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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS DEPARTAMENTO DE ARQUIVOLOGIA E BIBLIOTECONOMIA CURSO DE BIBLIOTECONOMIA LAYDE DAYELLE DOS SANTOS QUEIROZ REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL NO ÂMBITO DO IFAM MANAUS 2014 2 LAYDE DAYELLE DOS SANTOS QUEIROZ REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL NO ÂMBITO DO IFAM Orientadora: Profª. Drª. Célia Regina Simonetti Barbalho MANAUS 2014 Trabalho de conclusão de curso apresentadoao curso de Biblioteconomia da UniversidadeFederal do Amazonas, como requisito paraobtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia. Ficha Catalográfica Layde Queiroz CRB – 11/980 Q3r Queiroz, Layde Dayelle dos Santos. Repositório institucional como estratégia para implantação do plano de desenvolvimento institucional no âmbito do IFAM. / Layde Dayelle dos Santos Queiroz – Manaus: UFAM, 2014. 53 f.: il.; 30 cm. Monografia (Biblioteconomia) – Universidade Federal do Amazonas. Orientador: Profa. Dra. Célia Regina Simonetti Barbalho. 1. Biblioteconomia. 2. Repositórios institucionais. 3. Desenvolvimento institucional. I. Barbalho, Célia Regina Simonetti (Orient.). II. Universidade Federal do Amazonas III Título. CDU: 027.7 3 LAYDE DAYELLE DOS SANTOS QUEIROZ REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL NO ÂMBITO DO IFAM Aprovado em: 22/12/2014 BANCA EXAMINADORA Profª. Drª. Célia Regina Simonetti Barbalho (presidente) Universidade Federal do Amazonas Profª Msc. Tatiana Brandão Fernandes Universidade Federal do Amazonas Msc. Ângela Emi Yanai Universidade Federal do Amazonas Trabalho de conclusão de curso apresentadoao curso de Biblioteconomia da UniversidadeFederal do Amazonas, como requisito paraobtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia. 4 A Deus e aos que comigo caminharam, Dedico 5 “ [...] valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” Fernando Pessoa 6 RESUMO Analisa o Plano de Desenvolvimento Institucional do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas para compor elementos que integrem um modelo de arquitetura de informação para o repositório institucional a ser desenvolvido, amparado pelo estabelecimento de um marco teórico sobre os temas em exame, da análise do PDI, da observação da missão e objetivos institucionais, elencando variáveis que norteiem a sua construção e organização. A pesquisa documental se baseia no PDI (2014 – 2018) para examinar sua contextualização e a situação organizacional real do Instituto a partir da relação entre desenvolvimento institucional e os aspectos geográficos da região, implantação e desenvolvimento de cursos ofertados, correlação pedagógica entre estes e promoção da acessibilidade. Sugere que sejam adotados aspectos no planejamento e desenvolvimento do repositório, observando os fatores que podem ser determinantes para compor a ferramenta, de acordo com a literatura. Considera que a utilização de elementos da arquitetura da informação pode auxiliar na construção de estruturas informacionais que facilitem a navegação e organização do conhecimento, além do atendimento ao prospectado pela Institutição de acordo com o princípio da igualitariedade, possibilitando a inclusão digital e social da comunidade. Palavras-Chave: Repositórios. Arquitetura da Informação. Desenvolvimento Institucional. Acessibilidade. 7 ABSTRACT Analyzes the Institutional Development Plan of the Federal Institute of Education, Science and Technology Amazon to compose parts which an information architecture model for the institutional repository to be developed, supported the establishment of a theoretical framework on the exam topics, the analysis of PDI, the observation mission and institutional goals, listing variables to guide its construction and organization. The documentary research is based on the PDI (2014 - 2018) to examine its context and the actual organizational situation of the Institute from the relationship between institutional development and the geographical aspects of the region, implementation and development of courses offered, teaching correlation between these and promotion accessibility. Suggests that they are adopted aspects in the planning and development of the repository, noting the factors that may determine to make the tool, according to the literature. Considers that the use of information architecture elements can aid in the construction of informational structures to facilitate navigation and organization of knowledge, as well as attending the prospected by the Institution in accordance with the principle of igualitariedade, enabling the digital and social inclusion of the community. Keywords: Repositories. Information Architecture.Institutional development.Accessibility. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Comunidades de pós-graduação e programas de extensão ........... 41 Figura 2 – Comunidades de educação indígena, graduação e EaD ................ 42 Figura 3 – Comunidade de ensino de nível médio técnico ............................... 43 Figura 4 – Comunidade administrativa ............................................................. 44 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Metas quanto à infraestrutura física .............................................. 34 Quadro 2 – Apoio à pesquisa ........................................................................... 36 Quadro 3 – Tecnologias assistivas na arquitetura do repositório ..................... 38 Quadro 4 – Uso das tecnologias da informação ............................................... 39 Quadro 5 – Metas quanto à implantação do repositório ................................... 45 10 LISTA DE SIGLAS EaD Educação a Distância HP Hewlett Packard IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IFAM Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas LIBRAS Língua Brasileira de Sinais MIT Massachussets Institute of Tecnology OAI Open Archives Initiate RI Repositório Institucional PET Programa de Educação Tutorial PDI Plano de Desenvolvimento Institucional PIBID Programa de Iniciação a Docência STJ Supremo Tribunal de Justiça UFPR Universidade Federal do Paraná UNESP Universidade do Estado de São Paulo WSF World Science Forum 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12 1.1 Objetivos ............................................................................................................... 14 1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 14 1.1.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 14 1.2 Justificativa ............................................................................................................ 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 17 2.1 Comunicação científica ........................................................................................mostra a Figura 2, materiais didáticos utilizados no decorrer da ministração dos cursos deverão compor as coleções, de modo a manter disponíveis subsídio ao estudo a toda a comunidade. Além de depositar uma cópia impressa de seu trabalho na biblioteca, o digital no repositório, por meio do auto-depósito para que a biblioteca deposite. Com base no Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o promover uma política de educação à distância e, neste sentido, integrado e harmonioso em nível institucional, composto pelo RI e ações que acompanhem o processo interativo possibilitará formação inicial e continuada aos discentes e docentes, atingindo várias outras Não apenas a EaD será beneficiada já que haverá uma relação estreita entre os saberes gerados por todos. No âmbito institucional, não há obrigatoriedade de depósito de relatórios finais de estágio e trabalhos de conclusão de curso de nível médio técni subsequente e integral, ficando estes na responsabilidade de suas respectivas coordenações. Quando o discente não realiza estágio para concluir o curso, é solicitado que este realize um trabalho de pesquisa. Sabe relevante para que seja depositado e promova a agregação de novos conhecimentos. Na Figura 3, mostra coleção de cada curso no âmbito do repositório. Figura 3 – Comunidade de Ensino de nível médio Técnico Quanto aos documentos administrativos subcomunidades: documentos administrativos propriamente ditos e a produção científica gerada por meio de programas de capacitação. De acordo com a Figura 4, ao organizar o conhecimento resultante d capacitação dos profissionais da recuperação da informação, por meio de sua representação e organização, já que o RI fornece ferramentas e assistência para promover sua encontrabilidade. Não apenas a EaD será beneficiada, mas todas as modalidades de ensino, já que haverá uma relação estreita entre os saberes gerados por todos. No âmbito institucional, não há obrigatoriedade de depósito de relatórios finais de estágio e trabalhos de conclusão de curso de nível médio técni subsequente e integral, ficando estes na responsabilidade de suas respectivas Quando o discente não realiza estágio para concluir o curso, é solicitado que este realize um trabalho de pesquisa. Sabe-se que todo saber gerado no Instituto é relevante para que seja depositado e promova a agregação de novos conhecimentos. Na Figura 3, mostra-se como esta produção deverá compor a coleção de cada curso no âmbito do repositório. Comunidade de Ensino de nível médio Técnico documentos administrativos, deverão ser divididos em duas subcomunidades: documentos administrativos propriamente ditos e a produção científica gerada por meio de programas de capacitação. acordo com a Figura 4, ao organizar o conhecimento resultante d capacitação dos profissionais da Instituição desta, é possível viabilizar a a informação, por meio de sua representação e organização, já que o RI fornece ferramentas e assistência para promover sua encontrabilidade. 