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AP2 PPE 2024-01 
 
Questão 1: Luiz Carlos de Freitas (2012) questiona a concepção de meritocracia vigente nas 
reformas educacionais, desenvolvidas no Brasil, no inicio do século XXI. Comente a relação 
que ele estabelece entre meritocracia, avaliação de larga escala e nível socioeconômico dos 
estudantes. (Valor 3,0 pontos) 
Questão 1: Luiz Carlos de Freitas (2012) - Meritocracia, Avaliação de Larga Escala e Nível 
Socioeconômico 
Luiz Carlos de Freitas critica a visão meritocrática que sustenta as reformas educacionais no 
Brasil, especialmente aquelas baseadas em avaliações de larga escala, como o IDEB (Índice 
de Desenvolvimento da Educação Básica). Segundo ele, essas avaliações partem do 
pressuposto de que o mérito individual é o principal fator de sucesso ou fracasso escolar, 
desconsiderando as desigualdades socioeconômicas que afetam diretamente o desempenho 
dos estudantes. 
A meritocracia, nessa lógica, promove uma competição injusta entre escolas e alunos, uma vez 
que desconsidera o contexto socioeconômico no qual estão inseridos. Estudantes de famílias 
mais favorecidas tendem a ter um melhor desempenho em avaliações de larga escala devido 
ao maior acesso a recursos educacionais, enquanto alunos de classes menos privilegiadas 
enfrentam barreiras que não são consideradas nesses testes padronizados. Freitas argumenta 
que, ao ignorar essas desigualdades estruturais, as políticas educacionais acabam reforçando 
as disparidades existentes, em vez de promover uma educação equitativa. 
Portanto, para Luiz Carlos de Freitas, a relação entre meritocracia, avaliações de larga escala e 
o nível socioeconômico dos estudantes é marcada por uma injustiça estrutural que compromete 
a qualidade e a equidade na educação pública brasileira. Ao premiar escolas e professores 
com base em resultados dessas avaliações, perpetua-se uma lógica excludente que não 
considera as condições de partida desiguais. 
 
 Questão 2: A partir dos estudos sobre o Plano Nacional de Educação (2014-2024), comente 
como a Gestão Democrática está presente nesta política. (Valor 3,0 pontos) 
Questão 2: Gestão Democrática no Plano Nacional de Educação (2014-2024) 
O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 estabelece, em uma de suas metas, a 
promoção da gestão democrática da educação pública, assegurada pela participação da 
comunidade escolar nas decisões pedagógicas e administrativas. A gestão democrática é 
entendida como um princípio fundamental para a garantia de uma educação de qualidade, 
baseada nos pilares da transparência, participação e autonomia. 
O PNE prevê a institucionalização de Conselhos Escolares, Grêmios Estudantis e outras 
formas de participação comunitária para assegurar que diferentes vozes sejam ouvidas no 
processo de tomada de decisões. Isso implica em uma maior descentralização do poder, 
permitindo que a comunidade escolar, incluindo alunos, pais, professores e gestores, participe 
ativamente na construção do projeto pedagógico das escolas. 
Apesar dessa previsão, um dos desafios é a implementação efetiva desses mecanismos em 
todas as escolas e redes de ensino. Muitos especialistas apontam que, embora a gestão 
democrática esteja prevista no PNE, sua aplicação na prática muitas vezes se depara com 
resistências e limitações políticas, culturais e estruturais, que dificultam a real participação da 
comunidade na gestão escolar. 
 
 Questão 3: Com base nos argumentos de Ferreti e Silva (2017) e do que vem sendo debatido 
atualmente sobre o Novo Ensino Médio, reflita criticamente a respeito dos principais problemas 
que esta reforma representa. (Valor 4,0 pontos) 
Questão 3: Crítica ao Novo Ensino Médio - Ferreti e Silva (2017) 
Ferreti e Silva (2017) analisam criticamente o Novo Ensino Médio, uma reforma que visa 
flexibilizar o currículo e oferecer itinerários formativos diversificados. Embora o objetivo seja 
tornar o ensino mais atrativo e adequado às necessidades dos jovens, vários problemas são 
apontados por críticos e especialistas. 
Desigualdade de Oportunidades: Um dos principais problemas é que essa reforma pode 
ampliar as desigualdades educacionais, uma vez que escolas em regiões mais ricas têm mais 
recursos para oferecer uma gama maior de itinerários formativos, enquanto escolas em regiões 
mais pobres podem ter dificuldades para implementar essa diversidade curricular. Isso pode 
resultar em um ensino médio de duas velocidades, em que estudantes de escolas mais 
equipadas têm acesso a uma formação mais robusta, enquanto outros ficam limitados a opções 
mais restritas. 
1. Precarização do Trabalho Docente: A flexibilização curricular também pode levar à 
precarização das condições de trabalho dos professores, que precisarão adaptar-se a 
diferentes áreas de conhecimento sem, necessariamente, receber formação ou suporte 
adequado. Isso pode resultar em uma sobrecarga para os docentes e comprometer a qualidade 
do ensino. 
2. Foco no Mercado de Trabalho: A reforma tende a enfatizar uma formação técnica e 
profissional voltada para o mercado de trabalho, muitas vezes em detrimento de uma formação 
mais ampla e crítica. Críticos argumentam que essa abordagem instrumentaliza a educação, 
preparando os jovens apenas para o trabalho imediato, em vez de promover uma formação 
integral que inclua o desenvolvimento do pensamento crítico e da cidadania. 
3. Falta de Consulta à Comunidade Escolar: Outra crítica é que a reforma foi implementada 
sem uma ampla consulta à comunidade escolar, ignorando as vozes de professores, 
estudantes e especialistas da área. Isso vai contra o princípio da gestão democrática, que é 
essencial para a construção de políticas educacionais que atendam verdadeiramente às 
necessidades dos estudantes. 
Em resumo, a reforma do Novo Ensino Médio, embora tenha objetivos que parecem positivos, 
como a flexibilização do currículo, pode ter consequências negativas ao aprofundar 
desigualdades e reduzir o papel da educação a uma preparação para o mercado de trabalho, 
sem considerar plenamente o contexto social e as necessidades dos jovens. 
Referências 
 Freitas, Luiz Carlos de. (2012). "A crítica à meritocracia nas políticas educacionais." 
 Ferreti, Celso João; Silva, Roberta de Souza. (2017). "Reformas Educacionais no Brasil: 
Análise Crítica e Perspectivas." 
 Brasil. (2014). "Plano Nacional de Educação 2014-2024."

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