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DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 
SUMÁRIO
	
1. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR	3
1.1 Fontes de Direito Judiciário Militar	3
1.2 Divergência de normas	5
1.3 Interpretação	5
1.4 Suprimento de casos omissos	6
1.5 Aplicação do tempo e no espaço	7
1.6 Aplicação intertemporal	8
1.7 Aplicação à Justiça Militar Estadual	8
2. DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR	8
2.1 Exercício da Polícia Judiciária Militar	8
2.2 Delegação do exercício	11
2.3 Atribuições da polícia judiciária militar	13
3. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO	14
4. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	14
	
ATUALIZADO EM 04/04/2024[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
	1. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL MILITAR:
1.1 Fontes de Direito Judiciário Militar:
O art. 1º do CPPM dispõe acerca das fontes de Direito Judiciário Militar. Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável.
Portanto, a fonte principal do direito processual penal militar é o próprio CPPM. Exemplo de legislação especial que rege o tema é a Lei 8457/92, que organiza a Justiça Militar da União e regula o funcionamento de seus Serviços Auxiliares, bem como as leis de organização judiciária nos Estados.
#OBS: Não há auditorias especializadas da Marinha, Exército e Aeronáutica, mas tão somente Auditoria Militar.
#OBS2: É importante ter em mente que o CPPM é anterior à CF/88, de forma que alguns de seus dispositivos não foram recepcionados pela atual Constituição. Deve-se fazer leitura com uma filtragem constitucional.
Ressaltamos que é possível aplicar o CPP ao processo penal militar, para suprir eventual lacuna.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
O interrogatório do réu por meio de Carta Precatória, previsto no CPP mas não no CPPM, é aplicável ao processo penal militar:
INTERROGATÓRIO – CARTA PRECATÓRIA – RÉU SOLTO – PROCESSO PENAL MILITAR – VALIDADE. Considerada a ausência de vedação na lei processual penal militar, é válida a expedição de carta precatória para o interrogatório de réu solto, aplicando-se a legislação instrumental comum. 
(HC 115189, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 03/05/2016, PUBLIC 16-09-2016) (Info 824).
Da mesma forma, o CPPM pode ser aplicado a processos regulados em leis especiais, respeitado o princípio da especialidade, como determina o §2º: § 2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código aos processos regulados em leis especiais.
Exemplo de aplicação do dispositivo é a Lei 8.038/90, que trata do processo nos Tribunais, em que se aplica subsidiariamente o CPPM. E, como uma via de mão dupla, a Lei 8038/90 também se aplica na esfera militar.
	SE APLICA AO PROCESSO PENAL MILITAR
	NÃO SE APLICA AO PROCESSO PENAL MILITAR
	Lei 9.296/96 – interceptação telefônica
	Lei dos Juizados Especiais (art. 90-A da lei 9099/95)
	Lei 12037/09 – identificação criminal do civilmente identificado
	Lei 7.960/89 – prisão temporária
	
	Lei 8.072/90 – crimes hediondos
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
O art. 396-A do Código de Processo Penal não se aplica ao rito do processo penal militar. STF. 2ª Turma. HC 125777/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/6/2016 (Info 831).
#MUDANÇADEENTENDIMENTO #VAICAIRNASUAPROVA:
A exigência de realização do interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o art. 400 do CPP, é aplicável no âmbito de processo penal militar.[footnoteRef:2] O CPPM, em seu art. 302, estabelece que o acusado será interrogado antes de ouvidas as testemunhas. No entanto, a Lei nº 11.719/2008, posterior ao CPPM, modificou o art. 400 do CPP para determinar que o interrogatório do réu deve ser o último ato da instrução. O STF adotou, em 2016, o entendimento de que se aplica tal dispositivo no processo penal militar em detrimento do art. 302 do CPPM, por ser mais condizente com o contraditório e a ampla defesa. No entanto, a tese foi adotada com efeitos prospectivos, de forma que os interrogatórios realizados antes de 10/03/2016 (data de publicação da ata de julgamento), são válidos. (HC 127900, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 03/03/2016) [2: #FICADEOLHO: Caiu na 2ª fase da DPU – 2017 (CESPE).] 
