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1 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
Prof.º Kleber Galerani 
@klebergalerani / @klebergalerani 
 
 
 
 
ROTEIRO DO MÓDULO 11 
PROCEDIMENTO COMUM – FASE DECISÓRIA 
 
 
 
OBJETIVO 
 
 analisar a fase decisória do procedimento comum; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA OBRIGATÓRIA: 
 
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil 
Esquematizado. 13 ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. Livro VII – DO 
PROCESSO E DO PROCEDIMENTO. 5 – FASE DECISÓRIA 
 
2 
 
MÓDULO 11 – PROCEDIMENTO COMUM – FASE DECISÓRIA 
 
A) SENTENÇA 
 
 CONCEITO - é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487 (conteúdo), põe fim à fase cognitiva 
do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
 
 ESPÉCIES 
o TERMINATIVAS  extinguem o processo sem resolução de 
mérito (hipóteses do art. 485) 
o DEFINITIVAS  juiz resolve o mérito, pondo fim ao processo ou 
à fase cognitiva (art. 487) 
 Revestem-se da autoridade da coisa julgada material e 
podem ser objeto de ação rescisória. 
o Não há diferença entre as duas espécies de sentença, no que 
concerne ao tipo de recurso adequado: contra ambas caberá a 
apelação. 
 
 REQUISITOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA (relatório, motivação e 
dispositivo) 
o RELATÓRIO - que deverá conter os nomes das partes, a 
identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, 
bem como o registro das principais ocorrências havidas no 
andamento do processo. 
o MOTIVAÇÃO – art. 93, IX, CF - O juiz deve expor as razões pelas 
quais acolhe ou rejeita o pedido formulado na petição inicial, 
apreciando os seus fundamentos de fato e de direito (causas de 
pedir) e os da defesa. 
 A falta de fundamentação, no entanto, tornará nula a 
sentença, cabendo ao juiz pronunciar-se sobre todas as 
questões essenciais que possam repercutir sobre o 
resultado, sob pena de ser citra petita. 
3 
 
 Hipóteses – art. 489, § 1º Não se considera fundamentada 
qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença 
ou acórdão, que: 
 I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase 
de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida;1 
 II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem 
explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; 
 III - invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; 
 IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador; 
 V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de 
súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
 VI - deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, 
sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento. 
o DISPOSITIVO - É a parte final da sentença, em que o juiz decide 
se acolhe, rejeita o pedido ou se extingue o processo, sem 
examiná-lo. 
 Todos os pedidos formulados na petição inicial (e na 
contestação, nos casos de ação dúplice ou na reconvenção) 
devem ser examinados pelo juiz, sob pena de a sentença ser 
citra petita. 
 Se houver mais de uma ação, embora único o processo, a 
sentença, também única, deverá examinar todas as 
pretensões formuladas. Ex.: reconvenção e denunciação da 
 
1 Ao proferir a sentença, o juiz desenvolve um raciocínio silogístico, pois parte de uma premissa maior (o que dispõe o ordenamento 
jurídico) para uma premissa menor (o caso concreto) para poder extrair a conclusão. É preciso que a sentença indique com clareza em 
que medida aquela norma invocada pode funcionar como premissa maior, aplicável ao caso concreto sub judice. 
4 
 
lide. 
 Em contrapartida, o juiz não pode examinar pretensões não 
formuladas. Ao promover o julgamento, deve ficar adstrito 
à ação que foi proposta, observando as partes, as causas de 
pedir e os pedidos, elementos identificadores da ação. 
 Sob pena de a sentença ser extra ou ultra petita, não pode 
conceder pretensões em relação a pessoas que não foram 
parte; nem fundamentar a sua pretensão em causas de 
pedir não formuladas ou conceder algo diferente ou a mais 
do que foi postulado. 
 Somente o dispositivo da sentença de mérito se revestirá 
da autoridade da coisa julgada material. 
 
