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ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO FIBRO EDEMA GELÓIDE: UMA REVISÃO DA 
LITERATURA 
O Fibro Edema Gelóide (FEG) popularmente chamado de celulite 1 , afeta a maioria 
das mulheres1 -5 . Além de ser desagradável aos olhos do ponto de vista estét ico, 
acarreta problemas álgicos nas zonas acometidas e d iminuição das at ividades 
funcionais1 , 6. É uma afecção que provoca sérias complicações, podendo levar a dores 
intensas e problemas emocionais 7 . 
O FEG é uma desordem metabólica regional que altera toda a harmonia da pele, 
tornando-a de aspecto rugoso e sem brilho 7 . Pode se apresentar nos graus I , I I e I I I , 
e alguns autores preconizam até o grau IV. O grau I ou brando, é de aspecto visível 
pela compressão do tecido entre os dedos ou sob contração voluntária, e não há 
alteração da sensibilidade à dor. O grau I I ou moderado, é de aspecto visível, já 
havendo alterações da sensibilidade. No grau I I I ou grave, as f ibras do tecido 
conjuntivo se apresentam danif icadas e a sensibilidade à dor está aumentada 8 . 
O tecido conectivo const itui a derme e é formado por cinco elementos que são 
células, formações f ibrilares, substância fundamental, vasos sanguíneos, linfát icos e 
nervos. No tecido acometido a circulação se encontra comprometida devido às 
progressivas t ransformações ocorridas nesse tecido 7 . 
Por se t ratar de um d istúrbio estét ico de et iologia mult ifatorial, vários são os 
t ratamentos propostos, onde os bons resultados são obtidos quando os 
proced imentos e recursos são perfeitamente integrados 9 . Nos últ imos 15 anos 
surgiram vários t ratamentos, todas as técnicas são tentat ivas de melhorar o aspecto 
da pele e de agir nas etapas que part icipam da d isfunção 1 0 . A f isioterapia dermato-
funcional d ispõe de modalidades terapêuticas aplicadas no tratamento dessa 
afecção 1 . 
A d renagem linfát ica manual (DLM) é uma técnica de massagem executada de 
forma suave, lenta e rítmica e mobiliza a linfa que se localiza nos tecidos mais 
superf iciais e nos vasos linfát icos 1 1 . Como benef ícios da ut ilização do ultra-som, há 
a fonoforese, que promove a neovascularização com rearranjo e aumento da 
extensibilidade das f ibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do 
tecido 8 . A corrente russa é uma corrente de méd ia f reqüência que auxilia na 
oxigenação, causa ação de bombeamento sobre os vasos linfát icos e venosos, 
melhorando, assim, o t rof ismo muscular 1 2 . 
No FEG pode ocorrer um aumento no tamanho e no número de ad ipócitos, o que 
causa compressão no sistema venoso e linfát ico. A endermologia possui uma 
pressão posit iva nos roletes do cabeçote, que, associada à pressão negativa da 
sucção controlada do aparelho, causam danos às células ad iposas, culminando em 
sua remodelação, sendo ind icada, assim, no tratamento do mesmo 1 3 . Estudos 
recentes mostram que a rad iofreqüência pode produzir a redução do FEG, através 
de alterações histológicas, sem causar complicações na derme 1 4 . 
No presente estudo de revisão de literatura foi levado em consideração a 
importância de se realizar uma maior invest igação sobre os benef ícios dos recursos 
f isioterapêuticos empregados no f ibro edema gelóide. 
MÉTODO 
Este t rabalho foi realizado através da análise de art igos cient íf icos indexados no 
banco de dados dos últ imos 10 anos d isponível na internet , a part ir do sistema 
SCIELO/ PUBMED/ LILACS e capítulo de livro. 
