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Pró-Reitoria de Pós -Graduação e Pesquisa Lato Sensu em Gestão Educacional Trabalho de Conclusão de Curso O USO INDEVIDO DE DROGAS: OPORTUNIDADE PARA A VIOLÊNCIA – DESAFIO PARA A GESTÃO ESCOLAR Brasília - DF 2010 lia - DF Autora: Ludmilla Sedlmaier Morgado Orientadora: Prof.ª MSc. Relcytam Lago Caribé LUDMILLA SEDLMAIER MORGADO USO INDEVIDO DE DROGAS: OPORTUNIDADE PARA A VIOLÊNC IA – DESAFIO PARA A GESTÃO ESCOLAR Artigo apresentado ao curso de Pós- Graduação em Gestão Educacional da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para a obtenção do Título de Especialista em Gestão Educacional. Orientadora: Relcytam Caribé, mestra em Educação. Brasília 2010 Artigo de autoria de Ludmilla Sedlmaier Morgado, intitulado “O USO INDEVIDO DE DROGAS: OPORTUNIDADE PARA A VIOLÊNCIA – DESAFIO PRA A GESTÃO ESCOLAR”, apresentado como requisito parcial para a aquisição do título de Especialista em Gestão Educacional, da Universidade Católica de Brasília, em 02 de dezembro de 2010, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: _________________________________________________ Profª. MSc. Relcytam Lago Caribé Orientadora Pós-Graduação – UCB __________________________________________________ Profª. MSc.. Neuza Fátima Maiochi Pós-Graduação - UCB Brasília 2010 O USO INDEVIDO DE DROGAS: OPORTUNIDADE PARA A VIOLÊ NCIA – DESAFIO PARA A GESTÃO ESCOLAR LUDMILLA SEDLMAIER MORGADO RESUMO: O Brasil e o mundo vivem um momento em que as drogas invadem, não apenas os morros e favelas, mas também as escolas e a vida dos adolescentes e de todos os envolvidos no processo educativo: família, professores e gestores. Dentro da família e diante da sociedade – cigarro e álcool – drogas legalizadas, são as mais consumidas e as que facilitam o acesso ao uso de drogas ilícitas. Os jovens, em busca de diversão, aventuras e grupos, partem em busca de novas experiências sem se darem conta do tamanho risco. Hoje, encontra-se com crianças e adolescentes fumando, bebendo, com inalantes e crack por todos os lados, nas festas, shows, nos semáforos ou mesmo nas portas das escolas, não há, portanto, uma discriminação de idade ou classe social, praticamente quase todos os jovens estão inseridos neste contexto de risco. A escola perdeu sua real significação educativa, percebe-se que muitos alunos vão à aula por obrigação e outros para passar o tempo, assim, o movimento das drogas são facilmente perceptíveis ao longo dos dias letivos, seja dentro ou fora de sala de aula. Apesar de desenvolverem tantos projetos, as escolas públicas ainda não conseguiram banir as drogas de seu meio, mesmo com tantas informações e políticas voltadas para o uso indiscriminado das drogas, os casos de uso, dependência química e violência só tem aumentado. Ainda assim, acredita-se que a escola é o principal veículo capaz de contornar esta situação, principalmente com uma boa gestão – não na figura una, mas em conjunto, com planejamento participativo e no fazer compartilhado. Palavras-Chave: Educação. Drogas. Adolescentes. INTRODUÇÃO A sociedade encontra hoje um novo perfil de jovem: hostil, agressivo e violento – fruto de um contexto social complexo, que acaba por refletir comportamentos no local de maior convívio: a escola, a qual normalmente não tem preparação para enfrentar os transtornos causados por esses fatores. O uso indevido de drogas é um alarmante quando o assunto é violência e agressividade, sendo quase impossível desvincular a ligação entre elas. Na atual modernidade, as drogas (lícitas e ilícitas) fazem parte da vida da maioria dos jovens, e a experimentação e o uso rotineiro destas substâncias crescem de forma consistente a cada ano. Segundo Abramovay, a droga é uma das grandes geradoras de violência, dentro e fora da escola, pois ela é usada e comercializada em suas dependências e proximidades. O livre acesso de usuários e de traficantes nas proximidades da escola tende a influenciar outras crianças e jovens, além de facilitar o indício de diversas formas de violência, como: furtos, estupros, vandalismo, ameaças, brigas de gangues, etc. “(...) Entre as diversas manifestações de violência, que são trazidas de fora para dentro das escolas, tornado-as “sitiadas” (Guimarães, 1998) destacam-se as gangues e o tráfico de drogas. O clima de insegurança nos arredores de determinadas escolas tem como agravante a formação de gangues, as quais vão dos grupos de amigos, turmas de bairros, de quadra, até o grupo de bandidos (traficantes, assaltantes e ladrões) e que, em muitos casos, contam com alunos como seus membros. (...)” (Abramovay, Violência nas Escolas, p. 110 / 111.). Como se sabe, a adolescência é uma fase complexa, diversas mudanças ocorrem, tanto no físico como no intelectual e emocional, e são próprias deste