44 , mas todas as modalidades de ensino, já que haverá uma relação estreita entre os saberes gerados por todos. No âmbito institucional, não há obrigatoriedade de depósito de relatórios finais de estágio e trabalhos de conclusão de curso de nível médio técnico subsequente e integral, ficando estes na responsabilidade de suas respectivas Quando o discente não realiza estágio para concluir o curso, é solicitado que se que todo saber gerado no Instituto é relevante para que seja depositado e promova a agregação de novos se como esta produção deverá compor a , deverão ser divididos em duas subcomunidades: documentos administrativos propriamente ditos e a produção acordo com a Figura 4, ao organizar o conhecimento resultante da é possível viabilizar a a informação, por meio de sua representação e organização, já que o RI fornece ferramentas e assistência para promover sua encontrabilidade. Figura 4 – Comunidade Administrativa Os documentos administrativos, tais como portarias, resoluções, memorandos, entre outros, estarão relacionados na comunidade destinada a reuni los de modo a preservá política. O que o PDI chama de repositório de projetos, planos e documentos (item 3.4.5.3 do Quadro 5) deverá ser a comunidade Administrativa. Conforme o Quadro requisitos para a criação e implantação do RI. dissertação produzida com tal finalidade, onde é proposta uma série de elementos para o adequado funcionamento do RI. Administrativa Os documentos administrativos, tais como portarias, resoluções, memorandos, entre outros, estarão relacionados na comunidade destinada a reuni los de modo a preservá-los por um período de tempo necessário, estipulado em DI chama de repositório de projetos, planos e documentos (item 3.4.5.3 do Quadro 5) deverá ser a comunidade Administrativa. uadro 5, um estudo deve ser planejado para requisitos para a criação e implantação do RI. No contexto do I dissertação produzida com tal finalidade, onde é proposta uma série de elementos para o adequado funcionamento do RI. 45 Os documentos administrativos, tais como portarias, resoluções, memorandos, entre outros, estarão relacionados na comunidade destinada a reuni- los por um período de tempo necessário, estipulado em DI chama de repositório de projetos, planos e documentos (item , um estudo deve ser planejado para conhecer os No contexto do IFAM há uma dissertação produzida com tal finalidade, onde é proposta uma série de elementos 46 Quadro 5 – Metas quanto à implantação do repositório FONTE: IFAM. PDI, 2014 O PDI prevê, conforme item 3.4.5.4, a criação do RI no período de sua vigência, ou seja, para isto a Instituição deve subsidiar seu planejamento e implantação por meio da disponibilização de recursos humanos capacitados, financeiros e técnicos. A organização em comunidades e subcomunidades deve atentar para o modo como a Instituição está hierarquizada. O organograma do IFAM deverá auxiliar neste processo. Outros componentes devem ser considerados no momento de planejar a ferramenta: a) oferecer busca simples e avançada; b) possibilitar vários tipos de estratégias de busca (operadores booleanos); c) permitir impressão de telas; d) usar recursos que funcionem em ambientes multimídia (vários formatos de arquivos); e) oferecer teclas de atalho; f) ofertar conteúdos compreensíveis para todos os tipos e níveis de usuários; 47 g) instruir quanto às funcionalidades do sistema (menu ajuda e mapa do site, por exemplo); h) oferecer recursos e tecnologias assistivas para usuários com necessidades especiais, entre outras. Leite e Costa (2006) afirmam que os RIs, enquanto ferramentas de gestão do conhecimento científico, agilizam a comunicação deste. Para isto, um modelo de repositório bem estruturado e adequadamente gerenciado deve ser planejado para atender a comunidade a que se destina. Outras comunidades podem ser criadas para atender as coleções de outros documentos, ou de acordo com a demanda institucional. Os serviços oferecidos pelo repositório devem ser divulgados no âmbito da instituição e seus benefícios aos pesquisadores, administradores e acadêmicos. A visibilidade da produção acadêmica depende dos acessos que o repositório possui. Detalhes quanto ao design podem ser adicionados, como a inserção de uma logomarca padrão da instituição na página inicial, assim como os nomes dos Programas, facilitando a identificação da instituição promotora do repositório, conforme já destacado. 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante a análise do Plano de Desenvolvimento Institucional do IFAM realizada no Capítulo 4 desta pesquisa e o real entendimento de quão necessária é a incorporação dos objetivos e metas institucionais aos serviços oferecidos, um modelo de arquitetura da informação para o repositório pode serprospectado. A pesquisa, efetivada por meio de análise documental e bibliográfica, constatou que todos os Campi do IFAM deverão contribuir para que a ferramenta, arquitetada em âmbito institucional, fortaleça programas de pesquisa, ensino, extensão e de divulgação científica e tecnológica, estimule a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico, além da transferência de tecnologias sociais, conforme propõe o PDI. O primeiro objetivo específico, de estabelecer um marco teórico sobre comunicação científica, repositórios e arquitetura de informação foi alcançado no capítulo 2, onde foram discutidos conceitos que corroboram para o entendimento no estudo sobre repositórios e arquitetura informacional. O objetivo de analisar o PDIdo IFAM (2014 - 2018) visando identificar elementos para compor a arquitetura do repositórioe o terceiro objetivo, de extrair variáveis a partir das quais uma proposta de arquitetura de informação fosse elaborada, incluíram a análise do documento, extração das variáveis de análise e a então proposta de arquitetura para o repositório. Estes foram alcançados conforme exposto no capítulo 4 desta pesquisa, por meio da apresentação e discussão dos resultados. Um mapa mental que representa um modelo organizacional para o RI foi elaborado e disponibilizado com o intuito de fortalecer o entendimento do conjunto da arquitetura proposta. Nota-se que o desenvolvimento tecnológico possibilita o acesso a uma variada gama de informações disponíveis na Internet. Cabe aos usuários desta rede não apenas acessar informações, mas também modificá-las e disseminá-las, respeitando os direitos dos autores na geração de novas pesquisas e conhecimentos. 49 Ambientes informacionais digitais como repositórios permitem essa troca de informações e compartilhamento de saberes, favorecendo a reflexão dos indivíduos que a eles têm acesso. No sentido de melhor prestar serviços e produtos informacionais à comunidade, é necessário pensar na vasta gama de usuários que podem vir a utilizar o sistema. Um exemplo é prever que usuários com necessidades especiais poderão utilizar o RI e para isto necessitam de tecnologias digitais e assistivas disponíveis para atender a essas deficiências. Sugere-se que as subcomunidades, subdivisões das comunidades, sejam nomeadas de acordo com os cursos ou programas ofertados, identificando melhor desta forma. Deverá ser estipulado em política de informação e depósito quais formatos de documentos serão aceitos e quais as tipologias abrigadas pelo RI. Neste contexto, recomenda-se a criação do Sistema de Bibliotecas do IFAM, de modo que o RI esteja sob sua responsabilidade direta, já que ambos se complementam em suas funções enquanto guardiões e difusores de conhecimento. O ambiente do repositório deve ser colaborativo e favorável às interações entre pesquisadores, o fluxo informacional deve ser livre e sua organização deve implicar em mais eficácia na recuperação de resultados. Desta forma, o RI deve ser planejado e desenvolvido a partir de elementos da arquitetura da informação, observando os aspectos que cabem ser implantados na ferramenta, de acordo com a literatura. Considera-se que sua utilização pode auxiliar na construção de estruturas informacionais que facilitem a navegação e organização do conhecimento. A pesquisa limitou-se a analisar o documento que estabelece os objetivos e metas institucionais a fim de propor um modelo de arquitetura que se aproximasse das necessidades do IFAM para que, desta maneira, a busca constante pelo atendimento a todos de acordo com o princípio da igualitariedade possibilitasse a inclusão digital e social da comunidade. Sugere-se como trabalho futuro a aplicação desta pesquisa no desenvolvimento do RI do IFAM, haja visto que será uma ferramenta colaborativa que oferece vantagens como visibilidade da instituição, controle e armazenamento da produção científica e administrativa institucional, a preservação da informação a longo prazo, acesso livre, praticidade na recuperação e disseminação da informação e redução dos custos de publicação, além disso, é válido ressaltar que a arquitetura 50 da informação pode oferecer serviços que funcionam como extensões daqueles oferecidos pelas bibliotecas. Deste modo, mais importante que possuir um RI, é preocupar-se se de fato a comunidade se apropria dele de modo adequado, pois o conhecimento construído a partir do correlacionamento de saberes proporcionado por esta ferramenta só será efetivado mediante a interação bem sucedida entre sistema e usuário. 51 6 REFERÊNCIAS AGNER, L. Ergodesign e arquitetura de informação: trabalhando com o usuário. 2. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2009. AGNER, L.; MORAES, A (Orientador). Arquitetura de Informação e Governo Eletrônico: diálogo Cidadãos-Estado na World Wide Web - Estudo de Caso e Avaliação Ergonômica de Usabilidade de Interfaces Humano-Computador. Rio de Janeiro, 2007. 354p. Tese de Doutorado - Departamento de Artes e Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. ALBUQUERQUE, R. L. A. de. Repositório de instituições de ensino superior:composição de políticas para a sua criação. 2013. 133 f. 