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RECURSO EM ESPÉCIE
O duplo grau de jurisdição
Trata-se de garantia individual, prevista implicitamente na CF, voltada a assegurar que as decisões proferidas pelos órgãos de primeiro grau do Poder Judiciário não sejam únicas, mas, sim, submetidas a um juízo de reavaliação por instância superior.
A partir desse dispositivo, deve-se fazer a sua conjugação com o previsto no Capítulo III, do Título IV, da CF, que cuida da estrutura do Poder Judiciário, dividindo-o em órgãos hierarquizados e atribuindo a cada um deles a possibilidade de rever as decisões uns dos outros. Assim, estabelece o art. 102, II, competir ao STF
Julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
b) o crime político.
Conceito de recurso
É o direito que possui a parte, na relação processual, de insurgir-se contra decisões judiciais, requerendo a sua revisão, total ou parcial, em instância superior. Segundo Borges da Rosa,
Recurso tem seu fundamento na contingência humana, na falibilidade da cultura, da inteligência, da razão e da memória do homem, por mais culto, perspicaz e experiente que seja.
 
Destina-se, pois, a sanar os defeitos graves ou substanciais da decisão, a injustiças da decisão, a má apreciação da prova, a errônea interpretação e aplicação da Lei, ou da norma jurídica, a errônea interpretação das pretensões da partes e da errônea apreciação dos fatos e das suas circunstâncias.
Não parece adequado, pois, classificar como recurso o instrumento processual votado ao mesmo órgão prolator da decisão, para que reveja ou emende. Excepcionalmente, no entanto, surgem instrumentos com essa conformação, considerados por alguns processualistas como recursos, mas que, em verdade, são autênticos pedidos de reconsideração ou revisão dirigidos ao mesmo órgão prolator, como ocorre com os embargos de declaração.
Características fundamentais dos recursos
Se recurso é a manifestação natural de inconformismo da parte com a decisão proferida pelo juiz, consequência disso é que os recursos em geral devem ser:
a) Voluntários: a sua interposição depende, exclusivamente, do desejo da parte de contrariar a decisão proferida (art. 574 CPP). Exceções existem, no contexto do processo penal, diante dos chamados recurso de ofício, como veremos adiante, e da possibilidade de extensão dos efeitos do recurso de um apelante ao co-réu, desde que o beneficie, como prevê o art. 580 CPP.
Adotada no Brasil a teoria unitária ou monística, em relação ao concurso de pessoas, cabe observar que não importa o número de agentes colaborando para a prática da infração penal, pois haverá o reconhecimento de somente um delito. Assim, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 29, CP).
b) Tempestivo: também constitui um pressuposto de admissibilidade, vale dizer, não é viável a existência de um período indefinido para que o interessado demonstre formalmente seu inconformismo. Por isso, a lei fixa prazos para que tal se dê. Aliás, essa é uma das principais razões pelas quais não se deve considerar recursos ações autônomas – como o habeas corpus, o mandado de segurança e a revisão criminal -, que têm por finalidade apresentar inconformismo contra certas decisões e, com tal, de regra, sem sujeição a prazos exíguos. Acrescente-se que as ações impugnativas podem voltar-se tanto contra decisões com trânsito em julgado ou simplesmente precluídas a outro recurso -, com em relação a decisões em face das quais ainda é possível interpor recurso específico;
c) Taxativos: significa que o recurso deve estar expressamente previsto em lei, para que a parte interessada dele lance mão. Não fosse assim, inexistiria segurança jurídica, visto que toda e qualquer decisão, sob qualquer circunstância, desagradando uma das partes, permitiria ser questionada em instância superior. A ampla possibilidade recursal certamente terminaria por fomentar atitudes protelatórias, impedindo o equilibrado andamento do processo.
Efeitos do recurso
Quatro são os efeitos hoje conhecidos e aplicáveis:
O efeito devolutivo é regra geral, permitindo que o tribunal superior reveja integralmente a matéria controversa, sobre a qual houve o inconformismo. Naturalmente, cabe à instância superior avaliar, ainda, matéria que lhe permite conhecimento de ofício, sem a impugnação expressa de qualquer das partes. (Ex.: nulidade absoluta, mormente quando há prejuízo para o réu).
