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Universidade Federal Fluminense (UFF) Curso de Graduação em Administração Pública Polo: Paracambi Aluna: Alane Rodrigues da Silva Matrícula: 20213110267 Disciplina: Políticas Públicas Nome da Atividade: Atividade a Distância 2 Coordenador da Disciplina: Arnaldo Provasi Lanzara 1) De acordo com Wanderley Guilherme dos Santos, a literatura sobre o clientelismo e o patrimonialismo no Brasil é eivada de preconceitos, geralmente responsabilizando o intervencionismo estatal e a burocracia como os principais propagadores da corrupção no país. Na obra O Ex-Leviatã Brasileiro: do voto disperso ao clientelismo concentrado (2006), Wanderley Guilherme propõe uma reflexão original sobre as verdadeiras origens e fundações das relações clientelistas no país, responsáveis por deturpar o poder público e capturar as políticas públicas. Discuta como o autor aborda essa questão. Em O Ex-Leviatã Brasileiro (2006), Wanderley Guilherme dos Santos desafia as interpretações tradicionais sobre clientelismo no Brasil, que frequentemente atribuem sua origem ao intervencionismo estatal e à burocracia. Ele argumenta que o problema real está na concentração histórica de poder político nas mãos de elites que, manipulando a dispersão do voto, construíram redes clientelistas. Essas elites controlam recursos e cargos públicos para garantir apoio eleitoral, criando uma troca de favores que distorce as políticas públicas. O autor sugere que o clientelismo no Brasil não resulta do tamanho do Estado, mas de sua incapacidade de formar uma esfera pública autônoma e resistente à captura por interesses privados. Wanderley também observa que o modelo clientelista foi facilitado por uma cidadania política historicamente restrita, com a maior parte da população sem acesso a direitos políticos e sociais plenos. Para enfrentar essa prática, ele defende reformas que fortaleçam as instituições públicas, promovendo a verdadeira democratização das relações de poder no país. 2) Relacione o desenvolvimento do Estado de Bem-estar Social com as formulações teóricas do economista britânico John Maynard Keynes. O desenvolvimento do Estado de Bem-Estar Social tem relação direta com as teorias de John Maynard Keynes, que defendia a intervenção estatal na economia, especialmente em momentos de crise. Durante a Grande Depressão dos anos 1930, Keynes desafiou o liberalismo clássico, que acreditava na autorregulação dos mercados, ao propor que o Estado deveria intervir para estimular a demanda agregada (consumo, investimento e gastos públicos), insuficiente em períodos de recessão. Keynes sugeria que, em vez de esperar pela recuperação natural da economia, o governo deveria aumentar os gastos públicos, investir em infraestrutura e criar políticas para gerar emprego e renda, reduzindo o impacto das crises. Essas ideias influenciaram o surgimento do Estado de Bem-Estar Social após a Segunda Guerra Mundial, em que governos passaram a garantir serviços públicos como saúde, educação e seguridade social para assegurar padrões mínimos de bem-estar e promover a estabilidade econômica. Assim, o pensamento keynesiano ofereceu a base teórica para um Estado intervencionista, comprometido em corrigir falhas de mercado e assegurar proteção social, características centrais do Estado de Bem-Estar Social. Referências Bibliográficas: SANTOS, Wanderley Guilherme. O Ex-Leviatã Brasileiro: do voto disperso ao clientelismo concentrado. 2006. Disponível em: https:file:///C:/Users/alane/OneDrive/Documentos/Downloads/Aula%204%20-%20O%20ex- Leviat.%20WGS.pdf. Acesso em: 02.10.2024. SANTOS, Maria Paula Gomes. Políticas Públicas e Sociedade. s. – 2. ed. reimp – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012. 98p. file:///C:/Users/alane/OneDrive/Documentos/Downloads/Aula%204%20-%20O%20ex-Leviat.%20WGS.pdf file:///C:/Users/alane/OneDrive/Documentos/Downloads/Aula%204%20-%20O%20ex-Leviat.%20WGS.pdf