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PRIScIllA negReIROS 212 políticas nacionais e internacionais de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O objetivo da organização é elaborar políticas visando a gerar a vontade política necessária para realizar reformas legislativas e regulatórias nessas áreas. Já o GAFISUD é um órgão regional no estilo do GAFI/FATF que atua na América do Sul. É composto por 10 países-membros, 5 países-associados e diversas organizações observadoras. Seu propósito é estimular seus membros a combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo na região, por meio do compromisso de melhorar permanentemente as políticas nacionais e os mecanismos de cooperação internacional dos países da América do Sul. O Brasil é membros de ambos os grupos. Gabarito 1E, 2E, 3C 13.8. narcotráfIco (Diplomacia – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta acerca do posicionamento do Estado brasileiro no que se refere ao combate ao narcotráfico. (A) No documento final da Primeira Cúpula das Américas, rea- lizada em 1994, há item específico a respeito do combate às drogas ilícitas. (B) O Sistema de Vigilância da Amazônia foi desativado em 2003, por não ter atingido um de seus principais objetivos, o controle da entrada de entorpecentes ilícitos no Brasil. (C) O Brasil não possui acordo específico de combate ao nar- cotráfico com a Colômbia, ainda que na região em que se encontra esse país se registre uma das maiores produções mundiais de entorpecentes. (D) A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas é o mais recente tratado internacional de combate ao tráfico ilícito de entorpecentes assinado pelo Brasil. (E) Em 1970, Brasil e Argentina firmaram acordo de cooperação para o combate ao narcotráfico e para a prevenção contra o uso de drogas. A: Correto. A Primeira Cúpula das Américas ocorreu em 1994, na cidade de Miami, e tinha o objetivo de estimular a cooperação hemisférica centrada em quatro eixos principais (1) fortalecimento da democracia; (2) integração econômica e livre comércio – com vistas a estabelecer uma área de livre comércio para as Américas; (3) erradicação da pobreza e da discriminação; e (4) promoção do desenvolvimento sustentável. Como afirma o item, no documento final da I Cúpula, foi feito referência ao combate ao problema das drogas ilícitas e crimes conexos. O artigo 6º do documento atesta: “Os problemas das drogas ilícitas e das atividades criminosas conexas representam séria ameaça às sociedades, às economias de livre mercado e às instituições demo- cráticas do Hemisfério. O uso de drogas impõe imensos custos sociais; o dinheiro e a renda do tráfico de drogas representam uma drenagem efetiva do crescimento econômico; e os grandes traficantes de drogas e as organizações criminosas põem em perigo a segurança dos nossos povos por meio da corrupção, intimidação e violência. Embora o tráfico de drogas continua a ser fonte importante meio de fundos ilícitos, a indústria da lavagem de dinheiro abrange cada vez mais ganhos de todos os tipos de atividade criminosa. Para enfrentar esses problemas, é essencial adotar uma abordagem integrada e equilibrada que inclua o respeito a soberania nacional. Por essas razões, é necessária uma ampla estratégia coordenada em âmbito hemisférico para reduzir o uso e a produção de entorpecentes que inclua novos métodos de aplicação da lei capazes de interromper as redes de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro e de processar as pessoas envolvidas em tais atividades. Neste contexto, os Governos tomam nota da Reunião de Cúpula de San Antonio, de 1992, endossam as iniciativas da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas e concordam em trabalhar em conjunto para formular uma estratégia de combate aos entorpecentes para o Século XXI.” As declarações e planos de ação aprovados nas Cúpulas subsequentes (Santiago, 1998, e Quebec, 2001, além da Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável de Santa Cruz de la Sierra, 1996, e da Cúpula Especial de Monterrey, 2004) elaboraram reiteradamente sobre os três tópicos de cunho eminentemente político, enquanto as negociações para a conformação da Área de Livre Comércio (ALCA) seguiram curso paralelo, com a expectativa de que convergiriam para sua conclusão na IV Cúpula, realizada em Mar del Plata, em 2005, o que não se concretizou. Hoje, a vertente comercial das cúpulas foi, na prática, abandonada. A última Cúpula das Américas ocorreu em Cartagena em abril de 2012 com o tema “Conectando as Américas: Sócios para a Prosperidade”, com ênfase em pobreza e desigualdade; gestão e redução de risco de desastres; acesso e utilização de tecno- logias; segurança cidadã e delinquência organizada transnacional; e integração física regional. O tema das drogas foi colocado em pauta pelos países da América Central que propunham debater a legalização de determinadas drogas no ambiente, alegando o fracasso do combate baseado na repressão. O tema foi discutido, mas não houve consenso. B: Incorreto. O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) é uma rede de coleta e processamento de informações organizada por um programa governamental