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Indaial – 2022
AgrícolA
Prof.ª Mariana Lima do Nascimento
1a Edição
EntomologiA
Elaboração:
Prof.ª Mariana Lima do Nascimento
Copyright © UNIASSELVI 2022
 Revisão, Diagramação e Produção: 
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI.
Núcleo de Educação a Distância. NASCIMENTO, Mariana Lima do.
Entomologia Agrícola. Mariana Lima do Nascimento. Indaial - SC: UNIASSELVI, 
2022.
210 p.
ISBN 978-65-5646-470-1
ISBN Digital 978-65-5646-465-7
“Graduação - EaD”.
1. Entomologia 2. Agrícola 3. Brasil 
CDD 632.7
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
A produção agrícola enfrenta diferentes desafios, buscando suprir a demanda 
alimentar de uma população cada vez maior. Problemas como a perda da fertilidade 
do solo e a escassez de água em algumas regiões; a perda da biodiversidade dos 
ecossistemas; a falta de recursos financeiros e humanos e a competição por recursos 
naturais – incluindo a competição com as pragas agrícolas – têm provocado a 
necessidade de se buscar meios de produção sustentáveis. 
A agricultura deve ser pautada em intervenções racionais, que permitam um 
certo nível de equilíbrio nos agroecossistemas, garantindo uma produção compatível 
com a sustentabilidade e trazendo benefícios econômicos e ambientais aos agricultores 
e à sociedade. Assim, faz-se necessário conhecer aspectos inerentes a cada elemento 
presente no ambiente de produção, de forma que seja possível realizar uma intervenção 
adequada e eficiente, garantindo a segurança alimentar no futuro.
Infestações por pragas agrícolas são resultado da manipulação dos ecossiste-
mas naturais pelo homem, sobretudo, em razão da remoção da vegetação natural para 
a implantação de monoculturas por longos períodos. Isso proporciona um ambiente al-
tamente favorável para o aumento populacional de insetos e ácaros herbívoros com 
potencial para causar danos imensuráveis às plantas cultivadas. Pensando em susten-
tabilidade, reforça-se a necessidade de entender as características desses organismos 
e a sua interação com as plantas dentro de um sistema de produção, de modo que seja 
possível prever e antecipar aos possíveis danos provocados por eles.
Nesse sentido, este livro destina-se a realizar uma introdução à Entomologia Agrí-
cola, ramo da ciência que se ocupa em estudar insetos e ácaros e sua relação com os seres 
humanos, o meio ambiente e outros organismos – principalmente às culturas agrícolas. 
Na Unidade 1, será possível obtermos uma visão geral sobre os insetos e ácaros, 
revisando características morfológicas, anatômicas e fisiológicas desses organismos, bem 
como entendermos o conceito de praga e a importância de estudá-las. Além disso, identi-
ficaremos os principais grupos de pragas que ocorrem em plantas de interesse econômico. 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos os principais sistemas e métodos de 
controle de pragas, com enfoque no manejo integrado de pragas. Também será possível 
obter noções sobre a toxicologia dos inseticidas.
Por fim, na Unidade 3, identificaremos as principais pragas das culturas de 
importância agrícola, florestal e ornamental, bem como aprenderemos conceitos 
essenciais para a aplicação do Plano de Manejo Integrado de Pragas.
Prof.ª Mariana Lima do Nascimento
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
QR CODE
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA ................................................... 1
TÓPICO 1 - UMA VISÃO GERAL SOBRE OS INSETOS E ÁCAROS .........................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
1.1 CARACTERÍSTICAS DOS INSETOS ...................................................................................................4
1.1.1 Anatomia externa dos insetos .................................................................................................4
1.1.2 Anatomia interna e fisiologia dos insetos .......................................................................... 10
1.1.3 Reprodução e desenvolvimento dos insetos .................................................................... 14
2 CARACTERÍSTICAS DOS ÁCAROS ................................................................................... 17
2.1 ANATOMIA EXTERNA, INTERNA E FISIOLOGIA DOS ÁCAROS ....................................................17
2.2 REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS ÁCAROS ................................................................20
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 21
AUTOATIVIDADEnos insetos são os Túbulos de Malpighi (BUZZI, 
2013). Trata-se de tubos estreitos, localizados entre o intestino médio e o posterior, que 
têm a função de coletar resíduos dos fluidos corporais, repassando-os para o intestino – 
de forma semelhante aos rins humanos. O número de de Malpighi variam de espécie para 
espécie, as baratas, por exemplo, apresentam mais de cem (GALLO et al., 2002).
O sistema respiratório dos insetos apresenta uma série de pequenos tubos 
ramificados (traqueias), além de tubos microscópicos (traquéolas) e sacos aéreos, 
que mantêm contato com os órgãos e tecidos internos do corpo, funcionando como 
reservatórios de ar (GALLO et al., 2002). O sistema traqueal pode ser aberto ou fechado. 
O primeiro se abre para o exterior por meio de uma série de poros semelhantes a 
válvulas (espiráculos), localizados em ambos os lados do abdome. Os espiráculos não só 
permitem a troca respiratória, como também atuam na perda de água. 
A maioria dos insetos se reproduzem de forma sexuada e por oviparidade, 
com os óvulos das fêmeas desenvolvendo-se após a fusão com o espermatozoide 
depositado pelo macho. Os sistemas reprodutores dos insetos são formados por pares 
de glândulas sexuais oriundas da endoderme (GALLO et al., 2002).
Nas fêmeas, o aparelho reprodutor é composto por um par de ovários e dois ovi-
dutos laterais, formando um oviduto central. O oviduto central se estende até a vagina, 
que apresenta uma abertura para o exterior, na região da vulva. O sistema também inclui 
um par de glândulas acessórias e uma espermateca em forma de bolsa na qual, após a 
12
cópula, o esperma é armazenado (GALLO et al., 2002). Os ovos geralmente são deposi-
tados por meio de um ovipositor localizado na região posterior do abdome. Em alguns 
insetos, contudo, tal estrutura é ausente ou perdeu sua função como, por exemplo, em 
abelhas em que o ovipositor foi transformado em ferrão (MATUSHKINA, 2011).
Os insetos machos possuem dois testículos, que se abrem por meio de um 
duto comprido (vaso deferente) que se dilata, formando uma vesícula seminal na qual 
o esperma é armazenado. As vesículas seminais, juntamente com um par de glândulas 
acessórias, abrem-se em um único duto ejaculatório que se estende até o gonóporo 
localizado no oitavo segmento abdominal (BUZZI, 2013).
Nos insetos, a fecundação ocorre quando o óvulo é por um dos espermatozoides 
que deixam a espermateca. Nesse momento, os núcleos se fundem, formando o ovo ou 
zigoto, dando origem a um novo indivíduo, cujos cromossomas foram fornecidos em 
metades por ambos os genitores (GALLO et al., 2002).
O aparelho nervoso dos insetos consiste em um cérebro, composto por células 
nervosas (neurônios) especializadas para as funções de sensação, condução e coorde-
nação. O cérebro é conectado aos olhos compostos, às antenas e às peças bucais, há 
também um cordão nervoso central que se estende dorsalmente até o tórax e abdome. 
O cordão nervoso inclui uma série de agregações chamadas gânglios, das quais surgem 
vários nervos laterais. O cérebro ocupa grande parte da cabeça e é o principal centro de 
controle do corpo; os gânglios, no entanto, gerenciam outras atividades (como o movi-
mento dos apêndices), independentes do cérebro (GALLO et al., 2002).
Os insetos ainda possuem órgãos de sentido e sistemas muscular e glandular. Os 
órgãos de sentido compreendem um conjunto de órgãos e receptores responsáveis pela 
captação dos cinco sentidos: visão, tato, audição, olfato e gustação (GALLO et al., 2002) 
Em relação à visão, os insetos podem apresentar dois tipos de aparelhos 
fotorreceptores – os olhos compostos e os ocelos. Os olhos compostos são típicos de 
insetos adultos. Têm formato convexo, redondo, oval etc. e localizam-se na cabeça. São 
formados por estruturas minúsculas chamadas omatídeos, cujo número varia conforme 
o habitat e comportamento do inseto (GALLO et al., 2002). Formigas operárias do gênero 
Solenopsis que vivem abaixo do solo têm cerca de seis a nove omatídeos. Por outro lado, 
os machos, que saem à procura de fêmeas no voo nupcial, apresentam 400. A mosca-
doméstica e a abelha têm cerca de 4.000 e as libélulas, 28.000 omatídeos (GALLO et 
al., 2002). Os ocelos ou olhos simples estão presentes, sobretudo, em estádios larvais, 
mas também em insetos adultos. Dependendo do local onde se encontram, podem ser 
chamados de ocelos laterais ou dorsais (BUZZI, 2013).
O senso tátil nos insetos é percebido por receptores mecânicos denominados 
sensilos. Os sensilos assumem um aspecto oco ou de cerda, contendo neurônios 
em sua base. Esses receptores ocorrem em número elevado ao longo do corpo dos 
insetos, sobretudo nas larvas. Assim como o tato, a audição nos insetos é percebida por 
13
receptores mecânicos presentes no tímpano – os sensilos escolopóforos. Outros tipos 
de receptores são os denominados “órgãos de Johnston”, presente nas famílias Culicidae 
e Chironomidae. O olfato, por sua vez, é percebido por receptores químicos, conhecidos 
como sensilos basicônico e placódeo. Esse sentido está inserido, geralmente nas 
antenas, como em baratas, por exemplo, que localizam os alimentos movendo-as em 
todas as direções. Por fim, o gosto dos alimentos nos insetos é percebido por sensilos 
que comumente ficam localizados no tarso e na parte distal da tíbia (GALLO et al., 2002).
O sistema glandular é composto por glândulas dotadas de dutos que secretam 
hormônios necessários ao desenvolvimento do inseto. Existem dois tipos de glândulas 
principais: as glândulas exócrinas, que secretam substâncias para o exterior do corpo e 
as glândulas endócrinas, que não possuem dutos, ejetando os hormônios diretamente 
na hemolinfa, que os distribui pelo corpo do inseto (GALLO et al., 2002). Dentre as 
glândulas exócrinas principais, encontram-se as de: veneno, espuma, repelentes, 
atraentes, repelentes, dentre outras. 
• Glândulas de veneno (ou de defesa) – Ficam na base do ferrão ou ovipositor e são 
muito comuns em espécies de himenópteros sociais, como abelhas e vespas, que 
secretam um fluido cáustico através de um poro existente na parede do aguilhão. 
Em outros insetos, como taturanas e lagartas-de-fogo, elas se juntam a setas ou 
espinhos que, ao se quebrarem, liberam o líquido acumulado, causando dores e 
lesões na pele (GALLO et al., 2002).
• Glândulas de espuma – Conhecidas como glândulas de Bateli, são comuns em 
ninfas de cigarrinhas da família Cercopidae e secretam um material de consistência 
mucilaginosa, formando uma espécie de espuma característica, muitas vezes 
encontrada em plantas atacadas (GALLO et al., 2002).
• Glândulas repelentes – Como o nome sugere, são estruturas especializadas que 
funcionam como órgãos de defesa, repelindo eventuais predadores por meio da 
secreção de substâncias. Os fluidos apresentam um odor fétido, característico da 
espécie que os produzem. São comuns em percevejos da família Pentatomidae e 
em baratas (GALLO et al., 2002).
• Glândulas atraentes – São uma das mais importantes para os insetos, pois atuam 
na síntese de secreções chamadas feromônios. Os feromônios são mensageiros quí-
micos usados na comunicação entre as espécies, induzindo-as a um determinado 
tipo de comportamento, como a aproximação de sexos (feromônios sexuais, comuns 
em insetos da ordem Lepidoptera); a agregação de indivíduos em um local específico 
(feromônios de agregação, típicos da família Scolytidae); a marcação de caminhos e 
trilhas (feromônios marcadores de trilhas, presentes em himenópteros sociais como 
abelhas, formigas, mamangavas etc.); o alarme (feromônios de alarme, também ca-
racterístico de insetos sociais como as abelhas); dentre outros (GALLO et al., 2002).
As glândulas endócrinas não possuem canal próprio, secretando os hormônios 
endócrinos diretamente na hemolinfa. Dentre as principais incluem-se, os corpos 
cardíacos, os corpos alados, as glândulas protorácicas e as gônadas sexuais (LEITE, 2011).
14
• Corpos cardíacos – Estão envolvidos no estoque e liberação do neuro-hormônio 
docérebro (e.g. o hormônio protorácico trópico – HTTP).
• Corpos alados – Situam-se no cérvix do inseto, sintetizando o hormônio juvenil 
(HJ) sem armazená-lo.
• Glândulas protorácicas – Responsáveis pela produção do hormônio de muda 
(ecdizona). Essas glândulas são inativadas durante a metamorfose, na maioria dos 
insetos.
• Gônadas sexuais – Sintetizam o ecdizona em insetos adultos.
1.1.3 Reprodução e desenvolvimento dos insetos 
Os insetos possuem uma capacidade reprodutiva elevada. Geralmente, a 
reprodução depende do encontro entre os dois sexos e a fecundação do óvulo pelo 
espermatozoide. Contudo, também existem outros modos de reprodução nos quais não 
ocorre a fecundação (BUZZI, 2013).
A grande maioria dos insetos se reproduzem por oviparidade. Esse tipo de re-
produção tem início com a deposição dos ovos pelas fêmeas, os quais dão origem às 
larvas ou ninfas, que até chegarem à fase adulta, passam por vários estágios chamados 
instares. Os ovos podem ser depositados separadamente ou em massas, nas plantas 
(e.g. mariposas, percevejos etc.), no solo (e.g. gafanhotos, grilos etc.) sobre animais (pio-
lhos), no interior de outros insetos (parasitoides), dentre outros locais. Alguns insetos, 
como baratas e louva-a-deus, possuem uma cápsula de proteção aos ovos chamada 
ooteca (GALLO et al., 2002). 
Há também a reprodução por viviparidade. Insetos vivíparos dão origem 
diretamente a ninfas ou larvas vivas, em vez de ovos. A viviparidade pode abranger 
outros tipos: ovoviviparidade, na qual a fêmea deposita ovos que possuem 
embriões desenvolvidos ou larvas recém eclodidas; viviparidade adenotrófica, em 
que, após a eclosão, as larvas permanecem no corpo da fêmea se alimentando de 
substâncias nutritivas e, quando depositadas, rapidamente empupam; viviparidade 
na hemocele, quando os ovos são depositados na hemocele e as larvas, ao completar 
o desenvolvimento, devoram a fêmea; viviparidade pseudoplacentária, quando o 
embrião é desenvolvido por uma extensão da vagina, sendo alimentado por estruturas 
semelhantes a placentas (GALLO et al., 2002).
Nem todos os insetos se reproduzem de forma sexuada, não ocorrendo, portanto, 
a fecundação. Em algumas espécies, os machos podem ser extremamente raros ou 
desconhecidos. Nesses casos, a reprodução ocorre por partenogênese. A reprodução 
por partenogênese pode dar origem apenas a indivíduos fêmeas, quando é chamada 
partenogênese telítoca (ocorre em pulgões, certos dípteros e alguns coleópteros); 
apenas à indivíduos machos, denominada partenogênese arrenótoca (encontrada em 
moscas brancas e em vários himenópteros) ou anfítoca, quando se originam ambos os 
sexos (observada em insetos da ordem Thysanoptera) (GALLO et al., 2002).
15
Durante o crescimento, os insetos podem passar por processos fisiológicos 
resultantes de estímulos ambientais. O principal deles é a dormência, uma condição 
fisiológica que atrasa ou interrompe sua reprodução e crescimento sob condições 
adversas. Pode ser chamada de hibernação quando se trata de temperaturas abaixo 
do ideal. De acordo com Leite (2011), existem três tipos de dormência em insetos: 
quiescência, oligopausa e diapausa. 
A quiescência é a resposta do inseto a mudanças ambientais súbitas, não an-
tecipadas e acíclicas, normalmente de curta duração. Geralmente resulta em atraso na 
reprodução e desenvolvimento do inseto. A oligopausa é um período determinado de 
dormência em resposta a alterações climáticas cíclicas e duradouras. Ocorre uma dimi-
nuição ou paralisação do crescimento ou reprodução. Para isso, os insetos se utilizam 
de reservas nutricionais anteriormente acumuladas, contudo, podem vir a se alimentar 
periodicamente. A diapausa é o tipo de dormência mais avançado, ocorre em condições 
ambientais cíclicas, extremas e duradouras. Requer um período preliminar no qual o 
inseto acumula reservas e sintetiza hormônios envolvidos no controle do metabolismo. 
Na diapausa, o inseto não se alimenta e o retorno das condições favoráveis não cessa 
imediatamente tal processo (LEITE, 2011).
 
O desenvolvimento de um inseto envolve tanto o seu crescimento em tamanho 
quanto a sua mudança de forma. Existe o desenvolvimento embrionário (fase de ovo) e 
o pós-embrionário (LEITE, 2011).
O desenvolvimento embrionário ocorre após a fecundação do óvulo pelo 
espermatozoide, dando origem ao núcleo zigótico, e termina com a eclosão da 
forma imatura (larva ou ninfa) em espécies de reprodução sexuada. Já em espécies 
partenogênicas, o início do desenvolvimento do embrião ocorre mediante algum 
estímulo externo, como a entrada de oxigênio no ovo ou a deposição dos ovos em algum 
substrato (GALLO et al., 2002).
O desenvolvimento pós-embrionário se inicia com a emergência do ovo, 
abrange o crescimento das formas jovens e termina com a emergência dos adultos. Esse 
processo é marcado pela transformação dos insetos imaturos em organismos adultos e 
inclui uma série de transformações (sobretudo a troca do tegumento) conhecidas como 
metamorfose (GALLO et al., 2002).
A metamorfose é um processo fisiológico que ocorre na maioria dos insetos, os 
quais são reconhecidos como metabólicos. Contudo, existem insetos em que a forma 
do corpo em cada estádio não difere tanto em relação a estádios anteriores, exceto pela 
mudança de tamanho. Esses insetos atingem a maturidade sem sofrer metamorfose e 
são denominados ametabólicos ou ametábolos (GALLO et al., 2002; LEITE, 2011). 
A depender do tipo de metamorfose sofrido, os insetos metabólicos são 
classificados em hemimetabólicos (hemimetábolos) ou holometabólicos.
16
Os insetos hemimetabólicos apresentam uma metamorfose incompleta, 
caracterizada pela ausência de pupa. Os indivíduos recém-eclodidos parecem adultos, 
exceto pelo tamanho. Há ausência de asas e órgãos genitais maduros. As formas jovens 
(também chamadas ninfas) passam por diversas ecdises até o adulto tomar forma, 
com o desenvolvimento dos apêndices. Dentre os insetos hemimetábolos, incluem-se, 
gafanhotos, baratas, percevejos, cigarrinhas, cupins etc. (GALLO et al., 2002).
A metamorfose completa (holometabolia) abrange as fases de ovo, larva, pupa 
e adulto. Ocorre uma mudança abrupta entre as formas jovens, incluindo a fase de 
pupa – o último instar antes da emergência do adulto. É típico de besouros, borboletas, 
mariposas, moscas, pernilongos, abelhas, formigas, pulgas etc. (GALLO et al., 2002). 
A maioria dos insetos holometabólicos apresentam apenas um tipo de larva, 
contudo, algumas espécies apresentam larvas com formatos variados, sendo divididos 
em quatros grupos principais:
• Vermiforme – Larva ápoda, sem pernas, em que geralmente a cabeça não é 
diferenciada. É comum em moscas.
• Campodeiforme – Larvas alongadas, achatadas dorsoventralmente, com antenas 
e pernas torácicas bem desenvolvidas. Observadas em joaninhas.
• Eruciforme – Característica das borboletas e mariposas, cujas larvas recebem 
o nome de lagartas. O corpo é mais ou menos cilíndrico, com pernas torácicas e 
abdominais bem desenvolvidas. Podem, ainda, apresentar o corpo revestido por 
pelos urticantes, como nas taturanas. 
• Escarabeiforme – Larvas com corpo espesso, carnudo e encurvado em forma de 
C. Apresentam cabeça e pernas torácicas bem desenvolvidas e ausência de pernas 
abdominais. São comuns em besouros escaravelhos.
Os insetos apresentam dois tipos de pupas principais: exaradas – alguns 
ou todos os apêndices (e. g. antenas, pernas, peças bucais, asas) são livres, ou seja, 
independentes do corpo; e obtecta – todos os apêndices ficam presos ao corpo. A pupa 
obtecta pode não conter nenhuma proteção, sendo chamada pupa nua, ou pode ser 
envolvida por uma proteção de fios de seda, caracterizando a pupa em casulo. Existem 
também pupas em estojo que, além de fios, têm em sua composição pedaços de ramos, 
folhas, detritos, dentre outros (GALLO et al., 2002).
Apresentamos as principais características dos insetos, abordando aspectos 
relativos à morfologia externa, anatomia interna e fisiologia. No próximotópico daremos 
início a revisão acerca dos ácaros, os quais, apesar de existirem em menor número, são 
igualmente importantes para o estudo da Entomologia Agrícola.
17
2 CARACTERÍSTICAS DOS ÁCAROS
Assim como os insetos, os ácaros são organismos agrupados dentro do Filo Arthro-
poda. Os ácaros são frequentemente estudados pela Entomologia devido ao fato de serem 
pragas agrícolas economicamente importantes. Além disso, alguns ácaros também são pra-
gas domésticas, vetores de doenças em humanos e animais (MORAES; FLECHTMANN, 2008). 
Os ácaros pertencem à Classe Arachnida, que apresenta as seguintes carac-
terísticas: corpo dividido em duas regiões (tagmas), prossoma (anterior) e opistossoma 
(posterior). O prossoma é formado por um ácron e seis segmentos, coberto por um es-
cudo. O opistossoma é constituído por até 12 segmentos e um télson. O prossoma não 
possui antenas, sendo formado por um par de quelíceras, um par de pedipalpos e qua-
tro pares de pernas – uma exceção ocorre na família Eriophyidae, na qual as espécies 
possuem apenas 2 pares de pernas. O opistossoma não possui apêndices. As trocas 
gasosas são realizadas por meio de traqueias, pulmões foliáceos (filotraqueias) ou por 
difusão através da parede do corpo (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
2.1 ANATOMIA EXTERNA, INTERNA E FISIOLOGIA DOS 
ÁCAROS
Pertencentes a ordem Acari, os ácaros diferem dos demais aracnídeos por não 
terem o corpo segmentado. Em relação aos insetos (que possuem o corpo dividido 
em cabeça, tórax e abdome) os ácaros possuem apenas duas regiões: o gnatossoma, 
formado por um par de quelíceras (peças bucais) e um par de palpos; e o idiossoma, 
onde ficam as pernas (HOY, 2011).
Os ácaros não possuem cabeça. O primeiro par de pernas é especializado, 
contendo cerdas sensoriais e outros receptores. De certa forma, as pernas funcionam de 
maneira similar às antenas e olhos dos insetos. Esses órgãos apresentam os segmentos: 
coxa, trocanter, fêmur, joelho, tíbia, tarso e pré-tarso (HOY, 2011). 
O exoesqueleto dos ácaros é muito semelhante ao dos insetos, sendo formado por 
epiderme, camada de Schmidt, endocutícula e epicutícula. Essa região apresenta canais po-
rosos que surgem das células epidérmicas subjacentes à camada de Schmidt e passam pela 
endo e epicutícula. Tais estruturas são capazes de transportar secreções epidérmicas para a 
camada mais superficial do corpo. A epiderme também contém cerdas, que variam na forma 
e função, sendo comumente utilizadas durante a identificação das espécies (HOY, 2011). 
Como a maioria dos ácaros não possuem olhos, as cerdas são mecanismos 
importantes de interação com o ambiente. Essas estruturas são táteis, sensíveis ao 
dióxido de carbono (CO2), vibrações, calor, umidade, feromônios (sinais químicos 
percebidos dentro da espécie) e cairomônios (sinais químicos percebidos entre as 
espécies (HOY, 2011).
18
Apesar da falta de olhos, os ácaros são capazes de sentir o fotoperíodo, 
o que influencia se há necessidade de entrarem em diapausa ou se desenvolvem 
continuamente. Algumas espécies apresentam sensibilidade ao calor e tendem a se 
afastar de locais onde há intensa luminosidade, como mecanismo de sobrevivência 
(MORAES; FLECHTMANN, 2008). 
O gnatossoma (composto pelas quelíceras e pedipalpos) é uma estrutura móvel, 
que se articula com o idiossoma por meio de uma membrana. Essa estrutura pode variar 
entre as espécies de ácaros devido, sobretudo, ao tipo de hábito alimentar. Os carrapa-
tos, por exemplo, têm um hipóstomo especializado – um órgão perfurante, com dentes 
retorcidos que dificultam a retirada das peças bucais do seu hospedeiro. Por outro lado, 
ácaros que se alimentam de plantas possuem quelíceras em forma de estilete. Os pe-
dipalpos são apêndices sensoriais, por vezes, modificados para prender os alimentos. 
Além disso, são utilizados para limpar as quelíceras após a alimentação (HOY, 2011).
Figura 4 – Anatomia externa de um ácaro
Fonte: adaptado de Mullen e Oconnor (2019)
A fisiologia interna dos ácaros se apresenta de modo semelhante aos insetos, 
sendo composta por órgãos e sistemas espalhados por todo o corpo, promovendo 
as mais diversas atividades biológicas. Em nosso livro, abordaremos os sistemas 
circulatório, digestivo, excretor, respiratório, reprodutor, bem como, o sistema nervoso e 
órgãos do sentido (HOY, 2011).
19
O sistema circulatório dos ácaros abrange a cavidade corporal, onde os órgãos 
internos são banhados pela hemolinfa. De forma semelhante aos insetos, a hemolinfa 
desempenha papéis importantes, como o transporte de nutrientes, hormônios e 
produtos de excreção. Adicionalmente, esse fluido é capaz de garantir firmeza ao corpo 
do ácaro, permitindo a movimentação das diferentes estruturas pela variação da pressão 
hidrostática do corpo (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
O sistema digestivo dos ácaros é constituído pela boca, que se estende até uma 
faringe, além do esôfago, estômago ou ventrículo, intestino delgado, intestino posterior 
e cavidade retal posterior. O estômago contém pares de cecos gástricos que atuam 
no armazenamento de alimentos, o que permite longos períodos sem alimentação. Há 
também um ou dois pares de Túbulos de Malpighi (órgãos excretores) conectados ao 
intestino posterior. Assim como nos insetos, esses órgãos absorvem o material residual 
da cavidade corporal e o transformam em compostos orgânicos que são excretados 
pelo orifício anal (HOY, 2011). 
A respiração dos ácaros se dá, sobretudo, pela superfície da cutícula ou por meio 
de um sistema de traqueias que se irradiam por todo o corpo. As traqueias permitem 
a troca de oxigênio e dióxido de carbono e ajudam a controlar a perda de água em 
algumas espécies (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
O sistema reprodutor dos ácaros machos e fêmeas varia muito, tanto em estrutura, 
quanto em posição nas diferentes espécies. De uma forma geral, a transferência de 
esperma pode ocorrer de forma direta ou indireta. Na transferência direta, os machos se 
utilizam de estruturas especiais chamadas ventosas, para segurar as fêmeas durante a 
cópula, e transferir o espermatóforo através da abertura vaginal. A transferência indireta 
ocorre quando os machos depositam os espermatozoides em um substrato. Estes são 
coletados pelas fêmeas e armazenados no receptáculo seminal (HOY, 2011).
Os ácaros possuem um sistema nervoso central bem desenvolvido. Estes animais 
possuem órgãos sensoriais (chamados setas) que enviam estímulos ao sistema nervoso 
central, permitindo a realização de diferentes funções. Os tricobótrios, por exemplo, 
são um tipo de seta capaz de perceber o movimento do ar. Setas conhecidas como 
eupatídios estão ligadas à detecção de moléculas presentes no substrato, permitindo a 
percepção do gosto. Já os solenídios são setas encontradas na parte dorsal do tarso e 
atuam na percepção do olfato (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
20
2.2 REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS ÁCAROS
Assim como os insetos, os ácaros podem se reproduzir de forma sexuada 
(quando há fecundação) ou por partenogênese (sem fecundação). Quanto ao desenvol-
vimento, os ácaros em sua maioria são ovíparos. Há também aqueles que se desenvol-
vem por ovoviviparidade, em que os ovos são postos contendo um embrião em estágio 
avançado de desenvolvimento (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
No desenvolvimento pós-embrionário, os ácaros podem passar por seis estádios 
ou ínstares: pré-larva, larva, protoninfa, deutoninfa, tritoninfa e adulto. Esses estádios 
são delimitados ela ocorrência de ecdises, que são marcadas por períodos de inatividade 
(dormência) (HOY, 2011).
 
De um modo geral, a larva de um ácaro é hexápode (possui seis pernas). No 
estágio larval, os ácaros apresentam pouca ou nenhuma esclerotização e não apresentam 
órgãos genitais visíveis. Em alguns grupos, a larva não se alimenta, enquanto, em muitos 
outros, é voraz (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
A primeira ninfa (chamada protoninfa) normalmente é ativa e, assim como a 
larva, pode se alimentar ou não. A partir da fase de protoninfa,o ácaro apresenta quatro 
pares de pernas, exceto os Eriophyoidea (dois pares), alguns Podapolipidae (um a três 
pares) e alguns Tenuipalpidae (três pares) (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
Na maioria dos ácaros, a segunda ninfa (denominada deutoninfa), apresenta a 
mesma estrutura dos adultos, diferindo destes em tamanho e padrão de esclerotização. 
Nesse estádio, os indivíduos são muito resistentes a condições adversas e geralmen-
te apresentam estruturas especializadas de fixação nos hospedeiros, com a finalidade 
se transportar para outros ambientes, mais adequados ao seu desenvolvimento. Esse 
processo de transporte é conhecido como forese, também relatado em outros grupos 
de animais. A tritoninfa é um estádio característico de Astigmata e Ixodida, mas pouco 
frequente em outros grupos de ácaros (MORAES; FLECHTMANN, 2008).
O desenvolvimento do ácaro desde a fase de ovo ao estádio adulto, pode levar de 
poucos dias a várias semanas ou meses, conforme a espécie e as condições ambientais. 
Temperatura, umidade, luz e disponibilidade de alimento têm um efeito significativo no 
desenvolvimento de uma determinada população (HOY, 2011).
21
Neste tópico, você aprendeu:
• A entomologia agrícola é o ramo da Entomologia que estuda as pragas agrícolas 
(insetos e é ácaros), os quais estão agrupados no filo Arthropoda e na classe Insecta 
(insetos) ou Arachnida (ácaros), dentro do Reino Animal. Os insetos apresentam, 
como características principais, o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome; um 
par de antenas; um par de mandíbulas; dois pares de maxilas; três pares de pernas 
e, em sua maioria, dois pares de asas. O corpo dos insetos é envolvido externamente 
pela cutícula, a qual é renovada periodicamente, marcando a mudança de estádio 
de vida. Na cabeça dos insetos estão presentes órgãos sensoriais importantes, 
como os olhos e as antenas; além do aparelho bucal – mastigador ou sugador – que 
caracteriza o tipo de hábito alimentar. 
• Os insetos possuem órgãos (como olhos, antenas e sensilos) envolvidos na per-
cepção de diferentes sentidos, além dos aparelhos circulatório, digestivo, excretor, 
respiratório, reprodutor, nervoso e glandular; os quais atuam em diferentes funções 
fisiológicas, sendo passíveis de sofrerem influências de fatores externos (sobretudo 
àqueles relacionados à ação humana), que podem afetar o comportamento destes 
organismos.
• Diferentemente dos insetos, os ácaros possuem o corpo divido em duas regiões: o 
gnatossoma, formado por um par de quelíceras (peças bucais) e um par de palpos; 
além do idiossoma, onde ficam as pernas. A fisiologia interna dos ácaros se apre-
senta de modo semelhante aos insetos, sendo composta por estruturas sensoriais 
(cerdas e pedipalpos) e os sistemas (circulatório, digestivo, excretor, respiratório, 
reprodutor e nervoso), espalhados por todo o corpo, promovendo as mais diversas 
atividades biológicas. 
RESUMO DO TÓPICO 1
22
AUTOATIVIDADE
1 Os insetos pertencem à Classe Insecta dentro do Filo Arthropoda. De acordo com as 
características dos insetos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Possuem quatro pares de pernas; um par de antenas; corpo dividido em cabeça 
e segmentos; respiração por traqueias; excreção por Túbulos de Malpighi.
b) ( ) Possuem três pares de pernas; dois pares de antenas; corpo divido em cabeça, 
tórax e abdome; respiração por brânquias; excreção por glândulas verdes.
c) ( ) Possuem três pares de pernas; um par de antenas; corpo divido em cabeça, tórax 
e abdome; respiração por traqueias; excreção por Túbulos de Malpighi.
d) ( ) Possuem um par de pernas; quatro pares de antenas; corpo divido em cefalotórax 
e abdome; respiração por traqueias, excreção por glândulas verdes.
2 Trata-se de um processo no qual a cutícula velha é degradada por enzimas (quitinases 
e proteases) e substituída por outra nova, marcando a mudança de estádio dos 
insetos. Acerca disso, assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Deposição.
b) ( ) Diapausa.
c) ( ) Cópula.
d) ( ) Ecdise.
3 A maioria dos ácaros não possui olhos. Apesar disso, esses organismos desenvolveram 
estruturas sensoriais capazes de detectar luminosidade, temperatura, CO2 , vibrações 
e feromônios. Sobre o nome dessas estruturas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Quelíceras.
b) ( ) Élitros.
c) ( ) Apêndices.
d) ( ) Cerdas.
4 Insetos e Ácaros pertencem a Classes distintas dentro do Filo Arthropoda. Comente 
sobre as principais diferenças na morfologia externa desses dois organismos.
5 Os insetos são organismos evoluídos, diversificados e adaptados a diferentes am-
bientes. Esses animais desenvolveram hábitos alimentares específicos, que variam 
de espécie para espécie. Isso é possível devido a modificações no aparelho bucal, o 
qual, em linhas gerais, pode ser do tipo mastigador ou sugador. Explique a principal 
diferença entre esses dois tipos de aparelho bucal, citando exemplos de insetos que 
os possuem.
23
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS PRAGAS 
AGRÍCOLAS
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos no Tópico 1 desta unidade, a Entomologia Agrícola é a 
ciência encarregada de estudar os insetos e ácaros de interesse para a agricultura, 
especialmente, aquelas espécies que podem vir a se tornar pragas. Iniciaremos este 
tópico trazendo o conceito entomológico de praga agrícola e os desdobramentos 
relevantes em torno dessa definição.
Segundo Gallo et al. (2002), praga é todo aquele organismo capaz de reduzir a 
produção e qualidade das culturas agrícolas, podendo causar danos diretos – quando, 
por exemplo, desfolham completamente uma planta; ou danos indiretos, ao transmitirem 
doenças às plantas atacadas. 
De acordo com Picanço (2010), o conceito de praga agrícola abrange duas 
filosofias distintas, que utilizam métodos específicos para o seu reconhecimento e controle. 
Dessas filosofias, derivam dois sistemas de manejo de pragas: o sistema convencional, 
em que um organismo só é considerado praga quando se constata a sua presença em 
determinada cultura; e o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que só considera praga o 
organismo que, em dado momento, causa danos econômicos a uma cultura. 
Conforme Picanço (2010), o sistema convencional de controle de pragas é 
considerado ultrapassado e ineficiente, uma vez que as medidas de controle – que se 
baseiam, sobretudo, no método químico – são adotadas quando o organismo já está 
presente na lavoura, independentemente de outros fatores. Apesar disso, continua sendo 
o sistema mais adotado na agricultura devido a aspectos como: ausência de informações 
técnicas sobre o manejo de pragas para a maioria das culturas, desinformação e falta de 
comunicação entre técnicos e agricultores; interesses econômicos voltados à venda de 
agroquímicos; falta de políticas agrícolas baseadas em critérios técnicos; dentre outros 
(PICANÇO, 2010). Como consequência, a adoção do sistema convencional não promove 
o controle adequado das pragas, eleva o custo de produção, polui o meio ambiente e 
causa problemas à saúde dos agricultores e consumidores (PICANÇO, 2010).
 
No sistema convencional, o controle de pragas é caracterizado pelo uso 
indiscriminado de pesticidas, resultando em diversos danos ao meio ambiente, como: 
contaminação da água, do solo e dos alimentos, intoxicação de pessoas, resistência de 
pragas, patógenos e ervas daninhas, redução da biodiversidade, alterações na ciclagem 
de nutrientes e matéria orgânica. Outro grave problema (que vêm aumentando 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
24
consideravelmente nos últimos anos) é a morte de insetos benéfi cos, incluindo 
inimigos naturais e polinizadores importantes, como as abelhas. A utilização massiva 
dos pesticidas é motivada, principalmente, pelo fácil acesso por parte dos agricultores, 
pelos resultados a curto prazo e pela ampla divulgação e facilidade de manipulação 
desses produtos (ZANUNCIO JUNIOR et al., 2018).
Diante da insustentabilidade do sistema convencional, a longo prazo, no início 
da década de 1960, uma nova fi losofi a de controle de pragaspassou a ser promovida 
e adotada mundialmente: tratava-se do Manejo Integrado de Pragas (MIP) (WAQUIL; 
VIANA; CRUZ., 2005).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a 
Agricultura (FAO), o MIP é um sistema de manejo de pragas que leva em consideração 
aspectos como o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utilizando técnicas 
apropriadas que visam manter a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes 
de causar danos econômicos à cultura atacada (WAQUIL; VIANA; CRUZ., 2005).
 No MIP, os métodos de controle são utilizados de forma isolada ou associados 
harmoniosamente, numa estratégia baseada em análises de custo/benefício que levam 
em consideração o interesse e/ou o impacto sobre os produtores, sociedade e meio 
ambiente (VALICENTE, 2015). 
Maiores detalhes sobre o MIP e seus componentes serão apresentados na 
próxima unidade desta disciplina.
ESTUDOS FUTUROS
2 TIPOS DE PRAGAS 
Didaticamente, é possível organizar as pragas em diferentes grupos. Essa 
classifi cação leva em consideração certas características, como a parte da planta afetada 
pela praga e o nível populacional, em que é necessário a adoção de um determinado 
tipo de controle. 
Nesse sentido, de acordo com Galo et al. (2002) e Picanço (2010), as pragas em 
relação à parte da planta atacada, podem ser classifi cadas da seguinte forma:
• Praga direta – Atacam diretamente o produto a ser comercializado. Exemplo: as 
moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitis capitata), que atacam diferentes 
culturas frutíferas (acerola, laranja, manga, uva, goiaba, pêssego, maracujá, 
dentre outras), perfurando a superfície e a poupa dos frutos, depreciando-os 
comercialmente. 
25
• Praga indireta – Atacam órgãos vegetais que não serão comercializados (como 
raízes, caules e folhas), afetando a fisiologia da planta (diminuindo a absorção e 
transporte de água, por exemplo). Durante a alimentação, essas pragas também 
podem transmitir patógenos (sobretudo, viroses), facilitar a entrada e a proliferação 
de fungos e bactérias ou injetar substâncias toxicogênicas na planta hospedeira. 
Exemplo: Helicoverpa armigera é uma lagarta que causa danos às folhas, vagens e 
flores da cultura da soja. Outro exemplo é o percevejo-marrom (Euschistus heros) 
que suga as hastes, ramos e plântulas de soja, além de injetar toxinas que causam 
a deformação das folhas. 
As pragas também podem ser classificadas de acordo com o nível populacional 
atingido durante o ciclo de determinada cultura. Essa classificação leva em considera-
ção o quantitativo da população, isto é, a densidade populacional em que é necessária 
a adoção de medidas preventivas para evitar prejuízos econômicos à cultura (GALLO et 
al., 2002). Antes de seguirmos para essa classificação, é necessário entendermos alguns 
conceitos sobre densidade populacional e como isso tem influência no manejo de pragas.
A densidade populacional é um parâmetro ecológico, sendo definida como 
a relação entre o número de organismos e a área ocupada por eles. Normalmente é 
estimada por meio de amostragens populacionais como, por exemplo, o método da 
marcação e recaptura. Esse método consiste em coletar, por um processo qualquer 
de levantamento, um número de indivíduos presentes em determinada cultura de 
interesse, marcá-los, soltá-los, e depois recapturá-los pelo mesmo processo (GALLO et 
al., 2002). A densidade populacional seria obtida pela seguinte fórmula:
Em que: D = densidade populacional estimada; N = número total de indivíduos 
capturados; M = número de indivíduos marcados e soltos; R = número de indivíduos 
marcados e recapturados (GALLO et al., 2002).
Com base na densidade populacional, são estabelecidos três níveis populacionais 
importantes para o correto manejo das pragas: nível de equilíbrio (NE), nível de 
controle (NC) e nível de dano econômico (NDE). O nível de equilíbrio corresponde à 
densidade populacional média da praga ao longo do tempo, sem que ocorra nenhuma 
mudança drástica. O nível de controle é a densidade populacional da praga na qual 
medidas de controle devem ser tomadas para evitar prejuízos econômicos (MICHEREFF 
FILHO, 2013). Já o nível de dano econômico representa a densidade populacional da 
praga na qual ela causa prejuízos econômicos de valores iguais ao custo de seu controle 
(PICANÇO, 2010). 
Apresentados os conceitos sobre os níveis de equilíbrio, controle e dano 
econômico, seguiremos para a classificação baseada na densidade populacional, 
conforme Picanço (2010):
26
• Organismos não praga – São aqueles em que a densidade populacional nunca 
atinge o nível de controle. Representam a maioria das espécies encontradas nas 
lavouras, incluindo os insetos benéficos. 
Figura 5 – Esquema da densidade populacional de um organismo não praga
Figura 6 – Esquema da densidade populacional de uma praga-chave (principal)
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
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Tempo (dias)
NÍVEL DE DANO ECONÔMICO (NDE)
NÍVEL DE EQUILÍBRIO (NE)
• Praga-chave ou principal – São organismos que costumam atingir o nível de con-
trole, demonstrando elevado potencial de dano econômico. Representam o ponto 
chave para a definição de um sistema de manejo. Geralmente, quando se combate 
a praga-chave, as demais são controladas. Formam um grupo seleto – em muitas 
culturas só ocorre uma praga-chave. Exemplo: A broca da cana-de-açúcar (Diatra-
ea saccharalis) é considerada a principal praga da cultura. Na fase jovem, a lagarta 
se alimenta de folhas e, posteriormente, abre galerias no colmo, causando prejuízos 
como, perda de peso e morte das gemas, tombamento das plantas, secamento dos 
ponteiros (coração morto) e enraizamento aéreo (ROSSETTO; SANTIAGO, 2011).
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Tempo (dias)
NÍVEL DE DANO ECONÔMICO (NDE)
NÍVEL DE EQUILÍBRIO (NE)
Uso de controle
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Figura 7 – Esquema da densidade populacional de uma praga ocasional (secundária)
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
• Praga ocasional ou secundária – Os indivíduos ocorrem em baixas populações e 
raramente alcançam o nível de controle. Exemplo: Mosca-branca na cultura dos citros.
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Tempo (dias)
NÍVEL DE DANO ECONÔMICO (NDE)
NÍVEL DE EQUILÍBRIO (NE)
Uso de controle
• Praga severa – São pragas que podem atingir o nível de dano econômico com 
frequência, caso não se adote rapidamente alguma medida de controle. Por outro 
lado, a densidade populacional tende a cair rapidamente após a realização do 
manejo. Exemplo: Formigas saúvas (Atta spp.) em pastagens.
Figura 8 – Esquema da densidade populacional de uma severa
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
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Tempo (dias)
NÍVEL DE DANO ECONÔMICO (NDE)
NÍVEL DE EQUILÍBRIO (NE)
NÍVEL DE EQUILÍBRIO
Uso de controle
(Modi�cado após o controle)
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Como podemos perceber, o conceito de praga está intimamente relacionado 
à atividade humana (notadamente a produção de alimentos). Trata-se, 
portanto, de um conceito antropogênico, relativo no tempo e espaço. 
Assim, o que é praga para um agricultor pode não ser para outro que cultiva 
a mesma cultura. Além disso, o que é praga numa região pode não o ser em 
outra. Mais ainda, uma praga importante hoje não será necessariamente 
praga amanhã. 
FONTE: INSECTA UFV. Manejo Integrado de Pragas. Universidade Federal de Viçosa, 
2004. Disponível em: https://bit.ly/3DSa8Wh. Acesso em: 25 maio 2022.
ATENÇÃO
2.1 ASPECTOS QUE CONTRIBUEM PARA O SURGIMENTO DE 
PRAGAS NA AGRICULTURA
É possível atribuir a ocorrência de pragas na agricultura a uma série de fatores, 
incluindo o processo de domesticação de plantas pelo homem, o monocultivo, as 
falhas no planejamento do sistema de produção, os equívocos no uso de fertilizantes e 
praguicidas, dentre outros aspectos (PICANÇO, 2010). 
O processo de domesticação das plantas pelo homem é, talvez, o principal fator 
de contribuição para ocorrência de pragas na agricultura. Isso porque, as plantas que 
são cultivadas hoje sofreram modificações genéticas para apresentar características 
agronômicas desejáveis como, aumento de produtividade e uniformidade, redução da 
síntese de compostos tóxicos, perda dos meios de dispersão etc. e, consequentemente, 
perderam, ao longo do tempo, muitos mecanismos naturais de defesa contra o ataque 
de pragas (BESPALHOK. GUERRA; OLIVEIRA, 2014).
O surgimento de pragas agrícolas também se deve à monocultura. Sabe-se que 
com a expansão da agricultura no decorrer do tempo, os ecossistemas naturais deram 
lugar a agroecossistemas modificados, com impactos, sobretudo, na biodiversidade e 
capacidade de autorregulação desses ambientes. A produção da mesma cultura num 
mesmo local e por um longo período favoreceu a seleção de organismos específicos, 
com alta capacidade de reprodução e colonização, que encontraram um ambiente 
favorável ao seu desenvolvimento, em razão da elevada disponibilidade de alimentos e 
baixa competição intra e interespecífica (AGUIAR-MENEZES et al., 2007).
Outro fator que eleva a incidência de pragas na agricultura são as falhas no 
planejamento dos sistemas de produção. São exemplos disso: a escolha de variedades 
suscetíveis ao ataque de determinada praga-chave, a não adoção da rotação de 
culturas, a utilização do sistema de plantio direto, a inobservância do período de vazio 
sanitário, dentre outros (PICANÇO, 2010).
29
A utilização inadequada dos insumos – especialmente adubos e pesticidas – 
também pode favorecer o aparecimento de pragas nos cultivos agrícolas. Uma adubação 
ineficiente pode resultar em uma planta malnutrida, que por sua vez, estará mais sujeita 
ao ataque de insetos e ácaros. Por outro lado, a utilização de inseticidas e acaricidas 
não seletivos, pode resultar na morte de inimigos naturais dessas pragas. Equívocos na 
dosagem (sobretudo, a superdosagem) podem contribuir para o desenvolvimento da 
resistência das pragas a esses produtos (SANTOS, 2007).
2.2 INJÚRIAS PROVOCADAS PELAS PRAGAS AGRÍCOLAS
Como já se sabe, as pragas podem provocar prejuízos quando sua densidade 
populacional se encontra acima do nível de dano econômico. Também sabemos que 
nem sempre insetos e ácaros atingem esse nível (como as pragas secundárias e 
organismos-não praga). O que ocorre é que existem situações nas quais a planta é 
capaz de tolerar as injúrias sofridas. 
Injúrias são lesões provocadas nos órgãos ou tecidos das plantas. De acordo 
com Gallo et al. (2002), os tipos de injúria podem ser característicos de determinada 
espécie de praga ou grupo de pragas que atacam órgãos específicos. Esses ataques 
ocorrem nas culturas propriamente ditas ou nos produtos armazenados após a colheita 
(PICANÇO, 2010). 
A seguir serão apresentados diferentes tipos de injúrias em plantas e produtos 
armazenados, bem como exemplos de pragas causadoras das respectivas lesões 
(GALLO et al., 2002; SANTOS, 2007).
• Destruição de folhas, ramos, botões florais, casca ou fruto das plantas – Esse 
tipo de injúria normalmente é provocado por insetos que possuem aparelho bucal 
do tipo mastigador. Exemplo: lagartas, besouros, gafanhotos, formigas-cortadeiras 
e larvas de moscas.
• Sucção da seiva de folhas, botões florais, ramos ou frutos – Tipo de lesão 
provocada por insetos de aparelho bucal do tipo sugador. As plantas atacadas, 
comumente, apresentam sintomas típicos como, amarelecimento, engruvinhamento 
ou necrose das folhas, secamento dos ramos, dentre outros. Exemplo: percevejos, 
pulgões, cigarrinhas, tripes e cochonilhas.
• Broqueamento ou anelamento da casca, ramos, frutos e sementes; ou viver 
na superfície das folhas – Essas pragas, geralmente, agem destruindo o mesófilo 
e abrindo galerias (minas) na superfície foliar. Exemplo: besouros, lagartas e larvas.
• Formação de tumores (galhas) que servem de abrigo e alimento – Exemplo: 
larvas de vespas e moscas.
• Ataque às raízes ou colo da planta – Esse tipo de ataque, geralmente, ocasiona 
o tombamento das plantas. No campo, é possível observar o aparecimento de 
reboleiras, bem como, plantas amareladas e raquíticas. Exemplo: besouros, lagartas, 
cigarras, cupins e larvas de moscas.
30
• Destruição de folhas, ramos, botões florais, casca ou frutos da planta 
durante a postura – Exemplo: besouros, cigarras, moscas e grilos.
• Disseminação de outros insetos para a planta – Muito comum em formigas, que 
transportam outras pragas, como cochonilhas. Isso se deve a simbiose existente 
entre ambas as espécies: as formigas consomem os açúcares sintetizados pelas 
cochonilhas e, em contrapartida, oferecem proteção contra inimigos naturais. Nesse 
caso, as formigas não atacam as plantas, mas as cochonilhas sim.
• Disseminação ou favorecimento ao ataque de patógenos (vírus, fungos 
e/ou protozoários), injetando-os nos tecidos da planta ao se alimentar, 
transportando-os por galerias ou provocando um ferimento por onde 
o causador da doença penetra na planta – Exemplo: percevejos, besouros, 
cochonilhas, pulgões, tripes, dentre outros.
• Consumo e/ou contaminação do produto armazenado por meio das 
secreções, excreções ou postura de ovos, tornando-o impróprio para 
consumo – essas pragas são muito comuns em grãos armazenados após a colheita, 
como feijão e milho. Exemplo: carunchos, gorgulhos, besouros e traças.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• O conceito de praga agrícola, definida por Gallo (2002) como aquele organismo 
capaz de reduzir a produção e qualidade das culturas agrícolas, podendo causar 
danos diretos – quando, por exemplo, desfolham completamente uma planta; ou 
danos indiretos, ao transmitirem doenças às plantas atacadas.
• As diferenças entre os sistemas de manejo de pragas convencional e Manejo 
Integrado de Pragas (MIP), sendo o MIP considerado mais eficiente e sustentável, por 
empregar métodos de controle de forma isolada ou associada harmoniosamente, 
numa estratégia baseada em análises de custo/benefício, considerando o interesse 
e/ou o impacto sobre os produtores, sociedade e meio ambiente
• As diferentes classificações de pragas agrícolas, que levam em consideração a parte 
da planta afetada (praga direta e indireta) e o nível populacional correspondente 
a necessidade de adoção de medidas de controle (organismos não-praga, praga-
chave ou principal, praga ocasional ou secundária e praga severa).
• Os fatores que contribuíram para o surgimento de pragas na agricultura, como a 
domesticação de plantas pelo homem, o monocultivo, as falhas no planejamento 
dos sistemas de produção, os equívocos no uso de fertilizantes e praguicidas, 
dentre outros aspectos. 
• Os tipos de danos provocados por diferentes grupos de pragasagrícolas, como as 
injúrias em órgãos vegetais (especialmente, folhas, ramos, flores e frutos) causadas 
por insetos mastigadores e sugadores; a disseminação ou favorecimento ao ataque 
de fitopatógenos (em virtude, sobretudo, do ataque de insetos sugadores); além 
da contaminação de produtos armazenados, seja por meio do consumo ou da 
excreção/postura de ovos pelas pragas (como carunchos e gorgulhos), tornando-
os impróprios para comercialização. 
32
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com Gallo et al. (2002), praga é todo aquele organismo capaz de reduzir a 
produção e qualidade das culturas agrícolas, podendo causar danos diretos ou indiretos. 
Do conceito de praga derivam dois sistemas de manejo: o sistema tradicional e o manejo 
integrado de pragas. Com base nessas definições, analise as afirmações a seguir:
GALLO, D. O. et al. Entomologia agrícola. Entomologia 
agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002.
I- O conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP) surgiu no início da década de 
1960. Esse sistema representa a adoção de práticas sustentáveis, visando manter a 
população da praga abaixo dos níveis de dano econômico. 
II- No sistema tradicional, os métodos de controle são usados de forma harmoniosa, 
numa estratégia baseada em análises de custo/benefício, que levam em consideração 
aspectos como, o impacto sobre os produtores, sociedade e meio ambiente.
III- O sistema tradicional é considerado ultrapassado e ineficiente, uma vez que as 
medidas de controle são tomadas quando constatada a presença da praga na 
lavoura. Além disso, o principal método de controle é o químico, causando danos ao 
meio ambiente e a saúde dos agricultores e consumidores. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença II está correta.
 
