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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE METEOROLOGIA ATMOSFERA TERRESTRE E RADIAÇÃO SOLAR Disciplina Climatologia Professor Wanderson • A atmosfera, local que caracteriza a climatologia de uma determinada região, pode ser descrita como uma camada de gases sem cheiro, sem cor e sem gosto que envolve e acompanha a Terra em todos os seus movimentos. • É composta de gases que se encontram junto à superfície terrestre, que se tornam rarefeitos e desaparecem com a altitude. • A atmosfera alcança uma altura (espessura) de cerca de 800 km a 1.000 km e liga-se à Terra pela força da gravidade. • Caracteriza-se, ainda, por apresentar uma espessura menor na região polar e maior sobre a região equatorial. ATMOSFERA TERRESTRE • Mantida pela ação gravitacional, a atmosfera terrestre é mais densa próxima à superfície, tornando-se rarefeita com a altura. • Até os primeiros 29 km, a atmosfera concentra 98% de sua massa total, o que torna muito difícil definir seu limite superior, já que a densidade relativa aos 2% de moléculas restantes decai muito lentamente. • Por este motivo, torna-se como referência o limite de 1.000 km para expressar sua extensão. ATMOSFERA TERRESTRE • Variação da densidade atmosférica conforme a altitude: ATMOSFERA TERRESTRE • Cerca da metade da massa da atmosfera está concentrada abaixo de 5 km. ATMOSFERA TERRESTRE • Além de a densidade do ar diferenciar-se com a altura, a composição dos gases não é a mesma em toda a atmosfera. • Da superfície aos primeiros 90 km de altura, os componentes gasosos do ar apresentam-se em uma distribuição relativamente uniforme, camada esta denominada Homosfera. ATMOSFERA TERRESTRE • O material particulado de origem natural encontrado na atmosfera constitui-se de poeira, cinzas, material orgânico e sal em suspensão no ar, provenientes do solo, da atividade vulcânica, da vegetação e dos oceanos, respectivamente. • O que procede das atividades humanas, por sua vez, decorre da utilização de combustíveis fósseis em indústrias e veículos, da queima de carvão mineral e orgânico para aquecimento doméstico, e de práticas agrícolas, como queimadas e adubação, entre outros. • Por serem ambos gerados na superfície, também se concentram nos primeiros quilômetros da atmosfera, ou seja, na parte mais baixa da troposfera e podem influenciar diretamente o clima. ATMOSFERA TERRESTRE • O vapor d’água não se apresenta uniformemente distribuído na atmosfera, uma vez que sua presença depende não só de uma superfície que forneça água, mas também de uma série de outros fatores. • Sua existência nos níveis inferiores da atmosfera (troposfera) é de extrema importância para a manutenção da vida e a determinação dos climas do planeta. ATMOSFERA TERRESTRE • O ozônio está presente de forma concentrada entre os 20 e 35 km de altura (estratosfera). • A propriedade que os gases oxigênio e ozônio apresentam ao reagirem fotoquimicamente nestes níveis, agindo como um filtro ao absorverem a maior parte das radiações ultravioleta, é o que garante a existência da vida na superfície nos moldes conhecidos hoje. ATMOSFERA TERRESTRE • A camada superior à Homosfera é chamada de Heterosfera, porque nela os gases se dispõem separadamente, formando camadas de diferentes composições químicas: nitrogênio molecular (presente de 90 a 200 km de altura), oxigênio atômico (de 200 a 1.100 km), átomos de hélio (de 1.100 a 3.500 km) e átomos de nitrogênio (a partir de 3.500 km). • A atmosfera, sendo uma mistura mecânica de gases, exibe as características de todos os seus componentes. • É volátil, compressível e expansiva, e suas camadas inferiores, muito mais densas que as superiores. ATMOSFERA TERRESTRE • Outra importante característica da atmosfera terrestre é a variação da distribuição vertical de sua temperatura, dada pela interação de seus componentes com a entrada de energia proveniente do Sol e a saída de energia proveniente da Terra, o que possibilitou compartir a atmosfera em esferas concêntricas com distintos comportamentos térmicos. • As camadas apresentam em seus nomes a terminação osfera, e seus topos, a terminação pausa. ATMOSFERA TERRESTRE ATMOSFERA TERRESTRE • Em contato direto com a superfície e com ela interagindo intensamente ao longo de seus 12 km de extensão (em média), a troposfera é a base de todo o pacote gasoso que envolve a Terra. • É na troposfera que os fenômenos meteorológicos (elementos climáticos) se produzem, por isto, é o foco de interesse da climatologia, já que os atributos destes fenômenos interagem diretamente com o sistema terrestre e configuram-se como objeto das ações humanas. ATMOSFERA TERRESTRE • A variação térmica da Troposfera é extremamente peculiar, porque também depende da energia emitida pela superfície terrestre, e não é explicada exclusivamente pela relação direta com a energia solar que a perpassa, como ocorre com as demais camadas da atmosfera. • Isto significa que boa parte da radiação proveniente do Sol que chega até o topo (tropopausa) consegue atingir a superfície terrestre, uma vez que a troposfera não é muito eficiente em absorver esta radiação. ATMOSFERA TERRESTRE • No entanto, alguns de seus gases, como dióxido de carbono, vapor de água, amônia e outros, são extremamente eficazes na absorção da radiação de ondas longas emitida pela superfície da Terra, o que explica o fato de as temperaturas próximas a ela serem mais elevadas (20°C em média) do que as registradas na tropopausa (-57°C em média), onde estes gases apresentam-se mais rarefeitos. • A este fenômeno, dá-se o nome de