 DEFEITOS DA SENTENÇA 
o SENTENÇA EXTRAPETITA – é aquela na qual o juiz concede 
pedido diverso daquele postulado pelo autor: 
 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza 
diversa da pedida, ... ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado. 
o SENTENÇA ULTRA PETITA - é aquela em que o juiz julga a 
pretensão posta em juízo, mas condena o réu em quantidade 
superior à pedida. 
 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza 
diversa da pedida, bem como condenar a parte em 
quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi 
demandado. 
 se houver recurso, não haverá necessidade de o 
tribunal declará-la nula, bastando-lhe que reduza a 
condenação aos limites do que foi postulado. 
 Se houver trânsito em julgado, caberá ação rescisória, 
cujo objeto será apenas desconstituir a sentença, 
naquilo que ela contenha de excessivo. 
 
5 
 
o SENTENÇA INFRA OU CITRA PETITA 
 Não há uniformidade de nomenclatura a respeito. 
 Por sentença infra ou citra petita denominamos aquela em 
que o juiz deixa de apreciar uma das pretensões postas em 
juízo, não aprecia um dos pedidos, quando houver 
cumulação. 
 Se não o fizer, quais serão as providências que o prejudicado 
deve tomar? 
 A providência mais adequada será opor embargos de 
declaração, nos quais se pedirá ao juiz que supra a 
omissão e se pronuncie a respeito da pretensão, 
sanando o vício. 
 Se o prejudicado não opuser embargos de declaração, 
mas apelação, invocando a omissão da sentença, o 
tribunal poderá: 
o a) anulá-la, e determinar a restituição dos autos à 
instância de origem, para que profira outra, desta 
feita completa, se não puder desde logo examinar 
o pedido; 
o b) julgar o pedido não apreciado, em vez de 
anular a sentença, desde que todos os elementos 
para tanto estejam nos autos (art. 1.013, III). 
 
 DA POSSIBILIDADE DE CORRIGIR A SENTENÇA 
 
o Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
 I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, 
inexatidões materiais ou erros de cálculo; 
 II - por meio de embargos de declaração. 
 É o recurso adequado quando a sentença padecer de 
erro material, omissão, contradição ou obscuridade. 
 
 
6 
 
 DOS EFEITOS DA SENTENÇA 
o há três tipos de tutela nos processos de conhecimento: 
 a declaratória, 
 a constitutiva e 
 a condenatória. 
 
o TUTELA DECLARATÓRIA 
 a ação será declaratória quando a pretensão do autor se 
limitar ao pedido de declaração. 
 se limita a que o juiz declare a existência ou inexistência de 
uma relação jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de um 
documento (CPC, art. 19). 
 tem por finalidade afastar uma crise de incerteza. 
 não produz nenhuma modificação, nem de uma situação 
fática, nem de uma relação jurídica. O que ela faz é 
solucionar uma incerteza, uma dúvida. 
 Exemplo: ações de investigação de paternidade. 
 Uma vez que a tutela declaratória não cria relações 
jurídicas, mas apenas declara se elas existem ou não, a sua 
eficácia é ex tunc. 
 Por exemplo: na hipótese já citada, declarada a 
paternidade, a eficácia retroagirá ao nascimento do 
autor. 
o TUTELA CONSTITUTIVA 
 É aquela que tem por objeto a constituição ou 
desconstituição de relações jurídicas. 
 As sentenças podem ser constitutivas positivas ou 
negativas, também chamadas desconstitutivas, conforme 
visem criar relações até então inexistentes ou desfazer as 
que até então existiam. 
 As sentenças constitutivas têm eficácia ex nunc, produzem 
efeitos a partir de então, do momento em que se tornam 
definitivas, sem eficácia retroativa. 
7 
 
 Ex.:em ação de divórcio, o casamento considerar-se-á 
desfeito somente após a sentença, com trânsito em 
julgado. 
 Elas não precisam ser executadas, já que produzem efeitos 
por si mesmas. 
 