#OLHAOGANCHO: Durante os debates, os Ministros assinalaram que, no procedimento da Lei de Drogas e no processo de crimes eleitorais, o interrogatório também deverá ser o último ato da instrução mesmo não havendo previsão legal neste sentido. Assim, quando o STF for novamente chamado a se manifestar sobre esses casos, ele deverá afirmar isso expressamente.
1.2 Divergência de normas
§1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.
1.3 Interpretação
Interpretação literal
Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com outra significação. 
Portanto, a interpretação deve ser, em regra, literal, e os termos técnicos interpretados conforme seu significado usualmente utilizado na seara castrense.
Interpretação extensiva ou restritiva 
§ 1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a interpretação restritiva, quando for manifesto, no primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no segundo, que é mais ampla, do que sua intenção. 
Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal 
§ 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações, quando: 
a) cercear a defesa pessoal do acusado; 
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; 
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo.
O processo penal militar é regido pela celeridade e pela oralidade na sessão de julgamento. Por exemplo, não há obrigatoriedade de a defesa apresentar alegações finais por escrito, podendo sustentar oralmente na sessão de julgamento. A lei processual penal militar é indisponível, de forma que não se aceita interpretação que quebre a estrutura lógica ou a natureza do processo penal militar, impondo-se a interpretação literal em tais casos.
1.4 Suprimento de casos omissos:
Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos: 
a) pela legislação de processo penal comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal militar; 
b) pela jurisprudência; 
c) pelos usos e costumes militares; 
d) pelos princípios gerais de Direito; 
e) pela analogia.
A primeira fonte de suprimento de lacunas no direito processual penal militar é o CPP, desde que cabível a sua aplicação no caso concreto e não seja prejudicada a “índole” do processo penal militar, ou o “espírito” da lei. 
Exemplo de não aplicação do CPP: No processo penal militar, o réu citado por edital que não comparece nem constitui advogado é declarado revel, não havendo suspensão do processo.
No entanto, o CPPM suspende o processo em casos pontuais, por exemplo, no processo de deserção de oficial, o processo fica suspenso até o oficial completar 60 anos, quando restará extinta a punibilidade, conforme artigo 132, CPM. Isso se dá porque o oficial é julgado por um conselho especial formado para julgar seu caso específico, inclusive tendo em vista que o militar sempre deve ser julgado por militar hierarquicamente superior. Art. 132.No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição, esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta.
#SELIGANASDIFERENÇAS #VAICAIRNAPROVA
	CPP
	CPPM
	Réu citado por edital não comparece nem constitui advogado – suspensão do processo e do prazo prescricional (art. 366 CPP)
	Réu citado por edital não comparece nem constitui advogado – revelia (art. 292 CPPM)
Exemplo de usos e costumes: o militar mais antigo sempre se senta à direita do mais moderno.
1.5 Aplicação do tempo e no espaço
A regra do CPPM é a territorialidade, respeitados os tratados internacionais, e a extraterritorialidade irrestrita, incondicionada.
Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aplicam-se as normas deste Código:
I - em tempo de paz: 
a) em todo o território nacional; 
b) fora do território nacional ou em lugar de extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de crime que atente contra as instituições militares ou a segurança nacional, ainda que seja o agente processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira;
c) fora do território nacional, em zona ou lugar sob administração ou vigilância da força militar brasileira, ou em ligação com esta, de força militar estrangeira no cumprimento de missão de caráter internacional ou extraterritorial; 
d) a bordo de navios, ou quaisquer outras embarcações, e de aeronaves, onde quer que se encontrem, ainda que de propriedade privada, desde que estejam sob comando militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem de autoridade militar competente; 
e) a bordo de aeronaves e navios estrangeiros desde que em lugar sujeito à administração militar, e a infração atente contra as instituições militares ou a segurança nacional; 
II - em tempo de guerra: 
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de força militar brasileira, ou estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança nacional, ou ao bom êxito daquelas operações; 
c) em território estrangeiro militarmente ocupado.
