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3 DIREITOS HUMANOS E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
5.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Inicialmente vale lembrar que direitos fundamentais e direitos humanos não são sinônimos, e sim distintos entre si. Tal distinção, fora elaborada pela doutrina jurídica germânica (Grundrechte). (Comparato, 2018, p. 71) 
 Os direitos fundamentais, conforme cita Lembo (2007, p. 7), “são os direitos naturais da pessoa elevados a nível constitucional, ou seja, positivados pelo legislador constituinte”. Silva (2005, p. 92) complementa que os princípios previstos no Título I da CRFB/88 “são ordenações que se irradiam os sistemas de normas. São, como observam Gomes Canotilho e Vital Moreira, ‘núcleos de condensações’ nos quais confluem valores e bens constitucionais”. 
Os direitos fundamentais são constituídos por regras e princípios, sendo estes positivados constitucionalmente, onde seu rol não é limitado aos direitos humanos, que visam a existência digna da pessoa, sendo ainda assegurada pelos tribunais internos. (Mathias, 2006, texto digital)
Lembo (2007, p. 3) baseado na obra de Jacques Mourgeon, nos lembra que “a expressão direitos fundamentais, na realidade, congrega uma série de direitos que objetivam a preservação da pessoa humana e seus atributos.”
Para Siqueira e Piccirillo (2009, texto digital): 
A expressão direitos humanos tem sido utilizada pela doutrina para identificar os direitos inerentes à pessoa humana na ordem internacional, enquanto que a expressão, direitos fundamentais refere-se a ordenamentos jurídicos específicos, ao reconhecimento de tais direitos frente a um poder político, geralmente reconhecidos por uma constituição.
Já os direitos humanos, pela definição de Comparato (2018, p. 15), “é o reconhecimento universal de que, em razão dessa radical igualdade, ninguém – nenhum indivíduo, gênero, etnia, classe social, grupo religioso ou nação – pode afirmar-se superior aos demais.”
Para Carvalho (2017, texto digital) Direitos Humanos são: 
São aqueles direitos inerentes à pessoa humana, que visam resguardar a sua integridade física e psicológica perante seus semelhantes e perante o Estado em geral, de forma a limitar os poderes das autoridades, garantindo, assim, o bem estar social através da igualdade, fraternidade e da proibição de qualquer espécie de discriminação. 
A expressão direitos humanos chegou ao século XXI com grande força e vitalidade, sendo esta utilizada em manifestações tanto na sociedade civil como na política, com o objetivo de pleitear direitos nas mais distintas reinvindicações. (Guerra,2017, p. 41)
Mas não podemos negar a conexão entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, pois a substância é a mesma. Alvarenga (texto digital) utiliza das palavras de Brandão para explicar que:
A diferença entre ambos é de forma, e não de conteúdo, haja vista que os direitos humanos são institutos jurídicos do direito internacional; ao passo que os direitos fundamentais são institutos jurídicos do direito interno, integrantes do sistema constitucional de norma fundante do ordenamento jurídico interno. E, no caso brasileiro, "a concretização da CF/88 subordina-se, inescapavelmente, à efetividade dos direitos fundamentais".
Dentre outros aspectos abordados pela Constituição Federal de 1988 encontrado em seu artigo 1º é a dignidade da pessoa humana, onde segundo José Carlos Vieira de Andrade são “direitos de todos os homens, em todos os tempos e em todos os lugares”. Assegura ainda os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil no art. 3º e seus incisos, sendo dentre eles a construção de uma sociedade livre, justa e solidaria, bem como a garantia de desenvolvimento nacional.
Ainda instituído na Constituição Federal, o artigo 5º apresenta os direitos e garantias fundamentais, informando que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se os brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade [...]”. Afirma ainda que “são direitos sociais a educação [...] conforme descrito no artigo 6º, CF.
5.2 PRINCIPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
A dignidade da pessoa humana é considerada um princípio primordial da República brasileira, que faz parte da Constituição Federal de 1988 (artigo 1º, inciso IIII) e serve de norte no sistema jurídico para zelar pelos direitos de todos.
Vale ressaltar que, de alguma forma, indissociavelmente, haverá vínculo entre a dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais, pois os mesmos se fundamentam nela. Caso não ocorra o reconhecimento aos direitos fundamentais de uma pessoa, ocorrerá a negação ao direito à proteção da dignidade humana, e assim sendo, também estará sendo negado o direito a própria dignidade. Por este mesmo motivo, eles se encontram, de alguma forma, no sistema jurídico brasileiro.
A dignidade da pessoa humana estará também, sempre, de alguma forma, ligada à autonomia de cada indivíduo, ao livre arbítrio em construir a sua vida, a sua própria forma de viver. O ser humano deve ser considerado, com base no princípio da proteção à dignidade humana, como um fim em si mesmo, tendo seus direitos e garantias individuais respeitados pela sociedade, e não pode ser instrumentalizado.
Todo cidadão deve ter direito de exercer sua personalidade, assim como seus desejos de foro íntimo, pois, em relação a cada um dos cidadãos, devem ser respeitados os direitos à liberdade, à igualdade e a dignidade de todo ser humano.
De acordo com a Resolução do Conselho da ONU, dispõe que todos os seres humanos nascem iguais e, assim, livres. Cada um deles poderá se beneficiar do conjunto de direitos e liberdades, sem distinções.

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