Foram empregadas palavras–chave como f ibro edema gelóide, f isioterapia dermato -
funcional, celulite e suas similares em inglês, usadas isoladamente ou em 
combinação. Após essa seleção, novas referências foram obtidas a part ir da 
bibliograf ia do art igo em apreço, onde cada um foi avaliado, segundo o objeto de 
estudo, visando obter conclusões gerais. Como critérios de inclusão foram inseridas 
as coletas dos art igos nos últ imos 10 anos, assim como art igos que d iscorriam sobre 
o f ibro edema gelóide, t ratamento e f isioterapia. 
Já os estudos que não se apresentavam indexados e que não apresentavam qualidade 
de ensino metodológico, foram excluídos. 
Foram identif icados 15 trabalhos experimentais, 6 art igos de revisão e 5 relatos de 
caso, os quais foram selecionados por abordarem temas concernentes ao objet ivo 
deste t rabalho e por estarem de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. 
O resultad o consist iu em 19 art igos provenientes nos bancos de dados cient íf icos 
eletrônicos e como referência suplementar foram incluídos 7 art igos das bases de 
dados at ivas e um livro texto. 
Os tópicos d iscutidos incluíram relatar os recursos terapêuticos mais ut ilizados no 
FEG. Os textos foram analisados e sintet izados, a f im de se obter informações 
consistentes relacionadas aos recursos terapêuticos ut ilizados pela f isioterapia 
dermato-funcional e seus respect ivos benef ícios no tratamento. 
RESULTADOS 
De acordo com a pesquisa nas bases de dados, na tabela 1 foram selecionados 16 
art igos referentes às abordagens f isioterapêuticas ut ilizadas no tratamento do FEG, 
incluindo os t ipos de estudos e os autores. Nos resultados da pesquisa foram 
encontrados vários t ratamentos propostos para o f ibro edema gelóide. 
A d renagem linfát ica manual usada isoladamente foi abordada em 3 estudos (2 
experimentais e 1 estudo de caso) e a DLM associada com o ultra -som foi citada em 
1 estudo de caso. Já a ut ilização da fonoforese foi relatada em 2 estudos (1 
experimental e 1 estudo de caso). A corrente russa é referida em 1 estudo 
experimental. O ultra-som também foi usado isoladamente em 1 revisão de 
literatura e 1 estudo de caso. Também foram citadas a rad iofrequência em 3 estudos 
experimentais e a endermologia em 4 estudos (3 experimentais e 1 estudo de caso). 
 
DISCUSSÃO 
O USO DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL 
 
Em relação à DLM como abordagem no tratamento do FEG, foram encontrados 3 
art igos ut ilizando-a como técnica isolada e 1 art igo associando-se a mesma ao 
ultra-som. Em um estudo de caso, realizado por Pieri & Brongholi , após 20 
atend imentos, observou-se que a técnica se mostrou ef icaz, e alguns dos fatores 
posit ivos foi a aceitação da modalidade por parte da paciente, com melhora do 
aspecto da pele, sensação de peso, cansaço dos membros inferiores e redução da 
perimetria, porém relatou-se que a melhora foi mais evidente no FEG grau I I e 
f icou evidente que foram necessários vários atend imentos para se observar uma 
melhora signif icat iva no quad ro Os autores ressaltaram a necessidade do 
desenvolvimento de novas pesquisas com amostras signif icat ivas e por tempo mais 
prolongado 1 5 . 
Um estudo com 3 pacientes, com faixa etária entre 18 a 30 anos, feito por Meyer et 
al. com 20 sessões, realizadas t rês vezes por semana,em d ias alternados, por 60 
minutos, mostrou que a DLM contribuiu para uma melhoria no processo de f ibrose, 
promovendo a remoção do excesso de líquido interst icial, onde o contorno de pele 
se apresentou menos ondulado na ocasião da reavaliação 1 6 . 