O efeito suspensivo é excepcional, impedindo que a decisão produza consequências desde logo. Há situação a comportar imediata eficácia, com a sentença absolutória, provocando a imediata soltura do réu; outras, no entanto, submetem-se à eficácia contida, como a sentença condenatória, impondo penal privativa de liberdade, que não se executa, senão após o trânsito em julgado (existem hipóteses, também, excepcionais de recolhimento provisório ao cárcere embora sejam frutos de medidas cautelares e não da sentença propriamente dita).
Aliás, como bem lembra Ada, Magalhães e Scarance, não é o recurso que possui efeito suspensivo, pois a decisão sujeita a recurso não tem eficácia, até que a instância superior se manifeste. Ele é o instrumento para prorrogar a condição de ineficácia da decisão (Recursos no processo penal, p. 51).
O efeito regressivo, iterativo ou diferido, que significa devolver ao mesmo órgão prolator da decisão a possibilidade de seu reexame, o que acontece com os embargos declaratórios e outros recursos, como recurso em sentido estrito e o agravo em execução. Ou seja, o prolator da decisão tem a possibilidade de alterá-la ou revoga-la parcial ou total.
 Por fim, há o efeito extensivo, previsto no art. 580, CPP, que ocorre no caso do concurso de agentes (art. 29 CP), em que a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivo que não seja de caráter exclusivamente pessoal, poderá ser aproveitado aos demais.
Recurso de ofício
Trata-se de terminologia equivocada do CPP, uma vez que recurso é demonstração de inconformismo, visando à reforma do julgado, motivo pelo qual não tem cabimento sustentar que o juiz, ao decidir qualquer questão, recorre, de ofício de seu próprio julgado. Dessa forma, o correto é visualizar nas hipóteses do at. 547, CPP, o duplo grau de jurisdição obrigatório ou reexame necessário.
Diante da relevância da matéria, impõe a lei que a decisão seja submetida à dupla análise. Havendo somente uma decisão, não se produz a coisa julgada, com preceitua a Súmula 423 do STF:
Não se transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege.
 
Há posição minoritária na doutrina, considerando que o recurso de ofício está revogado pela CF 88, particularmente pelo disposto no art. 129, I, que atribui, exclusivamente, ao Ministério Público a titularidade da ação penal. Assim, caso o juiz considerasse interposto um recurso, sem haver qualquer requerimento das partes, estaria agindo de ofício e movimentando a ação penal, valendo-se de ilegítima iniciativa.
Resumo sobre Apelação Criminal no Código de Processo Penal
A apelação criminal é um recurso ordinário utilizado para impugnar uma sentença definitiva (seja de condenação, absolvição ou decisão que julga a ação penal), no contexto de um processo penal.
Fundamento Legal
A apelação criminal está prevista no Código de Processo Penal (CPP), mais especificamente no art. 593 e seguintes. Ela é cabível para contestar decisões do juiz que não sejam de mero expediente, mas sim sentenças definitivas, como:
· Sentença condenatória ou absolutória;
· Sentença de pronúncia (nos crimes dolosos contra a vida, que envolvem o Tribunal do Júri).
Características da Apelação Criminal:
1. Natureza:
· A apelação é um recurso ordinário (isso significa que pode ser interposto independentemente do conteúdo da sentença e visa à revisão de uma sentença definitiva).
· É interposta por qualquer das partes (Ministério Público ou defesa),dependendo do conteúdo da sentença.
2. Prazo:
· O prazo para interposição da apelação é de 10 dias após a intimação da sentença (art. 593, § 1º, do CPP).
3. Efeitos:
· Efeito devolutivo: O Tribunal que julgar a apelação revisará o conteúdo da sentença e pode modificar a decisão do juiz.
· Efeito suspensivo: A apelação não suspende a execução da pena, exceto em casos excepcionais, como quando o réu fica em liberdade provisória enquanto aguarda julgamento da apelação.
4. Competência:
· Em regra, a apelação é julgada pelo Tribunal de Justiça (nos processos estaduais) ou Tribunal Regional Federal (nos processos federais).
