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PONTES Fernanda Dresch Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar as pontes em arcos das pontes em vigas e lajes. Expressar as solicitações do vigamento principal. Identificar as linhas de influência de vigas e pórticos. Introdução O projeto de uma ponte tem como objetivo principal atender, além da funcionalidade da via, à segurança, à economia e à estética. Desse modo, é necessário um correto dimensionamento de sua estrutura. Para isso, é de extrema importância o conhecimento das solicitações de esforços e do comportamento da estrutura ao ser submetida ao carregamento a que está destinada, para então dar início ao processo para a determinação das linhas de influência, por meio dos diagramas de solicitações. Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar as pontes em arcos das pontes em vigas e lajes e também vai conhecer as solicitações do vigamento principal. Além disso, você vai aprender a identificar as linhas de influência de vigas e pórticos. Diferenças entre pontes em arcos e pontes em vigas e lajes Segundo a NBR 7188/2013 pontes são defi nidas como estruturas empregadas para transpor um obstáculo natural e sujeitas à ação de cargas em movi- mento. O projeto de uma obra tão grandiosa como a ponte é o resultado de um processo de inúmeras alternativas; seu objetivo principal é atender, além da funcionalidade da via, à segurança, à economia e à estética. A escolha do sistema estrutural a ser adotado para o projeto de pontes envolve uma série de fatores, como o local de execução da obra, os materiais disponíveis, a economia, o tempo, o tipo, etc. Os elementos que constituem a estrutura de uma ponte (Figura 1) são divididos em superestrutura, mesoestrutura e infraestrutura, conforme afirma Medino (2016). Segundo Mason (1977), a superestrutura, que é o enfoque deste capitulo, é aquela que recebe diretamente as cargas do tráfego, sendo composta por vigas principais e secundárias. O vigamento principal (ou sistema estrutural principal, ou simplesmente sistema estrutural) consiste em longarinas, que têm a função de vencer o vão livre. Já, o vigamento secundário ou transversal é feito com transversinas, que apresentam como função receber a ação direta das cargas e transmiti-las para a estrutura principal. Completando a superes- trutura, observa-se o tabuleiro (vigamento secundário), que consiste na pista de rolamento, a qual se encontra submetida diretamente à ação do tráfego. Figura 1. Principais elementos construtivos de uma ponte. Fonte: Fontana (2016). Para a classificação de uma ponte são observados vários critérios, conforme apontado pelos autores El Debs e Takeya (2009). Conforme Vasconcelos Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal2 (1993), ao engenheiro interessa a classificação pelo tipo estrutural, pelo modo de funcionamento da estrutura, pela maneira como os carregamentos são transferidos para os pilares e deles para a fundação. Diante disso, pode-se classificar uma ponte pelo sistema estrutural de sua superestrutura, segundo El Debs e Takeya (2009), como: Ponte em arcos: uma ponte que apresenta o tipo estrutural em forma de arco tem um comportamento interessante, sendo mais eficiente que as pontes em viga, devido à possibilidade de os esforços de flexão serem reduzidos em função da sua forma, como afirma Pfeil (1979). Em caso de arcos de concreto, as solicitações axiais são grandes (provo- cadas pelos empuxos – reação horizontal – nos apoios) e os momentos fletores são pequenos. Ainda, devido à sua configuração geométrica, esse tipo de estrutura permite o uso de concreto simples em pontes de grandes vãos e de concreto armado em vãos da ordem de 300 a 500 m, quando o eixo do arco é projetado segundo as linhas de pressão devido à carga permanente. Tira-se proveito, dessa maneira, da boa resistência à compressão do concreto, conforme explica Pfeil (1979). Hoje, devido aos avanços tecnológicos do concreto protendido, que ampliaram a possibilidade de grandes vãos, e ao alto custo da construção das fôr- mas e do cimbramento, a construção de pontes em arco é bem menos empregada do que no passado. As pontes em arcos são indicadas para vales profundos, com tabuleiro superior, quando se pode resistir aos empuxos do arco com uma fundação não muito onerosa, no caso de solo de boa qualidade ou rocha. Em terrenos planos, as pontes em arco normalmente têm um tabuleiro inferior, o qual pode ser incorporado ao sistema estrutural, promovendo o seu funcionamento como tirante para aliviar os empuxos do arco. O tabuleiro inferior também é utilizado quando não há altura suficiente para colocar o arco embaixo; nesse caso, a largura carroçável do tabuleiro é limitada (Figura 2). 3Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal Figura 2. Esquemas de pontes em arcos. Fonte: Adaptada LEONHARDT (1979) apud El Debs e Takeya (2009). Arco triarticulado (isostático) Arco atirantado com pendurais verticais (o tabuleiro desempenha a função de tirante) Arco biarticulado Arco biengastado Arcos contínuos (arcadas) N(x) N(x) V(x) V(x) q(x) Arco atirantado com pendurais inclinados (o efeito de treliça reduz os momentos �etores no arco) N(x) N(x) V(x) V(x) q(x) Ponte em lajes: as pontes em lajes apresentam a seção transversal sem nenhum tipo de vigamento, podendo ter um sistema estrutural simples- mente apoiado ou contínuo. As suas seções transversais, o tabuleiro e o sistema estrutural principal formam uma peça única, sendo que esse tipo de seção apresenta como característica principal a simplicidade de execução das fôrmas, da armadura e da concretagem. Nesse tipo de ponte, a seção transversal em laje garante uma boa distribuição transversal de esforços, sendo indicada para pontes de vãos pequenos, podendo atingir vãos de até 20 m em tramo único (vãos pequenos) e vãos de até 30 m em tramos contínuos, com variação de altura ao longo dos vãos (vãos médios). Além disso, esse sistema estrutural apresenta algumas vantagens, como pequena altura de construção, boa resistência à torção e rapidez de execução, possuindo também boa relação estética. Podem também ser moldadas no local ou constituídas de elementos pré-moldados, e os detalhes de formas e armaduras e a concretagem são bastante simples. Em compensação à simplicidade da execução, a seção transversal em laje maciça apresenta um elevado consumo de concreto e, consequentemente, elevado peso próprio (Figura 3). Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal4 Figura 3. Esquemas de pontes em lajes. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). (a) (b) (c) (d) (e) (f ) (g) (h) (i) (j) Pavimentação Lajotas pré-moldadas removíveis Guarda-roda Capa de desgaste Concreto aplicado após a retirada do cimbre Ponte em viga: esse tipo de ponte é basicamente uma estrutura rígida colocada sobre dois pilares, de tal modo que o tabuleiro é solicitado por tração nas fibras inferiores e por compressão nas superiores. Apresenta como uma das principais características vinculações que não transmi- tem momentos fletores da superestrutura para a infraestrutura, como afirmam Quadros (2013) e Fernandes e Correia (2017). Sendo o tipo estrutural mais antigo e mais empregado no Brasil, segundo Pfeil (1983 apud FERNANDES; CORREIA, 2017, p. 1243), “as pontes em vigas de concreto armado podem classificar-se devido à disposição das vigas na seção transversal, ou devido ao esquema estrutural de cada viga considerada estruturalmente”. O projeto estrutural pode ser definido de acordo com a seção transversal, sendo que para grandes pontes pode-se ter uma seção mais aberta, conhecida como T ou I, ou uma seção celular, conhecida como caixão. A seção aberta é composta por longarinas, transversinas e lajes, queagem em conjunto, formando uma grelha. A seção celular (caixão) é composta por uma única grande peça que possui uma distribuição uniforme de cargas por toda a sua seção. Essas diferentes seções resultam em pontes distin tas, e cada modelo 5Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal funciona estruturalmente de forma diferente, sendo as vigas T (seção aberta) dimensionadas diferentemente das vigas caixão (seção celular), como afirmam Mason (1977) e Fernandes e Correia (2017). Para Pucher (1961 apud