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Princípios Ativos Utilizados nas Disfunções Estéticas Corporais Conteudista Prof.ª M.ª Thaís Brienza Revisão Textual Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin 2 OBJETIVO DA UNIDADE • Aplicar o conhecimento dos principais princípios ativos utilizados no tra- tamento da celulite, da gordura localizada e das estrias, para a escolha dos Produtos Cosméticos. Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua dis- ponibilização é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, recomendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. 3 Mecanismo dos Cosméticos Lipolíticos, Termogênicos, Crioterápicos Lipolíticos A gordura localizada representa um problema social. A exigência de silhueta cor- poral dentro dos padrões de beleza propostos pela Sociedade vem aumentando com o passar dos anos e vem sendo um dos maiores motivos de procura de tra- tamento em centros estéticos, academias, Spas e nutricionistas. Homens e mulheres, ao desejar um corpo livre de imperfeições, frequentemen- te, cometem excessos, cabendo ao profissional a correta e sensata elucidação das reais possibilidades terapêuticas e a elaboração de programas de tratamen- to com os diversos métodos disponíveis na atualidade (FILIPPO; SALOMÃO, 2012; LOFEU et al., 2015). O acúmulo de gordura de forma irregular no tecido subcutâneo (Figura 1), na qual os adipócitos apresentam-se aumentados em regiões específicas, com irregularidade do tecido e aparência ondulada, em pessoas de peso normal, pode concentrar-se em, aproximadamente, de 15-20% do peso corporal em homens e de 20-25% em mulheres. Figura 1 – Acúmulo de gordura nos adipócitos Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração do acúmulo de gordura nos adipócitos, sobre fundo laranja. Representação, à esquerda, do tecido adiposo. No círculo, aumentado, ilustração das células do tecido adiposo, os adipócitos. Fim da descrição. 4 O excesso de tecido adiposo pode desencadear sérios problemas de saúde, re- duzindo a expectativa de vida pelo aumento do risco de desenvolvimento de Doenças Cardíacas Coronarianas, Hipertensão, Diabetes, Osteoartrite e certos tipos de Câncer. Esse excesso de gordura pode existir mesmo em pessoas que não tem peso extremamente elevado (LOFEU et al., 2015). Hábitos inadequados de alimentação e falta de atividade física podem levar à gordura localizada (Figura 2). Figura 2 – Representação da gordura localizada Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração do acúmulo de gordura nos adipócitos, sobre fundo laranja. Representação, à esquerda, do tecidoIlustração de uma representação da gordura localizada, sobre fundo amarelo. À esquer- da, ilustração de um homem olhando, cabisbaixo, para a gordura localizada do abdômen. À direita, encontra- -se uma mulher olhando para a gordura localizada abdominal, ambos tristes. Ao redor deles, um círculo azul claro com figuras de alguns alimentos: refrigerante, hambúrguer, bolo de festa, coxinha frita, sorvete e batata frita. Fim da descrição. A gordura do organismo está depositada nos adipócitos (Figura 3), que têm a capacidade de aumentar ou diminuir de volume, de acordo com a maior ou menor quantidade de gordura presente no seu interior. O aumento da gordura corporal ocorre quando a ingestão alimentar supera o gasto calórico (MATA, 2011 apud CURI, 2002). 5 Figura 3 – Adipócitos no tecido adiposo Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração dos adipócitos no tecido adiposo, sobre fundo rosa. Representação das células chamadas adipócitos, com seu núcleo lateralizado. Fim da descrição. Para a compreensão da ocorrência da gordura localizada, deve-se estudar pri- meiro o local que essa disfunção atinge: o tecido adiposo. Localiza-se na camada mais profunda da pele, abaixo da derme. É constituído pelos adipócitos, células responsáveis pelo armazenamento de lipídios (triglicerídeos). Embora existam várias reações bioquímicas no tecido subcutâneo, enfatizare- mos os processos sobre os quais a cosmetologia pode ter influência. Lipogênese Ao ingerimos carboidratos, eles são transformados em glicose, são absorvidos e atingem a corrente sanguínea. Quando a concentração de glicose no sangue ultrapassa o seu limite máximo, o excesso é removido pelo fígado, o qual o ar- mazena sob a forma de glicogênio. Por sua vez, quando em excesso, o glicogênio é quebrado pelo fígado. Seu excedente é eliminado no sangue e, consequen- temente, provoca um aumento da concentração de ácidos graxos na corrente sanguínea. O excesso de ácidos graxos no sangue é removido pela pele, que o armazenará nos adipócitos sob a forma de gordura (triglicerídeos). 