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Curso: Direito - Fase: 8ª - Matutino e Noturno - 2020. 1 Disciplina: PESQUISA EM CIÊNCIA JURÍDICA – PROJETO de TCC Prof.ª. Mestre Samantha Stacciarini. E-mail: samantha@unifebe.edu.br PROJETO DE TCC Acadêmico(a): Nome: Kalyne Beatriz Junkes Assinatura ____________________________________ Professor(a) Orientador(a): Danielle Mariel Heil CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRUSQUE – UNIFEBE KALYNE BEATRIZ JUNKES UMA ANÁLISE JURÍDICA ACERCA DA INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR daS pessoaS com deficiência à luz dos direitos fundamentais E HUMANOS BRUSQUE 2020 KALYNE BEATRIZ JUNKES UMA ANÁLISE JURÍDICA ACERCA DA INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR daS pessoaS com deficiência à luz dos direitos fundamentais E HUMANOS Projeto de TCC submetido ao Centro Universitário de Brusque – Unifebe, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador(a): Profª. Danielle Mariel Heil. BRUSQUE 2020 SUMÁRIO DO PROJETO DE TCC 1 título provisório..........................................................................................4 2 delimitação do tema...................................................................................4 3 justificativa......................................................................................................4 4 formulação do(s) problema(s)..............................................................5 5 construção das hipóteses........................................................................5 6 objetivos..............................................................................................................7 6.1 objetivo geral....................................................................................................7 6.2 objetivos específicos......................................................................................7 7 metodologia (métodos e instrumentos da PESQUISA) ...........7 8 estrutura do tcc – (revela o “sumário” do TCC) ......................8 9 revisão de literatura (capítulos de FUNDAMENTAÇÃO) .......9 9.1 proteção jurídica da pessoa com deficiência...................................9 9.2 direitos humanos e princípios fundamentais..................................10 9.3 capacidade civil, inclusão social e escolar..................................12 10 cronograma de pesquisa.........................................................................16 11 referencias......................................................................................................16 12 dados do acadêmico...................................................................................16 1 Título provisório A pesquisa apresenta uma análise jurídica acerca da inclusão social e escolar das pessoas com deficiência, à luz dos direitos fundamentais e humanos. 2 Delimitação do tema O trabalho a ser produzido na área dos Direitos Humanos, tem como finalidade mostrar a proteção da pessoa com deficiência com base na legislação atribuída no âmbito jurídico brasileiro, para verificar o acolhimento dessas pessoas por parte dessas leis, bem como pesquisar quais as ações tomadas para que seja efetiva a inclusão social e escolar desses indivíduos. Além disso, o estudo visa abordar os direitos e garantias fundamentais de cada pessoa com deficiência. Por este motivo, se torna essencial analisar as legislações vigentes para constatar se a pessoas portadora de deficiência está civilmente protegida. Nesta perspectiva encontra-se a necessidade de buscar meios para inserir todos os seres humanos na sociedade e na educação seguindo os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana. 3 Justificativa A investigação pretende esclarecer a necessidade da proteção de uma pessoa com deficiência pelo ordenamento jurídico, bem como a importância da integração de todos à sociedade e a educação. Assim, a pesquisa pretende adentrar na questão da capacidade civil do indivíduo, como também analisar quando há necessidade de outrem ser responsável por tal pessoa, como também tomar decisões em nome desta. Neste sentido, é