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É fato que conhecer é incorporar um conceito novo ou original, sobre um acontecimento ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências acumuladas no cotidiano, por meio de experimento, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. A importância de tornar visível a produção acadêmica em universidades tem gerado um aumento no número de Repositórios Institucionais (RI), já que estes são vistos como ferramentas eficazes no que tange à disseminação desta produção de conhecimento. Neste aspecto, o conhecimento científico, racional, sistemático, exato e verificável da realidade, também demanda por ampla divulgação haja vista que: [...] a educação científica é de importância essencial para o desenvolvimento humano, para a criação de capacidade científica endógena e para que tenhamos cidadãos participantes e informados. [...] é um requisito fundamental da democracia e também do desenvolvimento sustentável (WERTHEIN apud PLEITEZ, 2007, p. 02). As colocações do autor, efetuadas no World Science Fórum (WSF) ocorrido em Budapest em novembro de 2003, permitem compreender que o desenvolvimento de processos que articulem a construção do conhecimento com o fortalecimento da cidadania na perspectiva de gerar uma autonomia intelectual e ética no indivíduo, é tarefa essencial quando da exposição dos saberes gerados pela comunidade científica. É possível compreender que a comunicação científica promove o intercâmbio de informações entre membros de determinada comunidade, a partir de regras definidas e controladas pelo contexto onde está inserida. Para Meadows (1999, p. vii), a comunicação: [...] situa-se no próprio coração da ciência. É para ela tão vital quanto a própria pesquisa, pois a esta não cabe reivindicar com legitimidade este nome enquanto não houver sido analisada e aceita pelos pares. Isto exige, necessariamente, que seja comunicada. 13 O compartilhamento dos resultados de pesquisas confere confiabilidade a estes, tendo em vista que a análise realizada pelos pares obedece a critérios que afirmam sua legitimidade. De acordo com Stumpf (2000), a comunicação da ciência possibilita o fluxo de ideias entre aqueles que geram e os que recebem informação por meio de um canal, qual adquire a forma de um produto para que seja possível disseminar o trabalho de pesquisa realizado. Nota-se, pelas colocações da autora, que a comunicação, eficiente e eficaz, do conhecimento produzido, constitui-se elemento integrante do processo de investigação científica. De fato, a obtenção da confiabilidade, qualidade e credibilidade dos resultados obtidos pela pesquisa ocorrem por meio da submissão ao julgamento de outros cientistas. Ao destacar tais questões, Muller (2000, p. 21-34), afirma que: “A ampla exposição dos resultados da pesquisa ao julgamento da comunidade científica e sua aprovação por ela propicia confiança nesses resultados”. É fundamental que o pesquisador esteja consciente de sua responsabilidade social ao divulgar seus resultados, pois a confiança depositada nestes está associada à conduta ética seguida por àquele. Meadows (1999, p. 161) destaca ainda que “[...] a realização de pesquisas e a comunicação de seus resultados são atividades inseparáveis.” No contexto de uma instituição pública esse compromisso fica evidente, já que está intrínseca a responsabilidade social dos recursos aplicados em atividades que retornem em benefícios à sociedade. Por certo, o conhecimento científico pode ser comunicado via diversas modalidades e diferentes suportes, recorrendo à comunicação oral, escrita e digital. Meadows (1999) afirma ainda que os primeiros modelos de comunicação desta natureza foram utilizados desde a Antiguidade pelos gregos, tanto para a promoção de debates nas academias quanto para o registro de temas discutidos em manuscritos, copiados repetidas vezes. No contexto atual, a apropriação das tecnologias da informação e da comunicação para oferecer visibilidade aos saberes favoreceu este processo e a utilização de repositórios institucionais, como forma de ampliar a visibilidade, salvaguardar a produção e disseminar o conhecimento é apontada por estudiosos como o principal instrumento de promoção do acesso aberto. 14 Neste contexto, mais do que possuir uma ferramenta de compartilhamento informacional como um repositório, é necessário arquiteta-la para que atenda aos objetivos pela qual foi criada. Diante do exposto e, considerando que a produção científica gerada deve ter um compromisso social, ser conhecida e útil para a comunidade acadêmica e para a sociedade em geral, é que este estudo foca suas reflexões em torno de um modelo de arquitetura de informação para o repositório institucional a ser criado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), a fim de tornar o ambiente informacional acessível a todos os níveis de usuários. 1.1 Objetivos Diante do cenário exposto, a pesquisa foi desenvolvida com intuito de atingir os seguintes objetivos. 1.1.1 Objetivo Geral Prospectar elementos para compor o repositório do IFAM a partir do seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). 1.1.2 Objetivos Específicos a) Estabelecer um marco teórico sobre comunicação científica, repositórios e arquitetura de informação; b) Analisar o Plano de Desenvolvimento Institucional do IFAM (2014 - 2018) visando identificar elementos que possam compor a arquitetura do repositório; c) Propor uma arquitetura de informação para o repositório institucional do IFAM. 1.2 Justificativa O desenvolvimento da ciência assinala importante papel para os procedimentos da comunicação científica, sobretudo, com o ritmo extraordinariamente rápido que as tecnologias da comunicação e informação afetam todos os setores daeconomia e estratos sociais. Em meio a grande quantidade de informações dispostas na Internet, a sociedade atual necessita de critérios confiáveis que avaliem e qualifiquem os veículos de disseminação, com vistas a permitir maior compartilhamento de 15 conhecimentos, dentro de um projeto amplo de desenvolvimento global das nações e dos povos. Para compreender e aplicar os fundamentos teóricos da comunicação científica é necessário também reconhecer que ela é um processo que media a produção de conhecimento, a busca de legitimidade daqueles que procuram construir novas teorias, por meio, sobretudo, de um reconhecimento público da comunidade acadêmica e da sociedade, além do coletivo que sempre busca nos resultados da ciência uma forma de conduzir suas questões cotidianas de modo a favorecer sua visão de mundo. É evidente que a produção científica disponibilizada em um ambiente digital, como os repositórios, deve atender a requisitos que proporcionem a facilidade de acesso, navegação e recuperação da informação. Neste sentido, o IFAM destaca-se como instituição que gera conhecimento científico em grande escala por todo o Estado e a ausência de um mecanismo de integração entre os campi e preservação dos saberes gerados é fator contribuinte para falhas no processo de comunicação científica. Com a implantação de cursos na Capital e Interior, a tendência é que a grande distância geográfica dificulte o acesso ao que de fato é produzido. Elaborar uma ferramenta que atenda aos diversos públicos que compõe a comunidade do IFAM e também aos demais usuários que utilizarão o RI a partir de qualquer outro ponto do mundo, implica em utilizar elementos da arquitetura da informação para oferecer serviços acessíveis a todos. Desta maneira, visando favorecer a discussão sobre o tema e atingir os objetivos propostos, este trabalho está composto por: a) Introdução, a qual consiste em uma breve exposição de conceitos que visam nortear a pesquisa e situar quanto aos objetivos e a justificativa da pesquisa; b) Capítulo 2, onde a fundamentação teórica permite formar uma base conceitual da pesquisa, tornando compreensíveis os aspectos levantados; c) Capítulo 3, que discorre sobre o percurso metodológico, expondo como a pesquisa foi realizada, bem como suas etapas para o alcance dos objetivos propostos; 16 d) Capítulo 4, o qual discute as variáveis dimensionadas a partir da análise do PDI e apresenta uma proposta de arquitetura da informação para o RI do IFAM; e) As considerações finais apontando as conclusões extraídas do objeto em análise bem como as recomendações oriundas do estudo efetuado. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Com o objetivo de apresentar conceitos e embasar a pesquisa, a fundamentação teórica deste trabalho abordou como elementos constituintes do arcabouço teórico a comunicação científica, os repositórios e as características de suas tipologias, bem como a arquitetura da informação. 2.1 Comunicação científica A comunicação da ciência é fator determinante do grau de avanço de um povo, já que este depende das inovações científicas que gerem amplos benefícios e promovam o bem estar social. Sabe-se que com o advento da escrita houve a possibilidade de não somente preservar o conhecimento, mas tambémde registrá-lo. A oralidade, principal meio de comunicação, permitia a perda de detalhes importantes e podia implicar na mutabilidade da informação. A partir dos grandes avanços e revoluções pelas quais as civilizações passaram, atravessar a barreira do tempo e preservar informações sobre a cultura de povos da antiguidade ou transmiti-la a outros povos, tornou-se possível. É notório que desde o início da civilização, o homem busca meios pelos quais é possível registrar seus conhecimentos. Desta maneira, povos da antiguidade fortaleceram-se e conquistaram sua soberania. Mediante a durabilidade do sinal grafado e a possibilidade de acesso à informação por um número cada vez maior de pessoas, torna-se necessário disseminar informações confiáveis de modo rápido a pesquisadores de diversas localidades do planeta. A partir do exposto, a criação de mecanismos para que o compartilhamento informacional possa ser realizado de modo a acompanhar a velocidade das descobertas, o impacto de seus resultados e o progresso da ciência, é um elemento fundamental, principalmente à Instituições de Ensino e Pesquisa, pela grande massa informacional que geram. As instituições de ensino superior demandaram por disseminar o conhecimento por suas ações não apenas pelo cunho social que possuem, mas também como forma de agregar conhecimento à comunidade. 