· Se a sentença for proferida pelo Tribunal do Júri, a apelação será julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado (ou Tribunal de Justiça Federal, conforme o caso).
5. Objeto:
· A apelação pode ser interposta para modificar a sentença, seja para aumentar a pena, reduzi-la, reformá-la em termos de mérito (como no caso de absolvição ou condenação do réu) ou para corrigir falhas (erro material, por exemplo).
6. Formulação do Recurso:
· A apelação deve ser interposta por petição escrita (art. 600 do CPP) e deve conter fundamentação clara dos motivos pelos quais a parte acredita que a sentença está equivocada. A apelação pode envolver erro de fato ou erro de direito.
7. Preparo:
· Para interpor a apelação, em regra, é necessário o preparo (pagamento das custas processuais), salvo se a parte for beneficiária da justiça gratuita.
Exemplos de Quando a Apelação é Cabível:
· Sentença condenatória: O réu pode apelar de uma sentença que o tenha condenado à pena privativa de liberdade ou a outra penalidade.
· Sentença absolutória: O Ministério Público pode apelar de uma sentença que tenha absolvido o réu, buscando sua condenação.
· Sentença de pronúncia (no caso de crimes dolosos contra a vida): O Ministério Público ou a defesa pode recorrer se discordar da decisão do juiz que decidiu que havia ou não elementos suficientes para levar o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Procedimento da Apelação:
1. Interposição: A apelação deve ser interposta por petição escrita, e a parte recorre de uma sentença definitiva.
2. Julgamento: O Tribunal que recebe a apelação irá julgá-la, podendo confirmar, reformar ou anular a sentença de primeira instância.
3. Decisão: O Tribunal pode modificar ou reformar a sentença, alterando a pena ou a decisão do juiz de primeiro grau, ou até mesmo absolver o réu se houver erro na análise da acusação.
Conclusão:
A apelação criminal é um dos principais recursos no direito processual penal, sendo essencial para garantir a revisão da decisão de primeira instância e assegurar a justiça no processo penal. Ela tem um prazo de 10 dias para ser interposta e deve ser feita por petição escrita. O Tribunal que julgar a apelação poderá alterar a sentença, dando maior ou menor pena, ou até absolver o réu. A apelação tem efeito devolutivo e não suspende, em regra, a execução da sentença.
Resumo sobre Embargos Declaratórios
Os embargos declaratórios são um tipo de recurso previsto no Código de Processo Penal (CPP) e no Código de Processo Civil (CPC), cuja principal finalidade é esclarecer, corrigir ou complementar uma decisão judicial. Eles são usados quando a decisão do juiz ou tribunal apresenta omissão, contradição ou obscuridade, ou quando há erro material no julgamento.
Fundamento Legal
No Código de Processo Penal (CPP), os embargos declaratórios estão regulados no art. 619. Este dispositivo estabelece que o recurso é cabível contra sentenças ou decisões interlocutórias que apresentem falhas, como omissões, contradições ou obscuridades.
Art. 619 do CPP:
"As partes podem embargar as decisões que julgarem omissas, contraditórias ou obscuras, ou que contenham erro material."
Características dos Embargos Declaratórios:
1. Natureza:
· Os embargos declaratórios são um recurso de natureza explicativa, ou seja, não têm como objetivo modificar a decisão, mas esclarecer ou corrigir algum ponto obscuro ou contraditório da sentença.
· Não têm efeito modificativo sobre o mérito da decisão. Ou seja, os embargos não visam alterar o conteúdo da decisão, mas corrigir eventuais falhas na forma.
2. Cabimento:
· Os embargos são cabíveis contra sentenças e decisões interlocutórias quando há:
· Omissão: Quando o juiz deixa de se pronunciar sobre algum ponto importante que foi levantado pelas partes e deveria ter sido analisado.
· Contradição: Quando a decisão apresenta elementos que são incompatíveis entre si.
· Obscuridade: Quando a decisão não está clara, dificultando a compreensão da argumentação ou do fundamento da decisão.
· Erro material: Quando há erro evidente, como num erro de cálculo ou erro na transcrição do nome de uma parte, por exemplo.
3. Prazo:
· O prazo para interposição dos embargos declaratórios é de 5 dias, conforme o art. 619 do CPP.
