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Parâmetros de controle da poluição
ambiental
Parâmetros normativos e técnicos nas ações de controle da poluição ambiental.
Prof. Ronaldo Augusto Granha
1. Itens iniciais
Propósito
Conhecer os principais parâmetros adotados no Brasil para tratamento, monitoramento e controle da poluição
ambiental. Debater suas origens e suas formas de aplicação para as empresas, para o meio ambiente e para a
sociedade em geral é essencial no campo de atuação na engenharia.
Objetivos
Identificar a estrutura e os principais componentes da legislação sobre a poluição ambiental.
Reconhecer quais os principais meios para monitorar a poluição ambiental.
Reconhecer os principais instrumentos que definem a qualidade da água, do ar e do solo.
Reconhecer as principais técnicas empregadas no controle da poluição ambiental.
Introdução
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e compreenda os conceitos do controle da poluição ambiental.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
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1. Legislação sobre poluição atmosférica, sonora e hídrica
Importância da legislação específica sobre a poluição
ambiental
Conheça agora os principais pontos que serão abordados neste módulo.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
A ciência contra a poluição
Cada um dos diversos tipos de poluição ambiental (ex.: atmosférica, hídrica, sonora etc.) envolve diversos
tipos de fontes ou origens de lançamentos de resíduos ou efluentes, que podem afetar o meio ambiente e a
biota das mais diversas formas.
É necessário estudar os danos que cada um deles, isoladamente ou combinados com outros
poluentes, causam ao meio ambiente em que são lançados. Assim, é possível viabilizar a definição
de ações a serem realizadas pelas autoridades governamentais, organizações e população, com o
objetivo de preservar o meio ambiente. Esse foi, e continua sendo, o papel da ciência no combate à
poluição ambiental.
Nos últimos 100 anos, inúmeros estudos científicos foram desenvolvidos para determinar as causas de
doenças correlacionadas à poluição. Esses estudos subsidiaram tecnicamente a concepção de legislação e de
regulamentações que previnem ou tratam os efeitos, para nós e para o nosso meio ambiente, do lançamento
de poluentes sem tratamento na natureza.
A evolução do estudo científico da poluição
Durante o século XIX, o mundo já havia testemunhado uma grande evolução do pensamento científico em
diversas áreas de conhecimento, incentivada pela primeira revolução industrial. Mas foi durante o século XX
que o entendimento científico dos riscos da poluição realmente evoluiu.
O século XX começou com o reconhecimento da administração como uma ciência e da administração
científica como sua primeira grande teoria, a qual preconizava a aplicação de métodos científicos para o
estudo do trabalho, bem como a formação de bases de dados estatísticos da produção para a análise e
aproposição de melhorias dos seus processos, por exemplo (MAXIMIANO, 2018). Uma série de métodos e
práticas de registro e tratamento de dados foram desenvolvidos ou aprimorados nesse período.
O pensamento administrativo evoluiu. Chegamos aos anos 1940 com a teoria da burocracia, a qual valorizava
a estrutura organizacional e o controle sobre as operações diárias, e defendia a manutenção de registros
estruturados e detalhados de todas essas operações corporativas.
A ciência médica já estudava os efeitos de agentes poluentes de origem natural ou antrópica ainda
no século XIX, ao analisar as causas de determinadas doenças. A formação de bases de dados
corporativas mais organizadas e disponíveis disponibilizou maior quantidade de dados, melhores
tanto sobre a produção industrial quanto a respeito dos atendimentos médicos ou hospitalares.
A reunião e o cruzamento de dados sobre o tratamento de doenças e da produção industrial permitiu levar a
conclusões sobre as suas possíveis correlações (causa e efeito).
Exemplo
Determinada indústria possui estatísticas registrando o quanto se produzia em certo período, quais eram
os materiais utilizados, os efluentes gerados e o local de seu descarte. Um pesquisador pode cruzar
dados dessa produção com a evolução das ocorrências de determinada doença, buscando correlacionar
o descarte desses efluentes com o aumento de doenças na região. 
Desde o fim do século XIX, governos e organizações privadas vinham patrocinando estudos médicos sobre os
impactos de emissões de poluentes nas pessoas, motivados por dados negativos sobre doenças na época.
Observe que as pesquisas desse período enfocavam a determinação das causas e dos tratamentos de
doenças que atacavam as pessoas (MOURA, 2016, p. 13).
Já havia estudos similares relacionados à criação de animais ou à lavoura, mas ainda sem um enfoque ou uma
preocupação ambiental/ecológica por trás deles. Esse viés ecológico surgiu a partir dos anos 1960.
A gravidade dos danos para as pessoas e a biota revelada por esses estudos levou a ONU, no fim
dos anos 1960, organizar a Conferência de Estocolmo (1972), na qual lideranças políticas mundiais
da época puderam se reunir e definir ações a serem implementadas a partir desse evento, tomando
por base tais estudos.
A importância da disponibilidade de dados para pesquisas
A disponibilidade de dados estatísticos relevantes e confiáveis é fundamental para subsidiar a pesquisa e o
pensamento científico. No estudo dos efeitos dos agentes poluentes, esses dados podem vir de observações
e acompanhamento da evolução de sistemas de produção, dos seus efeitos sobre o meio ambiente, de
relatórios médicos, de medições de concentrações de poluentes no meio ambiente etc.
Muitos estudos podem levar anos para ser concluídos, pois dependem da disponibilidade de dados da
evolução das causas e/ou dos efeitos sobre o que está sendo estudado. Pode ser, por exemplo, a evolução de
doenças sobre determinada população atingida, ou ainda sobre a extensão de poluentes.
Exemplo
Considere dois casos reais de contaminações do meio ambiente: o vazamento de petróleo de um navio
petroleiro ocorrido no Alasca nos anos 1980; e o de uma plataforma ocorrido no Golfo do México nos
anos 1990. Claro que já foram desenvolvidos e publicados vários estudos sobre essas ocorrências e
seus impactos, mas seria perfeitamente possível estudar hoje os efeitos de longo prazo dessas
ocorrências sobre a biota da região. 
Há 100 anos, as pesquisas incluíam o cruzamento manual de informações extraídas de documentos em papel,
já que não existiam computadores eletrônicos, extraídos de fontes, muitas vezes, distantes e limitadas. Nesse
ponto, a evolução dos sistemas de documentação da organizações ajudou muito. A melhoria dos sistemas de
telecomunicações e de transporte, pelos quais se podia encaminhar resultados obtidos em locais de pesquisa
mais distantes, por exemplo, também contribuiu muito positivamente.