18 Comunicar o que é gerado nas instituições de ensino e pesquisa significa possibilitar o acesso de pesquisadores às informações antes restritas apenas aos que possuíam vínculo institucional. A propagação dos saberes contribui diretamente para que pesquisadores sejam capazes de alcançar melhores resultados de investigações e cria mecanismos para que estes sejam validados, registrados, conservados, disseminados e utilizados por outros pesquisadores em novos processos de produção de conhecimento. Goffman e Warren (1980) afirmam que a ciência é altamente interdependente, pois cada cientista constrói conhecimentos a partir das pesquisas de seus pares do passado e do presente, deste modo, torna-se evidente a necessidade de um livre fluxo informacional, já que este propicia a geração e aprimoramento de conhecimentos. Neste sentido, Crow (2002) aborda a existência de repositórios institucionais como provedores e expansores do acesso à pesquisa, já que esta ferramenta permite adivulgação do saber produzido pela academia e reduz o monopólio dos periódicos científicos. De fato, eles possuem a finalidade de gerar indicadores tangíveis da qualidade de uma universidade e do conhecimento por ela produzido, ressaltando a relevância científica, social e econômica de suas pesquisas. A comunicação dos saberes, como afirma Bueno (2009), compreende a utilização de recursos, técnicas, processos e produtos (veículos ou canais) para a circulação de informações científicas, tecnológicas ou associadas a inovações ao público leigo. Considerando tais informações e o aumento da quantidade de pesquisas científicas disponibilizadas na Internet, nota-se que gradativamente os pesquisadores estão aderindo às fontes informacionais da web para a aquisição e construção de conhecimento. Case (2002) afirma que a comunicação científica pode ser definida como o processo pelo qual pesquisadores conduzem suas pesquisas e tornam seus resultados conhecidos, seja por meio de canais formais ou informais. A comunicação científica é indispensável em instituições de ensino. As trocas de informações entre os pares favorece a produção científica e oferece visibilidade aos pesquisadores no meio em que se inserem. Com esta finalidade, os repositórios surgem nas instituições, permitindo o fortalecimento da ciência entre a comunidade. 19 2.2 Repositórios No contexto atual, bibliotecas, centros de informação e universidades têm buscado novas alternativas para disponibilizar o acesso e promover o uso da literatura científica por ela gerada. Isto tem ocorrido por meio de novos canais de comunicação, que visam oferecer aos pesquisadores, meios dinâmicos para a troca de informação entre pares. Estes novos canais permitem que o usuário tenha acesso as mais variadas informações, independente da tipologia textual (teses, dissertações, monografias, artigos científicos, anais de congressos, apresentações, relatos de experiência, relatórios técnicos, entre outros), em um ambiente onde podem ser disponibilizadas versões de trabalhos tanto da própria instituição como materiais bibliográficos de outras, publicados ou não, relacionados aos interesses dos pesquisadores. A favor deste tipo de acessoà produção científica, o Open Archives Initiative, ou seja, Iniciativa dos Arquivos Abertos (OAI), onde textos completos de documentos se encontram em diversos formatos e localizações, mas ao utilizarem os mesmos códigos de descrição, tornam-se interoperáveis, reforça a aplicação dos repositórios. Os códigos, conhecidos como tags de metadados, facilitam a recuperação de documentos por possuírem as mesmas características e, conforme Baptistaet al. (2007) e Cardoso Jr. (2007, p. 52) o OAI se define pelos seguintes princípios: a) Auto-arquivamento da produção; b) Uma política de gestão considerando as normas de preservação de objetos digitais; c) Acesso livre para coleta e replicação dos metadados; d) Uso de padrões de metadados (ex: Dublin Core) e protocolos (OAI-PMH) com vistas à solução de interoperabilidade entre outros repositórios e bibliotecas digitais; e) Uso de ferramenta open source (software de código-fonte aberto); f) Baixa barreira do protocolo, o que representa menos esforço para sua implementação, por se basear em tecnologias já difundidas (por exemplo: HTTP, XML, Dublin Core); e g) Interface consistente entre repositórios e seus coletores de dados. Atendendo a tais quesitos, o repositório digital se apresenta, segundo Leite (2009), como uma ferramenta criada para facilitar o acesso à produção científica. É um conjunto de bases de dados desenvolvidas para reunir, organizar e tornar mais 20 acessível a produção científica dos pesquisadores, podendo ser institucional ou temático, dependendo da finalidade. Os repositórios têm sido uma realidade recente nas instituições e por se tornarem mecanismos bem sucedidos, estão cada vez mais presentes em instituições das mais diversas vertentes. É possível que documentos sejam armazenados de modo eficiente, ficando mais visíveis e mais facilmente pesquisados e recuperados, por meio de padrões de interoperabilidade e com metadados (dados sobre o documento) descritivos de maior qualidade. Justamente por ser composto por padrões que interoperam com outras bases de dados, uma vez inserido em um repositório, um documento pode também ser localizado por meio de pesquisas em sites de busca na web, dispensando o acesso direto ao sítio do repositório. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) é o responsável por estabelecer uma política nacional de acesso livre à informação científica, atuando em parceria com entidades como a Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), entre outros, para a construção de sistemas que possam promover o acesso aberto/livre no Brasil, conforme destaca Lima (2009). O IBICT disponibiliza ferramentas open source baseadas em licenças Creative Commons que fazem o gerenciamento de ambientes digitais para acesso aberto/livre. A licença Creative Commons é disponibilizada pela organização de mesmo nome e permite o compartilhamento e o uso do conhecimento registrado no documento por meio de licenças jurídicas gratuitas de direitos autorais de fácil uso e que fornecem ao autor simplicidade e padrões para autorizar o uso de sua obra intelectual, independente de qual seja. Desta maneira, o autor define sem a necessidade de um advogado ou de um intermediário, como sua obra poderá ser utilizada, permitindo, por exemplo, que pessoas compartilhem e usem suas fotos, mas sem permitir que empresas possam lucrar com elas. Como meio de divulgação da produção científica, os repositórios devem possuir estratégias de planejamento e marketing bem elaboradas, além de povoamento, atraindo pesquisadores uma vez que “[...] são promovidos e obtêm 21 financiamento com base no desempenho de pesquisa, no qual o impacto (a citação) constitui um importante indicador” (LEITE, 2009, p. 88). Deste modo, é de interesse dos pesquisadores que suas publicações estejam disponibilizadas na web, sejam textos completos para leitura, download, cópia, distribuição, impressão, busca e criação de links para todo e qualquer usuário que esteja conectado à Internet, de forma livre e pública. Observa-se então que os repositórios tornam-se um mecanismo capaz de favorecer a pesquisa acadêmica por meio do livre acesso, aproximando pesquisadores em vista da produção científica gerada. É importante ressaltar que existem tipos de repositórios e que suas aplicações dependem da finalidade a qual se destinam. 2.2.1 Repositórios digitais institucionais Acerca dos tipos de repositórios, é importante ressaltar inicialmente que eles são ferramentas digitais as quais, independente de tipologia, pretendem sobretudo, desenvolver uma cultura onde a publicação de informações ocorra com mais frequência, moldando-se para facilitar a visibilidade, avaliação e crítica por parte dos pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento ou da própria comunidade, cumprindo o objetivo de investigação, progresso e difusão do saber registrado. A tipologia dos repositórios está relacionada a sua finalidade, conceituando-se como institucional ou temático. Shintaku e Meirelles (2010) afirmam que os repositórios institucionais possuem a finalidade de organizar e disseminar a produção científica das instituições de pesquisa. De acordo com Café et al. (2003), um repositório institucional deve possuir um conjunto avançado de serviços relativos à organização, tratamento, acesso e disseminação do conteúdo digital produzido por uma instituição e sua comunidade com um conteúdo bastante heterogêneo, tanto no que diz respeito à tipologia dos documentos como em relação à multidisciplinaridade. Em uma instituição, o repositório a ela pertencente é responsável por reunir toda produção gerada, disponibilizando, dentro das permissões de cada autor, o acesso aos conhecimentos registrados de maneira a especificar em qual das comunidades ou sub-comunidades existentes na instituição, tal conhecimento originou-se. Estas divisões permitem a organização hierárquica do repositório, 22 facilitando a realização de estatísticas de usabilidade e dos documentos depositados. Os documentos produzidos por pesquisadores e estudantes, tanto de pesquisa como de materiais didáticos, constituem-se nos principais tipos de registros dos repositórios. Além desses, ele pode conter informações sobre as diversas atividades da instituição como eventos e outros programas promovidos pela mesma, contribuindo para transparência e acessibilidade a instituição por meio da disseminação da sua produção para o público em geral. A função principal dos repositórios institucionais consiste, portanto, em preservar e disponibilizar a produção intelectual da instituição, sendo necessária para isto, a participação de uma equipe multidisciplinar formada por bibliotecários, analistas de informação, administradores de arquivos, administradores de departamentos e da instituição, pesquisadores e pessoal envolvido com a política universitária. 