Em contrapart ida, um estudo realizado por Gravena f risa que após uma dezena de 
sessões, feitas em 3 pacientes, foi obtida uma melhora signif icat iva na aparência da 
pele e no aspecto de relevo, mas que a part ir da 10ª sessão os resultados 
d iminuíram, e após a 20ª cessaram, determinando, assim, em um resultado 
moderado quanto à aparência, aspecto de relevo e mobilidade da pele na paciente 
com grau I I de FEG, e reduções muito d iscretas nas pacientes com grau I I I , onde 
não apresentou melhora objet iva quanto à aparência, mas houve uma d iminuição do 
quad ro de algia à palpação 1 7 . 
Foi encontrado na literatura apenas um estudo de caso, realizado por Galvão, que 
associa a DLM ao ultra-som. Foram realizados 20 atend imentos de 1 hora e meia, 
t rês vezes por semana. Após a análise de dados não foi observada a melhora 
esperada, mas não houve uma piora do quad ro do FEG, o que poderia poderia ter 
ocorridopelo fato de a paciente ter um aumento de peso de 2,700 kg em relação à 
primeira avaliação 7 . A d iminuição de med idas e dobras cutâneas deu-se pelas 
aplicações regulares do ultra-som e manobras da d renagem linfát ica manual, 
demonstrando que a associação destas técnicas pode ser um recurso benéf ico no 
tratamento do f ibro edema gelóide. 
Nestes estudos, o número de sessões consist iu de 20 atend imentos cada, 
preconizando que este é um protocolo de unanimidade entre os mesmos, porém, 
após estes atend imentos, no estudo de Pieri & Brongholi 1 5 , foi visto que o resultado 
f inal consist iu em melhora do FEG grau I I , ou seja, a DLM não se mostrou uma 
abordagem terapêutica com melhora evidente em grau I I I . No estudo de Meyer et 
al.1 6 , o resultado f inal consist iu de um contorno de pele menos ondulado, com 
melhoria no processo de f ibrose, o que pode se entender que houve regressão de 
graus mais avançados para graus mais leves ou moderados de FEG. 
Apoiando a idéia de Pieri & Brongholi 1 5 , Gravena1 7 d efende que houve um resultado 
moderado,com melhora signif icat iva na aparência da pele e aspecto de relevo em 
grau I I , porém decorreu com reduções muito d iscretas em grau I I I . Galvão 7 relata 
que não ocorreu relevância em relação à melhora do quad ro do FEG, mas que 
também não houve piora. 
Observa-se que a DLM pode ser uma abordagem terapêutica de opção no tratamento 
do FEG, visando a melhora do aspecto da pele, da sensação de peso e cansaço dos 
membros inferiores e redução da perimetria. Também ocasiona melhoria no 
processo de f ibrose, promovendo a remoção do excesso de líquido interst icial, e 
proporciona alívio das dores em pacientes com graus mais elevados de FEG, porém 
preconiza-se que a maior relevância dos resultados posit ivos ocorreu em pacientes 
com grau I I , objet ivando que esta técnica pode não ser tão ef icaz em pacientes com 
grau I I I . 
O USO DO ULTRA-SOM 
 
Os efeitos da fonoforese foram abordados por dois autores. No primeiro estudo, por 
Federico MR et al., cinco part icipantes foram selecionadas aleatoriamente, com 
FEG grau I I , submetidas a 16 sessões de fonoforese, realizadas 4 vezes por semana. 
Os resultados não se mostraram sat isfatórios pelo fato de que a ind icação do 
princípio at ivo (à base de hera, centella asiát ica e castanha da índ ia) foi apropriada 
para o objet ivo terapêutico, porém o tempo dest inado ao estudo foi insuf iciente 
para que houvesse uma ação do princípio at ivo, além de ter havido a necessidade de 
um grupo fazendo uso somente de ultra-som com substância de acoplamento (gel 
comum)1 8 . 
Já no estudo do t ipo relato de caso, por Corrêa, ut ilizando o princípio at ivo 
(cafeína, ginkgo biloba e centella asiát ica), após 15 atend imentos houve melhora 
dos graus do FEG e no aspecto geral da pele, mesmo após a reavaliação ter sido 
realizada no período menstrual, onde é comum ocorrer retenções de líquidos, o que 
agrava o quad ro. A autora f risa que em novos estudos, é importante preconizar uma 
d ieta balanceada e exercícios f ísicos regulares associados ao tratamento proposto 
para o FEG1. 