2 As pragas podem ser classificadas em diferentes grupos, com base na parte da planta 
atacada (pragas diretas ou indiretas) ou de acordo com a sua dinâmica populacional 
(organismos não pragas; pragas-chave ou principais; pragas ocasionais ou secun-
dárias e pragas severas). Com base nesses conceitos classifique as sentenças em V 
para verdadeiro e F para falso:
( ) Pragas-chave ou principais são organismos que, frequentemente, atingem o nível 
de controle, possuindo elevado potencial de dano econômico. Um exemplo é a 
broca da cana-de-açúcar (Diatraea sacharallis).
( ) Pragas diretas são aquelas que atacam partes vegetais que não serão comercia-
lizadas. Durante a alimentação, esses organismos podem transmitir patógenos à 
cultura atacada ou injetar toxinas que alteram a estrutura das plantas. São exem-
plos, a Helicoverpa armigera e o percevejo marrom, ambos na cultura da soja. 
33
( ) Pragas ocasionais ou secundárias são aqueles organismos em que a densidade 
populacional nunca atinge o nível de controle, como por exemplo, a mosca-branca 
na cultura do citros.
Assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F 
b) ( ) V – F – V 
c) ( ) F – V – F 
d) ( ) F – F – V 
3 A densidade populacional é um parâmetro ecológico que estabelece a relação entre 
o número de indivíduos de uma população de pragas e a área ocupada por essa 
população. Esse parâmetro é importante para a definição de três níveis populacionais, 
que servem como referência para a tomada de decisão no manejo de pragas: nível de 
equilíbrio, nível de controle e nível de dano econômico. Com base nessas informações, 
assinale a alternativa INCORRETA:
a) ( ) O nível de equilíbrio corresponde a densidade populacional média da praga ao 
longo do tempo, sem que ocorra nenhuma alteração drástica.
b) ( ) O nível de dano econômico corresponde a densidade populacional da praga na 
qual medidas de controle devem ser tomadas para evitar prejuízos econômicos.
c) ( ) O nível de dano econômico representa a densidade populacional da praga na 
qual ela causa prejuízos econômicos de valores iguais ao custo do seu controle.
d) ( ) O nível de controle corresponde a densidade populacional da praga na qual 
medidas de controle devem ser tomadas para evitar prejuízos econômicos.
4 Disserte sobre como a manipulação dos ecossistemas naturais e a utilização 
inadequada de inseticidas podem favorecer a ocorrência de pragas na agricultura. 
5 Comente sobre danos provocados por pragas agrícolas de aparelho bucal dos tipos 
mastigador e sugador, em plantas e produtos armazenados, citando exemplos de 
pragas relacionadas às respectivas injúrias.
34
35
TÓPICO 3 - 
PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS DE PLANTAS 
DE INTERESSE ECONÔMICO 
1 INTRODUÇÃO
Na agricultura, o conceito de inseto-praga está intimamente relacionado 
aos efeitos econômicos produzidos pela sua alimentação nas plantas. Como visto 
anteriormente, apenas quando a densidade populacional atinge determinado nível 
populacional, que acarretará um prejuízo para a planta.
Entende-se por praga agrícola uma população de organismos capazes de 
causar danos às plantas, afetando no rendimento da colheita e qualidade dos produtos 
e subprodutos, através do consumo direto dos seus tecidos ou de órgãos, frutos ou 
sementes, ou até mesmo através da transmissão de doenças e competição por espaço 
e nutrientes (GALLO et al., 2002).
Neste tópico 3, abordaremos os principais grupos de pragas agrícolas, suas 
características morfológicas e os prejuízos provocados por suas populações nas plantas.
UNIDADE 1
2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS 
AGRÍCOLAS 
 
Os principais grupos de pragas agrícolas são o grupo dos ácaros e o dos insetos. 
Os principais ácaros-pragas de plantas são: os ácaros vermelhos, os ácaros brancos e 
os microácaros.
2.1 ÁCAROS
Os ácaros compreendem muitos artrópodes incluídos na subclasse Acari da 
classe Arachnida, da qual também pertencem os escorpiões, as aranhas, os opiliões 
e os carrapatos, que apresentam como característica a presença de quelíceras como 
peças bucais e ausência de antenas. Eles diferem dos demais aracnídeos por não terem 
segmentação (corpo indiviso), porém, sua estrutura mais marcante é o gnatossoma.
Os ácaros são facilmente distinguidos dos insetos porque, de um modo geral, 
apresentam quatro pares de patas no estágio adulto e não apresentam antenas. Os 
ácaros são, geralmente, pequenos e apresentam como característica principal a redução 
da segmentação (Figura 1). 
36
Os ácaros apresentam uma amplitude de hábitos alimentares muito maior do que 
observada em qualquer outro grupo de Arachnida. A sua habilidade de ingerir alimento 
líquido e particulado de origem vegetal é excepcional, outros alimentam-se de material 
vegetal vivo e outros ainda são onívoros, alimentando-se de matéria orgânica vegetal e 
animal em decomposição, bactérias e até nematoides (FLECHTMANN, 1975, 1985). 
Nesta unidade, estudaremos, especificamente, os ácaros fitófagos, que incluem 
espécies que se alimentam da parte aérea e subterrânea de plantas, podendo causar 
prejuízos econômicos a diversas culturas de valor comercial (FLECHTMANN, 1975, 1985).
2.1.1 Ácaros fitófagos
Dentre as espécies de ácaros fitófagos, podemos destacar a família 
Tetranychidae, que engloba cerca de 60% das espécies de ácaros fitófagos pragas de 
importância agrícola mundial.
A espécie Tetranychus urticae, conhecida popularmente como ácaro rajado, é 
uma espécie de ácaro que causa danos em culturas como morango, rosa, tomate, vi-
deira, algodão, feijão, pêssego. A descoloração de folhas e a perda da capacidade fo-
tossintética e eventual morte das folhas são consequências de altas infestações deste 
ácaro nas culturas. Além dos problemas citados anteriormente esse ácaro ainda possui 
a capacidade de produzir uma quantidade significativa de teia (MENEZES et al., 2007).
Figura 9 – Lavoura de soja com alta infestação de ácaros (A) e teia do ácaro rajado (B)
Fonte: adaptado de Aguiar-Menezes (2007)
No entanto, outras famílias como a Eriophyidae, Tenuipalpidae e Tarsonemidatambém apresentam espécies de ácaros de grande importância para a agricultura. 
As espécies da família Eriophyidae são em geral bastante específicas, possuindo a 
importante característica de coevolução com a planta hospedeira, as principais espécies 
pragas dessa família são: Aculops lycopersici (tomate), Eriophyes gerreronis (coqueiro) e 
Phyllocoptruta oleivora (citros).
37
Figura 10 – Phyllocoptruta oleivora (A) frutos de citros atacado pela praga (B)
Figura 11 – Ácaro vetor da leprose dos citros (Brevipalpus phoenicis)
Fonte: adaptado de Portal Syngenta (2022)
Fonte: agrolink.com.br/upload/problemas/Brevipalpus_phoenicis101.jpg. Acesso em: 5 set. 2022.
Na família Tenuipalpidae, a espécie Brevipalpus phoenicis é uma espécie de grande 
importância para a cultura dos citros, devido à transmissão do vírus da leprose dos citros. 
Na família Tarsonemidae, o ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus, É 
considerado praga de culturas como algodão, feijão, mamão, erva-mate e pimentão 
no Brasil. Produtos armazenados, como sementes, grãos, farelos, farinhas, frutas 
secas, queijos e outros são frequentemente atacados por ácaros, que os danificam por 
consumirem partes do produto e pelos seus excrementos (AGUIAR-MENEZES, 2007).
38
Figura 12 – Ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus)
Fonte: Koppert (2022, s.p.)
Outras espécies de ácaros fitófagos merecem destaque por provocarem danos 
de importância econômica nas culturas atacadas, por exemplo, Mononychellus tanajoa 
(mandioca), Oligonychus ilicis (café), O. yothersi (erva-mate), Panonychus ulmi (maça) e 
P. citri (citros) (FLECHTMANN, 1975, 1985).
2.2 INSETOS
Os insetos causam danos diretos à planta, atacando o produto a ser colhido, ou indiretos, 
quando atacam partes da planta que não serão comercializadas, mas que alteram processos 
fisiológicos, com reflexos na produção. Alguns insetos também atuam como transmissores de 
patógenos vegetais. Como consequências desses ataques nas plantas, podemos citar alguns 
tipos de danos: diminuição do crescimento e produção; o aumento da atividade metabólica; 
destruição de folhas, ramos, casca ou fruto; broqueamento ou anelamento de cascas, ramos, 
frutos e sementes e danos nas raízes ou colo das plantas. Já nos grãos e produtos armazenados 
pode destacar a alimentação de todo ou de parte do produto e a contaminação do produto com 
suas secreções, excreções, ovos ou alguma parte do corpo (GALLO et al., 2002; PICANÇO, 2010).
2.3 PRINCIPAIS GRUPOS DE INSETOS-PRAGA 
Na Tabela 2 estão listadas características das ordens dos principais grupos de 
insetos-praga de plantas.
Tabela 2 – Características das principais ordens de insetos-praga de plantas
Ordem 
Nome 
vernacular
Aparelho 
bucal
Asas
Ciclo de
vida
Lepidoptera
Borboletas e 
mariposas
Sugador 2 pares membranosas com Completo
Coleoptera
Besouros Mastigador
escamas
2 pares [1o par é endurecido 
(élitro)]
Completo
39
Fonte: Picanço (2010, s.p.)
Hymenoptera
Formigas, 
vespas e 
abelhas
Mastigador 2 pares Completo
Diptera Moscas Embebedor
2 pares (1 membranoso e outro 
modificado em balancins)
Completo
Homoptera
Cigarras, 
cigarrinhas, 
pulgões,
Sugador
2 pares [Membranosas ou o 1o 
par (tegminas)
Incompleto
psilídeos e 
cochonilhas
Hemiptera Percevejos Sugador 1o par tem uma parte mais rigida Incompleto
(Heteroptera) outra mais flexivel (hemiélitro)
Isoptera Cupins Mastigador 2 pares membranosas Incompleto
Orthoptera
Grilos e 
gafanhotos
Mastigador 2 pares (1o tégminas) Incompleto
Thysanoptera Tripes Sugador Franjeadas Incompleto
2.4 LEPIDOPTEROS
Seus adultos são chamados de mariposas (noturnos e de cores não aparentes) 
ou borboletas (diurnos e de cores vistosas), possuem asas membranosas com escamas 
e aparelho bucal sugador. Suas larvas são chamadas de lagartas e possuem cabeça 
visível, três pares de pernas no início do corpo e pernas no final do corpo. 
Os lepidópteros são pragas na fase jovem (lagarta) e se alimentam do tecido 
vegetal com seu aparelho bucal do tipo mastigador. As lagartas podem ser de três 
tipos básicos dependendo do número de pseudopernas. As lagartas podem ser de três 
tipos básicos dependendo do número de pseudopatas: lagartas (com quatro pares de 
pseudopatas), lagartas falsa-medideiras (com dois pares de pseudopatas) e lagartas 
medideiras (com um par de pseudopatas) (GALLO et al., 2002).
40
Figura 13 – Lagarta falsa-medideira desfolhando a cultura da soja
Fonte: Sanches et al. (2020, s.p.)
2.5 COLEOPTEROS
O nome desta Ordem de insetos faz referência às asas anteriores endurecidas 
(do grego koleos = estojo e pteron = asas). Os adultos de Coleoptera são conhecidos 
popularmente por besouros e podem ser encontrados em quase todos os ambientes. 
Os coleópteros possuem o primeiro par de asas endurecido (élitro). Suas larvas 
possuem cabeça visível, três pares de pernas no início do corpo ou não. Eles são pragas 
tanto na fase de larva quanto na fase adulta e possuem o aparelho bucal do tipo 
mastigador. 
A Ordem é composta por cerca de 350 mil espécies, o que representa 40% 
de todos os insetos e 30% dos animais, formando o maior grupo de organismos da 
Terra (LAWRENCE; BRITTON, 1991). No Brasil, são registradas aproximadamente 28 mil 
espécies pertencentes a 105 famílias (COSTA; IDE, 2006).
Algumas famílias da ordem coleóptera possuem importância econômica 
significativa, devido ao grande número de espécies consideradas pragas agrícolas. Aqui 
estudaremos algumas famílias de maior relevância agrícola. 
2.5.1 Scarabaeidae
Os indivíduos dessa família possuem antenas do tipo lamelada, constituída por 
lamelas moveis. Possuem também as tíbias anteriores mais ou menos dilatadas, com 
as margens externas denteadas. As larvas são subterrâneas e do tipo escarabeiforme. 
As espécies mais importantes são Euetheola humilis e Macrodactylus pumilio, que são 
vaquinhas que atacam flores de diversas plantas (GALLO et al., 2002).
41
Figura 14 – Adulto de Euetheola humilis (A) e danos causados pela praga na cultura de eucalipto (B)
Figura 15 – Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) (A) e Broca de bananeira (Cosmopolites sordidus) (B)
Fonte: Bernardi et al. (2008)
Fonte: Ambrogi et al. (2009) e Aomidoribiocontrol (2020)
2.5.2 Curculionidae 
Possuem cabeça prolongando em um rostro, na extremidade do qual se encontra 
o aparelho bucal mastigador. Antenas geralmente genículo-clavadas ou genículo-
capitadas. O rostro é mais ou menos alongadado, reto ou curvo cilíndrico, voltado para 
baixo. Suas larvas são do tipo curculioniforme, são fitofagos tanto na fase adulta quanto 
na fase larval. Algumas das espécies de maior relevância agrícola são: Anthonomus 
grandis (bicudo-do-algodoeiro), Oryzophagus oryzae (gorgulho-aquático-do-arroz), 
Eutinobothrus brasiliensis (broca-da-raíz-do-algodoeiro), Cosmopolites sordidus (broca 
ou moleque-da-bananeira) Sitophilus oryzae (gorgulho-do-arroz), S. zeamais (gorgulho 
que ataca milho), entre outras (GALLO et al., 2002).
2.5.3 Tenebrionidae
Possuem coloração uniforme negra ou parda, estes insetos possuem tamanho 
e formas muito variadas. Possuem antenas curtas, podendo ser moniliformes filiformes, 
serreadas ou clavadas. Suas larvas são do tipo elateriformes. Muitas espécies desta 
família atacam produtos armazenados, no entanto, algumas atacam as folhagens de 
plantas. As espécies mais importantes são: Tribolium castaneum e T. confusum, que 
atacam grãos armazenados (principalmente milho) (GALLO et al.,2002).
42
Figura 16 – Adulto de Tribolium castaneum
Fonte: https://bit.ly/3dM0VEd. Acesso em: 5 set. 2022.
2.6 HIMENÓPTEROS
As formigas organizam-se em colônias e são pragas na fase adulta. As formigas 
podem ser pragas (formigas cortadeiras) ou inimigos naturais (formigas predadoras), 
de acordo com seu hábito alimentar (GALLO et al., 2002). As formigas cortadeiras têm 
coloração amarronzada e no topo de sua cabeça possuem uma reentrância pronunciada, 
diferente das formigas predadoras que têm diversas colorações e a reentrância no topode sua cabeça não é profunda (GALLO et al., 2002). 
2.6.1 Formigas saúvas
As formigas saúvas pertencem ao gênero Atta, possuem ninhos com grande 
quantidade de terra solta e possuem três pares de espinhos no seu dorso.
Figura 17 – Formiga saúva cabeça-de-vidro (Atta laevigata)
Fonte: https://bit.ly/3dP5zBl. Acesso em: 5 set. 2022.
2.6.2 Formigas quénquéns
As formigas quenquéns pertencem ao gênero Acromyrmex, possuem quatro 
pares de espinhos no seu dorso e seus ninhos são pequenos
43
Figura 18 – Quenquém-de-árvore (Acromyrmex coronatus) (A) e Formiga caiapó (Acromyrmex coronatus 
subterraneus) (B)
Fonte: https://bit.ly/3UFP4bn. Acesso em: 5 set. 2022.
2.7 DIPTEROS 
As moscas são pragas de plantas, tanto na fase jovem como na fase adulta, 
possuem um par de asas membranosas e aparelho bucal embebedor. Suas larvas são 
vermiformes (sem cabeça e pernas aparentes) (GALLO et al., 2002). 
2.7.1 Mosca minadora
As moscas minadoras são insetos pertencentes à ordem Diptera, família Agromy-
zidae. São vulgarmente conhecidas como bicho mineiro, minador, riscador de folha, entre 
outros. Os adultos são pequenas moscas de coloração preta com manchas amarelas. As 
larvas confeccionam minas finas e “serpenteadas” nas folhas (GALLO et al., 2002).
Figura 19 – Mosca minadora na cultura do tomate
Fonte: Revista Cultivar (2022, s.p.)
2.7.2 Moscas-das-frutas
Pertencentes a família Tephritoidea, que dentro da ordem Diptera é a família de 
maior importância agrícola, com as espécies de moscas-das-frutas Ceratitis capitata 
(mosca-do-mediterrâneo) e Anastrepha grandis (mosca-das-cucurbitáceas-sul-ame-
ricana). Suas larvas desenvolvem-se nas polpas dos frutos, os tornando inviáveis. São 
extremamente prejudiciais para fruticultura (GALLO et al., 2002).
44
Figura 20 – Adultos de Ceratitis capitata (A) e Anastrepha grandis (B)
Fonte: Sedq Healthy Crops (2022, s.p.) e Bolzan et al. (2016, s.p.)
2.8 HEMIPETEROS
Os hemípteros possuem aparelho bucal do tipo sugado labial tetraqueta, nor-
malmente dois pares de asas, sendo o anterior, em geral, mais rígido que o posterior. 
Neste livro, consideramos a ordem dividida em três subordens, são elas: Sternorrhyncha 
(Cochonilhas, moscas-brancas, pulgões e psilideos), Auchenorryncha (cigarras e cigar-
rinhas) e Heteroptera (percevejos, barbeiros etc.). Veremos a seguir algumas famílias de 
maior importância agrícola. 
2.8.1 Aleyrodidae
São hemipteros pequenos com quatro asas membranosas, na fase adulta essas 
asas são cobertas por uma substância pulverulenta, de onde vem o nome comum de 
moscas-brancas. Entre as espécies mais importantes dessa família encontram-se 
a Aleurothrisxus floccosus, que ataca folhas dos citros e a Bemisia tabaci praga em 
feijoeiro, soja e algodão (GALLO et al., 2002).
Figura 21 – Ovos e adultos de mosca-branca (Bemisia tabaci) em folha de feijão
 Fonte: Araújo (2016, s.p.)
45
Figura 22 – Pulgões da espécie Macrosiphum-euphorbiae
Figura 23 – Adultos, macho (esquerda) e fêmea (direita) da cigarra-do-cafeeiro Quesada gigas
Fonte: Inrae (2022, s.p.)
Fonte: adaptada de Souza, Reis e Silva (2007)
2.8.2 Aphididae
É a família dos pulgões. A maioria das espécies de importância econômica 
pertencem a esta família. São insetos pequenos de no máximo 5 mm de comprimento, 
pouco esclerotizados, ovalados e de coloração variável (GALLO et al., 2002).
2.8.3 Cicadoidea
É a família da cigarra, as cigarras caracterizam-se pelo seu órgão sonoro 
situado no abdome, este órgão é mais desenvolvido em indivíduos machos. As cigarras 
sugam ramos novos das plantas, onde as fêmeas depositam os seus ovos. A partir dos 
ovos nascem as ninfas que se aprofundam no solo para se alimentar sugando as raízes 
(GALLO et al., 2002).
2.8.4 Cercopidae
Compreende insetos vulgarmente conhecidos como cigarrinhas. São hemipteros 
pequenos, o adulto suga a parte aérea das plantas, onde se movimenta bastante, já a 
forma jovem pode ser localizada junto às raízes e no colo das plantas onde permanece 
sugando (Figura 24) (GALLO et al., 2002).
46
Figura 24 – Adulto de cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta)
Figura 25 – Adulto de percevejo verde da soja (Nezara viridula)
Fonte: Insetologia (2022, s.p.)
Fonte: Pereira (2021, s.p.)
2.8.5 Pentatomidae 
Conhecidos como percevejos, estes insetos possuem antenas de 5 segmentos 
e escutelo bastante desenvolvido. As espécies mais importantes são: Oebalus poecilus, 
conhecido como percevejo-frade ou chupão, que ataca o arroz; Nezara viridula, 
percevejo verde, que ataca várias frutas e leguminosas (GALLO et al., 2002).
2.9 ORTÓPTEROS
O grupo dos ortópteros é composto por gafanhotos, esperanças, grilos, paqui-
nhas e taquarinhas. Estes insetos possuem o terceiro par de pernas do tipo saltatório, 
cabeça muito variável quanto a forma e consideravelmente prolongada entre os olhos.
Alguns ortópteros produzem sons, sendo os mais conhecidos aqueles 
produzidos pelos grilos, gafanhotos e esperanças. O canto desses insetos é conseguido 
por estridulações, atritando uma parte do corpo contra outra. Nos grilos, por exemplo, o 
aparelho estridulatório está localizado na base das tégminas, em geral a tégmina direita 
cobre a esquerda (GALLO et al., 2002).
47
Figura 26 – Gafanhoto migratório sul-americano (Schistocerca cancellata) (A) e gafanhoto-crioulo 
(Rhammatocerus schistocercoides) (B)
Fonte: Pinto (2020, s.p.)
Figura 27 – Macho (esquerda) e fêmea (direita) de Gryllus bimaculatus
Fonte: Weissman e Gray (2019, s.p.)
2.9.1 Acrididae
Compreende os gafanhotos. Os acridídeos podem ser divididos em dois 
grupos de acordo com seu comportamento: sedentários e migradores. As espécies 
sedentárias possuem hábitos solitários, causando poucos estragos de ordem agrícola. 
Já as espécies migradoras podem formas as chamadas “nuvens de gafanhotos” que 
devastam plantações inteiras, causando sérios prejuízos (GALLO et al., 2002).
2.9.2 Gryllidae
Agrupa os grilos, são conhecidas mais de 2000 espécies. Estes insetos são de 
modo geral terrestres e de hábitos noturnos. As espécies de solo se alimentam de matéria 
orgânica de origem animal e vegetal, danificando raízes. Entre as espécies mais comuns, 
destaca-se o grilo caseiro Gryllus bimaculatus, que ataca hortaliças (GALLO et al., 2002).
48
LESTE DA ÁFRICA ENFRENTA INVASÕES DE GAFANHOTOS “SEM PRECEDENTES”
Bruno Carbimatto
Desde dezembro de 2019, enormes nuvens de gafanhotos vêm atacando 
plantações de países do leste e sudeste da África, acendendo alertas globais em uma 
das regiões mais carentes do planeta. A crise foi desencadeada por ciclones na Península 
Arábica seguidos por chuvas intensas, que criaram condições climáticas propícias para a 
reprodução desenfreada de enormes populações dos insetos. Do Iêmen, os gafanhotos 
cruzaram o Chifre da África e chegaram à Somália, onde um novo ciclone potencializou 
ainda mais a reprodução. 
A região está acostumada com invasões do tipo desde sempre – tanto que elas 
inspiraram a passagem bíblica sobre as “pragas do Egito”. Mas a nova crise, de acordo 
com a ONU, é “sem precedentes”. Na Somália e na Etiópia as nuvens são as maiores 
em 25 anos; no Quênia, o problema é o mais grave em pelo menos 70 anos, segundo a 
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Gafanhotos-do-deserto são insetos herbívoros que podem chegar a 10 cm de 
comprimento. Em busca de alimento, eles invadem plantações e as devoram, e por isso 
são consideradas pragas agrícolas. O problema é ainda maior na região, que é uma das 
mais pobres do mundo e que já convive com a segurança alimentar constantemente 
ameaçada – 19 milhões de pessoas na região sofrem com a fome, segundo a organização 
Food Security and Nutrition Working Group.
As nuvens invasoras são tão grandes e numerosas que chegam a bloquear a luz 
do sol. Cada gafanhoto pode comer o equivalente a seu próprio peso em um único dia, e 
por isso são tão destrutivos. Além disso, os insetos são rápidos, e conseguem percorrer 
distâncias de 150 km por dia.
Organizaçõesinternacionais como a ONU vêm considerando o problema como 
uma de suas prioridades e buscando recursos para ajudar a conter a invasão. O Fundo 
Central de Resposta de Emergência da ONU já liberou 10 milhões de dólares para lidar 
com a crise, e a FAO está em processo de liberar mais 70 milhões. 
As medidas tomadas até agora, que incluem a pulverização de inseticidas com 
aviões, não têm tido muito efeito diante as proporções bíblicas das nuvens e precisam 
ser intensificadas com urgência.
LEITURA
COMPLEMENTAR
49
O problema pode aumentar se nada for feito, alertam especialistas, porque um 
novo ciclo de reprodução dos animais está para começar. Estimativas apontam que 
o número de gafanhotos pode aumentar até 500 vezes até junho. É provável que as 
nuvens se espalhem para países vizinhos como Uganda e Sudão do Sul, e algumas 
previsões dizem que eles podem chegar bem mais longe, incluindo até na Índia.
Em seu Twitter, António Guterres, secretário-geral da ONU, chamou atenção 
do mundo para o problema, e lembrou que os eventos extremos como esse estão 
relacionados com as mudanças climáticas.
Fonte: https://super.abril.com.br/sociedade/leste-da-africa-enfrenta-invasoes-de-gafanhotos-sem-prece-
dentes/. Acesso em: 22 jun. 2022. 
50
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• A identificação dos principais grupos de insetos-praga, incluindo espécies 
pertencentes as principais ordens de interesse econômico (Lepidoptera, Coleoptera, 
Hymenoptera, Diptera, Homoptera, Hemiptera, Isoptera, Orthoptera e Thysanoptera); 
abrangendo aspectos descritivos e biológicos destas pragas. 
• A identificação dos principais grupos de ácaros fitófagos, incluindo espécies per-
tencentes as famílias de maior importância para a agricultura, como Tetranychidae, 
Eriophyidae, Tenuipalpidae, Tarsonemida; abordando aspectos descritivos e bioló-
gicos destas pragas.
• O modo de ação destas pragas, incluindo os danos em culturas de interesse eco-
nômico e que são característicos de um determinado grupo de pragas, incluindo a 
sintomatologia atribuída ao seu ataque. 
51
AUTOATIVIDADE
1 Os representantes da ordem Coleoptera são insetos popularmente conhecidos como 
besouros e podem ser encontrados em quase todos os ambientes. Acerca disso, 
assinale a alternativa CORRETA em relação às pragas pertencentes a esta ordem: 
a) ( ) Os adultos são coloridos, pequenos e possuem o primeiro par de asas semelhantes 
às asas de baratas (tégminas). 
b) ( ) Os representantes desta ordem não possuem asas.
c) ( ) São pragas tanto na fase de larva como na fase adulta e possuem aparelho bucal 
mastigador.
d) ( ) Os adultos são semelhantes às cigarrinhas com suas asas dispostas de forma 
semelhante ao casco dos navios.
e) ( ) Possuem aparelho bucal mastigador, dois pares de asas membranosas iguais e 
metamorfose gradual.
2 As moscas-das-frutas são consideradas as pragas mais nocivas para a fruticultura, 
com restrições em quase todos os países importadores. No Brasil, destacam-se as 
pertencentes a dois gêneros Anastrepha e Ceratitis. Analise as sentenças abaixo: 
I- Os adultos são pequenas moscas (??Mm de comprimento, largura?) de coloração 
preta com manchas amarelas. As larvas confeccionam minas finas e “serpenteadas” 
nas folhas.
II- Possuem asas membranosas com escamas e aparelho bucal sugador.
III- A espécie de maior importância é a Ceratitis capitata, chamadas de moscas-das-
frutas do mediterrâneo devido a sua origem e possuem o tórax escuro.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Os danos que os Insetos-pragas causam em plantas são variáveis e podem ser 
observados em todos os órgãos vegetais, podendo ser diretos, quando atacam o 
produto a ser comercializado, ou indiretos, quando atacam as estruturas vegetais 
que não serão comercializadas (folhas e raízes, por exemplo). Podemos considerar 
um inseto como praga em determinada planta, quando:
52
( ) A densidade populacional atinge determinado nível populacional. 
( ) Acarreta um prejuízo para a planta. 
( ) No momento em que se hospeda e se alimenta da planta. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 A definição de inseto-praga é fundamentada no ponto de vista antropocêntrico e não 
leva em consideração o seu papel ecológico específico. Neste contexto: você tem 
duas espécies de herbívoros ocorrendo na sua lavoura, como um deles em um dado 
tempo será considerado praga e o outro não? Por quê? 
5 “Pragas causam perdas de até R$ 55 bilhões à agricultura no Brasil”. Estudo revela 
que cerca de 7,7% da produção agrícola brasileira é perdida todos os anos. Este não é 
um problema que assusta apenas o Brasil. Com o aumento do comércio mundial de 
alimentos, os países ficaram mais vulneráveis à introdução de espécies exóticas, as 
quais podem comprometer as plantações locais devido à falta de predadores naturais. 
Neste contexto, liste alguns danos provocados por insetos-praga em plantas e em 
seus produtos. 
AGROLINK. Pragas causam perdas de até R$ 55 bilhões à 
agricultura no Brasil. Disponível em: https://bit.ly/3LLEQ54. 
Acesso em: 6 set. 2022.
53
REFERÊNCIAS
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ly/3UC2Ewx. Acesso em: 22 jul. 2022.
AGROLINK. Pragas causam perdas de até R$ 55 bilhões à agricultura no Brasil. 
Disponível em: https://bit.ly/3LLEQ54. Acesso em: 6 set. 2022.
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INSETOLOGIA. Identificação de insetos: cigarrinha das pastagens em minas gerais. 
Cigarrinha das Pastagens em Minas Gerais. Disponível em: https://www.insetologia.................................................................................................................. 22
TÓPICO 2 - A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS PRAGAS AGRÍCOLAS ............................. 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 23
2 TIPOS DE PRAGAS ........................................................................................................... 24
2.1 ASPECTOS QUE CONTRIBUEM PARA O SURGIMENTO DE PRAGAS NA AGRICULTURA ..........28
2.2 INJÚRIAS PROVOCADAS PELAS PRAGAS AGRÍCOLAS ............................................................29
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 - PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS DE PLANTAS DE INTERESSE ECONÔMICO .......35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35
2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS AGRÍCOLAS ........................ 35
2.1 ÁCAROS .................................................................................................................................................35
2.1.1 Ácaros fitófagos ..........................................................................................................................36
2.2 INSETOS ................................................................................................................................................38
2.3 PRINCIPAIS GRUPOS DE INSETOS-PRAGA .................................................................................38
2.4 LEPIDOPTEROS ...................................................................................................................................39
2.5 COLEOPTEROS ................................................................................................................................... 40
2.5.1 Scarabaeidae ............................................................................................................................. 40
2.5.2 Curculionidae ............................................................................................................................ 41
2.5.3 Tenebrionidae ............................................................................................................................ 41
2.6 HIMENÓPTEROS ..................................................................................................................................42
2.6.1 Formigas saúvas ........................................................................................................................42
2.6.2 Formigas quénquéns...............................................................................................................42
2.7 DIPTEROS ............................................................................................................................................43
2.7.1 Mosca minadora .........................................................................................................................43
2.7.2 Moscas-das-frutas ...................................................................................................................43
2.8 HEMIPETEROS .....................................................................................................................................44
2.8.1 Aleyrodidae .................................................................................................................................44
2.8.2 Aphididae ....................................................................................................................................45
2.8.3 Cicadoidea..................................................................................................................................45
2.8.4 Cercopidae .................................................................................................................................45
2.8.5 Pentatomidae ...........................................................................................................................46
2.9 ORTÓPTEROS .......................................................................................................................................46
2.9.1 Acrididae ...................................................................................................................................... 47
2.9.2 Gryllidae ....................................................................................................................................... 47
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 50
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 53
UNIDADE 2 — MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS ........................................................57
TÓPICO 1 — CONTROLE DE PRAGAS: CONSIDERAÇÕES GERAIS .....................................59
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................59
2 MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS ...........................................................................59
2.1 MÉTODO LEGISLATIVO .....................................................................................................................60
2.2 MÉTODOS MECÂNICOS .....................................................................................................................63
2.3 MÉTODOS FÍSICOS .............................................................................................................................64
2.4 MÉTODOS CULTURAIS .......................................................................................................................65
2.5 MÉTODO DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO ...................................................................... 67
2.6 MÉTODO GENÉTICO E DE RESISTÊNCIA DE PLANTAS ..............................................................69
2.7 MÉTODO QUÍMICO ................................................................................................................................71
2.8 MÉTODO BIOLÓGICO .......................................................................................................................... 74
2.8.1 Controle Biológico Clássico .................................................................................................... 75
2.8.2 Controle Biológico Natural .................................................................................................... 76
2.9 CONTROLE DE PRAGAS AGRICULTURA ORGÂNICA ...................................................................78
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 80
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................81
TÓPICO 2 - MANEJO INTEGRADO DE PAGAS ................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 83
2 ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE MIP ........................................... 83
2.1 PLANO DE AMOSTRAGEM CONVENCIONAL ................................................................................85
2.2 PLANO DE AMOSTRAGEM SEQUENCIAL .....................................................................................com.br/2018/11/cigarrinha-das-pastagens-deois-em.html. Acesso em: 13 jul. 2022.
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Disponível em: https://bit.ly/3SgaOZZ. Acesso em: 19 maio 2022.
57
MÉTODOS DE CONTROLE DE 
PRAGAS
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender os principais conceitos relacionados ao controle de pragas;
• conhecer os principais métodos de controle de pragas;
• compreender o conceito de Manejo Integrado de Pragas
• obter noções sobre a toxicologia dos inseticidas.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONTROLE DE PRAGAS: CONSIDERAÇÕES GERAIS
TÓPICO 2 – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS
TÓPICO 3 – NOÇÕES SOBRE TOXICOLOGIA DOS INSETICIDAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
58
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UNIDADE 2!
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59
TÓPICO 1 — 
CONTROLE DE PRAGAS: CONSIDERAÇÕES 
GERAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos na unidade anterior, as pragas são organismos que podem 
atacar e destruir completamente as culturas agrícolas. Elas podem provocar a morte das 
plantas, reduzir drasticamente o seu crescimento e produtividade ou afetar a qualidade 
dos produtos armazenados, causando prejuízos econômicos elevados aos produtores. 
Também vimos na unidade anterior que existem dois sistemas de controle de 
pragas: o sistema convencional, caracterizado pela ampla utilização (e, muitas vezes 
isolada) de produtos químicos; e o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que abrange um 
conjunto de técnicas sustentáveis que visam manter a população da praga abaixo do 
nível de dano econômico. 
Diversas técnicas de proteção foram desenvolvidas para prevenir ou minimizar 
os prejuízos provocados pelo ataque de pragas no campo (perdas pré-colheita) ou 
durante o armazenamento dos produtos (perdas pós-colheita). Essas técnicas envolvem 
a edição de normas regulamentadoras, a adoção de práticas culturais, a modificação 
genética de insetos e plantas, o uso de outros organismos, a utilização de diferentes 
tipos de produtos, dentre outras.
Ao longo desta unidade, estudaremos os principais métodos empregados no 
controle de pragas, como o método legislativo; os métodos mecânicos, físicos e culturais; 
o método de controle por comportamento; os métodos genéticos e de resistência de 
plantas; o método químico e o método biológico. Abordaremos também o MIP, enfocando 
aspectos como: avaliação da área, tomada de decisão e plano de amostragem. Por fim, 
apresentaremos conceitos importantes sobre toxicologia de inseticidas, incluindo a 
classificação, a toxicidade, os riscos e a legislação que rege o seu uso.
2 MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS 
De acordo com Picanço (2010), a escolha do método a ser utilizado no controle 
de pragas deve ser feita com base em aspectos técnicos (eficácia), socioeconômicos 
(condições do usuário) e ambientais (efeitos sobre o meio ambiente e a saúde humana). 
É importante lembrar que não existe apenas uma abordagem correta para o controle 
de insetos e ácaros e, que nem todos os métodos serão adequados ou eficientes. O 
sucesso da escolha também dependerá da cultura e da praga envolvidos.
60
2.1 MÉTODO LEGISLATIVO 
Conforme Gallo et al. (2002), esse método consiste na criação de leis, decretos 
e portarias federais, estaduais ou municipais, que regem o cumprimento de medidas de 
controle, tais como:
• Serviço quarentenário – Tem a função de evitar a entrada de pragas exóticas 
e impedir sua disseminação no território do país, estado ou município. Também 
é responsável por evitar a dispersão de pragas nativas nesses locais. No Brasil, 
o serviço quarentenário é executado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal,vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cujos 
técnicos fiscalizam portos, aeroportos e fronteiras, visando tratar, destruir ou impedir 
a entrada de vegetais atacados, deixando-os em um período de quarentena. 
O serviço quarentenário também atua na exportação e importação de produtos 
agrícolas e florestais atacados por pragas (MOURA, 2015). Isso se deve ao avanço da 
globalização, que permite o transporte de pessoas e mercadorias em grande volume 
e com rapidez. Como consequência, o risco de introdução de pragas em países onde 
não ocorrem está cada vez maior. Desse modo, diversos países criaram barreiras 
alfandegárias proibindo a importação de determinada planta hospedeira de uma praga 
exótica (GALLO et al., 2002). O Brasil, por exemplo, não pode exportar frutas in natura 
para países como Estados Unidos e Japão, uma vez que isso cria o risco de introduzir 
espécies de moscas-das-frutas nesses países, os quais gastaram milhões de dólares 
para erradicá-las de seu território. Desse modo, ao banir a entrada de frutas in natura 
nesses locais, o serviço quarentenário evita uma nova infestação (GALLO et al., 2002). 
Por outro lado, existem exceções, como os melões cultivados no semiárido do Rio Grande 
do Norte, que podem ser exportados para os EUA, pois são cultivados em área livre da 
mosca-das-cucurbitáceas (Anastrepha grandis). Isso demonstra que o conhecimento 
da distribuição geográfica de uma praga quarentenária é de suma importância para a 
exportação/importação de determinado produto vegetal (GALLO et al., 2002).
Uma praga quarentenária é qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, 
animais ou agente patogênicos nocivos para os vegetais ou produtos vegetais (GALLO 
et al., 2002). As pragas quarentenárias têm importância econômica potencial para as 
áreas onde ainda não estão presentes, ou, quando encontradas, não estão amplamente 
distribuídas, mas sob controle oficial. A simples presença desses organismos em dado 
local pode comprometer a comercialização de produtos, por danificar ou destruir 
cultivos, plantações e colheitas, e ser um empecilho às exportações (EMBRAPA, 2022).
A Convenção Internacional de Proteção Fitossanitária (CIPF), promovida pela FAO 
no ano de 1997, fundamentou o conceito de pragas quarentenárias, classificando esses 
organismos em dois grupos: a1 e A2 (GALLO et al., 2002; BARBOSA et al., 2014). Pragas 
quarentenárias A1 são aquelas que têm importância econômica potencial para uma área 
de risco e não estão presentes na área. As pragas quarentenárias A2 possuem importân-
61
cia econômica potencial para uma área de risco, possuem disseminação restrita e estão 
sob controle oficial (BARBOSA et al., 2014). Além disso, na CIPF realizada em 2002, foi 
estabelecido o conceito de pragas não quarentenárias regulamentadas (PNQR). As PNQR 
são as pragas que, embora se encontrem amplamente difundidas na área, estão sob re-
gulamentação oficial por serem de interesse econômico (BARBOSA et al., 2014). 
De acordo com o §1º do Art. 4ª da Instrução Normativa nº 45 do MAPA, 
publicada em 22 de agosto de 2018, as listas de Pragas Quarentenárias 
Ausentes (A1), Presentes (A2) e Não Quarentenárias Regulamentadas 
serão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) por meio de ato 
normativo da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e disponibilizadas 
de forma periódica no portal institucional do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (MAPA), no endereço www.agricultura.gov.br.
IMPORTANTE
Além de possuírem legislação própria, os países podem se unir para a criação de 
leis relacionadas às pragas fitossanitárias de interesse em comum. Na América do Sul foi 
criado o Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (COSAVE), uma Organização Regional 
de Proteção Vegetal (ORPF), instituída no âmbito da Convenção Internacional de Prote-
ção dos Vegetais (CIPV) e que engloba Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai 
(COSAVE, 2015). A COSAVE estabelece critérios para o reconhecimento de pragas no 
território desses países e divulga, periodicamente, listas das pragas quarentenárias A1 
e A2 encontradas em cada país (GALLO et al., 2002). Além disso, a COSAVE estabelece 
mecanismos para evitar, conter, controlar ou erradicar pragas, por meio da normatiza-
ção da produção, movimentação, armazenamento de produtos e atividade regular das 
pessoas, bem como pela criação de esquemas para a certificação fitossanitária (GALLO 
et al., 2002). Em relação ao Brasil, a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Cri-
mes Ambientais) em seu artigo 61 dispõe que “disseminar doença ou praga ou espécies 
que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas” 
é crime, com pena de reclusão, de um a quatro anos, e multa (BRASIL, 1998).
Como vimos, cada país tem sua forma de lidar com as pragas quarentenárias. 
No Brasil existem tratamentos fitossanitários que visam eliminar eventuais pragas 
quarentenárias, permitindo a exportação dos produtos para outros países (GALLO et al., 
2002). Conforme Gallo et al. (2002), esses tratamentos consistem em:
• Fumigação – Emprego de brometo de metila (concentração de 32 g m3 durante 2 
horas) para o controle de pragas em grãos armazenados.
• Irradiação – Utilização de raios gama do Cobalto (60Co) ou Césio (137Cs) ou raios de 
elétron com energia de radiação de até 10 MeV. Além de controlar a infestação de 
pragas, a radiação atua na conservação dos frutos, pelas reduções do amadureci-
mento e da contaminação microbiana.
62
• Tratamento a frio – Consiste no emprego de baixas temperaturas, geralmente em 
câmaras frias, onde as frutas permanecerão por um período que varia em função da 
praga a ser eliminada. Para a mosca-mexicana (Anastrepha ludens), por exemplo, 
nas culturas da uva e do pêssego, a temperatura da polpa deve ser mantida a 0,55 
ºC por 18 dias, 1,11 ºC por 20 dias ou 1,66 ºC por 22 dias. É possível combinar o 
tratamento a frio com a fumigação, reduzindo o tempo de exposição ao frio para 4 
dias sob temperatura de 1,11 ºC, na cultura do pêssego, por exemplo. 
• Tratamento a quente – Consiste no emprego de vapor d’água ou da hidrotermia. 
Com relação ao vapor d’água, a temperatura é aumentada gradativamente até que 
o centro da polpa da fruta atinja 43,3 ºC em 8 horas. Essa temperatura deve ser 
mantida por 6 horas. Já no tratamento hidrotérmico, a fruta é submersa na água, no 
mínimo 9 cm abaixo da superfície. O tratamento se inicia quando a temperatura da 
polpa atinge 21,1 ºC e sua duração varia entre 65 e 90 minutos, dependendo do tipo 
e tamanho do fruto.
• Atmosfera controlada – Técnica utilizada em alguns países que consiste em 
criar ambientes nos quais a concentração de gases atmosféricos é controlada. O 
tratamento pode envolver o emprego de baixa concentração de oxigênio (até 2%) 
ou altos níveis de dióxido de carbono (entre 5 e 60%) ou uma combinação de ambos.
Tabela 1 – Tratamentos quarentenários adotado em algumas frutíferas
Fonte: adaptado de Gallo et al. (2002)
Fruta
Tratamento
Fumigação Tratamento a frio Tratamento a quente Irradiação
Banana X
Manga X X
Melão X
Pêssego X X
Uva X
Além dos tratamentos fitossanitários, no Brasil existem medidas obrigatórias de 
controle direcionadas à cultura do algodão. Os produtores de algodão são obrigados a 
destruir os restos culturais anualmente, até a data de 15 de julho, para prevenção contra 
o ataque da broca e da lagarta rosada (Decreto nº 19.594-A, de 27 de julho de 1950 ) 
(GALLO et al., 2002). Essa medida também contribui para a redução da população do 
bicudo-do-algodoeiro. No Rio Grande do Sul, existe a Lei nº 2.869 de 25 de junho de 
1956 , que estabelece a coleta e queima obrigatória dos galhos de acácia negra para 
diminuir a infestação do besouro-serrador (Oncideres impluviata) (GALLO et al., 2002).
63
2.2 MÉTODOS MECÂNICOS
O controle mecânico inclui medidas que envolvem o emprego de máquinas ou 
métodos manuais. São adotadas práticas como a instalação de armadilhas adesivase barreiras, bem como a catação manual; as quais resultam na redução ou supressão 
das populações de pragas (PICANÇO, 2010). A seguir são apresentados alguns tipos de 
controle mecânico:
• Armadilhas adesivas – Consistem em placas adesivas de tamanho variável, 
geralmente contendo iscas que atraem as pragas para a captura em massa. Estão 
disponíveis, sobretudo, nas cores amarela e azul, que são atrativos visuais para 
diversos insetos (e.g. pulgões, tripes, lagartas, besouros e moscas) (SORENSEN; 
MOHANKUMAR; THANGARAJ, et al., 2016).
• Barreiras – São práticas que visam impedir ou dificultar o acesso das pragas às 
plantas. São exemplos de barreiras: valas feitas no solo para reter populações de 
gafanhotos ou curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), cessando sua migração 
entre áreas de cultivo (PICANÇO, 2010); ensacamento dos frutos visando o controle 
de pragas frugívoras (como as mosca-das-frutas) em culturas como goiaba e 
pêssego de mesa (RAGA e GALDINO, 2019); uso de cercas para captura de insetos 
voadores (tripes, por exemplo) (SORENSEN; MOHANKUMAR; THANGARAJ, 2016); 
cobertura do solo com matéria orgânica, ou artificialmente, com o uso de filmes 
plásticos que são capazes de repelir os insetos – técnica conhecida como “mulching”, 
frequentemente adotada no Brasil, na cultura do melão (YURI et al., 2014).
• Coleta e destruição manual – Também chamada catação, esse é considerado o 
mais antigo método de controle mecânico de pragas e consiste na coleta manual e 
destruição de ovos, larvas, ninfas ou pragas em estádio adulto. É uma prática comum 
em locais com boa disponibilidade de mão de obra barata e quando se trata de pragas 
facilmente observáveis (ovos e indivíduos grandes), pouco ativas ou quando ocorrem 
em áreas pequenas/restritas (SORENSEN; MOHANKUMAR; THANGARAJ, 2016). 
• Impacto – É uma prática comum em moinhos de farinhas visando o manejo de 
pragas de produtos armazenados. São utilizados equipamentos que lançam os 
grãos contra um anteparo, matando os insetos localizados no exterior ou interior 
dos grãos (PICANÇO, 2010).
• Óleos, sabões e surfactantes – São substâncias empregadas, sobretudo, no 
controle de pragas em cultivos orgânicos de hortaliças. Esses produtos afetam o 
sistema respiratório de insetos e ácaros e, por vezes, agem como uma barreira a 
oviposição (SORENSEN; MOHANKUMAR; THANGARAJ, 2016). 
• Pano-de-batida – Consiste em um pano ou plástico branco de 1 m de comprimento 
por 1 mde largura contendo, nas extremidades, uma bainha onde são inseridos 
dois cabos de madeira (CORRÊA-FERREIRA et al., 2010). É usado no controle de 
pragas frugívoras, quando, ao se bater seguidamente no tronco, os indivíduos são 
deslocados para panos ou plásticos estendidos no solo sob a copa das árvores. Essa 
técnica também é usada para a amostragem e acompanhamento da população de 
pragas da soja, por exemplo (PICANÇO, 2010).
64
2.3 MÉTODOS FÍSICOS
Os métodos físicos visam reduzir as populações de pragas por meio de 
mecanismos que afetam as condições físicas do ambiente onde as pragas se encontram 
e, consequentemente, o seu comportamento. Os efeitos desse tipo de controle variam 
desde a agitação até a mortalidade dos indivíduos. Três tipos de técnicas se destacam 
no controle físico: o controle da temperatura e da umidade e a utilização de radiação 
eletromagnética (SORENSEN; MOHANKUMAR; THANGARAJ, 2016). 
• Controle da temperatura – Os insetos e ácaros são sensíveis a variações na tem-
peratura. Extremos de temperatura alta (acima de 50 ºC) ou baixa (abaixo de 5º C) 
podem paralisar as atividades de algumas pragas ou causar sua mortalidade. É um 
método frequentemente utilizado no controle de pragas de produtos armazenados 
(GALLO et al., 2002).
• Controle da umidade – Assim como a temperatura, as pragas têm sua 
atividade impactada pela alteração da umidade. O secamento dos grãos antes do 
armazenamento é uma medida de controle muito utilizada para erradicar algumas 
pragas de produtos armazenados (PICANÇO, 2010).
• Utilização de radiação eletromagnética e ondas sonoras – A radiação eletro-
magnética pode afetar o comportamento das pragas de diferentes formas. Duran-
te o dia, a emissão de ondas eletromagnéticas de curto comprimento causa efeitos 
químicos como a ionização de átomos, afetando pragas de hábito diurno. Por outro 
lado, as ondas de longo comprimento provocam aquecimento e, como são emitidas 
durante a noite, afetam pragas de hábito noturno. No controle de pragas, as faixas do 
espectro mais usadas são as radiações ultravioletas (UV), luz visível e infravermelho 
(IV). Adicionalmente, os insetos podem ter seu comportamento alterado em função 
da emissão de ondas sonoras (GALLO et al., 2002), conforme demonstrado a seguir:
a) Pragas de hábito diurno – Durante o dia, a radiação eletromagnética se manifesta 
por meio da cor do substrato. Sabe-se que as pragas são capazes de detectar cores 
imperceptíveis aos seres humanos, uma vez que elas detectam o UV e o IV. Sabe-
se, também, que as pragas podem reagir às diferentes cores, tendo por elas um 
comportamento de atração ou repelência. Isso faz com que seja possível utilizar as 
cores como estratégia para o controle de pragas. O pulgão (Myzus persicae), por 
exemplo, é repelido ao pousar em superfícies que emitem radiação UV. Portanto, a 
utilização de materiais que refletem UV é uma estratégia para o controle dessa praga. 
A palha de arroz ou a cal são exemplos de materiais refletivos de ultravioleta, as quais 
podem ser colocadas nas superfícies das áreas de cultivos suscetíveis ao pulgão. 
Já os adultos de mosca-branca (Bemisia tabaci) e mosca-minadora (Liriomyza sp.) 
são atraídos pela cor amarelo-ouro. Desse modo, a utilização de armadilhas adesivas 
com essa cor pode ser uma estratégia eficaz para atrair e capturar essas pragas, 
diminuindo sua população no campo (GALLO et al., 2002).
b) Pragas de hábito noturno – Durante a noite, a radiação de onda longa emitida 
é na faixa do infravermelho distante. Por meio dos olhos compostos e sensilos 
presentes nas antenas, os insetos são capazes de detectar o IV e se orientar durante 
65
a noite. Inclusive, são capazes de reconhecer não só o melhor hospedeiro (aquele 
mais suscetível ao ataque), como partes vegetais específicas. Como exemplo, a 
lagarta-da-espiga do milho (Helicoverpa zea) consegue se orientar em campo pelo 
IV emitido e selecionar as espigas em épocas ideais de serem atacados. Como forma 
de controle, alguns cultivares de milho que emitem certos comprimentos de onda IV 
desfavoráveis à praga (na faixa entre 8 e 14 m) têm sido desenvolvidos (GALLO et al., 
2002). O infravermelho também tem sido usado como forma de monitoramento de 
pragas em plantas por meio do sensoriamento remoto (GALLO et al., 2002).
A luz visível também é capaz de afetar pragas de hábito diurno ou noturno. O foto-
período, por exemplo, interfere no desenvolvimento dos insetos, inclusive provocando a dia-
pausa em algumas espécies tais como Grapholita molesta e Tibraca limbativentris) (PICAN-
ÇO, 2010). De forma geral, os insetos reagem mais aos comprimentos de onda na luz verde 
(além da luz UV) e menos à luz amarela e vermelha (GALLO et al., 2002). Com base nessa ca-
racterística são desenvolvidas armadilhas luminosas, como àquelas que possuem lâmpadas 
emissoras de UV, atraindo insetos fototrópicos positivos de voo noturno (PICANÇO, 2010).
 