2.2.2 Repositórios digitais temáticos Os repositórios temáticos são criados com o objetivo de reunir e preservar documentos de um determinado assunto, independente de vínculos institucionais. Estes repositórios reúnem um conjunto de resultados de pesquisa de uma determinada área do conhecimento, organizados e disponibilizados na rede mundial, utilizando, da mesma maneira que os repositórios institucionais, tecnologias abertas OAI, promovendo a maior acessibilidade à produção dos pesquisadores e à discussão entre seus pares. Segundo Café et al. (2003), as principais características deste tipo são: a) processamento automático dos mecanismos de discussão entre os pares; b) geração de versões de um mesmo documento; c) tipologia variada de documentos; d) auto-arquivamento; e) interoperabilidade entre todos os repositórios temáticos e seus serviços agregados.As características apontadas pelos autores sugerem que o repositório, enquanto ferramenta de promoção do acesso aberto, deve oferecer maior praticidade aos responsáveis pelo mecanismo. 23 Alguns dos repositórios temáticos mais conhecidos são o ArXiv (http://arxiv.org/), para as áreas de matemática, física e ciências da computação, o PubMedCentral (http://www.pubmedcentral.com), para as áreas ligadas à saúde e o CiteSeerX (http://citeseer.ist.psu.edu), para as áreas de informática e ciência da informação. Para o funcionamento dos repositórios é necessário que ele esteja alocado em uma plataforma capaz de armazenar seu conteúdo, indexá-lo e torna-lo disponível, bem como possibilitar sua gestão. 2.3 Plataformas Existem, na atualidade, diversas plataformas para criar e customizar repositórios, tais como Archimede, GNU, CDSware, Fedora, Eprints e o Dspace. O software Dspace, plataforma utilizada pela maioria dos repositórios brasileiros, foi desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pela Hewlett-Packard (HP), para possibilitar a criação de repositórios digitais capazes de armazenar, gerenciar, preservar e dar visibilidade à produção intelectual. É uma plataforma personalizável e adaptável que permite a divulgação da produção científica de qualquer tipo de material digital, garantindo a sua acessibilidade ao longo do tempo. Os documentos são artigos, relatórios, projetos, apresentações em eventos, livros, teses, programas de computador; publicações multimídia, notícias de jornais, imagens, arquivos de áudio e vídeo, coleções de bibliotecas digitais, páginas web, entre outros. Entretanto, a política do Dspace restringe o depósito de documentos, evitando que materiais acadêmicos irrelevantes sejam incorporados ao repositório (DSPACE@MIT, 2010). Por ser um software livre, o Dspace transfere às organizações que o adotam como plataforma para seus repositórios a responsabilidade e os custos com as atividades de arquivamento e publicação da produção institucional. Segundo informações contidas no site do Repositório de Acesso Aberto de Portugal (PROJETO.RCAAP.PT, 2013), além de reunir os documentos de instituições ou organizações, o DSpace desempenha três importantes papéis de facilitador: a) do depósito e a gestão dos documentos e dos respectivos metadados; b) do acesso aos documentos por meio de listas e pesquisas; 24 c) da preservação a longo tempo dos documentos. O depósito pode ser realizado pela instituição ou pelo autor (auto depósito), sendo necessária a prévia autorização deste. O Dspace oferece uma estrutura hierarquizada em coleções, comunidades e subcomunidades, reunindo os documentos de mesma área do conhecimento ou setor, por exemplo. Esta plataforma permite publicar rapidamente a produção científica da instituição, expor os conteúdos nos sites de pesquisa mais comuns, aumentando a visibilidade, além de armazenar em um único local a produção científica. É possível saber que documentos são publicados, que versões e quantos downloads foram realizados. Sayão e Marcondes (2009 p. 45) citam algumas características técnicas e operacionais do DSpace: a) características técnicas: o ambiente operacional a ser utilizado pode ser Unix, Linux ou Windows; utiliza as tecnologias Java e Tomcat Servlet Engine; adota Banco de Dados PostgreSQL, MySQL ou Oracle; motor de busca Lucene ou Google; aceita os mais variados tipos de formatos de arquivos e é extensível via Java API. Por ser compatível com sistemas operacionais abertos/gratuitos, o Dspace é uma alternativa para instituições com poucos recursos. Quanto aos padrões de interoperabilidade, utiliza Protocolo OAI-PMH, Web Services e SRU/SRW; aceita os esquemas de metadados Dublin Core qualificado; identificadores Handle System; quanto a preservação digital, é aderente ao modelo Open Archive Information System (OAIS); o software é focado no problema de preservação digital de longo prazo de materiais de pesquisa depositada e importa/exporta dados no formato XML e padrão METS. b) características operacionais: utiliza o conceito de comunidades; é voltado para repositórios institucionais que publicam materiais para pesquisa e ensino, além de possuir interfaceweb customizável, informação relevante, já que o repositório deve seguir padrões estabelecidos pela instituição. O software Open Source Dspace destina-se à manutenção de repositórios digitais e suas funcionalidades. Reune, armazena, indexa, preserva e dissemina a produção intelectual depositada em formatos digitais, podendo ser instalado em máquinas que utilizem os sistemas operacionais citados, empregando o workflow, ou 25 seja, uma sequência de passos necessários para que se possa atingir a automação do processo de submissão de conteúdos. O uso de softwares livres vem sendo empregado em diversas instituições, fator que já lhes confere a qualidade necessária para implantação e customização. Nosoftware DSpace, a administração do repositório consiste em um conjunto de procedimentos, em sua maioria feitos diretamente em suas páginas. Em suma, é um software com interface web que permite o auto arquivamento de documentos e a sua marcação com metadados. Cada item, menor unidade do repositório, consiste no agrupamento de informações relacionadas ao documento em si, possibilitando a indexação e pesquisa tanto no repositório quanto em bases. Ao mesmo tempo em que favorecem o acesso à produção científica, os repositórios possibilitam o plágio e uso indevido do conteúdo depositado, portanto, deve haver uma política de depósito de documentos eletrônicos, entre eles, os direitos de autor, o qual deve autorizar o acesso a seu documento, seja na íntegra ou parcialmente. Leite (2009, p. 72) salienta, com base nas recomendações para gestores de repositórios feitas pelo projeto DSpace e por Barton e Waters (2004), que devem ser estabelecidas diretrizes para a elaboração das políticas de conteúdos de repositórios institucionais. É necessário que tais políticas sejam explicitadas e estejam disponíveis para os usuários no próprio repositório. Quando se tratar de um repositório institucional, é necessário que a política de funcionamento reflita as decisões tomadas ao longo do planejamento do repositório, em consonância com aquelas estabelecidas pela instituição e/ou biblioteca a que pertence. A política também define os serviços ofertados pelo repositório, os responsáveis por este e informações sobre a usabilidade. Para que as potencialidades dos repositórios institucionais sejam alcançadas, visando bons níveis de comunicação científica, é necessário definir estratégias para a divulgação de documentos e intercâmbio de experiências entre a comunidade científica, tanto no país como no exterior. Desta maneira, a divulgação e promoção do repositório são efetivadas, mediante a própria instituição e a sociedade. Durante o planejamento do repositório e suas especificações, deverá ser estabelecida a sua arquitetura de informação, ou seja, a maneira como estarão dispostas as informações e conteúdos, de modo a facilitar sua recuperação. 26 2.4 Arquitetura da informação Em meados de 1970, o arquiteto Wurman cunhou a expressão arquitetura de informação, que seria um mecanismo para organizar padrões de dados e transformar o que é complexo em algo mais claro para o usuário de determinado sistema. O arquiteto de informação se tornou então, a pessoa responsável pelo mapeamento de informações e pela disponibilização destas, compondo um mapa de como obtê-las. Desta maneira, cada um pode traçar seus próprios caminhos em direção ao conhecimento. A arquitetura da informação envolve a análise, o design e a implementação de espaços informacionais, como sites, bancos de dados, bibliotecas e repositórios. O foco deste tipo de arquitetura é o projeto de estruturas,mais precisamente dos ambientes informacionais, que devem fornecer aos usuários facilidades que tornem suas experiências de busca mais simples e bem-sucedidas. Agner (2009, p. 47) afirma que a arquitetura da informação pode ser compreendida como um conjunto formado por quatro sistemas interdependentes, cada qual composto por regras próprias, que são os sistemas: de organização, de rotulação, de navegação e de busca. O sistema de organização determina como é apresentada a organização e a categorização do conteúdo do repositório bem como o sistema de rotulação, o qual define signos verbais ou a terminologia para cada elemento informativo e de suporte à navegação do usuário. O sistema de navegação determina como se mover no espaço informacional, como localizar o que se precisa dentro do repositório e por fim, o sistema de busca, define as perguntas a serem feitas pelos usuários e as respostas que estes irão obter no banco de dados. O arquiteto da informação deve direcionar seu trabalho para os usuários em potencial, para as