preciso que seja realizada uma análise minuciosa quanto à legislação vigente, em relação aos direitos adquiridos pelas pessoas com deficiência, para então verificar se estão realmente protegidos. Na seara da inclusão e escolar, precisa listar seus pontos positivos e negativos, levando em conta as pessoas com deficiência intelectual grave, para analisar a obrigatoriedade da educação básica a todas as pessoas de 4 a17 anos. Assim, a pesquisa busca verificar se o indivíduo com deficiência está sendo o alvo da legislação, para constatar a qualidade do atendimento desse indivíduo, bem como a necessidade do atendimento profissional e educacional e o acompanhamento do seu desenvolvimento por profissionais qualificados. 4 Formulação do(s) problema(s) a) O que define uma pessoa com deficiência? b) Qual a proteção jurídica da pessoa com deficiência? c) Quais as medidas tomadas pelo ordenamento jurídico para que a pessoa com deficiência seja incluída, tanto socialmente como na educação básica? 5 Construção das hipóteses a) Com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei nº 13.146, art. 2º: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Segundo a ICIDH (Geneva,1993) a deficiência é a perda ou anormalidade de estrutura ou função, seja ela psicológica, fisiológica ou anatômica, podendo ser de forma permanente ou temporário. A deficiência em si, não é sinônimo de doença, sendo o deficiente apenas possuidor de certas limitações e/ou incapacidades, sejam elas mentais ou físicas. A convenção dos Direitos das Pessoas com deficiência – ONU/2006 aduz que “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas” A deficiência também é conceituada pela Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, no preâmbulo, alínea “e”: [...] a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. b) Os direitos fundamentais são constituídos por regras e princípios, sendo estes positivados constitucionalmente, onde seu rol não é limitado aos direitos humanos, que visam a existência digna da pessoa, sendo ainda assegurada pelos tribunais internos. (Mathias, 2006, texto digital). Silva (2005, p. 92) complementa que os princípios previstos no Título I da CRFB/88 “são ordenações que se irradiam os sistemas de normas. São, como observam Gomes Canotilho e Vital Moreira, ‘núcleos de condensações’ nos quais confluem valores e bens constitucionais”. Já os direitos humanos, pela definição de Comparato (2018, p. 15), “é o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais.” Para Carvalho (2017, texto digital) Direitos Humanos são: São aqueles direitos inerentes à pessoa humana, que visam resguardar a sua integridade física e psicológica perante seus semelhantes e perante o Estado em geral, de forma a limitar os poderes das autoridades, garantindo, assim, o bem estar social através da igualdade, fraternidade e da proibição de qualquer espécie de discriminação. c) O ser humano chamado de pessoa natural, adquire a qualidade de ser humano, a por isso capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem civil. Essa personalidade portanto, é o conceitobásico da ordem jurídica, sendo consagrada na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade, e estendida a todos os homens (GONÇALVES, 2019). Fábio Ulhoa Coelho (2012, p. 125) discorre que: Toda pessoa natural ostenta o atributo da personalidade. Está, assim, autorizada a praticar qualquer ato jurídico que deseja, salvo se houver proibição expressa. Nem toda, porém, ostenta o atributo da capacidade. De algumas o direito suprime a possibilidade de disporem e administrarem seus bens e interesses diretamente. As pessoas físicas, por outras palavras, dividem-se em capazes e incapazes. As capazes podem praticar os atos e negócios jurídicos sem o auxílio ou a intervenção de outra pessoa. Já as incapazes não podem praticar atos e negócios jurídicos a não ser com o auxílio ou a intervenção de mais alguém. Pode-se entender que todos os seres humanos possuem capacidade de direito, que lhes é indiscutível. Acontece que nem toda pessoa possui a capacidade de fato para exercer sozinhas os atos da vida civil. É necessário nestes casos, a participação de outrem para os representarem ou assistirem. 