Em relação ao som, os insetos podem perceber faixas de frequências que ultra-
passam 20 khz (o som conhecido como ultrassom, imperceptível pelo ouvido humano). 
Existem duas formas principais para o controle de insetos utilizando o som: (i) por meio 
do aquecimento e ressonância causados pela intensa energia empregada; (ii) por meio 
do emprego de diferentes frequências, que causam atração ou repelência. Em relação 
ao aquecimento e ressonância, o emprego do som se restringe a ambientes confinados, 
devido ao alto custo desse tipo de energia. Como exemplo de controle, o emprego de 
ondas sonoras de 39 khz causou a mortalidadetotal de Sitophilus oryzae, uma praga de 
grãos armazenados (GALLO et al., 2002). O emprego de frequências de som para atração 
ou repelência de insetos afeta o comportamento desses, não causando, diretamente, sua 
mortalidade. Como atraente, o som tem sido empregado no controle de pernilongos e 
paquinhas, ao simular o som emitido pelas fêmeas e assim capturar os machos. Como 
repelente, os ultrassons de 25 a 50 khz simulam os sons produzidos por morcegos preda-
dores de mariposas, afastando essas pragas das plantas hospedeiras (GALLO et al., 2002). 
Outros métodos de controle físico têm sido utilizados em situações específicas, 
como o uso do fogo controlado (no combate a cochonilhas em pastagens e cana-de-
açúcar); a queima de restos culturais (no controle da broca, do bicudo e da lagarta-rosada 
em algodoeiro); e a irrigação por inundação ou a drenagem do solo (no controle de pragas 
como gorgulhos-aquáticos e pão-de-galinha, em arroz irrigado) (GALLO et al., 2002). 
2.4 MÉTODOS CULTURAIS
São os mais antigos métodos de manejo das populações de pragas. Consistem 
em práticas culturais que requerem conhecimentos prévios sobre a Biologia e Ecologia 
das pragas. De acordo com Hill (2022) essas práticas se baseiam, sobretudo, em três 
tipos de estratégias: 
66
1. tornar o ambiente desfavorável para as pragas, interferindo nas suas preferências 
por oviposição, bem como na localização das plantas hospedeiras por indivíduos em 
diferentes estádios de vida (HILL, 2022);
2. tornar a cultura indisponível para a praga no espaço e no tempo, baseando-se na 
bioecologia da praga, especialmente nos seus hábitos de dispersão e hibernação 
(HILL, 2022);
3. reduzir a sobrevivência da praga, seja pela criação de condições favoráveis ao desen-
volvimento de inimigos naturais, ou alterando a suscetibilidade das plantas ao ataque 
de pragas (HILL, 2022). Dentre as práticas culturais mais comuns, destacam-se:
• Adubação – Parte-se da premissa de que uma planta equilibrada nutricionalmente 
apresenta maior resistência ao ataque de pragas. Entretanto, deve-se tomar cuidado 
com os excessos. Por exemplo, o excesso da adubação nitrogenada na cultura do ar-
roz favoreceu a incidência do percevejo-do-colmo (MARTINS et al., 2021). Já a aplica-
ção de altas doses de fósforo e potássio contribuíram para o aumento populacional do 
percevejo-verde-pequeno na cultura da soja (CARDOSO; CIVIDANES; NATALE, 2002). 
• Culturas armadilhas – Culturas armadilhas (muitas vezes pequenos cultivos 
realizados antes da cultura principal) são plantas atraentes que podem ser usadas 
para desviar o ataque de pragas da principal. A cultura armadilha deve ser colhida 
e os restos culturais destruídos antes que as pragas se reproduzam (HILL, 2022).
• Destruição de plantas voluntárias e plantas daninhas – As plantas voluntárias 
são aquelas plantas da cultura que germinam e emergem após a sua colheita (AGRO 
BAYER BRASIL, 2022). Tanto as plantas voluntárias, quanto as plantas daninhas, são 
muito atrativas para pragas e servem como hospedeiros alternativos, sendo um ponto 
focal para futuras infestações. Durante a destruição dessas plantas, contudo, deve-se 
tomar o cuidado para não destruir possíveis habitats de inimigos naturais (HILL, 2022).
• Época de plantio e colheita – Para algumas pragas, uma simples antecipação ou 
adiamento do plantio ou colheita pode causar uma diminuição no ataque. Essas 
ações permitem que as plantas se estabeleçam e tolerem os ataques de pragas, ou 
ainda, que o seu ciclo não coincida com a época em que a praga é abundante ou 
está em período de oviposição (HILL, 2022). Como exemplo, a antecipação da época 
do plantio na cultura do algodão é realizada no controle da lagarta-rosada. A colheita 
antecipada é utilizada como controle do gorgulho-do-milho. Já a antecipação do 
plantio do sorgo é útil no controle da mosca-do-sogro (GALLO et al., 2002). 
• Espaçamento e densidade de plantio – A alteração da disposição das plantas na 
área de cultivo tende a afetar a população de pragas existente no local. Na cultura do 
café, por exemplo, a adoção de espaçamentos menores (plantios mais adensados) 
criam um microclima úmido, desfavorável ao desenvolvimento do bicho-mineiro 
(REVISTA CULTIVAR, 2020). Por outro lado, a broca-do-café se desenvolve melhor em 
ambientes úmidos, fazendo com que plantios mais espaçados, com menor umidade, 
maior arejamento e penetração de luz, reduzam a incidência da praga (CHBAGRO, 2021).
• Irrigação – Em locais onde há disponibilidade de água em abundância, a irrigação por 
inundação pode ser usada no controle de pragas (HILL, 2022). Em outras áreas, a irri-
gação por aspersão pode contribuir para a redução da população de pragas pequenas, 
como os pulgões, tripes etc. que são eliminados por lavagem (GALLO et al., 2002).
67
• Isolamento da cultura – A localização das culturas umas em relação às outras 
e o seu grau de isolamento podem afetar a probabilidade de serem invadidas por 
pragas. A instalação de novos cultivos em locais isolados de outros do mesmo tipo 
ou de plantas nativas que hospedam pragas em comum é uma maneira de reduzir 
a probabilidade de ataque (HILL, 2022). 
• Manejo das áreas adjacentes – As áreas do entorno (bordaduras) podem ser 
manejadas de maneira que proporcionem condições favoráveis aos inimigos 
naturais das pragas. Podem ser usadas plantas com flores atrativas para predadores 
e parasitas, tornando o ambiente inóspito para as pragas (HILL, 2022).
• Poda – É uma técnica empregada em culturas perenes como meio de controle de 
pragas como brocas, cochonilhas etc. É frequentemente realizada na fruticultura 
(GALLO et al., 2002).
• Preparo do solo – O preparo do solo pode ser uma forma de controle de pragas edáfi-
cas de diversas maneiras: (1) trazendo larvas e pupas para a superfície do solo, expon-
do-as à insolação direta, aos impactos das gotas de chuva, e à predação; (2) provo-
cando danos diretos às pragas que habitam o solo; (3) destruindo resíduos culturais, 
que abrigam pragas que podem invadir novas lavouras; (4) enterrando os resíduos a 
profundidades nas quais a emergência das pragas se torne impossível (HILL, 2022).
• Rotação de culturas – Uma rotação efetiva é aquela em que uma planta de uma 
família é sucedida por outra de família diferente que não seja hospedeira da praga 
a ser controlada. As rotações mais comuns incluem gramíneas, leguminosas e 
raízes/tubérculos. Esse método é eficaz no controle de pragas que têm alcance 
e dispersividade reduzidos e/ou que não sobrevivem por mais de uma safra 
longe de seus hospedeiros. As pragas mais sujeitas à – rotação de culturas são 
espécies pouco móveis, que habitam o solo, que apresentam uma gama restrita de 
hospedeiros e que têm ciclo de vida de 1 ano ou mais (HILL, 2022).
• Sistema de plantio direto - Se, por um lado, a adoção desse sistema de cultivo 
tende a favorecer algumas pragas que habitam o solo (devido às alterações que 
provoca no regime hídrico, estrutura, temperatura, disponibilidade de nutrientes 
etc.), o microclima criado pode ser danoso a populações de pragas da parte aérea, 
uma vez que favorece o desenvolvimento de agentes patogênicos, como o fungo 
Entomophthora, que ataca pulgões (GALLO et al., 2002).
2.5 MÉTODO DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO
As pragas utilizam odores para seleção do hospedeiro, escolha de locais de 
oviposição, acasalamento, organização das atividades sociais, defesa contra predadores 
e diversos outros tipos de comportamento (PICANÇO, 2010). No controle de pragas, a 
manipulação comportamental envolve o uso de substâncias químicas denominadas 
semioquímicos. Os semioquímicos podem ser feromônios (envolvidos na comunicação 
entre indivíduos da mesma espécie) ou aleloquímicos (envolvidos na comunicação entre 
indivíduos de espécies diferentes) (GALLO et al., 2002). 
68
Em relação a utilização de feromônios, o controle de pragas pode ser feito de 
algumas formas (PICANÇO, 2010):
a) Planta isca – São colocados feromônios em faixas de culturasarmadilhas instaladas 
em áreas próximas à cultura principal, as quais servirão de isca para atração, captura 
e destruição da praga (PICANÇO, 2010).
b) Confundimento – As áreas são saturadas com feromônio sexual, reduzindo as 
chances de encontros e/ou agregação dos sexos e, consequentemente, dificultando 
o acasalamento das pragas. (PICANÇO, 2010).
Quanto ao uso de aleloquímicos no controle de pragas, tais substâncias 
podem ser empregadas como atraentes ou repelentes (GALLO et al., 2002), conforme 
demonstrado a seguir: 
a) Atração com plantas iscas – Podem ser usadas partes da própria planta como 
atraentes de alimentação por conterem elementos nutritivos como terpenos, glico-
sídeos, fenóis, alcaloides etc., essas substâncias acabam sendo detectadas pelos 
órgãos sensitivos das pragas, atraindo-as (GALLO et al., 2002). Como exemplo, para 
atração e controle do moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus) são cortadas 
seções de pseudocaule de bananeira em formato de telha ou queijo. Já para a broca-
-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum), as iscas consistem em pedaços 
de estirpe de 0,50 m com a parte aparada para baixo. Após alguns dias, os besouros 
alojados são coletados e destruídos (PICANÇO, 2010). 
b) Atração com outros produtos – Pode-se utilizar outros estimulantes alimentares 
que não sejam a cultura propriamente dita. Como exemplos de atrativos incluem-se 
o sal de cozinha (percevejos da soja); iscas açucaradas (moscas-das-frutas); iscas 
com farináceos (grilos, mariposas, lesmas e formigas) (PICANÇO, 2010).
c) Repelência – Repelentes são substâncias de baixo peso molecular, geralmente 
voláteis, que afastam as pragas da fonte produtora. Como exemplo, podem ser 
citados os óleos de citronela, de pinheiro e de eucalipto. O uso de folhas secas de 
eucalipto-cheiroso (Eucalyptus citriodora), por exemplo, tem sido recomendado para 
o controle de gorgulhos (GALLO et al., 2002). Pós feitos a partir de casca de laranja e 
folhas de erva-de-santa-maria também apresentado bons resultados no controle de 
insetos como o caruncho-do-feijoeiro (GALLO et al., 2002).
Além do uso de feromônios e aleloquímicos, outro método de controle por 
comportamento é a esterilização de insetos. Atualmente, o método mais usado é a 
esterilização de machos por radiação ionizante, proveniente de radioisótopos como 
o Co60 e Cs137. Essa técnica consiste na exposição de indivíduos machos a raios 
gama, e posterior liberação na natureza. Tal exposição provoca quebras nas células 
germinativas, induzindo a mutações letais nos espermatozoides. Quando os óvulos de 
fêmeas selvagens são fertilizados pelo esperma de machos irradiados, a divisão celular 
é rompida e o embrião morre (IMPERATO; RAGA, 2015). Se muitos machos estéreis forem 
69
liberados na natureza, essa técnica pode erradicar uma praga em curto prazo, desde 
que o local onde se deseja realizar o controle seja isolado de outras áreas e/ou protegido 
contra imigrações de populações de áreas adjacentes (GALLO et al., 2002).
2.6 MÉTODO GENÉTICO E DE RESISTÊNCIA DE PLANTAS
A resistência de plantas a insetos pode ser considerada um método de controle 
cultural, mas para fins didáticos, esse método será abordado em um tópico separado. 
Por resistência de plantas, entende-se o uso de variedades de plantas resistentes, 
capazes de suprimir os danos causados por pragas de insetos. Por ser uma prática que 
não causa prejuízos ao ambiente, nem representa um ônus adicional ao produtor, a 
resistência das plantas deve ser usada em conjunto com outras técnicas de controle de 
pragas (GALLO et al., 2002).
No sentido mais amplo, a resistência de plantas é definida como a soma relativa 
das qualidades hereditárias presentes numa planta que diminuem a intensidade do 
dano provocado pela praga quando comparado ao dano causado a uma planta sem 
essas qualidades (GALLO et al., 2002). Na prática, uma cultivar resistente é aquela que 
produz mais em relação a uma cultivar suscetível, quando ambas são atacadas por 
pragas em um mesmo nível populacional (TEETES, 1985). Isso significa que a resistência 
das plantas é relativa, pois baseia-se na comparação com plantas sem os caracteres de 
resistência, ou seja, plantas suscetíveis (TEETES, 1985).
Os genótipos podem apresentar diferentes níveis de resposta em relação ao 
ataque de pragas, o que permitiu se estabelecer cinco graus de resistência: imunidade, 
alta resistência, resistência moderada, suscetibilidade e alta suscetibilidade (GALLO et 
al., 2002). A seguir serão detalhados cada um deles, conforme Gallo et al. (2002):
1. Imunidade – Quando a planta não sofre dano da praga sob nenhuma hipótese. 
Trata-se de um conceito teórico, uma vez que o simples fato de o inseto estar 
presente, se alimentando, já descartaria o uso desse termo.
2. Alta resistência – A planta sofre um dano pequeno em comparação com as 
demais.
3. Resistência moderada – A planta sofre um dano um pouco menor em relação às 
demais.
4. Suscetibilidade – O dano na planta é semelhante ao que ocorre nas demais.
5. Alta suscetibilidade – A planta sofre um dano maior que as demais. 
De acordo com Teetes (1985), a resistência de plantas também pode ser 
analisada de outro modo, levando-se em consideração a modificação na relação entre a 
praga e sua planta hospedeira. Com base nisso, serão apresentados três tipos principais 
de resistência: antibiose, antixenose (ou não preferência) e tolerância.
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1. Antibiose – De acordo com Picanço (2010), a resistência por antibiose pode resultar 
em situações como: aumento da mortalidade de larvas jovens, crescimento anormal, 
conversão alimentar prejudicada, dificuldade para empupar, má-formação de adultos, 
anomalias no armazenamento de reservas para a dormência, decréscimo na fecun-
didade e redução da longevidade e reprodução da praga. Essas situações podem ser 
causadas por uma série de fatores, tais como: presença de substâncias tóxicas na 
planta, como enzimas ou compostos que inibem os processos digestivos normais, 
e consequentemente, afetam a conversão dos alimentos em nutrientes essenciais.
2. Antixenose – É expressa pela não preferência do inseto a uma planta resistente, 
para atividades como alimentação, oviposição, ou abrigo, em comparação com uma 
planta suscetível.
3. Tolerância – Trata-se da capacidade da cultura em suportar as injúrias sofridas pela 
praga, sem que isso afete a produtividade (PIANÇO, 2010). A tolerância pode resultar 
da presença dos seguintes fatores, que podem atuar em conjunto ou isoladamente: 
vigor das plantas; regeneração dos tecidos injuriados; produção adicional de ramos; 
utilização pela praga de partes não vitais da planta; compensação lateral por plantas 
vizinhas (PICANÇO, 2010).
Ainda sobre a tolerância, existem alguns casos em que as plantas individuais 
de uma determinada área são susceptíveis, contudo, o conjunto de todas as plantas é 
tolerante ao ataque de pragas. A soja, por exemplo, é um bom exemplo de planta em 
que há compensação pela comunidade (PICANÇO, 2010).
Em alguns casos pode acontecer um fenômeno chamado “pseudoresistência”, 
quando algumas plantas sofrem menos danos que outras, sem que de fato sejam 
resistentes. Para Gallo et al. (2002), existem três casos principais de pseudoresistência:
1. Escape – As plantas não são atacadas por mero acaso. Apesar de mais comum 
em baixos índices de infestação de pragas, o escape pode acontecer sob altas 
infestações. Normalmente é detectado nas repetições de experimentos ou em 
testes de progênie.
2. Evasão hospedeira ou assincronia fenológica – Nesse caso, a fase de maior 
suscetibilidade da planta coincide com o período em que a densidade populacional 
da praga está reduzida. Com base nisso, podem ser utilizados variedades mais 
precoces para controlar certas pragas, como é o caso da mosca-do-sorgo.
3. Resistência induzida – Como o próprio nome sugere, as plantas são induzidas (por 
meio de fatores bióticos, como o próprio ataque de pragas e abióticos, como estresse 
hídrico, metaispesados etc.) a produzirem substâncias de defesa conhecidas como 
fitoalexinas.
Também podem ser considerados como pseudoresistência as situações nas 
quais a proporção de órgãos praguejados é menor devido ao fato de a planta produzi-
los em maior quantidade para compensar o menor tamanho. Isso ocorre, por exemplo, 
em cultivares de soja com grãos menores que são menos danificados pelos percevejos 
(GALLO et al., 2002). 
71
De modo geral, o uso de variedades resistentes a pragas é econômica e ecologi-
camente vantajoso. Os benefícios econômicos se devem tanto pela redução dos prejuízos 
provocados em razão das injúrias nas plantas (reduzindo sua produtividade), quanto pela 
economia em função da não aplicação de inseticidas (que teriam sido aplicados em varie-
dades suscetíveis). Além disso, muitas vezes as sementes de cultivares resistentes a de-
terminadas pragas não custam mais, ou há uma pequena diferença de preço em relação 
às cultivares suscetíveis. Os benefícios ambientais se devem ao aumento da diversidade 
de espécies no agroecossistema, em parte devido à redução no uso de inseticidas. O au-
mento da diversidade de espécies aumenta a estabilidade do ecossistema, promovendo 
um sistema mais sustentável pela preservação dos recursos naturais (TEETES, 1985).
No Brasil, a utilização de variedades resistentes por meio de plantas transgênicas 
tem sido um dos métodos utilizados no manejo de pragas. Essa tecnologia se baseia no 
uso de plantas geneticamente modificadas com genes provenientes de outra espécie 
que conferem resistência a pragas. Um dos maiores casos de sucesso é a utilização 
de plantas transgênicas (e.g. milho e soja) que contém genes da bactéria Bacillus 
thuringiensis (Bt), os quais são responsáveis pela produção de toxinas bioinseticidas 
(conhecidas como proteínas cry) que afetam o trato digestivo, causando o vazamento de 
íons e dano osmótico às células do intestino, assim como a desintegração do mesêntero, 
o que leva a morte dos insetos que se alimentam dessas plantas (LIMA, 2013). 
2.7 MÉTODO QUÍMICO
Inseticidas e acaricidas são substâncias químicas ou biológicas que aplicadas di-
reta ou indiretamente sobre insetos e ácaros, em doses adequadas, provocam sua morte. 
Existe uma dose mínima necessária desses produtos para matar a praga. A concentração 
da dose varia conforme os produtos existentes, diferentes reações fisiológicas dos insetos 
e ácaros etc. (GALLO et al., 2002). Devido à sua toxicidade em relação ao homem, animais 
e plantas, houve a necessidade de se estabelecer normas quanto ao uso desses produ-
tos, de forma que o controle de pragas e aumento da produção ocorra com consequên-
cias reduzidas a outros organismos e ao meio ambiente (GALLO et al., 2002). 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou o 
AGROFIT, um banco de dados para a consulta sobre agrotóxicos e afins 
registrados para uso no Brasil. Essa ferramenta possibilita a utilização 
de filtros de pesquisa por marca comercial, cultura, ingrediente ativo, 
classificação toxicológica e classificação ambiental, permitindo o acesso a 
informações sobre produtos registrados para controle de pragas (insetos, 
doenças e plantas daninhas), com textos explicativos e fotos. Você pode 
acessá-lo por meio do seguinte endereço eletrônico: hhttp://agrofit.
agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons.
DICA
72
Existem diversas formulações de inseticidas que permitem que o produto seja 
utilizado da forma mais conveniente ao usuário. Desse modo, são empregadas algumas 
técnicas como a mistura de substâncias inertes, sólidas ou líquidas (GALLO et al., 2002). 
Os compostos inertes são substâncias de baixo custo, neutras e que são utilizadas para 
a diluição do inseticida puro, funcionando como um veículo do produto. São exemplos 
de inertes, amianto, apatita, areia, argila calcinada, atapulgita, bentonita, calcita, caolim, 
diluentes vegetais (polpas, farinhas, resíduos vegetais diversos), enxofre, talco etc. 
Esses produtos funcionam bem na diluição dos inseticidas empregados na forma de pó 
(GALLO et al., 2002).
A seguir serão apresentadas algumas formulações de inseticidas (e acaricidas) 
encontrados no mercado (GALLO et al., 2002).
1. Pó seco – Ou apenas pó para aplicação em sementes, plantas, animais ou no solo.
2. Pó molhável – Nessa formulação o produto recebe um agente molhante, que é 
uma substância de alto grau de absorção, que permite a formação de suspensões 
estáveis em água.
3. Pó solúvel – Formulação em que os ingredientes ativos são sólidos e solúveis em 
água. Apresentam aspecto moído ou de pequenos cristais que devem ser dissol-
vidos em água antes da aplicação. É a formulação ideal uma vez que permite uma 
mistura perfeita. 
4. Granulados – São formulados na forma de grânulos pequenos, empregados 
normalmente no controle de pragas do solo, ou, quando sistêmicos, para o controle 
de algumas pragas sugadoras da parte aérea das plantas.
5. Concentrados emulsionáveis, emulsão concentrada ou emulsões e 
dispersões aquosas – Os produtos são dissolvidos em determinados solventes, 
em concentrações elevadas e adicionados a substâncias emulsificantes. Quando 
misturados com água, formam emulsões de aspecto leitoso.
6. Aerossóis – São acondicionados em recipientes resistentes a pressões, uma vez que 
com estes são adicionados solventes altamente voláteis, os quais em contato com 
o meio ambiente, evaporam, deixando as partículas inseticidas em suspensão no ar.
7. Microencapsulado – Nessa formulação, as partículas do inseticida são envolvidas 
por uma parede fina e porosa composta por polímeros. Esse revestimento é 
chamado de microcápsula e assegura uma liberação mais lenta do produto, com 
maior segurança para o aplicador. 
8. Espalhantes adesivos – São substâncias adesivas que permitem a fixação dos 
inseticidas na superfície das plantas, permitindo uma maior eficiência de aplicação. 
Geralmente são adicionados às soluções aquosas ou suspensões que serão 
pulverizadas nas folhagens ou frutas, permitindo que o produto cubra os tecidos 
vegetais com maior uniformidade.
Existem diversas classificações de inseticidas, as quais serão abrangidas com 
maior detalhe no tópico sobre toxicologia de inseticidas. Por hora, falaremos sobre 
inseticidas sistêmicos e de contato. 
73
Os inseticidas sistêmicos são aqueles que, aplicados nas folhas, ramos, raízes ou 
no solo, são absorvidos pela planta e translocados com a seiva para várias regiões, atuando 
sobre insetos sugadores, ou, algumas vezes, sobre os mastigadores em estágios iniciais 
de desenvolvimento (GALLO et al., 2002). Esses produtos apresentam vantagens como: 
menor desequilíbrio biológico; ação quase que exclusiva sobre insetos sugadores (possibi-
litando o controle daqueles que se encontram em locais de difícil penetração dos insetici-
das de contato); menor perda em função da lavagem por chuva ou irrigação; não requerem 
uma cobertura perfeita sobre as plantas. Como desvantagens incluem-se a ação quase 
que exclusiva sobre pragas sugadoras; baixíssima eficiência em plantas de porte elevado; 
não funcionam em plantas que se encontram em período de repouso; geralmente são 
muito tóxicos ao homem, sobretudo, por ação de contato (GALLO et al., 2002).
Os inseticidas de contato, como o próprio nome sugere, são aqueles em que 
a eficiência da aplicação depende da penetração do produto na superfície do corpo 
das pragas. A vantagem do uso desses produtos está no amplo espectro de pragas 
que podem ser controladas (pois não há restrições quanto ao tipo de aparelho bucal 
das pragas, nem ao porte da planta). Por outro lado, apresentam desvantagens como, 
necessidade de boa cobertura das plantas, limitações quanto ao controle de pragas 
que ficam localizadas em superfícies protegidas (no interior das folhas e do solo, por 
exemplo) e baixa seletividade aos inimigos naturais (GALLO et al., 2002). 
A aplicação dos inseticidas pode ser feita de diversas formas (polvilhadeiras, 
granuladeiras, pulverizadores,dentre outros). A seguir são elencadas algumas dessas 
formas de aplicação (GALLO et al., 2002):
• Polvilhadeiras – São máquinas que possuem um depósito com agitador mecânico, 
uma moega de alimentação e um regulador de saída do pó, que é impulsionado pela 
corrente de ar que é produzida por diversos processos, que dependem do tipo de 
máquina. Há polvilhadeiras manuais (possuem uma ventoinha que é acionada por 
uma alavanca pela mão do aplicador) que possuem um baixo alcance, com a faixa 
de tratamento alcançando aproximadamente cinco metros; motorizadas (a corrente 
de ar é produzida por um motor, seja acionando uma ventoinha ou produzindo 
diretamente a corrente de ar), as quais atingem faixas de tratamento de 10 a 20 
metros; tratorizadas (a corrente de ar é produzida pelo motor, atingindo uma faixa 
de tratamento de 20 a 50 metros); avião (o pó é aplicado e propagado pelo próprio 
motor do avião ou pelo deslocamento de ar provocado pela própria velocidade do 
avião, com a faixa de tratamento atingindo de 15 a 20 metros.
• Granuladeiras – Possuem depósito com moega de alimentação e regulador de 
saída, contendo agitador ou não. Podem ser manuais, a tração animal, tratorizadas 
e por avião. A granuladeira mais simples conhecida e difundida é a matraca, que foi 
inspirada na semeadora manual. É muito utilizada na cultura de café e citros para 
aplicação de inseticida granulado no solo.
74
• Pulverizadores – São máquinas em que o líquido é bombeado por pressão para o 
bico, quando parte-se ao ser lançado ao ar, por descompressão. São formados por 
tanque ou depósito, bomba, câmara de ar, tubulações, bicos e registro, podendo ou 
não conter reguladores de pressão. Podem ser manuais, motorizados e tratorizados.
Ainda há a aplicação de inseticidas por via aérea, com a utilização de aviões 
dotados de barras com vários bicos, e que aplicam inseticidas de diferentes formulações.
O emprego do controle químico deve ser precedido da realização de 
amostragens da intensidade de ataque das pragas à cultura. Esse tipo de controle só 
deve ser adotado quando a densidade das pragas for igual ou superior aos níveis de 
controle. Também devem ser levados em consideração, aspectos como: seletividade 
de inseticidas, rotação de produtos, uso de espalhantes adesivos na calda, emprego de 
equipamento de proteção individual pelos aplicadores, descarte correto de embalagens, 
armazenamento adequado dos produtos, prevenção e cuidados para se evitar 
intoxicações e treinamento dos aplicadores (PICANÇO, 2010). 
Adicionalmente, no controle químico, os produtos devem ser escolhidos de 
forma criteriosa. Deve-se atentar ao seu registro no Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA) e a liberação do uso pelo órgão estadual competente. Também 
se faz necessário observar se o produto não apresenta fitotoxicidade à cultura, bem 
como preferir o uso de produtos pouco ou não tóxicos ao homem e outros animais, 
com o objetivo de oferecer menores riscos de intoxicação aos aplicadores e a fauna 
do agroecossistema. O período de carência do produto também deve ser respeitado, 
tomando-se os cuidados necessários para que não ocorra a contaminação dos recursos 
naturais (PICANÇO, 2010).
2.8 MÉTODO BIOLÓGICO
De acordo com Gallo et al. (2002), Controle Biológico é um fenômeno natural 
entendido como a regulação da população de plantas e animais por inimigos naturais, 
que são conhecidos como agentes de mortalidade biótica. Toda espécie de planta ou 
animal tem inimigos naturais que os atacam em qualquer estágio da vida. Os insetos e 
ácaros, por exemplo, possuem parasitoides e predadores, que podem ser outros insetos 
ou microrganismos, como: fungos, bactérias, vírus, protozoários e nematoides (também 
chamados de entomopatógenos). 
O Controle Biológico hoje é considerado um alicerce do Manejo Integrado de 
Pragas, uma vez que os inimigos naturais mantêm as pragas em equilíbrio, sendo os 
principais responsáveis pela mortalidade natural nos agroecossistemas. De acordo com os 
procedimentos adotados (introdução, conservação e multiplicação), o controle biológico 
pode ser dividido em Controle Biológico Clássico, Natural e Aplicado (GALLO et al., 2002).
75
2.8.1 Controle Biológico Clássico
O Controle Biológico Clássico é o método mais antigo de controle biológico e 
consiste na introdução de inimigos naturais importados da região nativa das pragas 
exóticas presentes no país, visando o seu controle (GALLO et al., 2002). Diversos 
inimigos naturais de pragas foram introduzidos no Brasil, conforme a tabela a seguir:
Tabela 2 – Inimigos naturais introduzidos no Brasil visando ao controle de algumas pragas
Inimigo natural Praga alvo
Acarophenax lacunatus 
Pragas de produtos 
armazenados
Apanteles gelechiidivorus, 
Trichogramma pretiosum 
Traça do tomateiro 
(Tuta absoluta)
Aphelinus abdominalis, Aphelinus asychis, Aphelinus 
flavipes Aphelinus varipes; Aphidius colemani, Aphidius 
ervi, Aphidius picipes, Aphidius rhopalosiphi, Aphidius 
uzbekistanicus, Ephedrus plagiator, Lysiphlebus testacei-
pes, Praon gallicum, Praon volucre; Coccinella septem-
punctata e Hyppodamia quinquensignata
Pulgões em trigo
Cephalonomia stephanoderis Broca do café
Cotesia flavipes
Xanthopimpla stemmator 
Broca da cana-de-açúcar 
(Diatraea saccharalis)
Deladenus siricidicola
Vespa-da-madeira 
(Sirex noctilio)
Diachasmimorpha longicaudata Moscas-das-frutas
Epidinocarsis diversicornis, 
Acerophagus coccois, Aenasius vexans 
Cochonilha-da-mandioca 
(Phenacoccus herreni)
Neodusmetia sangwani 
Cochonilha-das-pasta-
gens (Antonina graminis)
Phytoseiulus persimilis, Typhlodromus pyri, Typhlodroma-
lus tenuiscutus, Amblyseius californicus
Ácaros em hortaliças, 
grandes culturas e fruteiras
Podisus maculiventris Lepidoptera
Prospaltella berlesi 
Conchonilha-branca-do-
-pessegueiro (Psudaula-
caspis pentagona)
Trichogramma atopovirilia 
Ovos da lagarta-do-
cartucho-do-milho 
(Spodoptera frugiperda)
Fonte: adaptado de Picanço et al. (2010)
76
2.8.2 Controle Biológico Natural 
O Controle Biológico Natural refere-se à conservação ou incremento das 
populações de inimigos naturais que ocorrem naturalmente nos agroecossistemas 
(GALLO et al., 2002). De acordo com Picanço (2010) e Michereff Filho et al. (2013), isso 
pode ser feito dos seguintes modos:
• Uso de inseticidas seletivos (seletividade fisiológica de inseticidas);
• Manutenção de plantas floríferas nas áreas de entorno, visto que estas fornecem 
alimento complementar, refúgio e local para reprodução de predadores e parasitoides;
• Manutenção da cobertura do solo com vegetação ou cobertura morta (palhada); 
• Adoção do plantio direto ou cultivo mínimo; 
• Uso de policultivos (consórcios ou faixas de cultivo);
• Preservação das áreas de mata nativa no entorno da cultura, as quais atuam como 
ilhas de reposição de inimigos naturais; 
• Uso de produtos alternativos (sobretudo, inseticidas) de baixo impacto sobre 
inimigos naturais.
O uso de inseticidas seletivos talvez se constitua como o principal instrumento de 
preservação das populações de inimigos naturais nos sistemas agrícolas. A seletividade 
pode ser classificada em seletividade ecológica e fisiológica. A seletividade fisiológica 
consiste no uso de inseticidas que sejam mais tóxicos à praga do que aos seus inimigos 
naturais. Já a seletividade ecológica relaciona-se a formas de utilização dos inseticidas 
de modo a minimizar a exposição do inimigo natural ao inseticida (PICANÇO, 2010).
Assim, para a preservação dos inimigos naturais, é preciso utilizar inseticidas que 
possuam seletividade fisiológica. Quando usados na dose recomendada, os inseticidas 
que possuem seletividade fisiológica reduzem a mortalidade dos inimigos naturais em 
até 80%. Adicionalmente, se faz necessário reduzir a exposição dos inimigos naturais aos 
produtos químicos, por meio do uso de inseticidas com seletividade ecológica (PICANÇO, 
2010). De acordo com Picanço (2010), isso pode ser feito dos seguintes modos:
• Horáriode aplicação dos produtos – Aplicações devem ser realizadas em 
horários de baixa temperatura do ar (entre o final da tarde e o início da manhã). 
Nesses períodos, a movimentação dos inimigos naturais é menor e, portanto, eles 
estão menos expostos a ação dos inseticidas. 
• Redução do contato dos produtos com os inimigos naturais – Isso pode ser fei-
to, por exemplo, estudando os hábitos dos inimigos naturais. Sabe-se que a aplicação 
por pulverização afeta significativamente os indivíduos que estão sobre as plantas. Já 
a aplicação via solo, afeta diretamente àqueles que vivem no interior do solo. Conhe-
cendo isso, o responsável pela aplicação deve usar o produto de modo que cause o 
menor impacto, como por exemplo, a utilização de inseticidas sistêmicos (caso os ini-
migos naturais se encontrem no solo), pois este será translocado via sistema vascular 
para a parte aérea das plantas, afetando as pragas que atacam aquela região. Além 
77
disso, deve-se verificar o tipo de aparelho bucal desses agentes, uma vez que inimi-
gos naturais de aparelho bucal do tipo mastigador são menos afetados por inseticidas 
sistêmicos em relação àqueles que apresentam o tipo sugador. 
Para entender melhor o conceito de Controle Biológico Aplicado, 
precisamos diferenciar predadores de parasitoides. Predadores são 
organismos de vida livre durante todo o seu ciclo de vida, e que matam a 
presa para depois se alimentarem. Geralmente são maiores do que suas 
presas e precisam consumir mais de um indivíduo para completar o seu 
desenvolvimento (GALLO et al., 2002). Um exemplo de uso de predadores 
no Controle Biológico Aplicado é a utilização de joaninhas (Cryptolaemus 
montrouzieri) sobre cochonilhas e pulgões (SANCHES; CARVALHO, 2010). 
Os parasitoides, por sua vez, causam uma mortalidade lenta das presas, 
pois precisam do hospedeiro vivo, produzindo os nutrientes a serem 
consumidos por eles. Geralmente só precisam de um indivíduo para 
completar o seu ciclo. Um exemplo de uso de parasitoides no Controle 
Biológico Aplicado é a vespa Cotesia flavipes sobre lagartas da broca da 
cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) (SOUZA et al., 2014).
IMPORTANTE
No Brasil a primeira introdução de inimigos naturais foi realizada em 1921, com 
a importação de Prospaltela berlesi (Aphelinidae) oriunda dos EUA para o controle 
da cochonilha-branca-do-pessegueiro (Pseudaulacaspis pentagona). Atualmente, 
diversos inimigos naturais são produzidos em biofábricas instaladas em diversas 
localidades e comercializados para uso em programas de Controle Biológico Aplicado 
de pragas agrícolas (GALLO et al., 2002) (Tabela 3). 
Tabela 3 – Exemplos de inimigos naturais comercializados no Brasil para uso no Controle Biológico Aplicado
Inimigo natural Praga alvo
Predadores
Podisus spp. (Hemiptera) Lagartas desfolhadoras de eucalipto
Parasitoides
Parasitoides de larvas
Cotesia flavipes (Hymenoptera) Broca da cana-de-açúcar (D. saccharalis)
Parasitoides de ovos
Trichogramma galloi (Hymenoptera) Broca da cana-de-açúcar e outros 
lepidópteros
Trichogramma pretiosum (Hymenoptera) Traça do tomateiro e outros lepidópteros
Trissolcus basalis (Hymenoptera) Percevejos da soja
78
Entomopatógenos (controle microbiano)
Bactérias entomopatogênicas
Bacillus thuringiensis var. kurstaki Lagartas (Lepidoptera)
Fungos entomopatogênicos
Beauveria bassiana Ácaro rajado, broca do café e moleque da 
bananeira
Metarhizium anisopliae Cigarrinhas da cana,cigarrinhas de 
pastagem e cupins
Sporothrix insectorum Percevejo-de-renda-da-seringueira 
(Leptopharsa heveae)
Vírus entomopatogênicos
Baculovirus anticarsia Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)
Baculovirus spodoptera Lagarta-do-cartucho-do-milho 
(Spodoptera frugiperda)
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
Como todo método de controle de pragas, o Controle Biológico apresenta 
vantagens e desvantagens que devem ser analisadas pelo usuário para uma boa 
tomada de decisão. Entre as vantagens, incluem-se a proteção da biodiversidade do 
agroecossistema; a especificidade (não causa desequilíbrios na comunidade); a ausência 
de resíduos (em alimentos, água e solo); a ausência de danos a insetos polinizadores; 
o aumento do lucro do agricultor e a redução da dependência de produtos derivados 
de petróleo. Como desvantagens do Controle Biológico estão a especificidade (pragas 
requerem inimigos naturais específicos, logo, em culturas que possuem muitas pragas 
talvez seja necessário a complementação com outros métodos de controle); por vezes, 
esse método é de difícil implantação pelo nível cultural do agricultor, pois requer um 
conhecimento tecnológico mais aprofundado (GALLO et al., 2002).
2.9 CONTROLE DE PRAGAS AGRICULTURA ORGÂNICA
O pesquisador Francis Chaboussou formulou em 1967 a Teoria da Trofobiose, 
segundo a qual “todo processo vital está na dependência da satisfação das necessidades 
dos organismos vivos, sejam eles vegetais ou animais”. Isso significa que a planta, ou mais 
precisamente, o órgão vegetal, será atacado somente quando seu estado bioquímico, 
determinado pela natureza e pelo teor de substâncias nutritivas solúveis (tais como, 
açúcares e aminoácidos), corresponder às exigências tróficas (de alimentação) da praga 
ou do patógeno em questão. Com base nisso, a agricultura orgânica tem se baseado 
no equilíbrio nutricional (químico e fisiológico) das plantas, buscando maior estabilidade 
energética e metabólica do vegetal (GALLO et al., 2002, s.p.). 
79
Como principais medidas de controle orgânico de pragas nos agroecossistemas, 
incluem-se, o emprego de variedades resistentes e de adubos orgânicos associados 
à aplicação de fitoprotetores (fungos, bactérias e vírus), além de extratos de plantas 
inseticidas e caldas fertiprotetoras ou fitoestimulantes (sulfo-cálcica, bordalesa, viçosa, 
dentre outras) e biofertilizantes líquidos (GALLO et al., 2002).
O uso de produtos à base de microrganismos como fungos (Beauveria bassiana 
e Metarhizium anisopliae) em dosagens variadas (de 1 a 5 kg/ha), tem sido adotado 
de forma eficiente no controle de Cosmopolites sordidus, Tetranychus urticae, pulgões 
e cochonilhas no contexto da agricultura orgânica de vários países, inclusive o Brasil 
(GALLO et al., 2002). 
Extratos de plantas da família Meliaceae, como santa-bárbara (Melia azedarach) 
e, sobretudo, o nim (Azadirachta indica) vêm sendo utilizados no controle de pragas 
de plantas e parasitas de animais. O nim tem como princípio ativo a azadiractina, bem 
como outros triterpenoides e limonoides, que agem em conjunto, aumentando a ação 
inseticida e acaricida desses produtos (GALLO et al., 2002). 
As caldas sulfocálcica, bordalesa e viçosa, são exemplos de caldas fertiprotetoras 
usadas no controle de pragas e reestabelecimento do equilíbrio trófico das plantas 
(pelo fornecimento de nutrientes como cálcio, cobre, enxofre e outros nutrientes). A 
caldasulfocálcica é uma mistura de polissulfetos de cálcio resultante de uma reação 
de oxirredução do enxofre na mistura com o cálcio, após dissolução e fervura em água 
quente. Já as caldas bordalesa e viçosa, são derivadas da mistura do sulfato de cobre 
com óxido de cálcio ou cal virgem (GALLO et al., 2002).
Já os biofertilizantes líquidos são produtos que resultam da fermentação 
aeróbica ou anaeróbica de resíduos orgânicos de origem animal e vegetal, aplicados 
na forma de caldas fertiprotetora. Devido à sua composição (enzimas, antibióticos, 
vitaminas, toxinas, fenóis, ésteres fitormônios e ácidos), além de promover a nutrição 
das plantas, esses produtos possuem uma ação inseticida/acaricida ou de repelência a 
insetos e ácaros (GALLO et al., 2002). 
80
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• O Controle Legislativo consiste na criação de normas que regem o cumprimento de 
medidas de controle, sobretudo em relação aos serviços quarentenários.
• O Controle Mecânico envolve a instalação de armadilhas adesivas e barreiras, bem 
como, a catação manual; resultando na redução ou supressão das populaçõesde 
pragas.
• O Controle Físico consiste na manipulação do ambiente, abrangendo a modificação 
de temperatura e umidade; e a utilização de radiação eletromagnética e ondas 
sonoras.
• O Controle Cultural envolve a adoção de práticas agronômicas visando tornar o 
ambiente desfavorável para as pragas; a cultura indisponível paras as pragas no 
espaço e no tempo; e reduzir a sobrevivência das pragas no campo.
• O Controle por Comportamento envolve o uso de semioquímicos (envolvidos na co-
municação dentro da mesma espécie) ou aleloquímicos (entre espécies diferentes).
• O Controle Genético (Resistência de Plantas) consiste no uso de variedades de 
plantas resistentes, sendo uma prática considerada pouco danosa ao meio ambiente.
• O Controle Químico abrange o uso de inseticidas e acaricidas cuja concentração da 
dose varia conforme os produtos existentes, as diferentes reações fisiológicas dos 
insetos e ácaros, dentre outros aspectos. Além disso, existem diversas formulações 
e métodos de aplicação desses produtos. 
• O Controle Biológico visa a mortalidade natural das pragas no campo, podendo ser 
natural (incremento das populações de inimigos naturais que ocorrem naturalmente 
nos agroecossistemas) ou aplicado (liberação de predadores ou parasitoides nos 
agroecossistemas, após sua produção massal em laboratório)
• O Controle Orgânico abrange o emprego de variedades resistentes e de adubos 
orgânicos associados ao uso de fitoprotetores (fungos, bactérias e vírus), além de 
extratos de plantas inseticidas e caldas fertiprotetoras ou fitoestimulantes (sulfo-
cálcica, bordalesa, viçosa, dentre outras) e biofertilizantes líquidos .
81
AUTOATIVIDADE
1 A Convenção Internacional de Proteção Fitossanitária (CIPF), promovida pela FAO 
no ano de 1997, fundamentou o conceito de pragas quarentenárias, classificando 
esses organismos em dois grupos: a1 e A2. Com base nessa classificação, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) Pragas quarentenárias A1 são aquelas que têm importância econômica potencial 
para uma área de risco, estando presentes na área.
b) ( ) Pragas quarentenárias A1 são aquelas que têm importância econômica potencial 
para uma área de risco, possuem disseminação restrita e estão sob controle oficial. 
c) ( ) Pragas quarentenárias A1 são aquelas que têm importância econômica potencial 
para uma área de risco e não estão presentes na área.
d) ( ) As pragas quarentenárias A2 possuem importância econômica potencial para 
uma área de risco, estando presentes na área.
2 O controle mecânico inclui medidas que envolvem o emprego de máquinas ou 
métodos manuais. São adotadas práticas como a instalação de armadilhas adesivas e 
barreiras, bem como a catação manual; as quais resultam na redução ou supressão das 
populações de pragas. Com base nos conceitos vistos, analise as sentenças a seguir:
I- A técnica conhecida como “mulching” consiste na cobertura do solo com filmes 
plásticos, sendo eficiente no controle de pragas que habitam o solo.
II- A coleta e destruição manual (também chamada catação) é uma forma de 
controle mecânico de pragas e consiste numa prática comum em locais com baixa 
disponibilidade de mão de obra, sendo ideal para pragas pequenas e muito ativas. 
III- Surfactantes são substâncias que afetam o sistema respiratório de insetos e ácaros 
e, por vezes, agem como uma barreira a oviposição
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 Os métodos físicos visam reduzir as populações de pragas por meio de mecanismos 
que afetam as condições físicas do ambiente onde as pragas se encontram e, 
consequentemente, o seu comportamento. De acordo com os conceitos obtidos 
sobre o controle físico, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
82
( ) A manipulação da umidade pode ser utilizada no controle de pragas. O secamento 
dos grãos antes do armazenamento, por exemplo, é eficiente na erradicação de 
algumas pragas de produtos armazenados.
( ) Insetos e ácaros são tolerantes a variações na temperatura. Essas pragas mantem 
sua atividade normalmente, mesmo em temperaturas abaixo de 5 ou acima de 50 ºC. 
( ) O conhecimento sobre o hábito das pragas (diurno ou noturno) pode servir de base 
para a adoção de controle utilizando a radiação eletromagnética.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Os métodos culturais são os mais antigos métodos de manejo das populações de 
pragas. Consistem em práticas culturais que requerem conhecimentos prévios sobre 
a Biologia e Ecologia das pragas. Disserte sobre as três principais estratégias sobre as 
quais se baseiam o controle cultural.
5 Controle Biológico é um fenômeno natural entendido como a regulação da população 
de plantas e animais por inimigos naturais, que são conhecidos como agentes de 
mortalidade biótica. Existem três principais métodos de Controle Biológico: Clássico, 
Natural e Aplicado (ou artificial). Disserte sobre cada um deles.
83
MANEJO INTEGRADO DE PAGAS
1 INTRODUÇÃO
Conforme vimos na unidade anterior, existem dois sistemas de manejo de 
insetos e ácaros, os quais utilizam métodos específicos para o reconhecimento e 
controle dessas pragas: o sistema tradicional, considerado ultrapassado e ineficiente 
e o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que é um conjunto de métodos utilizados de 
forma isolada ou em conjunto, de forma harmoniosa, baseado em análises de custo/
benefício e que levam em consideração o interesse e/ou o impacto sobre os produtores, 
sociedade e meio ambiente (VALICENTE, 2015).
O MIP envolve um somatório de conhecimentos tecnológicos em diversas 
áreas (Entomologia, Fitotecnia, Fisiologia vegetal, Matemática, Economia, Ciência da 
computação etc.) para que seja possível formar uma estrutura capaz de tomar decisões 
eficazes no emprego de novos métodos de controle. Essa estrutura, por vezes complexa, 
leva em consideração os efeitos negativos de cada método de controle na sociedade e 
no meio ambiente e procura utilizar o máximo de agentes naturais de controle do meio 
(físico e biológico), inclusive manipulando-os, considerando os aspectos ecológicos 
e econômicos das culturas e das pragas. O MIP utiliza técnicas que visam manter as 
populações de insetos-praga abaixo do nível de dano econômico, as quais podem 
ser, inclusive, integradas com inseticidas, desde que tal integração seja feita de forma 
harmoniosa (GALLO et al., 2002?).
Neste sentido, no Tópico 2, abordaremos aspectos inerentes a implementação 
de um Programa de MIP, sobretudo em relação aos seus componentes (diagnose ou 
avaliação do agroecossistema, tomada de decisão e seleção dos métodos de controle 
(estratégias e táticas do MIP), conforme descrito por Gallo et al. (2002) e Picanço (2010). 
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
2 ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE MIP 
Conforme já vimos anteriormente, o MIP se baseia num conjunto de técnicas de 
controle que são realizadas a partir de análises de custo/benefício que visam um menor 
impacto socioambiental. Deve-se ter em conta, ainda, que o MIP não se trata somente 
do uso de vários métodos de controle de forma desornada, mas da adoção de práticas 
que interagem entre si, dentro dos preceitos ecológicos, econômicos e sociais que são 
a base do manejo de pragas (GALLO et al., 2002).
De acordo com Gallo et al. (2002), as principais etapas para a elaboração de um 
programa de manejo de pragas em uma cultura, incluem:
84
1. Identifi cação das pragas mais importantes (pragas-chave): Envolve a identifi cação 
taxonômica e a bionomia dessas pragas (Biologia, hábitos, hospedeiros, inimigos 
naturais associados, dentre outros).
2. Análise dos inimigos naturais: a observação da presença de inimigos naturais indica 
um potencial de mortalidade natural nos agroecossistemas.A partir disso, pode-se 
estabelecer técnicas de criação de inimigos naturais para liberação, conservação e 
manutenção, bem como técnicas de produção de patógenos (controle biológico).
3. Avaliação dos fatores climáticos que afetam a dinâmica populacional da praga e de 
seus inimigos naturais. 
4. Estabelecimento dos níveis de dano econômico e de controle: esses níveis devem 
ser determinados com base na fenologia da planta (por exemplo, em qual estádio 
vegetativo ou reprodutivo a cultura está mais vulnerável ao ataque da praga) além 
dos custos de controle da praga, os custos dos prejuízos causados pelo seu ataque 
e o preço da produção.
5. Avaliação populacional ou amostragem.
6. Avaliação dos métodos mais adequados para incorporação a um programa de 
manejo.
O primeiro passo para a implementação de um programa de MIP numa cultura é a 
identifi cação do agente causal de um determinado sintoma na planta. Por exemplo, uma 
folha que apresenta clorose pode ter sido atacada por um inseto sugador, mas também 
por uma doença causada por um fi topatógeno, um desequilíbrio nutricional ou uma fi to-
toxicidade pela ação de um herbicida. Por isso, em um programa de MIP é de fundamental 
importância conhecer as pragas-chaves de uma cultura (GALLO et al., 2002).
Na unidade anterior, vimos o conceito de pragas e a sua classifi cação 
(pragas diretas e indiretas, organismos não praga, pragas-chave ou 
primária, praga ocasional ou secundária e praga severa) bem como a 
defi nição de nível de equilíbrio, de controle e de dano econômico. Caso 
sinta necessidade, você pode revisitar esse conteúdo, uma vez que tais 
defi nições são uteis para uma melhor compreensão acerca do MIP.
ATENÇÃO
Após a identifi cação das principais pragas de uma cultura, é necessário 
estabelecer um plano de amostragem de pragas. A amostragem tem por objetivo 
verifi car-se o nível das populações de pragas e dos inimigos naturais nas lavouras. A 
amostragem deve representar bem a realidade, ser rápida (com duração de, no máximo, 
uma hora/talhão), de fácil execução para o agricultor e barata (não elevando os custos de 
produção). A elaboração de planos de amostragem requer estudos prévios nos campos 
de cultivo comerciais de forma a se obter uma amostragem adequada (PICANÇO, 2010).
85
Figura 1 – Etapas para tomada de decisão em um programa de Manejo Integrado de Pragas
Fonte: adaptada de Gallo et al. (2002)
Textos-
Rubik Light (tamanho 10 espaçamento 14)
Títulos-
-Títulos de primeira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - Negrito)
-Títulos de segunda ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - regular)
-Títulos de terceira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Apenas a primeira
letra em maiúsculo - regular)
AMOSTRAGEM
ATINGIU
O NC?
NÃO
SIM
CONTROLAR
Há dois tipos de planos de amostragem: os convencionais e os sequenciais. Os 
planos amostragem convencionais são mais simples e adequados para usuários iniciais. 
Por sua vez, a amostragem sequencial é mais complexa e, portanto, mais adequada para 
usuários mais experientes, que já empregam os planos convencionais de amostragem 
há algum tempo (PICANÇO, 2010).
2.1 PLANO DE AMOSTRAGEM CONVENCIONAL 
O plano convencional é executado por dois grupos de pessoas: os pragueiros 
e os monitores. Geralmente, os pragueiros formam duplas compostas por um anotador 
e um avaliador, as quais fazem a avaliação da intensidade do ataque de pragas, bem 
como o quantitativo de inimigos naturais presentes nos talhões (PICANÇO, 2010).
Os monitores, por sua vez, ficam encarregados pelo tratamento dos dados 
coletados pelos pragueiros. Eles calculam a intensidade média de ataque das pragas 
nos talhões, além da densidade populacional dos inimigos naturais. São os monitores 
quem decide em qual talhão se faz necessário o controle das pragas. Os monitores 
também fazem a supervisão do trabalho dos pragueiros (PICANÇO, 2010).
O plano de amostragem convencional envolve os seguintes componentes 
segundo PICANÇO (2010):
a) Divisão da área em talhões – Os talhões podem ser agrupados por genótipo, idade, 
espaçamento, sistema de condução, tipo de solo, topografia etc.
b) Tipo de caminhamento – O caminhamento representa a forma de deslocamento 
na área de amostragem. A Figura 2 traz um esquema para melhor compreensão 
desse componente. Os retângulos representam o talhão onde a amostragem será 
realizada. As linhas dentro do retângulo representam a forma de caminhamento 
durante a coleta das amostras. A forma de caminhamento mais usual é a em pontos 
distribuídos de forma regular ao longo do talhão.
86
Figura 2 – Esquema representativo de tipos de caminhamento para realização de amostragem convencional
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
c) Amostras – As amostras correspondem a unidade de avaliação da praga ou inimigo 
natural. Pode ser uma área de avaliação, uma planta ou parte da planta (caule, folha, 
fruto, flor, dentre outros).
d) Técnica de Amostragem – É a forma de obtenção das amostras, que pode ser 
por contagem direta da população da praga ou indiretamente por meio do uso de 
armadilhas, bandejas, pano de batida, lupa, dentre outras.
e) Número de amostras/talhão – Na amostragem convencional esse número é fixo.
f) Época e frequência de amostragem - A amostragem deve ser feita periodicamente, 
sobretudo, nos períodos de maior incidência das pragas e de maior suscetibilidade da 
cultura. Em culturas anuais, hortaliças e ornamentais, as amostragens, normalmente, 
são realizadas a cada semana. Por outro lado, em culturas perenes, as amostragens 
têm um intervalo de 15 dias (em períodos de maior incidências) ou 30 dias, para os 
períodos de menor incidência.
Abaixo poderemos observar um exemplo de amostragem convencional para a 
cultura da lima ácida Tahiti: 
87
Fi
gu
ra
 3
 – 
Fi
ch
a 
pa
ra
 a
m
os
tr
ag
em
 d
e 
pr
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s 
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(2
00
9,
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.)
88
2.2 PLANO DE AMOSTRAGEM SEQUENCIAL 
O plano sequencial de amostragem é executado por um grupo de pessoas 
que no campo avaliam e tomam decisão de controle. Esse tipo de amostragem é mais 
representativa e assegura uma economia de até 70% do tempo, custo e mão de obra. 
Por outro lado, requer usuários mais qualificados (PICANÇO, 2010).
Os planos sequenciais apresentam os mesmos componentes do plano convencional, 
exceto pelo número de amostras que varia a cada talhão (PICANÇO, 2010). A tomada de 
decisão é feita pelas seguintes faixas de decisão: não controlar a praga; controlar a praga; 
continuar amostrando até que seja tomada uma decisão (GALLO et al., 2002).
A seguir serão apresentadas algumas especificidades dos planos sequenciais 
de amostragem, de acordo com Picanço (2010):
• O número de amostras colhidas varia, de modo que garanta uma boa precisão da 
amostragem. Assim são produzidas tabelas que possuem três colunas: na primeira 
contém o número de amostras, na segunda o limite inferior e na quarta coluna 
o limite superior. Na terceira coluna são anotados, cumulativamente, os dados 
provenientes das amostragens (ver Tabela 1).
• Se a unidade amostral está infestada pela praga, ela recebe nota “0”, e quando não 
está, a nota “1”, com os dados anotados de forma cumulativa. Caso a população da 
praga seja menor ao valor do limite inferior, a decisão é de não controlar a praga. Se for 
maior ou igual ao limite superior, decisão será pelo controle da praga. Por outro lado, 
se o valor for intermediário entre os limites inferior e superior, deve-se realizar mais 
amostragens até que esta caia em uma das duas situações anteriores. Se na última 
linha do quadro o valor oriundo das anotações cumulativas ainda for intermediário 
aos limites inferior e superior, deve-se reamostrar esse talhão num período próximo.
Quadro 1 – Planto de amostragem sequencial para o bicho-mineiro-do-cafeeiro (Leucoptera coffeella)
Planta Limite inferior Número acumulativo Limite Superior
1 - -
2 - -
3 - -
4 - -
5 - -
688
2.3 DESAFIOS PARA O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS .............................................................90
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 92
TÓPICO 3 - NOÇÕES SOBRE TOXICOLOGIA DOS INSETICIDAS ........................................95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95
2 LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989 ..........................................................................95
2.1 CONCEITOS INICIAIS ...........................................................................................................................95
3 TOXICIDADE DOS INSETICIDAS ......................................................................................97
3.1 TOXICIDADE DOS INSETICIDAS ....................................................................................................... 97
3.1.1 Efeitos colaterais dos inseticidas em seres humanos e animais ...................................98
3.1.2 Resíduos de inseticidas em vegetais ...................................................................................99
3.1.3 Tríplice lavagem e destinação final das embalagens vazias ........................................100
4 CLASSIFICAÇÃO DOS INSETICIDAS .............................................................................100
4.1 CLASSES DOS INSETICIDAS ..........................................................................................................100
4.1.1 Inseticidas inorgânicos ..........................................................................................................100
4.1.2 Derivados de plantas ou inseticidas botânicos ................................................................101
4.1.3 Biológicos ou Bioinseticidas ..................................................................................................101
4.1.4 Óleos minerais ..........................................................................................................................102
4.1.5 Reguladores de crescimento ...............................................................................................102
4.1.6 Organoclorados ........................................................................................................................102
4.1.7 Organofosforados ....................................................................................................................102
4.1.8 Carbamatos ..............................................................................................................................103
4.1.9 Piretroides .................................................................................................................................103
4.1.10 Fumigantes ............................................................................................................................103
5 FORMULAÇÃO DE AGROTÓXICOS ................................................................................ 104
5.1 COMPONENTES DE UMA FORMULAÇÃO .....................................................................................104
5.1.1 Tipos de formulação de agrotóxicos ...................................................................................105
6 RECEITUÁRIO AGRONÔMICO .........................................................................................106
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 115
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 116
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 118
UNIDADE 3 — MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE CULTURAS AGRÍCOLAS, 
 FLORESTAIS E ORNAMENTAIS ..................................................................123
TÓPICO 1 — MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE CULTURAS AGRÍCOLAS .................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................125
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRANDES CULTURAS .....................................125
2.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO ............................................................... 125
2.1.1 Pulgões ....................................................................................................................................... 126
2.1.2 Bicudo-do-algodoeiro ........................................................................................................... 126
2.1.3 Lagarta-da-maçã .................................................................................................................... 126
2.1.4 Lagarta-rosada ........................................................................................................................ 127
2.1.5 Curuquerê-do-algodoeiro ..................................................................................................... 127
2.1.6 Amostragem ............................................................................................................................. 127
2.1.7 Controle Cultural ...................................................................................................................... 129
2.1.8 Controle Comportamental .................................................................................................... 129
2.1.9 Controle Legislativo ................................................................................................................ 129
2.1.10 Controle Biológico.................................................................................................................. 129
2.1.11 Controle Químico .................................................................................................................... 129
2.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM ARROZ..........................................................................130
2.2.1 Cupins ........................................................................................................................................130
2.2.2 Bicho-bolo (pão de galinha) ..................................................................................................131
2.2.3 Larva-arame ............................................................................................................................131
2.2.4 Lagarta-elasmo. .....................................................................................................................131
2.2.5 Gorgulhos-aquáticos (bicheira-do-arroz) ....................................................................... 132
2.2.6 Percevejo-do-colmo ............................................................................................................ 132
2.2.7 Percevejo-do-grão ................................................................................................................. 132
2.2.8 Lagartas desfolhadoras ........................................................................................................ 133
2.2.9 Amostragem ........................................................................................................................... 133
2.2.10 Controle Cultural ................................................................................................................... 134
2.2.11 Controle Varietal ..................................................................................................................... 134
2.2.12 Controle Biológico .................................................................................................................- -
7 - -
8 -
9 -
10 - 5
11 1 6
12 1 6
89
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Tabela 4 – Níveis de ação para o ácaro-da-falsa-ferrugem e ácaro-da-leprose em Citros
Fonte: adaptado de Gallo et al. (2002)
13 1 6
14 2 7
15 2 7
16 2 7
17 3 8
18 3 8
19 3 8
20 4 9
21 4 9
22 4 9
23 5 10
24 5 10
25 5 10
26 6 12
27 6 12
28 6 12
29 7 12
30 7 12
A seguir serão apresentados exemplos de níveis de ação para duas pragas dos 
citros (ácaro-da-falsa-ferrugem e ácaro-da-leprose), levando-se em consideração os 
planos de amostragem convencional e sequencial (GALLO et al., 2002).
Praga Inspeção Níveis de ação
Ácaro-
da-falsa-
ferrugem
Em 20 plantas ao acaso, analisar 3 
frutos/planta. Visar apenas 1 cm² 
em frutos verdes ou folhas quando 
não houver frutos. Olhar no lado da 
fruta ou na parte inferior da folha.
Convencional: 30% com 5 ácaros/
cm², 10% de frutos com 20 ácaros/
cm² em frutos para mercado e 10% 
com 30 ácaros/cm² ou 20% com 20 
ácaros/cm² para indústria.
Sequencial: mercado – 90%; 
indústria – 80%.
Ácaro-da-
leprose
Em 20 plantas ao acaso, analisar 2 
frutos e ramos/planta. Visar todo 
o fruto, dando preferência aos que 
tenham verrugose e estejam no 
interior da copa ou ramos internos 
com 20 cm de comprimento.
Convencional: 10% de frutos com 
pelo menos 1 ácaro quando houver 
sintomas de ataque e 15% quando 
não houver sintomas.
Sequencial: talhão com infecção – 
90%; sem infecção – 80%.
90
2.3 DESAFIOS PARA O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
É inegável que no Brasil houve um grande avanço nos últimos anos com a 
conscientização da necessidade em se reconhecer as pragas, os inimigos naturais 
e, por meio de amostragens, o nível de controle dessas pragas, de modo a agir no 
momento adequado (GALLO et al., 2002). A adoção de um MIP tem como consequência 
a redução do uso de inseticidas (GALLO et al., 2002). Contudo, é importante lembrar que 
os produtos químicos ainda são necessários a muitas culturas. Portanto é importante 
integrá-los de forma harmoniosa no controle de pragas, bem como dar preferência a 
produtos que causem menos impacto aos seres humanos, inimigos naturais e ao meio 
ambiente. Além disso, é importante incorporar estratégias de manejo de resistência 
de pragas a pesticidas, pois a evolução da resistência de insetos tem sido um ponto 
preocupante para o manejo de pragas (GALLO et al., 2002). 
Programas de MIP bem-sucedidos no mundo inteiro têm sido associados 
a produção de alimentos de consumo diferenciado (como por exemplo, os produtos 
orgânicos, da linha verde), o que ajuda a incrementar o lucro dos produtores que adotam 
o MIP, incentivando mais produtores a adotar essa tecnologia (BUENO et al., 2020). 
É importante entender que o MIP não é um princípio que se aplica de forma 
estrita e homogênea a todas as situações, mas sim uma filosofia, influenciada por 
diversos fatores, que deve orientar os seus usuários a se valerem do método mais 
apropriado, com a ferramenta de manejo de pragas disponível para cada situação. 
Espera-se que com isso, a implementação de programas de MIP se consolidem, cada 
vez mais, contribuindo para a segurança alimentar e sustentabilidade das gerações 
futuras (BUENO et al., 2020). 
91
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• O Manejo Integrado de Pragas busca a integração de diferentes métodos de controle 
de pragas, levando em consideração o custo-benefício dessas práticas sobre a 
sociedade e o meio ambiente. 
• A elaboração de um Programa de Manejo Integrado de Pragas envolve o cumprimento 
de etapas como a identificação das pragas mais importantes, a análise dos inimigos 
naturais, a avaliação de fatores climáticos que exerçam influência sobre a ecologia 
das pragas, o estabelecimento racional de níveis de dano econômico e de controle, a 
avaliação populacional das pragas e a tomada de decisão, utilizando-se os métodos 
de controle mais adequados para cada situação.
• As especificidades dos planos convencional e sequencial de amostragem, incluindo 
as vantagens e desvantagens relativas à escolha por um ou outro método e como 
podem ser realizados em situações práticas.
92
AUTOATIVIDADE
1 Existem dois sistemas de manejo de insetos e ácaros, os quais utilizam métodos 
específicos para o reconhecimento e controle dessas pragas: o sistema tradicional e 
o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Acerca do conceito de MIP, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) ( ) Esse sistema de manejo de pragas leva em consideração apenas os aspectos 
econômicos, deixando de lado os efeitos do controle de pragas sobre a sociedade 
e o meio ambiente
b) ( ) O MIP se baseia no uso de vários métodos de controle de forma desornada, sem 
interação umas com as outras.
c) ( ) O MIP envolve um somatório de conhecimentos tecnológicos em diversas áreas 
(entomologia, fitotecnia, fisiologia vegetal, matemática, economia, ciência da 
computação etc.) para que seja possível formar uma estrutura capaz de tomar 
decisões eficazes no emprego de novos métodos de controle.
d) ( ) No MIP não se pode utilizar o método químico em conjunto com outros métodos 
de manejo.
2 A elaboração de um programa de MIP envolve diversas etapas. Acerca dessas etapas, 
analise as sentenças a seguir:
I- Para a identificação das pragas-chave é suficiente o reconhecimento dos aspectos 
bionômicos (biologia, hábitos, hospedeiros, inimigos naturais, dentre outros), sendo 
irrelevante a classificação taxonômica dos indivíduos. 
II- A observação da presença de inimigos naturais indica um potencial de mortalidade 
natural nos agroecossistemas. A partir disso, pode-se estabelecer técnicas de 
criação de inimigos naturais para liberação, bem como técnicas de produção de 
patógenos (Controle Biológico).
III- O estabelecimento dos níveis de dano econômico e controle devem ser determinados 
com base na fenologia da planta como, por exemplo, no estádio vegetativo ou 
reprodutivo em que cultura está menos vulnerável ao ataque da praga. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
93
3 Após a identificação das principais pragas de uma cultura, é necessário estabelecer 
um plano de amostragem de pragas. De acordo com conceitos obtidos sobre planos 
de amostragem, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A amostragem deve representar bem a realidade, ser lenta, de fácil execução para 
o agricultor e barata.
( ) Por se tratar de uma técnica simples e de fácil execução, não é necessário realizar 
estudos prévios para a confecção dos planos de amostragem.
( ) A amostragem tem por objetivo verificar o nível das populações de pragas e dos 
inimigos naturais nas lavouras..
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 No MIP, a amostragem de pragas envolve duas estratégias principais: a amostragem 
convencional e a amostragem sequencial. Disserte sobre as diferenças entre essas 
técnicas.
5 Em relação ao plano de amostragem convencional, existem dois agentes que exercem 
papeis diferentes, mas fundamentais para a eficiência dessa técnica: os pragueiros e 
os monitores. Disserte sobre o papel de cada um.
94
95
TÓPICO 3 - 
NOÇÕES SOBRE TOXICOLOGIA DOS 
INSETICIDAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos noções básicas sobre a toxicologia dos inseticidas, 
que são produtos químicos largamente utilizados no controle de pragas, que quando apli-
cados direta ou indiretamente sobre os insetos, em concentrações adequadas, provo-
cam a sua morte. Entenderemos que os aspectos como a produção, a comercialização, 
a exportação, a importação, a pesquisa, a experimentação, a embalagem, e rotulagem, o 
registro, a destinação final das embalagens e os resíduos em alimentos, são disciplinados 
pela Lei no 7802 de 11/07/1989, regulamentada pelo Decreto n° 4.074 de04/01/2002. 
Aprenderemos que a escolha de um inseticida deve-se levar em consideração 
não apenas a sua eficácia, bem como outros aspectos relevantes, como a seletividade 
aos inimigos naturais de pragas, toxicidade ao homem e animais, persistência no meio 
ambiente e custo do produto. 
Nós veremos que o Brasil é o primeiro consumidor mundial de agrotóxicos, 
os quais são utilizados no controle de pragas de importância Agrícola e de interesse 
Médico-Veterinário. 
UNIDADE 2
2 LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989 
 
A lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a 
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, 
a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, destino dos resíduos 
e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de 
agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências (BRASIL, 1989). Veremos 
alguns conceitos importantes para o aprofundamento do estudo dos inseticidas de 
acordo com o estabelecido na lei. 
2.1 CONCEITOS INICIAIS
Para efeitos desta lei, consideram-se (BRASIL, 1989):
• Aditivo – Substância ou produto adicionado a agrotóxicos, componentes e afins, 
para melhorar sua ação, função, durabilidade, estabilidade e detecção ou para 
facilitar o processo de produção.
96
• Adjuvante – Produto utilizado em mistura com produtos formulados para melhorar 
a sua aplicação.
• Agente biológico de controle – Organismo vivo de ocorrência natural, ou obtido 
por manipulação genética, introduzido no ambiente para o controle de uma 
população ou de atividades biológicas de outro organismo vivo considerado nocivo.
• Agrotóxicos e afins – Produtos ou agentes de processos físicos, químicos ou 
biológicos destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e 
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, 
nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos 
e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a 
fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem 
como as substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, 
estimuladores e inibidores de crescimento.
• Componentes – Princípios ativos, produtos técnicos, suas matérias-primas, 
ingredientes inertes e aditivos usados na fabricação dos agrotóxicos e afins.
• Ingrediente inerte ou outro ingrediente – Substância ou produto não ativo em 
relação à eficácia dos agrotóxicos e afins, usado apenas como veículo, diluente ou 
para conferir características próprias às formulações.
• Matéria-prima – Substância, produto ou organismo utilizado na obtenção de um 
ingrediente ativo, ou de um produto que o contenha, por processos químico, físico 
ou biológico.
• Princípio ativo ou ingrediente ativo – Agente químico, físico ou biológico que 
confere eficácia aos agrotóxicos e afins.
• Produto formulado – Agrotóxico ou afim obtido a partir do produto técnico ou de 
pré-mistura, por intermédio de processo físico, ou diretamente de matérias-primas 
por meio de processos físicos, químicos ou biológicos.
• Produto formulado equivalente – Produto que, se comparado com outro produto 
formulado já registrado, possui a mesma indicação de uso, produtos técnicos 
equivalentes entre si, a mesma composição qualitativa e cuja variação quantitativa 
de seus componentes não o leve a expressar diferença no perfil toxicológico e 
ecotoxicológico frente ao do produto em referência.
• Produto técnico – Produto obtido diretamente de matérias-primas por processo 
químico, físico ou biológico, destinado à obtenção de produtos formulados ou de pré-
-misturas e cuja composição contenha teor definido de ingrediente ativo e impurezas, 
podendo conter estabilizantes e produtos relacionados, tais como isômeros.
• Produto técnico equivalente – Produto que tem o mesmo ingrediente ativo de 
outro produto técnico já registrado, cujo teor, bem como o conteúdo de impurezas 
presentes, não variem a ponto de alterar seu perfil toxicológico e ecotoxicológico.
• Equipamento de Proteção Individual (EPI) – Todo vestuário, material ou 
equipamento destinado a proteger pessoa envolvida na produção, manipulação e 
uso de agrotóxicos, seus componentes e afins.
• Intervalo de reentrada – Intervalo de tempo entre a aplicação de agrotóxicos ou 
afins e a entrada de pessoas na área tratada sem a necessidade de uso de EPI.
• Intervalo de segurança ou período de carência, na aplicação de agrotóxicos 
ou afins:
97
a) antes da colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a colheita;
b) pós-colheita: intervalo de tempo entre a última aplicação e a comercialização do 
produto tratado;
c) em pastagens: intervalo de tempo entre a última aplicação e o consumo do pasto;
d) em ambientes hídricos: intervalo de tempo entre a última aplicação e o reinício das 
atividades de irrigação, dessedentação de animais, balneabilidade, consumo de 
alimentos provenientes do local e captação para abastecimento público;
e) em relação a culturas subsequentes: intervalo de tempo transcorrido entre a última 
aplicação e o plantio consecutivo de outra cultura.
• Limite Máximo de Resíduo (LMR) – Quantidade máxima de resíduo de agrotóxico 
ou afim oficialmente aceita no alimento, em decorrência da aplicação adequada 
numa fase específica, desde sua produção até o consumo, expressa em partes (em 
peso) do agrotóxico, afim ou seus resíduos por milhão de partes de alimento (em 
peso) (ppm ou mg/kg).
• Manipulador – Pessoa física ou jurídica habilitada e autorizada a fracionar e 
reembalar agrotóxicos e afins, com o objetivo específico de comercialização.
• Receita ou receituário – Prescrição e orientação técnica para utilização de 
agrotóxico ou afim, por profissional legalmente habilitado.
3 TOXICIDADE DOS INSETICIDAS 
A Toxicologia pode ser definida como a ciência básica que estuda os venenos. En-
tendemos por veneno, qualquer agente capaz de produzir uma resposta deletéria em um 
sistema biológico, afetando seriamente sua função ou levando-o à morte (OLIVEIRA, 2009). 
3.1 TOXICIDADE DOS INSETICIDAS 
A classificação toxicológica dos inseticidas consiste na classificação dos 
produtos técnicos e das formulações levando em consideração os seus aspectos 
toxicológicos (OLIVEIRA, 2009).
Tabela 5 – Toxicidade de inseticidas e provável dose oral letal para humanos
Taxa de toxicidade ou 
classe
Dosagem
Provável dose letal para um adulto 
médio
Praticamente não tóxico >15 g/kg Mais do que 1 litro
Levemente tóxico 5-15 g/kg Entre 0,5 litro e 1 litro
Moderadamente tóxico 0.5-5 g/kg Entre 30 mL e 0,5 litro
Muito tóxico 50-500 mg/kg Entre 1 colher de chá e 30 Ml
98
Extremamente tóxico 5-50 mg/kg Entre 76 gotas e 1 colher de chá
Super tóxicosão a rota de administração e a duração, 
e a frequência de exposição (OLIVEIRA, 2009).
Os inseticidas podem causar dois tipos de intoxicação: toxicidade aguda ou 
crônica, ou seja, causada pela exposição (OLIVEIRA, 2009):
• Intoxicação aguda – Curto período de exposição de uma dose única ou doses 
repetidas por períodos >24 horas. É resultante da absorção de doses relativamente 
altas num curto espaço de tempo, através das vias oral e dérmica, sendo expressa 
pela dose letal 50% (DL50), que é a quantidade do produto, em mg/peso corpóreo, 
capaz de provocar a morte de 50% dos animais submetidos a dosagem.
99
• Intoxicação crônica – Exposição repetida por longos períodos. Para muitos 
químicos, efeitos de exposição crônica e aguda são bastante diferentes. É resultante 
da absorção de doses relativamente pequenas a curto e a longo prazos, fornecendo 
informações a respeito da toxicidade acumulativa de um agente tóxico.
3.1.2 Resíduos de inseticidas em vegetais
Apesar dos inseticidas serem amplamente utilizados no controle de pragas, 
são passíveis de acarretar a presença de resíduos tóxicos em vegetais, cujo consumo 
representa um grave risco potencial à saúde. A sua ingestão contínua, mesmo de 
pequenas doses subletais pode provocar efeitos deletérios sobre a saúde humana. O 
controle dos níveis de resíduos nos alimentos, deve ser uma preocupação de saúde 
pública (OLIVEIRA, 2009). Nesse sentido, devemos compreender algumas definições:
• Resíduo de agrotóxico – Substância ou mistura de substâncias remanescentes ou 
existentes em alimentos ou no meio ambiente decorrente do uso ou da presença de 
agrotóxicos e afins, inclusive quaisquer derivados específicos, tais como produtos 
de conversão e de degradação, metabólitos, produtos de reação e impurezas, 
consideradas tóxicas e ambientalmente importantes (OLIVEIRA, 2009).
• Limite máximo de resíduo (LMR) – Quantidade máxima de resíduo legalmente 
aceita no alimento, em decorrência da aplicação adequada numa fase específica, 
desde sua produção até o consumo, expressa em partes (em peso) do agrotóxico 
ou seus derivados por um milhão de partes de alimento (em peso) (ppm ou mg/kg) 
(OLIVEIRA, 2009).
• Ingestão diária aceitável (IDA) – Quantidade estimada de substância presente 
nos alimentos que pode ser ingerida diariamente ao longo da vida, sem oferecer 
risco apreciável à saúde do consumidor, expressa em miligrama de substância por 
quilograma de peso corpóreo (mg/kg p.c.) (OLIVEIRA, 2009).
• Ingestão diária máxima teórica (IDMT) – Quantidade máxima estimada de 
resíduo de agrotóxico em alimentos ingerido per capita diariamente, assumindo-se 
que os alimentos apresentam resíduos nas concentrações dos valores da Mediana 
de Resíduos de Estudos de Campo (MREC), os valores médios de consumo de 
alimentos e de peso corpóreo de uma população, expressa em miligrama de resíduo 
por quilograma de peso corpóreo (mg/kg p.c.). (OLIVEIRA, 2009).
• Ingestão máxima estimada aguda (IMEA) – Quantidade máxima estimada de 
resíduo de agrotóxico ingerida durante um período de até 24 horas, assumindo-se 
que o alimento consumido apresenta resíduo de agrotóxico na concentração do 
MCR (Maior Concentração de Resíduo) ou MREC (Mediana dos Resíduos dos Estudos 
de Campo), expressa em miligrama de resíduo por quilograma de peso corpóreo 
(mg/kg p.c.) (OLIVEIRA, 2009).
100
3.1.3 Tríplice lavagem e destinação final das embalagens 
vazias
Após o uso de produtos agrotóxicos, as embalagens vazias precisam der des-
cartadas de maneira correta e segura para evitar contaminação do homem, animais do-
mésticos e ambiente. É extremamente importante que o resto do produto, que ainda per-
manece no interior da embalagem, seja retirado e descartado. No caso de embalagens 
metálicas plásticas e de vidro que contiveram produtos fitossanitários para serem apli-
cados diluídos em água, a remoção é feita por meio de tríplice lavagem (OLIVEIRA, 2009).
Na tríplice lavagem, a embalagem vazia deve ser enxaguada três vezes para eli-
minar, o máximo possível, as sobras do produto. Após a lavagem, as embalagens devem 
ser inutilizadas (danificadas para que não sejam usadas como recipiente novamente). 
Isso pode ser feito por meio de uma perfuração no fundo do recipiente, por exemplo. 
Após a inutilização, os frascos devem ser mantidos em um local seguro. É possível verifi-
car com o revendedor do produto se ele pode recolher esse material ou o próprio usuário 
pode levá-lo a um local indicado, geralmente um posto de recebimento ou na própria 
loja, respeitando o prazo de exigência, que é de até um ano (FUNDAÇÃO ROGE, 2020).
Esta medida de segurança torna possível a reciclagem do material usado na 
fabricação da embalagem de produtos fitossanitários. Nessa operação deve-se sempre 
tomar os cuidados necessários, como por exemplo, utilizar equipamentos de proteção 
individual adequados como: luvas, avental, botas, óculos protetores ou protetor facial 
(OLIVEIRA, 2009).
4 CLASSIFICAÇÃO DOS INSETICIDAS 
Existem diversas maneiras de classificar os inseticidas, porém, neste livro os 
classificaremos segundo o critério da origem e natureza química (OLIVEIRA, 2009). 
4.1 CLASSES DOS INSETICIDAS 
Os inseticidas são divididos em classes de acordo com a sua origem e natureza 
química (OLIVEIRA, 2009). A seguir veremos cada uma delas.
4.1.1 Inseticidas inorgânicos 
Produtos à base de arsênico, flúor, tálio, enxofre e dióxido de sílica, este obtido de 
fósseis de algas diatomáceas. As minúsculas partículas deste produto absorvem a cama-
da protetora de cera que recobre o corpo dos insetos, provocando perda de água e con-
sequente desidratação e morte entre dois e 14 dias após a exposição (OLIVEIRA, 2009). 
101
4.1.2 Derivados de plantas ou inseticidas botânicos
São exemplos desta classe as piretrinas, rotenona, nicotina e o nim (Azadirachta 
indica), esses produtos são aplicados como extratos aquosos, alcóolicos, metanólicos, 
etanólicos, óleos (fixos e essenciais), pós e em mistura com água, em formulações 
comerciai (óleos emulsionáveis). Atuam por contato, ingestão e fumigação, provocando 
mortalidade, repelência, deterrência alimentar, redução no crescimento, efeitos 
morfogenéticos e redução na fertilidade e fecundidade (OLIVEIRA, 2009). 
4.1.3 Biológicos ou Bioinseticidas
São produtos contendo organismos vivos, derivados desses organismos, ou 
obtidos através de manipulação genética (OLIVEIRA, 2009). 
• Bactérias – Utilizado em grande escala, o Bacillus thuringiensis var. kurstaki (Btk) 
conhecido comercialmente como Dipel e B. thuringiensis subsp. aizawai (Bta), que 
se encontra no comércio com o nome comercial de Xentari®, são um grande exemplo 
de sucesso dessa classe de inseticidas, sendo recomendados para o controle de 
lagartas. A bactéria atua por ingestão, e no trato digestivo da lagarta, que tem pH 
alcalino, ocorre a dissolução do cristal tóxico (delta endotoxina). A lagarta para de se 
alimentar e, posteriormente, apresenta paralisia intestinal. A morte pode ocorrer por 
toxemia ou septicemia (OLIVEIRA, 2009). 
• Abamectina – Inseticida, acaricida e antihelmíntico, isolado de produtos de 
fermentação da bactéria Streptomyces avermetilis. Inibe o sistema neurotransmissor 
GABA (ácido gama aminobutírico) nas junções neuromusculares de insetos e ácaros 
(OLIVEIRA, 2009).
• Spinosynas (Spinosad) – São um grupo de moléculas derivadas naturalmente 
de uma nova espécie de Actionomicetos, Saccharopolyspora spinosa, que é 
caracterizada como uma bactéria. Provoca excitação do sistema nervoso dos 
insetos, levando a contrações involuntárias dos músculos, prostação com tremores 
e, finalmente, paralisia (OLIVEIRA, 2009). 
• Fungos – Metarhizium anisopliae, utilizado no controle de cigarrinhas da cana-de-
açúcar e de pastagens, pragas de grãos armazenados e cupins. Beauveria bassiana, 
é utilizado no controle da broca-gigante da cana-de-açúcar, cupins, moleque-
da-bananeira, ácaro rajado etc., são exemplos desta classe. Os fungos atuam nos 
insetos via tegumento (OLIVEIRA,2009).
• Vírus – São exemplos de vírus: Baculovirus anticarsia; B. erinyis; B. spodoptera 
utilizados, respectivamente, no controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis), 
mandarová da mandioca (Erinyis ello) e lagarta do cartucho do milho (Spodoptera 
frugiperda); são específicos em e, de um modo geral, seletivos aos inimigos naturais 
(OLIVEIRA, 2009).
102
4.1.4 Óleos minerais
São produtos emulsionáveis derivados do petróleo, são amplamente utilizados 
no controle de cochonilhas e ácaros, provocando a morte por asfixia. Estes produtos 
apresentam baixa toxicidade para vertebrados (OLIVEIRA, 2009).
4.1.5 Reguladores de crescimento
Atuam por ingestão e contato, sendo muito eficazes no controle de lagartas 
e larvas de besouros. Apresentam seletividade a predadores e parasitoides e baixa 
toxicidade para os vertebrados. São divididos em três grupos (OLIVEIRA, 2009): 
• Inibidores da síntese de quitina – são derivados da aciluréia e benzoiluréias e 
agem impedindo a ecdise dos insetos, em virtude da sua interferência na síntese de 
quitina. Deste modo, o inseto tem a sua fisiologia comprometida durante a ecdise, 
não forma uma nova cutícula, não consegue se livrar da exúvia e morre. 
• Agonistas do ecdisteroide – é formado pelos agonistas do ecdisteróide, 
compostos que têm a mesma ação do hormônio da ecdise. Pertencentes ao grupo 
das bisacilhidrazinas, estes compostos interagem com o receptor de proteínas do 
ecdisteróide, provocando uma estimulação direta deles. Provocam a indução de 
ecdise letal e prematura (acelerador de ecdise) e efeito esterilizante.
• Análogos do hormônio juvenil – Pertencem ao grupo químico piridiléter. Agem 
nos estágios mais sensíveis do desenvolvimento dos insetos, como no final do último 
instar larval ou ninfal, alongando a duração do instar, formando uma larva ou ninfa 
superdesenvolvida, larva-pupa ou pupa-adulto ou ninfa-adulto intermediários. Tem 
também ação ovicida, agindo nos estágios iniciais da embriogênese. Em adultos de 
algumas espécies podem provocar uma redução na fertilidade.
4.1.6 Organoclorados
Os inseticidas organoclorados já não são comercializados no Brasil, devido a sua 
alta persistência no meio ambiente e alto grau de toxicidade crônica, acumulando-se 
nos tecidos gordurosos, sendo capaz de provocar câncer. São exemplos: o DDT, BHC, 
clordane, entre outros (OLIVEIRA, 2009).
4.1.7 Organofosforados
São derivados de ácidos como o fosfórico e tionofosfórico, geralmente são mais 
tóxicos para os vertebrados em relação a outros grupos de inseticidas. São inibidores 
a colinesterase (mediador químico da transmissão sináptica), provocando acúmulo de 
acetilcolina interferindo no curso das sinapses. Possui modo de atuação variado, podem 
atuar por de contato, ingestão, profundidade ou ação translaminar e fumigação, e em 
alguns casos apresentam propriedades sistêmicas (OLIVEIRA, 2009). 
103
4.1.8 Carbamatos
São derivados dos ácidos N-metil carbâmico e N-N-dimetil carbâmico. São 
inibidores da acetilcolinesterase. Atuam por contato, ingestão e fumigação, e alguns 
são sistêmicos. Exemplos comuns são o carbaryl, methomyl, carbofuran e aldicarb 
(OLIVEIRA, 2009).
4.1.9 Piretroides
São ésteres derivados do ácido crisantêmico. São tóxicos do axônio, atuando 
nos canais de sódio. Atuam por contato e ingestão. De um modo geral, são menos 
tóxicos em relação aos organofosforados, no entanto, são bastante efetivos no controle 
de pragas, sendo rapidamente hidrolizados e eliminados intactos ou sob a forma de 
metabólitos tóxicos. São exemplos: fenvalerate permetrina, cipermetrina, fenpropatrina 
e deltametrina (OLIVEIRA, 2009).
4.1.10 Fumigantes 
São inseticidas que atuam na forma gasosa, penetrando pelos estigmas ou 
espiráculos dos insetos, contendo na sua fórmula um ou mais halogêneos (Cl, Br ou F). 
São exemplos de inseticidas fumigantes (OLIVEIRA, 2009):
• Brometo de metila - É um gás liquefeito sob pressão, contendo na sua formulação 
brometo de metila e cloropicrina (substância que provoca lacrimejamento, prevenindo 
a intoxicação). É um produto extremamente tóxico, pertencente à classe toxicológica 
I. Tem ação inseticida, fungicida e nematicida. A absorção ocorre por via dérmica e via 
respiratória. A intoxicação aguda provoca depressão no SNC, pneumonite química, 
edema pulmonar, hepatite e nefrite tóxicas. O contato direto com o produto provoca a 
formação de vesículas na pele e ulcerações na córnea e mucosas. 
• Fosfina (Gastoxin, Gastoxin Pasta) - É um gás pertencente ao grupo dos 
fosfetos metálicos (fosafeto de alumínio e fosfeto de magnésio), encontrado nas 
formulações de pastilha, pasta, tabletes, sachês, sendo extremamente tóxico 
(Classe toxicológica I). Os fosfetos na presença de umidade liberam fosfina, que 
provoca inibição dos sistemas enzimáticos celulares, produzindo edema pulmonar, 
depressão do sistema nervoso central, mediocardite tóxica e colapso circulatório. 
• Sulfonamidas fluoralifáticas - Como exemplo, cita-se a isca granulada Mirex-S, 
utilizada no controle das formigas saúvas e quenquéns.
• Fenil pirazol - Cita-se como exemplo o Fipronil, usado no controle de insetos 
como cupins e baratas, larva alfinete (Diabrotica speciosa), larva arame (Conoderus 
scalaris), de tripes, curuquerê e bicudo-do-algodoeiro. É também utilizado na 
formulação de isca granulada para o controle da formiga saúva. Atua no sistema 
nervoso central, como inibidor do receptor GABA.
104
• Neonicotinoides - Como exemplo dessa classe podemos destacar o Imidacloprid, 
usado em esguicho (“drench”) e imersão para tratamento de sementes, produto 
sistêmico, sendo muito eficientes no controle de insetos picadores-sugadores, 
como moscas-brancas, afídeos, tripes, psilídeos etc. Este inseticida imita o 
neurotransmissor acetilcolina, levando nos vertebrados a uma hiperexcitação do 
sistema nervoso, causando perda da coordenação muscular, convulsões e morte 
por falha respiratória.
5 FORMULAÇÃO DE AGROTÓXICOS
De acordo com o decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002 , que regulamenta a 
Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989 , agrotóxicos são produtos e agentes de processos 
físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no 
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção 
de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, 
hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a 
fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as 
substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e 
inibidores de crescimento (OLIVEIRA, 2009).
Para produção dos agrotóxicos é necessária a transformação do produto técni-
co, através de processos físicos, químicos e biológicos, para que mesmo possa ser uti-
lizado convenientemente, esse processo é chamado de formulação (OLIVEIRA, 2009).
5.1 COMPONENTES DE UMA FORMULAÇÃO
• Princípio ativo (p.a) ou ingrediente ativo (i.a) – Trata-se da substância ativa 
responsável pela eficácia contra pragas (OLIVEIRA, 2009).
• Componentes inertes – São substâncias não ativas, sendo que cada uma delas 
tem sua função em uma determinada formulação. São exemplos de componentes 
inertes (OLIVEIRA, 2009): 
a) Argila, talco, caolim. Componentes de pós secos. 
b) Aditivos. Melhoram a ação, função, estabilidade e durabilidade. 
c) Anticompactantes. Impedem que o produto perca a sua fluidez durante o 
armazenamento. 
d) Antiespumantes. Impedem a formação de espuma. Antioxidantes – impedem a 
oxidação do produto. 
e) Bactericidas. Impedem a proliferação de bactérias no produto.
f) Corantes. Dão cor aos produtos (aspecto e segurança visual).
g) Dispersantes – Dispersam as partículas sólidas na água.
h) Emulsificantes – Emulsificam o i.a. em água.
105
i) Molhantes – Proporcionam uma rápida umectação do produto quando o mesmo 
entre em contato com a água.
j) Solventes – Dissolvem o i.a. sólido para obtenção de uma formulaçãolíquida.
5.1.1 Tipos de formulação de agrotóxicos
De acordo com Oliveira (2009), existem diversos tipos de formulações de 
agrotóxicos, variando conforme o objetivo final de sua aplicação, são exemplos:
1) Formulações para aplicação direta
• Pó seco (DP).
• Granulado (GR).
• Microgranulado (MG).
• Granulado encapsulado (CG).
• Suspensão ultrabaixo volume (SU).
• Ultrabaixo volume (UL).
• Líquido para pulverização (eletrodinâmica) (ED).
2) Formulações para tratamento de sementes
• Pós (DS).
• Emulsão (ES).
• Suspensão concentrada (SC).
• Solução (LS).
• Pó solúvel (SS).
3) Formulações para diluição em água
• Concentrado emulsionável (EC).
• Concentrado dispersível (DC).
• Concentrado solúvel (SL).
• Pó molhável (WP).
• Pó solúvel (SP).
• Suspensão concentrada (SC).
• Granulado dispersível (WG).
• Granulado solúvel (SG).
• Suspensão de encapsulado (SC).
4) Formulações especiais
• Aerosol (AE).
• Gás liquefeito sob pressão (GA).
• Concentrado para termonebulização (HN).
106
• Gerador de gás (GE).
• Isca (RB).
5) Adjuvantes para agrotóxicos (formulações).
• Adjuvantes – melhorar a eficácia do agrotóxico.
• Espalhantes – modificar as propriedades de umectação, dispersibilidade, 
espalhamento e/ou emulsificação do agrotóxico.
• Espalhante adesivo – além das características dos espalhantes, aumenta a 
adesividade do agrotóxico no alvo desejado.
6 RECEITUÁRIO AGRONÔMICO
O uso inadequado de produtos na agricultura, provoca efeitos negativos na 
sanidade das plantas. Para assegurar o uso adequado desses produtos adotou-se o 
receituário agronômico, elaborado de acordo com os preceitos técnico-agronômicos 
(OLIVEIRA, 2009).
O receituário agronômico deve ser elaborado obedecendo ao seguinte 
esquema (GALLO et al., 2002, s.p.): (i) Identificação do técnico com suas qualificações 
e área de atuação; (ii) identificação do consulente e seu endereço; (iii) Identificação 
do problema; (iv) prescrição técnica: após a identificação do problema, o técnico deve 
definir a metodologia a ser empregada para solucionar o caso; (v) recomendação de 
produto químico com seu princípio ativo e marca comercial, incluindo a formulação e 
quantidade recomendada por unidade de área ou por volume da calda a ser aplicada. 
Em casos normais, pode-se recomendar as prescrições da bula, contida nos rótulos 
das embalagens comerciais; (vi) fazer constar os efeitos colaterais que podem surgir 
quando os produtos químicos não forem convencionalmente aplicados, afetando outros 
organismos participantes dele agroecossistema; (vii) Ao assinar o receituário, o técnico 
deve colocar a data e o número do CREA que o habilitou. No rodapé deve ser impressa a 
recomendação: “Ao retornar sobre o mesmo problema, trazer esta receita”.
107
Figura 5 – Modelo da ficha do receituário agronômico (frente e verso)
108
109
Fonte: Docsity (2012, on-line)
110
VENENO À NOSSA MESA – O BRASIL É O PAÍS QUE MAIS CONSOME AGROTÓXICOS
Antony Corrêa
Jade Azevedo 
Lucas Souza
Os últimos anos foram considerados anos atípicos, nos quais, as condições 
de vida e subsistências de trabalhadoras e trabalhadores foi severamente afetada. No 
Brasil, temos a triste marca de 163.406 mortes pelo novo coronavírus até a metade do 
mês de novembro. Em contrapartida, há setores e grupos de empresas que parecem 
passar pelo oposto, com conquistas e lucros durante este período. Foi o que aconteceu 
com a indústria do agro-minério-negócio, além do aumento do seu Produto Interno 
Bruto (PIB) em cerca de 2,42% de janeiro a fevereiro de 2020, é crescente as aprovações 
de registros de agrotóxicos para fabricação e uso em nosso país
Nos cinco primeiros meses daquele ano, em plena pandemia sanitária de Co-
vid-19, o Ministério da Agricultura já havia publicado o registro de 150 agrotóxicos para 
uso no Brasil. Destes, 118 agrotóxicos foram liberados só entre março e maio, com 84 
deles destinados agricultura e 34 para uso na indústria. A Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), aponta que parte dessas novas mercadorias devem ser reavaliadas, 
pelas possíveis ligações a casos de câncer. Concomitante a isso, as empresas que con-
centram a produção de veneno, já haviam solicitado a liberação de mais 216 produtos.
O número de aprovações nos primeiros meses do ano foi maior do que o ocorrido no 
mesmo período de 2019. O que é preocupante, já que no ano de 2018 havia batido o recorde de 
aprovações, com 474 novos produtos anualmente. Em setembro de 2020 já havíamos atingido 
a marca de 315 novas autorizações publicadas, como se pode observar no gráfico a seguir.
Como informa a Agência Repórter Brasil (2020), entre os agrotóxicos aprovados 
estão produtos que foram banidos em outras nações, como o Fipronil, inseticida banido 
em 2004 na França, o Clorotalonil, banido na União Europeia e Estados Unidos, e o Clorpi-
rifós, banido na União Europeia. Estes dois últimos, por afetarem o as células favorecendo 
o aparecimento de câncer, e neurotoxicidade que afeta o desenvolvimento humano.
As aprovações só foram possíveis pelo fato de serem enquadradas como 
atividades essenciais durante a pandemia. As licenças para fabricação de veneno se 
distribuem entre 53 empresas de 11 países. No entanto, diferente de 2019, este ano, os 
registros se concentram nas mãos de empresas brasileiras, com destaque a AllierBrasil.
LEITURA
COMPLEMENTAR
111
Uma herança para produzir alimentos lucro
No Brasil, o uso do agrotóxico foi integrado ao Plano Nacional de Desenvolvimen-
to Agrícola (PNDA) de 1975, que incentivou financeiramente as indústrias de fabricação 
desses produtos, e contribuiu na difusão do argumento da produção de alimentos em es-
cala para resolver o problema da fome no mundo. O Brasil, hoje, é o terceiro maior produtor 
de alimentos do mundo e o segundo maior exportador, atrás apenas dos Estados Unidos. 
E mesmo ao liderar essas produções de larga escala como a soja, o milho e carne, a fome 
no Brasil tem aumentado. O que suscita as questões: que tipo de “alimento” é produzido? 
Mercadoria? Para quem? Com que qualidade nutricional? E a que custo?
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
divulgados em setembro deste ano, a fome, insegurança alimentar grave, atingiu cerca de 
4,6% da população entre 2017 e 2018. São mais de 10 milhões de brasileiros com menos 
do que o necessário para suprir as demandas nutricionais. Essa pesquisa é apresentada, 
cinco anos depois do Brasil ter saído do mapa da fome. Estatística da qual o país tem se 
aproximado rapidamente com os desmontes da política de segurança alimentar. Outro 
argumento para o agrotóxico defendido por corporações transnacionais é que isso re-
presenta a modernização da técnica e agricultura. Ao investigar o tema, se percebe que a 
aplicação do agrotóxico no agronegócio é mais do que um melhoramento técnico. 
É uma articulação política e econômica entre latifundiários, indústrias 
transnacionais químicas e de biotecnologia que trabalham pelo mercado, o que amplia 
a taxa de lucro e o poder político global desses conglomerados.
112
O agronegócio financia a política
No Brasil, existe uma articulação se torna nítida ao olharmos para os financiado-
res da Frente Parlamentar da Agropecuária, popular bancada ruralista. Essa, recebe re-
cursos do Instituto Pensar Agro, financiado por 38 associações do agronegócio ─ con-
glomerados que concentram o controle deste ramo no país e no mundo. No Infográfico 
a seguir podemos observar 12 dessas associações, que exercem maior influência.
Brasil: O maior consumidor de agrotóxicos
A média anual de uso dos agrotóxicos no Brasil entre 2012 e 2014 totalizaram 
877.782 toneladas, de acordo com o atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e 
conexões com a União Europeia de 2017, contabilizando: 334.628 toneladas no Centro-
Oeste, 244.911 no Sul, 188.512 no Sudeste, 101.460 no Nordeste e 28.271 no Norte.
Em 2017, com cerca de 550 mil toneladas de ingredientes ativos, o Brasil 
alcançou o título de maior consumidorde agrotóxicos em volume de produto do planeta 
ㅡ de acordo com os dados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos 
Deputados apresentados em audiência de 2019 em Brasília.
Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo e integrante do Fórum Gaúcho de 
Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, comenta que existem estudos que tentam 
dizer o contrário, e são amplamente divulgados em órgãos institucionais, pela Frente 
Parlamentar da Agricultura, a bancada ruralista.
Esses “números são feitos com base [na venda e] no valor do agrotóxico utilizado 
por hectare”, o que coloca países como o Japão na frente do Brasil. Podemos ter a falsa 
impressão de que esses países consomem mais veneno, por gastarem mais dólares em 
agrotóxicos que são mais seguros. “Nessa conta parece que no Brasil se usa menos do 
que fato é utilizado. Nós usamos mais venenos e os piores venenos”, alerta Melgarejo.
O pesquisador destaca como confiável o método produzido na Universidade 
Federal do Mato Grosso, por Wanderlei Pignati, que considera para o cálculo os principais 
municípios produtivos, a área cultivada das principais culturas e as informações dos 
produtos mais aplicados. Isso permite chegar a uma média que extrapolam para toda a 
área cultivada, e se estima os dados que faltam das vendas ilegais de agrotóxicos. Essa 
estimativa é de “um bilhão de litros de agrotóxicos por ano. Dá uns 30% a mais do que 
as vendas contabilizadas pelo IBAMA”, observa.
Melgarejo observa que a flexibilização da legislação tem aumentado o descuido 
com a informação e consequentemente a contaminação. Um exemplo recente é o caso 
do Paraquat, proibido em 2017 pela ANVISA, com o prazo de três anos para a retirada do 
produto do mercado brasileiro. Em setembro, o produto deveria ser banido e excluído 
de todas as prateleiras. Contrariando as suas decisões anteriores a Anvisa cedeu às 
pressões do agronegócio e autorizou o uso do estoque de Paraquat.
113
Entenda um pouco mais: o que são agrotóxicos?
De acordo com o decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, os agrotóxicos 
são: produtos e componentes resultantes de processos físicos, químicos ou biológicos. 
Destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de 
produtos agrícolas, nas pastagens, na produção de florestas nativas ou implantadas. 
Também são utilizados em outros ecossistemas com a finalidade de alterar a composição 
da flora e fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados 
nocivos. São conhecidos ainda como substâncias e produtos desfolhantes, dessecantes, 
estimulantes e inibidores de crescimento.
Um marco regulatório da Anvisa de 2019, alterou a classificação de toxicidade dos 
agrotóxicos, adotando o padrão internacional, com cinco divisões, o Sistema Globalmente 
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS). Por este novo padrão, 
são considerados venenos extremamente tóxicos apenas aqueles produtos que causarem 
morte horas depois do contato ou ingestão pelo indivíduo. Agrotóxicos “pouco tóxicos” não 
terão mais a advertência de risco no rótulo. Dessa forma, dos agrotóxicos aprovados no início 
do ano, apenas seis produtos haviam sido classificados como extremamente ou altamente 
tóxicos. Podemos observar esta nova classificação no infográfico.
O veneno paira no ar
Pode ser considerado um agrotóxico todo produto que for tóxico para a 
agricultura e pecuária. Leonardo Melgarejo, aponta que os agrotóxicos podem ser 
extratos de plantas como também de síntese química. Esse último, predomina na 
agricultura atualmente, e são formulações desenvolvidas em laboratórios que geram o 
xenobiótico. Essas substâncias têm uma finalidade específica, como matar determinado 
inseto, entretanto possuem ações colaterais. Um exemplo desse efeito colateral citado 
pelo engenheiro agrônomo, é a “luta dos produtores de uva contra os produtores de soja, 
quando os produtores de soja usam o 2,4-D, que é um herbicida para limpar as suas 
lavouras”. O que acontece é que este herbicida fica à deriva no ar, atinge os parreirais 
dos vizinhos, e afeta a produção das uvas.
Caso semelhante é relatado pela agricultora assentada Maria Aparecida Mota Be-
larmindo (Cida), 43 anos, natural da Paraíba, e moradora do Assentamento Olívio Albani, 
em Campo Erê, Santa Catarina. Ela nos relatou o caso ocorrido na região em 2007, em que 
fazendeiros despejavam veneno sobre o acampamento localizado entre os latifúndios. 
“Quando a gente veio para cá, eles passavam de avião o veneno, nas propriedades deles, 
a gente fica bem no meio, e nos quatro lados tem fazendeiro. A gente denunciou para 
Ministério Público, para IBAMA, para a FATMA, para tudo”, lembra a camponesa.
Ela conta que logo em seguida da aplicação dos agrotóxicos, muita gente 
ficou doente por causa das águas, daquele veneno. Parte das pessoas afetadas foram 
internada no hospital em Campo Erê e parte em Palma Sola. Entre os sintomas estava 
114
a diarreia e vômito. Cida, relembra que os vizinhos durante este período continuaram 
a aplicação do veneno até o final da safra, e depois que o caso repercutiu, passaram a 
fazer as aplicações com máquinas de solo.
Ela associa alguns problemas na saúde mental das pessoas no assentamento 
à exposição ao veneno, “tem bastante gente muito ansiosos, nervosos aqui no 
assentamento, por causa disso, por causa do veneno”. Outro problema que permanece 
atualmente, é a monocultura de pinus que cerca a vizinhança, e que Cida também 
considera um veneno para a saúde.
A camponesa e assentada relata que depois de um longo período, mesmo não 
havendo mais aplicação de veneno por aviões, os impactos da persistência do agrotóxico 
e envenenamento da terra são perceptíveis. “A gente plantava as frutas e não dava 
nada, principalmente a parreira, a uva, não dava por causa dos venenos da soja”. Ela 
relata, que mesmo com barreiras contra o veneno, seu vizinho seguia a plantação de 
soja. “Teve uma época ali que as minhas uvas não vinham por causa disso […] aqui no 
assentamento [agora] é proibido plantar soja por causa do veneno, porque ele é muito 
mais forte, mata mais, e traz outras doenças e outras pragas”, destaca.
Cida e tantas outras camponesas e camponeses que produzem agroecologica-
mente e/ou que estão em processo de transição são pontos de resistência que em meio 
às contradições do sistema e violência do agro-minério-negócio, florescem por meio de 
suas experiências ancoradas em um projeto de sociedade e de campo que é popular e 
que respeita às formas milenares de produzir da natureza.
Neste atual cenário do Brasil o debate sobre a produção de alimentos e uso de 
agrotóxicos é constante dentro da luta dos Movimentos Sociais pelo direito à alimen-
tação e Reforma Agrária Popular, que discute técnicas agrícolas, pecuárias, questões 
políticas, conômicas, sociais e formativas de concepção de mundo, enquanto projeto de 
campo e sociedade. Neste bojo, publicaremos ao longo das semanas o “Especial Agro 
é tóxico”, com o intuito de pôr elementos para a discussão sobre: o cenário nacional, 
a legislação sobre agrotóxico, saúde e contaminação e a contraposta que vem sendo 
construída pelos movimentos sociais do campo, por meio da agroecologia e Reforma 
Agrária Popular.
FONTE: https://www.ecodebate.com.br/2020/11/16/veneno-a-nossa-mesa-o-brasil-e-o-pais-que-mais-
-consome-agrotoxicos/. Acesso em: 15 jul. 2022.
115
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• As principais terminologias utilizadas para os inseticidas, seus componentes e afins, 
de acordo com a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, popularmente conhecida como 
“Lei dos Agrotóxicos”. 
• A classificação toxicológica dos inseticidas, que leva em consideração a provável 
dosagem letal para um adulto médio, bem como a classificação toxicológica com 
base em faixas de cores. 
• Os tipos de efeitos colaterais decorrentes da exposição de seres humanos e animais 
a inseticidas, especialmente, os conceitos de intoxicação aguda e crônica, as 
implicações dos resíduosem plantas; bem como a prática da tríplice lavagem e a 
destinação final de embalagens vazias.
• As diferentes formas de classificação dos inseticidas, incluindo os inseticidas orgâ-
nicos, derivados de plantas (botânicos), biológicos (bioinseticidas), óleos minerais, 
reguladores de crescimento, organoclorados, organofosforados, carbamatos, pire-
troides e fumigantes. 
• Os conceitos associados a formulações de agrotóxicos, incluindo a definição de 
princípio ativo e componentes inertes, bem como as diferentes formulações para 
cada tipo de aplicação; além dos preceitos necessários para a elaboração de um 
receituário agronômico. 
116
AUTOATIVIDADE
1 Com base nos conceitos introduzidos pela Lei 7.802, de 11 de julho de 1989 , que trata 
dos agrotóxicos, seus componentes e afins, assinale a alternativa CORRETA: 
BRASIL. Constituição (1989). Lei nº 7.802, de novembro de 
2011. Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, 
a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, 
a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, 
a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e 
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção 
e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e 
dá outras providências. Brasília, 11 jul. 1989. Disponível em: 
. 
a) ( ) Entende-se por agrotóxicos e afins os produtos ou agentes de processos físicos, 
químicos ou biológicos, cuja finalidade é provocar uma da ação danosa a todos 
seres vivos encontrados na fauna e flora brasileira.
b) ( ) Intervalo de reentrada é o intervalo de tempo entre a última aplicação e a 
comercialização do produto tratado.
c) ( ) Período de carência é Intervalo de tempo entre a aplicação de agrotóxicos ou 
afins e a entrada de pessoas na área tratada sem a necessidade de uso de EPI. 
d) ( ) Princípio ativo é o agente químico, físico ou biológico que confere eficácia aos 
agrotóxicos e afins.
2 A Toxicologia pode ser definida como a ciência básica que estuda os inseticidas, que 
podem ser classificados com base em classes e faixas de cores associadas ao seu 
grau de toxicidade. Com base nisso, analise as seguintes afirmações:
I- Produtos da classe IV são classificados como extremamente tóxicos e recebem a 
faixa vermelha.
II- Produtos da classe III são classificados como pouco altamente tóxicos e recebem a 
faixa amarela.
III- Produtos da classe I são classificados como extremamente tóxicos e recebem a faixa 
vermelha.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
117
3 De acordo com os conceitos obtidos sobre o processo de tríplice lavagem das 
embalagens, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Após o uso de produtos agrotóxicos, as embalagens vazias podem ser reaproveitadas 
para outras formas de uso, como por exemplo, reservatórios de água para consumo 
de animais. 
( ) Devido ao fato de as embalagens estarem vazias, o uso de equipamentos de 
proteção individual durante a tríplice lavagem é dispensável.
( ) Após passarem pela tríplice lavagem, todas as embalagens de agrotóxicos devem 
ser inutilizadas para que não possam ser reutilizadas na propriedade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Inseticidas biológicos ou bioinseticidas são produtos que contêm organismos vivos, 
derivados desses organismos, ou obtidos através de manipulação genética. Disserte 
sobre a utilização de bactérias para a produção de bioinseticidas.
5 O uso inadequado de produtos na agricultura, provoca efeitos negativos na sanidade 
das plantas. Para assegurar o uso adequado desses produtos adotou-se o receituário 
agronômico, elaborado de acordo com os preceitos técnico-agronômicos. Neste 
contexto, elenque os principais itens a serem checados na elaboração de um 
receituário agronômico.
118
REFERÊNCIAS
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mais que as 4 faixas dos rótulos. 2022. Disponível em: https://www.aenda.org.br/
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(Comunicado Técnico, 156).
BRASIL. Constituição (1989). Lei nº 7.802, de novembro de 2011. Dispõe sobre a 
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, 
o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a 
importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a 
classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes 
e afins, e dá outras providências. Brasília, 11 jul. 1989. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2022.
BRASIL. Constituição (2002). Lei nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta 
a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, 
a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a 
comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, 
o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a 
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras 
providências. Brasília, 04 jan. 2002. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2022.
BRASIL. Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a 
experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, 
a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o 
destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção 
e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. 
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YURI, J. E. et al. Cultivo do meloeiro sob dois tipos de mulching e diferentes espaçamentos 
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122
123
MANEJO INTEGRADO DE 
PRAGAS DE CULTURAS 
AGRÍCOLAS, FLORESTAIS E 
ORNAMENTAIS
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identifi car as principais pragas de importância agrícola, fl orestal e ornamental;
• compreender aspectos importantes para a aplicação do Manejo Integrado de Pragas 
em culturas agrícolas, ornamentais e fl orestais;
• adotar medidas racionais e adequadas para cada situação envolvendo o Manejo 
Integrado de Pragas;
• aplicar os conceitos obtidos na elaboração de um Plano de Manejo Integrado de 
Pragas.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar 
o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE CULTURAS AGRÍCOLAS
TÓPICO 2 – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PLANTAS ORNAMENTAIS
TÓPICO 3 – MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PLANTAS FLORESTAIS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
124
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
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125
TÓPICO 1 — 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE 
CULTURAS AGRÍCOLAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, nas unidades anteriores, aprendemos conceitos importantes a 
respeito da morfologia e fisiologia de insetos e ácaros. Além disso, estudamos o conceito 
de praga agrícola e a sua importância, os principais métodos de controle de pragas 
adotados na agricultura – principalmente o Manejo Integrado de Pragas – e, por fim, os 
aspectos fundamentais sobre a toxicologia de inseticidas. 
Ao longo desta unidade, reuniremos os conceitos obtidos nas unidades anterio-
res, de forma que seja possível identificar as principais pragas que ocorrem em culturas 
agrícolas (sobretudo, em grandes culturas, hortaliças, pastagens e grãos armazenados), 
além daquelas que ocorrem em culturas utilizadas para fins ornamentais e florestais. 
Serão apresentadas, nos próximos tópicos, as principais pragas para cada cultura 
abordada, levando-se em consideração algumas características, como: morfologia da 
praga, condições favoráveis a sua ocorrência, modo de ação, tipo de dano causado 
etc. Também serão tratados aspectos referentes à diagnose, ao sistema de tomada de 
decisão e aos principais métodos de controle disponíveis, elementos essenciais para a 
elaboração de um Plano de Manejo Integrado de Pragas racional e eficiente.
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRANDES 
CULTURAS
Serão apresentadas, agora, as principais pragas que ocorrem em grandes 
culturas. Descreveremos as características e as injúrias provocadas pelas pragas das 
seguintes culturas: algodoeiro, arroz, cafeeiro, cana-de-açúcar, feijoeiro, milho e soja. 
Também serão descritos os componentes do MIP (diagnose, sistema de tomada de 
decisão e os métodos de controle) comumente adotados.
2.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
São consideradas pragas-chave do algodoeiro os seguintes insetos: pulgões, 
bicudo-do-algodeiro, lagarta-da-maçã, lagarta-rosada e o curuquerê (PICANÇO, 2010). 
A seguir, falaremos sobre cada uma delas.
126
2.1.1 Pulgões
São representados por duas espécies – Aphis gossypii e Myzus persicae (GALLO 
et al., 2002). 
Descrição – Aphis gossypii é uma das primeiras pragas que ocorrem no 
algodoeiro, surgindo logo após a germinação das plantas. Os indivíduos medem 
aproximadamente de dois a três mm de comprimento, possuem corpo mole e apresentam 
coloração amarela-esverdeada, marrom ou preta (GALLO et al., 2002). 
Myzus persicae é uma espécie vulgarmente conhecida como pulgão verde. 
É encontrada frequentemente em solanáceas e crucíferas e surge esporadicamente 
associada com A. gossypii. Esses pulgões podem ser confundidos com o pulgão-do-
algodoeiro, visto que ambos são amarelos-claros. Contudo, M. persicae tem o corpo 
mais alongado, escuro, cilíndrico em toda sua extensão e proporcionalmente menor 
(GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Esses insetos sugam seiva, causando murchamento e secamento das 
plantas; encarquilhamento das folhas e deformação das brotações, sendo comum o apare-
cimento de fumagina. Além disso, são insetos vetores de viroses, principalmente da doença 
conhecida como “azul do algodão”, que é considerada o principal problema da cultura no 
Brasil, devido ao plantio de variedades muito suscetíveisa esta doença (PICANÇO, 2010).
2.1.2 Bicudo-do-algodoeiro 
Descrição – O bicudo (Anthonomus grandis) é um besouro de 7 mm de com-
primento, que apresenta coloração cinza ou castanha, rostro alongado compreendendo 
à metade do comprimento do corpo. Possui dois espinhos no fêmur do primeiro par de 
pernas (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Essa praga costuma atacar no horário compreendido entre 9 e 17 ho-
ras. As larvas têm coloração esbranquiçada e atacam os botões florais, as flores e a maçã 
da planta. Os ovos (em média 100 a 300 unidades por ciclo) são colocados em cavidades 
abertas nos botões florais ou nas maçãs. Essa praga causa queda anormal de botões 
florais, flores e maçãs, podendo causar redução na produção de até 70% (PICANÇO, 2010).
2.1.3 Lagarta-da-maçã
Descrição – O adulto da lagarta-da-maçã (Heliothis virescens) é uma ma-
riposa que apresenta as asas anteriores esverdeadas com três faixas avermelhadas. 
Esses insetos medem aproximadamente de 25 a 35 mm de envergadura. As lagar-
tas têm coloração variável, podendo ser verdes, amarelas, pardas ou rosadas, com 
127
faixas escuras pelo corpo e cabeça marrom. Os ovos (em média 600 por fêmea, 
por postura) são brancos, cilíndricos, colocados nos ponteiros, folhas e sépalas das 
plantas (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Destroem as maçãs e botões, favorecendo a entrada de patógenos 
(PICANÇO, 2010).
2.1.4 Lagarta-rosada
Descrição – Os adultos da lagarta-rosada (Pectinophora gossypiella) são 
mariposas que medem cerca de 15 a 19 mm de envergadura, com asas posteriores 
de coloração bronzeada. As lagartas apresentam um aspecto esbranquiçado nos dois 
primeiros estágios, atingindo a coloração rosada posteriormente. Os ovos são branco-
esverdeados, colocados isoladamente ou em grupos de 5 a 100 unidades nas brácteas 
das maçãs (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Provocam a destruição dos botões florais, o que impede a abertura 
das pétalas, causando o aspecto de flor em "roseta" (não há formação da maçã). 
Quando as lagartas atacam as maçãs, podem destruir as fibras e sementes. Um sintoma 
característico do ataque da lagarta rosada é a formação de maçãs defeituosas, que não 
se abrem normalmente (conhecidas como “carimãs”) (GALLO et al., 2002).
2.1.5 Curuquerê-do-algodoeiro
Descrição – O curuquerê (Alabama argillacea) é uma mariposa de coloração 
marrom-avermelhada, com variando de 35 a 40 mm de envergadura, com manchas 
circulares escuras nas asas anteriores. As lagartas apresentam coloração esverdeada 
(em baixas infestações) ou preta (em altas infestações), com várias listras longitudinais. 
Cada fêmea pode colocar 500 ovos, em média. Esses são pequenos, de coloração 
esverdeada, depositados sob as folhas, geralmente ao anoitecer (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Atacam o limbo foliar, devorando-o quase completamente, 
destruindo as nervuras maiores e os pecíolos, o que reduz drasticamente a produção. 
Em média, uma lagarta é capaz de consumir cerca de 66 cm² de uma folha de algodoeiro. 
Caso não controlada, a praga pode causar prejuízos de até 30% (GALLO et al., 2002). 
2.1.6 Amostragem
A amostragem das pragas-chave do algodoeiro deve ser realizada em área 
mínima de 10 ha em cada talhão de 100 ha. Podem ser feitas a amostragem convencional 
ou sequencial (GALLO et al., 2002). 
128
Na amostragem convencional, a frequência de levantamentos a serem realizados 
semanalmente depende do estágio fenológico da cultura, conforme apresentado na 
Tabela 1 (GALLO et al., 2002). 
Tabela 1 – Frequência da amostragem convencional de pragas do algodoeiro
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Tabela 2 – Nível de controle das principais pragas do algodoeiro no Brasil
Número de levantamentos por semana Fase da cultura
1 Até o florescimento
2 Do florescimento ao 1º capulho
1 Do 1º capulho a colheita
A amostragem sequencial é feita conforme a tabela apresentada no tópico 2 
da unidade anterior. Podem ser atribuídas notas de 0 (botão danificado) ou 1 (botão 
não danificado). Posteriormente, soma-se o resultado de cada amostragem ao valor 
registrado anteriormente. Se cair entre os números da tabela, continuar. Se cair no limite 
inferior, aplica-se o controle, caso caia além do limite máximo, a praga não deve ser 
controlada. Deve-se continuar a amostragem até o final da tabela e repetir a amostragem 
a cada dois ou três dias (PICANÇO, 2010).
O número total de amostras varia de acordo com o tipo de amostragem. No 
método convencional são realizadas entre 50 a 100 amostras por hectare, feitas em 
caminhamento tipo “zig-zag” ou demarcando-se cinco pontos por amostragem, de 
onde serão retiradas 10 ou 20 amostras. No método sequencial são necessários, ao 
menos 10 amostras (PICANÇO, 2010). Com base na amostragem, determina-se o nível 
de controle (Tabela 2).
Praga
Época de
ocorrência
Parte
amostrada
Nível
de controle
Nível de 
não-ação
Pulgão Até 60 dias Ponteiro
60% das plantas 
atacadas
22% de inimigos 
nos ponteiros
Bicudo-do-
algodoeiro
50 dias até 
o final
botões florais 
utilizando o 
feromônio 
grandlure
10% botões atacados -
Lagarta-
da-maçã
70-120 dias plantas
ovos: 20% ponteiros 
atacados
lagartas: 15% ponteiros 
atacados ou 10 adultos/
armadilha
1,0 predador 
chave/planta
129
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Lagarta-
rosada
80-120 dias plantas
5% maçãs atacadas
10 adultos/armadilhas
-
Curuquerê-
do-
algodoeiro
90-140 dias Plantas
2 lagartas/planta
25% de desfolha
0,5-1,0
predador por 
presa/planta
2.1.7 Controle Cultural
De acordo com Picanço (2010), o controle cultural pode ser feito da seguinte forma:
a) Escolha de variedades de algodoeiro – A variedade IAC-20, por exemplo, é precoce 
e tem ciclo determinado, favorecendo o controle do bicudo e da lagarta rosada.
b) Remoção e destruição de restos culturais – Por serem potenciais focos de 
disseminação de pragas, é importante retirar os botões florais e maçãs novas que 
estiverem no solo e destruí-los.
2.1.8 Controle Comportamental
No Brasil são utilizados feromônios como método integrante do MIP, visando 
a amostragem da população do bicudo, da lagarta-da-maçã e lagarta-rosada (vide 
controle por comportamento na unidade anterior) (PICANÇO, 2010).
2.1.9 Controle Legislativo
 
