequência das necessidades de climatização de ambientes e da crescente participação dos setores de prestação de serviços e comércio nas atividades econômicas do país. O período de maior demanda de eletricidade coincide com o período de maior disponibilidade do recurso solar, o que torna esse recurso energético uma opção natural. As fontes de energia podem ser classificadas em dois tipos: fontes primárias, originadas de recursos da natureza, tais como madeira, carvão, petróleo, gás, vento, água e sol; e fontes secundárias, obtidas através da transformação das primárias, tais como eletricidade, gasolina, biomassa, energia solar e das marés (energia gravitacional) (BURGER, 2014). Além disso, a energia não se resume àquelas disponíveis nas relações comerciais ofertadas pelas indústrias de energia; existem alternativas como a solar, a eólica e a biomassa que podem ser utilizadas pela população fora das relações de mercado da indústria de energia, com aplicações específicas, simples e eficientes. Contudo, essas alternativas não integram o mercado de energia comercial formalmente regulado (DADALTO, 2008). O Sol é a principal fonte de energia para os oceanos, atmosfera, solo e biosfera da Terra. Em média, durante um ano, aproximadamente 342 watts de energia solar chegam a cada metro quadrado da Terra. Esta é uma quantidade enorme de energia, 44 quadrilhões (4,4 x 1016) watts de potência para ser exato. Como comparação, uma grande usina de energia elétrica produz 1 bilhão (1 x 109 ) de watts de potência (NASA, 2005). A geração distribuída é uma das grandes vantagens da tecnologia fotovoltaica, entre elas está a geração próxima ao ponto de consumo, que dispensa o uso de sistemas de transmissão e distribuição (T&D) diminuindo os custos e perdas envolvidas (RÜTHER, 2004). Urbanetz Junior (2010) destaca ainda a elevada produtividade, pois praticamente toda a energia disponibilizada pelo módulo é utilizada e o excedente é injetado na rede; e a ausência do conjunto de baterias, que é o maior ponto fraco do sistema fotovoltaico isolado devido à sua baixa vida útil e alto custo. Câmara (2011) adiciona às vantagens o menor espaço utilizado, já que o sistema está interligado à edificação e a coincidência no consumo, principalmente em empreendimentos comerciais, onde o maior consumo de energia ocorre no mesmo horário que a maior produção de energia pelo sistema fotovoltaico. Fazendo a relação de consumo e geração de uma residência que possui um sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica, considera-se que esta utilizará a energia da rede no período de 18h às 5h, pois não há irradiação solar e consequentemente não há geração de energia pelos painéis. No restante do dia a residência consome a energia necessária produzida pelos módulos fotovoltaicos e o excedente é vendido à concessionária, sendo convertida em créditos. Estes créditos podem ser utilizados durante o período que não se tem produção de energia fotovoltaica. Assim, na maioria dos casos, o consumidor não só deixaria de pagar pela energia como também poderia receber por ela (CÂMARA, 2011). O Brasil possui irradiação solar anual que varia entre 1.500 e 2.400 kWh/m². Este número coloca o país em vantagem em relação aos países que são referências no uso da energia solar, como a Alemanha que possui irradiação entre 900 e 1.220 kWh/m² (BURGER, 2014). No país, as maiores incidências estão localizadas no Nordeste, região que apresenta o maior potencial solar e tendo uma estratégia de aproveitamento da geração solar consorciada com a hidrelétrica permitiria uma economia socialmente mais justa (PEREIRA, 2017). O mais comum e mais simples método de se determinar a viabilidade de um projeto é através do tempo necessário para se recuperar o capital investido, a partir da estimativa do fluxo de caixa. Este tempo é denominado payback e o procedimento utilizado é chamado de Método do payback. Porém, há dois métodos diferentes, em um deles não se considera a desvalorização do capital pelo tempo (payback simples); já no payback descontado, considera-se cálculoseste fator aplicando o custo de capital, ou seja, a taxa mínima requerida de juro (DI PIERO & COLOMBINI, 2004). Este indicador fornece a informação do valor que será criado ou adicionado a partir de um determinado investimento, sendo o resultado do cálculo da diferença entre os benefícios gerados pelo projeto e seus custos (DASSI, et al., 2015; BREALEY, MYERS, ALLEN, 2011). Nos cálculos considera-se o investimento inicial, o fluxo de caixa do projeto, o