Já haviam recursos mecânicos que auxiliavam o processo, como era o caso de máquinas que processavam
cartões de dados, separando-os dentro de algum critério pré-estabelecido, e que estavam disponíveis desde
o início do século XX.
Essa evolução cresceu exponencialmente após a chegada dos computadores eletrônicos ao mercado, a partir
dos anos 1960, o que viabilizou a concepção de meios mais rápidos e mais eficazes de reunião e de
tratamento de dados. A evolução dos sistemas de informação e de comunicação trouxe muitos impactos
positivos para as pesquisas.
A legislação específica
Os resultados dos estudos científicos vêm orientando as autoridades governamentais na proposição de
legislações e de regulamentações que evitem ou restrinjam o lançamento de poluentes na natureza, ou que
tratem seus efeitos pós lançamento.
Muitos desses estudos são patrocinados pelos governos e envolvem o monitoramento após entrada em vigor
desses instrumentos legais e regulatórios.
Legislações e regulamentações sobre a poluição
O Brasil possui amplo conjunto de legislações e regulamentações federais, estaduais e municipais que tratam
da preservação do meio ambientee do combate à poluição. Elas são utilizadas para estabelecer direitos,
deveres, limitações, regras e padrões a serem empregados ou seguidos pela população, pelas organizações e
pelo poder público.
Veja agora as duas leis mais importantes sobre o tema:
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Trata-se de um importante marco legal no Brasil sobre a preservação do meio ambiente e o combate
à poluição ambiental. No seu artigo 23, a constituição estabelece que a proteção do meio ambiente e
o combate à poluição ambiental é de responsabilidade da federação, dos estados e dos municípios,
em conjunto. O artigo 225 amplia o alcance dessa obrigação ao esclarecer que meio ambiente
saudável é tanto direito quanto obrigação de todos no país (BRASIL, 1988).
Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981
Trata-se de uma lei que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). A partir de sua
publicação, diversos instrumentos legais e mecanismos de fiscalização da federação, dos estados e
dos municípios passaram a considerá-la. Também ocorreu a implantação ou a ampliação da atuação
de órgãos governamentais ou privados de normatização e fiscalização sobre a emissão de poluentes.
Note que já havia um conjunto expressivo de legislações publicadas em anos anteriores e que tratavam de
temas relevantes, como o saneamento básico, o manejo da terra, a conservação de florestas etc.
Aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
A PNMA iniciou sua trajetória a partir da década de 1930, quando foram dados os primeiros passos na
elaboração de normativos pioneiros afetos à gestão dos recursos naturais, tais como o Código de Águas e o
Código Florestal, ambos instituídos em 1934 (MOURA, 2016). Desde então, o país tem avançado
gradualmente, tanto no estabelecimento de importantes marcos legais na temática como no processo de
institucionalização das políticas públicas de meio ambiente.
Após a publicação da PNMA em 1981, esse conjunto de instrumentos legais recebeu vários acréscimos
(BARSANO; BARBOSA, 2019). Vamos conferir alguns exemplos?
Lei Federal nº 7.735
Lei de 22 de fevereiro de 1989, que criou o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Lei Federal nº 9.433
Lei de 8 de janeiro de 1997, que instituiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos.
Lei Federal nº 11.516
Lei de 28 de agosto de 2007, que criou o
Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBIO).
Vale observar que o ICMBIO e o IBAMA são órgãos federais voltados para a fiscalização da legislação e da
regulamentação relacionadas ao meio ambiente dentro de suas respectivas competências.
Os órgãos responsáveis pela criação e manutenção das regulamentações incluem o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (Conama), a Agência Nacional das Águas (ANA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) e outros órgãos federais, estaduais e municipais.
Vale observar que as organizações precisam manter-se em conformidade com as legislações e as
regulamentações que regulam as suas atividades, cabendo-lhes então identificar quais são elas e como
devem ser aplicadas as suas atividades de negócio. O mesmo ocorre com a população em geral, que precisa
adequar seus hábitos a essas legislações.
Sobre as legislações e regulamentações estaduais e municipais, vale consultar os órgãos normativos de cada
uma dessas esferas do poder público.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Como evoluiu o estudo científico da poluição ambiental?
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A quem cabe produzir, seguir e verificar a aplicação da legislação
especifica?
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Desde o fim do século XIX, foram realizados muitos estudos a respeito dos impactos da poluição sobre as
pessoas, isso ocorreu devido
A
às decisões da Convenção de Estocolmo.
B
aos reflexos dos debates do evento Rio-92.
C
ao aumento de doenças ligadas à poluição.
D
à iniciativa exclusiva de empresas privadas.
E
à pandemia da gripe espanhola.
A alternativa C está correta.
A ocorrência de várias doenças levou os governos e as organizações privadas a investir na investigação de
suas causas, buscando avaliar os impactos da poluição.
Questão 2
Sobre a origem ou a aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente de 1981 podemos afirmar que ela:
A
cancelou todas as legislações e as regulamentações antigas sobre o meio ambiente.
B
focou apenas a preservação do meio ambiente e ignorou o combate à poluição.
C
levou à revisão ou à criação de legislações e de regulamentação sobre meio ambiente.
D
focou apenas o combate à poluição, ignorando os impactos para o meio ambiente.
E
foi considerada muito fraca e não foi seguida pela população da época.
A alternativa C está correta.
A Política Nacional de Meio Ambiente do Brasil (PNMA) foi muito bem recebida pela população e era uma
das mais modernas no mundo da época. Ela levou à revisão de algumas legislações e regulamentações em
vigor até então, e à criação de outras.
2. Equipamentos de amostragem
Importância dos recursos para monitorar a poluição
ambiental
Confira agora os principais pontos que serão abordados neste módulo.
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O monitoramento da poluição da água e do solo
O crescimento da população mundial foi acelerado pela Revolução Industrial. Com isso, ocorreu a expansão
desordenada das cidades, da produção agrícola, do consumo de água potável e, é claro, do volume de
efluentes lançados no meio ambiente.
Hoje, buscamos soluções para as consequências dessa expansão desordenada. Nesse contexto e focando o
combate à poluição da água e do solo, o monitoramento das fontes de efluentes e da situação das águas e do
solo se mostra fundamental para subsidiar os processos de análise de suas causas e a busca por soluções.
