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Lista de Exercícios – 2º Semestre – NP1 - (13/09) 1) Por que a guerra pode ser considerada um fenômeno histórico-social? Resposta: A guerra é considerado histórico-social porque está ligada à história da humanidade e sendo sempre influenciada por fatores sociais, políticos, culturais, econômicos, territoriais e sempre tendo como resultado uma nova trajetória na historia da sociedade, mudando completamente a historia de alguma localidade. 2) O que poderia ser considerado uma guerra justa durante a Idade Média? E no começo da Idade Moderna? E nos séculos XIX e XX? Resposta: Durante a Idade Média, as guerras justas eram frequentemente associadas à defesa da fé cristã, como as Cruzadas. No início da Idade Moderna, as guerras justas estavam mais ligadas à autodefesa e à soberania dos estados. Nos séculos XIX e XX, com o desenvolvimento do direito internacional, as guerras justas foram associadas a princípios como a autodefesa, a legítima defesa coletiva e a proteção dos direitos humanos. 3) O que é o TPI? O que o difere dos tribunais ad hoc? Resposta: O TPI (Tribunal Penal Internacional) é um tribunal permanente de âmbito internacional criado para julgar indivíduos acusados de crimes internacionais, como crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de agressão e crimes de guerra. Ele difere dos tribunais ad hoc, que são criados para julgar crimes específicos em conflitos específicos e têm um caráter temporário, enquanto o TPI é permanente e tem jurisdição global. 4) Diferencie guerra preventiva e preemptiva. Resposta: A guerra preventiva tem com a intenção de impedir uma ameaça futura, mesmo que essa ameaça não seja iminente. A guerra preemptiva, por outro lado, é travada em resposta a uma ameaça real percebida, com o objetivo de impedir que o ataque inimigo ocorra primeiro. 5) Comente um exemplo histórico da questão anterior e forneça argumentos para respaldar a sua opinião sobre o caso. Resposta: Um exemplo histórico de guerra preventiva é a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003. Os argumentos a favor dessa ação incluíram a crença de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa e representava uma ameaça futura. No entanto, a falta de evidências substanciais dessas armas e a controvérsia em torno da justificação da guerra levaram a críticas significativas e questionamentos sobre a legalidade da ação. 6) Quais são as gerações das guerras? Explique brevemente cada uma delas e cite um exemplo de cada. Resposta: · Primeira Geração: Guerras de emprego predominante em massa, como a Guerra Napoleônica. · Segunda Geração: Guerras de apoio em massa e o uso de apoio de fogo como a Primeira Guerra Mundial. · Terceira Geração: Guerras de manobra e mobilidade, como a Segunda Guerra Mundial, sendo utilizados veículos blindados, aviões, armamentos nucleares. · Quarta Geração: Guerras assimétricas, guerras informacionais e cibernéticas, como a guerra moderna contra o terrorismo e como a Guerra do Vietnã. 7) O que é Guerra Híbrida? Quais ferramentas ela emprega? Resposta: A Guerra Híbrida é um conceito que combina conflitos entre meios convencionais e não convencionais, sendo múltiplas táticas e estratégias empregadas, incluindo elementos militares, políticos, econômicos, sociais e psicológicos. Suas ferramentas incluem propaganda, desinformação, guerra cibernética, insurgência, guerra irregular e diplomacia. 8) Para Arquilla e Ronfeldt (1997, p.28), a Guerra na Rede ocorre quando se tenta atrapalhar, danificar ou modificar o que uma população-alvo pensa sobre o mundo ao seu redor. A partir dessa definição, cite pelo menos dois exemplos de Guerra na Rede. Resposta: A campanha russa de desinformação nas eleições dos EUA em 2016. A disseminação de propaganda online pelo Estado Islâmico para recrutamento de jihadistas. 9) O que são Guerras Cibernéticas? Dê um exemplo. Resposta: Guerras cibernéticas envolvem ataques a sistemas de computadores e redes para causar interrupções ou danos. Um exemplo é o Stuxnet, um malware que visava sabotar o programa nuclear iraniano, sendo supostamente desenvolvido por agências de inteligência dos EUA e Israel. 10) Diferencie Segurança Coletiva, Defesa Coletiva, Segurança Cooperativa e Segurança Multidimensional. Segurança Coletiva: Envolve a união de estados para garantir a segurança global e prevenir conflitos, tem uma reação coletiva, como a ONU. Defesa Coletiva: Pacto de defesa mutua, como a OTAN, em que os membros aliados e participantes do tratado se comprometem a se defender em caso de possível ataque. Segurança Cooperativa: Cooperação entre estados para abordar ameaças comuns, medidas de seguranças, como o combate ao terrorismo. Segurança Multidimensional: Aborda ameaças à segurança que vão além do militar, como questões econômicas, sociais, pessoais e ambientais. 