No que se t rata em relação ao ultra-som utilizado no tratamento do FEG, foram 
encontrados 2 art igos na literatura. De uma forma geral, no estudo de Menezes, 
Silva e Ribeiro, foi observado que o ultra-som é ef icaz na amenização e d iminuição 
do quad ro nas regiões das coxas, abdômen e glúteos 1 9 . No entanto, em um relato de 
caso feito por Oenning & Braz, onde foi ut ilizado o ultra-som com freqüência de 3 
Mhz, intensidade de 0,6 w/ cm², modo contínuo, foram necessárias 20 sessões, 
segundo o autor, para se observar uma melhora signif icat iva, reduz indo o FEG grau 
I e grau I I , d iminuindo o aspecto em “casca de laranja”, mas houve ênfase ao fato 
de que se o t ratamento fosse associado a d ieta, at ividade f ísica ou outros recursos, 
como a d renagem linfát ica e fonoforese, poder-se-ia obter um resultado mais 
imed iato 2 0 . 
Federico et al.19 ut ilizou 16 sessões de fonoforese e relatou que os resultados não 
se mostraram sat isfatórios, já Corrêa 1 ut ilizou um número de sessões aproximado 
(15) e relatou melhoras principalmente em grau I I . O estudo de Oenning & Braz 2 0 se 
ut ilizou de 20 sessões, também dando ênfase a benef ícios aos graus I e I I . Isso 
mostra que a fonoforese ou o ultra-som podem trazer aspectos posit ivos em grau I I , 
mas não tão ef icazes em grau I I I . Não se pode af irmar com absoluta certeza que a 
fonoforese apresenta melhores resultados que o ultra -som com apenas o gel de 
acoplamento, devido a escassez de art igos cient íf icos na literatura. Observa -se que 
a maioria dos estudos acima relata a ef icácia do ultra -som. 
O USO DA ENDERMOLOGIA 
 
Em relação ao uso da endermologia no tratamento do f ibro edema gelóide, foram 
encontrados 4 art igos. Um estudo experimental, realizado por Figueiredo & 
Caromano, teve 3 amostras. Part iciparam da amostra 1 e 2, dez mulheres com idade 
entre 25 a 54 anos, que foram orientadas quanto à importância da ingestão de 
líquidos, at ividade f ísica regular e controle da alimentação. Já a amostra 3 consist iu 
de tres mulheres de idade entre 25 e 35 anos, que não foram alertadas sobre as 
orientações citadas anteriormente. Foram realizadas 20 sessões, t rês vezes por 
semana em todas as part icipantes, entre 30 e 35 minutos. A maior parte das 
pacientes se mostrou sat isfeita com o resultado do FEG, através de quest ionário 
realizado pelos autores 2 1 . 
Em outro estudo de caso, realizado por Beramend i, durante 20 sessões, 3 vezes por 
semana, 30 minutos, com a paciente apresentando graus I , I I e I I I de FEG, obteve 
como resultado a ef icácia deste protocolo, pois ocorreu d iminuição e atenuação da 
presença do FEG, proporcionando uma melhor aparência local 2 2 . O autor f risou que 
a colaboração da paciente em adotar d ieta equilibrada e exercícios f ísicos regulares, 
benef icia o t ratamento. 
Em um estudo experimental feito por Guleç 2 3 , em 33 mulheres, com graus I , I I e I I I 
de FEG, durante 15 sessões, 2 vezes por semana, obteve -se como resultado a 
melhora da aparência do FEG em apenas 5 pacientes (15%), relatando, assim, que a 
endermologia é um método moderadamente ef icaz na redução do FEG. Na mesma 
linha de pensamento do autor acima, foi encontrado um estudo realizado por 
Collis et al., feito por 12 semanas, 2 vezes por semana, num grupo de 35 de 52 
pacientes do sexo feminino. Após o tempo de tratamento, apenas 10 ind ivíduos 
apresentaram melhora da aparência do FEG, relatando o autor que a endermologia 
como método isolado não é ef icaz nesta d isfunção 2 4 . 