FERNANDES; CORREIA, 2017, p. 124), o método utilizado para uma ponte em viga não se diferencia muito de um cálculo de vigas de um prédio, que também pode apresentar momentos constantes ou variáveis em suas vigas. Segundo El Debs e Takeya (2009), as pontes em vigas possuem quatro tipos de vinculações típicas, que são: ■ Vigas simplesmente apoiadas sem balanços: são empregadas com um tramo único ou com uma sucessão de tramos simplesmente apoiados e utilizadas em pontes em que se aplica o processo cons- trutivo com vigas pré-moldadas. As vigas simplesmente apoiadas sem balanços se constituem em um tipo estrutural relativamente pobre, pois quando é imposto um determinado vão, existem poucas possibilidades de melhorar a distribuição dos esforços, sendo que os vãos empregados com esse tipo estrutural dificilmente ultrapassam a casa dos 50 metros (Figura 4). Figura 4. Esquemas de pontes em vigas simplesmente apoiadas sem balanços. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). Tramo único Sucessão de tramos ■ Vigas simplesmente apoiadas com balanços: esse modelo estru- tural permite uma melhor distribuição de esforços solicitantes, pois introduz momentos negativos nos apoios, apresentando uma dimi- nuição dos momentos positivos no meio do vão. Além disso, esse tipo estrutural possibilita, de uma forma natural, a eliminação do encontro, que é uma estrutura relativamente cara (Figura 5). Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal6 Figura 5. Esquemas de distribuição de momentos fletores em vigas simplesmente apoiadas com balanços. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). ℓ min Mg M g + min M q Mg máx Mq Mg + máx Mq ℓbℓb ■ Vigas contínuas: esse tipo de vinculação é utilizado quando o com- primento da ponte pode ser subdividido em vãos parciais, caso não haja restrições de ordem urbanística, topográfica ou construtiva. Deve-se fazer os vãos extremos cerca de 20% menores do que os vãos internos, de forma que os máximos momentos fletores sejam aproximadamente iguais, resultando assim em uma melhor distribui- ção das solicitações (Figura 6). A utilização desse tipo de estrutura (viga contínua) apresenta como vantagens, conforme Ferreira (2015): eliminação das juntas e consequente redução nos custos de manu- tenção; pista de rolamento mais uniforme, evitando o desconforto para o tráfego; maior capacidade de redistribuir esforços para o caso de sobrecargas; melhor aspecto visual em função da continuidade entre os vãos. Porém, tem como desvantagens: necessidade de um cuidado especial com a dilatação térmica, caso o tabuleiro seja muito extenso, inserindo juntas de dilatação a cada 100 m; necessidade de uma análise mais cuidadosa das pontes com raio de curvatura pequeno e pontes muito inclinadas; possibilidade de recalque diferencial nos apoios, pois estes introduzirão esforços adicionais nesse tipo de estrutura, conforme Fernandes e Correia (2017). 7Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal Figura 6. Esquemas de pontes em viga contínua. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). ■ Vigas Gerber: as vigas Gerber consistem em articulações colocadas de tal forma a tornar o esquema isostático. Como consequência disso, o esquema não receberá esforços adicionais devido aos recalques diferenciais dos apoios. Para pontes de grandes vãos, em que o peso próprio representa uma grande parcela da totalidade das cargas, as vigas Gerber teriam um comportamento próximo ao das vigas contínuas, sem sofrer a influência danosa dos recalques diferenciais (Figura 7). Figura 7. Esquemas de pontes em viga Gerber. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). Articulações No caso de vigas simplesmente apoiadas sem balanços, é comum executar-se a laje do tabuleiro contínua, em três a quatro tramos, para diminuir o número de juntas na pista. Nesse caso, também haverá reflexos benéficos na distribuição de esforços nos apoios, devido às ações horizontais, por exemplo, a ação da frenagem. Os tipos de solicitações do vigamento principal Para o dimensionamento do vigamento principal de uma ponte, utiliza-se as solicitações calculadas para as seções transversais, sendo as mais usuais o Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal8 momento fl etor (M) e o esforço cortante (K); em alguns casos, têm importância também os momentos torsores (T), segundo Pfeil (1979). Conforme a NBR 8681 os carregamentos que atuam em estruturas de pontes podem ser divididos em três classes, sendo elas: permanentes, variáveis e excepcionais. Cargas permanentes: são aquelas que se conservam constantes ou com pequenas mudanças durante toda a vida útil da estrutura. Ainda, segundo Marchetti (2009), as cargas permanentes podem ser consideradas como as cargas produzidas pelo peso próprio da estrutura e por elementos que estão definitivamente fixos na estrutura, tais como guarda-corpos, guarda-rodas, defensas, passeios, pavimentação, postes de iluminação, etc. Além disso, as ações permanentes podem ser divididas em diretas, tais como o peso próprio dos elementos, incluindo o peso próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, e indiretas, como protensão, recalques de apoio e retração dos materiais, conforme afirma Felippe Filho (2008). Cargas variáveis/móveis: também conhecidas como carga útil, são aquelas representadas por carregamentos, como circulação de pedestres ou tráfego de veículos na ponte. No dimensionamento, considera-se todas essas posições pelo método da linha de influência, para gerar uma combinação de cargas. O veículo, além do peso, possui as cargas geradas pelo impacto vertical e lateral. O impacto é considerado por meio de um acréscimo percentual na carga. Além disso, as cargas variáveis podem ser aquelas que apresentam variações significativas de magnitude durante a vida útil da estrutura, que são, no caso específico de pontes: as forças devido à frenagem e à aceleração, a aceleração centrífuga, a ação do vento, a variação de temperatura e as cargas móveis. Os esforços horizontais que atuam sobre a carga móvel, tais como frenagem e vento, aplicam-se em um nível acima do tabuleiro da ponte. Ao serem transferidos para o nível do eixo do vigamento principal e, posteriormente, para o nível dos apoios. Esses esforços horizontais produzem momentos, que são equilibrados por componentes verticais de cargas nas vigas e nos apoios, em geral de valor relativamente pequeno, sendo usual desprezá-los nos cálculos de dimensionamento das pontes, como afirmam Pfeil (1979) e Felippe Filho (2008). Ações excepcionais: são ações que apresentam pouquíssima probabili- dade de acontecer e com pouco tempo de duração, podendo ser: choque de veículos ou de navios nos pilares, esforços provenientes de abalos 9Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal sísmicos e choque de veículos no guarda-rodas. No Brasil, atualmente, na construção de pontes, tem-se observado uma vasta diversidade nos materiais empregados, devido a novas tecnologias que possibilitam a utilização de técnicas mais modernas de construção e fabricação. Assim sendo, a opção do material a ser empregado na construção de uma ponte, em muitos casos, fica por conta da criatividade do projetista, conforme afirma Felippe Filho (2008). Para saber mais sobre o assunto, leia o livroPontes em concreto armado e protendido, de J. Mason (1977). Leia também a norma NBR 7188 (2013): Carga móvel rodoviária de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. Linhas de influência de vigas e pórticos Segundo Sussekind (1981), a linha de infl uência é uma representação gráfi ca que mostra como um determinado esforço se comporta em uma seção quando uma carga unitária percorre a estrutura. Essa linha é construída sobre o eixo da estrutura; as abcissas representam as posições da carga móvel e as ordenadas representam os respectivos valores dos esforços para uma determinada seção submetida a uma carga. Conforme Pfeil (1983), a linha de influência de uma solicitação S em um ponto m tem ordenadas que fornecem os valores Dessa maneira, por meio da interação abaixo, o efeito de todas as cargas concentradas dQ é obtido para todo o comprimento da viga, onde q é uma constante. Logo, o efeito dessa carga distribuída é obtido multiplicando-se a carga q pela área referente à linha de influência. Em seguida à aplicação das linhas de influência, os resultados permitem a verificação dos valores máximos utilizados para o dimensionamento, por meio das envoltórias dos momentos fletores e esforços cortantes, como afirmam Mason (1977) e Souza (2012). Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal10 Figura 8. Linha de influência. Sendo: a) o esquema de uma estrutura, mostrando a seção (m); b) a linha de influência fornece a solicitação Sm, na seção (m), para qualquer posição de uma carga unitária; c) solicitação na seção (m), causada por várias cargas Q; d) solicitação na seção (m), causada por uma carga distribuída uniforme q. Fonte: Adaptada de PFEIL (1979) a) b) c) d) y y1 y2 a q A b y3 Q1 Q2 Q3 (m) (m) LI Sm Em geral, o processo para determinação das linhas de influência pode ser dado a partir de diagramas de solicitações desejadas para diversas posições de uma carga unitária, efetuando-se, depois, uma troca de ordenadas (Figuras 9, 10 e 11). No entanto, esse processo espontâneo, calculado por meio dos diagramas de solicitações, só é conveniente para estruturas muito simples, tornando-se muito trabalhoso em estruturas estaticamente indeterminadas. As linhas de influência podem ser traçadas com maior rapidez utilizando-se os processos baseados em teoremas gerais dos sistemas elásticos. 11Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal Figura 9. Linhas de influência de reação de apoio de uma viga simples AB, sendo: a) esquema da viga com uma carga Q na posição genérica; b) linha de influência da reação RA; c) linha de influência da reação RB. Fonte: Adaptada de Pfeil (1979). a) b) c) A B x l Q LI RA l LI RB Figura 10. Linha de influência de esforço cortante em uma seção (m) de uma viga simples- mente apoiada, sendo: a) esquema da viga, mostrando a seção (m) e a carga concentrada Q em uma posição genérica, à esquerda da seção m (x a); d) diagrama dos esforços cortantes V para a posição da carga indicada em (c); e) linha de influência do esforço cortante na seção (m); f) convenção de sinal para o esforço cortante; g) esforços cortantes à esquerda e à direita do ponto de aplicação da carga Q. Fonte: Adaptada de Pfeil (1979). x x Q Q ℓ – x ℓ – x A B Q ℓ Q ℓ – x (m) α a) b) c) d) e) f ) (m) + + ( – ) ( – ) ℓ Q x ℓ Q xV = – ℓ Q (ℓ – x)V = + ℓ ℓ – x ℓ x l l l + V V g) Vesq + Vdir – Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal12 Figura 11. Linha de influência do momento fletor em uma seção (m), sendo: a) esquema de viga AB, mostrando a seção (m) e a carga Q em uma posição genérica; b) diagrama de momento fletor, para a posição da carga indicada em (a); c) linha de influência do momento fletor na seção (m); d) convenção de sinal para momento (momento positivo produz tração na fibra inferior). Fonte: Adaptada de Pfeil (1979). a) b) c) d) A B x ℓ – x ℓ x (ℓ – x) Q (m) α M = Q ℓ x (ℓ – x) ℓ x (ℓ – α)Mm = Q LI Mm ℓ α (ℓ – α) + Quando a ligação entre a superestrutura e a infraestrutura transmitir mo- mentos fletores, tem-se as pontes em pórticos. Nesse modelo de estrutura, as vigas têm continuidade com os pilares, sendo assim utilizadas para diminuir a altura da viga reta, devido à redução da parcela do momento máximo que ocorre. Esse sistema é utilizado quando há pilares esbeltos, existindo a neces- sidade de reduzir o comprimento de flambagem, e também devido à mínima manutenção pela inexistência de aparelhos de apoio, conforme afirma Leo- nhardt (1979). Geralmente, em pontes em pórticos, os pilares são inclinados, sendo assim transferida uma grande carga de compressão, que terá que ser absorvida por fundações inclinadas, sendo uma boa solução para terrenos com bom suporte de carga, segundo Pinho e Bellei (2007). 13Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal Nesse tipo estrutural, parte da flexão da viga é transmitida para os pilares, possibilitando a redução dos momentos fletores na superestrutura à custa da flexão da infraestrutura. A Figura 12 ilustra a comparação da distribuição dos momentos fletores nos esquemas de ponte em viga e de ponte em pórtico, para uma carga uniformemente distribuída na superestrutura. Figura 12. Ilustração do comportamento das pontes em viga e em pórtico. Fonte: Adaptada de El Debs e Takeya (2009). Para saber mais sobre linhas de influência de vigas e pórticos, leia o Capítulo 4, “Su- perestrutura das pontes. Vigamento principal em concreto armado”, do livro Pontes em concreto armado: elementos de projetos, solicitações, dimensionamento, de Walter Pfeil (1979). Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal14 1. Uma ponte que apresenta o tipo estrutural em forma de ________ tem um comportamento interessante devido à possibilidade de ter os esforços de flexão ________ em função da sua forma; em caso de ________ de concreto, a possibilidade de redução da flexão é adequada ao material. Com relação ao parágrafo mencionado, marque a alternativa que apresenta o preenchimento correto das lacunas. a) laje, reduzidos, laje. b) arco, reduzidos, arco. c) arco, aumentados, laje. d) viga, reduzidos, arco. e) viga, aumentados, arco. 2. Com relação aos elementos que constituem a estrutura de uma ponte, marque a resposta correta. a) Superestrutura: é a parte destinada a receber diretamente as cargas provenientes do tráfego. b) Infraestrutura: é encarregada de receber os esforços da superestrutura. c) Mesoestrutura: é a parte com a função de transmitir ao terreno os esforços provenientes da mesoestrutura. d) Mesoestrutura: é encarregada de receber os esforços e transmiti-los diretamente para o terreno. e) Infraestrutura: é a parte com a função de transmitir os esforços provenientes apenas da superestrutura. 3. Os tipos de solicitações que devem ser consideradas ao projetar uma ponte são: a) as cargas variáveis. b) as cargas móveis, permanentes e constantes. c) as cargas excepcionais e permanentes. d) cargas permanentes, variáveis e excepcionais. e) cargas permanentes, variáveis, excepcionais e constantes. 4. Para o dimensionamento do vigamento principal de uma ponte, utiliza-se as solicitações calculadas para as seções transversais, sendo as mais frequentes: a) o momento fletor e o esforço tangencial. b) o esforço normal e o esforço cortante. c) os momentos fletor e torsor e o esforço cortante. d) os momentos fletor e normal e o esforço cortante. 15Superestrutura: distribuição dos esforços no tabuleiro e no vigamento principal e) o esforço cortante e os momentos tangencial e torsor. 5. Com relação às linhas de influências, marque a alternativa correta.a) O processo para determinação das linhas de influência se dá por meio de diagramas de esforço normal. b) As superfícies de influência descrevem o efeito do momento fletor, da força cortante, entre outras, em um determinado ponto da laje, produzindo por uma força unitária atuante em outro ponto qualquer da superfície. c) O processo para determinação das linhas de influência pode ser dado para uma única posição de uma carga unitária. d) As linhas de influência podem ser traçadas com maior rapidez, utilizando-se os processos baseados em teoremas gerais dos sistemas inelásticos. e) O processo calculado por meio dos diagramas de solicitações só é conveniente para estruturas complexas. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7188: carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e outras estruturas. Rio de Janeiro, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas: procedimentos. Rio de Janeiro, 2003. EL DEBS, M. K.; TAKEYA, T. Introdução às pontes de concreto: texto provisório de apoio à disciplina de pontes SET 412. São Carlos, 2009. (Apostila). FELIPPE FILHO, W. N. F. Avaliação dos coeficientes de impacto utilizados no cálculo de pontes rodoviárias via análise dinâmica de estruturas. 2008. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil) - Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2008. FERNANDES, A. V. B.; CORREIA, V. C. Uma introdução ao estudo das pontes em viga. Ciências Exatas e Tecnológicas, Aracaju. v. 4. n. 1. p. 115-138, mar. 2017. FERREIRA, R. T. L. Sistemas estruturais: pontes em viga, treliça e em laje. Nova Xavantina: Universidade do Estado de Mato Grosso, 2015. FONTANA, P. 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