4. Efeitos:
· Efeito suspensivo: Os embargos declaratórios têm, em regra, efeito suspensivo. Isso significa que a decisão embargada não se torna definitiva enquanto os embargos não forem decididos, ou seja, o processo fica suspenso até que o juiz ou tribunal se pronuncie sobre o recurso.
· Efeito modificativo: Em regra, os embargos não têm efeito modificativo, mas podem modificar a decisão caso o juiz ou tribunal identifique algum erro material ou tenha de corrigir algum aspecto importante da sentença.
5. Procedimento:
· Os embargos devem ser interpostos por petição escrita e devem ser fundamentados na alegação de omissão, contradição, obscuridade ou erro material. O juiz ou tribunal vai então analisar os embargos e decidir se procede à alteração ou correção da decisão.
6. Não Substitui Outros Recursos:
· Os embargos declaratórios não substituem outros tipos de recursos, como a apelação ou o recurso em sentido estrito, que têm por objetivo reverter a decisão.
· Se a decisão não for modificada pelos embargos, a parte ainda pode interpor outro recurso se for o caso.
Exemplo de Cabimento dos Embargos Declaratórios:
1. Omissão: Quando a sentença não se pronuncia sobre um argumento relevante trazido pelas partes, como uma alegação de nulidade ou uma questão que deveria ter sido decidida, o recurso de embargos pode ser utilizado para que o juiz esclareça essa omissão.
2. Contradição: Se o juiz ou tribunal proferir uma decisão que contenha afirmações contraditórias (por exemplo, se, na sentença, ele diz que o réu é culpado, mas afirma em outro trecho que não há provas contra ele), pode-se interpor embargos para corrigir essa contradição.
3. Obscuridade: Se a sentença for escrita de forma vaga ou incompreensível, dificultando a compreensão do motivo da decisão, os embargos podem ser usados para pedir que o juiz esclareça.
4. Erro material: Se, por exemplo, a sentença mencionar um nome errado de uma parte ou um valor incorreto, isso pode ser corrigido através dos embargos declaratórios.
Importante:
· Embargos infringentes: Em alguns casos, pode haver a confusão entre embargos declaratórios e embargos infringentes. Porém, embargos infringentes são cabíveis quando a decisão for contrária à unanimidade e a parte interessada deseja modificar a decisão (muitas vezes em apelação, mas esse tipo de embargo não se aplica à esfera criminal).
Resumo:
Os embargos declaratórios são um recurso processual usado para esclarecer decisões judiciais quando há omissão, contradição, obscuridade ou erro material. O prazo para interposição é de 5 dias e, em regra, os embargos têm efeito suspensivo. Eles não alteram o mérito da decisão, mas podem corrigir falhas formais ou aclarar pontos que dificultam a compreensão da decisão judicial.
Resumo sobre Embargos Infringentes
Os embargos infringentes são um recurso previsto no direito processual penal, mas sua utilização é restrita a casos específicos e em determinadas decisões não unânimes. Eles têm o objetivo de permitir que uma decisão contrária à unanimidade seja revista, ou seja, de modificar o conteúdo da sentença quando houver um desacordo entre os julgadores.
1. Fundamento Legal:
Os embargos infringentes estão previstos no Códigode Processo Penal (CPP), mas somente são cabíveis em algumas hipóteses. De acordo com o art. 609 do CPP, os embargos infringentes são aplicáveis quando o tribunal não decidir por unanimidade e houver uma sentença penal condenatória.
Art. 609 do CPP:
"Em caso de decisão não unânime, cabe à parte a interposição de embargos infringentes para que, por decisão majoritária, o tribunal reforme ou modifique a sentença."
2. Características dos Embargos Infringentes:
· Natureza: Os embargos infringentes são um recurso de revisão que visa alterar a decisão de um tribunal em casos onde houve uma decisão não unânime. Ou seja, se o julgamento não foi unânime, a parte que discordou da decisão poderá interpor os embargos infringentes.
· Cabimento: Os embargos infringentes são cabíveis somente quando a decisão não for unânime, ou seja, quando houver voto vencido (por exemplo, se a decisão foi dada por maioria de votos). Eles são utilizados para tentar modificar a parte da decisão em que houve o desacordo entre os membros do tribunal.