período: a busca de identidade e a curiosidade, que repercutem na realização de diversas experiências, inclusive ao consumo de drogas, que pode originar, ou não, o uso sistemático. O que advém destas experiências é o fato destes jovens estarem ou não em situações de risco, ou seja, os fatores emocionais, familiares e ambientais de maior ou menor intensidade, que podem fazer com que eles estejam mais próximos ou mais afastados do uso destas substâncias, porém, o uso sistemático de determinada droga depende, além do contexto em que o adolescente está inserido, quais as características da pessoa e da própria droga. Desta forma, apesar de relacionar com clareza a relação entre o consumo de drogas e violência escolar, é preciso entender as causas e as consequências do fenômeno, pois os jovens da atualidade estão desorientados, sem perspectiva de vida e objetivos, e cabe à escola tentar ajudá-los, focar nas situações de risco e buscar apoio da família e, gradativamente, minimizar este quadro. Este artigo tem como objetivo mostrar e analisar uma escola pública da periferia de Brasília, a partir de dados e índices do uso de drogas em âmbito local e nacional, enfatizando quais os maiores problemas enfrentados, quais os caminhos percorridos por esta gestão e o que ainda falta percorrer para se reestruturar, na busca incessante pela paz e pela prevenção ao uso indevido de drogas. DESENVOLVIMENTO 1. Histórico do Uso Indiscriminado de Drogas De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo “droga” é qualquer substância (não produzida pelo organismo), que age diretamente sobre um ou mais de seus sistemas, alterando o seu funcionamento. São variados os tipos e suas funções, nem todas completamente boas ou más – desde os medicamentos até as drogas psicotrópicas. O álcool é a droga mais consumida no mundo inteiro. As pessoas bebem ou por ser de grande aceitação social ou ser estimulado pela sociedade em geral – o certo é que ambos servem de influência para crianças e jovens, pois a experimentação inicial se dá ao fato de o adolescente ter amigos consumidores, ou mesmo quando os pais são consumidores de álcool ou de tabaco. Veja tabela abaixo: Ranking Internacional de consumo de álcool puro em litros per capita entre a população com 15 anos ou mais, em países selecionados, 2004. Países Posição Total França 6º 13,45 Reino Unido 22º 10,39 Argentina 40º 8,55 EUA 41º 8,51 Canadá 43º 8,26 Chile 71º 6,02 Brasil 80º 5,32 (WHO 2004, p. 11/12). Parece uma situação confortável se comparado aos outros países, mas o consumo de álcool no Brasil vem aumentando rápida e intensamente, mesmo porque o dado é do ano de 2004. Um levantamento de uso de drogas no Brasil, com informações nas maiores cidades, com pessoas de 12 a 65 anos, de ambos os sexos, nos anos de 2001 e 2005, demonstra que o maior consumo ainda é o de drogas legalizadas como o álcool e o tabaco. Comparação das prevalências douso na vida de diferentes drogas psicotrópicas (exceto álcool e tabaco), entre os levantamentos domiciliares realizados em 2001 e 2005. Drogas 2001 (%) 2005 (%) Qualquer Droga 19,4 22,8 Maconha 6,9 8,8 Solventes 5,8 6,1 Cocaína 2,3 2,9 Estimulantes 1,5 3,2 Benzodiazepínicos 3,3 5,6 Orexígenos 4,3 4,1 Xaropes (Codeína) 2,0 1,9 Alucinógenos 0,6 1,1 Esteróides 0,3 0,9 Crack 0,4 0,8 Barbitúricos 0,5 0,7 Antcolinérgicos 1,1 0,5 Opiáceos 1,4 1,3 Merla 0,2 0,2 Heroína 0,1 0,09 (CEBRID/SENAD – I e II Levantamentos Domiciliares sobre Uso Indevido de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 2001 e 2005.) Provavelmente devido sua legalidade, álcool e tabaco lideram o ranking de consumo, mas vale lembrar que, muitos jovens consomem, além do álcool e do cigarro, também algum produto ilícito, principalmente em shows, festas e “Raves” (um tipo de festa de longa duração, normalmente acima de 12 horas, que acontece longe dos centros urbanos, ou galpões, com música eletrônica), ou seja, os lícitos nunca estão sozinhos. “(...) o jornal Estado de Minas apresentou uma reportagem de três páginas sobre “a praga das raves”, afirmando que as festas estão “fora de controle” e que elas “se multiplicam em ritmo acelerado em sítios da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do interior”, sobre a polêmica da proibição desse tipo de evento no estado devido ao uso das drogas sintéticas, principalmente o ecstasy e o ácido lisérgico (LSD) que geralmente são comercializadas nesse tipo de evento, não só em Minas, mas em todo o Brasil e no mundo.