6 Objetivos 6.1 Objetivo geral O objetivo geral deste projeto pretende abordar os aspectos sobre a inclusão social e escolar, bem como investigar se a necessidade de cada pessoa especial está sendo atendida, a fim de constatar a proteção civil tomadas para melhorar a vida do indivíduo, bem como salientar a inclusão para que a mesma possa atender de forma correta a pessoa com necessidades especiais. 6.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos têm por função nortear os temas a ser aprofundados neste trabalho, e estão identificados abaixo: a) Apresentar os direitos e princípios presentes na constituição e demais legislações, referente a proteção do Ser Humano. b) Demonstrar os conceitos relacionados a pessoa com deficiência para verificar a importância e a necessidade da inclusão deste indivíduo; c) Analisar os aspectos jurídicos da inclusão, tanto social como escolar; d) Constatar todo o envolvimento da população e do ordenamento jurídico para a proteção devida de pessoas com deficiência. 7 Metodologia (métodos e instrumentos da pesquisa) Para desenvolver a investigação será utilizado o método dedutivo, uma vez que a pesquisa inicia com os aspectos gerais (amplos) sobre o estudo dos conceitos e modalidades da proteção jurídica da pessoa com deficiência com a análise sobre as medidas tomadas pelo ordenamento jurídico para em seguida especificar as partes do fenômeno referente ao exame dos direitos e garantias fundamentais e sobre o posicionamento doutrinário e jurisprudencial acerca da inclusão social e escolar. A pesquisa fundamentar-se-á na com a técnica da pesquisa de fontes bibliográficas (doutrina, legislação, artigos científicos, periódicos e jurisprudências em meio eletrônico) e ou documentais (documentos de órgãos públicos via administrativa). Na elaboração do relatório e da referida pesquisa, adotar-se-á a metodologia da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e o Manual de Orientações Metodológicas da Instituição de Ensino – UNIFEBE. 8 Estrutura do TCC - (rEVELA O “SUMÁRIO” DO TCC) O “desenvolvimento” do TCC será realizado em 5 “itens”, sendo: 1 INTRODUÇÃO DO TCC [...] “a qual será realizada posteriormente”. 2 CAPÍTULO I da Fundamentação Teórica da Pesquisa – (grande área jurídica do tema) 2 PROTEÇÃO JURIDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2.1 CONCEITO DE DEFICIÊNCIA 2.2 A PROTEÇÃO JURIDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO AMBITO NACIONAL 2.3 A PROTEÇÃO JURIDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO AMBITO INTERNACIONAL 2.4 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 2.5 O ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 3 CAPÍTULO II da Fundamentação Teórica da Pesquisa – (delimitação jurídica do tema) 3 DIREITOS HUMANOS E PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS 3.1 DIREITOS HUMANOS 3.2 DIREITOS FUNDAMENTAIS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 3.3 PRINCIPIO DA IGUALDADE 3.4 PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 3.5 PRINCIPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO 4 CAPÍTULO III da Fundamentação Teórica da Pesquisa – (problemas e hipóteses - tema) 4 CAPACIDADE CIVIL, INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR 4.1 CAPACIDADE CIVIL – CONCEITO 4.1.1 A PESSOA CIVILMENTE CAPAZ 4.1.2 TOMADA DE DECISÃO APOIADA 4.1.3 INTERDIÇÃO 4.2 CONCEITO DE INCLUSÃO SOCIAL 4.3 CONCEITO DE INCLUSÃO ESCOLAR 4.4 A OBRIGATORIEDADE DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TCC [...] “as quais serão realizadas posteriormente”. 