Em processos penais, os embargos infringentes **só são cabíveis em sentenças condenatórias, ou seja, quando o réu foi condenado, mas a decisão não foi unânime.
· Objetivo: O objetivo dos embargos infringentes é modificar uma sentença penal condenatória, quando houver divergência entre os votos dos membros do tribunal. A parte que foi prejudicada pela decisão pode, então, tentar reverter o voto vencido, buscando a mudança do conteúdo da sentença.
· Decisão Não Unânime: Os embargos infringentes só são possíveis quando houver divergência de votos entre os julgadores. Se todos os membros do tribunal concordarem, a decisão será considerada unânime e, portanto, não cabem embargos infringentes.
3. Prazo:
· O prazo para interposição dos embargos infringentes é de 5 dias, conforme o art. 609, § 1º do CPP.
4. Efeitos:
· Os embargos infringentes têm efeito suspensivo. Isso significa que, enquanto os embargos estiverem sendo analisados, a decisão não se tornará definitiva e poderá ser modificada.
· Caso os embargos sejam acolhidos, o tribunal pode modificar a sentença condenatória, favorecendo a parte que interpôs o recurso.
5. Procedimento:
· Os embargos infringentes devem ser interpostos por escrito, com fundamentação adequada, e devem ser protocolados nos autos do processo.
· Após a interposição, o tribunal irá analisar os embargos e poderá dar nova decisão, modificando a sentença original, conforme a maioria dos votos.
6. Exclusão do Uso em Direito Penal:
· Embargos infringentes não são mais utilizados no processo penal de acordo com a Lei nº 11.719/2008, que reformou o Código de Processo Penal. Com a reforma, os embargos infringentes foram eliminados do direito processual penal. A possibilidade de interposição dos embargos infringentes em casos de decisão não unânime foi revogada, e agora, em processos penais, as sentenças são consideradas definitivas, mesmo que haja divergência de votos, não cabendo mais esse recurso.
7. Exemplo de Cabimento dos Embargos Infringentes:
· Um réu foi condenado em um tribunal colegiado por dois votos a um. Ou seja, dois desembargadores votaram pela condenação, mas um desembargador votou pela absolvição. Nesse caso, o réu poderá interpor embargos infringentes contra a parte da sentença que foi contrária ao seu interesse (os votos condenatórios), buscando reverter o julgamento com base na decisão majoritária.
8. Conclusão:
Os embargos infringentes são um recurso utilizado em processos penais quando há decisão não unânime em uma sentença condenatória. A sua finalidade é possibilitar a modificação da sentença baseada no voto vencido. Contudo, com a reforma do Código de Processo Penal pela Lei nº 11.719/2008, os embargos infringentes foram abolidos no processo penal brasileiro, restando apenas a possibilidade de recorrer por outros meios, como a apelação ou recurso em sentido estrito.
Resumo sobre Revisão Criminal
A revisão criminal é uma ação judicial prevista no Código de Processo Penal (CPP), que permite a reavaliação de uma sentença penal condenatória transitada em julgado (ou seja, uma sentença definitiva) com o objetivo de corrigir erros manifestos que possam ter prejudicado o réu. A revisão criminal é um meio extraordinário de impugnação das decisões transitadas em julgado, sem a necessidade de reexame completo do mérito.
1. Fundamento Legal
A revisão criminal está prevista nos artigos 621 a 630 do Código de Processo Penal (CPP). A ação de revisão criminal tem caráter excepcional e visa corrigir injustiças em processos que já passaram por todos os recursos ordinários e não têm mais possibilidade de modificação pela via usual.
2. Características da Revisão Criminal:
· Natureza: A revisão criminal é uma ação autônoma, que pode ser proposta para revisar sentenças penais definitivas, ou seja, que já se tornaram irrecorríveis. Ela não é um recurso ordinário, mas sim uma via extraordinária, que deve ser utilizada em situações excepcionais.
· Cabimento:
· A revisão criminal pode ser proposta pelo réu, pelo Ministério Público ou pela defesa, quando houver provas novas ou circunstâncias de fato que indiquem que a sentença foi injusta.
