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PRIScIllA negReIROS 212
políticas nacionais e internacionais de combate à lavagem de dinheiro 
e ao financiamento do terrorismo. O objetivo da organização é elaborar 
políticas visando a gerar a vontade política necessária para realizar 
reformas legislativas e regulatórias nessas áreas. Já o GAFISUD é um 
órgão regional no estilo do GAFI/FATF que atua na América do Sul. É 
composto por 10 países-membros, 5 países-associados e diversas 
organizações observadoras. Seu propósito é estimular seus membros 
a combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo na 
região, por meio do compromisso de melhorar permanentemente as 
políticas nacionais e os mecanismos de cooperação internacional dos 
países da América do Sul. O Brasil é membros de ambos os grupos.
Gabarito 1E, 2E, 3C
13.8. narcotráfIco
(Diplomacia – 2012 – CESPE) Assinale a opção correta acerca 
do posicionamento do Estado brasileiro no que se refere ao 
combate ao narcotráfico. 
(A) No documento final da Primeira Cúpula das Américas, rea-
lizada em 1994, há item específico a respeito do combate 
às drogas ilícitas.
(B) O Sistema de Vigilância da Amazônia foi desativado em 
2003, por não ter atingido um de seus principais objetivos, 
o controle da entrada de entorpecentes ilícitos no Brasil.
(C) O Brasil não possui acordo específico de combate ao nar-
cotráfico com a Colômbia, ainda que na região em que se 
encontra esse país se registre uma das maiores produções 
mundiais de entorpecentes.
(D) A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas é o mais 
recente tratado internacional de combate ao tráfico ilícito 
de entorpecentes assinado pelo Brasil.
(E) Em 1970, Brasil e Argentina firmaram acordo de cooperação 
para o combate ao narcotráfico e para a prevenção contra 
o uso de drogas.
A: Correto. A Primeira Cúpula das Américas ocorreu em 1994, na cidade 
de Miami, e tinha o objetivo de estimular a cooperação hemisférica 
centrada em quatro eixos principais (1) fortalecimento da democracia; 
(2) integração econômica e livre comércio – com vistas a estabelecer 
uma área de livre comércio para as Américas; (3) erradicação da 
pobreza e da discriminação; e (4) promoção do desenvolvimento 
sustentável. Como afirma o item, no documento final da I Cúpula, foi 
feito referência ao combate ao problema das drogas ilícitas e crimes 
conexos. O artigo 6º do documento atesta: “Os problemas das drogas 
ilícitas e das atividades criminosas conexas representam séria ameaça 
às sociedades, às economias de livre mercado e às instituições demo-
cráticas do Hemisfério. O uso de drogas impõe imensos custos sociais; 
o dinheiro e a renda do tráfico de drogas representam uma drenagem 
efetiva do crescimento econômico; e os grandes traficantes de drogas 
e as organizações criminosas põem em perigo a segurança dos nossos 
povos por meio da corrupção, intimidação e violência. Embora o tráfico 
de drogas continua a ser fonte importante meio de fundos ilícitos, a 
indústria da lavagem de dinheiro abrange cada vez mais ganhos de 
todos os tipos de atividade criminosa. Para enfrentar esses problemas, 
é essencial adotar uma abordagem integrada e equilibrada que inclua o 
respeito a soberania nacional. Por essas razões, é necessária uma ampla 
estratégia coordenada em âmbito hemisférico para reduzir o uso e a 
produção de entorpecentes que inclua novos métodos de aplicação da 
lei capazes de interromper as redes de tráfico de drogas e de lavagem 
de dinheiro e de processar as pessoas envolvidas em tais atividades. 
Neste contexto, os Governos tomam nota da Reunião de Cúpula de San 
Antonio, de 1992, endossam as iniciativas da Comissão Interamericana 
para o Controle do Abuso de Drogas e concordam em trabalhar em 
conjunto para formular uma estratégia de combate aos entorpecentes 
para o Século XXI.” As declarações e planos de ação aprovados nas 
Cúpulas subsequentes (Santiago, 1998, e Quebec, 2001, além da Cúpula 
sobre Desenvolvimento Sustentável de Santa Cruz de la Sierra, 1996, 
e da Cúpula Especial de Monterrey, 2004) elaboraram reiteradamente 
sobre os três tópicos de cunho eminentemente político, enquanto as 
negociações para a conformação da Área de Livre Comércio (ALCA) 
seguiram curso paralelo, com a expectativa de que convergiriam para 
sua conclusão na IV Cúpula, realizada em Mar del Plata, em 2005, o 
que não se concretizou. Hoje, a vertente comercial das cúpulas foi, 
na prática, abandonada. A última Cúpula das Américas ocorreu em 
Cartagena em abril de 2012 com o tema “Conectando as Américas: 
Sócios para a Prosperidade”, com ênfase em pobreza e desigualdade; 
gestão e redução de risco de desastres; acesso e utilização de tecno-
logias; segurança cidadã e delinquência organizada transnacional; e 
integração física regional. O tema das drogas foi colocado em pauta 
pelos países da América Central que propunham debater a legalização 
de determinadas drogas no ambiente, alegando o fracasso do combate 
baseado na repressão. O tema foi discutido, mas não houve consenso. 