estratégias e objetivos do negócio bem com para os princípios e conceitos da usabilidade (PEÓN ESPANTOSO, 2001). Por isso é importante conhecer a comunidade a qual o repositório se destina. Wurman (2005, p. 23) ensina que “[...] os verdadeiros arquitetos da informação dão clareza ao que é complexo, tornam a informação compreensível para outros seres humanos”. O arquiteto da informação serve de elo entre as necessidades técnicas 27 do projeto e os anseios dos usuários produzindo modelos que ilustram o encadeamento das atividades informacionais (LOTTI, 2004). A existência de uma hierarquia de navegação é relevante e, se ela for realmente adequada, não será notada pelo usuário. A rotulação dos menus, opções e índices, por exemplo, textual ou icônica, deve evitar ambiguidades ou termos técnicos que sejam desconhecidos dos usuários. Existem sinônimos, homônimos e diferenças de contexto que podem afetar a compreensão e a coerência dos rótulos, deve-se considerar estilo, apresentação e sintaxe. Agner (2007) afirma que a navegação global em um site mostra os links para as áreas-chave e normalmente está localizada no cabeçalho ou no rodapé da tela. A navegação local permite o acesso a subseções do site, enquanto a navegação contextual é a coleção de referências cruzadas que liga páginas com temas relacionados em outras seções. Existe também o sistema de navegação suplementar, formado por guias, índices, mapas do site e a busca. O mapa do site mostra como chegar até a parte desejada e os mecanismos de busca são elementos deste tipo de navegação, pois cada usuário possui uma maneira diferente de pesquisar e buscar atingir seus resultados. A busca é a maneira pela qual os usuários expressam suas necessidades de informação, digitando palavras na caixa de entrada. Agner (2007) afirma a importância de tais perguntas serem cruzadas com um índice que representa o conteúdo, formado por todos os termos encontrados nos documentos presentes no repositório ou por uma lista com títulos, autores, categorias e informação relacionada. A partir das palavras-chave pesquisadas serão recuperados resultados de busca, os quais bem indexados têm maior chance de atender à necessidade de quem pesquisou. Os metadados, criados para representar cada documento, descrevem e explicam o que eles tratam e se as perguntas realizadas são cruzadas com esses campos, permitindo que os resultados obtidos tornem-se muito úteis. Rosenfeld e Morville (2002) sugerem um sólido planejamento estratégico de arquitetura de informação. É importante conhecer os objetivos do site, os usuários e o contexto no qual todos se relacionam. Discorrem ainda, sobre a relação de 28 equilíbrio entre as necessidades da comunidade usuária da ferramenta e os objetivos da instituição ofertante do sistema. Considerando as necessidades expostas pelos autores, nota-se que planejar um ambiente virtual informacional para o IFAM que reflita a proposta de desenvolvimento institucional é impulsionar seu desenvolvimento, reconhecendo que os repositórios institucionais são ferramentas que dinamizam a comunicação científica no âmbito do Instituto. O PDI, enquanto documento norteador da Instituição, permite estabelecer elementos para favorecer a proposição de um modelo de arquitetura para o repositório, composto por aspectos que atendam a todos os possíveis usuários. Diante do exposto, a análise do documento será fundamental para que o repositório atenda à missão e objetivos institucionais, aumentando o poder de alcance do conhecimentos gerados e possibilitando uma interação dinâmica entre estes e a sociedade. 29 3METODOLOGIA Considerando os objetivos propostos, a pesquisa foi amparada nos procedimentos metodológicos descritos a seguir: a) Análise qualitativa, por meio do método de análise do discurso com intuito de examinar as recomendações do PDI em relação à organização institucional; b) Enfoque exploratório-descritivo, já que os elementos que caracterizam a arquitetura da informação foram observados, analisados, e interpretados sem a interferência do pesquisador, buscando conhecer com maior precisão os fatores que corroboram ou poderão corroborar para a arquitetura do repositório do IFAM. c) A coleta referente às variáveis de análise foi realizada por meio da pesquisa documental realizada nos casos selecionados: i. Análise do Plano de Desenvolvimento Institucional (2014 - 2018) visando identificar os objetivos e missão do IFAM, além das variáveis tomadas como base para propor recomendações quanto à estrutura, organização e navegabilidade no RI; ii. Análise das variáveis identificadas; iii. Contextualização do PDI e situação organizacional real do instituto, sugerindo um modelo de arquitetura para o RI baseado no PDI. 3.1 Variáveis de análise Do Plano de Desenvolvimento Institucional do IFAM foram examinadas: a) relação entre desenvolvimento institucional e os aspectos geográficos da região; b) implantação e desenvolvimento de cursos; c) correlação pedagógica entre os cursos ofertados e, d) promoção da acessibilidade. Os aspectos salientados e analisados no capítulo seguinte dizem respeito aos objetivos e diretrizes que compõem o PDI no que tange a melhoria na oferta de serviços e o acesso à produção científica, onde se inclui o RI. Estes aspectos, quando relacionados ao repositório, permitem identificar fatores essenciais para arquitetá-lo de modo que seja acessível a todo e qualquer usuário e atenda ao exposto no PDI. 30 Visto que o RI deve proporcionar um alcance geográfico amplo ao que é produzido na Instituição, é necessário que a linguagem seja de fácil interpretação, as comunidades do IFAM devem seguir a hierarquia institucional, os cursos devem contribuir para a organização do conhecimento produzido e a tecnologia assistiva deve ser aplicada, a partir da incorporação dos avanços tecnológicos previstos no documento. As variáveis visam estabelecer uma relação entre as metas institucionais expostas no PDI e a organização do repositório, por meio de uma leitura aprofundada no documento que possibilitou sua correlação com os principais elementos constituintes de uma arquitetura de informação e os objetivos institucionais para que a acessibilidade à ferramenta seja efetiva. 31 4 ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS A análise doPlano de Desenvolvimento Institucionalcompreende os anos de 2014 a 2018, visa conhecer o caminho a ser seguido pela Instituição, de forma a cumprir a sua missão e alcançar seus objetivos, vislumbrando um horizonte de cinco anos. Caracteriza a identidade Institucionale, portanto, toda ferramenta ou serviço ofertado deve atender ao que consta no PDI. O IFAM, ao formular diretrizes de ações voltadas à educação e à produção científico-tecnológica,considerou a política nacional de educação definida na Lei № 9.394/96 e os princípios norteadores da equidade, cidadania, ética, preservação do meio ambiente, transparência e gestão democrática, verticalização do ensino e sua integração com a Pesquisa e a Extensão, difusão do conhecimento científico e tecnológico e suporte aos arranjos produtivos locais, sociais e culturais, inclusão de pessoas com deficiência e necessidades educacionais especiais. Os preceitos citados permitem inferir que independente da localização geográfica, o acesso à educação deve ser igualitário, a produção científica gerada e disseminada deve permitir o desenvolvimento dos cursos já implantados e proporcionar a criação de outros, ao passo que o compartilhamento de diferentes saberes correlacionados deve estar bem organizado e possuir uma fácil recuperação. Faz-se necessária a utilização de tecnologias inclusivas para que, atendendo ao preceito citado no PDI, o RI seja de fato uma ferramenta utilizada por todos. A partir da análise do documento, extraíram-se variáveis que norteassem um modelo de organização do RI do IFAM, considerando valores como acessibilidade, inclusão social e respeito à diversidade. 4.1 Aspectos geográficos Os institutos federais de educação, ciência e tecnologia surgiram com uma proposta de expansão do ensino pelo país, promovendo-o nos níveis básico, técnico e tecnológico, incluindo programas de formação e qualificação de trabalhadores, licenciaturas e cursos de pós-graduação latu e stricto sensu. Todos os Campi do IFAM constituem-se em unidades acadêmico- administrativas, possuidoras de autonomia administrativa e financeira, porém, por se 32 tratar de uma ferramenta institucional, o RI deve ser elaborado visando contemplar as necessidades dos mais variados tipos de usuários. Com a finalidade de consolidar e integrar o desenvolvimento local e regional, o RI deve ser arquitetado de forma a oferecer serviços com linguagem simples, já que a distribuição territorial dos Campi abrange várias regiões e o repositório poderá ser acessado de qualquer local do mundo. Ribeiro e Vidotti (2009) afirmam que é necessário atentar à construção e customização do RI, pois este possui um público-alvo e precisa atingi-lo. As cores utilizadas devem ser definidas institucionalmente, levando em consideração fatores como contraste e arranjo, para não causar desconforto no momento do acesso. A possibilidade de acessar remotamente ao conteúdo proporciona comodidade aos usuários, evitando deslocamentos desnecessários já que o acesso aos dados por meio da rede mundial pode ocorrer de qualquer lugar. Por ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os níveis e modalidades, o IFAM deve levar em consideração as demandas sociais e peculiaridades regionais considerando que o Amazonas é um Estado geograficamente extenso e abrange comunidades com diferentes culturas.Deste modo, o RI deve buscar atender ao público reconhecendo suas peculiaridades com observância na construção de ambientes informacionais digitais. Torres e Mazzoni (2007) afirmam que a diversidade humana abrange várias características dos grupos sociais humanos, tais como a cultura, a religião, o idioma, as capacidades e as limitações físicas e cognitivas. Com base nestes elementos, é necessário ressaltar a importância de o RI possuir mais de um idioma que auxilie o processo de busca. Além do português, o inglês e oespanhol são utilizados por várias universidades, já que estes dois últimos são empregados pela maioria da população mundial. Existem ferramentas online que permitem identificar a origem do acesso ao endereço eletrônico do RI, sendo possível conhecer de quais localidades o site é acessado, possibilitando traçar um perfil de usuário de determinada região e a partir de então pensar em ferramentas que facilitem a navegação. É notório que muitos usuários, sejam da capital ou interior do Estado, não possuem familiaridade com ambientes virtuais. Para isto, o Mapa do Site, ferramenta geralmente disponível a partir de um Menu na tela principal, deverá informar de maneira simples como chegar até a informação desejada. 