multiministerial, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), cujos objetivos são a defesa e a garantia da soberania brasileira na Amazônia Legal, além da sistematização e otimização das ações governamentais na região. O Sipam-Sivam foi concebido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) nos anos 1990, e entrou em vigor em 1997. Em 2002, foi instituído, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Censipam, vinculado à Pre- sidência da República, para gerenciar o Sistema e inaugura o primeiro Centro Regional em Manaus. O controle da entrada de entorpecentes no Brasil, além da identificação e localização de centros de armazenamento de drogas, localização de pistas de pouso clandestinas e extração ilegal de minérios e madeiras, entre outras, são alguns dos objetivos do projeto. O item está incorreto porque o SIVAM não foi desativado em 2002 por não ter atingido seu objetivo no controle de entorpecentes. Na verdade, ele foi transformado em CESINPAM, saindo do controle da Defesa Civil para o controle da Casa Civil. C: Incorreto. O item está incorreto porque o Brasil possui diversos acordos específicos de combate ao narcotráfico com a Colômbia, como o Acordo de Assistência Recíproca para a Prevenção do Uso e Tráfico Ilícitos de Substâncias Estupefacientes e Psicotrópicas de 1981; o Ajuste sobre Cooperação Judiciária Complementar ao Acordo de Assistência Recíproca para a Prevenção do Uso e Tráfico Ilícito de Substâncias Estupefacientes e Psicotrópicas de 1991; o Acordo de Cooperação para Impedir o Uso Ilegal de Precursores e Substâncias Químicas Essenciais para o Processamento de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas de 1997; o Acordo de Cooperação Mútua para o Combate ao Tráfego de Aeronaves Envolvidas com Atividades Ilícitas Transnacionais de 1997; além de o Acordo por Notas Reversais para a Constituição do Grupo de Trabalho Bilateral para a Repressão da Criminalidade e do Terrorismo de 2003. D: Incorreto. O item está incorreto porque a Convenção sobre Substân- cias Psicotrópicas foi criada em 1971 e promulgada no Brasil em 1972, não sendo o tratado mais recente sobre combate às drogas assinado pelo Brasil. A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas estabelece um sistema de controle internacional para substâncias psicotrópicas, e surgiu em reação à expansão e diversificação do espectro do abuso de drogas nos anos 1970. A Convenção criou formas de controle sobre diversas drogas sintéticas tanto em relação à preparação, quanto ao uso e ao comércio de psicotrópicos. E: Incorreto. O narcotráfico é um tema relativamente novo na agenda de cooperação entre os países sul-americanos, apesar da incidência do fenômeno na região. Foi no início dos anos 1990 que as questões relativas ao narcotráfico entraram na agenda regional. O item está incorreto porque Brasile Argentina assinaram em 1995, e não na década de 1970, um acordo de cooperação para o combate ao narco- tráfico e a prevenção ao abuso de drogas, no qual ambos os países comprometiam-se conjuntamente a intensificar ações de repressão ao tráfico em áreas de fronteiras, a intercambiar informações e a promover a cooperação entre seus respectivos órgãos policiais responsáveis pela repressão ao tráfico de entorpecentes.Gabarito “A” 13.9. a reforma das nações unIdas (Diplomacia – 2007 – CESPE) Nos últimos anos, a reforma da ONU ganhou lugar de destaque na agenda global, mobilizando esforços diplomáticos de toda a comunidade internacional. No que concerne a esse processo de reforma, julgue (C ou E) os itens a seguir. (1) Tendo alcançado consenso acerca de questões políticas e institucionais, como a redefinição das competências do Secretariado Geral, do Conselho de Segurança e das agên- cias especializadas do Sistema Nações Unidas, o processo de reforma concentrasse, no presente, no tratamento de questões administrativas, financeiras e de recursos huma- nos, assumindo conotação preponderantemente técnica. 2135. POlítIcA InteRnAcIOnAl (2) O dissenso a respeito da ampliação do Conselho de Segurança e o exercício do veto por parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança têm impedido o avanço das reformas. (3) Com a eleição e a posse do novo Secretário-Geral da ONU, reabriram-se automaticamente as negociações relativas à reforma do Conselho de Segurança, que haviam sido suspensas com o término do mandato de Koffi Annan. (4) O estabelecimento do Conselho de Direitos Humanos e o da Comissão de Construção da Paz representam avanços concretos no processo de reforma da ONU. 1: Errada. A Organização das Nações Unidas foi fundada em 26 de junho de 1945 com 50 Estados membros. No contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, era necessário um novo organismo internacional que asse- gurasse a paz e fizesse valer o direito internacional. Atualmente, com 192 Estados Associados e um contexto internacional completamente modificado, a necessidade de uma reforma institucional na ONU foi colocada novamente em pauta. Ao assumir a Secretária-Geral da Orga- nização em 1997, Kofi Annan decidiu promover a agenda da reforma e publicou, no mesmo ano, relatório chamado ‘Renewing the United Nations: a programme for reform’. Entre os temas debatidos, sob