O arranquio e a queima dos restos vegetais têm como objetivo a redução da 
população de pragas como a lagarta-rosada e o bicudo. No Estado de São Paulo, existe 
um Decreto determinando a realização dessa medida até o dia 15 de julho todos os anos 
(PICANÇO, 2010).
2.1.10 Controle Biológico
O controle biológico aplicado pode ser feito por meio da liberação do parasitoide 
de ovos do gênero Trichogramma, para controle do curuquerê-do-algodeiro e da 
lagarta-da-maçã. As liberações do parasitoide devem ser feitas a partir da ocorrência 
de ovos da praga, variando de 60.000 a 90.000 indivíduos/ha (GALLO et al., 2002).
2.1.11 Controle Químico
O controle químico pode ser feito de diferentes formas:
130
a) Tratamento de sementes – Para o controle de pragas como os pulgões, podem 
ser usadas sementes previamente tratadas com produtos químicos sistêmicos, co-
nhecidas genericamente como “sementes pretas” ou “roxas”, que têm essa coloração 
por causa da adição de carvão ativado ou silicato de alumínio, respectivamente, para 
alertar o agricultor acerca do perigo dos produtos usados, em virtude de sua alta 
toxicidade (GALLO et al., 2002).
b) Granulados sistêmicos no sulco – Visando ao controle de pulgões e como 
alternativa ao tratamento de sementes, podem ser utilizados granulados sistêmicos 
como imidacloprid (GALLO et al., 2002).
c) Iscas para mariposas – Para o controle de pragas como o curuquerê, a lagarta-
da-maçã e a lagarta-rosada, podem ser preparadas iscas com 1 kg de melaço + 10 L 
de água + 25 g de metomil 21,5 OS, utilizando-se 0,5 L em 15 m lineares de cultura, a 
cada 50 m (GALLO et al., 2002).
2.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM ARROZ
As pragas-chave da cultura do arroz podem ser divididas em dois grupos – 
pragas de solo, que danificam o sistemaradicular e a parte inferior do colmo – e pragas 
da parte aérea, que danificam a parte superior do colmo, causam desfolha e atacam 
os grãos. Essas pragas podem, ainda, ser agrupadas de acordo com o tipo de cultivo 
(sequeiro ou irrigado). São pragas-chave que atuam no solo e atacam o arroz em 
sequeiro, os cupins, o bicho-bolo (também chamado pão-de-galinha), a larva-arame e 
a lagarta-elasmo. Em arroz irrigado, os gorgulhos-aquáticos (também conhecidos como 
bicheira-do-arroz) são considerados pragas de solo; já os percevejos do colmo e do grão 
e as lagartas desfolhadoras são pragas da parte aérea (GALLO et al., 2002).
2.2.1 Cupins
Descrição – Existem várias espécies de cupins que atacam a cultura do arroz 
de sequeiro (Syntermes molestus, Procornitermes spp., Cornitermes spp.), sendo S. 
molestus o mais comum. Essas pragas, também conhecidas como “formigas-brancas” 
ou “térmitas”, possuem aparelho bucal mastigador e são polífagos, o que as tornam 
pragas importantes para outras culturas (PICANÇO, 2010). 
Os cupins são insetos sociais, de hábito subterrâneo e que constroem ninhos de di-
ferentes formatos. Esses insetos vivem em colônias constituídas por formas sexuadas (com-
postas pelo casal real e cupins alados com dois pares de asas membranosas) e assexuadas 
(formadas pelas operárias e pelos cupins soldados, ápteros, de cinco a dez mm de compri-
mento, sem olhos e ocelos, diferindo assim das formas sexuadas) (GALLO et al., 2002). 
As operárias constituem a maioria da população e possuem coloração branca 
ou amarelo-clara, assumindo todas as funções na colônia, exceto a procriação. Os 
soldados, por sua vez, possuem cabeça volumosa, coloração marrom-amarelada e 
131
mandíbulas bem desenvolvidas. Atuam na defesa do ninho, em colaboração com as 
operárias (PICANÇO, 2010). 
Prejuízos – Essas pragas podem destruir as raízes total ou parcialmente, e 
a parte aérea da planta. Como sintomas, as plantas apresentam uma aparência seca, 
desprendendo-se facilmente do solo. Em horários com pico de insolação, as folhas 
se enrolam rapidamente. A ação dos cupins é mais intensa se o local já foi cultivado 
anteriormente por alguma gramínea e em solos do Cerrado (PICANÇO, 2010). 
2.2.2 Bicho-bolo (pão de galinha)
Descrição – Compreendem três espécies distintas (Euetheola humilis, 
Dyscinetus sp. e Stenocrates sp). As três espécies possuem uma coloração marrom-
escura a preta. Os adultos de E. humilis, Dyscinetus sp. e Stenocrates sp. medem 16, 20 
e 21 mm de comprimento, respectivamente. Os adultos surgem após períodos chuvosos 
e colocam ovos no solo, onde ocorre a eclosão de larvas que medem cerca de 3 mm. 
Essas larvas possuem uma cabeça marrom-clara, abdome com extremidade escura, 
e chegam a medir 50 mm. É nesse estágio que ocorrem os ataques, sendo as larvas 
popularmente conhecidas como bicho-bolo ou pão de galinha. O período larval tem 
duração média de 20 meses (PICANÇO, 2010). 
Prejuízo – O ataque das larvas às raízes provoca o amarelecimento e 
definhamento das plantas, que podem morrer, ocasionando falhas nas lavouras (GALLO 
et al., 2002).
2.2.3 Larva-arame 
Descrição – Os adultos da larva-arame (Conoderus scalaris) são besouros de 
coloração preta, que medem, aproximadamente, 16 mm de comprimento, e possuem 
élitros pardos, ferrugíneos, pontuados com quatro manchas pretas (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – As larvas-arame destroem as raízes, ocasionando o amarelecimento 
e morte das plantas de arroz. As touceiras danificadas são destacadas com facilidade 
(GALLO et al., 2002).
2.2.4 Lagarta-elasmo. 
Descrição – Os adultos da lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) são 
mariposas que medem entre 15-25 mm de envergadura e possuem asas de coloração 
pardo-avermelhada. As lagartas têm aproximadamente 15 mm de comprimento, são 
ativas e possuem cor verde-azulada, sendo a cabeça pequena e de cor marrom-escura 
(PICANÇO, 2010). 
132
Prejuízos – Em arroz de sequeiro, o ataque dessa praga ocorre junto ou pouco 
abaixo da superfície do solo, onde as lagartas abrem galerias em direção ao centro das 
hastes. Esse ataque causa um sintoma conhecido como “coração morto”, caracterizado 
pelo secamento da folha central, que é facilmente destacada quando puxada. Essa é 
uma praga limitante para a cultura do arroz no Cerrado. Plantas recém-germinadas são 
mais sensíveis ao ataque da lagarta-elasmo, sendo comum observar muitos falhas na 
cultura, obrigando o replantio (GALLO et al., 2002).
2.2.5 Gorgulhos-aquáticos (bicheira-do-arroz) 
Descrição – Os gorgulhos-aquáticos (também conhecidos como bicheira-
do-arroz) são a principal praga do arroz irrigado, sobretudo em culturas formadas por 
meio de mudas. Existem três espécies de destaque (Oryzophagus oryzae, Helodytes 
foveolatus e Lissorhoptrus tibialis), com O. oryzae representando 70% da população em 
relação às demais (GALLO et al., 2002). Os adultos possuem rostro e medem entre 2,0 
e 9,0 mm de comprimento. As larvas são brancas, com cabeça amarela, cerdas ralas 
sobre o corpo e com ausência de pernas (ápodas) (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – As larvas atacam as raízes das plantas, abrindo galerias e cortando-
-as em todas as direções, fazendo com que as plantas atacadas exibam uma coloração 
clorótica. Os adultos se alimentam do parênquima das folhas, deixando orifícios da largura 
de suas mandíbulas. Variedades precoces tendem a ser mais afetadas que as tardias. Em 
plantios cultivados há mais tempo, os prejuízos podem chegar a 30% (GALLO et al., 2002).
2.2.6 Percevejo-do-colmo 
Descrição – Os adultos do percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris) 
possuem 15 mm de comprimento, coloração marrom clara dorsalmente e marrom 
escura ventralmente. As ninfas possuem coloração variável, sendo mais escuras no 
quinto instar. Solos com umidade elevada ou cultivados após a produção de gramíneas 
favorecem a ocorrência de altas populações da praga (PICANÇO, 2010). 
Prejuízos – Ao sugar a haste do arroz, a praga causa um estrangulamento na 
planta devido a inoculação de toxinas. O ataque resulta em sintomas conhecidos como 
"coração morto" e "panícula branca" (PICANÇO, 2010).
2.2.7 Percevejo-do-grão
Descrição – Há três espécies de destaque (Oebalus poecilus, Oebalus ypsilon-
griseus e Oebalus grisescens). Oebalus poecilus também é conhecido por outros no-
mes populares, como percevejo-sugador, chupão ou frade. Em certas regiões, é a praga 
mais importante da cultura (GALLO et al., 2002). Os adultos têm coloração marrom-clara 
133
e medem de 8 a 10 mm de comprimento. Oebalus poecilus possui duas manchas en-
curvadas no pronoto, de coloração amarelada e três manchas amarelas nos hemiélitros. 
Oebalus ypsilongriseus apresenta três manchas nos hemiélitros, não possuindo no pro-
noto. Oebalus grisescens não possui manchas amarelas (PICANÇO, 2010). As posturas, 
normalmente, são realizadas nas folhas, podendo ocorrer também no colmo e panícu-
las. São colocados 3.000 ovos por fêmea, em média (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Tais pragas são sugadoras agindo, principalmente, sobre grãos em 
estado leitoso, que podem ser totalmente esvaziados ou ficarem atrofiados. Quando o ata-
que ocorre em grãos em estado firme, formam-se pontos escuros na casca e brancos no 
endosperma. Como consequência, os grãos ficam “gessados”, quebrando-se facilmente 
no beneficiamento e adquirem menor peso (GALLO et al., 2002; PICANÇO, 2010).
2.2.8 Lagartas desfolhadoras
Descrição – Há três espécies em destaque: curuquerê-dos-capinzais (Moscis 
latipes) (ver em pragas de pastagens); lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera 
frugiperda) (ver em pragas do milho) e Leucania humidicola (GALLO et al., 2002).
Os adultos de L. humidicola são lagartas de coloração variável (verde a parda), 
medindo cerca de 40 mm de comprimento, e que se alimentam das folhas de arroz 
(GALLO et al., 2002). São pragas de solo, onde ocorre o empupamento. Os adultos 
possuem entre 30 e 35 mm de envergadura, e coloração, geralmente parda, colocando 
grupos de ovos sobre as plantas (GALLO et al.,135
2.2.13 Controle Químico ................................................................................................................... 135
2.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO CAFEEIRO ................................................................... 135
2.3.1 Broca-do-café ......................................................................................................................... 135
2.3.2 Bicho-mineiro .......................................................................................................................... 136
2.3.3 Amostragem ............................................................................................................................ 136
2.3.4 Controle Cultural ..................................................................................................................... 137
2.3.5 Controle Biológico .................................................................................................................. 137
2.3.6 Controle Químico .................................................................................................................... 137
2.4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CANA-DE-AÇÚCAR ..................................................138
2.4.1 Broca-da-cana-de-açúcar ...................................................................................................138
2.4.2 Broca-gigante ......................................................................................................................... 139
2.4.3 Cigarrinhas-da-cana-de-açúcar ....................................................................................... 139
2.4.4 Amostragem ............................................................................................................................140
2.4.5 Controle Cultural ......................................................................................................................141
2.4.6 Controle Biológico .................................................................................................................. 142
2.4.7 Controle Químico..................................................................................................................... 142
2.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJOEIRO .................................................................. 143
2.5.1 Cigarrinha-verde ...................................................................................................................... 143
2.5.2 Mosca-minadora ................................................................................................................... 143
2.5.3 Mosca-branca ........................................................................................................................ 143
2.5.4 Vaquinhas .................................................................................................................................144
2.5.5 Lagarta-elasmo ou broca-do-colo ...................................................................................144
2.5.6 Amostragem ............................................................................................................................144
2.5.7 Controle Cultural ..................................................................................................................... 145
2.5.8 Controle Comportamental ................................................................................................... 145
2.5.9 Controle Biológico .................................................................................................................. 145
2.5.10 Controle Químico ..................................................................................................................146
2.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM MILHO ..........................................................................146
2.6.1 Lagarta-elasmo .......................................................................................................................146
2.6.2 Lagarta-rosca ..........................................................................................................................146
2.6.3 Lagarta-do-cartucho ............................................................................................................ 147
2.6.4 Lagarta-da-espiga ................................................................................................................ 147
2.6.5 Amostragem ............................................................................................................................ 147
2.6.6 Controle Cultural .....................................................................................................................148
2.6.7 Controle biológico ...................................................................................................................148
2.6.8 Controle Químico .................................................................................................................... 149
2.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM SOJA ............................................................................ 149
2.7.1 Percevejo-verde ....................................................................................................................... 149
2.7.2 Percevejo-marrom ..................................................................................................................150
2.7.3 Lagarta-da-soja ......................................................................................................................150
2.7.4 Helicoverpa armigera .............................................................................................................150
2.7.5 Amostragem ..............................................................................................................................151
2.7.6 Controle Cultural ..................................................................................................................... 152
2.7.7 Controle Comportamental ..................................................................................................... 152
2.7.8 Controle por resistência de plantas ................................................................................... 153
2.7.9 Controle Biológico ................................................................................................................... 153
2.7.10 Controle Químico ................................................................................................................... 153
3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE HORTALIÇAS ...................................................153
3.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CEBOLA E ALHO ......................................................... 154
3.1.1 Tripes em cebola e alho .......................................................................................................... 154
3.1.2 Ácaros ......................................................................................................................................... 154
3.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM TOMATE, BERINJELA E PIMENTÃO ....................... 155
3.2.1 Traças ......................................................................................................................................... 155
3.2.2 Mosca-minadora .................................................................................................................... 155
3.2.3 Mosca-branca ......................................................................................................................... 155
3.2.4 Tripes ......................................................................................................................................... 156
3.2.5 Pulgão-verde ........................................................................................................................... 156
3.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM BATATA ........................................................................ 157
3.3.1 Vaquinha2002).
Prejuízos – Essas pragas causam desfolha chegando, em algumas ocasiões, a 
destruir completamente a cultura (GALLO et al., 2002).
2.2.9 Amostragem 
De acordo com Picanço (2010), a amostragem de pragas na cultura do arroz 
pode ser feita tomando-se cinco pontos a cada 10 ha, em plantas que ocuparem 1 m² 
em cada ponto. Exemplos de técnicas de amostragem para diferentes tipos de praga 
serão apresentadas na Tabela 3, abaixo:
Tabela 3 – Técnicas de amostragem para diferentes pragas do arroz.
Praga Técnicas de amostragem
Lagarta-elasmo Avaliação da % de plantas com sintoma de ataque
Gorgulhos-aquáticos
Avaliação do número de larvas presentes nas raízes usando-
se peneira
134
Percevejo-do-colmo
Contagem do número de insetos/m2 usando-se rede de 
varredura
Percevejo-do-grão
Contagem do número de insetos/m2 usando-se rede de 
varredura
Lagartas desfolhadora Avaliação da % de desfolha
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Tabela 4 – Níveis de ação para as principais pragas do arroz no Brasil
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Na Tabela 4 a seguir, apresentaremos os níveis de ação para algumas pragas da 
cultura do arroz (PICANÇO, 2010).
Praga Níveis de ação
Cupins
Quando o plantio anterior tiver apresentado manchas de plantas 
atacadas, correspondentes a 10% da área.
Lagarta-
elasmo
tabelas de 
amostragem sequencial já confeccionadas (PICANÇO, 2010).
2.3.4 Controle Cultural
Dentre as técnicas recomendadas incluem-se: não usar espaçamento maior que 
o recomendado para a cultivar; utilizar mudas sadias; fazer uma adubação equilibrada; 
evitar a utilização de cobertura morta; manejar o mato nas ruas (eficaz contra o bicho-
mineiro). Adotar plantios mais espaçados, que permitam a penetração da luz solar; 
iniciar a colheita, quando necessário, do talhão mais infestado; eliminar talhões velhos 
e improdutivos (lavouras abandonadas); realizar a poda de lavouras muito fechadas 
(eficaz contra a broca-do-café), dentre outros procedimentos (PICANÇO, 2010).
2.3.5 Controle Biológico
O Controle Biológico Clássico pode ser eficiente contra a broca-do-café, 
mediante a presença de inimigos naturais como a “Vespa de Uganda” (Prorops nasuta) 
e a “Vespa da Costa do Marfim” (Cephalonomia stephanoderis), que parasitam as larvas 
e pupas dessa praga (PICANÇO, 2010).
Para o controle natural do bicho mineiro são indicados predadores como as 
vespas (Pronectarina sylveirae, Brachygastra lecheguana, Synoeca surinama, Polybia 
scutellaris e Eumenes sp). 
A preservação destes predadores é favorecida em cultivos realizados próximos 
a matas e capoeiras, uso de inseticidas seletivos, preservação dos ninhos na lavoura e 
pela execução do MIP na cultura (PICANÇO, 2010).
2.3.6 Controle Químico
Além das recomendações gerais para o controle químico (ver na unidade anterior), 
é importante evitar o uso de piretroides, pois causam desequilíbrio às populações de ácaros 
inimigos naturais do bicho-mineiro. Também recomenda-se direcionar as pulverizações 
138
para atingirem o adulto no período de trânsito da broca-do-café (PICANÇO, 2010). A 
aplicação de inseticidas granulados sistêmicos exige umidade no solo, e estes devem ser 
levemente incorporados ou aplicados via sulco (PICANÇO, 2010).
2.4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CANA-DE-AÇÚCAR
Na cultura da cana-de-açúcar, as pragas de maior importância são: a broca-da-
cana-de-açúcar, a broca-gigante e as cigarrinhas (PICANÇO, 2010). A seguir, falaremos 
sobre cada uma delas.
2.4.1 Broca-da-cana-de-açúcar
Descrição – O adulto da broca-da-cana (Diatraea saccharalis) é uma mariposa 
que possui asas anteriores de coloração amarelo-palha, com desenhos pardacentos e 
asas posteriores esbranquiçadas, e com 25 mm de envergadura (GALLO et al., 2002). 
As lagartas possuem coloração branco-amarelada, com pintas pretas. A 
oviposição é imbricada nas folhas (assemelhando-se a um couro de cobra ou escamas de 
peixe), sendo depositados um número variável de ovos (entre 5 e 50 por fêmea) (PICANÇO, 
2010). As lagartas recém-nascidas alimentam-se inicialmente do parênquima foliar, 
avançando para a bainha e, após a primeira ecdise, penetram no colmo, perfurando-o 
e abrindo galerias de baixo para cima. Quando atingem o desenvolvimento completo, 
assumem uma coloração amarelo-pálida, de cabeça-marrom, e abrem um orifício para 
o exterior, fechando-o com fios de seda e serragem. Posteriormente, empupam, sendo 
a coloração castanha. Ficam nesse estágio por 9 a 14 dias, quando o adulto emerge do 
orifício aberto anteriormente pela lagarta (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – As lagartas causam prejuízos diretos, com a abertura de galerias 
que causam perda de peso na cana e provocam morte das gemas, causando falhas 
na germinação. Além disso, as galerias circulares que a broca faz seccionam o colmo, 
provocando o tombamento das plantas pelo vento. Em plantas jovens a broca produz 
o secamento dos ponteiros (“coração morto”). Também pode ocorrer o enraizamento 
aéreo e brotações laterais em função do ataque da praga (GALLO et al., 2002). 
Danos indiretos são provocados pela exposição da cultura aos patógenos, 
que infectam a planta por meio das aberturas deixadas pela broca. Um exemplo é a 
podridão vermelha do colmo, que pode abranger toda a região compreendida entre as 
diversas galerias. Os fungos causadores da podridão vermelha (Colletotrichum falcatum 
e Fusarium moniliforme) invertem a sacarose, diminuindo a pureza do caldo, reduzindo 
seu rendimento em açúcar e álcool (GALLO et al., 2002).
139
2.4.2 Broca-gigante
Descrição – Os adultos da broca-gigante (Telchin licus) têm cerca de 35 mm 
de comprimento e 90 mm de envergadura das asas. São de coloração escura, com 
algumas manchas brancas na região apical e uma faixa transversal branca nas asas 
anteriores. As asas posteriores são envolvidas por uma faixa curva e transversal de cor 
branca e sete manchas vermelhas na margem externa. As fêmeas depositam entre 50 
e 100 ovos, em touceiras velhas, em meio a detritos e caules cortados. Esses ovos têm 
uma cor rosada e posteriormente se tornam verde-alaranjados. As lagartas são grandes, 
podendo chegar a 80 mm de comprimento e 12 mm de largura, com o período larval 
durando de 2 a 10 meses (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Nos locais onde está presente (alguns estados do Nordeste), essa 
praga tem grande relevância, destacando-se como a principal praga da cultura. Pode 
ocasionar prejuízos de 20 a 60%, afetando a produção de cana, açúcar e álcool. O 
principal tipo de dano é resultante das galerias verticais realizadas no colmo, podendo 
destruí-lo completamente. A broca-gigante também pode reduzir o poder vegetativo 
da cultura, induzir o surgimento do “coração morto” e criar portas de entrada para 
patógenos causadores de podridões. Devido ao hábito de postura, os prejuízos são 
maiores em canaviais mais velhos (GALLO et al., 2002).
2.4.3 Cigarrinhas-da-cana-de-açúcar
Descrição – Há duas espécies de cigarrinhas de grande importância para a 
cana-de-açúcar: a cigarrinha-da-folha (Mahanarva posticata) a cigarrinha-das-raízes 
(Mahanarva fimbriolata) (PICANÇO, 2010). 
Os adultos de M. posticata possuem coloração avermelhada, com ou sem man-
chas longitudinais nas asas e medem cerca de 12 mm de comprimento. As fêmeas depo-
sitam os ovos nas bainhas das folhas, onde ocorre a eclosão das ninfas (PICANÇO, 2010). 
Na espécie M. fimbriolata, os adultos possuem duas manchas vermelhas nas 
asas tégminas e medem entre 12 e 13 mm de comprimento. As formas jovens, por falta 
de umidade, produzem uma espuma protetora, para se protegerem da seca. Portanto, 
sua ocorrência se correlaciona positivamente com o excedente hídrico e temperatura 
do solo (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – As cigarrinha-das-folhas sugam a seiva das plantas, provocando a 
“queima” das folhas, que se manifestam por meio de estrias longitudinais de coloração 
amarelada no limbo, com as pontas enroladas, assemelhando-se ao crestamento por 
falta de água (GALLO et al., 2002). Em ataques intensos os colmos definham, diminuindo-
se consideravelmente o espaço intermodal. Essa praga tem grande relevância nos 
estados do Nordeste, com a perda de açúcar podendo atingir até 17% em Pernambuco 
(GALLO et al., 2002). 
140
A cigarrinha-da-raiz tem se tornado uma praga importante no Estado de São 
Paulo, após a redução das queimadas. Em áreas de “cana crua”, seu prejuízo pode 
chegar a 11% na produtividade agrícola, com redução de 1,5% de açúcar. Os problemas 
são maiores nos cortes subsequentes à cana-planta (GALLO et al., 2002). 
2.4.4 Amostragem
O método de amostragem para a broca-da-cana também pode ser tomado para 
a broca-gigante. Consiste em levantamentos realizados em duas situações: canaviais 
desenvolvidos ou canaviais em desenvolvimento (PICANÇO, 2010). 
a) Amostragem em canaviais desenvolvidos – Deve-se coletar 30 canas/ha 
(antes ou após a queima do canavial para corte), em cinco pontos ao acaso. A cana 
coletada deve ser aberta no sentido longitudinal, determinando-se a "intensidade de 
infestação" (% I.I.) com a seguinte fórmula (PICANÇO, 2010):
b) Amostragem em canaviais em desenvolvimento (a partir dos primeiros 
entrenós visíveis) 
Deve-se verificar a presença com corações mortos em cada talhão do canavial, 
dirigindo-se a amostragem para os últimos entrenós em formação e para plantascom 
"coração morto". O NC é a intensidade de infestação (%I.I) = 5% (PICANÇO, 2010).
Para as cigarrinhas, a amostragem deve ser feita, sobretudo, após períodos 
secos e frios. Para a cigarrinha-da-folha, o procedimento consiste em tomar 25 canas 
ao acaso, em cada lavoura, separando uma cana em cada touceira. As folhas devem 
ser destacadas, contando-se as ninfas e adultos sob as bainhas e olhaduras (PICANÇO, 
2010). Em cigarrinha-da-raiz deve-se tomar 2,5 metros lineares em quatro pontos do 
talhão. Nas áreas a serem avaliadas faz-se a limpeza ao redor do sulco e das entrelinhas, 
removendo-se toda a cobertura vegetal existente (ervas daninhas, palhiço, dentre 
outros). Conta-se os adultos, ninfas (pequenas, médias e grandes) e a quantidade de 
plantas no local (PICANÇO, 2010). 
De acordo com Picanço (2010), a seguir, são apresentados os níveis de controle 
para as cigarrinhas na cana-de-açúcar, de acordo com a espécie e o estádio em que se 
encontra (Tabela 5). 
141
Tabela 5 – Níveis de controle para cigarrinhas em cana-de-açúcar.
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Estádio Cigarrinha-das-folhas Cigarra-da-raiz
Adulto ≥ 2,5 ninfas/cana ≥ 0,75 adulto/cana
Ninfa ≥ 0,75 adulto/cana 4 ou 12 ninfas/metro linear*
* O nível de controle de 4 ninfas/metro linear é utilizado no Controle Biológico, quando há predominância de 
ninfas pequenas e médias. O nível de controle de 12 ninfas/metro linear é utilizado para controle químico, 
quando há predominância de ninfas grandes. 
2.4.5 Controle Cultural
De acordo com Picanço (2010), o controle cultural das pragas da cana-de-
açúcar pode ser feito mediante o emprego de técnicas como: 
a) Moagem rápida da cana – Trata-se de uma técnica eficaz no controle da broca 
da cana-de-açúcar. A moagem rápida da cana tem por finalidade reduzir os efeitos 
danosos provocados pelos fungos do complexo das podridões. Também permite a 
destruição de larvas e pupas dos insetos. 
b) Uso de cultura armadilha – Pode-se utilizar plantas armadilhas, como o milho, para 
atrair e capturar a broca-da-cana (D. saccharalis), por exemplo.
c) Manejo da colheita – A queima dos canaviais para colheita e a queima do palhiço 
remanescente desfavorecem a D. saccharalis e as cigarrinhas. A colheita sem desponte, 
quando a %I.I. for maior que 5%, também pode reduzir as populações da broca.
d) Preparo do solo – Um bom preparo do solo, durante a renovação de canaviais 
infestados pela broca gigante e larvas de besouros, é uma tática eficiente de controle. 
Para maior eficiência, é necessário atentar-se para algumas características das 
pragas. Por exemplo, para o controle de M. fryanus, a época ideal para se revolver 
o solo se dá nos meses mais secos e frios do ano, na região sudeste (de março a 
agosto). Nesse período, o número de larvas da praga, nos primeiros 30 centímetros 
do solo, é maior.
e) Uso de variedades resistentes – Existem variedades mais ou menos suscetíveis 
ao ataque de D. saccharalis. Ademais, há variações na intensidade de infestação 
em uma mesma variedade, de acordo com a região em que está sendo cultivada, 
ou mesmo, variações de acordo com o ciclo da cultura (cana-planta ou cana-soca). 
Algumas variedades, apesar de produtivas, possuem baixo vigor de gemas em 
períodos secos (por exemplo, RB 72454). Em solos arenosos, as injúrias de pragas de 
rizomas e raízes causam maiores problemas de estresse hídrico e variedades com 
baixo vigor de gemas não deve ser plantadas.
142
2.4.6 Controle Biológico
Em cana-de-açúcar, o controle biológico é uma técnica que vem sendo 
utilizada em grandes proporções, sendo bem-sucedida em conjunto com outros 
métodos. As práticas mais comuns são a criação e liberação das vespas Cotesia flavipes 
(parasitoide de larvas de D. saccharalis) e Trichogramma galloi (parasitoide dos ovos de 
D. saccharalis); e a utilização do fungo Metarhizium anisopliae (parasitoide de ovos e 
larvas recém eclodidas da broca-da-cana) (PICANÇO, 2010).
Para um controle mais eficiente, essas liberações devem ocorrer, prioritariamente, 
em talhões de cana-planta, seguida de cana-soca (2ª folha) cultivada em locais onde a 
intensidade de infestação (I.I.) foi superior a 5%. A liberação é feita quando aparecerem 
os primeiros “corações mortos”, geralmente, em canaviais com três a seis meses de 
plantio ou corte (soca). A quantidade recomendada varia de 6.000 vespas/ha (Cotesia 
flavipes) a 130.000 vespas/ha (Trichogramma galloi) (PICANÇO, 2010).
Quanto ao procedimento, C. flavipes é liberada com base na dispersão média 
(cerca de 35 m), devendo ocorrer em ponto pontos por hectare. Os pontos devem distar 
de 25 m dos carreadores e 50 m entre si. São usados copinhos contendo pupas, que 
devem ser abertos quando pelo menos 80% dos adultos tiverem emergido. O copo é 
aberto e caminha-se de um ponto ao outro. No final, o copo com as "massas" pode ser 
colocado preso entre a bainha e o colmo da cana (PICANÇO, 2010). A liberação de T. 
galloi é feita com base na distância mínima possível de ser alcançada a partir do ponto 
de soltura (20 m), devendo ocorrer em nove pontos por hectare. Os pontos devem distar 
de 20 m dos carreadores e 30 m entre si. O procedimento de liberação é semelhante ao 
de C. flavipes (PICANÇO, 2010).
A liberação deve ocorrer em períodos frescos do dia (nascer do sol ou anoitecer). 
Deve-se evitar dias chuvosos, conservando as vespas recém-emergidas em ambientes 
refrigerados (20-25 ºC) ou em geladeira (parte inferior) por dois a três dias, para T. galloi, 
ou três a cinco, para C. flavipes. Durante o período de armazenamento, o uso de mel na 
alimentação de C. flavipes aumenta a sua longevidade (PICANÇO, 2010). 
A aplicação do fungo M. anisopliae tem se mostrado eficiente no controle de 
D. saccharalis: Normalmente utilizam-se cerca de 500 g de conídios/ha. No Nordeste, 
foram observados resultados satisfatórios no período de novembro a fevereiro, quando 
as condições climáticas (temperatura e umidade) favorecem o desenvolvimento 
do patógeno. As aplicações de M. anisopliae podem ser realizadas com auxílio de 
pulverizadores tratorizados (PICANÇO, 2010).
2.4.7 Controle Químico
Realizado mediante o uso racional de inseticidas registrados para a cultura 
(GALLO et al., 2002).
143
2.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO FEIJOEIRO
As principais pragas da cultura do feijoeiro são, a cigarrinha verde, a mosca-
minadora, a mosca-branca, as vaquinhas e a lagarta-elasmo (PICANÇO, 2010). A seguir, 
falaremos sobre cada uma delas.
2.5.1 Cigarrinha-verde
Descrição – Os adultos da cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri) apresentam 
coloração verde, medindo cerca de 3 mm de comprimento. As fêmeas depositam os 
ovos ao longo das nervuras das folhas, numa média 60 de ovos por ciclo. As ninfas 
têm coloração verde-clara, sendo desprovidas de asas. Os adultos deslocam-se com 
rapidez, geralmente em movimentos laterais. O ciclo completo da praga dura em torno 
de 3 semanas (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – A praga suga a seiva ao mesmo tempo em que injeta toxinas e 
provoca o enfezamento das plantas (semelhante a sintomas de viroses). Em ataques 
intensos, as plantas passam a mostrar os folíolos enrolados para baixo ou arqueados, 
ocorrendo o amarelecimento das margens das folhas, culminando em seu secamento 
(GALLO et al., 2002).
2.5.2 Mosca-minadora 
Descrição – Ver em pragas do tomate, berinjela e pimentão.
Prejuízos – Geralmente, o aparecimento da mosca-minadora (Liriomyza spp.) 
ocorre no início da cultura, especialmente em épocas de estiagem. As galerias abertas 
no mesófilo foliar provoca o secamento das folhas do feijoeiro.
2.5.3 Mosca-branca 
Descrição – Ver em pragas do tomate, berinjela e pimentão.
Prejuízos – Os prejuízos causados pela mosca-branca (Bemisia tabaci) são 
os derivados da transmissão de viroses como o mosaico dourado e o mosaico anão, 
principalmente durante a fase de florescimento do feijão (GALLO et al., 2002).
144
2.5.4 Vaquinhas
Descrição – No feijoeiro ocorrem três espécies principais (Diabrotica speciosa,Cerotoma arcuata e Cerotoma unicornis). 
Os adultos de D. speciosa são pequenos besouros verdes, com manchas 
amarelas. As larvas possuem uma placa escura na extremidade dorsal posterior do 
corpo. Os adultos de C. arcuata são pequenos besouros (5 a 6 mm de comprimento) 
amarelos e que possuem pontuações pretas e uma mancha escura no abdome. As 
fêmeas depositam os ovos no solo, onde eclodem larvas de coloração branco-leitosa. 
Cerotoma unicornis se diferencia de C. arcuata pela ausência da mancha escura no 
abdome (PICANÇO, 2010). 
Prejuízos – Nas três espécies, os adultos consomem as folhas e, em altas 
populações, reduzem a produção do feijoeiro. As larvas se alimentam das raízes e 
nódulos e podem, também, atacar as sementes em germinação. Os ataques resultam 
na desfolha (adultos) e morte de plantas (larvas) (PICANÇO, 2010).
2.5.5 Lagarta-elasmo ou broca-do-colo 
Descrição – Ver em pragas do algodão.
Prejuízos – As lagartas abrem galerias na região do colo da planta, provocando 
o secamento e a morte de plantas jovens. Quando em repouso, a lagarta se aloja em 
abrigos laterais feitos de excrementos, terra, teia, dentre outros (GALLO et al., 2002) 
São observados maiores prejuízos em épocas secas, sobretudo, em solos do Cerrado 
(PICANÇO, 2010).
2.5.6 Amostragem
A amostragem pode ser feita por talhão (1 talhão/ha) ou por pontos (5 pontos/
ha). Na Tabela 6, a seguir, são apresentados o nível de controle para algumas das 
principais pragas do feijoeiro (PICANÇO, 2010).
Tabela 6 – Nível de controle para algumas das principais pragas do feijoeiro.
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Praga Unidade amostral Nível de controle
Cigarrinha-verde 5 folíolos/ponto 2 insetos/folíolo
Mosca-branca 5 folíolos/ponto 2 insetos/folíolo
Desfolhadores 1 metro de fileira/ha
Até 20 dias – 20% de desfolha
Após 20 dias – 30% de desfolha
145
Tabela 7 – Principais inimigos naturais das pragas do feijoeiro
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
2.5.7 Controle Cultural
No MIP cultura do feijoeiro, algumas medidas culturais podem ser adotadas 
(PICANÇO, 2010):
a) Densidade de plantio – Pode-se aumentar a densidade de plantio em regiões e/ou 
épocas de alta incidência de lagartas-elasmo e demais pragas de solo.
b) Irrigação – A adoção de irrigação pode ser eficaz no controle da lagarta-elasmo.
c) Zoneamento de plantio – Deve-se evitar o cultivo de feijoeiro próximo, no tempo e 
espaço, da cultura da soja, visando prevenir o ataque da Mosca-branca.
d) Consórcio com milho – Isso reduz o ataque, principalmente, de cigarrinhas.
e) Preparo do solo – Uma boa aração e gradagem, expõem as pragas de solo a 
predadores e raios solares.
2.5.8 Controle Comportamental
Armadilhas adesivas amarelas podem ser utilizadas visando ao controle de 
moscas-branca, mosca-minadora e pulgões. Para o controle de vaquinhas pode ser 
usado um macerado feito da própria praga. Nesse caso, a quantidade de macerado a ser 
aplicado em campo é de 1000 vaquinhas/ha (PICANÇO, 2010).
2.5.9 Controle Biológico
Na Tabela 7, a seguir, apresenta os principais inimigos naturais de pragas do 
feijoeiro (PICANÇO, 2010). Como vimos na unidade anterior, um bom programa de MIP 
deve estabelecer práticas que preservem a população de inimigos naturais, estimulando 
o Controle Biológico natural. 
Inimigo natural 
(família ou gênero)
Função do inimigo 
natural
Praga alvo
Carabidae Predador Pragas de solo
Geocoris Predador Lagartas desfolhadoras
Nabis Predador Lagartas desfolhadoras
Chrysoperla Predador Ovos de lagartas
Braconidae Predador Mosca-branca
146
2.5.10 Controle Químico
Deve-se seguir as recomendações gerais para o controle químico, como por 
exemplo: nos períodos secos e quentes do ano, realizar pulverizações preventivas, com 
o objetivo de evitar que a praga se instale na cultura; fazer a pulverização de defensivos 
de maneira homogênea, pulverizando de baixo para cima, atingindo os ovos e adultos 
que se encontrem na face inferior das folhas; rotacionar produtos químicos de moléculas 
diferentes, mitigando as chances de resistência da praga aos defensivos utilizados; 
dentre outras técnicas (PICANÇO, 2010). 
2.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM MILHO
As pragas-chave da cultura do milho são a lagarta-elasmo, a lagarta-rosca, a 
lagarta-do-cartucho e a lagarta-da-espiga (PICANÇO, 2010).
2.6.1 Lagarta-elasmo
Descrição – Ver em pragas do algodão.
Prejuízos – Elasmopalpus lignosellus ataca plantas de milho com até 30 cm 
de altura, destruindo a gema apical e provocando a morte da folha ainda enrolada. A 
morte dessa folha central ocasiona o sintoma de “coração morto”. Quando essa folha é 
aberta é possível ver orifícios redondos uns ao lado dos outros. Essa praga é comum em 
solos arenosos e épocas secas após as primeiras chuvas. Os maiores prejuízos ocorrem 
30 dias após a germinação das plantas. Em áreas irrigadas os ataques são reduzidos 
(GALLO et al., 2002).
2.6.2. Lagarta-rosca
 