· Ela é cabível apenas contra sentenças condenatórias transitadas em julgado, ainda que não tenha sido interposto qualquer outro recurso anteriormente.
3. Hipóteses de Cabimento:
A revisão criminal pode ser solicitada quando:
· Provas novas: Se surgirem novas provas que comprovem a inocência do réu ou que indiquem a inexistência do crime ou o erro material na sentença condenatória.
· Erro material: Quando houver erro material evidente na sentença que prejudique a parte (como erro de cálculo na pena, erro no nome do réu ou das partes, etc.).
· Injustiça manifesta: Quando a sentença for claramente injusta, como em casos onde o réu foi condenado com base em fatos falsos ou em uma condenação sem provas suficientes.
· Contrariedade à prova dos autos: Quando a sentença contraria de maneira manifesta a prova constante nos autos.
4. Procedimento:
· A revisão criminal é ajuizada por petição escrita, dirigida ao Tribunal competente para revisar a sentença.
· O Tribunal competente para julgar a revisão criminal é, em regra, o Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, dependendo do foro de julgamento do réu.
· A petição de revisão criminal deve ser fundamentada, apresentando os motivos pelos quais a decisão deve ser revista, com base nas hipóteses previstas em lei (provas novas, erro material, etc.).
· Efeito suspensivo: Em regra, a revisão criminal não suspende a execução da pena, salvo quando se tratar de um erro material grave ou quando a sentença estiver em flagrante contrariedade às provas dos autos.
5. Prazos:
· A revisão criminal pode ser proposta a qualquer tempo, independentemente de prazo. No entanto, a sua interposição não suspende automaticamente a execução da pena.
6. Efeitos da Revisão Criminal:
· Reformar a sentença: Se a revisão criminal for acolhida, o tribunal poderá reformar a sentença, absolvê-lo, modificar a pena ou até declarar a nulidade do processo.
· Revogação da condenação: Em caso de acolhimento da revisão criminal, pode-se revogar a condenação e declarar a inocência do réu.
· Modificação da pena: Se o tribunal entender que a revisão não deve absolver o réu, mas deve corrigir algum aspecto da sentença, pode haver redução da pena ou outra modificação.
7. Exemplos de Cabimento da Revisão Criminal:
· Provas novas: Se, após o trânsito em julgado da sentença, surgirem novas provas que provem a inocência do réu, como a descoberta de uma testemunha que afirma que o réu estava em outro local no momento do crime, isso pode ser usado para a revisão criminal.
· Erro material: Se, por exemplo, uma sentença condenatória indicar erroneamente o nome do réu ou um valor de pena incorreto, isso pode ser corrigido por meio de revisão criminal.
8. Conclusão:
A revisão criminal é um meio extraordinário para reavaliar sentenças condenatórias já transitadas em julgado, com o objetivo de corrigir erros materiais, injustiças manifesta oua existência de provas novas que provem a inocência do réu ou que revelem erro no julgamento. É um mecanismo de garantia dos direitos fundamentais, assegurando que a justiça seja efetivamente realizada, mesmo após o trânsito em julgado da sentença.
Resumo sobre Habeas Corpus
O habeas corpus é um remédio constitucional previsto no art. 5º, LXVIII da Constituição Federal e regulado pelos artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal (CPP). Ele tem como principal objetivo a proteção da liberdade de locomoção do indivíduo contra abusos de autoridade, ilegalidades ou ameaças que restrinjam ou ameacem sua liberdade de maneira ilegal ou arbitrária.
1. Fundamento Legal:
O habeas corpus está garantido pela Constituição Federal no art. 5º, inciso LXVIII, que dispõe:
Art. 5º, LXVIII: "Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação, em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder."
No Código de Processo Penal (CPP), os artigos 647 a 667 tratam do procedimento, prazos e formas de interposição do habeas corpus.
2. Características do Habeas Corpus:
· Natureza: O habeas corpus é um remédio jurídico utilizado para proteger o direito de liberdade da pessoa que está sendo ilegalmente restrita. Ele é um direito fundamental que pode ser impetrado por qualquer pessoa, em qualquer instância, e a qualquer tempo.