B: Incorreto. O Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) é uma rede 
de coleta e processamento de informações organizada por um programa 
governamental multiministerial, o Sistema de Proteção da Amazônia 
(Sipam), cujos objetivos são a defesa e a garantia da soberania brasileira 
na Amazônia Legal, além da sistematização e otimização das ações 
governamentais na região. O Sipam-Sivam foi concebido pela Secretaria 
de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) nos 
anos 1990, e entrou em vigor em 1997. Em 2002, foi instituído, durante 
o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Censipam, vinculado à Pre-
sidência da República, para gerenciar o Sistema e inaugura o primeiro 
Centro Regional em Manaus. O controle da entrada de entorpecentes no 
Brasil, além da identificação e localização de centros de armazenamento 
de drogas, localização de pistas de pouso clandestinas e extração ilegal 
de minérios e madeiras, entre outras, são alguns dos objetivos do 
projeto. O item está incorreto porque o SIVAM não foi desativado em 
2002 por não ter atingido seu objetivo no controle de entorpecentes. 
Na verdade, ele foi transformado em CESINPAM, saindo do controle 
da Defesa Civil para o controle da Casa Civil. 
C: Incorreto. O item está incorreto porque o Brasil possui diversos 
acordos específicos de combate ao narcotráfico com a Colômbia, como 
o Acordo de Assistência Recíproca para a Prevenção do Uso e Tráfico 
Ilícitos de Substâncias Estupefacientes e Psicotrópicas de 1981; o Ajuste 
sobre Cooperação Judiciária Complementar ao Acordo de Assistência 
Recíproca para a Prevenção do Uso e Tráfico Ilícito de Substâncias 
Estupefacientes e Psicotrópicas de 1991; o Acordo de Cooperação para 
Impedir o Uso Ilegal de Precursores e Substâncias Químicas Essenciais 
para o Processamento de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas 
de 1997; o Acordo de Cooperação Mútua para o Combate ao Tráfego 
de Aeronaves Envolvidas com Atividades Ilícitas Transnacionais de 
1997; além de o Acordo por Notas Reversais para a Constituição do 
Grupo de Trabalho Bilateral para a Repressão da Criminalidade e do 
Terrorismo de 2003. 
D: Incorreto. O item está incorreto porque a Convenção sobre Substân-
cias Psicotrópicas foi criada em 1971 e promulgada no Brasil em 1972, 
não sendo o tratado mais recente sobre combate às drogas assinado 
pelo Brasil. A Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas estabelece 
um sistema de controle internacional para substâncias psicotrópicas, 
e surgiu em reação à expansão e diversificação do espectro do abuso 
de drogas nos anos 1970. A Convenção criou formas de controle sobre 
diversas drogas sintéticas tanto em relação à preparação, quanto ao 
uso e ao comércio de psicotrópicos.
E: Incorreto. O narcotráfico é um tema relativamente novo na agenda 
de cooperação entre os países sul-americanos, apesar da incidência 
do fenômeno na região. Foi no início dos anos 1990 que as questões 
relativas ao narcotráfico entraram na agenda regional. O item está 
incorreto porque Brasile Argentina assinaram em 1995, e não na 
década de 1970, um acordo de cooperação para o combate ao narco-
tráfico e a prevenção ao abuso de drogas, no qual ambos os países 
comprometiam-se conjuntamente a intensificar ações de repressão ao 
tráfico em áreas de fronteiras, a intercambiar informações e a promover 
a cooperação entre seus respectivos órgãos policiais responsáveis pela 
repressão ao tráfico de entorpecentes.Gabarito “A”
13.9. a reforma das nações unIdas
(Diplomacia – 2007 – CESPE) Nos últimos anos, a reforma da 
ONU ganhou lugar de destaque na agenda global, mobilizando 
esforços diplomáticos de toda a comunidade internacional. No 
que concerne a esse processo de reforma, julgue (C ou E) os 
itens a seguir. 
(1) Tendo alcançado consenso acerca de questões políticas 
e institucionais, como a redefinição das competências do 
Secretariado Geral, do Conselho de Segurança e das agên-
cias especializadas do Sistema Nações Unidas, o processo 
de reforma concentrasse, no presente, no tratamento de 
questões administrativas, financeiras e de recursos huma-
nos, assumindo conotação preponderantemente técnica. 
2135. POlítIcA InteRnAcIOnAl
(2) O dissenso a respeito da ampliação do Conselho de 
Segurança e o exercício do veto por parte dos membros 
permanentes do Conselho de Segurança têm impedido o 
avanço das reformas. 
(3) Com a eleição e a posse do novo Secretário-Geral da ONU, 
reabriram-se automaticamente as negociações relativas 
à reforma do Conselho de Segurança, que haviam sido 
suspensas com o término do mandato de Koffi Annan. 
(4) O estabelecimento do Conselho de Direitos Humanos e o 
da Comissão de Construção da Paz representam avanços 
concretos no processo de reforma da ONU. 