#ATENÇÃO: A questão da aplicação em casos de Crimes contra a Segurança Nacional é questionada pela doutrina, tendo em vista que, embora a Lei 7.170/83 preveja a competência da Justiça Militar para julgar os crimes ali previstos, à luz do texto constitucional, a doutrina majoritária entende que os crimes previstos na Lei 7.170/83 são crimes políticos e como tais devem ser julgados pela Justiça Federal, de acordo com o artigo 109, IV, CF/88.
A extraterritorialidade é incondicionada, podendo a Justiça Militar funcionar fora do território nacional, como determina o art. 7º do CPM:
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira.
1.6 Aplicação intertemporal:
A normas de CPPM seguem o princípio fundamental da imediatidade, ou seja, aplica-se a lei processual penal nova aos processos em andamento, seja mais benéfica ou gravosa ao réu, sem prejuízo dos atos praticados sob a vigência da lei anterior, ignorando-se a divisão do processo por fases (Princípio do Isolamento dos Atos Processuais), segundo dispõe o art 5º do CPPM: Art. 5º As normas deste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
O art. 711 do CPPM trata apenas de normas transitórias aplicáveis aos processos em curso na data de entrada em vigor do Código, não tendo mais relevância prática.
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA Nas leis mistas, há matéria penal e processual no bojo da mesma legislação, caso em que, de acordo com o STF, sendo a parte penal gravosa, não é possível cindir-se a norma, que só será aplicável aos fatos que ocorrerem após a sua vigência e em sua integralidade. Entretanto, se a norma penal for benéfica, a lei mista retroagirá integralmente.
1.7 Aplicação à Justiça Militar Estadual:
Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.
	2. DA POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR:
2.1 Exercício da Polícia Judiciária Militar:
	O art. 7º do CPPM trata da polícia judiciária militar, mas seu rol é exemplificativo e está desatualizado:
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: 
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro; 
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; 
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados; 
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando; 
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios; 
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; 
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios;
A partir da alínea “b”, são descidos os níveis hierárquicos, até que se chegue ao comandante do batalhão, do navio, da organização militar e de uma base, que irão presidir inquéritos policiais no âmbito de suas operações. Desta forma, somente se deve atentar para os comandantes para fim de realização de provas, pois o art. 7º está desatualizado em relação à atual organização da Forças Armadas.
#ATENÇÃO As autoridades militares mencionadas exercem função de polícia judiciária em relação aos civis, nas infrações penais militares por eles praticadas em detrimento das corporações militares sob seu comando ou chefia.
Na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Judiciária Militar é exercida pelo Comandante-Geral da corporação militar estadual, em relação aos militares integrantes dos quadros da referida corporação sob seu comando. 
#NÃOCONFUNDA O Ministro da Defesa e o Secretário de Segurança são servidores civis, não exercem função de polícia judiciária militar.
AUTORIDADE POLICIAL (CPP) X AUTORIDADE MILITAR (CPPM)
O art. 4º do CPP trata do âmbito processual penal comum, dispondo que: Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
No âmbito militar, não existe uma polícia judiciária propriamente dita, mas um setor de policiamento, responsável pela área de inteligência, cuja função envolve a investigação criminal, com cumprimento de diligências ordenadas pelo juiz, subordinados à hierarquia militar. No topo da hierarquia militar, tem-se os Comandantes das Forças Militares, da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que possuem atribuições dentro e fora do território nacional. Os comandos inferiores permanecem com sua atribuição investigativa e submetem-se aos comandos superiores.
O comandante da organização militar é que detém a competência para presidira investigação. 
2.2 Delegação do exercício:
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. 
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. 
§ 3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo. 
§ 4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto. 