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil/Raves.) Nas escolas públicas, através de diversas observações, os jovens costumam se envolver com inalantes (cola de sapateiro e solventes) e até mesmo o crack, o qual é mais barato que as outras drogas, sobretudo a maconha, porém os dados realizados anteriormente pelo CEBRID, com estudantes, diz que álcool e tabaco destacam-se e que a maconha é a droga ilícita mais consumida no Brasil. Análise de tendência do consumo (uso na vida) de vários psicotrópicos entre estudantes da 5ª série do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, em dez capitais Brasileiras, em diferentes anos. DROGA 1987 1989 1993 1997 2004 Solventes Xaropes 17,3% 15,4% 13,4% 15,5% Ansiolíticos 5,9% 7,2% 5,3% 5,8% 4,1% Anfetaminas 2,8% 3,9% 3,1% 4,4% 3,7% Maconha 2,8% 3,4% 4,5% 7,6% 5,9% Cocaína 0,5% 0,7% 1,2% 2,0% 2,0% Anticolinérgicos 0,5% 1,0% 1,4% 1,3% 1,2% Barbitúricos 1,6% 2,1% 1,3% 1,2% 0,8% Xaropes 1,3% 1,5% 1,3% 1,0% 0,4% (CEBRID. V Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, 2005.) Pode-se notar que o consumo de drogas é um caso notadamente relevante entre os jovens do Brasil, diversos tipos de substâncias psicoativas são consumidas por quase toda a sociedade, para variadas finalidades, o fato é que, pelos dados do Escritório da Nações Unidas contra Drogas e Crime, a grande maioria da população já usou ou experimentou algum tipo de droga na vida. “(...) no mundo todo, cerca de 200 milhões de pessoas – quase 5% da população entre 15 e 64 anos – usam drogas ilícitas, pelo menos, uma vez por ano, dentre estas, a mais consumida é a maconha,” (UNODC, 2006.) Drogas mais usadas - % de uso na vida DROGAS 2001 2005 Álcool 68,7 74,6 Tabaco 41,1 44,0 Maconha 6,9 8,8 Solventes 5,8 6,1 Orexígenos 4,3 4,1 Benzodiazepínicos 3,3 5,6 Cocaína 2,3 2,9 Xaropes (Codeína) 2,0 1,9 Estimulantes 1,5 3,2 (CEBRID. V Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras, 2005.) É importante comentar que, normalmente, o consumo de drogas lícitas, especialmente o álcool, inicia-se na própria família, o jovem, seguindo os modelos advindos de sua família, recorre ao álcool como forma de prazer e/ou fuga, e como quase nunca é o suficiente, logo mais tarde esse mesmo adolescente, com alguns amigos, recorre aos outros tipos de drogas, como inalantes, solventes, maconha, crack, etc. “(...) Por ser socialmente aceito, o álcool é incorporado como elemento de sociabilidade em todas as camadas sociais. Encontram-se vários casos de alcoolismo de pais, irmãos ou parentes dos jovens, em geral. Já a droga ilícita – os inalantes, a maconha, o crack, ou outros – começa a ser consumida geralmente fora do espaço da família, a partir de uma relação de amizade ou de pertencimento a um grupo. (...)” (Abramovay, Cultivando Vidas, Desarmando Violências, 83.) O adolescente precisa pertencer a um grupo, e neste momento ele acaba se desvinculando da família, procurando por outras pessoas – mas ele também precisa de apoio, amor, carinho e limites – coisas que só lhe serão fornecidas pela família, a qual muitas vezes não está disponível, nem preparada para oferecer. A droga aparece para o adolescente como uma ponte para estabelecer os encontros e laços sociais, pois ele procura sua própria identidade, assim, a família pode ou não ser a estrutura básica para a formação da pessoa, possibilitando, através de uma boa educação e de exemplos positivos, que o adolescente se oriente através de uma conduta longe do consumo de drogas e, portanto – longe da violência. 2. As Políticas Antidrogas – Brasil e Distrito Federal No ano de 1998, o Governo Federal cria o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas – CONAD, para articular e coordenar as atividades de prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes e gerir o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas - OBID e o FUNAD. Além do CONAD, que está diretamente ligado à Presidência da República, há também o CEAD – Conselhos Estaduais de Políticas sobre Drogas e o COMAD – Conselhos Municipais de Políticas sobre Drogas. Com o intuito de prevenir e, talvez, erradicar as drogas do âmbito juvenil, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, através das pesquisas do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas – OBID, desenvolveu três eixos de atuação no combate às drogas: • A realização de um diagnóstico situacional, sobre o consumo de drogas, seu impacto nos diversos domínios da vida da população e as alternativas existentes. Este diagnóstico vem se consolidando, por meio de estudos e pesquisas de abrangência nacional, na população geral e naquelas específicas que vivem sob maior vulnerabilidade para o consumo e o tráfico de drogas. • A capacitação dos atores sociais que trabalham diretamente com o tema drogas, e também de multiplicadores de informações de prevenção, tratamento e reinserção social. Esse esforço tem permitido a formação e a articulação de uma ampla rede de proteção social, formada por conselheiros municipais, educadores, profissionais das áreas de saúde, de segurança pública, entre outros. • A implantação de projetos estratégicos