1: Errada. A Organização das Nações Unidas foi fundada em 26 de junho 
de 1945 com 50 Estados membros. No contexto do pós-Segunda Guerra 
Mundial, era necessário um novo organismo internacional que asse-
gurasse a paz e fizesse valer o direito internacional. Atualmente, com 
192 Estados Associados e um contexto internacional completamente 
modificado, a necessidade de uma reforma institucional na ONU foi 
colocada novamente em pauta. Ao assumir a Secretária-Geral da Orga-
nização em 1997, Kofi Annan decidiu promover a agenda da reforma 
e publicou, no mesmo ano, relatório chamado ‘Renewing the United 
Nations: a programme for reform’. Entre os temas debatidos, sob o 
amplo título “reformas da ONU”, ressaltam-se: a reforma do CSNU, 
o processo de revitalização da Assembleia Geral e o fortalecimento 
do ECOSOC, além das negociações sobre coerência do sistema e das 
reformas administrativas. Em 2005, o Secretário-Geral da ONU, Kofi 
Annan, decidiu convocar um painel com 16 pessoas com experiência 
e conhecimento sobre os órgãos das Nações Unidas para analisar e 
criar propostas para a reforma do sistema onusiano. O Painel entregou 
ao Secretário-Geral da ONU um documento intitulado “Um mundo 
mais seguro: nossa responsabilidade comum”, que propunha 101 
recomendações a serem submetidas aos membros da ONU. Mesmo 
se algumas reformas foram alcançadas, como na Secretaria Geral com 
a criação do posto de Vice‐Secretário-Geral e o surgimento de um 
departamento de assuntos econômicos e sociais – resultante da fusão 
de três departamentos existentes -, um consenso sobre as reformas 
institucionais e políticas é cada vez mais difícil. O item está incorreto, 
portanto, ao afirmar que um consenso sobre questões políticas e insti-
tucionais foi alcançado, ao contrário, essas reformas não encontraram 
uma resolução definitiva e continuam em pauta. A questão da Reforma 
do Conselho de Segurança é o projeto mais difundido entre as reformas 
e continua sem consenso (explicação abaixo). 
2: Errada. A atual estrutura do Conselho de Segurança apresenta quinze 
membros: os cinco permanentes com poder de veto (Estados Unidos, 
Rússia, China, Inglaterra e França) e dez membros rotativos, eleitos 
para um período de dois anos, sem direito a reeleição. Em 2005, o então 
Secretário-Geral da ONU, Kofi Annan apresentou o projeto “In larger 
freedom: towards development, security and human rights for all”. 
O relatório apresenta dois modelos de reforma. O primeiro propõe a 
criação de seis novos assentos permanentes, mas sem direito a veto 
(de acordo com distribuição regional: dois para África, dois para Ásia, 
um para Europa e outros e um para América Latina e Caribe) e três 
assentos não permanentes, com mandato de dois anos, não renováveis. 
O segundo modelo propõe a criação de oito assentos não permanentes, 
com mandato de quatro anos e com direito a reeleição, e um assento não 
permanente nos moldes atuais (mandato de dois anos, sem reeleição). 
Foi apenas em setembro de 2008, pela primeira vez, que a Assembleia 
Geral aprovou por consenso, que os membros deveriam dar início a 
uma negociação para a reforma do Conselho de Segurança, mas que 
não produziu efeitos práticos. Além destas propostas, outras duas 
foram elaboradas em vista de reformar o Conselho de Segurança. Uma 
proposta foi feita pelo grupo formado por Alemanha, Brasil, Índia e 
Japão (G4), que estão mais alinhados com a primeira proposta e têm 
feito demandas fortes por uma ampliação de assentos permanentes. 
O outro grupo, chamado “Unidos pelo consenso”, reúne, no entanto, 
países que se opõe ao G4, como Itália, Espanha, México, Argentina, 
Paquistão e Coreia do Sul. Estes países defendem que para uma reforma 
legítima seria necessário o consenso mais amplo possível, afirmando 
que os modelos apresentados pelo painel representam propostas, mas 
não soluções finais e que, dentre as duas opções, o segundo modelo 
seria mais flexível e permitiria uma representação mais justa. O item 
está incorreto porque, apesar do dissenso a respeito da ampliação do 
Conselho de Segurança, em nenhum momento ocorreu uma votação 
no próprio Conselho para aprovar qualquer reforma, não ocorrendo 
o exercício do veto pela parte de nenhum membro permanente. A 
reforma do Conselho de Segurança tem que ser primeiramente votada 
na Assembleia Geral e, em seguida, aprovada pelo Conselho. 
3: Errada. Desde 1995, na gestão de Boutros Boutros-Ghali como 
Secretário-Geral da ONU, a reforma da ONU já estava em pauta com a 
criação do Grupo de Trabalho para Fortalecimento das Nações Unidas. 
Em 1996, foi criado um grupo que apresentou o primeiro relatório sobre 
o tema, intitulado ONU21 (ONU para o Século XXI). Durante o mandato 
de Kofi Annan, de 1997 a 2006, a reforma continuou sendo objeto de 
destaque, sendo desenvolvidos no período amplos debates que, além 
de discutir a modernização do sistema de trabalho da Organização, 
apresentaram vários projetos para reformar o Conselho de Segurança, 
a Assembleia Geral e diversos outros órgãos da instituição. O item está 
incorreto porque com o fim do mandato de Kofi Annan em 2006, não 
houve o encerramento das negociações sobre o tema. O sul-coreano 
Ban Ki-moon, que assumiu o posto em 2007, continuou a reforma 
como item prioritário na agenda da organização.
4: Correta. Em 2005, quando as Nações Unidas comemoraram ses-
senta anos, foi realizada uma reunião de Cúpula da Organização, com 
cerca de 170 chefes de Estado e de governo. Celebrada para rever a 
implementação das Metas de Desenvolvimento do Milênio, a Cúpula 
de 2005 também constituiu oportunidade para avançar o debate sobre 
reformas institucionais das Nações Unidas. As duas grandes decisões 
da Cúpula relacionadas à reforma da ONU foram a criação da Comissão 
de Consolidação da Paz e a transformação da Comissão de Direitos 
Humanos em Conselho de Direitos Humanos. 
Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C
14. o brasIl e a formação dos blocos 
econômIcos
(Diplomacia – 2010 – CESPE) Ainda com referência ao período ime-
diatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, julgue C ou E.
(1) O FMI e o BIRD emanaram da Carta de Havana (1947). Por 
sua vez, o GATT foi criado pelo Acordo de Bretton Woods 
(1944), tendo sido o Brasil um dos 23 signatários originais.
(2) O Congresso dos EUA aprovou o estabelecimentoda Orga-
nização Internacional do Comércio (OIC), que depois evoluiu 
para a atual Organização Mundial do Comércio (OMC).
(3) A União Europeia (UE) foi criada pelo Tratado de Roma de 
1957.
(4) A tese advogada pela CEPAL no sentido da industrialização 
da América Latina foi seguida, com maior ou menor êxito, 
pelos países da região.
1: Errado. O item está incorreto, primeiramente, porque o Fundo Mone-
tário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Reconstrução e 
Desenvolvimento (BIRD) não emanaram da Carta de Havana de 1947, 
mas dos Acordos de Bretton Woods de 1944. A Carta de Havana 
foi resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Emprego, celebrada em Havana, em Cuba, que tinha o objetivo de 
criar a Organização Internacional do Comércio (OIC). No entanto, esta 
organização nunca entrou em vigor, já que a Carta não foi ratificada 
pelo Congresso dos Estados Unidos. No entanto, a necessidade da 
existência de um organismo internacional que regulamentasse as 
regras comerciais a nível mundial era reconhecida. Por essa razão, foi 
aproveitada e aprovada por 23 Estados a Parte IV da Carta de Havana, 
que dizia respeito à política comercial. As suas disposições, conhecidas 
por Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio (GATT), entraram 
em vigor a 1 de Janeiro de 1948. Para que o GATT pudesse entrar em 
vigor rapidamente, elaborou-se um Protocolo de Aplicação Provisória 
para a aplicação do GATT. Realizaram-se, no âmbito do GATT, oito 
rondas de negociações comerciais multilaterais destinadas a reforçar 
a liberalização do comércio mundial. No encerramento da 8ª Ronda do 
Uruguai, existiam já 123 partes contratantes do GATT, número que, 
no início de 1995, já tinha aumentado para 128. O item está, portanto, 
incorreto também, porque o GATT não foi resultado dos Acordos de 
Bretton Woods. 
2: Errado. O item está incorreto porque o Congresso Americano não 
aprovou o estabelecimento da Organização Internacional do Comércio, 
estabelecida pela Carta de Havana de 1947. A Organização Mundial do 
Comércio foi criada apenas em 1995, com o fim da oitava rodada de 
negociações do GATT, a Rodada do Uruguai, iniciada em 1986. 
3: Errado. O item está incorreto porque a União Europeia foi criada 
apenas em 1992 com o Tratado de Maastrich. Em 1957, pelo Tratado 
de Roma foi criada a Comunidade Econômica Europeia (CEE), que 
PRIScIllA negReIROS 214
congregava inicialmente a França, a Alemanha, a Itália e os países do 
Benelux, com o objetivo de alcançar uma maior integração por inter-
médio de trocas comerciais, tendo em vista a expansão econômica. 
Em 1956, foi proposta a criação de um mercado comum europeu 
e a criação de uma comunidade de energia atômica. Em março de 
1957, foram assinados em Roma dois tratados, o primeiro instituiu a 
Comunidade Econômica Europeia (CEE) e o segundo a Comunidade 
Europeia da Energia Atômica, mais conhecida sob a designação de 
Euratom. A CEE tinha o objetivo de criar uma união aduaneira e um 
mercado comum. Após a assinatura do Tratado de Maastricht, em 1992, 
a CEE passa a constituir a União Europeia, exprimindo a vontade dos 
Estados-Membros de alargar as competências comunitárias a domínios 
não econômicos. A União Europeia só adquiriu personalidade jurídica 
com o Tratado de Lisboa em 2007. 
4: Certo. A tese advogada pela CEPAL foi lançada, em 1950, com a 
publicação de um estudo intitulado “O desenvolvimento econômico 
da América Latina e seus principais problemas”. Segundo a CEPAL, o 
sistema econômico internacional estaria dividido entre o centro (países 
industrializados que exportam produtos manufaturados) e a periferia 
(países como os da América Latina, que exportam produtos primários). 
Com o desenvolvimento tecnológico, o centro é capaz de absorver seus 
benefícios integralmente, já que possui forças sindicais e instituições 
comerciais desenvolvidas. Na periferia, no entanto, as empresas e os 
trabalhadores têm menos poder e devem submeter-se aos clientes 
do centro e estabelecer preços mais baixos aos seus produtos. A 
degradação dos termos de troca entre países industrializados e países 
em desenvolvimento é a base da teoria cepalina que argumenta que a 
tecnologia e o desenvolvimento do comércio internacional acabam por 
beneficiar apenas o centro, privando a periferia de benefícios. Depois 
desta constatação, a Cepal transformou-se no alicerce do ativismo dos 
países periféricos no seio das Nações Unidas e criou a escola latino-
-americana de pensamento econômico. Durante seus anos na CEPAL, 
Raul Presbich, o mentor da teoria cepalina, adotou o ideal da política 
de Industrialização por Substituição de Importações (ISI), doutrina que 
prega a industrialização pelo desenvolvimento da produção interna via 
controle das importações. Segundo o pensamento cepalino, essa polí-
tica permitiria o desenvolvimento e a acumulação de capitais internos 
que gerariam um processo de desenvolvimento autosustentável aos 
países latino-americanos. Como afirma o item, ela foi seguida, com 
maior ou menor êxito, pelos países da região. 
