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UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 16 grupos de alunos com necessidades diferentes, o que faria com que alguns alunos trabalhassem independentemente enquanto outros recebessem sua atenção. Se as escolas pudessem fornecer tutores para todos os alunos, não haveria conflito; instrução direta e individualização podem coexistir. Na prática, entretanto, as salas de aula costumam ter de 20 a 30 alunos; como resultado, uma instrução mais direta (a primeira meta) quase sempre significa menos individualização (a segunda meta). Sua tarefa como professor intencional é equilibrar esses objetivos concorrentes de acordo com as necessidades de alunos e situações específicas. 3.1 O OBJETIVO DA PESQUISA EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL O objetivo da pesquisa em psicologia educacional é examinar cuidadosamente as questões que parecem "óbvias" e as menos que óbvias, usando métodos objetivos para testar ideias sobre os fatores que contribuem para a aprendizagem (LEVIN; O'DONNELL; KRATOCHWILL, 2003). Os produtos desta pesquisa são princípios, leis e teorias. Um princípio explica a relação entre fatores, bem como os efeitos de sistemas alternativos de notas na motivação dos alunos. As leis são simplesmente princípios que foram exaustivamente testados e se aplicam a uma ampla variedade de situações. Uma teoria é um conjunto de princípios e leis relacionados que explica um amplo aspecto da aprendizagem, do comportamento ou outra área de interesse. Sem teorias, os fatos e princípios descobertos seriam como manchas desorganizadas em uma tela. As teorias unem esses fatos e princípios para nos dar uma visão geral. No entanto, os mesmos fatos e princípios podem ser interpretados de maneiras diferentes por diferentes teóricos. Como em qualquer ciência, o progresso na psicologia educacional é lento e desigual. Um único estudo raramente é um avanço, mas, com o tempo, evidências se acumulam sobre um assunto e permitem que os teóricos refinem e estendam suas teorias. Provavelmente é verdade que o conhecimento mais importante que os professores adquirem é aprendido no trabalho – em estágios, enquanto os acadêmicos ensinam ou durante os primeiros anos na sala de aula. No entanto, você, como professor, toma centenas de decisões todos os dias, e cada decisão tem uma teoria por trás dela, independentemente de você estar ciente disso. A qualidade, precisão e utilidade dessas teorias determinam, em última análise, o seu sucesso. Por exemplo, um professor pode oferecer uma recompensa ao aluno com a melhor assiduidade, baseado na teoria de que recompensar a assiduidade a aumentará. Outro professor pode recompensar o aluno cuja assiduidade teve maior melhora, com base na teoria de que são os alunos com mais dificuldades que precisam de maiores incentivos para vir às aulas. Um terceiro professor pode não recompensar ninguém pela frequência, mas, em vez disso, tenta aumentá-la ministrando aulas mais interessantes. Qual plano de professor tem mais chances de sucesso? Isso depende em grande parte da habilidade de cada professor em compreender a combinação única de fatores que moldam o caráter de sua turma e, portanto, aplicar a teoria mais adequada.