período em questão, e a taxa de desconto. Dessa forma, o VPL positivo significa que as receitas do projeto são maiores que o valor investido somado às suas despesas, sendo assim economicamente viável (NAKABAYASHI, 2015). A tecnologia fotovoltaica é aquela que efetua a transformação direta da irradiação solar em energia elétrica. Possui como vantagem a possibilidade de poder ser instalada em todas as regiões do planeta, operar de forma silenciosa e possuir durabilidade de 25 anos (PHILIPPI; REIS, 2016). Ocorreu uma diminuição dos custos para a sua utilização, proporcionados pela economia de escala. Em muitos países houve incentivo governamental a fim de diversificar a matriz energética, e em linhas gerais houve aumento massivo dos sistemas conectados à rede (PHILIPPI; REIS, 2016). A escassez de água acarreta outro grande problema: o aumento dos preços. Os produtos e serviços que precisam da água terão que aumentar seus preços para sobreviver no mercado. Sendo assim, a falta de água afeta quem produz e também quem vai consumir o que foi produzido. Segundo, Jardim (2007) as energias renováveis são um dos assuntos mais importantes na atualidade para discutir o futuro da humanidade, visto o problema de escassez dos recursos naturais presentes no mundo. Essas energias se caracterizam como alternativas viáveis por que não agridem o meio ambiente, apresentam baixo custo de manutenção dos equipamentos, e suprem a demanda de energia que os países precisam para desenvolver suas atividades econômicas. Assim como se busca ampliar a oferta e reduzir os custos, de acordo com Jardim (2007), também crescem as preocupações com a sustentabilidade e o meio ambiente. Para o autor, é neste contexto que as energias renováveis aparecem e se destacam, inclusive, recebendo apoio de vários grupos e organizações, para a sua ampliação. As energias renováveis podem ser definidas como aquelas das quais as fontes não se esgotam, ou seja, que se renovam constantemente (Jardim, 2007). Segundo Shayani et al. (2006), o procedimento de geração de energia solar fotovoltaica é mais simples do que os outros meios de obtenção de eletricidade, trazendo o seu uso benefícios na diminuição de custos com os sistemas de transmissão e distribuição, contribuindo para a sustentabilidade e desenvolvimento socioeconômico em localidades não eletrificadas. Outra alternativa vem sendo a energia solar fotovoltaica, que por sua vez, é definida como a energia produzida por meio da conversão direta da radiação solar em eletricidade. Isto é possível, por meio de um dispositivo reconhecido como célula fotovoltaica que atua utilizando o princípio do efeito fotoelétrico ou fotovoltaico (IMHOFF, 2007). Esse contexto de energia solar renovável representa o modelo cordial de sustentabilidade de aproveitamento de recursos ambiental inesgotável. As fontes renováveis como a fotovoltaica ou eólica apresentam outras particularidades que devem ser atenciosamente estudadas, principalmente no que indica a sua variabilidade na questão tempo. Por um lado, destaca-se uma série de benefícios ambientais, por outro lado um aumento na sensibilidade a questões climáticas como dias sem vento, nublados ou a noite, como consequência uma diminuição na produção de energia (NASCIMENTO, 2017). Uma possível solução para armazenar a energia gerada pelo sistema fotovoltaico seria o uso de baterias, entretanto, montar um banco de baterias é caro e também possuem vida útil pequena, cerca de 3 a 5 anos. Desse modo, esbarrarão-se em outro empecilho, onde o uso de baterias vai contra a ideia de sustentabilidade, pois possuem elementos extremamente tóxicos, como cádmio e chumbo. Uma sugestão, seria o uso de baterias apropriadas para sistemas fotovoltaicos, que são as de chumbo-ácido (MACHADO; MIRANDA, 2014) Os tipos de células fotovoltaicas comercialmente disponíveis no mercado podem ser classificados em três tipos: primeira geração, segunda geração de terceira geração. Sendo que as primeiras têm em sua composição silício cristalino como material semicondutor, e se subdividem em dois: Monocristalino (mc-Si) e Policristalino (pc-Si); as de segunda geração, também chamadas de tecnologia de filme fino, são flexíveis, resistem a altas temperaturas e sofrem menos influência do sombreamento. Neste grupo se enquadram células de Silício Amorfo (a-Si), Disseleneto de Cobre e Índio (CIS), Disseleneto de Cobre, Índio e Gálio (CIGS), Telureto de Cádmio (CdTe) e Multijunção de Silício (a-Si/𝜇𝑐-Si); por fim, as células de terceira geração, conhecidas