o TUTELA CONDENATÓRIA 
 impõe ao réu uma obrigação, consubstanciada em título 
executivo judicial. 
 A partir dela abre-se ao autor a possibilidade de valer-se de 
uma sanção executiva para obter o seu cumprimento. 
 Ela é aquela que impõe uma obrigação que precisa ser 
cumprida. 
 têm eficácia ex tunc, pois retroagem à data da propositura 
da ação. 
 SUB-ESPÉCIES 
 TUTELA MANDAMENTAL 
o aquela em que o juiz emite uma ordem, um 
comando, que deve ser cumprido pelo réu. 
o Cabe à lei estabelecer as sanções aplicáveis para 
o descumprimento da ordem e os mecanismos de 
que o juiz pode se utilizar para torná-la efetiva. 
o São exemplos as sentenças proferidas em 
mandado de segurança e nas ações que tenham 
por objeto obrigações de fazer, não fazer ou 
entregar coisa (arts. 497 e 498 do CPC). 
 TUTELAS EXECUTIVAS LATO SENSU 
o Distinguem-se por prescindirem de uma fase de 
execução. 
o Se a obrigação não for cumprida pelo devedor, o 
Estado tomará as providências necessárias para 
que o seja, independentemente dele. 
8 
 
o É o que ocorre nas ações de despejo ou nas 
possessórias, em que o juiz determina a 
retomada de bem. 
o Ele determinará a expedição de mandado de 
despejo ou de reintegração de posse, sem 
necessidade de instauração de fase executiva, 
nem do uso de meios de coerção. 
 
 DA SENTENÇA QUE CONDENA À DECLARAÇÃO DE UMA EMISSÃO DE 
VONTADE 
o Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração 
de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez 
transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração 
não emitida. 
 a sentença, sendo possível, produzirá os mesmos efeitos 
que a declaração de vontade não emitida ou que o contrato 
não firmado. 
 Ex.: contratos de compromisso de compra e venda, em que, 
com o pagamento da última parcela, o compromissário 
comprador tem o direito de obter do promitente vendedor 
a escritura pública do imóvel adquirido. 
 
 DOS CAPÍTULOS DA SENTENÇA 
o A sentença forma um todo, um conjunto único. Porém, é 
possível decompô-la em capítulos, cada qual contendo o 
julgamento de uma pretensão distinta. 
o É a teoria dos capítulos que permite preservar uma sentença, 
transitada em julgada, na qual o juiz tenha deixado de apreciar 
uma das pretensões. 
 Aquilo que ele apreciou é válido e será preservado; a 
omissão quanto ao restante não contamina o que foi 
validamente apreciado, cabendo ao interessado ajuizar 
9 
 
nova demanda, reiterando o pedido a respeito do qual 
não houve pronunciamento. 
o O mais importante nessa teoria não é que a sentença contenha 
numerosos capítulos, mas que eles possam ser considerados 
autônomos, estanques, para fins de recursos, ação rescisória, 
nulidades etc. 
 
 DA SENTENÇA E OS FATOS SUPERVENIENTES 
o “Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, 
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do 
mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a 
requerimento da parte, no momento de proferir a sentença” 
(art. 493, CPC). 
 
 DOS EFEITOS SECUNDÁRIOS DA SENTENÇA 
o em caso de improcedência, as liminares concedidas em favor do 
autor no curso do processo serão revogadas, ainda que não 
tenha havido manifestação expressa do juiz a respeito, uma vez 
que aquilo que foi decidido em caráter provisório não pode 
subsistir ao definitivo. 
o condenação do vencido nas verbas de sucumbência. 
 
 
B) DA COISA JULGADA 
 
 A coisa julgada é mencionada na Constituição Federal como um dos 
direitos e garantias fundamentais. 
 O art. 5º, XXXVI, estabelece que a lei não poderá retroagir, em 
prejuízo dela. 
 Essa garantia decorre da necessidade de que as decisões judiciais não 
possam mais ser alteradas, a partir de um determinado ponto. Do 
contrário, a segurança jurídica sofreria grave ameaça. 
10 
 
 A coisa julgada não é um dos efeitos da sentença, mas uma 
qualidade deles: a sua imutabilidade e indiscutibilidade. 
 O trânsito em julgado está associado à impossibilidade de novos 
recursos contra a decisão, o que faz com que ela se torne definitiva, 
não podendo mais ser modificada. 
 