Nestes estudos, a ef icácia e resultados posit ivos da endermologia se mostraram 
d ivergentes. Figueiredo & Caromano 2 1 e Beramend i2 2 se ut ilizaram de 20 sessões, 3 
vezes por semana, e apesar do primeiro não objet ivar melhora de graus de FEG, o 
segundo relatou d iminuição de graus I e I I e atenuação do grau I I I , concordando,os 
dois, com resultados posit ivos no tratamento. Em contrapart id a, Guleç2 3 , com 15 
sessões, mostrou que ocorreu pouca involução dos graus, apenas com melhora de 
15% no número total dos pacientes do estudo, e Collis et al. 2 4 , após 24 sessões, 
relatou que apenas 10 pacientes dos 35 analisados apresentaram melhora da 
aparência do FEG. Estes dois estudos corroboram a idéia de que a endermologia 
pode não ser uma abordagem benéf ica no tratamento do FEG. 
O USO DA CORRENTE RUSSA 
A corrente russa como tratamento para o FEG foi abordada em um art igo, realizado 
por Borba. A autora realizou 20 atend imentos em 6 pacientes do sexo feminino, na 
faixa etária de 18 a 45 anos, com graus I I e I I I de FEG, em 3 sessões por semana. A 
corrente russa era aplicada em glúteos e coxas, ut ilizando 8 canais (16 eletrodos), 
por 15 minutos, f reqüência modulada 50hz, com parâmetros de 3s de subida, 8s de 
sustentação, 3sde descida e 12s de repouso. 
Obteve-se um efeito sat isfatório em 83,3% dos casos, e 16 ,6% não apresentaram 
bons resultados. Houve a d iminuição dos nódulos e dores antes encontrados em 
33% das pacientes. Uma paciente teve regressão do FEG e hipertrof ia da 
musculatura glútea, 2 pacientes que faziam acompanhamento nutricional t iveram 
uma melhora signif icat iva, 2 pacientes apresentaram redução do f ibro edema 
gelóide, acompanhado de uma hipertrof ia glútea signif icat iva, e 1 paciente 
continuou com o grau I I de FEG, pois apresentava f lacidez acentuada e não 
suportava intensidades altas da corrente russa2 5 . 
Assim, pontua-se que esse método foi ef icaz no tratamento, mas há necessidade de 
mais pesquisas cient íf icas sobre o tema. 
O USO DA RADIOFREQUÊNCIA 
 
Em relação à rad iofreqüência como terapia para o t ratamento do FEG, foram 
encontrados 3 art igos relacionados ao tema. No primeiro estudo, feito por 
Alexiades-Armenakas, Dover e Arnd t , realizado com 10 ind ivíduos, faixa etária 
entre 32 e 57 anos, com FEG graus I I a IV, foram utilizadas 6 sessões, 2 vezes por 
semana. Houve melhora méd ia na densidade de ondulação do FEG em 11,25%, na 
d istribuição da ondulação de 10,75% e na profund idade da ondulação de 2,5%. Ao 
f inal, todos os pacientes responderam ao tratamento com melhoras signif icat ivas 
ind icando que a rad iofreqüência é segura na redução do f ibro edema gelóide 2 6 . 
Em um estudo mais recente, realizado por Van Der Lugt et al., 50 pacientes foram 
tratados em 12 sessões semanais, por 12 minutos nas regiões glúteas. Ao f inal do 
protocolo, quase todos os pacientes observaram melhora do FEG, do contorno 
corporal e da aparência da pele. Os autores f risam que a rad iofreqüência melhor ou 
o aspecto geral da pele e FEG, com alto índ ice de sat isfação do paciente 2 7 . Em outro 
estudo, feito por Goldberg, Fazeli e Berlin, 30 ind ivíduos foram tratados a cada 
duas semanas, por seis sessões. Os resultados se mostraram posit ivos, pois 27 
ind ivíduos apresentaram melhora clínica na aparência do FEG, com redução méd ia 
de circunferência da coxa de 2, 45 cm 1 4 . 