Descrição – Os adultos da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) são mariposas de 35 
mm de envergadura cujas asas anteriores são marrons, com algumas manchas pretas 
e asas posteriores semitransparentes. As fêmeas colocam em média 1.000 ovos nas 
folhas. As lagartas têm coloração pardo-acinzentada escura, atingindo até 45 mm de 
comprimento. Essa lagarta tem hábitos noturnos, ficando enroladas e abrigadas no solo 
durante o dia (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Cortam as plantas rente ao solo. Cada uma pode destruir até quatro 
plantas com 10 cm de altura (GALLO et al., 2002).
147
2.6.3. Lagarta-do-cartucho
Descrição – A lagarta-do-cartucho (S. frugiperda) também é conhecida 
popularmente por lagarta-dos-milharais ou lagarta-militar. Os adultos são mariposas 
que põe em média de 1.500 a 2.000 ovos na face superior das folhas. As lagartas, de 
cor cinza-escuro a marrom, eclodem três dias após a postura, passando a se alimentar 
das folhas mais jovens do milho, raspando-as. Atacam também as folhas centrais, 
destruindo-as completamente (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Essa praga ataca o cartucho do milho, destruindo-o completamente, 
sendo possível observar uma grande quantidade de excreções na planta. As lagartas 
mais novas apenas raspam as folhas, mas quando se desenvolvem, passam a fazer furos 
até danificá-las completamente, culminando na destruição do cartucho. A produção da 
cultura pode ser reduzida em até 20% (GALLO et al., 2002).
2.6.4 Lagarta-da-espiga 
Descrição – A lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) é uma mariposa que põe 
ovos nos “cabelos” das espigas. Durante o seu ciclo, uma fêmea chega a colocar de 
400 a 3.000 ovos. Após 3 a 5 dias, lagartas de coloração de coloração branca e cabeça 
marrom eclodem. Inicialmente se alimentam dos “cabelos” novos (estilos-estigmas), 
posteriormente passam a atacar os grãos novos. Ao final do desenvolvimento, as 
lagartas passam a apresentar uma coloração variável (verde, marrom, branco sujo e até 
preto com listras) com listras longitudinais, de duas a três cores. 
Prejuízos – É uma praga muito nociva à cultura, prejudicando a produção de 
três modos: 1. quando atacam os “cabelos”, impede a fertilização e, consequentemente, 
a produção de espigas (surgem falhas); 2. quando se alimentam de grão leitosos, os 
destroem; e, finalmente, 3. os orifícios deixados na planta são portas de entrada para 
microrganismos causadores de podridões (GALLO et al., 2002).
2.6.5 Amostragem
A amostragem de lagartas do milho pode ser feita após o plantio, selecionando-
se 5 pontos/gleba ao acaso na lavoura e amostrando-se 100 plantas/ponto. Ao final é 
feita a contagem do número de plantas atacadas. Na tabela abaixo são apresentados os 
níveis de controle para algumas das principais pragas da cultura.
148
Tabela 8 – Níveis de controle para algumas das principais pragas do milho no Brasil.
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Praga
Época de 
ocorrência
Parte amostrada Nível de controle
Lagarta-do-cartucho Até 30 dias Plantas 20% de plantas atacadas
Lagarta-elasmo Até 30 dias Plantas 3% de plantas atacadasLagarta-rosca Até 30 dias Plantas 3% de plantas atacadas
2.6.6 Controle Cultural
A seguir serão apresentadas algumas das principais táticas de controle cultural 
adotadas em programas de MIP para a cultura do milho (PICANÇO, 2010):
a) Modo de plantio – A adoção de plantios mais adensados e a manutenção da umidade 
adequada do solo podem ser eficientes no controle da lagarta-elasmo, lagarta-rosca 
e outras pragas subterrâneas de solo, que reduzem o "stand" da cultura.
b) Rotação de culturas – Tal prática geralmente contribui para a diminuição de 
populações de insetos-praga que possuem uma parte do seu ciclo no solo, como as 
lagartas do cartucho e elasmo.
c) Incorporação de restos culturais – Essa prática pode reduzir populações de 
insetos-praga que permanecem nos restos culturais, como as lagartas do cartucho 
e elasmo.
d) Época de cultivo – Pragas como as lagartas do cartucho e elasmo têm maior 
incidência em anos ou épocas muito secas. Evitar o cultivo nessas condições pode 
reduzir as chances de ataques.
Tabela 9 – Principais inimigos naturais da lagarta-do-cartucho do milho (S. frugiperda).
2.6.7 Controle biológico
A Tabela 9 abaixo apresenta os principais inimigos naturais de S. frugiperda 
(PICANÇO, 2010). 
Inimigo natural (IN)
Fase de ataque pelo IN
Nome científico Nome popular
Telemonus remus Vespinha Ovo
Trichograma spp. Vespinha Ovo
Doru luteipes Tesourinha Ovos e larvas
Clelonus insularis Vespa Ovos e larvas
Chrysoperla externa Crisopídeo Ovos e larvas
149
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Campoletis flavicincta Vespa Larva
Eiphosoma spp. Vespa Larva
Outro exemplo de controle biológico é o uso de Baculovirus spodoptera, um 
produto desenvolvido pela EMBRAPA/CNPMS (Sete Lagoas-MG), para o controle de S. 
frugiperda. A dosagem recomendada é de 10 lagartas infectadas em 600 mL de água 
ou 50 g de pó/ha. A aplicação deve ocorrer após 40 a 45 dias do plantio (época de maior 
infestação), e quando as lagartas apresentarem no máximo 1,5 cm de comprimento. Na 
pulverização deve se utilizar bico tipo leque 8004 ou 6004, de preferência à tarde ou no 
início da noite (PICANÇO, 2010).
2.6.8 Controle Químico
Deve-se seguir as recomendações gerais para o controle químico (ver em 
controle químico, na unidade anterior). 
2.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM SOJA 
São consideradas pragas-chave da cultura da soja, as seguintes pragas: 
percevejo-verde, percevejo-marrom, lagarta-da-soja e Helicoverpa armigera (PICANÇO, 
2010). A seguir, falaremos sobre cada uma delas. 
2.7.1 Percevejo-verde
Descrição – Os adultos do percevejo-verde (Nezara viridula) medem entre 13 
e 17 mm de comprimento, de cor verde, às vezes escura, com a face ventral verde-clara 
e antenas avermelhadas. As formas jovens têm uma coloração escura, com manchas 
vermelhas, amarelas e pretas, tendo o hábito de se aglomerar sobre a planta. Cada fêmea 
põe até 200 ovos, dispostos em placas hexagonais na face inferior das folhas. Quando 
eclodem, as formas jovens se alimentam de seiva, introduzindo o aparelho bucal nos 
tecidos vegetais (folhas, hastes e frutos) (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos ramos, hastes 
e vagens. As toxinas injetadas por essa praga provocam a retenção foliar (também 
conhecida como soja louca), quando as folhas não caem normalmente, dificultando a 
colheita mecânica (GALLO et al., 2002).
150
2.7.2 Percevejo-marrom
Descrição – Os adultos do percevejo-marrom (Euchistus heros) medem cerca 
de 11 mm de comprimento, apresentando coloração marrom, com uma meia-lua branca 
no final do escutelo e 2 espinhos laterais no protórax. As posturas são feitas em fileira 
dupla, sendo os ovos de coloração amarelada. As ninfas são marrons ou cinza, com 
bordos serrados (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Os danos são similares aos provocados pelo percevejo-verde.
2.7.3 Lagarta-da-soja
Descrição – O adulto da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) é uma mariposa 
de cor pardo-acinzentada. Quando em repouso, as asas anteriores recobrem o corpo, 
surgindo uma linha que a divide ao meio, continuando na asa posterior. Medem 40 mm 
de envergadura, sendo encontradas durante o dia em locais sombreados próximos à 
base das plantas. Os ovos, de coloração verde, são postos isoladamente na face inferior 
das folhas, de onde eclodem lagartas, após cinco dias. Essas lagartas medem até 30 
mm, podem apresentar cor verde, pardo-avermelhada e até preta, com cinco listras 
brancas longitudinais no corpo. Possuem quatro pares de pernas falsas e basta tocar 
nas plantas para que todas as lagartas caiam no solo (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – As lagartas atacam as folhas, raspando-as enquanto jovens e provo-
cando pequenas cloroses. À medida que crescem, ficam vorazes, destruindo completamente 
as folhas, danificando também as hastes mais finas. Estima-se que A. gemmatalis consuma 
cerca de 90 cm² de folhas até completar o seu desenvolvimento (GALLO et al., 2002).
2.7.4 Helicoverpa armigera
Descrição – Os adultos da lagarta Helicoverpa (Helicoverpa armigera) são 
mariposas que apresentam manchas em formato de rim na parte central das asas 
anteriores, sendo as asas posteriores de coloração mais clara e com a margem exterior 
mais escuras. As fêmeas podem colocar até 3.000 ovos por ciclo. As lagartas possuem 
coloração variável (do branco-avermelhado ao tom esverdeado), dependendo do tipo 
de alimentação. Helicoverpa armigera é favorecida por clima seco e quente, condição 
que acelera o seu ciclo de desenvolvimento. Apresenta elevada capacidade de 
sobrevivência em ambientes adversos, com excesso de calor, frio ou seca. Essa praga 
também apresenta uma grande capacidade de dispersão (AGRO BAYER BRASIL, 2022).
Prejuízos – Helicoverpa armigera é uma praga polífaga, sendo também 
importante para outras grandes culturas (como algodão e milho). Em soja, há preferência 
pelas estruturas reprodutivas, como flores e vagens. O ataque ocasiona perdas na 
cultura de até 40% (AGRO BAYER BRASIL, 2022).
151
2.7.5 Amostragem
Na cultura da soja a amostragem pode ser feita pelo método do pano (ver na 
unidade anterior) ou pelo índice de desfolha. A seguir, na Tabela 10, são apresentadas a 
quantidade de amostras a serem feitas de acordo com o tamanho do talhão. O Quadro 
1 e a Tabela 11 tratam sobre a ficha de amostragem de pragas em campo e níveis de 
controle das principais pragas, respectivamente (PICANÇO, 2010).
Tabela 10 – Número geral de amostras em relação ao tamanho do talhão (pragas da soja).
Quadro 1 – Exemplo de ficha de amostragem para pragas da cultura soja.
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Fonte: adaptado de Picanço (2010)
Tamanho do talhão (ha) Número de amostras
Até 10 6 pontos de amostragem
Entre 10-30 8 pontos de amostragem
Entre 31-100 10 pontos de amostragem
Acima de 100 Subdividir a área em talhões menores
FICHA DE AMOSTRAGEM DE CAMPO
Propriedade:
Data:
Cultivar:
Município:
( ) Antes da floração
( ) Floração
( ) Formação de vagens
( ) Maturação
PRAGAS PONTOS DE AMOSTRAGEM
Lagarta-da-soja
Percevejo-verde
Percevejo-marrom
Desfolhamento
Tabela 11 – Níveis de controle para algumas das principais pragas da soja.
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Pragas Época Níveis de controle
Percevejos
Formação de vagens a 
maturação fisiológica
4 percevejos > que 5 mm por amostragem 
(grãos)
2 percevejos > que 5 mm em produção de 
sementes
Lagartas 
desfolhadoras
Antes do florescimento
Após o florescimento
40 lagartas > 1,5 cm ou 30% de desfolha
40 lagartas > 1,5 cm ou 15% de desfolha
152
2.7.6 Controle Cultural
Algumas práticas culturais são eficientes no controle de percevejos, incluindo 
o uso de variedades de ciclo curto (escapam da época de maior população da praga); 
plantio em épocas distintas (interfere na dinâmica de pragas) e o uso de plantas 
armadilhas nos entornos, para atrair os percevejos a serem eliminados pelo controle 
químico. O feijão-caupi (Vigna unguiculata), por exemplo, é uma espécie efetiva para a 
atração de percevejos(PICANÇO, 2010).
Em relação às lagartas, pode-se utilizar espaçamentos maiores e semeaduras 
tardias, práticas que interferem na população de insetos desfolhadores, como A. 
gemmatalis (PICANÇO, 2010).
2.7.7 Controle Comportamental
O sal de cozinha pode ser usado de forma integrada com inseticidas. Trata-
se de uma substância que atua como um estimulante alimentar, permitindo um maior 
contato entre defensivo e percevejo, reduzindo a quantidade de uso desses produtos 
(PICANÇO, 2010). O procedimento de preparo ocorre da seguinte forma: deve-se diluir 
aos poucos o sal com a água colocando, por último, o inseticida no pulverizador. Para 
equipamentos terrestres, a concentração é de 0,5% = 500 g para cada 100 l de calda 
preparada; para aplicação aérea, de 0,75%. Após o uso deve-se lavar os equipamentos 
com detergente neutro ou óleo mineral, para evitar corrosão. A seguir, é mostrado como 
a mistura de inseticidas com sal de cozinha podem reduzir a dose recomendada dos 
produtos (Tabela 12) (PICANÇO, 2010).
Tabela 12 – Dosagem de inseticidas sem e com a utilização de sal de cozinha na calda
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
Ingrediente ativo
Dose recomendada
 (g.i.a./ha)
Dose com sal de cozinha
 (g.i.a./ha)
Carbaril 800 400
Endossulfan 437,5 219
Fenitrotiom 500 250
Fosfamidom 600 300
Metamidofós 300 150
Paratiom metílico 480 240
Triclorfom 800 400
153
2.7.8 Controle por resistência de plantas
No mercado, existem diversas variedades de soja resistentes a diferentes pragas. 
Por exemplo, a variedade IAC-100 apresenta resistência e/ou tolerância ao ataque 
de percevejos. O genótipo IAC 78-2318 tem sido estudado pela potencial resistência 
múltipla a várias pragas da soja, incluindo lagartas desfolhadoras (PICANÇO, 2010).
2.7.9 Controle Biológico
Na cultura da soja, alguns métodos de controle biológico aplicado vêm tendo 
destaque nos últimos anos. Dentre eles, a utilização do Baculovirus anticarsia no controle 
de lagartas desfolhadoras. A utilização desse agente deve ocorrer com base no NC para 
cultura, que é de 40 lagartas e quando pelo menos 80% das lagartas apresentarem 
tamanho menor que 1,5 cm. (PICANÇO, 2010). Esse vírus demora até 10 dias para matar 
as lagartas, mas os efeitos já podem ser observados após quatro dias da aplicação, 
quando as pragas cessam sua alimentação. Ao adoeceram, as lagartas migram para os 
ponteiros da planta (PICANÇO, 2010).
Existem receitas caseiras que consistem na utilização de 50 lagartas doentes (± 
16 g), maceradas, coadas e diluídas em 100-200 L de água/ha. Os produtores também 
podem encontrar o produto (na formulação pó molhável) comercializado por algumas 
unidades da EMBRAPA/CNPS (Londrina-PR); UEPAE (Dourados-MS), cooperativas e 
empresas credenciadas (PICANÇO, 2010).
A vespa Trissolcus basalis é outro agente de Controle Biológico para percevejos 
da soja. Cada fêmea parasita, em média, 250 ovos de N. viridula. A EMBRAPA/CNPSo 
mantém criações massais desse microhimenóptero para utilização no campo. A liberação 
deve ocorrer em períodos de menor insolação no final da floração e em diferentes locais. 
A quantidade liberada deve ser de aproximadamente 15 mil adultos/ha. É importante 
evitar aplicações de defensivos na época da liberação (PICANÇO, 2010).
2.7.10 Controle Químico
Deve-se seguir as orientações gerais para o controle químico (ver em controle 
químico, na unidade anterior). 
3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE HORTALIÇAS
Neste momento, apresentaremos a você, acadêmico, as principais pragas que 
ocorrem em hortaliças cultivadas no Brasil. Além disso, serão descritas as características 
e as injúrias provocadas pelas pragas das seguintes culturas: cebola e alho, tomate, 
154
berinjela e pimentão, batata, cenoura, morango, brássicas e curcubitáceas. Também 
serão descritos os componentes do MIP (diagnose, sistema de tomada de decisão e os 
métodos de controle) comumente adotados.
3.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CEBOLA E ALHO
As liliáceas, representadas pelas culturas de maior importância – cebola e alho – 
são infestadas por diversas pragas, principalmente por tripes e ácaros (PICANÇO, 2010). 
A seguir, falaremos sobre essas pragas.
3.1.1 Tripes em cebola e alho
Descrição – Essa praga é considerada a mais importante para a cultura da 
cebola. Os adultos têm coloração variável de amarelo-claro a marrom, medindo cerca 
de 1mm de comprimento e 2 mm de envergadura. Os ovos (entre 20 e 100 por ciclo) 
são colocados em tecidos mais tenros, como as bainhas das folhas, onde eclodem as 
formas jovens que passam a sugar a seiva da bainha das folhas (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Em ataques intensos, sobretudo durante períodos de seca, são 
observadas áreas esbranquiçadas ou prateadas no mesófilo foliar. À medida que os 
ataques aumentam, a planta adquire uma coloração amarelo-esverdeada, até secar 
completamente. Como consequência, os bulbos ficam consideravelmente menores e 
de má qualidade. Indiretamente, os tripes podem transmitir viroses (GALLO et al., 2002).
3.1.2 Ácaros
 