como de nova tecnologia tem como mais importantes as Células Solares Fotoeletroquímicas (Células de Grätzel) e as Células Solares Orgânicas e Células Solares de Polímero (ORTEGA, 2013). Em aplicações terrestres, dentre todos esses tipos de células fotovoltaicas, por ordem decrescente de maturidade e utilização destacam-se o Silício Cristalino (cSi), o Silício Amorfo (a-Si), o Telureto de Cádmio (CdTe) e os compostos que utilizam Disseleneto de Cobre e Índio (RÜTHER, 2004). Também são entendidas, segundo Jardim (2007, p. 2), “[...] como “energias alternativas” ao modelo energético tradicional, tanto pela sua disponibilidade (presente e futura) garantida (diferente dos combustíveis fósseis que precisam de milhares de anos para a sua formação) como pelo seu menor impacto ambiental”. Dentre as fontes de energias renováveis, a energia solar destaca-se, vez que não polui o meio ambiente e pode ser vista como uma fonte inesgotável (DUTRA et al., 2013). Nesse sentido, Brazil (2006, p. 25) ressalta que “[...] o Brasil recebe elevados níveis de incidência da radiação solar praticamente durante todos os meses do ano, inclusive no mês de junho, correspondente ao solstício de inverno para o Hemisfério Sul”. No tocante a radiação solar, Dutra et al. (2013) descrevem que, para um adequado aproveitamento da energia solar, precisa-se conhecer a radiação e a insolação locais, nos horários em que ocorrem. Os autores (2013, p. 230) esclarecem ainda que “a radiação é medida por meio de pirômetros que registram a energia e a incidência sobre o hemisfério celeste. Já, a insolação é mensurada por meio de heliógrafos, que determinam a duração da radiação direta em períodos considerados benéficos” 3. CONCLUSÃO Diante do crescimento do número de instituições, a questão da gestão energética tem se tornado um fator importante e estratégico de governança (OYEDEPO, 2016). Como as IES são instituições dotadas de conhecimento e tecnologia, elas podem exercer diante da sociedade, a liderança perante um dos maiores desafios ambientais, construir um futuro sustentável (UHL; ANDERSON, 2001). Considerando o potencial e a vantagem ambiental e geográfica do Nordeste brasileiro, o objetivo deste estudo é analisar a viabilidade econômico-financeira da instalação de um sistema gerador de energia solar fotovoltaica de uma IES do Ceará. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória com base em dados secundários, analisando os indicadores: valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o payback descontado, que são comumente utilizados na avaliação econômico- financeira de investimentos (GITMAN, 2014). Portanto, o que diferencia a micro da minigeração distribuída, é que esta possui uma potência maior em relação àquela, sendo a cogeração qualificada definida como processo de geração de energia elétrica combinada com o aproveitamentoda energia térmica dissipada pelo gerador, atendendo a requisitos de eficiência e potência específicos (ANEEL, 2006). A implantação de uma central de minigeração distribuída pode proporcionar vantagens, dentre elas, estão a eletricidade gerada a um menor custo para o consumidor e a diminuição do uso de fontes de energia não renováveis (BARBOSA, 2013). Uma opção para reduzir os gastos públicos com energia elétrica é a instalação de uma central de minigeração distribuída de energia, pois o setor vem sofrendo com o aumento da tarifa energética nos últimos anos, devido à crise hídrica que o país vem passando. Segundo Hobmeir e Trindade (2016), este aumento foi de mais de 35%, além da introdução do sistema de bandeiras tarifárias, amarelas e vermelhas. Assim, a ANEEL, em sua Resolução 482, que passou a vigorar em 2012, permitiu ao consumidor gerar sua própria energia elétrica, de maneira a ser injetada na rede elétrica existente, com o objetivo de reduzir o gasto com energia elétrica vinda da concessionária. Para o escopo do Estudo Brasil, a tarifa de energia elétrica consiste num valor único (R$/kWh) aplicado ao consumo de eletricidade mensal (kWh) e sobre o qual incidem impostos federais (PIS e COFINS) e estaduais (ICMS), sendo este último variável de acordo com o Estado, tipo de cliente e consumo (LANDEIRA, 2013). Quando se pensa no investimento em um projeto, existe a necessidade de verificar a sua viabilidade econômica financeira, o presente estudo tem como objetivo viabilidade econômico- financeira da instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica, com cálculos de análise financeiros do tempo de retorno de investimento por