11) Quais foram as principais falhas da Liga das Nações? Resposta: As principais falhas da Liga das Nações incluíram a incapacidade de evitar a Segunda Guerra Mundial e tendo seu desfecho após 1946, a ausência de importantes potências, como os EUA, a falta de meios eficazes para impor decisões e sanções e não tinha um poder executivo forte para à época, falta de cooperação e ação coletiva. 12) Pensando nos exemplos vistos em aula e em referências pessoais, cite uma guerra (histórica ou contemporânea) e comente sobre os grupos que dela participaram, utilizando os conceitos expostos na pergunta “10”. Resposta: Um exemplo é a Guerra da Bósnia (1992-1995). Nesse conflito, a falta de segurança coletiva permitiu uma guerra civil e genocídio. A OTAN interveio com uma operação de segurança cooperativa para conter a violência e trazer estabilidade à região. 13) Sobre o filme “Túmulo dos Vaga-lumes”, dirigido por Isao Takahata e lançado em 1988 que assistimos em aula, exemplifique pelo menos dois elementos que aparecem no filme e que retratam as características de uma guerra de Terceira Geração. Resposta: No filme "Túmulo dos Vaga-lumes," dois elementos que retratam características de uma guerra de Terceira Geração são a mobilidade estratégica dos personagens principais (os irmãos) enquanto tentam sobreviver e escapar das consequências da guerra e tendo ênfase na psicologia dos personagens, mostrando o impactos causados. 14) Escolha um dos tópicos a seguir e comente sobre o caso, oferecendo a sua opinião e relacionando com os conteúdos vistos em aula: a) Guerra dos Seis Dias b) Tribunal Internacional Penal para a antiga Iugoslávia (1993) c) Tribunal Internacional para Ruanda (1994) d) Segurança Alimentar e) Segurança Ambiental Resposta: Guerra dos Seis Dias: Uma guerra que realmente durou 6 dias, sendo motivada por uma possível invasão árabe, se tornando uma guerra preventiva e de 3º geração, sendo utilizados de meios aéreos, mecanizados e terrestres. 15) No pós-Guerra Fria, novas ameaças a segurança internacional de um modelo geral começaram a ser melhor reconhecidas, como é o caso de questões de saúde, violação de direitos humanos e meio ambiente. Leia o texto a seguir e elabore uma possível interpretação sobre a questão da segurança humana e segurança ambiental utilizando os conceitos vistos na aula. 1.1.2 “Insignificante e, ao mesmo tempo, absolutamente dominante” Os problemas, assim, estão longe de se restringirem a aspectos atmosféricos. Manoel Kanunxi relata que, hoje, os animais costumeiramente vistos na mata, que sempre orientaram os pajés na compreensão da natureza e de seus tempos (junto com as plantas e os astros), têm sofrido uma nítida alteração nos seus ciclos de reprodução. Ele prossegue: “Tem bicho que a gente nem vê mais e, na verdade, não sabemos se estão se reproduzindo ou se já desapareceram pra sempre”, e sentencia: “A gente não tem mais aquela relação cultural tão forte com a caça e pesca como tinha antes porque é impossível”. Esse diagnóstico é complementado pela constatação de Mayawari Mehinako, que carrega o sobrenome de seu povo: ele reporta “uma destruição grande, uma degradação da natureza, e os seres vivos não têm espaços adequadospara viverem” (Mehinako, 2015, p. 49). A perda biológica e dos espaços adequados aos seres vivos de que falam Kanunxi e Mehinako desola também os moradores do Vale do Sabugi. Em sua pesquisa monográfica, Gabriel Holliver conta que os agricultores por ele entrevistados mencionaram espécies que deixaram de existir na região em questão de décadas, como o jacu (Penelope Jacucaca), o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) e a onça-parda, também chamada suçuarana ou gato-do-mato (Puma Concolor). “Há no presente”, prossegue Holliver, “várias espécies em vias de extinção, com exemplares que aparecem ali com raridade, como é o caso do papa-capim (Sporophila nigricollis) e do mocó (Kerodon rupestris)” (2016, p. 17). As evidências das desaparições biológicas também se acumulam entre a comunidade científica. Conforme mostra um estudo publicado em julho de 2017 no tradicional periódico norte-americano Proceedings of the National Academy of Sciences, o fenômeno que alguns especialistas propõem chamar de “sexta grande extinção” – o desaparecimento de bilhões de espécies silvestres que vem ocorrendo em alta velocidade no intervalo de apenas algumas décadas41 é ainda mais severo do que se imaginava. Uma reportagem do jornal The Guardian que tratava dos resultados da pesquisa chegou a destacar a abdicação, por parte dos autores do paper, do estilo sóbrio característico dos trabalhos científicos, na medida em que se referem à perda em larga escala da biodiversidade como uma “aniquilação biológica” que representaria uma “investida assustadora sobre as fundações da civilização humana”. Um dos autores do trabalho justifica a quebra do protocolo: “A situação se tornou tão grave que não seria ético não usar uma linguagem forte” (Carrington, 