6 Lipólise A lipólise é o processo inverso à lipogênese. Ocorre no tecido adiposo, degradando as gorduras. Assim, refere-se à degradação das reservas energéticas (triglicerídeos) para a produção de energia, em que os triglicerídeos devem ser hidrolisados em áci- dos graxos livres e glicerol, que serão mobilizados e lançados na corrente sanguínea. O metabolismo dos adipócitos é regulado pela insulina, catecolaminas, norepinefri- na e epinefrina, sendo que o estímulo aos receptores beta-adrenérgicos pelas cate- colaminas causa um estímulo à lipólise, com consequente redução da lipogênese. Sabe-se que os adipócitos apresentam em sua membrana receptores agonistas e antagonistas da enzima adenilciclase, que regula o metabolismo dos lipídeos. Os receptores beta-adrenérgicos estimulados ativam a adenilciclase, que transfor- ma a Adenosina Trifosfato (ATP) em Adenosina Monofosfato cíclica (AMPc). Com au- mento do AMPc, temos a ativação de outra enzima importante para esse processo, denominada lipase, que promove a hidrólise dos triglicerídeos armazenados pelos adipócitos, em ácido graxo e glicerol (RIBEIRO, 2010). Princípios Ativos para Gordura Localizada Atualmente, as indústrias cosméticas têm utilizado recursos como os princípios ativos lipolíticos, que estimulam a lipólise, para tratamento da gordura localizada e da celulite, em que esses princípios ativos promovem um estímulo aos recepto- res beta-adrenérgicos, promovendo a lipólise. Ativos como cafeína apresentam ação lipolítica (BREGOW et al., 2018). A seguir, temos os principais princípios ativos tópicos aplicados à gordura locali- zada (Tabelas 1 e 2). Tabela 1 – Exemplos de ativos inibidores de lipogênese Inibidores de lipogênese Adiporeguline Garcínia Camboja Nano-framboesa Neurocafeína Slimbuster L Fonte: Adaptada de MATOS, 2014 7 Tabela 2 – Exemplos de ativos lipolíticos Ativos Lipolíticos Cafeína Cafeisilane C (Complexo cafeína-silício orgânico) Bioex Lipolítico Fosfatidilcolina L- Carnitina Lipoxyn Xantalgosil (Acefilina combinada com silício orgânico) Regu-Slim Slimbuster H E L Erva-Mate Metilxantinas Silanóis Hera Ioimbina Algisium C Teofilina Teobromina Liporeductil Phytosonic Fonte: Adaptada de MATOS, 2014 8 Termogênicos Definimos como ação termogênica a ação de transformar em energia as calo- rias provenientes da gordura corporal e da alimentação, em que o metabolismo pode ser definido como a quantidade de energia (calorias) que o seu corpo con- some para se manter ativo. Assim, a velocidade em que o seu corpo queima calorias é chamada de “taxa metabólica”. Com o aumento da temperatura do corpo, a ação dos termogêni- cos será acelerada. O exercício físico exige maior consumo de energia do corpo e, aliado ao produto termogênico, a queima de calorias é maior (BRAGA, 2014 apud BACUARU, 2007). Temos como exemplo de princípios ativos termogênicos a cafeína e o citrus au- rantrium (Laranja amarga) (OLIVEIRA, 2015). Muitas são as substâncias que podem ser utilizadas, e sua origem pode ser sin- tética ou natural, entre os ativos cosméticos existentes, alguns se destacam por serem hiperemiantes e crioterápicos.Quando você encontrar um produto cosmético em cuja embalagem esteja escri- to “hiperemiante”, significa que ele apresenta um ativo que é responsável pela vermelhidão. Isso ocorre devido ao aumento da circulação sanguínea na região, que favorece a oxigenação. Os ativos hiperemiantes mais utilizados nos produtos são o nicotinato de meti- la e a pimenta. Esses ativos promovem o aquecimento da região e são conside- rados termogênicos, além de favorecerem a permeação de outros