 DAS FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA COISA JULGADA 
o COISA JULGADA FORMAL - é a imutabilidade dos efeitos da 
sentença no próprio processo em que foi proferida; 
o COISA JULGADA MATERIAL - é a imutabilidade dos efeitos da 
decisão de mérito em qualquer outro processo. 
 A coisa julgada material pressupõe decisão de mérito, que 
aprecie a pretensão posta em juízo, favorável ou 
desfavoravelmente ao autor. 
 A compreensão do tema pressupõe que se conheça e se 
saiba identificar, com clareza, os elementos da ação: partes, 
causa de pedir e pedido. 
 A coisa julgada material constitui óbice à nova ação, 
que tenha os mesmos três elementos que a anterior, 
já julgada. 
 A alteração de qualquer das partes, autor ou réu, dos 
fatos em que se fundamenta o pedido e do objeto da 
ação, tanto o imediato (provimento jurisdicional 
postulado) quanto o mediato (bem da vida), modifica 
a ação e a afasta. 
 
 COISA JULGADA REBUS SIC STANTIBUS 
o A expressão rebus sic stantibus traduz a ideia de as coisas 
permanecerem iguais, idênticas. 
o Em regra, havendo coisa julgada material, não é mais possível 
rediscutir a questão já definitivamente julgada. 
o Mas há certas situações, expressamente previstas em lei, em 
que a imutabilidade dos efeitos da decisão só persiste enquanto 
11 
 
a situação fática que a ensejou permanecer a mesma, ficando 
autorizada a modificação, desde que haja alteração fática 
superveniente. 
 Exemplo: ações de alimentos e as indenizatórias por ato 
ilícito, em que há fixação de pensão alimentícia de cunho 
indenizatório (art. 533, § 3º, do CPC). A regulamentação do 
direito material é de ordem tal a impedir que a questão 
fique definitivamente julgada, uma vez que o valor da 
pensão está sempre condicionado à capacidade do 
devedor, e à necessidade do credor, podendo ser revisto 
sempre que uma ou outra se alterarem. 
 
 DOS LIMITES SUBJETIVOS DA COISA JULGADA 
o Dizem respeito às pessoas para quem a sentença torna-se 
indiscutível. 
o clássica a afirmação de que “a coisa julgada faz lei entre as 
partes”, assertiva que encontra respaldo no art. 506 do CPC: “A 
sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não 
prejudicando terceiros”. (embora eventualmente possa 
beneficiá-los). 
o Exemplo: ação cível contra empresa, em virtude de ato praticado 
por terceiro. Funcionário que foi condenado em ação criminal. 
 
 DOS MECANISMOS PELOS QUAIS SE PODE AFASTAR A COISA 
JULGADA 
o A coisa julgada material impede a rediscussão daquilo que ficou 
decidido em caráter definitivo. Mas o CPC prevê mecanismos 
pelos quais se pode afastá-la, seja desconstituindo-a, seja 
declarando-lhe a inexistência. Tais mecanismos são: 
 ação rescisória, prevista no art. 966 do CPC; 
 a impugnação ao cumprimento de sentença, quando o 
objeto for desconstituir ou declarar ineficaz o título; 
12 
 
 a ação declaratória de ineficácia (querela nullitatis 
insanabilis). 
 
C) DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
o em casos excepcionais, porém, a lei permite a utilização de ação 
autônoma de impugnação, cuja finalidade é desconstituir a 
decisão de mérito transitada em julgado. 
o Nela, ainda é possível postular a reapreciação daquilo que foi 
decidido em caráter definitivo. 
o Não se trata de um recurso, pois pressupõe que todos já se 
tenham esgotado. 
o Exige que tenha havido o trânsito em julgado da decisão de 
mérito. 
o Consiste em uma ação cuja finalidade é desfazer o julgamento já 
tornado definitivo. 
o Pode-se dizer, de maneira geral, que é o veículo adequado para 
suscitar nulidades absolutas que contaminaram o processo ou a 
decisão. 
o Quando o vício é daqueles quedesaparecem quando o processo 
se encerra, não cabe a ação rescisória. Ela exige que a nulidade 
seja absoluta, que se prolongue para além do processo. 
 Exemplo: se o processo for conduzido por um juiz suspeito, 
cumpre às partes reclamar, arguindo a suspeição; ou ela é 
acolhida, o que ensejará o refazimento dos atos decisórios, 
se necessário, ou não é acolhida, ou nem mesmo suscitada, 
caso em que o vício desaparece. 
 