meio do payback, VPL – Valor Presente Líquido e TIR – Taxa Interna de Retorno, objetivando a possibilidade de redução de custos. Para Garrison et al. (2012), os investimentos de capital geram retornos em períodos razoavelmente longos, necessitando o conhecimento do valor do dinheiro no tempo para que se possa avaliar as propostas de investimento, preferindo-se as alternativas de retornos mais rápidas, devendo- se efetuar uma análise nos fluxos de caixas previstos para os períodos futuros. Presente neste cenário está a energia solar, que corresponde a aproximadamente 55% de novos investimentos em energias renováveis no mundo, com um crescimento de 25% em relação a 2013, atingindo US$149.5 bilhões (Renewables Global Status Report, 2015). Conforme dados disponibilizados pela Agência Internacional de Energia (IEA), o segmento conta com 586 milhões de metros quadrados de coletores solares em operação, sendo a maioria localizada na China e no continente Europeu, que somam 82,1% da capacidade instalada. No Brasil a situação também é favorável, ocupando o terceiro lugar (entre 61 países estudados) no ranking de capacidade instalada, e contribuindo ao meio ambiente com 2,5 milhões de toneladas de emissões evitadas de CO2, ambos no ano de 2014, segundo o relatório anual Solar HeatWorldWide (MAUTHNER et. al., 2016). Em uma análise de investimento, se faz necessário a determinação de maneira racional e precisa de uma taxa que o investidor ou a empresa deseja obter de rendimento na implantação do projeto. Essa taxa descapitalizará os fluxos de caixa do projeto de investimento, determinando a sua viabilidade econômico-financeira, é denominada taxa de desconto, custo de capital ou taxa mínima de atratividade (TMA), podendo ser baseada no custo de oportunidade de aplicações existentes no mercado ou baseado no custo de capital da empresa, pela análise médias de suas fontes de recursos (CAMARGOS, 2013). Segundo a norma da ABNT NBR 10899:2006 (apud ORTEGA, 2013), uma célula fotovoltaica pode ser definida como um “dispositivo elementar especificamente desenvolvido para realizar a conversão direta de energia solar em energia elétrica”. Esse processo ocorre através do efeito fotovoltaico, que se dá por meio de materiais semicondutores, sendo o silício o mais utilizado. Seus átomos possuem quatro elétrons que se ligam aos vizinhos, formando o que se chama de uma rede cristalina. Ao adicionar átomos com cinco elétrons de ligação, haverá um elétron em excesso que irá para a banda de condução, sendo este átomo um dopante p; e ao adicionar átomos com três elétrons, haverá um elétron a menos criando-se uma lacuna, sendo este um dopante n (CRESCESB, 2006). A energia solar fotovoltaica é definida por CRESESB (2006) como a energia obtida por meio da conversão direta da luz em eletricidade. Em 1839, Edmond Becquerel observou pela primeira vez o efeito fotovoltaico, verificando uma pequena diferença de potencial em placas metálicas de platina ou prata, mergulhadas em um eletrólito, e expostas à luz. Anos depois, em 1877, os norte-americanos W. G. Adams e R. E. Day desenvolveram o primeiro dispositivo sólido de produção de eletricidade por exposição da luz utilizando o selênio, que apesar de sua baixa eficiência (de ordem de 0,5%) foi comercializado pelo alemão Werner Siemens como fotômetros para máquinas fotográficas, no século XIX (VALLÊRA; BRITO, 2006). A princípio, o interesse pelo desenvolvimento da tecnologia era principalmente das empresas do setor de telecomunicações, que buscavam fontes de energia para sistemas instalados em locais remotos. Além da indústria espacial, que percebeu nessa tecnologia a fonte mais adequada para fornecer energia durante longos períodos de tempo no espaço e para alimentar satélites (CRESESB, 2006). Módulos solares descartados de forma incorreta podem acarretar em diversos problemas ao meio ambiente e à saúde pública, como a lixiviação de metais pesados e decorrente contaminação de solo e águas. Porém, segundo Paiano (2015), a presença deste resíduo ainda não é muito significativa devido à vida útil desse material (em média de 20 a 25 anos) e à essa tecnologia ser ainda muito nova no Brasil. Mas este fato não minimiza a importância de se tomar medidas preventivas para evitar impactos negativos provenientes do descarte deste material. Dessa forma, a caracterização dos materiais que compõem os módulos é fundamental para a determinação da forma mais adequada de disposição desse tipo de resíduo e processos de reciclagem apresentam-se como uma