de alcance nacional que ampliam o acesso da população às informações, ao conhecimento e aos recursos existentes na comunidade. Também no cenário internacional, o Brasil além de participar dos principais fóruns de discussão sobre o tema vem fomentando a cooperação por meio de acordos com organismos internacionais e com países das Américas, Europa e África. (SENAD/ OBID) A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com as diversas Universidades Federais do País, tem executado cursos gratuitos, de extensão, na modalidade à distância, com vistas em formar pessoas capazes de disseminar a prevenção do consumo de drogas, como os relacionados na tabela abaixo. CURSO VAGAS 2010 INVESTIMENTO SUPERA 5 mil R$1.930.200,00 Fé na Prevenção 5 mil R$2.250.700,00 Curso de Conselheiros 15 mil R$2.378.557,00 Curso Atividade Judiciária 15 mil R$2.876.098,00 Curso para Educadores 25 mil R$4.899.449,00 TOTAL 65 mil R$14.335.004,00 Tabela de númerode vagas ofertadas e investimento por curso. O Governo do Distrito Federal, consciente da problemática da violência e do agravante com as drogas, em 2008 criou o manual “Violência e Escola: definição, encaminhamento e prevenção”, com a intenção de orientar os gestores educacionais. O manual foi criado através de uma pesquisa, com 106 perguntas e respostas, todas relacionadas à violência escolar, e a Secretaria de Educação desenvolveu um Plano de Convivência Escolar, de acordo com os fundamentos desta pesquisa, a qual foi executada pela RITLA – Rede de Informação Tecnológica Latino – Americana. Vale frisar que o Distrito Federal foi o primeiro, no Brasil, a desenvolver um estudo deste porte, com o intuito de melhorar a qualidade do processo de ensino / aprendizagem e na resolução de conflitos. Para as escolas públicas, a Secretaria de Educação oferece aos professores cursos relacionados à prevenção ao uso indevido de drogas, ao bullying e violência. Na Regional de Ensino de Ceilândia há um ciclo de palestras para os professores com temas variados, e todos relacionados à violência. Apesar de muito se falar e listar diversos fatores que abordam o assunto, por que as drogas ainda causam tantos estragos nas escolas do Distrito Federal? Qual o caminho que a escola precisa percorrer para evitar que tantos dos seus adolescentes se percam no mundo das drogas? Não há uma resposta pronta. Cada escola e cada adolescente é um ser único, não há generalização, mas ao analisar uma escola e os seus adolescentes, bem como a sua gestão, pode ser que algumas repostas apareçam ou comecem a surgir. 3. A Ceilândia e o Centro de Ensino Fundamental 24 A palavra Ceilândia vem de CEI – Comissão de Erradicação de Invasões – criada no ano de 1969, pelo então governador Hélio Prates, ao reconhecer a gravidade do problema de se haver, em Brasília, em torno de 79.128 favelados, para uma população de 500 mil habitantes em todo o Distrito Federal. Hoje Ceilândia possui mais de 350.000 habitantes (18% da população do DF). Localizada na periferia de Brasília, sabe-se que hoje, Ceilândia apresenta um dos maiores casos de desemprego, má distribuição de renda, desigualdade social, precariedade no acesso aos serviços públicos, mostrando sua dura realidade: violência em excesso, exclusão, drogas e baixo poder aquisitivo. O Centro de Ensino Fundamental 24 está localizado no setor QNQ, na Ceilândia Norte, próximo ao Setor de Indústria e abaixo da Expansão do Setor “O”. A escola foi construída em 1997 e está em funcionamento desde 1998, atendendo em média, 500 alunos por turno (até os dias atuais), sendo assim distribuídos: ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, nos turnos matutino e vespertino; e o ensino médio e educação de jovens e adultos, no noturno. A escola é atendida pelos projetos assistencialistas do governo local (Renda Minha, Bolsa Escola, Reforço Escolar), os quais colaboram na frequência do aluno, mas não garante a ele a formação cidadã, a educação primordial, a consciência de ser humano merecedor de valor e de formação justa. Assim, encontramos alunos obrigados a irem à escola para não perderem os benefícios, mas onde a educação não consegue se fazer presente em sua vida. Desde a sua inauguração, o CEF 24 sempre pareceu ser um reflexo de sua cidade: excesso de violência, baixo rendimento, reprovação, indisciplina, desrespeito, agressão, vandalismo, uso de drogas, dentre outros problemas que generalizam para agravar as dificuldades do sucesso escolar. E como quase todas as escolas públicas do Distrito Federal, o Centro de Ensino Fundamental 24 de Ceilândia está envolvido em muitos casos relacionados à violência, e quase todos relativamente interligados ao consumo de drogas, tais como agressividade, roubos, gangs, e evasão escolar. Além de informações visuais cotidianas (relatos de professores