 NATUREZA JURÍDICA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
o natureza primordial é desconstitutiva. 
13 
 
 Isso porque toda ação rescisória tem de ter o juízo 
rescindente, o pedido de desconstituição total ou parcial do 
julgamento anterior transitado em julgado. 
 Mas, além dele, quando for o caso, a rescisória poderá ter 
também o juízo rescisório, em que o tribunal proferirá novo 
julgamento da questão anteriormente decidida. 
 O juízo rescisório pode ter qualquer tipo de natureza: 
condenatória, constitutiva ou declaratória. E, sendo 
condenatória, pode ainda ter natureza mandamental 
ou executiva lato sensu. 
 
 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
o DUAS GRANDES CATEGORIAS: 
 os comuns a todas as ações, como o preenchimento das 
condições da ação rescisória – interesse e legitimidade; e 
 os requisitos específicos. 
 
o CONDIÇÕES 
 INTERESSE - Só tem interesse em propô-la aquele que 
puder auferir algum proveito da rescisão, alguma melhora 
de sua situação, caso o julgamento anterior seja rescindido 
e outro seja proferido em seu lugar. 
 TRÂNSITO EM JULGADO - Enquanto não há trânsito 
em julgado, a decisão deverá ser impugnada por meio 
do recurso adequado 
 É possível a rescisória de uma sentença, ainda que 
contra ela, no prazo apropriado, não tenha sido 
interposto recurso nenhum. Basta apenas que tenha 
havido o trânsito em julgado. 
 LEGITIMIDADE 
 Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação 
rescisória: 
14 
 
o I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor 
a título universal ou singular; 
 Também aqueles que, em razão de 
intervenção de terceiros, assumiram essa 
qualidade. É o caso do denunciado e dos 
chamados ao processo. 
o II - o terceiro juridicamente interessado; 
 O terceiro que tem interesse jurídico é 
aquele que poderia ter ingressado no 
processo, na qualidade de assistente. 
o III - o Ministério Público: 
 a) se não foi ouvido no processo em que lhe 
era obrigatória a intervenção; 
 b) quando a decisão rescindenda é o efeito 
de simulação ou de colusão das partes, a fim 
de fraudar a lei; 
 c) em outros casos em que se imponha sua 
atuação; 
o IV - aquele que não foi ouvido no processo em 
que lhe era obrigatória a intervenção. 
 há casos em que a lei determina a 
intervenção obrigatória de determinadas 
pessoas ou entes no processo. É o caso, por 
exemplo, do curador especial em favor do 
réu revel citado fictamente ou do réu revel 
preso. Se eles não forem ouvidos e o juiz 
proferir decisão de mérito desfavorável ao 
curatelado, eles estarão legitimados a 
propor ação rescisória. 
 
 
 
 
15 
 
C1) HIPÓTESES DE CABIMENTO (CPC, ART. 966) 
 
 O rol é taxativo e não comporta ampliações, nem utilização da 
analogia, para hipóteses não expressamente previstas. 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida 
quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte 
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de 
fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo 
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova 
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de 
lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
 I - SE VERIFICAR QUE FOI PROFERIDA POR FORÇA DE 
PREVARICAÇÃO, CONCUSSÃO OU CORRUPÇÃO DO JUIZ;2 
o Não é preciso que o juiz tenha sido condenado em processo 
crime  A existência do ilícito pode ser demonstrada na própria 
rescisória. 
 
2 A prevaricação é o ato de “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de 
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal” (CP, art. 319). 
A concussão consiste em “exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida” (CP, art. 316). 
A corrupção passiva em “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar a promessa de tal vantagem” (art. 317). 
 
16 
 
o Não haverá incompatibilidade entre sentença penal absolutória 
e a procedência da ação rescisória por esse fundamento. 
 II - FOR PROFERIDA POR JUIZ IMPEDIDO OU POR JUÍZO 
ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE; 
o só haverá nulidade em caso de incompetência absoluta ou de 
impedimento, pois se a incompetência foi relativa ou o juiz 
suspeito, o vício terá se sanado no curso do processo. 
 