· Cabimento: O habeas corpus é cabível sempre que alguém sofrer ou estiver ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção (prisão, internação em hospital psiquiátrico, etc.), por ilegalidade ou abuso de poder.
· Exemplos de situações que geram cabimento:
· Prisão ilegal: Quando alguém é preso sem justificativa legal, por excesso de prazo de prisão preventiva, ou sem ordem judicial.
· Condições ilegais de prisão: Quando alguém é preso em condições desumanas, em violação aos direitos fundamentais.
· Ameaça de coação: Quando a pessoa está prestes a sofrer prisão sem base legal, ou está sendo ameaçada de prisão por motivos ilegais.
· Espécies:
· Habeas corpus preventivo: Quando há o risco iminente de alguém sofrer coação ilegal. Ou seja, é utilizado para evitar que uma prisão ilegal aconteça.
· Habeas corpus repressivo: Quando a pessoa já sofreu a coação ilegal ou a prisão e busca o restabelecimento de sua liberdade.
3. Procedimento:
· O habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, em nome próprio ou de outrem, independentemente de advogado (embora, em muitos casos, o uso de advogado seja recomendado). A única exigência é que o habeas corpus tenha como objetivo a proteção da liberdade de locomoção.
· O juiz ou tribunal que recebe o pedido de habeas corpus deve decidir rapidamente, porque o habeas corpus visa proteger a liberdade do indivíduo, e qualquer delay pode agravar a situação da pessoa. Em alguns casos, pode haver liminar (decisão provisória) que suspenda a prisão até o julgamento definitivo do habeas corpus.
· O habeas corpus pode ser impetrado em qualquer instância do Judiciário, seja em primeiro grau, seja no Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, conforme o caso.
· Decisão: Se o juiz ou tribunal conceder o habeas corpus, a prisão será cancelada ou a pessoa será libertada. Caso contrário, o pedido é indeferido.
4. Efeitos:
· O habeas corpus pode ter dois efeitos principais:
· Efeito suspensivo: Quando a prisão é suspensa até o julgamento do habeas corpus.
· Efeito expansivo: A decisão que beneficia uma pessoa com habeas corpus pode ser estendida para outras pessoas que estejam em situação similar.
5. Prazos:
· Não há um prazo específico para a interposição do habeas corpus, uma vez que ele pode ser impetrado a qualquer tempo, desde que haja a coação ilegal ou a ameaça iminente.
· O juiz ou tribunal deve decidir sobre o habeas corpus de forma urgente, em razão da natureza de urgência da liberdade.
6. Competência:
· Qualquer pessoa pode impetrar habeas corpus em favor de outra, ou em favor de si mesma, seja um advogado, seja um relacionado ao réu, ou até uma pessoa sem vínculo, no caso de flagrante ilegalidade.
· Ele pode ser impetrado em qualquer instância, sendo julgado por tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o Supremo Tribunal Federal (STF), se necessário.
· Se a coação ocorrer dentro de uma prisão, o habeas corpus pode ser interposto no tribunal competente, ou seja, no tribunal do local onde o réu está preso ou onde o ato que causou a coação tenha ocorrido.
7. Exemplo de Cabimento do Habeas Corpus:
· Caso 1: Uma pessoa é presa sem a devida ordem judicial ou quando a prisão preventiva ultrapassa o prazo legal e não há justificativa para sua manutenção. O réu ou sua defesa pode impetrar habeas corpus para que o juiz ou tribunal revogue a prisão.
· Caso 2: Um réu é preso em condições desumanas em uma prisão superlotada, sem os cuidados mínimos para a saúde. Neste caso, também é possível o uso do habeas corpus para solicitar a revisão da situação e garantir a liberdade ou a melhoria das condições de prisão.
8. Conclusão:
O habeas corpus é um instrumento fundamental para garantir a liberdade de locomoção das pessoas contra atos ilegais ou abusivos de autoridade. Ele pode ser impetrado por qualquer pessoa, a qualquer tempo, e é uma das formas mais rápidas de proteger os direitos fundamentais dos indivíduos. Em situações de prisão ilegal, ameaça de prisão ilegal, ou constrangimento ilegal, o habeas corpus pode ser utilizado para restaurar a liberdade da pessoa e garantir que a justiça seja feita.

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