o amplo título “reformas da ONU”, ressaltam-se: a reforma do CSNU, o processo de revitalização da Assembleia Geral e o fortalecimento do ECOSOC, além das negociações sobre coerência do sistema e das reformas administrativas. Em 2005, o Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, decidiu convocar um painel com 16 pessoas com experiência e conhecimento sobre os órgãos das Nações Unidas para analisar e criar propostas para a reforma do sistema onusiano. O Painel entregou ao Secretário-Geral da ONU um documento intitulado “Um mundo mais seguro: nossa responsabilidade comum”, que propunha 101 recomendações a serem submetidas aos membros da ONU. Mesmo se algumas reformas foram alcançadas, como na Secretaria Geral com a criação do posto de Vice‐Secretário-Geral e o surgimento de um departamento de assuntos econômicos e sociais – resultante da fusão de três departamentos existentes -, um consenso sobre as reformas institucionais e políticas é cada vez mais difícil. O item está incorreto, portanto, ao afirmar que um consenso sobre questões políticas e insti- tucionais foi alcançado, ao contrário, essas reformas não encontraram uma resolução definitiva e continuam em pauta. A questão da Reforma do Conselho de Segurança é o projeto mais difundido entre as reformas e continua sem consenso (explicação abaixo). 2: Errada. A atual estrutura do Conselho de Segurança apresenta quinze membros: os cinco permanentes com poder de veto (Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França) e dez membros rotativos, eleitos para um período de dois anos, sem direito a reeleição. Em 2005, o então Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan apresentou o projeto “In larger freedom: towards development, security and human rights for all”. O relatório apresenta dois modelos de reforma. O primeiro propõe a criação de seis novos assentos permanentes, mas sem direito a veto (de acordo com distribuição regional: dois para África, dois para Ásia, um para Europa e outros e um para América Latina e Caribe) e três assentos não permanentes, com mandato de dois anos, não renováveis. O segundo modelo propõe a criação de oito assentos não permanentes, com mandato de quatro anos e com direito a reeleição, e um assento não permanente nos moldes atuais (mandato de dois anos, sem reeleição). Foi apenas em setembro de 2008, pela primeira vez, que a Assembleia Geral aprovou por consenso, que os membros deveriam dar início a uma negociação para a reforma do Conselho de Segurança, mas que não produziu efeitos práticos. Além destas propostas, outras duas foram elaboradas em vista de reformar o Conselho de Segurança. Uma proposta foi feita pelo grupo formado por Alemanha, Brasil, Índia e Japão (G4), que estão mais alinhados com a primeira proposta e têm feito demandas fortes por uma ampliação de assentos permanentes. O outro grupo, chamado “Unidos pelo consenso”, reúne, no entanto, países que se opõe ao G4, como Itália, Espanha, México, Argentina, Paquistão e Coreia do Sul. Estes países defendem que para uma reforma legítima seria necessário o consenso mais amplo possível, afirmando que os modelos apresentados pelo painel representam propostas, mas não soluções finais e que, dentre as duas opções, o segundo modelo seria mais flexível e permitiria uma representação mais justa. O item está incorreto porque, apesar do dissenso a respeito da ampliação do Conselho de Segurança, em nenhum momento ocorreu uma votação no próprio Conselho para aprovar qualquer reforma, não ocorrendo o exercício do veto pela parte de nenhum membro permanente. A reforma do Conselho de Segurança tem que ser primeiramente votada na Assembleia Geral e, em seguida, aprovada pelo Conselho. 3: Errada. Desde 1995, na gestão de Boutros Boutros-Ghali como Secretário-Geral da ONU, a reforma da ONU já estava em pauta com a criação do Grupo de Trabalho para Fortalecimento das Nações Unidas. Em 1996, foi criado um grupo que apresentou o primeiro relatório sobre o tema, intitulado ONU21 (ONU para o Século XXI). Durante o mandato de Kofi Annan, de 1997 a 2006, a reforma continuou sendo objeto de destaque, sendo desenvolvidos no período amplos debates que, além de discutir a modernização do sistema de trabalho da Organização, apresentaram vários projetos para reformar o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral e diversos outros órgãos da instituição. O item está incorreto porque com o fim do mandato de Kofi Annan em 2006, não houve o encerramento das negociações sobre o tema. O sul-coreano Ban Ki-moon, que assumiu o posto em 2007, continuou a reforma como item prioritário na agenda da organização. 4: Correta. Em 2005, quando as Nações Unidas comemoraram ses- senta anos, foi realizada uma reunião de Cúpula da Organização, com cerca de 170 chefes de Estado e de governo. Celebrada para rever a implementação das Metas de Desenvolvimento do Milênio, a Cúpula de 2005 também constituiu oportunidade para avançar o debate sobre reformas institucionais das Nações Unidas. As duas grandes decisões da Cúpula relacionadas à reforma da ONU foram a criação da Comissão de Consolidação da Paz e a transformação da Comissão de Direitos Humanos em Conselho de Direitos Humanos. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C 14. o brasIl e a formação dos blocos econômIcos (Diplomacia – 2010 – CESPE) Ainda com referência ao período ime- diatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, julgue C ou E. (1) O FMI e o BIRD emanaram da Carta de Havana (1947). Por sua vez, o GATT foi criado pelo Acordo de Bretton Woods (1944), tendo sido o Brasil um dos 23 signatários originais. (2) O Congresso dos EUA aprovou o estabelecimentoda Orga- nização Internacional do Comércio (OIC), que depois evoluiu para a atual Organização Mundial do Comércio (OMC). (3) A União Europeia (UE) foi criada pelo Tratado de Roma de 1957. (4) A tese advogada pela CEPAL no sentido da industrialização da América Latina foi seguida, com maior ou menor êxito, pelos países da região. 1: Errado. O item está incorreto, primeiramente, porque o Fundo Mone- tário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) não emanaram da Carta de Havana de 1947, mas dos Acordos de Bretton Woods de 1944. A Carta de Havana foi resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Emprego, celebrada em Havana, em Cuba, que tinha o objetivo de criar a Organização Internacional do Comércio (OIC). No entanto, esta organização nunca entrou em vigor, já que a Carta não foi ratificada pelo Congresso dos Estados Unidos. No entanto, a necessidade da existência de um organismo internacional que regulamentasse as regras comerciais a nível mundial era reconhecida. Por essa razão, foi aproveitada e aprovada por 23 Estados a Parte IV da Carta de Havana, que dizia respeito à política comercial. As suas disposições, conhecidas por Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT), entraram em vigor a 1 de Janeiro de 1948. Para que o GATT pudesse entrar em vigor rapidamente, elaborou-se um Protocolo de Aplicação Provisória para a aplicação do GATT. Realizaram-se, no âmbito do GATT, oito rondas de negociações comerciais multilaterais destinadas a reforçar a liberalização do comércio mundial. No encerramento da 8ª Ronda do Uruguai, existiam já 123 partes contratantes do GATT, número que, no início de 1995, já tinha aumentado para 128. O item está, portanto, incorreto também, porque o GATT não foi resultado dos Acordos de Bretton Woods. 2: Errado. O item está incorreto porque o Congresso Americano não aprovou o estabelecimento da Organização Internacional do Comércio, estabelecida pela Carta de Havana de 1947. A Organização Mundial do Comércio foi criada apenas em 1995, com o fim da oitava rodada de negociações do GATT, a Rodada do Uruguai, iniciada em 1986. 3: Errado. O item está incorreto porque a União Europeia foi criada apenas em 1992 com o Tratado de Maastrich. Em 1957, pelo Tratado de Roma foi criada a Comunidade Econômica Europeia (CEE), que PRIScIllA negReIROS 214 congregava inicialmente a França, a Alemanha, a Itália e os países do Benelux, com o objetivo de alcançar uma maior integração por inter- médio de trocas comerciais, tendo em vista a expansão econômica. Em 1956, foi proposta a criação de um mercado comum europeu e a criação de uma comunidade de energia atômica. Em março de 1957, foram assinados em Roma dois tratados, o primeiro instituiu a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e o segundo a Comunidade Europeia da Energia Atômica, mais conhecida sob a designação de Euratom. A CEE tinha o objetivo de criar uma união aduaneira e um mercado comum. Após a assinatura do Tratado de Maastricht, em 1992, a CEE passa a constituir a União Europeia, exprimindo a vontade dos Estados-Membros de alargar as competências comunitárias a domínios não econômicos. A União Europeia só adquiriu personalidade jurídica com o Tratado de Lisboa em 2007. 4: Certo. A tese advogada pela CEPAL foi lançada, em 1950, com a publicação de um estudo intitulado “O desenvolvimento econômico da América Latina e seus principais problemas”. Segundo a CEPAL, o sistema econômico internacional estaria dividido entre o centro (países industrializados que exportam produtos manufaturados) e a periferia (países como os da América Latina, que exportam produtos primários). Com o desenvolvimento tecnológico, o centro é capaz de absorver seus benefícios integralmente, já que possui forças sindicais e instituições comerciais desenvolvidas. Na periferia, no entanto, as empresas e os trabalhadores têm menos poder e devem submeter-se aos clientes do centro e estabelecer preços mais baixos aos seus produtos. A degradação dos termos de troca entre países industrializados e países em desenvolvimento é a base da teoria cepalina que argumenta que a tecnologia e o desenvolvimento do comércio internacional acabam por beneficiar apenas o centro, privando a periferia de benefícios. Depois desta constatação, a Cepal transformou-se no alicerce do ativismo dos países periféricos no seio das Nações Unidas e criou a escola latino- -americana de pensamento econômico. Durante seus anos na CEPAL, Raul Presbich, o mentor da teoria cepalina, adotou o ideal da política de Industrialização por Substituição de Importações (ISI), doutrina que prega a industrialização pelo desenvolvimento da produção interna via controle das importações. Segundo o pensamento cepalino, essa polí- tica permitiria o desenvolvimento e a acumulação de capitais internos que gerariam um processo de desenvolvimento autosustentável aos países latino-americanos. Como afirma o item, ela foi seguida, com maior ou menor êxito, pelos países da região. Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C (Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação ao quadro econômico e social subsequente ao fim da Segunda Guerra Mundial, julgue C ou E. (1) O chamado “Sistema de Bretton Woods” — que previa a paridade do dólar com o ouro — perdurou até a Primeira Guerra do Golfo, no início dos anos noventa. (2) Em resposta ao Plano Marshall, a URSS criou o Conselho de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) em 1949, voltado para a Europa Oriental mas que, a partir dos anos 70, estendeu-se à Mongólia, Cuba e Vietnã. (3) Ao defender o papel regulador do Estado na economia e nas relações sociais, estimulando a demanda e o aumento da produção, da renda e do emprego, a doutrina keynesiana forneceu sustentação para o Estado do bem-estar social. (4) O Plano Marshall, também denominado Programa de Recuperação Europeia, foi bem recebido pela então URSS, sobretudo porque se destinava ao conjunto da Europa e não apenas a alguns países. 1: Errado. O item está incorreto porque o sistema de Bretton Woods perdurou até 1971, quando o presidente americano Richard Nixon deter- minou o fim da paridade dólar-ouro. Nos anos 1960, percebe-se uma importante evasão de capitais dos EUA durante reconstrução europeia e um forte índice de inflação (causado principalmente pela recorrente criação de moeda durante a Guerra do Vietnã e da necessidade de manter a liquidez mundial). Esses fatores trouxeram certa desconfiança em relação ao dólar como ativo de reserva de valor internacional e um descontentamento dos países europeus sobre a hegemonia da moeda americana. Alguns Estados começaram a adotar o ouro como reserva de valor e criaram alternativas como o Direito Especial de Saque, moeda definida pelo FMI em paridade com o ouro (1968). Em 1971, Richard Nixon decretou o fim da paridade dólar-ouro, o que levou ao fim do sistema Bretton Woods. 2: Errado. O item foi considerado Certo no gabarito preliminar, mas foi modificado para Errado no gabarito final já que a Mongólia foi admitida no COMECON em 1962 e não nos anos 1970, como se afirma no item. O Conselho de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) foi criado em 1949, por um communiqué feito entre Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia Polônia, Romênia, Hungria e URSS. O objetivo do COMECON não era estabelecer uma integração econômica, mas propor uma cooperação econômica entre seus membros para criar uma maior independência dos países ligados à URSS em relação aos países capitalistas. O COMECON foi uma resposta a criação da OECE (Organização Europeia de Coopera- ção Econômica), criada para supervisionar a ajuda econômica americana oferecida pelo Plano Marshall. O Plano Marshall foi um plano americano de ajuda econômica com o objetivo de reconstruir economicamente a Europa no pós-Segunda Guerra Mundial. O item está incorreto porque foi a partir dos anos 1960 que o COMECON começou a estender-se para países fora da Europa Oriental com a entrada da Mongólia em 1962.Cuba aderiu em 1972 e a República Socialista do Vietnã em 1978. 3: Certo. A doutrina keynesiana foi criada pelo economista britânico John Mayard Keynes a partir da publicação, em 1936, do livro Teoria Geral sobre Emprego, Juros e Moeda. Keynes tinha o objetivo de questionar as teorias econômicas clássicas que acreditavam que o desenvolvi- mento econômico estava atrelado ao princípio do Estado mínimo e da não intervenção do Estado na economia. Segundo o pensamento keynesiano, é a demanda que cria a oferta de produtos e serviços. Ao contrário dos clássicos, que acreditavam que toda a oferta geraria uma demanda na mesma proporção, a visão keynesiana defendia que em período de crise, os consumidores reduziam a demanda efetiva e as antecipações negativas podiam piorar o quadro econômico. A teoria keynesiana defende que apenas o Estado é capaz de relançar a economia e restituir uma demanda efetiva. Para fazê-lo o Estado deve aumentar seus gastos ou utilizar da política monetária a curto prazo. Essa ideia de intervenção do Estado na economia, como afirma o item, forneceu uma sustentação ao conceito de Bem-Estar Social, já que seria um benefício para a sociedade a intervenção estatal. O Estado de Bem-Estar Social, ou Welfare State, como é conhecido, designa a prática de um Estado assistencial que garante padrões mínimos de saúde, educação, renda, habitação para seus cidadãos. Não obstante, alguns direitos sociais terem surgido entre o século XVIII e XIX, o conceito de Estado de Bem-Estar Social surgiu apenas após a Segunda Guerra Mundial, com a ampliação dos serviços assistências por parte do Estado e o aumento dos direitos sociais. A Grã-Bretanha foi o Estado que iniciou o processo do Welfare State ao aprovar uma série de leis em 1942 para a área da saúde e da educação. 