 III - RESULTAR DE DOLO OU COAÇÃO DA PARTE VENCEDORA EM 
DETRIMENTO DA PARTE VENCIDA OU, AINDA, DE SIMULAÇÃO OU 
COLUSÃO ENTRE AS PARTES, A FIM DE FRAUDAR A LEI; 
o há dolo da parte vencedora quando ela engana o juiz ou a parte 
contrária para influenciar o resultado do julgamento 
o há coação quando ela incute no adversário fundado temor de 
dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou a 
seus bens. 
o para que possa ensejar a rescisória, é preciso que isso tenha sido 
determinante para o resultado. 
o colusão3 é o acordo entre as partes litigantes para enganar o 
juiz em detrimento de terceiro. 
 Exemplo: alguém que queira fugir da obrigação de pagar 
seus credores, e se conluie com um amigo para que ajuíze 
ação como credor preferencial, para ter prioridade no 
recebimento. 
 
 IV - OFENDER A COISA JULGADA; 
o não pode haver novo pronunciamento judicial sobre pretensão 
já examinada por decisão transitada em julgado e acobertada 
pela autoridade da coisa julgada material. 
 Nem mesmo a lei pode retroagir para prejudicá-la. 
 
3 Fundamento - Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado 
ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da 
litigância de má-fé. 
 
17 
 
 Por isso, uma nova decisão, que reforme o decidido pela 
anterior, poderá ser rescindida. 
 V - VIOLAR MANIFESTAMENTE NORMA JURÍDICA; 
o Não se considera violação manifesta da norma jurídica a decisão 
que deu a ela uma interpretação razoável, ainda que não 
predominante, ou ainda que divergente de outras dadas pela 
doutrina e jurisprudência. 
o Nesse sentido, a Súmula 343 do STF: “Não cabe ação rescisória 
por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão 
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação 
controvertida nos tribunais”. 
o É preciso que a decisão seja incompatível com a norma jurídica, 
não podendo haver coexistência lógica das duas. 
o Mas caberá a ação rescisória, se a decisão não der ao texto de 
lei interpretação razoável, isto é, der uma interpretação que 
absolutamente não se conforma com o texto literal da lei ou com 
o seu espírito. 
 
 VI - FOR FUNDADA EM PROVA CUJA FALSIDADE TENHA SIDO 
APURADA EM PROCESSO CRIMINAL OU VENHA A SER 
DEMONSTRADA NA PRÓPRIA AÇÃO RESCISÓRIA; 
o É indispensável que a prova falsa tenha sido determinante do 
resultado, que este não possa subsistir sem ela. 
 
 VII - OBTIVER O AUTOR, POSTERIORMENTEAO TRÂNSITO EM 
JULGADO, PROVA NOVA CUJA EXISTÊNCIA IGNORAVA OU DE QUE 
NÃO PÔDE FAZER USO, CAPAZ, POR SI SÓ, DE LHE ASSEGURAR 
PRONUNCIAMENTO FAVORÁVEL; 
o O autor, a que alude o dispositivo legal, não é o da ação 
originária, cuja decisão se pretende rescindir, mas o da própria 
rescisória, que pode ter figurado como autor ou réu daquela. 
o A prova nova não é aquela cuja constituição operou-se após a 
decisão transitada em julgado, mas cuja existência, embora 
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anterior, era ignorada pelo autor da ação rescisória, ou de que 
ele não pôde fazer uso, por circunstâncias alheias à sua 
vontade. 
o É preciso ainda que o documento seja tal que possa assegurar, 
por si só, pronunciamento favorável. 
 
 VIII - FOR FUNDADA EM ERRO DE FATO VERIFICÁVEL DO EXAME DOS 
AUTOS. 
o § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato 
inexistente ou quando considerar inexistente fato 
efetivamente ocorrido. 
o Só cabe a rescisória se a existência ou inexistência do fato não 
tiver sido expressamente apreciada pela decisão. 
 