Gabarito 1E, 2E, 3E, 4C
(Diplomacia – 2010 – CESPE) Com relação ao quadro econômico 
e social subsequente ao fim da Segunda Guerra Mundial, 
julgue C ou E.
(1) O chamado “Sistema de Bretton Woods” — que previa a 
paridade do dólar com o ouro — perdurou até a Primeira 
Guerra do Golfo, no início dos anos noventa.
(2) Em resposta ao Plano Marshall, a URSS criou o Conselho 
de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) em 1949, voltado 
para a Europa Oriental mas que, a partir dos anos 70, 
estendeu-se à Mongólia, Cuba e Vietnã.
(3) Ao defender o papel regulador do Estado na economia e 
nas relações sociais, estimulando a demanda e o aumento 
da produção, da renda e do emprego, a doutrina keynesiana 
forneceu sustentação para o Estado do bem-estar social.
(4) O Plano Marshall, também denominado Programa de 
Recuperação Europeia, foi bem recebido pela então URSS, 
sobretudo porque se destinava ao conjunto da Europa e não 
apenas a alguns países.
1: Errado. O item está incorreto porque o sistema de Bretton Woods 
perdurou até 1971, quando o presidente americano Richard Nixon deter-
minou o fim da paridade dólar-ouro. Nos anos 1960, percebe-se uma 
importante evasão de capitais dos EUA durante reconstrução europeia 
e um forte índice de inflação (causado principalmente pela recorrente 
criação de moeda durante a Guerra do Vietnã e da necessidade de 
manter a liquidez mundial). Esses fatores trouxeram certa desconfiança 
em relação ao dólar como ativo de reserva de valor internacional e um 
descontentamento dos países europeus sobre a hegemonia da moeda 
americana. Alguns Estados começaram a adotar o ouro como reserva 
de valor e criaram alternativas como o Direito Especial de Saque, moeda 
definida pelo FMI em paridade com o ouro (1968). Em 1971, Richard 
Nixon decretou o fim da paridade dólar-ouro, o que levou ao fim do 
sistema Bretton Woods.
2: Errado. O item foi considerado Certo no gabarito preliminar, mas foi 
modificado para Errado no gabarito final já que a Mongólia foi admitida 
no COMECON em 1962 e não nos anos 1970, como se afirma no item.
O Conselho de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) foi criado em 1949, 
por um communiqué feito entre Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia 
Polônia, Romênia, Hungria e URSS. O objetivo do COMECON não era 
estabelecer uma integração econômica, mas propor uma cooperação 
econômica entre seus membros para criar uma maior independência dos 
países ligados à URSS em relação aos países capitalistas. O COMECON 
foi uma resposta a criação da OECE (Organização Europeia de Coopera-
ção Econômica), criada para supervisionar a ajuda econômica americana 
oferecida pelo Plano Marshall. O Plano Marshall foi um plano americano 
de ajuda econômica com o objetivo de reconstruir economicamente a 
Europa no pós-Segunda Guerra Mundial. O item está incorreto porque 
foi a partir dos anos 1960 que o COMECON começou a estender-se 
para países fora da Europa Oriental com a entrada da Mongólia em 
1962.Cuba aderiu em 1972 e a República Socialista do Vietnã em 1978.
3: Certo. A doutrina keynesiana foi criada pelo economista britânico John 
Mayard Keynes a partir da publicação, em 1936, do livro Teoria Geral 
sobre Emprego, Juros e Moeda. Keynes tinha o objetivo de questionar 
as teorias econômicas clássicas que acreditavam que o desenvolvi-
mento econômico estava atrelado ao princípio do Estado mínimo e 
da não intervenção do Estado na economia. Segundo o pensamento 
keynesiano, é a demanda que cria a oferta de produtos e serviços. Ao 
contrário dos clássicos, que acreditavam que toda a oferta geraria uma 
demanda na mesma proporção, a visão keynesiana defendia que em 
período de crise, os consumidores reduziam a demanda efetiva e as 
antecipações negativas podiam piorar o quadro econômico. A teoria 
keynesiana defende que apenas o Estado é capaz de relançar a economia 
e restituir uma demanda efetiva. Para fazê-lo o Estado deve aumentar 
seus gastos ou utilizar da política monetária a curto prazo. Essa ideia de 
intervenção do Estado na economia, como afirma o item, forneceu uma 
sustentação ao conceito de Bem-Estar Social, já que seria um benefício 
para a sociedade a intervenção estatal. O Estado de Bem-Estar Social, 
ou Welfare State, como é conhecido, designa a prática de um Estado 
assistencial que garante padrões mínimos de saúde, educação, renda, 
habitação para seus cidadãos. Não obstante, alguns direitos sociais 
terem surgido entre o século XVIII e XIX, o conceito de Estado de 
Bem-Estar Social surgiu apenas após a Segunda Guerra Mundial, com 
a ampliação dos serviços assistências por parte do Estado e o aumento 
dos direitos sociais. A Grã-Bretanha foi o Estado que iniciou o processo 
do Welfare State ao aprovar uma série de leis em 1942 para a área da 
saúde e da educação. 
4: Errado. O item está incorreto porque o Programa de Recuperação 
Europeia, que ficou conhecido como o Plano Marshall, não foi bem 
recebido pela União Soviética, que acabou criando em 1949 um Plano 
de cooperação econômica para os países sob influência soviética 
conhecido com o Conselho de Ajuda Econômica Mútua (COMECON) 
em resposta (ver item 1 desta questão).
Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E
(Diplomacia – 2006 – CESPE) Ainda com referência ao cenário 
mundial do pós-Segunda Guerra Mundial, julgue os itens 
seguintes. 
(1) Bretton Woods, Dumbarton Oaks, Ialta, Potsdam e São 
Francisco foram algumas das mais importantes reuniões 
ocorridas na etapa final da Segunda Guerra, quando aspec-
tos fundamentais da ordem econômica e política, a vigorar 
após a cessação das hostilidades, foram fixadas mediante 
arranjos diplomáticos e militares. 
(2) Após o fim da Segunda Guerra, já em clima de paz, a Confe-
rência de Bretton Woods criou duas importantes instituições: 
o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento 
(Banco Mundial) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). 
(3) Impedir a conversibilidade das moedas e restringir as 
facilidades de câmbio, como instrumentos necessários 
ao equilíbrio das finanças mundiais, eram, em síntese, os 
principais objetivos determinantes para a criação do FMI, 
os quais marcam sua atuação até hoje. 
(4) Há consenso entre os especialistas de que o fracasso do 
sistema financeiro criado em Bretton Woods decorre de seu 
conservadorismo original e de sua pouca criatividade, res-
ponsáveis pelos sucessivos sobressaltos e pelo crescente 
fechamento da economia mundial pós-1945. 
2155. POlítIcA InteRnAcIOnAl
1: Certa
CONFERÊNCIA ANO DESCRIÇÃO
Bretton Woods Julho / 1944
Tinha o objetivo de regularizar e estabelecer regras internacionais para o sistema monetário e econô-
mico mundial. Os acordos de Bretton Woods ficaram conhecidos pela fundação do Banco Mundial e 
do Fundo Monetário Internacional e por estabelecer regras de uma política monetária com uma taxa 
de câmbio fixa ao dólar, cujo valor seria estabelecido a partir da paridade dólar-ouro, em uma base 
fixa de 35 dólares por onça do ouro. 
Dumbarton Oaks Outubro / 1944
Conferência realizada nos Estados Unidos. Marca os acordos entre China, Estados Unidos, Grã-Bretanha 
e URSS sobre os objetivos, estrutura e funcionamento de uma possível organização mundial, que viria 
a ser a ONU em 1945. Foi uma reunião de caráter prático que estabeleceu as bases da Assembleia 
Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e da Corte Internacional de Justiça, 
além do Secretariado, que foi também previsto. O método de voto do Conselho de Segurança não foi 
decidido durante estas reuniões, mas foi elaborado um primeiro rascunho do que seria a Carta da ONU.
Ialta Fevereiro / 1945
Consagrou a divisão entre aliados ocidentais e a União Soviética. Participaram da Conferência, 
realizada na região da Ucrânia, com a presença Franklin Roosevelt (EUA), Josef Stalin (URSS) 
e Winston Churchill (Grã-Bretanha). Ialta ficou conhecida pela repartição informal das zonas de 
influência entre Leste e Oeste. A conferência marcou a influência da URSS na Europa Oriental 
– a imposição soviética sobre a Romênia e a Bulgária acelerou o pessimismo de Roosevelt e 
Churchill durante a conferência.
São Francisco Abril / 1945
Marca o nascimento da Organização das Nações Unidas e teve a presença de 50 Estados, entre os 
países que haviam declarado guerra à Alemanha e ao Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Foi 
assinada a Declaração das Nações Unidas, que se tornou um dos grandes instrumentos de regulação 
das relações internacionais, com 19 capítulos e 111 artigos
Potsdam
Entre julho e 
outubro / 1945
A Conferência de Potsdam reuniu URSS, EUA e Grã-Bretanha e marcou a divisão da Alemanha em 
4 áreas de influência e estabeleceu uma ordem pós-guerra. Potsdam cuidou também da questão da 
Polônia e das tropas de Stálin que se instalaram no país. Vale lembrar que, em Potsdam, Churchill é 
substituído por Clement Atlee, e Roosevelt por Henry Truman.
2: Errada. O item está incorreto porque a Conferência de Bretton Woods não ocorreu ao final da Segunda Guerra Mundial, mas em julho de 1944, 
um ano antes do fim da guerra. Como afirma o item, duas importantes instituições foram criadas durante a Conferência: o Banco Internacional 
para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), que foi criado para promover o desenvolvimento econômico a longo prazo trabalhando também 
com o financiamento de projetos de infraestrutura. A expressão Banco Mundial designa unicamente o Banco Internacional para a Reconstrução e 
Desenvolvimento e a Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID). O Grupo Banco Mundial compreende além do BIRD e da AID, outras 
três agências: a Sociedade Financeira Internacional (SFI), a Agência Multilateral de Garantia ao Investimento (AMGI) e o Centro Internacional de 
Solução de Controvérsias relativos a Investimento. A outra instituição criada pelos Acordos de Bretton Woods foi o Fundo Monetário Internacional, 
que tem como objetivo prevenir crises econômicas mundiais e remediar problemas no balanço de pagamentos dos países membros. Ambas as 
instituições são agências especializadas das Nações Unidas e exercem funções complementares. 