ativos. Crioterápicos Uma das formas de promover o estímulo metabólico é por meio do mecanismo de termorregulação. Ao submeter o tecido ao frio, o organismo tende à termogê- nese, transmite impulsos nervosos ao hipotálamo, desencadeando uma série de respostas responsáveis por conservar e produzir calor. Para conservar o calor, o hipotálamo, por meio da ativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS), estimula a vasoconstrição e a piloereção. Essa indução acarreta um aumento no metabolismo e no consumo das reservas energéticas, a fim de manter a temperatura habitual. Daí sua indicação para tratamento da gordura localizada (DASH et al., 2012; ROMANO et al., 2015). 9 Os crioterápicos, geralmente em veículo gel, apresentam, em sua formulação, a cân- fora e/ou mentol. Eles são ativos que promovem o resfriamento e reduzem a tem- peratura, produzindo primeiro uma vasoconstrição no local, o corpo terá a necessi- dade de gerar calor e aquecer a área. Sendo assim, o ácido graxo será utilizado como fonte de energia para gerar esse calor e promover uma vasodilatação secundária. Nos tratamentos de adiposidade, se você for finalizar com máscaras de gel crio- terápico, é importante deixar o produto evaporar para que o corpo inicie o gasto energético consumindo o ácido graxo presente nos adipócitos. Em Síntese Para a redução da gordura localizada, é necessário um estímulo me- tabólico, de modo a gerar estímulos à lipólise, liberando ácidos graxos que serão utilizados como fonte energética. Assim, o volume dos adi- pócitos diminuirá e, com ele, a gordura localizada (DASH et al., 2012). Princípios Ativos para HLDG (Celulite) O tecido subcutâneo está localizado logo abaixo da derme e acima da aponeurose muscular, constituída por células adiposas, os adipócitos (Figura 4), que armazenam gordura e estão separadas por finos septos conjuntivos (tecido conjuntivo frouxo), nos quais se encontram os vasos e os nervos (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 4 – Adipócitos Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração dos adipócitos. Representação das células chamadas adipócitos, com seu núcleo lateralizado e o vacúolo amarelo tomando quase todo o volume celular. Fim da descrição. 10 O tecido subcutâneo é mais espesso no sexo feminino do que no masculino, e sua distribuição também é diferente entre homens e mulheres. Sua variação é regulada pelos hormônios andrógenos e estrógenos e, também, pelos adreno- corticais na fase da puberdade (BORGES; SCORZA, 2016). A hidrolipodistrofiaginoide (HLDG), que pode ser observada na Figura 5, popu- larmente conhecida como celulite, está presente em grande parte da população feminina (80 a 90%). É uma alteração do tecido cutâneo, envolvendo alterações morfológicas, histo- químicas, bioquímicas e estruturais no tecido subcutâneo, no qual ocorrem, tam- bém, alterações na derme e na microcirculação (AFONSO, 2010). Figura 5 – Formação da HLDG Fonte: Adaptada de Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração da formação da HLDG (celulite), sobre fundo branco. Representação, à esquerda, do sistema tegumentar normal – epiderme, derme, tecido conectivo e células de gordura. À direita, a mesma representação, porém de um aspecto de celulite. Fim da descrição. Importante As alterações típicas da HLDG perceptíveis na pele são depres- sões e abaulamentos no relevo cutâneo, conferindo à pele as- pecto de casca de laranja, queijo cottage ou padrão acolchoado (COSTA, 2012). 11 Essa disfunção pode ser resultante de depósitos localizados de tecido subcutâ- neo e edema no tecido. Recentemente, foi demonstrado que o septo fibroso tem papel importante, visto que, nas mulheres, os septos fibrosos estão dispostos longitudinalmente na derme (Figura 6), em direção à fáscia muscular profunda, compartimentando o tecido subcutâneo nessa direção, enquanto, nos homens, os septos fibrosos que compartimentam a gordura estão dispostos na forma diagonal e entrecruzados, o que previne a projeção da gordura para as camadas mais superficiais da derme (Figura 6) (COSTA, 2012). Figura 6 – Aspecto dos septos fibrosos em homens e mulheres Fonte: Adaptada de Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração do aspecto dos septos fibrosos em homens e mulheres, sobre fundo branco. Re- presentação, à esquerda, das camadas da pele do homem e à direita, da mulher, demonstrando os septos fibrosos diferenciando nos sexos. Fim da descrição. A disfunção pode ser tratada com o uso de produtos tópicos (Tabelas 3 e 4) con- tendo princípios ativos: • Estimuladores da microcirculação periférica; • Agentes lipolíticos; • Agentes que atuam na estrutura da derme e do tecido subcutâneo; • Antioxidantes (SANTOS et al., 2011; COSTA, 2012). 