C2) PROCEDIMENTO DA AÇÃO RESCISÓRIA 
 
 COMPETÊNCIA 
o A ação rescisória de sentença deve ser proposta perante 
 o Tribunal que teria competência para julgar recursos 
contra ela; 
 se de acórdão, a competência será do mesmo Tribunal que 
o proferiu, mas o julgamento será feito por um órgão mais 
amplo. 
 Por exemplo: para rescindir acórdão proferido por três 
desembargadores, a ação rescisória deverá ser julgada 
por turma composta de cinco; se o acórdão foi 
proferido por cinco, a rescisória será julgada por sete. 
 
 PETIÇÃO INICIAL 
o conter os requisitos do art. 319 do CPC e indicar os três 
elementos da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. 
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o rescisão pode englobar a decisão toda, ou apenas um dos seus 
capítulos, caso em que somente estes serão substituídos pela 
nova decisão. 
o a causa de pedir deve corresponder a uma ou mais das hipóteses 
do art. 966. 
 
 CAUÇÃO 
o art. 968, II, obriga o autor a “depositar a importância de 5% (até 
o limite de 1.000 salários mínimos) sobre o valor da causa, que 
se converterá em multa, caso a ação seja, por unanimidade de 
votos, declarada inadmissível ou julgada improcedente”. 
 Sem o depósito, a inicial será indeferida. 
o caso a rescisória venha a ser julgada procedente, o dinheiro será 
restituído ao autor. 
 também haverá restituição se o resultado lhe for 
desfavorável, mas não por unanimidade de votos. 
o não haverá restituição em caso de desistência ou de extinção por 
abandono. 
o quando o autor for o Ministério Público, pessoa jurídica de 
direito público, Defensoria Pública ou beneficiário da justiça 
gratuita, não haverá necessidade de caução. 
 
 TUTELA PROVISÓRIA 
o Art. 969 - A propositura da ação rescisória não impede o 
cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão 
de tutela provisória. 
o para o deferimento da tutela de urgência é indispensável a 
plausibilidade do pedido de rescisão e o risco de prejuízo 
irreparável ou de difícil reparação, caso o cumprimento da 
decisão não seja suspenso. 
 
 
 
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 CITAÇÃO E DEFESA 
o estando em termos a inicial, o relator determinará a citação dos 
réus, assinalando-lhes o prazo nunca inferior a quinze nem 
superior a trinta dias para, querendo, apresentar resposta. 
o feita pelos meios previstos em lei. 
o se os réus forem revéis, não haverá a presunção de veracidade 
decorrente da revelia, uma vez que já existe sentença transitada 
em julgado. 
 
 A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
o só intervirá na ação rescisória como fiscal da ordem jurídica 
quando preenchidos os requisitos da sua intervenção. 
 
 DO JULGAMENTO 
o depois de colhidas as manifestações das partes e do Ministério 
Público, quando for o caso de sua intervenção, a ação rescisória 
será julgada, na forma do art. 974 do CPC. 
o cumprirá ao tribunal, em caso de procedência, rescindir a 
decisão (juízo rescindente) e, se for o caso, promover o novo 
julgamento (juízo rescisório). 
o a competência para proferir o juízo rescisório é do mesmo órgão 
que fez o juízo rescindente, não importando que a rescisão seja 
de sentença ou de acórdão. 
 
 CABE RECURSO DO ACÓRDÃO QUE JULGAR A RESCISÓRIA? 
o Se ele padecer de erro material, obscuridade, omissão ou 
contradição, cabem embargos de declaração; e 
o eventual recurso extraordinário ou especial, nos casos dos arts. 
102, III, e 105, III, da CF. 
 
 
 
 
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 CABE RESCISÓRIA DE RESCISÓRIA? 
o Se a ação rescisória for julgada pelo mérito, e o acórdão padecer 
de algum dos vícios enumerados no art. 966 do CPC, será 
possível ajuizar rescisória da rescisória. 
 Exemplo: pode ocorrer que, por em equívoco, o Tribunal 
reconheça a existência de decadência e julgue a rescisória 
extinta, com resolução de mérito. Mais tarde, se verifique 
que houve erro na contagem do prazo. Será possível 
rescindir o acórdão proferido na primeira rescisória. 
 