medida necessária para prevenir o descarte incorreto e ainda reaproveitar a matéria-prima, a maioria elementos químicos raros que são de grande interesse para a indústria (DIAS, 2015). A reciclagem dos módulos fotovoltaicos de silício pode ser feita de forma mecânica, química, térmica e com a utilização de laser. Algumas empresas já contam com planos de gerenciamento desse tipo de resíduo, como a First Solar, que coleta e recicla painéis de filme fino. O processo de reciclagem é realizado segundo as seguintes etapas: quebra dos módulos para redução de tamanho, remoção do filme fino com a utilização de H2SO4 e H2O2, separação sólido-líquido, separação do vidro e EVA (etil vinil acetato), lavagem do vidro, precipitação e secagem (GIACCHETTA, et. al., 2013). Outro exemplo é o projeto europeu Recovery of Solar ValuableMaterials, Enrichmentand Decontamination – RESOLVED, que utiliza somente o tratamento térmico. As camadas do módulo são separadas com uma temperatura entre 450oC e 500oC, que destrói a camada de EVA, em seguida é feita a moagem e separação do material semicondutor (DIAS, 2015). Dessa forma, a energia solar fotovoltaica teve grande avanço em sua tecnologia, otimizando o tamanho e peso das células assim como sua eficiência. A crise energética do início dos anos 70 alavancou o interesse pela adaptação da tecnologia ao meio terrestre, pois o alto custo das células fotovoltaicas inviabilizava a sua aplicação em larga escala. Dessa forma, a ampliação do mercado e a modificação do perfil das empresas envolvidas no setor, têm otimizado a tecnologia, reduzido os preços das células fotovoltaicas e aumentando sua eficiênciade forma a tornar possível sua utilização em larga escala, em residências e em locais desprovidos de rede elétrica (TEIXEIRA et al, 2011). Para se saber o período de recuperação do investimento inicial, utilizase o método do payback, o qual informa os números de anos necessários para que os fluxos de caixas futuros se igualem ao valor do investimento inicial, representado por dois métodos: payback simples e payback descontado. Segundo Assaf Neto e Lima (2009), o payback simples não considera o valor do dinheiro no tempo, já o payback descontado o leva em consideração, devido a isso deve ser considerado como o indicador mais adequado, pois ao se ignorar o efeito do dinheiro no tempo, poderá estar se associando um menor risco ao projeto de investimento. De acordo com Inatomi e Udaeta (2005), o impacto ambiental mais significante na obtenção de energia por sistemas fotovoltaicos está na fabricação dos materiais e em sua construção, bem como ao processo de implantação. Tolmasquim (2004) apresenta alguns dos principais impactos negativos ao meio ambiente, como os relacionados à produção de energia necessária para a fabricação, transporte, instalação, operação, manutenção e descomissionamento do sistema; emissão de produtos tóxicos na produção dos módulos, durante o processamento da matériaprima; ocupação de áreas pelo sistema fotovoltaico, exceto quando instalado em telhados ou fachadas, por exemplo; riscos relacionados aos materiais perigosos presentes nos módulos e baterias, quando utilizadas. Porém, todos esses impactos negativos não excluem o potencial dessa tecnologia como uma importante alternativa para geração de energia de forma sustentável. É necessário quantificar esses impactos e considerar também os impactos positivos gerados pelo uso de sistemas fotovoltaicos em relação a outras fontes de energia. Inatomi e Udaeta (2005) cita formas de quantificá-los Para Camargos (2013) o VPL é obtido pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa previstas para cada período de duração do projeto, e o valor presente do investimento inicial ou das saídas de caixa (quando houver mais de uma). Compara-se o investimento inicial ou as saídas de caixa com os valores futuros dos fluxos de caixas trazidos a valor presente (no tempo zero do investimento), indica o potencial de geração de valor de um investimento. Em relação a TIR - taxa interna de retorno, representa a rentabilidade que o projeto de investimento oferece para o capital que nele permanece investido, matematicamente é uma taxa efetiva por período, devendo ser comparada à TMA da empresa para tomar a decisão de aceitar ou não o projeto (CAMARGOS, 2013). 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABSOLAR - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. 2018. . Acesso em 20 de maio de 2018. ALMEIDA, J. 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