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Análise do Doutor Thomas (Economista) 
O Brasil está empatado em 1º entre os países que as pessoas passam mais tempo no celular. 
Qual será o impacto econômico disso? Cruzei alguns dados e fiquei preocupado 👇 
 
Na terça-feira eu compartilhei com vocês um estudo científico super recente que avaliou o 
impacto do uso do celular sobre o desempenho acadêmico de estudantes universitários e 
sobre os salários iniciais ao terminar a faculdade. 
 
Os economistas autores do estudo encontraram um impacto significativo: 
- Para cada aumento de +1h40min por dia na média de uso no celular corresponde uma 
redução significativa no desempenho acadêmico dos estudantes, levando a uma nota final 
aprox. 4 pontos abaixo da base de comparação (de um total de 100 pontos). 
- O mesmo aumento de tempo médio no celular impactou o salário inicial ao se graduar, 
reduzindo em média -2,3%. 
 
Ocorre que este estudo acompanhou 6.430 alunos de uma universidade na China. O tempo 
médio no celular destes alunos era de 1h30min por dia. Como são esses dados no Brasil? 
 
Segundo o relatório "Digital 2024: Global Overview Report", o Brasil aparece com uma média 
de 5h20min por dia no celular para pessoas entre 16 e 64 anos. Isso nos coloca empatados no 
1º lugar do mundo junto com as Filipinas e a África do Sul. Segundo outro relatório, Panorama 
Mobile Time, focado no uso de celular entre crianças, nossas crianças de 10 a 12 anos já ficam 
em média 4h50min por dia no celular. Esses hábitos estão sendo formados desde muito cedo. 
 
Ou seja, um estudante brasileiro está, em média, usando o celular +4h a mais por dia que os 
estudantes desse estudo feito na China. Não acho que tenhamos algum motivo especial para 
acharmos que nós somos mais capazes de conciliar o uso do celular com os estudos do que as 
pessoas da universidade deles. 
 
Logo, em uma conta ultrasimplificada só para termos algum parâmetro, é possível que na 
média estejamos perdendo -12% de desempenho acadêmico e -7% de menores salários, 
comparando com uma situação onde nosso consumo médio de distrações digitais fosse em 
torno de 1h30min por dia. Averiguar se os números são esses mesmo ou não exigiria muito 
mais estudo e trabalho, mas a mera possibilidade a meu ver é tão grave que exigiria estudos 
mais aprofundados e algum cuidado maior preventivo de professores, pais e alunos a respeito 
de como fazer uso saudável dessa tecnologia.

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