O monitoramento da qualidade das águas
Parece fácil saber se a água está boa para o consumo, não é? Basta olhar a aparência dela. Imagine um rio
com a água turva, malcheiroso, com lixo boiando e sem nenhuma vida. Com essa descrição, pode ser mesmo
recomendável purificar a água antes de consumi-la.
E se a água estiver com aparência límpida (pura), insípida (sem sabor) e sem odor? Claro que estará boa para
o consumo humano, ou para irrigar a lavoura, não é? Será? Não. A boa aparência visual e a ausência de odores
não representam garantia de que a água não apresenta contaminações por poluentes ou microrganismos, por
exemplo.
O fato é que, independentemente de a água estar com a aparência suja ou límpida, é sempre necessário
determinar a sua pureza. Esse é o monitoramento da qualidade das águas que precisa ser realizado de forma
sistemática e constante, pois as condições da água podem mudar rapidamente, já que novos poluentes
podem ser trazidos pela correnteza.
É importante observar que esse monitoramento ocorre por meio da coleta de amostras de água para
análise em pontos selecionados utilizando critérios de amostragem. Essa coleta abrange tanto as
origens identificadas de despejo de efluentes domésticos ou industriais quanto os pontos de
captação das águas para consumo. Mesmo as águas já tratadas, e que circulam pela rede de
distribuição de águas nas cidades, devem ser monitoradas!
No Brasil, a principal referência para a avaliação da água a ser usada é a Portaria Conama nº 2.914, de 12 de
dezembro de 2011, que “dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade” (BRASIL , 2011, n. p.).
Essa portaria estabelece, por exemplo, os padrões de potabilidade a serem atendidos, a periodicidade e a
forma dos testes a serem realizados, os planos de amostragem para os testes, e as competências e as
responsabilidades sobre o tema, entre outros aspectos.
Teste da água em laboratório.
Camadas do solo.
Os testesde avaliação das amostras envolvem a medição
de determinados parâmetros-chave definidos pela
regulamentação — que incluem a acidez (pH), a presença
de cloro, o oxigênio dissolvido, a sua condutividade elétrica
e a temperatura, entre outros — com o emprego de
equipamentos portáteis ou de mesa próprios para isso.
Também é preciso verificar se há presença de material
particulado, coliformes fecais, microrganismos etc.
Os testes podem ser executados em campo, mediante o
emprego de equipamentos de medição portáteis, ou em
laboratórios autorizados pelo Ministério da Saúde para esse
fim.
Já existem também equipamentos sensores que podem ficar mergulhados em cursos de água e que podem
detectar, por exemplo, variações não previstas de parâmetros-chave, como é o caso da salinidade ou da
condutividade da água, o que significa que há concentração de poluentes.
O monitoramento constante visa permitir a identificação rápida de variações e a análise de suas causas, com a
consequente proposição de soluções que mitiguem danos à biota e a nós mesmos.
O monitoramento da poluição do solo
A eventual contaminação do solo por poluentes pode comprometer tudo o que as pessoas, os animais e as
plantas fazem ou consomem para viver. E essa contaminação pode ser passada para as águas, estendendo
seus efeitos para esse ambiente.
Um aspecto importante a observar é que o solo é formado
por várias camadas de materiais que resultam da ação do 
intemperismo das rochas, ou seja, a sua desagregação ou
decomposição pela ação da natureza ou humana.
Essas camadas podem oferecer maior ou menor resistência
para o fluxo das águas, afetando a concentração de
poluentes químicos, físicos ou biológicos lançados sobre
ele. Por exemplo:
Os poluentes químicos poderão passar para as camadas
mais profundas do solo, se a mistura for porosa, ficando acumulados, ou atingir algum lençol freático
ou aquífero.
Os resíduos podem ser enterrados no solo, tanto pela ação humana como pela natureza.
Os resíduos concentrados sob o solo podem, eventualmente, ser acessados e causar danos para
pessoas ou animais que cavem algum buraco por qualquer motivo.
Os resíduos também podem ser absorvidos por plantações.
Os exemplos anteriores esclarecem os agentes poluentes que podem estar sobre ou sob o solo, causando
problemas em ambas as situações. É por isso que os testes incluem perfurações profundas para a extração de
amostras das camadas mais profundas do solo, com o emprego de pás ou de equipamentos de perfuração do
solo.
Essas amostras são analisadas visualmente ou em testes locais ou de laboratório. Os testes visam identificar
concentrações de elementos como metais pesados, agrotóxicos, resíduos químicos, óleos etc. Confira um
exemplo:
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Conjunto de amostras de teste de solo.
Uma regulamentação-chave para o monitoramento da poluição do solo é a Resolução Conama nº 420, de 28
de dezembro de 2009, que “dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à
presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas” (BRASIL, 2009, n. p.).
Os resultados dos testes que revelem altos níveis de contaminação podem acionar procedimento de
descontaminação do solo.
O monitoramento da poluição atmosférica e do som
O forte processo de industrialização que ocorreu, associado à introdução e à expansão do emprego de
veículos movidos por motores a combustão nos transportes, levou à liberação na atmosfera de inúmeros
novos agentes poluentes que representam ameaças à nossa saúde e à biota. Essas ameaças incluem gases,
vapores, poeiras e outros elementos em suspensão, assim como inúmeros ruídos altos introduzidos pelas
máquinas que usamos no dia a dia.
O monitoramento da qualidade do ar
O ar que nos envolve pode trazer ameaças originadas tanto por processos naturais quanto antrópicos, com
destaque para os industriais. Essas ameaças são concentrações de poluentes no ar, que degradam a
qualidade do ar naquele local.
Parte desses poluentes chega à estratosfera, o que agrava o efeito estufa; enquanto outros retornam ao solo
por meio das precipitações (chuvas), que os absorvem na atmosfera quando se formam, gerando assim a
chamada chuva ácida.
O monitoramento desses poluentes é fundamental para a preservação das pessoas e da biota, pois
permite que providências sejam tomadas tão logo se observem aumentos dessa concentração,
superando os limites estabelecidos pela regulamentação.
Os recursos de monitoramento são usados para identificar os agentes poluentes lançados na atmosfera e as
suas origens, ou ainda para identificar as concentrações de ar já formadas (em suspensão no ar) e para onde
as movimentações do ar as levam.
São efetuadas medições contínuas da qualidade do ar por meio de estações de monitoramento da poluição do
ar, que podem ser fixas e moveis, ou de equipamentos manuais.
A evolução de fatores que contribuem para a sua concentração ou dispersão, como a temperatura, a pressão
do ar ou a direção das massas de ar, também é acompanhada. Confira um exemplo de equipamento que faz
essa monitoração:
Equipamentos sensores de poluição.