Alexiades-Armenakas2 6 se ut ilizou de 6 sessões, 10 pacientes, e relatou resultados 
posit ivos da rad iofreqüência no FEG, com a involução dos graus I I a IV que as 
pacientes apresentavam antes do tratamento. Van Der Lugt et al. 2 7 , com o dobro de 
sessões, cada esta realizada por 24 minutos, em 50 pacientes, detectou a melhora da 
aparência da pele, sem especif icar graus possivelmente afetados pela abordagem. 
Com o mesmo número de sessões de Alexiades-Armenakas2 6 , Goldberg 1 4 relatou 
melhoras em 27 pacientes dos 30 analisados, com mudanças histológicas na f ibrose 
dérmica. Entre estes 3 art igos houve a comprovação de que a rad iofreqüência pode 
ser um recurso benéf ico como abordagem no f ibro edema gelóide. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vários são os t ratamentos para o f ibro edema gelóide, e, através deste t rabalho, 
pôde-se observar que há d ivergências quanto à ef icácia de alguns tratamentos e 
t ipos de protocolos específ icos para cada abordagem ou associação de técnicas. 
Mas, a maioria dos autores refere resultados posit ivos no tratamento. Salientando 
que na literatura há citações que recomendam o uso de terapias associadas no 
tratamento desta d isfunção. 
A d renagem linfát ica manual pode ser uma abordagem de ef icácia em graus leves a 
moderados de f ibro edema gelóide, porém, não mostrou resultados extremamente 
resolut ivos em graus avançados. 
Estudos mostram a ef icácia do ultra-som, relatando benef ícios no tratamento, 
porém não se pode af irmar com absoluta certeza que a fonoforese apresenta 
melhores resultados que o ultra-som com apenas o gel de acoplamento, devido a 
escassez de art igos cient íf icos na literatura. Foi visto também que há a necessidade 
de mais estudos para a invest igação da ef icácia da endermologia no tratamento do 
f ibro edema gelóide, visto que há d ivergências de opiniões entre os autores citados 
nesta revisão de literatura. 
Assim como a corrente russa consiste em um método importante no FEG, 
apresentando resultado posit ivo no tratamento, a rad iofreqüência é uma nova 
abordagem que vem apresentando aspectos benéf icos, porém estas têm a 
necessidade de mais estudos em relação às mesmas, proporcionando um melhor 
embasamento cient íf ico acerca dos temas. 
É importante salientar que a adoção de equilíbrio alimentar, exercícios regulares e 
hid ratação contínua são med idas complementares para qualquer abordagem 
utilizada no tratamento do FEG, promovendo resultados benéf icos e mais ef icazes. 
A f isioterapia dermato – funcional, por ser uma área recente, necessita de mais 
estudos cient íf icos, que comprovem os benef ícios das abordagens terapêuticas no 
tratamento do f ibro edema gelóide, para a melhoria do bem-estar e auto-est ima dos 
pacientes. 
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system. Dermathol Ther 2009, 22(1): 74-84. 
ARTIGO, DERMATOFUNCIONAL 
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AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR PRÉ E PÓS TRANSPLANTE RENAL EM UM HOSPITAL 
DO RECIFE: UM ESTUDO LONGITUDINAL 
 
 
PRÓXIMO 
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA: QUAIS AS TÉCNICAS 
MAIS UTILIZADAS? 
 
Monique Si lva RAMALHO (1), Teresa Cristina da Costa VIEIRA (2) 
(1) Graduanda do curso de Fisioterapia UNICAP- PE, (2) Esp. Dermato- Funcional 
 
 
 
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