e servidores) sobre os mais variados episódios ocorridos no CEF 24 nos últimos tempos, encontram- se na escola, registros que constam a partir do ano de 2007, dos quais foram selecionados os mais comuns e mais freqüentes e relacionados na tabela abaixo: Problemas 2007 2008 2009 2010 Ameaças (funcionários, alunos, etc.) X X X X Assédio (entre alunos) X X X Brigas (em sala, dentro e fora da escola) X X X X Bullying X X X Danos ao Patrimônio e Pichações X X Desacato (aos funcionários) X X X Fugir da escola (matar aula) X X X X Fumar (dentro e fora da escola) X X Furto (em sala de aula e nas proximidades) X X X X Não fazer atividades X X X X Não trazer o material escolar X X X X Não usar o uniforme X X X X Porte de arma (dentro da escola) X X Porte de bebidas alcoólicas (dentro e fora) X Problemas familiares X X X X Uso de drogas (dentro e fora da escola) X X X X É perceptível que os problemas da escola não se alteram, muitos acabaram, como a pichação e o vandalismo, mas em compensação, os casos de brigas, ameaças, desrespeito, furto e consumo de drogas se mantiveram ou intensificaram gradativamente. Parece haver uma mudança ou variação na intensidade dos conflitos. Outro fator a ser considerado é que os casos que se mantiveram até o ano de 2010, como: ameaças, brigas, matar aulas, furtos, não fazer as atividades escolares e porte de armas, podem estar relativamente relacionados ao uso de drogas, ou seja, são exemplos de violência que podem ser (ou não) geradas pelo uso de drogas. Hoje, no Centro de Ensino Fundamental 24, existem vários projetos, os quais fazem toda a diferença, há uma maior participação dos alunos e uma total preservação do aspecto físico da escola, e principalmente, melhoria no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, como se pode ver no quadro abaixo: CEF 24 2007 2009 Meta para 2021 IDEB Observado 1,8 3,6 4,6 (INEP) Desde o ano de 2007 a escola participa do Programa Escola Aberta (parceria entre SEEDF, Ministério da Educação e UNESCO); e desde este ano de 2010 desenvolve o Programa Escola Integral, proporcionando aos alunos, em turno contrário às suas atividades curriculares, outras atividades pedagógicas para seu aprimoramento, e o melhor, retira-os das ruas em períodos de ociosidade. Porém existe, ainda, uma coisa que incomoda o CEF 24, o uso indevido de drogas, dentro e em suas proximidades. Durante o ano de 2010, houve muita evasão, bem como muitas transferências – sendo algumas relacionadas à problemática das drogas, em que os alunos, ou largam a escola para se entregarem ao vício, ou a instituição não sustenta a permanência do adolescente usuário de drogas no ambiente escolar. A escola, através dos seus gestores, procura modificar esta situação, mas ainda sabemos que educação só dá resultados em longo prazo, neste caso, é fundamental que se faça uma série de trabalhos e projetos em conjunto com pais de alunos e comunidade, “visando a formação integral do cidadão, construindo e promovendo a aprendizagem no exercício consciente da cidadania”. (Proposta Pedagógica CEF 24, 2010). 3.1. O CEF 24 – A Comunidade e as Possibilidades de Atuação Quase sempre em um contexto meio problemático, o CEF 24 vem construindo estratégias de intervenção que abarquem as suas deficiências, como por exemplo, a implementação de projetos com vistas a envolver toda a comunidade escolar em um bem comum. Projetos da Instituição Projetos da SEEDF Cidadania Ciência em Foco Escola Integral: • Inclusão Digital • Oficina de Matemática • Horta Escolar • Letramento Gincana do Conhecimento Matemática em Foco Intervalo Dirigido Português em Foco Feira Cultural Olimpíadas da Matemática @ Bullying Olimpíadas da Língua Portuguesa Superação Jovem Escola Integral Escola Aberta Portal do Aluno (MEC)* (*Projeto experimental do Ministério da Educação, desde setembro de 2010). Apesar de tantas iniciativas, é perceptível que a sobrecarga causada pelos projetos da Secretaria de Educação, que além de não oferecerem uma boa formação aos profissionais,também não contribuem, suficientemente, com o suporte físico e material, gerando um detrimento nas expectativas e no andamento relacionado às programações internas – que podem não ser devidamente desenvolvidas. Observa-se uma efetiva participação da comunidade, principalmente, do Projeto Escola Aberta, porque tem um reflexo imediato em sua vida, porém são poucos os participantes que aparecem nas convocações da escola para reuniões, palestras, etc. É notável, em boa parte, o desinteresse por parte dos familiares, pois a maioria dos adolescentes desta comunidade é educado por parentes mais próximos, como avós e tios, e também são poucos os que convivem com o pai e/ou a mãe, muitos nem conhecem um dos genitores, além de existirem vários casos de pais/mães presidiários (por assaltos e/ou tráfico). Muitos destes aspectos são explicitamente refletidos na vida de um adolescente, ele não se percebe como um ser sociável, amado, responsável e merecedor. É nítido o quanto ele é menosprezado e ignorado, mesmo em sua convivência doméstica. A escola seria seu último recurso, e que normalmente, não tem muito a oferecer, então ele recorre às ruas, às drogas e consequentemente, à violência, entre tantas outras coisas. 