33 No que diz respeito às diferenças individuais dos usuários, Badre (2002) as divide em quatro categorias: a) conhecimento, experiência e habilidades: dizem respeito à educação dos usuários, nível de leitura, experiências, habilidades e competências, estratégias para resolução de problemas dentre outros aspectos. São fatores que interferem no grau de compreensão das informações como estão organizadas no RI; b) personalidade: relacionada ao temperamento dos usuários e níveis de tolerância e motivação. O autor ressalta que esses aspectos interferem diretamente no momento em que os usuários estão navegando em um ambiente informacional digital em busca de informações; c) atributos demográficos e físicos: são relacionados à idade, sexo, status social dentre outros aspectos; e os atributos físicos referem-se às capacidades e limitações físicas. Cada usuário terá seu modo de navegar no RI, desenvolverá métodos de busca e utilizará conceitos adquiridos por sua vivência durante as buscas; d) níveis de usuários: estão relacionados à execução das atividades no ambiente digital. Os usuários podem ser classificados em novatos, intermediários, experientes e experts (especialistas), de acordo com a experiência de navegação adquirida no RI. Nota-se que levar em consideração as categorias expostas ao elaborar um sistema é fundamental para este ambiente seja acessível a todos. Independente do grau de conhecimento do usuário, sua motivação ou características físicas, o RI deverá ter sua arquitetura planejada para que as informações estejam organizadas de modo compreensível levando em consideração as possíveis dificuldades de acesso que os usuários poderão encontrar. A ferramenta de busca avançada, comum a vários ambientes de pesquisa online, permite que um conjunto de palavras inseridas na barra de busca pelo usuário dê origem a uma estratégia de pesquisa, formulada pelo próprio sistema, recuperando melhores resultados. Esta ferramenta está geralmente associada a existência de operadores booleanos (AND, OR e NOT) que combinam palavras para recuperar respostas mais precisas. 34 Este recurso é fundamental na arquitetura de um repositório, pois permite a economia de tempo do usuário, a partir de mecanismos que tornem o processo de busca rápido e prático. A existência de um menu de ajuda é ideal para explicar a utilização de cada operador, haja visto que usuários novatos podem encontrar dificuldades. O compartilhamento de dados poderá ocorrer por meio de links direcionadores a diversas redes sociais, proporcionando ampla divulgação do repositório e por consequência à produção científica gerada pela instituição, ampliando sua visibilidade. 4.2 Implantação e desenvolvimento dos cursos ofertados pelo IFAM Na busca por inovações tecnológicas e difusão de conhecimentos científicos, o IFAM promove ações que estimulam a pesquisa básica e aplicada e além de desenvolver atividades de extensão em conformidade com os princípios e finalidades da educação profissional e tecnológica em articulação com o mundo do trabalho e os segmentos sociais. A partir deste pressuposto, a segmentação dos usuários e a organização das unidades acadêmicasdevem ser planejadas, a fim de estabelecer uma arquitetura que contemple desde as necessidades do usuário e objetivos do site até o design visual, fundamental para uma navegação agradável. Batley (2007) comenta que a Arquitetura da Informação não está apenas relacionada à criação de estruturas, mas também à funcionalidade contida nelas. É fundamental ressaltar que o RI deve atender a todos os públicos da Instituição, desde o ensino médio até a pós-graduação. A relação etroca de informações entre os diversos níveis de educação que a instituiçãooferece corrobora para o desenvolvimento dos alunos dos cursos por ela oferecidos, já que ao utilizarem a ferramenta, pesquisadores terão fontes confiáveis para trabalhos e além de ampliar a visibilidade de suas produções, elevando seus índices de citação. Como ferramenta interativa, os RI’s permitem a criação de perfis de interesse onde o usuário, ao cadastrar-se, seleciona assuntos relevantes e recebe alertas assim que novas pesquisas são adicionadas à base. É um serviço de disseminação seletiva da informação adaptado ao repositório e necessário para despertar o interesse do público a ser atingido. 35 O PDI, de acordo com o Quadro 1, busca promover a expansão e modernização da infraestrutura física do IFAM e no que tange as metas estabelecidas, o RI se configura como essencial para o atendimento de tal expectativa. Quadro 1 – Metas quanto à infraestrutura física FONTE: IFAM. PDI, 2014. Enquanto ferramenta que promove o fluxo informacional e comunicacional em uma instituição, o RI atenderá às metas expostas no Quadro 1. Por meio dele, os Campi terão acesso de forma mais simples ao que é gerado, a administração terá maior controle sobre documentos administrativos e a comunidade externa terá acesso ao que antes era restrito aos que possuem vínculo institucional, aprimorando o compartilhamento de dados, sejam administrativos ou acadêmicos. A disponibilização de rede wireless fomentará o acesso ao site, que deve possuir interface adaptável a aparelhos como celulares e tablets. O aprimoramento do compartilhamento de dados será efetivado por meio da arquitetura proposta, obedecendo à missão e objetivo institucionais e atendimento ao perfil da comunidade. Existem diversos protocolos, iniciativas e softwares que buscam proporcionar acessibilidade na Internet às pessoas com deficiência. Quanto às visuais, programas livres como o LianeTTS e DosVox que narram o que se encontra na tela do computador auxiliam no desempenho de uma série de tarefas, dando aos usuários um nível alto de independência no estudo e no trabalho. 36 Softwares que traduzem o texto para LIBRAS podem ser instalados nas máquinas para atender à comunidade surda. Tais programas oferecem legendas, amplificadores de volume e sintetizadores de voz que facilitam a interação entre usuários surdos e a interface gráfica do sistema. 4.3 Correlação pedagógica entre os cursos ofertados De acordo com o exposto no PDI, uma das finalidades do Instituto é desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e tecnológica, realizando e estimulando a pesquisa básica e aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico. Pautado nisso, o RI deve promover a transferência de saberes por meio da tecnologia de modo a corroborar para a produção científica da instituição. Sua organização deve deixar o usuário independente enquanto navega, sendo claro quanto ao arranjo informacional em seu domínio. Um repositório construído por meio do DSpace, plataforma customizável utilizada pela maioria dos RIs brasileiros, possui uma interface padrão que é obtida após instalação e configuração do software. É possível, no entanto, modificar e adaptar a arquitetura inicial, compondo elementos formais e o conteúdo da interface de acordo com os interesses dos responsáveis por sua manutenção e usuários. A organização do RI deve visar o correlacionamento pedagógico entre os cursos ofertados. A possibilidade de reunir produções de diferentes áreas do conhecimento em uma mesma plataforma contribui para a formação multidisciplinar do discente, além de fortalecer, ampliar e apoiar a pesquisa científica e tecnológica,oferecendo subsídio para futuras publicações. O PDI prevê, conforme o Quadro 2, metas institucionais que pressupõem a geração de saberes, por meio do oferecimento de capacitação do quadro funcional, desenvolvimento de programas de pesquisa e extensão, oferta de cursos de pós- graduação e estímulo à pesquisa aplicada. 37 Quadro 2 – Apoio à pesquisa FONTE: IFAM. PDI, 2014. Conforme o Quadro 2 é de interesse institucional fortalecer e ampliar os programas de pós-graduação, bem como a pesquisa científica e tecnológica como um todo. A multidisciplinariedade informacional pode ser devidamente ordenada a partir da criação de comunidades, subcomunidades e coleções, estrutura proposta posteriormente. Vechiato (2010) afirma que a própria plataforma oferece a organização da informação depositada desta maneira. Ressalta ainda que é interessante que estejam arquitetadas em ordem alfabética em uma estrutura hierárquica, característica padrão do DSpace, para que o usuário localize com rapidez o que busca. A correlação pedagógica é pressuposto tido como meta no PDI, tendo sua aplicação efetivada gradativamente no decorrer da vigência deste planejamento. Para isto, é necessário integrar as modalidades de ensino por meio de ações, onde se enquadra a arquitetura do RI, tornando acessível e articulado o conhecimento gerado institucionalmente. 