9 REVISÃO DE LITERATURA (CAPÍTULOS DE FUNDAMENTAÇÃO DA ESTRUTURA DO PROJETO) 9.1 PROTEÇÃO JURIDICA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA De início, é essencial esclarecer o que de fato é deficiência e analisar a evolução do termo para então entender o porquê da necessidade de uma proteção especial, pois a percepção da deficiência vêm mudando muito ao longo dos anos e das civilizações. Na Grécia antiga, segundo Lopes (2018 apud PELBART,1989) a deficiência intelectual, ocupava o status de privilegio, pois acreditava-se que essa pessoa era possuidora de uma certa liberdade sob a forma de delírios. A deficiência física, por outro lado, por existir a super valorização do corpo belo e forte com a intenção de favorecer nas guerras, a criança com má formação ou doentes, eram abandonadas à própria sorte para morrer, conforme indica Pacheco e Alves (2007, p. 2). Já na Idade média, o deficiente ocupava a posição de ser sagrado, pois segundo o Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD, 2008) o indivíduo era portador de uma marca, sendo esta o sinal de diferença e, neste sentido, o diferente era assinalado e só podia ser assinalado por Deus. O crescimento de pessoas com deficiência, principalmente física, cresceu consideravelmente após as duas Grandes Guerras Mundiais. O blog Freedom (2017, texto digital) afirma que eram chamados de “os incapacitados” por influência da mídia da época, pois suas capacidades eram reduzidas devido aos ferimentos causados por tais eventos. Posteriormente, a mesma expressão passou a significar “pessoas com capacidade residual”. Lopes (2018 apud PESSOTI, 1997) afirma que: O filósofo Hipócrates, considerado o “pai da medicina” (460–377 a.C.), conectou o que denominou “loucura” a implicações orgânicas. Nesse sentido, foi pioneiro ao propor uma interpretação conectada a doenças ou deficiências baseadas em origens e manifestações biológicas. Com o surgimento do Cristianismo temos a modificação da visão do homem para um ser racional, sendo este a criação e manifestação de Deus. Com a presença desta crença tão forte na população mundial, acreditava-se que os deficientes eram merecedores de cuidados, sendo eles portadores de deficiência mental ou física (PACHECO E ALVES, 2007). Por acreditarem nesta visão, até os dias atuais, as manifestações pelos direitos das pessoas com deficiência começam a aparecer, sendo um dos marcos o Movimento pelos Direitos da Pessoa com Deficiência em 1962, nos Estados Unidos. Em resposta a tal movimento, cria-se o primeiro Centro de Vida Independente em todo o mundo. Tal movimentação alcança o Brasil, em sua Constituição Brasileira de 1967, que introduz o uso do termo “deficiente” com a Emenda Constitucional nº 1/1969 (Freedom, 2017). Com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei nº 13.146, art. 2º: Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Segundo a ICIDH (Geneva,1993) a deficiência é a perda ou anormalidade de estrutura ou função, seja ela psicológica, fisiológica ou anatômica, podendo ser de forma permanente ou temporário. A deficiência em si, não é sinônimo de doença, sendo o deficiente apenas possuidor de certas limitações e/ou incapacidades, sejam elas mentais ou físicas. A convenção dos Direitos das Pessoas com deficiência – ONU/2006 aduz que “Pessoascom deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas” A deficiência também é conceituada pela Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, no preâmbulo, alínea “e”: [...] a deficiência é um conceito em evolução e que a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. 9.2 DIREITOS HUMANOS E PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS Inicialmente vale lembrar que direitos fundamentais e direitos humanos não são sinônimos, e sim distintos entre si. Tal distinção, fora elaborada pela doutrina jurídica germânica (Grundrechte). (Comparato, 2018, p. 71) Os direitos fundamentais, conforme cita Lembo (2007, p. 7), “são os direitos naturais da pessoa elevados a nível constitucional, ou seja, positivados pelo legislador constituinte”. Silva (2005, p. 92) complementa que os princípios previstos no Título I da CRFB/88 “são ordenações que se irradiam os sistemas de normas. São, como observam Gomes Canotilho e Vital Moreira, ‘núcleos de condensações’ nos quais confluem valores e bens constitucionais”. Os direitos fundamentais são constituídos por regras e princípios, sendo estes positivados constitucionalmente, onde seu rol não é limitado aos direitos humanos, que visam a existência digna da pessoa, sendo ainda assegurada pelos tribunais internos. (Mathias, 2006, texto digital) Lembo (2007, p. 3) baseado na