4: Errado. O item está incorreto porque o Programa de Recuperação Europeia, que ficou conhecido como o Plano Marshall, não foi bem recebido pela União Soviética, que acabou criando em 1949 um Plano de cooperação econômica para os países sob influência soviética conhecido com o Conselho de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) em resposta (ver item 1 desta questão). Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E (Diplomacia – 2006 – CESPE) Ainda com referência ao cenário mundial do pós-Segunda Guerra Mundial, julgue os itens seguintes. (1) Bretton Woods, Dumbarton Oaks, Ialta, Potsdam e São Francisco foram algumas das mais importantes reuniões ocorridas na etapa final da Segunda Guerra, quando aspec- tos fundamentais da ordem econômica e política, a vigorar após a cessação das hostilidades, foram fixadas mediante arranjos diplomáticos e militares. (2) Após o fim da Segunda Guerra, já em clima de paz, a Confe- rência de Bretton Woods criou duas importantes instituições: o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). (3) Impedir a conversibilidade das moedas e restringir as facilidades de câmbio, como instrumentos necessários ao equilíbrio das finanças mundiais, eram, em síntese, os principais objetivos determinantes para a criação do FMI, os quais marcam sua atuação até hoje. (4) Há consenso entre os especialistas de que o fracasso do sistema financeiro criado em Bretton Woods decorre de seu conservadorismo original e de sua pouca criatividade, res- ponsáveis pelos sucessivos sobressaltos e pelo crescente fechamento da economia mundial pós-1945. 2155. POlítIcA InteRnAcIOnAl 1: Certa CONFERÊNCIA ANO DESCRIÇÃO Bretton Woods Julho / 1944 Tinha o objetivo de regularizar e estabelecer regras internacionais para o sistema monetário e econô- mico mundial. Os acordos de Bretton Woods ficaram conhecidos pela fundação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional e por estabelecer regras de uma política monetária com uma taxa de câmbio fixa ao dólar, cujo valor seria estabelecido a partir da paridade dólar-ouro, em uma base fixa de 35 dólares por onça do ouro. Dumbarton Oaks Outubro / 1944 Conferência realizada nos Estados Unidos. Marca os acordos entre China, Estados Unidos, Grã-Bretanha e URSS sobre os objetivos, estrutura e funcionamento de uma possível organização mundial, que viria a ser a ONU em 1945. Foi uma reunião de caráter prático que estabeleceu as bases da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e da Corte Internacional de Justiça, além do Secretariado, que foi também previsto. O método de voto do Conselho de Segurança não foi decidido durante estas reuniões, mas foi elaborado um primeiro rascunho do que seria a Carta da ONU. Ialta Fevereiro / 1945 Consagrou a divisão entre aliados ocidentais e a União Soviética. Participaram da Conferência, realizada na região da Ucrânia, com a presença Franklin Roosevelt (EUA), Josef Stalin (URSS) e Winston Churchill (Grã-Bretanha). Ialta ficou conhecida pela repartição informal das zonas de influência entre Leste e Oeste. A conferência marcou a influência da URSS na Europa Oriental – a imposição soviética sobre a Romênia e a Bulgária acelerou o pessimismo de Roosevelt e Churchill durante a conferência. São Francisco Abril / 1945 Marca o nascimento da Organização das Nações Unidas e teve a presença de 50 Estados, entre os países que haviam declarado guerra à Alemanha e ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Foi assinada a Declaração das Nações Unidas, que se tornou um dos grandes instrumentos de regulação das relações internacionais, com 19 capítulos e 111 artigos Potsdam Entre julho e outubro / 1945 A Conferência de Potsdam reuniu URSS, EUA e Grã-Bretanha e marcou a divisão da Alemanha em 4 áreas de influência e estabeleceu uma ordem pós-guerra. Potsdam cuidou também da questão da Polônia e das tropas de Stálin que se instalaram no país. Vale lembrar que, em Potsdam, Churchill é substituído por Clement Atlee, e Roosevelt por Henry Truman. 2: Errada. O item está incorreto porque a Conferência de Bretton Woods não ocorreu ao final da Segunda Guerra Mundial, mas em julho de 1944, um ano antes do fim da guerra. Como afirma o item, duas importantes instituições foram criadas durante a Conferência: o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), que foi criado para promover o desenvolvimento econômico a longo prazo trabalhando também com o financiamento de projetos de infraestrutura. A expressão Banco Mundial designa unicamente o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento e a Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID). O Grupo Banco Mundial compreende além do BIRD e da AID, outras três agências: a Sociedade Financeira Internacional (SFI), a Agência Multilateral de Garantia ao Investimento (AMGI) e o Centro Internacional de Solução de Controvérsias relativos a Investimento. A outra instituição criada pelos Acordos de Bretton Woods foi o Fundo Monetário Internacional, que tem como objetivo prevenir crises econômicas mundiais e remediar problemas no balanço de pagamentos dos países membros. Ambas as instituições são agências especializadas das Nações Unidas e exercem funções complementares. 