38 4.4 Promoção da acessibilidade Seguindo a abordagem humanística e democrática proposta pelo PDI, onde os indivíduos são respeitados por suas singularidades, o IFAM busca efetivar a inserção social destes por meio de suas políticas de ensino, pesquisa e extensão, a fim de preconizar os pressupostos da educação inclusiva. Desta forma, percebe-se que diferentes abordagens são necessárias para atender à diversidade de necessidades inerente à espécie humana, de forma a promover o acesso à aprendizagem e ao desenvolvimento de todos. O RI deve ser uma ferramenta integrante de todos os níveis de ensino ofertados, garantindo acessibilidade a toda a comunidade. Vidotti (2009)afirma que tal acessibilidade digital busca tornar um produto ou serviço acessível a uma grande quantidade de usuários, independente de suas características ou sua condiçãoorgânica, por esta razão a composição da arquitetura deve levar em consideração diversas variáveis. A arquitetura do RI deve ser focada nos usuários, otimizando a navegação para que suas necessidades informacionais sejam supridas. A norma ISO 9241-11 (1998, p. 3) define a usabilidade digital como “[...] a capacidade de um produto ser usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto específico de uso” e, pautada neste conceito, a interação entre usuário e sistema pode ser facilitada por meio de softwares assistivos, já que busca-se o acesso igualitário aos serviços oferecidos. Os autores Nielsen e Loranger (2007, p.xvi) também afirmam a importância do usuário nesta interação. A usabilidade está relacionada à facilidade com a qual se utiliza um produto ou serviço, à rapidez com que os usuários aprendem a navegar no sistema e consequentemente à redução do índice de erros ao consultar o RI. Albuquerque (2013) afirma que o RI pode oferecer serviços como: suporte para a definição de coleções e fluxos de depósitos de comunidades específicas; serviços de consulta e suporte ao preenchimento de metadados, incluindo a indexação; suporte via chat, correio eletrônico ou telefone; tira-dúvidas sobre direitos autorais além de recomendar o treinamento de usuários. A avaliação das necessidades da comunidade é umponto forte na elaboração da arquitetura deum repositório, pois voltar-se para a compreensão do modo como os seus usuários se comportam mediante a busca, o uso e a comunicação da 39 informação que é produzida pressupõe que a organização do sistema esteja voltada para aqueles que de fato o manuseiam. Conforme Quadro 3, pode-se perceber que a qualidade da interação entre o usuário com algum tipo de deficiência e o ambiente informacional está relacionadaàs ferramentas de acessibilidade oferecidas pela arquitetura do RI, pois sem estas a navegação torna-se dificultosa e o usuário dependente de um ajudador para realizar suas buscas. Quadro 3 – Tecnologias assistivas na arquitetura do repositório FONTE: Vechiato, 2010 É importante reconhecer que a utilização de ferramentas como as citadas no Quadro 3 são fundamentais para o alcance igualitário da comunidade à pesquisa, como sugere o PDI. 40 Grande parte dos softwares disponíveis para as finalidades citadas é gratuito, o que favorece e desburocratiza o processo de implantação. Não necessitam de computadores com configurações muito avançadas para estarem em funcionamento e, de fato, favorecem o acesso de todos. Deve-se considerar que o ambiente informacional online estará disponível mundialmente por meio da Internet e, portanto, as dificuldades de acesso também poderão estar relacionadas a outros fatores, tais como os equipamentos utilizados pelo usuários e falta de familiaridade com o sistema. Com o intuito de ampliar a utilização das tecnologias da informação em seu âmbito, o instituto tem como metas uma série de subsídios para a implantação do RI e seu adequado funcionamento, conforme quadro 4. Quadro 4 – Uso das tecnologias da informação FONTE: IFAM. PDI, 2014 Conforme expõe o Quadro 4 é de interesse institucional a criação de um RI organizado e hierarquizado. Nota-se que há a necessidade de ordenar a produção documental administrativa separadamente da acadêmica (item 3.4.5 do quadro) e, 41 no que tange este aspecto, uma comunidade destinada a abrigar estes documentos deverá ser instituída no RI. A oferta de rede wirelessfacilitará o acesso à ferramenta, enquanto as visitas in loco deverão averiguar equipamentos necessários para a manutenção do repositório no ar. Por isso, a automatização destes processos por meio do RI favorecerá não somente a preservação a longo prazo da produção orgânica, mas também melhorará o gerenciamento da instituição. 4.5 Uma arquitetura de informação para o IFAM Tomando por base os elementos analisados, o RI do IFAM deve pautar-se na correlação entre todos os seus níveis e modalidades educacionais, atentando para o objetivo e missão institucionais. A arquitetura proposta é composta por fatores que abrangem a possibilidade de utilizar outros idiomas na busca, mapa do site, recursos para busca simples e avançada, criação de perfis de interesse, recursos tecnológicos inclusivos e organização hierárquica das comunidades, subcomunidades e coleções. A estrutura hierárquica sugerida estabelece como comunidades os grupos maiores dentro da Instituição, a saber: a) graduação; b) EaD; c) pós-graduação; d) administrativo; e) nível médio; f) PET/PIBID/PRODOCÊNCIA e, g) educação indígena. Desta forma, documentos gerados por determinada comunidade estarão expostos e relacionados ao nível ou modalidade de formação onde foi gerado. Muitos repositórios que utilizam o DSpace organizam-se em comunidades e coleções, seguindo uma estrutura hierárquica como a proposta nesta pesquisa. Conforme a Figura 1, o RI deverá se subdividir de modo que as comunidades dêem origem a subcomunidades, povoadas por coleções de documentos a elas relacionados. Figura 1 – Comunidades de Pós Conforme exposto, c publicações. Programas de Iniciação Científica e à Docência, por exemplo, terão suas produções diretamente relacionadas a quem as gerou. A comunidade de Pós graduação deverá organizar os documentos digitais depositados de modo que os programas de mestrado e doutorado ofertados estejam em subcomunidades diferentes e estas abrigarão as coleções de acordo com suas tipologias, tais como: a) relatórios finais de estágio; b) relatórios finais de projetos; c) trabalhos de conclusão de curso de graduaç d) trabalhos de conclusão de curso de nível técnico; e) trabalhos apresentados em eventos; f) teses; g) dissertações; h) livros ou capítulos de livros; i) trabalhos defendidos em eventos; j) memorandos; k) ofícios, entre outros. Comunidades de Pós-Graduação e Programas de Extensão Conforme exposto, cada subcomunidade será povoada por suas respectivas . Programas de Iniciação Científica e à Docência, por exemplo, terão suas produções diretamente relacionadas a quem as gerou. A comunidade de Pós graduação deverá organizar os documentos digitais depositados de modo que os programas de mestrado e doutorado ofertados estejam em subcomunidades abrigarão as coleções de acordo com suas tipologias, tais como: relatórios finais de estágio; relatórios finais de projetos; trabalhos de conclusão de curso de graduação; trabalhos de conclusão de curso de nível técnico; trabalhos apresentados em eventos; dissertações; livros ou capítulos de livros; trabalhos defendidos em eventos; memorandos; ofícios, entre outros. 42 por suas respectivas . Programas de Iniciação Científica e à Docência, por exemplo, terão suas produções diretamente relacionadas a quem as gerou. A comunidade de Pós- graduação deverá organizar os documentos digitais depositados de modo que os programas de mestrado e doutorado ofertados estejam em subcomunidades abrigarão as coleções de acordo com suas tipologias, tais como: As categorias definidas nas coleções têm o intu daqueles que estejam em busca de um determinado tipo de material, pois t cursos e programas geram uma produção acadêmica, quando previstos nos Planos de Cursos ou Projetos Pedagógicos de Curso, atividades complementares relacionadas a laboratórios de ensino ou visitas técnicas, quando for o caso. Como mostra a Figura 2, materiais didáticos utilizados no decorrer da ministração dos cursos deverão compor as coleções, de modo a manter disponíveis os materiais de apoio e subsídio ao estudo a toda a comunidade. Figura 2 – Comunidades de Educação Indígena, Graduação e EaD Além de depositar uma cópia impressa de seu trabalho na biblioteca, o discente deverá inserir uma versão ou da entrega de uma versão Com base no Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o IFAM deve buscar promover uma política de educação à distância e, neste sentido, a implantação de um sistema composto pelo RI e ações que acompanhem o processo interativo possibilitará formação inicial e continuada aos discentes e docentes, atingindo várias outras regiões do Estado. As categorias definidas nas coleções têm o intuito de facilitar a pesquisa daqueles que estejam em busca de um determinado tipo de material, pois t cursos e programas geram uma produção acadêmica, quando previstos nos Planos de Cursos ou Projetos Pedagógicos de Curso, atividades complementares elacionadas a laboratórios de ensino ou visitas técnicas, quando for o caso. Como mostra a Figura 2, materiais didáticos utilizados no decorrer da ministração dos cursos deverão compor as coleções, de modo a manter disponíveis subsídio ao estudo a toda a comunidade. Comunidades de Educação Indígena, Graduação e EaD Além de depositar uma cópia impressa de seu trabalho na biblioteca, o discente deverá inserir uma versão digital no repositório, por meio do versão digital para que a biblioteca deposite. Com base no Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, o promover uma política de educação à distância e, neste sentido, um sistema integrado e harmonioso em nível institucional, composto pelo RI e ações que acompanhem o processo interativo possibilitará formação inicial e continuada aos discentes e docentes, atingindo várias outras 43 ito de facilitar a pesquisa daqueles que estejam em busca de um determinado tipo de material, pois todos os cursos e programas geram uma produção acadêmica, quando previstos nos Planos de Cursos ou Projetos Pedagógicos de Curso, atividades complementares elacionadas a laboratórios de ensino ou visitas técnicas, quando for o caso. Como