3.2. A Gestão e a Construção do Fazer Compartilhado A questão das drogas, como se sabe, é um problema que abrange o mundo inteiro. Os usuários de drogas ilegais correspondem a uma pequena parcela se comparados aos usuários de drogas legais como o álcool e o cigarro, matando em torno de milhões de pessoas por ano, e as drogas ilegais matam aproximadamente 200 mil usuários no mesmo período. “Cerca de 208 milhões de pessoas-- 4,9% da população mundial-- usaram drogas ao menos uma vez nos últimos 12 meses, e 26 milhões --0,6% da população-- são dependentes de drogas.”. (Folha.com, 2008.) Pelos dados da UNODC – United Nations Office on Druggs and Crime, o Brasil é o segundo maior mercado de cocaína das Américas, perdendo apenas para os EUA e a maior concentração de usuários se concentra nas regiões Sul e Sudeste do país. Além disso, o Brasil é responsável pelo maior volume de maconha apreendido na América do Sul, no último ano, e essa maconha produzida aqui é apenas para uso doméstico, mesmo assim, seu consumo duplicou, entre os anos de 2001 e 2005, pelos dados do CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Um estudo realizado em São Paulo revelou que as drogas lideram quando o assunto é violência, e mesmo com capacitação e cursos para os professores, muito pouco tem se resolvido, tanto na escola pública, quanto na escola particular, pois os adolescentes continuam cada vez mais envolvidos com as drogas, sejam as mais baratas ou as mais caras – dependendo do seu poder aquisitivo. “(...) A Secretaria Municipal de Educação disse que mantém um curso de formação para professores de prevenção sobre o uso de drogas. Os sindicatos dos professores e das escolas particulares não se manifestaram. Na rede pública, são encontradas as drogas mais baratas. Uma pedra de crack pode custar R$ 5,00. Na particular, as mais caras, entre elas as sintéticas. Um comprimido de ecstasy sai por R$ 50,00. 'Aqui na escola, o que mais vemos é o pessoal fumando maconha. Sempre que eu vejo, procuro ir para o lado oposto', contou um aluno, que pediu para não ser identificado, de uma escola pública da Zona Oeste. (...)”. (O Estado de São Paulo, 2007.) Desta forma, percebe-se que o Centro de Ensino Fundamental 24 de Ceilândia não é o único, mas apenas mais um que enfrenta a cruel realidade das drogas, algo que está latente, dentro e fora do país, bem como, dentro e fora da escola. Para começar, é preciso que a escola pública, assim como toda a população, realmente compreenda o real significado da Gestão Democrática, pois apesar de falar tanto, pouco é utilizado. A gestão compartilhada gere de forma mais participativa e dinâmica, com atitudes colaborativas como solução organizacional. Ela investe nas relações entre todos os membros da comunidade escolar, em que se favorece a concretização do processo educativo. O CEF 24, já foi considerado uma das piores escolas desta localidade e, apesar de melhorar em vários aspectos, até mesmo o seu IDEB, como já demonstrado neste artigo, mantém contínua a problemática relacionada às drogas, mas modifica este quadro através de um empenho constante e da busca incessante de fazeres compartilhados. Muitos problemas já foram solucionados na escola desde o ano de 2007, como relatado anteriormente, não há mais vandalismo, depredação e pichações. A escola permanece limpa e organizada nestes três anos, porém, os casos de consumo de drogas se tornam cada vez mais críticos. Antes, o uso de drogas limitava-se apenas às proximidades da escola, hoje os alunos levam a droga para a escola, inclusive para a sala de aula, e é neste sentido que se precisa estabelecer um trabalho em conjunto, pois somente focar a violência não é o suficiente para estabelecer a paz em um ambiente escolar. Quando se tem acesso às informações de advertências, suspensões e transferências dos alunos, variados são os motivos (como analisados anteriormente neste artigo) – mas o que depreende é que, os registros com relação às drogas, modificaram, se intensificaram, como observado-se na tabela abaixo: 2007 2008 2009 2010 Fumar na escola Porte de drogas na escola Bebida Alcoólica na escola Uso de drogas na sala de aula Uso de drogas na escola Uso de drogas na escola Uso de drogas na escola Uso de drogas na escola Uso de drogas nas proximidades Uso de drogas nas proximidades Uso de drogas nas proximidades Uso de drogas nas