É importante observar que há equipamentos sensores que permitem qualificar e quantificar os poluentes em
suspensão na atmosfera, o que viabiliza a tomada de decisão sobre ações que vão desde o aviso à população
sobre a qualidade do ar que respiram até a interrupção da operação das fontes de agentes poluentes do ar.
Curiosidade
Em várias cidades do mundo, incluindo São Paulo capital, há aplicativos, sites e letreiros luminosos
postados em áreas onde a poluição do ar costuma ficar mais concentrada que indicam a situação do ar
nessas áreas em tempo real. Com isso, quando a poluição supera os níveis aceitáveis, a população pode
deixar essas áreas ou deixar de gerar poluentes, colaborando assim para o bem de todos. 
O monitoramento da poluição sonora
A poluição sonora talvez seja a mais fácil de ser detectada, já que todos possuímos detectores naturais que
são os nossos ouvidos. Isso quer dizer que logo podemos tomar providências, como tapá-los com nossas
mãos ou usar protetores auriculares.
Existem equipamentos que medem a intensidade do som, os decibelímetros, que podem ser fixos ou moveis,
de uso interno ou externo, e que podem indicar quando essa intensidade, medida em decibéis, superar os
níveis máximos de ruído. Seu uso preventivo é sempre mais indicado, já que os eventuais incômodos ou danos
às pessoas, aos animais e às plantas ainda não ocorreram ou se agravaram.
São comuns as legislações (Lei do Silêncio) e as regulamentações definidas pelo poder público, com
destaque para a esfera municipal, que determinam limites para os níveis de som nas ruas, os
empreendimentos comerciais ou industriais, as moradias etc.
Muitas máquinas e equipamentos já saem das fábricas com mecanismos que suprimem o excesso de ruído,
atendendo assim a padrões da indústria ou a padrões definidos nas leis e regulamentações.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Meios de detecção da poluição da água e do solo
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Importância dos mecanismos de monitoramento da poluição
atmosférica
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A poluição do solo é um grande problema para todos. Nós vivemos sobre ele e nos alimentamos do que é
produzido nele, por exemplo. Sobre a poluição do solo, podemos afirmar que ela
A
nunca chega aos aquiferos ou aos lençóis freáticos.
B
pode atingir as camadas mais profundas do solo.
C
não é afetada pela chamada chuva ácida.
D
é agravada pelos ruídos causados pela indústria.
E
ocorre principalmente devido aos gases e à fumaça.
A alternativa B está correta.
A poluição do solo pode correr na superfície ou nas camadas do solo. Dependendo da porosidade dosmateriais dessas camadas, ela pode chegar até as camadas mais profundas.
Questão 2
O ar que respiramos em nossas casas ou nas ruas pode conter diversos poluentes. Uma forma de
monitoramento muito comum para se determinar o nível de poluição de uma área específica de uma cidade é
o(a)
A
extração de corpos de prova.
B
emprego do decibelímetro.
C
aplicação de filtro solar.
D
dragagem de mananciais.
E
estação de monitoramento.
A alternativa E está correta.
O monitoramento da poluição do ar nas cidades costuma ocorrer por meio de estações de monitoramento
do ar. Elas medem tanto a presença de poluentes quanto os aspectos como a temperatura e a direção do
vento, entre outros.
3. Padrões de qualidade
Por que deve haver padrões de qualidade para água, ar e
solo?
Confira agora os principais pontos que serão abordados neste módulo.
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A avaliação da qualidade das águas e do ar
O aumento da poluição do ar, dos rios, dos lagos, dos aquíferos e dos mares foi uma consequência negativa
do processo de industrialização dos últimos 200 anos. Veja:
No ar, os poluentes vieram das fumaças das fábricas, dos gases gerados
por motores a combustão e até dos aquecedores a carvão das moradias
e dos prédios comerciais que surgiam de forma crescente, acelerada e
desordenada nas cidades
Nas águas, os poluentes vieram dos efluentes industriais, o esgoto
doméstico e até os defensivos agrícolas compunham o conjunto de
poluentes lançados águas sem nenhum tratamento.
Muitos desses poluentes apresentavam altos índices de agressividade para nós e para a biota, e isso foi
destacado para o mundo nos últimos 50 anos. Era preciso buscar soluções para essas formas de poluição.
A qualidade das águas
A ciência, as organizações e as autoridades governamentais de todo o mundo têm trabalhado a fim de buscar
soluções eficazes para a mitigação da poluição das águas. Muitas soluções já foram tomadas, outras estão em
andamento, e há outras ainda sendo concebidas ou na fila para implementação. Isso quer dizer que ainda há
muito o que fazer.
Esse processo começou pela apresentação de um entendimento ou pela definição comum sobre o que era a
poluição das águas e do que seriam os índices-padrão de qualidade da água. Isso ocorreu, e assim foi possível
definir ações visando ao atingimento desses índices, que se transformaram em metas locais, nacionais e
globais.
Também foram estabelecidos os mecanismos de monitoração e de avaliação (teste) dessa qualidade, e os
meios de se identificar as fontes de poluentes, de analisar as suas causas e de estabelecer soluções. Era
preciso definir ações que corrigissem, na medida do possível, os danos do passado, e ainda prevenissem
novas ocorrências hoje e no futuro.
No Brasil, a referência nacional para a avaliação da água a ser usada para o consumo humano é a Portaria nº
2.914,de 12 de dezembro de 2011, que “dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade” (BRASIL, 2011, n. p.). Ela define
aspectos como os padrões de potabilidade a serem atendidos, a periodicidade e a forma dos testes a serem
realizados, os planos de amostragem para os testes, e as competências e as responsabilidades sobre o tema,
entre outros aspectos.
Nove desses parâmetros são usados para formar o Índice de Qualidade das Águas (IQA), muito
usado no Brasil e no mundo para avaliar a qualidade da água destinada ao consumo humano.
Seu acompanhamento permanente permite que o poder público e a iniciativa privada monitorem tanto a água
que é distribuída pela rede pública diretamente à população quanto aquela que é utilizada em atividades de
produção, como ocorre na produção de alimentos e de bebidas, por exemplo.
Saiba mais
A Agência Nacional de Águas (ANA), a quem cabe definir as regulamentações específicas para o uso e o
tratamento das águas, entre outras atribuições, mantém em seu site o Portal da Qualidade das Águas,
que explica o que é e como se aplica o Índice de Qualidade das Águas (IQA). 