obra de Jacques Mourgeon, nos lembra que “a expressão direitos fundamentais, na realidade, congrega uma série de direitos que objetivam a preservação da pessoa humana e seus atributos.” Para Siqueira e Piccirillo (2009, texto digital): A expressão direitos humanos tem sido utilizada pela doutrina para identificar os direitos inerentes à pessoa humana na ordem internacional, enquanto que a expressão, direitos fundamentais refere-se a ordenamentos jurídicos específicos, ao reconhecimento de tais direitos frente a um poder político, geralmente reconhecidos por uma constituição. Já os direitos humanos, pela definição de Comparato (2018, p. 15), “é o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais.” Para Carvalho (2017, texto digital) Direitos Humanos são: São aqueles direitos inerentes à pessoa humana, que visam resguardar a sua integridade física e psicológica perante seus semelhantes e perante o Estado em geral, de forma a limitar os poderes das autoridades, garantindo, assim, o bem estar social através da igualdade, fraternidade e da proibição de qualquer espécie de discriminação. A expressão direitos humanos chegou ao século XXI com grande força e vitalidade, sendo esta utilizada em manifestações tanto na sociedade civil como na política, com o objetivo de pleitear direitos nas mais distintas reinvindicações. (Guerra,2017, p. 41) Mas não podemos negar a conexão entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, pois a substância é a mesma. Alvarenga (texto digital) utiliza das palavras de Brandão para explicar que: A diferença entre ambos é de forma, e não de conteúdo, haja vista que os direitos humanos são institutos jurídicos do direito internacional; ao passo que os direitos fundamentais são institutos jurídicos do direito interno, integrantes do sistema constitucional de norma fundante do ordenamento jurídico interno. E, no caso brasileiro, "a concretização da CF/88 subordina-se, inescapavelmente, à efetividade dos direitos fundamentais". Dentre outros aspectos abordados pela Constituição Federal de 1988 encontrado em seu artigo 1º é a dignidade da pessoa humana, onde segundo José Carlos Vieira de Andrade são “direitos de todos os homens, em todos os tempos e em todos os lugares”. Assegura ainda os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil no art. 3º e seus incisos, sendo dentre eles a construção de uma sociedade livre, justa e solidaria, bem como a garantia de desenvolvimento nacional. Ainda instituído na Constituição Federal, o artigo 5º apresenta os direitos e garantias fundamentais, informando que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se os brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade [...]”. Afirma ainda que “são direitos sociais a educação [...] conforme descrito no artigo 6º, CF. 9.3 CAPACIDADE CIVIL, INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR Inicialmente precisamos esclarecer que todo aquele que nasce com vida é considerado uma pessoa, ou seja, possuidor de personalidade. Esse ser chamado de pessoa natural, adquire a qualidade de ser humano, a por isso capaz de adquirir direitos e obrigações na ordem civil. Essa personalidade portanto, é o conceito básico da ordem jurídica, sendo consagrada na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade, e estendida a todos os homens (GONÇALVES, 2019). Gonçalves (2019, p. 98) nos ensina que nem sempre a personalidade teve proteção jurídica. O escravo por exemplo, no direito romano, era tratado como coisa, “desprovido da faculdade de ser titular de direitos e ocupava, na relação jurídica, a situação de seu objeto, e não de seu sujeito”. O reconhecimento dessa qualidade a todos os homens é, portanto, uma conquista da civilização jurídica atual. O Código Civil de 1916 informava em seu artigo 2º, que o homem era capaz de direitos e obrigações, sendo o conceito de capacidade entrosado com o de personalidade. Por isso, pode-se concluir que a capacidade é a medida da personalidade. (VENOSA, 2013) Para Venosa (2013, p. 139) na acepção jurídica todo ser humano é uma pessoa, portanto todos são possuidores da capacidade jurídica estabelecida