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Nomeꓽ Belton Alberto Manuel Cursoꓽ Engenharia de Energias Professor ꓽ Carlos Alberto Cáceres Coaquira Disciplina ꓽ Ciências dos Materiais 1.Forças e energia de ligação Os princípios das ligações atômicas são mais bem ilustrados considerando-se como dois átomos isolados interagem conforme se aproximam um do outro a partir de uma distância de separação infinita. A grandes distâncias, as interações são desprezíveis, pois os átomos estão muito distantes para se influenciar; no entanto, em pequenas distâncias de separação, cada átomo exerce forças sobre o outro. Essas forças são de dois tipos, atrativa (FA) e repulsiva (FR), e a magnitude de cada uma depende da distância de separação ou interatômica (r); a Figura 1a é um diagrama esquemático de FA e FR em função de r. A origem de uma força atrativa FA depende do tipo particular de ligação que existe entre os dois átomos. Figura 1a A dependência das forças repulsiva e Figura 1b A dependência das energias atrativa em relação a separação interatômica. potencial repulsiva atrativa e resultante. A força resultante ou líquida FL entre os dois átomos é simplesmente a soma das componentes de atração e de repulsão; isto é, FL = FA + FR, que também é uma função da separação interatômica, como também está representado na Figura 2.10a. Quando FA e FR são iguais em magnitude, mas com sinais opostos, ou seja, quando se contrabalançam, não há força resultante; isto é, FA + FR = 0. As energias atrativa, repulsiva e resultante para dois átomos ou íons dependem da separação interatômica segundo o gráfico esquemático da figura 1b. A partir de um gráfico de separação interatômica versus a energia potencial para dois átomos ou íons, a energia de ligação corresponde ao valor de energia no ponto mínimo da curva. 2. Ligações interatômicas primárias ➢ Ligação iônica Nomeꓽ Belton Alberto Manuel Cursoꓽ Engenharia de Energias Professor ꓽ Carlos Alberto Cáceres Coaquira Disciplina ꓽ Ciências dos Materiais Na ligação iônica os átomos de um elemento metálico perdem com facilidade seus elétrons de valência para os átomos de elementos não metálicos. Nesse processo, todos os átomos adquirem configurações estáveis ou de gás inerte e (isto é, camadas orbitais completamente preenchidas) e, ainda, uma carga elétrica; isto é, eles se tornam íons, exemplo formação dos íons de Na+ e Cl- figura 2a. A ligação iônica está ilustrada esquematicamente na Figura 2b. Figura 2 Representação esquemática (a) da formação de íons Na+ e Cl– e (b) da ligação iônica no cloreto de sódio (NaCl). ➢ Ligação Covalente A ligação covalente, é encontrado em materiais cujos átomos têm pequenas diferenças em eletronegatividade, isto é, que estão localizados próximos um do outro na tabela periódica. Para esses materiais, as configurações eletrônicas estáveis são adquiridas pelo compartilhamento de elétrons entre átomos adjacentes. ➢ Hibridação da ligação no carbono Os orbitais eletrônicos para algumas ligações covalentes podem se sobrepor ou hibridizar. Discute-se a hibridação de orbitais s e p para formar orbitais sp3 e sp2 no carbono. A formação de orbitais híbridos sp3 no carbono é ilustrada na figura 3. Para o carbono, cada um dos seus quatro orbitais híbridos sp3 está direcionado simetricamente do átomo de carbono para o vértice de um tetraedro (figura 4). Figura 3 Figura 4 Nomeꓽ Belton Alberto Manuel Cursoꓽ Engenharia de Energias Professor ꓽ Carlos Alberto Cáceres Coaquira Disciplina ꓽ Ciências dos Materiais ➢ Ligação metálica Na ligação metálica, os elétrons de valência formam um mar de elétrons que está uniformemente disperso ao redor dos núcleos dos íons metálicos e que atua como um tipo de cola para eles. 3.Ligações secundárias ou ligações de Van Der Walls As ligações secundárias, ou de van der Waals (físicas), são ligações fracas quando comparadas às ligações primárias ou químicas; as energias de ligação variam entre aproximadamente 4 e 30 kJ/mol. As ligações secundárias existem entre praticamente todos os átomos ou moléculas, mas sua presença pode ficar obscurecida se qualquer um dos três tipos de ligação primária estiver presente. ➢ Ligações de Dipolo Induzido Flutuantes Um dipolo pode ser criado ou induzido em um átomo ou molécula que, em geral, é eletricamente simétrico; isto é, a distribuição espacial global dos elétrons é simétrica em relação ao núcleo carregado positivamente, como mostrado na Figura 5a. Todos os átomos apresentam movimentos constantes de vibração, que podem causar distorções instantâneas e de curta duração nessa simetria elétrica em alguns átomos ou moléculas, com a consequente criação de pequenos dipolos elétricos. Um desses dipolos pode, por sua vez, produzir um deslocamento na distribuição eletrônica de uma molécula ou átomo adjacente, o que induz a segunda molécula ou átomo a também tornar-se um dipolo, que fica então fracamente atraído ou ligado ao primeiro (Figura 5b); esse é um tipo de ligação de van der Waals. Figura 5 Representações esquemáticas (a) de um átomo eletricamente simétrico e (b) de como um dipolo elétrico induz um átomo/molécula eletricamente simétrico a se tornar um dipolo — também a ligação de van der Waals entre os dipolos. Nomeꓽ Belton Alberto Manuel Cursoꓽ Engenharia de Energias Professor ꓽ Carlos Alberto Cáceres Coaquira Disciplina ꓽ Ciências dos Materiais ➢ Ligações entre Moléculas Polares e Dipolos Induzidos Em algumas moléculas, há momentos dipolo permanentes em virtude de um arranjo assimétrico de regiões carregadas positivamente e negativamente; tais moléculas são denominadas moléculas polares. As moléculas polares também podem induzir dipolos em moléculas apolares adjacentes, e uma ligação se formará como resultado das forças de atração entre as duas moléculas. ➢ Ligações de Dipolos Permanentes O tipo mais forte de ligação secundária, a ligação de hidrogênio, é um caso especial de ligação entre moléculas polares. Ela ocorre entre moléculas nas quais o hidrogênio está ligado covalentemente ao flúor (como no HF), oxigênio (como na H2O) ou nitrogênio. A extremidade da ligação contendo o hidrogênio é essencialmente um próton isolado carregado positivamente que não é neutralizado por nenhum elétron. Figura 6 Representação esquemática da ligação de hidrogênio no fluoreto de hidrogênio (HF). 4. Moléculas Molécula é um conjunto de átomos, iguais ou diferentes, unidos por ligações covalentes. Muitas das moléculas comuns são compostas por grupos de átomos que estão ligados entre si por fortes ligações covalentes, incluindo moléculas diatômicas elementares (F2, O2, H2 etc.), assim como uma gama de compostos (H2O, CO2, HNO3, C6H6, CH4 etc.). A maioria dos materiais que possuem moléculas pequenas, compostas por apenas alguns poucos átomos, é gasosa em temperaturas e pressões usuais, ou ambientes. Referências CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2020. 832 p. ISBN 8521637284.