efeito estufa. • O decréscimo da temperatura na troposfera a partir da superfície pode ser expresso pelo gradiente térmico vertical médio, que é de 6,5°C/km. ATMOSFERA TERRESTRE • Praticamente todos os fenômenos que ocorrem na troposfera têm início com a entrada da radiação solar no topo da atmosfera. • A atmosfera não é inerte a esta quantidade de radiação, isto é, os componentes da atmosfera interagem com ela, e o que chega à superfície é uma parcela do que entrou no Sistema Superfície- Atmosfera (SSA). ATMOSFERA TERRESTRE E RADIAÇÃO SOLAR • O fato de toda energia do SSA depender de forma direta ou indireta da radiação proveniente do Sol requer que este processo seja analisado com mais detalhe. • Existe uma diferença conceitual entre radiação solar e insolação. • Ao passo que insolação é a duração do período do dia com luz solar ou a duração do brilho solar, radiação solar é a energia recebida pela Terra na forma de ondas eletromagnéticas provenientes do sol. • A radiação solar é a fonte de energia de que o globo terrestre dispõe. RADIAÇÃO SOLAR • A distribuição latitudinal da insolação indica que, graças à baixa nebulosidade em comparação com a região equatorial, as maiores quantidades de insolação são recebidas nas zonas subtropicais. • Os valores de insolação diminuem em direção aos polos e atingem o mínimo em torno das latitudes de 70º-80º no hemisfério norte e de 60º-70º no hemisfério sul. RADIAÇÃO SOLAR • Radiação é uma forma de energia que emana, sob forma de ondas eletromagnéticas, de todos os corpos com temperaturas superiores ao zero absoluto (-273ºC). • O sol fornece 99,97% da energia utilizada no sistema Terra/Atmosfera e é, direta ou indiretamente, responsável por todas as formas de vida e características climáticas encontradas no planeta. • A cada minuto, o sol emite 56x1026 calorias de energia propagadas em todas as direções, no entanto, o planeta recebe apenas dois bilionésimosda energia que sai da fonte. RADIAÇÃO SOLAR • Além do aspecto inerente à distância, a radiação solar, ao atravessar a atmosfera, é atenuada por três processos: • Difusão (espalhamento pelas partículas da atmosfera, como gases, cristais e impurezas): uma parte desta radiação difundida é, portanto, devolvida ao espaço, enquanto outra parte atinge a superfície e é chamada radiação difusa; • Absorção (absorção seletiva por certos constituintes atmosféricos para certos comprimentos de ondas, como a absorção da radiação ultravioleta pelo ozônio [O3]); • Reflexão (a reflexão pelas nuvens, por exemplo, depende principalmente da espessura, estrutura e constituição delas). RADIAÇÃO SOLAR • Em média, de 100% da energia do sol que chega à atmosfera, cerca de 40% incidem sobre as nuvens, deste total, 1% é absorvido e 25% são refletidos e se perdem no espaço, chegando apenas 14% à superfície. RADIAÇÃO SOLAR • Dos demais 60% que incidem sobre áreas sem cobertura de nuvens, 7% são refletidos/difundidos por aerossóis e 16% são absorvidos por gases atmosféricos, chegando 37% à superfície. RADIAÇÃO SOLAR • Dos 51% que chegam à superfície, subtraem-se 5%, que são refletidos pela própria superfície. • Assim, aproximadamente 46% da energia que incide sobre a atmosfera é absorvida pela superfície terrestre. RADIAÇÃO SOLAR • É importante ressaltar que a energia absorvida ou refletida depende da superfície sobre a qual incide a radiação. • Alguns conceitos são importantes: albedo indica a refletividade total de uma superfície iluminada pelo sol. • O albedo varia de acordo com a cor e a constituição do corpo. • Assim, será máximo nos corpos brancos e mínimo nos corpos pretos. RADIAÇÃO SOLAR • Absortividade, fração de energia incidente absorvida pelo material; • Refletividade, fração da energia incidente refletida pelo material; • Transmissividade, fração da energia incidente transmitida pelo material. • Estes coeficientes variam de 0 a 1, a soma deles é igual a 1, visto que toda energia incidente sobre qualquer material deve ser absorvida, refletida e/ou transmitida. • A emissividade é o coeficiente que indica a eficiência de um corpo em emitir energia. RADIAÇÃO SOLAR • A quantidade de radiação solar, bem como a insolação que incide sobre a superfície, depende de alguns fatores, como período do ano (estações); • Período do dia (manhã ou noite); • Latitude (nas latitudes entre 35ºN e 35ºS, ocorre excesso de energia, pois a quantidade absorvida é maior que a irradiada ao espaço; fora destas latitudes, há déficit energético); RADIAÇÃO SOLAR • Cobertura de nuvens: a insolação do Nordeste, em qualquer época do ano, é muito superior que na região Norte, evidência de que aquela é a região de maior disponibilidade de insolação relativa no Brasil. • Destacando-se que a cobertura do céu – nebulosidade – é o complemento da insolação relativa, verifica-se que, em termos climatológicos anuais, o céu fica encoberto 51% do período diurno na região Norte, 49% na região Sul, 41% no Sudeste e no Centro- Oeste, e apenas 34% no Nordeste. RADIAÇÃO SOLAR • A intensidade com que a radiação alcança o solo é denominada intensidade de insolação e está diretamente relacionada à altura solar de cada lugar. • A intensidade de insolação apresenta seus maiores valores nas regiões tropicais, por volta dos 20° de latitude em ambos os hemisférios, e menores valores nos polos. • A região equatorial possui índices inferiores aos tropicais, porque a nebulosidade mais intensa reduz a quantidade de radiação que atinge o solo. RADIAÇÃO SOLAR Dúvidas!? wanderson@ufrj.br ATMOSFERA TERRESTRE E RADIAÇÃO SOLAR
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