A ação preventiva sobre as possíveis origens dos agentes poluentes é uma forma eficiente e preferível de
tratamento de lançamento de poluentes nas águas. Essa preferência pela ação preventiva se justifica pelo fato
desse tipo de ação evitar ou mitigar a ocorrência de danos ao meio ambiente.
Parte dessa ação pode envolver a criação e a manutenção de mecanismos de monitoramento e tratamento
dos lançamentos de poluentes que não puderam ser evitados pelas medidas preventivas. O acompanhamento
do IQA é um exemplo de um desses mecanismos de monitoramento.
Exemplo
O tratamento preventivo para a poluição da águas está na obrigação de licenciamento ambiental de
redes de esgoto, compreendendo aqui tanto o transporte (tubulação) quanto as estações de tratamento
de esgoto. A eficiência dessas redes mitiga a poluição de cursos de água pelo esgoto doméstico ou
industrial. 
A qualidade do ar
Nos anos 1970, um dos efeitos da poluição mais alardeados durante e depois da Convenção de Estocolmo de
1972 foi exatamente a queda na qualidade do ar nos grandes centros urbanos e industriais do planeta.
Moradores de cidades em todo o mundo, que apresentavam grandes concentrações industriais, estavam
tendo mal-estar e problemas sérios de saúde por causa dela. Esse foi o caso, no Brasil, dos municípios da
grande São Paulo e de Cubatão, na baixada santista.
Logo foram estabelecidos limites nacionais e internacionais que definiram o que era a boa qualidade do ar.
Muitas organizações precisaram se adaptar, reduzindo suas emissões tanto por força das autoridades quanto
de seus próprios acionistas e clientes.
Esses poluentes incluíam e ainda incluem:
Elementos particulados em suspensão.
Fumaça.
Monóxido de carbono.
Dióxido de carbono.
• 
• 
• 
• 
Dióxido de enxofre.
Ozônio.
Uma série de outros gases provenientes de diversas origens.
Indústria, que merece destaque nesta lista.
Veículos movidos por motores de combustão por gasolina ou diesel.
Várias cidades no mundo estabeleceram e implementaram planos de ação que focavam esses poluentes,
atuando isoladamente ou em grupo.
Exemplo
Muitos planos envolviam a redução das concentrações de fábricas, estímulos à revisão de processos de
fabricação, ou até planos de limitações do trânsito em determinados locais e/ou horários (com rodízio de
veículos), ou até de paralisações temporárias de cidades, visando trazer a qualidade do ar até os níveis
aceitáveis. 
No Brasil, a partir de sua criação em 1981, o Conama emitiu resoluções que definiram esses índices e
estabeleceram as responsabilidades pelo seu monitoramento e sua fiscalização. São elas:
Resolução Conama nº 05, de 15 de junho
de 1989
Responsável pela criação do Programa Nacional
de Controle da Qualidade do Ar (Pronar).
Resolução Conama nº 003, de 28 de
junho de 1990
Responsável por listar parâmetros e tipos de
poluentes do ar a serem monitorados, e atribuir
às unidades da federação a missão de conduzir
o seu monitoramento.
Conforme ocorreu com a poluição das águas, os índices estabelecidos viraram metas governamentais e da
inciativa privada. Produtos e serviços que gerassem agressões à atmosfera foram revistos, e adaptações
foram feitas, corrigindo causas e mitigando consequências.
Campanhas foram desenvolvidas para conscientizar a todos sobre os riscos da poluição do ar e para divulgar
os limites de qualidade estabelecidos.
Infelizmente, esse tipo de problema ainda ocorre no mundo hoje. Recentemente, cidades da China onde a
poluição atmosférica estava muito concentrada tiveram restrições ou interrupção de atividades industriais e
de transportes, que seriam as responsáveis pelas emissões de gases que formaram tais concentrações. Essas
atividades puderam ser retomadas após os níveis de qualidade do ar na atmosfera voltarem a ser aceitáveis,
ou seja, o ar voltasse a ser respirável.
A avaliação da qualidade do solo
Já parou para pensar sobre a importância do solo para as nossas vidas? Sobreele erguemos nossas moradias,
nos exercitamos, circulamos de um lado para o outro, trabalhamos, nos divertimos etc. E dele ainda obtemos
os alimentos e a água que consumimos diariamente.
Da mesma forma, os animais e as plantas nascem, se desenvolvem, obtêm alimento e se multiplicam sobre
ele, ou mesmo dentro dele. É por isso que, se uma área é declarada como contaminada por alguma substância
ou elemento nocivo, ela deve ser isolada e tratada, de forma a remover esse contaminante.
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A qualidade do solo
Existem várias abordagens para a avaliação dos efeitos da poluição ambiental sobre o solo. Por exemplo:
A correlação entre o aquecimento, as mudanças climáticas sobre a
umidade do ar e do solo e a eventual desertificação de várias regiões da
Terra.
As pegadas deixadas pela exploração humana do solo, principalmente
em atividades como a agricultura ou a mineração.
Os efeitos da chuva ácida sobre o solo, que, dependendo da
concentração, pode reduzir ou até eliminar a vegetação que o cobre e o
protege etc.
O fato é que a poluição do solo, seja ela de origem natural ou antrópica, pode gerar grandes danos para nós e
para os animais e as plantas. E vale destacar que dependemos dessa biota para a nossa alimentação, nosso
trabalho e nosso bem-estar.
A Resolução Conama nº 420, de 28 de dezembro de 2009, estabelece como funções do solo:
Viabilizar a sustentação da vida e do meio ambiente onde habitam todos os seres vivos.
Viabilizar a ocorrência dos ciclos da água e da formação de nutrientes.
Suportar os processos de produção de alimentos e outros materiais renováveis de consumo.
Fazer a filtragem, a retenção ou a absorção de substâncias químicas e de materiais biológicos.
Proteger as águas que estão acima ou abaixo do solo.
Ser a origem de insumos minerais para o suporte das nossas vidas e das nossas atividades etc.
Essa norma estabelece critérios, definições, índices e indicações sobre práticas de prevenção e de controle a
serem empregadas.
Valores orientadores da qualidade
A definição de padrões de qualidade para o solo é, assim, fundamental para a vida das pessoas.