12 Tabela 3 – Princípios ativos para HLDG aplicada a produtos tópicos Princípio Ativo Mecanismo Ação Ginkgo biloba Estimuladores da microcirculação periférica, antioxidantes Centella asiatica Estimuladores da microcirculação periférica Troxerutina Estimuladores da microcirculação periférica Escina Estimuladores da microcirculação Cafeína Lipolítico Cafeisilane® Lipolítico Aminofilina Lipolítico Teofilina Lipolítico Silício Lipolítico Retinoides Restauração dérmica Asiaticosídeo Restauração dérmica Vitamina C Antioxidantes Vitamina E Antioxidantes Fonte: Adaptada de COSTA, 2012; BATISTUZZO, 2010; RIBEIRO, 2010 13 Tabela 4 – Exemplos de ativos para HLDG (Celulite) Atuantes no Interstício Atuantes na Microcirculação Anti- inflamatórios Tensores Centella asiatica Ácido ascórbico Enzimas de difusão Enzimas proteolíticas Vegetais e algas Tretinoína e retinol Silícios orgânicos e silanóis Bétula Caobromine® Capsicum Castanha-da- índia Centella asiatica Nicotinato de metila Flavonoides Ginkgo biloba Laranja amarga Liporeductil Meliloto Mirtilo Hera Xantogosil Bioex antilipêmico Mentol Slimbuster H Pilosella Adipol Arnica Bioex antilipêmico Celulinol Centella asiatica Castanha-da- índia Nicotinato de metila Silanóis Silícios orgânicos Xantogosil ATP Flex Coheliss Coupe D’eclat Dermochlorella DMAE Idebenona Liftline Raffermine Regu-Slim® Slimbuster L Tensea lift Tensine Toniskin Fonte: Adaptada de MATOS, 2014 Estrias As estrias são lesões oriundas dos rompimentos das fibras de colágeno e elastina presentes na derme cutânea. Em geral, são causadas por fatores genéticos, hor- monais ou por estiramentos bruscos da pele (gestação e crescimento, ganho de altura, gordura ou músculos), ou até mesmo pelo uso sistêmico de corticoides. Outro fator que influencia o aparecimento das estrias é a hidratação da pele. Nota-se que, em condições de desidratação, seu aparecimento é facilitado, visto que essas condições reduzem a elasticidade da pele. 14 As estrias são definidas como alterações cutâneas (Figura 7) que acometem tanto os homens quanto as mulheres (sendo mais frequentes em mulheres). Ocorrem devido a uma alteração na derme, por causa de uma distensão da pele, além dos limites de sua capacidade, no lugar em que as fibras de colágeno e elastina se desarranjam e no qual houve o rompimento. Assim, há uma alte- ração perceptível na pele (RIBEIRO, 2010; MOREIRA; GIUSTI, 2013). Figura 7 – Pele com estrias Fonte: Adaptada de Getty Images #ParaTodosVerem: ilustração da pele com estrias. Representação de uma pele humana com estrias brancas. Fim da descrição. As estrias podem ter colorações diferentes, variando do avermelhado ao branco- -nacarado. Podem, também, ter tamanho, regularidade e profundidade diferentes: • Estriasavermelhadas ou arroxeadas: apresentam-se no estado recen- te à ruptura. Ainda estão em processo inflamatório. Como não cicatriza- ram, o tratamento é mais fácil. Nessa fase, as fibras estão tentando se reorganizar; 15 • Estrias branco-nacaradas: são cicatrizes atróficas que representam a sequela do processo cicatricial, com formação de fibrose. A hipocromia deve-se à perda de melanócitos nessa região e ao comprometimento da circulação local. As ações cosmetológicas vão desde a prevenção (Tabela 5) até a tentativa de reparação tecidual (Tabela 6). O efeito preventivo é realizado com muita hidrata- ção, ao passo que a ação de reparo só é alcançada mediante o uso de princípios ativos específicos. Os ativos (Tabela 6) aplicados ao tratamento das estrias visam a estimular a pro- dução de colágeno e de