É possível que o Comandante do Exército delegue suas funções, seja:
a) Delegando a instauração do IPM e investigação dos fatos a um subordinado hierárquico, por exemplo, um Capitão, caso em que o oficial delegado presidirá o inquérito, e o relatório será submetido à homologação do comandante;
b) Presidindo ele mesmo o inquérito e delegando apenas a investigação dos fatos a seu subordinado hierárquico, ou ainda delegando apenas a realização de ato específico do inquérito.
#ATENÇÃO Deve-se observar sempre a questão hierárquica. Sendo indiciado oficial da ativa, quem preside o inquérito deverá ser de hierarquia superior à do investigado, preferencialmente sendo de posto superior. Não sendo possível a designação de oficial de posto superior, a delegação recairá a oficial de mesmo posto que seja mais antigo que o indiciado, excetuados os casos do §4º.
#JÁCAIUEMPROVA
(CESPE, ANALISTA DA DPU, 2016) Militar do Exército brasileiro cometeu crime de furto dentro de sua unidade. Consumado o delito, o comandante do batalhão determinou a instauração de inquérito policial militar, a fim de apurar o fato e a sua autoria. Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Na hipótese de o indiciado ser oficial do Exército e estar na situação de inatividade, a autoridade policial militar poderá delegar um oficial da ativa do mesmo posto do indiciado para ser o encarregado do inquérito policial militar, observado o critério de antiguidade. C ou E?
R: ERRADO! Nos termos do §4º do art. 4º, sendo o militar da reserva ou reformado, não prevalece a antiguidade de posto.
Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo Ministro 
§ 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro* (leia-se: Comandante) competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.
#ATENÇÃO #DEOLHONADOUTRINA Célio Lobão entende que o §5° não tem mais aplicação. Isto porque foi redigido quando existia o militar 5 estrelas, figura que não mais existe. Pela letra da lei, o militar 5 estrelas na inatividade (marechal, oficiais generais) seria designado para presidir o inquérito. Porém, não há na reserva ninguém de posto superior, não havendo mais 5 estrelas. O comandante é que é hierarquicamente superior a todos os outros militares da Força, devido à sua função. Assim, o professor defende que o comandante delegue a investigação ao oficial general mais antigo, ainda que de hierarquia inferior ao indiciado.
Por exemplo, supõe-se que o oficial general mais antigo da força (comandante) queira delegar o IPM que busca apurar eventual crime cometido pelo oficial em segundo lugar na hierarquia, que é o indiciado. Nessa hipótese, a lei afirma que se o posto e a antiguidade do oficial da ativa excluir qualquer outro, o terceiro oficial na hierarquia não poderia presidir o IPM. No entanto, a função exercida pelo comandante da força (primeiro na hierarquia) lhe confere superioridade hierárquica a todos os militares, podendo assim, excepcionalmente, designar o terceiro oficial para presidir o inquérito. Se o inquérito já estiver iniciado, o comandante tem que avocar o inquérito para designar outro oficial general para presidir.
2.3 Atribuições da polícia judiciária militar:
Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: 
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; 
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; 
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; 
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado; 
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido; 
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; 
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; 
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
Este rol é meramente exemplificativo, de forma que o Juiz e o MP podem requisitar diligências não previstas no artigo que digam respeito à prestação jurisdicional e ao bom andamento do inquérito, bem como providências relativas ao cumprimento de sentença de competência da Justiça Militar, ou diligências para instrução de processo penal em andamento. O mesmo se aplica à polícia judiciária militar estadual.
	3. DISPOSITIVOS PARA O CICLO DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVOS
	Constituição Federal
	Artigo 142
	Código Processual Penal Militar
	Arts. 1º ao 8º
	4. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Esse material é uma fusão das seguintes fontes:
1. Direito Processual Penal Militar, Célio Lobão – Editora Método.
2. Informativos esquematizados do Dizer o Direito – Márcio André Cavalcante Lopes. 
3. Anotações pessoais de aulas de diversas fontes.
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