3: Errada. Ao contrário do que afirma o item, o FMI, criado em 1944, adotou um modelo de câmbio fixo e estipulou uma conversibilidade do dólar 
em termos de ouro. A manutenção das taxas de câmbio, que estariam atreladas ao dólar, poderia ser ajustada, com o acordo do FMI, para corrigir 
problemas de “desequilíbrio fundamental” na balança de pagamentos dos países membros da organização. Além de estimular um padrão na 
conversibilidade de moedas, o FMI propunha a equilíbrio entre as moedas. Como os EUA eram o único país superavitário no período entre guerras 
e porque ele possuía mais 2/3 das reservas mundiais de ouro, o dólar americano passou a desempenhar função de moeda central do sistema. Em 
1971, no entanto, Richard Nixon estipulou o fim da paridade dólar-ouro e ocorreu o fim do sistema Bretton Woods e do sistema de câmbio fixo. 
4: Errada. Apesar do fim do sistema Bretton Woods em 1971, como fim da paridade dólar-ouro, o sistema foi essencial para a estabilização e o 
controle do sistema financeiro internacional durante o pós-Guerra. O sistema de Bretton Woods foi o primeiro exemplo de uma ordem monetária 
completamente negociada que tinha como objetivo regulamentar a governança monetária global, estabelecendo um sistema inovador de regras, 
instituições e procedimentos. Não obstante, o fim do sistema de paridade ouro-dólar em 1971, a regulação do sistema financeiro mundial e 
importantes financiamentos na área de desenvolvimento continuam a ser feitos pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial – institui-
ções que nasceram do sistema Bretton Woods. Além disso, após 1945, não houve fechamento da economia mundial, mas uma maior abertura. 
Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E
15. a dImensão da seGurança na polítIca exterIor do brasIl 
(Diplomacia – 2007 – CESPE) No período pós-Guerra Fria, observa-se crescente ativismo da ONU no tocante às operações de paz. 
Com relação à participação do Brasil nessas operações, assinale a opção correta. 
(A) Com o fim da Guerra Fria, as missões de paz perderam sua conotação ideológica, o que permitiu ao Brasil delas participar, 
pela primeira vez, com o envio de observadores militares e policiais civis ao Timor Leste. 
(B) Em consonância com os princípios norteadores de sua política externa e de sua tradição diplomática, o Brasil privilegia o 
engajamento em missões que objetivam coibir graves violações dos direitos humanos, prevenir genocídios e prestar assistência 
em crises humanitárias. 
(C) O exercício do comando político e militar da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH) consolida a 
liderança e a intensa participação brasileira em missões de paz. 
(D) Com o fim da Guerra Fria, a participação brasileira nas missões de paz da ONU intensificou-se em relação às décadas ante-
riores e tornou-se mais diversificada quanto às formas de colaboração prestada e às responsabilidades assumidas. 
(E) O Brasil restringe sua participação a missões conduzidas em países em que não existam quaisquer interesses brasileiros em 
questão. 
PRIScIllA negReIROS 216
A: Incorreta. Durante a Guerra Fria, com o mundo dividido em dois 
blocos antagônicos, o veto recorrentemente paralisava o processo 
decisório do Conselho de Segurança, trazendo uma forte inoperância 
do sistema de segurança coletiva previsto na Carta das Nações Unidas. 
O item está incorreto porque durante o período de 1947 e 1987, foram 
criadas 13 Operações de Paz, e o Brasil participou de 6 destas opera-
ções, entre a primeira missão realizada em Suez em 1957. Com o fim da 
Guerra Fria, a distensão política entre a URSS e os EUA teve impacto no 
papel das Nações Unidas no setor de segurança e um período de forte 
atividade da ONU no campo da manutenção da paz, ocorrendo desde 
1988 mais de 48 operações de paz. O Brasil efetivamente, como afirma 
o item, participou das Missões de Paz no Timor Leste que ocorreram 
em 1999 (UNTAET) e 2002 (UNMISET).
B: Incorreta. De acordo com o Capítulo VII da Carta das Nações Unidas, 
o Conselho de Segurança tem a função de manter a paz e a segurança 
internacional, podendo, caso necessário, utilizar de medidas que impli-
quem o uso da força, como no caso de graves violações aos direitos 
humanos e genocídios. Ao contrário do que afirma o item, o Brasil 
não tem tradição em participar de força multinacionais autorizadas 
pelo capítulo VII do Conselho de Segurança. O Brasil participou, no 
entanto, em algumas missões sob o auspício do capítulo VII, como a 
Missão ao Timor Leste em 1999.
C: Incorreta. A MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabiliza-
ção do Haiti) representa uma mudança quanto à participação brasileira 
em Operações de Paz. Tradicionalmente, o Brasil participa enviando 
tropas e militares, sem qualquer posição de liderança. O item está 
incorreto porque o exercício do comando de uma missão de manutenção 
de paz é um fato único na história brasileira neste tipo de operação. 
D: Correta. Com o aumento do número de Operações de paz ao final 
da Guerra Fria, a participação do Brasil também aumentou conside-
ravelmente no período (ver lista abaixo). Durante os anos 1960, a 
contribuição brasileira estava concentrada principalmente na cessão 
de militares, por exemplo, no envio de tropas para atuar no Egito 
(UNEF I) e na prestação de serviços de apoio aéreo no Congo (ONUC). 
Durante os anos 1990, no entanto, a contribuição brasileira ganhou um 
novo impulso, colocando a disposição das operações, civis e militares 
procedentes dos Três Poderes e dos Estados e Distrito Federal, além da 
cessão de 11 oficiais das Forças Armadas para servir no Departamento 
de Operações de Paz da ONU. 