proximidades No ano de 2007, o adolescente se limitava a fumar escondido no banheiro e/ou escondia a bebida alcoólica para ser consumida nos passeios da escola; a maconha era usada na quadra de esportes, nos fundos da escola ou fora do ambiente escolar – muito diferente do ano de 2010, em que o aluno não se importa em levar a droga para dentro da escola, repassá-la aos colegas e ainda consumi-la perante os amigos e do professor. Essa análise foi feita, não apenas pelos registros da escola, mas pela vivência e observação dos professores e coordenadores, os quais já conseguem, de certa forma, perceber qual o aluno que chega “alterado” na sala de aula, tanto na entrada do turno, quanto após o intervalo. Apesar de toda luta em busca de soluções, o CEF 24 ainda não conseguiu estabelecer, efetivamente, um caminho de luta contra as drogas, ainda é preciso reformular uma infinidade de papéis e posturas – selecionar, organizar e saber como desenvolver os projetos determinados, mobilizando efetivamente o corpo docente, para que se possa colher os frutos, o mais rápido possível. Não há como desenvolver bem os projetos da escola se a mesma encontra-se deficitária em seu ambiente físico ou se há uma alta rotatividade no corpo técnico- pedagógico – fatores que contribuem para a ruptura da qualidade da educação e dificultam a construção de um trabalho crítico, construtivo e duradouro. Projetos de não violência, cultura da paz, uso indevido de drogas e educação sexual, de preferência inseridos de forma inter e multidisciplinar, mas com a participação dos pais e da comunidade, fariam toda a diferença em um sistema educacional sem muitas perspectivas, como no caso da maioria das escolas públicas do DF, sobretudo o CEF 24. É importante lembrar que gerar a paz não é apenas excluir conflitos, construir a paz é ter consciência da verdadeira educação, ter amor ao que se faz, efetivar diálogos, debater ideias, respeitar o próximo e saber estabelecer vínculos sobre as relações humanas nas suas mais complexas situações – de amor e de risco. “(...) se por um lado chama-nos à responsabilidade, também funda uma esperança: a violência não é uma fatalidade inexorável, mas colocada pelos humanos, pode ser retirada e trabalhada pelosmesmos humanos que a construíram. (...)” (Guimarães, Marcelo Rezende – I Seminário Nacional de Educação. P. 40). Portanto, não basta apenas que a direção de uma escola queira fazer todas as mudanças necessárias, o sucesso escolar está muito além disso – antes de tudo é preciso o envolvimento coletivo, a participação efetiva da comunidade escolar, principalmente dos pais e professores. A gestão compartilhada, bem compreendida e aplicada, transcende ao simples gerir, ela implementa fazeres educacionais que constroem as relações interpessoais, resgata crianças e adolescentes em situações de risco, e principalmente, favorece o desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem. DESFECHO Não há como não abordar o assunto, as drogas estão em todos os lugares – mesmo no cotidiano das pessoas que não usam, pois os fatos aparecem na mídia, na rua, nos semáforos, nas esquinas e até mesmo – nas escolas, principalmente porque os adolescentes são os mais suscetíveis e vulneráveis às drogas. Por carência afetiva, medo, abandono, busca por novos grupos, busca por prazer, mudanças no corpo e na personalidade, insegurança e uma infinidade de características expõem os alunos aos fatores de risco ao uso indiscriminado de drogas. Neste pensamento, o que a escola pode – e deve – fazer para reparar danos e reverter este quadro, em um momento tão conflituoso, sob prismas tão individualistas, em que a sociedade concentra suas energias no consumo, nos padrões de beleza, na falta de intelectualidade, e na falta de perspectivas? Assim, em uma existência em que não há espaço para o amor, a cultura, a compreensão, a solidariedade, os jovens são facilmente seduzidos pelas drogas, como se pode ver no relato abaixo. “(...) O medicamento, conhecido como Rohypnol, passou a fazer parte da conversa de crianças e adolescentes há cerca de um ano. Ultrapassou os muros das escolas e é o combustível para festas que recebem o nome de “frevo” ou “bolo doido” — em que, além do remédio, há bebida, maconha, cocaína e sexo em grupo — denunciadas pelo Correio em 13 de abril deste ano. Diretores de três escolas de Ceilândia confirmaram que os comprimidos invadiram as instituições.