3: Errada. Ao contrário do que afirma o item, o FMI, criado em 1944, adotou um modelo de câmbio fixo e estipulou uma conversibilidade do dólar em termos de ouro. A manutenção das taxas de câmbio, que estariam atreladas ao dólar, poderia ser ajustada, com o acordo do FMI, para corrigir problemas de “desequilíbrio fundamental” na balança de pagamentos dos países membros da organização. Além de estimular um padrão na conversibilidade de moedas, o FMI propunha a equilíbrio entre as moedas. Como os EUA eram o único país superavitário no período entre guerras e porque ele possuía mais 2/3 das reservas mundiais de ouro, o dólar americano passou a desempenhar função de moeda central do sistema. Em 1971, no entanto, Richard Nixon estipulou o fim da paridade dólar-ouro e ocorreu o fim do sistema Bretton Woods e do sistema de câmbio fixo. 4: Errada. Apesar do fim do sistema Bretton Woods em 1971, como fim da paridade dólar-ouro, o sistema foi essencial para a estabilização e o controle do sistema financeiro internacional durante o pós-Guerra. O sistema de Bretton Woods foi o primeiro exemplo de uma ordem monetária completamente negociada que tinha como objetivo regulamentar a governança monetária global, estabelecendo um sistema inovador de regras, instituições e procedimentos. Não obstante, o fim do sistema de paridade ouro-dólar em 1971, a regulação do sistema financeiro mundial e importantes financiamentos na área de desenvolvimento continuam a ser feitos pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial – institui- ções que nasceram do sistema Bretton Woods. Além disso, após 1945, não houve fechamento da economia mundial, mas uma maior abertura. Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E 15. a dImensão da seGurança na polítIca exterIor do brasIl (Diplomacia – 2007 – CESPE) No período pós-Guerra Fria, observa-se crescente ativismo da ONU no tocante às operações de paz. Com relação à participação do Brasil nessas operações, assinale a opção correta. (A) Com o fim da Guerra Fria, as missões de paz perderam sua conotação ideológica, o que permitiu ao Brasil delas participar, pela primeira vez, com o envio de observadores militares e policiais civis ao Timor Leste. (B) Em consonância com os princípios norteadores de sua política externa e de sua tradição diplomática, o Brasil privilegia o engajamento em missões que objetivam coibir graves violações dos direitos humanos, prevenir genocídios e prestar assistência em crises humanitárias. (C) O exercício do comando político e militar da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH) consolida a liderança e a intensa participação brasileira em missões de paz. (D) Com o fim da Guerra Fria, a participação brasileira nas missões de paz da ONU intensificou-se em relação às décadas ante- riores e tornou-se mais diversificada quanto às formas de colaboração prestada e às responsabilidades assumidas. (E) O Brasil restringe sua participação a missões conduzidas em países em que não existam quaisquer interesses brasileiros em questão. PRIScIllA negReIROS 216 A: Incorreta. Durante a Guerra Fria, com o mundo dividido em dois blocos antagônicos, o veto recorrentemente paralisava o processo decisório do Conselho de Segurança, trazendo uma forte inoperância do sistema de segurança coletiva previsto na Carta das Nações Unidas. O item está incorreto porque durante o período de 1947 e 1987, foram criadas 13 Operações de Paz, e o Brasil participou de 6 destas opera- ções, entre a primeira missão realizada em Suez em 1957. Com o fim da Guerra Fria, a distensão política entre a URSS e os EUA teve impacto no papel das Nações Unidas no setor de segurança e um período de forte atividade da ONU no campo da manutenção da paz, ocorrendo desde 1988 mais de 48 operações de paz. O Brasil efetivamente, como afirma o item, participou das Missões de Paz no Timor Leste que ocorreram em 1999 (UNTAET) e 2002 (UNMISET). B: Incorreta. De acordo com o Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança tem a função de manter a paz e a segurança internacional, podendo, caso necessário, utilizar de medidas que impli- quem o uso da força, como no caso de graves violações aos direitos humanos e genocídios. Ao contrário do que afirma o item, o Brasil não tem tradição em participar de força multinacionais autorizadas pelo capítulo VII do Conselho de Segurança. O Brasil participou, no entanto, em algumas missões sob o auspício do capítulo VII, como a Missão ao Timor Leste em 1999. C: Incorreta. A MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabiliza- ção do Haiti) representa uma mudança quanto à participação brasileira em Operações de Paz. Tradicionalmente, o Brasil participa enviando tropas e militares, sem qualquer posição de liderança. O item está incorreto porque o exercício do comando de uma missão de manutenção de paz é um fato único na história brasileira neste tipo de operação. D: Correta. Com o aumento do número de Operações de paz ao final da Guerra Fria, a participação do Brasil também aumentou conside- ravelmente no período (ver lista abaixo). Durante os anos 1960, a contribuição brasileira estava concentrada principalmente na cessão de militares, por exemplo, no envio de tropas para atuar no Egito (UNEF I) e na prestação de serviços de apoio aéreo no Congo (ONUC). Durante os anos 1990, no entanto, a contribuição brasileira ganhou um novo