Descrição – Há dois tipos de ácaros de grande importância para as liliáceas: 
o ácaro eriofiídeo (Eryophes tulipae) e o ácaro do bulbo (Rhizoglyphus sp.) (PICANÇO, 
2010). 
Eryophes tulipae são ácaros de forma alongada vermiforma, característica dos 
eriofiídeos. Se agrupam nas dobras das folhas e sobre os “dentes de alho” (bubilhos) no 
bulbo. Rhizoglyphus sp. tem um corpo esférico, esbranquiçado, medindo cerca de 0,3 
a 0,6 mm de comprimento, com pernas e mandíbulas de coloração marrom (GALLO et 
al., 2002). Esse ácaro ocorre em solos ricos em matéria orgânica e em ambientes com 
temperaturas entre 16-27°C (PICANÇO, 2010). 
Prejuízos – O ataque de ácaros causa o retorcimento das folhas, sendo comum 
o surgimento de estrias, manchas cloróticas e o secamento desses órgãos. É comum 
observar um nanismo acentuado nas plantas e o “chochamento” total do bulbo, em 
decorrência do ataque da praga (GALLO et al., 2002).
155
3.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM TOMATE, 
BERINJELA E PIMENTÃO
As traças, a mosca-minadora, a mosca-branca e os pulgões são os insetos 
considerados pragas-chave em tomate, berinjela e pimentão; (PICANÇO, 2010). A seguir, 
falaremos sobre cada uma delas. 
3.2.1 Traças
 
Descrição – Há duas espécies principais (Tuta absoluta e Phthorimaea oper-
culella). Os adultos de T. absoluta são mariposas pequenas de cor cinza, com cerca de 
10 mm de envergadura. Cada fêmea coloca em média 50 ovos. As lagartas medem até 9 
mm, são esverdeadas e com uma mancha parda no dorso (GALLO et al., 2002). Phthori-
maea operculella é uma mariposa de cor acinzentada, medindo de 10 a 12 mm de enver-
gadura. A fêmea pode colocar em média 300 ovos nas folhas, em campo ou em depósi-
tos dos produtos. Após a eclosão, as lagartas penetram nas folhas e frutos, minando-os. 
Sua coloração é branca, com o dorso ligeiramente rosado; e com manchas escuras na 
cabeça, no protórax e no penúltimo segmento abdominal (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Tuta absoluta ataca toda a planta, em qualquer estádio de 
desenvolvimento. Essa praga abre galerias nas folhas, ramos e gemas apicais, onde 
destroem brotações novas. Atacam também os frutos, depreciando-os comercialmente. 
Phthorimaea operculella abre galerias superficiais nos frutos, atacando o pedúnculo, 
principalmente no período de maturação (GALLO et al., 2002).
3.2.2 Mosca-minadora
Descrição – Os adultos da mosca-minadora (Liriomyza spp.) são pequenas 
moscas de cor preta, com a região inferior do abdome amarela, medindo cerca de 2 mm 
de comprimento. As larvas são ápodas, com 1mm de comprimento e coloração branco-
amarelada (PICANÇO, 2010)
Prejuízos – As larvas confeccionam minas serpenteadas no mesófilo foliar, 
provocando o secamento e a queda das folhas (PICANÇO, 2010).
3.2.3 Mosca-branca
Descrição – A mosca branca (Bemisia tabaci) possui dois biótipos: a e B (ou 
Bemisia argentifolii). São insetos pequenos, medindo cerca de 1 mm de comprimento 
e possuem quatro asas membranosas recobertas poruma pulverulência branca. 
Cada fêmea coloca em média 110 (B. tabaci) ou 300 ovos (B. argentifolii), os quais são 
156
depositados na face inferior das folhas, ficando presos por um pequeno pedúnculo. Após 
a eclosão, as ninfas passam a sugar as folhas, fixando-se posteriormente aos tecidos, 
como cochonilhas (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Causam danos diretos e indiretos. Diretamente, a sucção da seiva 
favorece o desenvolvimento da fumagina, provocando um amadurecimento irregular 
dos frutos, deixando-os com aspecto esponjoso, o que afeta a qualidade do tomate 
para a indústria. Os danos indiretos decorrem da transmissão do vírus do grupo 
geminivírus, que provoca nanismo acentuado, enrugamento severo das folhas terminais 
e amarelecimento completo da planta (GALLO et al., 2002).
3.2.4 Tripes
Descrição – Há duas espécies mais comuns (Frankliniella schultzei e Thrips 
palmi). Os adultos de F. schultzei possuem coloração variável, medindo de 1 a 3 mm de 
comprimento, reconhecíveis por lentes de aumento por apresentarem asas franjadas. 
Vivem nas folhas, causando dobramento das bordas para cima, provocando estrias 
brancas ou prateadas. Os adultos de T. palmi medem 1 mm de comprimento e possuem 
coloração amarelada. As ninfas são ápteras e de coloração amarelada. Tanto os adultos 
quanto as ninfas vivem na face inferior das folhas (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Ao sugar a seiva de plantas doentes, os tripes (F. schultzei) se 
tornam vetores de doenças com o “vira-cabeça” do tomateiro. Ao se locomoverem 
pelos cultivos, inoculam a doença em plantas sadias. As plantas atacadas apresentam 
inicialmente folhas bronzeadas e, posteriormente, estrias escuras no caule, além de 
manchas amareladas nos frutos verdes. Os sintomas culminam no encurvamento 
das extremidades dos ponteiros. Dependendo da época e infestação da praga, toda a 
produção pode ser comprometida. Em relação a T. palmi, há um prateamento da folha 
da berinjela e deformação dos frutos, os quais apresentam a casca rugosa e áspera 
(GALLO et al., 2002).
3.2.5 Pulgão-verde
Descrição – (ver em algodoeiro).
Prejuízos – Os adultos de Myzus persicae atacam as folhas e ramos jovens, 
sugando a seiva. Como consequências, provocam o enrolamento e engruvinhamento das 
folhas. Indiretamente, transmitem doenças (mosaicos) como o “vírus Y”, “topo amarelo” 
e “amarelo baixeiro”. Essa espécie encontra melhores condições de desenvolvimento 
em pimentão e pimenta (GALLO et al., 2002).
157
3.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM BATATA
A cultura da batata apresenta como pragas-chave, a vaquinha, os pulgões, a traça-
da-batata e a mosca-minadora (PICANÇO, 2010). A seguir, falaremos sobre cada uma delas.
3.3.1 Vaquinha
Descrição – (ver em feijoeiro)
Prejuízos – Também conhecida como larva-arame, essa praga ataca os 
tubérculos, reduzindo o peso destes e propiciando a entrada de fungos e bactérias 
(PICANÇO, 2010). 
3.3.2 Pulgões
Descrição – Há duas espécies importantes: Macrosiphum euphorbiae e Myzus 
persicae (ver em algodoeiro). Os adultos de M. euphorbiae medem de três a quatro mm 
de comprimento. Apresentam coloração esverdeada, com cabeça e tórax amarelados e 
antenas escuras. Os pulgões desenvolvem-se em cerca de 10 dias, sendo a reprodução 
partenogênicas, sem a necessidade da presença do macho. São gerados cerca de 80 
indivíduos por fêmea (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Além dos danos provocados pela sucção da seiva, essas pragas dis-
seminam viroses, como o vírus Y (PVY), mosaico A (mosaico leve) e, principalmente, o ví-
rus do enrolamento das folhas (degenerescência da batata semente) (GALLO et al., 2002). 
3.3.3 Traça-da-batata
Descrição – O adulto da traça-da-batata (P. operculella) é uma mariposa de 
coloração cinzenta, medindo cerca de 10 a 12 mm de envergadura. As asas anteriores são 
de cor cinza mais escuras em relação às posteriores e com manchas pretas irregulares. 
Cada fêmea coloca, em média, 300 ovos, tanto nas folhas quanto nos tubérculos, no 
campo ou em depósitos. Após a eclosão, as lagartas fazem minas nas folhas. Estas 
possuem cerca de 12 mm de comprimento; são de coloração branca, com a parte dorsal 
ligeiramente rosada; e a cabeça, o protórax e o penúltimo segmento do abdome com 
manchas escuras (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Trata-se de uma praga bastante prejudicial à batata. Inicialmente, 
atacam as folhas e, quando estas secam, migram para os tubérculos onde abrem galerias, 
podendo destruí-los completamente. Seus danos continuam após o transporte dos 
tubérculos aos depósitos de beneficiamento, onde a praga continua se desenvolvendo 
(GALLO et al., 2002).
158
3.3.4 Mosca-minadora
Descrição – Ver em pragas do tomate, berinjela e pimentão.
Prejuízos – Como o nome sugere, a mosca-minadora (Lyriomyza spp.) faz 
minas nas folhas, provocando seu secamento. Os ataques são mais comuns em épocas 
de seca (GALLO et al., 2002).
3.4. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CENOURA
A principal praga da cultura da cenoura é o pulgão-da-cenoura (PICANÇO, 
2010). A seguir, falaremos sobre esta praga.
3.4.1 Pulgão-da-cenoura
Descrição – Os adultos do pulgão-da-cenoura (Cavariella aegopodii) são 
ovalados, medindo 2 mm de comprimento, possuindo dois sifúnculos ao final do 
abdome. Geralmente, são encontrados em colônias. As formas ápteras apresentam 
coloração verde, com sifúnculos dilatados. Já os insetos alados têm cor verde escura, 
com antenas curtas (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – Essa praga suga a seiva, provocando o definhamento das folhas e 
reduzindo o crescimento das plantas (PICANÇO, 2010).
3.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM MORANGO
A cultura do morangueiro tem como principal praga, o ácaro-rajado (PICANÇO, 
2010). A seguir, falaremos sobre ele. 
3.5.1 Ácaro-rajado
 
Descrição – Os adultos do ácaro-rajado (Tetranychus urticae) apresentam cor 
esverdeada, com manchas dorsais escuras e medem cerca de 0,5 mm. Essa praga vive 
em colônias na face inferior das folhas, onde se observa a presença abundante de teias 
(PICANÇO, 2010). 
Prejuízo – Atacam a região abaxial das folhas, sugando o líquido citoplasmático 
e tornando-as cloróticas. Os danos provocam uma queda drástica na produção da 
cultura (GALLO et al., 2002).
159
3.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM BRÁSSICAS
São consideradas pragas-chaves em brássicas, os seguintes insetos: pulgão-
-das-brássicas, traça-das-brássicas, curuquerê-da-couve, falsa-medideira-das brás-
sicas e mosca-branca (PICANÇO, 2010). Falaremos sobre cada uma delas a seguir.
3.6.1 Pulgão-das-brássicas
Descrição – O pulgão-das-brássicas (Brevicoryne brassicae) pode apresentar 
duas formas: alada e áptera. A forma alada mede cerca de 2 mm de comprimento, pos-
suindo coloração verde, com a cabeça e tórax pretos e o abdome verde, com manchas 
escuras no dorso. Os sifúnculos são curtos e pretos, a codícola também é preta. A for-
ma áptera também é esverdeada, mas com o corpo recoberto por uma camada cerosa 
branca. Geralmente, formam grandes colônias nas folhas (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Os danos são provenientes da sucção de seiva, causando o engru-
vinhamento das folhas, prejudicando o desenvolvimento da planta (GALLO et al., 2002). 
3.6.2 Traça-das-brássicas
Descrição – A traça-das-brássicas (Plutella xylostella) é uma mariposa de 
coloração parda, medindo aproximadamente 10 mm de comprimento. Possui manchas 
claras no dorso, as quais assumem o formato de um diamante quando fechadas 
(PICANÇO, 2010). As fêmeas depositam os ovos na face inferior das olhas, isolados 
ou em grupos de dois ou três. A eclosão ocorre após três ou quatro dias da postura. 
As lagartas possuem coloração verde-clara, com a cabeça parda e sobre o corpo há 
pequenos pelos escuros e esparsos. Inicialmente, penetram nas folhas, se alimentando 
do parênquima e da epiderme destas. Posteriormente, mais desenvolvidas, passam a 
atacar a epiderme foliar (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Destroem a face externa ou interna das folhas, inutilizando-as para 
consumo (GALLO et al., 2002).
3.6.3Curuquerê-da-couve
Descrição – O adulto do curuquerê-da-couve (Ascia monuste orseis) é uma 
borboleta com asas de coloração branco-amarelada e bordos marrom-escuro, medindo 
50 mm de envergadura. A fêmea deposita os ovos na face inferior das folhas em grupos 
separados, os quais ficam eretos no sentido de seu maior eixo (GALLO et al., 2002). As 
lagartas desenvolvidas medem cerca de 35 mm de comprimento, sendo de coloração 
cinza-esverdeada, com cabeça preta e listras longitudinais esverdeadas (PICANÇO, 2010). 
160
Prejuízos – Após a eclosão, as lagartas atacam as folhas, danificando quase 
toda a folhagem, dizimando as plantações (GALLO et al., 2002). 
3.6.4 Falsa-medideira-das-brássicas
Descrição -Também conhecida como lagarta-mede-palmo, a falsa-medideira-
das-brássicas (Trichoplusia ni) é uma mariposa de 25 mm de envergadura. A sua cor 
é parda, apresentando na asa anterior uma mancha branco-prateada. As lagartas são 
verdes, medem palmo e atingem até 30 mm de comprimento (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – Atacam as folhas das brássicas, fazendo orifícios e inutilizando-as 
(GALLO et al., 2002).
3.6.5 Mosca-branca
Descrição – Ver em pragas do tomate, berinjela e pimentão.
Prejuízos – Sugam a seiva das folhas, favorecendo o aparecimento de 
fumagina. Em brócolis, causam a doença do talo branco (GALLO et al., 2002).
3.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CUCURBITÁCEAS
As cucurbitáceas têm como principais pragas, a broca-das-cucurbitáceas e a 
mosca-branca (PICANÇO, 2010). A seguir, falaremos sobre elas.
3.7.1 Brocas-das-cucurbitáceas
Descrição – Há duas espécies (Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata). 
Os adultos de D. nitidalis são mariposas de 30 mm de envergadura e 15 mm de 
comprimento. Apresentam coloração marrom-violácea e asas com área central amarela 
e bordas escuras irregulares. As fêmeas fazem a postura nas folhas, ramos, flores ou 
frutos, e suas lagartas, que são esverdeadas, atingem 20 mm de comprimento. Tais 
lagartas se alimentam de qualquer parte da planta, preferindo os frutos (GALLO et al., 
2002). Diaphania hyalinata tem as mesmas características da espécie anterior (hábito 
e ocorrência), diferendo apenas a coloração das asas dos adultos, as quais são brancas, 
semitransparentes e com uma faixa escura e retilínea nas bordas (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – Atacam folhas, brotações, ramos e, sobretudos, os frutos. Os brotos 
novos atacados e os ramos ficam com as folhas secas. Nos frutos, abrem galerias e 
destroem a polpa, dando origem a podridões, inutilizando-os comercialmente (GALLO 
et al., 2002).
161
3.7.2 Mosca-branca
Descrição – Ver em pragas do tomate, berinjela e pimentão.
Prejuízos – A mosca-branca (B. tabaci) suga a seiva das folhas, atrasando o 
desenvolvimento das plantas e favorecendo o aparecimento de fumagina. Em abóbora, 
causa o prateamento das folhas (GALLO et al., 2002).
3.8 AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO 
INTEGRADO DE PRAGAS EM HORTALIÇAS
Em hortaliças, a amostragem é realizada dividindo-se as lavouras em talhões. 
Cada talhão deve conter uma única cultura, genótipo, idade e sistema de cultivo. A partir 
disso, amostram-se 40 plantas em 10 pontos aleatórios no talhão (PICANÇO, 2010).
É importante realizar amostragens semanais, verificando-se os órgãos 
infestados. A amostragem de pragas desfolhadoras deve ser feita avaliando-se o terço-
médio dossel, em culturas de maior porte. Em olerícolas de pequeno porte, é necessário 
avaliar todas as folhas. As folhas, devem ser batidas em bandejas plásticas brancas (34 
x 28 x 4,5 cm), contando-se os insetos que caírem. Tratando-se de insetos minadores, 
deve-se anotar a presença de minas nas folhas. Para ácaros, deve-se utilizar lupa de 
mão com aumento de 10 x, avaliando-se 1 cm² de limbo foliar no terço-médio da parte 
abaxial das folhas (PICANÇO, 2010).
Em relação a brocas do caule, durante a amostragem, é necessário anotar se 
este está atacado. Já para pragas de flores e frutos, deverão ser amostrados cinco 
destes órgãos por planta, sempre verificando se estão atacados. Deve-se amostrar 
frutos em estágio inicial de desenvolvimento. Excepcionalmente, a amostragem de 
moscas-das-frutas em cucurbitáceas é feita mediante o uso de armadilhas tipo McPhail 
(PICANÇO, 2010). 
Os dados oriundos das avaliações devem ser registrados em planilha e 
comparados aos níveis de controle (Tabela 13). A tabela a seguir apresenta níveis de 
controle para diferentes grupos de pragas em hortaliças (PICANÇO, 2010).
Tabela 13 – Níveis de controle para diferentes grupos de pragas em hortaliças.
Grupos de pragas Nível de controle
Desfolhadores 10% de desfolha
Minadores de folhas 10% de desfolha
Sugadores 1 inseto/amostra
Ácaros 10% de folhas atacadas
162
Pragas de flores 5% de flores atacadas
Pragas de frutos (exceto mosca-das-frutas) 4% dos frutos atacados
Mosca-das-frutas em cucurbitáceas 1 adulto/armadilha/semana
Fonte: adaptada de Picanço (2010)
3.9 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE 
PRAGAS EM HORTALIÇAS
Existem diversas técnicas que podem ser adotadas visando ao manejo 
integrado de pragas de hortaliças. Essas práticas baseiam-se, principalmente, no uso de 
estratégias como: manipulação do ambiente de cultivo, bem como o uso dos controles 
mecânico, comportamental, biológico e químico (PICANÇO, 2010). 
3.9.1 Manipulação do ambiente de cultivo
Também chamado de controle cultural, a manipulação do ambiente de cultivo 
em hortaliças pode ser realizada do seguinte modo, de acordo com Picanço (2010):
a) Seleção de locais para implantação do cultivo:
• deve-se evitar cultivos próximos a espécies de plantas hospedeiras das mesmas 
pragas;
• é recomendável, quando possível, instalar os cultivos próximo a matas, uma vez que 
estas possuem ninhos de vespidae, importantes predadores de lagartas;
• evitar locais próximos a estradas em períodos de seca, uma vez que pode haver 
o acúmulo de poeira nas folhas, fornecendo abrigo para a oviposição de ácaros 
fitófagos.
b) Eliminação de restos culturais e de cultivos abandonados
• É importante incorporar os restos culturais, a pelo menos 20 cm de profundidade. 
Em cultivos hidropônicos ou canteiros suspensos, os restos culturais devem ser 
transferidos para outro local e incorporados ao solo.
• Faz-se necessário realizar a destruição de plantios hortícolas abandonados, para 
que não se tornem focos de disseminação de pragas.
• A catação de flores e frutos caídos é outra prática importante, que tem a finalidade 
de eliminar larvas e pupas que se encontram no interior destas estruturas. Por meio 
desse manejo, é possível diminuir futuras infestações de pragas como, moscas-
das-frutas e brocas em cucurbitáceas e traças e brocas em tomateiro.
163
c) Aumento da diversidade de plantas hospedeiras
• O plantio alternado de culturas (rotação de culturas) que não sejam hospedeiras das mes-
mas pragas, aumenta a diversidade no local e reduz as populações de pragas-chave.
• Pode-se adotar plantios em faixas de cultivo ao redor dos talhões de hortaliças, 
utilizando-se plantas de intensa floração como crotalária, sorgo ou milho, para atrair 
inimigos naturais, aumentando o controle Biológico natural.
d) Época de cultivo
 Em cultivos de subsistência, recomenda-se o plantio em épocas de menor 
ocorrência de pragas. No cultivo de hortaliças, contudo, não é possível adotar tal 
procedimento. Por se tratar de sistemas que visam um alto retorno econômico, os 
produtores acabam por escolher épocas em que os preços dos produtos são mais 
atrativos. O problema é que, na maioria das vezes, tais épocas coincidem com a máxima 
ocorrência de pragas. Assim, se em dada época de cultivo, o produtor espera uma elevada 
intensidade de ataque de pragas, ele deve ser extremamente cuidadoso, executando 
práticas adequadas de manejo (PICANÇO, 2020). Uma das práticas mais importantes é 
a amostragem, que deve ser feita de forma precisa, no sentido de detectar a ocorrência 
de populações de pragas em níveis que demandem a adoção de medidas de controle,principalmente o químico (PICANÇO, 2020).
e) Densidade de plantio:
Maiores densidades de plantio favorecem o aumento da umidade do ar, 
provocando a mortalidade de pragas devido a ação de fungos entomopatogênicos. Por 
outro lado, essa prática pode dificultar a aplicação de inseticidas e acaricidas, reduzindo 
sua cobertura nos órgãos-alvo. Deve-se, portanto, avaliar caso a caso (PICANÇO, 2010).
f) Redução do período de cultivo
O cultivo em tempo reduzido diminui a exposição das culturas às pragas. 
Pode-se fazer uso de variedades mais precoces ou de técnicas como a poda apical do 
tomateiro (PICANÇO, 2010).
g) Manejo da nutrição da cultura:
Plantas nutricionalmente equilibradas são menos suscetíveis a danos 
provocados por pragas, ao passo que excessos ou deficiências podem ser prejudiciais. 
Por exemplo, adubação nitrogenada em excesso favorece o aumento de ácaros e 
insetos minadores (mosca-minadora e traças) e sugadores (tripes, pulgões, moscas-
brancas e cigarrinhas). Tal fato decorre da maior concentração de nutrientes na seiva, 
principalmente de aminoácidos livres (PICANÇO, 2010).
164
O excesso de adubação também pode contribuir para o aumento do tamanho 
das plantas, dificultando a aplicação de inseticidas e acaricidas. É possível, também, que 
ocorra o prolongamento do período vegetativo, reduzindo as defesas morfológicas das 
plantas (como espessura da epiderme e cutícula), tornando-as suscetíveis ao ataque de 
pragas desfolhadoras, como vaquinhas e lagartas (PICANÇO, 2010).
3.9.2 Controle Mecânico
No MIP de hortaliças, o controle mecânico baseia-se, sobretudo, na coleta 
manual e destruição de ovos, larvas e ninfas ou formas adultas facilmente visíveis, a 
exemplo de pulgões, ovos de curuquerê em brássicas e lagartas de hortaliças em geral 
(PICANÇO, 2010).
3.9.3 Controle por comportamento
No Brasil, existem feromônios registrados para uso no MIP de pragas de 
hortaliças, como os sexuais da traça do tomateiro, broca-pequena-do-tomate, broca-
gigante-do-tomate e traça-das-brássicas (PICANÇO, 2010).
3.9.4 Controle Biológico 
No MIP de hortaliças faz-se necessário o uso de práticas que contribuam para 
a preservação e incremento do controle biológico natural, tais como (PICANÇO, 2010):
• Uso defensivos seletivos, promovendo o aumento da diversidade dos 
agroecossistemas.
• Aplicação de defensivos em horários de baixa temperatura do ar (esses períodos 
coincidem com a menor presença de inimigos naturais) e apenas quando a 
intensidade de ataque da praga for igual ou superior ao nível de controle.
• Evitar uso indiscriminado de fungicidas, já que muitos destes apresentam efeito 
"deletério" sobre fungos entomopatogênicos.
• Utilizar B. thuringiensis var. kurstaki para o controle de lagartas nas culturas de 
couve, melão, pepino e tomateiro. O uso desta bactéria apresenta uma série de 
vantagens, como a preservação do controle biológico natural e baixíssima toxidade 
ao homem. Por outro lado, é de ação lenta, dificultando assim, o controle de altas 
infestações de pragas. Também é baixa a eficiência no controle de lagartas em 
instares finais, ou quando estas se encontram alojadas no interior de órgãos das 
plantas como folhas, caule e frutos.
165
3.9.5 Controle Químico
Deve-se selecionar produtos com registro no Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e liberação do uso pelo órgão estadual competente. 
É recomendável que as aplicações sejam realizadas em períodos de temperatura 
mais amena. Quando possível, deve-se optar por defensivos de baixa toxidade ao 
homem, reduzindo os riscos de intoxicação dos aplicadores. Também é importante 
respeitar o período de carência dos produtos, preservando-se dessa forma a saúde dos 
consumidores. O uso de inseticidas e acaricidas deve ser feito em conjunto com outras 
táticas de manejo integrado, como a amostragem da intensidade de ataque de pragas 
às culturas, devendo-se optar por esse tipo de controle em último caso, ou seja, quando 
a densidade das pragas for igual ou superior aos níveis de controle (PICANÇO, 2010).
4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE FRUTÍFERAS
Neste momento, apresentaremos as principais pragas que ocorrem em 
frutíferas cultivadas no Brasil. Serão descritas as características e as injúrias provocadas 
pelas pragas das seguintes culturas: abacateiro, abacaxi, bananeira, citros, coqueiro, 
goiabeira, mamoeiro, mangueira, videira e maracujazeiro. Também serão descritos 
os componentes do MIP (diagnose, sistema de tomada de decisão e os métodos de 
controle) comumente adotados.
4.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ABACATEIRO
A cultura do abacateiro tem como praga-chave a broca-do-fruto (PICANÇO, 
2010). A seguir, falaremos sobre suas características.
4.1.1 Broca-do-fruto
Descrição – A broca-do-fruto (Stenoma catenifer) é uma mariposa que mede 
cerca de 15 mm de envergadura. Possui manchas escuras no tórax e asas de coloração 
amarelo-palha, com pontuações pretas na borda exterior (GALLO et al., 2002). Os 
ovos são branco-esverdeados, tem forma oblonga e apresentam estrias longitudinais, 
medindo creca de 0,5 mm de comprimento. As lagartas recém eclodidas são branco-
acinzentadas, com a cabeça escura, e chegam a medir até 20 mm (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – Destroem a polpa dos frutos pequenos, e quando atingem as 
sementes, eles geralmente caem (GALLO et al., 2002).
166
4.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ABACAXI
As principais pragas da cultura do abacaxi são a broca-do-fruto e a cochonilha-
pulverulenta (PICANÇO, 2010). A seguir, falaremos sobre elas.
4.2.1 Broca-do-fruto
Descrição – A broca-do-fruto (Strymon megarus) é uma borboleta que possui 
asas anteriores de cor cinza-brilhante, apresentando nos bordos uma faixa escura 
acompanhada de uma franja branca (GALLO et al., 2002). O segundo par de asas 
apresenta manchas laranjas na margem externa e um par de apêndices filamentosos, 
com extremidades brancas. Os ovos são colocados sobre as escamas da inflorescência, 
antes ou depois da abertura das flores (PICANÇO, 2020)
Após a eclosão, as lagartas penetram no ponto de formação, rompendo o 
parênquima e provocando a exsudação de um material resinoso, inicialmente incolor, 
mas que, em contato com o ar, passa a ter uma cor marrom. Essas substâncias são 
observadas na parte externa ou interna do fruto broqueado. A “resinose” provocada pela 
lagarta no fruto é diferente da “gomose” provocada pelo fungo, uma vez que a resinose 
se forma entre os frutilhos, já a gomose, no centro deles (GALLO et al., 2002).
 