(...)” (Notícia PMDF, 2008.) A escola analisada, apesar de ainda vivenciar sérios problemas relacionados às drogas, já obteve uma melhora considerável em relação aos seus anos anteriores, mas ainda faz-se necessária a busca de soluções para o enfretamento dos males do século: a violência e as drogas. Foi perceptível quão ampla se faz uma gestão educacional, quantos envolvidos e quantos podem realmente ajustar o foco às pequenas, e quase limitadas, ações do dia a dia e, consequentemente, buscar atingir os objetivos estabelecidos pela educação de qualidade. O papel de uma gestão inovadora é fundamental, contanto com a possibilidade do diálogo e todos abertos às mudanças necessárias; uma direção que zele pelos relacionamentos e pelo respeito, tanto do meio educacional quanto de toda a comunidade. Uma liderança capaz de criar um elo de confiança e de valorização do professor e do aluno, sobretudo através do trabalho coletivo. É necessário também remodelar o espaço físico das escolas, permitindo que a escola seja um lugar para todos, e assim, efetivar o projeto de “Escola Integral”, possibilitando, em turno contrário, cursos de línguas, reforço escolar, informática e esportes – tirar, literalmente, os adolescentes das ruas As escolas precisam que a sociedade perceba sua real existência e o seu verdadeiro valor, esgotando suas possibilidades e de uma participação mais efetiva em todas as áreas; precisam de conselhos escolares mais ativos; e de políticas públicas que realmente olhem por elas. Muitas ações no CEF 24 já foram realizadas, mas ainda vale à pena aperfeiçoar os projetos em andamento e incentivar os profissionais, faz-se necessário também resgatar e orientar os pais e a comunidade local para que haja a permanência dos jovens na escola, bem como para a aquisição de novos conhecimentos, pois muitos ignoram os acontecimentos ou não sabem lidar com a situação. A articulação e desenvolvimento dos projetos devem ser acompanhados mais intensamente, assim como oferecer, em alguns aspectos, uma maior participação da comunidade e dos alunos no planejamento, sobretudo ao que diz respeito aos seus reais interesses como aluno participante. É de fundamental importância que a relação professor / aluno ocorra de forma saudável, criativa e coerente com o contexto, permeada de respeito, limites, crescimento e aprendizagem para ambos – bem como a relação entre o corpo docente e os gestores da escola, que deve facilitar o processo de comunicação / relação. Porém, para prevenir o uso indevido de drogas, principalmente em escolas públicas que lidam com elas em seu cotidiano, não basta apenas informar, é preciso ir muito além – buscar intervir nos fatores de riscos – agir – identificar os adolescentes vulneráveis e buscar ajuda especializada, para ao menos, tentar reverter os processos complexos a que esse aluno se expõe. As escolas públicas do Distrito Federal, inseridas no sistema de Gestão Compartilhada, possuem em suas mãos, a chave para estabelecer uma educação de qualidade, com foco para a formação de cidadãos conscientes, com a promoção da aprendizagem e das relações sociais, banindo de seu meio as drogas e a violência. O CEF 24, como muitas escolas públicas do Distrito Federal, é apenas mais uma das muitas relegadas, que se sustentam pelas mãos de quem ainda acredita que a educação vale a pena, que educação move o mundo e transporta sabedoria, pessoas que amam o que fazem e fazem com carinho, simplesmente em busca de uma escola de qualidade – uma escola sem violência, livre de drogas, e em busca da paz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ABRAMOVAY, M. e RUA, Mª das Graças. Violência nas Escolas. Brasília: UNESCO, 2002. 2. CASTRO, M. Garcia e ABRAMOVAY, Miriam. Cultivando Vida Desarmando Violências. Brasília: UNESCO, 2001 3. Curso de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas para Educadores de Escolas Públicas. Vários Colaboradores. Brasília: SENAD. 4. I Seminário Nacional de educação – Escola Reflexiva: Educação para e na Cidadania. SMED. Rio Grande do Sul, 2005. 5. Wold Health Organization. Global Status report on alcohol. Genebra: Wold Health Organization, 1999. 6. UNODC. Texto de referência disponível em: http://www.unodc.org/documents/southerncone//Topics_drugs/Publicacoes/ficha07_alc ooldrug_imp.pdf 7. Wikipédia. Texto de referência disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil/Raves 8. SENAD / OBID. Texto de referência disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Legislacao/326979. pdf 9. INEP. Texto de referência disponível em: http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado 10. Folha.com. Texto de referência disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u416357.shtml 11. O Estado de São Paulo. Texto de referência disponível em: http://www.passeiweb.com/saiba_mais/atualidades/1191847346 12. PMDF. Texto de referência disponível em: http://www.pmdf.df.gov.br/?pag=noticia&txtCodigo=1114 13. CEBRID. Texto de referência disponível em: http//200.144.91.102/sitenovo/default.aspx 14. Projeto Político Pedagógico do Centro de Ensino Fundamental 24 de Ceilândia, 2010. 5. ANEXOS: CEF 24 - Janeiro de 2007 CEF 24 – Julho de 2010