impulso, colocando a disposição das operações, civis e militares procedentes dos Três Poderes e dos Estados e Distrito Federal, além da cessão de 11 oficiais das Forças Armadas para servir no Departamento de Operações de Paz da ONU. E: Incorreta. O item está incorreto porque uma das características da participação do Brasil em missões de paz é que ela se dá principal- mente em países da América Latina e em países de língua portuguesa. Mesmo se esta ideia não é uma regra da atuação brasileira, ela reflete uma ligação cultural, linguística e de aproximação que mostrariam o interesse brasileiro nesta atuação. Durante a década de 1990, a política externa brasileira foi marcada pela ampliação de sua atuação regional e o aumento nas Operações de Paz mostra coerência na busca deste objetivo. Missões de Paz que o Brasil participou com efetivo policial ou militar: UNEF I (Faixa de Gaza/Sinai) -1956 ONUCA (Congo) -1960 UNSF (Nova Guiné Ocidental) -1962 UNFICYP (Chipre) – 1964 UNIPOM (Índia / Paquistão) – 1965 DOMREP (República Dominicana) – 1965 UNAVEM I /II /III (Angola) – 1988 /1991 / 1995 ONUCA (América Central) - 1989 ONUSAL (El Salvador) – 1991 UNPOFOR (Ex-Iugoslávia) – 1992 UNTAC (Camboja) – 1992 ONUMOZ (Moçambique) – 1992 UNOMIL (Libéria) – 1993 UNAMIR (Ruanda) – 1993 UNIMUR (Uganda-Ruanda) – 1993 UNCRO (Croácia) 1995 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU UNPREDED (República Ex-Iugoslávia da Macedônia) 1995 UNTAES (Croácia)1996 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU UNMOP (Península de Prevakla) 1996 MINUGUA (Guatemala) 1997 MONUA (Angola) 1997 UNTAET (Timor Leste) 1999 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU UNMISET (Timor Leste) 2002 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU UNMIL (Libéria) 2003 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU MINUSTAH (Haiti) 2004 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU UNOCI (Costa do Marfim) 2004 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU Gabarito “D” Sugestão: “O Brasil e as Operações de Manutenção de Paz das Nações Unidas” de Paulo Roberto Campos Tarrise da Fontoyra (editora FUNAG) “O Brasil e as operações de Paz” Eugênio Diniz In. Relações Interna- cionais do Brasil – temas e agendas. (Editora Saraiva) 16. o brasIl e as coalIzões Interna cI onaIs: o G-20, o Ibas e o brIc (Diplomacia – 2012 – CESPE) Com relação ao BRICS, ao BASIC e ao IBSA e a assuntos correlatos, assinale a opção correta. (A) O BRICS, o BASIC e o IBSA, embora tenham membros em comum e discutam temas transversais recorrentes, como mudança do clima e desenvolvimento sustentável, resultam de iniciativas distintas, com lógicas institucionais diferentes. (B) O BRICS teve posição similar com relação às abstenções relativas às intervenções no Oriente Médio decididas pelo Conselho de Segurança da ONU que arrefece o conflito de interesses entre Estados Unidos da América (EUA), Israel e Irã. (C) O BRICS tem atuado de forma decisiva e consensual em relação a vários temas, tais como a indicação do diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2011, a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a reforma de instituições internacio- nais, a começar pelas duas de Bretton Woods, e a mudança do clima global. (D) O baixo grau de institucionalização do BRICS, a desigual- dade econômica e militar existente entre seus membros e o conflito de 1962 entre China e Índia constituem obstáculos às negociações desse agrupamento. (E) Brasil e África do Sul, ambos membros do BRICS, interrom- peram seus respectivos programasde tecnologia nuclear de uso militar na mesma época e pela mesma razão — a pressão política exercida pelas grandes potências nucleares que compõem o Conselho de Segurança da ONU. A: Correta. O BRICS, BASIC e o IBSA são coalizões ou ententes diplo- máticas que, conquanto possuam países membros em comum, têm objetivos e lógicas institucionais distintas. O BRICS (antigamente denominado BRIC) é um acrônimo para designar o mecanismo informal de concertação política formado pelos países Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, desde sua III Cúpula em Sanya (China), em abril de 2011, África do Sul. O termo BRIC apare- ceu pela primeira vez em 2001 em um estudo elaborado por Jim O’Neill do Banco Goldman Sachs, intitulado “Building Better Global Economic BRICS”. Esse estudo mostrava como as economias desse grupo de países iriam igualar às economias do grupo do G6 (Alemanha, EUA, Japão, Grã-Bretanha, França e Itália) em alguns anos. As primeiras reu- niões entre chanceleres do BRICS ocorreram à margem da Assembleia Geral da ONU, nos anos de 2006 e 2007 e a primeira Cúpula de Chefes de Estado e de Governo ocorreu em 2009, em Ecaterimburgo, Rússia. O BRICS tem uma vasta agenda, que toca temas políticos, econômi- cos, de cooperação intrabloco e securitários. Na esfera econômica, o grupo dá ênfase à reforma das instituições financeiras internacionais, além de focar em importantes temas políticos como a reforma das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, o combate ao terrorismo internacional, o combate à pobreza e o desenvolvimento sustentável. Já o BASIC surgiu em 2007 foi extremamente importante durante a 15ª