E: Incorreta. O item está incorreto porque uma das características da 
participação do Brasil em missões de paz é que ela se dá principal-
mente em países da América Latina e em países de língua portuguesa. 
Mesmo se esta ideia não é uma regra da atuação brasileira, ela reflete 
uma ligação cultural, linguística e de aproximação que mostrariam o 
interesse brasileiro nesta atuação. Durante a década de 1990, a política 
externa brasileira foi marcada pela ampliação de sua atuação regional 
e o aumento nas Operações de Paz mostra coerência na busca deste 
objetivo. 
Missões de Paz que o Brasil participou com efetivo policial ou militar:
UNEF I (Faixa de Gaza/Sinai) -1956
ONUCA (Congo) -1960
UNSF (Nova Guiné Ocidental) -1962
UNFICYP (Chipre) – 1964
UNIPOM (Índia / Paquistão) – 1965
DOMREP (República Dominicana) – 1965
UNAVEM I /II /III (Angola) – 1988 /1991 / 1995
ONUCA (América Central) - 1989
ONUSAL (El Salvador) – 1991
UNPOFOR (Ex-Iugoslávia) – 1992
UNTAC (Camboja) – 1992
ONUMOZ (Moçambique) – 1992
UNOMIL (Libéria) – 1993
UNAMIR (Ruanda) – 1993
UNIMUR (Uganda-Ruanda) – 1993
UNCRO (Croácia) 1995 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
UNPREDED (República Ex-Iugoslávia da Macedônia) 1995
UNTAES (Croácia)1996 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
UNMOP (Península de Prevakla) 1996
MINUGUA (Guatemala) 1997
MONUA (Angola) 1997
UNTAET (Timor Leste) 1999 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
UNMISET (Timor Leste) 2002 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
UNMIL (Libéria) 2003 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
MINUSTAH (Haiti) 2004 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
UNOCI (Costa do Marfim) 2004 – sob o Capítulo VII da Carta da ONU
Gabarito “D”
Sugestão: “O Brasil e as Operações de Manutenção de Paz das Nações 
Unidas” de Paulo Roberto Campos Tarrise da Fontoyra (editora FUNAG)
“O Brasil e as operações de Paz” Eugênio Diniz In. Relações Interna-
cionais do Brasil – temas e agendas. (Editora Saraiva)
16. o brasIl e as coalIzões Interna cI onaIs: o 
G-20, o Ibas e o brIc
(Diplomacia – 2012 – CESPE) Com relação ao BRICS, ao BASIC 
e ao IBSA e a assuntos correlatos, assinale a opção correta. 
(A) O BRICS, o BASIC e o IBSA, embora tenham membros em 
comum e discutam temas transversais recorrentes, como 
mudança do clima e desenvolvimento sustentável, resultam 
de iniciativas distintas, com lógicas institucionais diferentes.
(B) O BRICS teve posição similar com relação às abstenções 
relativas às intervenções no Oriente Médio decididas pelo 
Conselho de Segurança da ONU que arrefece o conflito de 
interesses entre Estados Unidos da América (EUA), Israel 
e Irã. 
(C) O BRICS tem atuado de forma decisiva e consensual em 
relação a vários temas, tais como a indicação do diretor 
geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2011, a 
ampliação do Conselho de Segurança da Organização das 
Nações Unidas (ONU), a reforma de instituições internacio-
nais, a começar pelas duas de Bretton Woods, e a mudança 
do clima global. 
(D) O baixo grau de institucionalização do BRICS, a desigual-
dade econômica e militar existente entre seus membros e o 
conflito de 1962 entre China e Índia constituem obstáculos 
às negociações desse agrupamento. 
(E) Brasil e África do Sul, ambos membros do BRICS, interrom-
peram seus respectivos programasde tecnologia nuclear 
de uso militar na mesma época e pela mesma razão — a 
pressão política exercida pelas grandes potências nucleares 
que compõem o Conselho de Segurança da ONU.
A: Correta. O BRICS, BASIC e o IBSA são coalizões ou ententes diplo-
máticas que, conquanto possuam países membros em comum, têm 
objetivos e lógicas institucionais distintas. 
O BRICS (antigamente denominado BRIC) é um acrônimo para designar 
o mecanismo informal de concertação política formado pelos países 
Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, desde sua III Cúpula 
em Sanya (China), em abril de 2011, África do Sul. O termo BRIC apare-
ceu pela primeira vez em 2001 em um estudo elaborado por Jim O’Neill 
do Banco Goldman Sachs, intitulado “Building Better Global Economic 
BRICS”. Esse estudo mostrava como as economias desse grupo de 
países iriam igualar às economias do grupo do G6 (Alemanha, EUA, 
Japão, Grã-Bretanha, França e Itália) em alguns anos. As primeiras reu-
niões entre chanceleres do BRICS ocorreram à margem da Assembleia 
Geral da ONU, nos anos de 2006 e 2007 e a primeira Cúpula de Chefes 
de Estado e de Governo ocorreu em 2009, em Ecaterimburgo, Rússia. 
O BRICS tem uma vasta agenda, que toca temas políticos, econômi-
cos, de cooperação intrabloco e securitários. Na esfera econômica, o 
grupo dá ênfase à reforma das instituições financeiras internacionais, 
além de focar em importantes temas políticos como a reforma das 
Nações Unidas e do Conselho de Segurança, o combate ao terrorismo 
internacional, o combate à pobreza e o desenvolvimento sustentável. 
Já o BASIC surgiu em 2007 foi extremamente importante durante a 15ª

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