Essa resolução, em seu Capítulo II e em seus Anexos, estabelece diversos valores orientadores da qualidade
que representam valores-limite máximos para a presença de uma série de produtos químicos. Eles são usados
na avaliação, apresentando tanto as avaliações de qualidade do solo quanto as das águas subterrâneas (ex.:
aquíferos, lençóis de água, rios etc.). A superação desses índices pode levar à declaração de determinada
área ou manancial de água como contaminado, e deflagar ações de correção do problema.
Um indicador muito usado é o Valor de Referência da Qualidade (VRQ). O Anexo II da Resolução
Conama nº 420/2009 apresenta uma tabela com uma série deles, que se aplicam tanto para o solo
quanto para as águas subterrâneas.
Um aspecto de grande importância dessa resolução é que ela traz orientações sobre o tratamento das áreas
(superfície, subsolo e águas subterrâneas) consideradas como contaminadas durante os monitoramentos.
Essa orientação é muito importante para guiar os trabalhos de recuperação que vierem a ser cumpridos pela
federação, pelos estados e pelos municípios, ou ainda pela inciativa privada.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
A qualidade da água para consumo
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A importância dos padrões de qualidade do solo
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A água é uma necessidade básica dos seres vivos e a preservação de sua qualidade é fundamental para a sua
sobrevivência. Um índice usado internacionalmente para o acompanhamento da qualidade da água é o:
A
VRQ
B
VOQ
C
IGC
D
IQA
E
IPCA
A alternativa D está correta.
O Índice de Qualidade das Águas (IQA) é um índice internacional que agrega nove indicadores ou
parâmetros que medem a situação da águas.
Questão 2
O solo precisa ser monitorado constantemente em busca de contaminações que podem ocorrer por ação
natural ou antrópica. Um indicador que pode ser usado para determinar a qualidade do solo é o:
A
VRQ
B
VOQ
C
IGC
D
IQA
E
IPCA
A alternativa A está correta.
O Valor de Referência da Qualidade (VRQ) é um valor estabelecido na Resolução Conama Nº 420/2009 e
que é usado para determinar o grau de contaminação do solo.
4. Técnicas de controle da poluição ambiental
Importância das técnicas empregadas no controle da
poluição ambiental
Conheça agora os principais pontos que serão abordados neste módulo.
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Foco na origem dos poluentes do meio ambiente
Agora, com o aumento de seu entendimento sobre a poluição ambiental, você já pode estar preocupado com
o nível de poluição do ar, das águas e do som à sua volta no seu dia a dia. Devem estar surgindo questões
como:
 
“Será que a água que você está bebendo é mesmo potável?”
“Será o que ao ar neste ambiente está bom?”
Certamente, você já teve acesso a notícias sobre a poluição por parte da mídia ao longo de anos. Agora,
imagine como a população mundial dos anos 1970 deve ter ficado surpresa ao tomar conhecimento e se
conscientizar sobre os riscos da poluição ambiental de então. Com certeza, foi impactante para todos!
A sociedade global da época reagiu ao problema revendo seus hábitos de consumo, dando preferência a
produtos e a serviços menos poluentes, e ainda pressionando autoridades e cientistas pelo aprofundamento
de pesquisas sobre o tema. Além da execução de ações objetivas para mitigar os efeitos da poluição; muitas
das quais envolveram melhorias em legislações e em regulamentações.
Gerenciamento de riscos ambientais
A primeira questão técnica a ser resolvida foi o que era a poluição ambiental. Já sabemos que a poluição
ambiental é definida como a “degradação de qualquer ambiente provocada por poluente” (MICHAELLIS,
2022). Isso quer dizer que qualquer tipo de material químico, físico, biológico, irradiações e até o som que
venha a ser lançado em determinado meio ambiente, e que cause mudanças nas condições desse ambiente
de sustentar a vida e o bem-estar da biota, é considerado como um agente poluente (DOS SANTOS, 2017).
Essas definições nos remetem a uma constatação: agentes poluentes de origem natural ou humana
(antrópicas) podem estar presentes em todos os lugares que frequentamos. E eles podem ou não afetar os
seres vivos de várias formas. Esses efeitos dependerão da maneira como cada agente poluente lançado na
atmosfera age sobre eles.
Essa constatação é importante, pois estabeleceu a regra para definir os ofensores do meio ambiente
a serem combatidos.
Por outro lado, há vários tipos de agentes poluentes que estão presentes nos ambientes pelos quais
circulamos, nos estados líquido, sólido ou gasoso. E esses agentes poluentes podem causar desde incômodos
a doenças diversas em nós ou na biota. Então, é preciso estudá-los individualmente ou em grupos, visando
compreender suas origens, seus efeitos e as formas de evitá-los ou mitigá-los.
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É preciso, portanto, gerenciar os riscos que envolvem a exposição ou a contaminação do ar, do solo, ou das
águas por esses poluentes, de forma a evitar que eles afetem as pessoas ou a biota. O gerenciamento de
riscos ambientais envolve:
As ações de identificação dos poluentes.
A quantificação e a qualificação dos poluentes e de suas consequências.
A proposição de respostas mais adequadas.
A escolha das técnicas que permitiram que eles sejam aceitos, evitados, mitigados, ou ao menos
compensados.
Por compensação, entenda-se devolver à natureza ações que compensem as perdas provocadas pelas ações
humanas.
Conscientização sobre os riscos da poluição ambiental
A ciência moderna, associada às autoridades públicas de saúde e de saneamento, tem analisado os diversos
agentes poluentes há décadas e buscado soluçõespara cada um deles.
Muitas ações para reduzir ou para controlar esses agentes dependiam, e ainda dependem, da própria
população ou das organizações. Assim, as campanhas de conscientização que ocorreram e continuam
ocorrendo são de extrema importância para manter a questão da poluição sob as vistas de todos.
As Conferências das Partes (COPs) patrocinadas pela ONU, que ocorrem anualmente desde 1995, cumprem a
função de lembrar e de conscientizar a todos sobre o seu papel no combate à poluição.
Como resultado desses esforços, o cenário atual da poluição mundial é bem diferente do observado nos anos
1970, ou antes disso. Por exemplo, veja as atitudes que estão sendo tomadas hoje:
As pessoas estão mais conscientes sobre os riscos da poluição ambiental
e podem fazer suas escolhas de produtos ou de serviços, ou mesmo o
seu descarte de resíduos, considerando os impactos para o meio
ambiente que podem causar.
A indústria alterou processos de produção, materiais, especificações
técnicas e outros elementos presentes nos sistemas de produção ou
seus produtos, buscando assim substituir ou reduzir elementos ou
emissões de poluentes tanto na produção desses produtos quanto no
seu uso e no posterior descarte.