Prejuízos – A lagarta abre galerias no interior do fruto. Essas galerias ficam 
cheias de resina, que altera o cheiro e sabor do fruto. Como consequência, o abacaxi 
perde o valor comercial. Muitos frutos atacados podem, ainda, apresentar deformações 
(GALLO et al., 2002).
4.2.2 Cochonilha-pulverulenta
Descrição – A fêmea adulta da cochonilha-pulverulenta (Dysmicoccus 
brevipes) tem formato ovalado e possui uma coloração rosada, sendo recoberta por 
uma secreção pulverulenta de cera branca e possuindo filamentos ao redor do corpo 
(PICANÇO, 2010). Medem cerca de 3 mm de comprimento e sem a secreção cerosa, 
aproximadamente 1 mm. O macho, com exceção do primeiro instar, difere da fêmea, 
sendo menor, alado e possuindo o corpo distinto em cabeça, tórax e abdome, com um 
par de filamentos caudais longos e brancos (PICANÇO, 2010). Essas cochonilhas são 
encontradas nos frutos, axilas das folhas e raízes do abacaxi (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – É tida como a praga mais importante da cultura, pois ao sugar a 
seiva da planta, injeta uma toxina responsável pelo sintoma conhecido como “murcha do 
abacaxi”. A praga costuma colonizar as raízes e axilas das folhas, podendo ser encontrada 
nos frutos e rebentos, sugando a seiva. Essas cochonilhas vivem em simbiose, com as 
formigas, especialmente a lava-pé (GALLO et al., 2002).
167
4.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA BANANEIRA
A broca-da-bananeira ou moleque-da-bananeira, a broca-gigante-da-
bananeira e os tripes da erupção e ferrugemdos frutos são as principais pragas da 
cultura (PICANÇO, 2010). A seguir, falaremos sobre estas pragas.
4.3.1 Broca-da-bananeira
Descrição – A broca-da-bananeira (Cosmopolites sordidus), vulgarmente 
conhecida por “moleque-da-bananeira” é um inseto amplamente distribuído por todas 
as regiões do Brasil (GALLO et al., 2002). Trata-se de um besouro pequeno, de coloração 
preta, élitros estriados longitudinalmente, rostro semelhante a um "bico" e que tem o 
hábito de fingir-se de morto quando capturado. É ativo apenas à noite e, durante o dia, 
costuma se abrigar em locais úmidos e sombreados junto às touceiras, entre as bainhas 
foliares ou em restos culturais (PICANÇO, 2010)
Prejuízos – As larvas costumam abrir galerias no rizoma e em partes inferiores 
do pseudocaule. Tais orifícios são porta de entrada para o agente causal do "Mal-
do-Panamá”. Em decorrência das injúrias, as folhas ficam amareladas e secam, já os 
brotos morrem devido à destruição da gema apical. Os frutos perdem tamanho e peso; 
ocorrendo também o tombamento das plantas, devido à ação dos ventos e ao peso dos 
cachos (PICANÇO, 2010). Estima-se que uma bananeira com cerca de 12 larvas sofre 
perda quase total, sendo comuns quedas de 20 a 50% na produção em locais infestados 
pela praga (GALLO et al., 2002).
4.3.2 Broca-gigante-da-bananeira
Descrição – Ver em pragas da cana-de-açúcar.
Prejuízos – Abre galerias no interior do pseudocaule, comprometendo 
severamente a planta e consequentemente a produção, devido ao tombamento e morte 
(AMBIENTE BRASIL, 2022).
4.3.3 Tripes da erupção dos frutos
Descrição – Os tripes da erupção dos frutos (Frankniliella ssp.) apresentam 
coloração branca ou amarelo-clara quando jovens, e marrom-escura quando adultos. 
Podem ser encontrados nas flores jovens da bananeira que estão abertas, ou alojados 
nas brácteas e frutos jovens. O ciclo de desenvolvimento dessa praga varia entre 13 e 
29 dias. Quando pupa, preferencialmente se aloja no solo, abaixo do cacho de bananas 
(PORTAL AGROPECUÁRIO, 2022).
168
Prejuízos – Inicialmente surgem pequenas erupções marrom-escuras nos 
pontos de oviposição da praga, que chegam ser ásperas ao tato. Em grandes infestações, 
a casca dos frutos pode ficar totalmente escura devido ao grande número de erupções. 
Observa-se um ponto escuro no centro da erupção circundado por um anel verde-
escuro que desaparece quando o fruto amadurece. A oviposição pode ocorrer nos 
brotos ou nas bordas das bainhas, e após a eclosão, as larvas se dirigem aos frutos, 
onde se alimentam (MANEJE BEM, 2022).
4.3.4 Tripes ferrugem dos frutos
Descrição – Há duas espécies principais (Caliothrips bicinctus e Tryphactothrips 
lineatus). Os adultos medem até 1,2 mm de comprimento, possuindo coloração amarron-
zada. Se alojam nas inflorescências entre as brácteas do coração e entre os frutos. Com o 
ataque dessas pragas, as bananas adquirem coloração marrom-avermelhada, lembrando 
a ferrugem, por isso recebem esse nome (PORTAL AGROPECUÁRIO, 2022).
Prejuízos – Larvas e adultos alimentam-se da seiva da casca dos frutos, 
provocando os sinais típicos do ataque do inseto. Inicialmente, surgem pequenas 
manchas enegrecidas ou vermelho-esbranquiçadas. Em frutos com 32 mm de diâmetro, 
a epiderme perde o brilho no local atacado. Posteriormente, surgem manchas de coloração 
castanha-avermelhada, que observadas sob lupa, mostram-se com pequenas rachaduras 
na epiderme. As rachaduras são decorrentes da perda de elasticidade da epiderme, a qual 
não acompanha o crescimento do fruto, ocorrendo, em casos de infestação, severa e em 
frutos mais desenvolvidos, o fendilhamento da casca (AGROLINK, 2022).
4.4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CITROS
São pragas-chave em citros as moscas-das-frutas, a larva-minadora-dos-
citros, o bicho-furão, o ácaro-da-ferrugem e o ácaro-da-leprose (PICANÇO, 2010). A 
seguir, falaremos sobre cada uma delas.
4.4.1 Moscas-das-frutas
Descrição – Há três espécies de mosca-das-frutas de grande relevância para os 
citros (Ceratitis capitata, Anastrepha fraterculus e Anastrepha obliqua) (GALLO et al., 2002).
Ceratitis capitata, conhecida por “mosca-do-mediterrâneo”, é a mais importante 
das três espécies citadas. O adulto é uma mosca que mede de 4 a 5 mm de comprimento 
por 10 a 12 mm de envergadura, apresentando coloração predominantemente amarela. 
Os olhos são castanhos violáceos. O tórax é preto na face superior, com desenhos 
simétricos brancos. O abdome é amarelo com listras transversais acinzentadas. As asas 
têm uma transparência rosada em listras amarelas, sombreadas (GALLO et al., 2002). 
169
Após o acasalamento, a fêmea procura frutos próximos à maturação e quando os 
localiza procura o melhor local para oviposição. Encontrado o local, introduz o ovipositor 
por meio da casca no mesocarpo. Após isso, faz um movimento para alargar o orifício, 
a fim de inserir uma câmara, onde coloca de 1 a 10 ovos, dependendo do fruto. Os ovos 
passam por um período de incubação (2 a 6 dias) (GALLO et al., 2002). Após a eclosão, 
as larvas entram no endocarpo, ou polpa, abrindo galerias em direção ao centro. Quando 
completamente desenvolvidas, medem oito mm de comprimento, sendo de coloração 
branco-amarelada, afilada na parte anterior, truncada e arredondada na posterior. 
Quando retiradas de seu ambiente, dobram o corpo e saltam. Após o período larval, as 
larvas abandonam o fruto e caem no solo, onde se transformam em pupa, e após 10 a 12 
dias emergem os adultos, retomando-se o ciclo. Uma fêmea de mosca-das-frutas pode 
viver até 10 meses, colocando nesse período cerca de 800 ovos (GALLO et al., 2002).
As espécies A. fraterculus e A. obliqua são similares externamente. O adulto 
mede aproximadamente 6,5 mm de comprimento, de coloração predominantemente 
amarela e uma mancha em formato de S que vai da base à extremidade da asa. No 
bordo posterior da asa e junto desta, há sombreadas de preto. A separação das duas 
espécies é feita examinando-se o ápice do ovipositor da fêmea. A biologia é semelhante 
à de C. capitata (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – As larvas danificam a polpa dos frutos, que apresentam um pequeno 
orifício externo, envolvido por uma mancha de coloração marrom. Neste orifício (feito 
pelo ovipositor), há o apodrecimento, que resulta na queda do fruto. C. capitata dispõe 
de um ovipositor mais curto, atacando somente as laranjas que se encontram num 
estágio de maturação mais avançado. Já as moscas do gênero Anastrepha, por ter um 
ovipositor mais longo, conseguem atacar frutos em qualquer estágio (PICANÇO, 2010).
4.4.2 Larva-minadora-dos-citros
Descrição – A larva-minadora-dos-citros (Phyllocnistis citrella) é uma peque-
na mariposa de coloração castanho-prateada, medindo cerca de 1 mm de comprimento. 
Possui asas franjadas, com pontuações pretas no bordo das asas anteriores. A larva apre-
senta coloração variada, sendo branca no início do desenvolvimento e se tornando ama-
rela ao final, quando atinge aproximadamente três mm de comprimento (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – Atacam principalmente as folhas mais novas, abrindo minas típicas 
de cor prateada, tornando as folhas mais retorcidas e secas. Em decorrência do ataque há 
redução da fotossíntese e, consequentemente, do crescimento e desenvolvimento das 
brotações e produtividade da planta. O principal problema, contudo, é o favorecimento 
à disseminação do cancro cítrico causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. 
Citri, que se aproveita das lesões provocadas pela larva-minadora (GALLO et al., 2002). 
170
4.4.3 Bicho-furão
Descrição – O bicho-furão (Gymnadrosona aurantianum) é uma mariposa com 
cerca de 17 mm de envergadura, coloração marrom-escura, com a cabeça alaranjada. 
A fêmea possui as asas mais escuras que o macho, com uma mancha característica 
marrom-clara ao redor da margem exterior (PICANÇO, 2010). A postura é feita nos frutos, 
sendo 1 ovo por fruto. Após alguns dias nascem as lagartas que atacam frutas maduras 
ou verdes, abrindo galerias internas e alimentando-se das.................................................................................................................................... 157
3.3.2 Pulgões ..................................................................................................................................... 157
3.3.3 Traça-da-batata ..................................................................................................................... 157
3.3.4 Mosca-minadora ....................................................................................................................158
3.4. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CENOURA...................................................................158
3.4.1 Pulgão-da-cenoura ................................................................................................................158
3.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM MORANGO ...................................................................158
3.5.1 Ácaro-rajado .............................................................................................................................158
3.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM BRÁSSICAS ................................................................ 159
3.6.1 Pulgão-das-brássicas ............................................................................................................ 159
3.6.2 Traça-das-brássicas .............................................................................................................. 159
3.6.3 Curuquerê-da-couve ............................................................................................................ 159
3.6.4 Falsa-medideira-das-brássicas .........................................................................................160
3.6.5 Mosca-branca .........................................................................................................................160
3.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CUCURBITÁCEAS ......................................................160
3.7.1 Brocas-das-cucurbitáceas....................................................................................................160
3.7.2 Mosca-branca ...........................................................................................................................161
3.8 AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 EM HORTALIÇAS ................................................................................................................................161
3.9 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM HORTALIÇAS ....... 162
3.9.1 Manipulação do ambiente de cultivo .................................................................................. 162
3.9.2 Controle Mecânico ..................................................................................................................164
3.9.3 Controle por comportamento ..............................................................................................164
3.9.4 Controle Biológico .................................................................................................................164
3.9.5 Controle Químico .................................................................................................................... 165
4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE FRUTÍFERAS ....................................................165
4.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ABACATEIRO ............................................................... 165
4.1.1 Broca-do-fruto ......................................................................................................................... 165
4.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ABACAXI ...................................................................... 166
4.2.1 Broca-do-fruto ........................................................................................................................ 166
4.2.2 Cochonilha-pulverulenta ...................................................................................................... 166
4.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA BANANEIRA .................................................................167
4.3.1 Broca-da-bananeira ................................................................................................................167
4.3.2 Broca-gigante-da-bananeira...............................................................................................167
4.3.3 Tripes da erupção dos frutos ................................................................................................167
4.3.4 Tripes ferrugem dos frutos...................................................................................................168
4.4 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM CITROS ........................................................................168
4.4.1 Moscas-das-frutas .................................................................................................................168
4.4.2 Larva-minadora-dos-citros ................................................................................................. 169
4.4.3 Bicho-furão .............................................................................................................................. 170
4.4.4 Ácaro-da-ferrugem ............................................................................................................... 170
4.4.5 Ácaro-da-leprose .................................................................................................................. 170
4.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO COQUEIRO ................................................................... 171
4.5.1 Broca-do-pecíolo ..................................................................................................................... 171
4.5.2 Broca-do-pedúnculo-floral ................................................................................................. 171
4.5.3 Broca-do-olho-do-coqueiro ............................................................................................... 172
4.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA GOIABEIRA .................................................................. 172
4.6.1 Mosca-das-frutas ................................................................................................................... 172
4.6.2 Gorgulho-da-goiaba ............................................................................................................. 172
4.6.3 Psilídeo ...................................................................................................................................... 173
4.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO MAMOEIRO .................................................................. 173
4.7.1 Ácaro-branco ............................................................................................................................ 173
4.7.2 Ácaro-rajado ............................................................................................................................ 174
4.7.3 Ácaro-plano .............................................................................................................................. 174
4.8 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM MANGUEIRA ............................................................... 174
4.8.1 Moscas-das-frutas ................................................................................................................. 174
4.9 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM VIDEIRA ....................................................................... 174
4.9.1 Filoxera-da-videira .................................................................................................................. 175
4.10 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO MARACUJAZEIRO ................................................... 175
4.10.1 Lagartas-desfolhadoras ....................................................................................................... 175
4.10.2 Percevejos ...............................................................................................................................176polpas (GALLO et al., 2002).
Prejuízos – O ataque provoca a perda total do fruto, que cai e apodrece. A 
diferença do ataque do bicho-furão comparado ao da mosca-das-frutas são os 
excrementos (e restos de alimentação) lançados pelo primeiro para fora da casca. Esses 
excrementos endurecem e ficam grudados ao local de penetração, na casca. Esse local 
fica endurecido, diferenciando-se do ataque por mosca-das-frutas, cujo orifício de 
penetração fica mole e se apertado o fruto, dele sairá um líquido (GALLO et al., 2002).
4.4.4 Ácaro-da-ferrugem
Descrição – O ácaro da ferrugem (Phyllocoptruta oleivora) tem aspecto 
vermiforme, de tamanho muito reduzido, medindo 0,15 mm de comprimento. Possuem 
apenas dois pares de pernas. Para observá-lo é necessária uma lupa de aumento (se 
parecem com uma pequena vírgula, de coloração amarela). Essa praga é favorecida 
pelo aumento da umidade do ar, que coincide com a época de florescimento da cultura 
(GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Os indivíduos infestam folhas, brotos e frutos novos. Nas folhas 
causam a "mancha de graxa" (manchas escuras observadas na epiderme, semelhante 
à mancha de graxa sobre papel). Ao perfurarem a epiderme, causam o rompimento 
de glândulas de óleo, que em contato com os raios solares, oxidam-se, escurecendo 
os frutos (estes sintomas são conhecidos como: falsa ferrugem, ferrugem ou mulata) 
(GALLO et al., 2002). Tais prejuízos são consideráveis, especialmente, quando a produção 
se destina ao mercado de frutas frescas, para consumo in natura. Pode ocorrer perda de 
peso de até 4 g/fruto atacado (PICANÇO, 2010).
4.4.5 Ácaro-da-leprose 
Descrição – O ácaro-da-leprose (Brevipalpus phoenicis) é achatado 
dorsoventralmente e possui coloração alaranjada, quatro pares de pernas e mede 0,3 
mm de comprimento. Possui manchas escuras de tamanhos e formas variáveis no 
dorso (GALLO et al., 2002).
171
Prejuízos – Atacam folhas, ramos e frutos, transmitindo o vírus da leprose dos 
citros. O ataque faz com que folhas e frutos caiam da planta e os ramos passem a 
apresentar rachaduras (PICANÇO, 2010).
4.5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO COQUEIRO
A cultura do coqueiro possui três coleobrocas como pragas-chave, a broca-do-
pecíolo, a broca-do-pedúnculo-floral e a broca-do-olho-do-coqueiro (PICANÇO, 2010). 
A seguir, falaremos sobre cada uma delas.
4.5.1 Broca-do-pecíolo
Descrição – O adulto da broca-do-pecíolo (Amerrhinus ynca) é um besouro 
de hábito diurno, medindo 2 cm de comprimento e de cor amarelo-acinzentado, com 
diversos pontos pretos brilhantes e salientes, principalmente sobre as asas e no pronoto. 
A fêmea deposita seus ovos na face ventral da raque da folha. Após a eclosão, a larva 
penetra na raque foliar e abre galerias longitudinais, destruindo os vasos de condução 
da seiva. Ao penetrar na raque, uma resina escura extravasa pelo orifício e se solidifica, 
ficando presa à raque no local da penetração, caracterizando a presença da praga na 
cultura (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – As folhas atacadas se quebram facilmente, reduzindo a copa das 
árvores e interferindo na produção (GALLO et al., 2002).
4.5.2 Broca-do-pedúnculo-floral 
Descrição – Também conhecida por broca-do-cacho-do-coqueiro (Homalino-
tus coriaceus) é um besouro de coloração preta, medindo entre 25 e 30 mm de compri-
mento. As fêmeas costumam depositar os ovos no pedúnculo floral (daí o nome popular 
da praga). É possível, contudo, que a oviposição aconteça antes da emissão da primeira 
inflorescência, sendo nesse caso, realizada na bainha foliar. As larvas desenvolvidas 
chegam a medir entre 40 e 50 mm de comprimento, tem um aspecto recurvados e pos-
suem coloração branca, com a cabeça ferrugínea (PICANÇO, 2010). 
Prejuízos – Os danos são provocados pelas larvas, que abrem galerias no 
pedúnculo floral interrompendo o fluxo de seiva e promovendo a queda de flores e frutos. 
As formas adultas também são prejudiciais ao coqueiro uma vez que ao se alimentarem, 
dilaceram o tecido de flores e frutos novos, secando-os (PICANÇO, 2010).
172
4.5.3 Broca-do-olho-do-coqueiro
Descrição – O adulto da broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palma-
rum) é um besouro de coloração preta, com tamanho que varia entre 3,5 e 6,0 cm de 
comprimento. Possui bico recurvado, forte, medindo 1,0 cm de comprimento; asas ex-
ternas curtas, sendo a parte terminal do abdome exposta e com oito estrias longitudi-
nais. Esse inseto possui hábito gregário, sendo mais ativo durante o dia. Os indivíduos 
são atraídos pelo odor de fermentação liberado por palmeiras com ferimentos, doentes 
ou em senescência. A larva tem a cabeça castanho-escura; corpo recurvado, sendo 
mais volumoso no meio e afilado nas extremidades, subdividido em 13 anéis, com colo-
ração branco-creme e ápoda. Desenvolve-se no interior da planta, abrindo galerias nos 
tecidos tenros da região apical (PICANÇO, 2010)
Prejuízos – Os danos são causados tanto pelas larvas, quanto pelos adultos. As 
larvas se alimentam dos tecidos tenros da planta, confeccionando galerias e destruindo 
o broto terminal (palmito). Em decorrência, as folhas mais novas mostram sinais de 
amarelamento, murchamento e finalmente se curvam e secam, indicando a morte da 
planta. Os adultos são vetores do nematoide Bursaphelenchus cocophilus, agente 
causal da doença letal conhecida por anel-vermelho. O coqueiro torna-se suscetível ao 
ataque de R. palmarum a partir do segundo ano de plantio (PICANÇO, 2010).
4.6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA GOIABEIRA
A cultura goiabeira tem como pragas-chave, a mosca-das-frutas, o gorgulho-
da-goiaba e o psilídeo. A seguir, falaremos sobre cada uma dessas pragas.
4.6.1 Mosca-das-frutas
Descrição – Ver em manejo integrado de pragas em citros.
Prejuízos – Constituem a principal praga da cultura, uma vez que os frutos 
atacados se tornam impróprios para consumo (GALLO et al., 2002).
4.6.2 Gorgulho-da-goiaba 
Descrição – Os adultos do gorgulho-da-goiaba (Conotrachelus psidii) são 
pequenos besouros pardo-escuros, que medem seis mm de comprimento. As fêmeas 
perfuram os frutos verdes e coloca um ovo em cada orifício. Após a eclosão, as larvas, 
que são ápodas, brancas e com um cm de comprimento, se aprofundam nos frutos e 
destroem as sementes (GALLO et al., 2002).
173
 Prejuízos – As larvas broqueiam a polpa dos frutos, destruindo as sementes e 
provocando também a queda dos frutos, o que reduz a produção da cultura (GALLO et 
al., 2002).
4.6.3 Psilídeo
Descrição – O psilídeo (Trizoida sp.) é um inseto sugador de seiva, de cor verde, 
sendo que os machos apresentam a face dorsal do tórax e o abdome pretos, medindo 
cerca de 2 mm de comprimento. As fêmeas depositam os ovos ao longo dos ramos dos 
ponteiros e folhas novas. Dos ovos nascem as ninfas, de cor rósea, cobertas por secreção 
de cera esbranquecida e corpo achatado, as quais passam a sugar a seiva dos bordos das 
folhas e, devido às toxinas injetadas, enrolam-se e deformam-se (GALLO et al., 2002). 
Prejuízos – Prejudicam as folhas que, com o tempo, tornam-se necróticas e 
acabam caindo (GALLO et al., 2002).
4.7 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO MAMOEIRO
As principais pragas da cultura do mamoeiro são o ácaro-branco, o ácaro-rajado 
e o ácaro-plano (GALLO et al., 2010). A seguir, falaremos sobre cada uma destas pragas.
4.7.1 Ácaro-branco
Descrição – As formas adultas do ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) 
são imperceptíveis a olho nu. As fêmeas apresentam coloração branco-amarelada bri-
lhante e medem cerca de 0,15 mm de comprimento por 0,11 mm de largura. Os machos 
têm a mesma coloração das fêmeas, contudo são menores, medindo cerca de 0,14 mm 
de comprimento por 0,08 mm de largura. Os ovos são postos de forma isolada na face 
inferior das folhas novas. Cada fêmea pode depositar cerca de 25 a 30 ovos por ciclo. Tais 
pragas costumam ser encontradas em folhas jovens, localizadas no ápice (ponteiro) da 
planta ou nas brotações laterais, geralmente em regiões meristemáticas (PICANÇO, 2010).
Prejuízos – Alimentam-se da epiderme das folhas,4.11 AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 DE FRUTÍFERAS ................................................................................................................................176
4.12 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE FRUTÍFERAS .......177
4.12.1 Controle Cultural .....................................................................................................................177
4.12.2 Controle Físico ....................................................................................................................... 179
4.12.3 Controle Biológico ................................................................................................................. 179
4.12.4 Controle Químico .................................................................................................................180
5 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PASTAGENS .....................................................180
5.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PERFILHOS ..................................................................180
5.1.1 Cigarrinha-das-pastagens ....................................................................................................180
5.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DESFOLHADORAS ............................................................181
5.2.1 Formigas-cortadeiras ..............................................................................................................181
5.3 AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 EM PASTAGENS .................................................................................................................................182
5.4 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM PASTAGENS ........182
5.4.1 Controle Cultural ......................................................................................................................182
5.4.2 Controle por resistência de plantas ...................................................................................183
5.4.3 Controle Biológico .................................................................................................................183
5.4.4 Controle Químico ....................................................................................................................184
6 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS ..................................184
6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ..............................................................................................................184
6.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PRAGAS PRODUTOS ARMAZENADOS ................................................184
6.2.1 Quanto ao hábito alimentar .................................................................................................184
6.2.2 Quanto ao produto armazenado ........................................................................................185
6.3 MONITORAMENTO DE PRAGAS DE PRODUTOS ARMAZENADOS .........................................185
6.3.1 Termometria ..............................................................................................................................185
6.3.2 Sistema acústico ....................................................................................................................185
6.3.3 Armadilhas contadoras de insetos ....................................................................................186
6.4 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PRODUTOS 
ARMAZENADOS .................................................................................................................................186
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................187
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................188
TÓPICO 2 - MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PLANTAS ORNAMENTAIS ............... 191
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 191
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS ORNAMENTAIS GERAIS ....................................... 191
2.1 MANEJO INTEGRADO DE INSETOS SUGADORES ...................................................................... 192
2.2 MANEJO INTEGRADO DE INSETOS MINADORES ...................................................................... 192
2.2.1 Mosca-minadora...................................................................................................................... 192
2.3 MANEJO INTEGRADO DE INSETOS DESFOLHADORES........................................................... 192
2.3.1 Vaquinhas .................................................................................................................................. 192
2.3.2 Lagartas .................................................................................................................................... 193
2.4 MANEJO INTEGRADO DE INSETOS BROQUEADORES ............................................................ 193
2.4.1 Vespinha .................................................................................................................................... 193
2.4.2 Broca-do-olho do coqueiro ................................................................................................ 193
2.5 AMOSTRAGEM E TOMADA DE DECISÃO NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 
 EM PLANTAS ORNAMENTAIS ......................................................................................................... 194
2.5.1 Método de amostragem das pragas ................................................................................... 194
2.5.2 Amostragem de mosca-branca .......................................................................................... 194
2.5.3 Amostragem de insetos minadores ................................................................................... 194
2.5.4 Amostragem de insetos desfolhadores ............................................................................ 194
2.5.5 Amostragem de insetos broqueadores ............................................................................ 195
2.6 TÉCNICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS EM PLANTAS 
 ORNAMENTAIS................................................................................................................................... 195
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................196
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 197
TÓPICO 3 - MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PLANTAS FLORESTAIS ..................199
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................199
2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO EUCALIPTO ................................................... 200
2.1 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE VIVEIRO ........................................................................200
2.1.1 Lagarta-rosca ...........................................................................................................................200
2.1.2 Cupins .......................................................................................................................................200
2.2 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE MUDAS NO CAMPO ..................................................200
2.2.1 Cupins subterrâneos .............................................................................................................200
2.3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE TRONCO ......................................................................201
2.3.1 Coleobrocas ..............................................................................................................................201
2.3.2 Cupins .......................................................................................................................................2012.4 MANEJO INTEGRADO DE INSETOS DESFOLHADORES ........................................................ 202
2.4.1 Formigas-cortadeiras ............................................................................................................ 202
2.4.2 Lagartas-desfolhadoras ...................................................................................................... 202
3 MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DO PINUS .............................................................. 203
3.1. Vespa-da-madeira .......................................................................................................................... 203
4 TÁTICAS DE CONTROLE NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS DE PLANTAS 
 FLORESTAIS .................................................................................................................. 203
4.1 AMOSTRAGEM DE PRAGAS ........................................................................................................... 203
4.2 CONTROLE EM MUDAS NO VIVEIRO ........................................................................................... 204
4.3 CONTROLE EM MUDAS E CULTURAS ESTABELECIDAS NO CAMPO .................................. 204
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 205
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 208
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................210
1
UNIDADE 1 -
INTRODUÇÃO À 
ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• entender o conceito de inseto e ácaro e a defi nição de entomologia agrícola;
• obter uma visão geral sobre as principais características dos insetos e ácaros;
• reconhecer a importância da entomologia agrícola no estudo das pragas de plantas 
de interesse econômico;
• identifi car os principais grupos de pragas de plantas de interesse econômico;
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – UMA VISÃO GERAL SOBRE OS INSETOS E ÁCAROS
TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS PRAGAS AGRÍCOLAS
TÓPICO 3 – PRINCIPAIS GRUPOS DE PRAGAS DE PLANTAS DE INTERESSE ECONÔMICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
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CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
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3
UMA VISÃO GERAL SOBRE OS INSETOS E 
ÁCAROS
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Gallo et al. (2002), a Entomologia (do grego entomon: insetos, 
logos: estudo) pode ser compreendida como a ciência que estuda os insetos e sua 
relação com os seres humanos, plantas e animais, subdividindo-se, respectivamente, 
em Entomologia Médica, Entomologia Agrícola e Entomologia Veterinária. Em nosso 
livro, daremos um maior enfoque à Entomologia Agrícola – área que procura estudar 
as pragas agrícolas (insetos e ácaros) nocivas às plantas cultivadas pelo homem – 
abrangendo aspectos como identificação, controle e manejo integrado. 
Para iniciarmos o estudo das pragas agrícolas, é importante fazermos uma 
breve revisão sobre conceitos de Entomologia geral, abordando as características 
dos insetos e ácaros, as quais serão úteis à medida que avançamos para os próximos 
tópicos. Começaremos a nossa revisão falando sobre os insetos, por sua abundância e 
importância para a Entomologia Agrícola. 
Devido ao grande número de insetos presentes na Terra, houve a necessidade 
de ordená-los em certos grupos, classificando-os. Atualmente, sabe-se que os insetos 
estão agrupados no Filo Arthropoda, dentro do Reino Animal. 
Conforme Gallo et al. (2002), o Filo Arthropoda abrange aproximadamente 80% 
do Reino Animal. Dentro desse Filo, os insetos compartilham diversas características 
com outros animais: 1) pernas e antenas articuladas e pareadas; 2) corpo segmentado 
com exoesqueleto formado por quitina, trocado periodicamente com o seu crescimento; 
3) aparelho circulatório dorsal; 4) cavidade corporal constituída por hemocele (sistema 
circulatório aberto); 5) tecido muscular estriado; 6) sistema nervoso central e ventral 
formado por cérebro e cordão nervoso ventral ganglionar; 7) simetria bilateral.
O Filo Arthropoda, por sua vez, é dividido em várias Classes: Chilopoda, Diplopoda, 
Crustacea, Symphyla, Arachnida e Insecta – a qual pertencem os insetos (Tabela 1). Os 
insetos são caracterizados por apresentar: 1) corpo dividido em cabeça, tórax e abdome; 
2) um par de antenas; 3) um par de mandíbulas; 4) dois pares de maxilas (maxila e lábio); 
5) tórax composto por três pares de pernas e, em sua maioria, dois pares de asas; 6) 
abdome carente de apêndices ambulatórios; 7) aparelho genital próximo à extremidade 
posterior e 8) desenvolvimento geralmente por metamorfose (de forma completa ou 
incompleta) (GALLO et al., 2002).
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
4
Tabela 1 – Quadro comparativo entre as principais classes de Arthropoda
Fonte: adaptada de https://planetabiologia.com/filo-dos-artropodes/. Acesso em: 10 maio 2022.
Características
Classes
Insetos Aracnídeos Crustáceos Quilópodes Diplópodes
Exemplo
Mosca, besouro 
e cupim
Ácaro, aranha e 
carrapatos
Camarão, 
lagosta e siri
Lacraia e 
centopeia
Piolho-de-
cobra
Número de 
pernas
Três pares Quatro pares Variável
Um par por 
segmento
Dois 
pares por 
segmento
Número de 
Antenas
Um par Ausentes Dois pares Um par Um par
Divisão do corpo
Cabeça, tórax 
e abdome
Cefalotórax e 
abdome
Cefalotórax e 
abdome
Cabeça e 
segmentos
Cabeça, 
tórax 
curto e 
segmentos
Respiração Traqueias
Filotraqueias e 
traqueias
Brânquias Traqueias Traqueias
Excreção
Túbulos de 
Malpighi
Túbulos de 
Malpighi e 
glândulas coxais
Glândulas 
verdes ou 
antenais
Túbulos de 
Malpighi
Túbulos de 
Malpighi
1.1 CARACTERÍSTICAS DOS INSETOS 
Devido à enorme quantidade e diversidade de insetos existentes na Terra, a 
Entomologia passou a estudar as características externas e internas destes animais. 
A classificação taxonômica ao nível de espécie é frequentemente realizada com base 
nos detalhes das estruturas morfológicas externas como, por exemplo, segmentos de 
antenas, nervura de asas, presença de espinhos e escamas, dentre outras. O estudo 
das estruturas internas dos insetos, como os sistemas circulatório, digestório, excretor, 
reprodutor e nervoso, permite a compreensão do seu comportamento na natureza e a 
sua relação com o homem.
1.1.1 Anatomia externa dos insetos 
O corpo de um inseto é constituído por três partes: cabeça, tórax e abdome, 
como ilustrado pela Figura 1. A cabeça contém os olhos, órgãos sensoriais (incluindo 
antenas especializadas) e partes da boca (e.g. mandíbula, maxilas e lábio). O tórax é 
dividido em protórax, mesotórax e metatórax e cada um desses subsegmentos contém 
um par de pernas. O meso e o metatórax são os locais de fixação das asas, caso o inseto 
as possua. O abdome é segmentado e concentra grande parte dos órgãos internos. Os 
segmentos do abdome possuem um par de orifícios, denominados espiráculos, os quais 
são utilizados durante a respiração (BUZZI, 2013). 
5
Figura 1 – Anatomia externa de um gafanhoto
Fonte: adaptada de Siedle, Tumbrinck e Tzirkalli (2016)
Textos-
Rubik Light (tamanho 10 espaçamento 14)
Títulos-
-Títulos de primeira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - Negrito)
-Títulos de segunda ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Caixa alta - regular)
-Títulos de terceira ordem são (Neo Sans - tam 15 - esp 18 - Apenas a primeira
letra em maiúsculo - regular)
Cabeça Tórax Abdome
Fovéola
Fastígio
Antena
Ocelo
Sulco
Labro
Mandíbula
Lábio
Maxilar
Palpos
Arólio Tarso 1-3 Prosterno Fémur posteriorTíbia
Joelho
Esternito
Ovipositor
Térgito
Cerco
Asas posteriores
Asas anteriores
Orgão auditivo
Carena mediana do tórax
Carena lateral do tóraxPró-Meso-MetatóraxOlhos
Cada segmento de um inseto é formado por três regiões: uma região dorsal, 
conhecida como tergo ou noto; uma região ventral, também chamada de esterno; e 
uma região lateral, composta por um esclerito direito e outro esquerdo, chamada pleura. 
Os segmentos podem ser unidos de forma rígida ou envolvidos por membranas flexíveis 
que permitem sua movimentação (BUZZI, 2013). 
O corpo dos insetos é envolvido externamente por uma região chamada tegumen-
to (também chamado de esqueleto externo ou exoesqueleto). O tegumento é constituído 
por três camadas: cutícula (mais externa); epiderme (abaixo da cutícula) e membrana ba-
sal (abaixo da epiderme). Essas camadas são compostas, principalmente, por quitina – um 
polissacarídeo presente na estrutura de muitos artrópodes – e proteína. O tegumento dos 
insetos possui diferentes funções, tais como, proteção dos órgãos internos contrafatores 
externos como, danos mecânicos, penetração de substâncias químicas e organismos pa-
togênicos; proteção contra temperatura e umidade excessivas; transporte de substâncias 
para dentro e fora do corpo e fixação dos músculos e de alguns órgãos (BUZZI, 2013). 
A cutícula é a camada mais externa do tegumento. Ela é formada por materiais 
secretados pelas células epidérmicas e varia em espessura, flexibilidade, permeabilidade 
e rigidez, dependendo da espécie. Após a sua deposição, a cutícula pode se tornar mais 
rígida e escura pela adição de melanina, durante um processo chamado esclerotização. 
A epiderme é a parte viva do tegumento. É constituída por uma camada de células onde 
estão as glândulas que secretam a cutícula e o fluído responsável pela dissolução da 
velha cutícula antes da muda do inseto. A membrana basal é a porção mais interna do 
tegumento, onde se ligam os músculos (GALLO et al., 2002).
O crescimento dos insetos é marcado por diferentes estádios nos quais ocorre a 
ecdise (também chamada de muda). A ecdise é um processo caracterizado pela substituição 
da cutícula velha por outra nova. Esse fenômeno envolve a síntese de enzimas (proteases 
6
e quitinases) capazes de degradar a cutícula. O inseto abandona a cutícula velha por meio 
da linha ecdisial, que fi ca localizada na região dorsal da cabeça e do tórax. Para isso, alguns 
insetos utilizam movimentos peristálticos, pressão sanguínea, outros engolem ar ou água. 
Com o avanço do novo estádio, as glândulas da epiderme secretam substâncias que 
formarão novas camadas da parede do tegumento (BUZZI, 2013). 
Muitas características externas da cutícula de insetos adultos como, por 
exemplo, coloração, detalhes de pontuação e formato, são específi cas de 
uma determinada espécie. Além disso, o corpo do inseto é envolvido por 
cerdas, pelos, escamas, espinhos e protuberâncias que, frequentemente, 
são utilizados para a identifi cação de grupos ou espécies individuais.
NOTA
A cabeça fi ca na região anterior do corpo de um inseto. Trata-se de uma 
cápsula que envolve o cérebro e contém as peças bucais, os olhos e um par de antenas 
sensoriais. Os insetos possuem três pares de apêndices móveis formando as peças 
bucais, as mandíbulas, as maxilas e o lábio. As peças bucais são órgãos sensoriais 
geralmente destinados à alimentação e consistem em um labro (lábio superior), um par 
de mandíbulas, um par de maxilas, um lábio (lábio inferior) e uma hipofaringe. A este 
conjunto dá-se o nome de aparelho bucal. Apesar das peças bucais serem as mesmas 
para todos os insetos, o aparelho bucal desses animais pode variar na forma, tamanho 
e função, de acordo com o seu hábito alimentar. Assim, os aparelhos bucais podem ser 
divididos em dois grupos: mastigador e sugador (BUZZI, 2013). 
O aparelho mastigador, ou triturador, é considerado o mais primitivo, sendo 
observado em diversos insetos (formigas, besouros, gafanhotos etc.). É composto 
por um par de mandíbulas, um par de maxilas, um lábio e uma hipofaringe, que são 
utilizados para cortar, manipular e mastigar os alimentos, além de serem mecanismos 
de predação, cópula e defesa (BUZZI, 2013). 
O aparelho bucal sugador é encontrado em insetos que não mastigam o alimen-
to. As peças bucais são alongadas, formando um tubo alongado, denominado rostro, por 
meio do qual os líquidos são sugados. Existem três variações do aparelho bucal sugador: 
picador-sugador, sugador-lambedor e sugador maxilar (GALLO et al., 2002). O aparelho 
picador-sugador é característico dos percevejos, cigarrinhas, cochonilhas, moscas-bran-
cas, dentre outros, e é formado por um rostro segmentado, o qual contém duas mandí-
bulas e duas maxilas (também chamadas de estiletes) que têm a função de perfurar o 
tecido da presa (BUZZI, 2013). O aparelho sugador-lambedor é característico das abelhas, 
formigas e mamangavas. Nas formigas e vespas as peças bucais se assimilam às do apa-
relho bucal mastigador, mas são adaptadas para lamber alimentos líquidos (néctar, sucos 
de frutas e água). Em abelhas, as mandíbulas e o labro são utilizados para prender presas, 
7
morder ou manipular cera ou ouros materiais durante a construção do ninho. O aparelho 
bucal sugador-maxilar é característico de borboletas e mariposas, que se alimentam ge-
ralmente do néctar de flores. Nesses insetos, o rostro é alongado e enrolado em forma de 
espiral, e recebe o nome de espirotromba ou probóscide (BUZZI, 2013).
A cabeça dos insetos possui um par de olhos compostos, multifacetados, que 
são capazes de formar as imagens. Outros possuem apenas olhos simples (chamados 
oocelos), que atuam na percepção da luz. Também na cabeça ficam as antenas, que 
estão presentes na maioria dos adultos e em alguns insetos imaturos. As antenas são 
apêndices móveis, articulados e segmentados, inseridos na cavidade antenal. São 
órgãos sensoriais que têm a função de tato, olfato, audição e gustação. As antenas 
são formadas por antenômeros ou artículos e apresentam três partes distintas: escapo, 
pedicelo e flagelo (GALLO et al., 2002). 
De acordo com Gallo et al. (2002), as antenas variam de acordo com o formato 
e a disposição dos antenômeros, sendo classificadas em diferentes tipos: 
• Aristada – O flagelo possui apenas um antenômero globoso e com pelo (arista), 
sendo típica das moscas.
• Clavada – A região conectada à cabeça é estreita, ocorrendo uma pequena dilatação 
na outra extremidade. Esse tipo de antena se caracteriza pelo aumento progressivo 
dos segmentos, de uma extremidade a outra.
• Capitada – Similar à antena clavada, mas com os últimos antenômeros dilatados, 
estão presentes em besouros da família Scolytidae.
• Denteada – Os antenômeros possuem bordas arredondadas com formato de 
dentes, são comuns em vagalumes.
• Estiliforme – A extremidade do antenômero é mais alongada parecendo um 
estilete, é a antena típica de mutucas e mariposas.
• Flabeada – Os antenômeros se expandem lateralmente e apresentam aspecto 
de folhas ou lâminas, como em algumas espécies de besouros lampirídeos 
microimenópteros.
• Filiforme – Os antenômeros são iguais em tamanho e vagamente alongados, 
formando um fio. É a antena das baratas, grilos, esperanças, dentre outros insetos.
• Furcada – Os antenômeros formam uma bifurcação de dois ramos, na forma da 
letra Y. Estpresente em alguns microimenópteros.
• Fusiforme – Os antenômeros do meio da antena são maiores que os da base e dos 
extremos, tomando a forma de um fuso. É comum em algumas mariposas.
• Geniculada – Apresenta o escapo longo e dobrado, formando um ângulo, semelhante 
a um joelho. Está presente em formigas, abelhas, vespas e mamangavas.
• Imbricada – Antenômeros em formato de taças, com o eixo de um encaixando no 
ápice do outro. É encontrada em alguns besouros da família Carabidae.
• Lamelada – Os antenômeros terminais se expandem lateralmente, ficando 
sobrepostos quando juntos, com aspecto de folha. É a antena característica de 
besourosda família Scarabaeidae.
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• Monoliforme – Os segmentos são arredondados como as contas de um rosário. 
Está presente em cupins.
• Pectinada – Os antenômeros apresentam expansões laterais longas e finas, 
semelhantes a um pente. É comum, sobretudo, nos machos de mariposas.
• Serreada – Os segmentos possuem expansões laterais pontiagudas, como os 
dentes de uma serra. É comum em besouros das famílias Buprestidae e Melyridae.
• Setácea. – Os antenômeros diminuem de diâmetro desde a base até a extremidade 
da antena, semelhante a uma seta. É comum em serra-paus e gafanhotos. 
• Composta – Trata-se da junção de mais de um tipo de antena exposta acima como, 
por exemplo, geniculo-clavada. 
Figura 2 – Diferentes tipos de antenas
Fonte: https://bit.ly/3C9tW62. Acesso em: 17 maio 2022.
O tórax dos insetos é o local onde estão inseridos os apêndices locomotores 
(pernas e asas). As pernas são apêndices utilizados em atividades como locomoção, 
escavação do solo, coleta de alimentos, predação, dentre outas. Os insetos possuem 
três pares de pernas articuladas – um para cada segmento toráxico. Em cada perna 
há quatro partes principais: coxa, fêmur, tíbia e tarso. Entre a coxa e o fêmur existe um 
pequeno segmento, chamado trocânter (GALLO et al., 2002). 
Assim como outras partes do corpo, as pernas dos insetos apresentam uma 
estrutura básica que sofre modificações de acordo com a espécie e/ou função que 
desempenham na natureza. As pernas ambulatórias não possuem modificações especiais 
e são o tipo mais básico, presente na maioria dos insetos, como em baratas, besouros, 
borboletas, formigas, mariposas, moscas. Por outro lado, em alguns insetos o primeiro 
par de pernas pode ser adaptado para apreender presas (raptatório), característico do 
louva-a-deus; modificado para escavar o solo (fossorial ou escavadora) como o dos 
escaravelhos. Alguns insetos como gafanhotos, grilos, esperanças, possuem pernas 
traseiras modificadas para saltar (saltadoras). Outros insetos, como os piolhos, possuem 
pernas adaptadas para agarrar o pelo do hospedeiro (escansoriais). Existem, ainda, 
pernas modificadas para recolher e transportar grãos de pólen (coletoras) como é o caso 
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das abelhas (GALLO et al., 2002). Cabe destacar que apresentamos apenas os principais 
tipos de pernas, contudo é muito comum observar uma enormidade de tipos de pernas 
em meio à diversidade de insetos encontrados na natureza. 
As pernas saltadoras são resultantes do desenvolvimento do fêmur e da 
tíbia dos insetos, que funcionam como uma alavanca que impulsiona o 
inseto para a frente durante os saltos. Estudos indicaram que uma pulga 
pode saltar 110 vezes o seu comprimento. É como se uma criança de 1,5 
metros de altura conseguisse saltar cerca de 170 metros, o equivalente a 
um prédio de 50 andares (BERENBAUM, 2008).
INTERESSANTE
As asas dos insetos são evaginações do corpo, articuladas com o tórax e 
localizadas lateralmente, possuindo um conjunto de veias ou nervuras, chamadas 
de nervação ou venação. Os insetos, no estágio adulto, podem ter dois pares de asas 
(tetrápteros), unidos ao mesotórax e no metatórax. Contudo, existem insetos com 
apenas um par de asas (dípteros) e aqueles desprovidos de asas na fase adulta (ápteros). 
Outros, apesar de possuírem asas, não as usam para voo, como alguns fasmídeos e o 
bicho-da-seda (GALLO et al., 2002). 
Segundo Gallo et al. (2002), dependendo da espécie, os insetos podem 
apresentar diferentes tipos de asas, sendo os principais:
• Élitros – Asas anteriores duras e sem nervuras aparentes, que recobrem as asas 
posteriores do tipo membranosa. São comuns em alguns besouros e tesourinhas.
• Halter – Também chamadas de balancins, são atrofi adas e têm como função o 
equilíbrio do inseto. São observadas em moscas, pernilongos, mutucas etc.
• Hemiélitros – Asas cuja parte basal é dura (cório) e apical fl exível (membrana). São 
as asas anteriores dos percevejos.
• Membranosa – Asa fi na e fl exível, com nervuras distintas. É encontrada na maioria 
dos insetos (par posterior). Apresentam-se nuas ou cobertas por pelos ou escamas;
• Pseudo-halter – São asas anteriores atrofi adas, típicas da ordem Strepsiptera.
• Tégminas – Apresentam forma de pergaminho, com aspecto coriáceo e nervuras 
visíveis. São características das baratas, louva-a-deus, grilos, gafanhotos, dentre 
outros.
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Figura 3 – Exemplo de asas tégminas
Fonte: https://dhierich.wixsite.com/blogdageral/tipos-de-asas. Acesso em: 26 set. 2022.
O abdome é a terceira região do corpo dos insetos, caracterizado pela quantidade 
de segmentos (geralmente 12) e ausência de apêndices locomotores (BUZZI, 2013). 
Trata-se de uma região altamente especializada, contendo as principais vísceras e os 
espiráculos, locais onde são produzidos a maior parte dos movimentos respiratórios. 
É no abdome que ficam as aberturas genitais (relacionadas aos órgãos de cópula e 
oviposição), as estruturas do canal digestivo e os apêndices abdominais: cercos, 
cornículos, estilos, ovipositor, urogonfo, brânquias, dentre outros (GALLO et al., 2002).
De acordo com a ligação ao tórax, o abdome dos insetos pode ser séssil, livre ou 
pedunculado. O abdome séssil é unido ao tórax em toda sua dimensão. É observado em 
baratas, gafanhotos, besouros, dentre outros. O abdome livre apresenta uma constrição 
incipiente na união do abdome com o tórax. É característico das moscas, abelhas, bor-
boletas etc. Já o pedunculado apresenta uma constrição marcante, com o 1º segmento 
abdominal fundido ao metatórax. É o caso das formigas e vespas (GALLO et al., 2002).
1.1.2 Anatomia interna e fisiologia dos insetos 
A anatomia interna e fisiologia explicam a forma e funcionamento dos órgãos, 
sistemas e aparelhos dos insetos (GALLO et al., 2002). Inclui também o estudo do 
tegumento, conforme já vimos no tópico anterior. Neste tópico, daremos enfoque 
ao aparelho circulatório, ao aparelho digestivo e sistema de excreção, aos aparelhos 
respiratório e reprodutores, ao sistema nervoso e aos órgãos do sentido, bem como ao 
sistema glandular. 
O sistema circulatório dos insetos difere do de outros animais superiores, uma 
vez que, normalmente, não têm a função de transporte de oxigênio e remoção de gás 
carbônico do corpo. Esse sistema age como um meio de trocas químicas entre os órgãos, 
permitindo o transporte de substâncias nutritivas, produtos de excreção, hormônios, 
dentre outros (GALLO et al., 2002). 
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O aparelho circulatório compreende uma cavidade corporal (chamada hemocele) 
que se estende por toda a cabeça, tórax e abdômen, alcançando os apêndices. Essa 
cavidade é preenchida por um fluido, geralmente transparente, com aspecto de sangue, 
chamado hemolinfa. A hemolinfa banha os órgãos e tecidos e circula internamente por 
meio de um coração tubular que se estende da metade dorsal da cabeça até a ponta 
do abdome (HILLYER; PASS, 2020). Esse fluido também funciona como mecanismo 
hidráulico, controlando a pressão do sangue durante certos eventos como a eclosão, 
ecdise, dentre outros (GALLO et al., 2002).
O aparelho digestivo dos insetos consiste em um tubo digestivo (canal alimentar) 
que percorre o seu corpo no sentido longitudinal, estendendo-se da boca ao ânus. Esse 
tubo é segmentado em três partes: um intestino anterior (estomodeo), um intestino 
médio (mesêntero) e um intestino posterior (proctodeo) (BUZZI, 2013). Tanto a forma 
quanto o diâmetro do tubo digestivo, estão relacionados com o hábito alimentar dos 
insetos. Nas baratas, que se alimentam de materiais sólidos, o tubo digestivo é mais 
largo, reto e curto, dispondo de proteção contra ferimentos mecânicos. Já em insetos 
que se alimentam de seiva ou néctar, o tubo digestivo é mais delgado, com curvas que 
permitem maior contato com o alimento líquido (GALLO et al., 2002).
 
A digestão e absorção de nutrientes ocorrem no intestino médio, já a absorção 
de água é feita pelo intestino posterior, o qual também armazena resíduos destinados à 
excreção. Os principais órgãos de excreção

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