pelo Código Civil no artigo 1º. Denomina-se esta como capacidade de direito. Afirma ainda que todo ser humano é sujeito de direitos, agindo por vontade própria ou por meio de outrem que o represente, mas que nem todos os seres humanos são detentores da capacidade de fato. A capacidade de fato é o exercício ou aptidão para que o indivíduo possa adquirir direitos e contrair obrigações pessoalmente, sendo por conta da idade ou estado de saúde da pessoa. Neste mesmo seguimento, Fábio Ulhoa Coelho (2012, p. 125) discorre que: Toda pessoa natural ostenta o atributo da personalidade. Está, assim, autorizada a praticar qualquer ato jurídico que deseja, salvo se houver proibição expressa. Nem toda, porém, ostenta o atributo da capacidade. De algumas o direito suprime a possibilidade de disporem e administrarem seus bens e interesses diretamente. As pessoas físicas, por outras palavras, dividem-se em capazes e incapazes. As capazes podem praticar os atos e negócios jurídicos sem o auxílio ou a intervenção de outra pessoa. Já as incapazes não podem praticar atos e negócios jurídicos a não ser com o auxílio ou a intervenção de mais alguém. Até mesmo o nascituro é possuidor de direito ou de gozo. Porém, o ato de ter direito não significa que é apto para praticar atos jurídicos em exercícios de seus direitos, pois existem limitações orgânicas ou psicológicas. Portanto, tais pessoas não são possuidoras da chamada capacidade de fato ou de exercício (Gagliano e Pamplona Filho, 2020). Desta forma, pode-se entender que todos os seres humanos possuem capacidade de direito, que lhes é indiscutível. Acontece que nem toda pessoa possui a capacidade de fato para exercer sozinhas os atos da vida civil. É necessário nestes casos, a participação de outrem para os representarem ou assistirem. Para verificar se a pessoa é incapaz de exercer seus atos da vida civil, deve haver previsão legal expressa limitando ou mesmo suprimindo a capacidade do indivíduo. Antes do Estatuto da Pessoa com Deficiência,a única lei que disponha sobra a incapacidade do indivíduo era o Código Civil Brasileiro que dispunha em seus artigos 3º e 4º: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. Contudo, a lei nº 13.146/2015 nos traz referidas alterações em tais artigos, sendo então, de acordo com a legislação em vigor, considerados somente as pessoas com menos de dezesseis anos de idade como absolutamente incapazes. Neste sentido, o Estatuto da Pessoa com Deficiência traz em seu artigo 84 que “a pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas”. 10 Cronograma de pesquisa Especificação/Ano 2 0 2 0 Meses jan. fev. març. abr. maio jun. jul. ago. set. Escolha do tema X X Levantamento bibliográfico X X Apresentação do projeto X Leitura e fichamento de obras X X Escolha do Orientador X Revisão bibliográfica X X Análise crítica do material X X Redação provisória X Especificação/Ano 2 0 2 0 – 2 0 2 1 Meses out. nov. dez. jan. fev. març. abr. maio jun. Redação provisória X Entrega ao Coordenador X Redação definitiva X X X X X X Entrega à Coordenadoria X X Defesa pública X Versão final X 11 Referências ALVARENGA, Rúbia Zanotelli de. Conceito-Objetivo-Diferença entre Direitos Humanos e Direitos fundamentais. LexMagister. Disponível em: . Acesso em: 10 de ago de 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 06 mar. 2020. BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Disponível em: Acesso em: 11 ago. 2020. BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Disponível em: . Acesso em: 06 mar. 2020. CARVALHO, Neudimair Vilela Miranda. Revista Jus Navigandi. Uberlândia. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil: parte geral. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 12. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2019. 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DADOS PESSOAIS DO ACADÊMICO NOME COMPLETO: Kalyne Beatriz Junkes ENDEREÇO: Rua Itapema, nº 150 BAIRRO: Santa Terezinha CIDADE: Gaspar - SC TELEFONES: Res:3018-0548- Coml: 3397-1633 - Cel: 99930-1642 EMAILS : kalynejunkes@hotmail.com/ kalynejunkes@unifebe.edu.br/ kalynejunkes@gmail.com image1.png