 PRAZO 
o 2 ANOS 
o É decadencial 
o “o direito à rescisão se extingue em dois anos contados do 
trânsito em julgado da última decisão proferida no processo”. 
 Súmula 401 do Superior Tribunal de Justiça acrescenta que 
“o prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando 
não for cabível qualquer recurso do último 
pronunciamento judicial”. 
o Há duas exceções ao prazo de dois anos a contar do trânsito em 
julgado da última decisão: 
 a hipótese do art. 966, VII, em que o prazo será contado da 
data da descoberta da prova nova, observado o prazo 
máximo de cinco anos contado do trânsito em julgado da 
última decisão proferida no processo; e 
 a hipótese de simulação ou colusão, em que o prazo da 
rescisória para o terceiro prejudicado e para o Ministério 
Público, que não interveio no processo, correrá a partir do 
momento em que ambos têm ciência da simulação ou 
colusão. 
 
 
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D) DOS OUTROS MECANISMOS DE IMPUGNAÇÃO DAS SENTENÇAS 
TRANSITADAS EM JULGADO 
 
 Há dois outros mecanismos, além da rescisória, pelos quais se pode 
impugnar uma sentença transitada em julgado. 
 
 AÇÃO ANULATÓRIA OU DECLARATÓRIA DE NULIDADE (art. 966, § 
4º, do CPC) 
o cabe contra os atos de disposição de direitos, praticados pelas 
partes ou por outros participantes do processo e homologados 
pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no 
curso da execução. 
o sempre que a sentença for apenas de homologação, como 
ocorre quando há acordo entre os litigantes, a ação rescisória 
não será o mecanismo adequado para impugnação, mas as 
ações anulatórias ou declaratórias de nulidade, previstas para os 
atos jurídicos em geral. 
o a sentença é proferida apenas para extinguir o processo, mas 
não é ela que confere obrigatoriedade ao acordo. 
 o que deve ser rescindido não é a sentença, mas o ato de 
disposição de direito homologado. Ou seja, o objeto da 
rescisão é a transação, ou ato de disposição dos litigantes. 
 como a transação ou disposição é negócio jurídico civil, a 
rescisão opera-se na forma da lei civil, que prevê hipóteses 
de nulidade ou anulabilidade dos atos jurídicos em geral. 
o DAS DECISÕES QUE RECONHECEM PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 depois do trânsito em julgado, exige-se ação rescisória, e 
não a anulatória ou declaratória, porque estas só cabem 
quando a intervenção do juízo é meramente 
homologatória, sem conteúdo decisório. 
 
 
 
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 DAS AÇÕES DECLARATÓRIAS DE INEFICÁCIA 
o a ação rescisória cabe quando o processo ou a decisão contiver 
uma nulidade absoluta. 
o Superado o prazo, o vício que os contamina estaria sanado, pois 
até as nulidades absolutas têm um limite para serem alegadas. 
 Mas tem-se admitido uma categoria de vícios mais graves, 
que não se sanariam nem com o transcurso in albis do prazo 
das ações rescisórias. 
 Os processos e as decisões que os contenham seriam 
ineficazes. 
 Não se trata de inexistência física ou material, pois a 
sentença foi proferida e pode estar produzindo 
efeitos, mas de ineficácia decorrente de um vício 
insanável,o que enseja não a ação rescisória, mas a 
declaratória de ineficácia, a querela nullitatis 
insanabilis, que, diferentemente daquela, não tem 
prazo. 
 É proposta em primeiro grau de jurisdição, e não no 
tribunal, como a rescisória. 
 Como não há unanimidade doutrinária sobre a admissão da 
ação declaratória, nem sobre os atos ineficazes, o STJ tem 
admitido certa fungibilidade entre as duas ações, isto é, 
tem autorizado o ajuizamento da rescisória, mesmo 
naquelas situações em que se poderia concluir pela falta de 
um pressuposto processual de eficácia, desde que ajuizada 
dentro do prazo decadencial. 
 
Encerrado o conteúdo previsto no Plano de Ensino de Direito Processual Civil II. 
 
Agradeço a paciência, dedicação e atenção ao longo de todo esse ano. 
 
Sucesso, meus amados e queridos estudantes. 
 
Prof. Kleber Galerani

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