Os investidores e consumidores valorizam mais as empresas que
desenvolveram ações objetivas para evitar causar poluição, e que
recuperaram os danos que seus processos e sua produção, assim como
seus produtos ou serviços, causaram ao meio ambiente.
Existem entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais,
voltadas para a pesquisa, a normatização, a conscientização e a
fiscalização sobre a emissão de poluentes no meio ambiente.
É claro que ainda estamos longe de um cenário no qual todas as emissões de poluentes estão baixas e
controladas, e com a plena compensação da natureza por essas emissões ainda presentes. Mas já ocorreram
inúmeras evoluções muito positivas, mesmo que ainda haja muito o que fazer tanto para recuperar as marcas
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da poluição do passado no meio ambiente quanto para prevenir novos danos. Veja uma ilustração de como
essa evolução ocorreu:
Evolução do combate à poluição.
O investimento no saneamento básico
A poluição do solo e das águas costuma ser exemplificada na mídia por cenas em que esgotos são lançados
em praias ou rios, ou ainda por lixo e outros detritos lançados nas ruas ou nos rios.
Esses e outros exemplos do gênero ilustram um problema mundial, que contribui muito para a degradação do
meio ambiente em terra e águas. Uma resposta muito apropriada para isso é o investimento no saneamento
ambiental.
O conceito de saneamento ambiental
O saneamento é um instrumento de grande importância para a preservação do meio ambiente e para o
combate à poluição ambiental. Sua aplicação envolve tanto as autoridades governamentais quanto as
organizações e as pessoas. A disponibilidade do saneamento para a população mundial é acompanhada em
todo o mundo e faz parte das metas globais para a mitigação da poluição e para a melhoria da saúde pública,
que pode ser diretamente afetada pela falta dele.
Segundo Bittencourt e Paula (2014) o saneamento pode ser definido como:
Conjunto de ações que garante a qualidade da água e dos rios, o lançamento de esgotos em rede
pública, a coleta de lixo e sua disposição em aterros sanitários ou controlados, a garantia de água em
quantidade e qualidade adequadas para o consumo humano, além do controle ou da erradicação de
doenças. 
(BITTENCOURT; PAULA, 2014, p. 14)
Incialmente, note que esse conceito mistura agentes poluentes da água e do solo, já que fala tanto de esgoto
quanto de aterros sanitários. Acontece que a concentração de lixo nesses locais pode gerar resíduos
químicos, físicos e biológicos que podem contaminar as águas presentes sob o solo (ex.: lençóis freáticos,
aquíferos etc.) ou em cursos de água próximos.
Exemplo
O chorume, que é uma substância de cor escura e malcheirosa, formada a partir da decomposição de
matéria orgânica presente nos lixões, pode penetrar no solo, contaminar lençóis de água e aquíferos, e
seguir por eles até alcançar rios e outros cursos de água. Essa contaminação pode levar essa águas a se
tornarem impróprias para o consumo humano e da biota, e talvez inviabilizar a vida nesses ambientes
aquáticos. 
Outro exemplo, também relacionado aos lixões, está na formação de gases a partir dos resíduos biológicos,
como o metano, que podem ser liberados na atmosfera. Veja a imagem:
Lixão.
Uma situação similar pode envolver o agronegócio (de qualquer porte), no qual as águas usadas na irrigação
das plantações, na lavagem de instalações, ou no preparo de alimentos, entre outros exemplos, podem seguir
para os cursos de água próximos. Essas águas sujas contaminam os cursos de águas com efluentes químicos
e biológicos que antes compunham os fertilizantes, as rações, os defensivos (agrotóxicos) etc. Eles podem,
por exemplo, causar a eutrofização ou a queda de oxigenação dessas águas.
Outro aspecto importante dessa definição é que ela estabelece que as ações de saneamento cobrem desde a
origem das águas, seja ela uma fonte ou o sistema de esgoto doméstico, até o seu destino (consumo humano,
irrigação etc.). Essas ações são necessárias para que se garanta o suprimento suficiente e adequado citado
nessa mesma definição.
A princípio, toda a água para uso humano precisa ser tratada, evitando assim a proliferação de doenças, o que
é um objetivo primário do saneamento. O mesmo ocorre com os esgotos domiciliar e industrial, que precisam
passar pela rede de esgoto e ser tratados antes de ser lançados no meio ambiente.
O saneamento é efetivamente uma questão de saúde pública, e é fundamental para a garantia do
bem-estar da população. A falta dele pode levar as pessoas a contrair doenças, seja por usar a sua
água para beber, se banhar ou irrigar plantações, ou por consumir peixes e crustáceos extraídos
deles.
A garantia do saneamento é uma das responsabilidades legais e sociais das autoridades da federação, dos
estados e dos munícipios, que mantém estruturas de gestão (ex.: secretarias, departamentos, autarquias etc.)
dedicadas ao trato desse tema. Há, inclusive, protocolos internacionais sobre o tema e que estabelecem
objetivos mundiais nesse sentido.
É importante observar que o tratamento da água para o consumo será mais difícil e caro quanto mais poluído
estiver o manancial. Imagine o quanto deve ser trabalhoso limpar a água originada em um curso de água muito
poluído e cheio de plantas (eutrofização).
Nesse contexto, a monitoração permanente do grau de contaminação por poluentes dos cursos de água é
fundamental para avaliar a situação do saneamento local, e para a busca de soluções que a reduzam.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Importância da conscientização sobre os riscos da poluição
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Aplicações do saneamento no combate à poluição ambiental
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A atuação individual da população é considerada fundamental para a prevenção da poluição do meio
ambiente. É por isso que uma das técnicas de controle da poluição envolve a
A
desidratação.
B
realocação.
C
poluição.
D
conscientização.
E
eutrofização.
A alternativa D está correta.
Trata-se da conscientização das pessoas sobre o que é a poluição e o seu papel individual na sua
mitigação. O combate da poluição começa pelas escolhas e pelos hábitos das pessoas.
Questão 2
Os lixões são áreas nas quais o lixo urbano é depositado podendo ser tratado adequadamente, de forma a não
causar maiores impactos ao meio ambiente. Mas há uma substância que requer atenção, pois pode se
entranhar no solo e atingir aquíferos e lençóis de água, por exemplo. Essa substância é o
A
metano.
B
monóxido de carbono.
C
chorume.
D
dióxido de carbono.
E
cloro.
A alternativa C está correta.