componentes da matriz extracelular na derme, além de prevenir a formação de novas estrias (COSTA, 2012). Tabela 5 – Exemplo de ativos com ação preventiva Emoliente Hidratante Intracelular Algas marinhas Aloe vera Óleo de amêndoas Óleo de gergelim Óleo de rosa mosqueta Óleo de semente de uva Silicone Vitamina A Vitamina E Ácido hialurônico Alfa-hidroxiácidos Glicoesferas de vitamina C Lipossomas de Aloe vera Lipossomas de hamamélis PCA-Na Reestructil Ureia Vitamina B5 Fonte: Adaptada de MATOS, 2014 A aplicação de peelings químicos por meio dos alfa-hidroxiácidos e poli-hidroxiáci- dos está presente nos protocolos, pois realiza uma descamação na pele e estimula a produção de novas fibras durante a regeneração tecidual. Os ácidos utilizados nas estrias são glicólicos, láctico, mandélico, lactobiônico e gluconolactona. 16 Tabela 6 – Exemplos de ativos que auxiliam na redução do aspecto estriado na pele Anti- inflamatório Atuantes na Microcirculação Regenerador Dérmico Renovador Epidérmico Ácido salicílico Adipol Arnica Bioex antilipêmico Celulinol Centella asiatica Castanha-da- índia Silanóis Silícios orgânicos Xantogosil Bétula Caobromine® Capsicum Castanha-da- índia Centella asiatica Flavonoides Ginkgo biloba Meliloto Mirtilo Xantogosil Bioex antilipêmico Ácido retinoico Alfa-hidroxiácidos Extrato de Centella asiatica Lipossomas de pantenol Hyaxel® Hidroxiprolisilane C Reestructil Retinol-like Alfa- hidroxiácidos Centella asiatica Hidrolisado de soja Lipossomas de Aloe vera Lipossomas de hamamélis Hyaxel® Lipossomas de papaína Lipossomas de pantenol Óleo de rosa mosqueta Vitamina B5 Fonte: Adaptada de MATOS, 2014 Talassoterapia A palavra Talassoterapia é de origem grega, sendo Thalassa = mar e terapia = cura. Desde a Grécia, com Hipócrates, em 460-377 a.C., referenciado como o “Pai da Medicina”, aconselhava-se o uso da água do mar e do clima litorâneo com finalidade terapêutica. Esse conceito passou por várias fases, mas, no século XVIII, novamente os ba- nhos de mar foram utilizados para benefício à saúde, para tratamento de diver- sas enfermidades, incluindo doenças reumáticas. Desde então, as clínicas vêm fazendo uso da talassoterapia em várias partes do mundo, principalmente, no Mediterrâneo, sendo um forte atrativo turístico. Pode ser utilizada por pessoas de todas as idades e em qualquer condição física, visto que a talassoterapia pode ser aplicada, também, para lazer e relaxamento, além de tratar algumas doenças (FABRINI, s.d.; ANDRADE et al., 2008). 17 A expressão Talassoterapia foi difundida pelo médico francês La Bonnadiere, a partir de 1867, e há cerca de 250 anos na Inglaterra, pelo médico Richard Russel, sendo conhecida como terapia do mar. A água do mar tem origem das profundezas do oceano, na medida em que ela se desloca para a superfície, traz substâncias das diversas camadas geológicas que emergem com um conteúdo rico em íons naturalmente equilibrado que, somado a alguns elementos, têm propriedades terapêuticas, trazendo novo equilíbrio ao metabolismo, fazendo nutrição e provocando osmose nas toxinas do corpo. Em Síntese Essa técnica tem como objetivo proporcionar ao organismo fonte de elementos minerais como o iodo, o enxofre, o cálcio e o mag- nésio, para assim restabelecer o equilíbrio corporal do indivíduo (ALMEIDA et al., 2004). Temos, assim, as seguintes formas de talassoterapia: banhos de mar em pis- cinas aquecidas com água salgada, massagens corporais utilizando algas e lama marinha, vários tipos de duchas, banheiras com hidromassagem e ca- minhadas à beira-mar fazem parte das práticas para o aproveitamento do potencial energético dos oceanos, contribuindo, assim, para o bem-estar, a cura de problemas traumáticos de acidentes, esgotamento físico, stress e pro- blemas de pele, entre outros (FABRINI, s.d.). A França despontou no uso da talassoterapia, mas vários países têm Centros de Talassoterapia, como a região norte da África, diga-se Tunísia e Marrocos, em que empresários investiram pesado nesse segmento, utilizando tecnologia francesa. No Brasil, a talassoterapia é muito praticada no litoral de Santa Cata- rina, do Ceará e da Bahia (FABRINI, s.d.; ANDRADE et al., 2008). Hoje, o mar não é utilizado diretamente como recurso. Temos equipamentos mo- dernos que possibilitam vários tipos de cuidados como banho borbulhante com jatos de pressão, banho de microbolha, ducha em cabine, algoterapia, duchas de jato e hidroginástica, entre outros (Figura 8). Em alguns lugares, a banheira é pre- parada com água potável e aplicada uma pastilha efervescente com propriedades que apenas simulam o fundo do mar (FABRINI, s.d.; ALMEIDA et al., 2004). 