2017a). A “novidade” apresentada pelo estudo reside no fato de que, enquanto trabalhos prévios focavam principalmente nos fenômenos de extinção de espécies – os quais, embora ocorrendo segundo uma taxa muito alta, 42 ainda são relativamente raros, o que dá a impressão de que a perda de biodiversidade vem acontecendo de forma relativamente gradual –, este adotou uma perspectiva mais ampla, considerando também as tendências de declínio das populações. A aniquilação biológica a que os autores se referem, portanto, pode ser notada também no “grau extremamente elevado de degradação observada em vertebrados” – indicado pela diminuição das populações e redução de sua distribuição geográfica, mesmo entre espécies cuja situação em termos de extinção é considerada segura ou pouco preocupante –, o que atribuem à “pervasiva erosão antropogênica da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos essenciais à civilização”. Entre os resultados da pesquisa, pode-se citar a apavorante estimativa de que 50% dos indivíduos animais que dividiram a Terra com os humanos desapareceram nas últimas décadas,43 e a redução de 80% na distribuição geográfica de quase metade dos mamíferos terrestres estudados, no período entre 1900 e 2015 (Ceballos; Ehrlich; Dirzo, 2017, p. E6089–E6096). A tarefa de acompanhar os inúmeros episódios por meio dos quais a biodiversidade vem sendo aniquilada parece não ter fim. Um estudo publicado em maio de 2018 demonstrou que, embora a proporção de indivíduos da espécie humana no planeta seja de um parco 0,01% em relação a outros seres vivos, eles foram responsáveis, desde o advento da civilização, pela perda de 83% de todos os mamíferos selvagens, 80% dos animais marinhos, metade das plantas e 15% dos peixes. O estudo, considerado a primeira análise de grande espectro já realizada sobre a distribuição dos organismos (e dos vírus) na Terra, mostra que as plantas totalizam 82% da massa orgânica; já as bactérias constituem 13% da biosfera, e os outros 5% são fornecidos por todas as outras criaturas, “de insetos a fungos, peixes e outros animais”, incluindo o 0,01% de humanos. 44 Particularmente assustadora é a distribuição atual de biomassa entre os mamíferos e as aves. Dos primeiros, 96% são compostos por humanos (36%) e animais domésticos (60%), e, entre estes últimos, predominam gado e porcos; sobram míseros 4% para o restante dos mamíferos não domesticados. Por sua vez, entre as aves, 70% da biomassa é composta por animais da avicultura, restando apenas 30% de pássaros selvagens (Carrington, 2018c). A desproporção entre a minúscula representatividade dos humanos na composição da biosfera e a brutalidade do impacto sobre a biodiversidade de que foram e continuam sendo capazes (tanto no que se refere à redução na variedade das espécies quanto ao número de indivíduos) é escandalosa. “Insignificante, mas, ao mesmo tempo, absolutamente dominante”, conclui o The Guardian a respeito do paradoxo perturbador que marca, sobretudo nos últimos anos, a relação dos humanos com os outros organismos – mas também com os demais elementos do sistema terrestre, como veremos a seguir. Ref.: COSTA, Alyne de Castro. Cosmopolíticas da Terra: Modos de existência e resistência no Antropoceno. Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, 2019. p.33-36 Resposta: O texto destaca a crescente preocupação com a segurança humana e ambiental no período pós-Guerra Fria, evidenciando a relação intrincada entre a degradação ambiental e a ameaça à qualidade de vida das populações. Isso se relaciona com os conceitos discutidos em aula: Segurança Humana: Aborda a perda de biodiversidade, a degradação dos ecossistemas e o impacto humano na natureza como uma ameaça à segurança humana. A perda de espécies e a degradação dos recursos naturais afetam direta e indiretamente a subsistência das pessoas, ameaçando seu bem-estar e qualidade de vida. Segurança Ambiental: A "aniquilação biológica" mencionada no texto é um exemplo da insegurança ambiental crescente. A destruição de habitats, extinção de espécies e a degradação dos ecossistemas comprometem a estabilidade e a resiliência dos sistemas naturais, colocando em risco não apenas a biodiversidade, mas também os serviços ecossistêmicos essenciais para a civilização humana. Impacto Antropogênico: Mostra como o impacto humano é desproporcional à nossa representatividade na biosfera. Isso se relaciona com a ideia de que as atividades humanas, como a agricultura, a urbanização e a exploração de recursos naturais, têm um impacto significativo na segurança ambiental, aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas. Paradoxo Antropoceno:É descrito o paradoxo de os humanos serem "insignificantes" em termos de biomassa, mas "absolutamente dominantes" em termos de impacto ambiental. Isso ressalta a responsabilidade da humanidade em relação à proteção da biodiversidade e à mitigação das mudanças climáticas.