Trata-se dochorume, que é produzido espontaneamente a partir de resíduos orgânicos lançados nos
lixões.
5. Conclusão
Considerações finais
Neste conteúdo, foram apresentados os principais conceitos sobre os parâmetros e o controle da poluição
ambiental. Foram debatidas as ações contra a poluição ambiental já tomadas ou em curso no mundo, as leis e
regulamentações específicas aplicáveis, os mecanismos de monitoramento e de teste por amostragem, os
padrões de qualidade a serem observados, e as principais técnicas de controle da poluição no mundo.
Primeiro, abordamos a importância da disponibilidade de dados estatísticos confiáveis sobre a situação do
meio ambiente e do sucesso ou insucesso do combate à poluição, assim como a origem e a formação dos
conjuntos de legislações e regulamentações que regulam a preservação do meio ambiente e o combate à
poluição no Brasil.
Depois, estudamos as técnicas de monitoramento e de avaliação da qualidade das águas, do ar, do solo e do
som ambiente, com o emprego de testes baseados em amostragem.
Na sequência, identificamos as origens e analisamos as aplicações dos principais níveis e limites que norteiam
a avaliação de qualidade da água, do ar e do solo.
Por fim, apresentamos as técnicas de gerenciamento de risco ambiental, de conscientização da população e
de saneamento ambiental, que são empregadas no controle da poluição ambiental.
Espera-se que, na conclusão deste conteúdo, o estudante tenha condições de compreender as formas como
a poluição é combatida preventiva e corretivamente. Além de entender a importância do monitoramento e dos
testes de avaliação dos níveis de poluição do meio ambiente, e das técnicas de controle empregadas em todo
o mundo.
Podcast
Para encerrar seu estudo, ouça o podcast e relembre alguns dos principais pontos tratados no conteúdo.
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Confira as indicações que separamos para você!
 
Aprenda mais sobre o processo de descontaminação do solo por meio do manual de gerenciamento de áreas
contaminadas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
 
Entenda mais sobre a legislação federal relacionada ao meio ambiente no site do Ministério do Meio Ambiente
(MMA).
 
Saiba mais sobre o processo de licenciamento da Resolução Conama n° 377, de 09 de outubro de 2006, que
dispõe sobre o licenciamento ambiental simplificado de sistemas de esgotamento sanitário.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. ANA. Portal da qualidade das águas. Consultado na internet em: 15 out.
2022.
 
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Meio ambiente — guia prático e didático. São Paulo: Saraiva, 2019.
 
BITTENCOURT, C.; PAULA, M. A. S. D. Tratamento de água e efluentes — fundamentos de saneamento
ambiental e gestão de recursos hídricos. São Paulo: Saraiva, 2014.
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. CONAMA. Resolução CONAMA nº 003, de 28 de junho de 1990.
Consultado na internet em: 15 out. 2022.
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. CONAMA. Resolução CONAMA nº 005, de 15 de junho de 1989.
Consultado na internet em: 15 out. 2022.
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. CONAMA. Resolução CONAMA nº 420, de 13 de maio de 2011.
Consultado na internet em: 15 out. 2022.
 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. CONAMA. Portaria CONAMA nº 2.914, de 12 de dezembro de
2011. Consultado na internet em: 15 out. 2022.
 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. CETESB. Conheça os diferentes tipos de água.
Consultado na internet em: 30 set. 2022.
 
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 1988. Consultado na internet em: 15 out.
2022.
 
DOS SANTOS, M. A. Poluição do meio ambiente. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.
 
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. IPEA. Rio-92: mundo desperta para o meio ambiente.
Consultado na internet em: 30 set. 2022.
 
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2018.
 
MICHAELLIS. Definição de poluição. Consultado na internet em: 7 jul. 2022.
 
MOURA, A. M. M. de. Trajetória da política ambiental federal no Brasil. In: MOURA, A. M. M. de (Org.).
Governança Ambiental no Brasil: instituições, atores e políticas públicas. Brasília: Ipea, 2016.
	Parâmetros de controle da poluição ambiental
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	Conteúdo interativo
	1. Legislação sobre poluição atmosférica, sonora e hídrica
	Importância da legislação específica sobre a poluição ambiental
	Conteúdo interativo
	A ciência contra a poluição
	A evolução do estudo científico da poluição
	Exemplo
	A importância da disponibilidade de dados para pesquisas
	Exemplo
	A legislação específica
	Legislações e regulamentações sobre a poluição
	Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
	Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981
	Aplicação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA)
	Lei Federal nº 7.735
	Lei Federal nº 9.433
	Lei Federal nº 11.516
	Vem que eu te explico!
	Como evoluiu o estudo científico da poluição ambiental?
	Conteúdo interativo
	A quem cabe produzir, seguir e verificar a aplicação da legislação especifica?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Equipamentos de amostragem
	Importância dos recursos para monitorar a poluição ambiental
	Conteúdo interativo
	O monitoramento da poluição da água e do solo
	O monitoramento da qualidade das águas
	O monitoramento da poluição do solo
	O monitoramento da poluição atmosférica e do som
	O monitoramento da qualidade do ar
	Curiosidade
	O monitoramento da poluição sonora
	Vem que eu te explico!
	Meios de detecção da poluição da água e do solo
	Conteúdo interativo
	Importância dos mecanismos de monitoramento da poluição atmosférica
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Padrões de qualidade
	Por que deve haver padrões de qualidade para água, ar e solo?
	Conteúdo interativo
	A avaliação da qualidade das águas e do ar
	A qualidade das águas
	Saiba mais
	Exemplo
	A qualidade do ar
	Exemplo
	Resolução Conama nº 05, de 15 de junho de 1989
	Resolução Conama nº 003, de 28 de junho de 1990
	A avaliação da qualidade do solo
	A qualidade do solo
	Valores orientadores da qualidade
	Vem que eu te explico!
	A qualidade da água para consumo
	Conteúdo interativo
	A importância dos padrões de qualidade do solo
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Técnicas de controle da poluição ambiental
	Importância das técnicas empregadas no controle da poluição ambiental
	Conteúdo interativo
	Foco na origem dos poluentes do meio ambiente
	Gerenciamento de riscos ambientais
	Conscientização sobre os riscos da poluição ambiental
	O investimento no saneamento básico
	O conceito de saneamento ambiental
	Exemplo
	Vem que eu te explico!
	Importância da conscientização sobre os riscos da poluição
	Conteúdo interativo
	Aplicações do saneamento no combate à poluição ambiental
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referências

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