18 Figura 8 – Talassoterapia Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: imagem da Talassoterapia. Há uma mulher dentro de uma banheira, preparada com água potável, na qual foi aplicada uma pastilha efervescente. Fim da descrição. A água do mar é rica. Contém cerca de 94 tipos de sais minerais diferentes que a permitem classificar como uma água cloretada sódica e sulfatada magnesiana, de acordo com a abundância em sódio, cloro, magnésio e enxofre, além de ter outros elementos como o iodo, o flúor, o boro, o cobre, o ferro, o zinco e o cobalto. Os benefícios da água do mar são espontaneamente e de maneira inconscien- te obtidos quando nos dirigimos ao Litoral, principalmente durante o verão (ALMEIDA et al., 2004). Recomendações • Muito recomendado para tratamentos contra a celulite e gordura localizada; • Sessões realizadas por profissionais duas vezes por semana; • Os especialistas indicam a utilização dos produtos em casa, diariamente, sendo imprescindível para bons resultados. 19 Como é realizado o procedimento de Talassoterapia na estética? 1. É dissolvido duas colheres de sopa de sais para Talassoterapia em ½ litro de água morna; 2. São embebidas faixas de crepe já pré-umedecidas com água morna nessa solução. Depois, é envolvida as partes do corpo a serem tratadas, deixando agir de 20 a 30 minutos; 3. Remoção das faixas e o excesso de resíduos. Além de conter Sais Marinhos, esse produto contém Algas Marinhas, Centella Asiática e Ginkgo Biloba, essencial para a proteção do colágeno e a estimulação da microcirculação. Benefícios • Aumentam a permeabilidade cutânea; • Regulam funções orgânicas; • Relaxam a musculatura; • Fazem um micro-peeling cutâneo; • Auxiliam a normalização das secreções seborreicas; • Reduzem o suor excessivo (hiperidrose); • Infiltram-se na pele, devido a suas características iônicas; • Auxilia na microcirculação cutânea. EM SÍNTESE Benefícios da talassoterapia: aumento da permeabilidade cutânea, regulação das funções orgânicas, relaxamento da musculatura (transmitindo um aspec- to de descanso à pele), normalizadora da secreção sebácea, promoção de re- mineralização orgânica, ativação do metabolismo e estimulação da circulação sanguínea (ALMEIDA et al., 2004). MATERIAL COMPLEMENTAR Leituras 5 Estratégias Cosméticas para o Tratamento da Celulite https://bit.ly/3NDEsIw A Ação de Ativos Lipolíticos no Tratamento da LipodistrofiaGinoide e da Adiposidade Localizada: Uma Revisão da Literatura https://bit.ly/42rJiNh Vídeos Qual o Melhor Princípio Ativo para Gordura Localizada? João Tassinary https://youtu.be/XShwOYLUZOE Talassoterapia Transdérmica – Protocolo https://youtu.be/ELVlszNz5qM https://bit.ly/3NDEsIw https://bit.ly/42rJiNh https://youtu.be/XShwOYLUZOE https://youtu.be/ELVlszNz5qM REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AFONSO, J. P. J. et al. Celulite: artigo de revisão, Surg Cosmet Dermatol., [s.l.], v. 2, n. 3, p. 214-219, 2010. ALMEIDA, A. B. et al. Talassoterapia. 2º CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVER- SITÁRIA. Anais... Belo Horizonte, 12 a 15 set. 2004. ANDRADE, S. C. et al. Benefícios da Talassoterapia e Balneoterapia na Fibromialgia. Rev Bras Reumatol, [s.l.], v. 48, n.2, p. 94-99, mar./abr., 2008. BACUARU, R. F. Nutrição e suplementação desportiva. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2007. BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA M.; ETO, Y. Formulário médico farmacêutico. São Paulo: Pharmabooks, 2015. BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas/organiza- ção. São Paulo: Phorte, 2016. BRAGA, R. M. 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